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EXPOSIÇÃO PROFISSIONAL A MATERIAL BIOLÓGICO

Exposição Profissional a Material Biológico

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Page 1: Exposição Profissional a Material Biológico

EXPOSIÇÃO PROFISSIONAL A MATERIAL BIOLÓGICO

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CONSIDERAÇÕES INICIAIS As medidas profiláticas pós exposição, se aplicadas em

tempo hábil e de maneira eficaz, reduzem o risco de infecção ocupacional.

20% a 37% dos acidentes com material biológico poderia ser evitado se as vítimas tivessem observado as precauções universais.

Importante: O potencial contagiante de um paciente é máximo quando da primoinfecção, podendo não haver quaisquer sintomas e/ou sinal ou informação sorológica detectáveis neste período.

O risco de contaminação com HIV após exposição percutânea a material biológico contendo sangue é de 0,3%

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Hepatite B é 100 vezes mais transmissível que o HIV 40% - Probabilidade de infecção pelo VHB após exposição

percutânea com paciente fonte HBsAg positivo VHB sobrevive no sangue seco à temperatura ambiente, em

superfícies ambientais, por pelo menos 01 semana Vacina para hepatite B: extremamente eficiente, havendo

90% a 95% de resposta vacinal em adultos imunocompetentes

Redutores da eficácia da vacina para hepatite B: aumento da idade, obesidade, sexo masculino e fumo

03 doses ( 0,30,180 dias) Pode-se repetir o esquema 1 vez Imunoglobulina humana contra hepatite B ( 0,06ml/kg) Risco de adquirir Hepatite C: 1% a 10%

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Fatores importantes que influenciam no risco de se adquirir um agente infeccioso através de um acidente ocupacional:

Fase evolutiva da infecção no paciente fonte Tipo de cepa que o paciente fonte possua Circunstâncias em que ocorreu o acidente:

a) Pele lesada ou não

b) Mucosa

c) Objetos cortantes ou perfurantes

d) Uso de barreiras protetoras

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CONDUTAS FRENTE A PROFISSIONAL DE SAÚDE EXPOSTO A MATERIAL BIOLÓGICO Orientar cuidados locais imediatamente: lavar área exposta

com água corrente e sabão e/ou solução fisiológica Registro e notificação do acidente de trabalho (notificação

compulsória) Avaliar a exposição quanto ao potencial de transmissão:

a) Material biológico: estabelecer se o material biológico é de risco para transmissão da doença.

b) Tipo de exposição: percutânea, cutânea, mucosa e respiratória

c) Gravidade da exposição:

1) Percutânea mais grave: presença de sangue visível no dispositivo; agulha com lúmen e/ou grosso calibre, dispositivo previamente utilizado em veia ou artéria do paciente e lesão profunda

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2) Mucosa mais grave: grande volume e/ou contato prolongado

Avaliar o paciente fonte:

a) Paciente fonte com diagnóstico ou sorologias conhecidas (TB, HIV, hepatites, sífilis, varicela, etc)

b) Paciente fonte com sorologias desconhecidas, mas disponível para exame – solicitar exames com aconselhamento pré teste. Ex: teste rápido para HIV, marcadores para hepatite B e C e sorologia para sífilis

c) Paciente fonte conhecido, mas não disponível para realização de exames – avaliar dados epidemiológicos

d) Paciente fonte desconhecido: avaliar perfil de atendimento do local

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Avaliar o profissional exposto:

a) Vacinação (mínimo 03 doses) e imunização (anti HBs) para hepatite B

b) Vacinação para tétano

c) Sorologia para HIV e sífilis, além de marcadores para hepatite B e C

d) Vacinas específicas ( ou exposição prévia) para doenças a que foi exposto (varicela, hepatite A, meningococo, etc)

e) PPD (em caso de exposição a TB)

Estabelecer manejo específico para HIV, hepatite B, sífilis ou outras doenças

OBS: Quimiprofilaxia para HIV, quando indicada, deve ser iniciada preferencialmente até 02 horas após o acidente Acompanhamento clínico e sorológico para as doenças a que

foi exposto

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Fluxograma para manejo HIV após acidente com material biológico

Situação do paciente fonte

Exposição percutânea

HIV positivo, assintomático ou

CV baixa

Menos grave 2 drogas

Mais grave 3 drogas

HIV positivo, sintomático, aids

ou CV elevada

Menos grave ou mais grave 3 drogas

Fonte desconhecida ou paciente fonte

com sorologia desconhecida

Em geral não se recomenda

HIV negativo Não se recomenda profilaxia

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Situação do paciente fonte

Exposição de mucosa ou pele não íntegra

HIV assintomático ou CV baixa

Grande volume 2 drogas

Pequeno volume

considerar 2 drogas

HIV positivo, sintomático AIDS

ou CV elevada

Grande volume 3 drogas

Pequeno volume 2 drogas

Fonte desconhecida ou

paciente fonte com sorologia

desconhecida

Em geral não se recomenda

HIV negativoNão se recomenda

profilaxia

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Observações: CV baixa: <1500 cópias/ml Mais grave: agulhas com lúmen ou de grosso calibre, lesão

profunda, sangue visível no dispositivo usado ou agulha usada recentemente em artéria ou veia do paciente

Menos grave: lesão superficial, agulha sem lúmen 2 Drogas: Zidovudina + Lamivudina (preferencialmente) 3 Drogas: Incluir Lopinavir/Ritonavir (preferencialmente) Paciente fonte desconhecido ou com sorologia desconhecida,

o uso de profilaxia deve ser decidido em função de dados clínicos e epidemiológicos do paciente fonte, de dados epidemiológicos do local e da gravidade do acidente

Grande volume: grande quantidade de material biológico de risco

Pequeno volume: poucas gotas do material biológico; exposição de curta duração

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Situação doProfissional exposto

Paciente fonte HBsAg positivo ou desconhecido com risco

Paciente fonte HBsAg Desconhecido sem risco

Paciente fonte HBsAg negativo

Não vacinado ou vacinação incompleta

1 dose de HBIGVacina (iniciar ou completar)

Vacina (iniciar ou completar)

Vacina (iniciar ou completar)

Vacinado com resposta desconhecida

Fazer anti HBs e reclassificar

Fazer anti HBs e reclassificar

Fazer anti HBs e reclassificar

Vacinado (3 doses), sem resposta adequada

1 dose de HBIG e revacinar

Revacinar Revacinar

Vacinado (6 doses), sem resposta adequada

2 doses de HBIG, com intervalo de 30 dias

Não imunizar Não imunizar

Vacinado, com resposta adequada

Não imunizar

Não imunizar Não imunizar

Exposição Ocupacional ao vírus Hepatite B

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Observações Paciente desconhecido, com risco:

politransfundidos, com cirrose, em hemodiálise, HIV positivo e usuários de drogas injetáveis, contactantes domiciliares e sexuais de portadores de HBsAg positivo, HSH, heterossexuais com vários parceiros e relações sexuais desprotegidas, história prévia de DST, pacientes provenientes de prisões e de instituições de atendimento a pacientes com deficiência mental.

HBIG: Imunoglobulina Humana contra a hepatite B – Fazer o mais precocemente possível, até 07 dias após o acidente. Dose: 0,06 ml/kg. Disponível nos CRIE

Sem Resposta Adequada: Anti HBs < 10UI/ml Com Resposta Adequada: Anti HBs maior ou igual a

10 Revacinar: Administrar novamente 03 doses da

vacina contra hepatite B

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MANEJO PARA OUTROS AGENTES ESPECÍFICOS APÓS EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL A MATERIAL BIOLÓGICO DE RISCO

Agente Infeccioso Exposição de risco

Conduta

Meningococo Contactantes próximos, com exposição a secreções respiratórias sem proteção

Quimioprofilaxia para adultos com rifampicina 600mg VO 2x/dia/02 dias;Crianças de 1mês a 10 anos: 10mg/kg/dose 2x/dia/2 dias (dose máx. 600mg); menores de 01 mês: 5mg/kg/dose, 2x/dia/2dias

Haemophilus influenza b

Contactantes próximos, com exposição a secreções respiratórias, sem proteção adequada

Quimioprofilaxia indicada para todos os contatos domiciliares desde que existam crianças menores de 4 anos (além do caso índice), com vacinação incompleta ou inexistente. Adultos: rifampicina 600mg VO, 1x/dia/4 dias; crianças de 01 mês a 10 anos: 20mg/kg/1x/dia/4 dias (até o máx. de 600mg); menores de 1 mês: 10 mg/kg/ 1x/dia/4 dias. Completar vacinação, conforme PNI

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Tuberculose Exposição a secreções respiratórias sem proteção adequada

Se PPD previamente positivo, investigar adoecimento, acompanhando clinica e radiologicamente ( a positividade não se refere à exposição atual).Se PPD negativo: repetir em 4 meses, investigando viragem tuberculínica que se ocorrer, indica quimioprofilaxia com INH 300mg/VO/dia/6 meses, após exclusão de TB doença

Sífilis Exposição percutânea ou de mucosas a sangue ou secreções potencialmente contaminadas

Acompanhar com VDRL. Se ocorrer positividade durante o acompanhamento, tratar como sífilis primária

Sarampo Exposição a secreções respiratórias sem proteção adequada, em profissionais suscetíveis

Vacinar em até 72h ou imunoglobulina em até 06 dias (para pessoas de alto risco, em quem a vacian é contraindicada

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Observações: Caso o PPD seja desconhecido, aplicá-lo. Se

permanecer negativo ou < 5mm, reaplicar com 2 semanas (efeito booster) e avaliar como indicado no quadro

Sarampo: pessoas suscetíveis são aquelas não vacinadas e sem história prévia

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Influenza A, novo subtipo viral

Manipulação de secreções respiratórias, realização de procedimentos invasivos geradores de aerossóis ou manipulação de amostras clínicas em laboratório, sem o uso adequado de EPI em profissionais suscetíveis

Oseltamivir (Tamiflu) 75mg, VO, 1x/dia/10 dias

Varicela Exposição a secreções respiratórias ou contato direto sem proteção adequada em profissionais suscetíveis

Vacina em até 72h ou imunoglobulina humana antivaricela-zoster (VZIG) em até 96h (para pessoas de alto risco em que a vacina é contra indicada como imunodeprimidos e gestantes) Dose de VZIG: 125U/10kg máximo de 625U; 1,25ml=125U

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Em relação a influenza A, as recomendações descritas são válidas para a epidemia de 2009/2010. O tratamento e a profilaxia para casos de infecção por novos subtipos virais devem seguir as recomendações nacionais durante a epidemia/endemia vigente

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Hepatite A Não há recomendações para

profilaxia pós exposição de rotina em profissionais de saúde que assistem pacientes

com hepatite A confirmada.

Recomenda-se atenção às precauções.

IG ou vacina para hepatite A pode era

indicada quando uma investigação

epidemiológica indica transmissão intra-hospitalar do vírus

Alguns estudos mostram equivalência da vacina em comparação à IG na prevenção pós exposição ao VHA. Para indivíduos de 1 a 40 anos a vacina é mais apropriada. Para pessoas com > 40 anos a IG é melhor indicada por estudos limitados de vacina nessa faixa etária e pela maior possibilidade de casos graves. IG é indicada para < 1 ano, imunodeprimidos, portadores de doença hepática crônica e em quem a vacina está contraindicada

Para hepatite A está indicada precauções padrão, exceto em casos de pacientes incontinentes ou em uso de fraldas, onde é indicada precauções de contato.

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Tétano

História de imunização

Ferimentos não contaminados

Todos os outros ferimentos, inclusive puntiformes

TT (1) IGHAT (2) TT( 1) IGHAT

Ignorada Sim Não Sim Sim

0 - 1 Sim Não Sim Sim

2 Sim Não Sim Sim (3)

3 Não (4) Não Não (5) Não (6)

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Observações sobre Tétano: 1) TT= Toxóide Tetânico. Em menores de 6 anos,

aplicar DPT e em maiores de 6 anos, aplicar TT ou DPaT adulto

2) IGHAT = imunoglobulina humana antitetânica. Dose: 250 UI IM. Na impossibilidade de utilizar IGHAT, indicar SAT, de 3000 a 5000 U, IM

3) A não ser que o ferimento tenha ocorrido há mais de 24h

4) A não ser que tenha decorrido mais de 10 anos da última dose de vacina

5) A não ser que tenha decorrido mais de 5 anos da última dose de vacina

6) A não ser que tenha decorrido mais de 10 anos da última dose de vacina

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Via de Transmissão

Condição do animal agressor

Clinicamente sadio (cão e gato)

Raivoso, suspeito, desaparecido, silvestre ou animal doméstico

Contato indireto (manipulação de utensílios contaminados ou lambedura de pele íntegra)

- Lavar com água e sabão

- Não tratar

- Lavar com água e sabão

- Não tratar

- Acidentes leves: arranhões, lambedura em pele lesada, mordedura única e superficial em tronco ou membros ( com exceção das mãos)

Observar o animal por 10 dias após a exposição: se ele permanecer sadio, encerrar o caso; se morrer ou desaparecer durante o período de observação, aplicar o tratamento ( 1 dose de vacina nos dias 0 – 3 – 7 – 14 – 28 )

Iniciar o tratamento com 01 dose de vacina nos dias 0 – 3 – 7 – 14 – 28

Raiva pós exposição

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Via de transmissão Condições do animal agressor

Clinicamente sadio ( cão e gato)

Raivoso, suspeito, desaparecido, silvestre ou animal doméstico

Acidentes Graves: Mordeduras na

cabeça, pescoço e mãos

Mordedura s profundas e/ou múltiplas e dilacerantes, em qualquer parte do corpo

Arranhaduras profundas provocadas por gato

Lambedura em mucosas

Iniciar o tratamento o mais cedo possível com 1 dose de vacina nos dias 0 – 3 – 7, contados a partir do 1º dia da vacina; interromper o tratamento e continuar a observação.Se no 10º dia após a agressão o animal permanecer sadio, encerrar o caso.Se ele adoecer, morrer ou desaparecer durante a observação, aplicar soro, completar a vacinação para 5 doses ( dias 14 e 28)

Iniciar o tratamento com soro mais 01 dose de vacina nos dias 0 – 3 – 7 – 14 – 28.

Raiva Pós Exposição