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Em dezembro de 2017, a exposição “Fósseis do Araripe” foi inaugurada no Museu do Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo. A Bacia do Araripe abrange parte dos estados do Ceará, Piauí e Pernambuco e é mundialmente conhecida por sua riqueza em fósseis do Cretáceo. CARACTERÍSTICAS GEOLÓGICAS A Bacia se estende por 225 km no sentido E-W e aproximadamente 75 km no sentido N-S. Os fósseis que foram encontrados pertencem à Formação Santana, que é constituída dos membros Romualdo, Ipubí e Crato, sendo que os espécimes foram observados nos membros superior e inferior. POSSÍVEIS FORMAS DE ABORDAGENS O Lagerstatten - Se trata de um depósito fossilífero repleto de fósseis e de elevada preservação. Partindo desta definição, o Membro Crato se caracteriza como tal, uma vez que a sua formação se deu num ambiente lacustre, momentaneamente anóxico e com precipitação de carbonato de cálcio. As Formas de Preservação- Alguns dos processos que garantem a fossilização são: piritização, limonitização, carbonização e concreções calcárias. Destaca-se a piritização, pois preservou tecidos internos em alguns fósseis, conservação que raramente é encontrada. REFERÊNCIAS CARVALHO, M. S. S. De; SANTOS, M. E. C. M. Histórico das Pesquisas Paleontológicas na Bacia do Araripe, Nordeste do Brasil. [History of the Paleontological Research in the Araripe Basin, Northeast Brazil.]. 1. Anuário do Instituto de Geociências, CCMN UFRJ, v. 28, n. 1, p. 15–34, 2005. LIMA, F. J. De; SARAIVA, A. Á. F.; SAYÃO, J. M. REVISÃO DA PALEOFLORA DAS FORMAÇÕES MISSÃO VELHA, CRATO E ROMUALDO, BACIA DO ARARIPE, NORDESTE DO BRASIL. v. 22, n. 1, p. 99–115, 2012. VILA NOVA, B.; A. F. SARAIVA, A.; K. R. MOREIRA, J.; SAYAO, J. Controlled excavations in the Romualdo Formation Lagerstätte (Araripe Basin, Brazil) and pterosaur diversity: Remarks based on new findings. [s.l: s.n.]v. 26 Figure 3. Fóssil de Araripemys barretoi como amostra de desagregação de crânio. EXPOSIÇÃO FÓSSEIS DO ARARIPE: POSSÍVEIS ABORDAGENS PARA A PESQUISA ENSINO EM GEOCIÊNCIAS Faria, B.A. 1 ; Paneghine, F.P. 1 ; Sena, A.M.A. 1 ; Silva, V.H.R.S. 1 ; Souza, S.S. 1 ; Vieira, M.L. 1 ; Filgueira, D.A. 1 ; Garda, G.M. 1 ¹ Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo (IGc-USP) Fauna e Flora - Os registros fósseis da Bacia do Araripe remetem aos períodos Jurássico e Cretáceo. A flora Neojurássica é representada por troncos silicificados na Formação Missão Velha, pertencentes a antigas florestas compostas por coníferas. A flora Cretácea, que está registrada em rochas da Formação Santana, apresenta fósseis atribuídos a gimnospermas, angiospermas, fetos e outros componentes, sendo as primeiras o grupo mais abundante. Já a fauna do período Cretáceo é representa por insetos, moluscos, crustáceos, anfíbios, peixes, repteis (tartarugas e pterosauros) e dinossauros terópodes. Squamata Dado o pequeno porte desses répteis e as articulações frágeis entre o crânio e o resto do esqueleto, são encontrados apenas fragmentos de dentes, maxilares e vertebras de lagartos e serpentes. Coevolução de Besouros e Plantas - Os primeiros besouros, Belidae,de bico comprido, alimentavam-se dos pólens dos cones das gimnospermas. Evolutivamente, o besouro Curcurlinidae, com um bico mais adaptado, preferiu as angiospermas, polinizando-as e por consequência gerando uma diversificação tanto da sua família quanto das angiospermas. Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/8/ 8d/Weevil_March_2010-1.jpg Tendo em vista que estes não são os únicos temas disponíveis ao desenvolvimento de estudos, é imprescindível o aprofundamento e a divulgação ampla, para que cada vez mais as pessoas entendam a importância e tenham acesso à produção científica tanto nacional quanto internacional. E nesse propósito, museus como o do Instituto de Geociências da USP, vem trabalhando com o projeto da Chapada do Araripe, apresentando abordagens de ensino a todos aqueles que visitam o espaço. Figure 5. Exemplar das Angiospermas encontradas na Chapada do Araripe: Ephedracea. CONCLUSÃO INTRODUÇÃO Fonte: https://www.franciscogomesdasilva.com.br/br asileiros-descobrem-preservacao-de-olhos- em-fosseis/ Figure 2. Peixes piritizados. Figure 1. Coluna estratigráfica da Chapada do Araripe. Figure 4. Exemplar da Família urculionidae.. ST03Ensino e Educação em Geociências P015 SESSÃO POSTER 3 23/08/2018

EXPOSIÇÃO FÓSSEIS DO ARARIPE: POSSÍVEIS ABORDAGENS …cbg2018anais.siteoficial.ws/anexos/st3/8294.pdf · dinossauros terópodes. • Squamata – Dado o pequeno porte desses répteis

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Page 1: EXPOSIÇÃO FÓSSEIS DO ARARIPE: POSSÍVEIS ABORDAGENS …cbg2018anais.siteoficial.ws/anexos/st3/8294.pdf · dinossauros terópodes. • Squamata – Dado o pequeno porte desses répteis

Em dezembro de 2017, a exposição “Fósseis do Araripe” foi inaugurada no Museu do Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo. A Bacia do Araripe abrange parte dos estados do Ceará, Piauí e Pernambuco e é mundialmente conhecida por sua riqueza em fósseis do Cretáceo.

CARACTERÍSTICAS GEOLÓGICAS

A Bacia se estende por 225 km no sentido E-W e aproximadamente 75 km no sentido N-S. Os fósseis que foram encontrados pertencem à Formação Santana, que é constituída dos membros Romualdo, Ipubí e Crato, sendo que os espécimes foram observados nos membros superior e inferior.

POSSÍVEIS FORMAS DE ABORDAGENS

• O Lagerstatten - Se trata de um depósito fossilífero repleto de fósseis e de

elevada preservação. Partindo desta definição, o Membro Crato se caracteriza

como tal, uma vez que a sua formação se deu num ambiente lacustre,

momentaneamente anóxico e com precipitação de carbonato de cálcio.

• As Formas de Preservação- Alguns dos processos que garantem a fossilização são: piritização, limonitização, carbonização e concreções calcárias. Destaca-se a piritização, pois preservou tecidos internos em alguns fósseis, conservação que raramente é encontrada.

REFERÊNCIAS

CARVALHO, M. S. S. De; SANTOS, M. E. C. M. Histórico das Pesquisas Paleontológicas na Bacia do Araripe, Nordeste do Brasil. [History of the Paleontological Research in the Araripe Basin, Northeast Brazil.]. 1. Anuário do Instituto de Geociências, CCMN UFRJ, v. 28, n. 1, p. 15–34, 2005. LIMA, F. J. De; SARAIVA, A. Á. F.; SAYÃO, J. M. REVISÃO DA PALEOFLORA DAS FORMAÇÕES MISSÃO VELHA, CRATO E ROMUALDO, BACIA DO ARARIPE, NORDESTE DO BRASIL. v. 22, n. 1, p. 99–115, 2012. VILA NOVA, B.; A. F. SARAIVA, A.; K. R. MOREIRA, J.; SAYAO, J. Controlled excavations in the Romualdo Formation Lagerstätte (Araripe Basin, Brazil) and pterosaur diversity: Remarks based on new findings. [s.l: s.n.]v. 26

Figure 3. Fóssil de Araripemys barretoi como

amostra de desagregação de crânio.

EXPOSIÇÃO FÓSSEIS DO ARARIPE: POSSÍVEIS ABORDAGENS PARA A PESQUISA ENSINO EM

GEOCIÊNCIAS Faria, B.A.1; Paneghine, F.P.1; Sena, A.M.A.1; Silva, V.H.R.S.1; Souza, S.S.1;

Vieira, M.L.1; Filgueira, D.A.1; Garda, G.M.1

¹ Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo (IGc-USP)

• Fauna e Flora - Os registros fósseis da Bacia do Araripe remetem aos

períodos Jurássico e Cretáceo. A flora Neojurássica é representada por troncos silicificados na Formação Missão Velha, pertencentes a antigas florestas compostas por coníferas. A flora Cretácea, que está registrada em rochas da Formação Santana, apresenta fósseis atribuídos a gimnospermas, angiospermas, fetos e outros componentes, sendo as primeiras o grupo mais abundante. Já a fauna do período Cretáceo é representa por insetos, moluscos, crustáceos, anfíbios, peixes, repteis (tartarugas e pterosauros) e dinossauros terópodes.

• Squamata – Dado o pequeno porte desses répteis e as articulações frágeis entre o crânio e o resto do esqueleto, são encontrados apenas fragmentos de dentes, maxilares e vertebras de lagartos e serpentes.

• Coevolução de Besouros e Plantas - Os primeiros besouros, Belidae,de bico comprido, alimentavam-se dos pólens dos cones das gimnospermas. Evolutivamente, o besouro Curcurlinidae, com um bico mais adaptado, preferiu as angiospermas, polinizando-as e por consequência gerando uma diversificação tanto da sua família quanto das angiospermas.

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Tendo em vista que estes não são os únicos temas disponíveis ao desenvolvimento de estudos, é imprescindível o aprofundamento e a divulgação ampla, para que cada vez mais as pessoas entendam a importância e tenham acesso à produção científica tanto nacional quanto internacional. E nesse propósito, museus como o do Instituto de Geociências da USP, vem trabalhando com o projeto da Chapada do Araripe, apresentando abordagens de ensino a todos aqueles que visitam o espaço.

Figure 5. Exemplar das Angiospermas encontradas na

Chapada do Araripe: Ephedracea.

CONCLUSÃO

INTRODUÇÃO

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Figure 2. Peixes piritizados.

Figure 1. Coluna estratigráfica da Chapada do Araripe.

Figure 4. Exemplar da Família urculionidae..

ST03– Ensino e Educação em Geociências

P015 – SESSÃO POSTER 3

23/08/2018