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ou R$ 84,90 à vista 30 28, R$ sem juros 3X Cartucho HP 74XL 18 ml, CB336WB Cód. 798438 preto www. .com Não abrimos embalagens. Serviço de Atendimento ao Cliente Kalunga SACK 11 3346-9966 Fotos meramente ilustrativas. MG A 11 3347-7000 0800-0195566 www.kalunga.com Vendas Pessoa Jurídica Demais localidades Grande São Paulo parcelas no cartão Kalunga Ganhe 2 Faça já o seu! Faça já o seu! SÃO PAULO CAPITAL • GRANDE SÃO PAULO INTERIOR DE SÃO PAULO • DISTRITO FEDERAL • MINAS GERAIS PARANÁ RIO DE JANEIRO GRANDE RIO DE JANEIRO ADOLFO PINHEIRO: Av. Adolfo Pinheiro, 886 - ARICANDUVA SHOPPING: Av. Aricanduva, 5.555 - AUGUSTA: Rua Augusta, 2.959 BUTANTÃ: Av. Prof. Francisco Morato, 2.100 FREGUESIA DO Ó: Rua Coronel Euclides Machado, 52 - INTERLAGOS: Shopping Interlagos - Avenida Interlagos, 2.255 - IPIRANGA: Rua Bom Pastor, 2.912 - ITAIM: Rua Iguatemi, 321 - JABAQUARA: Av. Jabaquara, 2.450 - LAPA: Av. Ermano Marchetti, 642 - LEOPOLDINA: Av. Imperatriz Leopoldina, 1.170 - MOEMA: Av. dos Imarés, 266 - MORUMBI: Av. Morumbi, 7.625 - PAULISTA: Av. Paulista, 2.300 - PENHA: Shopping Center Penha - Rua Dr. João Ribeiro, 304 - Loja Âncora B - Piso G2 - PINHEIROS: Rua Pedroso de Moraes, 737 - POMPEIA: Av. Francisco Matarazzo, 2.000 - PRAÇA RAMOS: Praça Ramos de Azevedo, 302 - RADIAL LESTE: Av. Alcântara Machado, 4.340 - REBOUÇAS: Av. Rebouças, 2.360 - SANTANA: Rua Voluntários da Pátria, 1.483 - SANTO AMARO: Rua Suzana Rodrigues, 175 - SÃO BENTO: Rua São Bento, 267 - SÃO MIGUEL: Praça Pe. Aleixo Monteiro Mafra, 36 - TATUAPÉ: Rua Vilela, 665 - VERGUEIRO: Rua Vergueiro, 3.305 - VILA GUILHERME: Av. Morvan Dias de Figueiredo, 2.305 - VILA MARIA: Av. Guilherme Cotching, 563 - VILA MARIANA: Rua Domingos de Moraes, 1.118 ALPHAVILLE: Alameda Araguaia, 3.023 B - DIADEMA: Shopping Praça da Moça - Rua Manuel da Nóbrega, 712 - loja 120A - piso Palmeira - GUARULHOS: Av. Aniello - Pratici, 520 - MAUÁ: Mauá Plaza Shopping: Av. Gov. Mário Covaz Júnior, 1 - loja 181 - MOGI DAS CRUZES: Rua Manuel de Oliveira, 310 - OSASCO: Av. dos Autonomistas, 2.543 - Shopping União - Av. dos Autonomistas, 1.400 - SANTO ANDRÉ: Grand Plaza Shopping - Av. Industrial, 600 (loja 156) - S. B. CAMPO: Rua Jurubatuba, 646 - TABOÃO DA SERRA: Praça Nicola Vivilechio, 3 BAURU: Rua Ezequiel Ramos, 5-25 - CAMPINAS: Av. Andrade Neves, 533 - IGUATEMI CAMPINAS: Shopping Iguatemi - Av. Iguatemi, 777 - loja 1 - MARÍLIA: Rua São Luiz, 1.085 - RIBEIRÃO PRETO: Rua Américo Brasiliense, 711 - SANTOS: Av. Dona Ana Costa, 364 - S. J. DOS CAMPOS: Av. Dr. Nelson D’Ávila, 1.005 - S. J. DO RIRETO: Rua General Glicério, 3.112 - SÃO VICENTE: Av. Presidente Wilson, 962 - SOROCABA: Av. General Carneiro, 875/877 BRASÍLIA: SCN - Quadra 1 - Bloco B - loja 1 SAVASSI (BELO HORIZONTE): Avenida do Contorno, 5.873 CURITIBA: Shopping Estação - Av. 7 de Setembro, 2.775 - loja 1.153-57 - LONDRINA: Rua: Benjamin Constant, 1.166 - Centro BANGU: Bangu Shopping - Rua Fonseca, 240 - loja 154 - BARRA: Shopping Via Parque - Av. Ayrton Senna, 3.000 - loja 1.006-A - CENTRO - RJ: Largo São Francisco de Paula, 34 - DEL CASTILHO: Shopping Nova América - Linha Amarela, Saída 5 e Metrô Del Castilho - MADUREIRA: Madureira Shopping - Estrada do Portela, 222 - loja 205 DUQUE DE CAXIAS: Prezunic Center - Rua José de Alvarenga, 95 - loja 95 B - NOVA IGUAÇU: Av. Nilo Peçanha, 639 - Centro. As ofertas anunciadas terão validade em nossas lojas, na Internet e no Televendas. No caso de promoções que envolvam trocas, a apresentação de NF e outras similares terão validade apenas em nossas lojas. Garantimos o estoque de 40 unidades de cada produto ofertado na rede até o término desta promoção ou enquanto durarem nossos estoques. No Televendas, exclusivamente para a capital de São Paulo e Grande Rio de Janeiro, o frete é grátis para compras acima de R$ 250,00. Para os pedidos abaixo desse valor, o frete será por conta do cliente. Promoção para todos os tipos de mercadorias. Para vendas a prazo em cheque, com ou sem juros, somente com aprovação cadastral. Apresentação de CPF, RG, referências pessoais, comprovantes de residência e de rendimentos para Pessoa Física. Para Pessoa Jurídica, acrescer CNPJ, documentos dos sócios, referências comerciais e bancárias. As parcelas mínimas em cheques são de R$ 30,00 cada. Planos para 15, 18 e 24 vezes, parcelas fixas, exclusivo no cartão KalungaAura, taxa de 1,99% ao mês – C.E.T. (Custo Efetivo Total), 27,09% ao ano. Cadastro sujeito à aprovação. Não abrimos embalagens. *Ofertas promocionais válidas de 07/02 a 17/04/2011 ou enquanto durarem os estoques dos produtos participantes e não cumulativas a outras em andamento no mesmo período. Os descontos oferecidos variam conforme o produto participante. Mais informações www.kalunga.com.br/hotsite/carnaval-de-ofertas-hp - - +60 LOJAS AUTOATENDIMENTO Ofertas válidas até 20.3.2011 ou enquanto durarem nossos estoques Cartucho HP 56b 19 ml, preto C6656BB Cód. 798327 à vista 90 24, R$ ou R$ 99,90 à vista 30 33, R$ sem juros 3X Cartucho HP 60XL 11 ml, color CC64WB Cód. 798435 Multifuncional Photosmart eAIO CN731A Velocidade de impressão de até 29 ppm em preto e 23 ppm em cores Cód. 220250 Multifuncional Deskjet 2050 Imprime até 20 ppm em preto e 16 ppm em cores (rascunho, A4) Resolução de até 4800 x 1200 dpi otimizados Cód. 218294 Impressora Officejet OJ 4000 Imprime até 28 ppm em preto e 21 ppm em cores Cód. 775238 83 49, R$ de: R$ 329,00 por: R$ 299,00 à vista sem juros 6X 50 66, R$ de: R$ 499,00 por: R$ 399,00 à vista sem juros 6X Impressora Officejet Pro 8000DN Imprime até 35 ppm em preto e 34 ppm em cores (rascunho) Cód. 775245 SAIBA MAIS *Ofertas promocionais válidas de 07/02 a 17/04/2011 www.kalunga.com.br/hotsite/carnaval-de-ofertas-hp 83 54, R$ de: R$ 399,00 por: R$ 329,00 à vista sem juros 6X 33 66, R$ de: R$ 249,00 por: R$ 199,00 à vista sem juros 3X Impressora Deskjet 1000 Velocidade máxima 16 ppm em preto e 12 ppm em cores (rascunho, A4) Cód. 775236 00 33, R$ de: R$ 149,00 por: R$ 99,00 à vista sem juros 3X ou R$ 84,90 à vista 30 28, R$ sem juros 3X Cartucho HP 60XL 12 ml CC641WB Cód. 798436 , preto Cartucho HP 27b 10 ml, preto everyday C8727BB Cód. 798606 Cartucho HP 60b 4 ml, preto everyday CC636WB Cód. 798607 à vista 90 24, R$ à vista 90 24, R$ F4 tec o Q QUARTA-FEIRA, 16 DE MARÇO DE 2011 ab ab QUARTA-FEIRA, 16 DE MARÇO DE 2011 tec F5 o Q Mulheres criam pouco para Wikipédia Sexo feminino se destaca nas redes Representantes do sexo feminino respondem por cerca de 13% dos que escrevem na enciclopédia colaborativa Estudos mostram que mulheres tomam a dianteira quando o assunto é o uso de sites como Facebook e Twitter Comparação entre textos demonstra inclinação do serviço on-line em direção a interesses masculinos NOAM COHEN DO “NEW YORK TIMES” Em apenas dez anos, a Wi- kipédia atingiu metas notá- veis. Mais de 3,5 milhões de artigos em inglês? Feito. Mais de 250 idiomas disponíveis? Claro. Mas outro número se provou ser um obstáculo pa- ra a enciclopédia on-line: pesquisas sugerem que me- nos de 15% de suas centenas de milhares de colaborado- res é formada por mulheres. Há cerca de um ano atrás, uma pesquisa da base de co- laboradores da Wikipédia mostrou que o índice de re- presentantes do sexo femini- no era de cerca de 13%. O es- tudo é da Universidade das Nações Unidas e da Universi- dade de Maastricht. Sue Gardner, diretora-exe- cutiva da fundação Wikime- dia (que mantém a Wikipé- dia), estabeleceu a meta de aumentar as contribuições femininas para 25% até 2015, mas ela está correndo contra as tradições do mundo da in- formática. Seu esforço não é só pela diversidade, ela diz. “[Esta- beleço essa meta] por querer garantir que a enciclopédia esteja tão boa quanto pode ser”, disse Gardner. “A dife- rença entre a Wikipédia e ou- tros produtos editoriais é que os colaboradores da Wikipé- dia não são profissionais, eles são chamados para tra- zer o que sabem.” Com tantos assuntos re- presentados na enciclopédia on-line —quase tudo tem um artigo na Wikipédia— a dis- paridade entre os gêneros frequentemente aparece. Um tópico geralmente restrito a meninas adolescentes, como pulseiras de amizade, parece pequeno quando comparado a artigos sobre itens de inte- resse de meninos adolescen- tes, como soldadinhos de brinquedo. Considere também as dife- renças entre os artigos rela- cionados a duas séries da HBO. A entrada sobre “Sex and the City” inclui peque- nos resumos de cada episó- dio, às vezes com apenas duas ou três frases. Já a sobre “Família Soprano” inclui longos e detalhados artigos sobre cada episódio. A noção de que um projeto colaborativo e aberto a todos é tão inclinado aos homens pode ser surpreendente. Afi- nal, não existe um time de executivos favorecendo os homens, como pode aconte- cer no mundo corporativo. A Wikipédia é mais como um experimento de escrita, um jogo em que cada um adicio- na um pouco para construir um trabalho maior. Os colaboradores mais an- tigos da Wikipédia comparti- lham várias características com a multidão hacker, diz Joseph Reagle, da Universi- dade de Harvard. Isso inclui uma ideologia que resiste aos esforços de impor regras ou até objetivos —como a diver- sidade—, assim como uma cultura que pode desencora- jar as mulheres. “É irônico”, ele disse, “porque eu gosto dessas coi- sas —liberdade, abertura, ideias igualitárias—, mas eu acho que, em certa medida, elas estão escondendo pro- blemas que você encontra no mundo real.” Adotar a abertura significa “aceitar cada dificuldade, in- cluindo pessoas difíceis, até misóginos”, ele afirmou. “Então, é preciso haver uma grande discussão sobre se existe um problema.” Sue Gardner contou que o artigo da Wikipédia sobre uma de suas autoras favori- tas, Pat Barker, tinha meros três parágrafos quando ela o encontrou. Ela é uma escrito- ra aclamada de 67 anos, que vive na Inglaterra. Do outro lado, Niko Bellic tinha um texto quase cinco vezes maior que o de Barker. É tudo uma questão de de- mografia: Bellic é um perso- nagem do videogame Grand Theft Auto IV. Cada vez mais, o público vai à Wikipédia para fazer pesquisas. De acordo com um estudo recente do Pew Research Center, a porcenta- gem de adultos norte-ameri- canos que usa o site para pro- curar informações subiu pa- ra 42% em maio de 2010 —em fevereiro de 2007, o número era de 25%. Tradução de AMANDA DEMETRIO Elas passam mais tempo on-line e sua presença na internet cresce com mais rapidez, diz pesquisa DE SÃO PAULO As mulheres são maioria quando o assunto é uso de re- des sociais, ao menos de acordo com pesquisas que envolvem brasileiras, mexi- canas e norte-americanas. No Brasil, elas são mais en- gajadas a redes como Face- book, Twitter e Orkut, quan- do comparadas a eles. O estudo de outubro de 2010 da comScore mostra que as brasileiras consomem 31% mais conteúdo do que os brasileiros no Facebook. Ainda assim, nenhuma das três redes tem mulheres em seu conselho de direto- res, apesar de o Facebook ter colocado Sheryl Sandberg em uma posição determinan- te nas decisões da empresa. Nos Estados Unidos, um balanço geral das mídias di- gitais de 2010 mostrou a ten- dências das norte-america- nas de aumentar sua lideran- ça quanto ao tempo gasto nos sites sociais. A pesquisa, também da consultoria comScore, mos- tra que as norte-americanas passaram 16,8% do seu tem- po em sites de redes sociais em dezembro de 2010 —um crescimento de 4,5 pontos percentuais em relação ao ano anterior. Já os homens passaram 12% do seu tempo na mesma atividade, também em de- zembro de 2010 —com um aumento de 2,9 pontos per- centuais em relação ao mes- mo período, em 2009. A comScore afirma que, além de o tempo de uso das redes sociais por mulheres ser maior que o dos homens, ele cresceu de maneira mais acelerada entre os anos de 2009 e 2010. Pesquisa realizada entre as contas ativas do Twitter no México mostrou que a maio- ria delas é comandada por mulheres, segundo informa- ções do site milenio.com. OPORTUNIDADE Entre as várias mulheres presentes em redes sociais, a chef de cozinha Bridget Da- vis (@bridget _cooks) foi considerada uma das tuitei- ras mais influentes do mun- do pelo site Bitrebels.com. Dona do theinternetchef. biz, ela conta que, até 2009, não tinha vida virtual —“mal tinha uma conta de e-mail”. Foi o ano que seu marido aderiu ao Twitter e que ela decidiu segui-lo e experi- mentar a ferramenta, “sem grandes intenções de criar uma vida on-line”, conta. “Antes que eu percebesse, já tinha escrito meu primeiro artigo para o The Internet Chef”, contou, à Folha,a chef, que mora em Sydney, na Austrália. Em seu site, ela publica, basicamente, informações, opiniões e vídeos relaciona- dos à comida. Comparando a indústria da tecnologia com a gour- met, ela conta que o mercado de chefs ainda é predomi- nantemente masculino, ao menos na Austrália. Ela é só elogios à internet. “Por outro lado, eu acho a in- ternet uma fonte maravilho- sa para me conectar com ou- tras mulheres ao redor do mundo”, contou. EGITO Durante a onda de protes- tos que terminou com a que- da de Hosni Mubarak, que governou o Egito por 30 anos, uma jovem de 26 anos mostrou ousadia por meio das redes. Asmaa Mahfouz gravou um vídeo em 18 de janeiro, o postou no YouTube e o com- partilhou por meio de sua pá- gina no Facebook (veja em bit.ly/egitoasmaa ). Em dias, as imagens haviam se espalhado. Olhando para a câmera, Mahfouz diz: “Quem diz que as mulheres não deveriam ir aos protestos porque irão apanhar, tenham honra e hombridade e venham comi- go [para um protesto] no dia 25 de janeiro. Vocês não pre- cisam ir para a praça Tahrir. Apenas vão a algum lugar e digam que somos seres hu- manos livres.” De acordo com o site boingboing.net, alguns es- pecialistas creditam ao vídeo o fato de o governo egípcio ter decidido bloquear a rede social Facebook no país na época do conflito. (AMANDA DEMETRIO) [Desejo aumentar o número de colaboradoras] por querer garantir que a enciclopédia esteja tão boa quanto pode ser SUE GARDNER diretora da Fundação Wikimedia [Adotar a abertura significa] “aceitar cada dificuldade, incluindo pessoas difíceis, até a misóginos JOSEPH REAGLE da Universidade de Harvard Acho a internet uma fonte maravilhosa para me conectar com outras mulheres ao redor do mundo BRIDGET DAVIS chef, considerada uma das mulheres mais influentes do Twitter Vocês não precisam ir para a praça Tahrir. Apenas vão a algum lugar e digam que somos seres humanos livres ASMAA MAHFOUZ Jovem egípcia, em vídeo postado no YouTube, durante os protestos que derrubaram Hosni Mubarak Reprodução ANÁLISE Brasileiras encontram chances com o crescimento da internet FOTO 2.0 34.0 No mundo da tecnologia, há uma brecha digital de gênero, raça e classe GRACIELA NATANSOHN KARLA BRUNET ESPECIAL PARA A FOLHA Recentemente, surgiram notícias de que as mulheres lideram no uso de redes so- ciais como Facebook, Twitter e Orkut. Um dado relevante, que mostra a familiaridade delas com o uso das redes so- ciais. Ao mesmo tempo, nos questionamos: onde estão as mulheres na liderança nes- ses serviços de internet? Se pegarmos, por exem- plo, os maiores êxitos da in- ternet dos últimos anos —Google, Facebook e Twit- ter, por exemplo—, notamos que todos foram criados por homens. Ainda assim, elas representam a maioria dos usuários desses serviços. Outra constatação similar surge quando comparamos a quantidade de mulheres e homens em cursos e congres- sos de computação, informá- tica e software. A grande maioria de participantes apresentando trabalhos teó- ricos e práticos são homens. Onde estão as mulheres? Nesse cenário, elas não partilham de igual a igual com eles no acesso à cultura digital. Mesmo um olhar lei- go perceberá que a relação entre mulheres e internet não é muito diferente da entre mulheres e mídias tradicio- nais: a imagem delas é supe- rexplorada para a pornogra- fia e, na maioria das vezes, com viés preconceituoso. Do outro lado, portais diri- gidos à mulher repetem este- reótipos sexistas tradicio- nais, que remetem a mulher ao lar, às compras, à beleza, à saúde e ao consumo. Há uma brecha digital de gênero, raça e classe: ser mu- lher e ser negra é estar entre as mais pobres dentre as po- bres. O acesso ao computa- dor é afetado pela pouca in- serção feminina em postos de decisão técnica, no desen- volvimento de tecnologias úteis para elas e na produção de conteúdo. O Brasil tem grande quan- tidade de mulheres interes- sadas no tema, que traba- lham e sabem muito de tec- nologia, mas elas não estão nas mais altas instâncias de poder: na Anatel, no Comitê Gestor de Internet e no Minis- tério das Comunicações. Há temas mais prioritários na agenda das mulheres, di- zem uns: perante a violência, o assédio moral e sexual, os problemas de saúde e mora- dia, a tecnologia é menor. Nada mais falso: a internet é uma excelente ferramenta para que elas possam se de- fender e se informar. O desafio é fazer das mu- lheres sujeitos da comunica- ção em redes, e não meras usuárias. Devem ser agentes ativas nos processos de dese- nho, aplicação, recepção e avaliação de projetos em re- de. E fazer da tecnologia, a sua aliada. No bojo da luta pela demo- cratização da comunicação, é preciso —e urgente— que as usuárias de internet perce- bam as tecnologias da infor- mação e comunicação com um olhar estratégico, como ferramentas de criação, ex- pressão, produção e fortale- cimento individual e das or- ganizações de mulheres. GRACIELA NATANSOHN e KARLA BRUNET estudam cibercultura e feminismo na Universidade Federal da Bahia (labdebug.net ) DE SÃO PAULO Usuárias assíduas de in- ternet, três brasileiras agar- raram as oportunidades tra- zidas pelos meios digitais pa- ra ter sucesso profissional. Andiara Peterlle, que co- meçou em 1997 no antigo Ca- dê?, conta que sua história profissional sempre esteve li- gada à internet. A partir de 2005, ela assu- miu o portal feminino Bolsa de Mulher (bolsademulher. com) com a ideia de mudar o perfil da empresa. Segundo ela, o site passou a atuar em conteúdo para TV por assina- tura, comércio eletrônico e educação eletrônica, entre outras áreas. Mesmo tendo começado cedo, ela conta que nunca te- ve problemas para ser aceita: “O mercado de tecnologia e novas mídias é novo, feito por pessoas jovens e um ex- celente segmento para mu- lheres empreenderem.” Com público certo, Fer- nanda Floret entrou no mer- cado da internet para dar di- cas relacionadas a casamen- to. “Uma amiga me disse que eu tinha ideias legais e que eu deveria escrever um blog”, conta. Hoje, ela man- tém o vestidadenoiva.com. Com público majoritaria- mente feminino, ela afirma que as mulheres usam a in- ternet como “fonte principal de pesquisa mesmo para as- suntos do dia a dia”. “Aquela boa conversa de mulherezi- nhas acontece on-line tam- bém”, completa. Já Thais de Almeida diz que optou pela internet quando decidiu ter o próprio negócio. Com a Álom Comu- nicação em Negócios (alom.com.br), ela publica revistas digitais integradas com as redes sociais. Para ela, a falta de profissionais qualificados foi uma vanta- gem “independente de eu ser mulher.” (AD) A professora Alexandra Juhasz, em vídeo do YouTube Divulgação/TED Women FOTO 2.0 24.0 “O uso delas está definindo uma parte da internet”, diz Juhasz DE SÃO PAULO Alexandra Juhasz não é uma acadêmica tradicional. O fato fica evidente com o no- vo lançamento da pesquisa- dora: um videolivro, gratui- to, sobre o YouTube (bit.ly/ alexjuhasz). Um trabalho em que o site de vídeos é o as- sunto, a forma, o método, o problema e a solução. Autora de artigos sobre fe- minismo, ela dá deu aulas em instituições como a Uni- versidade de Nova York e o Pitzer College. Trabalhando com tecnologia, ela diz que as mulheres vieram mais len- tamente para o digital, mas os números só crescem. A pesquisadora diz que o uso que elas fazem da internet es- tá redefinindo algumas das experiências on-line. Confira trechos da conver- sa com Juhasz. (AD) Folha - Como surgiu esse pro- jeto sobre o YouTube? Alexandra Juhasz - Em 2007, eu estava bem curiosa para entender o YouTube. Era um fenômeno novo, e o que eu via era ridiculamente engraçado e esquecível, ao mesmo tempo. Eram vídeos sobre os quais eu não me im- portava em pensar sobre. En- tão, ensinei uma classe sobre o YouTube e pelo YouTube. Quando comecei a dar au- la sobre o site, eu também queria que aquela crítica fi- casse dentro do YouTube, o espaço sobre o qual eu estava pensando. Para entender um fenômeno contemporâneo, queria fazer isso lá, na inter- net e com novas linguagens. Por que o YouTube? Sou professora de filmes e estudei o ativismo audiovi- sual por toda a minha carrei- ra. Sempre me interessei pe- los meios com os quais as pessoas usam vídeos, mas quando escrevo sobre o You- Tube, também estou falando sobre experiências mais ge- rais da internet. Fomos ensi- nados que ele é democrático, mas não é. Nem todos têm acesso a esse tipo de tecnolo- gia. Mesmo se você tem aces- so, o YouTube é um ambiente on-line que não permite, por exemplo, o bate-papo. São decisões feitas para estrutu- rar a experiência. Você vê poucas pesquisado- ras mulheres em tecnologia? Acho que as mulheres vie- ram mais lentamente para a tecnologia do que os ho- mens, por causa de estrutu- ras velhas e sexistas. Mas o fato é que os números de usuárias de internet estão crescendo. As mulheres es- tão definindo algumas des- sas experiências on-line com o seu uso. Essa ausência [de pesquisadoras] é um enten- dimento antiquado da coisa. Comecei a estudar o YouTu- be por causa das questões que sempre foram importan- tes. Não queria estudar a tec- nologia, queria estudar seres humanos criando. Entender a tecnologia é entender a existência humana. Sheryl Sandberg, do Facebook, fala em palestra do TED “Para elas, as decisões são mais difíceis”, diz executiva de rede DE SÃO PAULO Sheryl Sandberg é uma das mulheres mais podero- sas do setor da tecnologia —ela coordena as operações do Facebook, maior rede so- cial do mundo. Ainda assim, conta que já enfrentou situa- ções constrangedoras por se arriscar em um mercado es- sencialmente masculino. “Eu estava em um escritó- rio em Nova York e, depois de duas horas de reunião, preci- sei ir ao banheiro. O homem que conduzia a reunião ficou constrangido e disse não sa- ber onde era o feminino”, conta a executiva. Ela diz ter perguntando se eles haviam acabado de se mudar, mas ouviu que eles haviam se instalado no local “há cerca de um ano”. “Eu fui a única mulher em um ano a pisar aqui?”, perguntou. O homem disse que era, ao me- nos, a primeira que pergun- tar do banheiro. Para Sandberg, as mulhe- res ainda não estão chegan- do ao topo. Entre os motivos para tal, ela diz que elas “en- frentam decisões mais difí- ceis entre o sucesso profissio- nal e a realização pessoal.” A executiva falou durante o TED Women, uma série de palestras sobre mulheres. Veja o vídeo em bit.ly/ sheryls (em inglês). (AD)

F4 teco QQUARTA-FEIRA,16DEMARÇ QUARTA-FEIRA ...gigaufba.net/wp-content/uploads/2011/10/Karla-Graciela.pdf · ou R$ 84,90 àvista 28,30 R$ sem juros 3X Cartucho HP 74XL 18 ml, CB336WB

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ADOLFO PINHEIRO: Av.Adolfo Pinheiro, 886 - ARICANDUVASHOPPING: Av.Aricanduva, 5.555 - AUGUSTA: RuaAugusta, 2.959 BUTANTÃ: Av. Prof. Francisco Morato, 2.100 FREGUESIADO Ó: Rua Coronel Euclides Machado, 52 - INTERLAGOS: Shopping Interlagos -Avenida Interlagos, 2.255 - IPIRANGA: Rua Bom Pastor, 2.912 - ITAIM: Rua Iguatemi, 321 - JABAQUARA: Av. Jabaquara, 2.450 - LAPA: Av. Ermano Marchetti, 642 - LEOPOLDINA: Av. Imperatriz Leopoldina, 1.170 - MOEMA:Av. dos Imarés, 266 - MORUMBI: Av. Morumbi, 7.625 - PAULISTA: Av. Paulista, 2.300 - PENHA: Shopping Center Penha - Rua Dr. João Ribeiro, 304 - Loja Âncora B - Piso G2 - PINHEIROS: Rua Pedroso de Moraes, 737 - POMPEIA: Av. Francisco Matarazzo, 2.000 - PRAÇARAMOS: Praça Ramos deAzevedo, 302 - RADIAL LESTE: Av.Alcântara Machado, 4.340 - REBOUÇAS: Av. Rebouças, 2.360 - SANTANA: Rua Voluntários da Pátria, 1.483 - SANTOAMARO: Rua Suzana Rodrigues, 175 - SÃO BENTO: Rua São Bento,267 - SÃO MIGUEL: Praça Pe.Aleixo Monteiro Mafra, 36 - TATUAPÉ: Rua Vilela, 665 - VERGUEIRO: Rua Vergueiro, 3.305 - VILA GUILHERME: Av. Morvan Dias de Figueiredo, 2.305 - VILA MARIA: Av. Guilherme Cotching, 563 - VILA MARIANA: Rua Domingos de Moraes, 1.118 ALPHAVILLE:AlamedaAraguaia, 3.023 B - DIADEMA: Shopping Praça da Moça - Rua Manuel da Nóbrega, 712 - loja 120A- piso Palmeira - GUARULHOS:Av.Aniello - Pratici, 520 - MAUÁ: Mauá Plaza Shopping:Av.Gov. Mário Covaz Júnior, 1 - loja 181 - MOGI DAS CRUZES: Rua Manuel de Oliveira, 310 - OSASCO: Av. dos Autonomistas, 2.543 - Shopping União - Av. dos Autonomistas, 1.400 - SANTO ANDRÉ: Grand Plaza Shopping - Av. Industrial, 600 (loja 156) - S. B. CAMPO: Rua Jurubatuba, 646 - TABOÃO DA SERRA: Praça Nicola Vivilechio, 3 BAURU: Rua Ezequiel Ramos, 5-25 - CAMPINAS: Av. Andrade Neves, 533 - IGUATEMI CAMPINAS: Shopping Iguatemi - Av. Iguatemi, 777 - loja 1 -MARÍLIA: Rua São Luiz, 1.085 - RIBEIRÃO PRETO: RuaAmérico Brasiliense, 711 - SANTOS: Av. DonaAna Costa, 364 - S. J. DOS CAMPOS: Av. Dr. Nelson D’Ávila, 1.005 - S. J. DO RIRETO: Rua General Glicério, 3.112 - SÃO VICENTE: Av. Presidente Wilson, 962 - SOROCABA: Av. General Carneiro, 875/877 BRASÍLIA: SCN - Quadra 1 - Bloco B - loja 1 SAVASSI (BELO HORIZONTE): Avenida do Contorno, 5.873 CURITIBA: Shopping Estação -Av. 7 de Setembro,2.775 - loja 1.153-57 - LONDRINA: Rua: Benjamin Constant, 1.166 - Centro BANGU: Bangu Shopping - Rua Fonseca, 240 - loja 154 - BARRA: Shopping Via Parque -Av.Ayrton Senna, 3.000 - loja 1.006-A - CENTRO - RJ: Largo São Francisco de Paula, 34 - DEL CASTILHO: Shopping NovaAmérica - LinhaAmarela, Saída 5 e Metrô Del Castilho - MADUREIRA: Madureira Shopping - Estrada do Portela, 222 - loja 205 DUQUE DE CAXIAS: Prezunic Center - Rua José deAlvarenga, 95 - loja 95 B - NOVA IGUAÇU: Av. Nilo Peçanha, 639 - Centro.As ofertas anunciadas terão validade em nossas lojas, na Internet e no Televendas. No caso de promoções que envolvam trocas, a apresentação de NF e outras similares terão validade apenas em nossas lojas. Garantimos o estoque de 40 unidades de cada produto ofertado na rede até o término desta promoção ou enquanto durarem nossos estoques. No Televendas, exclusivamente para a capital de São Paulo e Grande Rio de Janeiro, o frete é grátispara compras acima de R$ 250,00. Para os pedidos abaixo desse valor, o frete será por conta do cliente. Promoção para todos os tipos de mercadorias. Para vendas a prazo em cheque, com ou sem juros, somente com aprovação cadastral.Apresentação de CPF, RG, referências pessoais, comprovantes de residência e de rendimentos para Pessoa Física. Para Pessoa Jurídica, acrescer CNPJ, documentos dos sócios, referências comerciais e bancárias.As parcelas mínimas em cheques são de R$ 30,00 cada. Planos para 15,18 e 24 vezes, parcelas fixas, exclusivo no cartão KalungaAura, taxa de 1,99% ao mês – C.E.T. (Custo Efetivo Total), 27,09% ao ano. Cadastro sujeito à aprovação. Não abrimos embalagens. *Ofertas promocionais válidas de 07/02 a 17/04/2011 ou enquanto durarem os estoques dos produtos participantes e não cumulativas a outras em andamento no mesmo período. Os descontos oferecidos variam conforme o produto participante. Mais informações www.kalunga.com.br/hotsite/carnaval-de-ofertas-hp

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F4 teco QQUARTA-FEIRA, 16 DEMARÇO DE 2011 ab ab QUARTA-FEIRA, 16 DE MARÇO DE 2011 tec F5o Q

Mulheres criampoucoparaWikipédia Sexo feminino se destacanas redesRepresentantes do sexo feminino respondem por cerca de 13% dos que escrevem na enciclopédia colaborativa Estudosmostram quemulheres tomam a dianteira quando o assunto é o uso de sites como Facebook e Twitter

Comparaçãoentretextosdemonstrainclinaçãodoserviçoon-lineemdireçãoainteressesmasculinos

NOAM COHENDO “NEW YORK TIMES”

Emapenas dez anos, aWi-kipédia atingiu metas notá-veis. Mais de 3,5 milhões deartigoseminglês?Feito.Maisde 250 idiomas disponíveis?Claro. Mas outro número seprovou ser um obstáculo pa-ra a enciclopédia on-line:pesquisas sugerem que me-nos de 15% de suas centenasde milhares de colaborado-resé formadapormulheres.Há cerca de um ano atrás,

uma pesquisa da base de co-laboradores da Wikipédiamostrou que o índice de re-presentantes do sexo femini-no era de cerca de 13%. O es-

tudo é da Universidade dasNaçõesUnidas edaUniversi-dadedeMaastricht.Sue Gardner, diretora-exe-

cutiva da fundação Wikime-dia (que mantém a Wikipé-dia), estabeleceu a meta deaumentar as contribuiçõesfemininas para 25%até 2015,mas ela está correndo contraas tradições domundo da in-formática.Seu esforço não é só pela

diversidade, ela diz. “[Esta-beleço essa meta] por querer

garantir que a enciclopédiaesteja tão boa quanto podeser”, disse Gardner. “A dife-rença entre aWikipédia e ou-tros produtos editoriais équeos colaboradores da Wikipé-dia não são profissionais,eles são chamados para tra-zeroquesabem.”Com tantos assuntos re-

presentados na enciclopédiaon-line—quase tudo tem umartigo na Wikipédia— a dis-paridade entre os gênerosfrequentemente aparece.Umtópico geralmente restrito ameninas adolescentes, comopulseiras de amizade, parecepequeno quando comparadoa artigos sobre itens de inte-resse de meninos adolescen-tes, como soldadinhos debrinquedo.Considere tambémas dife-

renças entre os artigos rela-cionados a duas séries daHBO. A entrada sobre “Sexand the City” inclui peque-nos resumos de cada episó-

dio, às vezes com apenasduas ou três frases. Já a sobre“Família Soprano” incluilongos e detalhados artigossobrecadaepisódio.Anoçãodequeumprojeto

colaborativo e aberto a todosé tão inclinado aos homenspode ser surpreendente. Afi-nal, não existe um time deexecutivos favorecendo oshomens, como pode aconte-cer no mundo corporativo. AWikipédia é mais como umexperimento de escrita, umjogo em que cada um adicio-na um pouco para construirumtrabalhomaior.Os colaboradoresmais an-

tigos daWikipédia comparti-lham várias característicascom a multidão hacker, dizJoseph Reagle, da Universi-dade de Harvard. Isso incluiumaideologiaqueresisteaosesforços de impor regras ouaté objetivos —como a diver-sidade—, assim como umacultura que pode desencora-

jarasmulheres.“É irônico”, ele disse,

“porque eu gosto dessas coi-sas —liberdade, abertura,ideias igualitárias—, mas euacho que, em certa medida,elas estão escondendo pro-blemasque você encontranomundoreal.”Adotar a abertura significa

“aceitar cada dificuldade, in-cluindo pessoas difíceis, atémisóginos”, ele afirmou.“Então, é preciso haver umagrande discussão sobre se

existeumproblema.”Sue Gardner contou que o

artigo da Wikipédia sobreuma de suas autoras favori-tas, Pat Barker, tinha merostrês parágrafos quando ela oencontrou. Ela éumaescrito-ra aclamada de 67 anos, quevivenaInglaterra.Do outro lado, Niko Bellic

tinha um texto quase cincovezes maior que o de Barker.É tudo uma questão de de-mografia: Bellic é um perso-nagem do videogame GrandTheftAutoIV.Cada vez mais, o público

vai à Wikipédia para fazerpesquisas. De acordo comum estudo recente do PewResearch Center, a porcenta-gem de adultos norte-ameri-canosqueusaositeparapro-curar informações subiu pa-ra42%emmaiode2010—emfevereiro de 2007, o númeroerade25%.

Tradução deAMANDADEMETRIO

Elaspassammaistempoon-linee suapresençana internetcresce commaisrapidez, dizpesquisa

DE SÃO PAULO

As mulheres são maioriaquandooassuntoéusodere-des sociais, ao menos deacordo com pesquisas queenvolvem brasileiras, mexi-canasenorte-americanas.NoBrasil, elassãomaisen-

gajadas a redes como Face-book, Twitter e Orkut, quan-docomparadasaeles.O estudo de outubro de

2010 da comScore mostraque as brasileiras consomem31%maisconteúdodoqueosbrasileirosnoFacebook.Ainda assim, nenhuma

das três redes tem mulheresem seu conselho de direto-res, apesar de o Facebook ter

colocado Sheryl Sandbergemumaposiçãodeterminan-tenasdecisõesdaempresa.Nos Estados Unidos, um

balanço geral das mídias di-gitais de 2010 mostrou a ten-dências das norte-america-nasde aumentar sua lideran-ça quanto ao tempo gastonossitessociais.A pesquisa, também da

consultoria comScore, mos-tra que as norte-americanaspassaram 16,8% do seu tem-po em sites de redes sociais

em dezembro de 2010 —umcrescimento de 4,5 pontospercentuais em relação aoanoanterior.Já os homens passaram

12% do seu tempo namesmaatividade, também em de-zembro de 2010 —com umaumento de 2,9 pontos per-centuais em relação ao mes-moperíodo,em2009.A comScore afirma que,

além de o tempo de uso dasredes sociais por mulheresser maior que o dos homens,ele cresceu de maneira maisacelerada entre os anos de2009e2010.Pesquisa realizada entre

ascontasativasdoTwitternoMéxico mostrou que a maio-ria delas é comandada pormulheres, segundo informa-çõesdositemilenio.com.

OPORTUNIDADEEntre as várias mulheres

presentes em redes sociais, achef de cozinha Bridget Da-

vis (@bridget _cooks) foiconsiderada uma das tuitei-ras mais influentes do mun-dopelositeBitrebels.com.Dona do theinternetchef.

biz, ela conta que, até 2009,não tinha vida virtual—“maltinhaumacontadee-mail”.Foi o ano que seu marido

aderiu ao Twitter e que eladecidiu segui-lo e experi-mentar a ferramenta, “semgrandes intenções de criarumavidaon-line”,conta.“Antes que eu percebesse,

já tinha escritomeu primeiroartigo para o The InternetChef”, contou, à Folha, achef, que mora em Sydney,naAustrália.Em seu site, ela publica,

basicamente, informações,opiniões e vídeos relaciona-dosàcomida.Comparando a indústria

da tecnologia com a gour-met, ela contaqueomercadode chefs ainda é predomi-nantemente masculino, ao

menosnaAustrália.Ela é só elogios à internet.

“Por outro lado, eu achoa in-ternet uma fonte maravilho-sa para me conectar com ou-tras mulheres ao redor domundo”, contou.

EGITODurante a onda de protes-

tos que terminou com a que-da de Hosni Mubarak, quegovernou o Egito por 30anos, uma jovem de 26 anosmostrou ousadia por meio

dasredes.Asmaa Mahfouz gravou

um vídeo em 18 de janeiro, opostou no YouTube e o com-partilhoupormeiodesuapá-gina no Facebook (veja embit.ly/egitoasmaa). Emdias, as imagens haviam seespalhado.Olhando para a câmera,

Mahfouz diz: “Quem diz queas mulheres não deveriam iraos protestos porque irãoapanhar, tenham honra ehombridade e venham comi-go [para um protesto] no dia25 de janeiro. Vocês não pre-cisam ir para a praça Tahrir.Apenas vão a algum lugar edigam que somos seres hu-manos livres.”De acordo com o site

boingboing.net, alguns es-pecialistas creditam ao vídeoo fato de o governo egípcioter decidido bloquear a redesocial Facebook no país naépocadoconflito.(AMANDA DEMETRIO)

“[Desejoaumentar o númerode colaboradoras]por querer garantirque a enciclopédiaesteja tão boa quantopode serSUE GARDNERdiretora da FundaçãoWikimedia

“[Adotar aabertura significa]“aceitar cadadificuldade,incluindo pessoasdifíceis, até amisóginosJOSEPH REAGLEda Universidade de Harvard

“Acho a internetuma fontemaravilhosa parameconectar comoutrasmulheres ao redor domundoBRIDGET DAVISchef, considerada uma das mulheresmais influentes do Twitter

“Vocês nãoprecisam ir para apraça Tahrir. Apenasvão a algum lugar edigamque somosseres humanos livresASMAAMAHFOUZJovem egípcia, em vídeo postado noYouTube, durante os protestos quederrubaram Hosni Mubarak

Reprodução

ANÁLISE Brasileiras encontram chancescom o crescimento da internet

FOTO2.034.0

Nomundoda tecnologia, há umabrecha digital de gênero, raça e classeGRACIELA NATANSOHNKARLA BRUNETESPECIAL PARA A FOLHA

Recentemente, surgiramnotícias de que as mulhereslideram no uso de redes so-ciais comoFacebook, Twittere Orkut. Um dado relevante,que mostra a familiaridadedelas comousodas redes so-ciais. Ao mesmo tempo, nosquestionamos: onde estão asmulheres na liderança nes-sesserviçosdeinternet?Se pegarmos, por exem-

plo, os maiores êxitos da in-ternet dos últimos anos—Google, Facebook e Twit-ter, por exemplo—, notamosque todos foram criados porhomens. Ainda assim, elasrepresentam a maioria dosusuáriosdessesserviços.Outra constatação similar

surge quando comparamosaquantidade de mulheres ehomensemcursosecongres-sos de computação, informá-tica e software. A grandemaioria de participantesapresentando trabalhos teó-ricos e práticos são homens.Ondeestãoasmulheres?Nesse cenário, elas não

partilham de igual a igualcom eles no acesso à culturadigital. Mesmo um olhar lei-go perceberá que a relaçãoentremulhereseinternetnãoé muito diferente da entremulheres e mídias tradicio-nais: a imagem delas é supe-rexplorada para a pornogra-fia e, na maioria das vezes,comviéspreconceituoso.Do outro lado, portais diri-

gidos àmulher repetem este-reótipos sexistas tradicio-nais, que remetem a mulher

aolar,àscompras,àbeleza,àsaúdeeaoconsumo.Há uma brecha digital de

gênero, raça e classe: sermu-lher e ser negra é estar entreas mais pobres dentre as po-bres. O acesso ao computa-dor é afetado pela pouca in-serção feminina em postosdedecisão técnica, nodesen-volvimento de tecnologiasúteis para elas enaproduçãodeconteúdo.O Brasil tem grande quan-

tidade de mulheres interes-sadas no tema, que traba-lham e sabem muito de tec-nologia, mas elas não estãonas mais altas instâncias depoder: na Anatel, no ComitêGestorde Internet enoMinis-tériodasComunicações.Há temasmais prioritários

na agenda das mulheres, di-zemuns:peranteaviolência,

o assédio moral e sexual, osproblemas de saúde e mora-dia,a tecnologiaémenor.Nadamais falso: a internet

é uma excelente ferramentapara que elas possam se de-fenderese informar.O desafio é fazer das mu-

lheres sujeitos da comunica-ção em redes, e não merasusuárias. Devem ser agentesativas nosprocessos dedese-nho, aplicação, recepção eavaliação de projetos em re-de. E fazer da tecnologia, asuaaliada.Nobojoda lutapelademo-

cratização da comunicação,épreciso—eurgente—queasusuárias de internet perce-bam as tecnologias da infor-mação e comunicação comum olhar estratégico, comoferramentas de criação, ex-pressão, produção e fortale-cimento individual e das or-ganizaçõesdemulheres.GRACIELANATANSOHN eKARLABRUNETestudamcibercultura e feminismonaUniversidade Federal da Bahia(labdebug.net )

DE SÃO PAULO

Usuárias assíduas de in-ternet, três brasileiras agar-raram as oportunidades tra-zidaspelosmeiosdigitais pa-ra tersucessoprofissional.Andiara Peterlle, que co-

meçou em1997 no antigo Ca-dê?, conta que sua históriaprofissional sempre esteve li-gadaà internet.A partir de 2005, ela assu-

miu o portal feminino Bolsade Mulher (bolsademulher.com) coma ideia demudaroperfil da empresa. Segundoela, o site passou a atuar emconteúdoparaTVporassina-tura, comércio eletrônico eeducação eletrônica, entreoutrasáreas.Mesmo tendo começado

cedo, ela contaquenunca te-ve problemas para ser aceita:“O mercado de tecnologia enovas mídias é novo, feitopor pessoas jovens e um ex-celente segmento para mu-lheresempreenderem.”

Com público certo, Fer-nanda Floret entrou no mer-cado da internet para dar di-cas relacionadas a casamen-to. “Umaamigamedisse queeu tinha ideias legais e queeu deveria escrever umblog”, conta. Hoje, ela man-témovestidadenoiva.com.Com público majoritaria-

mente feminino, ela afirmaque as mulheres usam a in-ternet como “fonte principalde pesquisa mesmo para as-suntos dodia adia”. “Aquelaboa conversa de mulherezi-nhas acontece on-line tam-bém”, completa.Já Thais de Almeida diz

que optou pela internetquando decidiu ter o próprionegócio. Com a Álom Comu-n icação em Negóc i os(alom.com.br), ela publicarevistas digitais integradascom as redes sociais. Paraela, a falta de profissionaisqualificados foi uma vanta-gem“independentedeeu sermulher.” (AD) AprofessoraAlexandra Juhasz, emvídeodoYouTube

Divulgação/TEDWomen

FOTO2.024.0

“O uso delas está definindo umaparte da internet”, diz JuhaszDE SÃO PAULO

Alexandra Juhasz não éuma acadêmica tradicional.O fato ficaevidentecomono-vo lançamento da pesquisa-dora: um videolivro, gratui-to, sobre o YouTube (bit.ly/alexjuhasz). Um trabalhoemqueositedevídeoséoas-sunto, a forma, o método, oproblemaeasolução.Autora de artigos sobre fe-

minismo, ela dá deu aulasem instituições como a Uni-versidade de Nova York e oPitzer College. Trabalhandocom tecnologia, ela diz queasmulheres vierammais len-tamente para o digital, masos números só crescem. Apesquisadora diz que o usoqueelas fazemdainternetes-tá redefinindo algumas dasexperiênciason-line.Confira trechos da conver-

sacomJuhasz. (AD)★

Folha - Como surgiu esse pro-jetosobreoYouTube?Alexandra Juhasz - Em

2007, eu estava bem curiosapara entender o YouTube.Era um fenômeno novo, e oque eu via era ridiculamenteengraçado e esquecível, aomesmo tempo. Eram vídeossobre os quais eu nãome im-portava empensar sobre. En-tão, ensinei umaclasse sobreoYouTubeepeloYouTube.Quando comecei a dar au-

la sobre o site, eu tambémqueria que aquela crítica fi-casse dentro do YouTube, oespaçosobreoqualeuestavapensando. Para entender um

fenômeno contemporâneo,queria fazer isso lá, na inter-netecomnovas linguagens.

PorqueoYouTube?Sou professora de filmes e

estudei o ativismo audiovi-sual por toda aminha carrei-ra. Sempre me interessei pe-los meios com os quais aspessoas usam vídeos, masquando escrevo sobre o You-Tube, também estou falandosobre experiências mais ge-rais da internet. Fomos ensi-nados que ele édemocrático,mas não é. Nem todos têmacesso a esse tipo de tecnolo-gia.Mesmo se você temaces-so,oYouTubeéumambienteon-line que não permite, porexemplo, o bate-papo. Sãodecisões feitas para estrutu-raraexperiência.

Você vê poucas pesquisado-rasmulheresemtecnologia?Acho que as mulheres vie-

ram mais lentamente para atecnologia do que os ho-mens, por causa de estrutu-ras velhas e sexistas. Mas ofato é que os números deusuárias de internet estãocrescendo. As mulheres es-tão definindo algumas des-sas experiências on-line como seu uso. Essa ausência [depesquisadoras] é um enten-dimento antiquado da coisa.Comecei a estudar o YouTu-be por causa das questõesque sempre foram importan-tes. Não queria estudar a tec-nologia, queria estudar sereshumanos criando. Entendera tecnologia é entender aexistênciahumana.

Sheryl Sandberg, do Facebook, fala empalestra doTED

“Para elas, as decisões são maisdifíceis”, diz executiva de redeDE SÃO PAULO

Sheryl Sandberg é umadas mulheres mais podero-sas do setor da tecnologia—ela coordena as operaçõesdo Facebook, maior rede so-cial do mundo. Ainda assim,conta que já enfrentou situa-ções constrangedoras por searriscar em um mercado es-sencialmentemasculino.“Eu estava em um escritó-

rio emNovaYorke,depoisdeduashoras de reunião, preci-sei ir ao banheiro. O homemque conduzia a reunião ficouconstrangido e disse não sa-ber onde era o feminino”,contaaexecutiva.Ela diz ter perguntando se

eles haviam acabado de semudar, mas ouviu que eleshaviam se instalado no local“hácercadeumano”.“Eufuia única mulher em um ano apisar aqui?”, perguntou. Ohomemdisse que era, aome-nos, a primeira que pergun-tardobanheiro.Para Sandberg, as mulhe-

res ainda não estão chegan-do ao topo. Entre os motivospara tal, ela diz que elas “en-frentam decisões mais difí-ceisentreosucessoprofissio-nalearealizaçãopessoal.”A executiva falou durante

o TED Women, uma série depalestras sobre mulheres.Veja o vídeo em bit.ly/sheryls (eminglês). (AD)