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DIRECTOR João Peixoto de Sousa www.vidaeconomica.pt Grupo Mirpuri garante AIR LUXOR NÃO FOI VENDIDA POR 50 MIL EUROS A Air Luxor não foi vendida pela família Mirpuri ao grupo Longstock Financial por 50 mil euros, conforme foi noti- ciado pela im- prensa. “Alguns dos valores que saíram na comunicação social – 50 mil euros, acresci- dos dos montantes das acções judiciais em curso, nomeada- mente os decorrentes da acção interposta pela SALE e da vi- tória no STA referente ao caso dos Açores – são obviamente boato, não correspondendo à verdade e não confirmados pela companhia”, afirmou à “Vida Económica” uma fonte da Hi Fly. (Continua na última página) Negócios próximos dos 400 milhões de euros EL CORTE INGLÉS COMPRA 70% DOS PRODUTOS EM PORTUGAL bricantes portugueses “têm de evoluir em termos de ganhos de produtividade, em moda, em capacidade de oferta e em capacidade de serviço que é algo que, na actualidade, é extrema- mente importante. Muitos já reúnem estas condições e continuam a evoluir, mas ainda há quem permaneça em fase de arranque e, se não evoluem rapidamente, podem perder o comboio”. “Satisfazer em pouco tem- po as encomendas e ofere- cer uma boa relação quali- dade-preço” são as “condi- ções básicas para o El Corte Inglés continuar a comprar em Portugal”, afirma Car- los Sousa Azevedo. PÁG. 05 As compras efectuadas pelo grupo El Corte Inglés (Por- tugal) a empresas e forne- cedores portugueses atin- gem cerca de 400 milhões de euros por ano, ou seja, 70% da oferta do grupo es- panhol em Portugal. Carlos Sousa Azevedo, di- rector de compras do El Corte Inglés, afirma, em entrevista à “Vida Eco- nómica”, que as empresas portuguesas, incluindo as de pequena dimensão, po- dem aumentar a sua quota de produtos seleccionados pela cadeia espanhola. “Qualquer fabricante que esteja legal pode aspirar a ser fornecedor do El Corte Inglés”, afirma. Segundo o mesmo responsável, os fa- EMPRESAS INVESTIMENTO PÚBLICO NÃO DÁ PARA REABILITAR O investimento privado deverá ser mobilizado para a reabilitação urbana, já que o Estado e as au- tarquias assumem não ter capaci- dade, por si só, para a tarefa da reabilitação urbana em Portugal. “Não é possível reabilitar sem a participação de privados”, afirma Carmona Rodrigues. PÁG. 18 INDÚSTRIA TÊXTIL INICIOU PROCESSO DE RECUPERAÇÃO O sector têxtil está, definitiva- mente, a inverter o seu ciclo nega- tivo. As encomendas às empresas cresceram no primeiro trimestre e as exportações registaram um aumento de 1,5%, face a igual período do ano passado. PÁG. 6 EMPRESÁRIO AUSTRÍACO SALVA FÁBRICA DE LIMAS DA FALÊNCIA PÁG. 8 FUNDOS EUROPEUS NÃO CHEGAM ÀS PME Os incentivos atribuídos pela Comissão Europeia às pequenas e médias empresas não chegam aos destinatários. As verbas são ca- nalizadas para “pagar despesas do próprio Estado e subsidiar gran- des entidades e lóbis poderosos”, conclui a Comissão Executiva da ESBA. PÁG. 6 Paula Teixeira da Cruz, advogada da F. Castelo Branco & Associados e Paula Teixeira da Cruz & Associados, considera “Organização judiciária é do tempo de D. Maria” “Vivemos com uma organização judiciária do tempo de D. Maria, com tribunais sem meios, com os magistrados a efectuar funções que muitas vezes são secretariais e sem contingentação processual”- afirma Paula Teixeira da Cruz. PÁG. 24 Nº 1160 / 21 Julho 2006 / Semanal / Portugal Continental 2AUTORIZAÇÃO Nº 314 DE 2314/97 RCN 9 720972 000037 01160 SUPLEMENTO ARAN GM Azambuja encerra em Dezembro PAG. III SUPLEMENTO FRANCHISING E EMPREENDEDORISMO Pequenos negócios gerarão novos empregos PÁG. 05 PME RÁDIO POPULAR ENTRA EM VIGO PÁG. 14 MERCADOS FUNDOS BBVA GEST CRESCEM 16,6% PÁG. 25

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DIRECTORJoão Peixoto de Sousa

www.vidaeconomica.pt

Grupo Mirpuri garante

AIR LUXOR NÃO FOI VENDIDA POR 50 MIL EUROS

A Air Luxor não foi vendida pela família Mirpuri ao grupo Longstock Financial por 50 mil euros, conforme foi noti-

ciado pela im-prensa.

“Alguns dos valores que saíram na comunicação social – 50 mil euros, acresci-dos dos montantes das acções judiciais em curso, nomeada-mente os decorrentes da acção interposta pela SALE e da vi-tória no STA referente ao caso dos Açores – são obviamente boato, não correspondendo à verdade e não confirmados pela companhia”, afirmou à “Vida Económica” uma fonte da Hi Fly.

(Continua na última página)

Negócios próximos dos 400 milhões de euros

EL CORTE INGLÉS COMPRA 70% DOS PRODUTOS EM PORTUGAL

bricantes portugueses “têm de evoluir em termos de ganhos de produtividade, em moda, em capacidade de oferta e em capacidade de serviço que é algo que, na actualidade, é extrema-mente importante. Muitos já reúnem estas condições e continuam a evoluir, mas ainda há quem permaneça em fase de arranque e, se não evoluem rapidamente, podem perder o comboio”.“Satisfazer em pouco tem-po as encomendas e ofere-cer uma boa relação quali-dade-preço” são as “condi-ções básicas para o El Corte Inglés continuar a comprar em Portugal”, afirma Car-los Sousa Azevedo.

PÁG. 05

As compras efectuadas pelo grupo El Corte Inglés (Por-tugal) a empresas e forne-cedores portugueses atin-gem cerca de 400 milhões de euros por ano, ou seja, 70% da oferta do grupo es-panhol em Portugal.Carlos Sousa Azevedo, di-rector de compras do El Corte Inglés, afirma, em entrevista à “Vida Eco-nómica”, que as empresas portuguesas, incluindo as de pequena dimensão, po-dem aumentar a sua quota de produtos seleccionados pela cadeia espanhola.“Qualquer fabricante que esteja legal pode aspirar a ser fornecedor do El Corte Inglés”, afirma. Segundo o mesmo responsável, os fa-

EMPRESAS

INVESTIMENTO PÚBLICO NÃO DÁ PARA REABILITAR

O investimento privado deverá ser mobilizado para a reabilitação urbana, já que o Estado e as au-tarquias assumem não ter capaci-dade, por si só, para a tarefa da reabilitação urbana em Portugal. “Não é possível reabilitar sem a participação de privados”, afirma Carmona Rodrigues.

PÁG. 18

INDÚSTRIA TÊXTIL INICIOU PROCESSO DE RECUPERAÇÃO

O sector têxtil está, definitiva-mente, a inverter o seu ciclo nega-tivo. As encomendas às empresas cresceram no primeiro trimestre e as exportações registaram um aumento de 1,5%, face a igual período do ano passado.

PÁG. 6

EMPRESÁRIO AUSTRÍACO SALVA FÁBRICA DE LIMAS DA FALÊNCIA

PÁG. 8

FUNDOS EUROPEUS NÃO CHEGAM ÀS PME

Os incentivos atribuídos pela Comissão Europeia às pequenas e médias empresas não chegam aos destinatários. As verbas são ca-nalizadas para “pagar despesas do próprio Estado e subsidiar gran-des entidades e lóbis poderosos”, conclui a Comissão Executiva da ESBA.

PÁG. 6

Paula Teixeira da Cruz, advogada da F. Castelo Branco & Associados e Paula Teixeira da Cruz & Associados, considera

“Organização judiciária é do tempo de D. Maria” “Vivemos com uma organização judiciária do tempo de D. Maria, com tribunais sem meios, com os magistrados a efectuar funções que muitas vezes são secretariais e sem contingentação processual”- afirma Paula Teixeira da Cruz.

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Nº 1160 / 21 Julho 2006 / Semanal / Portugal Continental 2€

AUTORIZAÇÃO Nº 314 DE 2314/97 RCN9 720972 000037

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SUPLEMENTO ARANGM Azambuja encerra em Dezembro

PAG. III

SUPLEMENTO FRANCHISING E EMPREENDEDORISMOPequenos negócios gerarão novos empregos

PÁG. 05

PME

RÁDIO POPULAR ENTRA EM VIGO

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MERCADOS

FUNDOS BBVA GEST CRESCEM 16,6%

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OPEL – NUNCA MAIS!

Rejeitem, doravante, tudo o que traga na lapela a marca General Motors e votem ao desprezo esses veículos, Opel, que incorporam tanto sacrifício de tantos portugueses ultrajados, agora, pelo simples poder dos senhores das fi nanças.

O poder fi nanceiro é o mais real da actualidade e, ao seu lado, os outros, tradicionais, são meras pulgas na orelha de elefante.

Tal poder, no seu código genético, não conhece valores, não obedece a regras morais, não segue princípios de civilidade e tão pouco respeita critérios económicos (ou só quanto baste) nem se pauta por nor-mas jurídicas. Às vezes a máscara da solidariedade parece assentar-lhe bem, mas é mais falsa do que Judas; ocasionalmente, tem assento em instituições democráticas, mas as mangas fi cam-lhe curtas nos braços. Circunstancial-mente traveste-se de fi lantropo, mas é uma megera banal.

Tanto nos grandes como nos pequenos Estados, ele insinua-se perfi da-mente entre a generosidade humana que, tantas vezes, é real (mesmo que ingénua) e engana os mais honestos nas mil cores camaleónicas com que se ilustra.

“O Mundo é Plano”, segundo o título do livro de Thomas L. Friedman, ou seja, todos (quase) podemos colaborar com todos (quase) – isto porque, afi nal, a globalização ainda não chegou à porta de milhões de seres hu-manos de um “outro” mundo esquecido, ignorado e explorado como nos piores tempos da escravidão. Por isso dispenso bem o fascínio que parece enlouquecer os novos donos do mundo, os senhores do poder fi nanceiro, quando apregoam as vantagens ilimitadas da globalização a qualquer preço. Longe de me colocar contra uma certa integração económica para que o mundo parece caminhar, não descuro os benefícios associados à identidade dos países e ao nacionalismo dos povos.

Posto isto, quero expressar a mais profunda revolta cívica e humana face ao encerramento – deslocalização – da fábrica da Opel na Azambuja. Co-meram a carne dos incontáveis subsídios do Estado, isenções fi scais e baixos salários dos trabalhadores e, agora, ao som do canto dos dinheiros de outras sereias, deixam os ossos para os “ilustres” titulares do quarto lugar no Mun-dial de Futebol da Alemanha roerem!

Bravo!Eu já vi este fi lme várias vezes na minha vida profi ssional, ainda que,

decerto, a preto e branco e sem as luzes deste palco. E confesso que a ideia que guardo é a de que somos um país falhado: não avaliamos, não quan-tifi camos, não discutimos democraticamente os benefícios e os custos do investimento estrangeiro (IDE) que, muitas vezes, apenas serve ao poder político para nos enganar com as suas falsas proezas e para consumo elei-toral. Dito de outro modo, e mais detalhadamente, os governos escamo-teiam, frequentemente, o custo real do espectáculo que são muitos dos investimentos estrangeiros por razões inconfessáveis – umas políticas (pro-paganda) e, outras, porque lhes caem como mel na sopa, a título pessoal, antes, durante, ou após o exercício de cargos políticos.

Vergonha!Concluo com um apelo aos meus concidadãos: rejeitem, doravante, tudo

o que traga na lapela a marca General Motors e votem ao desprezo esses veículos, Opel, que incorporam tanto sacrifício de tantos portugueses ul-trajados, agora, pelo simples poder dos senhores das fi nanças.

Mais do que o direito à indignação está em causa o direito à dignidade. Não basta, de facto, pôr bandeiras nacionais à janela em tempos de festa, há que subjectivizar o ser português no mundo, seja plano ou redondo.

EMPRESAS CITADAS

BES ....................................... 03Paribas ................................... 07Tomé Fèteira ........................... 08Teka Portugal .......................... 08Cruz Inox ................................ 09Casa Santos Lima .................... 09Clínica da Visão ....................... 12Luís Simões ............................ 12Obivela ................................... 13Aldeco .................................... 13Vitacress ................................. 13Rádio Popular ......................... 14Frulact ................................... 15Ramos Catarino ....................... 19RAR ....................................... 19FDO Constrções ....................... 19Phone House ........................... 23Optimus ................................. 23Vodafone ................................. 23TMN ....................................... 23HTC ....................................... 23Novis ...................................... 23Tele2 ...................................... 23Portugal Telecom ..................... 23BBVA Gest .............................. 25CGD ....................................... 26BPI ........................................ 26SAS ....................................... 38Google .................................... 38Bull ........................................ 38

Infos ...................................... 38Chip 7 .................................... 39SAP ....................................... 39IDC ........................................ 39Continente .............................. 37Sociedade Ponto Verde ............. 37SUPLEMENTO FRANCHISING E EMPREENDEDORISMOLaforêt ................................... 02Réplica ................................... 02Veigas & Veigas ....................... 03Loja do Condomínio ................. 03MRW ...................................... 08Century 21 .............................. 08Elevus .................................... 08In Formação ............................ 08Morangos ................................ 08Team Vision ............................ 08SUPLEMENTO ARANMetalicis ................................... IIAuto Povense Ideal .................... IIGM .......................................... IIIEdeluc ..................................... IIIMcoutinho ............................... IVAuto-Sueco ............................... VMercedes .................................. VHonda ..................................... VIMazda ..................................... VIPeugeot ................................... VICitroën .................................. VIII

FILEIRA DE MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO PRESENTE EM FEIRA NO DUBAIA participação, em “stand” colectivo, na feira “The Big 5 Show’2006”, no Dubai, Emirados Árabes Unidos, entre 28 de Outubro e 1 de Novembro, e a missão em-presarial aos Países Bálti-cos, entre os dias 16 e 21 de Setembro próximo, são duas iniciativas promovidas no âmbito do projecto de in-ternacionalização da Fileira de Materiais de Construção.A responsabilidade das ac-ções a promover no âmbito do projecto, que tem como parceiro o Icep Portugal, é repartida pelas seguin-tes associações: AIMMAP, ANEMM, AIMMP, APICER, APCOR e ASSIMAGRA.O stand colectivo organizado pela AIMMAP contará com 26 empresas portuguesas dos vários sectores que com-põem a fi leira e ocupará uma área de quase 500 m2.

PME

TURISMO

CRUZ INOX INVESTE 3,5 MILHÕES EM MODERNIZAÇÃO E ROBÓTICAA Cruz Inox, empresa do sector da indústria de fabricação de louça me-tálica e artigos de uso doméstico, concluiu recentemente um processo de reestruturação e modernização das suas instalações e processos de produ-ção. O investimento rondou os 3,5 milhões de euros.

VINUS DURII DINAMIZA REGIÕES DURIENSESO Festival Vinus Durii, orçado em 700 mil euros, que teve lugar em vá-rias localidades em torno da bacia hidrográfi ca do Douro, como Penafi el, Valladollid, Zamora, Toro, Vila Real, Peso da Régua, Lamego e Porto, serviu para lançar um conjunto de projectos que podem dinamizar as duas regi-ões, Douro e Duero, não só em termos vinícolas mas também turísticos.

ESTAMPARIAS SÃO UMA MAIS-VALIA PARA O SECTOR TÊXTIL“Devemos difi cultar o acesso ao ‘know-how’ aos países concorrentes, pois, quando eles tiverem esse serviço de estamparia existente em Portugal, o sector têxtil em Portugal morre!” – afi rma Reinaldo Oliveira, presidente da Associação Portuguesa de Estamparia.

NESTA EDIÇÃO

Abertura

HUMOR ECONÓMICO

ASSOCIATIVISMO

CAUSAS DO DIA-A-DIA

ANTÓNIO VILARADVOGADO

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EDITOR E PROPRIETÁRIO: Vida Económica Editorial SA

REDACÇÃO: Virgílio Ferreira (Chefe de Re-dacção), Guilherme Osswald, Sandra Ribeiro, Susana Marvão, Gabriela Raposo, Bárbara Andrade, Aquiles Pinto, Catarina Jesus, Mar-tim Porto, Rute Barreira e Adérito Bandeira.

SECRETÁRIA DA REDACÇÃO: Lisbeth Ferreira [email protected]

PAGINAÇÃO: Célia César, Mário Almeida, Flá-via Leitão, José Barbosa e Susana Almeida.

CENTRO DE INFORMÁTICA: Paulo AlexandreContactos Porto: Rua Gonçalo Cristóvão, 111, 6º Esq. 4049-037 PortoTel.: 223 399 400 • Fax: 222 058 [email protected] Lisboa: Campo Pequeno, 50 - 4º Esq. 1000-081 Lisboa Tel.: 217 815 410 • Fax: 217 815 415

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BREVES

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sexta-feira, 21 Julho de 2006ACTUALIDADE02

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TENDÊNCIASECONÓMETRO

FACTOS RELEVANTES

PORTUGAL É PAÍS EUROPEU COM MAIS PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS

Portugal é o país da União Europeia mais activo na utilização de fórmulas de financiamento público-privado de in-fra-estruturas, em percentagem do PIB e num período de cinco anos. Esta situ-ação ficou a dever-se, sobretudo, à limi-tação dos recursos financeiros e às res-trições orçamentais impostas pela União Europeia, refere um estudo da consulto-ra PricewaterhouseCoopers (PwC).

No entanto, também se conclui que ainda existem necessidades por cobrir por esta fórmula e ainda há áreas re-lacionadas com as infra-estruturas sus-ceptíveis de melhorarem o seu custo, financiamento e operação. Pelo que é previsível um crescimento continuado no número e no valor dos projectos. “Não só vão continuar a surgir projectos de novas infra-estruturas, mas também são necessários projectos de renovação das infra-estruturas já existentes. Além

disso, a tendência de crescimento do mercado de infra-estruturas é genera-lizada, pelo que, a nível internacional, apresentam-se boas oportunidades de crescimento a que os operadores portu-gueses deverão estar atentos.”

Em termos concretos, o país recorreu a este tipo de parcerias nos sectores dos transportes e das águas/resíduos. Cerca de 20 projectos de infra-estruturas de trans-portes foram fechados nos últimos cinco anos ou estão em processo de contratu-alização. O Governo, entretanto, anun-ciou um programa de investimento de 25 mil milhões de euros, o qual diz respei-to a 8,3 mil milhões para os transportes e, destes, 5,3 milhões são projectos em parcerias público-privadas. Também está a ser analisada a referida estrutura para concessões de novas estradas e, poten-cialmente, para parte da rede de alta ve-locidade ferroviária.

CMVM INSTAURA 16 PROCESSOS DE CONTRA-ORDENAÇÃO

A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) deu início a 16 processos de contra-ordenação ao lon-go do segundo trimestre. Este valor tra-duziu-se em mais 14 do que nos três meses anteriores. Passou agora para 49 o número de processos instaurados desde o início do ano.

Dos novos 16 processos, dez disseram respeito a informação colocada no mer-cado, dois a actividades de intermedia-ção financeira e quatro a entidades de investimento colectivo. Actualmente, o número total de processos de contra-or-denação em curso ascende a 60. En-tretanto, foram tomadas decisões sobre

20 processos, sendo que, destes, seis foram arquivados.

Ainda no seu comunicado, a CMVM faz saber que estão a decorrer dez pro-cessos nos tribunais, dos quais cinco dizem respeito ao exercício de activi-dades de intermediação financeira. En-tretanto, durante o segundo trimestre, a entidade reguladora afirma que não foi proferida qualquer decisão judicial de confirmação, alteração ou revogação das respectivas decisões condenató-rias. Os responsáveis da CMVM estão a desenvolver esforços no sentido de tor-narem as decisões sobre os processos mais rápidas.

sexta-feira, 21 Julho de 2006 03ACTUALIDADE

Fonte: INE

INFLAÇÃO HOMÓLOGA DIMINUIU EM JUNHO (em %)TEIXEIRA DOS SANTOSO ministro das Finanças tem motivos para andar satisfeito. A maioria dos indicadores dá razão à política restritiva que foi encetada para reduzir o défice. Apesar de ainda se estar longe das metas preten-didas, um importante “empurrão” foi dado pelo Banco de Portugal. Constância garantiu o seu apoio ao Governo, mesmo com a subida da despesa. Entretanto, a economia está a ser impulsionada pelo forte ritmo das exportações. Teixeira dos Santos aparece como um pilar consistente na retoma da economia nacional.

CAVACO SILVAO Presidente da República mostra que está atento aos “dossiers” mais importantes e que não fará cedências facilmente. Desenganem-se aqueles que pensavam que seria um mandato sem história. Cavaco Silva considerou que devem ser aprofundados os estudos sobre o TGV, sinal que não estará convencido do actual projecto. Sócrates não quis ouvir e garantiu que vai avançar com o projecto, desde logo com a liga-ção a Madrid. Duas personalidades que, por certo, não se vão ficar pela troca de palavras. Certo é que o presidente também tem direito às suas opiniões e deve avisar a opinião pública para eventuais riscos.

MARIA DE LURDES RODRIGUESDesta vez, a ministra da Educação não pode assacar responsabilidades aos professores. Os exames do ensino secundário revelaram-se uma ver-dadeira embrulhada e as soluções propostas, até ao momento, ainda mais descabidas. Até agora, a ministra não deu quaisquer explicações convincentes. Será que os alunos e as famílias não mereceriam um maior respeito por parte do poder político? Qualquer que seja a solução avança-da, o Ministério da Educação não vai descansado para férias.

3,6milhões de euros Investimento do BES

na Selecção até ao fim da década

* De acordo com nova previsão do Banco de Portugal Fonte: Eurostat

PORTUGAL MANTÉM FRACO CRESCIMENTO ENTRE PAÍSES DA UE

21 milEstudantes

nacionais que entram em cursos

Bolonha

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3,4milhões Número

de dormidas nos hotéis em Maio

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Portugal com um reduzido número de profissões certificadas

culação entre esta e a educação, Joaquim Azevedo destaca as “muitas dificuldades” que, no terreno, existem para estabelecer esta ponte.

Numa conferência sobre certificação – um evento que surge no âmbito do debate nacional sobre a educação – não podia fal-tar um elemento do Governo. Este, repre-sentado por Fernando Medina, secretário de Estado do Emprego e Formação Profis-sional, dá destaque ao ensino secundário e fala do futuro. O QREN – Quadro de Re-ferência Estratégico Nacional - “tem um

“É preciso romper com preconceitos ideológicos do nosso país”, afirma Joaquim Azevedo, da AEP.

Quando se fala de certificação profis-sional, a opinião de Joaquim Azevedo, membro destacado da AEP, é só uma: “Estamos muito longe dos parâmetros de outros países”. Em 14 anos, referiu ain-da este responsável naquela que foi uma conferência dedicada a estes temas e or-ganizada pela própria AEP, apenas, foram alvo de certificação 74 profissões. A quem pode ser atribuída a culpa deste aparente fracasso? Aqui, Joaquim Azevedo não tem margem para dúvidas e aponta o dedo ao Estado. “As políticas públicas não respon-deram ao desafio”, referiu em tom de crí-tica. Mas bem se pode dizer que as achas para a fogueira deste representante da AEP não ficam por aqui, com Joaquim Azevedo a levantar um conjunto de questões. Um exemplo? Como conciliamos a oferta e a procura de formação? Joaquim Azevedo faz a pergunta e dá a resposta: através do trabalho que tem de ser desenvolvido jun-to da procura. “As empresas precisam de promover a formação das pessoas”. Este responsável queixa-se do carácter aleatório que, por vezes, reveste a formação e afirma que não adianta dar às pessoas “30 h ou 50 h disto ou aquilo”.

Outra inquietação de Joaquim Azeve-do prende-se com os Centros Locais de Aprendizagem. Este pergunta onde é que eles estão e defende a sua importância, até para desenvolver a carreira daqueles que já passaram pelos Centros de Validação e Certificação de Competências, agora também denominados de Novas Oportu-nidades. Sobre um outro assunto bastante polémico nesta área da formação, a arti-

Despesas da Saúde crescem 6,5% em 2004

A despesa total em saúde apresentou, em 2004, um crescimento nominal de 6,5% face ao ano anterior e representou 9,5% do PIB (Produto Interno Bruto), revelou, esta semana, o Instituto Nacional de Estatística (INE). Em 2003, a percen-tagem do PIB em gastos com a saúde foi de 9,3%. De acordo com os resultados provisórios da “Conta Satélite da Saúde” divulgados pelo INE relativos aos anos de 2003 e 2004, a despesa total em saú-de atingiu, em 2003, 12.759,8 milhões de euros, mostrando um crescimento de 4,7% face a 2002. Em 2004, essa despesa subiu para 13.591,4 milhões de euros. A despesa pública em saúde continua a ser a mais onerosa, ainda que com taxas de crescimento decrescentes (6,6% em 2003 e 6,0% em 2004), representando, respec-tivamente, entre 73,5% (2003) e 73,2% (2004) da despesa total.

A despesa total privada em saúde ascen-deu a 3645,9 milhões de euros em 2004, ou seja, mais 7,9% que no ano anterior. O Serviço Nacional de Saúde (SNS) con-tinua a financiar, na sua maior parte, as despesas em saúde. Em 2003, o montante desse financiamento ascendeu a 7657,0 milhões de euros, sendo que em 2004 esse valor subiu para 7911,7 milhões de euros. Não obstante, e dado que as despesas em saúde se agravaram de 2003 para 2004, a percentagem de financiamento decres-ceu de 60,0%, em 2003, para 58,2%, em 2004. Por seu lado, as famílias portugue-sas suportaram 20,3% da despesa total em saúde em 2003 e 20,6% dessa factura em 2004. A despesa privada dos portugueses subiu, aliás, 8% em 2004, face a um de-créscimo de 4,9% verificado em 2003.

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Investimento superior a quatro milhões de euros

Qualificação avançada de técnicos arranca no Minho

O projecto Valor Humano, apresen-tado em Braga, vai abranger um universo de mais de 70 empresas,

um conjunto de 36 cursos, totalizando 247 mil horas de formação, num investimento global de 4,5 milhões de euros. Trata-se de um modelo inovador, no âmbito da qua-lificação avançada de recursos humanos, desenvolvido pela AIMinho, em parceria com o PRIME e enquadrado no plano tec-nológico.

“A aposta é numa intervenção dupla que contempla a qualificação dos recursos hu-manos existentes nas empresas e o robuste-cimento qualificado destes através da inser-ção de técnicos nas mesmas. As empresas envolvidas terão acesso a diagnósticos de competências e necessidades e assessoria especializada, entre outros. De notar que só empresas que aceitem ser intervenciona-das em toda a sua estrutura é que poderão participar no projecto”, de acordo com Ana Oliveira, coordenadora do projecto.

O Valor Humano foi definido, de forma a “actuar através de metodologias forma-tivas que vão de encontro às necessidades identificadas”. De facto, um dos pontos inovadores deste projecto é que o mesmo prevê acções diversificadas, adaptadas ao perfil de cada público. Por exemplo, são contempladas sessões de trabalho, acções de “benchmarking” e simulações de em-presas e de aprendizagem electrónica. Um outro aspecto interessante prende-se com as áreas escolhidas.

O projecto Valor Humano vai abranger os sectores da energia/ambiente, constru-ção, têxtil e vestuário, metalurgia/meta-lomecânica, tecnologias da informação e comunicação, além de biotecnologia e saúde. Por sua vez, as áreas de intervenção previstas são a inovação, as tecnologias de informação e comunicação, a eco-eficiên-cia e o ambiente, a energia, a internacio-nalização e o ordenamento do território empresarial.

sexta-feira, 21 Julho de 2006ACTUALIDADE04

Os empresários mostram-se receptivos a projectos de qualificação como o Valor Humano.

preocupação fundamental” e, segundo este governante, esta passa pela conclusão por parte dos nossos jovens do ensino secundá-rio. Dentro desta há uma outra prioridade: a diversificação das vias profissionalizantes. “É preciso romper com preconceitos ideo-lógicos do nosso país” destaca Fernando Medina. “Não devemos desenvolver for-mação desadequada dos processos de mo-dernização das organizações”, acrescenta o secretário de Estado.

SANDRA RIBEIRO [email protected]

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Vida Económica – Como surgiu o primeiro escritório e como se desenrolou o início das compras em Portugal?

Carlos Sousa Azevedo - As primeiras compras surgiram em finais dos anos 70. Nessa altura, uma delegação de compradores do El Corte Inglés de Espanha veio a Portugal e, através do ICEP, quiseram contactar com fabricantes portugueses de cerâmica.

Eu era responsável pela exportação numa fábrica de cerâmi-ca portuguesa e esse foi o meu primeiro contacto com o grupo El Corte Inglés. A partir daí, nunca mais perdi o contacto com o grupo. Apesar das dificuldades que se verificaram durante di-versos anos a nível das importações em Espanha, conseguíamos todos os anos exportar quantidades razoáveis.

Posteriormente, o El Corte Inglés começou também a comprar em algumas confecções no Norte. Durante os inícios dos anos 80, havia a feira Portex e o El Corte Inglés era um frequentador assíduo, independentemente de virmos também noutras alturas efectuar compras.

Entretanto, com a adesão à União Económica, em 1988, o El Corte Inglés decide montar o seu próprio escritório, para o qual tive a honra de ser convidado a integrar o “staff”. A partir des-sa altura, fomos sempre crescendo e diversificando as compras, nomeadamente confecção de homem, senhora, bebé, cerâmicas, vidros, plásticos, peixe, mobiliário, têxteis-lar. Tudo áreas que continuamos a tocar e expandir.

VE – Em quanto estima o volume efectuado de com-pras portuguesas?

CA - Se falarmos em termos de Grupo El Corte Inglés, em 2005, as compras a fornecedores portugueses ultrapassaram os 400 milhões de euros. Este valor tende a subir consideravelmente nos anos em que (à semelhança de 1986, 1987, 1997 e 2001) a empresa em Espanha faz uma feira especial dedicada aos pro-dutos portugueses. Sempre que tal acontece, são dedicados cerca de 50.000 m2 aos produtos portugueses nas mais de 70 “lojas” espanholas, acompanhado de uma campanha publicitária, pro-movendo Portugal e os seus produtos. Sempre que se realizam, estas feiras têm um impacto extraordinário na subida das nossas compras em Portugal.

VE – Quais são os factores que têm determinado a evo-lução das compras à indústria portuguesa?

CA – Há, sobretudo, um reconhecimento da qualidade que os nossos produtos têm. Existe uma relação de proximidade que também é importante. As nossas fábricas conseguem satisfazer em pouco tempo as encomendas e a relação qualidade-preço, embora comece a ser algo problemático, ainda é suportável. De facto, es-tas são as condições básicas para podermos continuar a comprar em Portugal.

Pequenos fabricantes podem ser fornecedores

VE – E um pequeno fabricante português pode aspirar a ser fornecedor do El Corte Inglés?

CA - Qualquer fabricante que esteja legal pode aspirar a ser for-necedor do El Corte Inglés. Recordo-me que, na última feira de Portugal no El Corte Inglés em Espanha, comprámos a empresa familiar com apenas três pessoas. Obviamente este caso é esporá-dico, mas serve para ilustrar que não é limitativo.

VE – A lógica de aprovisionamento do El Corte Inglés é semelhante à das grandes cadeias de distribuição, tendo

em conta que o El Corte Inglés também é um grande operador?

CA - Julgo que não. Nós temos um conceito algo diferente, apostamos muito na horizontalidade. Embora a profundidade ajude a conseguir preços muito competitivos, nós abordamos a profundidade de oferta pelo número de lojas que temos em Espa-nha e não em Portugal.

O El Corte Inglés aposta muito na satisfação da qualidade, por isso, se o cliente não está satisfeito com a sua compra, devolvemos o dinheiro. É uma máxima do El Corte Inglés que está presente em todos os talões, que utilizamos há muitos anos e esperamos continuar a usar para sempre.

VE – As compras e selecção dos fornecedores são sem-pre geridas a nível central ou as lojas também têm auto-nomia para comprar?

CA – Todas as compras estão centralizadas. A selecção de for-necedores e produtos é sempre decisão da central de compras, a qual está em permanente contacto com as lojas e atenta às suas necessidades, que reflectem a demanda dos nossos clientes. Mas tanto na área alimentar como na não alimentar temos a possi-bilidade de usufruir da compra da nossa central de compras em Espanha, com maior incidência na não alimentar, que pelas suas características é mais independente.

Se falarmos de produtos não alimentares, há uma parte im-portante em que recorremos à central de Espanha. Em Portugal, a central de compras conta com cerca de 60 colaboradores, mas ainda assim, não teríamos capacidade para ter a oferta que actu-almente apresentamos sem aquela “bengala”.. De facto, para nós a central de compras espanhola é um factor muito importante, é uma ajuda imprescindível.

Felizmente, temos também compradores espanhóis que regu-larmente nos visitam e connosco colaboram, que nos aconselham e apontam outros caminhos. Todas estas ajudas são muito grati-ficantes.

Produtos nacionais melhores do que os chineses

VE – No segmento do El Corte Inglés também há ten-dência para a deslocação das compras para países com mão-de-obra mais barata?

CA - É um facto que há certos produtos em que a mão-de-obra

mais barata pode conter uma mais-valia competitiva, tornando o produto mais barato. Mas no nosso negócio este factor ainda não tem grande relevância. É verdade que compramos algumas coisas no Oriente, mas os produtos portugueses apresentam outra qualidade e outro tipo de oferta. Os produtos de grande rotação, sobretudo nas áreas de moda, são, na sua maioria, de origem eu-ropeia.

VE – Há uma parte de produtos que são comprados a empresas portuguesas que podem ser fabricados noutros países?

CA - Sem dúvida. Nenhuma empresa produtora, a nível da confecção, consegue vender tudo o que produz. Normalmente, querem complementar a oferta daquilo que produz com outros artigos e fazem-no procurando alternativas, seja a nível de sub-contratação em Portugal, seja por subcontratação no estrangeiro.

VE – Essa subcontratação é uma alternativa interessan-te para as empresas portuguesas?

CA – Claro que sim, eu diria que é uma alternativa importan-tíssima para as empresas portuguesas. Há, inclusive, uma tendên-cia para as empresas que eram produtoras se tornarem também comerciais, em que têm a sua própria marca e “staff”, o que não obriga necessariamente a uma diminuição de trabalhadores, mas sim um reconversão, embora, claro, nem todos se adaptarão da mesma forma a estas necessidades.

Aumentar a oferta de produtos portugueses

VE – A abertura dos armazéns em Lisboa e agora em Gaia tem reflexos positivos nas compras de produtos por-tugueses?

CA - Sem dúvida. Aliás existe uma indicação expressa do nosso presidente de que temos de promover as compras locais. Essas compras têm vindo a crescer, bem como o espaço em loja reser-vado para as marcas portuguesas, com o consequente aumento de visibilidade. Essas marcas têm tido um bom desempenho, sendo depois também adoptadas pelos nossos companheiros de com-pras para as lojas de Espanha, o que é muito importante, pois não me canso de dizer que ainda há muito espaço no mercado espanhol para os “produtos portugueses”. O facto de liderar uma equipa de cujo trabalho resulta um aumento de visibilidade dos nossos produtos em Espanha deixa-me muito orgulhoso.

Negócios ultrapassam os 400 milhões de euros

El Corte Inglés (Portugal) compra cerca de 70% dos produtos a empresas portuguesasAs compras efectuadas pelo grupo El Corte Inglés a empresas portuguesas ultrapassaram em 2005 os 400 milhões de euros. “O reconhecimento da qualidade dos produtos e a relação de proximidade entre fornecedor e consumidor, conseguindo satisfazer em pouco tempo as encomendas e oferecer uma boa relação qualidade-preço, são as condições básicas para podermos continuar a comprar em Portugal”, afirma Carlos Sousa Azevedo, director de compras do El Corte Inglés. Segundo o mesmo responsável, os têxteis portugueses continuam a ter um bom potencial de crescimento nos fornecimentos ao El Corte Inglés. Carlos Azevedo contraria a ideia segundo a qual só as grandes empresas podem fornecer os armazéns da cadeia espanhola. Entre os fornecedores portugueses chega a haver empresas com apenas três pessoas. As compras efectuadas a empresas portuguesas já representam cerca de 70% dos abastecimentos das lojas de Lisboa e Gaia.

sexta-feira, 21 Julho de 2006 05ACTUALIDADE

Os produtos comprados em Portugal pelo grupo El Corte Inglés ultrapassaram, em 2005, os 400 milhões de euros, e em Portugal, cerca de 70% dos produtos são compra local, podendo aumentar essa percentagem. Mas isso depende, segundo Carlos Sousa Azevedo, “dos próprios fabricantes e da sua dinâmica”.

“Os próprios fabricantes têm de evoluir em termos de ganhos de produtividade, em moda, em capacidade de oferta e em capacidade de serviço, que é algo que actual-mente é extremamente importante. Há muitos fabricantes portugueses que já reúnem estas condições e continuam a evoluir mas ainda há muitos que continuam em fase de arranque e que, se não evoluem rapidamente, podem perder o comboio”, afirma o mesmo responsável.

A cadeia do El Corte Inglés ser ainda um meio para colocar os produtos portugueses lá fora, nomeadamente

“FABRICANTES TÊM DE EVOLUIR EM TERMOS DE GANHOS DE PRODUTIVIDADE”

“Subcontratação é importantíssima para as empresas portuguesas”, afir-ma Carlos Sousa Azevedo.

em Espanha. “Estou convicto que estamos a ter algum êxito no exterior com empresas e marcas portuguesas e isso também é possível para outras marcas que ainda não enveredaram por essa via”, afirma Carlos Sousa Azevedo.

Sobre os sectores com mais potencial de crescimen-to, Carlos Sousa aponta para a indústria têxtil: “Embora não seja fácil, mas ainda é viável, não nos moldes que anteriormente eram utilizados, mas com um novo carác-ter de inovação”. E para a área electrónica: “Há muitas empresas que exportam o seu material electrónico, com-ponentes, para as quais também começamos a aparecer como parceiros interessantes”. “Se temos fábricas que produzem máquinas de café que são vendidas sob dife-rentes marcas, também conseguiríamos certamente impor as nossas próprias marcas no mercado estrangeiro, mas, como digo, é um trabalho de muitos anos”, salienta.

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Depois de seis anos de recessão

Indústria têxtil e vestuário iniciou processo de recuperaçãoO sector têxtil parece estar, definitivamente, a inverter o seu ciclo negativo. As encomendas às empresas cresceram no primeiro trimestre e as exportações registaram um aumento de 1,5%, face a igual período do ano passado, isto pela primeira vez desde há quase seis anos. Paulo Vaz, secretário-geral da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP), em declarações à “Vida Económica”, revelou-se optimista face à actual conjuntura. Tudo indica que a indústria têxtil e vestuário tem “pernas para andar” e os empresários estão a adaptar-se às novas realidades do mercado.

Comparativamente ao ano passado, a fileira têxtil assistiu a uma melhoria considerável na sua actividade. Na

maioria das empresas houve um crescimento da carteira de encomendas, o que se ficará a dever, em grande parte, ao Acordo Têxtil assinado entre a União Europeia e a China. Dez categorias ficaram sujeitas a restrições em termos de importações da China. “ É evidente que o sistema está a funcionar na-quelas dez categorias e, pelos vistos, o sector tinha razão nas exigências feitas. Por outro lado, muitos compradores que tinham opta-do pela China estão a regressar aos mercados tradicionais”, adiantou Paulo Vaz.

Se esta é uma boa notícia para a nossa indústria, há que não esquecer o reverso da moeda. É que os compradores internacio-nais estão a voltar às origens, no entanto, querem que as empresas locais adoptem os preços praticados na China. “Naturalmente, as empresas produtoras estão a evitar perde-rem clientes, pelo que as margens são cada vez mais condicionadas. E coloca-se um ou-tro problema não menos grave. Em Portugal há uma escassez crescente de confecções a

feitio, tendo em conta que se tratou de um segmento muito afectado nos últimos anos. Várias empresas foram obrigadas a encerrar as suas portas.”

Apesar de tudo, há um esforço claro no sentido de a indústria se reorganizar de acordo com as novas condições. Não é de estranhar uma quebra nos efectivos das em-presas.

Em contrapartida, a aposta é no sector terciário. Por outras palavras, tornou-se ne-cessário baixar o número de trabalhadores indiferenciados. “As empresas ainda estão num processo de reestruturação, sendo que a capacidade produtiva está a ser colocada em regime de outsourcing”, explicou o dirigente associativo.

Máquina fiscal é “cega”

Paulo Vaz acha, entretanto, que foram da-dos alguns passos importantes ao nível da efi-ciência da máquina fiscal. Nesta perspectiva, na sua óptica, os resultados são positivos. De facto, há como que uma “limpeza do terre-no”, com as empresas não cumpridoras a te-

que acontece é que se regista um forte dese-quilíbrio entre a oferta e a procura também em termos de apoios e benefícios.”

Por seu lado, a ATP mantém a aposta na internacionalização do sector. Através da Selectiv´Moda, são cerca de 100 empresas que têm sido apoiadas, com presença con-junta em 17 salões internacionais. A interna-

cionalização diz respeito aos países europeus e asiáticos. Os Estados Unidos da Amé-rica também se continuam a revelar muito atractivos, o mesmo acontecendo com a Rússia. Em perspectiva estão ainda outros mercados, de modo a garantir a diversifi-cação da oferta. Quanto às exportações, Paulo Vaz con-gratula-se com o facto de se registar um maior valor acres-

centado, bem como mais capacidade produ-tiva por parte das empresas do sector.

GUILHERME [email protected]

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rem mais dificuldades em permanecerem no mercado e desenvolverem uma concorrência desleal. Todavia, mais uma vez, há questões negativas que merecem especial atenção por parte dos responsáveis políticos e da própria administração fiscal.

Acontece que, por vezes, a eficiência fiscal é levada demasiado longe, existindo mesmo falta de bom senso nesse âm-bito. “Verifica-se uma certa cegueira, o que faz com que algumas empresas, ainda com viabilidade, sejam pe-nalizadas, em especial aque-las que estão na cadeia de distribuição.

Acontece que o tecido empresarial não está a ser devidamente acautelado.” A esta situação acresce um outro problema não menos grave. “Os apoios públicos, numa situação de fim de Quadro Comunitário de Apoio, não são estimulantes. Por exemplo, os sistemas de incentivos não cobrem as necessidades ao nível da modernização dos equipamentos. O

Os incentivos atribuídos pela Comissão Europeia “não chegam às PME”.

Essas verbas acabam por ser “ca-nalizadas para pagar despesas do próprio Estado e subsidiar gran-des entidades e lóbis poderosos”. Esta foi uma das conclusões que saiu da reunião da Comissão Exe-cutiva da Direcção da Confede-ração Europeia de PME (ESBA – European Small Business Alliance) que decorreu recente-mente em Lisboa.

Ainda sobre esta matéria, a ESBA irá tomar uma posição final em próxima reunião a re-alizar em Setembro, em Ames-terdão, porque critica e defende um “cuidado muito apertado

na atribuição de subsídios a multinacionais que apenas pro-curam dinheiro e mão-de-obra barata”.

“Este tem sido, desde 2001, um dos problemas para os quais a Confedera-ção Europeia de PME tem vindo a alertar”, afirma Joaquim Rocha da Cunha, vice-presidente sénior da Direcção Exe-cutiva da ESBA e presidente da Associação das PME-Portugal (a representante portuguesa das PME na ESBA).

“Naquela data, a ESBA apre-sentou ao Secretário de Estado do Comércio, Indústria e Servi-

ços um relatório sobre as ajudas económicas con-cedidas a empre-sas como a Lear, a Yasaki e a Del-phi, entre outras, e o risco que lhe estava inerente. O actual estado das coisas, com 57 deslocaliza-ções, só nos veio

dar razão”, sublinha Joaquim Cunha.

“Provou-se a incoerência dos decisores europeus e o quão con-

traproducente foi apoiar empre-sas com dinheiro europeu que apenas mudam fábricas por causa de subsídios”, acrescenta.

A ESBA defende ainda que “a atracção do investimento e a pro-moção das exportações seja feita por uma entidade de gestão em-presarial privada, ainda que possa ser detida pelo Estado”. “O esta-do de inacção criado pela inope-rância e pelo vazio da extinção do ICEP Portugal não pode continu-ar muito mais tempo”, conclui.

Com sede em Bruxelas, a ESBA, através do Fórum de Em-preendedores Europeu, abrange 42 associações de PME de 22 pa-íses europeus, num total de dois milhões de empresas.

Paulo Vaz, da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal, considera que o sector está a dar provas de se ter adaptado às novas condições de mercado.

Fundos europeus não chegam às PME

sexta-feira, 21 Julho de 2006ACTUALIDADE06

“O estado de inacção criado pelo vazio da extinção do ICEP Portugal não pode continuar.”

A ATP mantém a aposta na internacio-nalização do sector.

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Economias emergentes com salários mais altos do mundoÍndia, Turquia e Rússia “prendem” executivos talentosos

A globalização está a mudar a política de salá-rios de forma muito profunda e, de certo modo, inesperada. Países como a Índia, a Rússia ou a Turquia tornaram-se centros de negócios muito interessantes para os executivos de topo. Os seus rendimentos passaram a ser mais elevados do que em economias muito mais avançadas, como os Estados Unidos ou o Japão. É a política de atrair os melhores por via de salários mi-lionários.

Os executivos de topo na Tur-quia levaram para os seus lares os pagamentos mais altos da lista de 29 países elaborada pelo grupo de consultadoria empresarial Hay. Em média, um executivo daque-le país teve um salário líquido de 79 mil euros, tendo em linha de conta os impostos e o custo de vida. Benefi ciando da procura em termos de “outsourcing”, aparecem em segundo lugar os executivos na Índia, com um poder de compra equivalente a perto de 78 mil euros, sur-gindo depois os russos, com apenas menos 400 euros do que os seus antecessores.

Não é muito difícil tirar conclusões do que está a suceder. O rápido crescimento das econo-mias emergentes, desde a Europa de Leste até ao Brasil, passando pela Índia ou pela Turquia, faz

PARIBAS GARANTE QUASE TOTALIDADE DO ITALIANO BNL

O BNP Paribas tem em seu po-der mais de 98% das acções do congénere italiano Banca Na-zionale del Lavoro (BNL). O primeiro vai exercer o direito de compra sobre as acções do segundo que não tenham sido incorporadas na oferta.O banco francês lançou uma OPA sobre o Banca Nazionale del Lavoro em Fevereiro passa-do, depois do insucesso da pre-

tensão de aquisição por parte do espanhol BBVA e, depois, do italiano Unipol, os quais viram cair por terra as suas intenções, tendo em conta a oposição do Banco de Itália à operação. De-pois deste fracasso, ambas as entidades decidiram vender as suas acções ao BNP Paribas, ten-do este lançado uma OPA, com êxito, sobre 100% do grupo fi -nanceiro italiano.

com que exista uma forte procura de gestores ta-lentosos.

Naturalmente, estes fazem-se pagar bem e as em-presas estão dispostas a garantirem salários mui-tíssimo mais elevados do que a média praticada nesses países. Portanto, as economias emergentes não são uma mera ameaça em termos de mercado, também o são na “guerra” da procura de profi ssio-

nais de elevadas competências. Estes locais estão a tornar-se cada vez mais atractivos para os gestores de topo.

Alguns indicadores são deveram interessantes, já que mostram como o mundo dos negócios está a mudar. O Japão aparece apenas em nono lugar, com um poder de compra de menos de 70 mil euros.

A Suíça é o único país do mundo ocidental que aparece entre os cin-co com os salários mais elevados. E

muito para trás está a China, algo de inesperado, com uma média de pouco mais de 42 mil euros. Não deixa também de surpreender o facto de os países nórdicos, com o seu elevado custo de vida e pesados impostos, aparecerem no fi m da tabela. Enfi m, as economias emergentes estão a oferecer aos gestores e executivos rendimentos mais altos do que aqueles colocados à disposição pelas econo-mias desenvolvidas.

Polónia ultrapassa Espanha nos fundos europeus

A Polónia vai receber perto de 60 mil milhões de euros de apoios regionais nos próximos sete anos, ultrapassando a Espanha enquanto o maior recebe-

dor das “transferências federais” do orçamento da União Europeia. O programa de fundos estruturais totaliza 308 mil milhões de euros.

Bruxelas estabeleceu os objectivos para a atribuição dos fundos. As regiões mais pobres terão que se preocupar em aumentarem a sua competitividade, com menos investi-mentos em estradas e ferrovias e mais em laboratórios e “clusters” de altas tecnologias.

A República Checa aparece também em destaque, com cerca de 23,6 mil milhões e a própria Hungria vai ser con-templada com uma fatia considerável, 22,4 mil milhões.

Portugal terá direito a 19,2 mil mi-lhões de euros.

A Polónia já garantiu que vai obedecer às directivas impostas por Bruxelas e os investimentos serão orientados para a competitivida-de, a inovação e a criação de postos de trabalho. Pela primeira vez, um

total de 62% do dinheiro gasto deverá ir para projectos directamente relacionados com a criação de emprego e o crescimento. No quadro anterior, a maior parte das ver-bas foi canalizada para a construção de infra-estruturas. Entretanto, muita coisa mudou, no âmbito da Agenda de Lisboa.

Muitos dos novos Estados-membros estudaram como países como a Irlanda e a Finlândia se transformaram de economias maioritariamente agrárias em centros de inves-tigação, tendo feito grandes investimentos em educação, competências e criação de “clusters”. Naturalmente, as acessibilidades não vão ser descuradas. Projectos impor-tantes vão avançar. A Comissão Europeia quer evitar pro-jectos de valor questionável.

BANCO DO JAPÃO AUMENTA TAXAS

O Banco do Japão au-mentou as taxas de juro em 0,25%, subida que se deu pela primeira vez em seis anos. No entanto, a enti-dade quis deixar claro que vai manter as taxas de juro a níveis baixos durante algum tempo. A subida foi ignora-da pelos investidores.

Depois de seis anos a manter a política de quan-tidades – injecção de liqui-dez – e taxas de juro nulas, o banco central nipónico começou a normalizar a gestão da política mone-tária. De forma gradual, foi eliminado o excesso de liquidez. De notar que a decisão de aumentar as taxas juro foi tomada por unanimidade. Entretanto, mantiveram-se as compras mensais de dívida a longo prazo. Em bolsa, o impac-to deste crescimento prati-camente não se fez sentir. Para todos os efeitos, é im-portante o facto de o Japão estar a desenvolver políticas monetárias de acordo com o cenário global.

Falta competitividade à banca de retalho europeiaAo contrário do que se

poderia pensar, um recente estudo da Comissão Euro-peia chega à conclusão que há pontos fracos no sector bancário europeu, mas não se verifi cam verdadeiros abusos de concorrência por parte dos bancos ou dos grupos fi nanceiros. Os pro-blemas que se colocam são de outro tipo.

Revela o estudo que a concorrência entre os ban-

cos de retalho na União Europeia é limitada pela combinação dos clientes em mudarem de entidade com os obstáculos continu-ados com que os bancos se defrontam quando operam noutros mercados. Portan-to, as razões são bastante diferentes daquelas que fo-ram detectadas nos sectores da electricidade e dos gás por parte das autoridades comunitárias, estes últimos

onde predominam os gran-des operadores.

As conclusões principais são interessantes neste es-tudo feito por Bruxelas. Desde logo, os mercados da banca de retalho estão fortemente fragmentados e seguem de perto as linhas nacionais. As barreiras de acesso continuam a ser de difícil transposição. Os sistemas que permitem os pagamentos interbancários

também são fragmenta-dos e podem ser utilizados para evitarem a entrada de uma instituição num outro Estado-membro. Poucos clientes mudam de banco. De facto, permanecem, em média, cerca de dez anos, na mesma entidade ban-cária. Os bancos, por seu lado, são mais rentáveis naqueles mercados em que a mobilidade dos clientes é mais reduzida.

A rentabilidade dos ban-cos de retalho varia consi-deravelmente de país para país. Os mais rentáveis são a Áustria e a Alemanha e os menos a Espanha e a Fin-lândia. De igual modo, os custos também são dras-ticamente diferentes. Os mercados mais dispendio-sos são os do Luxemburgo e da Itália, enquanto os mais baratos são os da Sué-cia e da Lituânia.

Deste estudo conclui-se igualmente que o mercado interno da União Europeia ainda não atingiu um nível aceitável de integração no que respeita ao sector dos serviços fi nanceiros. Res-ta agora esperar como vai Bruxelas reagir para dar passos concretos no senti-do da integração total. A banca de retalho terá que se tornar bastante mais com-petitiva.

Neste momento, a Turquia é o país mais atractivo para os gestores de topo.

19,2 milmilhões — a

“fatia” de Portugal

COMISSÃO PRETENDE MAIS TRANSPARÊNCIA NAS TARIFAS AÉREAS

A Comissão Europeia quer tor-nar mais transparente a política de preços nas companhias aére-as. As companhias deixarão de poder utilizar publicidade para bilhetes mais baratos, devendo incluir todos os “custos escon-didos”. A ideia é os clientes terem a possibilidade de compararem os preços de forma simples. A nova legislação aponta para que seja obrigatório colocar o preço do total do bilhete, incluindo taxas, encargos no aeroporto, sobre a bagagem, custos relacionados com o com-bustível, entre outros. Um dos

argumentos de Bruxelas, para além da questão da transparên-cia, é que os passageiros poderão analisar rapidamente os preços e assim será possível aumentar a concorrência entre as compa-nhias aéreas. Estas, por seu lado, vão exercer pressão, já que há quem consi-dere que as estratégias de ma-rketing das empresas podem ser colocadas em risco.Um outro aspecto pode levantar alguma polémica, apesar de Bru-xelas ter razão. É que as práticas dos preços podem ser diferentes, o que é considerado discrimina-tório.

sexta-feira, 21 Julho de 2006 07INTERNACIONAL

Polónia

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Itália

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Portuga

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França

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POLÓNIA COM MAIOR FATIA DOS FUNDOS REGIONAIS (2007-2013, MIL MILHÕES EUROS)

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ferencial que as distingue da con-corrência.

Mas há mais do que uma forma de inovar. E se até agora a preocu-pação incidia nos produtos/servi-ços e nas operações, agora os CEO estão interessados nas mudanças verificadas no modelo de negó-cio. Esta foi uma das conclusões retiradas do estudo “IBM Global CEO Study 2006” - Expandir o horizonte da inovação”, realizado pela IBM Business Services. O relatório, que vai na sua segunda edição, entrevistou mais de 750 responsáveis máxmos a nível glo-bal. Portugal também esteve pre-sente, com cinco empresas, dos sectores financeiro, utilities, saúde, distribuição e comunicações.

Existem diferenças substan-ciais entre os resultados obtidos por este estudo e a sua primeira versão (de 2004). Nestes dois anos muito mudou. Os merca-

Gestores privilegiam inovação

Nunca como hoje a inovação foi tão importante para o desen-volvimento sustentado das em-presas. O mercado está cada vez mais global, a tecnologia avança a olhos vistos e o próprio consu-midor está a mudar e a ser mais exigente. O que faz com que as empresas se tenham de adaptar a estas mudanças. Como? Através da flexibilidade e da inovação. Porque só esta confere aquele di-

dos emergentes como a China e a Índia ganharam importância e têm alguma coisa a dizer no mer-cado global (proporcionam cada vez mais mão-de-obra qualificada e produtos de qualidade a pre-ços reduzidos). Por outro lado, assistimos a uma diminuição das barreiras protecionistas (bas-ta lembrar o caso do sector têx-til e a batalha contra a indústria chinesa). Tudo isto fez com que houvesse uma maior abertura dos mercados assim como da compe-titividade entre empresas. Estas agora têm de lutar com novas armas. E o estudo verificou que a maioria dos CEO (65% dos in-quiridos) pretende efectuar mu-danças de fundo nas estruturas das suas empresas nos próximos dois anos, de forma a conseguir lutar nesta nova arena.

ALEXANDRA [email protected]

Empresário austríaco recupera empresa falida de LeiriaDeterminação e confiança, com plena consciência do risco. Foi com este espírito que o empresário austríaco Michal Braun decidiu comprar a empresa de limas portuguesa Tomé Fèteira. De quase falida, a empresa recupera. Michal Braun arregaçou as mangas e assim continua.

A história da recuperação da Tomé Fèteira conta-se em pou-cas linhas. No âmbito da venda de 260 carros blindados Pandur II 8x8 ao Governo português, a Steyr-Daimler-Puch, empre-sa austríaca inserida no grupo General Dynamics, soube das dificuldades que a Tomè Fétei-ra passava e convidou Michael Braun, proprietário de uma fábrica de limas na Áustria, a Braun’s Soehne, a comprá-la. Michael Braun não pensou duas vezes, fez as malas e rumou para Vieira de Leiria.

O fabricante austríaco com-prou a Tomé Fèteira em Julho de 2005, investiu dois milhões de euros, também para saldar todas as dívidas, manteve todos os 57 trabalhadores da fábrica, e já conseguiu os 100% das três linhas de produção – um dos objectivos para 2006.

Portugal atractivo

É mais um fenómeno de des-localização, mas desta vez ao contrário, no caso, da Áustria para Portugal. Após uma fase de adaptação de três meses para a formação dos trabalhadores, se-guiu-se a preparação das máqui-nas existentes e a integração das novas vindas da Áustria. Uma grande parte da produção da Braun’s Soehne entretanto já foi transferida para Portugal.

Recrutar no país de destino

Michael Braun estabeleceu con-tactos com o Instituto Politécnico de Leiria e já recrutou dois técni-cos qualificados. “Mas precisamos de mais especialistas», garante o fabricante à “Vida Económica”. “Planeio reforçar a nossa equipa ainda com técnicos especializados em automatização, para a nossa própria empresa, e em engenharia mecânica, para os pedidos vindos de todo o mundo”, acrescenta o mesmo responsável

Michael Braun sabe que tem de manter as mangas arregaçadas para “garantir que a Tomé Fètei-ra continue competitiva a longo prazo para com a concorrência do Extremo Oriente”. Por um lado, aposta em produtos de nicho. Produzem-se, sobretudo, grosas de ferrador, limas para serras de correntes e pequenas limas para ferramentas multifuncionais. Por outro lado, a aposta na automa-tização da produção prossegue nos próximos três a cinco anos e requer um investimento de um milhão de euros.

Competir à escala mundial

“Quando pretendemos compe-tir com as fábricas na China e na Índia, temos de automatizar os processos de modo a reduzirmos uma parte substancial dos custos salariais”, explica o responsável da

fábrica de limas portuguesa. “O objectivo é diminuir os

custos com os salários, passando dos 65% para os 25%, a faixa em que operam os nossos concorren-tes orientais”, segundo Michael Braun. Isso não será conseguido através da redução de pessoal, mas com um aumento da produ-ção, introduzindo mais máquinas ultramodernas manuseadas por trabalhadores qualificados.

Michael Braun está optimista em relação ao futuro. Preven-do uma facturação em 2006 de três a cinco milhões de euros, o gerente da Tomé Fèteira estabe-leceu a meta entre os cinco e os 10 milhões de euros para o futuro próximo. “Até 2010 vamos atin-gir este objectivo, com certeza”, garante o austríaco.

“Produzimos para Europa, EUA, América Central, América do Sul, Japão, Austrália, Nova Zelândia e, naturalmente, para África e o Próximo Oriente, mas também Tailândia e Coreia. Com algumas gamas especiais, somos líder de mercado”, informa Mi-chael Braun.

“Remar contra a maré é bom, mas é preciso aguentar-se, e para isso são necessários bons parceiros em várias áreas, começando com o Governo, passando pela banca, e naturalmente fiéis amigos co-merciais”, recomenda Michael Braun.

VIRGÍLIO [email protected]

As mudanças nos modelos de negócio são as que proporcionam maiores margens de lucro.

Como podem as pessoas defender que merecem ser desculpadas pelo que fizeram

78. Inimputabilidade (“não tinha consciência do que estava a fa-zer”)Analisámos primeiro como é que se pode, ou não, imputar um acto mau a uma determinada pessoa, quando tratámos os problemas do dolo e do erro. Analisámos, a seguir, como é que, na eventualidade de alguém ver imputado à sua pessoa um acto mau, ainda assim, poderá justificá-lo, reduzindo ou eliminando a censurabilidade que lhe está associada; neste âmbito, vimos a temática da justificação via legítima defesa, direito de necessidade, e por aí adiante. Tenta-mos, assim, “limpar” a pessoa, ou tentamos “limpar” o acto que lhe está associado. E se isto tudo falhar? Isto é, e se chegados a esta fase ainda não conseguimos excluir qualquer tipo de censurabilidade. Bom, então aí podemos experimentar uma outra via: a da redução ou exclusão da culpa, que, como se infere do nº 1 do artigo 71º do Código Penal (51), tem um impacte fundamental no que respeita à determinação da medida (por redução ou exclusão) da pena. É a temática da culpa que abordaremos de seguida, começando pela inimputabilidade.A inimputabilidade, que mais não é do que a impossibilidade de alguém ser sujeito de culpa – julgado culpado de alguma coisa, censurado por essa via –, vem consagrada no nosso Código Penal, nos artigos 19º (52) e 20º (53). O primeiro desses artigos trata dessa impossibilidade pela via da idade, enquanto o segundo o faz pela via da anomalia psíquica.Quanto a nós, achamos preferível abordar a temática da inimpu-tabilidade por duas vias alternativas: i) aquela em que a mesma se verifica e, ao contrário, ii) aquela em que a mesma não se verifica, podendo, neste último caso, os sujeitos ser declarados culpados, (podendo ser verdadeiramente censurados).• A inimputabilidade – o nosso Direito iliba de qualquer hipótese de culpa, para efeitos penais (embora daqui se possam retirar con-clusões para efeitos não exclusivamente penais, salvaguardadas as particularidades do Código Civil e outros), i) os menores de 16 anos, ii) aqueles que por anomalia psíquica são incapazes ou, cum-pridos outros requisitos, menos capazes de avaliar a ilicitude asso-ciada a um acto mau praticado, ou de agir (bem) de acordo com essa potencial avaliação e, ainda, iii) aqueles que não são capazes de alterar o seu comportamento em função (do medo) das penas, da punibilidade. Resumindo: os “miúdos” e os “loucos” estarão, a priori, “safos” (não querendo ofender nem diminuir ninguém e implorando, desde já, o perdão das mentes mais “clássicas”)!• A não inimputabilidade (a imputabilidade) – Então e os ébrios e afins (idem quanto à ofensa e imploração)? Aqueles que se coloca-ram pontualmente numa situação de insanidade mental que levou à prática do acto censurável. Bom, aí o caso fia mais fino! Não se “safam”; podendo, quanto muito, ver a sua pena reduzida, se, como nos diz (de forma implícita) o artigo 295º do Código Penal (54) (especialmente dedicado aos casos de embriaguez e intoxica-ção), não tiverem agido com dolo directo; isto é, não se tiverem colocado em tal estado (de embriaguez ou outro que conduza a anomalia psíquica) para mais facilmente praticarem o acto mau. Resumindo: os que se colocaram em estado de anomalia psíquica para, assim, melhor praticarem actos maus não se “safam” de todo; os outros, que beberam uns copos, acontecesse o que acontecesse, sem se preocuparem com qualquer tipo de consequências, podem ver a sua pena reduzida.

* Extraído do livro “Cem argumentos – a lógica, a retórica e o direito ao serviço da argumentação”, de Paulo Morgado, edições Vida Económica

Para mais informações sobre este livro, consulte www.vidaeconomica.pt ou envie o seu pedido para [email protected]

CEM ARGUMENTOS

PAULO MORGADO

A Teka Portugal, subsidiária por-tuguesa do grupo de origem alemã Teka, atingiu, nos primeiros seis meses do ano de 2006, uma fac-turação de 35 milhões de euros, que equivale a um crescimento de 33% face ao ano anterior. Estes re-sultados animadores confirmam e fortalecem a tendência positiva do exercício de 2005, ano em que foi alcançada uma facturação recorde de 53,4 milhões de Euros, equiva-lente a um aumento de 15% face ao ano anterior.

Esta empresa, que conta actual-

mente com 267 colaboradores acti-vos em várias áreas de negócio fabris e comerciais, levou a cabo nos últi-mos cinco anos investimentos que totalizam 14 milhões de euros.

Stephan Lüdtke, administrador delegado desta empresa, mostra-se optimista, apesar de este ser um mercado muito competitivo e fabri-cantes concorrentes noutros países gozarem de subsídios e vantagens fiscais incomparáveis, ao afirmar que a fábrica em Portugal aumentará a sua importância dentro do Grupo mas também dentro do sector.

Teka Portugal cresce 33%

Automatização dos processos visa reduzir custos salariais em 75%.

sexta-feira, 21 Julho de 2006NEGÓCIOS E EMPRESAS08

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A Cruz Inox, empresa do sector da indústria de fabricação de lou-ça metálica e artigos de uso do-méstico, concluiu recentemente um processo de reestruturação e modernização das suas instalações e processos de produção. Fruto de um investimento que rondou os 3,5 milhões de euros, dos quais “um milhão elegível pelo POE em robótica, modernização de processos de desenvolvimento do produto e ambiente”, o resultado foi apresentado publicamente com a visita do presidente do IA-PMEI, Jaime Andrez.

O presidente da empresa, Ar-mando Melo, congratulou-se com a presença do responsável do IAPMEI, afirmando ser impor-tante “dar a conhecer o trabalho das pequenas empresas pois estas são muitas vezes postas de lado”. No entanto, disse, “sinto que algo está a mudar com a chegada deste novo ciclo económico”.

Aquele empresário lançou o apelo para que “sejam criadas as condições, quer pelo Estado, quer pelo próprio IAPMEI, para que as empresas portuguesas possam trabalhar livremente, sem entra-ves acrescidos aos que os próprios mercados colocam”. Por outro lado, disse, é importante que as empresas “sintam-se apoiadas”, “não apenas financeiramente, mas que sejam dados sinais que as empresas possam sentir como positivos”. Um desses sinais, que Armando Melo considera essen-cial, passa pelo “combate à ilega-lidade e à não-facturação”.

A Cruz Inox foi criada, segun-do Miguel Melo, um dos res-ponsáveis da empresa, em 1990, tendo resultado dos esforços de diversificação do grupo, inicial-mente dedicado em exclusivo, desde 1975, ao fabrico de cal-çado, valência que se mantém. Com 35 trabalhadores, a Cruz Inox pretende atingir um volu-me de negócios, em 2006, de três

milhões de euros, dos quais 80% no mercado externo, disse o direc-tor-geral da empresa. Deste valor, 50% deve-se ao mercado francês, seguindo-se outros países como Espanha, Alemanha, EUA, Brasil, Austrália e Médio Oriente.

As expectativas de Miguel Melo passam assim por “um cres-

cimento nas vendas de 20% face a 2005”, resultado esse que consi-dera extremamente positivo dado o estado actual do sector meta-lúrgico, com “a subida do preço das matérias primas, algumas das quais, como o latão, com cres-cimentos na ordem dos 100%”. Responsáveis por esta subida são, segundo Miguel Melo, “a procura por parte da indústria chinesa” e “a cartelização dos fornecimentos das matérias primas”.

Protótipos autonomizados em nova empresa

Na sua estratégia, a empresa re-novou a sua linha de montagem e dedica-se exclusivamente “à produção de panelas de pressão, optando por fabricar apenas este produto como forma de diferen-ciação face à concorrência, expli-

cou Fernando Mendonça, direc-tor de produção da Cruz Inox. Segundo aquele responsável, “a grande fatia das empresas daque-la indústria produz toda a gama de produtos deste tipo, enquanto nós optamos por alargar a linha de produtos, desde uso domésti-co até hotelaria e restauração”.

Outro factor tido em conside-ração foi “a dificuldade inicial em penetrar nos mercados externos, sobretudo europeus, muito exi-gentes”. Por outro lado, os pro-dutos que marcavam já presença nesses mercados “são muito pro-tegidos, com marcas registadas e patentes”, disse Fernando Men-donça.

Daí que, de há três anos a esta parte, a Cruz Inox tenha envere-dado pela “robotização de toda a linha de produção”, trabalho esse que Fernando Mendonça estima que fique concluído dentro de quatro anos. “Assim, deixaremos a secção de embalagem para uma mão de obra mais intensiva”. Por outro lado, “não podemos apenas adquirir os robots”, sendo neces-sário “optimizar a capacidade das máquinas, num processo gerido internamente”, tal como a “opti-mização dos processos de produ-ção”.

Um outro sector de extrema importância dentro da empresa é a produção de moldes e protóti-pos para a criação de ferramentas e peças, entre outros. Este será aliás, segundo o director de pro-dução, um sector que “dentro de dois ou três anos progredirá para uma empresa autónoma”, expli-cou. Fernando Mendonça salien-tou que “a escassez de matérias primas essenciais e a subida do seu custo conduziu à substituição de alguns desses metais por ou-tros materiais como o plástico” e a consequente criação de “novas patentes industriais”.

Actualmente, os técnicos da-quele sector estão a desenvolver competências nesse sentido, ten-do sido já estabelecidas parcerias com outras entidades, como a Universidade de Aveiro e o seu departamento de engenharia de materiais, o Centro Português de Design e o Instituto Nacio-nal de Propriedade Industrial, que prestarão o seu apoio nesse contexto.

Empresa do sector metalúrgico quer crescer 20% nas vendas

Cruz Inox investe 3,5 milhões em modernização e robótica

Casa Santos Lima

com 93% da produção para exportarA Casa Santos Lima assume-se

como um produtor de vinho cujo mercado preferencial é o exterior. Esta empresa exporta 93% da sua produção anual, que ronda os dois milhões de litros anuais, dos quais 80% tintos e 20% brancos.

São cerca de 30 os países onde a Casa Santos Lima marca presença, entre os quais a Finlândia, onde o seu vinho Quinta da Espiga é o número um português de vendas, ou a Noruega, onde o Quinta de Donus é o número dois portu-guês. Mas outros países, como o Reino Unido, Bélgica ou Canadá, são apostas constantes desta em-presa. Segundo Roque Ferreira, responsável da Casa Santos Lima, empresa que conta com mais de um século de existência, a opção de “investir na qualidade das suas produções e na variedade de cas-tas e equipamentos foi feita há cerca de uma década”, deixando cair a produção a granel e apos-tando assim em vinhos de qua-lidade para ganhar os mercados internacionais.

Hoje, com mais de 190 hecta-res plantados na Quinta da Boa-vista, em Alenquer, a Casa Santos Lima produz um vasto conjunto de vinhos varietais e monovarie-tais, estes últimos “destinados a um público exigente e disposto a pagar um pouco mais pelo vinho que consome”.

Distribuidor condiciona preços

Se o mercado internacional é o principal alvo da produção da Casa Santos Lima, nem por isso os pre-ços que aí se praticam são muito diferentes dos registados no nosso país. “É o distribuidor que condi-ciona o preço de venda ao público, mas a nossa margem é basicamente idêntica à dos vinhos que vende-mos em Portugal”. Consoante os países, os importadores e distri-buidores desempenham um papel fundamental neste circuito. “No Canadá os distribuidores são um monopólio das diversas províncias, cada qual fixando o volume e o preço das importações de vinho de cada país”, explicou aquele respon-sável. “Na Noruega é igualmente o governo quem detém o monopólio das compras de vinhos e quem de-cide o quê e quanto é colocado à venda nas lojas”.

Já o mercado nacional, que ocupa uma fatia muito reduzida das vendas da Casa Santos Lima, recebe agora marcas que até há bem pouco tempo só eram co-nhecidas dos consumidores es-trangeiros. “Apostamos na grande distribuição para alguns vinhos, enquanto para os monovarietais, de produção mais reduzida, as garrafeiras são os principais com-pradores”. Não obstante, o mer-cado português é visto como “em quebra, pois tem muitas marcas, a concorrência é muito forte e os vinhos do Douro e Alentejo são os mais procurados pelos consu-midores”. Como tal, a exportação continuará a ser o principal alvo desta casa da Estremadura.

MARC BARROS

IAPMEI assegura capacidade financeira no QREN

Não haverá perda de capaci-dade financeira para apoiar as pequenas e médias empresas no âmbito do próximo Quadro Co-munitário de Apoio. A garantia foi deixada pelo presidente do IAPMEI à margem da sua visita à Cruz Inox. Não querendo para já avançar publicamente com os números de que afirma ter conhe-cimento, Jaime Andrez assegura que “as empresas poderão contar com o apoio financeiro do IAP-MEI para implementar os seus projectos de desenvolvimento”.

Contudo, afirma, “a aplicação do QREN obrigará a uma maior selectividade na escolha de pro-jectos elegíveis”, pelo que Jaime Andrez assegura que será dada prioridade a empresas que criem “valor acrescentado quer pelo lado da sua capacidade exporta-dora, quer pela sua vertente tec-nológica e do conhecimento”.

Esta estratégia implica “fortes investimentos, difíceis numa fase como a que atravessamos”, disse à VE aquele responsável. “Cabe ao IAPMEI ajudar as empresas a encontrar a melhor forma de fi-nanciamento, seja através de cré-dito ou de apoios”, mas também “facilitar a sua estratégia na área da qualificação e conhecimento e disseminação de boas práticas de mercado”. Referindo-se à empre-sa que visitou, Jaime Andrez refe-riu ser aquele “o tipo de empresas que o IAPMEI quer apoiar, com grande componente tecnológica e capacidade de exportação, que não se mede através da sua dimensão física ou dos recursos financeiros ou humanos que dispõe, mas da sua dimensão competitiva. São empresas que ultrapassam as suas próprias restrições. Esta é a men-sagem que o IAPMEI quer passar às empresas”, concluiu. M.B.

MARC BARROS

Armando Melo e Jaime Andrez.

sexta-feira, 21 Julho de 2006 09NEGÓCIOS E EMPRESAS

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21 de Julho de 2006 | Suplemento Nº61

É necessário “um cuidado muito apertado na atribuição de subsídios a multinacionais”, defende a ESBA

ConfederaçãoEuropeia das PME reúne em Lisboa

Da reunião pode con-cluir-se que a ESBA vê com preocupa-ção o facto de “nos Estados-Membros, as verbas destinadas

pela Comissão Europeia para in-centivo às PME, não chegarem às mesmas”, salientando que “o que acontece é que essas mesmas ver-bas acabam por ser canalizadas para pagar despesas do próprio Estado e subsidiar grandes enti-dades e lóbis poderosos”.No final da reunião, Joaquim Rocha da Cunha, vice-presidente sénior da Direcção Executiva da ESBA e presidente da Associação das PME-Portugal (a represen-tante portuguesa das pequenas e médias empresas na ESBA), de-clarou que “este tem sido, desde 2001, um dos problemas para os quais a Confederação Europeia de PME tem vindo a alertar”.Saliente-se que em 2001, a Con-federação propôs ao Parlamento Europeu a adopção de normas “anti-dumping” social à custa de subvenções comunitárias, tendo a delegação portuguesa apresen-

tado ao Secretário de Estado do Comércio, Indústria e Serviços, um relatório sobre as ajudas eco-nómicas concedidas em Portugal e onde se pode verifi car os apoios concedidos a empresas como Lear, Yazaki e Delphi, bem como o risco inerente.Sobre essa matéria, Joaquim Cunha defende que “o actu-al estado das coisas, com 57 deslocalizações, só nos veio dar razão”, acrescentando que “provou-se a incoerência dos de-cisores europeus e o quão contra-producente foi apoiar empresas com dinheiro eu-ropeu que apenas mudam fábricas por causa de sub-sídios”.Também a ESBA irá tomar uma posição fi nal sobre este assunto, na próxima reunião que terá lugar em Amesterdão, no mês de Setembro. Até porque a Con-federação defende “um cuidado muito apertado na atribuição de subsídios a multinacionais

PME-Portugal esclareceu empresários de Oliveira de Azeméis

Promover a compe-titividade empre-sarial em diversos locais do país, é o objec t ivo da Associação das

PME-Portugal, que orga-nizou recentemente um se-minário direccionado aos empresários de Oliveira de Azeméis, em colaboração com a Câ-mara Mu-nicipal da cidade.Destinada a entidades que ambi-c i o n e m ma rca r a diferença, não só na sua região de integra-ção, mas também a nível nacional e estrangeiro, a sessão visou esclarecer os participantes sobre Programas inser i-dos no âmbito do PRIME, sal ientando a For mação Profi ssional, o incentivo ao investimento nos Recursos

Humanos e o Inov-Jovem, envolvendo a inserção de quadros técnicos nas peque-nas e médias empresas.O Qualid – Programa de Certifi cação de Qualidade e o PME Telecom, foram outros dos pontos de debate e esclarecimento, focados durante o seminário.Intitulado “Torne a sua em-

presa mais c o m p e t i t i -va”, este pro-jecto contou com a pre-sença de Joa-quim Morei-ra, membro do Conselho Nacional da P M E - P o r -tugal, Ápio A s s u n ç ã o , presidente da

Câmara Municipal de Olivei-ra de Azeméis, Ângelo San-tos, consultor de empresas, Mariana Quinta, directora de clientes da PME-Portugal e Joseph Sousa, responsável pela área da qualidade da mesma associação.

Espaço dedicado às Pequenas e Médias Empresas de Portugal

que apenas procuram dinheiro e mão-de-obra barata”.Outra das conclusões saídas da reunião do passado fi m-de-se-mana defende que, em Portugal, “a atracção do investimento e a promoção das exportações seja feita por uma entidade de gestão empresarial privada, ainda que possa ser detida pelo Estado”. Isto porque, “o estado de inacção criado pela inoperância e pelo vazio da extinção do ICEP Por-tugal, não pode continuar muito

mais tempo”.Mais recen-t e m e n t e , a Confedera-ção Europeia de PME tem sido parceiro de polít icas pró - empre -

sa, em diálogo intenso com a Direcção-Geral da Empresa, da Comissão Europeia, bem como com o Banco Europeu de Investimento e o Observatório Europeu de PME, no sentido de propor políticas mais amigas das empresas.

A Comissão Executiva da Direcção da Confederação Europeia de PME (ESBA – European Small Business Alliance) reuniu no passado dia 15, em Lisboa, para debater as questões mais pertinentes que afectam, actual-mente, as pequenas e médias empresas a nível nacional e europeu.

Póvoa de Varzim realça impor-tância das empresasNo âmbito do ciclo de seminá-rio “Torne a sua empresa mais competitiva”, as portas do Au-ditório da Biblioteca Municipal da Póvoa de Varzim abrem-se, hoje, a partir das 14h30, para receber um leque de oradores e empresários que se preocupam, realmente, com o futuro das empresas portuguesas.

Com sede em Bruxelas, a Confe-deração Europeia de PME, através do fórum de empreendedores eu-ropeu, abrange 42 associações de PME de 22 países europeus num total de 2 milhões de empresas.

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Em 2005 a empresa registou um volume de vendas de “18 milhões de euros: no mercado interno fac-turou 15 milhões de euros, aos quais se somam os 2,5 milhões re-sultantes de vendas nos mercados exteriores”, disse Rebeca Martín, do departamento de exportação da empresa. A Protos exporta “cer-ca de 40% da sua produção para cerca de 60 países”. No total, a empresa comercializou 2,8 mi-lhões de garrafas em 2004 contra 3,1 milhões em 2005, nas várias categorias produzidas. Os seus responsáveis afirmam que a sua produção, que ronda 5 ton.uva/ano/hectare, não é suficiente para satisfazer a procura. Os vinhos que constituem o seu portfólio (Jovem, Crinza, Reserva e Gran Reserva) são todos eles monovarietais.

Também com cerca de um sécu-lo nas mãos da mesma família, a Quinta do Crasto está localizada em Cima Corgo, entre a Régua e Pinhão, estando a propriedade totalmente classificada como letra A para benefício de produção de vinho do Porto. Com 130 hecta-res de vinha onde estão plantadas várias das mais representativas cas-tas da região (Tinta Roriz, Toriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Barroca e Tinto Cão), esta quin-ta produz vinhos de mesa desde 1994. Assim, para além dos vinhos do Porto, a Quinta do Crasto pro-duz e comercializa diversos vinhos e marcas, desde brancos a tintos, monovarietais e varietais – um dos seus vinhos, o Quinta do Crasto Douro Reserva, é elaborado a par-tir de 30 diferentes tipos de uva.

Para a Quinta do Crasto o mer-cado nacional representa 30% das vendas totais, tendo sido respon-sável por um volume de vendas de 400 mil euros em 2005. No en-tanto, considera Pedro Almeida, director comercial para o merca-do interno, o mercado português

II Festival Vinus Durii mostra ao mundo os vinhos feitos nas duas regiões

Douro e Duero, irmãos e rivaisAs regiões vinícolas do Douro

português e espanhol têm apre-sentado uma crescente associação e conjugação de esforços que teve como ponto alto a segunda edição do Vinus Durii. Numa altura em que os mercados internos de vinho tradicionais estão em regressão, a palavra de ordem é a conquista do exterior. Irmãos e rivais, Douro e Duero mostram querer partir para uma nova etapa da sua já longa história. O II Festival Vinus Durii trouxe às regiões portuguesa e es-panhola do Douro um vasto con-junto de jornalistas, importadores e especialistas internacionais para conhecerem um pouco melhor os vinhos produzidos em ambos os lados daquela euro-região. Numa organização conjunta de várias entidades dos dois países, como a CCDR-N, o IVDP, a Junta de Castela e Leão e o Instituto Tecno-lógico Agrário de Castela e Leão, os visitantes puderam tomar con-tacto com a realidade das empre-sas e produtores dos dois Douros. Desta forma, ficámos a saber que se aquelas regiões são irmanadas pelo mesmo rio, podem conside-rar-se rivais no cada vez mais com-petitivo mundo vinícola mundial, terçando cada qual as suas armas.

Assim, se o Duero ganha peso e valor acrescentado pelo lado da produção em grande quantidade e com uma relação qualidade/preço imbatível, goza ainda, nos mer-cados internacionais, de outros dois factores positivos: uma ca-pacidade comercial agressiva, que leva os seus vinhos a crescerem exponencialmente no exterior, e a harmonização de produto que torna facilmente reconhecíveis os seus vinhos, graças à omnipresente casta Tempranillo, a sua principal matéria-prima, equivalente à por-tuguesa Tinta Roriz.

Este pormenor não é despicien-do: é opinião cada vez mais unâni-me que o Douro português deve aproveitar a diversidade de espé-cies que o caracteriza para marcar a diferença nos mercados exterio-res. Ao mesmo tempo, é exigida aos produtores maior agressivida-de comercial, bem como a capaci-dade de imprimir maior dinâmica às marcas de vinhos de mesa do Douro, aliada ao reconhecimen-to internacional que os vinhos do Porto já gozam.

Duero vende 140 milhões de garrafas em 2005

O Duero vinícola estende-se

por uma área com 110 km de comprimento e 30 km de largura, nas quatro províncias de Castela e Leão. Divide-se em cinco regi-ões demarcadas (Denominações de Origem), algumas de criação bastante recente. São elas Ribera del Duero, Rueda, Cigales, Toro e El Bierzo, que no seu conjunto possuem cerca de 75 mil hectares de vinha. Ribera del Duero é a maior de todas estas regiões, com cerca de 25 mil hectares de vinha, sendo Rueda a mais pequena, com apenas 6000 hectares, mas que no entanto tem revelado um cresci-mento acumulado acentuado nos últimos cinco anos, fruto da expe-rimentação nas vinhas e da aposta conseguida na produção de vinhos brancos de elevada qualidade.

No seu conjunto, a região do Duero foi responsável pela “ven-da de 140 milhões de garrafas em 2005, registando níveis de cres-cimento assinaláveis: Ribera del Duero, a mais importante região vinícola espanhola, cresceu 14%, seguida de Rueda, a terceira mais importante de Espanha, logo a se-guir a Rioja, com um crescimento de 17%”, explicou António Ribe-ra, do Instituto Tecnlógico Agrá-rio de Castela e Leão.

Contudo, foi a região de Toro aquela que maior crescimento re-gistou em 2005, com 23%. “Esta experimenta uma forte pujança, sendo actualmente sede de várias empresas espanholas e francesas”, disse o mesmo responsável. “Em seis anos o número de empresas vinícolas a operar em Toro passou de 8 para 40 e em 2004 e 2005 teve um crescimento acumulado de 60%”. Em 2005 saíram daque-la região 9,5 milhões de garrafas, das quais 50% para os mercados externos.

As opções estratégicas dos seus responsáveis apontam para um crescimento no segmento da ex-portação, por razões de saturação interna: de 2004 para 2005 o con-sumo de vinhos em Espanha de-caiu de 28 para 26 litros por pes-soa, fenómento esse idêntico ao que se verifica em Portugal, Itália ou França. Assim se compreende

a crescente competição nos merca-dos externos dos vinhos.

Os números revelam o cresci-mento de vendas desta região: em 2003 foram vendidas 3,9 milhões de garrafas de DO Cigales, contra 4,2 milhões em 2004; de 2003 para 2004 DO Rueda cresceu de 25 para 27 milhões de garra-fas vendidas; nos mesmos anos o crescimento foi de 42 para 49 milhões de garrafas de DO Ribe-ra del Duero; já DO Toro vendeu 7,1 milhões em 2003 e cerca de 8 milhões em 2004.

Os mercados norte-americano e suíço são os mais importantes para aquelas denominações de origem: em 2003/2004 DO Rueda expor-tou 4878 hectolitros para os EUA e 2805 hectolitros para a Suíça; DO Toro vendeu 5884 hectoli-tros para os EUA e 3496 para a Suíça; Ribera del Duero vendeu 3173 hectolitros para os EUA, 3000 para o México e 2394 para a Suíça; por último, DO Cigales transaccionou 199 hectolitros nos EUA e 132 na Suíça.

As empresas de Douro e Duero

No decurso do evento os parti-cipantes tiveram oportunidade de visitar duas empresas, ambas com vinhos premiados internacional-mente e que, pela sua dimensão e características, revelam bem a especificidade de cada uma das re-giões. Em Peñafiel, Valladollid, no coração de Ribera del Duero, a co-mitiva visitou as Bodegas Protos, empresa criada como cooperativa há cerca de um século e que hoje detém cerca de 100 hectares de vi-nha com apenas uma variedade de uva plantada, a que se juntam 500 hectares de associados e outros 300 hectares de fornecedores ha-bituais de uva, toda ela monocasta Tempranillo.

“está ao nível dos nossos maiores mercados e tem potencial para crescer em nichos de qualidade”.

A maior fatia das vendas da Quinta do Crasto pertence aos EUA, seguindo-se Portugal e Bra-sil. Este último país tem crescido muito nos últimos anos, com 2005 a fechar com “um crescimento de 140%”. Outros países como Cana-dá e Reino Unido são igualmente fundamentais para as exportações desta empresa familiar.

Vinus Durii quer estimular turismo

O Festival Vinus Durii, orçado em 700 mil euros, teve lugar em várias localidades em torno da ba-cia hidrográfica do Douro, como Peñafiel, Valladollid, Zamora, Toro, Vila Real, Peso da Régua, Lamego e Porto, e serviu igual-mente para lançar um “conjunto de projectos que possam dinamizar as duas regiões, não só em termos vinícolas mas também turísticos”, disse Carlos Lage, presidente da CCDR-N. Entre os projectos de cooperação contam-se a reconstru-ção da linha de comboio do Dou-ro até Espanha – linha essa já em funcionamento do lado espanhol – e a criação de uma estrutura de coordenação política e económica entre as 21 autarquias da região.

Paralelamente, o Vinus Durii pretende dinamizar a imagem internacional do Douro Patrimó-nio da Humanidade, “criando oportunidades de investimento na região”. Um dos projectos mais relevantes passa pela elaboração de planos de pormenor para as mar-gens do Douro, com o intuito de qualificar as margens do rio, tornar o Douro mais navegável e estabe-lecer parcerias de âmbito turístico entre agentes económicos dos dois lados da fronteira. Marc Barros

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sexta-feira, 21 Julho de 2006 11PME

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Luís Simões investe9,8 milhões em I&D

O grupo Luís Simões obteve, no ano passado, um volume de vendas de 149,6 milhões de eu-ros, o que correspondeu a um crescimento de 1,5%, face ao exercício anterior. O resultado líquido cifrou-se em 1,5 milhões de euros, o “cash-flow” totalizou 11,4 milhões e o investimento total ascendeu a cerca de 9,8 mi-lhões de euros.

“No exercício passado houve a preocupação de aprofundar o re-lacionamento e as parcerias com os clientes, por via da capacida-de de inovar e acrescentar valor às diversas cadeias logísticas. É com os clientes que procuramos e exploramos medidas de optimi-zação da produtividade, de forma a serem superados os custos cres-centes dos combustíveis, os quais têm penalizado fortemente este sector de actividade”, de acordo com José Luís Simões, presidente executivo do grupo.

Os investimos realizados foram orientados para a investigação e o desenvolvimento, especialmente para a consolidação das activi-dades de transporte e logística em Espanha, a reorganização da rede de distribuição logística e a nova plataforma, via internet, de comunicação com cliente. Foi ainda feito um investimento con-siderável no desenvolvimento das actividades de suporte e negócios complementares.

A empresa de transportes Luís Simões presta serviços integra-dos em cerca de 180 mil m2 de armazéns na Península Ibérica e gere uma frota de 1260 veículos. Conta com 1400 colaboradores e está também nas áreas dos segu-ros, equipamentos e serviços de apoio à indústria de transportes e gestão imobiliária. Marca presen-ça no mercado espanhol há cerca de duas décadas.

Clínica da Visão triplica actividade em nove mesesVisão é a única em Portugal a efec-tuar o tratamento laser recorrendo à técnica Lasik com Wavefront da córnea”, explica Leite d’Almeida. Assim, “podemos operar deter-minados pacientes que teriam de recorrer a clínicas médicas em Bar-celona”. Entre estes contam-se pro-blemas de “miopia, hipermetropia, astigmatismo e presbiopia”.

Investimento superior a um milhão de euros

O facto de a inovação tecnoló-gica ser essencial para o tratamen-to de pacientes faz com que seja necessário efectuar investimentos significativos. “O investimento em equipamentos ronda cerca de um milhão de euros. Por outro lado, os equipamentos podem rapidamente tornar-se desadequados, pelo que aos quais se juntam cerca de 50 mil euros por cada actualização de sof-tware”, referiu o cirurgião.

A aplicação da metodologia esta-belecida em parceria com a Quan-

tum permitiu triplicar o número de intervenções cirúrgicas realizadas em nove meses. Segundo as pers-pectivas dos seus responsáveis, é ex-pectável que esse crescimento possa ascender “entre 500% e 1000% nos próximos 12 a 24 meses”.

No entanto, tal metodologia “só é eficaz em empresas que tenham já um bom modelo de negócio e am-bição de serem a melhor opção no mercado da zona geográfica em que se inscrevem e possuem os recursos para o fazer”, disse Azuil de Barros. “A partir daqui introduzimos boas práticas de desenvolvimento”, que, segundo Leite d’Almeida, passam pela melhor forma de “fazer passar a mensagem do que aqui fazemos”.

Sediada em Braga e com exten-sões em Mangualde e escritórios no Porto, a Clínica da Visão tem ainda um projecto de expansão que irá, nos próximos tempos, avançar para outras áreas do país, “sobretudo para Sul, possivelmente Lisboa e Al-garve”, concluiu Leite d’Almeida.

MARC BARROS

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Azuil de Barros, director regional da Quantum Portugal, e Leite d‘Almeida, director da Clínica da Visão.

A Clínica da Visão implantou um modelo de negócio desenvol-vido pela Quantum – Crescimen-to de Negócios que permitiu um crescimento da sua actividade na ordem dos 300% em nove meses. Criada em 2000 pelo cirurgião of-talmológico Leite d’Almeida, aque-la unidade especializada em cirurgia refractiva estabeleceu uma parceria com a empresa consultora Quan-tum no sentido de implementar uma metodologia que pretende, segundo o seu responsável, Azuil de Barros, e “do ponto de vista empre-sarial, desenvolver a actividade atra-vés da forma como o mercado alvo percepciona as vantagens do serviço prestado. O desempenho da Clínica da Visão foi o desenvolvimento de um projecto de liderança na cirur-gia refractiva a nível ibérico e, por outro, um trabalho de mobilização juntamente com o parceiro”.

A Clínica da Visão visou a criação de uma unidade capaz de efectuar cirurgias refractivas da vista através de tecnologia laser. “A Clínica da

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Vitacress reforça presença em Espanha

A Vitacress, empresa de produtos hortí-colas, começou a operar nas Astúrias, onde passou a estar presente em três cadeias de supermercados da região do país vizinho. Aliás, o seu objectivo, no imediato, é au-mentar a cobertura geográfica em Espa-nha.

Não foi por acaso que a Vitacress selec-cionou o mercado asturiano. Teve a ver com as características diferenciadoras que apresenta relativamente a outras regiões do país, como explica David Russell, director--geral da empresa para o mercado ibérico: “Consiste num dos mercados mais exigen-tes no que respeita à qualidade e consumo de produtos frescos”.

A marca tem disponível para a região uma oferta diversificada em hortícolas de IV Gama – produtos lavados, emba-lados e prontos a consumir – destinada ao consumidor, em geral, e ao sector hoteleiro.

Aposta nos produtos biológicos

A Vitacress Portugal pertence à multina-

cional britânica Vitacress Salads, estando a operar em Portugal há 25 anos. Localizada em Odemira, a empresa está especializada no agrião de água.

Actualmente, também produz saladas, vegetais e batata. Um dos seus objectivos é reduzir a quantidade de resíduos encontra-dos numa colheita. De salientar que, neste momento, também desenvolve produtos biológicos.

sexta-feira, 21 Julho de 2006 13PME

Ceranor antecipa tendências no sector da construção e decoração

A Ceranor assume-se como uma das mais importantes exposições do país aos níveis da cerâmica, do vidro, dos artigos decorativos e das utilidades domésticas. Milhares de produtos vão estar expostos de 7 a 11 de Setembro, na Exponor. Confirmadas estão as presenças de algumas das mais importantes marcas dos diferentes segmentos de mercados, em busca de maior projecção internacio-nal.

A empresa Obivela apre-senta um produto que está a crescer de forma considerável no mercado português, as velas artesanais. A particularidade é que

resulta de um processo de produção sem recurso a qualquer tipo de maquinaria. A técnica e a matéria-prima utilizadas per-

mitem trabalhar as peças de acordo com as exigências dos clientes. São velas que têm uma maior duração e que não agridem o ambiente. Na Ceranor vão estar expostas algumas das melhores ideias dos clientes que já foram de-senvolvidas pela Obivela.

A Aldeco já é conhecida de uma grande parte dos consu-midores. É uma das empre-

sas tidas como referência no segmento da decoração, já que possui uma grande di-versidade de colecções. Esta empresa tem

desenvolvido esforços no sentido de uma relação mais próxima com o cliente. Criou três espaços de exposição, no Porto, em Lisboa e Vilamoura. As colecções ficam ex-postas ao longo de todo o ano. No que se refere à Ceranor, de notar que a mesma se realiza numa altura em que são escolhidas as novas colecções. Por isso, é habitual a afluência de um grande número de visitan-tes. A Aldeco vai apresentar as suas novi-dades relativamente às tendências da nova estação.

O que vem de fora também tem procura no mercado nacional e há empresas que ex-ploram eficazmente esse facto. É o caso da Tmais. A empresa proporciona o acesso a uma gama vasta e diversificada de produtos oriundos de diversos países.

Utensílios de cozinha têm grande potencial de crescimento.

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Hiper Planet abre hoje, no Centro Comercial Gran Via

Rádio Popular escolhe Vigopara iniciar internacionalizaçãoA meta é ambiciosa. E não passa apenas pela abertura de uma loja em Vigo, em Lugo ou Ponferrada. Ilídio Silva, presidente do conselho de administração da Rádio Popular, quer liderar o melhor grupo de distribuição de electrodomésticos e material informático da Península Ibérica. Uma estratégia delineada há cinco anos cujo fruto começa precisamente hoje a nascer. O Centro Comercial Gran Via, em Vigo, vai acolher um novo espaço comercial de dois mil metros quadrados e com mais de 50 mil produtos em exposição. Preço, eficácia e qualidade. “Queremos ser melhores em tudo”, diz Ilídio Silva.

Vida Económica – A Rádio Popular inaugura hoje uma loja em Vigo, inician-do desta forma a sua internacionalização. Espanha era o mercado mais natural para uma primeira abordagem?

Ilídio Silva – Há cinco anos, definimos que o nosso mercado seria o ibérico. Desde que assumimos, há sete anos, a responsabilidade da Rádio Popular, fizemos um desenvolvi-mento muito rápido. Na altura, eram cinco as lojas existentes, três delas desactualizadas. Hoje, temos 25 espaços completamente mo-dernizados. Não vamos deixar de abrir lojas em Portugal mas almejamos ser um forte gru-po na Península Ibérica. Somos uma grande empresa e para obtermos economias de escala temos de trabalhar o mercado ibérico. Por outro lado, acabamos por perceber, das visitas que fizemos a Espanha, que Portugal tem um grande know-how na distribuição. Até me atrevo a dizer que, em termos de distribuição

e comércio, é o país mais concorrencial do mundo. Se a nossa indústria estivesse como está o nosso comércio, o país estaria bem.

VE – Em termos de fornecedores, como é que o processo vai ser gerido, já que sa-bemos que lida com marcas multinacio-nais?

IS – O centro logístico vai continuar a ser no Porto. Como disse, a maioria dos nossos fornecedores são multinacionais mas a estra-tégia vai ser a partir de Portugal alimentar o mercado galego. Digamos que vamos ser re-exportadores da mercadoria que Portugal im-porta. Além disso, já fizemos um acordo no qual vamos dar preferência a quatro grandes fabricantes portugueses de electrodomésticos: as máquinas de café Briel, os Fogões Meireles, uma empresa de arcas congeladoras de Avei-ro e uma fábrica de frigoríficos, Minifrio, da Trofa. Também posso dizer-lhe que a inter-

te temos este vizinho rico, com 40 milhões de pessoas e outros tantos turistas. Penso que se em 2012 tivermos projecção na Península Ibérica ficaríamos muito felizes e achávamos que seria uma dimensão razoável em termos europeus.

VE – E como é o cliente espanhol? Os portugueses são conhecidos por serem muito exigentes nesta área…

IS – Neste momento, o cliente espanhol é muito semelhante ao português, com a vanta-gem de que tem mais poder de compra e tal-vez por isso dê mais relevo às marcas sonantes. Já o português é um consumidor mais inteli-gente. Olha para a relação preço/característi-cas/performance, em detrimento da marca. É um mercado que tem umas margens maiores do que as nossas porque o IVA é de 16% e os preços são ainda mais caros do que aqui. Em Espanha há menos concorrência, pelo que as margens não são tão esmagadas como em Portugal.

VE – Vão apostar mais nas marcas de fabricantes ou na Electronia, que é da Rá-dio Popular?

IS – Posso garantir que os produtos Elec-tronia são de qualidade e muito mais baratos. Acho que teremos futuro se pensarmos no consumidor final. E é isso que tentamos fazer com a nossa marca. Mas obviamente que não é fácil desenvolver uma marca num país do tamanho do nosso. Será muito mais fácil se tivermos dimensão ibérica.

VE – E como é que a Rádio Popular se vai apresentar ao mercado? Vão marcar a diferença pelo preço?

IS – Pelo preço, pela eficácia e pela qualida-de da loja. Queremos ser melhores em tudo. Temos 40 postos de trabalho espanhóis que estiveram a fazer quatro meses de formação localmente.

VE – Tiveram que optar por Hiper Pla-net, já que existe uma cadeia de emisso-ras de rádio com o nome Rádio Popular. Incomodou-vos não poderem usar a mes-ma designação que em Portugal?

IS – Não. O nome Hiper Planet é feliz e di-nâmico. O sucesso ou insucesso não vai com certeza passar por aí.

VE – Os custos com os postos de trabalho são semelhantes em Portugal e Espanha?

IS – Não. O trabalho é mais caro em Espa-nha entre 40 e 50%. Mas como o mercado é mais alto 50%, os custos de trabalho acabam por ser mais ou menos iguais. Estima-se que cada português compre, por ano, entre 200 e 225 euros de electrodomésticos. Este valor em Espanha ascende aos 300 euros. Aliás, Es-panha é o mercado que mais consome elec-trodomésticos per capita da Europa.

VE – A estratégia para Portugal continua a mesma?

IS – Continua. Este ano vamos abrir mais duas lojas. Em Viana do Castelo, em Setem-bro, e em Ovar.

SUSANA MARVÃ[email protected]

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nacionalização da Rádio Popular, para além de ajudar marcas nacionais, criou postos de trabalho a portugueses. A maioria das empre-sas que está a fazer obras nas nossas lojas em Espanha é portuguesa.

VE – Para além de Vigo, que abre hoje no Centro Comercial Gran Via, vão abrir uma loja em Lugo e outra em Ponferrada. Estamos a falar de que investimento?

IS – Este ano vamos fazer em Espanha um investimento de seis milhões de euros. Para o ano está previsto um investimento de três milhões. Mas o empreiteiro é português, o fo-lheto vai ser feito em Portugal, a empresa que os vai distribuir é portuguesa, a empresa que colocou a alcatifa é portuguesa… Estamos em Espanha mas a dar trabalho às empresas nacionais.

VE – Mas porquê?IS – Porque as conhecemos. Não temos

nada contra as empresas espanholas.

VE – Então é uma questão de patriotis-mo ou as empresas portuguesas têm uma melhor oferta?

IS – Demos preferência às empresas por-tuguesas porque simplesmente sabemos que são capazes. A loja do Dragão foi considerada pelos especialistas uma das melhores lojas da especialidade da Europa. Foi feita totalmente por portugueses. E assim vamos continuar por uma questão de relação de confiança. Nem pedimos orçamentos a empresas espanholas.

VE – Quando prevêem o retorno do in-vestimento no mercado ibérico?

IS – Nunca em menos de oito ou 10 anos. Hoje, a concorrência é muito grande neste sector. Tanto que nem sequer é apetecível para os capitais de risco… Na distribuição o retor-no é sempre a médio prazo.

VE – Admite haver uma contracção do consumo em Portugal e essa ser outra ra-zão para avançar para Espanha?

IS – Este ano já se nota uma contracção efectiva deste mercado. Mas nós já desenhá-mos a nossa estratégia há cinco anos. Prepa-rámo-nos para esta contracção, reduzindo uma série de custos. E até penso que esta con-tracção vai continuar. Outro problema deste sector é haver uma grande desinflação. Pelo que temos de ter uma política muito realista, assertiva e eficaz nos stocks porque senão per-demos dinheiro.

VE – Ir para a Galiza foi então sobretudo uma questão de estratégia?

IS – Exactamente. O Porto está muito bem localizado para fazer negócio do Algarve até à Corunha. Portugal e Galiza são 12,5 milhões de pessoas. Penso ser a zona mais populosa da Península Ibérica. Mas depois de estarmos so-lidificados na Galiza queremos muito mais… somos ambiciosos.

VE – A tal estratégia de internaciona-lização traçada há cinco anos prevê a “conquista” de mais algum país que não a Espanha?

IS – Para já, apenas a Espanha. Felizmen-

“Felizmente temos este vizinho rico, com 40 milhões de pessoas e outros tantos turistas.”, aforma Ilídio Silva.

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JM – Nós temos duas formas de fazer o nosso “sour-cing”. Ou o fazemos já com uma primeira transforma-ção (a recepção em fresco e, por exemplo, a congelação), ou através da segunda transformação, e que é o nosso “core business”, com os preparados de fruta. Em relação ao aprovisionamento, temos a possibilidade de contar já com a fruta congelada, com uma primeira transformação efectuada, e, aí, o nosso “sourcing” é global, desde a Tai-lândia à Costa Rica, Chile, Canadá, Polónia, Marrocos. Em termos de “sourcing” estamos onde o produto tem uma relação qualidade/preço correcta. Depois, temos outra forma, que é integrarmos essa primeira transfor-mação. E aí tentámos sempre fazer uma aproximação à produção nacional e não conseguimos. O nosso aprovi-sionamento é feito essencialmente (bem perto dos 75% do que é fruta fresca) em Espanha e em Marrocos. Claro que também desenvolvemos relações com produtores nacionais quando existe uma exigência de denominação de origem de determinados produtos. O restante, quase que somos empurrados a comprá-lo fora do país.

VE – É curiosa esta dificuldade, porque, não muito longe da Covi-lhã, em Castelo Branco, a Danone abastece-se quase a 100% com fruta nacional e faz disso, aliás, bandeira da empresa. Como é que isso se explica?

JM – Não confundamos. Quem fornece a Danone é a Frulact. O que estava a dizer é que esse projecto de DOP [denominação de origem pro-tegida] e IGP [Indicação Geográfica Protegida] é um projecto conjunto Frulact/Danone. Foi a Danone que nos desafiou para o fazermos.

VE – Então, essa ligação da Fru-lact aos produtores nacionais existe?

JM – Existe. Existe uma determinada percentagem, associada a este projecto [com a Danone], em que temos essas relações criadas com associações de produtores e, em alguns casos, de forma fantástica, mesmo em termos de comportamento. A pêra rocha do Oeste e a maçã de Alcobaça têm um comportamento e uma visão acerca deste projecto fantásticos. O mel da Terra Quente é fan-tástico, o ananás dos Açores é fantástico. Tudo o resto tem dificuldades. Falo do comportamento e de outra coisa que é saber até que ponto estas organizações estão, ou não, profissionalizadas, se têm, ou não, uma visão estratégica deste tipo de negócio.

VE – Porque é que estes exemplos fazem sucesso nesta parceria com a Danone e noutros casos já não funcionam?

JM – Esta é uma acção muito direccionada e o pro-jecto funciona porque houve uma empresa que adoptou uma estratégia de marketing que está disposta, inclusi-ve, a pagar um sobrecusto para utilizar frutas nacionais, com qualidade altamente reconhecida. Mas é uma estra-tégia. Se houver outras a surgir, óptimo. A questão que se coloca é: se estamos vinculados a uma obrigação de comprarmos em Portugal e se o cliente está vinculado a essa mesma exigência, nós faremos aquilo que o cliente nos diz. É uma questão de custos. Falamos disso com todos os clientes. Mas nos produtos mais massificado-res, mais generalistas, temos de nos aprovisionar onde conseguimos ganhar competitividade. A Cova da Beira é uma região produtora de pêssego. Ora, nós compramos pêssego em Espanha seguramente 60 por cento mais

Vida Económica – A nova fábrica da Frulact, na Covilhã, acaba de entrar em funcionamento. Que ca-pacidade de produção irá ter?

João Miranda – Vai ter capacidade para 30 mil tone-ladas, ou seja, vai duplicar a nossa capacidade produtiva em Portugal. E é uma unidade especializada em produtos completamente assépticos. Foi uma opção estratégica.

VE – A Frulact fica ao lado da Cooperativa de Fru-ticultores da Cova da Beira. É daí que se abastecem ou a origem da vossa fruta não é exclusivamente na-cional?

JM – Em 1998 fomos para a Covilhã com uma unida-de de primeira transformação, exactamente para poder desenvolver a relação com os produtores locais. Depois de muitos esforços que efectuámos, principalmente com a cooperativa local, não temos sido bem sucedidos. O que é que se pode dizer da cooperativa de produtores? O que se pode dizer é que não funciona, não sei se por única e exclusiva responsabilidade deles ou se é por uma questão conjuntural, do país.

VE – Porque diz isso?JM – Portugal tem dois graves

problemas. Um é de dimensão, de escala. O outro tem a ver com uma questão em relação à qual os gover-nos que vão passando não olham bem para ela: está a focalizar-se mui-to em termos de apoios à produção quando se deveria identificar aquilo em que estamos em desvantagem em termos competitivos face ao resto da Europa.

VE – E no que é que estamos em desvantagem?

JM – Na nossa dimensão crítica, que não conseguimos ter e que é fundamental para ga-nhar escala e competitividade, e numa segunda, da qual, como portugueses, não temos culpa. É o facto de sermos periféricos em relação à Europa e ao triângulo de con-sumo. Não vale a pena continuar a apoiar a produção numa perspectiva unicamente de produção, porque o que temos de apoiar são [iniciativas sobre] a forma como poderemos atingir dimensão crítica. E essa consegue-se não com o mercado nacional, mas nos mercados exter-nos. Temos de apoiar os custos logísticos para que pos-samos colocar os nossos produtos no centro da Europa. Faz sentido as empresas serem premiadas pelo seu mérito e pelo seu esforço em estratégias de internacionalização. Temos de premiar quem exporta bem e dá notoriedade ao país e aos nossos produtos. Não devemos subsidiar de forma generalista. Não aceito que se gastem dinheiros públicos por exemplo em organizações que não têm o mínimo de estrutura profissionalizada nem uma organi-zação de recursos humanos com competência.

VE – Essa é uma crítica directa à Cooperativa de Fruticultores da Cova da Beira?

JM – Não é só para eles. Isto vem a propósito dessa e de muitas outras. Se olharmos para o panorama, em ter-mos nacionais, quanto a agrupamentos de produtores, vemos aqueles que têm sucesso – a quem deve ser dada grande visibilidade e apoio - e vemos as outras organiza-ções que não funcionam, mas recebem subsídios como todos os outros. Tem de haver discriminação positiva.

VE – Face a essas dificuldades, que soluções de aprovisionamento adoptaram?

João Miranda, administrador da empresa, em entrevista

Frulact prepara aproximação ao LesteApós a aquisição, em Abril, da francesa Granger Bouquet Pau e da inauguração, há um mês, da nova fábrica de preparados de fruta da Covilhã, a Frulact vai duplicar a sua capacidade de produção e, por essa via, reforçar a presença na Europa. Em entrevista à “Vida Económica”, João Miranda, administrador da empresa, revela que a Frulact deverá fechar 2006 com perto de 40 milhões de euros de facturação. A estratégia é, por agora, “consolidar” esta operação em França e, daqui a dois anos, dar o salto para os mercados do Leste.

“Não peçam à Frulact para ser a Santa Casa da Misericórdia porque, se assim for, a Frulact deixa de ser competitiva.”

barato. Não peçam à Frulact para ser a Santa Casa da Misericórdia, porque, se assim for, a Frulact deixa de ser competitiva e de ter capacidade de penetração nos mais diversos mercados. A componente matéria-prima é vital em termos competitivos.

VE – A Frulact comprou recentemente a empresa francesa de preparados de fruta Granger Bouquet Pau. Que volume de investimento representou esta aquisição e porque é que decidiram avançar?

JM – Em 2000/2001 iniciámos as exportações para França. Antes, estudámos devidamente o mercado, es-truturámo-nos, organizámo-nos no sentido de abordar aquele que é conhecido com o mais exigente de todos os mercados porque é o de maior consumo. A nossa von-tade de chegar a França já tem muitos anos, mas não estavam reunidas as condições para fazermos uma abor-dagem séria àquele mercado. Em 1999/2000, identificá-mos estrategicamente França como sendo o ‘focus’ para os cinco anos seguintes. Fizemos um estudo profundo, identificámos clientes-alvo, estudámos esses clientes e os seus produtos e, a par disso, fomos recrutando e formando pessoas que tivessem um conhecimento mais próximo da cultura, nomeadamente lusodescendentes. Hoje, França representa mais de 30 por cento do nos-so volume de negócios da plataforma Portugal. Tivemos um sucesso enorme na nossa penetração em França e em 2003 já tínhamos decidido a construção da nova fábrica de Tortosendo [Covilhã] exactamente para duplicarmos a capacidade de produção e para podermos responder positivamente ao mercado francês.

VE – A nova fábrica foi a alavanca para neste ne-gócio?

JM – Sim, mas durante este trajecto fomos sentindo que não bastava termos esta nova unidade para agilizar-mos a nossa presença no mercado francês. Era necessá-rio ter lá também uma operação em termos industriais. A oportunidade [de compra] da Granger Bouquet Pau, que tem capacidade para cerca de 12 mil toneladas de produção anual, surgiu e entendemos que encaixava perfeitamente na estratégia da Frulact, ou seja, criarmos uma relação de maior proximidade com o mercado e utilizando também essa plataforma para preparar o pas-so seguinte.

VE – Que é a aproximação ao Leste da Europa, não é assim?

JM – Exactamente. Primeiro uma aproximação à Eu-ropa mais central, à Suíça, Bélgica, Itália, Alemanha e Holanda. Dali, estamos mais perto de outros mercados. E depois de desta plataforma conseguirmos fazer estas abordagens e de vermos como é que nelas evoluímos e nos comportamos, poderemos dar o outro passo. Aí, fi-camos com a grelha montada em termos europeus.

VE – Já têm alguma estratégia pensada para estes mercados do Leste?

JM – Não temos nada decidido. Quando comprámos a Granger Bouquet Pau, estávamos indecisos entre ir di-rectos para Leste ou irmos primeiro para França. Enten-demos que devíamos ir primeiro para França e depois saltar para Leste. Vamos aguardar pelo menos mais dois anos para consolidar esta operação em França. Depois iremos, então, para Leste. Entre República Checa e Es-lováquia estaremos bem. Temos acompanhado os mer-cados, mas por agora queremos é centrar-nos mais em França e ir avaliando os mercados de Leste.

TERESA SILVEIRA

“Temos de premiar quem exporta bem e dá notoriedade ao país e aos nossos pro-dutos.” afirma João Miranda.

sexta-feira, 21 Julho de 2006 15PME

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O negócio do futebol Se analisarmos, fria e descomprometida-

mente, o futebol português em termos de negócio, fica-se com a sensação nítida que o analfabetismo estratégico levou a que se co-metessem quase todos os erros básicos que, nessa matéria, poderiam ser inventariáveis.

É um negócio que, em termos caseiros e de clubes, não tem dimensão concorrencial internacional; é ainda um negócio que, por opção accionista, só pode crescer organica-mente e não por absorção ou fusão, o que dificulta ainda mais atingir-se rapidamente uma dimensão global com be-nefício de economias de escala.

Por outro lado, não se vêem medidas que levem em conta al-guns aspectos que determinam a sua exploração: é um negócio distorcido, que vive tecnicamen-te de receitas exógenas e extra-ordinárias; é, talvez, o negócio mais cartelizado do mundo, em que a influência das estruturas reguladoras nacionais e supranacionais é omnipresente, com regras, legislação e até tribunais próprios e exclusivos.

A acrescer a tudo isto, é um negócio com uma componente verdadeiramente “mar-xista” do seu objecto, sustentado preferen-cialmente na gestão da mais-valia em todas as suas vertentes e centrado na capacidade demagógica de manobra da respectiva “clas-se operária”.

Apesar disso, também vive de uma vi-são paternalista da respectiva estrutura, em que múltiplos centros de poder pretendem controlar, gerir e determinar a vida dos seus agentes principais, lutando ferozmente en-tre eles por tal domínio.

Pior do que tudo isto, a listagem em bol-sa das sociedades desportivas veio acrescer mais alguns factores de confusão, quando elas não cumprem ou a elas não se aplicam os critérios e regras habituais em empresas com igual responsabilidade. Isto é, a poten-

cial valorização do título pelo mercado é analisada em fun-ção da capacidade de criação de mais-valias na transacção dos seus “activos” e não, como seria óbvio, nas expectativas de resultados operacionais de ex-ploração.

Daqui que os critérios de diagnóstico patrimonial e de exploração de uma SAD não

têm nada que ver com os normais nestas si-tuações, já que as flutuações estruturais em balanço são de tal montante e amplitude que se torna impossível acompanhá-las.

Em termos de negócio, portanto, as SAD estão transformadas em efectivos “interme-diários financeiros” de mercados emergen-tes, que rodam os seus activos a uma velo-cidade verdadeiramente estonteante com o objectivo de, pela sua valorização no mer-

cado, cobrirem os deficits e sustentarem as cotações.

Ao contrário do que habitualmente se diz, o problema do negócio não está no protagonismo, quando se diz dever dar-se a palavra preferencial aos “artistas” em vez dos dirigentes. A questão central está fun-damentalmente no facto de não estar ainda resol-vida a querela entre idea-listas e os profissionais do negócio.

Sonhar ser um “player” global num processo de internacionalização exige a cada candidato empresa-rial um conjunto de condições muito estri-to e difícil de obter – nomeadamente, ter um produto credível e fazer investimentos significativos durante exercícios sucessi-vos em activos, recursos humanos e mar-cas comerciais, a partir de uma viabilidade sustentável da sua exploração que consiga gerar benefícios a reinvestir.

Se repararmos bem, no negócio do fute-bol uma qualquer PME com implantação, mercado e meios perfeitamente medíocres candidata-se e obtém essa mesma interna-cionalização de uma forma que já foi co-mum há muitos anos: explorar a oportuni-dade durante um período limitadíssimo de

ouro, retirar dela o máximo dos benefícios, estragar consequentemente a imagem e o mercado e voltar até que um novo sonho seja acalentado.

Quando, a propósito de tudo ou nada, a inca-pacidade em fixar estraté-gias é o pretexto habitual para se clamar pela inter-venção do Estado; quan-do sempre se reclama por uma perspectiva de negó-cio na gestão do futebol para, depois e na prática, quase tudo se fazer para o desacreditar perante o mercado e as clientelas; quando o cumprimento

dos compromissos e das responsabilidades financeiras não é um vector estratégico de excelência na gestão mas sim uma barreira à existência de alternativa de gestão, algo terá de ser repensado no movimentar de colossais somas de dinheiro e obtenção de ganhos colaterais que nada têm a ver com o objecto último da actividade.

No fundo, o maior perigo do futebol é ser seguramente a indústria onde é mais fá-cil confundir “liderança” com as mais des-caradas manipulação e demagogia por par-te dos seus diferentes níveis das hierarquias funcional e orgânica. Vide o recentíssimo caso do futebol italiano.

sexta-feira, 21 Julho de 2006OPINIÃO16

“O futebol é, talvez, o

negócio mais cartelizado do

mundo”

“As SAD estão transformadas em efectivos

intermediários financeiros de

mercados emergentes”

moderado da locação financeira, o reforço das parcerias público-pri-vadas e da cooperação supramu-nicipal, ou o recurso a operações de “project-finance”, na base dos investimentos em infra-estruturas e equipamentos.

Em todos estes domínios, a pro-posta em debate da nova Lei das Finanças Locais é um equívoco e uma oportunidade perdida.

É um equívoco porque parte do princípio errado de que aos erros de certa gestão autárquica estão associados à abundância de fun-dos, quando as verbas ao dispor das Autarquias dificilmente co-brem todas as suas competências.

É uma oportunidade perdida, porque não identifica soluções inovadoras e se recusa a atribuir responsabilidades directas aos Municípios ou suas associações na cobrança dos vários impostos, como forma de contornar a rigi-dez da máquina fiscal.

Pela positiva, registe-se o refor-ço da capacidade tributária das Autarquias, nomeadamente com a possibilidade de fixar parte das taxas de IRS a aplicar aos seus Munícipes.

A par com tais transformações, falta igualmente reforçar a respon-sabilização pessoal dos Autarcas pelos seus actos de gestão.

Se calhar, seguindo a suges-tão de um ex-líder dos Autar-cas Socialistas, ainda no activo. Em resposta às violentas críticas do Tribunal de Contas à sua ac-tuação, não deixava de propor: “-Pois que esses senhores de Lis-boa venham cá dar-me 50 chico-tadas na praça pública”…

RICARDO RIOEconomista

[email protected]

“Os orçamentos municipais ficam

fortemente condicionados às

operações urbanísticas, às transferências do Estado e ao

financiamento externo.”

Finanças LocaisSalvo situações extraordinárias,

é nos meses de Novembro/De-zembro e Abril de cada ano, por ocasião da discussão do Orçamen-to para o ano seguinte e das Contas do ano anterior, respectivamente, que as Finanças Locais costumam saltar para a ribalta noticiosa.

No mais, é só quando se apu-ra que as contas das várias autar-quias e regiões contribuem para o aumento do défice público, pese embora as tentativas frustradas de lhes impor a obtenção de um saldo nulo ou positivo, que as mesmas conseguem captar a atenção dos meios de comunicação social.

Voltando aos dois momentos nobres referidos, pode-se dizer que essas são as oportunidades em que os autarcas se recordam que o Município que tutelam pode ser equiparado a uma empresa, com a correspondente avaliação econó-mico-financeira da Autarquia a ter implicações sobre a avaliação do desempenho dos seus “gestores”.

Tal como nas empresas, tais au-tarcas/gestores terão que conduzir os destinos dos Municípios tendo em conta os interesses e a renta-bilização dos investimentos dos munícipes/contribuintes.

Cada cidadão/eleitor dispõe de uma acção/voto nestas Autar-quias/empresas, pelo que, a jun-tar a estes momentos de prestação de contas parcelares, teríamos os actos eleitorais como verdadeiras Assembleias Gerais do Municí-pio.

Assim sendo, mesmo descon-tando os fins não lucrativos que devem presidir à actuação das Câ-maras Municipais e das Juntas de Freguesia, os autarcas aproveitam

estas ocasiões para se desdobrar em esforços visando demons-trar que aumentaram as receitas próprias, a capacidade de auto-financiamento, a poupança e o investimento; que controlaram as despesas correntes, incluindo os custos com o pessoal; que man-têm saudáveis níveis e capacidade de endividamento.

Na prática, porém, os défices acumulados ao longo do tempo, em resultado de práticas de orça-mentação algo dúbias, do fraco controlo das despesas e de gestões financeiras menos rigorosas, trans-formaram as Autarquias num dos alvos preferenciais dos esforços de consolidação das Contas Públicas.

Desde o Orçamento Rectifica-tivo de 2002, têm-se sucedido as restrições ao aumento do endivi-damento líquido das Autarquias, com a salvaguarda de determi-nadas situações – como o apoio a projectos co-financiados pela União Europeia, a aquisição de habitação social, as obras associa-das ao Euro-2004 ou, agora, os projectos de reabilitação urbana.

Em boa verdade, com estas restrições vêm sofrendo de igual forma os justos e os pecadores e, inerentemente, as próprias popu-lações, que são as vítimas últimas dos dislates do passado dos seus autarcas.

Em qualquer dos casos, e mes-mo considerando globalmente justo e necessário o espírito sub-jacente a estas restrições, tanto mais que a actual Lei das Finanças Locais não impunha na prática qualquer restrição ao endivida-mento das Câmaras Municipais, a verdade é que as mesmas vêm

ração); a cobrança de encargos de mais-valias; os valores decor-rentes de empréstimos bancários ou empréstimos obrigacionistas; as multas e coimas cobradas; as transferências do Orçamento de Estado; a participação nos lucros de sociedades e outras entidades em que o Município tome parte.

De entre estas fontes alternati-vas, e por vicissitudes diversas que não resultam apenas dos fins so-ciais da sua actividade, as empre-sas municipais tendem a ser cla-ramente deficitárias, não gerando qualquer mais-valia financeira.

Devido à rigidez e incapacida-de de controlo sobre várias outras fontes de receita, verifica-se que os orçamentos municipais ficam fortemente condicionados às ope-rações urbanísticas, às transferên-cias do Estado e ao financiamento externo.

Não sendo expectável o reforço dos Fundos Municipais em perío-dos de restrição orçamental e não se pretendendo que as Câmaras se concentrem no aumento do par-que imobiliário, a solução passará pela identificação de formas de fi-nanciamento alternativas.

A este nível, se as obrigações municipais não são uma solução inovadora, não deixam de confi-gurar uma solução interessante, quando orientadas para projectos específicos, tanto mais que acarre-tam uma avaliação pelo “merca-do” dos níveis de risco dos emi-tentes/autarquias.

Resta, também, a possibilidade de redefinição dos tarifários mu-nicipais - associando-lhes objec-tivos particulares de desenvolvi-mento económico e social-, o uso

dificultar ainda mais a actuação dos autarcas enquanto gestores dos seus Municípios.

Os problemas financeiros das Autarquias vão, porém, bem além do que esta análise circunstancial ou a potencial incúria de certos autarcas poderiam justificar.

Se atentarmos à estrutura das receitas destes organismos, pode-remos encontrar rubricas como: o produto da cobrança de impostos (IMI, IMT e imposto municipal sobre veículos); as verbas resul-tantes de derramas, taxas, tarifas e demais preçário da prestação de serviços; o rendimento de bens próprios, móveis ou imóveis (administrados directamente ou cedidos em concessão ou explo-

M. J. CARVALHO

Economista

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Irresponsabilidade ilimitadaA. MAGALHÃES PINTOEconomista

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Já lá vão uns bons quinze anos. Chama-va-se João Cebola. Julgo que ainda se chama, embora já não o veja há mui-

to. Era engenheiro por formação e gestor por profissão. De uma empresa meio fali-da. Aliás, falida em mãos que não haviam sido as suas. Era conhecida em todo o país pelo nome de Oliva. Começara por fazer, com grande sucesso, máquinas de costura para donas de casa sem profissão. Que o andar dos tempos tornou obsoletas. As donas de casa sem profissão e as máqui-nas de costura domésticas. A Oliva viveu tempos dramáticos. Com graves reflexos sociais em S. João da Madeira. O enge-nheiro João Cebola tinha sido o último a chegar. Com pouco dinheiro e muitos trabalhadores. Um dia, a Segurança So-cial detectou que a Oliva não entregava as contribuições que lhe eram devidas. Nem mesmo as retidas aos trabalhadores. E decidiu accionar um decreto-lei que fora publicado ja há bastante tempo, mas que permanecera no limbo. Havia montões de gestores de empre-sas que não entrega-vam as contribuições à Segurança Social. João Cebola — se outro não foi o motivo — foi escolhido para exem-plo. E foi detido por isso. Foi colocado em liberdade alguns dias depois, para aguardar julgamento. No qual terá feito prova de que tivera que optar entre pagar aos trabalhadores ou pagar à Segu-rança Social. Não tinha dinheiro para os dois. E foi absolvido. Mas ninguém lhe tirou mais, por impossível, os dias que passou no cárcere.

Passaram quase duas décadas. O decre-to-lei continuou no limbo, tanto quanto sei. Ressurgiu agora, com a violência de um tsunami. Em Portugal é assim. Déca-das sem fazer nada. O Estado. Na hora do aperto, com a cegueira própria da neces-sidade imperiosa, vai tudo a eito. Justos e pecadores. Às malvas os justos. Até prova em contrário, todos são pecadores. Este Estado é um malfeitor. Ou melhor, o Po-der que encarna o Estado é um malfeitor. Com uma agravante recente. É que tem

paulatinamente retirado ao cidadão os meios de defesa expeditos que já teve no passado. É caso para dizer que o polícia se transforma em ladrão. E, quando isso acontece, estamos perdidos. Vamos tro-car isto em miúdos.

A não entrega das contribuições de-vidas à Segurança Social é, obviamente, um acto a merecer punição. Mas, cuida-do, apenas no caso de não ter justificação (no que esta palavra tem de sentido de justiça). É que essa não entrega pode ser devida a muitas razões. E se algumas des-sas razões não têm perdão, muitas há que são justificáveis. Comecemos pela própria natureza do nosso ordenamento jurídico-comercial. Há sociedades de responsabili-dade limitada. Aprendi na faculdade que tal figura havia sido criada para fomen-tar a iniciativa económica, permitindo-a também àquelas pessoas que não queiram arriscar nos negócios senão uma parte do seu património. Ora, a não entrega das

contribuições à Segu-rança Social pode ser devida ao simples facto de que não há dinheiro para isso na empresa. Mesmo que haja no bolso dos seus proprie-tários e gestores. O ges-tor, confrontado com tal situação, opta pelo que a sua consciência manda. Tal como fez o engenheiro João Ce-bola. Claro que o não pagamento ao Estado configura uma situação

de ruptura de pagamentos, logo, de fa-lência. Mas todos sabemos que há casos e casos. Não é a primeira vez que uma empresa na situação de falência consegue recuperar. O Estado geme. Publica lei a tentar forçar a consciência do gestor. É uma lei iníqua. Feita por quem, sentado nos cadeirões do Poder, tem o ordenado sempre pago antes da hora, tem mordo-mias que não existem em muitas dessas empresas. Feita por quem, porventura, nunca teve que gerir uma empresa e a quem deram o poder de gerir a maior de todas, o País. Este Estado é uma ir-responsabilidade. Ilimitada. Este Estado é malfeitor.

Também sabemos que há muitos tipos

de falência. Há as honestas e as desones-tas. Nestas últimas, ainda há as com dolo e as por incúria. Pois bem. Que paguem as contribuições do seu bolso os gestores das falidas desonestamente. Nada a opor. Mas ninguém salvaguardou isso na Lei. Mede-se tudo pela mesma bitola. E o princípio é “primeiro paga e depois re-clama”. Este Estado é malfeitor. Ao fazer uma exigência de pa-gamento fosse a quem fosse, o Estado deveria ter que fazer aquilo que qualquer credor tem que fazer. Provar que o devido lhe é de-vido e quem é que re-almente lhe deve. Isto sim, seria próprio de um Estado de direito. Praticamente em todo o mundo, com excep-ção das repúblicas das bananas. Com um comportamento como aquele que agora vem anunciado, de co-brança coerciva de contribuições para a Segurança Social directamente do bolso dos gestores, o Estado Português coloca- -se, inexoravelmente, ao lado das repúbli-cas bananeiras.

Face à emergência das contas públi-cas, o Estado porventura justifica-se com a emergência. Não tem tempo para ir a tribunal. E que culpa disso têm os ges-tores honestos ou as empresas tidas por devedoras sem dever? Pois se até é ao Es-tado que cumpre fazer funcionar a justi-ça com celeridade! Demora, mas que vá a tribunal. Talvez assim aprenda que um dado gestor não pagou as contribuições para a Segurança Social, atempadamen-te, porque a Justiça que o Estado lhe dá não lhe permitiu cobrar, em tempo, um crédito que ele tinha sobre outra empre-sa. E que, quando a morosa Justiça dada pelo Estado chegou à conclusão do seu caso, já o devedor não tinha cêntimo por onde se lhe pegasse. Tudo isto sem que ele ficasse com o direito de accionar os gestores da outra empresa. Este Estado é um malfeitor. Pode muito bem acontecer que a culpa do “crime” de não entrega das contribuições pertença, em última análi-se, ao próprio Estado. Mas isso atira-se para trás das costas. É o que faz qualquer

malfeitor em questões de consciência.Perante tanta malfeitoria, uma ques-

tão, acerada como adaga, espicaça-nos a alma. A emergência das contas públicas, que está na origem de todas as injustiças de que os cidadãos vêm sendo objecto, é devida, sobretudo, à má gestão da coisa pública por muitos dos políticos que ti-vemos no passado recente. Porque é que

este Estado, tão apressa-do nos gestos que nem mesmo se incomoda por praticar injustiças, não envia cartas a to-dos os responsáveis po-líticos do passado que, notoriamente, contri-buiram para este esta-do de coisas? Só não digo para começar em Vasco Gonçalves por-que o pobre já morreu. Mas ainda temos tan-tos! Mário Soares, por exemplo. Beneficiário,

na sua fundação, de milhões de euros sem que se saiba para quê. Ou melhor, sabe-se formalmente mas não se entende realmente. E pode continuar-se, logo de seguida, com o “mãos-largas” do enge-nheiro António Guterres, que esbanjou — ou permitiu que se esbanjasse — o relativo equilíbrio herdado do seu ante-cessor. De algum modo, isto seria uma extensão da aplicação da Lei que o Estado está a usar para com os gestores. Extensão que eu julgo de uma lógica inatacável. O Estado não é o Governo. O Estado somos todos nós. E o Estado foi levado à mar-gem da falência - que justifica todas as arbitrariedades - por gestores no mínimo incompetentes. Na senda da atitude ago-ra assumida pelo Governo, o Estado pode começar a enviar cartas a todos os gover-nantes para que reintegrem os cofres do Estado com o que esbanjaram. À custa, naturalmente, do seu património pessoal. Pois não é isso que os actuais intérpre-tes estão a fazer com o cidadão comum? E qual é a diferença entre um cidadão comum e um gestor do Estado? Nenhu-ma. A não ser o Poder. Mas todos temos o dever — não o direito, o dever! — de resistir ao Poder discricionário. Eu, pelo menos, não quero fazer parte de qualquer bando de irresponsabilidade ilimitada.

Estratégias de marketing para um negócio de serviços

Fazer marketing para um negócio de serviços não é exactamente como fazer marketing para um negócio de retalho. Um serviço não é tão visível e torna-se mais difícil de demonstrar que o seu ser-viço é melhor do que o do seu concor-rente.

Então, como é que pode conseguir trazer mais negócios para a sua empresa? Desenvolvendo um plano de marketing que inclua as seguintes técnicas:

• Falar em público• Oferecer amostras• Incitar referências• Newsletters

Falar em público

Pode não ser pago para falar em pú-

blico para outros empresários ou grupos, mas os dividendos compensar-lhe-ão o tempo dedicado a essa actividade. As pes-soas que o conhecerem lembrar-se-ão de si quando precisarem do seu serviço. E vê-lo-ão como um especialista.

Oferecer amostras

Os negócios a retalho estão constante-mente a oferecer amostras, desde ofertas tangíveis a períodos experimentais gra-tuitos. Mostre os seus próprios serviços recorrendo às mesmas técnicas. Ofereça sessões de consultoria gratuitas, ofereça o seu serviço como parte de um evento de caridade ou ofereça uma redução drástica no preço para tentar os clientes novos a experimentarem o seu serviço.

Incitar referências

Às vezes, a única coisa que está no meio entre o seu negócio e uma boa recomen-dação é simplesmente o facto de não soli-citar essa recomendação. Desenvolva uma carta ou um cartão postal para endereçar aos seus clientes antigos pedindo-lhes que recomendem o seu negócio. Ou esta-beleça um procedimento de seguimento do grau de satisfação dos seus clientes, onde inclui o pedido de recomendações enquanto recolhe o feedback relativo à performance do serviço que a sua empre-sa fornece.

Pode, inclusive, incluir um incenti-vo para premiar as recomendações, por exemplo, um desconto sobre o seu servi-ço ou oferta de um presente. Se a promo-

ção do seu negócio depende da “boa pa-lavra” que é passada de “boca-em-boca”, uma abordagem pró-activa ajudá-lo-á a incrementar substancialmente o processo de referências.

“Newsletter”

Finalmente, as “newsletters” regulares ajudá-lo-ão a manter os seus serviços na mente dos seus clientes, durante todo o ano. Uma “newsletter” pode ser tão sim-ples como uma folha de papel impressa de ambos os lados ou até mesmo um pos-tal de tamanho maior oferecendo dicas e informações úteis.

Comece já e transforme a Sua Empresa no Líder de mercado que sempre alme-jou!

AZUIL BARROS

Especialista no crescimento de negóciosDirector Regional Quantum Portugal

www.QuantumCrescimentoNegocios.com

A não entrega das contribuições à Segurança Social pode ser devida ao simples facto de que não há dinheiro para isso na empresa

Face à emergência das contas públicas, o Estado porventura justifica-se com a emergência.

sexta-feira, 21 Julho de 2006 17OPINIÃO

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Imobiliário

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Lisbon Prime index

O Parque das Nações afirma-se como uma localização pri-vilegiada para a instalação de empresas na cidade de Lisboa, combinando a disponibilidade de edifícios modernos com ge-nerosas áreas por piso com uma localização em Lisboa.

Neste momento, o Parque das Nações tem um parque cons-truído de escritórios de 170 mil m2, dos quais estão devolutos sensivelmente 35 mil m2 em áreas novas e prontas a ocupar. Com as iniciativas de promoção em curso estarão em breve disponíveis mais 110 mil m2, dos quais com cerca de 17 mil m2 já com contratos de pré-arrendamento. Num horizonte de cerca de 12 meses, o Parque das Nações apresentará um stock total na ordem dos 280 mil m2, com a probabilidade de ter mais de 100 mil m2 de áreas a aguardar o seu primeiro ocupante.

Parque das Nações é a zona de expansão de LisboaO volume de negócios no Parque das Nações tem sido, no

entanto, decepcionante. Durante o ano de 2005, o LPI re-gistou apenas a ocupação de cerca de 5000 m2. No semestre deste ano, o cenário é mais animador, com mais de 10 mil m2 de negócios, os quais, no entanto se referem à operação Agência Marítima, que assegura 7000 m2 no Edifício Mar Vermelho.

Os valores de arrendamento têm-se mantido num patamar entre os 16 J e os 18 J / m2 / mês, que compara com as rendas praticadas em zonas mais centrais, como são as Amoreiras ou as avenidas novas no centro de Lisboa. Face à alternativa do eixo Miraflores – Porto Salvo, o diferencial atinge mais de 5 J / m2 / mês, o que representa um importante argumento no momento das empresas elegerem um novo escritório.

O investimento privado deverá ser mobilizado para a reabilitação urbana, já que o Estado e as Autar-quias assumem não ter capacidade, por si só, para a tarefa da reabilita-ção urbana em Portugal. Esta foi uma das principais conclusões do 1º Encontro da reabilitação Urba-na: EPUL (Empresa Pública de Re-abilitação Urbana) – SRU – Inicia-tiva Privada, que teve lugar no dia 11 de Julho, em Lisboa.

Carmona Rodrigues, Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, abriu os trabalhos da sessão, refe-rindo desde logo a importância das parcerias público-privadas na reabi-litação urbana. “As cidades têm zo-nas que necessitam de reabilitação urgente, sendo para isso necessário criar condições para avançar e ar-ranjar soluções imaginativas para envolver todos”. Isto tendo em conta que “não é possível reabilitar sem a participação de privados, até porque o poder local tem cada vez mais preocupações sobre o futuro das finanças locais”.

No encontro explicou-se que “existe um mercado para a reabili-

urbana”.O encontro desenvolveu-se em

quatro painéis: Legislação de Re-abilitação Urbana, moderado por Teresa do Passo, Presidente da SRU Ocidental de Lisboa; Financiamen-to da Reabilitação Urbana, modera-do por Joaquim Branco, Presidente da Comissão Executiva da SRU Porto-Vivo; Realojamento e Esta-cionamento, moderado por João

tação urbana”, sendo claro que as diferentes zonas têm características próprias que exigem intervenções adequadas ao local, mas que de-vem, no global, “agilizar o modelo privado das intervenções; fomentar políticas pró-activas; coordenar as intervenções com planos flexíveis e que incluam os modelos de negócio na perspectiva da iniciativa privada; agilizar os procedimentos; dar o exemplo das boas práticas”.

As políticas pró-activas devem contemplar designadamente: a se-gurança, a qualidade de vida urbana e os incentivos fiscais em reabilita-ção urbana em sede de IVA (redu-zindo-o a 5%) de IRS e IRC. Os responsáveis reunidos na sessão de trabalho defendem que o “Estado deve dar o exemplo, cumprindo a Lei, conservando e reabilitando o seu património, numa cultura de demonstração de boa prática”.

Encontro pretende determinar plataformas de entendimento

A intervenção de Carmona Ro-

EPUL, SRU e privados reunidos em debate

Investimento público apenas não chega para reabilitar

Proibida a reprodução

do

LISBON PRIME INDEX

Paulo Craveiro, Presidente da SRU Coimbra-Viva; A contratualização e o Relacionamento entre o Sector Público e o Privado, moderado por Teresa Goulão, Presidente da SRU Oriental de Lisboa. Estiveram pre-sentes as SRU de Lisboa, Porto, Évora, Covilhã, Viseu, Coimbra, vários promotores, construtores e investidores imobiliários do país, entre outras entidades.

drigues abriu a sessão de trabalhos, tendo o presidente da Câmara Mu-nicipal de Lisboa frisado que o “en-contro foi realizado com o objecti-vo de debater questões relativas às Sociedades de Reabilitação Urbana (SRU) – esclarecer, apontar ideias e soluções”. As SRU foram criadas “para encontrar soluções institucio-nais e legais para dar resposta ao que o estado não era capaz de dar: inter-venções em certa escala, reabilitan-do o edificado e o espaço público e definindo modelos legais e insti-tucionais. Para além da reabilitação do edificado, é preciso ter em aten-ção a valorização do espaço público e dos equipamentos, de forma a revitalizar, e não apenas reabilitar”, acrescentou António Carmona Ro-drigues.

Seguiu-se João Pereira Teixeira, Presidente da EPUL, que referiu que o objectivo deste encontro foi juntar em sessão de trabalho pessoas com competências na área da rea-bilitação urbana, na tentativa de “se encontrar plataformas de entendi-mento necessárias para que a inicia-tiva privada invista na reabilitação

O Estado deve dar o exemplo

As parcerias público--privadas vitais para a reabilitação

sexta-feira, 21 Julho de 200618

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Matosinhos, com projecto coor-denado pela arquitecta Paula Pe-tiz. O empreendimento tem 108 fogos.

Com 25 fogos, o Jardim da Serra, em Câmara de Lobos, foi promovido pela IHM – Inves-timentos Habitacionais da Ma-deira, E.P.E., com projecto co-ordenado pelo arquitecto Carlos Gonçalves.

A FDO Construções, S.A., com 25 anos de actividade, en-contra-se entre as 20 principais empresas nacionais. A empresa foi já distinguida pelo Instituto Nacional de Habitação em 1999, 2001, 2002 e 2004.

ter sido instalado até ao fim do ano passado. Quando o senhorio invocou problemas arquitectóni-cos para dar autorização ao leitor para proceder às alterações pre-tendidas, provavelmente referir-se-ia apenas à instalação de cabi-na com porta, e, como já vimos, tudo indica que, em princípio, tal alteração não é exigível.

Ainda que assim não fosse, a lei dispõe que os proprietários dos ascensores não podem opor-se à realização de obras de beneficia-ção pelos inquilinos, desde que aquelas sejam exigidas por dispo-sições regulamentares de seguran-ça, o que, por ser o caso, sempre permitiria ao leitor proceder à pretendida alteração, dotando o elevador do dispositivo de con-trolo de carga necessário.

FDO Construções arrecada dois prémios INH

Salão Imobiliário de Lisboa supera expectativas com crescimento superior a 2005

A quatro meses da realização, o SIL – Salão Imobiliário de Lisboa 2006 superou todas as expectati-vas, com um crescimento superior a 2005 em praticamente todos os indicadores, para além de trazer novidades como o alargamento dos dias de exposição, mais um pa-vilhão, novas áreas de importância estratégica e mais conferências.

Em termos de área preenchida, o certame superou já os 30.000 m², mais 1.000 m² do que em 2005. Por outro lado, conta já com 230 expositores inscritos, 90% do número de empresas presentes na edição do ano passa-do. Dos inscritos até ao momen-to, 175 estiveram presentes no SIL2005 e pretendem aumentar a sua área de exposição em cerca de 9%, e 55 são novos exposito-res. No que respeita à presença de expositores estrangeiros, que em 2005 representaram 25% do es-

Legal & Imobiliário

MARIA DOS ANJOS GUERRA

[email protected]

“Todos os ascensores que não possuam controlo de carga devem ser dotados deste dispositivo”

Ascensores

Alterações a efectuar para cumprimento de novas regras de segurança

censores instalados em edifícios exclusivamente habitacionais, pelo que, se o prédio onde o lei-tor habita for, como tudo indica, exclusivamente habitacional, não será imprescindível proceder a tal instalação.

Ainda que o prédio em questão não seja exclusivamente habita-cional, convém referir que, nos casos em que se verifique que as circunstâncias concretas da insta-lação do ascensor não permitem o cumprimento desta disposição legal ou quando existam valores patrimoniais ou arquitectónicos a preservar, o senhorio poderá requerer, à Direcção Regional de Economia, a dispensa do cumpri-mento desta exigência legal ou a aprovação de solução alternativa, desde que os factos supra sejam devidamente comprovados pela autoridade competente.

No que respeita à instalação do dispositivo para controlo de car-ga, como se referiu supra, deveria

A empresa FDO Construções, do grupo FDO, conquistou dois primeiros prémios na 18ª edição do Prémios INH (Instituto Na-cional de Habitação). Os galar-dões conquistados premeiam os empreendimentos Monte Espi-nho (Prémio INH de Promoção Municipal) e Jardim da Serra (Prémio INH de Promoção por Entidade Pública Empresarial), sendo esta a primeira vez que uma empresa construtora recebe dois primeiros prémios de dife-rentes promotores.

O empreendimento Monte Es-pinho, em Leça da Palmeira, foi promovido pelo Município de

“Sou inquilino de um 3.º andar de um edifício com alguns anos.Muito embora o prédio tenha elevador, praticamente só eu e a minha família é que o utilizamos, dado que o 2.º andar do prédio não está arrendado. Fomos avisados, há já algum tempo, que a cabina do elevador deveria ter porta e controlo de carga. Por esse motivo pedi autorização ao senhorio para fazer as indicadas alte-rações, se necessário, à nossa custa. O senhorio respondeu que a alteração pretendida não deveria ser viável, atendendo à arquitectura e estrutura do edifício.Por este motivo gostaria de saber se será mesmo necessário que a cabina do elevador tenha porta e controlo de carga e, em caso afirmativo, se precisarei de autorização do senhorio, mesmo que esteja disposto a fazer as alterações à minha custa.”

sexta-feira, 21 Julho de 2006 19IMOBILIÁRIO

paço de exposição, estima-se que, este ano, esse valor ultrapasse os 28%, com uma forte presença do Brasil e de Espanha. Segun-do a organização do certame, “a estratégia de apostar no sector da habitação, turismo residencial e renovação urbana provou-se acer-tada” e, até ao momento, algumas

das empresas mais importantes do mercado em Portugal, Brasil e Espanha já confirmaram a sua presença. Marcado para 22 a 26 de Novembro na Feira Interna-cional de Lisboa, o salão deverá receber um número superior a 30.000 visitantes, mais 30% do que na edição anterior.

Efectivamente, o Decreto-Lei 320/2002, de 28.12, veio dispor que todos os ascensores que não possuam controlo de carga, isto é, um sistema de detecção de ex-cesso de carga, devem ser dotados deste dispositivo no prazo máxi-mo de três anos, a contar da data da publicação do diploma, isto é, até 28.12.2005.

Para além da exigência supra referida, o diploma legal em re-

ferência mais veio estabelecer que os ascensores sem porta de cabina devem, no prazo de cinco anos a contar da data da publicação do diploma, isto é, até 28.12.2007, ser remodelados, por forma a se-rem dotados de cabina com por-ta.

Muito embora a referida porta de cabina permita evitar muitos acidentes graves que têm ocor-rido com ascensores, esta norma não é, contudo, aplicável aos as-

Ramos Catarino com encomendas de 35 milhões em 2006

Nos primeiros meses de 2006, a carteira de encomendas da Ramos Catarino ascendeu a um valor total superior a 35 milhões de euros de obras, que, segundo a construtora prova “o seu dinamismo no merca-do nacional” e a “forma como vem superando a fase difícil na econo-mia, particularmente sentida no sector da construção e obras públi-cas”. Muito recentemente, foram concluídas a remodelação da Casa

da Criança D.ª Joaquina Barreto Rosa, em Arganil, a construção da nova Cantina Universitária do Pólo III, em Coimbra, o Mercado Abastecedor de Coimbra, a Casa Mortuária para o Polis-Leiria, a área de serviço Esso, em Viana do Castelo.

No decurso do primeiro tri-mestre do corrente ano, a Ra-mos Catarino ganhou o con-curso para 17 empreitadas de

média e grande dimensão, sendo bons exemplos a Fundação Ro-nald McDonald’s em Lisboa, o Projecto Industrial de Transfor-mação de Carnes, em Ourique, a construção de unidades do Modelo em Cantanhede e Alhos Vedros, o Mercado dos Mosque-teiros em Oliveira de Azeméis, a Centrocar em Matosinhos e a CLC – Companhia Logística de Combustíveis em Aveiras.

e requalificação”. Com uma área total de construção acima do solo superior de 5 mil m², é constitu-ído por 17 fogos distribuídos por tipologias T3, T3+1, T4, T4+1, com áreas que variam entre os 197 e os 345 m². Este projecto arquitectónico surge após três anos de investigação arqueológica que pôs a descoberto importantes vestígios pertencentes à primeira fábrica de louça do país, a Fábrica de Cerâmica de Massarelos, da-tados da segunda metade do séc. XVIII. Esta investigação envol-veu um investimento de 250 mil euros, representando os edifícios um investimento de 6 milhões de euros. Vítor Carvalho Araújo é o arquitecto responsável pelo pro-jecto.

Projecto da RAR no centro do Porto comercializado em 30%

O empreendimento residen-cial Monchique, promovido pela RAR Imobiliária, está já comer-cializado a 30%, tendo data de conclusão prevista para dentro de um ano. Trata-se do primeiro projecto da promotora no centro histórico do Porto, localizado so-bre o Rio Douro, entre as Pon-tes da Arrábida e de D. Luís I, ocupando o terreno da primeira refinaria mecânica de açúcar, pre-cursora das Refinarias de Açúcar Reunidas (RAR). Segundo a em-presa, este projecto é o “primeiro de projecto de reabilitação urbana de dimensão relevante no Porto, pelo que a intervenção vai acen-tuar o carácter emblemático deste local da cidade, ao mesmo tem-po que favorece a sua renovação

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Consulado de França comemora dia nacional

Da esquerda para a direita; Bernard Despomaderes, Valente de Oliveira, Miguel Veiga, advogado, Fethi Ben Brahim, Consul geral de França no Porto

Norte do país irá ser reforçada através da Alliance Française que se propõe dar continuidade à acção desenvolvida pelo Institut Français. Para o relançamento do ensino do francês já foi assegurado o envolvimento de figuras conhecidas, como Valente de Oliveira e Miguel Veiga.

O 14 de Julho, dia nacional de Fran-ça que celebra a tomada da Bastilha, foi comemorado no Porto. O cônsul-geral Fethi Ben Brahim recebeu nos jardins da Escola Francesa cerca de duas centenas de convidados. Este encontro, que reu-niu membros da colónia francesa a resi-dir no Norte de Portugal, empresários, representantes do corpo consular e auto-ridades civis e militares, reflectiu o bom

relacionamento existente entre o Norte de Portugal e França. Como é sabido, em França reside a maior comunidade de portugueses no estrangeiro. Esta vaga de emigração teve uma grande expressão nos anos 60 e 70, envolvendo portugue-ses oriundos do Norte e centro de Por-tugal e está na origem do estreitamento dos laços com França.

A presença cultural de França no

sexta-feira, 21 Julho de 2006ÓCIO E NEGÓCIOS20

Conceição Antunes, Cristina Oliveira, Julie Vergnaud, Rui Teixeira, Filomena Araújo, Maria Correia (pessoal administrativo do Consulado-Geral de França no Porto)

Almeida dos Santos, Maria dos Anjos Guerra, Amélia Vilar, Rita Ferreira da Silva, Clara Marcos e João Luís de Sousa.

Manuel Cabral, Director dos Serviços Gerais da Presidencia da Câmara Municipal do Porto, Fernando Pinto Pereira Fontes, cônsul do Equador (1° à direito), António Devesa de Sa Pereira, cônsul da Rep. da Coreia do Sul (centro).

Para o cônsul-geral Fethi Ben Brahim, este 14 Julho foi o último em funções no Porto, já que o diplomata francês regres-sará a Paris em Setembro próximo, após dois anos de trabalho durante os quais dsenvolveu o relacionamento entre o Norte de Portugal e França.

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sagravariam os prejuízos da companhia. Mas, se há SCUT, por maioria de razão, deve haver linhas férreas sociais.

São cada vez mais os analistas que en-tendem que Pinto Balsemão e Joaquim Oliveira terão de se entender em torno da SIC. O canal disfarçou a crise de audiên-cias com o Mundial de Futebol, mas o seu desempenho continua a ser preocupante, levando por arrasto o grupo Impresa.

Balsemão mantém-se activamente ao leme e insiste que está longe o dia da sua reforma. Mas o mercado olha para o “management” e não encontra sucessor à altura. Aliás, não vê sucessor. Enquanto

IMPRESA & SIC

Ócio & Negócios

Quem vê nomes …Há sempre aquele caso lendário da marca Pingo Doce.

Cansado de ver as suas propostas recusadas, Alexandre So-ares dos Santos pediu à própria conservadora do registo que desse uma sugestão para a sua rede de supermercados. E ela, célere, sugeriu Pingo Doce. E assim ficou.

No universo das pessoas, há casos bizarros e extravagan-tes. Por exemplo, o da senhora Prantilhana. O seu nome resultara, afinal, de um equívoco. Quando, no registo, o pai respondeu «plante-lhe Ana», o seu interlocutor en-tendeu de outra forma. E em vez de Ana ficou com uma nome invulgar.

Tudo isto a propósito das empresas na hora. Ao permitir o registo imediato de uma sociedade, é preciso ter uma lista de designações disponíveis para a firma.

Ora, a consulta dessa lista é quase tão emocionante como a lista mensal das reformas da Caixa Geral de Apo-sentações. Aconselhamos vivamente uma consulta perió-

dica. Neste caso, pelo carácter brejeiro e inspirador. Um romancista em maré desinspirada ganhará um novo alen-to para a sua história.

Por lá surgem sugestões como Cauda de Serpente, Pra-zer celestial, Súbito Desejo ou Sete Véus. São também imensas as sugestões estrangeiradas, para dar um toque cosmopolita. Imaginem o seguinte diálogo. Aonde traba-lhas agora?, Sou gestor da Cauda de Serpente. E tu? Ca-nalizador no Prazer Celestial; antes era paquete no Súbito Desejo.

E antecipando futuras manobras de concentração, ima-ginem títulos vibrantes como este: “Bico Afiado funde com Tronco Mole” ou “Vulcão ardente entra no capital do Prazer Celestial”.

Depois das empresas na hora, nada será como dantes no reino das designações das sociedades. Mas quem vê nomes não vê almas nem corações.

Douro em linha

O QUE SE DIZ

LINHAS CARASHá linhas na CP que face ao custo uni-

tário de transportar cada passageiro bem melhor seria financiar a sua viagem de táxi.

O caso mais bizarro sucede na linha de Cáceres, que passa por Marvão e Castelo de Vide, com custos elevados e receitas mínimas.

Mas há linhas que por motivos histó-ricos ou razões políticas têm de continu-ar a funcionar. Aliás, há quem diga que um dos factores que ajudou à saída de António Ramalho, o ex-gestor bancário que transitou da CP para a Unicre, foram precisamente as resistências políticas a de-cisões de encerramento de linhas que de-

O AZUL DO DOUROMário Ferreira estará à procura de um

sócio para a sua Douro Azul. O empresá-rio quer potenciar e expandir os negócios e precisa de músculo financeiro, num mo-mento em que não sabe ainda se avança com o “resort” no Douro.

Se até ao fim do ano não tiver todas as

Em Maio de 2003, o então Primeiro--Ministro Durão Barroso garantia a re-abertura da ligação ferroviária entre Po-cinho e Barca d’Alva. Empolgado, Bar-roso afiançava que o seu Governo ficaria conhecido «por ser o primeiro a reabrir uma linha ferroviária». Afinal enganou-se e mentiu. Ele e o seu Governo ficariam famosos por outras façanhas.

Mas foram pedidos estudos à Refer que estimou em 11 milhões de euros o custo da reabertura do troço, com a substitui-ção integral dos carris para que os com-boios pudessem circular a uma velocida-de razoável.

Num momento em que se assinalam os 250 anos do Douro como região de-marcada, este episódio ilustra a forma como o poder político costuma tratar o Douro.

A construção da linha férrea, entre 1873 e1887, que levou o comboio a Bar-ca d’ Alva e mais tarde a Salamanca foi uma das grandes proezas da região. A obra estruturante (212 quilómetros de linha em terreno acidentado com a abertura de 23 tú-neis e 35 pontes) revelou-se fatal para muitos operários, atacados pelas febres provocadas pelo calor e mosquitos.

Ricos & Pobres

Daniel Bessa tem uma frase de efeito certeiro e verdade inquestionável. Diz ele que Portugal passou de um país rico com pessoas pobres

para um país pobre com pessoas ricas. É uma questão de escolher os indicadores – no salário mínimo ou no ren-dimento estamos na cauda, em telemóveis ou carros per capita estamos no topo.

Ora, do ponto de vista da economia, esta situação é insustentável e, afinal, as aparências enganam. É que as pessoas continuam pobres, o que mudou foi a acumula-ção de créditos.

Ou seja, a aparente riqueza é feita à custa das dívidas. E, por isso, Bessa gosta de citar o seu indicador preferido – o défice das transacções correntes (8% do PIB), um dos mais elevados do mundo.

Os historiadores confirmam que Portugal sempre con-viveu mal com a abundância. Neste caso, lidamos mal com a taxa de juro baixa que fomenta o endividamento e transforma as dívidas de curto em longo prazo. Mas-não somos os únicos. Nos Estados Unidos é frequente as famílias já estarem endividadas até à 2ª ou 3ª geração. No caso português, se os dos sectores que geraram mais empregos nos últimos 20 anos foram o Estado e a cons-trução civil, os sinais não podem ser animadores.

Mas esta dicotomia entre ricos e pobres faz recordar aquela cínica definição de cooperação que a refere como a forma de os pobres dos países ricos financiarem os ricos dos países pobres.

noutros grupos uma transição inesperada não induziria so-bressaltos, a Im-presa, num caso desses, viveria dias agitados. Uma parceria em torno da SIC surge como uma das soluções para o maior grupo de “media” nacional.

MEIAS & COLLANTSDepois da marroquinaria, aliado a um

parceiro turco, o grupo Aerosoles vai di-versificar o negócio da moda para pro-dutos adjacentes ao sapato — as meias e collants.

O grupo avalia parceiros e estuda mer-cados para avançar nos novos negócios. O design do seu calçado é feito em Itália e a produção maioritariamente na Índia, à procura de custos fabris mais baixos.

No custo salarial, a relação é de um para seis -100 euros na Índia comparam com 600 em Portugal.

sexta-feira, 21 Julho de 2006 21

A plantação de eucaliptos, ainda hoje visível ao lon-go da linha, procurava refrescar o clima e atenuar as adversidades. O reverso desta medalha gloriosa foi o encerramento de troços e a destruição de apeadeiros e estações.

aprovações na mão de modo a iniciar a construção, desiste do projecto.

A entrada de um novo sócio não ditará a saída das sociedades de capital de risco, entre as quais a API Capital, que repre-sentam 40% do capital do grupo Douro Azul.

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Reinaldo Oliveira, presidente da APE, afirma

“Sector das estamparias é uma mais-valia do sector têxtil”Prestar apoio aos associados, ao nível do licenciamento, do aconselhamento jurídico, da informação sobre saúde, segurança e higiene no trabalho e formação profissional. Estes são alguns dos principais objectivos dos recém-eleitos corpos gerentes da APE - Associação Portuguesa de Estamparia.Reinaldo Oliveira está convicto de que “o sector das estamparias é uma mais-valia do sector têxtil em Portugal” e que o mais importante é a defesa de todos os estampadores, no sentido de que “todos devem dar a mão, pois só assim poderemos vencer”.

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“Temos de segurar a nossa qualidade em Portugal”, considera Reinaldo Oliveira.

Vida Económica – Efectuada a elei-ção dos corpos gerentes para o triénio 2006/2009, quais os objectivos traça-dos para a APE – Associação Portugue-sa de Estamparia?

Reinaldo Oliveira – O programa de ac-ção contempla três pontos fundamentais: a constituição da associação e respectivas eleições, posteriormente arranjar uma sede para a associação; a implementação da própria associação e a criação de ser-viços fundamentais para os sócios, tais como apoio jurídico e a criação de um serviço de informação nas áreas do meio ambiente, higiene e segurança no traba-

lho; por último, a divulgação do sector têxtil português.

VE – O ambiente é uma área prioritá-ria de acção?

RO - Quanto ao meio ambiente, as es-tamparias estão a ser fiscalizadas pelos ins-pectores do Ministério do Ambiente, que colocam determinadas questões e pedem determinadas licenças e alvarás, das quais as estamparias não tinham conhecimento.

A APE deverá agora prestar um apoio muito firme e concreto para legalizar as es-tamparias e divulgar como isto poderá ser feito. Na Higiene & Segurança dispensa-

rá às estamparias apoio nos regulamentos camarários e na própria legislação, que vai saindo a nível governamental.

Está também prevista a criação de um gabinete de formação profissional, que abranja a área de estamparia (que não exis-te), assim como cursos nas áreas financei-ras e contabilísticas. Será ainda criado um boletim informativo interno e um serviço de apoio ao sócio para deslocações quando quiser ir às feiras ou certa-mes e outros assuntos liga-dos ao sector.

VE – Como vai ser feita a divulgação do sector?

RO - Consideramos que o sector das estamparias é uma mais-valia do sector têxtil em Portugal, pois somos nós que alteramos os diversos produ-tos, proporcionando outra valia aos desenhos e aos di-versos processos que podemos imprimir.

Queremos divulgar que temos as me-lhores estamparias do mundo, queremos também ir a todas as feiras e eventos do sector onde esteja a moda, fazendo acordos e apoiando os estilistas portugueses.

Outro ponto que a associação quer pro-mover são negociaçãos com o Governo, diversos ministérios e câmaras indicando as mais-valias que podem oferecer ao nosso sector. Outro tema que a associação quer dinamizar é a legislação laboral e a criação de um logótipo nacional de qualidade para as estamparias portuguesas. Por fim, o úl-timo ponto é a defesa de todos os estam-padores, pois não somos inimigos, somos concorrentes e neste sentido queremos dar a mão, todos juntos, pois só assim podere-mos vencer.

VE – Como encaram as empresas a criação da associação?

RO - Existe dois tipos de empresas: os nossos fornecedores e os nossos clientes. É óbvio que, criando uma associação no sector das estamparias, os outros sectores que trabalham connosco colocam as suas dúvidas. Os fornecedores têm medo que

façamos uma cooperativa para lutar contra os preços, os clientes com medo que pos-samos fazer preços mínimos ou máximos dos nossos produtos. Nada disso! Antes pelo contrário, nós queremos ajudar quem trabalha connosco. Querendo também que eles nos ajudem.

A adesão das estamparias ou do sector tem sido muito grande; duma lista de 100 estamparias, 50 já fazem parte da associa-

ção.

VE - As estamparias portuguesas receiam a concorrência?

RO - Não receamos a concorrência. Temos um serviço diferente. Temos uma qualidade própria que não é fácil de imitar, baseada em anos de co-nhecimento.

Devemos dificultar o acesso ao “know-how”por parte países con-correntes, pois, quando eles tiverem esse serviço de estamparia existente em Portugal, o sector têxtil em Portugal morre! Existem marcas do sector têxtil que estão a desloca-lizar, mas têm tido bastantes dificuldades no serviço de estamparia. Por isso, temos de segurar a nossa qualidade em Portugal, para que possam continuar a fazer esse serviço no nosso país.

VE - A regularização das estamparias com menos qualidade ainda é uma pre-ocupação?

RO - Já foi feita uma progressão. Já existe uma preocupação das estamparias de esta-rem na legalidade. As estamparias estavam conectadas com um rótulo de poluidoras, hoje já se vê estamparias preocupadas com esse aspecto, com certificações ambientais, com certificações que respeitem o meio am-biente.

Mesmo os produtos, já têm de estar den-tro de normas comunitárias e internacio-nais que respeitem o ambiente e a saúde das pessoas. A associação continuará a dar apoio através de associados que tenham ex-periência neste tema.

JORGE LÍBANO

“Devemos dificultar o acesso ao ‘know- -how’ por parte dos países concorrentes.”

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O Grupo Editorial Vida Económica tem condições para lhe proporcionar formação à medida dos objectivos e necessidades dos seus trabalhadores, colaboradores ou associados, em qualquer ponto do país, em horário laboral ou pós-laboral.

Grupo Editorial Vida Económica. R. Gonçalo Cristóvão, 111 - 6º Esq. 4049-037 PortoInf: Ana Maria Vieira Telf. 223 399 457/00 Fx. 222 058 098 [email protected]

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sexta-feira, 21 Julho de 2006ASSOCIATIVISMO22

Uma oportunidade para que produtores, consumidores, instituições e especialistas envolvidos troquem informações, experi-ências e propostas, visando a melhor valo-rização e utilização dos recursos minerais portugueses. É este o objectivo das Jornadas Técnicas da ANIET – Associação Nacional da Indústria Extractiva e Transformadora.

Prevê-se que no encontro, que se realiza

Sector das pedras naturais em destaque

ANIET organiza Jornadas Técnicasno próximo dia 20 de Outubro, nas Insta-lações da ExpoCentro - Parque Industrial Manuel da Mota, em Pombal, sejam apre-sentadas várias comunicações abordando temas de fundamental interesse para o sec-tor das pedras naturais.

Paralelamente às jornadas, haverá lugar a uma mostra de produtos e serviços de enti-dades ligadas à actividade.

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Novis satisfeita com os resultados da banda larga

Quota de mercado do operador cresce 57%

Surgem novos operadores e aqueles que já estão implantados, no mercado, têm bons resultados. Veja-se o caso da Novis, o opera-dor fixo da Sonae, que reclama para si e, uma vez mais, a lideran-ça entre os novos operadores em todos os mercados em que actua. Há, no entanto, um segmento onde afirmam, em comunicado, estarem, particularmente, bem: a banda larga.

Aquilo que se pode ler, no refe-rido documento, é revelador: “na internet de banda larga para mi-

croempresas, ao fechar o primei-ro trimestre do ano com 8% de quota de mercado total, a Novis consegue subir 57% face ao valor registado, no último trimestre de 2005, aparecendo destacada, logo a seguir à PT”.

No segmento de voz, as coisas também parecem sorrir ao ope-rador do “senhor Sonae”. Aqui, a Novis fala de um crescimento de 10% - a empresa fala numa quota de 9,4% -, isto quer no mercado das PME quer no das grandes empresas.

Operadores apresentam terceira geração e meiaA velocidade volta a ser o grande destaque

Ainda o mercado não teve oportunidade de absorver a terceira geração e os operadores já falam em terceira geração e meia ou 3,5G. Os primeiros a lançar a novidade foram a Vodafone e TMN. As principais inova-ções? Segundo aqui-lo que nos apercebe-mos, a velocidade.

A Vodafone diz que o seu terminal com estas caracte-rísticas – o Samsung ZV50 – excede em quatro vezes a veloci-dade disponível pela 3G. Disponível em 81 cidades portugue-sas, este novo equipa-mento da Vodafone poderá ser adquirido por 449,90 euros. Um pouco mais caro é o terminal da TMN. Também da marca Samsung – es-tamos a falar do Sa-msung Z 560 -, este telemóvel de 3,5G do operador da Portugal Telecom vai ser comercializado por 489,90 euros e é apresentado

como um equipamento que pro-porciona maior rapidez, na

transmissão de dados com uma velocidade que pode chegar aos 1,8 Mb.

A propósito des-tas características, a TMN destaca o seu serviço de tele-visão móvel com as suas notícias, séries, desporto, desenhos animados, conte-údos distribuídos por 21 canais. A oferta da Optimus

é em tudo igual à da TMN, ao apresentar ao mercado o mesmo terminal de 3,5G e com o mesmo pre-ço: 489,90 euros. O operador móvel da Sonae apenas nos dá mais algumas in-formações sobre o Samsung Z 560. Os destaques vão para a câmara de vídeo com capacidade para gra-var uma hora, para a câmara fotográfica in-

corporada com dois me-gapixeis e zoom digital 4x ou para o SMS, MMS e e-mail cliente.

Já é possível subscrever serviço de ADSL da Tele2

A promessa já foi feita há algum tempo atrás e agora surge o servi-ço. A Tele2 acaba de divulgar que vai iniciar, dentro de dias, a sua campanha de pré-adesão para o serviço ADSL em Portugal.

Segundo o operador de origem sueca, a internet de banda larga vai ser lançada, após o Verão, mas quem subscrever o serviço, anteci-padamente, dizem em comunica-do, poderá desfrutar, na sua pri-meira mensalidade, de uma oferta grátis. Quanto a pormenores sobre esta novidade, não há muito mais a dizer, com a Tele2 a afirmar que os seus responsáveis se encontram, no momento, a “finalizar todos os pormenores da sua oferta ADSL,

pelo que não são ainda conheci-dos preços, velocidades de acesso ou limites de tráfego”. Uma coisa é certa: a subscrição já pode ser feita, bastando para tal aceder ao “site” da Tele2.

O ADSL desta empresa de tele-comunicações é já uma realidade em 12 países europeus, sendo que se tornou, nos últimos tempos, uma das apostas mais importan-tes do operador. Os números mais recentes parecem demonstrá-lo: a Tele2 conquistou 147 mil novos clientes de banda larga e conseguiu chegar aos 1,3 milhões de clientes, com o volume de negócios, nes-te segmento, a crescer nada mais nada menos do que 135%.

deve ser estabelecida por acordo comercial, regra base de qualquer mercado competitivo, acrescen-tando ainda que uma obrigação de acesso imposta pelo regulador cria distorções. E a Vodafone dá exemplo de algumas: a criação de um número artificial de operado-res móveis virtuais, o surgimento de ganhos/lucros anómalos e arti-ficiais a favor dos accionistas dos MVNO, bem como uma redução inicial de tarifas que, a prazo, po-derá, no entanto, dar lugar a uma subida.

A TMN reage de modo um pouco diferente. Fontes do ope-rador dizem que é intenção da empresa acompanhar as altera-ções do mercado, sendo uma prova disto o recente lançamen-to do tarifário Dragão. Este, como dizem, segue a mesma es-tratégia da empresa Talk Talk ao tentar captar nichos de mercado através da criação de grupos ou ”mini-redes” dentro das quais as chamadas são, significativamen-te, mais baratas.

Novo operador causa diferentes reacções junto da concorrência

A Phone House, em parceria com a Optimus, lança, como já tínhamos divulgado em primeira mão, no passado mês de Janeiro, o primeiro MVNO (Operador Móvel Virtual) do país, o chama-do Talk Talk. Um projecto inédito que não deixa, concerteza, indife-rentes àqueles que já têm uma po-sição sólida no mercado. É o caso da Vodafone, que à “Vida Eco-nómica” diz que “deverão existir algumas regras base à entrada de operadores virtuais no merca-do português”. Ao nosso jornal, fontes do operador afirmam que a entrada deste tipo de empresas

Talk Talk em pormenor Quando já pensávamos que não

havia mais espaço para um opera-dor móveL, eis que a Phone House cumpre a sua promessa e apresen-ta no mercado um operador mó-vel virtual, um operador que vai funcionar a partir da rede de outra empresa. O grande objectivo desta novidade? Aqui, a Phone House e a Optimus, o outro parceiro desta empreitada, falam na apresentação de propostas de valor mais com-petitivas para os consumidores. E como é que isto se aplica na prá-tica? Como seria de esperar, os preços desempenham aqui o papel principal com a Phone House a afirmar que o “Talk Talk” se dis-tingue, em primeiro lugar, pelo seu tarifário muito competitivo. Os clientes, acrescentam ainda, “vão poder falar a cinco cêntimos entre si e a 2,5 cêntimos se com-prarem um pacote de cinco euros de comunicações nacionais entre Talk Talk”.

SANDRA [email protected]

Qtek vira HTC

O mundo das telecomunica-ções está em ebulição. A con-vergência entre produtos é cada vez mais evidente. Se, anterior-mente, existiam os PDA e os telemóveis com funcionalidades completamente distintas, hoje, essa diferenciação é cada vez mais difícil de notar. Se, por um lado, os telemóveis ficaram inteligentes, diga-se smartphone, os PDA, por seu lado, adquiriram funções que antes eram exclusivas das comuni-cações. No entanto, não se sabe se esta dicotomia irá perdurar.

Uma personagem que, apesar de relativamente desconhecida do grande público, dá cartas neste novo cenário é a HTC. A multi-nacional originária de Taiwan é uma das empresas que mais cres-cimento verificaram no sector dos equipamentos móveis, nomeada-mente nos PDA.

Fundada em 1997, o seu ne-gócio inicial consistia no fabrico de terminais para terceiros. Mas, quando a empresa verificou o su-cesso dos equipamentos, decidiu avançar com uma marca própria. Foi então que, em 2002, nasceu o Qtek, equipamento que foi distri-buído pelo globo através de parce-rias locais. O mercado nacional fi-cou a cargo de dois distribuidores, sendo um deles a Novabase. Esta fez mais do que simplesmente ven-der o equipamento. A estratégia foi desde o início divulgar o produto, criar habituação e apresentar valor

acrescentado à solução, através da costumização do software e do de-senvolvimento de aplicações espe-cíficas para o mercado nacional. O esforço foi de tal forma recompen-sado que, como refere João Ra-nito, administrador da Novabase SGPS, Portugal é um dos poucos mercados em que a marca Qtek vingou. Noutros países, como por exemplo na Alemanha, assistiu-se a um rebranding da marca por parte dos operadores.

Mas voltemos à HTC. Quan-do a empresa se apercebeu que os seus terminais estavam no topo do ranking mundial, decidiu reposi-cionar toda a sua estratégia. Afinal as marcas de equipamentos mais conhecidas no mercado são as que utilizam o nome dos próprios fabricantes. E vai daí, a multina-cional decidiu que era altura de apostar na marca HTC. Mas mais do que uma simples mudança de nome, este posicionamento reflec-te a aposta da empresa não só no desenvolvimento tecnológico (aca-ba de apresentar o primeiro PDA com capacidade para ligações a redes 3.5G HSDPA) mas também no design e na aproximação com o cliente.

Os novos lançamentos são um bom exemplo desta cultura. Há uns anos, ninguém diria que a HTC conseguiria integrar tão ra-pidamente a tecnologia HSDPA nos seus terminais. E a preocu-pação que a marca evidencia em

seguir as tendências de mercado, não só ao nível das funcionali-dades como também da estética, tem proporcionado taxas de cres-cimento que rondam os 100% ao ano. E o objectivo é manter esse ritmo. Mas isto só é possível se a marca for mais visível. A estraté-gia seguida até então fez com que o nome HTC seja relativamente desconhecido do grande público. Em muitos mercados a marca foi suplantada pelo nome do opera-dor, noutros os consumidores não associam Qtek a THC. Por isso a multinacional vai ter dois traba-lhos. Em países como a Alemanha, Espanha ou Itália na prática é como se fosse lançar uma nova marca. Já aqui em Portugal terá de comuni-car a substituição do nome. E para apoiar todas estas operações, dado que também já percebeu a impor-tância da proximidade, a empresa vai abrir uma filial em Londres. A escolha foi mais do que óbvia. O mercado europeu é extremamen-te, importante para o negócio da multinacional. Talvez mais do que o americano. E depois da presença física vem a comunicação. Porque para que a HTC possa ser conhe-cida, tem de aparecer mais.

ALEXANDRA COSTAredaccã[email protected]

Vodafone alerta para a criação de um número artificial de operadores móveis virtuais

Mais do que uma mudança de nome, a nova denominação reflecte o reposicionamento da empresa, que pretende bater-se com os clássicos das telecomunicações

Phone House lança em parceria com a Optimus empresa móvel virtual

sexta-feira, 21 Julho de 2006 23TELECOMUNICAÇÕES

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Em Foco

A advocacia sente hoje múltiplas difi-culdades. A má técnica e proliferação legislativa, acompanhada da ausência

de ponderação sobre o impacto das normas, a incapacidade de executar reformas, a ine-ficiência, a falta de meios de tantos serviços públicos, a desorganização judiciária, a au-sência de defesa institucional dos nossos pro-fissionais no mercado global, “ao contrário do que fazem tantos países”, são, segundo Paula Teixeira da Cruz, as causas claras da-quela situação . A mesma advogada salien-ta, em entrevista a publicar na revista “Vida Judiciária”, o facto de não se poder ignorar que “sucessivas reformas vêm pretendendo reduzir o grau de intervenção dos advoga-dos num conjunto substancial de actos, com prejuízo da segurança jurídica, muitas vezes com a visão – perigosa – de que a defesa é incómoda”.

Paula Teixeira da Cruz diz que, quanto à concentração de advogados e sociedades de advogados, “face ao mercado português, é absolutamente necessário racionalizar a dimensão em função da cada vez mais re-querida diferenciação e necessidade de pro-videnciar um tratamento integrado, sem esquecer a dimensão do nosso espaço”.

A mesma responsável não considera razoá-vel que, em alguns casos, entre a resposta aos quesitos e a elaboração da sentença passe mais de um ano: “Naturalmente que não é razoá-vel. Mas não vivemos no abstracto: vivemos na nossa circunstância, com uma organiza-ção judiciária do tempo de D. Maria, com tribunais sem meios, com os magistrados a efectuarem funções que muitas vezes são se-cretariais e sem contingentação processual”. “A resposta que a sociedade vem encontran-do para estas disfunções são os meios alterna-tivos, sobretudo a arbitragem”, conclui.

Acção executiva sem efeitos visíveis

Ao nível da acção executiva, ainda não são visíveis os efeitos positivos da reforma da acção executiva: “ É insustentável um sis-tema em que não se possa executar o Direi-to declarado. A acção executiva é o exemplo de reforma a que faltou preparação e meios práticos para a executar”.

“A situação no que respeita à acção execu-tiva é a da inexistência de Estado de Direito e uma vez mais as culpas estão a montante dos operadores, nos poderes legislativo e executivo”, acrescenta.

De Alberto dos Réus à inexistência de regras

Relativamente às alterações ao processo civil, que mudam as condições de acesso ao tribunais superiores, Paula Teixeira da Cruz considera que “as alterações que se conhecem ao processo civil dizem respeito a um designado processo civil experimen-tal. Quanto a este, passamos de Alberto dos Réus à inexistência de regras, uma vez que o Governo propõe que seja o juiz, em cada caso, a definir qual a tramitação aplicá-vel (onde fica o princípio da legalidade?)”, questiona.

“É inaceitável: passamos de um quadro excessivamente formalista para a ausência total de regras, para o desconhecimento do regime aplicável, para a desigualdade mais absurda.

Como actuar com regras que se não co-nhecem? Duas situações em tudo iguais podem ter tramitações absolutamente di-ferentes… recuámos mais de dois séculos”, conclui.

Paula Teixeira da Cruz, advogada da F. Castelo Branco & Associados e Paula Teixeira da Cruz & Associados, em entrevista

“Organização judiciária é do tempo de D. Maria”

“Vivemos com tribunais sem meios, com os magistrados a efectuarem funções que muitas vezes são secre-tariais e sem contingentação processual”, afirma Paula Teixeira da Cruz.

TRÁFEGO DE PASSAGEIROS CRESCE NOS AEROPORTOS PORTUGUESESO tráfego de passageiros aumentou, em Ju-nho, nos nove aeroportos geridos pela ANA e pela sua participada ANAM – Aeropor-tos da Madeira. De acordo com a empresa gestora, o tráfego cresceu 7% ao longo do primeiro semestre, ultrapassando os 11 milhões de passageiros. Em termos homó-logos, o tráfego subiu 5,7% face a Junho do ano passado, registando-se 2,25 mi-lhões de passageiros. Nos primeiros seis meses do ano, o aeropor-to internacional de Lisboa verificou o maior número de passageiros, contando cerca de 5,6 milhões. Em Junho, passaram pelo ae-roporto da capital mais de 1,048 milhões

SEMANA EM REVISTA

de passageiros, o que traduz um aumento de 9,2% em relação a igual mês de 2005. O aeroporto de Faro foi a segunda infra-es-trutura a receber maior movimento. Depois das obras de ampliação, o aeroporto do Porto recebeu 1,5 milhões de passageiro, representando uma subida de 10,5% face a Junho do ano passado. Os aeroportos açorianos verificaram variações positivas, à excepção de Santa Maria. Na Madeira, as duas infra-estruturas registaram aumentos relativamente a Junho de 2005.

AdC SOBE NO RANKING INTERNACIONALA Autoridade da Concorrência (AdC) rece-beu 3,25 estrelas da “Global Competition Review”. A classificação da publicação in-ternacional, que avalia as agências sénior de regulação de concorrência na atribui-ção, permite que a entidade nacional este-ja entre as que subiram. A análise incidiu sobre 38 agências mun-diais, sendo que 23 permaneceram com a mesma classificação, cinco recuaram e sete qualificaram-se no ranking. Este ano

verificou-se a entrada de duas entidades. Em termos gerais, a Global Competition Review indica que se registou uma melho-ria face à pontuação de 2005. Este ano, Portugal ficou à frente das entidades de países como a Áustria, a Noruega, a Suíça, a Bélgica, o Brasil, Israel, a Polónia, a Es-panha e a Grécia.

PRODUÇÃO INDUSTRIAL AUMENTA EM MAIOA produção do sector da indústria em Por-tugal foi dos que mais subiram entre os doze Estados-membro da Zona Euro. A informação revelada pelo Eurostat indica que a produção industrial portuguesa au-mentou 5% em Maio face ao mês anterior. Em relação a igual período do ano passado, o crescimento foi de 6,4%, acrescenta a mesma fonte.Na Zona Euro, a produção industrial subiu 1,6% em Maio e evoluiu 4,9% relativamen-te ao mês homólogo de 2005. A Holanda e o Luxemburgo registaram as maiores desci-das. O agrupamento da energia foi o único com quebras face a Abril.

UE EXIGE QUE TRANSPORTADORAS AÉREAS NÃO INDIQUEM TARIFAS ENGANOSASA União Europeia pediu às companhias de aviação para não indicarem tarifas engano-sas. Quer isto dizer que as transportado-ras aéreas devem passar a incluir no preço total dos bilhetes o valor das taxas e dos impostos. A nova regulamentação visa evitar que as companhias apresentem preços mais bai-xos e, posteriormente, indiquem as taxas e dos vários impostos, inflacionando a tarifa total da passagem aérea. Segundo afirmou esta semana o comissário dos Transportes, Jacques Barrot, “os cida-dãos devem desfrutar dos benefícios de mercado único e ter possibilidade de mais opções e qualidade. Devem mesmo ser ca-pazes de poder comparar facilmente as ta-rifas entre as companhias aéreas”. A mesma proposta também prevê que a Comissão Europeia tenha poderes para re-vogar e suspender as transportadoras, caso não venham a respeitar as regras da União Europeia.

Do ViaCTT ao NetEmprego e ao Diário da República Electrónico, o ritmo de inovação do Governo só tem rival na Google… Inte-ressa menos criticar o ‘spam’ governamen-tal, ou o frenesim publicitário, como lhe chamou o líder do CDS-PP, e mais chamar a atenção para o que está mal”

Paulo Querido – “Expresso Online”

“E as críticas são muitas vezes ocas (para ser franco, não li nenhuma que achasse ver-dadeiramente importante). O ViaCTT, por exemplo, foi vilipendiado por… enviar men-sagens não solicitadas aos utilizadores, o que é curiosíssimo: aceitamos que os hotmeiles, gêmails e sapomails enfiem nas nossas men-

FARPAS

sagens as publicidades deles, como forma de sustentar a gratuitidade do serviço, mas se forem os CTT a fazê-lo já está errado?”

Idem ibidem

“Em Portugal os debates sobre o Estado da Nação costumam ser um estimulante en-contro de amuos. A oposição está amuada com o Governo porque este, ou não cum-priu o que prometeu, ou promete o que ge-ralmente não pode cumprir”

Fernando Sobral – “Jornal de Negócios Online”

“O Governo amua com a oposição porque esta o critica porque ou não tem mais onde gastar o latim ou então faz isso por pura ig-

norância. Porque quando esteve no Execu-tivo só fez alarvidades. O chamado debate sobre o Estado da Nação é uma espécie de monólogo em que os líderes do Governo e da oposição fazem de ‘rappers’. O país, obviamente, não liga muito ao assunto”

Idem ibidem

“A primeira coisa é saber que tipo de sub-sídios, incentivos, benefícios, ajudas e per-dões foram canalizados para a Azambuja, e quantificar esses fundos, no tempo e na lei. Um analista inglês fala-me em 30 a 35 milhões de Euros, ‘mas só para um perío-do muito recente’. Tenho outros números, mas acho estranho que ainda não haja uma

palavra oficial sobre o assunto complemen-tada pela explicação sobre ‘fundos devidos’ e ‘fundos indevidos’, mencionados critica-mente nas palavras do vice-presidente da GM”

Nuno Rogeiro – “Jornal de Notícias Online”

“O Governo acaba de aprovar a venda de 25% do capital da Galp em bolsa. E faz muito bem! Por duas ordens de razão. A primeira é que chega assim ao fim a tele-novela portuguesa mais longa de sempre. O IPO que foi preparado durante exactamente seis anos, quatro Governos e oito ministros, desde o momento do seu anúncio”

Sérgio Figueiredo – “Jornal de Negócios Online”

sexta-feira, 21 Julho de 200624

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Editorial

Não creio que o “desastre” ocorrido em Junho nas vendas automóveis em Portugal tenha como única explicação o facto de ter havido o aumento do IVA de 19% para 21%

há precisamente um ano, o que deu origem a um forte cresci-mento das vendas em Junho de 2005. Afirmo-o porque se com-pararmos Junho de 2006 com o mesmo mês de 2004, verifica-se que o crescimento nos ligeiros (passageiros e comerciais) ronda apenas 3% (de 25 817 para 26 981 unidades). Ora, esta subida é muito ténue em relação a um ano que foi mau para o sector au-tomóvel nacional, mesmo com o aumento das vendas devido ao Euro 2004. De facto, nem a eventual antecipação das decisões de

compra devido às alterações introduzidas no Imposto Automóvel neste mês de Julho – que, em boa parte dos modelos, representa um aumento no preço final – levou a um aumento da procura.

Acredito, assim, que a explicação para a quebra de 18,7% nos ligeiros de passageiros e 22,7% nos comerciais ligeiros em Junho é justificada acima de tudo por um abrandamento da economia que continua a abalar Portugal, a confiança dos seus agentes eco-nómicos e dos seus consumidores.

* presidente da direcção da ARAN

Crescimento do sector continua à espera da confiança económica

António Teixeira Lopes *

SUPLEMENTO DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DO RAMO AUTOMÓVEL

Apresentação

Peugeot 207crescer como os grandes

Nº 193

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Associado do mês – Auto Povoense Ideal, Lda.

“Estou muito contente com o desempenho da ARAN e do seu presidente”

ARAN– Quando foi fundada a empresa e quais as datas mais marcantes?

António Silva– A empresa foi fundada em 1967. Recebemos o diploma da ARAN na VII Con-venção, realizada aqui na Póvoa do Varzim, pelo nosso 39º ani-versário de associado.

ARAN– Quais os serviços que presta a Auto Povoense Ideal, Lda?

AS– A nossa empresa presta serviços no âmbito da chaparia, pintura e mecânica multimarcas.

ARAN– Que vantagens des-taca por ser Associado da ARAN?

AS– Estou muito contente com o desempenho da ARAN e do seu presidente, o dr. António Teixeira Lopes. Ainda no mês Junho, na VII Convenção, ficou demonstrado que os associados estão contentes com a ARAN. As vantagens que reconheço de ser associado da ARAN é a constante ajuda que prestam ao associado. Sempre que preciso, ligo para a associação e obtenho a resposta para os meus problemas. Estou

também muito grato pela ajuda que me deram com o projecto do IAPMEI para a remodelação e alargamento das minhas insta-lações.

ARAN– Se tivesse oportuni-dade de começar do zero, vol-taria a apostar no sector auto-

móvel?AS– Neste momento, não

apostava em nada neste país. Es-tou cheio de promessas que nun-ca cumprem, os políticos são uns mentirosos. O meu conselho para os jovens de hoje é que não apos-tem neste país. Estou muito desi-ludido com o que se passa cá. No que respeita ao sector automóvel, este é o substituto da construção civil, que neste momento está pa-rada, e, mesmo assim, não fazem nada para nos ajudar e reconhe-cer o nosso trabalho.

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A ARAN vai organizar uma viagem para os seus associa-dos visitarem a “Mondial de l´Automobile”, conhecida entre nós por Salão Internacional de Paris, que vai decorrer de 30 de Setembro a 15 de Outubro. Este salão, que é tido como o mais visitado e mediático do mundo, recebeu nada menos que 1,4 mil-hões visitantes na sua edição an-terior. É realizado bianualmente e conta com o que de mais recente há para ver; o que em 2004 sig-nificou algo como cerca de 60 lançamentos mundiais.

Paris é o salão onde todas as

ARAN organiza viagem ao Salão de Paris 2006

marcas querem estar presentes e a prova disso é o último registo de 500 marcas diferentes de 30 países. O cer-tame realiza-se no espaço “Paris Expo - Porte de Versailles”, que conta com oito pavilhões dif-erentes, onde o grupo da ARAN vai poder apre-ciar, para além dos automóveis, protótipos, equipamento elec-

sexta-feira, 21 Julho de 2006II

FICHA DO ASSOCIADO

Empresa: Auto Povoense Ideal, Lda.Data de Constituição: 1967Associado desde: 1/2/1967Número de associado:1691Administradores: António Silva e Miguel SilvaActividade principal: chaparia, pintura e mecânica multimarcas Morada: Trav. de La Guardia, nº 16, 4490-695 Póvoa de VarzimTelefone: 252.681448

trónico, “quads”, “buggies”, o sector de energias alternativas,

uma área dedicada a seguros e fi-nanciamentos e ainda a exposição “L´incroyable collection”.

O pacote, a preços reduzidos para associados da ARAN, vai incluir a viagem em autocarro de turismo, hotel e bilhetes de entrada para a exposição. Mais informações vão ser futuramente disponibilizadas através do “site” da associação na Internet e por telefone.

BERNARDO FERREIRA DA SILVA

EDIÇÃO 192

Erradamente, a edição ante-rior da publicação da ARAN veio numerada como 191, quando foi, na realidade, a número 192. Na presente, vol-tamos à contagem certa: 193 edições. Pelo lapso, pedimos desculpa aos leitores.

RECTIFICAÇÃO

HORÁRIOS DA EXPOSIÇÃO

De 3ª a 6ª feira – 10:00h às 22:00h;De Sábado a 2ª feira – 10:00h às 20:00h;Veículos Comerciais – Todos os dias 10:00h às 22:00h.Preço dos bilhetes: 12 euros

SITES DE INTERESSE:www.mondial-automobile.com – Site da exposiçãowww.parisexpo.fr – Site do local da exposiçãowww.aran.pt – Site da ARAN

A Metalicis – Cisternas de Por-tugal apresentou no mês passado a sua nova gama de semi-reboques para transporte de produtos pul-verulentos. Estes semi-reboques foram desenvolvidos em parceria com o Instituto de Engenharia Mecânica e Gestão Industrial (INEGI) da Faculdade de Enge-nharia do Porto, que, utilizando técnicas computacionais avan-çadas, efectuou a simulação das tensões a que o semi-reboque está sujeito, quer durante a circulação rodoviária, quer durante as opera-ções de carga e descarga.

Durante a apresentação, foi en-tregue à TIEL – Transportadora Ideal de Evendos – a primeira uni-dade fabricada (com 39m3 de ca-pacidade). Na sessão de boas-vin-das, a presidente do conselho de administração da Metalicis, Ana Castro, realçou a importância da cooperação com centros de inves-tigação para o aumento da compe-titividade das empresas nacionais.

A Metalicis produz, sob a marca patenteada Metalovouga (primei-

Metalicis apresentou nova gama de semi-reboque para transporte de pulverulentos

ra fabricante de semi-reboques cisternas em Portugal, há mais de 36 anos), para o mercado nacio-nal e exportação, um vasto leque de semi-reboques, nomeadamente para o transporte de produ-tos químicos, alimentares, asfaltos e combustíveis.

Para além do mercado na-cional – em que o objectivo é reforçar a posição desta gama na linha de semi-re-boques, em que a Metalicis é o primeiro fabricante –, o crescimento das exportações é a grande aposta deste pro-jecto, onde se espera vir a colocar cerca de 100 unidades por ano.

Para além dos mais importantes transportadores nacionais e estran-geiros deste ramo de actividade e representantes de associações em-presariais, estiveram presentes no “workshop” o INEGI, que apresentou uma comunicação sobre os seus trabalhos, e a Bure-au Veritas/Rinave, que enfatizou o pioneirismo da Metalicis na

certificação CE de semi-reboques não ADR.

Antes de uma visita guiada às instalações fabris da Metalicis e aos processos tecnológicos utiliza-

dos, que culminou com um porto de honra, os participantes tiveram ocasião de conhecer em detalhe os aspectos que tornam a nova gama de semi-reboques para transpor-te de produtos pulverulentos um caso sério de qualidade na indús-tria de transportes nacional.

A Metalicis, que está sediada em Sever do Vouga, distrito de Aveiro, é associada da ARAN desde 10 de Dezembro de 1998.

A ARAN criou uma empresa prestadora de serviços ao sector automóvel. Designada de ARA-business, a empresa poderá aux-iliar os empresários do sector, as-sociados ou não da ARAN, em termos de visitas ambientais, no licenciamento, na formação, na

Para auxiliar as empresas do sector em variados serviços

ARAN avança com ARAbusinessestratégia de marketing e comuni-cação (assim como na organização de exposições e eventos), na reali-zação de estudos económicos, na definição de projectos de apoio comunitário, através da consulta-doria e ainda nos recursos hu-manos/recrutamento.

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tas ao seu alcance e o seu estado de espírito quando decidem comprar um veículo num concessionário”, segundo Nick Gill.

Baseando-se num conjunto de boas e más práticas observa-das no stand de vendas, o estudo concluiu que o que acontece no stand de vendas do concessioná-rio é crítico para assegurar um resultado positivo do processo de venda. Para João Carlos Almeida, da Capgemini Portugal, “o estudo demonstra que a falta de adap-tação das concessões à mudança comportamental dos clientes pode facilmente resultar em perda de negócio, não para a marca mas para aquele concessionário.”

coerência e o da transparência. Quanto ao primeiro, o gestor sublinhou que as empresas têm que ter valores e passá-los de ge-ração. “Nem todos os membros da família têm que continuar na empresa, mas os valores sim”, referiu a mesma fonte, acrescen-tando que, por isso, o líder deve saber o que afirmou muito tem-po antes. “Em 1986, disse que para trabalhar na Sonae tinha que se ser líder ou candidato e que não chegava ser bom profis-sional, já que era preciso querer correr riscos. Recordo-me disso porque é importante que não haja contradições”, disse.

Em relação ao teste da coerên-cia, o empresário nortenho afir-mou que os líderes devem saber cumprir o que prometeram. “O primeiro chefe que for apanhado em falso a fazer o contrário do que ‘apregoa’, dura pouco”, avi-sou. A propósito do último teste às empresas, o da transparência, o gestor falou na necessidade de as pessoas assumirem as responsa-

Belmiro de Azevedo diz que as empresas familiares têm maior longevidade

O empresário Belmiro de Aze-vedo afirmou, num jantar con-ferência no âmbito dos 50 anos do grupo do sector automóvel MCoutinho, que as empresas fa-miliares têm maior longevidade do que as restantes. “Enquanto os seres humanos, apesar de todos os avanços da ciência, continuam a não ter muita durabilidade, as empresas não têm que morrer. Contudo, a esperança média de vida das empresas ronda os 50 anos. Porquê? Porque deixam de ter dono”, disse o patrão da Sonae, antes de fazer a única re-ferência da noite à OPA sobre a Portugal Telecom, mesmo que de uma forma muito indirecta: “As empresas que duram mais são as familiares, ao passo que às que es-tão na bolsa acontece-lhes aquilo que está para acontecer a uma co-nhecida empresa”.

Belmiro de Azevedo conside-ra que a sobrevivência das em-presas, sobretudo as de raiz fa-miliar, depende do sucesso em três testes, o dos valores, o da

bilidades. “Se há um funcionário que não rende o desejável, não deve receber ‘palmadinhas nas costas’. Sem os recursos humanos correctos, não há estratégia e as empresas têm que ter respeito e não caridade”, avançou Belmiro de Azevedo, que realçou que gran-des civilizações – como a romana, a azteca e, mais recentemente, a soviética – desapareceram por fa-lharem estes testes.

Chefes devem ser os melhores, familiares ou não

O empresário avisou ainda que devem ser os profissionais mais válidos, independentemente de serem da família ou não, a ocu-par os cargos de chefia. “O desen-volvimento do mundo é muito rápido e dentro de uma família é impossível que todos o acom-panhem, pelo que é preciso saber quem são os que vão criar mais riqueza. Uma empresa familiar é de quem sabe trabalhar e a famí-lia tem de ser todos. As empresas familiares são as que mais tempo duram, mas para isso têm de ser capazes de passar a mensagem de que têm de ter na gestão os me-lhores e não forçosamente a famí-lia”, referiu.

O líder da Sonae acrescentou que “a melhor combinação é ha-ver accionistas de referência com gestão profissional” e que a sua não é uma empresa familiar: “Há 20 anos, eu tinha 17 accções da Sonae. Trabalho para a empresa para tentar fazer com que esta dure”.

Consumidores informados obrigam a alterações no processo de venda automóvelO crescente acesso à informação

disponibilizada na Internet deu aos consumidores uma vantagem no processo de compra de veículos, fazendo com que fiquem menos dependentes dos concessionários, de acordo com um relatório publi-cado pelo Car Internet Research Program (CIRP) em colaboração com a consultora Capgemini. O estudo conclui, assim, que regis-tou-se uma alteração significativa no equilíbrio de poderes, visto que os concessionários não conseguem acompanhar a nova dinâmica dos consumidores, pelo que as marcas devem aprofundar o conhecimen-to empírico que têm do compor-tamento dos consumidores, de forma a melhorar a relação clien-te/concessionário, ao mesmo tem-po que potenciam um aumento nas vendas e reforçam a lealdade à marca e ao concessionário.

O mesmo relatório conclui que os fabricantes devem adoptar um novo modelo que lhes permita acompanhar o ritmo dos consu-midores. “Os consumidores mu-dam cada vez mais depressa o seu comportamento. Alguns dos fac-tores subjacentes a esta mudança são, por um lado, um aumento da sofisticação do comportamento de compra, por outro, a disponibili-dade da informação na Internet, que acaba por adiar o momento

em que o consumidor entra no concessionário,” afirmou o direc-tor do CIRP, Christian Navarre. “Os fabricantes devem afastar-se da relação cliente/comercian-te tradicionalmente assimétrica, tantas vezes caracterizada por pre-conceitos e estereótipos negativos de ambas as partes. A chave está em evoluir para uma relação mais equilibrada onde haja transparên-cia de informação e confiança mú-tua, de modo a melhorar as vendas e consolidar a fidelidade do clien-te”, acrescentou.

Este estudo foi realizado com base em observações e entrevistas a consumidores e concessionários na América do Norte (Estados Uni-dos e Canadá) e Europa (França e Reino Unido) em concessionários de nível intermédio representando 12 marcas.

A qualidade da informação so-bre o consumidor foi considerada um factor crítico de sucesso para responder à nova dinâmica na re-lação consumidor /concessionário. Com a evolução do conhecimento sobre o consumidor, e, na reali-dade, também do seu compor-tamento, torna-se crítico que os fabricantes se mantenham sempre sintonizados com a mudança. As melhores práticas incluem cursos de formação em vendas que incor-porem informação sobre tácticas de pesquisa dos consumidores, as-sim como uma observação cuidada e constante do comportamento do consumidor ao longo do processo de compra de um veículo.

Adicionalmente, os fabricantes devem apreender a informação sobre os consumidores vinda de novas ferramentas tais como os

fóruns da “web”, assim como a informação tradicionalmente re-colhida em salões de exposição e vendas. Este conhecimento deverá servir para afinar constantemente os produtos e serviços num pro-cesso de melhoria contínua. “A procura de informação por parte do consumidor durante o proces-so de compra de um veículo tor-nou-se cada vez mais diversificada e complexa, fazendo com que seja mais difícil para os fabricantes preverem o seu comportamento”, declarou o líder da área automóvel da Capgemini . “É essencial que os concessionários e fabricantes aprendam a compreender o uni-verso do consumidor, as ferramen-

sexta-feira, 21 Julho de 2006IV

MCOUTINHO OFERECEU VIATURA À CERCIMARCO

No âmbito das comemora-ções do 50 anos de existência, a MCoutinho implementou um prémio de responsabili-dade social em que apoia um instituição de solidariedade social. Nesta primeira edi-ção, a entida-de distinguida com uma via-tura foi a Cer-cimarco, que desde 1997 presta apoio a criança e jo-vens deficien-tes no Marco de Canaveses.

As come-morações dos 50 anos vão continuar. A acção mais recente foi um passeio de carros antigos entre o Marco de Canaveses e o Porto. Par-ticiparam 35 clássicos das mar-cas representadas pelo grupo ao longo da existência. Desde um Ford T de 1912, a um Triumph TR3 de 1955, passando por vá-rios exemplares Mercedes-Benz, nomeadamente, 220 S de 1951, 180B de 1955 e 190 SL de

1959, bem como os raríssimos Peugeot 404 Cabriolet de 1963 e Mazda 110S de 1967, muitos foram os modelos.

Sobre a história da empresa,

Manuel Coutinho, fundador e presidente do conselho de ad-ministração, referiu-se “conven-cido de que os seguidores vão continuar o sucesso do grupo, em conjunto com os mais de 600 colaboradores, de Bragança a Coimbra”.

Belmiro de Azevedo

Suplemento ARAN - Associação Nacional do Ramo AutomóvelDirector: António Teixeira LopesRedacção: A. Cristina Ferreira, Aquiles Pinto, João Lopes, Luís Cabral, Nuno Santos, André Dias, Miguel Sinval, Bernardo Silva e Neli ValkanovaArranjo Gráfico e Paginação: Célia César, Flávia Leitão, José Barbosa e Mário AlmeidaPropriedade, Edição, Produção e Administração: ARAN - Associação Nacional do Ramo Automóvel, em colaboração com o Jornal Vida EconómicaContactos: Rua Faria Guimarães, 631 • 4200-191 PortoTel. 225 091 053 Fax: 225 090 646 • [email protected] • www. aran.ptPeriodicidade mensalDistribuição gratuita aos associados da ARAN

ficha técnica

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mínimos de segurança, qualidade e poluição dos mercados alvo. Nes-te caso, a alternativa de mercados menos desenvolvidos como alguns países árabes ou africanos tem-se tornado cada vez mais evidente.

A segunda é a das aquisições, op-tando pela compra de uma marca já estabelecida e com “know-how” mais sofisticado e canais de distri-buição montados, como fez recen-temente a Proton, da Malásia ao comprar a Lotus. Um bom exemplo chinês é o do Lifan Group, que tem demonstrado a intenção de com-prar e transportar do Brasil para a China a fábrica de motores da DaiymlerChrisler/BMW de Cam-po Largo. De uma coisa não restam dúvidas: muitos de nós estarão a conduzir automóveis fabricados na China, ou de marcas chinesas, nos próximos dez anos.

1 McKinsey Strategy & Analysis; 20022 Winning in Today’s Chinese Automotive Market,; Boston Consulting Group; 20053 Reuters / China Daily; 05 Julho 20064 McKinsey Strategy & Analysis; 20025 Ibidem6 Xinhua; Julho 20067 Reuters / China Daily; 05 Julho 20068 McKinsey Strategy & Analysis; 20029 McKinsey Strategy & Analysis; 200210 New York Times; 17 Fevereiro 2006 11 McKinsey Strategy & Analysis; 200212 McKinsey Strategy & Analysis; 200213 Finantial Times; 16 Março 2006

surgir um ano depois de a em-presa ter assinado um acordo so-cial com os trabalhadores, o qual deveria vigorar vai até ao fim de 2007. A mais antiga (fundada em 1963) e a segunda maior do país, a fábrica de Azambuja foi total-mente modernizada em 2001, com um investimento de 130 mi-lhões de euros, para passar a pro-duzir o novo Combo. Aumentou a capacidade de produção em 27% em Setembro de 2002, com

melhorias de eficiência e a criação de 102 novos postos de trabalho. Na altura, passou a produzir 304 automóveis por dia, em vez de 240, colocando pela primeira vez a fasquia da capacidade de pro-dução anual nas 70 mil unidades. Poucos meses volvidos, em Maio de 2003, houve novo aumento de capacidade –, para 320 auto-móveis por dia – anunciando um investimento de 2,7 milhões de euros.

GM de Azambuja encerra em Dezembro

A confirmação oficial pela General Motors (GM) da decisão de encerramento

da fábrica que tem em Azambu-ja em Dezembro e deslocalizar a produção do Opel Combo para Saragoça (Espanha) já foi tomada. A “novela” trágica começou em Março, quando a GM admitiu, pela primeira vez, o encerramen-to da fábrica em Portugal ainda em 2006, devido à produção do Combo ter uma desvantagem em termos de custo por unidade de 500 euros, quando comparada com a possível produção em fá-bricas de outras países, e termi-nou agora, com o pior desfecho possível para os cerca de 1150 trabalhadores directos.

O Governo considera que há um “claro incumprimento contra-tual” na decisão de encerramento da unidade fabril. Assim, o Mi-nistério da Economia e da Ino-vação avançou, em comunicado, que o “Governo vai desencadear imediatamente todos os mecanis-mos legais e contratuais, de forma a ressarcir-se dos graves prejuízos” da decisão para Portugal. “Uma vez que parte substancial dos in-centivos de que a GM beneficiou têm origem em fundos comuni-tários, o Estado português não deixará, também, de sublinhar as implicações desta atitude da GM no âmbito europeu”, acrescenta a mesma nota de imprensa.

O encerramento da fábrica vai

Foi precisamente há um ano atrás que se verificou o agravamento do IVA,

pelo que Junho fez disparar as vendas. Não é pois de admirar que a quebra fosse tão acentua-da. Todavia, as perspectivas para este ano não deixam de ser ne-gativas. A Associação Nacional do Ramo Automóvel (Aran) tem uma perspectiva algo diferente da sua congénere. De facto, esta acha que Junho foi desastroso e que a situação se justifica pelo abrandamento da economia que continua a abalar o país, a con-fiança dos agentes económicos e dos próprios consumidores.

Uma análise mais cuidada das vendas revela que o mercado está, de facto, a atravessar grandes difi-culdades. Um sinal disso mesmo é que as quatro primeiras marcas registaram, de Janeiro a Junho, quebras, com a agravante de que as mesmas se in-tensificaram subs-tancialmente no último mês. Em termos acumula-dos, haverá que notar que apenas a Fiat (+11,7%) e a VW (3,1%)

Quebra de quase 20%

Vendas desceram em Junho

ficaram em terreno positivo entre as dez primeiras marcas. Já em Junho, apenas a Fiat (1,5%) con-seguiu apresen-tar uma variação positiva. Entre-tanto, em termos globais, a “estrela da companhia” é a Lexus. Desde o início do ano, as vendas aumenta-

ram mais de mil por cento, para

214 unidades. A Renault mante-ve a liderança do mercado, com uma quota de 14,4%, seguida da Opel, com 11,3% e da Peugeot, com 10,2%.

A Fiat parece estar a recupe-rar de tempos difíceis, o mesmo acontecendo com a VW, sobre-tudo devido ao lançamento de novos modelos. Naturalmente, os modelos mais caros continuam a revelar uma certa estabilidade nas vendas. Se alguns registam descidas, outros aumentaram as respectivas vendas.

1. Vendas na ChinaO mercado automóvel chinês

tem sido, nos últimos anos, o de maior crescimento a nível global. Crescendo aproximadamente 10% ao ano (tal como a economia chi-nesa), prevê-se que seja responsável por 15% do crescimento global deste sector até 2007(1). Após um período de crescimento intenso de 64% de Taxa de Crescimento Agregada Anual entre 2001 e 2003, o ritmo de crescimento diminuiu entre 2004 e 2005(2). Actualmente, esta situação parece estar a mudar. Dados provisórios apontam para a venda de 2,1milhões de automóveis de passageiros no primeiro semestre deste ano, um crescimento de 44% relativamente ao semestre homólo-go de 2005(3). E como na China há ainda cerca de dez veículos de passa-geiros por mil habitantes, enquanto na Alemanha ou nos EUA o rácio é de 500/1000 habitantes, há ainda muito espaço para crescimento se a economia e, consequentemente, o poder de compra continuarem a evoluir como nos últimos anos.

Actualmente, após a entrada na OMC e a consequente diminuição das taxas de importação, o mercado chinês dá sinais de maturidade – hoje em dia, os mais recentes modelos automóveis são lançados na China pouco após a sua apresentação in-

ternacional (4) – e a competição feroz pelo mercado chinês é evidência da sua importância para os maiores fa-bricantes mundiais. Em 2006, a GM consolidou a sua posição como maior vendedor de automóveis na China, tendo vendido 450 mil veículos nos primeiros seis meses do ano, ou seja, 47% mais do que em 2005(5). A VW, que esteve no primeiro lugar das ven-das até 2005, também aumentou as suas vendas em 30% atingindo os 340 000 veículos vendidos no mes-mo período. Nas gamas mais altas do mercado, a BMW registou uma su-bida de 50% (4700 unidades) (6) nas vendas dos primeiros cinco meses do ano, enquanto a Mercedes-Benz apresentou subidas de 25% (13 mil unidades). Nas gamas mais eco-nómicas, a PSA – Peugeot Citroën apresentou dia 3 de Julho de 2006 vendas no 1º semestre de 100 mil unidades, o equivalente a uma subi-da de 38% relativamente ao período homólogo (7).

2. Produção na ChinaNeste momento, a questão fun-

damental que se põe aos maiores fabricantes mundiais não é a de en-trar no mercado chinês, nem sequer a de competir com “players” locais, mas somente a de consolidar e asse-gurar uma confortável e lucrativa (8) quota de mercado. Existem já par-

cerias estáveis e de sucesso como a BMW-Brilliance China Automoti-ve, a Toyota-Xiali ou a Guangzhou-Honda que se deverão manter nos mesmos termos. A manutenção destas joint-ventures é, segundo a McKinsey, a estratégia mais ade-quada para os fabricantes ocidentais (9): “Os fabricantes mundiais podem gerir os custos e o seu capital na China – ganhando assim uma van-tagem estratégica subcontratando o fabrico completo dos seus veículos a empresas chinesas”. Neste contexto, as ambições da maioria dos fabri-cantes chineses estão subordinadas às estratégias adoptadas pelos prin-cipais fabricantes internacionais. Para além disso, persistem na Chi-na diversas dificuldades tecnológi-cas como a inexistência de motores sofisticados e de qualidade superior, (10) dificuldade em encontrar com-ponentes automóveis de alta quali-dade e baixo preço e o avultado in-vestimento no desenvolvimento de uma marca própria ou num modelo próprio [na ordem dos mil milhões de dólares (11)] é de esperar que nos próximos anos a maioria dos actuais fabricantes chineses se mantenham associados em “joint-ventures” com parceiros internacionais ou como subcontratados, obtendo, por ve-zes, margens de lucro superiores às da própria marca cliente (12).

3. Exportações automóveis Chinesas

No que toca às exportações chi-nesas de automóveis, apesar de a produção na China já ser cerca de 10% do total mundial, as suas ex-portações são ainda menos de 1% e desses apenas uma pequena per-centagem é de automóveis ligeiros de passageiros. Este desequilíbrio deverá ser atenuado ao longo dos próximos anos, à medida que os construtores chineses mais sofis-ticados desenvolverem estratégias para conquistar quota de mercado internacional. Alguns fabricantes chineses ambicionam tornar-se “players” globais e este desejo tem sido activamente promovido pelo Governo. Existem duas formas de atingirem os seus objectivos:

A primeira é, para os fabrican-tes que consideram ter já linhas de montagem eficientes e níveis de qualidade internacionais, a de lançar de forma tradicional os seus modelos internacionalmente. Tan-to a Geely como a Chery têm pros-seguido activamente esta estratégia, declarando lançamentos na Europa e nos EUA no final de 2007 ou iní-cio de 2008 (13). No entanto, outras marcas menos avisadas, como a Landwind, têm sofrido alguns reve-ses dada a dificuldade dos seus ve-ículos em cumprirem os standards

IIIsexta-feira, 21 Julho de 2006

FIAT É A MARCA QUE MAIS ESTÁ A RECUPERAR (Janeiro a Junho)

MarcasUnidades Variação % no mercado

2006 2005 % 2006 2005

Renault 20 544 22 439 -8,4 11,4 14,8

Opel 16 042 18 409 -12,9 11,3 12,1

Peugeot 14 586 15 412 -5,4 10,2 10,1

Citroën 11 092 12 898 -14 7,8 8,5

VW 10 193 9 890 3,1 7,2 6,5

Ford 10 151 11 003 -7,7 7,1 7,2

Toyota 8 227 8 310 -1 5,8 5,5

Seat 5 785 6 085 -4,9 4 4

Fiat 5 668 5 076 11,7 3,9 3,3

Mercedes 5 405 5 615 -3,7 3,8 3,7

Fonte: ACAP

O crescimento do mercado chinêsFERNANDO COSTA FREIREManaging partner – [email protected]

As quatro primeiras marcas

registaram, de Janeiro a

Junho, quebras

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“Compensando” a perda da importação da Volvo a partir de 2008

Auto-Sueco quer estar entre os maiores grupos retalhistas em Portugal

A Auto-Sueco quer assumir-se com um dos maiores grupos retalhistas automóveis em Por-tugal depois de perder a im-portação da Volvo, a partir de Janeiro de 2008. O director da unidade de negócio automóveis da empresa do Porto, Jorge Gui-marães, adianta que o objectivo é triplicar até 2010 o volume de vendas a retalho registado no ano passado, que rondou as 3500 unidades. “A Volvo vai continuar a ter um peso muito importante, assim como as mar-cas que já representamos, mas planeamos juntar outras marcas à actual carteira de cinco cons-trutores”, adiantou o gestor à “Vida Económica”. As marcas já vendidas a retalho pela em-presa são a Land Rover, a Ma-zda, a Ford e a Honda, além da Volvo.

Segundo o mesmo responsá-vel, a Auto-Sueco está a traba-lhar para conseguir o objectivo de ser um dos maiores grupos retalhistas em Portugal tão cedo quanto possível. “Não é uma obsessão atingirmos muito rapi-damente números semelhantes aos maiores grupos de retalho que operam no nosso país, a ideia é seguir esse caminho de

forma cuidadosa e estruturada, mas o nosso objectivo até ao fim da década é, se possível, tri-plicar o número de automóveis que vendemos a retalho”, disse Jorge Guimarães. Em 2005, a empresa vendeu cerca de 3500 unidades por essa via, sendo a meta, portanto, atingir 10 mil unidades no retalho automóvel. “Planeamos juntar outras mar-cas à actual carteira de cinco construtores, sendo que o in-vestimento será, essencialmen-te, nas áreas metropolitanas do Porto e de Lisboa”, acrescentou a mesma fonte.

Recorde-se que a Volvo fez um acordo com a Volvo, há cer-ca de um ano, que define que, a partir de 1 de Janeiro de 2008, a Volvo passará a controlar a distribuição em Portugal. Isto a exemplo do que já acontecia em toda a Europa, já que o nos-so era o único país em que isso não acontecia, “fruto de um excelente trabalho desenvolvi-do ao longo dos quase 75 anos de relacionamento”, de acordo com Jorge Guimarães. “E a de-cisão acontece apenas por ra-zões estratégicas da Volvo, que quer controlar todo o processo de distribuição, no sentido de

melhorar a sua rendibilidade enquanto construtor de auto-móveis e não por questões de representação, até porque a Vol-vo é a primeira a reconhecer que sempre foi muito bem represen-tada em Portugal. Este cenário não é, aliás, único da Volvo e atinge todo os nossos colegas importadores. Somos já muito poucos e penso que até ao final desta primeira década do século não haverá importadores priva-dos em Portugal”, considera o director da unidade de negócio automóveis da empresa.

Para uma despedida em grande do papel de importador da mar-ca sueca, a Auto-Sueco prevê um bom 2006 e um 2007 recorde. “No ano passado, com o motor 1.6 diesel [na gama S40/v50], passámos a barreira histórica dos três milhares de automóveis, valor que a Volvo nunca tinha atingido em Portugal. Com o C30 [para concorrer com modelos como o Volkswagen Golf ou o Audi A3], penso que teremos condições de, em 2007, passar outra barreira histórica, a dos quatro mil auto-móveis”, vactina Jorge Guima-rães.

AQUILES [email protected]

Mercedes pretende consolidar quota de mercado de 4% em 2006

A Mercedes prevê consolidar a sua quo-ta do mercado português em torno dos 4% este ano, avançou à “Vida

Económica” o administrador-delegado da filial nacional da marca, Pedro Braz. “Para tal, contamos com o importante reforço da nova gera-ção do Classe E [na foto], com lançamento em Portugal no mês de Junho, o qual contribuirá por certo com uma importante fatia nas vendas da nossa marca”, disse.

Sobre o facto de a Mercedes ter sido, recen-temente, ul-trapassada pela também alemã BMW no “top” dez nacional em termos de ligeiros de passageiros, Braz disse que é tra-dição da marca que represente preocupar-se, sobretudo, com as questões próprias e não comentar o desempenho dos concorrentes. “Contudo, é nossa convicção que os ciclos de produto que cada uma das marcas tem são determinantes na definição da hierar-quia das vendas, quer em Portugal quer no mundo”, referiu, ainda assim, o administra-dor-delegado da Mercedes-Benz Portugal.

A propósito de ciclos de produto, o de-

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sempenho comercial da marca, apesar de Pedro Braz não o assumir de forma de-clarada, está a “pedir” a nova geração do Classe C, que vai ser lançada no início do próximo ano, estando a estreia mundial prevista para o Salão de Genebra. “Natu-

ralmente que a gama do Classe C é mui-to importante para o nosso desempenho, visto tratar-se, tradicionalmente, da gama com maior peso no nosso ‘mix’ de vendas em Portugal. No entanto, o modelo que actualmente está em fase de comercializa-ção continua a apresentar-se muito compe-titivo, em especial com os pacotes de equi-pamento que temos vindo a lançar, como é o caso da linha ‘Sport Edition’, defende o líder da filial portuguesa do construtor germânico.

Jorge Guimarães: “Planeamos juntar outras marcas à actual carteira de cinco cons-trutores”.

Vsexta-feira, 21 Julho de 2006

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Honda Type S chega em 2007A Honda está a apresentar no Salão Automóvel de Londres, que decorre até 30 de

Julho, a versão com três portas do Civic. Com chegada prevista para 2007, o modelo, segundo a marca, “enfatiza ainda mais o carácter desportivo e de prazer de condução” da versão de cinco portas. Com novas afinações nos conjuntos mola/amortecedor e uma via traseira 20 mm mais larga face à versão com cinco portas, a variante serve de base ao futu-ro desportivo Type R, que também vai chegar no próximo ano, depois de ser apresentado no Salão de Paris, a realizar em Setembro próximo.

O Honda Civic Type S está equipado com motor 1.8 a gasolina ou 2.2 litros diesel, ambos com 140 cv e estará disponível em duas versões. O equipamento de origem inclui jantes de liga leve de 17 polegadas, controlo de estabilidade, computador de bordo, ar condicionado automático, porta-luvas refrigerado, comandos áudio no volante e airbags laterais de cortina. A versão Plus acrescenta o ar condicionado de dupla zona, o controlo da velocidade de cruzeiro, faróis de nevoeiro, os espelhos retrovisores retrácteis, sensores de chuva e de luz, e tejadilho panorâmico em vidro.

Mazda 3 recebeu “restyling”A Mazda renovou o 3, tendo a versão final já chegado a Portugal, também com a

carroçaria de cinco (dois volumes) e quatro portas (três volumes). Dado o sucesso que o modelo do segmento médio-baixo teve desde que foi lançado, em 2003, o “novo” aspecto não é muito diferente do anterior. Destacam-se apenas os novos pára-choques e ópticas, frontais e traseiras. Também muito discretas, as alterações interiores estão sobretudo ao nível dos materiais, com maior qualidade aparente.

Em termos mecânicos, o chassis e as suspensões do 3 foram revistas para melhorar o comportamento dinâmico, o qual já merecia elogios. No capítulo dos motores, a oferta mantém-se e o modelo disponibiliza dois motores a gasolina, um 1.4 com 84 cv e um 1.6 com 105 cv. Noutros mercados que não o português, é ainda proposto um 2.0 com 150 cv. O responsável por uma larga maioria das vendas é, porém, o motor 1.6 turbodiesel de 110 cv. Embora sejam os mesmos motores, a performance e o consumo de combustível apresenta um melhor desempenho, fruto de uma melhor aerodinâmica.

A principal diferença acaba por surgir nos preços, que a Mazda Motor de Portugal conseguiu reduzir, em média, em 525 euros. Assim, o motor 1.4 – disponível apenas com cinco portas – custa entre 17 804 e 19 908 euros e o motor 1.6 a gasolina fica entre os 21 557 e os 24 454 euros. Já os preços do 1.6 diesel variam entre os 24 249 e os 29 898 euros.

A opção da Mazda por fazer um “restyling” muito ligeiro ao 3 justifica-se pelo facto de este ter sido o modelo mais vendido da marca na Europa no ano passado. Com 222 mil unidades vendidas do Velho Continente desde 2003 – o veículo bateu o recorde mensal de vendas do antecessor 323 após 17 meses – tem sido uma das pedras basilares do cresci-mento que a marca japonesa possuída a 35% pelo grupo Ford tem conhecido na Europa e em Portugal.

GP Histórico do Porto regressa em 2007Prova de Fórmula 1 mais recentes e programa de corridas de automóveis contemporâneos constituem as principais novidades

As corridas automóveis vão regressar ao Porto em Julho de 2007, no circuito da Boavista. Em relação ao ano passado, as princi-pais novidades passam por uma prova de Fórmula 1 mais recen-te – até 1978, o que está depen-dente da homologação de Grau 2 pela Federação Internacional do Automóvel – e pela realização de um programa de corridas de au-tomóveis contemporâneos.

A realizar no segundo fim-de-semana do evento (ou no ante-rior, ainda não está definido), o programa dos bólides actuais será de turismos e GT, estando a or-ganização a fazer esforços para venha ao Porto um campeonato internacional. “Seria imperdoá-vel que o circui-to da Boavista não se repetisse, pois constitui uma grande marca não só para a cidade mas para todo o Norte do país”, disse o presiden-te da Câmara Municipal do Porto (CMP) na conferência de imprensa de apre-sentação da prova. Rui Rio con-fia que em 2007 serão superadas as falhas, “que foram perdoadas

pelas pessoas, mas que estiveram lá”. Assim, enquanto o peão se vai manter grátis, as bancadas te-rão preços diferentes consoante a localização, sendo possível que as mais caras tenham um ecrã gi-gantes para que se possam seguir as corridas quando os carros estão noutros pontos do traçado.

“Um lado afectivo e um racional”, diz o Rui Rio

O autarca justifica o “perdão” dos visitantes às falhas na orga-nização pelo lado afectivo que envolve o GP Histórico do Porto. “A cidade teve, nos anos 50 e 60, esse grande marco de ter corridas

a contar para o Campeonato do Mundo de Fór-mula 1 e perdeu. Portanto, quan-do o voltamos a ganhar, e quan-do, felizmente, ainda são vivas muitas pessoas que assitiram às corridas, eu sen-ti essa afectivi-dade”, afirmou Rio, que diz

nunca mais esquecer-se de uma pessoa lhe ter dito que “tinha bilhete para a bancada, mas que antes de ir para lá foi para o mes-

mo sítio em que esteve em 1960 e quando viu o primeiro carro até se arrepiou”.

O presidente da CMP realça, porém, que o circuito da Boavista tem uma vertente racional, devi-do à possibilidade de promoção do Porto e de Portugal. “Em ter-mos turísticos, a cidade e o país ainda não estão completamente aproveitados e um evento desta natureza é uma marca interna-cional muito grande”, considera Rui Rio. “Aliás, eu tenho a ideia que o impacto nacional foi, na-turalmente, muito grande, mas o impacto internacional – em In-glaterra e em Espanha, por exem-plo – foi ainda maior do que teve

no Sul de Portugal. Portanto, este evento tem um potencial enor-me de promoção da cidade e do país”, acrescenta.

Evento não prejudica orçamento municipal

Sobre o investimento da autar-quia na realização do evento, o líder do executivo reconhece que no ano passado correu vários ris-cos, “um deles o financeiro”, mas que “foi um risco calculado”. Para o autarca, o circuito da Boavista poderia até , no limite, dar lucro, tudo dependendo da amortização do investimento: “Se eu conside-rar que os ‘rails’ de protecção, os

maciços de betão ou as redes em que investimos poderão ter uma duração de dez anos e só amor-tizarmos um décimo, o circuito até deu lucro. Agora, eu não acho que tenha uma amortização tão longa, mas se considerarmos que pode haver cinco utilizações, o circuito é equilibrado do ponto de vista financeiro. Nem se per-deu, nem se ganhou”.

Rio sublinha, contudo, que o objectivo do GP Histórico do Porto não é dar lucro. “Eu devo ter a preocupação de que o cir-cuito não seja um peso no orça-mento da CMP e isso aconteceu. Agora, também não quero ter a preocupação que o circuito cons-titua um lucro financeiro, já que o lucro, num evento destes, não é financeiro, mas antes a projecção da cidade e a parte afectiva das pessoas”, advoga o autarca por-tuense, para quem a polémica so-bre o investimento camarário no evento que houve no ano passado não foi real, mas antes virtual. “As pessoas viram aquela organização e achavam que aquilo tudo era dinheiro da Câmara, o que seria completamente impossível. De facto, houve o apoio dos patro-cinadores e do próprio Ministério do Turismo”, explica Rui Rio.

AQUILES [email protected]

Rui Rio garante que o impacto da prova do ano passado “foi muito grande”.

sexta-feira, 21 Julho de 2006VI

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Querida, encolhi o 307O Peugeot 207 chegou ao mercado com a responsabilidade de prosseguir o sucesso das duas primeiras gerações da série 20, o “mítico” 205 e o já “endeusado”, apesar de ainda em comercialização, 206. A julgar pelos primeiros números de vendas, o mercado está a aceitar bem o modelo, que é maior e tem mais qualidade aparente do que o antecessor.

É um facto aceite por todos que os veículos estão a crescer e não é preciso “mergulhar de cabeça” nos livros de história automóvel para percebê-lo. O comprimento dos mais recentes modelos do segmento dos utili-tários (como o Renault Clio ou o Fiat Punto) ronda a fasquia psicológica dos quatro metros, o mesmo que a maioria dos ve-ículos do segmento médio-baixo (como o Volkswagen Golf ou o Toyota Corolla) tinha há duas décadas atrás...

Um exemplo claro do que afir-mamos é o novo Peugeot 207, que “veste” a nova imagem de família iniciada pelo 407. Do “alto” dos seus 4,03 m de com-

primento, 2,54 m de distância entre eixos, 1,72 m de largura, 270 dm3 de bagageira e 1,675 m de comprimento no espaço inte-rior habitável, o modelo, garante a marca francesa, “constitui um verdadeiro salto de geração”. No mercado português desde Maio, vai tentar repetir os sucessos do “pai e do avô”.

Com efeito, apesar de ser o lançamento mais esperado da marca dos últimos tempos e um dos mais importantes do merca-do automóvel europeu este ano, o Peugeot 207 tem sobre os om-bros o peso da responsabilidade

de ocupar na gama do constru-tor francês o lugar da série 20. A história dos dois mitos foi para a “estrada” em 1983 com o 205, que ao longo de 15 anos se tor-nou num ícone da Peugeot e da indústria automóvel. Façanha de igual ou maior dimensão foi conseguida pelo 206. Lançado em 1998, o modelo que lançou uma estética que perdurou lon-gos anos na marca francesa, viu as suas quatro versões de carro-çaria – três e cinco portas, “sta-tion” e o descapotável CC – co-leccionar vendas, tendo, mesmo, logrado ultrapassar o seu ante-cessor neste capítulo. Com um dos melhores “run out” (fim de carreira) da indústria automóvel,

o 206 atingiu já na recta final do ano passado a fasquia dos cinco milhões de unidades produzi-das. Talvez seja esse número o principal responsável pelo facto de o grupo PSA ter-se decidido a prolongar um pouco mais a sua carreira, devendo a produção do modelo terminar de forma fase-ada, mesmo depois da chegada do novo trunfo.

O segmento dos utilitários está ao rubro com o lançamento do novo Peugeot 207, já que tam-bém Renault Clio, Fiat Punto e Toyota Yaris foram renovados recentemente. A estes modelos,

PEUGEOT 207 1.6 HDI 90 CV SPORT

Cilindrada: 1560 cc

Potência: 90 cv

Vel. máx.: 182 km/h

Acel. O-100 km/h: 11,5 seg.

Cons. Misto: 4,5 L/100 km

Preço: 23 700 euros

vai juntar-se, mais perto do fim do ano, a nova geração do Opel Corsa. O modelo da marca do leão tem sido um dos responsá-veis pela subida do construtor francês em Portugal, que, apesar de Junho não ter sido excepção ao mercado e ter registado que-

bra, está cada vez mais próxima da Opel, a segunda marca mais vendida, atrás de Renault, que mantém a liderança isolada.

Crescer como os grandes

À primeira observação do Peu-geot 207 1.6 HDI 90 cv Sport que ensaiou, a “Vida Económi-ca” lembrou-se de um filme que, há uns anos, fez furor, em que o protagonista diminui o tamanho dos filho. É que é caso para di-zer que o modelo francês mais parece uma versão mais peque-na. “Querida, encolhi o 307”, poderia muito bem ter sido ex-pressado pelo engenheiro-chefe da Peugeot com o novo 207. De facto, a estética e o espaço do modelo aproximam-nos bastan-te do “irmão” mais velho e pode transportar quatro adultos e res-pectiva bagagem com um à-von-tade bastante razoável. Além da habitabilidade, também na qua-lidade (pelo menos aparente) dos

materiais utilizados, o modelo parece ter melhorado em relação ao 206.

As maiores medidas do “chassis” têm reflexos no comportamento. Embora seja claro que o conforto foi o primeiro objectivo dos técni-cos da Peugeot, o modelo mostra “jogo de rins” quando o condutor lhe pede mais esforço em percursos mais sinuosos. Para esta nota posi-tiva também contribui bastante a pujança do motor 1.6 HDI, cujos 90 cv de potência (há uma varian-te do mesmo bloco com 110 cv) são mais do que suficientes para imprimir ritmos vivos.

Proposto por 23 700 euros, o Peugeot 207 1.6 HDI 90 cv Sport oferece de série elementos como o ABS, seis airbags, vidros eléctricos à frente e atrás, o fecho central com comando à distân-cia, rádio com CD, computador de bordo, faróis de nevoeiro e ar condicionado automático.

AQUILES [email protected]

Ensaio - Peugeot 207 1.6 HDI 90 cv Sport

VIIsexta-feira, 21 Julho de 2006

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Citroën introduz novidades no C4 e no C5 A marca francesa apresentou, em Paris, algumas novidades nos modelos C4 e C5. Menos consumos e mais perfomance são o resultado das novas inovações introduzidas.

A partir deste mês de Julho estão disponíveis em Portugal duas no-vas versões dos modelos C4 e C5 da Citroën. As grandes novidades passam, no caso do C4, pela nova caixa de velocidades manual pilo-tada de seis marchas – associada à motorização 1.6 HDI de 110 cavalos – e, no caso do C5, pela motorização de 2.2 HDI de 173 cavalos.

A caixa manual pilotada de seis velocidades no C4 permite ao condutor escolher entre uma condução totalmente automática e a passagem de mudanças através das patilhas instaladas no volante ou da alavanca de velocidades se-quencial. No modo Sport, a nova caixa possibilita uma rapidez ain-da maior na passagem de veloci-dades.

Esta automatização na passa-gem das mudanças e a ausência de embraiagem asseguram uma redução do consumo de combus-

tível na ordem dos 3 a 5%, quan-do comparada com uma caixa de velocidades mecânica. O C4 HDI 110 FAP (filtro antipartículas) apresenta assim um consumo de 4,5 litros aos 100 km em regime misto e um nível de emissões de CO2 na ordem dos 120g/km. No preço final do veículo, que ronda os 29 mil euros, a nova caixa acres-ce cerca de 800 euros.

A nova motorização do C4 esta-rá disponível nos modelos berlina (cinco portas) e coupé (três por-tas) e, segundo Marília Custódio, gestora de produto da Automóveis Citroën (filial portuguesa), a mar-ca prevê que as vendas desta versão representem no nosso país 10% das vendas totais das versões diesel (entre 20 a 30 unidades por mês).

No que se refere ao C5, e para além da nova motorização de 2.2 litros e dos 173 cavalos de potên-cia, a Citroën introduziu um con-junto de inovações, disponíveis nas

Táxi Seguro chegou ao PortoO Ministério da Administração Interna,

a Associação de Municípios do Porto e a Fundação Vodafone Portugal assinaram o protocolo de extensão do sistema Táxi Se-guro à área metropolitana da cidade Invic-ta.

A tecnologia do sistema é corporizada pela utilização do GSM e do GPS, permi-tindo às autoridade a determinação do lo-

cal – depois de dado o alerta pelo condutor – em que o veículo se encontra e o acesso ao som do interior. Esta ligação directa en-tre o condutor e a PSP permite às forças de segurança determinar com maior precisão o grau de perigo da situação, adequando as acções a desencadear. O Táxi Seguro pode ser utilizado em qualquer ponto do territó-rio nacional.

versões berlina e “break”. Desen-volvido como parte da cooperação entre a PSA – Peugeot Citroën e a Ford Motor Company, o novo motor é produzido no centro de produção de Trémery, em França. Como principais novidades con-ta com o duplo turbo sequencial paralelo e com novos sistemas de combustão e injecção.

Segundo Bernard Casanova, gestor de produto da Citroën França, o duplo turbo sequencial paralelo é uma estreia para um motor diesel de quatro cilindros, “o que favorece a resposta do mo-tor a baixos regimes e minimiza os tempos de resposta do sistema de turbo”. O primeiro turbo dispara às 1500 rpm e o segundo apenas acima das 2700 rpm, para assegu-rar a manutenção das prestações em velocidades mais altas.

A câmara de combustão ECCS (“Extreme Conventional Com-bustion System”) é outra das inovações deste motor e permite optimizar a mistura ar/combustí-

sexta-feira, 21 Julho de 2006VIII

A novidade no Citroën C4 (em baixo) é a caixa pilotada, enquanto no C5 (em cima) o destaque vai para o motor 2.2 HDI com 173 cv.

vel, e um common rail de terceira geração. Esta combinação permite uma redução das emissões poluen-tes e do consumo ao mesmo tem-po que melhora os desempenhos.

Em termos de segurança, o C5 dispõe ainda de um sistema de alerta de cruzamento involuntário de linhas que detecta, acima dos 80 km/h, uma mudança de faixa sem que o pisca tenha sido activa-do – os condutores mais distraídos são alertados pela activação de um vibrador situado no interior do banco –, e sete airbags, incluindo um para a coluna de direcção que assegura a protecção dos joelhos e das tíbias do condutor.

Em Portugal, a Citroën prevê que 95% dos C5 a vender serão diesel. O modelo equipado com esta nova motorização tem um custo de cerca de 45 mil euros, acrescidos de 1050 euros na car-rinha.

FÁTIMA FERRÃO, EM [email protected]

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Euribor 6m (Fecho) (19/07) 3.2970Var. Abs. Semana 0.0180 Var. Abs. 2006 0.6600Euribor 3m (Fecho) (19/07) 3.1140Var. Abs. Semana 0.0310Var. Abs. 2006 0.6260Euribor 1Y (Fecho) (19/07) 3.5550Var. Abs. Semana 0.0090Var. Abs. 2006 0.7110

Eurodólar (Fecho) (19/07) 1.2482Var. Semana -1,89%Var. 2006 5,81%

Euro Libra (Fecho) (19/07) 0.6837Var. Semana -1,14%Var. 2006 -0,24%

Euro Iene (Fecho) (19/07) 146.91Var. Semana 0,24%Var. 2006 5.77%

PSI 20 (Fecho) (19/07) 9458Var. Semana -0,37% Var. 2006 8,57%

Dow Jones (Fecho) (19/07) 10966.34Var. Semana -0,43% Var. 2006 2,32%Nasdaq (Fecho) (19/07) 1489.02 Var. Semana -0,83% Var. 2006 -9,49%Ibex (Fecho) (19/07 11425.7Var. Semana -0,97%Var. 2006 6,45%Dax (Fecho) (19/07) 5539.29Var. Semana -1,75Var. 2006 2,42%CAC40 (Fecho) (19/07) 4846.54Var. Semana -1,93%Var. 2006 2,78%

MercadosEDP:

+15,77%desde o início

do ano

PT VALORIZA:

+12,28%desde o início

do ano

China e petróleo aumentam rentabilidades das mercadorias

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CÂMBIALEURODÓLAR

MONETÁRIOEURIBOR 6M

Petróleo (Brent) (19/07) 71.01Var. Semana -2,34%Var. 2006 20,97%Ouro (Fecho) (19/07) 641.10Var. Semana -3,51%Var. 2006 23,96%Prata (Fecho) (19/07) 11.07Var. Semana -4,73% Var. 2006 25,7%

MERCADORIASPETRÓLEO

4% SUPERDEPÓSITO MÁXIMA REMUNERAÇÃO A PRAZO (NOVOS CLIENTES)

TAE DA EURIBOR A 3 MESES PARA O MONTANTE REMANESCENTE E RENOVAÇÕES. PODE SER ALTERADA EM FUNÇÃO DAS CONDIÇÕES DE MERCADO.

1.2400

1.2500

1.2600

1.2700

1.2800

13-07 14-07 17-07 18-07 19-07

3.27

3.28

3.29

3.30

13-07 14-07 17-07 18-07 19-07

70.00

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sexta-feira, 21 Julho de 2006 25

“Os fundos da BBVA Gest cresceram 16,6% durante o primeiro semestre de 2006, enquanto a indústria de fundos de investimento mobiliário cresceu 10,5%, no mesmo período”, referiu, em entrevista à “Vida Económica”, Carla Soares, directora da BBVA Gest. Esta sociedade geria 20 fundos de investimento, a 30 de Junho de 2006. O volume sob gestão da BBVA Gest era de 702 milhões de euros, o que representa uma quota de mercado de 2,40%.

Vida Económica – Como está a evoluir a actividade da BBVA Gest?

Carla Soares - A BBVA Gest cresceu 16,6% durante o primeiro semestre de 2006, enquanto a in-dústria de fundos de investimento mobiliário cresceu 10,5%, no mes-mo período .

Os fundos de investimento são produtos que já conquistaram um lugar destacado como solução de investimento e aforro junto dos investidores em geral. Para tal con-tribuiu a sua capacidade de resposta às diferentes necessidades dos in-vestidores. Adicionalmente, trata-se de produtos que têm evoluído de forma destacada no sentido de aco-modar as tendências de mercado e a evolução dos mercados financeiros. São significativas as novas categorias de fundos e a flexibilidade de com-binação de valores para responder a tal. Por fim, destacaríamos que o mercado de fundos evoluiu de forma a responder às necessidades de controlo de risco sem nunca es-quecer a inovação financeira, o que assume particular relevância em cir-cunstâncias de mercado como a que se vem registando este ano.

Também entendemos que é de sublinhar o aumento de transparên-cia quanto a regras de investimento e a harmonização da prestação de in-formação, dado que são factores que contribuem para a preferência deste tipo de produtos pelos clientes. En-contra-se em fase final, nos países eu-ropeus que a subscreveram, a imple-mentação da Directiva Comunitária para fundos, sendo Portugal um dos primeiros países europeus a concre-tizar a sua implementação.

Estamos, portanto, convictos que o mercado de fundos continuará a ser um dos instrumentos privilegia-dos para canalização das poupanças dos investidores em geral.

VE - Quantos fundos gere a BBVA Gest?

CS - À data de 30 de Junho de 2006, gere 20 fundos de investi-mento distribuídos pelas categorias de fundos mais representativas do mercado de fundos português.

VE - Qual o valor gerido?CS – O volume sob gestão da

BBVA Gest era de 702 milhões de euros, a 30 de Junho de 2006, o que representa uma quota de mer-cado de 2,40%.

VE - Quais os fundos com maior peso dentro do universo que referiu?

CS - Tradicionalmente, os fun-dos com maior peso são sempre os fundos de tesouraria. No en-tanto, a aposta do BBVA Portugal tem assentado fundamentalmente na inovação e na criação de valor acrescentado para os clientes. Os fundos de capital garantido são uma das linhas mais inovadoras, onde o BBVA tem uma quota de 36%.

VE - Dentro dos fundos que disponibilizam, quais os mais procurados?

CS - Todas as categorias de fun-dos têm procura em função do per-fil de investimento a que respon-dem e em função das necessidades que os clientes nos apresentam para

resposta. Procuramos oferecer aos nossos clientes um con-junto de soluções diversifica-das quanto às variáveis prazo, rentabilidade e risco.

Não obstante, do nosso ca-tálogo de fundos fazem parte produtos diferenciadores e inovadores, que os investi-dores reconhecem como tal. Não poderemos deixar de re-ferir que estes produtos têm vindo a registar crescimentos significativos na sua procura consubstanciada em subscri-ções líquidas significativas. Em consequência deste facto, a BBVA Gest regista quotas de mercado significativas na categoria de fundos especiais de investimento e na catego-ria de fundos de capital ga-rantido.

Nos fundos especiais de in-vestimento, os fundos BBVA Imobiliário, BBVA Gestão Flexível Todo-o-terreno e BBVA Gestão Alternativa (os dois últimos fundos de retor-no absoluto) vêem reconhe-cidos pelos clientes a satisfa-ção das suas necessidades de diversificação de património, de performance, de controlo de risco e descorrelação com os mercados.

Nos fundos especiais de investimento, categoria que no mercado de fundos tem registado um crescimento im-portante, a BBVA Gest detém uma quota de 7,98% e nos

fundos de capital garantido de-tém uma quota de 35,81%.

VE - Quais os objectivos da BBVA Gest para este ano?

CS - A BBVA Gest mantém uma estratégia de crescimento, tal como vem fazendo nos últi-mos anos. Os vectores de actua-ção para este ano e próximos são: crescer em assessoria financeira, em gestão activa e na resposta a clientes.

Continuaremos a lançar novos produtos e soluções de investi-mento e aforro que a todo o mo-mento nos permitam aumentar a capacidade de resposta aos nossos clientes oferecendo-lhes soluções de aforro e de investimento que cumpram com as necessidades que nos são manifestadas e que respondam pró activamente à evolução dos mercados.

Queremos também aumentar a oferta do nosso catálogo de fun-dos, ou seja, pretendemos que dele façam parte produtos que, por si só ou combinados entre si em soluções de aforro e de inves-timento diversificadas, maximi-zem o trinómio rentabilidade/vo-latilidade/prazo de investimento que serão permanentemente acompanhados por uma política de comunicação clara e eficiente e por uma politica de lançamento de novos fundos orientada para a observância desse princípio.

BÁRBARA [email protected]

A BBVA Gest quer crescer em assessoria financeira, em gestão activa e na respos-ta a clientes”, refere Carla Soares.

Fundos da BBVA Gest crescem mais que o mercado

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WWW.BPINET.PTO BPI Net Bolsa é um serviço de Bolsa do BPI, ex-clusivamente para aderentes do BPI Net, com um âmbito mais alargado (por exemplo, Bolsas Interna-cionais), um maior número de funcionalidades, que disponibiliza informação financeira mais completa, especializada e actual. Com o lançamento do BPI Net Bolsa, passaram a existir dois serviços de Bolsa no Banco BPI - BPI Net Bolsa e Serviço Tradicional - cada um com particula-ridades próprias, não só ao nível do que é oferecido através do BPI Net/BPI Directo, mas também nos balcões. Face a essa situação, os clientes do BPI terão que optar por um dos serviços, em função das suas características enquanto investidor em Bolsa, não podendo ter ambos os serviços associados ao mesmo número de contas.O BPI Net Bolsa permite o acesso a um completo conjunto de funcionalidades e produtos de Bolsa, dos quais se destacam o acesso à Bolsa nacional e

às principais Bolsas mundiais (Nova Iorque, Londres, Madrid, Amesterdão, Bruxelas, Paris, Frankfurt, entre outras), negociação com um preçário vantajoso e sem limite diário de ordens, o acesso a cotações “on-line” e à profundidade do mercado. O BPI Net Bolsa dis-ponibiliza ainda notícias em tempo real da Reuters e do Canal de Negócios, com gráficos de acções e índices, com ferramentas de análise técnica.Complementarmente, o site tem um calculador de rentabilidade da carteira e simuladores de “portfolios” virtuais. O acesso ao site BPI Equity Research, onde é publicada diariamente toda a informação financei-ra produzida pelos analistas BPI (Recomendações, “Price Targets”, Comentários a Notícias, Relatórios de Análise, Informação detalhada sobre Empresas cotadas), pode ser visualizado pelos aderentes. Fi-nalmente, o site disponibiliza a personalização de alertas via e-mail e SMS que permitem ao investidor receber avisos sobre a execução das ordens de Bolsa e sobre a variação de cotações de títulos.

NET.INVESTIDORPUB

CGD ajuda a estruturar sistema financeiro argelino

O Ministério das Finan-ças da Argélia e a Caixa Ge-ral de Depósitos assinaram um memorando de enten-dimento de cooperação e assistência. Pretende-se viabilizar o desenvolvimen-to de acções de partilha de conhecimento, em áreas relevantes para a moderni-zação do sistema financeiro argelino.

Os responsáveis políticos da Argélia manifestaram grande interesse em promo-verem uma aproximação rá-pida e eficiente dos padrões de serviço bancário daquele país magrebino com os ac-tuais padrões em vigor em Portugal e na União Eu-ropeia. A CGD estará em condições de proporcionar

O Caixa Banco de In-vestimento (CaixaBI), do grupo Caixa Geral de Depósitos, foi distinguido pela revista “Euromoney” como “best equity house” de Portugal. Trata-se de uma referência de mercado relativamente ao desempe-nho dos bancos de investi-mento. O CaixaBI detém uma posição de liderança na área de mercado de ca-pitais – acções.

Para a obtenção deste prémio em muito contri-buiu a sua participação, no ano passado, como coordenador global e “bookrunner” na sexta fase de privatização da EDP, numa operação inédita no nosso país. Integrou uma emissão pela Parpública, a qual ascendeu a cerca de 573 milhões de euros de obrigações susceptíveis de

CaixaBI distinguido pela revista “Euromoney”

permuta por acções repre-sentativas do capital social da EDP.

Já este ano, o CaixaBI foi coordenador global e “bookrunner” num “block trade” da Novabase, orga-nizou e montou a oferta pública de aquisição pela Tecnoholding de acções da Efacec e, ainda, a ofer-ta pública de distribuição reservada a trabalhadores da Abbott Laboratories. Recentemente, foi seleccio-nado como um dos coorde-nadores globais no âmbito das ofertas públicas iniciais da Galp Energia e da REN. Ainda no ano passado, se-gundo dados da CMVM, o CaixaBI liderou o ranking no mercado de capitais por-tuguês, com quase 29% de quota. Também foi aponta-do como líder nas emissões obrigacionistas.

sexta-feira, 21 Julho de 2006MERCADOS26

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Os Preços de Transferência

Edição orientada no sentido de servir de

apoio aos profissionais, quer do lado das

empresas quer do lado da administração

fiscal, que lidam com a problemática dos

preços de transferência.

Autor: Joaquim António R. Pires

Formato: 15,5x23 cm

Nº págs: 439

P.V.P: A 22 (IVA incl)

NOVIDADE

OS PREÇOSOS PREÇOSOS PREÇOSOS PREÇOSOS PREÇOS

DE TRANSFERÊNCiADE TRANSFERÊNCiADE TRANSFERÊNCiADE TRANSFERÊNCiADE TRANSFERÊNCiA

Nova edição do Grupo Editorial Vida Económica que aborda os aspectos fundamentais inerentes a esta

temática, tendo por base os princípios directores da OCDE – Transfer Pricing Guidelines for Multinacional

Interprises and Tax Administrations – destacando-se, nomeadamente:

• O princípio da plena concorrência, que deve imperar nas operações vinculadas;

• Os diferentes métodos a utilizar na aplicação do princípio de plena concorrência;

• Casos especiais de operações vinculadas – bens incorpóreos, serviços intra-grupo e acordos de

repartição de custos;

• Processo de documentação fiscal – regras e procedimentos;

• Legislação portuguesa sobre preços de transferência;

• Exemplos práticos – acções inspectivas.

o conhecimento e a experi-ência que possui no sector financeiro, ao mesmo tem-po que poderá representar um passo importante no sentido da aproximação dos dois países, afinal não distantes entre si em termos geográficos e culturais.

Assim, a CGD dispõe-se a apoiar o sector financeiro argelino, em especial, nas áreas da formação e gestão de recursos humanos, siste-mas informáticos interban-cários, auditoria e controlo de gestão, banca comercial e de crédito. Estes são do-mínios considerados de grande interesse e funda-mentais para o desenvolvi-mento equilibrado do siste-ma financeiro argelino.

Pela sua importância, na cerimónia de assinatura do referido memorando esti-

veram presentes o ministro das Finanças português, Teixeira dos Santos, e o mi-

nistro responsável pela re-forma financeira da Argélia, Karim Djoudi. Da parte da

Caixa Geral de Depósitos, esteve o seu administrador, Carlos da Silva Costa.

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O mercado de mercadorias é classifica-do como um mercado de elevado risco. O facto de estes activos estarem sujeitos a um conjunto de factores – condições climatéri-cas adversas, tensões geopolíticas, terroris-mo, etc – cujo controlo é limitado e cujas implicações ao nível de reposição dos níveis de produção necessários para satisfação da procura são geralmente de lenta resolução resulta num mercado com um elevado ní-vel de volatilidade.

Todavia, nos últimos anos, os investi-dores têm vindo a demonstrar uma maior apetência por este tipo mercado, verifican-do-se um aumento da exposição a este tipo de activos, o que se traduziu numa valo-rização considerável dos índices de merca-dorias. Em termos médios anuais, o CRB Futures Index registou taxas de crescimen-to em torno de 14% em 2004 e 2005, ou seja, das mais elevadas dos últimos 25 anos. Nos dois últimos anos, a forte subi-da do preço do petróleo tem sido um dos aspectos mais explicativos da valorização dos índices de mercadorias. No entanto, este não é o único factor importante para a sua valorização, já que o processo de rápi-da industrialização de algumas economias emergentes, com destaque para a chinesa, tem suportado a subida do preço de outras matérias-primas.

Para além do forte aumento observado no índice de bens energéticos, assistiu-se também, nos últimos anos, a uma valori-zação considerável dos índices de bens in-dustriais e de metais, o que certamente está correlacionado com o desenvolvimento industrial daquela economia.

O impulso chinês

De acordo com o FMI, o ritmo de im-portações de mercadorias por parte da China aumentou fortemente nos últimos quinze anos. Como exemplo, refere-se que as importações de algodão da China re-presentavam 7% do total das importações mundiais em 1990, passando a representar 25% em 2004, que as importações de aço mais que duplicaram entre 1995 e 2004, representando actualmente mais de 10% das importações mundiais e que as impor-tações de petróleo passaram de 0,5% em 1990 para 3,4% em 2004.

Entretanto, há um conjunto de factores que sustentam a permanência de um ce-nário favorável para as mercadorias. Numa perspectiva de médio e longo prazo, o fac-tor essencial de suporte a estes mercados continuará assente na permanência de ex-pectativas favoráveis para o crescimento mundial, beneficiando do desenvolvimen-to das economias asiáticas emergentes. E, mais uma vez, a suportar o aumento da procura mundial está a China, cujas previ-sões de crescimento continuam a apontar para a manutenção de um ritmo acelerado, ainda que abaixo da média observada entre 1996 e 2005 (8,3%).

Com uma população de 1,3 mil milhões de habitantes, em processo de redução do nível de pobreza e no início da adopção de standards de vida mais elevados, e dada a escassez de recursos, a China continuará a ser o principal factor de suporte da procura de matérias-primas e, consequentemente, da evolução dos preços durante um perí-odo alargado de tempo. A título de exem-

plo, refira-se que, em 2004, apenas 4% da população chinesa possuía automóvel, e que um aumento de 1% na posse de auto-móvel por parte da população chinesa será por si só um factor de suporte para indús-tria automóvel, dinamizando a procura de um alargado leque de matérias-primas. Também o cresci-mento de outras economias, nome-adamente da Índia, da Rússia e do Brasil, ainda que em menor escala do que a Chi-na, darão suporte à evolução da procura de mercadorias.

A especulação a refrear

No curto e mé-dio prazo, destaca--se o desfasamento temporal entre a realização de novos investimentos no de-senvolvimento da produção e na criação de infra-estruturas adequadas à armazenagem e o período em que esses investimentos se reflectem em aumentos da oferta. O facto de nas últimas décadas os preços de algu-mas das matérias-primas se terem mantido em níveis muito baixos, quer em termos nominais quer reais, reflectiu-se em baixos níveis de investimento, o que no actual cenário de maior procura cria algumas si-tuações de ruptura ou risco de ruptura no fornecimento, causando pressões nos pre-ços. Embora este factor tenda a diluir-se à medida que a maior apetência dos produ-tores pela realização de investimentos per-mita estabelecer uma relação de equilíbrio entre oferta e procura, o período temporal em que este equilíbrio é reposto poderá nalguns casos, demorar ainda alguns anos.

Existem também alguns factores que tenderão a fomentar aplicações de carácter especulativo nos mercados de mercadorias, gerando pressões sobre estes preços. Destes destacam-se expectativas inflacionistas e previsões de que o dólar manter-se-á fra-

gilizado. A formação de expectativas infla-cionistas tenderá a reflectir-se num aumen-to das aplicações especulativas em activos reais, os quais contrariamente aos activos financeiros, tendem a valorizar-se em perí-odos de inflação mais elevada. No entanto,

ao longo do ano é provável que as expecta-tivas inflacionistas se diluam, reduzindo as aplicações de cariz especulativo, limitando a pressão causada sobre os preços. Com efeito, embora se espere que a inflação acelere, dada a robustez do crescimento económico mundial, existem outros facto-res que tenderão a limitar o aumento dos preços, que se prendem sobretudo com a permanência de custos laborais moderados nas principais economias mundiais e com prática de baixos preços nos bens produzi-dos pela economias emergentes.

Finalmente, num cenário desfavorável para o dólar, o facto de as mercadorias se-rem principalmente transaccionadas em dólares surge também como um factor de pressão nos preços, podendo implicar va-lorizações adicionais nestes índices. Neste cenário de depreciação da moeda norte-americana, o ouro tenderá a ser um dos activos com maior valorização, atendendo ao seu estatuto de quasi-moeda.

MARTIM PORTO

Ciclo de crescimento parece estar a chegar ao fim

China e preço do petróleo inflacionaram rentabilidade dos índices das mercadoriasAs perspectivas para o mercado de mercadorias apresentam-se posi-tivas, beneficiando, sobretudo, do dinamismo da actividade económi-ca mundial em geral e da chinesa em particular. Contudo, é provável que o ritmo de valorização dos índices de preços destes bens venha a abrandar ao longo do próximo ano, reflectindo uma desaceleração de aplicações especulativas. Para além da dissipação das pressões inflacionistas, e de uma possível estabilização do dólar resultante do fortalecimento da economia norte-americana, também o início de um ciclo de taxas de juro mais elevado tenderá a tornar mais apetecível a realização de investimentos noutros mercados, cujo risco é mais reduzido.

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Mercado Cambial

Taxas de Juro

Commodities

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sexta-feira, 21 Julho de 2006 27MERCADOS

As taxas praticadas nos cartões de cré-dito são muito superiores às praticadas num crédito normal. Em caso de ausên-cia ou atraso de pagamento, ou amorti-zação inferior ao mínimo obrigatório, os utilizadores destes cartões têm este custo que é elevado.

A este nível o Santander Totta é o mais competitivo, com o cartão Totta Light. Este banco tem ainda na sua oferta o car-

CARTÕES DE CRÉDITO COM TAXAS ENTRE 13,8% E 22,2% AO ANO

tão Totta Card, com uma taxa anual nomi-nal bruta de 15,33%, que, mesmo assim, é dos mais competitivos do mercado. Em oposição surgem os cartões do BPI e do BBVA, com taxas anuais nominais brutas de 22,2% e 21,9%, respectivamente.

Estes cartões têm uma anuidade que, na maioria dos casos, ascende a 15 eu-ros, excepto no primeiro ano, em que é gratuita.

Fonte: Bancos

TANB TAE

BPI 22,20% 25,70%

BBVA 21,90% 25,31%

MG 20,88% 22,20%

CGD 20,75% 21,58%

Banif 20,597% 20,901%

Santander Totta 13,80% 15,33%

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sexta-feira, 21 Julho de 2006MERCADOS28

A operação contou ainda com um reforço por parte da API Capital, entidade que já era parte integrante da estrutu-

ra accionista da sociedade.

Quanto ao fundo Capven, tem um capital de mais de 7,5 milhões de euros e a sua estraté-gia passa por in-vestir em PME nacionais, des-de que tenham um potencial de crescimento con-

siderável. Por sua vez, os inves-timentos podem ocorrer em to-das as fases de desenvolvimento

das empresas. De notar que há a preocupação de garantir uma presença diversificada ao nível dos sectores de actividade.

Relativamente à holding Ho-zar, está em processo de cres-cimento orgânico. Em curso está a abertura de novas lojas, a ampliação das existentes e a diversificação dos canais de dis-tribuição.

Em paralelo, procura oportu-nidades para proceder a aqui-sições no sector do retalho de vestuário. É sua intenção obter quota de mercado neste seg-mento da fileira têxtil.

Quanto à marca daquela hol-ding, tem uma rede de 56 lojas, das quais 52 em Portugal e qua-tro em Espanha.

Banif entra no retalho de vestuário e nas cafetarias

A sociedade de capital de risco detida, maioritariamen-te, pelo Banif Investimento, a NewCapital, entrou no capital da Hozar SGPS. Esta a holding que junta a rede de comércio a re-talho de vestuá-rio Throttleman/Boxer Shorts e a cadeia de cafe-tarias Storia del Café.

A intervenção teve lugar através do fundo Ca-pven, num valor de 1,8 milhões de euros, para um aumento de capital de cerca de 2,1 milhões de euros.

o biodiesel ou o carvão líquido. E o sec-tor das telecoms estará mesmo a caminhar para a falência quando algumas empresas já se transaccionam a múltiplos de EBITDA inferiores a 4? E muitos mais casos podería-mos carrilar para esta análise.

No meio desta irracionalidade há um facto novo que pela sua racionalidade e relevância para os mercados não queremos deixar aqui de destacar. O sector dos semi-condutores era, há bem pouco tempo, a coqueluche do mercado, pelo menos para

os investidores mais preocupados com o “ruído” do que com os fundamentais; des-de que fazemos a análise aos mercados de forma sistemática sempre foi o sector mais caro de Bolsa; mesmo no ponto alto do ci-clo era frequente observarmos PER de 30, apesar de as crises arrastarem a maioria das empresas do sector para a zona de prejuízos. O crescimento do sector, comparando dois pontos equiparáveis de dois ciclos consecu-tivos, era decepcionante mas mesmo assim o sector era o sector mais caro em Bolsa. As coisas estão a mudar, pois o sector caiu mais de 70% desde 2000 e desta forma os seus múltiplos caíram em consonância. Hoje, a Intel, empresa líder do sector e uma das

Pensamos que não estaremos a exagerar se dissermos que os investidores vão entrar em férias num ambiente depressivo e pro-fundamente desorientados. A desorienta-ção acompanha normalmente a queda dos mercados, mas pensamos que no actual momento ela será mais profunda e mais ge-neralizada do que por exemplo em 2000 e 2001. Ao fazermos esta afirmação, estamos a situar-nos no campo dos analistas (e, mais importante, dos investidores) que pensa que os mercados são, acima de tudo, dominados por factores económicos e não por factores políticos. É essa a experiência que retiramos do passado. Obviamente que, para quem assim não pensa, não faltarão razões políti-cas e militares para justificar a queda acen-tuada dos mercados Bolsistas e o clima de aversão ao risco sentido mundialmente:

i) A escalada do conflito entre Israel e o Líbano, com interferência muito próxima da Síria e do Irão

ii) A crise nuclear iranianaiii) A crise política e militar da Coreia do

Norte.Mas a análise dos factores económicos

não pode deixar de levantar muitas inter-rogações e surpresa. Vejamos em primeiro lugar o diagnósticos/retrato desta crise:

1ª característica: Todos os mercados bol-sistas caíram – os mais afectados foram os emergentes, como é normal, depois o ja-ponês, depois os europeus e finalmente os americanos.

2ª característica: Todos os sectores caíram com destaque para os semicondutores, com uma queda desde os máximos de 2006 de cerca de 30%.

3ª característica: De uma amostra de 157 empresas que representam as empresas mais importantes do mercado, não só pela di-mensão mas também devido ao elevado po-tencial de crescimento que na nossa opinião revelam, apenas 21 subiram nos últimos dois meses. Mais de metade caíram mais

poucas que tem um histórico de resultados imaculado transacciona-se com um PER de 15 – o PER histórico mais baixo de sempre. Mas, na nossa opinião, ainda demasiado caro em termos relativos, com outros secto-res e outras empresas bem mais atractivas.

É evidente que quem avalia e quem com-pra está a comprar cash-flow futuros e não os cash-flows actuais. Tudo nesta análise perde sentido se a economia mundial entrar em recessão e se por qualquer motivo os re-sultados e cash-flows das empresas começa-rem a cair. Mas objectivamente não temos nenhum indicador que nos permita anteci-par tal situação: Europa, Japão e Ásia têm revisto em alta as previsões de crescimento. A única economia que está a desacelerar é a Americana, mas mantendo taxas de cresci-mento muito elevadas.

Assim sendo, devemos seguir os conselhos de Peter Lynch, um dos melhores gestores de fundos das ultimas décadas, que adverte para o “the weekend worrier”, um estado de alma depressivo para o cidadão comum e um hábito muito perigoso para o investidor. Há e sempre haverá razões para não com-prar acções. Eis uma “interessante” listagem da autoria de Peter Lynch: o aquecimento do planeta, o arrefecimento do planeta, o império soviético, o colapso do império so-viético, a recessão, a inflação, a iliteracia, o elevado custo do sistema de saúde, o funda-mentalismo islâmico, o déficit orçamental, a fuga dos cérebros, o crime organizado, o crime não organizado, os escândalos sexuais e os escândalos financeiros. Se o livro fos-se de hoje, acrescentaria na lista as crises da Coreia do Norte, do Irão e do Líbano. Por isso talvez tenha razão ao recomendar que o investidor sensato não veja televisão nem leia os jornais ao fim-de-semana.

1 - Enterprise Value (valor da empresa + dívida)/ Re-sultados antes de impostos amortizações e encargos finan-ceiros

dos 15% relativamente aos máximos! Numa perspectiva puramente económica

podemos afirmar com alguma segurança que estamos num dos melhores momen-tos de entrada no mercados dos últimos 20 anos. O gráfico a seguir apresentado eviden-cia esse facto considerando o PER (Price Earnings Ratio) das 500 empresas do Stan-dard & Poors 500 de acordo com os cálcu-los feitos pela Bloomberg (note-se que só em 1989 o índice teve PER mais baixos).

Uma análise mais detalhada permite de-

tectar oportunidades ainda mais evidentes e estranhas. Sendo o sector do shipping de contentores um sector “condenado “ a cres-cer bem acima da média da economia devi-do ao aumento das trocas comerciais, como é que se pode explicar que nesse sector en-contramos empresas com PER inferiores a 6 e EV/EBITDA1 inferiores a 4? O sector das petrolíferas com PER entre 8 e 10 reflecte uma queda significativa do preço do petró-leo, que não vemos forma de vir a acontecer sem uma total alteração das opções energé-ticas mundiais a muito curto prazo – que exigiria investimentos maciços em energias alternativas nomeadamente o nuclear e em combustíveis líquidos alternativos como

As razões para não comprar acções - “armadilha” de Peter Lynch

PAULO RAMALHO

Administrador da [email protected]

Governo e SIBS querem substituir cheques e dinheiro

O Governo, a SIBS, empre-sa que gere a rede Multibanco, e outras entidades estão juntos na pretensão de reduzirem em 50% a utilização de cheques e 20% do dinheiro nos pagamen-tos feitos pelo Estado, empresas e privados. O período de tempo definido para atingir este objec-tivo é de apenas três anos. O ob-jectivo foi apresentado durante a apresentação do Programa de Digitalização dos Pagamentos (ProDigi) por parte da SIBS.

Esta medida integra-se nas iniciativas dos ministérios das Finanças e da Administração Pública para simplificar os pro-cessos e os procedimentos na área financeira. Em perspectiva estão três projectos para vul-garizarem a utilização dos pa-

gamentos electrónicos. Desde logo, a criação de um sistema que possibilite o pagamento fácil e rápido de transacções de valor reduzido, em vez do uso do dinheiro.

Em desenvolvimento está uma solução de pagamentos electró-nicos a fornecedores, de modo a substituir o cheque, para além de uma plataforma nacional de assinatura electrónica segura, neste caso no relacionamento entre os clientes os seus bancos. Finalmente, ainda este ano, é intenção reforçar os incentivos à utilização do cartão de débito em transacções de valor mais eleva-do, substituindo o cheque. Ficará definido um valor máximo para a comissão interbancária nos paga-mentos multibanco.

Intervenção na Hozar SGPS atingiu valor de 1,8 milhões.

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te Fundos de pensões privados no Chile (chamados AFP), sujeitos à supervisão de uma entidade independente, que gerem mais de 50 mil milhões de dólares (cerca de um terço do PIB português) correspon-dentes às contribuições dos trabalhadores chilenos, mais os ganhos da capitalização. A rentabilidade média anual proporciona-da pelos Fundos é, desde o início, de 10% em termos reais, isto é, descontando já o efeito da inflação.

Inicialmente, os fundos de pensões fo-ram sujeitos a uma regulamentação muito estrita quanto ao domínio das suas aplica-ções, não lhes permitindo senão investir em activos chilenos, como acções cotadas em bolsa e títulos da dívida pública. Como resultado, em meados dos anos 90, os fun-dos de pensões detinham já cerca de 70% de todas as acções cotadas na bolsa de San-tiago. Em 1996, a legislação foi liberaliza-da, permitindo aos fundos investir em cer-tos activos estrangeiros e no financiamento de infra-estruturas públicas. Actualmente, os fundos de Pensões chilenos financiam, sempre numa perspectiva de rentabilidade, a construção de auto-estradas no país, a ampliação da rede de metro e a construção de mais de meio milhão de casas destinadas a famílias de rendimentos modestos. Os trabalhadores chilenos tornaram-se assim

Recentemente, o líder da oposição em Portugal, Marques Mendes, propôs uma via de reforma para o sistema

de segurança social: das contribuições ac-tuais, uma parte continuaria a ser feita para o sistema estatal - assegurando, assim, o Estado uma espécie de reforma mínima ga-rantida - enquanto a outra parte seria feita para um fundo de pensões privado da esco-lha do cidadão, permitindo a capitalização das contribuições.

A ideia não é original e representa uma variante da ideia que presidiu à reforma do sistema de segurança social no Chile em 1980, sob a direcção do então ministro do Trabalho José Piñera (www.josepinera.com <http://www.josepinera.com>) e que desde então, numa ou noutras das suas variantes, tem vindo a ser adoptada em vários países. Os mais citados em Portugal são provavel-mente a Polónia e a Hungria, mas até dele-gações da Rússia e da China têm visitado o Chile para ver como é. Mesmo nos EUA, o projecto de reforma da segurança social iniciado pelo Presidente Clinton e conti-nuado por Bush recebeu inspiração direc-ta da experiência chilena. O “Wall Street Journal” já considerou a ideia como sendo a primeira ideia de política social saída do hemisfério sul no último século - na reali-dade, foi a única.

os capitalistas e os proprietários de equipa-mentos sociais, ao mesmo tempo que vêem o capital relativo às suas contribuições e às suas reformas futuras crescer à taxa de 10% ao ano em termos reais.

A apresentação da proposta em Portugal foi feita, porém, com alguma inabilidade. Os seus autores deixaram-se enredar na discussão de questões marginais, como a de saber se a proposta aumenta ou não o défice, se é uma imitação do sistema polaco ou do sistema sueco, se aumenta a carga fiscal ou não aumenta a carga fiscal, se a fase de transição deve ser de cinco ou dez anos, e a discussão terminou como termi-nam, invariavelmente, todas as discussões de ideias em Portugal - uma enorme ba-ralhada. Em consequência, a ideia central da proposta, que é uma ideia boa, saiu do radar da opinião pública com a mesma ra-pidez com que para lá entrou.

Pelo contrário, se os autores da pro-posta se tivessem dirigido directamente a cada cidadão português com a mensagem: “Olhe, aquilo que lhe propomos é que seja você mesmo, e não mais os políticos e os burocratas como até aqui, a decidir sobre o destino de uma parte das suas próprias contribuições para a sua própria reforma. Aceita ou não aceita?”, e tudo teria sido, provavelmente, diferente.

Na sua versão original, o Governo chi-leno ofereceu aos cidadãos a opção entre continuarem a contribuir para o sistema de reformas estatal, que era idêntico ao existe em Portugal, ou, alternativamente entrega-rem as suas contribuições a um Fundo de Pensões privado da sua escolha. Em pouco tempo, a esmagadora maioria dos cidadãos tinha optado pela segunda alternativa e o sistema estatal foi reduzido a uma impor-tância marginal.

A proposta de Marques Mendes é mais limitada na liberdade que oferece aos ci-dadãos, no sentido em que seria o poder político a decidir qual a proporção das contribuições que iria para o sistema esta-tal e qual aquela que seria entregue a um Fundo de Pensões privado, mas a lógica é idêntica à do sistema chileno e representa um passo na boa direcção - na realidade, a única direcção conhecida que pode salvar da ruína os actuais sistemas estatais de se-gurança social.

A reforma no Chile foi iniciada simboli-camente no dia 1 de Maio de 1981 e a ade-são dos trabalhadores foi em massa. Na minha opinião, esta reforma é a principal responsável pelo Chile ter registado nos úl-timos 25 anos a maior taxa de crescimento económico de todo o mundo ocidental.

Existem actualmente cerca de vin-

sexta-feira, 21 Julho de 2006 29MERCADOS

PEDRO ARROJAPedro Arroja Gestão de Patrimónios S.A.

www.pedroarroja.com

Especulação

Aceita ou não aceita?

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A nossa análise

Montepio Geral incentiva crianças a pouparO Montepio Geral lançou uma conta para crianças, dos sete aos 12 anos de idade. Tem total liquidez e pode ser constituída com um valor mínimo de 25 euros. A mascote escolhida foi o Panda e pretende incentivar conceitos como: poupança, segurança, rendibilidade, simplicidade e confiançaMas quais as vantagens em constituir esta conta? A “Vida Económica” analisa o produto e responde-lhe!

Mas atenção às taxas…

A oferta MG Fun é um pacote de produtos e ser-viços especialmente dirigidos para o segmento de menores e é composto por um depósito à ordem (MG Fun) e um depósito a prazo (MG Fun Pou-pança). Os jovens que, à data de abertura da conta, te-nham entre os sete e os 12 anos de idade, inclu-sive, podem ser titulares deste tipo de conta. A conta MG Fun funciona como um depósito à or-dem. O montante mínimo de abertura são 25 eu-ros e pode ser movimentada pelo pai e pela mãe, indistinta ou conjuntamente e/ou por outro(s) representante(s) legal(ais) do menor, por decisão judicial. Estes produtos estão isentos de despe-sas de manutenção e não são fornecidos cheques nem cartões de débito.Na conta MG Fun Poupança, o montante mínimo de abertura é 125 euros e podem ser efectuados reforços em qualquer momento com um mínimo e em múltiplos de 25 euros. Funciona como um depósito a prazo, pelo que é feita por prazos de seis meses ou um ano e um dia, renováveis por iguais períodos. Esta conta tem uma remunera-ção de 1,8% a seis meses e de 2% a um ano. Estas taxas são anuais nominais brutas.

Este produto tem a grande vantagem de estimular os jovens à poupança. No entanto, as taxas praticadas poderiam ser mais elevadas. Isto porque, a seis meses, as melhores taxas do mercado variam entre os 2,2% e os 2,4% e, a 12 meses, as melhores variam entre os 2,2% e 2,5%. Com a agravante de estas serem taxas anuais líquidas!

CONSELHO

EDP rejeita exposição excessiva no Brasil

A Energias de Portugal (EDP) está a de-senvolver uma estratégia cautelosa no mer-cado brasileiro. Os seus responsáveis admi-tem que é importante reforçar a posição da eléctrica no Brasil e assumir uma posição de liderança entre os grandes operadores daquele país, mas acham que o peso da-quele mercado não deverá ser superior a 20% do EBITDA do grupo.

Um dos objectivos centrais da empre-sa liderada por António Mexia é garantir uma taxa interna de rendibilidade superior a 15%, sendo que o mercado brasileiro representa uma estratégia de crescimento auto-sustentável. Certo é que a EDP não está interessada que o Brasil tenha uma ex-posição excessiva nas suas contas. Conside-ra Mexia que é suficiente um peso até cerca de 20% nos resultados antes de impostos, juros, amortizações e/ou depreciações. De notar que a EDP, segundo o seu presidente executivo, já terá atingido os seus objecti-vos no que respeita à distribuição, pelo que a área da produção passará a merecer uma maior atenção.

Esta estratégia da EDP não causa sur-presa. Há mercados que ainda suscitam alguns receios, tendo em conta uma série de factores. Apesar de o Brasil já ter alguma estabilidade económica e política, a verda-de é que ainda acontecem variações inespe-radas. Por isso, parece normal a EDP não pretender uma dependência excessiva.

BÁRBARA [email protected]

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O mercado monetário vai lenta-mente ajustando para a possibili-dade de uma subida para os 3,0%

já no início de Agosto. Os recentes comentários de Klaus L i e b s h e r , um membro do BCE, de que os riscos de inflação na zona euro

têm estado a subir nos últimos meses, constitui mais um alerta

FILIPE GARCIA

[email protected]

Euro ressalta após queda até 1,2460

nesse sentido. O facto de o Ja-pão ter subido a sua taxa de juro pela primeira vez nos últimos seis anos é ilustrativo da forma como um pouco por todo o mundo se sente necessidade de controlar a inflação. A grande dúvida quan-to à política monetária está agora nos EUA, pois a intensidade do movimento de subida dos juros nos últimos dois anos está a pro-vocar alguns danos à economia. O mercado acompanhará com muita atenção todos os próximos discursos do presidente da FED, de forma a perceber se será dada

temente sinais em ambos os sen-tidos. Por um lado, a produção industrial na zona euro em Maio subiu 1,6% em termos mensais e 4,9% anuais, também passan-do as previsões. Já o índice dos empresários alemães ZEW caiu de 37,8, em Junho, para 15,1, este mês, quando os analistas esperavam uma descida para a casa dos 35,0. Tal significa que a confiança está em queda, situação que, se passar para o consumidor implicará retrocesso no consumo doméstico.

Nos prazos mais longos tem

havido grande agitação, mas as taxas estão pouco alteradas face ao início do mês.

Por um lado a queda do merca-do accionista e a procura de obri-gações do tesouro como activo de refúgio, têm pressionado as taxas em baixa. A situação no Médio Oriente é a razão principal para que tal suceda. Uma emissão de sete mil milhões de euros de obri-gações alemãs a dois anos, esta semana, levou a que as taxas recu-perassem ligeiramente.

(Análise de mercados produzida a 19-7-06)

Mercado Monetário Interbancário

Mercado Cambial

YIELD CURVE EURO E DÓLAR EURIBOR - 3 M, 6 M E 1 ANO YIELD 10 anos euro “benchmark”

EUR/USD O cenário de debilidade téc-

nica (com “lower high” apresen-tado na semana passada) acabou por se verificar, com o Eur/Usd a ser vendido até aos 1,2460 dó-lares. O euro está agora a tentar um ressalto de curto prazo, que

poderá não passar da zona entre 1,2650/80 dólares.

Nesta última queda o Eur/Usd quebrou a linha de tendência as-cendente, neutralizando o “ou-tlook” técnico positivo de médio prazo.

Apenas acima de 1,28 dólares o

Eur/Usd voltaria a ficar positivo para o médio prazo.

EUR/JPY Continuamos com a ideia que

neste momento há mais condi-ções do que há uma semana para um novo arranque do Eur/Jpy para novos máximos do ano. O facto de o Eur/Jpy praticamente não ter recuado, num contexto de debilidade do euro, suporta esta posição. Zona de suporte en-tre 143,50/144.20 ienes.

EUR/GBP O “cross” continua dentro de

um largo triângulo de consoli-dação, que neste momento com-preende valores entre 0,6650 e 0,6970 libras, aproximadamente.

Conforme o esperado – ver há uma semana —, a libra voltou a conquistar terreno, bem abaixo dos 69 “pence”. O movimento

ANÁLISE TÉCNICA - PSI-20 - XETRA DAX

EEUR/USD 1.2482 -1.89% -1.82% 5.81%

EUR/JPY 146.91 0.24% 0.80% 5.77%

EUR/GBP 0.6837 -1.14% -1.22% -0.24%

EUR/CHF 1.5692 0.22% 0.13% 0.91%

EUR/NOK 7.9690 0.27% 0.42% -0.20%

EUR/SEK 9.2585 1.05% 0.22% -1.38%

EUR/DKK 7.4610 0.02% 0.02% 0.01%

EUR/PLN 4.0216 -0.60% -0.81% 4.19%

EUR/AUD 1.6766 -0.68% -2.05% 4.08%

EUR/NZD 2.0069 -2.73% -3.81% 16.21%

EUR/CAD 1.4214 -1.65% 0.58% 3.56%

EUR/ZAR 8.9778 -1.07% -2.25% 20.28%

EUR/BRL 2.7323 -1.75% -1.59% -0.43%

Taxas MIMIT/N 2.811 W 2.802 W 2.851 M 2.892 M 2.993 M 3.066 M 3.259 M 3.391 Y 3.50

CONDIÇÕES DOS BANCOS CENTRAIS

Euro Refinancing Rate 2,75%BCE Euro Marginal Lending 3,75% Euro Deposit Facility 1,75%

EUA FED Funds 5,25%R.Unido GB Prime Rate 4,50%Suíça Target Libor 3M 1,00-2,00%Japão Repo BoJ 0,10%

EURO FRA’SForward Rate AgreementsTipo* Bid Ask1X4 3.190 3.210 3X6 3.432 3.442 1X7 3.409 3.418 3X9 3.562 3.591 6X12 3.753 3.762 12x24 3.958 3.978*1x4 - Período termina a 4 meses, com início a 1M

EURO IRSInterestSwapsvs Euribor 6MPrazo Bid Ask2Y 3.810 3.8203Y 3.911 3.9215Y 4.039 4.0498Y 4.188 4.20310Y 4.272 4.28720Y 4.513 4.53330Y 4.550 4.569

Evolução euribor (em basis points) 19.Jul.06 11.Jul.06 20.Jun.06

1M 2.940% 2.896% - 0.044 2.880% 0.060 3M 3.115% 3.079% - 0.036 2.978% - 0.1371Y 3.557% 3.549% - 0.008 3.378% - 0.179LEILÕES BCE Last Tender Minium Bid 2.75%TMP 2.82%Marginal Rate 2.81%

EUR/USD

Daily EUR=

Price

.1234

1.17

1.18

1.19

1.2

1.21

1.22

1.23

1.24

1.25

12 19 26 03 10 17 24 31 07 14 21 28 05 12 19 26 02 09 16 23Setembro 2005 Outubro 2005 Novembro 2005 Dezembro 2005 Janeiro 2006

GIL ARAÚJO

[email protected]

PSI-20 – O índice nacional voltou a recuar, mantendo válido o nosso cená-rio técnico de curto prazo.

Enquanto o PSI-20 não recupera a zona dos 9600 pontos, permanecemos negativos para o índice, continuando a apontar os 9000 pontos como objecti-vo de médio prazo. Este valor represen-ta um importante suporte técnico mas também um valor de elevado relevo psicológico.

Apenas a recuperação além dos 9600 pontos e fecho semanal acima deste va-lor invalida o cenário negativo.

XETRA DAXXETRA DAX – Tal como esperáva-

mos, a recuperação de finais do mês de Junho não resultou numa nova tendên-cia do Dax, com o índice a mostrar um padrão de consolidação em forma de triângulo.

Por norma, este padrão requer cinco testes consecutivos aos seus limites antes de se dar a quebra sustentada do mes-mo.

Desta forma, esperamos que o Dax recupere até junto dos 5675 pontos nas próximas semanas, efectuando assim o quinto teste aos limites do triângulo. Resistência intermédia nos 5250 pon-tos.

FIXING Variação Variação Variação 19.Julho.06 Semanal (%) no mês (%) desde 1 Jan. (%)

Médio Oriente pressiona taxas longasmais preocupação à inflação ou ao estado da economia.

Regressando à Europa, os da-dos da inflação continuam a deixar poucas dúvidas sobre a política a seguir pelo BCE. Os dados mais recentes da zona euro confirmaram mais uma subida mensal de 0,1% e uma taxa anual de 2,5%. Também a divulgação de um valor da inflação no pro-dutor na Alemanha de 6,1% em termos anuais, acima da expecta-tiva de 5,9%, é vista com alguma preocupação. No que respeita à economia europeia, houve recen-

PSI-20

poderá continuar, com objecti-vos na casa dos 0,6760/80, mas a

partir desses valores o “downside” será algo limitado...

3.2

3.3

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3.6

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3.8

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4

4.1

16-Dec 15-Jan 14-Feb 16-Mar 15-Apr 15-May 14-Jun 14-Jul

2.725

2.850

2.975

3.100

3.225

3.350

3.475

12-Apr 12-May 11-Jun 11-Jul

1Y

6M

3M

2.50

3.00

3.50

4.00

4.50

5.00

5.50

6.00

1 W 1 M 2 M 3 M 6 M 9 M 1 Y 1 Y 2 Y 5 Y 10 Y 30 Y

EUR

USD

Daily XETRA DAXP riceE UR

.1 2

5,200

5,300

5,400

5,500

5,600

5,700

5,800

5,900

6,000

6,100

6,200

20 27 06 13 20 27 03 10 19 24 01 08 15 22 29 05 12 19 26 03 10 17 24 31

Mar 06 Abr 06 Mai 06 Jun 06 Jul 06

Daily PSI-20

9 635

9 000

P ric eE U R

.1 2

8,800

9,000

9,200

9,400

9,600

9,800

10,000

10,200

10,400

06 13 20 27 03 10 19 24 01 08 15 22 29 05 12 19 26 03 10 17 24

Mar 06 Abr 06 Mai 06 Jun 06 Jul 06

sexta-feira, 21 Julho de 2006MERCADOS30

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A entrada da acção da Papelaria Fer-nandes no “Private Exchange” (PEX) trouxe uma maior visibilidade ao tí-tulo?A acção da Papelaria Fernandes - In-dústria e Comércio, SA, que, através das suas subsidiárias fabrica e ven-de produtos de papel, como papel de máquina e papel pautado e na sua própria cadeia de lojas vende os seus produtos e oferece serviços de cópia e artes gráficas através da sua marca Fercopi, pouco ou nada mudou desde que conjuntamente com a Inapa foi admitida à cotação no mercado Pri-vate Exchange (PEX), com objectivo de aumentar a visibilidade aos inves-tidores.A conjugação das duas empresas fez todo o sentido. A Inapa, um dos líde-res da distribuição europeia de papel, e a Papelaria Fernandes é detida a 19% pela Inapa, tendo ambas neces-sidades de incutir um maior esforço no desenvolvido de uma maior visibi-lidade e dos instrumentos disponibili-zados aos investidores, à semelhança do que aconteceu com a recente en-trada no índice “Next Prime” da Euro-next. A Papelaria Fernandes e a Inapa pretendem assim alargar o leque de investidores, potenciando uma maior liquidez, mas até então os efeitos são nulos.

Os fundamentais da empresa susten-tam o comportamento pouco auspi-cioso saído da integração no PEX?Sem tirar nem pôr. A Papelaria Fer-nandes continua a navegar em ter-

CONSULTÓRIO FINANCEIRO

renos profundamente negativos, tendo aumentado os prejuízos em cerca de 40% no primeiro semestre, num perí-odo em que as vendas desceram cerca de 20%.Os prejuízos da empresa ascenderam aos 1,2 milhões de euros nos primeiros seis meses do ano, ou 0,468 euros ne-gativos por acção, o que compara com os 913 mil euros registados em perío-do homólogo, de acordo com a informa-ção fornecida pela empresa à CMVM. As vendas e prestações de serviço ca-íram 19,95%, para os 16,9 milhões de euros, o que compara com os 21,1 milhões de euros atingidos no primeiro semestre de 2004. Os prejuízos opera-cionais avançaram mais de 45%, para os 1,7 milhões de euros.No sentido de melhorar a performance da empresa, e de acordo com a estraté-gia comercial desenvolvida, a Papelaria Fernandes tem encetado vários projec-

tos e actividades de modo a promover os seus produtos. Assim, a realização de um “road-show” em 25 cidades do país, de promoção da campanha esco-lar do corrente ano, bem como a an-gariação de mais franchisados serão algumas das apostas no sentido de ul-trapassar a situação de prejuízo pela qual a empresa passa.

Qual o destino que está traçado para este tipo de acção invisível? Finalmente os responsáveis pelo mer-cado de capitais tomaram uma deci-são que já há muito se exigia: mais de 15% das empresas que cotam no prin-cipal mercado da bolsa nacional dei-xaram, desde 2 de Maio último, de ne-gociar no sistema contínuo, passando a um sistema de chamada. Estas cota-das, nos últimos 12 meses, não con-seguiam fazer mais de 1000 negócios: a fazer companhia à Papelaria Fernan-des, seguem a Grão-Pará, a CIN, a Es-toril Sol (acções preferenciais e nomi-nativas), a Salvador Caetano, a Cires, a Fisipe e a Soares da Costa.As oito empresas vão continuar, no en-tanto, a fazer parte da Eurolist, o prin-cipal grupo de negociação do mercado nacional, onde constam um total de 52 emitentes. Agora para que as ac-ções estejam listadas na Euronext, as empresas passaram a ter de cumprir critérios mínimos de liquidez para es-tarem cotadas no mercado contínuo. O mínimo exigido às empresas é a re-alização de 1000 negócios por ano, o que perfaz uma média de cerca de quatro negócios por sessão. Ao contrá-rio do que se previa, a Euronext não vai aplicar o limiar mínimo de 2500 negócios por ano.

MARTIM PORTO

Papelaria Fernandes: a razão de não existir em BolsaA Papelaria Fernandes é uma das acções mais ilí-quidas da Euronext Lisboa. Desde há muito tem-po. Senão mesmo desde sempre. Para inverter a situação, a Papelaria Fernandes tentou melhorar a sua visibilidade junto dos investidores, integran-do, com o seu accionista Inapa, a plataforma da

ACÇÃO ESTAGNADA PELA ILIQUIDEZ E PELOS FUNDAMENTAIS.

Euronext “Private Exchange”. Tentou, é a palavra certa, pois os frutos estão longe de se ver. Mas não se “apedreje” a ineficiência do mercado, pois pouco há a fazer quando em termos funda-mentais constata-se que a Papelaria Fernandes continua a trilhar caminhos negativos.

Deutsche Post – colocação

do Estado confere oportunidade

de compraA Deutsche Post é a empresa responsável

pelo serviço de correios alemão, estando presente também na actividade bancária por intermédio do Postbank. O grupo con-trola ainda, desde 2002, a DHL, uma das maiores transportadoras de serviço expres-so a nível mundial. Os títulos da Deutsche Post estão cotados no índice alemão de re-ferência DAX 30, com uma capitalização bolsista total de praticamente 23,8 mil mi-lhões de euros.

A recente correcção registada em mer-cado, e que, a nosso ver, poderá constituir uma boa oportunidade visando uma entra-da no título, ficou a dever-se essencialmen-te à colocação por parte do Estado alemão de uma participação de 5,9% do capital social da empresa junto de investidores ins-titucionais, a um preço de EUR 20,45 por acção. Com esta operação o Estado alemão reduz a sua participação na Deutsche Post para 35,7%, eleva o “free float” da empresa para aproximadamente 64% e comprome-te-se a não realizar novas operações deste tipo até ao final do ano.

Do ponto de vista operacional, e na se-quência das várias aquisições que foram realizadas nos últimos anos (DHL, Exel e BHW), o esforço continua a ser dirigido para a completa integração destes negó-

cios, especialmente na unidade norte-ame-ricana da DHL, onde as dificuldades têm sido mais evidentes e onde só nos próximos trimestres se deverão verificar melhorias na sua performance.

De qualquer forma, a correcção registada fica a dever-se a um efeito de diluição su-perior na sequência de um maior número de acções disponíveis para negociação, pelo que a entrada no título poderá ser interes-sante, ainda para mais atendendo ao perfil de múltiplos atractivos da Deutsche Post. Recordamos, ainda assim, que a época de resultados em curso poderá introduzir al-gum nervosismo adicional junto dos inves-tidores, sendo que a Deutsche Post reporta os seus números no dia 3 de Agosto.

Depois dos máximos estabelecidos pró-ximo dos EUR 24, o título transacciona junto da linha de suporte dos EUR 20 e com o indicador RSI a apresentar uma leitura próxima de níveis de sobrevenda. Numa perspectiva de “trading”, deverá ser considerado um “stop loss” de 5% abaixo do preço de entrada. Um preço de compra nos EUR 19,85 implicaria, assim, um ní-vel de “stop loss” nos EUR 18,86.

NUNO MATIASResearch

Banco BiG

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Deutsche Post para 35,7%, eleva o “free float” da empresa para aproximadamente 64%.

sexta-feira, 21 Julho de 2006 31MERCADOS

13/2/2006 5/7/20061.95

2

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2.1

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FUNDOS DE INVESTIMENTO

O Caixa Acções Emergentes consiste num fundo de investimento mobiliário aberto sem garantia de capital e sem distribuições de rendimentos (lançado a 4 de Outubro de 2004), que investe em acções interna-cionais de mercados emergentes com um mínimo de dois terços do valor líquido da carteira. O fundo tem como parâmetro de referência a seguinte composição indicativa: 52,8% Ásia; 28,8% Europa de Leste e Mé-dio Oriente; 18,4% América Latina.

Os activos são emitidos em moeda local e não existe cobertura de risco cambial. Adicio-nalmente, o Caixa Acções Emergentes pode ainda investir em Bilhetes do Tesouro, Depó-

sitos a Prazo ou Papel Comercial. Note-se que neste fundo não há garantia de capital nem de rentabilidades. Trata-se, por isso, de um fun-do com risco muito elevado, não só pelo tipo de activos (acções) como pelo risco cambial e risco político dos países emergentes.

Para subscrever é exigido um mínimo de subscrição de mil euros, a que acresce uma comissão de gestão de 1%/ano, uma comis-são de depósito de 1,3% por ano, sendo que a comissão de subscrição é gratuita. A taxa de supervisão é de 0,0133 ‰ por mês e para resgatar o fundo aplica-se a seguinte grelha de comissões: 1,5% até um ano e 0% se mais de um ano.

Descrição Valor Rentabilidade anulizada UP 1 ano 3 anos 5 anos (%) (%) (%)

FUNDOS DO MERCADO MONETÁRIO EUROF.I.M. MG Monetário 62.4449 1.27 n.d n.dF.I.M. Millennium Tesouraria 5.2367 1.21 n.d n.dF.I.M. Barclays Curto Prazo 10.7094 1.09 n.d n.dFUNDOS DE TESOURARIA EUROF.I.M. BPN Tesouraria 5.4033 1.83 n.d n.dF.I.M. Caixagest Moeda 6.8949 1.61 n.d n.dF.I.M. Esp. Santo Monetário* 6.2926 1.53 n.d n.dF.I.M. Banif Euro Tesouraria 6.7290 1.49 n.d n.dF.I.M. Millennium Disponível 50.8304 1.48 n.d n.dF.I.M. BPI Liquidez 6.4790 1.46 n.d n.dF.I.M. MG Tesouraria 81.0454 1.35 n.d n.dF.I.M. BBVA Liquidez 5.1864 1.28 n.d n.dF.I.M. Millennium Curto Prazo 7.4248 1.17 n.d n.dFUNDOS DE OBRIGAÇÕES TAXA INDEXADA EUROF.I.M. BPN Renda Mensal 5.0050 2.32 2.49 n.dF.I.M. BPN Conservador 5.9593 2.31 2.44 n.dF.I.M. Multibond Premium 5.4365 2.15 2.08 n.dF.I.M. E.S. Capitalização Dinâmica 5.2086 1.80 n.d n.dF.I.M. MultiObrigações 5.7801 1.80 1.71 2.14F.I.M. BPI Renda Trimestral 5.0033 1.72 1.89 2.26F.I.M. BPI Taxa Variável 7.5615 1.67 1.85 2.29F.I.M. Esp. Santo Renda Trimestral 4.9922 1.61 1.93 2.19F.I.M. Esp. Santo Renda Mensal 4.9822 1.59 1.84 2.29FUNDOS DE OBRIGAÇÕES TAXA INDEXADA INTERNACIONAISF.I.M. Finirendimento 5.1490 1.08 1.47 2.57F.I.M. MG Obrigações Agressivo 53.6838 0.87 0.41 0.76FUNDOS DE OBRIGAÇÕES TAXA FIXA EUROF.I.M. Multi Taxa Fixa 9.6916 -0.99 0.62 2.57F.I.M. BBVA Taxa Fixa Euro 7.9076 -1.20 1.18 n.dF.I.M. Barclays Premier Obrig. Euro 8.8140 -2.44 1.78 2.73F.I.M. Banif Euro Obrigações 6.2495 -2.53 1.15 2.45F.I.M. Millennium Investimento Taxa Fixa* 6.3282 -2.76 1.36 3.38F.I.M.Millennium Euro Taxa Fixa 10.1172 -2.82 1.37 3.40F.I.M. Esp. Santo Obrigações Europa 9.3847 -2.83 1.33 3.20F.I.M. Caixagest Obrigações Euro 8.7697 -2.88 1.15 2.80F.I.M. MG Taxa Fixa 61.2438 -2.89 0.15 2.06FUNDOS DE OBRIGAÇÕES TAXA FIXA INTERNACIONAISF.I.M. Finibond Mercados Emerg. 10.8630 4.22 8.42 11.16F.I.M. BPI Obrigações A.R.A.R. 7.1165 -0.48 6.47 6.43F.I.M. Esp. Santo Obrig. Global 8.8966 -3.18 0.75 2.58FUNDOS DE ACÇÕES NACIONAISF.I.M. Santander Accões Portugal 28.4008 30.70 24.49 11.38F.I.M. Esp. Santo Portugal Accões 6.9039 30.06 22.12 9.87F.I.M. Banif Acções Portugal 5.8610 29.89 24.56 11.15F.I.M. Millennium Acções Portugal 15.8451 28.75 22.63 10.81F.I.M. BPI Portugal 14.7035 28.61 20.46 10.70F.I.M. Barclays Premier Acc. Portugal 15.4296 27.81 22.86 10.07F.I.M. Caixagest Accões Portugal 19.8289 24.34 21.25 10.20F.I.M. Postal Acções 11.1787 24.25 21.27 10.12FUNDOS DE ACÇÕES DA UNIÃO EUROPEIA, SUÍÇA E NORUEGAF.I.M. MG Acções 113.7057 18.03 16.26 4.53F.I.M. Finicapital 7.2147 16.86 19.08 n.dF.I.M. BPI Europa Crescimento 12.3228 14.91 12.93 0.35F.I.M. Millennium Eurocarteira 11.9928 11.04 12.60 -1.45F.I.M. BPI Europa Valor 21.9786 9.57 13.93 1.51F.I.M. Esp. Santo Accões Europa 11.3612 8.59 10.76 -3.09F.I.M. BBVA Bolsa Euro 2.8846 7.83 12.47 n.dF.I.M. Caixagest Acções Europa 9.4655 7.65 10.26 -3.40F.I.M. MG Acções Europa 39.7828 7.58 12.71 0.19FUNDOS DE ACÇÕES DA AMÉRICA DO NORTEF.I.M. Acções Global 4.3360 -1.14 n.d n.dF.I.M. Millennium Acções América 2.7578 -3.39 1.61 -9.31F.I.M. Santander Acções América 4.0885 -4.56 n.d n.dF.I.M. Esp. Santo Acções América 7.8490 -5.08 5.75 -3.16F.I.M. Caixagest Acções EUA 3.4157 -5.41 3.88 -6.13F.I.M. BPI América 5.1470 -5.85 1.18 -8.45FUNDOS DE ACÇÕES SECTORIAISF.I.M. Millennium Euro Financeiras 5.3715 18.44 15.72 -1.19F.I.M. MG Euro Utilities 63.5763 17.72 n.d n.dF.I.M. Euro Futuro Banca e Seguros 26.9298 15.14 15.63 0.14F.I.M. Euro Futuro Acções Defensivo 26.1517 14.57 15.13 -0.40F.I.M. Euro Futuro Ciclico 28.5076 13.62 18.12 3.50F.I.M. Millennium Global Utilities 5.8879 8.97 15.58 2.69F.I.M. MG Euro Telcos 49.9126 -1.00 n.d n.dF.I.M. Euro Fut. Telecomunicações 8.1508 -2.46 8.26 -6.97F.I.M. BPI Tecnologias 1.1021 -4.38 2.02 -12.49OUTROS FUNDOS DE ACÇÕES INTERNACIONAISF.I.M. Caixagest Acções Japão 3.4747 23.42 11.71 -3.23

F.I.M. BPI Reestruturações 6.4441 18.50 16.79 8.07F.I.M. Esp. Santo Mercados Emerg. 5.8154 18.04 24.34 10.58F.I.M. Caixagest Acções Oriente 4.3919 16.66 22.20 7.60F.I.M. Millennium Acções Japão 3.9480 15.07 9.62 -4.80F.I.M. Caixagest Acções Emergentes 7.1010 14.85 n.d n.dF.I.M.Millennium Mercados Emergentes 6.7641 14.84 18.92 8.00F.I.M. Finifundo Acções Internacionais 4.6396 4.45 9.29 -0.89F.I.M. Esp. Santo Acções Global 7.7070 3.65 6.94 -2.85FUNDOS MISTOS PREDOMINANTEMENTE OBRIGAÇÕESF.I.M. BPN Optimização 5.9730 2.14 3.13 1.84F.I.M. Esp. Santo Portf. Dinâmico 5.2630 2.06 3.55 -0.29F.I.M. Caixagest Estratégia Conservadora 5.5303 1.59 0.62 0.41F.I.M. Esp. Santo Invest 40 9.9731 0.85 3.56 0.48F.I.M. Multinvest 5.6690 0.74 2.73 0.61F.I.M. Esp. Santo Invest 15 10.4304 0.30 1.73 0.91F.I.M. BBVA Misto 4.8705 0.27 1.20 0.13FUNDOS MISTOS PREDOMINANTEMENTE ACÇÕESF.I.M. Raiz Global 4.7763 3.49 2.90 -1.49F.I.M. BPN Valorização 6.2627 2.53 5.25 1.55F.I.M. Caixagest Estratégia Agressiva 4.5722 2.43 3.39 n.dF.I.M. Finiglobal 6.7704 0.74 4.59 5.17FUNDOS DE FUNDOS PREDOMINANTEMENTE OBRIGAÇÕESF.I.M. Millennium Prestige Conservador* 7.3250 2.29 2.78 0.72F.I.M. Multi Gestão Prudente 49.7870 2.05 2.72 0.38F.I.M. Raiz Conservador 5.2804 2.02 3.38 n.dF.I.M. Caixagest Estratégia Moderada II 6.0000 1.77 1.68 0.07F.I.M. Caixagest Estratégia Moderada 6.3847 1.76 1.67 0.09F.I.M. Barclays Global Conservador 7.2053 0.99 3.32 1.68F.I.M. Esp. Santo Opção Moderada 4.9347 0.72 3.28 0.45F.I.M. Esp. Santo Op. Conservadora* 5.3519 0.55 2.20 1.02F.I.M. Millennium Moderado* 7.6316 0.41 1.76 0.54FUNDOS DE FUNDOS MISTOSF.I.M. Barclays Global Moderado 11.4241 4.28 7.12 1.82F.I.M. BBVA Multifundo Equilibrado 4.7740 2.80 4.84 -0.98F.I.M. Esp. Santo Opção Dinamica 4.3214 0.68 5.01 -0.95F.I.M. Multi Gestão Equilibrada 47.5002 4.42 4.78 0.14F.I.M. Millennium Dinâmico 5.6967 3.34 4.88 F.I.M. Millennium Prestige Moderado* 7.3737 1.48 3.68 -0.68F.I.M. Millennium Prestige 2015* 5.0348 4.21 5.63 -0.24F.I.M. Millennium Prestige 2025* 4.8431 5.41 6.86 -1.04FUNDOS DE FUNDOS PREDOMINANTEMENTE ACÇÕESF.I.M. Barclays Global Acções 12.7604 12.30 n.d n.dF.I.M. BPI Universal 5.9908 9.04 8.29 -1.38F.I.M. Multi Gestão Dinâmica 39.8358 9.00 9.31 -1.94F.I.M. Millennium Prestige 2035* 4.6145 7.24 8.52 -1.49F.I.M. Esp. Santo Top Ranking 6.0943 5.92 8.26 0.44F.I.M. Millennium Prestige Valorização* 7.6573 3.32 5.93 -1.65F.I.M. Banif Estratégia Agressiva 3.1113 3.05 7.55 -1.83FUNDOS ABERTOS DE CAPITAL GARANTIDO F.I.M. Fundo Gar. BBVA 100 IBEX Positivo 4.9427 n.d n.d n.dF.I.M. Fundo Gar. Euro Consolidado BBVA 4.8307 n.d n.d n.dF.I.M. Fundo Garantido TOP Dividendo BBVA 5.1268 n.d n.d n.dF.I.M. Fundo Gar. TOP Dividendo II BBVA 4.8220 n.d n.d n.dF.I.M. Fundo Garantido IBEX BBVA 5.6546 6.05 n.d n.dF.I.M. Fundo Garantido BBVA Ranking Plus 5.4349 5.97 n.d n.dF.I.M. Fundo Garantido IBEX BBVA II 5.3911 4.63 n.d n.dF.I.M. Fundo Garantido BBVA Extra 5 Acções 4.9354 -1.84 n.d n.dF.I.M. Fundo Garantido Extra 5 BBVA 4.9635 -2.64 n.d n.d FUNDOS FLEXÍVEIS F.I.M. BBVA PPA - F. Indice (PSI 20) 6.6310 28.98 18.74 8.01F.I.M. BPI Brasil 5.4242 16.85 21.00 3.92F.I.M. Millennium Gestão Dinâmica 53.1082 4.94 n.d n.dF.I.M. Espírito Santo Estratégia Activa 5.2511 1.79 n.d n.dF.I.M. BPI Global 7.2693 1.60 2.85 2.55 FUNDOS ESPECIAIS DE INVESTIMENTO F.I.M. Sant. Carteira Alternativa - F.E.I. 5.5544 9.12 n.d n.dF.I.M. BBVA Gestão Flexível TT FEI 5.3487 4.05 n.d n.dF.I.M. Caixagest Estratégias Alternativas 5.2118 3.58 n.d n.dF.I.M. BBVA Imobiliário - F.E.I. 5.3606 2.78 n.d n.dF.I.M. Banif Gestão Patrimonial - F.E.I. 5.4233 2.60 n.d n.dF.I.M. BBVA Multifundo Alternativo - F.E.I. 5.3513 2.59 n.d n.dF.I.M. MultiEquilibrio Dinâmico - F.E.I. 5.2100 2.18 n.d n.dF.I.M. BPN Diversificação - FEI 5.1470 1.55 n.d n.dF.I.M. MultiProtecção Dinâmico - F.E.I. 5.1152 1.13 n.d n.dF.I.M. Barclays Gestão Dinâmica 100 - FEI 5.1730 0.66 n.d n.dF.I.M. Barclays Gestão Dinâmica 300 - FEI 5.2340 0.62 n.d n.d OUTROS FUNDOS F.I.M. Millennium Equilibrado 5.0531 0.57 3.00 -0.46 FUNDOS DIVERSOS

F.I.M. Postal Gestão Global 55.7882 1.14 1.34 0.45F.I.M. Postal Rendimento 4.9942 0.90 1.10 1.58F.I.M. Esp. Santo Invest 90 7.6494 0.78 5.32 -3.80FUNDOS POUPANÇA ACÇÕESF.I.M. Raiz Poupança Acções 19.6266 33.51 23.74 12.57F.I.M. Banif PPA 7.6663 32.08 25.20 11.15F.I.M. Esp. Santo PPA 15.7993 31.23 23.81 11.13F.I.M. Santander PPA 36.7901 31.06 24.88 11.97F.I.M. Barclays FPA 19.4311 30.86 25.18 11.82F.I.M. Millennium PPA 25.9524 30.76 24.18 11.82 F.P. ESAF PPA 6.5941 30.62 23.09 11.62 F.P. PPA Acção Futuro 14.8636 29.64 20.93 10.79F.I.M. BPI PPA 16.8241 26.64 20.02 10.01F.I.M. Caixagest PPA 18.5579 26.31 22.78 11.01F.I.M. PPA Finibanco 9.8275 25.41 18.88 8.23FUNDOS POUPANÇA REFORMA / EDUCAÇÃO CATEGORIA A - Entre 0% e 5% de AcçõesF.I.M. Poupança Premium FPR/E 5.5421 3.25 3.36 n.dF.I.M. Poupança Segura FPR/E 6.0375 2.94 2.99 3.77F.I.M. BPI Taxa Variável PPR/E 5.7289 2.29 2.53 2.76 F.P. Solidez PPR/E 5.2382 1.28 1.30 n.d F.P. PPR/E Praemium S 14.5116 1.28 1.64 2.17 F.P. PPR/E Garantia de Futuro 6.1753 1.01 1.79 2.65F.I.M. BPI Refoma Bonds PPR/E 5.0463 1.00 n.d n.dF.I.M. Barclays FPR/E Rendimento 11.5890 0.69 1.14 1.55F.I.M. BPI Reforma Segura PPR/E 12.9473 -0.39 1.36 2.95CATEGORIA B - Entre 5% e 15% de AcçõesF.P. ESAF PPR/E Vintage 8.4059 6.13 4.80 3.91F.I.M. Millennium Aforro PPR 5.0604 n.d n.d n.dF.I.M. Poupança Investimento FPR/E 18.8444 2.33 3.71 2.44 F.P. Patr. Ref. Garant. PPR/E 5.8985 2.63 4.94 n.dCATEGORIA C - Entre 15% e 35% de AcçõesF.P. Patr. Ref. Equilib. PPR/E 6.6261 4.38 7.25 n.d F.P. Patr. Ref. Prudente PPR/E 1.3488 3.70 6.07 4.81 F.P. Banif Previdência Privada PPR/E 10.5622 3.38 3.99 4.38F.I.M. BPI Reforma Invest. PPR/E 13.4761 2.71 5.00 4.67F.I.M. Barclays FPR/E 12.9308 2.56 3.02 0.52 F.P. PPR/E Platinium 6.0078 2.40 3.42 2.84F.I.M. Millennium PPR/E 5.7214 2.32 3.73 n.dF.I.M. Espírito Santo PPR/E* 13.9054 2.19 3.56 1.72 F.P. PPR/E Europa 7.4741 2.00 4.40 1.83CATEGORIA D - Mais de 35% de AcçõesF.I.M. BPI Refoma Acções PPR/E 5.5073 9.52 n.d n.d F.P. Patr. Ref. Acções PPR/E 5.8875 5.31 n.d n.d F.P. PPR/E Praemium V 17.2220 2.44 4.99 1.92FUNDOS DE PENSÕES ABERTOS (ADESÕES INDIVIDUAIS E COLECTIVAS)CATEGORIA A - Entre 0% e 5% de AcçõesF.P. Aberto Horizonte Segurança 8.0410 0.58 2.68 1.75F.P. Aberto Protecção 2015 5.0256 0.23 n.d n.dF.P. Aberto Protecção 2020 4.9638 -1.04 n.d n.dCATEGORIA B - Entre 5% e 15% de AcçõesF.P. Aberto Esp.Sto Multireforma 8.6066 3.57 4.17 3.69 F.P. Aberto BPI Segurança 14.2666 3.57 4.93 4.72 F.P. Aberto Caixa Reforma Activa 11.5046 1.87 2.90 n.d F.P. Aberto Futuro Clássico 11.9912 0.29 1.88 2.98CATEGORIA C - Entre 15% e 35% de AcçõesF.P. Aberto BPI Valorização 13.0639 5.68 6.92 4.76 F.P. Banif Previdência Empresas 6.1794 5.12 5.42 4.86 F.P. Aberto Reforma Empresa 8.3564 3.90 4.63 2.48 F.P. Aberto Turismo Pensões 6.0113 2.87 5.31 1.79 F.P. Aberto Horizonte Valorização 9.9412 2.75 5.18 2.12 F.P. Aberto VIVA 11.8334 2.31 3.68 2.52 F.P. Aberto BBVA PME’s 5.4194 0.77 2.67 -0.49CATEGORIA D - Mais de 35% de AcçõesF.P. Aberto SGF Empresas 9.4910 4.67 7.22 4.22 F.P. Aberto Horizonte Valorização Mais 7.9477 4.09 6.55 2.40FUNDOS ABERTOS VIP 9.1133 5.18 5.14 5.67 Fundimo 7.8441 4.66 4.99 5.41 Imofomento 5.4993 4.58 4.65 5.10 Imovest 9.4130 4.51 4.90 5.57 AF Portólio Imobiliário 7.6481 4.23 4.81 5.55 Banif Imopredial 6.4229 4.13 4.63 n.d BPN Imonegócios 6.3964 3.84 3.91 4.14 Novimovest 6.2070 3.70 3.84 4.22 Finipredial 7.6908 3.30 3.51 3.82 Millennium Rendimento Imobiliário 50.7089 2.92 n.d n.d Gespatrimónio Rendimento n.d 2.79 2.88 3.37

14 de Julho de 2006

Descrição Valor Rentabilidade anulizada UP 1 ano 3 anos 5 anos (%) (%) (%)

Descrição Valor Rentabilidade anulizada UP 1 ano 3 anos 5 anos (%) (%) (%)

Caravelas para os investidores

Por sua vez, o fundo Caixa Estratégias Al-ternativas trata-se de um fundo especial de investimento aberto, sendo que em média a carteira terá um padrão de investimentos re-partido entre: 50% em fundos imobiliários (mercados europeus); 45% em “hedge fun-ds” (mercados maioritariamente europeus); e 5% em liquidez.

A comissão de gestão e depositário ascen-de a 1,5%/ano e comissões de gestão nos fundos onde participa, com um máximo de 6.5% /ano.

O Caixa Estratégias Alternativas é, por isso, de um fundo com risco muito eleva-do associado ao tipo de activos onde inves-te, nomeadamente os fundos com carácter especulativo, que podem estar sediados em zonas onde o enquadramento legal é mais permissivo que na União Europeia, estando os investidores menos protegidos. Acresce que o Caixa Estratégias Alternativas não ga-rante o capital e possui ainda risco cambial, pelo que se destina preferencialmente a in-vestidores não avessos ao risco.

Quanto à subscrição, o investidor terá que suportar a bateria de comissões apontadas e um mínimo de subscrição 15 mil euros e montantes mínimos de reforços de 500 euros, com isenção quanto à comissão de subscrição. Note-se que as subscrições têm periodicidade mensal (ao dia 22 de cada mês). Para premiar os seus investidores, o Caixa Estratégias Alternativas oferece uma medalha da Caravela dos Descobrimentos Portugueses em prata fina para subscrições entre 15 mil e 25 mil euros e uma medalha da Caravela dos Descobrimentos Portugue-ses em prata dourada para montantes supe-riores.

O Caixa Estratégias Alternativas tem um mínimo de subscrição elevado, dirigindo- -se assim preferencialmente a um segmento alto. O facto de os pedidos de resgate serem processados uma vez por mês traz uma rigi-dez ao fundo muito pouco apelativa, agudi-zando-se mais a situação com o facto de a comissão de resgate para prazo inferior a um ano ascender a 1,5%.

MARTIM PORTO

Caixa Acções Emergentes e Estratégias Alternativas: dois produtos de risco da CGDO grupo Caixa tem no mercado dois fundos de investimento mobi-liários direccionados para investidores não avessos ao risco e com um perfil de carteira elevado. O risco dos fundos resulta não só dos activos que formam a carteira do fundo mas também do risco cam-bial e político que envolvem esses mesmos activos. Acresce ainda uma propensão para integrar unidades de participação em “hedge funds”. Claro está que no outro lado da moeda encontra-se uma boa perspectiva de rentabilidade.

sexta-feira, 21 Julho de 2006MERCADOS32

Page 41: FÁBRICA DE LIMAS EMPRESÁRIO EL CORTE INGLÉS …basededados.vidaeconomica.pt/users/0/39/pdf_ve:ve_ed1160-7725fb... · Não basta, de facto, pôr bandeiras nacionais à janela em

velmente a grande atracção não será Por-tugal, mas será uma empresa portuguesa a trabalhar a nível internacional.

Por cá, as dúvidas e as atenções conti-nuam a ser a PT, a Sonaecom, o BCP e o BPI. A administração da Portugal Tele-com deverá apresentar uma proposta de separação de redes no fixo dentro de um a dois meses, enquanto a ideia de “spin-off ” da PTM relativamente à PT não está na agenda da administração, mas o mercado acredita que se fará. O merca-do continua a ser alimentado pela ideia de uma oferta concorrente, mas o grupo Sonaecom está a absorver muito bem as exigências a nível de remédios que se prevê venham a ser impostos pela Auto-ridade da Concorrência. O lançamento de um operador virtual através da rede Optimus, o Talk Talk, pretende provar que é possível mais concorrência, mes-

O anúncio do plano estratégico da Energias de Portugal (EDP) feito em Londres foi a “lufada de ar fresco” para o mercado de capitais nacional. As acções subiram cerca de 2% na 4ª-feira, mas ficou sobretudo a sensação de que este será um título a seguir de muito perto por todos os investidores. A estratégia anti-OPA com base numa acção com preço elevado é aquilo que os investido-res gostam de ouvir, assim como a polí-tica de remuneração dos accionistas e de criação de valor. A nova gestão da EDP – que, claro, aproveita muitas das inicia-tivas tomadas na anterior gestão – está a criar condições para este título se tornar a grande referência do mercado de capi-tais nacional.

O anúncio das alienações não “core” não é novo, assim como a estratégia de investimentos, mas aquilo que os inves-

EDP volta a ser estrela VÍTOR [email protected]

ma com a fusão TMN/Optimus.A Sonaecom foi outro título que este-

ve a subir, depois da recomendação da Lisbon Brokers, que antecipa um lucro de 15 milhões de euros no 1º semestre, em boa parte devido a mais-valias obti-das com a venda da empresa de integra-ção de sistemas Enabler.

A nível externo regista-se o recuo do preço do crude, embora a tensão sentida no Líbano seja prejudicial ao desenvol-vimento do mercado. Também o alerta que surgiu sobre o efeito perverso das subidas dos juros na economia ameri-cana fez pensar os decisores. A questão inflacionista é persistente, mas está a ser alimentada pelo custo da energia e não por outro factores.

O perigo de aplicação de políticas mo-netárias restritivas poderá, a prazo, tra-zer mais malefícios do que benefícios.

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tidores gostaram de ouvir foi a sistema-tização das iniciativas para um período relativamente curto de dois anos.

A EDP como “utilitie” pode igual-mente aproveitar a onda de optimismo moderado que voltou a dominar a so-ciedade portuguesa. As reformas estru-turais deste Governo estão a dar alguns frutos, independentemente das críticas, e a economia está longe de ser apenas GM e algumas multinacionais do calça-do e do vestuário.

Todas as outras iniciativas e os peque-no “clusters” que vão sendo criados estão a gerar uma dinâmica com capacidade de ser sustentável.

No sector da construção civil os mo-vimentos accionistas na Soares da Costa e, eventualmente, na Cimpor (a acredi-tar em alguns rumores) são sinónimo de vitalidade neste tipo de empresas. Possi-

PAINEL BANCO POPULARTÍTULOS EURONEXT LISBOA

Título Última Cotação Variação Semanal Máximo 52 Sem Mínimo 52 Sem EPS Est. 06 EPS Est. 07 PER Est. 06 PER Est. 07 Div. Yield Ind Div. Yield Est Data ALTRI SGPS 2.22 -3.06% 2.50 0.59 0.21 0.21 10.57 10.57 1.13% 1.40% 18-07-2006BANIF-SGPS 25.27 -6.37% 27.23 7.84 1.90 2.23 13.31 11.33 1.67% 2.97% 18-07-2006B.COM.PORTUGUES 2.20 -2.22% 2.80 2.02 0.21 0.23 10.58 9.44 3.18% 3.86% 18-07-2006B.ESPIRITO SANTO 10.90 0.00% 12.05 9.89 0.90 0.92 12.14 11.91 3.36% 3.09% 18-07-2006BANCO POP.ESPANOL 11.21 -4.84% 13.20 10.16 0.84 0.97 13.33 11.62 1.63% 3.68% 18-07-2006BANCO BPI 5.71 -2.89% 6.05 3.16 0.35 0.40 16.18 14.42 2.10% 2.43% 18-07-2006BRISA-PRIV. 7.87 -2.24% 8.98 6.20 0.36 0.38 22.17 20.93 3.43% 3.63% 18-07-2006CIMPOR,SGPS 5.10 -1.92% 5.81 4.42 0.43 0.47 12.00 10.85 3.73% 3.98% 18-07-2006CIN 5.01 0.40% 5.55 4.55 0.41 0.43 12.22 11.65 3.07% 3.17% 14-07-2006COFINA,SGPS 3.57 -2.19% 4.09 2.74 0.21 0.24 16.68 15.00 1.40% 1.79% 18-07-2006CORTICEIRA AMORIM 1.92 -1.54% 2.32 1.16 0.13 0.14 14.77 13.43 2.60% 2.34% 18-07-2006EDP 2.93 -2.01% 3.35 2.07 0.20 0.23 14.36 12.74 3.41% 3.79% 18-07-2006MOTA ENGIL 4.02 -3.13% 4.95 2.76 0.17 0.22 23.65 18.44 2.49% 2.59% 18-07-2006FINIBANCO,SGPS 2.19 -1.79% 2.83 1.35 -- -- -- -- 2.74% -- 18-07-2006IBERSOL,SGPS 8.05 0.25% 8.83 5.21 0.50 0.54 16.10 14.91 0.68% 1.37% 18-07-2006IMPRESA,SGPS 3.98 -5.91% 5.60 3.97 0.32 0.37 12.64 10.85 0.00% 0.28% 18-07-2006J.MARTINS,SGPS 13.30 -1.92% 14.76 11.63 0.89 0.97 14.91 13.68 3.16% 3.16% 18-07-2006MEDIA CAPITAL 8.05 0.63% 8.48 6.45 0.29 0.34 27.76 23.68 0.00% 0.61% 18-07-2006NOVABASE,SGPS 5.51 -3.33% 7.29 5.50 0.31 0.38 17.89 14.62 0.00% 0.00% 18-07-2006PARAREDE 0.23 -4.17% 0.35 0.21 -- -- -- -- 0.00% -- 18-07-2006P.TELECOM 9.55 0.00% 10.44 7.33 0.58 0.63 16.55 15.06 4.97% 4.69% 18-07-2006PORTUCEL 2.12 -3.64% 2.40 1.42 0.10 0.10 21.20 21.63 2.48% 2.74% 18-07-2006PT MULTIMEDIA 9.02 0.11% 10.65 7.43 0.33 0.37 27.50 24.51 3.05% 3.10% 18-07-2006REDITUS,SGPS 3.37 -0.88% 3.94 3.05 0.19 0.31 17.74 10.87 0.00% 0.00% 18-07-2006SAG GEST 1.72 -3.91% 2.32 1.33 0.16 0.24 10.75 7.17 7.79% 3.49% 18-07-2006S.COSTA 3.13 3.64% 3.23 1.30 -- -- -- -- 0.00% -- 18-07-2006SEMAPA 7.87 -3.20% 9.42 4.66 0.77 0.78 10.29 10.05 5.34% 1.53% 18-07-2006SONAECOM,SGPS 4.23 -0.47% 4.75 2.93 0.00 0.06 -- 72.93 0.00% 0.14% 18-07-2006SONAE,SGPS 1.16 -1.70% 1.40 0.80 0.05 0.06 23.20 21.09 2.16% 1.98% 18-07-2006SONAE IND.SGPS 6.16 -4.79% 8.24 5.40 0.27 0.37 23.16 16.69 0.00% 0.00% 18-07-2006

PAINEL BANCO POPULARTÍTULOS MERCADOS EUROPEUS

Acção Cotação (*) Variação Semanal Máximo 52 Sem Mínimo 52 Sem EPS Est. 06 EPS Est. 07 PER Est. 06 PER Est. 07 Div. Yield Ind Div. Yield Est DataB.POPULAR 11.23 -4.43% 13.25 9.76 0.84 0.97 13.35 11.64 3.24% 3.68% 18-07-2006INDITEX 32.39 0.56% 33.89 21.32 1.54 1.74 21.05 18.63 1.61% 2.58% 18-07-2006REPSOL YPF 21.79 -2.94% 28.81 20.00 2.77 2.67 7.87 8.17 2.75% 3.19% 18-07-2006TELEFONICA 12.69 -2.16% 14.16 11.88 1.09 1.22 11.63 10.42 3.94% 4.68% 18-07-2006FRANCE TELECOM 16.18 -3.69% 25.73 15.85 1.85 1.95 8.75 8.29 6.18% 7.40% 18-07-2006LVMH 71.6 -5.67% 85.95 64.10 3.83 4.33 18.70 16.55 1.61% 1.92% 18-07-2006BAYER AG O.N. 36 -2.31% 37.75 27.70 2.56 2.77 14.08 13.00 2.64% 2.89% 18-07-2006DEUTSCHE BANK AG NA O.N. 83.1 -4.05% 100.20 68.01 9.66 10.00 8.60 8.31 3.01% 3.86% 18-07-2006DT.TELEKOM AG NA 12.03 -3.68% 16.49 11.86 1.09 1.18 11.00 10.19 5.99% 6.28% 18-07-2006VOLKSWAGEN AG ST O.N. 51.56 -3.14% 66.30 40.40 4.59 5.43 11.22 9.49 2.23% 2.41% 18-07-2006ING GROEP 29.62 -3.55% 33.83 22.91 3.15 3.31 9.41 8.96 3.98% 4.24% 18-07-2006Este relatório foi elaborado pelo Centro de Corretagem do Banco Popular, com base em informação disponível ao público e considerada fidedigna,no entanto, a sua exactidão não é totalmente garantida. Este relatório é apenas para informação, não constituindo”

Stock Rating System (SRS):

sexta-feira, 21 Julho de 2006 33MERCADOS

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Veigas & Veigas e Loja do Condomínio

Novos passos na internacionalização

São mais duas marcas franchisadas que se expandem além-fronteiras. A empresa de mediação imobiliária Veigas & Veigas vai entrar no mercado espanhol.

A investida explica-se pela continuidade do negócio, que em Portugal enfrenta o problema da dimensão. O mesmo não acontece no país vizinho, em que a habita-ção é dos sectores que mais têm crescido. Paulo Veiga, administrador e fundador da empresa, quer aproveitar os preços mais altos praticados em Espanha. O empresário começou por abrir a primeira unidade em Madrid. Sem indicar prazo temporal, os objectivos apontam para uma presença ibérica com 1150 lojas. A gestora de condomí-nios está a ultimar a estreia da sua internacionalização. O Brasil é o mercado para a expansão do conceito. A dimensão do país e a maturidade da actividade atraíram a marca franchisadora. Numa primeira fase, a Loja do Condomínio vai entrar no Estado de S. Paulo. Posterior-mente, através de sub-“masters”, regionais vai chegar aos restantes Estados brasileiros.

JSD elabora plano nacional para fomentar o empreendedorismo

MRW alarga rede em Portugal

LAFORÊT inaugura 700ª agênciamundial no Porto

RÉPLICA abre duas primeiras unidades em associação

Projecto de restauração pretende crescer em franchising

Hakisushi quer massificar consumo de comida japonesa

O projecto surgiu para alargar o consumo de comida japonesa a vários segmentos de mercado. O Hakisushi quer seguir a tendência de massificação que se verifica em vários países da Europa Por isso, Martim Avillez Oliveira adaptou o conceito de cozinha japonesa ao mercado nacional. O objectivo é preencher a lacuna que mostra o baixo consumo desta gastronomia pelos portugueses. Um costume pouco habitual, quer pela falta de conhecimento, quer pela prática de preços normalmente elevados.

Apesar de ser um projecto de “fast-food” e “take-away”, o empreendedor aposta numa relação forte en-tre o cliente e o restaurante. A ideia é proporcionar a vivência de novas experiências e de novas emoções durante a refeição, bem ao gosto dos hábitos mais a Oriente. Por ser mais do que um restaurante, o Haki-sushi vai ter uma escola de formação para ensinar aos mais exóticos os segredos do sushi e do sashimi.

Para já, existem duas unidades na Grande Lisboa. Os futuros restaurantes devem abrir no próximo ano, mas em regime de franquia.

REVOLUÇÃO DO EMPREENDEDORISMO ESTÁ NA INOVAÇÃO E NA ALTERAÇÃO

DAS MENTALIDADESFrancisco Banha, CEO da GesEntrepreneur

VidaEconómicaESTE SUPLEMENTO FAZ PARTE INTEGRANTE DA VIDA ECONÓMICA Nº 1160, DE 21 DE JULHO DE 2006,

E NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE

FRANCHISING& Empreendedorismo

Finaccountnova marca ultrapassa conceito tradicionalde gabinete de contabilidade

Colaborações:

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Laforêt inaugura 700.ª agência mundial no Porto A Laforêt, rede internacional de mediação imobiliá-

ria, apresentou no Porto a sua 700.ª agência mun-dial, juntando-se assim à rede de seis outras lojas

franquiadas actualmente em funcionamento no nosso país – Lisboa (Av. de Roma e Campo de Ourique), Braga, Avei-ro, Algés e Cascais. Presente em Portugal desde 2005, a La-forêt apresenta-se ao mercado nacional com um conceito de “proximidade que responde às expectativas do mercado imobiliário que está a reestruturar-se à volta dos imóveis usados”.

Sobre este tema, o director de marketing da casa-mãe, David Lecuiller, afirmou que a marca encontrou em Portugal “um mercado já dinâmico, onde a presença de outras redes que actuam no sector imobiliário confirma a sua maturidade. Aliás, em comparação com a França, a taxa de proprietários em Portu-gal é muito superior, até porque não existe um mercado de arrendamento. Não temos que convencer as pessoas a comprar, porque não há alternativa”. Ou seja, trata-se de um mercado “que oferece boas perspectivas de desenvolvimento”, pelo que está nos horizontes da Laforêt francesa contar com 22 franquiados e 10 agências em Portugal até final do ano. No primeiro semestre de 2006 foram assinados contratos para a adesão de quatro novos franquiados, em Portimão, Coimbra, Ponte de Lima e Lis-boa (Parque Expo). A marca quer chegar às 130 unidades até 2012, com 10 a 15% de quota de mercado nacional.

A Laforêt foi criada em 1981 e funciona em regime de

franchising desde 1991.Trata-se da única forma, segundo David Lecuiller, “de desenvolvimento rápido da marca e que permite associar o nosso know-how a uma marca inter-nacional”. Daquela data até agora foram criadas agências em França, Luxemburgo, Ilha Reunião, Marrocos e Portugal. A marca goza actualmente, “em França, de indíces de notorie-dade superiores a 70%”. A Laforêt assinou contratos para chegar aos 740 franquiados em França, querendo atingir as 900 agências até 2012. O objectivo último é chegar às 3500

agências até 2016 em todo o mundo.Segundo Rui Pereira, o 700.º franqueado

da Laforêt, o investimento necessário para a abertura da agência ronda entre 65 e 75 mil euros, incluindo um fundo de maneio inicial, para além de um custo anual de 2% sobre o volume de negócios para publici-dade e o pagamento anual de “royalties” de 7% a 5% do volume de negócios.

Aquele responsável adiantou que “a ex-periência profissional que detinha já no sector” o levou a efectuar uma pesquisa de mercado sobre as várias marcas presentes em

Portugal, colocando a ênfase no conceito de proximidade que a Laforêt privilegia. Deste modo, a agência do Campo Alegre actuará numa área geográfica que percorre “parte das freguesias de Lordelo do Ouro até Miragaia”. É objec-tivo deste franquiado Laforêt “dominar 10% do mercado” naquele sector geográfico até Julho de 2007, pretendendo, no segundo ano de actividade, chegar aos “15 ou 20%”.

MARC BARROS

Rede internacional de mediação imobiliária com 22 unidades até final do ano

Réplica abre duas primeiras unidades em associação

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sexta-feira, 21 Julho de 2006 FRANCHISING E EMPREENDEDORISMO02

A Réplica, empresa de mediação imo-biliária, deu início à expansão da sua rede em sistema de franchising.

O novo projecto do grupo, que visa conso-lidar a presença da marca na zona da Gran-de Lisboa, abriu as duas primeiras agências este mês, uma na zona de Benfica, em Lis-boa, e outra em Fafe.

O novo projecto da Réplica prevê criar uma rede com dez unidades associadas até

ao final do ano. Segundo noticiou a “Vida Económica”, no suplemento “Franchising & Empreendedorismo” de Junho, o regi-me de associação apresentou-se ao merca-do como um “conceito inovador, até agora, inexistente em Portugal”. O presidente da Réplica, Manuel Carlos Carvalho, referiu que a gestão distingue-se dos habituais mo-delos de franchising.

O modelo de associação prevê que os parceiros de negócio assumam uma parti-cipação maioritária na loja. Mas a Répli-

ca assume a coordenação total da rede de associados. O objectivo, explicou o res-ponsável, consiste em garantir a “unidade na empresa, evitando que, no terreno, as metodologias e definições sejam diversifi-cadas”.

Relativamente aos tradicionais requisitos para o investimento num conceito franchi-sado, o modelo de associação da Réplica implica “exclusivamente a montagem da

loja”. Ao contrário do que se verifica nos negócios em franchising, este sistema não exige o pagamento de direitos de utilização da marca, nem “royalties”, nem taxas de publicidade mensais.

O associado da Réplica tem autonomia financeira para a gestão da sua agência. “Todos os movimentos financeiros da loja carecem da sua autorização, uma vez que estão indexados a uma conta bancária em que é titular”, lê-se no comunicado de apresentação do projecto.

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À conquista de “nuestros hermanos”Depois do sucesso verificado em Portugal, a Veigas & Veigas decidiu atacar o mercado espanhol. O objectivo é ganhar dimensão (1150 lojas na Ibéria) para depois, quem sabe?, conquistar outros países.

Se em qualquer negócio é morrer quan-do se fala do franchising, esta máxima adquire ainda mais importância. Aqui

a dimensão é tudo. É ela que determina não só a sobrevivência do negócio como o seu poder de atracção para conquistar os fran-chisados e entrar em novos mercados. E é por isso mesmo que qualquer negócio de origem nacional não se pode contentar com o mercado português. O nosso país tem uma dimensão reduzida e uma empresa que deci-da que a internacionalização não lhe interes-sa arrisca-se a, mais tarde ou mais cedo, ser adquirida por um concorrente ou por uma organização estrangeira.

Foi a pensar nisto que a Veigas & Veigas decidiu dar o salto e investir no país vizinho. Convém não esquecer que a Espanha é neste momento a quinta economia europeia e que o sector da habitação é o que mais tem cresci-do naquele país. A ideia de que comprar casa em Espanha é mais barato do que adquirir uma em Portugal já não está totalmente

correcta. Segundo Paulo Veiga, fundador e administrador da Veigas & Veigas, hoje em dia, os preços da habitação em Madrid são cerca de 20% superiores aos praticados em Lisboa. Foram estas as razões que levaram a empresa a decidir abrir a primeira loja na ca-pital espanhola.

Esta é uma diferença substancial face ao habitual. A Veigas & Veigas decidiu que não iria ter um “master franchise”. Por outras pa-lavras, a empresa não tenciona abrir mão da marca. A explicação é simples. Dadas as di-mensões dos dois mercados, seria facilmente imaginável que daqui a um tempo o “mas-ter franchise” espanhol tivesse mais poder, em vista do número de unidades, do que a marca original. Esta ficaria em desvantagem e poderia ser alvo de uma aquisição. O que Paulo Veiga quer evitar.

Mas essa não é a única razão. “Hoje em dia, só faz sentido pensarmos a nível ibéri-co”, afirma o administrador da Veigas & Vei-gas. Pelo que a empresa tem como objectivo

de Julho) estiveram presentes cerca de 60 potenciais investidores espanhois. A abor-dagem ao mercado é diferente e o mesmo acontece à imagem projectada. O logótipo a que estamos habituados em Portugal será ex-portado para Espanha. Só há uma pequena diferença. A nível internacional, a empresa chamar-se-á apenas Veigas Inmobiliaria.

A primeira aposta incidiu na capital espa-nhola. Mas a Andaluzia é também uma re-gião apetecível. A empresa anda à procura de possíveis parcerias. Mas, independentemen-te da região, o “target” é o mesmo do verifi-cado em Portugal: habitração nova e usada, espaços comerciais e empreendimentos. Ao nível jurídico, cada agência tem indepen-dência total. É uma empresa que pode ter no máximo três unidades. O investimento esse é todo efectuado pelo investidor. A Vei-gas & Veigas contribui com o “know-how”, experiência, formação e com a marca.

Alexandra [email protected]

ter 1150 lojas entre Portugal e Espanha. Sen-do que o máximo que o mercado nacional comporta serão cerca de 200 unidades. Por enquanto, Paulo Veigas não estabeleceu um limite temporal para alcançar este objectivo. Mas adianta que já tem mais de 60 lojas em Portugal e que em média a Veigas & Veigas abre entre uma a duas agências por mês. Pode parecer um número baixo, principal-mente se olharmos para outras marcas, mas Paulo Veigas explica a razão. “Antes de abrir uma agência, o investidor tem de ter pelo menos quatro meses de formação.” Isto por-que a empresa optou por ter uma estratégia que a diferencia da concorrência. As agên-cias são pequenas e actuam localmente. São os especialistas de determinada zona. Além disso, o técnico trata de todas as fases do pro-cesso, acompanha o cliente desde a visita da habitação à aquisição da mesma.

Esta diferença agradou não só ao público nacional como também ao espanhol. Não é por acaso que no dia da inauguração (14

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FRANCHISING E EMPREENDEDORISMO 03sexta-feira, 21 Julho de 2006

A escolha do representante (“master franchiser”) da Loja do Condomínio no Brasil não deve demorar mais do

que dois meses. Segundo adiantou à “Vida Económica” o “master” português, Paulo Antunes, a negociação encontra-se em fase muito avançada. A empresa de gestão de condomínios esteve na ABF, feira de fran-chising de S. Paulo, no início de Junho, integrando uma missão empresarial organiza-da pela Associação Portugue-sa de Franchise (APF) e pelo Icep. Depois dos contactos efectuados antes e durante o certame, já em Portugal, a Loja do Condomínio foi contactada por potenciais investidores brasileiros.

A empresa portuguesa vai entregar os direitos da marca a uma orga-nização do sector e líder no mercado bra-sileiro da gestão de condomínios, referiu o responsável. Essa empresa será a “master” nacional no Brasil, devendo garantir uma infra-estrutura “forte” necessária à activi-dade, acrescentou. Posteriormente, o “mas-ter” brasileiro será o responsável pela selec-ção de sub-“masters” regionais, encarregues pela expansão do conceito nos vários Es-tados daquele país. A internacionalização da Loja do Condomínio vai acontecer no Estado de S. Paulo.

O início da expansão internacional acon-tece no Brasil, não só devido à participação

Início da internacionalização em fase conclusiva

Loja do Condomínio escolhe “master franchiser” para o Brasil

numa missão de empresas de franchising aquele país mas também por se tratar de um mercado maduro em termos de gestão de condomínios. “Além da língua, que faci-litará o negócio, a dimensão da actividade é muito atractiva”, sustentou Paulo Antunes. O tamanho do país e o elevado volume do negócio na área da gestão de condomínios

representam uma mais-valia para a casa-mãe.

Depois do Brasil, Espanha será o mercado que se segue na internacionalização do conceito. A marca preten-de integrar a próxima mis-são empresarial da APF, que prevê a visita do SIF & CO – Salon Internacional de la Franquicia, que se realiza en-tre 26 e 28 de Outubro, em Valência

Em Portugal, a marca prevê encerrar o ano com aproximadamente 65 unidades franchisadas, reforçando a distribuição geográfica que detém. Neste momento, conta com 56 lojas em todo o país e ilhas, não estando presente nos distritos de Viana do Castelo, Bragança e Beja. No primeiro semestre deste ano, a empresa registou um volume de facturação na ordem dos 3,2 milhões de euros, o que representa um au-mento de 41% em relação a igual período do ano passado.

Gabriela [email protected]

Espanha deve ser o mercado que se segue

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PTfranchising.com cresce 10% no primeiro semestre

O ptfranchi-sing.com, portal que se dedica à re-lação entre marcas franchisadoras e potenciais inves-tidores, registou um aumento de 10% no volume de facturação na primeira metade do ano. No final de 2006, a plataforma deverá encerrar o exercício com um aumento de 50% face ao ano passado.

No período em análise, o portal verifi-cou ainda uma subida do número de visi-tantes que, em média, recebe 70 mil visitas mensais. Uma evolução impulsionada pelo investimento em publicidade, referiu o di-rector do ptfranchising.com, João Ferreira. Desde 2001, altura em que foi lançado no mercado, a ferramenta tem gerado cada vez mais tráfego, acrescentou o responsá-vel. No sentido de captar mais utilizado-res, o portal tem apostado na inovação e

na diversificação da oferta. Serviços como o “PTfran-chising Finance”, a “Livraria”, com artigos e livros da área, os “testes on-line” para franchi-sado e franchisa-dor são os factores que motivaram o aumento do nú-

mero de visitantes. A pensar na internacionalização, foram

lançados o ESfranchising.com e o FRfran-chising.com para os mercados espanhol e francês, respectivamente. Duas ferramen-tas que alargam a oferta de serviços para o negócio externo, iniciada com a criação do BIZfranchising.com, o portal vocacionado para a componente internacional. Ou seja, a ferramenta que disponibiliza a informa-ção de todas as marcas internacionais à procura de um master para o nosso país ou de marcas portuguesas com intenções de se internacionalizar.

O franchising no sector da educação

PEDRO SANTOSAdministrador Grupo Onebiz

[email protected]

Diz-nos o último censo do franchising que o sector dos serviços representa já 46% do total de unidades franchi-

sadas, sendo a educação uma das áreas com maior possibilidade de crescimento e expan-são via modelo de franchising.

Segmentação das unidadesde educação

O sector da educação em franchising divide-se nas seguintes áreas: Creches (0-3 anos), Infantários (3-6 anos), Salas de Estu-do e ATL (6-12 anos), Escolas de línguas, informática ou actividades (+5 anos) e colé-gios (6-18 anos).

Verifica-se nos segmentos de entrada (creches e infantários) uma elevada procu-ra a nível nacional e uma oferta de espaços não ajustada. Existem listas de espera infin-dáveis nos infantários de reconhecida quali-dade, sendo uma dor de cabeça permanente para os novos pais, pois não sabem onde colocar os filhos em segurança e qualidade. Normalmente, estes pais estão dispostos a pagar um pouco mais (desde que o seu or-çamento familiar o permita) para terem a confiança necessária nas escolas onde dei-

xam os seus filhos. Existe um reduzido número de marcas de

franchising a operar neste mercado e certa-mente esta será uma área de futuro do fran-chising. Aqui a qualidade e notoriedade da marca fazem a diferença, pois as unidades deverão seguir um padrão único e programas pedagógicos estudados e de elevada exigên-cia.

Por outro lado, as escolas de línguas, artes, informática, desporto, academias e afins, ao proporcionarem um desenvolvimento da criança em áreas específicas, vão ao encontro dos pais que pretendem o melhor para eles. Hoje a informática/tecnologia e domínios da língua inglesa já não são opções mas sim necessidades básicas para o desenvolvimen-to da criança. Por outro lado, o desporto permite o seu crescimento integrado, sendo Portugal ainda um país com baixos níveis de desporto infantil, o que potencia a capaci-dade de crescimento deste sub-sector.

Os colégios em franchising são uma opor-tunidade única, pois, estando as escolas pú-blicas com deficientes níveis de qualidade e segurança, é cada vez maior a procura de colégios privados com notoriedade, sendo

obviamente uma marca de franchising um elemento diferenciador para estas unidades.

O problema da regulamentação nas aberturas

Considero o licenciamento destas uni-dades um exemplo da burocracia e regula-mentação do nosso país ainda por resolver. Numa altura em que o governo apresenta políticas de desregulamentação e simplifi-cação (programa Simplex), esta é uma área que deveria merecer atenção imediata. Ora vejamos: a abertura de uma creche (0-3 anos) é regulada pela Segurança Social, a qual tem a responsabilidade de licenciar o espaço, além da Delegação de Saúde, Bom-beiros e Câmara Municipal. Caso seja um infantário (0-3 anos), já é o Ministério da Educação a entidade responsável e no caso de um ATL volta a ser a Segurança Social. Ora um espaço que seja um colégio, in-cluindo creche, infantário, ATL ou ensino particular, terá que obter para o mesmo es-paço a concordância de diferentes entida-des consoante os espaços internos que está a licenciar. O mais grave é que a legislação é diferente, sendo muitas vezes opostos os

requisitos para espaços idênticos. Este factor legal vem limitando a abertura de espaços licenciados e a proliferação de unidades não licenciadas. É. pois, fundamental, que o Go-verno crie uma lei única de regulamentação para a montagem de unidades de educação, necessariamente exigente, mas que permita aberturas em tempo útil e uma única en-tidade pública responsável, possibilitando terminar com as dores de cabeça infindáveis entre departamentos públicos, para quem pretende abrir um negócio nesta área.

Educação: o futuro de PortugalReside neste sector o factor chave do su-

cesso de Portugal. Cabe ao Governo criar as condições para motivar a abertura de melho-res espaços, mantendo a necessária exigência e aos empreendedores investirem em unidades com máxima qualidade, apostando nas novas tecnologias e inovação no ensino. O franchi-sing, enquanto moderno modelo de desen-volvimento de redes, é sem dúvida a fórmula a seguir para a criação de redes de educação com notoriedade e vantagens competitivas para os seus gestores, professores, educadores e acima de tudo os seus alunos.

JSD elabora plano nacional para fomentar o empreendedorismo

Os jovens social-democratas enten-dem o empreendedorismo como o motor para a alavancagem da

economia em todo o mundo. E Portugal não é excepção. Por isso mesmo, a Juven-tude Social Democrata (JSD) elaborou um programa de orientação estratégica para estimular o empreendedorismo no nosso país.

O grupo partidário en-tende “ser este um instru-mento privilegiado para a inserção profissional, para a criação de empregos e, consequentemente, para a criação de riqueza pelas novas gerações”, lê-se no comunicado de imprensa. A JSD acrescenta: “Na era da globalização e do conhecimento, em que as tecnologias permitem levar um negócio local à escala planetária, a nova revolução do empreen-dedorismo promete, neste novo século, ser o motor da inovação e do crescimento eco-nómico em todo o mundo”. Neste sentido,

Grupo político quer mais centros de incubação e parques tecnológicos

foi criado um plano com várias propostas que devem orientar o futuro desenvolvi-mento empresarial.

O projecto da JSD – “Empreendedo-rismo: Novas Políticas e Novas Práticas” – sugere um conjunto de medidas a aplicar

em variadas áreas. Entre as propostas, a Juventude Social Democrata defende a elaboração de um Plano Nacional de Centros de Incubação e Parques Tec-nológicos. O programa propõe ainda medidas es-pecíficas nas áreas da edu-cação e formação, da ino-vação, dos incentivos e das formas de financiamento. A este nível, a JSD suge-

re o desenvolvimento do capital de risco. O grupo político considera importante a “constituição de fundos de seed capital (capital-semente) ligados às universidades, com vista ao apoio a ideias que se possam materializar em negócios e empresas de su-cesso”.

sexta-feira, 21 Julho de 2006 FRANCHISING E EMPREENDEDORISMO04

“Existe um reduzido número de marcas de franchising a operar neste mercado e certamente esta será uma área de futuro do franchising.”

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Vida Económica - A GesEntrepreneur - Empreendedorismo Sustentável tem ainda uma vocação para a reinserção social, com um programa especial para reclusos.FB - Acreditamos que, nesta era do em-preendimento individual, o empreendedo-rismo pode ser utilizado como um veículo de combate para a integração social. A CGI ao longo dos anos desenvolveu pro-gramas para a reinserção social dos re-clusos, de ex-reclusos, ex-combatentes, miúdos de rua e alunos que desistem da escola precocemente.

A população pertencente a estes grupos de risco apresenta muitas características empreendedoras inatas que, devidamente trabalhadas, podem alterar os comporta-mentos e os padrões morais, permitindo assim uma reinserção social de sucesso. Neste momento, estamos a desenvolver em cinco estabelecimentos prisionais um programapiloto de empreendedorismo para a reinserção social dos reclusos. Com a duração de um ano, permitirá ao recluso passar por uma fase de descoberta das suas próprias características pessoais

EMPREENDEDORISMO PODE AJUDAR NA INTEGRAÇÃO SOCIAL

Vida Económica - A educação em prol do empreende-dorismo é ainda escassa em Portugal. A GesEntrepre-neur foi criada a pensar nessa lacuna?

Francisco Banha - O facto de ser empresário há 20 anos, exercer a actividade de professor universitário nas áreas da Gestão e Estratégia e de estar ligado à criação de um novo ecossistema de empreendedorismo no nosso país permitiu-me constatar que a oferta actual existente ao nível do ensino de empreendedorismo se encontra completamente desajus-tada das reais necessidades do mercado. Qualquer curso que vemos no mercado centra-se no desenvolvimento de compe-tências ao nível do marketing, liderança, finanças ou como fazer um “business plan” para implementar um negócio, em detrimento da exploração das características intrínsecas que se encontram subjacentes a uma atitude empreendedora.

Empreendedorismo, antes de mais, é uma forma de estar na vida. A educação nesta área deverá desmistificar o conceito de empreendedorismo, explicando que todos nós temos algu-mas características empreendedoras e que as podemos utilizar para controlar a nossa vida. Nesse sentido, a aspiração a ser empreendedor, a autoconfiança, a resolução de problemas devem ser trabalhadas para o “bichinho” do “just do it” ficar dentro do formando. E a melhor maneira de formar um em-preendedor é proporcionar-lhe condições para que ele possa fazer as coisas acontecerem. Assim, em vez de tentarmos levar o mundo exterior à sala de aula, levamos os formandos ao mundo exterior, fazendo-os sair da sua zona de confiança.

VE – Daí a associação à canadiana CG International. O objectivo é adoptar-se um método de ensino inovador no nosso país?

FB - O método criado pela CG International tem-se reve-lado vencedor por onde tem sido aplicado, com altas taxas de satisfação do público-alvo. A metodologia desenvolvida pelo Professor Chris Curtis rompe com os paradigmas de ensino vigentes, alterando os tradicionais papéis do profes-sor e aluno.

Ainda hoje, na era do Conhecimento, ensinamos de acor-do com um horário agrícola (de sol a sol) com disposições

industriais (salas de aula dispostas em filas e colunas). O mé-todo de ensino da CG International centra-se no processo e não no conteúdo, sendo a experiência o livro de texto dos alunos. A abordagem “learn by doing” apoia-se na interac-ção constante que permitirá aos alunos compreenderem as atitudes e os comportamentos que lhes vão possibilitar ter maiores possibilidades de sucesso como empreendedores. Desmistificando o empreendedorismo, a filosofia de tra-balho desta consultora canadiana proporcionará aos alunos consciencializarem-se que mais importante que a posse de meios financeiros ou dos activos são a inspiração e o sonho que movem o empreendedor, fazendo-o dar o seu primeiro passo.

VE - Quantos alunos pretendem atingir com esta for-mação?

FB - Os nossos objectivos, nesta fase, foram traçados em termos qualitativos e não em termos quantitativos. Os relatórios de avaliação dos trabalhos já realizados (RS4E - Madeira / Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Marinha Grande e Direcção Geral dos Serviços Prisionais) eviden-ciam altas taxas de satisfação dos formandos, tendo-se mais de 80% sentidoe muito mais empreendedores depois da nossa formação.

Nos programas do ensino secundário, a nossa performan-ce mede-se pela disseminação do espírito empreendedor en-tre os jovens, sendo de constatar a sua constante motivação nas aulas, o sucesso que alcançam nos seus mininegócios.

VE - Defende que “este século será a Era dos Empre-endedores “e ser Empreendedor será, sem dúvida, a melhor “arma” para o desenvolvimento da economia.

FB - Sem dúvida absolutamente nenhuma. Como diz Timmons, o “Empreendedorismo será uma revolução silen-ciosa, que será para o presente século mais importante do que a revolução industrial foi para o século XX”. A revolu-ção do empreendedorismo é baseada na criação e inovação, ou seja, no “software”, nas pessoas. Para tal, é necessário alte-rar a mentalidade dos jovens portugueses (até agora o nosso

sistema de ensino prepara-nos para ir ao teatro, bater palmas na plateia quando a grande oportunidade está em sermos ar-tistas no palco) para que, depois de atingirem o final do seu percurso escolar, possam chegar ao mundo do trabalho com uma atitude empreendedora que lhes permita vencer, quer por conta própria, quer mesmo por conta de outrem.

Recorde-se, aliás, que, hoje em dia, não é o especialista aquele que é o mais bem remunerado nas organizações, mas sim aquele que acrescenta valor à organização ao mesmo tempo que gera negócio. Nesta era em que vivemos, são os pequenos negócios e os indivíduos que colocam a ênfase na auto-confiança que orientarão o crescimento económi-co e que gerarão as novas oportunidades de emprego. Se o objectivo a atingir é o crescimento económico e o desen-volvimento sustentável, então o veículo pode, e deve ser, o empreendedorismo.

VE - A implementação urgente de uma política edu-cacional, nos primeiros anos do ensino, é suficiente para criar uma cultura empreendedora?

FB - A criação urgente de uma política educacional per-mitirá, a médio prazo, a construção de uma cultura empre-endedora nos jovens que facilitará ao país ter uma posição mais competitiva no panorama internacional. Na GesEn-trepreneur defendemos que quanto mais jovem se começar, quando mais negócios se gerirem ao longo do percurso es-colar, maiores serão as probabilidades de estes interiorizarem as características empreendedoras.

Este tipo de educação prepara os jovens não só a terem uma atitude pró-activa, mas a desenvolverem igualmente capacidades interpessoais, sendo complementar a todas as áreas de aprendizagem. Ao oferecer uma compreensão do mundo global que vivemos nos dias de hoje, este tipo de metodologia permite aos jovens aperceberem-se do seu pró-prio potencial e de como o podem aproveitar para construir o seu próprio caminho, ou seja, aprenderem a tomar conta de si próprios.

GABRIELA [email protected]

Francisco Banha, CEO da GesEntrepreneur, o novo projecto de formação, defende

Revolução do empreendedorismo está na inovaçãoe na alteração das mentalidades“A melhor maneira de formar um empreendedor é proporcionar-lhe condições para que ele possa fazer as coisas acontecerem”. É neste modelo que trabalha a GesEntrepreneur, o novo projecto de formação em empreendedorismo do universo da capital de risco GesVenture. Em colaboração com a canadiana CG International, o método baseia-se no “learn by doing”. O objectivo é desmistificar as potencialidades de cada um para o caminho empresarial. “A interacção constante (que) permitirá aos alunos compreenderem as atitudes e os comportamentos que lhes vão possibilitar ter maiores possibilidades de sucesso como empreendedores”, defende o responsável, Francisco Banha, em entrevista ao “Franchising & Empreendedorismo”. A reinserção social é outra das vocações do projecto, através de um programa especial para reclusos.

- e de como elas podem ser muito simi-lares às dos empreendedores de sucesso – quer pela fase de geração de ideias e de definição do ramo de actividade que estes pretendem seguir quando forem in-tegrados em liberdade na comunidade. Posteriormente, irão planear o seu próprio negócio, com a ajuda de tutores, de forma a poderem estar em condições de imple-mentá-lo depois da sua integração na so-ciedade. Sendo a ajuda dos pares uma corrente de aprendizagem muito importante, podemos

“A educação deverá desmistificar o conceito de empreendedorismo, ex-plicando que todos nós temos algumas características empreendedoras e que as podemos utilizar para controlar a nossa vida”, considera Fran-cisco Banha, administrador da GesEntrepreneur.

ter em plena sala de formação ex-reclusos a partilharem a história dos seus negó-cios, motivando aqueles que ainda estão dentro do sistema a mudarem o rumo das suas vidas e tentarem ser igualmente bem sucedidos nos seus negócios.Com este programa, pretendemos atingir uma taxa de reincidência inferior a 10%, sendo a poupança para a sociedade e para o Sistema Prisional evidente, pois, em média, um recluso a cumprir uma pena custa ao Estado mais de 10 mil euros por ano.

FRANCHISING E EMPREENDEDORISMO 05sexta-feira, 21 Julho de 2006

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Hakisushi é mais do que um restaurante de comida japonesa. O novo projecto de restauração é um convite à mistura de culturas distintas e emoções. Baseado na gastronomia do Japão, o conceito vai mais longe, oferecendo pratos mediterrânicos, num esforço de aproximação aos nossos costu-mes alimentares. Mas o projecto tem como objectivo massificar o consumo de comida japonesa, tal como acontece em muitos países europeus e nos Estados Unidos, levando o produto “ao consumi-dor comum”. Depois de uma via-gem ao Oriente, Martim Avillez Oliveira quis aproveitar a lacuna de mercado que existia em Portu-gal. Ou seja, criar um conceito de comida japonesa rápida, acessível a vários segmentos, apresentando uma boa relação qualidade/preço, explicou o empreendedor à “Vida Económica”. A notoriedade da cozinha japonesa e a sua experi-ência no comércio, essencialmen-te com centros comerciais, deter-minaram o projecto.

Franchising, take-away e catering

As conclusões de um estudo de viabilidade económica ditaram o conceito. Em Portugal, existem potenciais consumidores, que só não consomem mais devido aos preços altos, habitualmente pra-ticados por esta gastronomia, e por desconhecerem a oferta. O empresário aproveitou o espaço que ainda existia no mercado e criou um conceito de “fast food” e take-away, essencialmente para existir em centros comerciais. Neste momento, existem dois restaurantes na zona da Grande Lisboa. A intenção é fazer daque-les dois espaços unidades piloto, capazes de testar o conceito. O alargamento da rede está a ser ul-timado. Mas é certo que o fran-chising será o modelo seguido

por Martim Oliveira para expan-dir o conceito e levá-lo às princi-pais cidades nacionais. Além das unidades em centros comerciais, o plano de negócios prevê a aber-tura de restaurantes em grandes parques empresariais, referiu o empreendedor. Actualmente, as duas lojas próprias já trabalham com o sistema de take-away. O serviço de catering (eventos, ca-samentos, festas) e a comerciali-zação para hipermercados e gran-des superfícies será garantida por uma central de produção, capaz de distribuir os produtos Haki-sushi para todo o país, acrescen-tou o responsável.

Os objectivos de Martim Oli-veira vão além-fronteiras. Inter-nacionalizar o conceito Hakisushi está previsto. Como é natural, a expansão para Espanha é a prio-ridade. Seguem-se a Inglaterra, embora o consumo de sushi esteja muito enraizado e a concorrência seja bastante forte. O empresário tem consciência da massificação do consumo de sushi a nível eu-ropeu e internacional, mas a ideia é exportar a imagem forte do con-ceito, que aposta na vivência de sensações. A intenção é marcar a visita do cliente. O próprio nome Hakisushi significa “coragem, garra, força”, explicou. A decora-

Restaurante, take-away, catering, escola e franchising são as áreas do projecto

Hakisushi quer massificar consumo de comida japonesa

ção dos espaços aposta nas cores fortes e num design arrojado, per-mitindo um maior envolvimento entre o cliente, o restaurante e os produtos. Por isso mesmo, existe nos restaurantes uma passadeira rolante, onde se apresentam os pratos ao cliente. O Hakisushi diferencia assim a oferta através das cores dos pratos. O branco, o verde, o azul, o vermelho e o preto ditam o que comer e o que pagar. Os pratos gourmet apre-sentam uma selecção, mais rigo-rosa e consoante a época do ano, dos chefes do Hakisushi.

Escola de cozinha e merchandising

Em fase de preparação está também a futura HakiEscola. Pretende-se ensinar aos mais in-teressados e adeptos os truques da cozinha japonesa, através de workshops e acções de formação nos restaurantes. Além das téc-nicas de cozinha, os chefes ensi-nam ainda a cultura daquele país do Oriente. O Hakisushi criou ainda uma linha de produtos em merchandising, disponíveis nos restaurantes.

GABRIELA [email protected]

Martim Avillez Oliveira quer alargar o consumo de comida japonesa em Portugal.

sexta-feira, 21 Julho de 2006 FRANCHISING E EMPREENDEDORISMO06

Assinar um contrato de franchising em espanhol

Tenho vindo a negociar um franchising para Lisboa directamente com o franchisador, que é uma empresa espanhola, sem qualquer estabelecimento em Portugal. Chegado a acordo com as questões financeiras, enviaram-me uma minuta do contrato de franchising redigido em espanhol e sujeito aos tribunais e leis de Espanha, dando-me um prazo de 21 dias para o ir assinar a Madrid. Se eu só posso explorar o

franchising em Lisboa, este contrato não está, assim, sujeito aos tribunais portugueses? Este contrato tem alguma validade em Portugal?

O devido enquadramento da situação que nos é colocada dependeria não só do nosso conhecimento do conteúdo das cláusulas contratuais mas também da factualidade que rodeou as negociações havidas, pelo que na sua au-sência apenas poderemos abordar a situação intuindo aquilo a que, infelizmente, já se tornaram situações re-correntes.Assim, sem mais, só pelos factos aduzidos, não podemos sustentar a nulidade do dito contrato de franchising ou a sua invalidade em território português. Com efeito, vigo-rando entre os Estados-Membros da CE o princípio geral da liberdade contratual, e entre eles, com excepção da Dinamarca, a sujeição ao Regulamento CE 44/2001 de 22 de Dezembro de 2000, relativo à competência judiciária, ao reconhecimento e à execução de decisões em matéria civil e comercial, por força do seu artigo 23º, uma vez que as partes tenham convencionado o foro, livre e conscien-temente, esse Tribunal terá competência exclusiva. Importaria ainda esclarecer se este contrato remeteria para a arbitragem o dirimir de qualquer litígio entre as partes, o que acarretaria as maiores cautelas na aceita-ção da convenção de arbitragem, em especial quanto ao número de árbitros e às regras do processo.Quanto à questão da lei competente para regular o con-trato de franchising e não o negócio em si, saliente-se, esta sempre será uma matéria controvertida, porém, uma vez exequível demonstrar estarmos perante um contrato de adesão, compulsado o disposto nº 2 do artigo 1º e na alínea g) do artigo 19º do regime jurídico das Cláusulas Contratuais Gerais e o disposto no artigo 38º do regime do Contrato de Agência, com o disposto na “Disposici-ón adicional” da “Ley del Contrato de Agencia”, uma vez que quer a jurisprudência portuguesa quer a espanhola têm sustentadamente aderido à aplicação analógica do regime do Contrato de Agência aos Contratos de Fran-chising.Também não se pode atacar, sem mais, o dito contrato de franchising por este estar redigido em espanhol. Com efeito, importaria averiguar se a dita empresa franchisa-dora é associada da “Asociación Española de Franquicia-dores” e como tal obrigada ao Código de Deontologia Eu-ropeu de Franchising. Assim sendo, ainda que o contrato estivesse redigido em espanhol, como versão vigente, sempre teriam que fornecer ao franchisado uma tradução ajuramentada em português do contrato de franchising.Sendo a empresa franchisadora espanhola, será impres-cindível verificar se esta está devidamente registada no “Registro de Franquiciadores” em Espanha, cujo regime foi recentemente alterado pelo real Decreto 419/2006, de 7 de Abril (BOE nº 100, de 27 de Abril), e como tal se está considerada como franchisador consolidado, ou seja, se é franchisador com mais de quatro unidades, sendo que duas terão de estar franchisadas há mais de dois anos.Sem querermos menosprezar o negócio em causa, toda-via, não podemos deixar de dizer que parece-nos teme-rário avançar para uma negociação com uma empresa estrangeira e no estrangeiro, ainda que o negócio venha a desenvolver, em Portugal, sem o devido patrocínio e cautela jurídica. É certo que, neste caso, estamos a falar do país vizinho, com o franchisador a 600 km de Lisboa, mas a realidade jurídica e legislativa de Espanha, apesar de algumas semelhanças e princípios comuns, tem muito de diferente e não é o mesmo uma empresa portuguesa sustentar os seus direitos em Portugal que os ter que ir arguir para outro país. No caso vertente, os quilómetros parecem negligenciáveis, mas outros casos há que nem a língua nem a distância são negligenciáveis.

CONSULTÓRIO LEGAL

CAVALEIRO MACHADO

V V A AdvogadosAssessor jurídico da [email protected]

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Oferta diferenciada e diversificada de serviços e uma clara aposta nas tecnologias de informação

Finaccount lança marca que ultrapassa conceito tradicional de gabinete de contabilidade

Oferta diferenciada e diversificada de serviços e uma clara aposta nas tecnologias de informação. Esta é a mais-valia que a Finaccount quer introduzir no mercado. Contabilidade, planeamento de remune-rações e processamento de salários, pro-jecção e preparação de impostos, relatórios de apoio à gestão, planos de negócios e análise previsional, assessoria de gestão e consultoria financeira. “Não nos cingimos a apresentar um franchising só na área da contabilidade. É um franchising na conta-bilidade e na consultoria financeira. Alar-gamos o âmbito de actuação, o que per-mite aos franchisados terem um leque de serviços muito mais alargado do que actu-almente existe no mercado”, disse à “Vida Económica” António Azevedo, marketing manager da empresa sedeada em Aveiro.

A marca foi apresentada ao mercado em Maio, na Expofranchise, na FIL, e a recep-tividade, segundo este responsável, ultra-passou largamente as expectativas iniciais. A ideia de franchisar a marca surgiu em 2004 como solução mais viável de entre várias, opções de crescimento. “A partir daí começamos a definir todo o plano de actu-ação. As nossas metodologias de trabalho já existiam mas não estavam preparadas para o modelo de franchising, pelo que tivemos de adaptar tudo para este conceito”. Todo o trabalho de preparação da marca foi feito pela própria empresa, obviamente, como realça António Azevedo, contando com parceiros. “Até porque o nosso modelo tem uma forte aposta na componente tecnológica. Para isso, evi-dentemente que tivemos de fazer algumas parcerias”.

Flexibilização da contabilidadeatravés das novas tecnologias

A flexibilização total da contabilidade através das novas tecnologias, nomeada-mente a disponibilização em plataforma web, é outra aposta deste conceito. “Há ne-cessidades efectivas dos franchisados nestas “Novas Tecnologias”. São pessoas novas, licenciadas, com apetência e que percebem imediatamente as vantagens em trabalhar com estas ferramentas”.

Para este ano, a empresa espera abrir en-tre cinco e sete unidades. “No princípio não sabíamos se este número era alcançável mas agora acreditamos que vai ser relativa-mente fácil. Também convém realçar que não estamos propriamente empenhados em abrir muitas lojas”. Segundo Antó-nio Azevedo, a grande preocupação é, em primeiro lugar, proteger o investimento do cliente. “Queremos que o franchisado perceba claramente qual o conceito do ne-gócio, qual o investimento que vai ter de fazer e qual o retorno que vai ter”.

Para se tornar num franchisado Finac-count o interessado vai ter de contar com o custo do direito de entrada, de dez mil euros. Os royalties são de 5% e a taxa de publicidade centra-se nos 2%. O investi-mento total inicial vai depender das carac-terísticas do próprio espaço, do número de postos de trabalho, etc. Por isso, António Azevedo explica que estas variáveis são

estudadas caso a caso para se poder apre-sentar uma solução viável. “Essa é uma das nossas responsabilidades. Auxiliar o fran-chisado tanto na procura da loja como na decoração, preparação, etc.” O retorno do investimento do franchisado está projec-tado para um ocorrer em cerca de ano e meio.

Grande Lisboa é o mercado mais natural

Em termos de área geográfica, o marke-ting manager assume que Lisboa e Grande Lisboa serão o destino mais natural dos po-tenciais franchisados, apesar de, por exem-plo, a loja piloto estar sediada na Guarda. “A primeira apresentação foi na capital e creio que 35% das entradas jurídicas estão em Lisboa, portanto é natural que o maior número de franchisados se vá centrar nesta zona”.

Para se distinguir da concorrência, Antó-nio Azevedo volta a bater na mesma tecla: diversidade de serviços que estão agrega-dos. “Deixa de existir o conceito tradicio-nal de um gabinete de contabilidade para haver um conceito mais alargado. A conta-bilidade deve ajudar a empresa na gestão. Já passou a fase em que a contabilidade

era apenas a vertente fiscal. Os nossos serviços cobrem quase todas as necessidades da empresa”, explicitou o entrevistado.

Quanto ao receio de os dados de determinada em-presa estarem disponíveis via Internet, António Aze-vedo abona que já não é considerado problema. “A própria banca electrónica veio credibilizar este tipo de

serviços. Hoje, as pessoas sabem que não há porque ter receio. O nível de confiança é alto. Obviamente que por isso mesmo ti-vemos de encontrar parceiros de peso que da mesma forma nos credibilizassem a nos-sa oferta”.

Uma surpresa para António Azevedo foi o facto de os gabinetes de contabilidade já instalados no mercado serem potenciais franchisados deste conceito. “E curiosa-mente são os que vão aderir mais rapida-mente”. Outro target da Finaccount são os profissionais liberais que estão no mer-cado e pretendem alargar o seu leque de competências. Ou então pessoas que estão a trabalhar em empresas e decidem arran-car com um projecto próprio. “Creio que os tradicionais gabinetes de contabilida-de percebem que se mantiverem a actual situação não respondem às necessidades futuras da informação que as empresas co-meçam a ter”.

Para o próximo ano António Azevedo avança que o objectivo é lançar dez novas unidades. “Creio sinceramente que este conceito vem colmatar as carências que os tradicionais gabinetes de contabilida-de têm. Aqui conseguimos responder em tempo real a necessidades de informação. Vamos auxiliar as empresas na procura de respostas. Não somos apenas um téc-nico de contas que faz a contabilidade. Somos um consultor e um parceiro es-tratégico”.

País de Origem ............................................................................ Portugal Direito de Entrada ................................................................10.000 eurosInício Negócio ................................................................................. 2005 Duração Contrato ................................................................................... 6 Unidades .............................................................................................. 2 Royalties ............................................................................................ 5% Taxa de Publicidade ............................................................................ 2%

“Já passou a faseem que a contabilidadeera apenas a vertente fiscal”

FICHA TÉCNICA CONDIÇÕES DO FRANCHISING

ContabilidadeA FinAccount inicia o trabalho de contabilidade pela análise da especificidade dos seus clientes, desenhando posteriormente o modelo de organização administrativa, procedimentos, tratamento e recolha da informação. Com a FinAccount é efectuado o processamento dos documentos da contabilidade, cumpridas as obri-gações legais e fiscais e trabalhada informação de apoio à tomada de decisão. Planeamento de remunerações e processamento de saláriosOs técnicos desenvolvem junto dos seus clientes soluções de remuneração eficiente dos recursos humanos, maximizando a produtividade e a promoção do nível de satisfação dos colaboradores. É desenvolvido o processamento dos salários e a preparação de toda a documentação, com vista ao cumprimento das obrigações sociais e fiscais da empresa cliente.

Projecção e preparação de impostosOs técnicos apoiam os seus clientes no planeamento dos impostos, com base na evolução da actividade, nos resultados mensais e anuais, de forma a facilitar o consequente cumprimento das obrigações fiscais (necessário e vital para a sobrevivência empresarial). As obrigações declarativas são assumidas e cumpridas pelos técnicos FinAccount, a partir da informação contabilística gerada, de forma a obter a máxima eficiência fiscal para os seus clientes, no cumprimento dos normativos legais.

Relatórios de apoio à gestão,A FinAccount produz regularmente para os seus clientes relatórios de apoio à tomada de decisão, assessorada por um consultor financeiro, recorrendo a uma plataforma web de acesso ilimitado, permitindo uma gestão baseada na análise de resultados mensais, análise de margens, controlo de custos e evolução dos proveitos, análise do risco financeiro, capacidade de endividamento, capacidade de autofinanciamento, projecção fiscal e “cash flows”.

Planos de negócios e análise previsionalO controlo de gestão implementado permite uma comparação permanente entre o orçamentado e o executado, identificando as fontes dos desvios e promovendo soluções em tempo oportuno, para o cumprimento dos objectivos e a melhoria dos resultados.

Assessoria de gestãoAssessoria especializada em: enquadramento de apoios comunitários disponíveis para o cliente; projectos de internacionalização; elaboração e controlo de planos de negócio; avaliações de risco do negócio; avaliação e lançamento de marcas; avaliação de empresas e quotas; orçamentação da exploração e da tesouraria; elaboração de estudos de viabilidade económica e financeira; certificações de qualidade, ambiente e HSST; fiscalidade e contencioso fiscal; contratações e despedimentos de pessoal.

Consultoria financeiraA FinAccount executa serviços de aconselhamento financeiro, que se iniciam na análise da origem da necessidade, na procura da modalidade de financiamento mais adequada para o cliente, em termos de custo, prazo de reembolso e garantias exigidas pelas instituições financeiras. O apoio dos consultores FinAccount é também desenvolvido na negociação com as instituições financeiras, simulação das operações de financiamento com recurso a software específico, apoio na escolha da melhor solução de financiamento e no acompanhamento processual necessário até à disponibilização dos financiamentos.

SERVIÇOS DISPONÍVEIS:

FRANCHISING E EMPREENDEDORISMO 07sexta-feira, 21 Julho de 2006

“Não somos apenas um técnico de contas que faz a contabilidade. Somos um consultor e um parceiro estraté-gico”, diz António Azevedo, marketing manager da Finnacount, empresa de Aveiro que em Maio deste ano lançou-se na aventura do franchising.

SUSANA MARVÃ[email protected]

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MRW alarga rede em PortugalNova loja abre no Parque das Nações

A MRW, em-presa de transporte

urgente de peque-nas encomendas, aumentou a rede no mercado por-tuguês. A marca com implementa-ção ibérica acabou de inaugurar mais uma unidade fran-chisada no Parque das Nações. A re-cente loja vem re-forçar a presença da MRW na zona de Lisboa e no mercado nacional. A loja do Parque das Nações junta-se às 71 unidades em franchising que operam em Portugal, bem como às três plataformas operativas e às mais de 150 viaturas.

A opção pela abertura na área da Expo deve-se à “grande visibilidade, oferecida pela localização, boas aces-sibilidades, integração numa zona de franco crescimento”, explica a empre-sa de transporte em comunicado de imprensa. A concentração de grandes e novos pólos comerciais e de empresas da grande Lisboa naquela zona da capital justifica a viabili-

dade económico-fi-nanceira do projec-to. Trata-se de “uma zona de forte poten-cial para uma em-presa de transportes urgentes como a MRW”, acrescenta o mesmo documen-to. Foi este também o argumento que motivou o novo franchisado MRW, Gonçalo Gomes, a investir naquela zona de Lisboa para desenvolver o negó-

cio da MRW.Recorde-se que a empresa é de base espanhola,

onde foi criada, em 1977, com o nome Mensajeros Radio. Passados dez anos, a empresa muda de nome, passando a operar comercialmente como Mensaje-ros Radio Worldwide (MRW). O negó-cio do franchising divide-se por quatro grandes regiões: Andorra, Espanha, Gi-braltar e Portugal. No total, a empresa de transporte conta com 39 plataformas operativas. A frota terrestre é constituí-

da por mais de quatro mil veículos, enquanto a aérea conta com três aviões.

Century 21 aposta na inovaçãoacordos da Century 21. Recorde-se que a empresa e aque-la instituição de ensino criaram a primeira pós-graduação em mediação imobiliária. No âmbito da mesma parceria, foi também criado o Observatório Lusíada do Imobiliário, “um centro de estudos e de investigação pensado para for-necer programas de formação com recolha e tratamento permanentes de informação de mercado”. O acordo com a Oni dá vantagens aos clientes, oferecendo a taxa de ac-tivação e a primeira mensalidade do serviço de telefone e de Internet.

O acordo mais inovador, entende a marca, consiste na associação ao projecto-piloto de geo-referenciação. Tra-ta-se de uma ferramenta que permite aceder “on-line” a todos os imóveis da rede. Além da informação e imagens do imóvel, a plataforma disponibiliza aos profissionais os dados sobre o potencial cliente.

A marca entrou em Portugal no início de 2005. Com origem norte-americana, a Century 21 opera em 40 mer-cados, detendo mais de sete mil agências pela Europa, Ásia, América do Norte e do Sul. Nos Estados Unidos, no Canadá, no Japão e em França, a marca tem uma forte notoriedade, refere a empresa.

Elevus faz parceria com In Formação

A Elevus, empresa de consultoria em recursos humanos, estabeleceu um acordo com a In Formação. A parceria en-tre a marca franchisada e a empresa de formação tem como objectivo “promover acções de formação”, a nível nacional. O curso “Formação Pedagógica de Formadores” vai per-mitir aos participantes o acesso ao Certificado de Aptidão Profissional de Formador (CAP).

O protocolo visa inovar os serviços prestados pela Elevus. Para o director da consultora, Tiago Consciência, a parceria “vem alargar os serviços prestados pela marca de consul-toria em RH”. E acrescenta: “Com este protocolo todos os nossos escritórios poderão desenvolver acções de forma-ção de formadores para os clientes, sejam empresariais ou particulares”. O curso © com duração de 113 horas - tem âmbito nacional, encontrando-se disponível em todos os escritórios Elevus.

Morangos abre academias em Coimbra e na Guarda

A Morangos, rede de aca-demias infantis e creches, abriu recentemente duas

unidades em Coimbra e na Guar-da. Os novos espaços aumentam para 30 as unidades franchisadas que a marca detém no mercado nacional.

As duas recentes academias “são locais especialmente pensados para crianças dos seis aos 12 anos, dotados de uma imagem corpora-tiva muito forte, salas com cores quentes e materiais apropriados cumprindo todas as condições de segurança, ergonomia e bem-estar”, refere em comunicado

a marca de franchising. A Mo-rangos acrescenta que ambas as academias “proporcionam tam-bém os serviços de transporte das crianças, almoço e lanche, pro-gramas de festas de aniversário e de férias”.

Na Guarda, a academia é da responsabilidade da franchisada Cláudia Silva, que decidiu con-cretizar a ideia de ter um negócio próprio. Em Coimbra, o projecto é desenvolvido pela Marisa Fer-reira.

Até ao final do ano, a marca conta atingir as 40 academias es-colares. Os objectivos vão mais

longe, estimando-se que em 2008 a Morangos venha a con-tar com 100 espaços de apoio pedagógico a crianças. A marca surgiu em 2002, com a criação de academias infantis, destinadas ao acompanhamento de crianças entre os seis e os 12 anos. Mais recentemente, no início de 2006, a marca diversificou o seu públi-co-alvo. As crianças dos zero aos três anos passaram a contar com creches e infantários com a assi-natura Morangos.

A nível internacional, a Mo-rangos encontra-se a preparar a expansão da marca. Recorde-se

que a internacionalização da em-presa deverá começar pelos Países Africanos de Língua Oficial Por-

Empresa atinge as 72 unidades franchisadas

sexta-feira, 21 Julho de 2006 FRANCHISING E EMPREENDEDORISMO08

A Century 21, mediadora imobiliária que actua atra-vés do franchising, tem vindo a estabelecer várias parcerias no sentido de apresentar uma oferta ino-

vadora ao mercado. O objectivo é “proporcionar as melho-res condições aos seus clientes ou aos franquiados”, refere a empresa em comunicado.

A parceria com a Universidade Lusíada deu início aos

tuguesa (PALOP). A exportação da franquia deve começar por Angola e Moçambique.

Susana Nobre e Alexandrina Augusto

Quais os pré-requisitos para me tornar franchisador?

Se é verdade que o franchising fará mais sentido nuns sectores do que noutros, também é um facto que, pelo menos à partida, prati-camente todos os negócios poderão ser franchisáveis. Basta, para isso, que reú-nam um conjunto de pré- -requisitos fundamentais:- Deter um conceito de ne-gócio com sucesso e não apenas bons produtos;- Ter identificado a “fórmula de sucesso” do seu concei-to e testá-la de preferência durante algum tempo;

- Tratar-se de um negócio rentável, não nas intenções e desejos do empresário, mas na evidência dos seus nú-meros;- Ter uma marca e nome de estabelecimento (caso exista) devidamente registados;- Deter um saber fazer (“know-how”) simultaneamente:- Secreto – que não seja do conhecimento geral ou de fácil acesso;- Substancial – que confira uma vantagem económica concorrencial;O segredo do negócio deve poder ser ensinado a tercei-ros.

CONSULTÓRIO

JOSÉ VIEIRA LOPESManaging Director da Team Vision

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IRS E IRC

Fiscalidade230 milhõesTotal de reembolsos de IRS pagos pelo Ministério das

Finanças

AGENDA FISCAL

JULHOAté ao dia 20

• IRC - Imposto sobre o rendimento das pes-soas colectivas- Entrega das importâncias retidas no mês de Junho sobre os rendimentos sujeitos a re-tenção na fonte de IRC (art. 75º do CIRC).

• IRS - Imposto sobre o rendimento das pes-soas singulares- Entrega, pelas entidades obrigadas a efectu-ar retenção, do imposto deduzido em Junho pela aplicação das taxas liberatórias previstas no art. 71º do CIRS (art. 98º, nº 3 do CIRS).- Entrega, pelas entidades que disponham ou devam dispor de contabilidade organiza-da, das importâncias deduzidas em Junho sobre rendimentos de capitais e prediais e rendimentos de propriedade intelectual ou industrial e prestações de serviços (Catego-ria B), (arts. 98º, nº 3, e 101º do CIRS).- Entrega do imposto deduzido em Junho sobre os rendimentos do trabalho depen-dente e de pensões, com excepção das de alimentos (arts. 98º, nº 3, e 99º do CIRS).• Imposto de Selo- Entrega, por meio de guia, nas tesourarias da Fazenda Pública, do imposto cobrado

em Junho, pelas entidades a quem incum-be essa obrigação.

Até ao dia 31

• IRS – IRC - Entrega da Declaração Modelo 30 via In-ternet, à DGCI, pelos devedores de rendi-mentos a não residentes.

• IRC - Imposto sobre o rendimento das pes-soas colectivas- 1º pagamento por conta do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas (IRC) de-vido por entidades residentes que exercem, a título principal, actividade de natureza co-mercial, industrial ou agrícola e por não resi-dentes com estabelecimento estável.

• IRS - Imposto sobre o rendimento das pes-soas singulares- Entrega da Declaração Modelo 31 via Internet, à DGCI, pelas entidades devedo-ras dos rendimentos isentos, dispensados de retenção ou sujeitos a taxa reduzida. - Entrega da Declaração Modelo 33 via In-ternet pelas Entidades registadoras ou de-positárias de valores mobiliários.

AGOSTOAté ao dia 10

• IVA - Imposto sobre o valor acrescentado- Periodicidade Mensal – Envio obrigató-rio via Internet da declaração periódica relativa às operações realizadas no mês de Junho. O pagamento pode ser efec-tuado através das caixas automáticas Multibanco, nas Tesourarias de Finanças informatizadas e nos balcões dos CTT. O pagamento pode ainda ser efectuado via

Internet. Conjuntamente com a declara-ção periódica deve ser enviado o Anexo Recapitulativo, referente às transmissões intracomunitárias isentas, efectuadas no mês de Junho.

• IRS - Imposto sobre o rendimento das pes-soas singularesOs notários, conservadores, secretários ju-diciais e secretários técnicos de justiça de-vem entregar à Direcção-Geral dos Impostos a relação dos actos praticados no mês an-terior susceptíveis de produzir rendimentos sujeitos a IRS (art. 123º do CIRS).

Pagamento em prestaçõesFoi aprovada em Conselho de Ministros a alteração ao Regulamento de Cobrança e Re-embolsos do IRS e do IRC, permitindo o pagamento do imposto em prestações.O novo diploma, com a alteração a produzir no regulamento, vem possibilitar o paga-mento em prestações de dívidas de impostos sobre o rendimento das pessoas singulares (IRS) e das pessoas colectivas (IRC) de valor inferior, respectivamente, a 2500 euros e 5000 euros, com isenção de prestação de garantia.Prevê-se ainda que a administração fiscal disponibilize, em ambiente Web, as condições para que o processo associado a estes pagamentos tenha uma forte componente electró-nica com o objectivo de simplificação dos procedimentos administrativos associados a este regime de pagamento em prestações. Assim, poderão ser enviados por transmissão electrónica não apenas todos os pedidos de pagamento em prestações como também a generalidade dos actos a praticar pelos sujeitos passivos nas situações em que se venha a verificar a dispensa de garantia.

PRÁTICA FISCAL

Informação elaborada pela APOTEC -Associação Portuguesa de Técnicos de

[email protected]

Janela Única Portuária simplifica procedimentos administrativos e fiscais

A Direcção-Geral das Alfândegas e dos Impostos Especiais sobre o Consumo e as administrações dos portos de Sines, Lis-boa, Douro e Leixões assinaram recente-mente um protocolo. O objectivo deste documento, intitulado de Janela Única Portuária, é o de permitir o envio electró-nico do manifesto de mer-cadorias transportadas por via marítima para as várias entidades envolvidas.

Isto irá acontecer aquan-do da entrada e saída do território nacional. Por ou-tras palavras, basta inserir a informação uma única vez e esta fica disponíveis para os vários agentes. Imagine só a quantidade de tempo que esta medida vai pou-par.

Só para se ter uma ideia, João José Ama-ral Tomaz, secretário de Estado dos Assun-tos Fiscais, afirmou que, no ano passado, do ponto de vista aduaneiro, 99% das

Mudança de regime do IVA de trimestral para mensal por ter excedido o limite do volume de negóciosUma empresa em regime de IVA trimes-tral, cujo valor de facturação, no ano de 2005, ultrapassou 498.797,89J pas-sará a regime de IVA mensal. É neces-sário fazer alguma Declaração de Alte-rações nas Finanças? Ou a passagem de regime é automática?

Resposta do Assessor FiscalA empresa estava enquadrada no regi-me trimestral do IVA, uma vez que o seu volume de negócios era inferior a 498 797, 89 J. Em 2005 ultrapassou esse limite e passou a ter condições de enquadramento no regime mensal. Não

se tratando de uma situação de opção pela mudança de regime (nº 3 do artigo 40º do CIVA), a mudança de periodici-dade no envio da declaração periódica, neste caso, só se verifica por iniciativa dos Serviços de Administração do IVA, que para o efeito, notificará a empre-sa da data a partir da qual a referida mudança de periodicidade produzirá efeitos, de acordo com o nº 8 do artigo 40º do CIVA.

Mudança de periodicidade no envio da declaração periódica só se verifica por iniciativa dos Serviços de Administração do IVA

Se no século XIV a posição geográfica de Portugal foi uma vantagem para o grande acontecimento dos Descobrimentos, o certo é que nos dias de hoje esta é encarada como uma desvantagem face ao resto da Europa. Com a criação da Janela Única Portuária, o Governo pretende alterar esta visão, já que os processos administrativos e fiscais ficam simplificados, tornando o sector dos transportes marítimos mais competitivo. Aliás, esta preocupação consta nas Linhas de Acção, referentes a 2006, do Ministério das Finanças e da Administração Pública.

13,3%Défice do subsector Estado

agrava-se no primeiro semestre

sexta-feira, 21 Julho de 2006 35

mercadorias importadas em Portugal che-garam por via marítima. Foram cerca de 15 mil navios, o que, em termos de pro-cesso administrativo, correspondeu a cerca de 15 formulários e 11 páginas de papel por navio. Feitas as contas são mais de 1,5 milhões de páginas que o novo sistema pre-

tende eliminar.

Criação do despacho electrónico marítimo

Mas a vantagem não está na diminuição do papel. Esta até nem é a mais im-portante. O que verdadeira-mente conta é a poupança de tempo na entrada e sa-ídas de mercadorias, com os conseqüentes ganhos

financeiros. Por outras palavras, anteci-pam-se prazos, eliminam-se redundâncias, evitam-se deslocações, elimina-se papel, simplificam-se procedimentos e aumenta-se a transparência dos processos.

Por outro lado, este sistema cria as con-dições exigidas para a criação do despacho electrónico marítimo. Esta é a opinião de Ana Paula Vitorino, Secretária de Estado dos Transportes, que acrescenta que “a fi-losofia da Janela Única Portuária é uma medida de maior importância para a com-petitividade do sector, razão pela qual foi considerada uma das 30 medidas de desta-que do Simplex”. Mais ainda, permite um ganho estimado em 12% na atractividade do transporte marítimo por efeito da eficá-cia e fiabilidade dos processos portuários.

Oportunidade de crescimento

Simplificando, o objectivo é permitir que a posição periférica de Portugal na Eu-ropa deixe de ser uma desvantagem e possa tornar-se numa oportunidade de cresci-mento. “Queremos concretizar uma visão global das cadeias logísticas, permitindo-nos, efectivamente, tirar partido da nossa centralidade euro-atlântica, dada a posição de charneira de Portugal entre as duas au-toestradas do Mar do Norte (Báltico e Eu-ropa Ocidental) e as duas da Sul da Europa (Sudeste e Sudoeste da Europa)”, refere a Secretária de Estado dos Transportes. E to-das as acções levadas a cabo pelo Governo têm a mesma ambição: transformar Por-tugal numa plataforma atlântica para os movimentos internacionais no mercado ibérico e europeu. Porque “somos o cen-tro do Atlântico e não apenas a periferia da Europa”.

ALEXANDRA [email protected]

99% das mercadorias importadas em Portugal chegaram por via marítima.

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Passagem de procuraçãoirrevogável não é relevante para efeitos de isenção

“A” vai outorgar uma procuração irre-vogável com “B” sobre um bem imóvel, considerando-se existir transmissão onerosa para efeitos do n.º 1 do art. 2.º do CIMT, de acordo com a alínea c) do n.º 3 do mesmo artigo.“B” foi constituída em 2006 e, embora o seu objecto social contemple a com-pra e venda de imóveis e a revenda dos adquiridos para esse fim, vai liquidar o competente Impos-to Municipal sobre a Transmissão Onerosa de Imóveis, dado ser a primeira transacção. Contudo, “B” não pre-tende celebrar a escri-tura de aquisição, o que levanta algumas questões. “B”, ao revender o imóvel (através da procuração irrevogá-vel) sem ser nova-mente para revenda, no prazo de três anos, terá direito a pedir a anulação e devolu-ção do IMT, nos termos do n.º 4 do art. 7.º do CIMT?A referida aquisição e/ou revenda do imóvel (através da procuração irrevo-gável) relevará como exercício da acti-vidade de comprador de prédios para revenda, para os fins de solicitar uma certidão no serviço de finanças compe-tente, em que conste que no ano ante-rior foi adquirido para revenda ou reven-dido algum prédio antes comprado para esse fim?

A passagem de uma procuração irrevogá-vel constitui, por si só, um facto tributável para efeitos de IMT (art. 2.º, n.º 3, alínea c)), por o legislador ter considerado que,

através dela, se opera uma transmissão fis-cal a título oneroso.

Todavia, a esta transmissão, ficcionada para efeitos de incidência, não aproveita qualquer isenção ou redução de taxa (alí-nea f ) do art. 4.º do CIMT).

No que se refere concretamente às ques-tões colocadas, diremos o seguinte:

- Quando “B” passar a alguém (“C”) uma procuração irrevogável, não está a

efectuar a revenda do quer que seja, para efei-tos da isenção estabe-lecida no art. 7.º, até porque, quando passa a procuração, “B” não sabe se “C” vai fazer o negócio consigo próprio ou com terceiros.

- Também, para efei-tos da isenção conferida pelo art. 7.º, ninguém adquire o que quer que seja através duma pro-curação irrevogável.

- Como se sabe, um dos requisitos exigidos para que à opera-ção possa aproveitar a isenção do art. 7.º do CIMT consiste na menção, no título aquisitivo, de que o imóvel que está a ser adquirido se destina a revenda, menção esta que não consta nem pode constar da procuração irrevogável.

Conclui-se, pois, que a passagem duma procuração irrevogável, embora constitua um facto tributável para efeitos de sujeição a IMT, não é facto relevante para efeitos da consideração de qualquer isenção, de-signadamente, a conferida pelo art. 7.º do CIMT às aquisições de prédios para reven-da.

Informação elaborada pela Câmara dos Técnicos Oficiais de Contas (CTOC)

Contas & Impostos

Quando se passa uma procuração irrevogável, não se está a efectuar a revenda do que quer que seja para efeitos de isen-ção, até porque, quando se passa a mesma, não se sabe se ha-verá lugar a negócio, eventualmente, com terceiros.

Continuamos a insistir, queremos que os futuros Técnicos Oficiais de Contas se sin-tam habilitados para responder eficazmente às exigências técnicas que esta profissão exi-ge. Contudo, não basta ser um bom técnico. para se ser um profissional de excelência. Para que tal suceda há-de reger a sua conduta por elevados padrões ético-deontológicos. Por isso, o estágio profissional deve ser exigente com o patrono e com o estagiário, porque é aí que estas duas vertentes devem ser aborda-das numa lógica essencialmente prática. Daí a importância de explanar o que deve ser esse estágio para que as partes compreendam o que delas se espera.

Cumprindo uma imposição estatutária, desde 1 de Abril de 2003, a inscrição na CTOC supõe a frequência, com aproveita-mento, de estágio profissional ou curricular. O estágio curricular está incluído nos pro-gramas de alguns cursos que permitem a inscrição como Técnico Oficial de Contas. Todos os outros que não disponham dessa disciplina curricular têm obrigatoriamente de frequentar um estágio profissional, salvo as dispensas previstas no Regulamento de Estágio.

Sendo o estágio profissional a actividade que se destina a preparar o ingresso no exer-cício da profissão, através da aprendizagem e da prática progressiva, das regras estatutá-rias/deontológicas, para que possa ser bem sucedido e digno desse nome, há duas peças importantes: o patrono e o estagiário. A am-bos se exige rigor, empenho, disponibilidade e, quanto ao primeiro, ainda, as imprescin-díveis condições materiais. As partes devem estar em sintonia quanto aos objectivos a atingir, pois basta que uma delas não esteja a cumprir o seu papel para que o estágio não atinja os objectivos delineados e ser o bastan-te para a Comissão de Inscrição o considerar sem aproveitamento.

Por isso, no momento de aceitar ser pa-trono, o TOC deve ponderar seriamente se tem a capacidade suficiente para orientar um estágio, avaliar a aptidão profissional e a idoneidade ética/deontológica e se dispõe dos meios materiais adequados ao normal desenvolvimento do estágio. Efectivamente, para que a componente prática do estágio possa ser concretizada, o patrono deve pos-suir uma carteira de clientes aceitável que possa proporcionar a vivência da profissão

e, naturalmente, pressupõe que tenha co-municado à CTOC, no âmbito do art. 10º do ECTOC, os clientes com os quais está identificado. Pois há que dar o exemplo no cumprimento das normas que regem a pro-fissão.

Deste modo, quem exerce as funções em “part-time” ou em casa não terá as condições normais para proporcionar um estágio com qualidade. É que não basta boa vontade, a vontade de ajudar, é um pouco mais sério do que isso, há que ter um escritório, equi-pamento informático e a disponibilidade de tempo para assumir essa digna missão que é transmitir conhecimentos àqueles que um dia irão assumir dar continuidade à profissão.

O primeiro requisito que deve estar pre-enchido para se ser patrono é ter cinco anos de inscrição na CTOC. O ideal seria que, igualmente, há cinco anos, exercesse as fun-ções a tempo inteiro, condição essencial para garantir a adequada experiência profissional de alguém que se propõe transmitir conhe-cimentos.

O segundo requisito, que não lhe tenha sido aplicada pena disciplinar mais grave que a advertência. Estes são os requisitos verificá-

veis pela CTOC, os outros requisitos devem ser avaliados pelo futuro candidato a patro-no. Dispõe dos meios técnicos, materiais e humanos que lhe permitam orientar e pro-porcionar um adequado estágio profissional? Se a resposta for positiva e a isso acrescer uma amplitude de trabalho suficiente para proporcionar a vivência da profissão, então deve ser patrono. Tarefa digna e sem dúvida meritória, não isenta de dificuldades e que por isso mesmo deve ser valorizada.

Por último, importa frisar a importância de proporcionar um estágio contínuo e inin-terrupto, pois só assim o patrono poderá, com segurança, apreciar e averiguar a assi-duidade, o trabalho, a moralidade e as apti-dões profissionais do estagiário.

O estágio profissional visa a dignificação da actividade do Técnico Oficial de Contas, como tal, exige-se aos estagiários e ao patro-no níveis elevados de competência profissio-nal e a promoção dos deveres deontológicos no exercício da profissão. Só assim se con-seguirá que o estágio contribua para uma melhor formação do futuro Técnico Oficial de Contas e, consequentemente, da dignifi-cação da profissão.

A importância do estágio profissional da CTOCFILOMENA TIAGOJurista da CTOC

Recuperação de um imóvel pode ficar sujeita a tributação reduzida

Uma empreitada de reparação e conser-vação de um prédio, facturada a um con-domínio, e no qual o imóvel está cerca de 10% afecto ao comércio e os restantes 90% à habitação, pode-se enquadrar na verba 2.24 da Lista I, ou fica excluída, por ter algum comércio?

De acordo com o disposto na verba 2.24 da Lista I anexa ao CIVA (em vigor desde 1 de Julho de 2000 a 31 de Dezembro de 2003 e, posteriormente, por força do n.º 6 do art. 30.º da Lei 55-B/2004, de 30 de Dezembro – Orçamento de Estado para 2005 – a partir de 1 de Janeiro de 2005), é aplicável a taxa reduzida de 5% às seguintes prestações de serviços:

“Empreitadas de beneficiação, remodela-ção, renovação, restauro, reparação ou conser-vação de imóveis ou partes autónomas destes afectos à habitação, com excepção dos traba-lhos de limpeza, de manutenção dos espaços verdes e das empreitadas sobre bens imóveis que abranjam a totalidade ou uma parte dos elementos constitutivos de piscinas, saunas, campos de ténis, golfe ou minigolfe ou insta-lações similares. A taxa reduzida não abrange os materiais incorporados, salvo se o respecti-vo valor não exceder 20% do valor global da prestação de serviços.”

Conforme foi esclarecido através do pon-to 2 do Ofício-Circulado n.º 30 025, de 2000.08.07, desta Direcção de Serviços, a verba engloba unicamente os serviços efec-tuados em imóvel ou parte de imóvel que, não estando licenciado para outros fins, esteja afecto à habitação, considerando-se imóvel ou parte de imóvel afecto à habitação o que esteja a ser utilizado como tal no início das obras e que, após a execução das mesmas, continue a ser efectivamente utilizado como residência particular.

Deste modo, estão claramente afastadas do

mencionado normativo as empreitadas sobre bens imóveis utilizados para o exercício de qualquer actividade profissional, comercial, industrial ou administrativa conforme escla-rece, aliás, o ponto 4 do mesmo Ofício-Cir-culado.

Caso a “reparação” em causa constitua ob-jecto de um contrato de empreitada respei-tante a imóvel afecto à habitação, a parte da empreitada respeitante à área de habitação poderá beneficiar da aplicação da taxa redu-zida de liquidação em IVA ao abrigo da verba 2.24 da Lista I anexa ao CIVA, desde que o empreiteiro proceda na respectiva facturação à inequívoca discriminação dos trabalhos res-peitantes à referida “área” (90%) e desde que se encontrem reunidos os restantes requisitos deste normativo.

No entanto e relativamente à facturação no âmbito das empreitadas abrangidas pela men-cionada verba 2.24, foi esclarecido, através do ponto 6 do supra mencionado Ofício-Cir-culado n.º 30 025, que, na eventualidade de os materiais aplicados na referida empreitada (reporto-me, obviamente, à facturação respei-tante à parte habitacional) representarem mais de 20% do valor global da mesma – como ocorre na situação que nos apresenta –, o em-preiteiro deverá ter em conta o seguinte:

a) Se na facturação emitida forem autono-mizados os valores do serviço prestado e dos materiais, deve-se aplicar a taxa reduzida de 5% aos serviços prestados (por exemplo, mão--de-obra) e a taxa de 17% (actualmente 21%) às transmissões de bens efectuadas (v.g. mate-riais);

b) Se a factura for emitida pelo preço glo-bal da empreitada, não tem aplicação a verba 2.24, devendo o seu valor ser tributado glo-balmente à taxa normal de 17% (actualmente 21%).

Informação elaborada pela Câmara dos Técnicos Oficiais de Contas (CTOC)

Se a reparação constituir objecto de um contrato de empreita-da, respeitante a imóvel afecto a habitação, a parte da emprei-tada relativa à área de habitação poderá beneficiar da aplicação de taxa reduzida de liquidação em sede de IVA. Isto desde que o empreiteiro proceda, na facturação, à discriminação dos tra-balhos respeitantes à referida “área” e desde que estejam reu-nidos os restantes normativos.

Legislador considera que, mediante a passagem irrevogável, se opera uma transmissão fiscal a título oneroso.

sexta-feira, 21 Julho de 2006FISCALIDADE36

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Continente investe 3,5 milhões em campanha publicitária

O Continente e o “Super-Homem: o Re-gresso” uniram-se na criação de uma campa-nha inédita em Portugal. “Hiper Desconto Continente” é o nome da campanha que vem reforçar o compromisso do Continente em inovar constantemente nas promoções mais surpreendentes do mercado. Ao todo são 500 produtos com 75% de desconto em Talão Continente.

Até 31 de Julho, na compra de qualquer um dos 500 produtos em promoção o cliente recebe dois talões: um no valor de 50% do preço do produto adquirido para desconto em compras no Continente durante o mês de Agosto, o outro no valor de 25% para des-conto em Setembro. Desenvolvida pela Euro RSCG, a nova campanha de publicidade do Continente representa um investimento de 3,5 milhões de euros.

Mais novos ensinam a separar resíduos

A Sociedade Ponto Verde volta a apostar nos mais novos para passar a mensagem da separação dos resíduos. São eles que, em cada programa “Ponto Verde”, a ser exibido na TVI diariamente, ensinam os portugueses a separar as suas embalagens usadas correctamente e a depositá-las nos ecopontos.

Em cada programa, durante cinco mi-nutos, num registo informal e descontra-ído, três crianças e um convidado VIP vão abordar um tema relacionado com a sepa-ração e reciclagem de embalagens, visionar algumas imagens sobre esse tema e ouvir o que os portugueses têm a dizer sobre o assunto.

Ecopontos, centros de triagem, aterros sanitários, papel, vidro, plástico, madeira e metal são alguns dos temas abordados no novo programa de televisão da Sociedade Ponto Verde. O “Ponto Verde – Separar

Vai Colar” pretende assim ser um progra-ma abrangente, lúdico e didáctico simulta-neamente.

Além da reportagem e de espaços “Vox Pop”, o programa apresenta conteúdos so-bre a mais recente campanha da Sociedade Ponto Verde, “Separar Vai Colar”. Uma ini-ciativa que tem como objectivo estimular a participação dos portugueses na separação e deposição de embalagens usadas nos eco-pontos e, simultaneamente, demonstrar a eficácia do Sistema Ponto Verde.

No total serão 52 programas, cheios de ritmo e onde a espontaneidade dos mais pequenos promete conquistar todos para a causa da reciclagem de embalagens usadas. Os programas são transmitidos durante as manhãs e também depois do Jornal Nacio-nal. No “prime-time” os programas têm a duração de três minutos e apresentam um resumo do programa da manhã.

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Cristina Ferreira, responsável Marketing Cimpomóvel, Suzuki

Aposta na mediatização

e reposicionamentoA gama de modelos Suzuki, em Por-

tugal, tem sido alvo de um reposicio-namento a nível de preços e versões de equipamentos, de modo a tornar dos diversos modelos mais competitivos. Modelos como o Suzuki Ignis “Be Cool” e o Suzuki Jimny passaram a estar dis-ponível em diversas versões e com di-ferentes níveis de equipamento.

Para a marca, 2005 ficou marcado pela apresentação de uma campanha direccionada aos jovens condutores, com menos de um ano de carta. A campanha “Meu Amigo Suzuki” ofere-ceu 500 euros na aquisição de qual-quer versão das gamas Wagon R+ e Ig-nis, uma estratégia que visava angariar uma fasquia de clientes com potencial crescimento.

O jogador Cristiano Ronaldo foi o protagonista de uma campanha mun-dial que deu a conhecer o novo mo-delo Swift. A marca apostou também numa estratégia de mediatização com o objectivo de reforçar a sua imagem jovem e irreverente, patrocinando o 10º aniversário do programa “Contra Informação”.

sexta-feira, 21 Julho de 2006 37MARKETING, MARCAS E PUBLICIDADE

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Jorge Quelho, administrador, explica objectivos e estratégia da empresa

Infos ruma a Lisboa Muitas empresas vêem hoje as TI como uma ferramenta imprescindível para o sucesso do seu negócio e têm uma percepção muito forte do valor da informação, de quão importante ela é para poder tomar decisões e a vantagem competitiva que pode trazer ao negócio. Jorge Quelho, administrador da Infos, empresa de tecnologias de informação de gestão, assume que os clientes actualmente esperam que o investimento nas TI tenha um rápido retorno. Por isso mesmo, e para promover a proximidade e qualidade de apoio ao cliente, esta empresa nortenha abriu escritórios em Lisboa. A perseverança na execução rigorosa dos compromissos assumidos é uma das linhas mestras da Infos.

Vida Económica – Qual é o posiciona-mento da Infos no mercado das tecno-logias da informação?

Jorge Quelho – A Infos, desde a sua fun-dação, em Janeiro de 1990, posiciona-se claramente no mercado como uma empre-sa de tecnologias de informação de gestão. Elegemos como linhas mestras da nossa política o cumprimento sistemático dos requisitos dos sistemas de gestão que de-senvolvemos, melhorando continuamente a sua eficácia e aplicando as tecnologias disponíveis; o fomento da especialização e o desenvolvimento de competências de elevado nível, em sectores de actividade seleccionados; a perseverança na execução rigorosa dos compromissos assumidos, apoiada por metodologia própria, desen-volvida pela Infos. Esforçamo-nos por pro-mover o envolvimento, desenvolvimento e comprometimento dos nossos mais de 70 colaboradores com a Infos e com os seus clientes, proporcionando-lhes condições que os realizem profissionalmente. Temos assim conseguido manter equipas está-veis, profundas conhecedoras das diferen-tes áreas de negócio que abordamos, que entendem e dão resposta às necessidades dos clientes, criando com eles a necessária e sadia cumplicidade para o sucesso dos projectos. A certificação do Sistema de Qualidade ISO 9001:2000 veio também contribuir, sem dúvida, para consolidar as práticas de uma gestão rigorosa e criteriosa que desde sempre nos nortearam.

VE – O objectivo é manter o peso re-lativo das diferentes áreas de activida-de?

JC – Actualmente, a Infos centra a sua actividade, com soluções próprias, em quatro grandes áreas verticais: ITV - In-dústria Têxtil e Vestuário, Distribuição, Indústria Ligeira e Projectos e Soluções, que são transversalmente apoiadas, com

soluções de Business Intelligence, CRM, entre outras, e por uma forte capacidade de desenvolvimento. O equilíbrio é im-portante, embora não fundamental. O que é indispensável é estarmos muito atentos aos sinais do mercado, antecipando reajus-tes de estratégia, ou reforçando o enfoque em áreas que mostrem maior dinamismo. Hoje em dia, a flexibilidade e a capacidade de adaptação ao mercado são fundamen-tais. Por outro lado, uma das apostas da Infos, estando atenta às necessidades dos mercados que cobre, é alargar a sua ofer-ta através do estabelecimento de parcerias para soluções específicas que complemen-tem e integrem as nossas soluções.

VE – Que factores determinaram a especialização no sector têxtil?

JC – Fizemos uma clara aposta no sec-tor têxtil desde a fundação. Quase por ra-zões históricas. Os sócios fundadores, nas suas anteriores funções, vinham estando envolvidos na implementação de soluções em empresas sólidas e de nomeada, tendo ganho plena consciência que as “soluções standard” não davam resposta às exigen-tes e específicas necessidades do sector. Apesar dos “profetas da desgraça” que ciclicamente anunciam o seu fim, fomos apostando, com serenidade e as devidas cautelas, na construção colaborativa e im-plementação de soluções verticais, o que nos proporcionou uma grande especiali-zação nas diferentes vertentes da indústria têxtil e de vestuário e nos conduziu a atin-gir uma clara liderança de mercado. Neste momento, 25% das maiores empresas do sector usam soluções Infos. Estamos aten-tos à evolução das necessidades do sector (que vão muito além da mera componen-te industrial) e que passam por soluções na área da distribuição e da mobilidade, por exemplo. Criámos núcleos de compe-tência, envolvendo clientes seleccionados,

Infos. Mas o nosso objectivo para Lisboa não se resume apenas ao apoio da base ins-talada. Pretendemos que esta unidade te-nha autonomia e capacidade de desenvol-vimento de novos produtos e serviços, que poderão ser comercializados por qualquer das empresas do grupo. Foi nesse sentido que constituímos uma equipa guiada pe-los mesmos valores e competências, mas ao mesmo tempo com valências complemen-tares às nossas. Estamos convictos do su-cesso desta nova unidade e no contributo da mesma para um aumento do volume de negócios, bem como para uma extensão da nossa oferta aos nossos clientes. Um desses exemplos é a facturação electrónica. Pelas razões já referidas, é também nosso objec-tivo entrar em novos sectores de mercado historicamente mais representativos em Lisboa do que no Porto. Para isso conta-remos com a nossa representada Progress, que possui soluções de elevada qualidade e reconhecimento mundial na área da banca e seguros.

VE – O que pensa sobre a forma como as empresas gerem os seus investimen-tos em tecnologias da informação?

JC – Penso que esses investimentos são feitos com muito mais cuidado, a todos os níveis. Muitas empresas, felizmente, vêem hoje as TI como uma ferramenta impres-cindível para o sucesso do seu negócio e têm uma percepção muito forte do valor da informação, de quão importante ela é para poder tomar decisões e a vantagem competitiva que ela pode trazer ao negó-cio. Sabem, e esperam, que o investimento nas TI tem que ter o seu retorno rápido. Hoje em dia, todas as empresas tiveram boas e, infelizmente, más experiências, vi-vidas em “n” implementações e, por isso, os cuidados (às vezes resultantes da des-confiança) são redobrados.

JOÃO LUÍS DE SOUSA

que funcionam como grupos de reflexão conjunta, avaliando necessidades e prio-ridades, traduzidas depois em funcionali-dades acrescidas das nossas soluções para optimização do negócio e que proporcio-nam um aumento de produtividade e um ganho de competitividade nos clientes.

VE - A empresa pretende reforçar a especialização na oferta de soluções ou poderá optar por produtos mais gene-ralistas?

JC – A opção é reforçar claramente a oferta de soluções especializadas em áreas específicas que saiam fora do nosso âmbi-to, não na óptica de implementações des-garradas que proliferam no mercado, mas antes na clara perspectiva de uma harmo-niosa integração nas nossas soluções. Por isso, temos definida uma política clara de parcerias que passa, desde logo, por uma exigente selecção e avaliação do desem-penho da solução e do seu alcance, bem como da idoneidade de quem a fornece e da sua capacidade de partilhar e entender o nosso posicionamento e aquilo a que po-demos chamar a “cultura Infos”.

VE – Quais são os objectivos da aber-tura de um novo escritório em Lisboa?

JC – A Infos é uma empresa com ex-pressão a nível nacional. Os clientes mais distantes da nossa sede eram acompanha-dos quer através de parcerias locais, quer directamente pela Infos, com enormes custos e esforços das equipas. Contudo, a dificuldade de controlo do serviço prestado por parceiros, bem como a distância física levaram-nos a considerar abrir um escritó-rio em Lisboa, onde pudéssemos garantir os mesmos padrões de qualidade e méto-dos de trabalho que temos na região Norte. O escritório em Lisboa ficará responsável pelo acompanhamento dos clientes a sul de Leiria, em todas a oferta já existente da

Jorge Quelho, administrador, elege a perseverança na execução rigorosa dos compromissos assumidos como uma das linhas mestras da Infos.

sexta-feira, 21 Julho de 200638

InformáticaSAS e Google colocam tecnologia de busca

ao serviço do BI

Bull compra HRBC, empresa

especializada em serviços de TI para a área dos RH

MEIO AMBIENTE

Serviço SOS 24 Horas - Inundações e Limpezas ( a nível nacional)Atendimento Permanente - 918 322 907

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IDC prevê crescimento de software“open source” na administração pública

PUB

A utilização de software “open source” vai crescer de forma acelerada dentro

da Administração Pública, prevê a IDC. A consultora antevê in-clusivamente que este crescimen-to seja mais evidente neste sector do que noutros mercados. Para a consultora, as necessidades em termos de software da Adminis-tração Pública são exclusivas, já que têm uma função única: pres-tar serviços aos cidadãos.

Ao contrário do sector privado, diz a IDC, quando a Adminis-tração Pública ajuda a coordenar o desenvolvimento do processo “open source”, claramente benefi-cia do código daí gerado, mesmo que esse código fique livremente disponível para outros mercados. Por exemplo, se determinada aplicação for desenvolvida para uma câmara municipal, pode

sexta-feira, 21 Julho de 2006 39INFORMÁTICA

facilmente ser utilizada noutros municípios.

O relatório divulgado pela IDC estima uma taxa composta de crescimento anual de 30% do software “open source” face aos gastos totais de TI.

“Este é o mesmo tipo de cres-cimento agressivo que vimos no princípio do movimento Linux”, expressou em comunicado Shawn McCarthy, da IDC. Este respon-sável afiança mesmo haver razões para acreditar que este crescimen-to vai continuar até 2010. “As agências governamentais estão neste momento a desenvolver os seus próprios repositórios de có-digo aberto e também a trabalhar com integradores de sistema para desenvolver soluções especifica-mente dedicadas às necessidades governamentais”.

Teresa Bozzelli, outro elemento

Chip7 inaugura nova unidade no Funchal

A Chip7, empresa de comercia-lização de material informático, inaugurou uma nova unidade si-tuada no arquipélago da Madeira, no centro do Funchal. O primeiro espaço comercial da Chip7 locali-zado fora de Portugal Continen-tal dá continuidade à política de

expansão da marca. “Destaque-se que os consumidores madeiren-ses fizeram diversas solicitações à marca com vista à abertura de um espaço comercial no arquipélago”, diz a empresa em comunicado. O objectivo desta nova unidade é facilitar o acesso aos produtos co-mercializados pela empresa, uma vez que até aqui os habitantes da ilha apenas tinham a oportuni-dade de fazer compras na Chip7 através da Internet.

O mais recente espaço de ven-da contará com uma clínica de assistência técnica integrada – um espaço onde os clientes poderão fazer a manutenção ou concertar os seus computadores pessoais ou portáteis, comprados ou não na Chip7. Neste momento, e para além desta inauguração, a Chip7 está presente no Porto (três unida-des), em Lisboa (quatro unidades), em Almada, Aveiro, Braga, Cas-cais, Castelo Branco, Coimbra, Faro, Guimarães, Leiria, Setúbal, Torres Novas, Viana do Castelo, Vila Nova de Gaia, Vila Real e Viseu. Para além das 23 lojas físi-cas, a empresa liderada por Miguel Monteiro tem uma loja “on-line” (www.chip7.pt), onde congrega quatro mil referências de produto e 220 mil acessos por mês. No ano 2005 a empresa atingiu um volu-me de facturação na ordem dos 29 milhões de euros, sendo actual-mente composta por uma equipa de 170 colaboradores

SAP espera um crescimentode 8% nas receitas de softwareno segundo trimestre de 2006

A SAP anunciou que, após uma análise preliminar dos seus resulta-dos do segundo trimestre de 2006, espera que as receitas de software sejam de aproximadamente 621 milhões de euros, representando um aumento de 8% em compa-ração com o segundo trimestre de 2005. A empresa alemã espera receitas de produto no segundo trimestre de 2006 de aproxima-damente 1,48 mil milhões de euros, representando um aumen-to de 9% em comparação com o mesmo trimestre do ano passado. Espera ainda um total de receitas do segundo trimestre de 2006 de aproximadamente 2,20 mil mi-lhões de euros, o que representa um aumento de 9% em compa-ração com o segundo trimestre de 2005.

da equipa IDC, diz mesmo que este modelo de envolvimento da administração pública no “open source” tem o potencial de co-

locar os maiores integradores de sistemas desta indústria numa poderosa posição.

SUSANA MARVÃ[email protected]

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NOTA DE FECHO

O incentivo mais urgenteO investimento continua retraído, sendo insuficiente para

as necessidades de crescimento do país. O investimento es-trangeiro baixou mais de 70% entre 2003 e 2004, caindo de 7604 mi-lhões para 1906 milhões de euros. Apesar de se esperar uma recupera-ção ligeira para este ano, o investi-mento estrangeiro continua muito distante dos valores do passado. A falta de interesse dos investidores estrangeiros reflecte também a ati-tude expectatnte e retraída dos in-vestidores nacionais.

Apesar de a resposta mais impor-tante à viragem da conjuntura ter que ser dada pelo sector privado, os investidores têm alguma expectati-

va em relação à contribuição das políticas públicas.Infelizmente, o contributo não tem sido positivo. Como o

Estado aumentou a despesa pública e assumiu compromis-sos pesados em termos de despesas de funcionamento quan-do a conjuntura económica era favorável, agora tem grande dificuldade em contrabalançar o clima de retracção através do aumento do investimento público. Pelo contrário, vê-se obrigado a cortar o investimento para fazer face à subida da despesa corrente, substituindo despesa reprodutiva por des-pesa não reprodutiva. O efeito negativo não se reflecte só no investimento público. O investimento privado também sofre de forma directa quando estão em causa comparticipações nacionais de fundos comunitários. A estratégia tem sido dila-tar os prazos de pagamento, o que afecta os investidores.

As políticas públicas têm sido pró-cíclicas, em vez atenua-rem a retracção do investimento privado.

Mas, além da redução do investimento público, o Estado cria um efeito ainda mais perverso: o atraso dos pagamentos aos fornecedores, agravando as dificuldades financeiras das empresas privadas. Na última edição da “Vida Económica” demos conta da degradação dos prazos de pagamento das au-tarquias. As empresas sofrem não só com a quebra do investi-mento público mas também com a dilatação inadmissível dos prazos de pagamento.

Infelizmente, as más práticas neste capítulo não são um exclusivo das autarquias. Fazem parte da forma de ser e de estar da Administração Central. O Estado sobe o patamar de exigência quando está na posição de credor, mas pretende manter a postura tradicional de mau pagador no seu relacio-namento com as empresas fornecedoras.

O exemplo das farmácias é paradigmático. Confrontada com os atrasos crónicos de pagamento às farmácias das com-participações dos medicamentos devidas pelo Serviço Nacional de Saúde, a associação do sector só tinha duas hipóteses: ou deixava de fornecer medicamentos comparticipados aos uten-tes do SNS, ou encontrava uma solução junto da banca para obter os meios que permitissem continuar a conceder crédito ao Estado. A ANF optou pela segunda hipótese, ultrapassando o problema dos atrasos crónicos de pagamento por parte do Es-tado, mas foi acusada de ter obtido por essa via demasiado “po-der”. O Governo pretende agora afastar a ANF da negociação com os bancos, propondo-se criar um “fundo” que substitua a solução negociada com a banca. Não parece ser um grande avanço. Não adianta insistir nos jogos de espelhos, trocando engenharia financeira por engenharia financeira. Se o Governo pretende criar uma situação normal, só tem que adoptar uma postura normal, pagando às farmácias a tempo e horas. Se a Administração Central e Local persistir em atrasar pagamentos aos fornecedores, em breve teremos as associações do sector a negociar uma solução semelhante com a banca. O atropelo que o Governo insiste em fazer às regras básicas de rigor e coerência nas finanças públicas não é normal nem pode ser saudável.

Se o Governo quer favorecer o relançamento da activida-de económica, o melhor incentivo que pode dar é pagar as dívidas em atraso aos privados e passar a cumprir e impor o cumprimento às autarquias dos prazos normais de pagamen-to. Para isso, poderá ter de obter receitas extraordinárias seja pela venda de ouro, seja pela venda de património. Mas assim consegue dar um enorme impulso ao crescimento. E esse in-centivo apresenta a grande vantagem de ter um custo zero, na medida em que, ao pagar a horas, o Estado não faz mais do que a sua obrigação.

João Luís de SousaDirector Adjunto

O atropelo que o Governo insiste em fazer às regras básicas de rigor e coerência nas finanças públicas

não é normal nem pode ser saudável.

ser “o banco gerido de for-ma mais notável em Por-tugal. Consegue ser, em simultâneo, altamente ren-tável e extremamente apre-ciado pelos clientes”. Tam-bém é apontada a aposta constante em produtos e serviços inovadores e de valor acrescentado para os clientes. No mercado na-cional, “o Banco Santander Negócios teve um impor-tante papel em algumas das mais audaciosas ofertas de fusões e aquisições a que se

PORTUGAL POUCO ATRACTIVO NA CAPTAÇÃO DE INVESTIMENTO

Portugal ficou na metade inferior do ranking euro-peu de captação de investi-mento directo estrangeiro (IDE), com proveniência de outros países da União Europeia, no ano passado. De acordo com o Eurostat, entraram três mil milhões de euros, em termos de IDE intracomunitário, pelo que o nosso país se posicionou na 13ª posição da tabela.Em 2005, o resto do mun-do desinvestiu no mercado nacional perto de 400 mi-lhões de euros.

Grupo Mirpuri desmente

Air Luxor não foi vendida por 50 mil euros

(Continuação da primeira página)

A mesma fonte avança com o desmentido, mas não revela o valor da transacção da Air Luxor Holdings ao grupo Longstock Financial, considerando-o “confiden-cial”.

Saliente-se que o volume de negócios das empresas alienadas (Air Luxor, Air Lu-xor STP, Air Luxor GB e a operadora turística Air Luxor Tours) ascendeu em 2005 a

ring” e logística) e CPTI (tecnologias de informação) à Air Luxor.

O grupo Longstock Fi-nancial representa, segundo informação difundida pela própria Air Luxor, “o veícu-lo para os investimentos em Portugal de um grupo de in-vestidores luso-canadiano”, liderados por Vítor Pinto da Costa, administrador da en-tidade adquirente.

150 milhões de euros.Relativamente à Hi Fly,

companhia aérea dedicada a voos “charter”, a “Vida Eco-nómica” apurou junto da mesma fonte que “o grupo Mirpuri não pretende ven-der” esta companhia.

Entretanto, mantém-se a ligação entre o grupo Mir-puri e o grupo Longstock, nomeadamente através dos serviços prestados a empre-sas MESA (manutenção e engenharia), LSKY (“cate-

Ordens sobre acções crescem 64% no primeiro semestre

O volume de ordens sobre acções registou um crescimento de 64%, no primeiro semestre, para cerca de 78 mil milhões de euros, de acordo com a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). A liderança nas ordens de negociação de acções coube ao BESI, o qual garantiu 7,6 mil milhões de euros em ordens, seguido pelos intermediários financeiros Lis-bon Brokers e CaixaBI. Nas acções, o aumento foi de 64%, enquanto as ordens apresentaram um acréscimo de 26%, face a igual período do ano passado.

Filial espanhola do BES passa a sucursal

O BES vai passar a respectiva filial espanhola a sucursal, já que foi dada luz verde à fusão da BES AS, filial espanhola, no Banco Espírito Santo. A decisão está agora dependente das autoridades nacionais e espanholas. É possível que a abertura da sucursal ainda decorra até ao final do exercício em curso. A intenção é potenciar os recursos existentes, o que a figura de filial não permite. De notar que o banco de Ricardo Sal-gado necessita de mais capital para financiar o segmento de empresas no país vizinho.

Santander Totta melhor banco em PortugalPelo quinto ano conse-

cutivo, o Santander Totta foi considerado o melhor banco a operar no mercado português, no âmbito dos prémios Euromoney. Foi também distinguido com o galardão de melhor ban-co na categoria de fusões e aquisições. Já no grupo Santander, destaque para o prémio de melhor banco da América Latina e de Espa-nha.

A atribuição dos prémios teve como base o facto de

N.º 1160 / 21 Julho 2006 Semanal J2 Portugal Continental

Sonae Sierra investe 200 milhões na AlemanhaA Sonae Sierra continua o seu processo de internacionaliza-

ção em ritmo acelerado. Adquiriu um terreno no parque co-mercial de Weiterstadt, na Alemanha, destinado à construção de um centro comercial e de lazer.

Num investimento previsto de 200 milhões de euros, o grupo expande a sua actuação no importante mercado ger-mânico. A abertura oficial está prevista para o Outono de 2008, sendo que os estudos apontam para que a localização escolhida seja uma boa opção, quer pelas acessibilidades, quer pelo facto da zona estar num processo de evolução considerá-vel. O objectivo é garantir uma imagem de marca consistente em toda a região.

Cooprofar faz parceria com congénere espanhola

A Cooprofar, empresa cooperativa distribuidora de produ-tos farmacêuticos, estabeleceu uma parceria com a Acofarma. Trata-se de uma associação de 32 cooperativas espanholas cujo objectivo é a comercialização de matérias-primas no mercado português. Com o referido acordo, a Cooprofar quer tirar vantagens da liberalização dos mercados. Refere em comunicado: “Será possível melhorar a qualidade dos pro-dutos, cumprindo com os requisitos legais e beneficiando de uma boa relação qualidade/preço.” Actualmente, a coopera-tiva gere mais de 12 mil referências e espera chegar ao fim do exercício com um volume de negócios de 210 milhões de euros.

assistiu até à data”.No ano passado, o San-

tander Totta atingiu um re-sultado líquido consolidado de 340,2 milhões de euros. O volume de negócios cresceu mais de 10%, para perto de 55 mil milhões de euros. Também o rácio de eficiência melhorou subs-tancialmente no exercício passado.