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FACULDADE CENTRO MATO-GROSSENSE CURSO DE AGRONOMIA MANEJO DE LEPIDÓPTEROS NA CULTURA DA SOJA (Glycine max (L.) Merrill) SEGUNDA SAFRA INFLUENCIADA PELOS CULTIVARES NO MÉDIO NORTE MATO-GROSSENSE LEOMAR VIEIRA SERPA SORRISO-MT 2014

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FACULDADE CENTRO MATO-GROSSENSE CURSO DE AGRONOMIA

MANEJO DE LEPIDÓPTEROS NA CULTURA DA SOJA (Glycine max (L.) Merrill) SEGUNDA SAFRA INFLUENCIADA PELOS CULTIVARES

NO MÉDIO NORTE MATO-GROSSENSE

LEOMAR VIEIRA SERPA

SORRISO-MT 2014

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LEOMAR VIEIRA SERPA

MANEJO DE LEPIDÓPTEROS NA CULTURA DA SOJA (Glycine max (L.) Merrill) SEGUNDA SAFRA INFLUENCIADA PELOS CULTIVARES

NO MÉDIO NORTE MATO-GROSSENSE

Monografia apresentada como Trabalho de Conclusão de Curso ao Curso de Agronomia da Faculdade Centro Mato-Grossense – FACEM, para obtenção do título de Bacharel em Engenharia Agronômica sobe orientação do Professor Dr. Éder Novaes Moreira.

SORRISO-MT 2014

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DEDICATÓRIA

Dedico esta monografia a todos àqueles que acreditaram que a ousadia e a pesquisa são caminhos para as grandes realizações.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, por tua existência e seu amor incondicional. A minha família que sempre me apoiou e me deu força para encarar os desafios. Aos amigos, Claiton, Franklin e Pedro pela força e auxílio nas horas que precisei. Nessa longa caminhada vocês foram instrumentos de Deus para nos encorajar e animar. Ao meu orientador, Prof. Dr. Éder Novaes Moreira, que com paciência e respeito, compartilhou conhecimentos e experiências. Agradeço ainda aqueles que direta ou indiretamente contribuíram para que este trabalho pudesse ser efetivado. A vocês o meu sincero obrigado!

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RESUMO

A cultura da soja (Glycine max (L.) Merrill) é acometida por inúmeras pragas

entre essas os lepidópteros possuem grande papel na redução de produtividade. O experimento foi realizado na fazenda Flamboyant, no município de Sorriso - MT, o delineamento foi em DBC com cinco tratamentos e cinco repetições e foram testados dois ingredientes ativos chlorantraniliprole e flubendiamida, ambos pertencentes ao grupo químico das diamidas com o objetivo de verificar o desempenho dos ingredientes ativos no manejo dos lepidópteros em cultivares de ciclo médio e tardio na cultura da soja. Os tratamentos foram analisados pelo teste de Tukey e a eficiência dos ingredientes ativos em porcentagem foi analisada pela fórmula de ABOOT. Diante da conclusão dos testes foi possível determinar que a cultivar tardio M9144 apresentou melhor rendimento de produtividade do que o de ciclo médio o TMG 132, as lagartas que apresentaram maior controle foram os heliothideos na cultivar de ciclo médio e a de ciclo tardio foi à espécie Spodoptera cosmioides, na eficiência o ingrediente ativo flubendiamida na concentração de 0,145 g.i.a ha-1 foi o que obteve a maior eficiência no manejo dos lepidóptero na variedade de ciclo médio TMG 132 e o chlorantraniliprole na concentração de 0,300 g.i.a ha-1 foi o que obteve maior eficiência na cultivar de ciclo tardio M9144.

Palavras chave: Ingredientes ativos, pragas, diamidas.

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ABSTRACT

The soybean (Glycine max (L.) Merrill) crop is affected by numerous among these lepidopteron pests have great role in reducing productivity. The experiment was conducted at farmer Flamboyant, in the municipality of Sorriso - MT, the design was in blocks with five treatments and five replicates were tested and two active ingredients chlorantraniliprole and flubendiamide, both belonging to the chemical group aiming to diamides verify performance the active ingredients in the management of lepidopteron cultivars in mid-cycle and late in soybean. The treatments were analyzed by Tukey's test and the efficiency of the active ingredients in percentages were analyzed by formula ABOOT. Before the completion of the tests it was determined that the late cultivar M9144 showed better productivity performance than that of the average cycle TMG 132, caterpillars that had greater control were heliothideos in medium maturity cultivar and late maturity was the species Spodoptera cosmioides, efficiency flubendiamide the active ingredient at a concentration of 0.145 g.i.a ha-1 was the one that had the highest efficiency in the management of lepidopteron in the range of 132 and average cycle TMG chlorantraniliprole in concentration of 0.300 g.i.a ha-1 was what got greater efficiency in late maturing cultivar M9144. Keywords: Active ingredients, pests, diamidas.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 8 1 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................. 10 1.1 A CULTURA DA SOJA....................................................................................... 10 1.2 MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS (MIP) ....................................................... 12

1.3 ESPÉCIES DE LEPIDÓPTEROS DA CULTURA DA SOJA .............................. 10 1.3.1 Lagarta da soja (Anticarsia gemmatalis) ...................................................... 10 1.3.2 Lagarta falsa-medideira (Chrysodeixis includens) ...................................... 10

1.3.3 Lagartas das vagens (Spodoptera eridania e Spodoptera cosmioides) .... 11

1.3.4 Lagarta enroladeira (Omiodes indicata) ....................................................... 12 1.3.5 Lagarta das maçãs (Heliothis virescens) ..................................................... 12

1.3.6 Helicoverpa zea e Helicoverpa armigera ...................................................... 13 2 MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................................... 15

RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................ 20

CONCLUSÃO ........................................................................................................... 23 REFERÊNCIAS . ....................................................................................................... 24

ANEXOS ................................................................................................................... 26

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INTRODUÇÃO

O Brasil é um dos maiores produtores mundiais de soja (Glycine Max)(L.)

(Merrill), na safra 2012/2013 o cultivo de soja correspondeu uma área de 27.715,5

mil hectares, apresentando um incremento de 10,7% em relação à safra anterior e

uma produção de 81.281,4 mil toneladas. O maior produtor de soja é o estado do

Mato Grosso com uma área de 7.818,2 mil hectares e uma produção de 23.532,8 mil

toneladas. Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) (2013, p. 25).

A safra 2013/2014 ultrapassou a anterior em Mato Grosso, a área estimada

de semeadura no estado foi de 8,30 milhões de hectares. Esse crescimento se deu

devido às boas condições climáticas favoráveis no momento da semeadura da soja

Instituto Mato Grossense de Economia Agropecuária (IMEA) (2013, p. 2).

A soja foi introduzida e estudada no Brasil pelo professor Gustavo Dutra, da

Escola de Agronomia da Bahia, após uma década depois o Instituto Agronômico de

Campinas (IAC) iniciou estudos para obtenção de cultivares para ser utilizada como

forrageira e rotação de cultura. Logo após no século XX, o IAC começou a distribuir

sementes pelo país, principalmente para o estado do Rio Grande do Sul, onde a

cultura achou condições favoráveis ao seu desenvolvimento e tornou-se uma das

principais culturas a ser cultivada. Depois migrou para outros estados como Mato

Grosso e Paraná onde é cultivada até hoje, sendo estes estados os maiores

produtores do grão (CI Soja, 2013).

A soja possui ampla utilização, desde para fabricação de rações como

também é utilizada na alimentação humana, por se tratar de um grão com alto teor

de proteína, aliado a isso a demanda crescente mundial pelo grão faz com que a

produção e a produtividade aumentem, e os investimentos no manejo da cultura

para garantir essa demanda também aumentam (AGRO DISTRIBUIDOR, 2011).

Entre os problemas enfrentados pelos produtores no cultivo da soja esta o

ataque de lagartas desfolhadoras que reduzem a área foliar, e com isso há uma

redução na produção (PRAÇA et al., 2006).

A cultura da soja é acometida por inúmeras pragas, principalmente as

lagartas, que atacam desde a fase vegetativa até a fase reprodutiva, por isso é muito

importante um manejo adequado a fim de controlar a população e garantir um

rendimento maior na safra.

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Existem no mercado, inúmeros inseticidas que permitem o controle de

lagartas principalmente as que são tratadas como “pragas chaves” por seu alto

potencial de dano a cultura da soja, por isso é importante a realização de um

trabalho que avalie o melhor manejo na cultura da soja influenciado pelos cultivares

e a eficiência destes inseticidas para o controle dos lepidópteros.

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1 REVISÃO DE LITERATURA

1.1 A CULTURA DA SOJA

A soja (Glycine max (L.) Merrill) apesar de ser conhecida e explorada no

Oriente há mais de 5 mil anos sobretudo na China ao longo do Rio Amarelo, é

reconhecida como uma das mais antigas culturas do planeta cultivada pelo homem

Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias (EMBRAPA) (2004 p.2).

O Brasil é um dos maiores produtores mundiais de soja (Glycine Max), tendo

a safra 2012/2013 o cultivo de uma área de 27.715,5 mil hectares, apresentando um

incremento de 10,7% em relação à safra anterior e uma produção de 81.281,4 mil

toneladas, o estado de Mato Grosso é o maior produtor de soja com uma área

cultivada de 7.818,2 mil hectares e uma produção de 23.532,8 mil toneladas

(CONAB, 2013, p. 24).

A semeadura de soja da safra 2013/14 ultrapassou a safra anterior em Mato

Grosso, com a área estimada em 8,30 milhões de hectares, todo esse crescimento

se deu devido às boas condições climáticas favoráveis no momento da semeadura

da soja (IMEA 2013, p. 2).

A cultura da soja é acometida por inúmeros fatores que ocasionam perdas

de produtividade, como o ambiente que inclui os fatores físicos e biológicos, as

doenças e as pragas em especial as chamadas “pragas-chave” que possui um papel

muito importante na redução de produtividade, causando danos nas flores, folhas e

vagens, grãos ou sementes (FUNDAÇÃO MATO GROSSO, 2011, p. 246-247).

A soja possui uma ampla utilização na fabricação de rações e na própria

alimentação humana devido ao elevado teor de proteína, aliado a isso a demanda

crescente mundial pelo grão faz com que a produção e a produtividade aumentem,

bem como os investimentos em genética, adubação controle de doenças e pragas.

(AGRO DISTRIBUIDOR, 2011 p. 1).

Para se obter condições favoráveis para a semeadura, seu desenvolvimento

e produção das plantas cultivadas são necessárias técnicas como manejo adequado

do solo, sobretudo com a adoção do sistema de plantio direto, que além de ajudar

na proteção da camada superficial do solo, aumenta o teor de matéria orgânica

(EMBRAPA, 2004, p. 5).

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Um manejo de solo adequado, estrutura o solo e aumenta a quantidade de

matéria orgânica, pois um solo bem estruturado as plantas tem mais acesso aos

nutrientes e possibilita um aumento de produtividade (DEMANT, 2012).

A água é um fator importante, pois constitui cerca de 90% do peso da planta,

além de participar dos processos fisiológicos e bioquímicos. A cultura da soja é

extremamente dependente de água para o seu ciclo, necessitando entre 450 e 800

mm/ciclo, para evitar problemas com déficit hídrico é indicado semear em épocas

recomendadas e cultivares adaptadas a região (EMBRAPA, 2004 p.6).

A disponibilidade de água é importante em dois períodos, na germinação

emergência e floração enchimento de grãos. No período de germinação emergência

a soja necessita absorver cerca de 50% de seu peso para poder germinar, já no

período de floração enchimento de grãos necessita de 7 a 8 mm/dia para seu

desenvolvimento e para garantir bom rendimento de produtividade (FARIAS et al.,

2013).

A cultura da soja é durante todo o seu ciclo, acometida por inúmeros

ataques de diferentes espécies de insetos. Embora essas espécies de insetos

tenham as suas populações reduzidas por predadores, parasitóides ou doenças,

quando atingem populações elevadas são capazes de causar perdas significativas

para a cultura e por isso necessitam ser controlados. Não se recomenda na cultura

da soja aplicações preventivas de produtos químicos, por mais que os danos se

tornem alarmante, além do problema de poluição ambiental, a aplicação eleva os

custos da lavoura e contribui para o desequilíbrio populacional dos insetos

(EMBRAPA, 2004).

A cultura de soja está sujeita ao ataque de insetos durante todo o seu ciclo.

A lagarta-da-soja (Anticarsia gemmatalis), a lagarta falsa-medideira (Pseudoplusia

includens) e a lagarta-enroladeira (Omiodes indicata) que atacam as plantas durante

a fase vegetativa, já as espécies Spodoptera spp, Heliothis virescens, Helicoverpa

zea e Helicoverpa armigera, atacam desde a fase vegetativa até a fase reprodutiva

(EMBRAPA, 2004, p. 3).

É importante observar duas questões deve ser considerada no impacto dos

insetos a cultura, a primeira é como o inseto causa dano as plantas de soja e a

segunda como as plantas respondem a este dano, uma refere-se à questão da

distinção de danos e a outra envolve o impacto fisiológico do dano as plantas.

(FUNDAÇÃO MT, 2011, p. 240).

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1.2 MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS (MIP)

Consiste em um conjunto de técnicas da ordem econômica e sustentável,

para um manejo mais eficiente de insetos-pragas que atacam as culturas, essa

ferramenta não tem sido utilizada nos últimos anos o que gerou um aumento no uso

de inseticidas de forma abusiva, gerando um desequilíbrio ambiental favorecendo a

seleção de insetos resistentes e reduzindo os inimigos naturais. Entre os benefícios

do MIP estão à redução do custo de produção, diminuição do impacto ambiental e a

redução de insetos resistentes a inseticidas (EMBRAPA SOJA, 2012, p. 37).

Para obtenção de sucesso na lavoura o produtor deve realizar amostragens

rotineiras nas lavouras, a fim de determinar o momento de aplicação de inseticida,

respeitando a metodologia de monitoramento de cada espécie (FUNDAÇÃO MT,

2011, p. 247).

As inspeções devem ser realizadas com a utilização do pano de batida, que

consiste de um pano com dimensões de 1 metro de comprimento por 1,5 metros de

largura, de cor branca e possuindo dois cabos de madeira preso as laterais do pano.

O modo correto da utilização do pano de batida é sacudir as plantas de uma fileira

sobre o pano e em seguida quantificar cada inseto ali existente, para cada 100

hectares recomenda-se fazer 10 repetições (EMBRAPA SOJA, 2012).

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1.3 ESPÉCIES DE LEPIDÓPTEROS DA CULTURA DA SOJA

1.3.1 Lagarta da soja (Anticarsia gemmatalis)

Apresentam coloração verde, pardo-avermelhada ou preta com estrias

brancas sobre o dorso, possuem cinco pares de falsas pernas abdominais, durante o

período larval e penduram-se por fio de seda para se locomover entre plantas. O

adulto é uma mariposa variando de coloração de cinza a amarelo, tendo uma linha

transversal unindo as pontas do primeiro par de asas, o processo reprodutivo desta

espécie ocorre no período noturno, sendo os ovos depositados isoladamente no

caule, ramos ou face inferior das folhas (FUNDAÇÃO MT, 2011, p. 247-248).

Os danos de maiores proporções são os condicionados por fatores

climáticos como escassez de chuva. As lagartas aparecem a partir de novembro, e

ataques em cultivares mais tardia são mais danosos, pois ocorrem na época da

floração (GAZZONI e YORINIORI, 1995 apud PRAÇA et al., 2006).

A aplicação de inseticidas com base no MIP, para o controle da Anticarsia

gemmatalis, é necessária quando existir em média 20 lagartas grandes por pano de

batida ou 30% de desfolha no estádio vegetativo e 15% no estádio reprodutivo

adota-se 10 amostragens para cada 100 hectares (FUNDAÇÃO MT, 2011, p. 248).

1.3.2 Lagarta falsa-medideira (Chrysodeixis includens)

As lagartas são de coloração verde clara com linhas brancas longitudinais,

passam por 05 instares, atingem cerca de 30 milímetros (mm), locomovem-se

medindo palmos, apresentam três pares de patas torácicas, um par de patas

abdominais e dois pares de pseudopatas, antes de se transformam em pupas tecem

seu casulo com fios brancos presos nas folhas, a pupa apresenta coloração inicial

verde e transformando em marrom (BASF, 2013). O ciclo de vida tem duração de 46

dias sendo 05 dias de duração no período de ovo, 20 dias para lagarta, 07 dias para

pupação e 14 dias para fase adulta, onde uma fêmea ovoposita cerca de 500 ovos

(FUNDAÇÃO MT, 2011, p. 253-254).

A lagarta se alimenta apenas das folhas sem destruir as nervuras,

conferindo às mesmas um aspecto rendilhado. (CARVALHO et al., 2012). Nas

últimas safras ganhou grande destaque devido à dificuldade para controlá-la, tendo

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uma grande importância e tornando-se uma praga chave na cultura da soja (DI

OLIVEIRA et al., 2010).

Para um nível de controle é necessário ter em média 20 lagartas por pano

de batida ou 30% de desfolha antes do florescimento e 15% depois do

florescimento. A C. includens prefere condições de seca, por isso recomenda-se

aplicações em horários mais amenos e com umidade relativa do ar mais elevada

(FUNDAÇÃO MT, 2011, p. 253-254).

O controle da C. includens é considerado difícil por ser uma espécie mais

tolerante a doses utilizadas para o controle da lagarta da soja (BERNARDI, 2012

apud CARVALHO et al., 2012), e também devido a sua permanência no terço

mediano da soja, pois a grande área foliar da parte superior da planta cria uma

barreira impedindo que o inseticida aplicado tenha a sua eficiência. (HERZOG, 1980

apud DI OLIVEIRA et al., 2010).

1.3.3 Lagartas das vagens (Spodoptera eridania e Spodoptera cosmioides)

A espécie S. eridania apresentam coloração cinza escura a castanha

dependendo das condições ambientais, apresentam ainda três listras longitudinais,

alaranjadas e triângulos pretos no dorso do corpo, as mariposas são de coloração

cinza com uma mancha preta na parte central das asas anteriores (FUNDAÇÃO MT,

2011, p. 279).

É uma espécie polífaga, tendo muitas plantas como hospedeiras. As lagartas

alimentam-se de vagens, grãos e folhas dependendo do estádio fenológico da

planta, é considerada uma espécie muito agressiva, causando altas desfolhas e

danos às vagens (FUNDAÇÃO MT, 2011, p. 279).

Muito semelhante à Spodoptera eridania, devido aos danos causados a S.

cosmioides possui coloração marrom ou preta com listras brancas e marrons,

apresenta ainda nos últimos estádios coloração preta com pontuações douradas, as

mariposas possuem asas anteriores pardas, com riscos brancos e as posteriores

são de coloração branca (FUNDAÇÃO MT, 2011, p. 279).

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1.3.4 Lagarta enroladeira (Omiodes indicata)

Possui coloração verde tendendo ao amarelo, os adultos são de coloração

amarelada e com três estrias transversais escuras nas asas anteriores, a fêmea

ovoposita cerca de 300 ovos e o acasalamento ocorre 24 horas após a emergência

dos adultos. Essa espécie possui este nome devido enrolar as folhas da soja

tecendo uma teia para uni-las, isto serve como proteção já que a O. indicata é muito

sensível a radiação solar, esta técnica também serve para proteger a mesma

durante sua fase de pupa (FUNDAÇÃO MT, 2011, p. 281).

Os danos desta lagarta são nas folhas, onde raspam e deixam as folhas com

manchas claras, à medida que crescem destroem o limbo foliar, é uma praga

esporádica por isso seu acompanhamento deve ser constante para não causar

danos maiores à cultura. O nível de controle adotado para esta praga é o mesmo

utilizado para as outras espécies de lagartas desfolhadoras, onde a identificação nos

primeiros instares auxilia no controle (FUNDAÇÃO MT, 2011, p. 281).

1.3.5 Lagarta das maçãs (Heliothis virescens)

A H. virescens, mais conhecida como lagarta da maçã foi considerada por

muito tempo uma praga exclusiva da cultura do algodão, mas de algumas safras

anteriores devido a sua alta polifagia, isto é ter várias espécies de plantas como

hospedeira, migrou para a cultura da soja e com isso trouxe muitos prejuízos. As

lagartas atacam folhas, flores e vagens, possuem quatro pares de pernas

abdominais e tem coloração variada com pontuações escuras e salientes no corpo,

onde saem microespinhos (FUNDAÇÃO MT, 2011, p. 282). Os adultos são

mariposas com coloração verde-oliva-pardacenta, com três linhas obliquas claras

margeadas de preto, os ovos são de coloração branca passando de alaranjado

marrom próximas da eclosão (BASF, 2013).

Por ser considerada uma praga de difícil controle, pois é mais tolerante aos

inseticidas, deve ser monitorada constantemente a fim de controlá-la nos primeiros

instares (FUNDAÇÃO MT, 2011, p. 283).

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1.3.6 Helicoverpa zea e Helicoverpa armigera

São duas espécies de difícil identificação, pois possuem semelhanças

fenotípicas, os adultos de H. zea, são mariposas com 18 mm de tamanho e 35 mm

de envergadura, possuem asas de coloração castanha com uma mancha escura no

centro e uma franja na ponta com uma faixa escura ao longo da franja, possui asas

posteriores claras, possuem hábitos noturnos e colocam ovos isolados nas

brotações, folhas novas e nas brácteas dos botões florais, colocam cerca de 600

ovos, a forma larval passa por 06 instares em um período de 26 dias, antes de pupar

(BASF, 2013). Apresentam pintas lisas com microespinhos nas bases, o que difere

da H. virescens, possui cabeça de coloração marrom ou laranja (FUNDAÇÃO MT,

2011, p. 283).

O nível de controle para esta espécie na fase reprodutiva da soja é de 05 a

08 lagartas por metro linear ou 1,5% das vagens danificadas, o acompanhamento na

lavoura com amostragem regulares é muito importante no sucesso das aplicações,

pois se trata de uma praga muito tolerante à inseticida (FUNDAÇÃO MT, 2011, 283).

A Helicoverpa armigera é uma praga recentemente identificada que tem

trazido muitos prejuízos aos agricultores de todo o Brasil, sobretudo aos do estado

da Bahia, devido ao seu alto poder de destruição. Ministério Da Agricultura Pecuária

E Abastecimento (M.A.P.A) (2013).

Os ovos são de coloração branco-amarelada com aspecto brilhante,

tornando marrom-escuro próximo a eclosão da larva e seu período de incubação de

3,3 dias (ALI; CHOUDHURY, 2009 apud ÁVILA et al., 2013). Os adultos realizam a

ovoposição no período noturno sobre os talos, flores e frutos, de forma isolada ou

em pequenos agrupamentos (MENSAH, 1996 apud ÁVILA et al., 2013). O período

larval e desenvolvimento duram seis ínstares. Os primeiros ínstares apresentam

coloração variando de branco-amarelada a marrom-avermelhada e cápsula cefálica

variando de marrom-escuro a preto, nesta fase as lagartas alimentam-se das partes

mais tenras das plantas, onde podem formar um pequeno casulo, e neste instar que

é adequado para entrar com uma aplicação química da praga, pois é quando as

lagartas estão mais expostas e suscetíveis ao contato dos produtos químicos. À

medida que crescem, adquirem diferentes colorações desde amarelo-palha ao

verde, apresentam ainda listras laterais no tórax, abdômen e cabeça de coloração

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marrom, tudo influenciado pelo tipo de alimentação (ALI; CHOUDHURY, 2009 apud

ÁVILA et al., 2013).

Como umas das medidas de controle para a praga é a adoção da rotação de

inseticidas de diferentes modos de ação para evitar seleção de populações

resistentes. A quantificação de lagartas para soja, no estádio vegetativo para

aplicação de inseticidas químicos é de 7,5 lagartas por metro e no estádio

reprodutivo é de 1 a 2 lagartas por metro (EMBRAPA, 2012).

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2 MATERIAL E MÉTODOS

Os experimentos foram realizados na Fazenda Flamboyant, situado na MT-

242 no município de Sorriso – Mato Grosso,

A semeadura foi efetuada com duas cultivares comerciais, sendo uma de

ciclo médio, a TMG 132RR a outra cultivar de ciclo tardio M9144 foi utilizado uma

adubação de 380 quilogramas (Kg) do formulado 00-18-18. Os experimentos foram

realizados em Delineamento em Blocos Casualizados (DBC), 5 blocos com 5

tratamentos, totalizando 25 parcelas e dimensões de 15 metros de largura por 30

metros de comprimento. Cada parcela com dimensões de 6 metros de comprimento

por 3 metros de largura, e espaçamento de 50 centímetros entre linhas.

Nos tratos culturais foi aplicado herbicida para controle de plantas daninhas

e fungicidas para controle e prevenção de doenças, esse controle serviu tanto para

controlar doenças e plantas daninhas como também para isolar esses fatores de

possível interferência nos resultados.

Foram avaliados cinco tratamentos, dois ingredientes ativos com dosagem

recomendada e uma sobre dosagem de 20% a mais da dosagem recomendada. A

dosagem foi à seguinte:

FLUBENDIAMIDA: - Dosagem recomendada – 0,145 g.i.a ha-1.

- 20% a mais sobre a dosagem – 0,175 g.i.a ha-1.

CHLORANTRANILIPROLE: - Dosagem recomendada – 0,250 g.i.a ha-1.

- 20% a mais sobre a dosagem – 0,300 g.i.a ha-1.

A aplicação foi realizada com barra de aplicação e cilindro de CO2, para ter

uma pressão constante e obter eficiência dos produtos avaliados, a pressão utilizada

foi de 40 psi e vazão de 150 litros por hectare. O momento para aplicação dos

inseticidas foi quando atingiu o nível de dano econômico baseado no MIP para cada

espécie, realizaram-se dois panos de batida por parcela para quantificação dos

lepidópteros. O intervalo entre a aplicação e a primeira amostragem foi de 01 dia e

as demais amostragens com 02, 04, 06, 09 e 15 dias após a primeira aplicação.

Os dados obtidos foram analisados pelo teste de Tukey a 5% e as variáveis

analisadas foi produtividade em kilograma por hectare (Kg/ha), peso de mil

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sementes em gramas (g) e eficiência de controle (porcentagem em relação à

testemunha) utilizando a fórmula de ABOOT descrita abaixo.

Fórmula de ABBOTT - E % = T- Tr x 100

T

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RESULTADOS E DISCUSSÃO

A amostragem inicial baseada no MIP permitiu quantificar a população dos

lepidópteros e mostrou quais espécies predominavam no experimento, com isso foi

possível determinar o momento certo para a aplicação dos ingredientes ativos e

deste modo permitiu coletar dados confiáveis.

Deste modo, dois dias após a aplicação foi realizada amostragem para

coletar os dados do nível populacional das espécies de lagartas existentes, diante

do gráfico é possível notar que houve uma redução populacional muito alta em

ambas as cultivares. As avaliações de eficiência dos ingredientes ativos presentes

no referido trabalho foram analisadas pela fórmula de abbott (EMBRAPA, 2010 pg.4)

onde mostrou que na cultivar de ciclo médio a TMG 132 o ingrediente ativo

Flubendiamida com dosagem de 0,145 g.i.a ha-1 apresentou eficiência de controle

em relação à testemunha de 84,84% para C. includens e 74,46% para Spodoptera

cosmioides com dosagem de 0,175 g.i.a ha-1, já o Chlorantraniliprole com dosagem

de 0,250 g.i.a ha-1 apresentou 100% de eficiência para a espécie de C.includens, na

cultivar de ciclo tardio a M9144 o ingrediente ativo Chlorantraniliprole com dosagem

de 0,300 g.i.a ha-1 apresentou eficiência de controle de 95,83% para a espécie C.

includens, para a espécie Spodoptera cosmioides o flubendiamida na dosagem de

0,175 g.i.a ha-1 apresentou eficiência de 84,21% e 100% de eficiência para

heliothideos do mesmo ingrediente ativo, mas com dosagem de 0,145 g.i.a ha-1.

No quarto dia após a aplicação realizou novamente as amostragens e

verificou o residual do produto onde na cultivar de ciclo médio a eficiência de

chlorantraniliprole com dosagem de 0,300 g.i.a ha-1 apresentou redução

populacional da espécie C.includens de 95,83%, um percentual maior ainda da

mesma dosagem e do mesmo ingrediente ativo foi verificado para a espécie

Spodoptera cosmioides, onde apresentou eficiência do produto de 98,48%, já para

as espécies da família dos heliothideos o flubendiamida com dosagem de 0,145 g.i.a

ha-1 apresentou 100% de eficiência. Na variedade de ciclo tardio a eficiência foi

verificada nas dosagens maiores, ou seja, 20% a mais de sobre dosagem, o

flubendiamida na dosagem de 0,175 g.i.a ha-1 apresentou eficiência para a espécie

C. includens de 96,42% e 100% para heliothideos, já para a espécie Spodoptera

cosmioides o ingrediente ativo chlorantraniliprole com dosagem de 0,300 g.i.a ha-1

apresentou 90% de eficiência.

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Figura 1: Flutuação das espécies na eficiência dos tratamentos

Cultivar TMG 132 Cultivar M9144

0

20

40

60

80

100

120

CHLORANTRONILIPROLEC.includensSpodopteraHeliothideos

0

20

40

60

80

100

CHLORANTRONILIPROLE

C.includensSpodopteraHeliothideos

0

20

40

60

80

100

120FLUBENDIAMIDA

C.includensSpodopteraHeliothideos

0

20

40

60

80

100

120

FLUBENDIAMIDA C.includensSpodopteraHeliothideos

0

20

40

60

80

100

120

CHLORANTRONILIPROLE 20%C.includensSpodopteraHeliothideos

0

20

40

60

80

100

120

CHLORANTRONILIPROLE 20% C.includens

Spodoptera

Heliothideos

0

20

40

60

80

100

120

2 4 6 9 15

FLUBENDIAMIDA 20%C.includensSpodopteraHeliothideos

0

20

40

60

80

100

120

2 4 6 9 15

FLUBENDIAMIDA 20%C.includens

Spodoptera

Heliothideos

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Ao sexto dia após a aplicação na avaliação da cultivar de ciclo médio a

eficiência do flubendiamida e chlorantraniliprole ambos na dosagem de 0,175 g.i.a

ha-1 e 0,250 g.i.a ha-1 apresentaram a mesma eficiência de controle de 92,59% para

a espécie de C.includens, a eficiência para a espécie Spodoptera cosmioides foi de

95,16% utilizando o chlorantraniliprole na dosagem de 0,300 g.i.a ha-1 e o

flubendiamida a eficiência foi de 100% para heliothideos com dosagem de 0,175

g.i.a ha-1. Na variedade de ciclo tardio a eficiência de chlorantraniliprole para C.

includens na dosagem de 0,250 g.i.a ha-1 foi de 91,30 ml/ha, do mesmo modo que o

mesmo ingrediente ativo, porém com dosagem de 0,300 g.i.a ha-1 foi mais eficiente

para o controle de heliothideos apresentando 81,25%, já o flubendiamida apresentou

na dosagem de 0,145g.i.a ha-1 eficiência de 94,54% para a espécie de Spodoptera

cosmioides.

No nono dia após a aplicação os dados coletados na variedade de ciclo

médio mostraram uma redução na eficiência dos ingredientes ativos devido a

redução do residual dos produtos, nas espécies C. includens e Spodoptera

cosmioides o flubendiamida com dosagem de 0,145 g.i.a ha-1 teve maior controle

com 66,66 e 77,35% de eficiência respectivamente, já o chlorantraniliprole na

dosagem de 0,300 g.i.a ha-1 apresentou 86,66% de eficiência para heliothideos. A

mesma redução de eficiência verificou na cultivar de ciclo tardio onde o

chlorantraniliprole na dosagem de 0,300 g.i.a ha-1 apresentou eficiência de 64% para

a espécie de C. includens e na dosagem de 0,250 g.i.a ha-1 apresentou para os

heliothideos 76,66% no caso do flubendiamida com dosagem de 0,145 g.i.a ha-1

apresentou eficiência para a espécie de Spodoptera cosmioides de 74,46%.

Aos quinze dias após a aplicação foi realizado a última avaliação onde o

ingrediente ativo flubendiamida na dosagem de 0,145 g.i.a ha-1 apresentou as

maiores eficiências nas espécies de lepidópteros, C. includens e Spodoptera

cosmioides bem como os heliothideos encontrados no cultivar de ciclo médio, onde

as respectivas porcentagens de eficiência foram de 52,59, 69,23 e 83,33%. Na

cultivar de ciclo tardio o mesmo ingrediente ativo descrito acima apresentou

eficiência na espécie de C. includens de 69,47%.

O modo de ação das diamidas está relacionado à ativação dos receptores

de rianodina, substancia esta que é responsável pela liberação de cálcio provocando

a paralisação dos insetos (CARVALHO, 2014 apud SATTELE et al., 2008), isto é

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comprovado, mas no caso aos dois dias após a aplicação dos ingredientes ativos,

ocorreu a morte dos lepidópteros.

A espécie que apresentou maior controle foi a da família dos heliothideos,

depois as espécies de C. includens e Spodoptera cosmioides em cultivar de ciclo

precoce e na cultivar de ciclo tardio a espécie foi a Spodoptera cosmioides, e depois

heliothideos e a espécie C. includens.

Ensaios realizados por Chavaglia, et al., (2011) mostraram a eficiência de

flubendiamida no controle de Heliothis virences, aos 10 dias após a aplicação na

cultura da soja.

O ingrediente ativo em que obteve se a maior eficiência foi o flubendiamida

na concentração de 0,175 g.i.a ha-1 no cultivar TMG 132 de ciclo médio já no cultivar

M9144 de ciclo tardio o chlorantraniliprole 0,300 g.i.a ha-1. Testes com o mesmo

ingrediente ativo e a mesma concentração foram muito eficaz no controle de

Anticarsia gemmatalis (Leão et al., 2010).

Segundo Ferreira, (2010) as avaliações devem coincidir com

desenvolvimento fenológico das plantas, bem como o horário de monitoramento que

é determinado pelo comportamento de cada espécie. A oscilação da eficiência dos

ingredientes ativos principalmente com dados poucos satisfatórios ao quarto dia

após a aplicação em cultivar tardio nos tratamentos com chlorantraniliprole e

flubendiamida concentração de 0,250 g.i.a ha-1 e 0,145 g.i.a ha-1 respectivamente e o

tratamento com flubendiamida 0,175 g.i.a ha-1 no cultivar ciclo médio, está

relacionado principalmente com horário em que realizou a avaliação, já que volta

apresentar uma alta eficiência no sexto dia após a aplicação.

Na análise da Curva de Variância (C.V), na cultivar TMG132, para o

ingrediente ativo Chlorantraniliprole na concentração de 0,250 g.i.a ha-1 apresentou

22,42%, o flubendiamida na concentração de 0,145 g.i.a ha-1 33,13%, o

chlorantraniliprole na concentração 0,300 g.i.a ha-1 apresentou 18,98% e o

flubendiamida na concentração 0,175 g.i.a ha-1 apresentou C.V de 26,04%. Na

cultivar M9144, o ingrediente ativo chlorantraniliprole na concentração 0,300 g.i.a ha-

1 apresentou C.V de 29,78%, o flubendiamida na concentração 0,145 g.i.a ha-1

apresentou 24,04%, o chlorantraniliprole concentração 0,300 g.i.a ha-1 apresentou

27,22% e flubendiamida concentração 0,175 g.i.a ha-1 apresentou C.V de 13,74%,

esses dados indicam a porcentagem de interferência nos tratamentos.

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A análise da tabela 1 é possível determinar que a produtividade foi maior na

cultivar de ciclo tardio a M9144 em comparativo com a de ciclo médio a TMG 132 o

ingrediente ativo que apresentou maior relação com a produtividade foi o

flubendiamida na concentração de 0,175 g.i.a ha-1. Na cultivar de ciclo médio TMG

132 o ingrediente ativo que prevaleceu em relação à produtividade foi o

flubendiamida na concentração de 0,145 g.i.a ha-1.

Figura 2: Médias de produtividade em Kg/ha.

A produtividade na cultivar TMG 132 mostrada na tabela está relacionada

diretamente com o tratamento com flubendiamida 0,145 g.i.a ha-1, mostrando que o

tratamento influenciou diretamente na produtividade, já no M9144 a eficiência foi maior

no tratamento com chlorantraniliprole 0,300 g.i.a ha-1 porém a produtividade foi um

pouco menor em relação ao tratamento com flubendiamida 0,175 g.i.a ha-1.

29,56 29,08 29,80 29,19 28,8232,20

39,79 38,66 39,62 40,24

0,00

5,00

10,00

15,00

20,00

25,00

30,00

35,00

40,00

45,00

TESTEMUNHA CHORANTRO FLUBENDIAMIDA CHORANTRO 20% FLUBENDIAMIDA 20%

TMG 132 M9144

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Figura 3 – Peso de mil sementes em gramas.

Essa diferença de produtividades pode estar relacionada com a pressão

exercida pela ferrugem da soja (Phakopsora pachyrhizi) que foi muito intensa na

safrinha. Isto é demonstrado principalmente pela análise de peso de mil sementes

(Figura 3), onde mostra a flutuação nos tratamentos ocasionados por interferência.

Segundo a FUNDAÇÃO MT, (2012, pg. 320-321), a ferrugem da soja (Phakopsora

pachyrhizi) é considerada a pior doença de soja existente já descoberta, com perdas de

até 100%.

110,4 107,2 102116 119,2

148,4 157 148,4 156,2 153,6

0

50

100

150

200

TESTEMUNHA CHORANTRO FLUBENDIAMIDA CHORANTRO 20% FLUBENDIAMIDA20%

TMG 132

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CONCLUSÃO

Analisado o efeito nas cultivares a família heliothidea, apresentou a maior

eficiência de controle em todos os tratamentos, quando comparados com as outras

espécies.

Para as espécies Spodoptera cosmioides e espécie C. includens, foram

superiores no manejo quando submetida ao tratamento com Chlorantraniliprole na

concentração de 0,300 g.i.a ha-1.

Analisado o efeito nas cultivares, a cultivar M9144 apresentou os maiores

rendimento (sacas por hectares) e peso de mil grãos, quando comparado com a

cultivar TMG 132.

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REFERÊNCIAS

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ANEXOS

Tratamento 1 – TESTEMUNHA

Tratamento 2 – CHLORANTRANILIPROLE (50 ml/ha)

Tratamento 3 – FLUBENDIAMIDA (70 ml/ha)

Tratamento 4 – CHLORANTRANILIPROLE + 20% de sobre dosagem (60 ml/ha)

Tratamento 5 – FLUBENDIAMIDA + 20% de sobre dosagem (84 ml/ha)

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