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22-Dez-04 1 Pós Graduação em Análise Financeira – Institutições, Regulação e Ética – F. Teixeira dos Santos 3. Os modelos de organiza 3. Os modelos de organiza ç ç ão ão institucional da regula institucional da regula ç ç ão ão ( ( continua continua ç ç ão ão ) ) FACULDADE DE ECONOMIA DO PORTO FACULDADE DE ECONOMIA DO PORTO P P ó ó s s - - Gradua Gradua ç ç ão ão em em An An á á lise lise Financeira Financeira Institui Institui ç ç ões ões , , Regula Regula ç ç ão ão e e É É tica tica

FACULDADE DE ECONOMIA DO PORTO Pós-Graduação em … · 22-Dez-04 Pós Graduação em Análise Financeira – Institutições, Regulação e Ética – F. Teixeira dos Santos 1

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22-Dez-04 1Pós Graduação em Análise Financeira – Institutições, Regulação e Ética – F. Teixeira dos Santos

3. Os modelos de organiza3. Os modelos de organizaçção ão institucional da regulainstitucional da regulaççãoão

((continuacontinuaççãoão))

FACULDADE DE ECONOMIA DO PORTOFACULDADE DE ECONOMIA DO PORTOPPóóss--GraduaGraduaççãoão emem AnAnááliselise FinanceiraFinanceira

InstituiInstituiççõesões, , RegulaRegulaççãoão e e ÉÉticatica

22-Dez-04 2Pós Graduação em Análise Financeira – Institutições, Regulação e Ética – F. Teixeira dos Santos

PossPossííveis modelos de supervisãoveis modelos de supervisão

Existem 3 grandes abordagens à estrutura dos regimes de supervisão financeira (Goodhart-1998):

• Institucional/sectorial – tendo em conta o tipo de instituição• Funcional – tem em conta as actividades de negócio

prosseguidas, independentemente da natureza do prestador do serviço

• Por objectivos – a supervisão organiza-se de acordo com os objectivos prosseguidos.

Questão: a estrutura organizativa da supervisão financeira tem influência na eficiência e eficácia da regulação e da supervisão em atingirem os objectivos desejados?

22-Dez-04 3Pós Graduação em Análise Financeira – Institutições, Regulação e Ética – F. Teixeira dos Santos

PossPossííveis modelos de supervisãoveis modelos de supervisão

22-Dez-04 4Pós Graduação em Análise Financeira – Institutições, Regulação e Ética – F. Teixeira dos Santos

PossPossííveis modelos de supervisãoveis modelos de supervisão

22-Dez-04 5Pós Graduação em Análise Financeira – Institutições, Regulação e Ética – F. Teixeira dos Santos

ImplicaImplicaçções da integraões da integraçção dos servião dos serviçços financeirosos financeirospara a supervisãopara a supervisão

Quais os efeitos sobre a eficácia da regulação e da supervisão decorrentes desta diluição de fronteiras entre prestadores de serviços financeiros? Os dois modelos de supervisão sectorial e funcional baseiam-se na separação tradicional entre bancos, seguros e pensões e serviços financeiros. Mas se as instituições financeiras se especializam em áreas restritas de actividade, poucas serão as diferenças entre os dois modelos os quais acabam por ser quase equivalentes.Se a regulação proibir a produção (caso habitual) e distribuição de produtos de seguros pelas instituições bancárias e vice-versa e impuser restrições semelhantes nas outras instituições financeiras, então a mesma entidade supervisora seria responsável pelos bancos assim como seria num regime funcional.Contudo, quando as instituições financeiras se diversificam e o âmbito das suas actividades é mais amplo, a distinção entre os dois modelos torna-se mais patente. Neste contexto, actividades semelhantes prosseguidas por entidades diferentes podem ter um tratamento diferente, o que gera oportunidades para arbitragem regulatória.

22-Dez-04 6Pós Graduação em Análise Financeira – Institutições, Regulação e Ética – F. Teixeira dos Santos

22-Dez-04 7Pós Graduação em Análise Financeira – Institutições, Regulação e Ética – F. Teixeira dos Santos

22-Dez-04 8Pós Graduação em Análise Financeira – Institutições, Regulação e Ética – F. Teixeira dos Santos

Modelos de organizaModelos de organizaçção institucional da ão institucional da regularegulaçção e supervisãoão e supervisão

A importância crescente dos conglomerados financeirosA importância crescente dos conglomerados financeiros

53%

71%

54%63%

41%

70%

In Luna Martinez e Thomas Rose, 2003.

22-Dez-04 9Pós Graduação em Análise Financeira – Institutições, Regulação e Ética – F. Teixeira dos Santos

Modelos de organizaModelos de organizaçção institucional da ão institucional da regularegulaçção e supervisãoão e supervisão

Sob o ponto de vista da supervisão, a importância crescente dos conglomerados financeiros levanta desafios enormes pois os riscos são cada vez mais difíceis de fiscalizar à medida que o conglomerado cresce e expande as suas actividades através dos diferentes segmentos do sistema financeiro bem como para outros mercados externos.Evidência recente sugere que a conglomeração poderá aumentar o risco sistémico. Por outro lado, a possibilidade de “double gearing”e de “downstreaming” torna mais difícil às autoridades o cálculo da solvabilidade global do conglomerado. A tudo isto acrescem dificuldades na fiscalização de transacções intra-grupo, concentração de riscos e prevenção de conflitos de interesses.

22-Dez-04 10Pós Graduação em Análise Financeira – Institutições, Regulação e Ética – F. Teixeira dos Santos

• Qual é o número adequado de instituições reguladoras? Em especial, deverá existir um conjunto de reguladores especializado, de agências integradas responsáveis por mais que um sector do sistema financeiro, ou uma instituição única abrangente responsável por todos os aspectos da regulação do sistema financeiro?

• A regulação prudencial e a comportamental devem estar separadas ou combinadas numa única entidade?

• Qual o papel que deverá ter o banco central no processo regulador e supervisor?

• Na ausência de um mega-regulador único, qual a estrutura de entidades mais apropriada? Que funções e empresas devem estar afectas a que entidades? Como definir os objectivos de cada entidade? Em particular, como afectar entre várias entidades as dimensões institucional e funcional da regulação?

A estrutura institucional da regulaA estrutura institucional da regulaçção e ão e supervisão financeirasupervisão financeiraQUESTÕES CHAVEQUESTÕES CHAVE

22-Dez-04 11Pós Graduação em Análise Financeira – Institutições, Regulação e Ética – F. Teixeira dos Santos

•• Quais os objectivos especQuais os objectivos especííficos de cada entidade reguladora e ficos de cada entidade reguladora e supervisora?supervisora?

•• Qual o grau de coordenaQual o grau de coordenaçção requerido entre diferentes ão requerido entre diferentes instituiinstituiçções? Que mecanismos são necessões? Que mecanismos são necessáários para assegurar rios para assegurar uma coordenauma coordenaçção, cooperaão, cooperaçção e troca de informaão e troca de informaçções efectivas?ões efectivas?

•• Que grau de independência polQue grau de independência políítica devem ter as entidades de tica devem ter as entidades de regularegulaçção e supervisão?ão e supervisão?

•• A estrutura institucional tem uma influência significativa nos A estrutura institucional tem uma influência significativa nos custos da regulacustos da regulaçção?ão?

•• Dado que a regulaDado que a regulaçção tem consequências sobre a concorrência, ão tem consequências sobre a concorrência, qual o papel das autoridades de concorrência no processo de qual o papel das autoridades de concorrência no processo de regularegulaçção?ão?

A estrutura institucional da regulaA estrutura institucional da regulaçção e ão e supervisão financeirasupervisão financeiraQUESTÕES CHAVEQUESTÕES CHAVE

22-Dez-04 12Pós Graduação em Análise Financeira – Institutições, Regulação e Ética – F. Teixeira dos Santos

•• Em que medida, a concentraEm que medida, a concentraçção de poderes serão de poderes seráá um aspecto a ter um aspecto a ter em conta na definiem conta na definiçção da estrutura institucional da regulaão da estrutura institucional da regulaçção e ão e supervisão?supervisão?

•• Qual o papel, se algum, a conferir Qual o papel, se algum, a conferir àà autoauto--regularegulaçção? Que ão? Que mecanismos adoptar para assegurar o input dos agentes do mecanismos adoptar para assegurar o input dos agentes do mercado?mercado?

•• Dada a dimensão internacional da regulaDada a dimensão internacional da regulaçção, que mecanismos ão, que mecanismos institucionais serão mais eficientes em facilitar a coordenainstitucionais serão mais eficientes em facilitar a coordenaçção e ão e cooperacooperaçção entre agências reguladoras nacionais?ão entre agências reguladoras nacionais?

•• Dado o seu poder, quanta independência e sindicabilidade devem Dado o seu poder, quanta independência e sindicabilidade devem ter as entidades de regulater as entidades de regulaçção e supervisão?ão e supervisão?

A estrutura institucional da regulaA estrutura institucional da regulaçção e ão e supervisão financeirasupervisão financeiraQUESTÕES CHAVEQUESTÕES CHAVE

22-Dez-04 13Pós Graduação em Análise Financeira – Institutições, Regulação e Ética – F. Teixeira dos Santos

Modelos de organizaModelos de organizaçção institucional da ão institucional da regularegulaçção e supervisãoão e supervisão

• O esbatimento das distinções entre produtos bancários, de seguros e de valores mobiliários tem levantado dúvidas quanto àcapacidade das autoridades poderem fiscalizar de forma efectiva os riscos associados a esses produtos. Tem sido questionada a capacidade de uma estrutura assente em vários supervisores organizados por tipo de intermediário, e não por tipo de risco, ter capacidade de resposta às mudanças e supervisionar o sector financeiro.

• De acordo com Martinez e Rose (2003), em finais de 2002, pelo menos 46 países tinham adoptado o modelo de supervisão única ou integrada ora através da criação de um supervisor único para todo o sector financeiro ora através da centralização numa entidade dos poderes para supervisionar pelo menos dois dos principais tipos de intermediários financeiros (banca e seguros, banca e valores mobiliários, etc).

22-Dez-04 14Pós Graduação em Análise Financeira – Institutições, Regulação e Ética – F. Teixeira dos Santos

In International Survey of Integrated Financial Sector Supervision, Luna Martinez e Thomas Rose, 2003.

22-Dez-04 15Pós Graduação em Análise Financeira – Institutições, Regulação e Ética – F. Teixeira dos Santos

B-autoridade especializada no sector bancário; I-autoridade especializada no sector segurador; S-autoridade especializada no sector de valores mobiliários; U-autoridade única para todos os sectores; BS-banca e valores mobiliários; BI-banca e seguros; CB-Banco central; SI-seguros e valores mobiliários; G-departamento governamental.

22-Dez-04 16Pós Graduação em Análise Financeira – Institutições, Regulação e Ética – F. Teixeira dos Santos

B-autoridade especializada no sector bancário; I-autoridade especializada no sector segurador; S-autoridade especializada no sector de valores mobiliários; U-autoridade única para todos os sectores; BS-banca e valores mobiliários; BI-banca e seguros; CB-Banco central; SI-seguros e valores mobiliários; G-departamento governamental.

22-Dez-04 17Pós Graduação em Análise Financeira – Institutições, Regulação e Ética – F. Teixeira dos Santos

Modelos de organizaModelos de organizaçção institucional da ão institucional da regularegulaçção e supervisãoão e supervisão

• Quais as vantagens e desvantagens da supervisão integrada?• Quais as razões para adoptar uma supervisão integrada?• Quão poderosas são as novas entidades integradas de supervisão

em termos de dos sectores que abrangem e dos poderes que têm de regulação e supervisão?

• Até onde avançaram os países em termos de harmonização das suas práticas de regulação e supervisão?

• Quais os obstáculos de ordem prática enfrentados pelo poder político na adopção de uma supervisão integrada?

22-Dez-04 18Pós Graduação em Análise Financeira – Institutições, Regulação e Ética – F. Teixeira dos Santos

Os proponentes das abordagens consolidadas acreditam que múltiplos regimes de supervisão podem gerar diferenças e imporem desigualdades competitivas às instituições através da aplicação de regras inconsistentes a produtos e serviços que seriam de outro modo funcionalmente equivalentes.Tais desigualdades originam incentivos para arbitragem regulatória e geram confusão aos consumidores e investidores. Uma entidade de supervisão única permitiria melhor enfrentar os riscos específicos suscitados pelos grupos integrados de serviços financeiros e para manter um level playing field para as diferentes categorias de instituições que oferecem os mesmos produtos e serviços.

Por seu lado, os críticos da abordagem consolidada à supervisão financeira argumentam que a maioria dos grupos financeiros se caracteriza pela existência da predominância ou da banca, ou dos seguros, ou dos serviços financeiros. Assim, a melhor abordagem será a da “supervisão especializada”, a qual permitirá aos técnicos da supervisão melhor tomar em conta as características específicas de cada tipo de instituição.

Supervisão consolidada vs. especializadaSupervisão consolidada vs. especializada

22-Dez-04 19Pós Graduação em Análise Financeira – Institutições, Regulação e Ética – F. Teixeira dos Santos

Argumentos a favor do supervisor único

• Facilita a supervisão dos conglomerados financeiros numa base consolidada;

• Permite uma melhor vigilância de questões que afectam o sistema financeiro como um todo, bem como permite medidas políticas mais rápidas;

• Permite o desenvolvimento e implementação de uma abordagem unificada da regulação e supervisão em todo o sistema financeiro, melhor coordenação e comunicação, reduzindo a arbitragem regulatória, e eliminando gaps e sobreposições;

• Fortalece a sindicabilidade dos supervisores;

• Maximiza as economias de escala e de gama, permitindo um melhor uso dos recursos, e custos mais baixos.

Argumentos contra o supervisor único

• O processo de fusão pode originar uma menor eficácia da supervisão durante, e possivelmente após, o periodo de transição (efeito caixa de Pandora). Risco de desmoralização e abandono do staff qualificado e risco de burocracia excessiva;

• Pode comprometer a eficácia global da supervisão ao não reconhecer as características singulares das indústrias bancária, seguradora e dos valores mobiliários;

• Existem outros modelos para assegurar uma rápida colaboração e partilha da informação entre as entidades existentes;

• Funcionará somente em alguns países e poderá ser mais aplicável em sistemas financeiros mais desenvolvidos;

• Os ganhos em termos de economias de escala podem não ser significativos (ineficiência-X, efeito “árvore de Natal”)

22-Dez-04 20Pós Graduação em Análise Financeira – Institutições, Regulação e Ética – F. Teixeira dos Santos

Supervisor Financeiro Especializado

Argumentos

• Low profile, menor risco de moral hazard

• Mandato claramente definido

• Gestão mais fácil

• Melhor adaptado às diferenças dos perfis de risco e dos tipos de negócio financeiro e enfoque mais claro nos objectivos e na racionalidade da regulação

• Próximidade da actividade

• Melhor conhecimento do negócio, maior especialização

• Estimula concorrência inter-autoridades

22-Dez-04 21Pós Graduação em Análise Financeira – Institutições, Regulação e Ética – F. Teixeira dos Santos

Supervisão consolidadaSupervisão consolidadaRazõesRazões

In International Survey of Integrated Financial Sector Supervision, Luna Martinez e Thomas Rose, 2003.

22-Dez-04 22Pós Graduação em Análise Financeira – Institutições, Regulação e Ética – F. Teixeira dos Santos

Modelos de organizaModelos de organizaçção institucional da regulaão institucional da regulaçção e supervisãoão e supervisãoPoderes de regulaPoderes de regulaçção e supervisãoão e supervisão

Será que este movimento de concentração dos poderes de regulação e supervisão se tem traduzido num reforço da eficácia das novas instituições criadas?

1. Realização de inspecções on-site2. Realização de inspecções off-site3. Imposição de sanções pelo não cumprimento das regras4. Emissão e modificação de regras prudenciais quanto a riscos de mercado,

liquidez e crédito5. Modificação de regras contabilísticas e de deveres de informação6. Definição de requisitos mínimos de capital e, quando apropriado,

exigência de requisitos mais elevados ou a sua dispensa temporária7. Emissão e modificação de regras quanto à composição do capital8. Definição de requisitos gerais de autorização e registo9. Aprovação/revogação da licença de um intermediário10. Resolução de questões no âmbito da protecção do consumidor

22-Dez-04 23Pós Graduação em Análise Financeira – Institutições, Regulação e Ética – F. Teixeira dos Santos

Supervisão consolidadaSupervisão consolidadaPoderes atribuPoderes atribuíídosdos

A existência de entidades integradas com poucos poderes de regulação e supervisão significa que outras instituições, tais como o Ministro das Finanças e/ou o Banco Central, continuam a ter importantes poderes de regulação e de supervisão no país em questão.

In International Survey of Integrated Financial Sector Supervision, Luna Martinez e Thomas Rose, 2003.

22-Dez-04 24Pós Graduação em Análise Financeira – Institutições, Regulação e Ética – F. Teixeira dos Santos

Supervisão consolidadaSupervisão consolidadaProblemasProblemas

In International Survey of Integrated Financial Sector Supervision, Luna Martinez e Thomas Rose, 2003.

22-Dez-04 25Pós Graduação em Análise Financeira – Institutições, Regulação e Ética – F. Teixeira dos Santos

• Na maioria dos países, o banco central tem sido o responsável não só pela estabilidade sistémica mas também pela regulação e supervisão prudencial dos bancos.

• As razões que têm sido apresentadas em defesa deste tipo de solução são as seguintes:

• Na medida em que tem a responsabilidade pela supervisão do sistema como um todo e pela estabilidade do sistema de pagamentos, existem grandes sinergias no exercício da supervisão das instituições que integram o sistema.

• A condução da política monetária faz com que o banco central obtenha informação sobre os bancos, pelo existem claras sinergias informativas e economias de escala na junção da condução da política monetária com a supervisão prudencial dos bancos. De igual modo, enquanto prestamista de última instância (lender of last resort) obtém informação sobre a solvabilidade e liquidez dos bancos.

• Enquanto supervisor poderá gozar de um estatuto de independênciaque dificilmente poderá ser atribuído a outras instituições.

A estrutura institucional da regulaA estrutura institucional da regulaçção e ão e supervisão financeirasupervisão financeira

O papel do banco centralO papel do banco central

22-Dez-04 26Pós Graduação em Análise Financeira – Institutições, Regulação e Ética – F. Teixeira dos Santos

• Tem sido questionado o papel do banco central na regulação e supervisão prudencial das instituições financeiras.

• Em finais dos anos 90, 8 países tinham optado pela criação de uma entidade única d eregulação e supervisão abrangendo toda a actividade financeira. Todos, excepto Singapura, optaram por criar instituições fora do banco central.

• Análise mais recente da relação entre a concentração da supervisão e o papel do banco central (Masciandaro-2003) sugere que quanto maior é o grau de concentração menor tende a ser o papel do banco central na supervisão do sector financeiro.

A estrutura institucional da regulaA estrutura institucional da regulaçção e ão e supervisão financeirasupervisão financeira

O papel do banco centralO papel do banco central

22-Dez-04 27Pós Graduação em Análise Financeira – Institutições, Regulação e Ética – F. Teixeira dos Santos

Razões?• A primeira razão tem a ver com poder. Existe um claro receio

de concentrar um poder excessivo numa entidade não eleita com sindicabilidade (accountability) reduzida.

• Em segundo lugar, poderão existir sérios conflitos de interesse entre a função de supervisão e as outras funções do banco. Em particular, um banco central com responsabilidades de supervisão prudencial sistémica e das instituições tenderá a adoptar uma política monetária menos “apertada”, mais inflacionista, em situações de dificuldade.

• Finalmente, poderá ocorrer um risco moral na medida em que poderá gerar-se a percepção junto do público de que as medidas de segurança aplicáveis aos bancos se estendem igualmente às outras entidades financeiras.

A estrutura institucional da regulaA estrutura institucional da regulaçção e ão e supervisão financeirasupervisão financeira

O papel do banco centralO papel do banco central

22-Dez-04 28Pós Graduação em Análise Financeira – Institutições, Regulação e Ética – F. Teixeira dos Santos

22-Dez-04 29Pós Graduação em Análise Financeira – Institutições, Regulação e Ética – F. Teixeira dos Santos

Existe um regime de supervisão ideal?• O leque de regimes em prática parece sugerir que a resposta é

“não”• Existem muitos modelos alternativos que, em condições

normais, podem funcionar de forma eficaz

Serão todos os modelos igualmente eficazes e eficientes em todasas circunstâncias?

A estrutura do regime de supervisão deve espelhar a estrutura daindústria de serviços financeiros abrangida?

Stephen Lumpkin, “Alternative Approaches to Supervision of Financial Services”, OCDE, 2002

A estrutura institucional da regulaA estrutura institucional da regulaçção e ão e supervisão financeirasupervisão financeiraQUESTÕES CHAVEQUESTÕES CHAVE

22-Dez-04 30Pós Graduação em Análise Financeira – Institutições, Regulação e Ética – F. Teixeira dos Santos

De acordo com Llewellyn (2004), embora não exista um padrão universal, existe uma tendência geral no sentido da redução do número de agênciasseparadas através da integração dos arranjos de supervisão prudencial, reduzindo o papel do banco central na supervisão prudencial das instituições financeiras colocando maior ênfase no papel do banco central para a estabilidade sistémica e, se uma entidade única é criada, esta agência édistinta do banco central.

O banco central deverá ser sempre a instituição responsável pela:Estabilidade do sistema de pagamentosAssistência de liquidez aos mercados e ás instituições solventesEstabilidade sistémica

A estrutura institucional da regulaA estrutura institucional da regulaçção e ão e supervisão financeirasupervisão financeira

ConclusõesConclusões

22-Dez-04 31Pós Graduação em Análise Financeira – Institutições, Regulação e Ética – F. Teixeira dos Santos

“É uma ilusão acreditar que existe um modelo único de estrutura institucional superior aplicável a todos os países. Em certa medida, a estrutura óptima dependerá da estrutura do sistema financeiro do país. De igual modo, é uma ilusão acreditar que qualquer estrutura é perfeita ou que garante uma regulação e supervisão efectiva e eficiente do sistema financeiro. Mudar a estrutura institucional da regulação nunca deverá ser vista como uma panaceia ou um substituto de uma condução efectiva e eficiente da regulação e supervisão.”David Llewellyn-“Institutional Strucuture of Financial Regulation and Supervision: the Basic Issues”, in Jeffrey Carmichael, Alexander Fleming e David Llewellyn ed.s “Aligning Financial Supervisory Structures with Country Needs”, World Bank Institute, 2004.

A estrutura institucional da regulaA estrutura institucional da regulaçção e ão e supervisão financeirasupervisão financeira

ConclusõesConclusões

22-Dez-04 32Pós Graduação em Análise Financeira – Institutições, Regulação e Ética – F. Teixeira dos Santos

A existência de uma autoridade “integrada” não é uma condição necessária nem suficiente para uma supervisão de grupo

O facto de que a supervisão do sector de serviços financeiros varia grandemente, nos seus detalhes, de país para país, sugere que existe mais que uma abordagem para se alcançar os fins desejados e, por consequência, não existe consenso quanto à existência de uma que seja “óptima”.

É possível que entidades independentes, com supervisão sectorial, coordenem as suas actividades tendo em vista supervisionar instituições numa base consolidada

De igual modo, é também possível que autoridades consolidadas efectuem supervisão a instituições numa base individual

Stephen Lumpkin, “Alternative Approaches to Supervision of Financial Services”, OCDE, 2002

A estrutura institucional da regulaA estrutura institucional da regulaçção e ão e supervisão financeirasupervisão financeira

ConclusõesConclusões

22-Dez-04 33Pós Graduação em Análise Financeira – Institutições, Regulação e Ética – F. Teixeira dos Santos

A consolidação e conglomeração tem ocasionado riscos mais complexos e tem aumentado as interconexões entre e no seio dos sistemas bancários e dos mercados financeiros internacionais. Tal tem justificado, em parte, a convergência para prioridades comuns na política financeira. O consenso gerado assenta nos seguintes objectivos centrais:

• Estabilidade sistémica - problemas prudenciais macro que podem afectar a condução da política monetária ou a estabilidade financeira geral. Noutras palavras, assegurar a segurança do sistema financeiro no seu todo e a confiabilidade e integridade do sistema de pagamentos.

• Supervisão prudencial/solvabilidade - problemas prudenciais micro que podem afectar a solvência e a solidez das instituições financeiras individuais, tendo em vista proteger os consumidores e investidores de perdasresultantes das eventual insolvência das instituições.

• Regras de conduta dos negócios, focando nas más práticas de mercado, assimetrias de informação, e focando outros aspectos relativos à forma como as instituições financeiras conduzem a sua actividade com os seus clientes. Requisitos de transparência e divulgação de informação.

A estrutura institucional da regulaA estrutura institucional da regulaçção e ão e supervisão financeirasupervisão financeira

ConclusõesConclusões

22-Dez-04 34Pós Graduação em Análise Financeira – Institutições, Regulação e Ética – F. Teixeira dos Santos

Qual Qual éé então a melhor abordagem?então a melhor abordagem?A estrutura organizativa das autoridades de supervisão e a condução da supervisão são conceitos separados

• A escolha de uma estrutura em particular deve procurar assegurar as suas tarefas de supervisão de forma eficiente e eficaz permitindo, ao mesmo tempo, uma produção eficiente de serviços financeiros

• A complexidade crescente de muitos produtos financeiros modernosaumenta a necessidade de supervisores especializados que compreendam os riscos subjacentes. Contudo, as instituições financeiras alargaram o seu leque de produtos de modo a incluirem produtos funcionalmente equivalentes àqueles oferecidos por outro tipo de prestadores de serviços, um desenvolvimento que requer uma base de conhecimentos mais alargada para o pessoal da supervisão.

• A estrutura de supervisão deve ter em conta as características específicas do país tais como os arranjos institucionais existentes e o grau de integração financeira.

• Critérios importantes para avaliar a eficiência do regime de supervisão incluem: economia de custos, transparência e sindicabilidade.

Stephen Lumpkin, “Alternative Approaches to Supervision of Financial Services”, OCDE, 2002

A estrutura institucional da regulaA estrutura institucional da regulaçção e ão e supervisão financeirasupervisão financeira

ConclusõesConclusões

22-Dez-04 35Pós Graduação em Análise Financeira – Institutições, Regulação e Ética – F. Teixeira dos Santos

A estrutura institucional da regulaA estrutura institucional da regulaçção e supervisão financeiraão e supervisão financeira

ConclusõesConclusõesSe existem dúvidas em saber se a “conglomeração” das instituições financeiras permitiu de facto aos grupos financeiros diversificarem os seus riscos e aumentarem a sua eficiência, poucas dúvidas existem de que a criação de grupos integrados de serviços financeiros complicou a tarefa da supervisão.Pelo menos, a existência de exposições intra-grupo aumenta a necessidade

• de partilha de informação, e cooperação entre autoridades de supervisão (nacionais e internacionais) com responsabilidades pelas diferentes componentes institucionais de um grupo financeiro, demodo a assegurar uma supervisão e avaliação do risco para o grupo como um todo.

• da coordenação das exigências regulatórias, • da ligação entre actividades, e • de procedimentos efectivos de acção coordenada em situações

problemáticas.Contudo, ainda é uma matéria a considerar saber se a necessidade por uma visão conjunta do grupo requer necessariamente que as entidades de supervisão também precisam de estar consolidadas, isto é, se a regulação/supervisão precisa de ser conduzida numa base consolidada.

22-Dez-04 36Pós Graduação em Análise Financeira – Institutições, Regulação e Ética – F. Teixeira dos Santos

Reguladores e supervisores do sector financeiro devem usufruir de um estatuto que lhes confira um elevado grau de independência quer relativamente ao governo, quer relativamente à indústria, de forma a poderem cumprir o seu mandato e contribuir para se atingir e manter a estabilidade do sector financeiro. Este argumento, defendido pelas principais organizações internacionais do sector financeiro, édesenvolvido e fundamentado no trabalho de Quintyn e Taylor (2002) “Regulatory and Supervisory Independence and Financial Stability”.

Dois factores contribuíram recentemente para a importância desta questão:Em quase todas as crises sistémicas dos anos 90 a falta de independência das autoridades de supervisão face ao poder político, a parte da sua fraqueza e dispersão, tem sido citada como um dos factores que contribuiram para o agravamento da crise (p.e. Coreia do Sul, Japão, Indonésia, Venezuela).A criação de entidades integradas (por vezes únicas) de supervisão fora dos bancos centrais tem suscitado a questão da sua independência, dado que enquanto integradas no BC usufruiam desse estatuto em virtude da independência do banco central na condução da política monetária.

Independência na condução da política monetária e independência da regulação e supervisão reforçam-se mutuamente tendo em vista garantir a estabilidade do sector financeiro.

A estrutura institucional da regulaA estrutura institucional da regulaçção e ão e supervisão financeirasupervisão financeira

Independência e sindicabilidadeIndependência e sindicabilidade

22-Dez-04 37Pós Graduação em Análise Financeira – Institutições, Regulação e Ética – F. Teixeira dos Santos

A independência das autoridades de regulação e supervisão é um instrumentoimportante para permitir que estas prossigam de forma credível os objectivos para que foram criadas e assegurem um efectivo cumprimento das regras no tempo e espaço e contribuam, por conseguinte, para a estabilidade do sistema financeiro. Independência não significa negar aos poderes políticos o seu papel na definição dos objectivos da regulação e supervisão, reclama tão somente a necessidade de conferir aos reguladores/supervisores autonomia na determinação da forma como atingir tais objectivos e responsabilizá-los caso falhem na sua missão (sindicabilidade).

A independência deve traduzir-se nas seguintes quatro dimensões:• Independência na regulação• Independência na supervisão• Independência institucional• Independência orçamental

A estrutura institucional da regulaA estrutura institucional da regulaçção e ão e supervisão financeirasupervisão financeira

Independência e sindicabilidadeIndependência e sindicabilidade

22-Dez-04 38Pós Graduação em Análise Financeira – Institutições, Regulação e Ética – F. Teixeira dos Santos

Independência na regulaIndependência na regulaççãoãoCapacidade de usufruir de um elevado grau de autonomia na definição de regras às entidades/actividades sob a sua supervisão, dentro dos poderesatribuídos na lei.Esta independência é importante no actual quadro internacional no qual épreciso, com frequência, adaptar o quadro regulador nacional aosdesenvolvimentos externos dos mercados e da regulação.

Mas a independência não aumentará o risco de sobre-regulação e captura pelos regulados? Não mais que no caso de entidades não independentes. Mecanismos adequados de transparência e de consulta pública no processo de produção regulatória podem reduzir tais riscos muito significativamente.

A estrutura institucional da regulaA estrutura institucional da regulaçção e ão e supervisão financeirasupervisão financeira

Independência e sindicabilidadeIndependência e sindicabilidade

22-Dez-04 39Pós Graduação em Análise Financeira – Institutições, Regulação e Ética – F. Teixeira dos Santos

Independência na supervisãoIndependência na supervisãoCapacidade de, com autonomia, desenvolver as acções necessárias àimplementação e fiscalização do cumprimento das regras vigentes junto das entidades/actividades sob a sua supervisão e de definir e impôr sanções aos incumpridores. Envolve

i. poderes de concessão/revogação de licenças e/ou registos, ii. poderes de inspecção dentro e fora das entidades sob a sua jurisdição e de obtenção de

informações, iii. poderes de sanção, e iv. poderes no âmbito da gestão de crises.

Há quatro áreas que devem ser acauteladas de forma a salvaguardar a integridade e independência da função de supervisão:

Os supervisores devem gozar de protecção legal no exercício das suas funçõesO sistema de sanções e de intervenções deve basear-se em regras, reduzindo a discricionaridade face aos casos individuais (confere maior transparência, avaliação mais objectiva das situações, facilita a análise judicial em caso de recurso, etc)Sistema remuneratório apropriado e carreiras bem definidasClara definição dos níveis de decisão, e dos processos e prazos de recurso das decisões

A estrutura institucional da regulaA estrutura institucional da regulaçção e ão e supervisão financeirasupervisão financeira

Independência e sindicabilidadeIndependência e sindicabilidade

22-Dez-04 40Pós Graduação em Análise Financeira – Institutições, Regulação e Ética – F. Teixeira dos Santos

Independência institucionalIndependência institucionalRefere-se ao estatuto da entidade enquanto instituição separada dos poderes executivo e legislativo do governo. A independência institucional depende fundamentalmente de 3 factores cruciais:

Os termos de nomeação, e mais criticamente, de exoneração dos seus quadros de topoA estrutura organizativa da entidade (governance)A abertura e transparência dos processos de decisão

Independência orIndependência orççamentalamentalRefere-se ao papel do poder executivo/legislativo na determinação da dimensão do orçamento da entidade e da sua execução, incluindo a política de pessoal e salarial. Os supervisores com independência na decisão das fontes de financiamento, no seu montante e na sua utilização em função da sua missão estarão melhor equipados para enfrentar interferências políticas, para responder mais rapidamente a novas necessidades emergentes na sua área de supervisão e para garantir, através de políticas salariais atractivas, a contratação de pessoal competente.

A estrutura institucional da regulaA estrutura institucional da regulaçção e ão e supervisão financeirasupervisão financeira

Independência e sindicabilidadeIndependência e sindicabilidade

22-Dez-04 41Pós Graduação em Análise Financeira – Institutições, Regulação e Ética – F. Teixeira dos Santos

Não hNão háá independência sem sindicabilidade (independência sem sindicabilidade (accountabilityaccountability).).Os arranjos institucionais que confiram independência às autoridades de regulação e supervisão só estarão adequadamente definidos se incluirem mecanismos de sindicância, de responsabilização da entidade pelo desempenho das sua funções, sem criar oportunidades ad hoc de interferência na sua actividade e sem comprometer o dever de confidencialidade que devem respeitar.As entidades independentes exercem poderes delegados pelo legislador e, num estado democrático, a sua legitimidade exige que seja sindicável pela forma como exerce tais poderes. Esta sindicabilidade deve assegurar que os reguladores independentes:

a) Comunicam com outras instituições e funções políticasb) Evitam a armadilha da captura pela indústria ou o auto-interessec) Não criam novas rigidezes institucionaisd) Evitam a tendência para a sobre-regulação, a qual poderá impôr custos

adicionais à indústriae) Não abrandam o ajustamento estrutural do sectorf) Evoluem á medida que surge e se desenvolve a concorrência

A estrutura institucional da regulaA estrutura institucional da regulaçção e ão e supervisão financeirasupervisão financeira

Independência e sindicabilidadeIndependência e sindicabilidade

22-Dez-04 42Pós Graduação em Análise Financeira – Institutições, Regulação e Ética – F. Teixeira dos Santos

Um equilUm equilííbrio adequado entre brio adequado entre independência e sindicabilidade poderindependência e sindicabilidade poderáá ser ser atingido com base nos seguintes atingido com base nos seguintes critérios::i.i. DefiniDefiniçção de uma ão de uma base legal clara para a clara para a

entidade que descreva os seus poderes e funentidade que descreva os seus poderes e funçções ões (estatuto)(estatuto)

ii.ii. DefiniDefiniçção de ão de objectivos claros para a entidade para a entidade que descrevam os seus propque descrevam os seus propóósitos centrais sitos centrais (estabilidade do sistema, solvabilidade das (estabilidade do sistema, solvabilidade das instituiinstituiçções, protecões, protecçção dos clientes, etc)ão dos clientes, etc)

A estrutura institucional da regulaA estrutura institucional da regulaçção e ão e supervisão financeirasupervisão financeira

Independência e sindicabilidadeIndependência e sindicabilidade

22-Dez-04 43Pós Graduação em Análise Financeira – Institutições, Regulação e Ética – F. Teixeira dos Santos

Outros textos relevantesOutros textos relevantesRichard Abrams e Michael Taylor: "Issues in the Unification of Financial Sector Supervision"Fundo Monetário Internacional, Working Paper nº213, Dezembro de 2000.

"Financial Sector Convergence and Financial Market Supervision in the OECD Area"OCDE, Fevereiro de 2002.

Stephen Lumpkin, “Alternative Approaches to Supervision of Financial Services”OCDE, 2002 .

Textos a lerTextos a lerJosé de Luna Martinez e Thomas A. Rose: "International Survey of Integrated Financial Sector Supervision"World Bank, Policy Research Working Paper 3096, Julho de 2003.

Marc Quintyn e Michael W. Taylor: "Regulatory and Supervisory Independence and Financial Stability"Fundo Monetário Internacional, Working Paper nº 02/46, Março de 2002.

Andreas Grunbichler e Patrick Darlap: "Regulation and Supervision of Financial Markets and Institutions - A European Perspective"Austrian Financial Market Authority, Julho de 2003.

22-Dez-04 44Pós Graduação em Análise Financeira – Institutições, Regulação e Ética – F. Teixeira dos Santos

4. 4. A regulaA regulaçção e a supervisão a não e a supervisão a níível vel internacionalinternacional

FACULDADE DE ECONOMIA DO PORTOFACULDADE DE ECONOMIA DO PORTOPPóóss--GraduaGraduaççãoão emem AnAnááliselise FinanceiraFinanceira

InstituiInstituiççõesões, , RegulaRegulaççãoão e e ÉÉticatica

22-Dez-04 45Pós Graduação em Análise Financeira – Institutições, Regulação e Ética – F. Teixeira dos Santos

Este Comité procura encorajar a convergência para abordagens e padrões comuns sem tentar uma harmonização detalhada das técnicas de supervisão dos países membros. Nesse sentido, formula padrões e orientações gerais de supervisão e recomenda boas práticas na expectativa de que as autoridades individuais adoptarão os passos necessários à sua implementação detalhada de modo a que melhor se enquadrem nos seus sistemas nacionais.

O Comité reporta aos governadores dos bancos centrais do Grupo dos 10.

Em 1997, o Comité de Basileia publicou um conjunto de 25 princípios base, que representando os elementos básicos para um sistema efectivo de supervisão, servem de referência para todas as autoridades responsáveis pela supervisão bancária em todo o mundo.

BCBS BCBS –– ComitComitéé de Supervisão Bancde Supervisão Bancáária de Basileiaria de Basileia

22-Dez-04 46Pós Graduação em Análise Financeira – Institutições, Regulação e Ética – F. Teixeira dos Santos

Pré-condições para uma supervisão bancária efectiva:1. Um sistema efectivo de supervisão bancária deve ter

responsabilidades e objectivos claros para cada agência envolvida na supervisão das organizações bancárias. Cada agência deve ter independência operacional e recursos adequados. É igualmente necessário um quadro legal ajustado incluindo provisões quanto àautorização de organizações bancárias e sua supervisão subsequente; poderes para impôr o respeito pelas leis bem como regras de segurança e robustez; e protecção legal aos supervisores. Devem ser também estabelecidas disposições relativas à troca de informação entre supervisores e protecção da sua confidencialidade.

Autorização e estrutura:2. As actividades permitidas às entidades que estão autorizadas e

supervisionadas como bancos devem ser claramente definidas e o uso do termo “banco” em designações deve ser o mais controlado possível.

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22-Dez-04 47Pós Graduação em Análise Financeira – Institutições, Regulação e Ética – F. Teixeira dos Santos

Autorização e estrutura:3. A autoridade licenciadora deve ter o poder de definir critérios e

rejeitar os pedidos de estabelecimento que não respeitem os padrões definidos. O processo de autorização deve consistir numa avaliação da estrutura de propriedade da organização, directores e gestores, plano de negócios e controles internos, e projecções da sua situação financeira. No caso de bancos estrangeiros, a autorização só deveráser dada após o prévio consentimento do supervisor do país de origem.

4. Os supervisores bancários devem ter a autoridade para analisarem e rejeitarem qualquer proposta para transferência significativa para terceiros da propriedade ou controle dos bancos existentes.

5. Os supervisores bancários devem ter a autoridade para definirem critérios de análise de aquisições relevantes ou investimentos por parte dum banco e assegurar que as relações ou estruturas societárias não o expõem a riscos desnecessários ou não ameaçam uma supervisão efectiva.

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22-Dez-04 48Pós Graduação em Análise Financeira – Institutições, Regulação e Ética – F. Teixeira dos Santos

Regulação e requisitos prudenciais:6. Os supervisores bancários devem exigir requisitos prudenciais e

apropriados mínimos de adequação de capital a todos os bancos. Tais riscos devem reflectir os riscos assumidos pelos bancos e devem definir as componentes do capital tendo em conta a sua capacidade para absorverem perdas. Pelo menos, para os bancos que actuem internacionalmente, não devem ser inferiores aos estabelecidos no Acordo de Capital de Basileia.

7. Uma componente essencial de qualquer sistema de supervisão é a avaliação das políticas, práticas e procedimentos dos bancos quanto àconcessão de crédito, à realização de investimentos e à gestão em curso da sua carteira de empréstimos e investimentos.

8. Os supervisores bancários devem satisfazer-se com o facto de de os bancos definirem e aderirem a políticas, práticas e procedimentos adequados à avaliação da qualidade dos activos e à adequação das provisões e reservas a eventuais perdas.

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22-Dez-04 49Pós Graduação em Análise Financeira – Institutições, Regulação e Ética – F. Teixeira dos Santos

Regulação e requisitos prudenciais:9. Os supervisores bancários devem satisfazer-se com o facto de os

bancos disporem de sistemas de gestão de informação que permitam à gestão identificar concentrações na sua carteira e os supervisores devem impôr limites prudenciais que restrinjam a exposição dos bancos a determinados devedores ou grupos de devedores relacionados entre si.

10. Tendo em vista evitar abusos resultantes de operações de empréstimo relacionadas, os supervisores bancários devem exigir aos bancos requisitos que assegurem que tais operações são efectivamente fiscalizadas e que sejam adoptadas outras medidas para controlar ou reduzir tais riscos.

11. Os supervisores bancários devem satisfazer-se com o facto de os bancos adoptarem políticas e procedimentos adequados para identificação, fiscalização e controle do risco-país e risco de transferência nas suas actividades internacionais de crédito e investimento, e por manterem reservas adequadas contra tais riscos.

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22-Dez-04 50Pós Graduação em Análise Financeira – Institutições, Regulação e Ética – F. Teixeira dos Santos

Regulação e requisitos prudenciais:12. Os supervisores bancários devem satisfazer-se com o facto de os

bancos disporem de sistemas que, de forma precisa, medem, acompanham e controlam adequadamente os riscos de mercado; os supervisores devem ter poderes para impôr limites específicos e/ou dotação específica em capital para exposição ao risco de mercado, se necessária.

13. Os supervisores bancários devem satisfazer-se com o facto de os bancos terem em operação um processo de gestão de risco abrangente (incluindo um acompanhamento apropriado pela administração e pelos responsáveis da gestão) para identificar, medir, acompanhar e controlar todos os outros riscos relevantes e, quando apropriado, deter capital contra esses riscos.

14. Os supervisores bancários devem determinar que os bancos disponham de controles internos adequados à natureza e escala das suas operações. Estes devem incluir mecanismos claros de delegação de competeências e responsabilidades; separação de funções entre os que responsabilizam o banco, os que efectuam pagamentos de fundos, os que contabilizam os activos e responsabilidades; reconciliação destes processos, guarda de activos; auditoria interna ou externa independente.

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22-Dez-04 51Pós Graduação em Análise Financeira – Institutições, Regulação e Ética – F. Teixeira dos Santos

Regulação e requisitos prudenciais:15. Os supervisores bancários devem determinar que os bancos

adoptem de políticas, práticas e procedimentos adequados, incluindo regras estritas de “know your customer”, que promovam padrões éticos e profissionais elevados no sector e evitem que o banco seja usado, intencionalmente ou não, por elementos criminosos.

Métodos de supervisão bancária em uso:16. Um sistema efectivo de supervisão deve consistir nalguma forma de

combinação de supervisão no local e fora dele.17. Os supervisores bancários devem manter contactos regulares com a

administração do banco e ter uma compreensão minuciosa das operações da instituição.

18. Os supervisores bancários devem ter meios de recolha, revisão e análise de relatórios prudenciais e de informação estatística numa base individual e consolidada.

19. Os supervisores bancários devem ter meios de validação independente da informação quer através de verificações no local quer através de auditores externos.

20. Um elemento essencial da supervisão bancária é a capacidade dos supervisores supervisionarem o grupo bancário numa base consolidada.

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22-Dez-04 52Pós Graduação em Análise Financeira – Institutições, Regulação e Ética – F. Teixeira dos Santos

Requisitos de informação:21. Os supervisores bancários devem satisfazer-se com o facto de cada

banco manter registos adequados efectuados de acordo com regras e práticas contabilísticas consistentes que permitem ao supervisor obter uma descrição verdadeira e correcta da situação financeira do banco e da rendibilidade do seu negócio, e com o facto do banco publicar numa base regular as contas que reflectem correctamente a sua situação.

Poderes formais dos supervisores:22. Os supervisores bancários devem ter ao seu dispor medidas

adequadas para implementar em tempo oportuno medidas correctivas quando os bancos não cumpram os requisitos prudenciais exigidos (tais como os rácios mínimos de adequação de capital), quando violem a legislação, ou quando os depositantes estejam de qualquer modo ameaçados. Em casos extremos, tais medidas devem incluir a possibilidade de revogação da autorização concedida ao banco ou a possibilidade de a recomendar.

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22-Dez-04 53Pós Graduação em Análise Financeira – Institutições, Regulação e Ética – F. Teixeira dos Santos

Actividade bancária transfronteiriça:23. Os supervisores bancários devem pôr em prática uma supervisão

global consolidada sobre as organizações bancárias que actuem a nível internacional, monitorando e aplicando normas prudenciaisadequadas a todos os aspectos dos negócios conduzidos por essas organizações à escala mundial, designadamente nas suas filiais, sucursais e subsidiárias.

24. Um elemento chave da supervisão consolidada consiste no estabelecimento de contactos e trocas e informação com outros supervisores envolvidos, designadamente as autoridades supervisoras do país anfitrião.

25. Os supervisores bancários devem exigir que as operações locais dos bancos estrangeiros obedeçam aos mesmos elevados padrões exigidos às instituições domésticas e devem ter poderes para partilhar a informação necessária com os supervisores do país de origem desses bancos tendo em vista a realização a supervisão consolidada.

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22-Dez-04 54Pós Graduação em Análise Financeira – Institutições, Regulação e Ética – F. Teixeira dos Santos

O Acordo de Capital de Basileia:

Em 1988 o BCBS decidiu introduzir um sistema de medida de capital conhecido sob esta designação.Este sistema permitiu a implementação de um quadro de medida do risco com um padrão de capital mínimo de 8% no fim de 1992. Desde 1988, este sistema foi progressivamente introduzido em muitos países membros e não-membros do Comité.

Em Junho de 1999, o Comité emitiu uma proposta para um Novo Acordo de Adequação de Capital para substituir o de 1988. Este Novo Acordo assenta em 3 pilares:

requisitos de capital mínimo que procuram refinar as regras padrão do Acordo de 1988supervisão dos processos de avaliação interna das instituições e da adequação de capitaluso efectivo de práticas de divulgação de informação que reforcem a disciplina do mercado como complemento dos esforços da supervisão.

BCBS BCBS –– ComitComitéé de Supervisão Bancde Supervisão Bancáária de Basileiaria de Basileia

22-Dez-04 55Pós Graduação em Análise Financeira – Institutições, Regulação e Ética – F. Teixeira dos Santos

O Acordo de Capital de Basileia:

BCBS BCBS –– ComitComitéé de Supervisão Bancde Supervisão Bancáária de Basileiaria de Basileia

A segurança e robustez das instituições num sistema financeiro dinâmico e complexo exigem a combinação de uma gestão efectiva a nível do banco com a disciplina do mercado e a supervisão. O Acordo de 1988 focava no montante total de capital, o qual é vital na redução do risco de insolvência do banco. Partindo deste princípio, o novo acordo procura no entanto melhorar a segurança e robustez do sistema financeiro a partir da referida combinação daqueles 3 pilares.

Acordo de 1988 Novo Acordo propostoAssenta numa medida de risco única Dá mais ênfase às metodologias

internas dos bancos, acção supervisora e disciplina de mercado

Uma solução que serve a todos Flexibilidade, abordagens alternativas, incentivos a melhor gestão do risco

Estrutura generalista Mais sensibilidade ao risco

22-Dez-04 56Pós Graduação em Análise Financeira – Institutições, Regulação e Ética – F. Teixeira dos Santos

O Acordo de Capital de Basileia:O 1º pilar define requisitos mínimos de capital. O novo acordo mantém a definição corrente de capital e o requisito de um ráciomínimo de solvabilidade de 8%. A aplicação do acordo será estendida ao nível consolidado e são introduzidas melhorias na medição dos riscos: os métodos de medição do risco de crédito são mais elaborados, mantém-se a medida do risco de mercado, mas introduz-se uma nova medida de risco – risco operacional.O 2º pilar requer que os supervisores assegurem que cada banco tem em funcionamento processos internos de gestão capazes de analisarem a adequação do seu capital baseada numa avaliação rigorosa dos seus riscos.O 3º pilar procura reforçar a disciplina do mercado através de melhores práticas de divulgação. Uma divulgação efectiva éessencial para permitir que os participantes no mercado podem melhor compreender os perfis de risco dos bancos e a adequação dos seus capitais. Nesse sentido são definidos requisitos e recomendações de divulgação em várias áreas, incluindo a forma como o banco calcula a adequação do seu capital e os seus métodos de avaliação do risco.

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22-Dez-04 57Pós Graduação em Análise Financeira – Institutições, Regulação e Ética – F. Teixeira dos Santos

Objectivos da IAIS:Promoção da cooperação entre os supervisores de segurosEstabelecimento de padrões internacionais na supervisão de segurosFornecer formação dos seus membros Coordenar trabalhos com reguladores de outros sectores financeiros e com instituições financeiras internacionais.

IAIS IAIS –– AssociaAssociaçção Internacional dos ão Internacional dos Supervisores de SegurosSupervisores de Seguros

22-Dez-04 58Pós Graduação em Análise Financeira – Institutições, Regulação e Ética – F. Teixeira dos Santos

1 - Organização do supervisor de segurosPrincPrincíípio 1pio 1: O supervisor deve ser organizado de forma a ser capaz

de cumprir a sua tarefa principal, a saber, manter mercados seguradores eficientes, justos, seguros e estáveis para benefício e protecção dos segurados.- O supervisor deve ser independente e responsável pelo exercício das suas funções e poderes.- Deve ter poderes, quadro legal e recursos financeiros adequados. - Deve adoptar processos regulatórios claros, transparentes e consistentes. - Deve definir a responsabilidade dos processos decisórios de forma clara.- Deve formar e manter o staff suficiente com elevados padrões profissionais respeitando os deveres de confidencialidade apropriados.

IAIS IAIS –– PrincPrincíípios Base dos Segurospios Base dos Seguros

22-Dez-04 59Pós Graduação em Análise Financeira – Institutições, Regulação e Ética – F. Teixeira dos Santos

2 - Autorizações e Mudanças de ControlPrincípio 2: Deve haver um processo de autorização para que uma

companhia possa operar. Se o supervisor tiver a autoridade para conceder essa autorização:- deve avaliar a idoneidade dos proprietários, dos directores e a solidez do plano de negócios- pode decidir recorrer ao trabalho já desenvolvido por um supervisor noutra jurisdição caso as regras prudenciais de ambas as jurisdições sejam, em geral, equivalentes.

Princípio 3: O supervisor deverá analisar as mudanças de controle nas companhias autorizadas na sua jurisdição. Deverá definir requisitos claros a respeitar sempre que uma mudança de controle ocorra. Em particular:- deverá exigir notificação da mudança e/ou aprovação da mudança proposta.- deverá estabelecer critérios para avaliar se a mudança é apropriada.

IAIS IAIS –– PrincPrincíípios Base dos Segurospios Base dos Seguros

22-Dez-04 60Pós Graduação em Análise Financeira – Institutições, Regulação e Ética – F. Teixeira dos Santos

3 - Corporate GovernancePrincípio 4: É desejável a definição de padrões relativos ao governo

das sociedades. Sempre que o supervisor de seguros tiver essa responsabilidade, deverá definir requisitos quanto- às funções e responsabilidades dos administradores- ao recurso a outros supervisores quanto às companhias autorizadas noutras jurisdições- à distinção entre padrões a respeitar pelas companhias constituídas na sua jurisdição e pelas sucursais de companhias constituídas noutras jurisdições

4 - Controle InternoPrincípio 5: O supervisor de seguros deverá poder

- analisar os procedimentos de controle interno decididos e estabelecidos pela administração e exigir o seu reforço quando necessário- exigir à administração que assegure níveis de vigilância prudencial adequados tais como a definição de padrões para a assumpção de riscos e a definição de padrões qualitativos e quantitativos para a gestão de investimentos e da liquidez.

IAIS IAIS –– PrincPrincíípios Base dos Segurospios Base dos Seguros

22-Dez-04 61Pós Graduação em Análise Financeira – Institutições, Regulação e Ética – F. Teixeira dos Santos

5 - Regras PrudenciaisPrincípio 6 (Activos): Devem ser definidos padrões referentes aos

activos das companhias autorizadas. Sempre que os supervisores de seguros tiverem essa autoridade, estes devem aplicar-se a um montante de activos pelo menos igual às provisões técnicas e deverá incidir sobre:- diversificação por tipo de activos- limites, ou restrições, quanto ao montante que pode ser detido sob a forma de instrumentos financeiros, imobiliário, etc- os critérios de valorimetria dos activos incluídos nos relatórios financeiros- a boa gestão dos activos- o ajustamento apropriado entre activos e responsabilidades- o nível de liquidez

IAIS IAIS –– PrincPrincíípios Base dos Segurospios Base dos Seguros

22-Dez-04 62Pós Graduação em Análise Financeira – Institutições, Regulação e Ética – F. Teixeira dos Santos

5 - Regras PrudenciaisPrincípio 7 (Responsabilidades): Os supervisores de seguros devem

definir padrões relativos às responsabilidades das companhias autorizadas na sua jurisdição. Devem ter em conta:- o que deve ser considerado como uma responsabilidade da companhia- padrões quanto à assumpção de responsabilidades ou quanto àconstituição de provisões técnicas- o montante do crédito permitido para reduzir as responsabilidades por montantes recuperáveis através de mecanismos de resseguro

Princípio 8 (Adequação de capitais e solvabilidade): Os requisitos de capital a ser mantido pelas companhias devem ser claramente definidos e devem definir os níveis mínimos de capital ou os níveis de depósitos a manter. Os requisitos de adequação de capital devem reflectir a dimensão, complexidade e riscos de negócio da companhia na jurisdição em causa.

IAIS IAIS –– PrincPrincíípios Base dos Segurospios Base dos Seguros

22-Dez-04 63Pós Graduação em Análise Financeira – Institutições, Regulação e Ética – F. Teixeira dos Santos

5 - Regras PrudenciaisPrincípio 9 (Produtos derivados): O supervisor de seguros deverá estar

habilitado a impôr requisitos quanto ao uso de instrumentos financeiros que possam não fazer parte do relatório financeiro da companhia autorizada a operar na jurisdição. Na definição de tais requisitos deverá referir- as restrições quanto ao uso de produtos derivados e outros items fora do balanço- os requisitos de informação quanto a produtos derivados e outros items fora do balanço- a implementação de controles internos adequados e monitoragem das posições em derivados

Princípio 10 (Resseguro): O supervisor de seguros deverá impôr requisitos aplicáveis aos contratos de resseguro ou companhias de resseguro.

IAIS IAIS –– PrincPrincíípios Base dos Segurospios Base dos Seguros

22-Dez-04 64Pós Graduação em Análise Financeira – Institutições, Regulação e Ética – F. Teixeira dos Santos

6 – Regras de conduta no mercadoPrincípio 11: Os supervisores devem assegurar que seguradores e

intermediários dispõem do conhecimento, capacidades e integridade necessários na relação com os seus clientes. Seguradores e intermediários devem:

Actuar sempre de forma honesta e claraActuar com o cuidado e diligência devidos na condução das suas actividadesConduzir e organizar o seu negócio com prudênciaDar a devida atenção às necessidades de informação dos seus clientes e tratá-los de forma justaSolicitar aos clientes a informação que é razoável obter antes de prestar conselho ou ultimar um contratoEvitar conflitos de interesseRelacionar-se com os seus reguladores de forma aberta e cooperanteManter um sistema de reclamações Organizar e controlar os seus negócios de forma eficaz

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22-Dez-04 65Pós Graduação em Análise Financeira – Institutições, Regulação e Ética – F. Teixeira dos Santos

7 – Fiscalização e inspecção no localPrincípio 12 (Reporte financeiro): É importante que os supervisores de

seguros obtenham a informação necessária para, de forma apropriada, formarem uma opinião quanto à solidez financeira das operações de cada companhia de seguros actuando na sua jurisdição. A informação necessária para esta análise é obtida dos relatórios financeiros e estatísticos apresentados numa base regular, apoiada por informação obtida através de pedidos de informação especiais, inspecções no local e comunicação com actuários e auditores externos.

Princípio 13 (Inspecção no local): O supervisor deve poder- efectuar inspecções no local de forma a fiscalizar os negócios da companhia, incluindo a inspecção de livros, rfegistos, contas e outros documentos- exigir e receber qualquer informação das companhias autorizadas a operar na sua jurisdição

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22-Dez-04 66Pós Graduação em Análise Financeira – Institutições, Regulação e Ética – F. Teixeira dos Santos

8 – SançõesPrincípio 14: Os supervisores devem ter o poder de adoptar acções

correctivas sempre que sejam identificados problemas envolvendo as companhias autorizadas. Devem dispor de um leque de acções disponíveis de modo a aplicarem as sanções apropriadas aos problemas encontrados. A legislação deve conferir ao supervisor os seguintes poderes:

O poder de restringir as actividades da companhiaO poder de ordenar a cessação de práticas que não sejam seguras ou correctasA possibilidade de impôr outras sanções na companhia ou nas suas operações, p.e. revogação da licença ou impondo medidas correctivas no caso de violação da lei

IAIS IAIS –– PrincPrincíípios Base dos Segurospios Base dos Seguros

22-Dez-04 67Pós Graduação em Análise Financeira – Institutições, Regulação e Ética – F. Teixeira dos Santos

9 – Operações transfronteiriçasPrincípio 15: Os supervisores de seguros devem assegurar que:

Nenhum estabelecimento estrangeiro de seguros escapa àsupervisãoQue todos os estabelecimentos de grupos internacionais de seguros e seguradoras internacionais estão sujeitos a uma efectiva supervisãoA criação de um estabeleciemto de seguros transfronteiriço estásujeita a consulta entre os supervisores do país de origem e do país anfitriãoOs seguradores estrangeiros operando numa base de prestação de serviços transfronteiriços estão sujeitos a uma efectiva supervisão

IAIS IAIS –– PrincPrincíípios Base dos Segurospios Base dos Seguros

22-Dez-04 68Pós Graduação em Análise Financeira – Institutições, Regulação e Ética – F. Teixeira dos Santos

10 – Coordenação e CooperaçãoPrincípio 16: Com vista a partilhar informação relevante com outros

supervisores, devem desenvolver-se e manter-se meios de comunicação efectivos e adequados. No desenvolvimento e implementação do quadro regulador, dever-se-á assegurar que o supervisor pode celebrar acordos ou memoranda de entendimento com outros supervisores tendo em vista a troca de informações, de resultados de investigações, ou o desenvolvimento de acções conjuntas.

Princípio 17 (Confidencialidade): Todos os supervisores de seguros devem estar sujeitos a segredo profissional quanto àinformação obtida no curso da sua actividade ou recebida de outros supervisores.

IAIS IAIS –– PrincPrincíípios Base dos Segurospios Base dos Seguros

22-Dez-04 69Pós Graduação em Análise Financeira – Institutições, Regulação e Ética – F. Teixeira dos Santos

Objectivos da IOSCO:Cooperar na promoção de elevados padrões de regulação com vista a assegurar mercados justos, eficientes e credíveis;Trocar informações no âmbito das suas experiências tendo em vista a promoção do desenvolvimento dos mercados domésticos;Unir esforços no estabelecimento de padrões e de uma efectiva supervisão nas transacções internacionais de valores mobiliários;Prestar assistência mútua para promoverem a integridade dos mercados através da aplicação rigorosa dos padrões e do sancionamento efectivo das ofensas.

IOSCO IOSCO -- OrganizaOrganizaçção internacional das ão internacional das comissões de valorescomissões de valores

Objectivos da Regulação:Protecção dos investidoresRegularidade, eficiência e transparência dos mercadosRedução de riscos sistémicos

22-Dez-04 70Pós Graduação em Análise Financeira – Institutições, Regulação e Ética – F. Teixeira dos Santos

Os princípios adoptados pela IOSCO encontram-se divididos por oito categorias:

entidades reguladorasauto-regulaçãoregulamentação de valores mobiliárioscooperação na regulaçãoentidades emitentesorganismos de investimento colectivointermediários financeirosmercados secundários

IOSCO IOSCO -- OrganizaOrganizaçção internacional das ão internacional das comissões de valorescomissões de valores

22-Dez-04 71Pós Graduação em Análise Financeira – Institutições, Regulação e Ética – F. Teixeira dos Santos

Princípios relacionados com as entidades reguladoras:1. As responsabilidades das entidades reguladoras devem ser

estabelecidas de forma clara e objectiva;2. As entidades reguladoras devem operar de forma independente e

responsável no exercício das suas funções e poderes;3. As entidades reguladoras devem ter os poderes adequados, os

recursos necessários e capacidade para desempenho das suas funções e ao exercício dos seus poderes;

4. As entidades reguladoras devem adoptar processos de regulação claros e consistentes;

5. Os colaboradores das entidades reguladoras devem observar os mais altos padrões de profissionalismo, incluindo padrões apropriados de confidencialidade.

IOSCO IOSCO -- OrganizaOrganizaçção internacional das ão internacional das comissões de valorescomissões de valores

22-Dez-04 72Pós Graduação em Análise Financeira – Institutições, Regulação e Ética – F. Teixeira dos Santos

Princípios da auto-regulação:6. O regime de regulação deve usar de forma apropriada as

Organizações de Auto-regulação (OARs) que exerçam responsabilidades de fiscalização directa nas suas respectivas áreas de competência, numa extensão apropriada ao tamanho e complexidade dos mercados;

7. As OARs devem ser sujeitas a fiscalização por parte das entidades reguladoras e devem observar padrões de justiça e confidencialidade no exercício dos poderes e responsabilidades nelas delegados.

IOSCO IOSCO -- OrganizaOrganizaçção internacional das ão internacional das comissões de valorescomissões de valores

22-Dez-04 73Pós Graduação em Análise Financeira – Institutições, Regulação e Ética – F. Teixeira dos Santos

Princípios para aplicação da regulamentação de VM:8. As entidades reguladoras devem ter poderes de inspecção,

investigação e fiscalização abrangentes;9. As entidades reguladoras devem ter poderes de execução

abrangentes;10. O sistema de regulação deve assegurar um uso eficaz e credível

dos poderes de inspecção, investigação, fiscalização e aplicação do Direito, bem como a instituição de um programa eficaz de cumprimento.

IOSCO IOSCO -- OrganizaOrganizaçção internacional das ão internacional das comissões de valorescomissões de valores

22-Dez-04 74Pós Graduação em Análise Financeira – Institutições, Regulação e Ética – F. Teixeira dos Santos

Princípios de cooperação na regulação:11. As entidades reguladoras devem ter autoridade para partilhar

informações do conhecimento público, ou não, com congéneres nacionais e estrangeiras;

12. As entidades reguladoras devem estabelecer mecanismos de partilha de informação que definam quando e como irá ser possível a partilha de informações do conhecimento público, ou não, com as suas congéneres nacionais e estrangeiras;

13. Os sistemas de regulação devem permitir que seja prestada assistência a entidades reguladoras estrangeiras que necessitem de proceder a inquéritos no cumprimento das suas funções e no exercício dos seus poderes.

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22-Dez-04 75Pós Graduação em Análise Financeira – Institutições, Regulação e Ética – F. Teixeira dos Santos

Princípios para as entidades emitentes:14. Deve existir uma apresentação completa, atempada e exacta

dos resultados financeiros e de outras informações que constituam a base para as decisões dos investidores;

15. Os detentores de valores mobiliários de uma empresa devem ser tratados de forma justa e equitativa;

16. Os padrões de contabilidade e auditoria devem ser de alta qualidade e aceitáveis a nível internacional.

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22-Dez-04 76Pós Graduação em Análise Financeira – Institutições, Regulação e Ética – F. Teixeira dos Santos

Princípios para os organismos de investimento colectivo:17. O sistema regulador deve estabelecer critérios para a autorização

e regulação daqueles que desejem colocar no mercado ou gerir organismos de investimento colectivo;

18. O sistema regulador deve fornecer regras de funcionamento da forma e estrutura legal dos organismos de investimento colectivoe a separação e protecção dos bens dos clientes;

19. A regulação deve exigir a divulgação, conforme estipulado nos princípios para as entidades emitentes, da informação que seja necessária para avaliar a aptidão de um organismo de investimento colectivo para um determinado investidor e o valor da participação do investidor no organismo;

20. A regulação deve assegurar que exista uma base adequada e do conhecimento geral para a valorização dos bens e o estabelecimento do preço e amortização de unidades num organismo de investimento colectivo.

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22-Dez-04 77Pós Graduação em Análise Financeira – Institutições, Regulação e Ética – F. Teixeira dos Santos

Princípios para os intermediários financeiros:21. A regulação deve estabelecer padrões mínimos de acesso para

os intermediários financeiros;22. Devem existir mínimos de capital inicial e de funcionamento e

outros requisitos prudenciais para os intermediários financeiros,que reflictam os riscos que os intermediários financeiros assumem;

23. Os intermediários financeiros devem ser obrigados a cumprir as regras de organização interna e de conduta operacional que têm o objectivo de proteger os interesses dos clientes e sob as quais a direcção do intermediário aceita a responsabilidade primária relativamente a estas questões;

24. Devem existir procedimentos para lidar com a falência dos intermediários financeiros de forma a minimizar as perdas e os danos dos investidores e a conter os riscos sistémicos.

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22-Dez-04 78Pós Graduação em Análise Financeira – Institutições, Regulação e Ética – F. Teixeira dos Santos

Princípios para os mercados secundários:25. O estabelecimento de sistemas de negociação, incluindo as

bolsas de valores, devem ser objecto de autorização e fiscalização regulamentar;

26. Deve haver uma fiscalização regulamentar contínua das bolsas de valores e dos sistemas de negociação com o objectivo de assegurar que a integridade das negociações é mantida através de regras justas e equitativas que mantenham o equilíbrio adequado entre as exigências dos diferentes participantes no mercado;

27. A regulação deve promover a transparência nas negociações;

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22-Dez-04 79Pós Graduação em Análise Financeira – Institutições, Regulação e Ética – F. Teixeira dos Santos

Princípios para os mercados secundários:28. A regulação deve ser concebida de forma a detectar e evitar

manipulações e outras práticas de negociação irregulares;29. A regulação deve ter o objectivo de assegurar a gestão

adequada de grandes exposições, riscos por incumprimento e perturbações no mercado;

30. Os sistemas de compensação e liquidação de transacções de valores mobiliários devem ser sujeitos a supervisão e devem ser concebidos de forma a assegurar a sua regularidade, eficácia e eficiência e a reduzirem os riscos sistémicos.

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