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FACULDADE DE EDUCAÇÃO Departamento de Educação em Ciências Naturais e Matemática Título Análise da Sustentabilidade do Mangal no Âmbito da Construção de Infra- estruturas na Zona Costeira: Caso Costa do Sol Monografia Cristina Tomás Sitoe Maputo, Julho 2015

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FACULDADE DE EDUCAÇÃO

Departamento de Educação em Ciências Naturais e Matemática

Título

Análise da Sustentabilidade do Mangal no Âmbito da Construção de Infra-

estruturas na Zona Costeira: Caso Costa do Sol

Monografia

Cristina Tomás Sitoe

Maputo, Julho 2015

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Cristina Tomás Sitoe

Análise da Sustentabilidade do mangal no Âmbito da Construção de Infra-estruturas na

Zona Costeira: Caso Costa do Sol

Monografia apresentada como

requisito parcial para a obtenção do

grau de Licenciatura em Educação

Ambiental

Supervisor: dr. Gervásio Dário Mário Correia

Co Supervisor: Dr. Francisco Tauacale

Maputo, Julho 2015

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iii

Declaração

Declaro que este trabalho de fim de curso é resultado da minha investigação pessoal, que todas as

fontes estão devidamente referenciadas, e que nunca foi apresentado para a obtenção de qualquer

grau nesta universidade, ou em qualquer outra instituição.

Assinatura

_________________________________

Cristina Tomás Sitoe

-------/-------/2015

Cristina Tomás Sitoe

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Gestão Sustentável do mangal no Âmbito da Construção de Infra-estruturas na Zona

Costeira: Caso Costa do Sol

Monografia avaliada como requisito parcial para a obtenção do grau de licenciatura em Educação

Ambiental pela Universidade Eduardo Mondlane - UEM

Maputo,____/___/____

________________________________ _________________

Grau e nome completo do presidente Rúbrica

________________________________ _________________

Grau e nome completo do supervisor Rúbrica

________________________________ _________________

Grau e nome completo do oponente Rúbrica

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Agradecimentos

Expressar o meu sincero agradecimento a Deus por ter- me dado a vida e por ter iluminado os

meus caminhos durante a minha trajectória.

Os meus sinceros agradecimentos ao meu supervisor, dr. Gervásio Dário Mário Correia, e ao Dr.

Francisco Tauacale, pela coordenação, orientação e compreensão demostrada durante a realização

deste trabalho;

Ao corpo docente da Faculdade de educação que durante a minha formação transmitiu um

conjunto de elementos, e métodos científicos, que me tem sido útil no meu dia-a-dia.

Ao meu esposo Justino Félix Maposse pela paciência demostrada durante a concepção e

realização do presente trabalho.

Agradecer os meus colegas do curso e amigos, que ao longo da minha formação sempre

souberam ceder o seu apoio amigável, em especial o Celso Nuvunga pelo apoio e paciência

demostrada.

Agradecer vivamente a todos que directas ou indirectamente contribuíram para a realização deste

trabalho.

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Dedicatória

Ao meu esposo Justino Félix Maposse, pelo apoio durante a minha carreira estudantil.

Aos meus pais, em particular a minha mãe Gloria Vasco Borne, por ter-me dado a luz e pelo

apoio para tornar possível este momento.

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Índice

Declaração ....................................................................................................................................... ii

Agradecimentos .............................................................................................................................. iv

Dedicatória....................................................................................................................................... v

Lista de tabelas ............................................................................................................................... ix

Lista de Fotografias ......................................................................................................................... x

CAPÍTULO I

1. Introdução .................................................................................................................................... 1

1.1.Delimitação do tema .............................................................................................................. 2

1.2. Problematização .................................................................................................................... 3

1.3. Objectivos ............................................................................................................................. 3

1.4. Hipóteses ............................................................................................................................... 4

CAPÍTULO II

2. Marco teórico ............................................................................................................................... 6

2.1. Mangal .................................................................................................................................. 6

2.2. Quadro conceptual ................................................................................................................ 8

CAPÍTULO III

3. Metodologia ............................................................................................................................... 10

3.1. Localização da área de estudo............................................................................................. 12

3.2. Características físicos-Naturais ........................................................................................... 14

3.3. Características sócios-económica. ...................................................................................... 14

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3.4. Crescimento populacional e suas tendências ...................................................................... 15

3.5. Actividades económicas e exploração de Recursos ............................................................ 16

3.6. Posse de uso e aproveitamento de terra. ............................................................................. 17

3.7. Uso e exploração do mangal ............................................................................................... 17

CAPÍTULO IV

4. Análise e discussão dos resultados ............................................................................................ 19

4.1. Análise dos resultados ......................................................................................................... 19

4.2 Discução dos resultados ....................................................................................................... 22

4.3 Causas da degradação do mangal ........................................................................................ 23

4.4 Analise das consequências da exploração do mangal .......................................................... 24

4.5 Direito de ocupação de terra e a preservação do mangal ..................................................... 25

4.6. Análise e avaliação dos impactos sobre o mangal .............................................................. 26

4.7. Impacto da conversão das áreas de mangal para construção das infra-estruturas .............. 29

CAPÍTULO V

5. Conclusão .................................................................................................................................. 30

5.1. Recomendações ...................................................................................................................... 32

6. Referências Bibliográficas ......................................................................................................... 33

Apêndices

Anexos

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Lista de abreviaturas

CMCM- Conselho Municipal da Cidade de Maputo

DUAT- Direito de Uso e Aproveitamento de Terra

IIAM- Instituto de Investigação Agraria de Moçambique

IUCN- União Internacional para Conservação da Natureza

INAS- Instituto Nacional de Assistência Social

INE- Instituto Nacional de Estatística

MICOA- Ministério de Coordenação para Acção Ambiental

UNESCO- Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura

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Lista de tabelas

Tabela 1: Evolução da população do Bairro Costa do Sol 1997-2007…………………………..16

Tabela 2:Espécies de mangal e seu uso pela população do Bairro Costa Do Sol………………..19

Tabela 3: Grau de escolaridade dos moradores inqueridos no Bairro Costa do Sol…………..…20

Tabela 4: Distribuição da população de acordo com os motivos da dedicação da exploração do

mangal……………………………………………………………………………………………21

Tabela 5: Respostas da população questionada em relação a fiscalização da área do mangal…..23

Tabela 6: Identificação das Consequências de uso e exploração dos mangais número de pessoas

inqueridas por bairro……………………………………………………………………………...25

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Lista de Fotografias

Foto 1: Avicena marina

Foto 2: Rhizophora mocronata

Foto 3: Ceriops tagal

Foto 4: Xylocarpus granatum

Foto 5: Brugueira gymnorrhiza

Foto 6:Uso de áreas de mangal para aquacultura de camarão

Foto 7: Expansão urbana (destruição da área de mangal para construção do centro comercial

Súper Marés)

Foto 8: Bairro Costa do Sol 2004

Foto 9: Bairro Costa do Sol 2014

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Resumo

O presente trabalho tem como tema Análise da Sustentabilidade do Mangal no Âmbito da

Construção de Infra-estruturas na Zona Costeira: estudo de caso no Bairro Costa do Sol. Este

trabalho realizou-se no período de Agosto a Dezembro de 2014.

A problemática da sustentabilidade dos recursos naturais, é um dos assuntos de extrema

importância na actualidade pelo carácter da sua relação com as actividades humanas.

O estudo baseu- se na recolha de dados no campo recorrendo se a entrevistas, inquéritos e análise

de fotografias na área de estudo entre 2004 e 2014. Os resultados obtidos das análises feitas

revelam que houve alterações de ocupação de espaço de mangal na área de estudo, ao longo dos

últimos 10 anos.

A área de estudo no ano 2004 apresentava uma vasta área de cobertura vegetal do ecossistema de

mangal, que constitui a protecção da linha da costa dos efeitos erosivos, actualmente devido a

exploração descontrolada do mangal pela população, causada pela pressão demográfica,

crescimento socioeconómico e pobreza. O abate do mangal tem sido frequente para a obtenção do

combustível lenhoso, matéria de construção de casas, barcos de pesca, agricultura bem como para

a construção de infra-estruturas.

Neste aspecto chegou-se a conclusão de que o desemprego, a pobreza e o crescimento sócio-

económico que assola os moradores do Bairro Costa do Sol contribuem significativamente para a

rápida degradação do ecossistema mangal e os habitantes existentes no bairro.

Desta forma a população do Bairro Costa do Sol deve elevar a consciência sobre o valor

intrínseco do mangal, de modo a melhorar o uso e exploração do mangal, simultaneamente a

degradação do mangal.

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CAPÍTULO I

1. Introdução

De acordo com Saket (2004), as florestas do mangal a nível mundial cobrem cerca de 240.000

km² em Moçambique, o mangal ocupa uma vasta área da linha da costa, a qual se estende de sul a

norte em 2.770 km², caracterizada por uma grande diversidade de ambientes favoráveis ao

desenvolvimento do mangal.

Na cidade de Maputo o mangal distribui se em quase toda a faixa da costa, onde a densidade

populacional tendem a aumentar consideravelmente, o mangal esta a ser completamente

devastado pelo homem.

O presente estudo tem como objectivo, analisar a sustentabilidade do mangal no Bairro Costa do

Sol no âmbito das construções das infra-estruturas, sua preservação e conservação.

O estudo em questão foi feito na praia da Costa do Sol, tendo em conta a esta vulnerabilidade que

tem apresentado reflexos negativos sob a construção das infra-estruturas, destruindo o

ecossistema mangal.

Em quase todo o mundo, as florestas de mangais têm sido simplesmente explorados não tendo em

consideração a gestão sustentável deste ecossistema. Segundo Saket (1994), em Moçambique a

pressão sobre o mangal é relativamente alta, feitas pelas populações locais extraindo lenha,

material de construção, madeira, construção salinas, agricultura, etc.

As grandes concentrações populacionais ao longo da costa e o desenvolvimento de diferentes

actividades socioeconómicos, têm originado uma grande pressão sobre os mangais, e os impactos

provenientes da acção do homem na zona costeira resultante de um problema de destruição dos

mangais, desflorestamento, redução e a alteração da biodiversidade biológica.

Para a realização do presente estudo, fez se uma revisão da bibliográfica, trabalho do campo,

análise de imagens de satélites, inquéritos e por fim entrevistas no bairro costa do sol, numa

média de 20 inqueridos. O presente trabalho é composta por cinco (5) capítulos nomeadamente,

introdução, Revisão da literatura, Metodologias, Discussão e por fim as Conclusões e

Recomendações.

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1.1.Delimitação do tema

Actualmente tem crescido a consciência do importante papel do mangal, pois eles representam na

vida social e cultural das comunidades, para o desenvolvimento socioeconómico assim como para

a protecção ambiental em geral. No tanto tem- se reconhecido também a fragilidade destas

formações vegetais (o mangal), o incremento da taxa de destruição do mesmo, bem como a falta

de um plano para a sua sustentabilidade.

O presente estudo usou se as seguintes metodologias, revisão bibliográfica, trabalho de campo,

entrevistas, análise de imagens de satélites, inquéritos, onde onde fazes-se uma análise das

implicações das construções das infra-estruturas perante o mangal, sua preservação e conservação

no Bairro costa do sol, pois no Bairro do Costa do Sol tem-se verificado uma vasta área do

ecossistema mangal que esta a ser destruído para a construção de infra-estruturas bem como pelos

moradores do mesmo bairro para diversos fins.

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1.2. Problematização

De acordo com Saket (2004) citado por Langa (2007) de entre os ecossistemas tipicamente

costeiros, o mangal, os recifes de coral e os tapetes de ervas marinhas são dos mais importantes.

Estes ecossistemas são, no seu conjunto, responsáveis pela maior parte da produtividade marinha

e costeira, pela estabilidade da linha da costa e pela qualidade da água do mar.

Segundo Langa (2007), os mangais, desempenham a função da prevenção da erosão, na

atenuação das cheias e na reprodução das espécies marinhas, como é o caso do camarão, material

de construção, combustível lenhoso (exemplo: Avicena marina)

A contínua destruição do mangal e consequentemente a perda de grandes áreas de mangal, devido

ao aumento das actividades económicas, indica que vamos enfrentar problemas de produtividade

biológica do ecossistema, por exemplo, a redução da produção de camarão, do caranguejo, etc,

com a destruição do ecossistema mangal estamos provavelmente a perder um dos mais valiosos

recursos costeiros.

Na cidade de Maputo, concretamente no Bairro do Costa do Sol, observamos várias actividades

que destroem o mangal, de entre as quais temos as obras de construção das infra-estruturas,

estrada circular, projecto casa jovem, que aumentam desta forma o risco de erosão nesta área.

1.3. Objectivos

1.3.1 Geral

Analisar a sustentabilidade do ecossistema do mangal no Bairro Costa do Sol no âmbito das

construções das infra-estruturas, sua preservação e conservação.

1.3.2. Específicos

Identificar as causas da destruição contínua dos mangais no bairro costa do sol

Verificar a relação existente entre as actividades humanas e os mangais;

Verificar o nível de conservação dos mangais no âmbito da construção de infra-estruturas.

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1.4. Hipóteses

Ho: A falta de consciência e incentivos da sociedade sobre o valor, para encorajar a

comunidade, para a protecção e conservação do ecossistema mangal contribuem para a

sua destruição

Ha: O elevado nível de consciência da sociedade sobre o valor, e o excesso de incentivos

para encorajar a comunidade, para a protecção e conservação do ecossistema mangal

contribui para a sua conservação.

Ho1: As crescentes actividades de construção das infra-estruturas representam o principal

factor causador da degradação do mangal na área do estudo;

Ha1: As baixas actividades de construção das infra-estruturas representam o principal

factor causador da degradação do mangal na área de estudo.

Ho2: A conservação e a preservação dos mangais no Bairro Costa do Sol constitui um

exercício complexo, devidas as necessidades crescentes na procura de terras para a

construção de infra-estruturas.

Ha2: A conservação e a preservação dos mangais no Bairro Costa do Sol não constitui um

exercício complexo, devido as baixas necessidades na procura de terras para a construção

de infra-estruturas.

1.5 Justificativa

De acordo com Saket e Matusse (2004), a taxa de perda do mangal ao longo dum período de 18

anos, na província de Zambeze foi de 3.8%, e a província de Maputo mostrou apresentar taxa de

desflorestamento com 15.2% seguida pela província de Sofala com 4.9%.

Segundo Saket (2004), o mangal desempenha um papel importantíssimo na economia dos países

tropicais, proporcionando bens e serviços para o ambiente, nomeadamente a protecção e

estabilização da linha costeira, berçário para variedade de moluscos tais como o camarão,

caranguejo e muitos invertebrados de grande valor económico, e para a população é fonte de

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produtos importantes como a madeira, a lenha, o carvão vegetal, remédios, produtos químicos,

enriquecimento de nutrientes para as águas marinhas adjacentes, local para aquacultura, entre

outros.

O estudo em questão prioriza a área da praia da Costa do Sol tendo em conta a vulnerabilidade

que tem apresentado, reflexos negativos, derivada da construção das infra-estruturas, destruindo o

ecossistema mangal.

Por tanto, o estudo pretende fornecer um quadro teórico sobre a sustentabilidade do mangal, com

informação recente ou actualizada que poderá ser utilizada nos planos de sustentabilidade

ambiental, no campo da educação ambiental, bem como em projectos de desenvolvimento

implantados na zona costeira.

Pois nele as populações locais, obtém grandes benefícios para a sua sobrevivência sendo que

parte da população do Bairro Costa do Sol, depende parcialmente dos inúmeros benefícios que o

mangal proporciona, como lenha, madeiras para construção de quintais bem como casas.

Por tanto, sendo que a população do Bairro Costa do Sol vive no meio de um ecossistema muito

importante, a Direcção Municipal em parceria com outras instituições interessadas com a

protecção e conservação do mangal, devem subsidiar os moradores mais carenciados, em relação

ao combustível lenhoso de modo que, não haja o uso excessivo do mangal como lenha.

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CAPÍTUO ІI

2. Marco teórico

2.1. Mangal

De acordo com (Semesi e Howell, 1992, Nonn, 1974 Couto,1993). citado por Baia (2004) o

mangal é uma comunidade vegetal que coloniza as lagoas costeiras, os estuários e as depressões

dos deltas. São comunidades adaptadas as condições elevadas salinidade e por isso podem

substituir submersas em águas marinhas. As árvores de mangal são apenas um dos componentes

do complexo ecossistémico do mangal que inclui: corpos associados a água e solos bem como

uma variedade de outras plantas, animais e microorganismo.

O ecossistema dos mangais contribui para protecção das áreas costeiras contra a erosão e intrusão

salina. Os mangais são elementos estabilizadores e protectores da linha da costa e contribuem

para a formação dos solos: com a deposição e captura de sedimentos aluviais na franja dos

mangais, criam-se condições ecológicas que permitem o avanço de solos do continente em

direcção ao mar.

Segundo Baia, (1998), citado por Luís (2011), as florestas de mangal encontram-se em áreas

relativamente protegidas, entre o continente e o mar, onde a energia das ondas do mar é reduzida.

Os mangais desenvolvem-se melhor em áreas expostas a um abastecimento contínuo em água

doce, como as regiões de elevada pluviosidade, infiltração de água doce e nos deltas dos rios

O mangal crescem na área entre os níveis da maré média alta e zoneamento das espécies, esta

relacionado com a duração da inundação pela maré, uma vez que a capacidade de resposta aos

níveis de salinidade vária de espécie para espécie.

Para UNESCO (1994), a maioria das árvores do mangal possui folhas finas com adaptação

epidérmicas que reduzem a perca de água.

Semesi e Howell (1992), citado por Baia (2004) refere que as suas árvores podem ser usadas para

extracção da tatina (corante), como plantas medicinais, assim como para produção de mel. O

ecossistema do mangal é, ou pode ser destruído para seu uso para agricultura, piscicultura e

fabrico de sal e por outras formas de uso que não permitem sua regeneração.

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Segundo Kathiresan (2000), grande parte do serviço ecológico desempenhado pelo mangal está

ligada a protecção da costa em relação a radiação UV-B, efeito de estufa e fúria dos ciclones,

inundações, elevação do nível do mar, acção das ondas e erosão costeira. Os pântanos do mangal

funcionam, portanto como armadilhas de sedimentos. O sistema radicular das plantas mantém o

substrato firme contribuindo por isso para uma estabilidade duradoura da costa. O ecossistema

providencia por outro lado alimentação e constitui viveiro de peixes e mariscos e muitas vezes

encoraja e atrai outros tipos de animais.

Segundo MICOA (2006), Citado por Luís (2011), o mangal fornece muitos serviços e produtos as

comunidades costeiras. No entanto para Langa (2007), no litoral moçambicano são registadas

cerca de 10 espécies de mangal. As espécies mais comuns são a Rizophora mucronata, Bruguiera

gymnorrhiza, Avicennia marina, Ceriops tagal, Sonneratia alba e a Xilocarpus granatul.

MICOA (2009), citado por Luís (2011) refere que Moçambique, com cerca de 400 000 ha de

mangal tem a maior floresta de mangal na África Oriental. Ao sul do rio Save mangais ocorrem

extensivamente no estuário Morrumbene, baia de Inhambane, Baía de Maputo e Inhaca. As

maiores florestas de mangal ocorrem no centro do país, principalmente devido as descargas de

água doce considerável de cerca de 18 rios incluindo os deltas do Zambeze, Pungue, Save e Buzi.

Saket e Matusse (1994) referem a não existência dum consenso quanto a área total do mangal em

Moçambique.

Segundo União Internacional Para a Conservação da Natureza (IUCN,2006) estimou em 850

Km² e três anos mais tarde Segundo o relatório do inventário florestal o mangal ocupava uma

extensão de 4550 Km².

Desta forma, sendo que não existe um consenso sobre a área total do mangal,deve haver um

estudo mais profundo de modo a achar-se a área total do mangal em Mocambique.

Vaiphasa (2006), argumenta que o mangal constitue um dos mais importantes ecossistemas

costeiros e que estão ameaçados pela expansão dos assentamentos humanos, a explosão da

aquacultura comercial bem como o impacto das marés e tempestades, etc. por isso há cada vez

mais um aumento da procura de mapas detalhados dos mangais com finalidade de medir sua

extensão e avaliar o seu declínio.

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Particularmente no Bairro Costa de Sol, parte da área do mangal, foi convertida para espaço

urbano, para o assentamento humano, facto muito preocupante, pois, se o ritmo da construção de

infra-estruturas nas áreas do mangal continuam sendo o mesmo, existe um risco do

desaparecimento do mesmo nos próximos anos.

2.2. Quadro conceptual

Neste ponto são discutidos conceitos importantes para o estudo, de entre eles destacam se o

mangal, sustentabilidade.

Litulo, Abreu, Bento e Santos (2008), referem o mangal ou floresta de mangal como um termo

para caracterizar uma variedade de comunidades costeiras da zona tropical e subtropicais

dominadas por uma variedade de árvores e arbustos sempre verdes que crescem em regiões com

água de elevada salinidade.

Para Baia (1998), o mangal desenvolvem-se melhor em áreas expostas a um abastecimento

contínuo em água doce, como as regiões de elevada pluviosidade, infiltração de água doce e nos

deltas dos rios.

Os dois autores nas suas definições procuram fazer entender os lugares onde se situa o mangal, a

sua importância como recurso na vida marinha bem como para o bem-estar da população.

Segundo Mota (2001), sustentabilidade relaciona-se à quantidade do consumo que pode continuar

indefinidamente sem degradar os stok de capital total, que é representada pela ullllsoma de capital

material (manufacturado, feito pelo homem), capital humano e capital natural. Porém, de todas as

partes do capital total somente uma não pode ser reproduzida pelas gerações futuras. Isto é o

capital natural, o património natural da humanidade.

Mendes (2003) citado por Micoa (2007), assume uma postura de defesa do meio ambiente e de

continuidade das gerações, afirmando que é preciso se desenvolver em harmonia levando em

consideração as limitações ecológicas do planeta, sem destruir o ambiente, para que as gerações

futuras tenham chance de existir e viver bem, de acordo com suas necessidades, como a melhoria

da qualidade de vida e das condições de sobrevivência.

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Philippi (2001) citado por Micoa (2007), refere que o desenvolvimento sustentável para os

ambientalistas requer uma determinação das novas prioridades definidas pela sociedade, através

de uma nova ética de comportamento humano e de uma recuperação do primado dos interesses

sociais, colectivos, englobando um conjunto de mudanças na estrutura de produção e consumo,

invertendo o quadro de degradação ambiental e a miséria social à partir de suas causas o que não

vem ocorrendo actualmente.

Ambos autores, procuram nas suas definições, fazer entender o conceito de desenvolvimento

sustentável, onde deve-se usufruir dos recursos sem comprometer as gerações futuras de

satisfazerem as suas necessidades.

O que significa que deve-se procurar dar prioridade em relação as áreas onde deve ser aplicada o

desenvolvimento sustentável, procurando criar uma nova ética em relação ao comportamento

humano.

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CAPÍTULO III

3. Metodologia

Para a realização do estudo seguiu se os seguintes procedimentos metodológicos: revisão da

literatura, observação directa, imagens de satélites, inquéritos e entrevistas.

Revisão bibliográfica

A grande prioridade foi a recolha, leitura, análise dos documentos, artigos, relevantes que

abordam temática relacionada ao estudo, que permitira a elaboração coerente e consolidação do

quadro teórico e conceptual.

Observação directa

Este método consistiu em deslocar se ao local da área de estudo para uma observação in-loco da

área ocupada pela floresta de mangal na área de estudo, identificar as causas da destruição do

mangal, verificar suas características, obter como colectar informações importantes sobre a

situação dos mangais ao longo dos tempos junto com a comunidade local existentes através do

inquérito.

Na pesquisa, tornou se relevante verificar áreas onde foram destruídas algumas espécies de

mangal, para a construção de infra-estruturas ao longo dos anos 2004 a 2011. (vide os anexos 1 e

2)

Analise das imagens de satélites

Com base nas imagens de satélites analisou se a evolução da destruição do mangal no Bairro

Costa do Sol no espaço e no tempo. Tendo em conta o espaço temporal 2004-2014.

A foto interpretação das imagens foi classificada usando 5 classes de uso e cobertura da terra,

nomeadamente, área urbanizada, campos de cultivo, dunas costeiras, mangais e outra vegetação.

A classificação Supervisionada foi feita em Arcgis. Este tipo classificação, como o próprio nome

diz, é controlada pelo usuário. Onde ele, com a sua experiência e capacidade de distinção aponta

os alvos a serem classificados.

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Para Queiroz, Rodrigues e Gomes (2004), o critério para a classificação baseia-se na definição de

assinaturas espectrais (padrões) para cada uma das classes de estudo obtidas a partir de amostras

de treinamento As vantagens deste método em relação aos outros métodos como as de

classificação por interpretação visual ou por classificação não assistida, são os de considerar a

ponderação das distâncias entre médias dos níveis digitais das classes. (vide os anexos 3 e 4)

Inquéritos

O inquérito efectuado, visava essencialmente colher informações inerentes às causas de

exploração do mangal da área de estudo e a relação entre as actividades humanas e os mangais.

Os inquéritos basearam se num guião de inquérito, onde obtinha perguntas fechadas, onde podia

responder com um “sim ou não” e colocar um (x) na alternativa que achasse correcta, onde

prosseguia por um explicação detalhada, de como podiam ser respondidas as questões. . (Luis

2004).

Os inquéritos tiveram lugar no Bairro Costa do Sol.

O guião de inquérito era composto por perguntas de múltipla escolha que abordavam temas

relacionados com a conservação e preservação do ecossistema mangal (vide o apêndice 1)

Entrevistas

A entrevista teve como objectivo, recolher dados inerentes a área de estudo, para por um lado

complementar a informação retirada em alguns documentos, por outro lado responder aos

objectivos da presente investigação.

Foi entrevistado um total de 20 informadores chaves, sendo que nos entrevistados inclui um

secretário de bairro e 19 moradores da comunidade, o guião de entrevista era composto por 20

perguntas abertas, as entrevista era procedida por uma explicação detalhada sobre os objectivos

da pesquisa utilizando a língua local, pois alguns entrevistados apresentavam dificuldade de

percepção da língua portuguesa. A sequência da entrevista dependia do entrevistado, embora

fosse previamente estabelecida um guião, podendo saltar de uma pergunta para a outra, apesar

disso os entrevistados responderam todas as questões. (vide o apêndice 2)

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O trabalho é empírico qualitativo, pois nesta abordagem, o investigador procurou entender com

profundidade as características da pesquisa que desenvolvem de modo a obter uma compreensão

profunda sobre como as coisas são, porque é que são desta forma, e como é que os participantes

no contexto as percebem (Callefe, 2006)

População e amostra

A definição do tamanho da amostra, baseou-se na metodologia apresentada por Case (1990)

adaptado por Matacala e Macucule (1998), a amostragem teve como base para o presente estudo

um universo de 20 agregados familiares, a nível de duas zonas respectivamente bairro dos

pescadores e bairro Lihaze, a amostra dos inqueridos foi fixado em 10٪ o que corresponde a 20

moradores, sendo 5٪ no bairro dos pescadores e outros 5٪ no bairro Lihaze. Os inquéritos foram

feitos através da amostragem aleatória simples

3.1. Localização da área de estudo

O bairro da costa do sol localiza-se na cidade de Maputo , concretamente no Distrito Municipal

KaMavota, entre as latitudes 25̊ 55̉ e 25̊ 51̉ Sul e as Longitudes 32̊ 36̉ e 32̊ 41̉ Este. Limita se a

norte pelo bairro de Muntanhana, oeste e noroeste com os bairros de Albazine, 3 de Fevereiro, e

Laulane, a Sudoeste com o Bairro ferroviário, a sul com os Birros Polana caniço A e B, e a Este

com o canal de Moçambique.

De acordo com a base de dados da Cena carta (2014), o bairro costa de sol tem uma extensão de

cerca de 34. 289612 Km. (vide o mapa abaixo).

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Fonte: pt.wikipedia.org (2014)

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3.2. Características físicos-Naturais

Segundo o IIAM (1995), de ponto de vista geomorfologico, o Bairro Costa do Sol caracteriza se

por apresentar dois complexos na configuração do terreno, nomeadamente planície estuário com

um declive que varia de 0-1٪ e dunas costeiras com topografia colinhas que varia de 0-35٪

Quanto a pedologia, ocorrem na área de estudo dois grandes grupos de solos, nomeadamente:

Solos de dunas costeiras

Segundo IIAM, (1995), os solos de dunas costeiras, apresenta área castanha acinzentada, com

textura superficial arenosa, com profundidade maior de 180 cm e excessivo sistema de drenagem,

baixa matéria orgânica a superfície e não salgada

A faixa de ocorrência de dunas costeiras, é constituído pelas seguintes espécies vegetais:

Scalvolaplumieri, Mimusops caffrae, Sarcostemme, e Albizia.

Solos de sedimentos marinhos e estuários

Segundo IIAM, (1995), são solos argilosos acinzentado, frequentemente saturado com uma

textura superficial, com mau sistema de drenagem e moderada matéria orgânica a superfície, e

não salgada

A faixa de ocorrência de solo de sedimentos marinhos e estuarinos no Bairro do Costa do Sol é

constituído pelas seguintes espécies vegetais: Hibiiscusspp, Phragmmitescommunis

Hemarthraaltissima, Clhrisgayana e Ciperussppoo ocorrem nas áreas de pradarias, e Avicenia

marina, Brugueiragymnorrhiza, Xilocarpusbenadirensis, Rhizophoramuconata que ocorrem nas

áreas halifiticas.

3.3. Características sócios-económica.

De acordo com a administração do distrito Municipal KaMavota censo (2007), o Bairro Costa do

Sol, apresenta cerca de 16840 habitantes. Sendo 8348 do sexo Masculino e 8492 do sexo

feminino, com o número de familiar na ordem de 3978, com um número de quarteirões de 879 e

um número de agregados familiares que varia de 5-7 indivíduos. Estes habitantes residem em

habitações que variam em função dos seus rendimentos económicos com destaque, habitações de

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casas precárias de madeira, palhotas em que os seus proprietários são indivíduos de baixa renda.

E as casas de dúplex, triplex, flat habitadas por indivíduos de classe média e altas.

3.4. Crescimento populacional e suas tendências

Araújo (1997), refere que a população ocupa sempre um espaço geográfico definido, sobre o qual

exerce a sua influência transformadora, através da interacção do homem com o meio ambiente. O

homem actua sobre o ecossistema mangal, ao ocupar um espaço físico por meio de instalação dos

assentamentos humanos e pela utilização da floresta como recurso, para satisfazer as suas

necessidades socioeconómicas. O uso dos recursos florestais ocorre independentemente do

crescimento e distribuição da população, influenciando apenas a sua intensidade.

O homem tem um papel crucial no meio em que esta inserido, pois ele actua sobre o ecossistema

mangal, transformando a área do mangal para a satisfação das suas necessidade, como construção

de infra-estruturas sócio económicas.

De acordo com o mesmo autor, a população está sujeita a variações ao longo do tempo, como

resultado dos movimentos naturais e espaciais.

Com base nos dados apresentados na tabela abaixo, pode se verificar que de 1997 a 2007,

registou se um crescimento relativo da população do Bairro Costa do Sol de 2654 habitantes, e a

partir desses dados pode se constatar que o rítimo do crescimento da população é intenso.

Tabela 01: Evolução da população do Bairro Costa do Sol 1997-2007

Local 1997 2007

Bairro Costa do

Sol

Número de família População Número de família População

2837 14186 3979 16840

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3.5. Actividades económicas e exploração de Recursos

Para Chonguiça (1996), os recursos naturais funcionam como um subsistema de suporte ao

processo produtivo, pois eles proporcionam a base material alvo de transformação no processo de

produção, para assim se gerarem os bens materiais necessários à sociedade.

A exploração do ecossistema mangal, no Bairro Costa de Sol, envolve diferentes grupos da

população. Enquanto apropriação da natureza, a actividade articula as necessidades das

comunidades de pescadores, camponeses, “lenhadores”, comerciantes artesãos e funcionários de

serviços públicos.

De acordo com o mesmo autor a população assume uma importância particular na dinâmica do

ambiente ou ecossistema do mangal, no processo da sua interferência a natureza para a busca de

subsistência e de desenvolvimento socioeconómico.

Os lugares de moradia, constituem uma das realizações da articulação entre a exploração do

ecossistema mangal e outros processos de produção do espaço. Pois, os lugares de moradia

constituem áreas de consumo de produtos do mangal, dos que contribuem para melhorar a dieta

alimentar (crustáceos) e dos produtos lenhosos (troncos e ramos das árvores dos mangais) que

são utilizados como combustível lenhoso e para construção da habitação.

A destruição do mangal constitui um dos problemas ambientais, mas é uma alternativa de

sobrevivência ou satisfação das necessidades básicas da população do Bairro do Costa do Sol. Na

floresta do mangal no Bairro do Costa do Sol, nota se afluência da população particularmente

homens jovens e adultos, nas manhas ou ao por do sol, que penetram na floresta do mangal para o

corte principalmente de estacas, as áreas de intervenção do homem para o corte do mangal são

mais frequentes nas áreas próximas ao bairro do pescador bem como, no bairro de lihaze.

Devido as dificuldades que alguns moradores do Bairro do Costa do Sol, tem de auto-sustento, e

a falta de emprego a incidência na exploração do mangal aumenta e como solução imediata a

população destroem a floresta do mangal para obter combustível lenhoso.

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3.6. Posse de uso e aproveitamento de terra.

Desde a alteração do Artigo 35, do Regulamento da Lei de Terra em Outubro de 2007, o processo

de delimitação das comunidades locais encontra-se estagnado com muitas comunidades à espera

de certificados oficiosos de direito de uso e aproveitamento da terra.

Segundo MICOA (2006), neste contexto 80٪ da população local não recebeu ou não possui o

certificado de uso e aproveitamento de terra, desde a alteração do Artigo 35 e somente 20٪

possui. Esta situação não só retardou o processo das delimitações comunitárias, como também

está a pôr em causa a sustentabilidade do direito legal das comunidades locais e a comprometer o

crescimento económico das comunidades.

3.7. Uso e exploração do mangal

O relatório administração do distrito Municipal KaMavota (2014), o uso e exploração do mangal

no Bairro Costa do Sol associa-se a várias actividades sociais tais como: agricultura, pesca e

comércio.

Como forma de apropriação da natureza, a exploração do ecossistema mangal é realizada por

comunidades de pescadores, “lenhadores” e camponeses. São comunidades que se identificam

por realizarem actividades similares (colecta) em espaços muitas vezes contíguos porque as

localizações das áreas agrícolas, locais de pesca e colecta de lenha, ou coincidem, ou estão

próximas e que usam um espaço comum os espaços colonizados pelo ecossistema mangal. Assim,

estes espaços tornam-se palco de diversos usos ao comportarem várias actividades, dentre elas a

agricultura de cereais (rizicultura), a pesca e colecta de crustáceos e produtos lenhosos. No

entanto a floresta de mangal tem sido um dos principais recursos florestais mais explorados pela

população para muitos fins. (vide a tabela abaixo)

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Tabela 2: Espécies de mangal e seu uso pela população do Bairro Costa Do Sol

Espécies de mangal Uso

Brugueira Gymnorrhiza Construção de casas, lenha

Ceriops tagal Material de construção, remos, armadilhas para peixe

Avicenia Marina, Construção de canoas e lenha

Xylocarpus granatum Canoa, lenha

Rhizophora Mucronata

E a espécie mais resistente- contrução de casas, lenha, armadilhas secagem de

peixe

A população do Bairro Costa do Sol não só usa o ecossistema mangal, entanto que tal, mas

também usa as áreas de mangal, para abertura de machambas, para a construção de salinas e para

a conversão de espaços residências. Por outro lado o mangal constitui o recurso mais fácil de

explorar e obter rendimentos imediatos com o uso dos seus paus como lenha.

Como processo de trabalho, as diversas actividades que constituem a exploração do mangal são

realizadas através do uso de instrumentos de trabalho artesanais e que caracterizam uma produção

de subsistência. No corte de árvores de mangais utilizam-se usualmente catanas. A recolha de

crustáceos é efectuada manualmente e os produtos podem ser transportados em pequenas tigelas e

bacias manufacturadas ou peneiras artesanais, ou ainda em sacos plásticos quando as quantidades

são maiores.

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CAPÍTULO ІV

4. Análise e discussão dos resultados

Neste capítulo ira-se analisar e discutir os resultados, tendo como principal base os resultado

obtidos nos inquéritos que foram colhidos em dois bairros e que trabalhou-se apenas com o

secretário do bairro de Lihaze pois e onde verifica-se maior degradação do mangal.

4.1. Análise dos resultados

Todas as actividades de subsistência na zona costeira estão directamente ou indirectamente

relacionadas ao ecossistema mangal. E a degradação da floresta mangal ocorre principalmente

como resultado da acção do homem.

A maior parte dos moradores, do Bairro Costa do sol especificamente nos bairros de Lihaze e

bairro do pescador, possuem o nível primário de escolaridade. (vide a tabela abaixo)

Tabela 3: Grau de escolaridade dos moradores inqueridos no Bairro Costa do Sol

Grau de escolaridade Bairro Lihaze Bairro pescador Total ٪

N ̊ de pessoas N ̊ de pessoas

Sem formação 5 2 7 39

Formação primária 5 6 11 51

Formação básica 0 2 2 10

No que diz respeito a preservação e conservação do recurso, os moradores devem e ganhar mais

consciência em relação a informação que eles tem, no que diz respeito a conservação do

ecossistema mangal.

Dos 20 inqueridos, as populações que habitam no Bairro costa de Sol 65٪ dos moradores são

desempregadas e dependentes dos recursos naturais quer para completar a dieta quer para

obtenção de rendimentos para a provisão de outras necessidades assim como para obtenção de

pequenas rendas. Isto é, a população dedica se a exploração do ecossistema mangal, para a

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satisfação das suas necessidades básicas, a retirada de estacas para a construção de casas e

troncos para construção de canoas. (vide a tabela abaixo)

Tabela 4: Distribuição da população de acordo com os motivos que os leva a exploração do

mangal

Motivos N. pessoas ٪

Desemprego 13 65

Rendimentos elevados 0 0

Não sabe 3 15

Outros 4 20

20٪ da população é marcadamente urbanizada, reconhecendo-se como actividades principais as

do tipo comercial, mas também assentes nos recursos naturais como a pesca de produtos

marinhos, a exploração de salinas, produtos florestais. Estas actividades têm um impacto

ambiental e sobre os recursos naturais bastante forte, promovendo o esgotamento dos mesmos

nas imediações dos principais aglomerados populacionais da faixa costeira.

Segundo o secretário do bairro, na área de estudo, predominam três principais factores que levam

a população local a degradar o mangal nomeadamente, a pobreza, o desemprego e a pressão

demográfica.

E afirma que a maioria da população local desempregada combina a produção agrícola de

subsistência com outras formas de obtenção de rendimento, como a pesca e o negócio de venda

de paus do mangal, para o seu auto-sustento.

65٪ dos moradores do Bairro Costa do Sol, depende da exploração e uso dos recursos naturais,

(terra, água, outros.), como forma de obter maiores rendimentos, como consequência do

desemprego, eles sentem se obrigados a recorrer ao uso e exploração dos recursos naturais. As

comunidades locais usam, as vezes, práticas destrutivas que afectam a sustentabilidade das

actividades e a preservação e protecção dos recursos.

Quanto à área do mangal, 100٪ dos moradores entrevistados, afirmam que o acesso ao mangal

não obedece nenhuma lei, pois os moradores exploram a floresta do mangal de forma ilegal.

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Mediante esta situação nota-se que os moradores têm informação sobre a conservação da área do

mangal mas há falta de alternativas de subsistência, por tanto, é preciso a disseminação da

Educação Ambiental como forma se sensibilizar as comunidades para a conservação do mesmo.

Questionados em relação a licença de exploração do mangal, dos 20 inqueridos, todos referiram-

se da sua inexistência por se tratar duma actividade ilegal, estritamente proibida pelo Conselho

Municipal da Cidade de Maputo (CMCM)

Entrevistados sobre as leis de que dizem respeito conservação e protecção do ecossistema

mangal, os moradores dizem conhecer a lei que diz respeito a exploração da terras ou até mesmo

a florestas e fauna bravia, pois, as entidades do governo dão a conhecer, mas mesmo assim

exploram o mangal de forma ilegal.

De acordo com os inqueridos, há cinco espécies principais de árvores de mangal na área de

estudo nomeadamente, Brugueira mymnorrhiza, Ceriops tagal, Avicenia marina, Xylocarpus

granatum, Rhizophora mucronata. A espécie de mangal que é mais abundante é Avicennia

marina.(vide os apêndices 3 a 7)

Questionados sobre a fiscalização do corte do mangal, 90٪ dos inqueridos referiam-se

positivamente, contudo, argumentaram que acontece a fiscalização feita pela polícia marinha

ocasionalmente e os outros 10٪ afirmaram que não acontece a fiscalização, pois nunca viram as

entidades fiscalizadoras. (vide a tabela abaixo)

Tabela 5: Respostas da população questionada em relação a fiscalização da área do mangal

Resposta N ̊ da População ٪

Sim 18 90

Não 2 10

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4.2 Discussão dos resultados

Como componentes principais do ecossistema, o direito de ocupação de terra ligado ao

crescimento socioeconómico, por outro lado ao uso insustentável do mangal, que apresentam os

factores causadores da degradação do mangal na área de estudo. Como componentes principais

do ecossistema, o abate das árvores de mangal tem efeitos sobre a dinâmica e ambiente costeiro.

Por tanto, para discutir o problema da insustentabilidade do mangal na área de estudo é preciso

ver o carácter da degradação do mesmo, pois varia em conformidade com a especificidade local

em termos de condições económicas e demográficas da população.

É muito urgente a informação da educação ambiental para conter as práticas inadequadas tais

como, o uso de redes finas, que podem arrastar outras espécies não necessárias, emalhe e outros

métodos de pesca assim como a condução de veículos pesados. Deve promover a melhoria da

coordenação entre os sectores de pesca artesanal, industrial, turismo e conservação.

Pois durante a realização do presente estudo, notou-se uma forte relação de dependência, entre o

mangal e as comunidades locais, bem como com a sociedade, pois eles têm feito o uso do mangal

para a satisfação das suas necessidades básicas, bem como a destruição da área do mangal para a

construção de infra-estruturas socioeconómicas.

Sendo que um dos maiores motivos e o desemprego, desta forma a comunidade local em parceria

com algumas instituições devem desenvolver projectos para a criação de emprego

consequentemente a protecção e conservação do mangal.

De acordo com a tabela 5 que mostra que 90٪ da população afirma a existência da fiscalização no

bairro, é um impacto positivo pois mostra que na área e protegida pela policia marinha, mas a

população local é que não assume uma postura responsável, pois eles exploram o mangal

ilegalmente.

Apelar que a população do bairro, para que ganhe mais interesse nos estudos de modo que

possam ter consciência no que diz respeito a conservação da área do mangal.

Neste sentido a falta de consciência e incentivos da sociedade sobre o valor do ecossistema

mangal, desencoraja a comunidade, para a protecção e preservação do mangal e as crescentes

actividades de construção de infra-estruturas é que representam o principal causador da

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degradação o ecossistema mangal, desta forma a sua conservação e preservação, torna-se um

exercício complexo devidas as crescentes na procura de terras para a construção de infra-

estruturas

A degradação mangal verificada no Bairro Costa do Sol nota- se, que vem ocorrendo e tem-se

agravado nos últimos 10 anos, altura em que começou a se verificar a maior agressão ao ambiente

traduzida pelo abate de mangais e cada ano que passa, para a construção de infra-estruturas o que

a está a atingir proporções alarmantes. (vide os anexos 3 a 4)

4.3 Causas da degradação do mangal

De acordo com o secretário do bairro na área de estudo predominam três causas que levam a

população local a degradar o mangal: o desemprego a pobreza e a pressão demográfica.

Segundo o secretário do bairro, a pressão sobre o ecossistema mangal tem a ver com enúmeras

preocupações que a população apresenta, a falta de emprego o que consequentemente leva a

pobreza.

Mojane (1996), refere que a pobreza implica uma forte dependência dos recursos naturais a qual

esta ligada a sobrevivência das pessoas. A isto alia se a elevadas taxas de crescimento e

concentração populacional, conduzindo a índices de degradação preocupante dos recursos”

De acordo com os inqueridos, o desemprego que afecta a população leva nos a concluir que o

ecossistema mangal esta sofrendo uma forte pressão, uma vez que o mangal é o foco das pessoas

onde usam os paus de mangal como combustível lenhoso, bem como para a construção de barcos

de pesca. Por tanto o mangal e o recurso capital para a vida das pessoas desempregadas, onde elas

recorrem para resolver as necessidades básicas para a sua sobrevivência.

Para Litulo at all (2000), a destruição do mangal além de diminuir os seus potenciais produtos e

serviços tem um impacto nos processos ecológicos a eles inerentes. Por exemplo a sua destruição

provoca ruptura na cadeia alimentar o que pode originar uma maior pressão sobre a microflora

bética, sobre os diferentes tipos de fauna que deles dependem e ter efeitos directos e indirectos

nos ecossistemas imediatos.

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Isto é, a destruição do mangal no Bairro Costa do Sol pode provocar ruptura na cadeia alimentar,

a erosão, o desaparecimento de algumas espécies, bem como como o desequilíbrio no

ecossistema.

4.4 Analise das consequências da exploração do mangal

Questionados sobre os problemas ambientais decorrentes do corte do mangal, nota se que 45٪

aponta na diminuição do nível de pesca, pois, grande parte da população, tem como base do

sustento a pesca, e 20٪ da população aponta no desaparecimento de espécies de mangal visto que

este estão mais preocupados com o próprio ecossistema, viste que nele eles obtêm benéficos,

como por exemplo a lenha, madeiras entre outras benefícios que este ecossistema pode oferecer,

os outros 20٪ apontam na degradação dos solos visto que este estão preocupados com o que diz

respeito ao próprio solo, e 15٪ aponta na erosão pois eles estão preocupados com a protecção

costeira, visto que o mangal é o ecossistema que protege a zona costeira das águas do mar. (vide a

tabela abaixo)

Tabela 6: Identificação das consequências de uso e exploração dos mangais número de pessoas inqueridas por

bairro

Consequências

Bairro Lihaze Bairro dos pescadores

Total

٪

N ̊ de pessoas N ̊ pessoas

Erosão 2 1 3 15

Diminuição do nível de

pesca

3 6 9 45

Degradação dos solos 2 2 4 20

Desaparecimento de

espécies de mangal

3 1 4 20

Em suma os moradores do Bairro Costa do Sol, apresentam certa preocupação no que diz respeito

a preservação e conservação do ecossistema mangal, pois tem conhecimento das consequências

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da sua destruição, mas ao mesmo tempo procuram aliar aquilo que são as suas necessidades

básicas, que de certa forma comprometem a sustentabilidade do mangal.

4.5 Direito de ocupação de terra e a preservação do mangal

Compreende a faixa costeira, definida como a “área de confluência entre os processos terrestres e

marítimos”, ecologicamente caracterizada por uma grande diversidade de recursos de

originalidade natural, que dá lugar a variadas actividades humanas.

Mendes (1999), o bairro Costa do Sol é uma zona que apresenta cada vez mais o aumento

significativo da população, encontrando-se áreas com forte concentração demográfica,

essencialmente as áreas com um índice crescente de urbanização e outras com baixo índice de

povoamento, resultando em pequena pressão e baixos impactos sobre os recursos naturais aí

existentes, que poderiam suscitar exercícios de planeamento de acções de âmbito preventivo onde

políticas de conservação e preservação deveriam ser implementadas, para garantir a manutenção

da riqueza potencial existente. As áreas densamente povoadas, onde parte dos recursos naturais

está degradada, as acções de sustentabilidade ambiental, devem ser integradas e de âmbito de

combate, prevenção e preservação.

Segundo (secretário do bairro) a população local não possui o DUAT (Direito de Uso e

Aproveitamento de Terra), excepto os moradores das cassa de dúplex, flat pois estes adquiriram o

DUAT antes mesmo das construções na Direcção Municipal do meio Ambiente ainda na onda do

secretário do bairro aponta este departamento como o principal responsáveis pela destruição do

ecossistema mangal, pois é neste departamento onde são dados a autorização para construção de

infra-estruturas na área do mangal.

Após a recolha e analise dos dados deu-nos a entender que os moires causadores da destruição da

área do mangal, não são os moradores da comunidade, pois, para as comunidades locais o mangal

serve apenas para a satisfação de algumas necessidades básicas, como a lenha, troncos para o

fabrico do de barcos de pesca e este acto não é insustentável, mas aponta se como principais

causadores da destruição do mangal, os Empreiteiros de grandes obras verificadas na área de

estudo, como as obras da circular, casa jovem, súper mares, pois, parte da área do mangal para a

execução das obras.

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4.6. Análise e avaliação dos impactos sobre o mangal

Neste ponto ira se fazer uma análise e avaliação dos impactos ambientais do uso e exploração do

mangal e os impactos da conversão das áreas de mangal para construção das infra-estruturas.

Segundo Vance e Hayhood (1996), Grandes áreas do mangal já foram destruídas e a perda de

mangal em várias partes do mundo ainda continua. Estima-se que na actualidade os mangais

tenham reduzido para cerca de 1/3 da área original que ocupavam há 18 anos atrás.

Para Vance, et al (1996), muitos países estão a tentar preservar o mangal e mesmo restabelecer as

áreas já destruídas no passado

Sitoe e Mausse, (2004), em particular no Bairro Costa de Sol, o desmatamento há perda de

habitantes e eventualmente a perda de espécies. A perda de diversidade (de espécies e habitantes)

é um facto que muitas vezes não pode ser observado com o nível de detalhe de inventários

florestais nacionais e necessita observações mais detalhadas

PRIMAVERA (1998), as causas por detrás da degradação de mangais incluem a construção de

infra-estruturas, agricultura, tanques para aquacultura, combustível lenhoso, madeira, material ara

construção e salina

Construção de Infra-estruturas

Para MICOA (2006), desenvolvimento e frequentemente associado ao estabelecimento de infra-

estruturas tais como estradas, edifícios para habitação e serviços, portos e instalações industriais.

Desta forma é indispensável que se encontre um equilíbrio entre o desenvolvimento industrial e a

preservação, protecção e uso sustentável dos recursos naturais.

A criação das áreas protegidas tem um papel importante na preservação e protecção dos recursos

naturais. Com este intuito MICOA juntamente com os seus parceiros tem estado a declarar novas

áreas de conservação como a de Palma e Mussoril como forma de garantir a manutenção das

espécies quer marinhas quer costeiras.(vide os anexos 2 e 3)

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Agricultura

Segundo MICOA (2007), o uso insustentável dos recursos naturais ao longo da costa associado a

procura de novas áreas para a prática da agricultura, representa como uma ameaça para a

conservação dos ecossistemas e da biodiversidade.

De acordo com MICOA (2007), um dos grandes problemas da agricultura nas zona costeira, para

além de destruição de habitantes, redução da biodiversidade e a erosão é a possibilidade de

induzir desertificação e agravar as mudanças climáticas. Muitas machambas de subsistência

constituem focos dispersos de erosão costeira, que com a força de ventos e das águas pluviais

transformam os solos costeiros em grandes crateras, pondo em perigo as comunidades locais e

contribuindo para o aumento de sedimentos nos estuários, mangais, recifes de coral, ervas

marinhas e no leito marinho.

Portanto, o estádio actual da agricultura nas zonas costeiras poderá ter impactos negativos sobre a

qualidade dos solos, da água potável, dos ecossistemas e da biodiversidade a médio e longo

prazo.

Tanque para Aquacultura

De acordo com MICOA (2007), a aquacultura surge sempre como uma possibilidade de

desenvolvimento e contribuição de proteína animal, nas populações e como fonte de divisas para

o país através das exportações. O que constitui uma das formas de degradação do mangal, pois

são destruídas áreas de mangal para a constrição de tanque de aquacultura.

Quanto aos impactos ambientais negativos da actividade ainda não são relevantes embora elas

existam em percentagem reduzida, como é caso de mão cheiro, a salinização dos solos

circunvizinhos e outros. (vide o anexo 1)

Desflorestamento

Segundo MICOA (2007), as formações florestais ao longo da costa, funcionam como suporte

madeireiro para construções de casas e fontes de matéria-prima para a construção de barcos e

obtenção de plantas medicinais para o tratamento de algumas doenças.

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De acordo com MICOA (2006), floresta de mangal, é dizimada para suprir as necessidades cada

vez mais crescentes em energia (para cozinha) e para materiais de construção. O mangal o mais

procurado para a construção enquanto as outras espécies são usadas para a produção de lenha e

de carvão. A acção de desflorestamento é grave no Bairro Costa do Sol Associado a questões de

necessidade e de satisfação em termos de energia para cozinha e materiais de construção, o

mangal sustenta uma larga proporção da população costeira e do sector de empresariado e

negociantes. Muitas das casas tradicionais do Bairro Costa do Sol foram construídas com

material proveniente das árvores de mangal e cimento.

De acordo com Honguane (2007), nas soluções para fazer face ao problema de desflorestamento

de mangal deve-se incluir a identificação e promoção de alternativas para o provimento de

energia para a cozinha, materiais para construção, e outras actividades que geram rendimento

para a subsistência das comunidades e sectores que neste momento vivem do comércio do

mangal.

A destruição da floresta do mangal pela população do Bairro Costa do Sol relaciona se com as

necessidades económicas, devido o seu nível de pobreza.

Para Langa (2007), o desmatamento poderá trazer graves problemas no futuro, em termos das

múltiplas funções que o mangal exerce para o equilíbrio ecológico e do seu valor económico que

lhe e atribuído. As consequências resultantes do desmatamento de uma forma específica

implicam a diminuição da fauna e flora.

Sedimentação nas zonas do mangal em consequência da destruição do coberto vegetal nas zonas

mais altas, sobretudo quando esta sedimentação e acumulação provoca, mudanças na estrutura do

substrato, tornando-o mais arenosos e impróprias a instalação do Mangal.

Segundo MICOA (2007), suscita que as mudanças climáticas podem afectar o ecossistema

através das mudanças nos diferentes factores do clima e seus impactos no meio do Mangal e nos

processos ecológicos que nele têm lugar. No caso específico do Bairro Costa do Sol, salienta-se

sobretudo os fenómenos erosivos resultantes da maior intensidade das correntes marítimas e

subida do nível do mar; o aumento do nível das águas e seus impactos no aumento da salinidade

no interior e nos limites continentais do Mangal e que se combinam a evaporação, intensidade de

insolação e a variação (sobretudo redução e irregularidades) das pluviométricas; a acumulação de

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sedimentos arenosos nas partes mais continentais do Mangal em consequência dos fenómenos

erosivos em resultado da degradação do coberto vegetal provocado pela seca e do escoamento

superficial das águas das chuvas.

4.7. Impacto da conversão das áreas de mangal para construção das infra-estruturas

O crescimento urbano no bairro Costa do Sol, deu se através do corte do mangal para a

construção de infra-estruturas, desconsiderando qualquer valor ambiental que este ecossistema

pudesse representar.

Diante do problema de construção de infra-estrutura e a degradação do mangal, que o Bairro

Costa do Sol vem sofrendo, observa-se que as transformações na área de estudo é uma

problemática vivida não apenas pela natureza mais também devido a acção antrópica, ou seja

acção do homem.

O problema de degradação da área do mangal para a construção de infra-estrutura fazem-nos

levar a uma reflexão de possíveis amplitudes necessárias ao estabelecimento de acções que

promovam o desenvolvimento sustentável frente a exploração dos recursos naturais e ocupação

da área do mangal.

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CAPÍTULO V

5. Conclusão

De tudo que ficou exposto neste trabalho tiramos as seguinte conclusões:

Pobreza, desemprego, crescimento socioeconómico, a concentração populacional que

assolam a população do bairro Costa do Sol, contribuem significativamente para a rápida a

degradação do ecossistema mangal e os habitantes existentes no bairro.

O desemprego que assola os moradores do Bairro Costa Sol obriga com que as pessoas

confiem unicamente na exploração do mangal como uma das fontes alternativas de

obtenção de rendimento, uma vez que o mangal e um recurso abundante e de fácil

exploração e obtenção rápida de benefícios.

O crescimento socioeconómico e a concentração populacional no bairro em questão, leva

com que haja uma pressão sobre a ocupação de novos espaços, consequentemente invasão

de algumas áreas do mangal para a construção de infra-estruturas.

A relação entre a actividade humana, o so e exploração do mangal, estabelece uma forte

dependência existente entre a exploração do mangal e a sobrevivência da população, pois,

alguns dos moradores do bairro dedicam-se a destruição da área do mangal para abertura de

campos para agricultura, lenha, bem como retirada de paus para a construção, facto que

obriga a mudança de atitudes das populações perante a conservação e sustentabilidade.

Após, os inquéritos e entrevistas conclui-se que as hipóteses aceitáveis são, Ho, Ho1 e Ho2,

pois a falta de consciência da sociedade e a falta de incentivos, contribui para fraca

conservação e preservação do mangal e as crescentes actividades de construção de infra-

estruturas, é que representam o principal causador da degradação do mangal no bairro

Costa do Sol;

No Bairro Costa do Sol o direito de ocupação de terra não se associa ao direito de uso e

ocupação do mangal, uma vez que o direito de uso e exploração do mangal é

expressamente proibido pelo CMCM. Este direito aliado a grande pressão sobre o mangal

causado principalmente pela pobreza, desemprego e o crescimento socioeconómico que não

respondem a sustentabilidade do mangal, consequentemente a degradação do mesmo.

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Os impactos das actividades humanas sobre o mangal são negativos, pois, alguns modores

não demonstram tanta preocupação no que diz respeito a conservação e preservação do

mangal, pois os impactos sobre o mangal têm efeitos directos, locais e futuramente podem

ser regionais de grande significância, porque terá implicações na reprodução dos mariscos,

de valor económico importante para a sociedade.

Dos impactos negativos destacam-se: a conversão das áreas do mangal para a construção de

infra-estruturas bem como a redução do mangal.

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5.1. Recomendações

Actividades humanas exercidas sobre o ecossistema mangal, tanto para a satisfação das suas

necessidades diárias quanto a degradação para a construção de infra-estruturas, implica que existe

uma necessidade urgente de promover a gestão comunitária dos recurso natural (o ecossistema

mangal) que eleve a consciência da população sobre o valor intrínseco do mangal, de modo a

melhorar o uso e exploração do mangal, simultaneamente controlando a degradação ambiental.

É preciso desenvolver projectos de Educação Ambiental, com o objectivo de promover

uma sustentabilidade das áreas do mangal, com o envolvimento da população do Bairro

Costa do Sol em parceria com o Conselho Municipal da Cidade de Maputo (CMCM)

E preciso conceber planos de gestão ambiental do recurso (mangal) este plano deve

envolver a população local, onde o plano deve dar atenção a protecção e conservação da

área do mangal, através do estabelecimento de princípios e regras locais a serem

observadas no uso e exploração do mangal, isto é a pessoa que for encontrada a explorar o

recurso deve ser sancionada

Promover campanhas de sensibilização e consciencialização da população local, de modo

que a assuma uma postura responsável sobre o recurso mangal;

A União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), deve promover em

coordenação com outros sectores, os comprimentos pela população a legislação existente

relacionada com a exploração florestal, especificamente o uso e exploração do mangal;

O Instituto Nacional de Assistência Social desenvolver (INAS), projectos de promoção de

emprego, como a pesca artesanal, especialmente para os moradores do Bairro Costa do

Sol, de modo a aliviar a pobreza isto é, como forma de reduzir a pressão sobre o mangal.

Criação de comité de Educação Ambiental, em parceria com o CMCM que visa

essencialmente promover campanhas de sensibilização das comunidades bem como das

instituições públicas e privadas na protecção e conservação do mangal.

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APÊNDICES

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Apêndice 1

Roteiro de Inquérito para os Moradores do bairro Costa do Sol

O inquérito insere-se no âmbito da realização da dissertação para a obtenção do grau académico

de Licenciatura em Educação Ambiental. O roteiro não apresenta a identificação dos inquiridos e

estes não são obrigados a responderem as questões que lhes são colocadas. As informações

obtidas têm um uso essencialmente académico e os dados serão mantidos em absoluto sigilo.

1.0 Identificação do inquerido

Data________ Local_______

1.1 Idade:

18-22 anos ( ) 23-27 anos ( ) 28-32anos ( ) 33-37 anos ( ) > 38 anos ( )

1.2 Sexo:

Masculino ( ) Feminino ( )

1.3 Grau de escolaridade:

Sem Formação ( ) Formação Primária ( ) Formação Básica ( )

Formação Secundária ( ) Formação Média ( ) Formação Superior ( )

Formação Técnica ( ) Outra ______________________________________

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2.0 Razão/motivo da dedicação à exploração florestal do mangal

2.1 Qual o motivo que lhe levou a dedicar-se á exploração florestal do mangal?

Desemprego ( ) Rendimentos elevados ( ) Nâo sabe/respondeu ( ) Outros ( )

Quais?_________________________________________________________________

2.2 Tem licença de exploração?

Sim ( ) Não ( ) Se não, passa para pergunta 3.0

2.3 Qual é a validade da Licença?

1 ano renovável ( ) Permanente ( )

3.0 Local e Instrumentos usados na exploração do mangal

.1 Em qual das áreas explora o mangal com mais frequência?

____________________________________________________________________________

3.2 Que espécies existem na área de exploração?

Mpedge ( ) Mucandala ( ) Nfinge ( ) Mucorongo ( ) Ntumbu-ntumbu ( )

Mutuanguazi ( ) Mpiripih ( ) Outras ( )

Quais?________________________________________________________________________

___________________________________________________________

3.2 Que espécies existem na área de exploração?

Mpedge ( ) Mucandala ( ) Nfinge ( ) Mucorongo ( ) Ntumbu-ntumbu ( )

Mutuanguazi ( ) Mpiripih ( ) Outras ( ) Quais?

_____________________________________________________________________________

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_________________________________________________________________

3.3 Que instrumentos usa para o corte do mangal?

Moto-serra ( ) Machado ( ) Catana ( ) Outros ( )

Quais?_______________________________________________________________________

__________________________________________________________________

4.0 Impactos ambientais negativos decorrentes da exploração do mangal e formas de

mitigação

4.1 Quais são os problemas que resultam do corte do Mangal?

Erosão ( ) Diminuição dos níveis de pesca ( ) Degradação dos solos ( )

Desaparecimento de certas espécies de mangal ( ) Quais?

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

4.2 O que está sendo feito para resolver esse(s) problema(s)?

Replantio ( ) Respeitar o período de defeso ( ) Envolvimento de mais instituições na gestão

do mangal ( ) Outro ( )

Qual?_________________________________________________________________________

4.3. Quando começa se a verificar a degradação do mangal

A 2 anos ( ) A 5 anos ( ) A 7 anos ( ) A 10 anos ( )

4.4. Qual é a principal causa da degradação dos mangais

Construção de infra-estruturas ( ) Abertura de campos para o cultuvo ( )

Estacas para barcos ( ) Lenha ( ) Outro ( )

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Qual__________________________________________________________________________

4.5- Qual e o nível de degradação dos mangais ao longo dos anos

Mau ( ) Razoavel ( ) Bom ( )

5.0 Existe alguma fiscalização do mangal?

Sim ( ) Não ( ), Se sim ,quem e onde se fiscaliza ?

____________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

6.0 Qual a frequência da fiscalização ?

Permanente ( ) Mensal ( ) Anual ( ) Ocasionalmente ( )

7.0 Consegue sustentar a família com o que ganha da exploracao florestal do mangal?

Sim ( ) Não ( )

8.0 Tem alguma informação que pretenda acrescentar sobre a preservação do ecossistema

do mangal?

______________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

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Apêndice 2

Guião de Entrevista Para os Moradores do Bairro Costa do Sol e Secretário do Bairro

A entrevista insere-se no âmbito da realização da dissertação para a obtenção do grau académico

de Licenciatura em Educação Ambiental. A entrevista não apresenta a identificação dos

entrevistados. As informações obtidas têm um uso essencialmente académico e os dados serão

mantidos em absoluto sigilo.

1. Qual é o número da população de acordo com o ultimo censo.

2. Qual é a principal actividade exercida pelos moradores do bairro?

3. Que tipo de solo predomina no bairro costa do sol.

4. Qual é a importância desses solos para as comunidades locais.

5. Qual é o número de agregados familiares.

6. Qual é o número de quarteirões.

7. Qual é a principal fonte de renda familiar.

8. Existe uma pressão sobre o ecossistema mangal.

9. Quais são as causas da destruição do ecossistema mangal.

10. Quais é que são impactos.

11. Qual é a relação existente entre as actividades humanas e os mangais.

12. Qual é o nível de conservação dos mangais no âmbito da construção infra-estruturas.

13. Existe ma fiscalização no ecossistema mangal.

14. Quem são os responsáveis pela fiscalização.

15. Qual é a situação actual dos mangais em relação aos anos passados (utilização e

preservação).

16. Quais é que são as características socioeconómicas da população.

17. Quais são as espécies de mangal que existem no bairro costa do sol.

18. Conhecem as leis que dizem respeito floresta.

19. Principais motivos que leva a população a exploração do ecossistema mangal.

20. A população do bairro costa do sol possui o DUAT.

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Apendice 3

Foto 1:Avicena marina (fonte:Autor 2014)

Apedice 4

Foto 2: Rhizophomamocronata(fonte:Autor 2014)

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Apedice 5

Foto 3: CeriopsTagal (fonte: autor 2014

Apendice 6

Foto 4: Xylocarpusgranatum(Fonte: autor 2014)

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Apedice 7

Foto 5:Brugueiragymnorrhiza (Fonte: autor)

Apedice 8

Foto 6: paus de mangal usadas para a construção do quintal (Fonte autor)

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ANEXOS

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Anexo 1

Foto 7: Uso de áreas de mangal para aquacultura de camarão (tanques de aquacultura Bairro dos pescadores).

Anexo 2

Foto 8: Expansão urbana (destruição da área do manga para a construção do centro comercial super marés Fonte:

(MICOA- 2007).

Page 59: FACULDADE DE EDUCAÇÃO - monografias.uem.mzmonografias.uem.mz/bitstream/123456789/188/1/2015 - Sitoe, Cristina... · iii Declaração Declaro que este trabalho de fim de curso é

Anexo: 3

Foto 10: Bairro Costa do Sol 2004 (fonte: Google earth,04/02/2004)

Anexo 4

Foto 13: Bairro costa do sol Google earth 2014 (fonte Google earth, 30/08/2014)