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FACULDADE DE ENSINO SUPERIOR DA PARAIBA-FESP CURSO DE EPECIALIZAÇÃO EM MEDIAÇÃO, CONCILIAÇÃO E ARBITRAGEM VICTOR RABELO VIANA OBSTÁCULOS À EFICÁCIA DA CONCILIAÇÃO NOS JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS CABEDELO-PB 2018

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FACULDADE DE ENSINO SUPERIOR DA PARAIBA-FESP CURSO DE EPECIALIZAÇÃO EM MEDIAÇÃO, CONCILIAÇÃO E ARBITRAGEM

VICTOR RABELO VIANA

OBSTÁCULOS À EFICÁCIA DA CONCILIAÇÃO NOS JUIZADOS ESPECIAIS

CÍVEIS

CABEDELO-PB 2018

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VICTOR RABELO VIANA

OBSTÁCULOS À EFICÁCIA DA CONCILIAÇÃO NOS JUIZADOS ESPECIAIS

CÍVEIS

Trabalho de Conclusão de Curso em forma de Monografia apresentado à Coordenação do Curso de Especialização em Mediação, Conciliação e Arbitragem, pela Faculdade de Ensino Superior da Paraíba - FESP, como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista. Área: Área do Direito. Orientadora: Gabriella Henriques da Nóbrega.

CABEDELO-PB 2018

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VICTOR RABELO VIANA

OBSTÁCULOS À EFICÁCIA DA CONCILIAÇÃO NOS JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS

Trabalho de Conclusão de Curso em forma de Monografia apresentado à Banca examinadora da Faculdade de Ensino Superior da Paraíba - FESP, como exigência para obtenção de grau de Especialista em Mediação, Conciliação e Arbitragem.

APROVADO EM ___/___/ 2018

BANCA EXAMINADORA

________________________________________ Profa. Gabriella Henriques da Nóbrega

ORIENTADORA - FESP

_________________________________________ Profa. Maria de Fátima Nóbrega de Sousa

MEMBRO - FESP

_________________________________________ Prof. Pablo Juan Nóbrega de Sousa da Silveira

MEMBRO - FESP

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho primeiramente а Deus, nosso criador, por ser essencial

em minha vida, autor dе mеυ destino, mеυ guia, socorro presente na hora de

angústia, ао mеυ pai Sebastião Gonçalves Viana Neto, minha mãе Neir Alves

Rabelo Viana, meus irmãos Brenna Rabelo Viana e Ygor Rabelo Viana e a minha

companheira de vida e caminhada Luana Ferreira Lopes.

Aos demais familiares que, cоm muito carinho е apoio, me estimularam para

qυе еυ chegasse e cumprisse mais esta etapa dе vida.

Dedico este trabalho ao meu avô paterno Sebastião Gonçalves Viana Neto, “In

Memorian”, pela existência de meu pai, pois sem ele este trabalho e muitos dos

meus sonhos não se realizariam.

Ao Curso dе Mediação, Conciliação e Arbitragem dа Faculdade de Ensino

Superior da Paraíba (FESP), е às pessoas cоm quem convivi nesses espaços ао

longo desses anos. А experiência dе υmа produção compartilhada nа comunhão

cоm amigos nesses espaços foram а melhor experiência dа minha formação

acadêmica.

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AGRADECIMENTOS

À Pablo Juan Nóbrega, coordenador do curso de Especialização, por seu

empenho.

Aos professores que no decorrer desta Especialização se dispuseram a nos

transmitir seus conhecimentos.

Ao meu pais e demais familiares pela compreensão por minha ausência nas

reuniões familiares semanais.

A minha namorada pela constante força e motivação.

Aos amigos do Curso de Especialização da FESP, que contribuíram ao longo

de dezoito meses, por meio das análises das disciplinas e debates, para o

desenvolvimento desta pesquisa.

Aos funcionários da FESP pela presteza e atendimento quando nos foi

necessário.

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“Se o homem falhar em conciliar a justiça e a liberdade, então falha em tudo.” (Albert Camus)

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RESUMO

A presente monografia de conclusão do curso de pós-graduação em Mediação, Conciliação e Arbitragem tem como tema os obstáculos à eficácia da conciliação nos Juizados Especiais Cíveis – JEC’s – de João Pessoa/PB e apresenta, além dos fatores que condições que obstaculizam o cumprimento das finalidades essenciais dos Juizados Especiais Cíveis, as devidas explicações para que dificuldades sejam de fato remediadas. Os JEC´s são compreendidos como sendo um aparelho jurídico que trabalha para sanar as ações judiciais de menor tempo e valor econômico, utilizando os princípios fundamentais explícitos da Oralidade, Informalidade, Simplicidade, Economia Processual e Celeridade, além de outros implícitos também utilizados. Os Juizados esbarram em um considerável obstáculo para que seja de fato colocado em prática todo o aparato que de fato deve ser desenvolvido para o êxito das ações conciliatórias. Os dificultosos trâmites do Judiciário, a lentidão que já se encontra arraigada no próprio sistema, a vontade das partes, fatos externos como a política interna das empresas envolvidas nos processos, além de outras condições como a falta de habilidade e/ou afastamento de preparação de parte dos servidores e conciliadores envolvidos são razões significativas para que a realidade dos JEC’s não atinja o objetivo pretendido pelo Judiciário e pelo meio social. De forma geral, é primordial que todos sejam de fato capacitados para atuar nesse mecanismo jurisdicional, atualmente fragilizado, e que em paralelo aconteça o florescimento na mentalidade de todos que utilizam esse serviço do Poder Judiciário. Descritores: Juizados Especiais Cíveis. Conciliação. Obstáculos.

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ABSTRACT

This monograph on completion of the postgraduate course in Mediation, Conciliation and Arbitration has as its theme the obstacles to the effectiveness of conciliation in the Special Civil Courts - JEC's - in João Pessoa / PB and presents, in addition to the factors that impede compliance of the essential purposes of the Special Civil Courts, the necessary explanations for the difficulties that are actually remedied. The JEC's are understood as being a legal apparatus that works to heal judicial actions of shorter time and economic value, using the explicit fundamental principles of Orality, Informality, Simplicity, Process Economy and Speed, as well as other implicit ones also used. The Judges come up against a considerable obstacle so that all the apparatus that actually must be developed for the success of conciliatory actions is actually put into practice. The difficult procedures of the Judiciary, the slowness that is already rooted in the system itself, the will of the parties, external facts such as the internal politics of the companies involved in the proceedings, as well as other conditions such as lack of ability and / or part of the employees and conciliators involved are significant reasons why the reality of the JEC's does not achieve the objective sought by the Judiciary and by the social environment. In general, it is essential that everyone is actually qualified to act in this judicial mechanism, currently weakened, and that in parallel there is a flourishing mentality of all who use this service of the Judiciary. Descritores: Special Civil Courts. Conciliation. Obstacles.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 – 1º, 2º e 3º Juizados Especiais Cíveis ....................................................... 18 Figura 2 – 4º Juizados Especiais Cíveis .................................................................... 19 Figura 3 – 5º Juizados Especiais Cíveis .................................................................... 19 Figura 4 – 6º Juizados Especiais Cíveis .................................................................... 20

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Composição dos JEC’s na Comarca da Capital ..................................... 16 Tabela 2 – Competência dos JEC’s na Comarca da Capital ..................................... 17 Tabela 3 – Competência dos JEC’s na Comarca da Capital ..................................... 17 Tabela 4 – Comparativo entre mediação e conciliação .............................................38

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS Art. – Artigo CEJUSC – Centros Judiciários de Solução de Conflitos e Cidadania CF – Constituição Federal CNJ – Conselho Nacional de Justiça JE’s – Juizados Especiais JEC’s – Juizados Especiais Cíveis JECRIM – Juizados Especiais Criminais NCPC – Novo Código de Processo Civil PJe – Processo judicial eletrônico RAD’s – Resolução Alternativa de Disputas TJDFT – Tribunal de Justiça do Distrito federal e Territórios TJPB – Tribunal de Justiça da Paraíba

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LISTA DE SÍMBOLOS

% Porcentagem

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FACULDADE DE ENSINO SUPERIOR DA PARAÍBA - FESP

Biblioteca FESP Faculdades

Termo de Autorização de Depósito e Publicação Eletrônica no Repositório

Institucional FESP Faculdades

Eu, Victor Rabelo Viana, brasileiro, solteiro, residente e domiciliado na Rua Silvino

Lopes, Nº 710, na cidade de João Pessoa, Paraíba, portador do documento de

Identidade: 3.519.420 SDES-PB, CPF: 087.140.664-08, na qualidade de titular dos

direitos morais e patrimoniais de autora da obra sob o título: “OBSTÁCULOS À

EFICÁCIA DA CONCILIAÇÃO NOS JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS”, sob a forma de

MONOGRAFIA, apresentada na FACULDADE DE ENSINO SUPERIOR DA

PARAÍBA - FESP, em 04/04/2018, com base no disposto na Lei Federal n. 9.160,

de 19 de Fevereiro de 1998:

AUTORIZO, a Biblioteca da FESP Faculdades a disponibilizar gratuitamente sem

ressarcimento dos direitos autorais, a obra acima citada em meio eletrônico, no

Repositório Institucional que fica situado no portal da FESP situado na Rede

Mundial de Computadores, em formato PDF, para fins de leitura, impressão e/ou

download, a título de divulgação da produção científica gerada pela aqui na

instituição.

Cabedelo, PB, 04 de abril de 2018

_____________________________________

Victor Rabelo Viana

Matrícula: 20162.23

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .......................................................................................... 13 2 JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS................................................................ 15 2.1 ALCANCE ................................................................................................. 16 2.2 LEGITIMIDADE ......................................................................................... 20 2.3 DO INGRESSO NO JUDICIÁRIO.............................................................. 21 3 RESOLUÇÃO Nº 125 DO CNJ ................................................................. 24 4 PRINCÍPIOS DO JEC’S ............................................................................ 26 4.1 PRINCÍPIO DA ORALIDADE .................................................................... 26 4.1.1 Subprincípio da Imediatidade ................................................................ 27 4.1.2 Subprincípio da Identidade física do juiz .............................................. 28 4.1.3 Subprincípio da Concentração............................................................... 28 4.2 PRINCÍPIO DA SIMPLICIDADE ................................................................ 28 4.3 PRINCÍPIO DA INFORMALIDADE ............................................................ 29 4.4 PRINCÍPIO DA ECONOMIA PROCESSUAL ............................................ 20 4.5 PRINCÍPIO DA CELERIDADE .................................................................. 31 4.6 PRINCÍPIO DA CELERIDADE X ECONOMIA PROCESSUAL ................. 32 4.7 PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS ............................................................ 33 4.7.1 Princípio do Devido Processo Legal ..................................................... 33 4.7.2 Princípio do Contraditório e Ampla Defesa .......................................... 33 4.8 OUTROS PRINCÍPIOS ADOTADOS ........................................................ 34 4.8.1 Princípio da Equidade ............................................................................. 34 4.8.2 Princípio da Autocomposição ................................................................ 35 5 CONCILIAÇÃO, MEDIAÇÃO E ARBITRAGEM ....................................... 37 5.1 DIFERENÇA ENTRE A CONCILIAÇÃO E A MEDIAÇÃO ......................... 39 6 CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO COM BASE NO NCPC ............................ 40 7 CONDUTAS QUE ESTORVAM OS ACORDOS ....................................... 43 7.1 PROPOSTAS DE CORREÇÃO DAS CONDUTAS ................................... 45 8 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................... 46 NOTAS DE RODAPÉ ................................................................................ 47 REFERÊNCIAS ......................................................................................... 48

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1 INTRODUÇÃO

Conciliação é uma expressão derivada do latim concilium, e significa ato ou

efeito de apaziguar-se, pacificação, acomodação, reconciliação. Como a paz social é

um dos objetivos do Direito, é preciso que mecanismos alternativos sejam utilizados

para sanar da forma mais adequada os conflitos existentes no meio social. Do

mesmo modo que a Conciliação, existem dois outros meios de resolução alternativa

para remediar os conflitos: a Mediação e a Arbitragem. Ressalta-se que são

métodos diferenciados de buscar um mesmo objetivo.

Em caminho diverso ao desejado pelo Poder Judiciário, um grandioso número

de demandas judiciais se prolonga no tempo, sejam por lentidão, inoperância doa

aplicadores do Direito oi por atos de intransigência das partes em acordar.

Existem casos que, mesmo diante da existência de um direito líquido e certo,

a parte se opõe a realizar o acordo, uma vez que tal atitude lhe garante o direito de

contestar e recorrer, alongando o prazo de decisão no caso concreto.

Acordar é o maior e principal foco nas audiências de conciliação. Nesse

condão, é importante ressaltar a valia da celeridade processual, já que ela acarreta

na diminuição dos gastos com os procedimentos conciliatórios, que são benéficos

tanto para as partes quanto para o Poder Judiciário. Seu menor tempo de duração

gera por fatores óbvios a redução de gastos.

Do mesmo modo que outros componentes do Judiciário, os JEC’s são

orientados por princípios norteadores, que além de estruturam dão o devido suporte

ao desejado funcionamento, são eles: Oralidade, simplicidade, informalidade,

economia processual e celeridade. Outros princípios implícitos também são

utilizados.

A Lei nº 9.099/95 não foi a primeira a tratar sobre a criação de Juizados

Especiais. Anterior a ela, foi instituída a Lei nº 7.244/85, Lei dos Juizados Especiais

de Pequenas Causas, a qual frutificou bons resultados e era direcionada a ações de

menor valor econômico, não superiores a 20 salários mínimos, condenação de

entregar coisa certa móvel, dentre outros. Como nota-se, são atos muito similares

aos hoje adotados pela Lei dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais.

Embora tenham sido criados para resolver de forma veloz e menos custosa

para as demandas judiciais, os Juizados Especiais Cíveis se deparam com a

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inexperiência e falta de preparação de parte dos conciliadores, além de fatores

intrínsecos as partes demandantes e demandadas.

Essa é problemática central deste estudo, que adotou uma metodologia

qualitativa, de abordagem hipotético-dedutiva e técnicas de estudo indiretas, através

de pesquisas bibliográficas.

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2 JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS

Em virtude da lentidão do Poder Judiciário e diante da necessidade das

pessoas em elucidar suas lides de maneira mais e ágil e eficaz surgiram os Juizados

Especiais Cíveis, que agregaram significativa e positivamente a ideia nascente

instituída por meio dos Juizados Especiais de Pequenas Causas.

Os JEC’s são órgãos da Justiça Ordinária, originados para conciliação,

processo, julgamento e execução, nas causas de sua competência, disciplinados

pela Lei Federal nº 9.099/95. O processo é conduzido com base nos critérios da

oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade previsto no

art. 2º desta lei, vislumbrando sempre a realização da conciliação, a reparação dos

danos eventualmente acarretados a vítima e a aplicação de pena não privativa de

liberdade.

Como nota-se, sua criação foi uma experiência do Poder Judiciário em

resolver um problema duradouro que estava enraizado no sistema jurisdicional

nacional, entretanto, ainda que as intenções tenham sido as melhores, na prática a

realidade é extremamente dificultosa. A falta da estrutura grandiosa necessária para

os pleitos dos dias de hoje associada a exorbitante quantidade de processos ativos

tornam o sistema insuficiente e, de forma geral, consumindo do mesmo tempo de

causas que tramitam na Justiça Comum.

É fato que parcela da responsabilidade do insuficiente andamento deve ser

atribuído ao Poder Judiciário, já que ele é formado por indivíduos de significante

conhecimento da lei, todavia, não se deve se outorgar a eles totalidade da culpa de

lerdeza. É obrigação também da população impedir que ações infrutíferas sejam

levadas ao ‘bolo processual’ existente.

Das lides levadas aos JEC’s, pode-se constatar que inúmeras demandam

direitos inexistentes, por achar o autor que, um simples mero aborrecimento gera

direito de indenização.

São justamente essas ações que estorvam o andamento dos Juizados, uma

vez que o tempo utilizado para suas soluções dilapidam o tempo das ações que de

fato necessitam de fluidez.

Além desses tipos de lide com direito inexistente, os Juizados Especiais

Cíveis também sofrem com as ações cujo com incompetência judiciário para atuar.

Nesse contexto, segundo definição do TJPB, são competências dos JEC’s:

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As causas cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário mínimo; as

enumeradas no art. 275, inciso II, do Código de Processo Civil; a ação de

despejo para uso próprio; as ações possessórias sobre bens imóveis de valor

não excedente a quarenta vezes o salário mínimo; dos títulos executivos

extrajudiciais (promissórias, cheques, contratos), no valor de até quarenta

vezes o salário mínimo; cobrança e ressarcimento de danos (exemplo danos

decorrentes de acidentes de trânsito). (TJPB, 2015)1

Importante ressaltar que ficam afastadas da competência dos Juizados

Especiais Cíveis as ações de natureza fiscal, falimentar, alimentar e de interesse da

Fazenda Pública, bem como as vinculadas a acidentes de trabalho, a resíduos e ao

estado e capacidade das pessoas.

2.1 ALCANCE

Assim como nos outros Estados, na Paraíba os JEC’s existem com a

finalidade de acolher e assegurar os direitos de seus cidadãos. Por razões

dimensionais e para facilitar o acesso a esses meios judiciais, JE’s são divididos por

Comarcas no território estadual, vislumbrando atingir toda e qualquer localidade,

independentemente de sua distância.

Hoje, a divisão dos Juizados é composta pelas Comarcas da Capital,

Campina Grande, Cabedelo, Bayeux, Santa Rita, Guarabira, Mamanguape, Sapé,

Monteiro, Catolé do Rocha, Patos, Pombal, Souza e Cajazeiras, distribuídos da

seguinte forma:

Comarca da Capital 6 JEC’s / 1 JECRIM

Comarca de Campina Grande 2 JEC’s / 1 JECRIM

Comarca de Cabedelo 1 Juizado Especial Misto

Comarca de Bayeux 1 Juizado Especial Misto

Comarca de Santa Rita 1 Juizado Especial Misto

Comarca de Guarabira 1 Juizado Especial Misto

Comarca de Mamanguape 1 Juizado Especial Misto

Comarca Sapé 1 Juizado Especial Misto

Comarca de Monteiro 1 Juizado Especial Misto

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Comarca de Catolé do Rocha 1 Juizado Especial Misto

Comarca de Patos 2 Juizados Especiais Mistos

Comarca de Pombal 1 Juizado Especial Misto

Comarca de Souza 2 Juizados Especiais Mistos

Comarca e Cajazeiras 1 Juizado Especial Misto

Tabela 1 – Fonte: TRIBUNAL DE JUSTIÇA DA PARAÍBA

As Comarcas da Capital, João Pessoa, e de Campina Grande dispõem de

uma estrutura diferenciada em relação as demais, haja vista que suas ações cíveis e

criminais se destinam a locais distintos, isto é, são direcionadas a depender do seu

conteúdo para os Juizados Especiais Cíveis ou Juizados Especiais Criminais.

Enquanto em Campina Grande existem dois JEC’s e um JECRIM, em João Pessoa

existem seis JEC’s, dois Juizados Especiais Mistos e um JECRIM.

Priorizando os Juizados Especiais Cíveis da Comarca da Capital, de acordo

com TJPB os bairros servidos pelos 1º, 2º, 4º, 5º e 6º Juizados Especiais Cíveis são:

Altiplano Ilha do Bispo

Alto do Mateus Jaguaribe

Bairro das Indústrias Jardim Luna

Bairro dos Estados Jardim Planalto

Bairro dos Ipês João Agripino

Bairro dos Novais Manaíra

Bessa Mandacaru

Brisamar Miramar

Cabo Branco Rangel

Conjunto Ivan Bichara Roger

Renascer Tambaú

Cristo Redentor Torre

Cruz das Armas Treze de Maio

Distrito Industrial Varadouro

Funcionários I

Tabela 2 - Fonte: TRIBUNAL DE JUSTIÇA DA PARAÍBA

O 3º Juizado Especial Cível atende:

Bancários Lot. Água Fria

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Castelo Branco Lot. São Judas Tadeu

José Américo Lot. Itumbiara

Conjunto dos Radialistas Lot. Cidade São Paulo

Funcionários II, III e IV Lot. Bougainvilleas

Ernani Sátiro Lot. Ideal

Costa e Silva Lot. Parafise

Cidade Universitária Lot. São Paulo

Esplanada Lot. São Joaquim

Grotão Lot. Novo Horizonte

Lot. Visão Panorâmica Mangabeira

Lot. Ponta do Seixas Praia da Penha

Lot. Eldorado Valentina

Lot. Parque das Laranjeiras Limite até Alhandra

Lot. Boa vista

Tabela 3 – Fonte: TRIBUNAL DE JUSTIÇA DA PARAÍBA

Figura 1 – 1º, 2º E 3º Juizados Especiais Cíveis. Fonte: INTERNET

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Figura 2 – 4º Juizado Especial Cível. Fonte: INTERNET

Figura 3 – 5º Juizado Especial Cível. Fonte: INTERNET

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Figura 4 – 6º Juizado Especial Cível. Fonte: INTERNET

Nas jurisdições das demais Comarcas do Estado existem apenas Juizados

Especiais Cíveis e Criminais, também conhecidos como Juizados Especiais Mistos.

Destas, duas se destacam: as Comarcas de Patos e Souza. Elas são atendidas por

dois Juizados Especiais Cíveis e Criminais.

Conforme dados apresentados nas tabelas acima, fica claro que o TJPB não

apresentada todos os bairros da grande João Pessoa. Os demais bairros não

apresentados são competência do 1º e 2º Juizados Especiais Mistos.

2.2 LEGITIMIDADE

Tem legitimidade para demandar ações nos JEC’s somente pessoas físicas e

civilmente capazes, além das microempresas, conforme apresenta os incisos I ao IV

do art. 8º, § 1º da Lei nº 9.099/95.

Art. 8º Não poderão ser partes, no processo instituído por esta Lei, o incapaz,

o preso, as pessoas jurídicas de direito público, as empresas públicas da

União, a massa falida e o insolvente civil. § 1o§ 1o Somente serão admitidas

a propor ação perante o Juizado Especial: I - as pessoas físicas capazes,

excluídos os cessionários de direito de pessoas jurídicas; II - as pessoas

enquadradas como microempreendedores individuais, microempresas e

empresas de pequeno porte na forma da Lei Complementar no 123, de 14 de

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dezembro de 2006; III - as pessoas jurídicas qualificadas como Organização

da Sociedade Civil de Interesse Público, nos termos da Lei no 9.790, de 23 de

março de 1999; IV - as sociedades de crédito ao microempreendedor, nos

termos do art. 1o da Lei no 10.194, de 14 de fevereiro de 2001. (BRASIL,

1995)2

Nos Juizados as demandas obedecem um teto, cujo é definido em 40 salários

mínimos. Neste aspecto, é importantíssimo destacar que as demandas que

atenderem até 20 salários mínimos não estão obrigadas a contar com à presença de

advogado habilitado, fica a critério do autor tê-lo ou não. Todavia, se o valor da

causa estiver enquadrado entre 20 e 40 salários mínimos, passa o autor a ser

obrigatório a constituir um advogado para a causa.

Visando simplificar o ingresso do povo e suas respectivas ações, os Juizados

Especiais Cíveis adotam horários diferenciados aos aplicados nas Varas Comuns da

Justiça Estadual e Federal. De acordo com o art. 212 do NCPC os atos processuais

devem ser realizados, em dias úteis, com horário entre 6h e 20h, entretanto, não há

impedimento para que haja determinação do Judiciário de cada Estado em relação a

mudança para até três turnos.

Com o sancionamento da Lei nº 11.419/06, que dispõe sobre a informatização

do processo judicial, houve uma grande modificação na forma de controle dos

processos, uma vez que proporcionou o aposento dos processos com incalculável

número de páginas, fatos esses que dificultavam e por vezes não permitiam a

utilização da celeridade processual em virtude do trabalho manual necessário.

A condição de ter processos ao toque de um clique, trouxe enormes

benefícios ao judiciário, como a facilidade de localização, apreciação e

movimentação dos processos, entretanto, de forma oposta, tal medida alavancou

consideravelmente a quantidade de litígios a serem analisados pelos Juizados

Especiais, fato que sobrecarregou os servidores operadores do sistema.

2.3 DO INGRESSO NO JUDICIÁRIO

Para ingressar com uma ação nos Juizados Especiais Cíveis do nosso Estado

é preciso que o autor/reclamante se dirija até o local de distribuição de processos

localizado no Fórum Cível da capital, guarnecido dos documentos indispensáveis

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para que seja feita a reclamação formal ao Judiciário. Essa reclamação pode ser

através de petição inicial ou através do depoimento oral – tomada de termo –

redigido pelo funcionário do Tribunal.

Também é necessário que o autor/reclamante, no instante em que formaliza a

demanda judicial, apresente informações básicas do réu/reclamado, tais como nome

completo e endereço, pois desta forma será dado o devido andamento ao processo

interposto.

Em momento posterior, o processo será distribuído por meio eletrônico a um

dos Juizados Especiais Cíveis para que, a partir deste momento, seja designada a

audiência de cunho conciliatório. Após o agendamento, serão encaminhadas as

devidas citações e intimações visando dar ciência as partes envolvidas no litígio

quanto a data determinada para o feito, para que assim seja realizada a tentativa de

acordo.

Destaca-se que as devidas citações e intimações devem ser encaminhadas

com significativa antecedência, pois desta forma se uma das partes do processo

faltar na data da audiência, esta não poderá alegar que a notificação não foi

recebida no tempo hábil.

Esse período de emissão de notificações é uma etapa de valiosa importância,

uma vez que a ausência de uma das partes, sendo justificada pela falta desse tempo

hábil, não pode ser interpretada como revelia, ausência do réu, ou contumácia,

ausência do autor.

Ainda nesse contexto, cabe ao conciliador analisar o processo em momento

anterior a audiência para que seja realizada visualizado o devido cumprimento das

citações e intimações. Nos casos e que a este ato não tenha sido cumprido, caberá

ao conciliador apresentar no corpo do termo de audiência as informações

necessárias para que o Cartório local tome as providências adequadas.

Na data constituída para a audiência, presentes as partes interessadas,

deverá o conciliador realizar a audiência inicial. Nesta, fica incumbido ao conciliador

o papel de buscar estabelecer um ponto de interseção entre demandante e

demandado, afim de cessar o alongamento da demanda.

Realizado o acordo, deverão ser colocadas todas atermo todas as decisões

tomadas pelas partes, como valor acordado e suas eventuais parcelas, datas de

pagamento, dados bancários, dentre outros. Em seguida, por meio de ato do

Cartório, o processo será encaminhado ao Juiz Titular para homologação.

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Na possibilidade de insucesso da audiência conciliatória, deverá ser

apresentado no termo de audiência a negativa, bem como as possíveis tentativas

expostas. Em seguida, será encaminhado ao Cartório para que seja designada uma

nova audiência, regida por Juiz Leigo ou o próprio Juiz Titular.

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3. RESOLUÇÃO Nº 125 DO CNJ

Para criar a resolução que versa sobre a conciliação e a mediação o

Conselho Nacional de Justiça partiu de uma premissa que o Poder Judiciário deve

determinar e estimular a criação de políticas públicas voltadas ao tratamento

apropriado dos conflitos e oposições de interesses. Diante disso, em 29 de

novembro de 2010 foi criada pelo Conselho Nacional de Justiça a Resolução nº 125.

Pode-se dizer que ela é fruto da necessidade de apoiar, incentivar e expandir

o aprimoramento e a sistematização de práticas utilizadas pelos tribunais. Sua

criação visa garantir a todos o direito à resolução dos conflitos através de meios

adequados, cultivando uma visão vasta e amplificada da realidade para que o

sistema Jurídico se valha dos novos modos de dialogar para dirimir os conflitos

existentes. Determina ainda aos tribunais a criação de uma estrutura direcionada ao

atendimento de indivíduos envolvidos em conflitos passíveis de resolução

extrajudicial.

Desde a criação da Resolução nº 125, o Conselho Nacional de Justiça passou

a contar com grandiosos estímulos para aplicação da Mediação e a Conciliação. Por

ela, foi estabelecido aos Juizados Especiais Cíveis, Criminais e Fazendários, a

criação dos CEJUSC’s – Centros Judiciários de Solução de Conflitos e Cidadania –

encarregados de realizarem as sessões pré-processuais de conciliação e mediação.

A partir de então que um grandioso esforço de capacitação e treinamento de

mediadores e conciliadores foi desenvolvido. Houve a multiplicação de cursos

supervisionados pelo CNJ e Tribunais. Diante disso, pode-se dizer que surgiu um

novo tempo para a mediação e a conciliação. A Resolução nº 125 quebrou a

resistência até então criadas por advogados, que apresentavam desconfiança e

temor por uma expectativa errônea de perda de mercado de trabalho, e pelo próprio

Poder Judiciário, no qual muitos de seus integrantes não se mostram adeptos da

nova técnica para resolução pacífica dos conflitos existentes.

Para os Juizados Especiais, a Resolução nº 125 apresentou-se como um

valioso instrumento de trabalho, haja vista que fortificou as práticas já utilizadas e,

consequentemente, ocasionou o fortalecimento e reconhecimento da

autocomposição e atuação de conciliadores; condições essenciais para o êxito do

sistema.

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De forma geral, não resta dúvidas de que a Resolução nº 125 significa um

marco para o ordenamento Jurídico Brasileiro. Ela representa uma nova orientação

dos aplicadores do direito para a resolução dos conflitos sem a atuação do Poder

Judiciário, estimulando as partes, advogados e juízes a atuarem de forma que seja

aberto o caminho para as soluções alternativas.

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4. PRINCÍPIOS DOS JEC’s

Objetivando garantir a atuação jurisdicional mais rápida e eficaz para

apreciação dos litígios de reduzido valor econômico, são adotados princípios que

auxiliarão os Operadores do Direito no melhor direcionamento à resolução adequada

dos pleitos.

Conforme dispões o art. 2º da Lei nº 9.099/95, os princípios norteadores para

o desenvolvimento das atividades dos JEC’s são o da Oralidade, Simplicidade,

Informalidade, Economia Processual e Celeridade, todavia é imprescindível lembrar

que outros princípios também são relevantes, como os princípios implícitos também

são adotados. Em verdade, objetiva-se aprimorar o Judiciário para a real aplicação

do direito.

Enfatizando atenciosamente os princípios dispostos na Lei dos Juizados

Especiais Cíveis e Criminais, é possível afirmar que eles possuem pontos

interligados, uma vez que todos apresentam refletem direta ou indiretamente o

mesmo foco que é o alcance da rapidez processual com qualidade.

4.1. PRINCÍPIO DA ORALIDADE

O Princípio da Oralidade representa capacidade postulatória garantida aos

cidadãos, uma vez que garante a manifestação verbal para que seja apresentado os

fundamentos do fato, além do direito e o pedido, instantaneamente reduzidos a

termo. Deve ser respeitado o limite especificado na Lei nº 9.099/05, cujo são de 20

salários mínimos para demandantes sem advogado e, caso esse valor seja superior

e não ultrapasse o teto de 40 salários mínimos, a manifestação oral só pode ser

realizada por um advogado devidamente habilitado ao processo.

Willian Cândido Lopes diz que:

Dá-se o nome de processo oral a um certo modelo processual que se

contrapõe ao processo escrito. A toda evidência, o processo oral não é um

modelo de processo que prescinda por completo do uso da palavra escrita,

do mesmo modo que o processo escrito não dispensa inteiramente o uso da

palavra falada. Oralidade ou escrita dizem respeito à prevalência de uma

forma sobre a outra. Quando se diz, portanto, que o processo dos Juizados

Especiais Cíveis e Federais é um processo oral, está-se com isso querendo

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dizer que nesse processo a palavra falada prevalece sobre a escrita.

(LOPES, 2012)3

Do mesmo modo,

Porquanto o princípio enfocado nada mais significa do que à exigência

precípua da forma oral no tratamento da causa, sem que com isso se exclua

por completo a utilização da escrita, o que, aliás, é praticamente impossível,

tendo em vista a imprescindibilidade na documentação de todo o processo e

a convenção em termos, no mínimo, de suas fases e atos principais, sempre

ao estritamente indispensável. Ademais, o processo oral não é sinônimo de

processo verbal. (CHIOVENDA, 1942-1945. V.3, p.74)4

Destaca-se que o processo oral não torna descartável a validade de palavras

escritas.

Esse princípio decorre de outros princípios, como o da razoabilidade

processual. Este trata da responsabilidade de garantir que um processo corra sem

intervenções que acometam seu andamento.

Não deve ser esquecido que o princípio da oralidade deriva do princípio da

tempestividade da prestação jurisdicional, também nomeado como princípio da

razoabilidade processual, no qual repousa a ideia de que as partes envolvidas têm

direito a um processo sem dilações indevidas a fim de que a sua conclusão ocorra

dentro de um prazo tido como razoável.

4.1.1. Subprincípio da imediatidade

É preciso que o juiz tenha contato direto com as partes envolvidas no litígio e

com as provas apresentadas. Com base nisso, o conceituado jurista inglês Jeremias

Bentahm, já no século XVII, sustentava que:

Não pode o juiz conhecer por suas próprias observações esses caracteres de

verdade tão relevantes e tão naturais que se manifestam na fisionomia, no

som da voz, na prontidão, nas emoções do medo, na simplicidade da

inocência, no embaraço da má-fé; pode-se dizer que ele (o juiz do processo

escrito que o jurista está atacando) cerrou a si próprio o livro da natureza e

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que ele se tornou cego e surdo em casos nos quais é necessário tudo ver e

tudo ouvir [...] (SILVANY, 2003)5

4.1.2. Subprincípio da identidade física do juiz

O magistrado que realizar a audiência de instrução deve ser o mesmo a

proferir a sentença, sob pena de ausência da avaliação pessoal e direta do litígio

pelo magistrado.

Com base nesse entendimento, Ligia Maria Teixeira Gouvêa e Ana Paula

Volpato Wronski afirmam que:

[...] do contato pessoal com as partes e testemunhas, o juiz pode conhecer as

características que compõem a verdade, que muitas vezes se manifestaram

na fisionomia, no tom da voz, na firmeza, na prontidão, nas emoções, na

simplicidade da inocência e no embaraço da má-fé. (GOUVÊIA e WRONSKI,

2001, p. 779)6

4.1.3. Subprincípio da concentração

Esse subprincípio diz respeito à concentração dos atos processuais. Ele

sugere que os atos processuais realizados nos Juizados Especiais devem ser

concentrados em uma única audiência em quando não possível, que sejam

realizadas no menor número desejável.

Ele está diretamente ligado ao princípio da oralidade, pois concentrar os atos

em um único momento aprimorariam os efeitos da oralidade e do contato pessoal do

juiz com a causa, uma vez que estes podem vir a cair no esquecimento quando o

lapso temporal entre audiência e sentença é grande. Daí a real necessidade de

compreender que os atos processuais e do juiz devem ser realizados em uma

audiência UNA.

4.2. PRINCÍPIO DA SIMPLICIDADE

Pode-se dizer que o princípio da simplicidade visa assegurar o livre acesso do

cidadão ao Judiciário e, para tanto, o procedimento a ser utilizado deve ser natural,

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acessível, espontâneo e simples, com foco em manter as partes agradadas e

confortáveis para exteriorizar suas pretensões.

De acordo com Sérgio Cruz Arenhart:

O Juizado Especial tem por escopo a compreensão da atividade judicial, por

parte dos cidadãos, de modo a aproximá-lo do Poder Judiciário. Para tanto, o

procedimento é simplificado, sem maiores formalidades, e compreendido

facilmente pelas partes. (ARENHART. 2001. p. 654)7

Pelo fato de serem orientados pelo rito sumaríssimo, os Juizados Especiais

Cíveis têm a vantagem de naturalmente apresentar resultados mais rápidos. Para

tal, existem atos permitidos para que a demanda decorra da maneira mais simples,

como nos casos de pessoa jurídica ou firma individual que, se não encontradas,

podem ser citadas por meio de seus funcionários ou de quem a poder representar

no momento.

4.3. PRINCÍPIO DA INFORMALIDADE

A informalidade pode ser tida como um diferencial do JEC’s, se comparada a

burocracia e formalismo de outros processos vinculados a Justiça Comum. Essa

ausência de formalidade tem como objetivo preservar e garantir que as partes tinjam

um resultado mais efetivo, prático e com menor consumo de esforços, tempo e

custo.

Esse princípio salvaguarda que os atos processuais devem ser realizados

com a menor quantidade de formalidades cabíveis. Ausente essas formalidades, os

atos tornam-se ainda mais simples, econômicos e efetivos. Nesse contexto é preciso

lembrar que existem formalidades essenciais, que não podem ser desconsideradas

e formalidades dispensáveis. O incorreto afastamento das formas essenciais, de

forma geral, compromete o conteúdo e validade dos atos. Logo, o princípio da

informalidade pode ser compreendido como sendo a busca pela eliminação das

formas não essenciais do ato.

Vale frisar que a Lei n 9.099/95 apresenta, implicitamente, outro princípio que

está diretamente ligado ao da impessoalidade, que é o princípio do prejuízo, previsto

no art. 13, §1º.

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Art. 13. Os atos processuais serão válidos sempre que preencherem as

finalidades para as quais forem realizados, atendidos os critérios indicados no

art. 2º desta lei. §1º Não se pronunciará qualquer nulidade sem que tenha

havido prejuízo. (BRASIL, 1995)8

No procedimento sumaríssimo, a legislação dispõe que o devido

reconhecimento judicial dos atos nulos só ocorrerão quando os resultados efetivos

resultarem em prejuízos às partes.

4.4. PRINCÍPIO DA ECONOMIA PROCESSUAL

A junção dos atos processuais identifica esse princípio, visto que ele objetiva

alcançar o melhor resultado com o menor dispêndio de tempo do do aparato jurídico.

O princípio da economia processual vislumbra o a melhor atuação do direito

com a utilização de menor emprego de atividades processuais. Sendo assim, ele

pode ser definido como a busca pela sensatez de suas atividades processuais,

conjecturando o s melhores resultados com o menor número de atos.

A Lei nº 11.419/06, Lei de Informatização do Processo Judicial, possibilitou o

avanço nas demandas judiciais, visto que mudaram do meio físico para o virtual,

restringindo consideravelmente o acúmulo e arquivo de papéis, bem como reduziu

questões de caráter pessoal, burocracias e a desorganização que era uma

consequência natural.

Uma outra mudança que refletiu positivamente no aspecto foi à exclusão da

reconvenção nos processos dos Juizados Especiais, entretanto, esta mudança não

modificou as prerrogativas asseguradas ao réu, assistindo-lhe à manutenção do

direito de contrapor o pedido em face do autor.

A aplicabilidade do princípio da economia processual nos JEC’s veio

acompanhada outras vantagens, como a exequibilidade de imediato das audiências,

a avaliação do pedido contraposto, além da formulação de pedido em seu favor e a

exclusão do efeito suspensivo.

Art. 17. Comparecendo inicialmente ambas as partes, instaurar-se-á, desde

logo, a sessão de conciliação, dispensados o registro prévio de pedido e a

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citação. Parágrafo único. Havendo pedidos contrapostos, poderá ser

dispensada a contestação formal e ambos serão apreciados na mesma

sentença.

Art. 31. Não se admitirá a reconvenção. É lícito ao réu, na contestação,

formular pedido em seu favor, nos limites do art. 3º desta Lei, desde que

fundado nos mesmos fatos que constituem objeto da controvérsia. Parágrafo

único. O autor poderá responder ao pedido do réu na própria audiência ou

requerer a designação da nova data, que será desde logo fixada, cientes

todos os presentes.

Art. 43. O recurso terá somente efeito devolutivo, podendo o Juiz dar-lhe

efeito suspensivo, para evitar dano irreparável para a parte.

Art. 52, III. A execução da sentença processar-se-á no próprio Juizado,

aplicando-se, no que couber, o disposto no Código de Processo Civil, com as

seguintes alterações: III - a intimação da sentença será feita, sempre que

possível, na própria audiência em que for proferida. Nessa intimação, o

vencido será instado a cumprir a sentença tão logo ocorra seu trânsito em

julgado, e advertido dos efeitos do seu descumprimento (BRASIL, 2006)9

4.5. PRINCÍPIO DA CELERIDADE

O princípio da celeridade visa que os resultados das demandas judiciais

sejam obtidos no menor lapso temporal, desta forma, cumprindo-se o dever de

eficácia da função do Poder Judiciário na atribuição de suas atividades.

Remete à importância deste princípio também Watanare:

[...], a Celeridade é indispensável para o eficaz cumprimento da missão pacificadora do Poder Judiciário e do escopo de dirimir litígios, que justifica a própria jurisdição em mãos do Estado. Importa eliminar com a maior rapidez possível os conflitos envolvendo pessoas na sociedade, que constituem fermento de insatisfação individual e instabilidade social. [...] Celeridade e concentração são características que fundamentam o empenho do legislador em evitar dilações de prazos, com a finalidade de impedir que o Processo seja obstruído nos seus trâmites normais. Com base nestes Princípios não são cabíveis incidentes que protelem o julgamento. (WATANABE, 1985, p. 109)10

Esse é o princípio norteador mais discutível aplicado aos Juizados, devido a

da lentidão apegada no Judiciário Brasileiro. Para que sua aplicação é preciso que

mudanças sejam executadas, já que apenas as disposições da letra fria da lei não

são suficientes para que a efetiva modificação aconteça.

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Quanto mais dilatado é um procedimento, mais difícil é a atividade intelectual

do conciliador e maiores são as condições de intervenção das partes na elaboração

da decisão final.

Um processo mais longo pode aparentar ser mais seguro, porém ocorre que a

demora, além de ir de encontro com esse princípio ainda coloca em risco o próprio

bem jurídico deduzido em juízo, uma vez que o alongamento permite o maior

número de intervenção das partes. Diante disso, o princípio apregoa que os atos

processuais devem ser praticados de forma a permitir uma atividade processual

mais rápida e ágil.

O instituto da celeridade reafirma as demais garantias contidas no texto

constitucional, complementando e auxiliando na função jurisdicional, a ser verificada

na estrutura legislativa com a reforma processual que ora tramita, que por seu turno

mira a esfera procedimental, a fim de aprimorar os serviços judiciais, aliás:

Outros princípios e garantias complementares visam ao aprimoramento do serviço jurisdicional, tendo em vista os interesses, as necessidades e as dificuldades dos consumidores deste. Daí a garantia do contraditório, agora explícita para o processo civil e trazendo em seu bojo a exigência de efetivo ativismo judicial, aí também as garantias da ampla defesa e do devido processo legal, somando-se essas e outras e reunindo-se em torno do objetivo de aprimorar os serviços jurisdicionais oferecidos. (DINAMARCO, 2002, p. 864)11

4.6. ECONOMIA PROCESSUAL X CELERIDADE

Como percebido, todos os princípios explícitos e norteadores da Lei nº

9099/95 possuem uma relação próxima, todavia, destaca-se que dois deles

apresentam uma ligação direta, os quais são o da economia processual e da

celeridade.

Eles, juntos, representam a otimização e a racionalização dos procedimentos

utilizado, visando a efetividade dos JE’s. Esses princípios determinam ao juiz a

direção de um processo que propicie às partes um maior resultado com um menor

esforço processual, bem como orientá-las para sejam aproveitados todos os atos

praticados.

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4.7. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS

4.7.1. Principio do Devido Processo Legal

Ele assegura a todos o direito a um processo respeitando todas as etapas

com previsões legais. Deve ser observado se o processo obedece às regras

básicas, pois em caso negativo ele se tornar-se-á nulo. O princípio do devido

processo legal é tido como o mais importante dos princípios constitucionais, haja

vista que todos os outros derivam dele. Ele transparece a proteção ao sujeito no

âmbito material e formal.

Sua previsão pode ser compreendida a partir da leitura do artigo 5º, LIV

Constituição Federal de 1988:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: LIV – ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal; (BRASIL, 1988)12

4.7.2. Princípio do Contraditório e Ampla Defesa

O princípio do contraditório e o princípio da ampla defesa possibilitam a

igualdade entre as partes.

A cláusula pétrea, no artigo 5º, inciso LV da CF/88 dispõe o seguinte texto:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; (BRASIL, 1988)13

O contraditório garante que na apresentação de prova feita por uma das

partes no processo a outra possa se manifestar, deste modo equilibrando as partes

e garantindo a pretensão punitiva do Estado e o direito à liberdade e à manutenção

do estado de inocência do acusado.

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A ampla defesa dispõe de vários direitos ao réu, como a possibilidade de

ajuizar revisão criminal e a oportunidade de, diante da ineficiência da defesa, o

magistrado desconstituir o advogado nomeado pelo réu e nomear um dativo.

4.8. OUTROS PRINCÍPIOS ADOTADOS

4.8.1. Princípio da Equidade

A solução de litígios por equidade é a que se obtém sem distinção entre as

pessoas, do que pode resultar um ajuste da norma à especificidade da situação a

fim de que a solução seja justa.

A CF/88, em seu artigo 5º diz:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,

garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a

inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à

propriedade, nos termos seguintes. (BRASIL, 1988)14

Nos Juizados Especiais, as decisões prolatadas são fundamentadas no

princípio da equidade, isto é, são decisões flexibilizadas. Isso não quer dizer que

essas decisões são proferidas de forma ilegal, de forma contrária a exigida por lei.

Elas são dadas de forma a observar o acontecimento social, percebendo o caso

concreto e com liberdade para proferir uma sentença mais justa e equânime.

Com base nisso, os artigos 5º e 6º da Lei 9099/55 dizem que:

Art. 5º O Juiz dirigirá o processo com liberdade para determinar as provas a

serem produzidas, para apreciá-las e para dar especial valor às regras de

experiência comum ou técnica.

Art. 6º O Juiz adotará em cada caso a decisão que reputar mais justa e

equânime, atendendo aos fins sociais da lei e às exigências do bem

comum. (BRASIL, 1995)15

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4.8.2. Princípio da Autocomposição

O princípio da autocomposição é um princípio é bastante utilizado para a

resolução de litígios. Ele gera como consequência principal a rapidez e a eficácia na

resolução de conflitos entre duas ou mais de pessoas, as quais resolvem abrir mão

de parte de seus direitos para resolver a questão ora judicializada.

A cerca desse princípio Fredie Didier Jr. Diz:

Pode este instituto ser caracterizado como “forma de solução do conflito pelo

consentimento espontâneo de um dos contendores em sacrificar o interesse

próprio, no todo ou em parte, em favor do interesse alheio. (DIDIER JR, 2010,

p.21)16

É possível encontrar na Lei 9099/95 alguns artigos que representam a

utilização desse princípio nas lides, tais como os arts. 7º, 17, 21 a 26, 53, § 2º.

Art. 7º Os conciliadores e Juízes leigos são auxiliares da Justiça, recrutados,

os primeiros, preferentemente, entre os bacharéis em Direito, e os segundos,

entre advogados com mais de cinco anos de experiência.

art. 17. Comparecendo inicialmente ambas as partes, instaurar-se-á, desde

logo, a sessão de conciliação, dispensados o registro prévio de pedido e a

citação.

art. 21. Aberta a sessão, o Juiz togado ou leigo esclarecerá as partes

presentes sobre as vantagens da conciliação, mostrando-lhes os riscos e as

conseqüências do litígio, especialmente quanto ao disposto no § 3º do art. 3º

desta Lei.

art. 22. A conciliação será conduzida pelo Juiz togado ou leigo ou por

conciliador sob sua orientação.

Parágrafo único. Obtida a conciliação, esta será reduzida a escrito e

homologada pelo Juiz togado, mediante sentença com eficácia de título

executivo.

art. 23. Não comparecendo o demandado, o Juiz togado proferirá sentença.

art. 24. Não obtida a conciliação, as partes poderão optar, de comum acordo,

pelo juízo arbitral, na forma prevista nesta Lei. § 1º. O juízo arbitral

considerar-se-á instaurado, independentemente de termo de compromisso,

com a escolha do árbitro pelas partes. Se este não estiver presente, o Juiz

convocá-lo-á e designará, de imediato, a data para a audiência de instrução.

§ 2º. O árbitro será escolhido dentre os juízes leigos.

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art. 25. O árbitro conduzirá o processo com os mesmos critérios do Juiz, na

forma dos arts. 5º e 6º desta Lei, podendo decidir por equidade.

art. 26. Ao término da instrução, ou nos cinco dias subsequentes, o árbitro

apresentará o laudo ao Juiz togado para homologação por sentença

irrecorrível.

art. 53. A execução de título executivo extrajudicial, no valor de até quarenta

salários mínimos, obedecerá ao disposto no Código de Processo Civil, com

as modificações introduzidas por esta Lei. § 2º. Na audiência, será buscado o

meio mais rápido e eficaz para a solução do litígio, se possível com dispensa

da alienação judicial, devendo o conciliador propor, entre outras medidas

cabíveis, o pagamento do débito a prazo ou a prestação, a dação em

pagamento ou a imediata adjudicação do bem penhorado. (BRASIL, 1995)17

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5. CONCILIAÇÃO, MEDIAÇÃO E ARBITRAGEM

Utiliza-se para Resolução Alternativa de Disputas – RAD‘s – a conciliação, a

mediação e a arbitragem. Embora elas desempenhem papéis ora semelhantes e

confundíveis, elas não apresentam a mesma aplicação e significado.

A conciliação é um procedimento técnico, autocompositivo, no qual as partes

ou os interessados são auxiliados por um terceiro sujeito, que deverá adotar

comportamento imparcial. Ele escuta, propõe e auxilia as partes objetivando

solucionar o litígio da forma mais benéfica.

O processo pode se apresentar de duas formas, judicial ou extrajudicial. É

compreendido como judicial aquele que é interposto através de demanda judicial em

Juízo, contanto que atenda aos requisitos exigidos por lei, como: possibilidade

jurídica do pedido, legitimidade das partes e interesse de agir. O extrajudicial é a

forma de resolução de litígio na qual não acontece a participação do Judiciário.

É valioso lembrar que a função de conciliador, uma vez tendo capacidade

para desenvolver a audiência, pode ser conduzida por qualquer pessoa,

independente de formação em curso de Direito.

Baseado na política pública recomendada pelo CNJ e consolidada por

resoluções públicas diversas, pode-se concluir que a conciliação busca:

i) além do acordo, uma efetiva harmonização social das partes; ii) restaurar,

dentro dos limites possíveis, a relação social das partes; iii) utilizar técnicas

persuasivas, mas não impositivas ou coercitivas para se alcançarem

soluções; iv) demorar suficientemente para que os interessados

compreendam que o conciliador se importa com o caso e a solução

encontrada; v) humanizar o processo de resolução de disputas; vi) preservar

a intimidade dos interessados sempre que possível; vii) visar a uma solução

construtiva para o conflito, com enfoque prospectivo para a relação dos

envolvidos; viii) permitir que as partes sintam-se ouvidas; ix) utilizar-se de

técnicas multidisciplinares para permitir que se encontrem soluções

satisfatórias no menor prazo possível. (CNJ, 2016)18

Diante da concretização do objetivo desejado, o acordo, enseja-se a extinção

do processo, e para isso foca-se no objeto da controvérsia materializado na lide

processual.

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Nesse contexto, Luiz Claudio Silva diz que:

A conciliação visa a aproximação das partes em conflito, as quais chegam

envolvidas emocionalmente em audiência, buscando o conciliador harmonizar

o equilíbrio emocional das mesmas, conduzindo-as ao processo conciliatório,

de forma a solucionar amigavelmente o conflito jurídico instalado, devendo o

conciliador esclarecer às regras sobre as vantagens da conciliação,

mostrando-lhes os riscos e as consequências do litígio. (SILVA, 2006. p. 51)19

No que concerne a mediação, pode-se dizer ela é a técnica utilizada para

chegar a uma composição, tendo como intermediário um terceiro mediador, neutro e

imparcial, que visa solucionar as discordâncias entre as partes por meio do

fortalecendo suas relações e preservando os laços de confiança ora perdido.

Segundo Fredie Didier Júnior:

A mediação é uma técnica não-estatal de solução de conflitos, pela qual um

terceiro se coloca entre os contedores e tenta conduzi-los à solução

autocomposta. O mediador é um profissional qualificado que tanta fazer com

que os próprios litigantes descubram as causas do problema e tentem

removê-las. (JUNIOR, 2009. p. 78)20

Nesse aspecto, existe um grande questionamento sobre a semelhança entre

os institutos da conciliação e mediação, porém existe um ponto em particular que as

divergem.

Enquanto na conciliação existe um conciliador que conduz e orienta as partes

na preparação do acordo, ajudando até mesmo com a proposição de soluções, na

mediação um terceiro atua como facilitador da resolução do problema, visando

restabelecer o laço entre as partes por ora perdido.

A arbitragem de forma geral, é a técnica utilizada para resolução de

controvérsias através da intervenção de uma ou mais pessoas que recebem poderes

para realizar uma convenção privada, sem intervenção do Estado, tendo a decisão

tomada a mesma força e validade de sentença judicial.

[...] as partes ou interessados buscam o auxílio de um terceiro, neutro ao conflito, ou de um painel de pessoas sem interesse na causa, para, após um devido procedimento prolatar uma decisão (sentença arbitral) visando encerrar a disputa. (CNJ, 2016)21

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Desta forma, esta é mais uma possibilidade de resolução conflitos, sejam eles

judiciais ou extrajudiciais.

5.1 DIFERENÇA ENTRE A CONCILIAÇÃO E A MEDIAÇÃO

O Manual de Mediação Judicial do CNJ apresenta diversos pontos que

facilitam compreender a diferença entre ambos, os quais podem ser verificados no

comparativo abaixo:

MEDIAÇÃO CONCILIAÇÃO

visa à resolução do conflito busca apenas o acordo

visa restaurar a relação social

subjacente ao caso

busca o fim do litígio

parte de uma abordagem de estímulo

(facilitação) do entendimento

permite a sugestão de uma proposta

de acordo pelo conciliador

é em regra mais demorada e envolve

diversas sessões

é um processo mais breve com

apenas uma sessão

voltada as pessoas e tem cunho

preponderantemente subjetivo

voltada aos fatos e direitos com

enfoque essencialmente no objetivo

confidencial eminentemente pública

prospectiva, com enfoque no futuro e

em soluções

enfoque retrospectivo, voltado à

culpa

um processo em que os interessados

encontram suas próprias soluções

um processo voltado a esclarecer

aos litigantes pontos ainda não

compreendidos por esses

processo com lastro multidisciplinar,

envolvendo as mais distintas áreas

como psicologia, administração,

direito, matemática, comunicação,

entre outros

processo unidisciplinar com base no

direito

Tabela 4 – Comparativo entre mediação e conciliação. Fonte: AUTOR

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6. CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO COM BASE NO NCPC

O texto do da Lei 13.105/15, conhecido como Novo Código de Processo Civil,

dá notoriedade à Conciliação e à Mediação, possibilitando sua aplicação em

diversas condições. Com base nisso, Clovis Brasil Pereira compreende que:

1. O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos; 2. A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial; 3. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe promover, a qualquer tempo, a autocomposição, preferencialmente com auxílio de conciliadores e mediadores judiciais; 4. São auxiliares da Justiça, além de outros cujas atribuições sejam determinadas pelas normas de organização judiciária, o mediador e o conciliador judicial; 5. Os tribunais criarão centros judiciários de solução consensual de conflitos, responsáveis pela realização de sessões e audiências de conciliação e mediação, e pelo desenvolvimento de programas destinados a auxiliar, orientar e estimular a autocomposição; 6. O conciliador, que atuará preferencialmente nos casos em que não tiver havido vínculo anterior entre as partes, poderá sugerir soluções para o litígio, sendo vedada a utilização de qualquer tipo de constrangimento ou intimidação para que as partes conciliem; 7. O mediador, que atuará preferencialmente nos casos em que tiver havido vínculo anterior entre as partes, auxiliará aos interessados a compreender as questões e os interesses em conflito, de modo que eles possam, pelo restabelecimento da comunicação, identificar, por si próprios, soluções consensuais que gerem benefícios mútuos; 8. A conciliação e a mediação são informadas pelos princípios da independência, da imparcialidade, da autonomia da vontade, da confidencialidade, da oralidade, da informalidade e da decisão informada; 9. A confidencialidade estende-se a todas as informações produzidas no curso do procedimento, cujo teor não poderá ser utilizado para fim diverso daquele previsto por expressa deliberação das partes; 10. Em razão do dever de sigilo, inerente às suas /funções, o conciliador e o mediador, assim como os membros de suas equipes, não poderão divulgar ou depor acerca de fatos ou elementos oriundos da conciliação ou da mediação; 11. Admite-se a aplicação de técnicas negociais, com o objetivo de proporcionar ambiente favorável à autocomposição; 12. A mediação e a conciliação serão regidas conforme a livre autonomia dos interessados, inclusive no que diz respeito à definição das regras procedimentais; 13. Os conciliadores, os mediadores e as câmaras privadas de conciliação e mediação serão inscritos em cadastro nacional e em cadastro de tribunal de justiça ou de tribunal regional federal, que manterá registro de profissionais habilitados, com indicação de sua área profissional; 14. Preenchendo o requisito da capacitação mínima, por meio de curso realizado por entidade credenciada, conforme parâmetro curricular definido pelo Conselho Nacional de Justiça em conjunto com o Ministério da Justiça, o conciliador ou o mediador, com o respectivo certificado, poderá requerer sua inscrição no cadastro nacional e no cadastro de tribunal de justiça ou de tribunal regional federal; 15. Efetivado o registro, que poderá ser precedido de concurso público, o tribunal remeterá ao diretor do foro da comarca, seção ou subseção judiciária onde atuará o conciliador ou o mediador os dados necessários para que seu nome passe a constar da respectiva lista, para efeito de distribuição alternada e aleatória, observado o princípio da igualdade dentro da mesma área de atuação profissional; 16. Do credenciamento das câmaras e do cadastro de conciliadores e mediadores constarão todos os dados relevantes para a sua atuação, tais como o número

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de causas de que participou, o sucesso ou insucesso da atividade, a matéria sobre a qual versou a controvérsia, bem como outros dados que o tribunal julgar relevantes; 17. Os conciliadores e mediadores judiciais cadastrados, se advogados, estarão impedidos de exercer a advocacia nos juízos em que exerçam suas funções; 18. O tribunal poderá optar pela criação de quadro próprio de conciliadores e mediadores, a ser preenchido por concurso público de provas e títulos; 19. As partes podem escolher, de comum acordo, o conciliador, o mediador a câmara privada de conciliação e de mediação; 20. O conciliador ou mediador escolhido pelas partes poderá ou não estar cadastrado junto ao tribunal; 21. Inexistindo acordo na escolha do mediador ou conciliador, haverá distribuição entre aqueles cadastrados no registro do tribunal, observada a respectiva formação; 22. Sempre que recomendável, haverá a designação de mais de um mediador ou conciliador; 23. O conciliador e o mediador, ressalvadas as exceções previstas na lei, receberão pelo seu trabalho remuneração prevista em tabela fixada pelo tribunal, conforme parâmetros estabelecidos pelo Conselho Nacional de Justiça; 24. A mediação e a conciliação podem ser realizadas como trabalho voluntário, observada a legislação pertinente e a regulamentação do tribunal; 25. Os tribunais determinarão o percentual de audiências não remuneradas que deverão ser suportadas pelas câmaras privadas de conciliação e mediação, com o fim de atender aos processos em que haja sido deferida gratuidade da justiça, como contrapartida de seu credenciamento; 26. No caso de impedimento, o conciliador ou mediador o comunicará imediatamente, de preferência por meio eletrônico, e devolverá os autos ao juiz da causa, ou ao coordenador do centro judiciário de solução de conflitos e cidadania, devendo este realizar nova distribuição; 27. Se a causa de impedimento for apurada quando já iniciado o procedimento, a atividade será interrompida, lavrando-se ata com relatório do ocorrido e solicitação de distribuição para novo conciliador ou mediador; 28. O conciliador e o mediador ficam impedidos, pelo prazo de um ano, contado do término da última audiência em que atuaram, de assessorar, representar ou patrocinar qualquer das partes; 29. Será excluído do cadastro de conciliadores e mediadores aquele que agir com dolo ou culpa na condução da conciliação ou da mediação sob sua responsabilidade; atuar em procedimento de mediação ou conciliação, apesar de impedido ou suspeito; 30. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios criarão câmaras de mediação e conciliação, com atribuições relacionadas à solução consensual de conflitos no âmbito administrativo, tais como: dirimir conflitos envolvendo órgãos e entidades da administração pública; avaliar a admissibilidade dos pedidos de resolução de conflitos, por meio de conciliação, no âmbito da administração pública; promover, quando couber, a celebração de termo de ajustamento de conduta. 31. O conciliador ou mediador, onde houver, atuará necessariamente na audiência de conciliação ou de mediação, designada pelo juiz nas ações de Procedimento Ordinário; 32. Poderá haver mais de uma sessão destinada à conciliação e à mediação, não excedentes a dois meses da primeira, desde que necessárias à composição das partes; 33. A autocomposição obtida pelo conciliador ou mediador será reduzida a termo e homologada por sentença; A pauta das audiências de conciliação ou de mediação será organizada de modo a respeitar o intervalo mínimo de vinte minutos entre o início de uma e o início da seguinte. (PEREIRA, 2015)22

É inquestionável que a conciliação e a mediação evidenciam-se como

importantes mecanismos de resolução de conflitos em praticamente todas os ramos

do direito.

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O NCPC consubstancia que compete aos operadores do direito a adaptação

aos tempos modernos, que deverão se utilizar da participação efetiva para alcançar

pacificação social, a qual é tida como a única maneira de conquistarmos a melhor

aplicação da prestação jurisdicional.

Com base na citação anterior, é possível compreender que restará aos

advogados se adaptar, cercando-se de profissionais capacitados das mais variadas

áreas de conhecimento. Aos Juízes e Promotores de Justiça, caberá uma

transformação comportamental, utilizando-se menos do formalismo e das novas

técnicas para resolução dos conflitos com base no CNJ. Por fim, restará ao Estado o

dever empregar as medidas oportunas, dar o devido incentivo financeiro e orientar a

sociedade para o caminho do pacífico, justo e igualitário, conforme assegura a

Constituição Federal.

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7. CONDUTAS QUE ESTORVAM OS ACORDOS

De acordo com Manuel Carlos Montenegro em uma análise publicada pelo

CNJ em setembro de 2017:

Para cada 100 processos judiciais julgados em 2016 (com sentença ou decisão terminativa), 12 conflitos foram resolvidos por meio de acordo entre as partes em disputa. (MONTENEGRO, 2017)23

Percebe-se que, com base nisso, apenas 12% de acordos são realizados.

Ainda com base nas informações publicadas nessa análise, a conciliação mais

eficaz é oriunda da Justiça Trabalhista, ramo do Judiciário cujo representa um

resultado de 26% de acordos exitosos.

Vários são os motivos que contribuem para a baixa quantidade de acordos

efetuados pelos Juizados Especiais Cíveis. Esses fatos, como já ditos, decorrem

especialmente da burocracia aprisionada ao Sistema Judiciário Brasileiro, da

lentidão costumeira, de fatos externos, do desejo das partes e da falta de habilidade

por parte daqueles que deveriam ter total domínio no desenvolver das audiências

conciliatórias.

É bem verdade que o maior desejo do Poder Judiciário é solucionar as

demandas judiciais da forma mais rápida e benéfica a todos, mesmo que as

modernizações eletrônicas realizadas não venham surtindo os efeitos desejados.

Essa situação se prolonga há muito tempo e é consequência direta do pequeno

efetivo de servidores disponíveis, se comparada a quantidade de processos que

existem no Sistema Judiciário Brasileiro.

Outra condição que dificulta o andamento ideal dos processos nos Juizados

Especiais Cíveis é a premeditada intensão de parte dos prepostos e seus

representantes legais em não acordar, acreditando eles que estender a demandas

processuais é vantagem temporal para e contornar a situação em fases posteriores.

Essa atitude que visa apenas a garantir um prolongamento maior via de regra é

ineficiente, uma vez que em grande parte das ações representadas o demandado,

também chamado de polo passivo, é culpado e busca com tal ato apenas estender a

decisão sem dispor de seu patrimônio financeiro.

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Na fase conciliatória um dos objetivos mais valiosos para remediar as lides é

atender à vontade das partes. Não basta que juiz conciliador utilize de técnicas já

aprendidas, mas é preciso que as partes integrantes do processo tenham interesse

para agir com o mesmo objetivo. Por ser um momento de conflito, é comum que os

ânimos não favoreçam e causem desgastes na situação de fato, o que dificulta o

encontro de um meio-termo.

Mesmo não podendo tomar decisões sem a anuência das partes, os

conciliadores desenvolvem uma atividade primordial nas conciliações, atuando como

pessoa neutra ao caso, focada única e exclusivamente no desfecho processual.

Desse modo, podemos dizer que o papel do conciliador é fundamental para reduzir o

número de processos dependentes de uma sentença do juiz.

Reforça-se que o conciliador é um terceiro imparcial que, com o emprego de

técnicas autocompositivas, facilita o diálogo entre as partes, estimulando o

desenvolvimento de soluções aceitáveis pelas partes.

Apesar disso, o que é visto é que parcela dos conciliadores não se informa

adequadamente dos processos, não sugerem soluções e consequentemente não

realizam os acordos.

Como já foi dito anteriormente, o papel do conciliador é primordial para o êxito

nas realizações dos acordos. Ele é a pessoa imparcial que se apresenta ao conflito

que existe entre os interessados, agindo de forma neutra e pacificadora para o

melhor desfecho.

Entretanto, na mesma medida em que existem profissionais devidamente

capacitados, também existem outros que por algum fator não atingem o devido

resultado das demandas.

É sabido a existência de capacitação desses profissionais, todavia nem

sempre ela é perfeitamente assimilada por quem exerce a função de conciliador.

Nesse contexto, alguns erros são comumente realizados e, desta forma, atrapalham

para o melhor desenvolvimento e realização dos acordos, como: não compreender a

situação a ser conciliada; introduzir ritmo incorreto para a condução das

conciliações; não realizar, de forma igualitária, a comunicação com as partes; não

manter as partes focadas unicamente na resolução do conflito; não dispor do tempo

necessário para a realização dos acordos; não utilizar de boa oratória para conduzir

a audiência conciliatória; induzir ou insistir para que as partes realizem um acordo

não desejado por ambas; adotar compostura tendencial a alguma das partes

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7.1. PROPOSTAS DE CORREÇÃO DAS CONDUTAS

O melhoramento do Sistema PJe, tornando-o mais eficiente do que é hoje,

seria uma ótima solução para dar rapidez, ao menos de movimentação, das

demandas judiciais dos Juizados.

Para que as demandas judiciais dos Juizados diminuíssem, porém, outras

melhoras devem ser implantadas para que, em conjunto, todas surtam os melhores

resultados e, consequentemente, desafoguem o Judiciário. Ficou claro nos últimos

anos que os JEC’s ganharam uma visibilidade maior, o que elevou em mesma

proporção suas responsabilidades. É claro que se espera de um mecanismo jurídico

muita utilização pela população, porém não se imaginava a proporção que essa

Máquina Jurídica iria tomar, muito por ser criada justamente para desafogar os

outros meios de acesso à Justiça e, no momento, não conseguir desenvolver sua

meta. Com todas as mudanças, tornou-se inevitável falar de aumento de aumento

de servidores. A paralisação de atos de muitos processos se deve exatamente a

este fator, que poderia ser sanado perfeitamente pelos entes competentes.

Outra medida que poderia ser adotada para aumentar os acordos é a

divulgação de informações em vários os tipos de mídia, como TV, rádio, jornal e

revista, visando atingir o público em geral, a qual reforçaria a importância de

estabelecer um meio termo ainda na fase inicial, apresentando os seus benefícios e

pontuando os aspectos negativos da extensão da lide.

Quanto à capacitação dos Juízes conciliadores, é essencial que haja uma

qualificação de todos que operam esse mecanismo fragilizado e que em conjunto

ocorra o progresso na mentalidade. A criação de mais cursos com técnicas de

conciliação poderia ser bastante proveitoso para o melhoramento do quadro atual,

uma vez que causaria segurança jurídica.

Como última proposta para sanar o quadro atual, poderia ser adotado o

modelo implantado por alguns Tribunais de Justiça, no qual ocorre o pagamento dos

serviços dos conciliadores. Como sugestão, poderiam ser contabilizadas as

audiências concluídas em acordo, ou seja, os pagamentos poderiam ser

proporcionais a quantidade de acordos realizados pelo conciliador.

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8. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O foco central deste trabalho de conclusão de curso foi apresentar que

existem diretrizes eficazes, céleres e eficientes para modificar o reduzido percentual

de acordos realizados atualmente pelos Juizados Especiais Cíveis.

Ele teve como enfoque apresentar a estrutura dos JEC’s, suas abrangências

nos bairros da Capital, bem como a expor a forma de funcionamento e ingresso de

ações nesse tipo de aparato jurídico, princípios e fatores que contribuem para a

insuficiente quantidade de acordos.

É completamente possível qualificar as técnicas de trabalho e aumentar

percentualmente a quantidade de acordos, desde que se tenha isso como objetivo.

Para tanto, bastaria apenas que houvesse colaboração de todos que coordenam,

trabalham e usufruem dos serviços dos JEC’s, tornando-o mecanismo jurisdicional

mais simplificado, eficaz, objetivo e célere, deste modo atendendo todos princípios,

explícitos e implícitos, que corroboram em um único objetivo que é a paz social.

Concluímos então, após apreciação os obstáculos à eficácia da conciliação

nos Juizados Especiais Cíveis o remédio para sanar esses elementos de dificuldade

são o cumprimento dos princípios norteadores, bem como a conscientização e apoio

de todos que utilizam deste serviço.

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NOTAS DE RODAPÉ

_______________ 1 TJPB. Definição e Competência. Disponível em: <http://www.tjpb.jus.br>. Acesso em: 16 de abril de 2015. 2 BRASIL, Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995. Dispõe sobre os Juizados Especiais Cíveis e Criminais e dá outras providências. Disponível em: <http://planalto.gov.br>. Acesso em: 12 de setembro de 2017. 3 LOPES, William Cândido. Princípios Norteadores dos Juizados Especiais Cíveis Estaduais e Federais: Uma análise sobre sua efetiva observância. Conteúdo Jurídico, São Paulo, 2012. Disponível em: <http://www.conteudojuridico.com.br>. Acesso em: 19 de fevereiro de 2018. 4 CHIOVENDA, Giuseppe. Instituições de direito processual civil. Tradução J. Guimarães Menegale. 1º ed. São Paulo: Saraiva, 1942-1945, V.3, p.74. 5 SILVANY, Cláudia Seixas. Breve apanhado sobre os princípios informativos dos juizados especiais. 2003. Disponível em: <http://www.juspodivm.com.br>. Acesso em 16 de dezembro de 2017. 6 GOUVÊA, Ligia Maria Teixeira; WRONSKI, Ana Paula Volpato. O princípio da identidade física do juiz no processo do trabalho - revivendo um velho mote. São Paulo: LTr., 2001, p. 779. 7 ARENHART, Sérgio Cruz; MARINONI, Luiz Guilherme. Manual do processo de conhecimento: a tutela jurisdicional através do processo de conhecimento. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2001. p. 654. 8 BRASIL, Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995. Dispõe sobre os Juizados Especiais Cíveis e Criminais e dá outras providências. Disponível em: <http://planalto.gov.br>. Acesso em: 12 de setembro de 2017. 9 BRASIL, Lei nº 11.419/06, Lei de Informatização do Processo Judicial. Disponível em: <http://planalto.gov.br>. Acesso em: 23 de dezembro de 2017. 10 WATANABE, Kazuo et al. Juizado Especial de Pequenas Causas: Lei 7.244, de 07 de novembro de 1984. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1985, P. 109. 11 DINAMARCO, Cândido Rangel. Fundamentos do Processo Civil Moderno. 5 ed. São Paulo: Malheiros, 2002, P. 864. 12 BRASIL, Leis, decretos, etc. Constituição Federal de 1988. 24. ed. São Paulo. Rideel, 2017, p. 22. 13 loc.cit. 14 BRASIL, Leis, decretos, etc. Constituição Federal de 1988. 24. ed. São Paulo. Rideel, 2017, p. 18. 15 BRASIL, Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995. Dispõe sobre os Juizados Especiais Cíveis e Criminais e dá outras providências. Disponível em: <http://planalto.gov.br>. Acesso em: 18 de fevereiro de 2018. 16 DIDIER JR., Fredie. Curso de Direito Processual Civil: teoria geral do processo e processo de conhecimento – vol.1. 12º ed. Salvador: Editora JusPODIVM, 201, p. 21. 17 BRASIL, Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995. Dispõe sobre os Juizados Especiais Cíveis e Criminais e dá outras providências. Disponível em: <http://planalto.gov.br>. Acesso em: 26 de fevereiro de 2018. 18 CNJ, Conselho Nacional de Justiça. Manual de Mediação Judicial. Brasília: 2016, p. 22. 19 SILVA, Luiz Antonio; NAGIB, Slaibi Filho. Manual do conciliador e do juiz leigo nos juizados especiais cíveis. Doutrina e prática. Rio de Janeiro: Impetus, 2006, p. 51. 20 JÚNIOR, Fredie Didier. Curso de Direito Processual Civil: Teoria geral do processo e processo de conhecimento. 11. ed. Bahia: Juspodium, 2009, p. 78. 21 CNJ, Conselho Nacional de Justiça. Manual de Mediação Judicial. Brasília: 2016. 22 PEREIRA, Clovis Brasil. Conciliação e Mediação no Novo CPC. Disponível em: <http://www.conima.org.br>. Acesso em: 11 de janeiro de 2018. 23 MONTENEGRO, Manuel Carlos. Acordos resolvem 12% dos conflitos levados à Justiça. CNJ, 2017. Disponível em: <http://www.cnj.jus.br>. Acesso em: 09 de março de 2018.

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REFERÊNCIAS

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BARROSO, Carlos Eduardo Ferraz de Mattos. Sinopses Jurídicas. Teoria Geral do Processo e Processo de Conhecimento. 8ª ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2008. BARROSO, Darlan; JÚNIOR, Marco Antônio Araújo. Vade Mecum. 5ª. ed. São Paulo: Revistados Tribunais, 2013. BRASIL, Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995. Dispõe sobre os Juizados Especiais Cíveis e Criminais e dá outras providências. Disponível em: <http://planalto.gov.br>. Acesso em: 26 de novembro de 2017. BRASIL, Lei nº 11.419/06, Lei de Informatização do Processo Judicial. Disponível em: <http://planalto.gov.br>. Acesso em: 23 de dezembro de 2017. BRASIL, Leis, decretos, etc. Constituição Federal de 1988. 24. ed. São Paulo. Rideel, 2017. CHIOVENDA, Giuseppe. Instituições de direito processual civil. Tradução J. Guimarães Menegale. 1º ed. São Paulo: Saraiva, 1942-1945. CINTRA, Antonio Carlos de Araújo; GRINOVER, Ada Pellegrini; DINAMARCO, Cândido Rangel. Teoria geral do processo. 22. ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2006. CNJ, Conselho Nacional de Justiça. Manual de Mediação Judicial. Brasília: 2016.

Diagnóstico da estrutura e funcionamento dos Juizados Especiais Federais/ Conselho da Justiça Federal. Centro de Estudos Judiciários, Secretaria de Pesquisa e Informações Jurídicas. Brasília: CJF, 2003.

DIDIER JR., Fredie. Curso de Direito Processual Civil: teoria geral do processo e processo de conhecimento – vol.1. 12º ed. Salvador: Editora JusPODIVM, 2010. DINAMARCO, Cândido Rangel. Fundamentos do Processo Civil Moderno. 5 ed. São Paulo: Malheiros, 2002. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo dicionário Aurélio da língua portuguesa. 3. ed. Curitiba: Positivo, 2004.

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