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FACULDADE DO CENTRO OESTE PINELLI HENRIQUES-FACOPH/BIO CURSOS
MANAUS
ESPECIALIZAÇÃO EM PROCEDIMENTOS ESTÉTICOS EM PRÉ E PÓS-
OPERATÓRIO
DAYANNE SILVA SAMPAIO MACIEL DA SILVEIRA
O DOMÍNIO DAS FERRAMENTAS TEÓRICO-CONCEITUAIS E A EFICÁCIA NA
ABDOMINOPLASTIA
Boa Vista/2016
DAYANNE SILVA SAMPAIO MACIEL DA SILVEIRA
O DOMÍNIO DAS FERRAMENTAS TEÓRICO-CONCEITUAIS E A EFICÁCIA NA
ABDOMINOPLASTIA
Artigo apresentado ao Programa de Pós-Graduação,
lato Sensu, em Procedimentos Estéticos em Pré e Pós-
Operatório pela faculdade BioCurso, para obtenção
da nota final e título de especialista, sob orientação da
profa. Dayana Priscila Maia Mejia.
Boa Vista/2016
2
o domínio das ferramentas teórico-conceituais e a eficácia na abdominoplastia*
Dayanne Sampaio Maciel da Silveira Silva1
Dayana Priscila Maia Mejia2
Pós-Graduação em Procedimentos Estéticos em Pré e Pós-Operatório
Faculdade do Centro Oeste Pinelli Henriques – Facoph/Bio Cursos Manaus
Resumo
O presente trabalho visa trazer à tona o debate da importância do papel do(a) fisioterapeuta na
recuperação do paciente no pós-operatório imediato de abdominoplastia. Atualmente a
fisioterapia destaca-se, sobremaneira, na área da estética. Esta é uma área que tem crescido muito
nos últimos anos, principalmente na atuação do pré e pós operatório de cirurgias plásticas. Assim,
a respeito da importância do pré-operatório na cirurgia plástica e a atuação direta do
fisioterapeuta na preparação do paciente, apresenta-se como crucial para todo o processo com a
apresentação de orientações gerais sobre a cirurgia. Considera-se que o tratamento da
abdominoplastia demanda período mais prolongado em relação a qualquer outro tipo de
tratamento de cirurgia plástica, a atuação do profissional da fisioterapia se torna fundamental
devido suas ferramentas teórico-conceituais que carrega. As etapas da pesquisa que culminou
neste trabalho estão ligadas diretamente à coleta de autores e obras que se debruçaram sobre o
assunto na construção da revisão de literatura em que se produziu esta pesquisa básica, sem
intervenção prática, portanto, com abordagem qualitativa.
Palavras-chave: Abdominoplastia; Fisioterapia; Cirurgia Plástica.
1. Introdução
Ao se pensar a área da fisioterapia hoje, em comparação quando esta surgiu, percebe-se
que ela se tornou muito mais necessária no cotidiano das pessoas quando se fala em tratamento
de saúde, sendo, inclusive, indicada por médicos e procurada por pacientes que necessitam do
tratamento desta.
* Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Procedimentos Estéticos em Pré e Pós-Operatório pela
BioCursos, 2016. 1 Bacharel em Fisioterapia pela Faculdade Cathedral de Roraima. 2 Orientadora – Professora da Faculdade BioCurso.
3
É considerada como primordial para a recuperação em tratamentos de diversas disfunções,
prevenções, reabilitações, inclusive, possibilitando melhor qualidade de vida do paciente quando
bem assistido.
Atualmente a fisioterapia destaca-se, sobremaneira, na área da estética. Esta é uma área
que tem crescido muito nos últimos anos, principalmente na atuação do pré e pós operatório de
cirurgias plásticas.
Na verdade, vê-se um relação direta entre o trabalho do(a) profissional fisioterapeuta e do
médico cirurgião plástico para alcançar excelentes resultados em procedimentos estéticos. Esse
sucesso não é por acaso.
O papel do fisioterapeuta, dentre outras atribuições, visa analisar as disfunções estéticas
existentes no paciente até aspectos clínicos, presença de irregularidades, depressões e flacidez.
Isto por que o profissional dispõe do melhor recurso físico para esse tipo de tratamento,
maximizando resultados e minimizando complicações, a fim do retorno mais rápido do paciente
as suas atividades diárias.
Existem muitos casos de cirurgias plásticas que não alcançam os resultados esperados,
inclusive, nos procedimentos estéticos de abdominoplastia. Isso tem colocado em questão qual a
melhor maneira de lidar com essas situações.
Entender essa realidade e a importância do acompanhamento correto no pós-operatório
pelo profissional fisioterapeuta norteia as pretensões aqui presentes e delineiam os argumentos
apresentados.
Assim, o presente trabalho visa trazer à tona o debate da importância do papel do(a)
fisioterapeuta na recuperação do paciente no pós-operatório imediato de abdominoplastia.
2. Fundamentação Teórica
2.1. Procedimentos estéticos: o grande debate
A compreensão mais ampla sobre a cirurgia plástica e suas implicações ocorre muito antes
de qualquer procedimento médico. Entender o assunto, esclarecer dúvidas e esgotar questões
míticas do paciente ocorrerá com muita antecedência.
4
Assim, a respeito da importância do pré-operatório na cirurgia plástica e a atuação direta
do fisioterapeuta na preparação do paciente, apresenta-se como crucial para todo o processo com
a apresentação de orientações gerais sobre a cirurgia.
Os procedimentos adotados nesse caso são dos mais diversos, os quais se podem destacar
as orientações do modo como se prepara a pele do paciente até a sua atuação direta na ativação
vascular do paciente, bem como na hidratação da pele, respiração e orientações sobre a postura,
uso da cinta, banho, posicionamento no leito e em casa, inclusive, no cuidado com seu
emocional1.
A atuação conjunta entre cirurgia e procedimentos do(a) fisioterapeuta se dá após o
médico encaminhar o paciente no pós-cirúrgico entre o 1° e o 2° dia de pós-operatório. Esse
período vai depender da recomendação médica. Assim, a intervenção fisioterapêutica já se inicia
no leito do hospital, passando todas as recomendações e orientações com o intuito de ajudar e
auxiliar no tratamento e ajudar o paciente a uma melhor qualidade de vida no tempo de pós-
cirúrgico. O atendimento inicia com as orientações de posicionamento, postura, cuidados em
casa, o uso da cinta compressiva, banho e entre outros2.
2.2. Cirurgias Plásticas
O entendimento a respeito do padrão de beleza é algo bastante dinâmico. Em cada época e
sociedade se percebe o surgimento e a construção de novos padrões. A cada dia assistimos a
transição desses padrões. O fato é que estes estão relacionados à idade e isso tem causado um
desconforto e frustação3.
No mercado da beleza há uma série de instrumentos utilizados para fazer a manutenção ou
a recuperação da beleza e da juventude, bem como a construção do ideal e a adequação ao
modelo esperado3.
Assim como os cosméticos tem ocupado espaço importante na sociedade, os tratamentos
estéticos e, até mesmo, os procedimentos cirúrgicos têm alcançado esse mercado e se
estabelecido3.
Os motivos que levam uma pessoa a realizar uma cirurgia plástica são inúmeros. Pode
ocorrer entre homens e mulheres de diferentes faixas etárias e etnias, que buscam pelo corpo
perfeito ou certas vezes por alguma correção de imperfeição1.
5
O fato é que a cirurgia plástica foi criada com o intuito de corrigir e reparar alguns tipos
de imperfeições em algumas regiões do corpo1.
A cirurgia plástica é um tipo de procedimento estético ou reparador que visa melhorias
funcionais para o corpo do paciente. Pode-se dizer que ela aprimora a aparência de uma região
determinada do corpo4.
Esse tipo de procedimento é indicado pelo cirurgião plástico quando, após a avalição
física minuciosa da paciente, detecta-se certa flacidez muscular ou flacidez de pele, geralmente
por perda de peso rápida ou depois de uma ou várias gestações. É importante levar em conta a
idade do paciente e o tipo de pele que ele tem4.
A International Society of Aesthetic Plastic Surgery – ISAPS informou que em 2013 o
número de cirurgias plásticas realizadas atingiu o total de 23 milhões, sendo destas o maior
destaque para o Brasil5.
Vale destacar ainda que as cirurgias mais procuradas nesse universo foram as de
lipoaspiração e mamoplastia de aumento, não ficando atrás a cirurgia de rinoplastia e
abdominoplastia5.
Entretanto, existem diferentes tipos de cirurgias plásticas, que vão desde as faciais quanto
as corporais, tais como: blefaroplastia, lifting facial, rinoplastia, otoplastia, mentoplastia,
mamoplastia de aumento, redução de mama, mastopexia, ginecomastia, lipoaspiração,
abdominoplastia, mini abdominoplastia, entre outras5.
Desse modo, no presente artigo se dará ênfase a abdominoplastia com intuito de
apresentar a importância da atuação do fisioterapeuta no pós-operatório imediato desse tipo de
procedimento cirúrgico.
2.2.1. Abdominoplastia: conceito e procedimentos
No caso da abdominoplastia, pode-se descrever, de modo bem claro, como um
procedimento estético que ganhou espaço para ser realizadas em pessoas que apresentam leve ou
bastante flacidez e/ou gorduras localizadas na porção inferior do abdômen, decorrentes a
emagrecimentos rápidos ou geralmente depois de uma gravidez6.
É importante elucidar também que a cirurgia de abdominoplastia não pode ser
considerada como um tipo de tratamento para o emagrecimento, levando em conta que se retira
6
pele e gordura em grande proporção e evidentemente terá uma redução no peso corporal que
varia de acordo com cada pessoa.
Ainda que não [tenha] um peso estabelecido para a realização da cirurgia plástica,
algumas condições relevantes devem ser levadas em conta, porém o peso deve está estabilizado
alguns meses antes da cirurgia7.
Por esse motivo, pode-se definir esse procedimento como uma cirurgia plástica onde é
realizada no abdome do paciente, a fim de fazer a remoção da gordura localizada ou flacidez de
pele ao redor do umbigo, localizada na parte inferior do abdome.
Assim, a abdominoplastia pode ser dividida em: a) clássica, onde o cirurgião trabalha o
abdome anterior completo, realizando o seguinte procedimento: faz-se um descolamento até a
costela, retirando assim a parte inferior do tecido de maneira que a parte superior do tecido possa
recobrir toda a extensão abdominal e realizando aplicatura do músculo reto abdominal para
promover um acinturamento, b) a mini abdominoplastia, que o cirurgião faz descolamento do
umbigo com a retirada do tecido inferior e flacidez, e onde há um descolamento do umbigo da
musculatura e depois se reposiciona na sua forma original e, por fim, c) a mini abdominoplastia
sem o descolamento do umbigo, haja vista em que se leva em consideração a possibilidade de
uma leve flacidez de pele6.
A cirurgia de abdominoplastia dura em média de 3 a 5 horas, dependendo de cada
cirurgião, em que é feita sob anestesia peridural com sedação, podendo ser sobe anestesia geral,
dependendo da equipe cirúrgico-anestesia6.
Os cuidados no pós-operatório tem grande importância, a fim de evitar algumas
complicações na cirurgia de abdominoplastia, tais como: hematomas, seromas e outros, podendo,
inclusive, ocorrer uma necrose tecidual, por não ocorrer irrigação sanguínea, infecção cicatricial,
retração do tecido, desvio lateral do umbigo, realizada por um mau posicionamento,
irregularidades, na hora da sutura pode ocorrer uma elevação do pelos pubianos, alterações de
sensibilidade, fibroses, edemas, entre outros8.
No caso do seroma, este tem a definição de característica exudativa, formada de plasma e
linfa, onde pode ser descoberta e analisada pelo médico. Para uma profunda avaliação é realizada
por meio da avaliação ultrassonográfica9.
O que não pode deixar de ser dito é que algumas complicações ou cirurgias mal realizadas
sempre vão deixar certas irregularidades, deformidades, cicatrizes, que pode ser avaliada
7
novamente pelo próprio cirurgião plástico que a realizou, elegendo ou não uma nova cirurgia no
intuito de reparar imperfeições ou alterações em determinadas regiões do corpo. Por este e outros
motivos que é importante dá grande lugar de destaque aos procedimentos no pós-operatório.
2.3. A importância da Drenagem Linfática
A palavra drenagem linfática tem significado germânico “Draug”, que pertencendo ao
léxico da hidrologia. Teve seu desenvolvimento por Emil Vodder e sua companheira Estrid
Vodder, por volta de 1939. Com o passar o tempo certos pesquisadores e especialistas na área
comeram a se aprofundar para um método mais científico10.
O importante nesse caso é saber que a drenagem linfática manual é realizada por meio de
manobras. Trata-se de um procedimento indispensável no pós-operatório, além de ser útil é
bastante indicado, podendo ser aplicado o mais precoce, para reduzir edemas e outras
complicações.
Muito mais do que trazer a compreensão do termo, o intuito aqui é fazer com que se
entenda qual o objetivo dessa técnica e sua eficácia. Desse modo, afirma-se que o objetivo da
drenagem linfática é melhorar o transporte dos líquidos intersticiais de uma área congestionada,
resultando na oxigenação local e a circulação, e estimulando a eliminação de toxinas, diminuição
do edema, acelera o processo de cicatrização, auxilio no retorno da sensibilidade, ativa a
circulação, remove resíduos metabólicos, entre outros11.
Assim, a drenagem linfática manual é realizada por meio de movimentos de deslizamento
e compressão no sentido dos vasos linfáticos, tendo sempre a pressão controlada e a velocidade.
A drenagem linfática drena os líquidos excedentes que banham as células, mantendo,
dessa forma, o equilíbrio hídrico dos espaços intersticiais. Ela é também responsável pela
evacuação dos dejetos provenientes do metabolismo celular12.
Na aplicação a drenagem linfática manual é preciso ter total conhecimento de toda
fisiologia do sistema linfático corporal e da anatomia do corpo humano. Na verdade, trata-se de
uma técnica totalmente sistematizada com sequências determinadas e precisa ser aplicada de
forma suave, lenta e rítmica, sem causar qualquer tipo de dor e nem danos no tecido do
paciente13.
8
Para aplicar a técnica de drenagem linfática devemos sempre iniciar pelo seu sentindo
proximal14.
A drenagem linfática manual está representada principalmente por duas técnicas: a de
Leduc e a de Vodder. Ambas são baseadas nos trajetos dos coletores linfáticos e linfonodos,
associando basicamente três categorias de manobras: 1) manobras de captação, 2) manobras de
reabsorção e 3) manobras de evacuação. A diferença entre elas reside somente ao local de
aplicação4.
Leduc,12 em suas manobras, aperfeiçoou e utilizou cinco movimentos, tais como: 1)
drenagem do linfonodos, 2) círculos dos dedos (sem o polegar), 3) circulo com o polegar, 4)
movimentos combinados (polegar e dedos) e 5) pressão em bracelete. Já Vodder adequa mais
quatro tipos de movimentos: a) círculos fixos, b) movimentos de bombeamento, c) movimentos
do doador e d) movimentos giratórios ou de rotação11.
Godoy propõe uma nova técnica que foi baseada no uso de roletes no fluxo linfático
confeccionados de material macio ou feita pelas mãos, mas afirma ainda que a vantagem dos
roletes pode drenar uma extensão ainda maior15.
Assim, com a aplicação da drenagem linfática manual temos melhoras significativas como
o aumento da circulação sanguínea e linfática, alívio da dor, melhora na oxigenação e nutrição
celular, elimina resíduos metabólicos e entre outros14.
O que se pode dizer é que a drenagem linfática pode ser indicada para muitas finalidades e
diversos tratamentos como os edemas causados por retenções de líquidos ou por processos
cirúrgicos, hematomas, cansaço nos membros inferiores, linfedemas e principalmente eficazes no
tratamento de cirurgias plásticas16.
O fato é que existem diversas versões dessa técnica que foram experimentadas,
aprimoradas e adaptadas por diferentes pesquisadores ao longo dos anos. Entretanto, estes têm o
total entendimento e conhecimento da anatomia, fisiologia do sistema linfático e a fisiopatologia
do corpo humano. Assim, sabe-se que todas as técnicas têm os mesmo parâmetros, não tendo
diferença técnica entre elas10.
9
3. Metodologia
A pesquisa ora apresentada neste artigo compreende o período de levantamento de dados
de junho a novembro de 2015, levando em consideração publicações de autores e obras dos anos
de 2002 a 2015.
Trata-se, portanto, de pesquisa exploratória bibliográfica, que tem como método norteador
a dedução, visando compreender a relação da atuação do(a) profissional fisioterapeuta no pós-
operatório e a recuperação do paciente que realizou cirurgia de abdominoplastia.
Assim, à luz da pesquisa bibliográfica sobre o tema evidenciado e a experiência laboral
em procedimentos de pré e pós-operatório de cirurgias plásticas, enquanto locus de trabalho e de
pesquisa na produção de conhecimento na práxis social, encontrou-se um vasto campo para a
pesquisa científica.
As etapas da pesquisa que culminou neste trabalho estão ligadas diretamente à coleta de
autores e obras que se debruçaram sobre o assunto na construção da revisão de literatura em que
se produziu esta pesquisa básica, sem intervenção prática, portanto, com abordagem qualitativa.
4. Resultados e Discussão
Muitas pessoas hoje tem procurado um tipo ideal de beleza; o tão procurado corpo
perfeito. O padrão social imposto que transcende o entendimento médico, perpassando pela
psicologia social e sociologia do corpo. Isso é um dos motivos mais significativos pelos quais os
consultórios médicos de cirurgiões plásticos estão lotados com fluxo cada vez mais crescentes de
pacientes17.
No entanto, seria um equívoco sumário afirmar que esse seria o único motivo para essa
procura. Existem diversas outras necessidades que homens e mulheres têm enfileirado os
consultórios médicos, tais como: correções estéticas devido a problemas de flacidez pós gravidez,
oscilações de peso, gravidades, amamentação, seios grandes que podem afetar a postura, entre
outros3.
10
Apesar disso, pode-se dizer que a insatisfação com o corpo real e a busca por melhoria
estética tem afetado o bem estar físico e emocional do paciente, sendo responsável em alguns
casos pela baixa autoestima18.
É notório que essa afirmação é ratificada por diversos profissionais que atuam na área da
saúde/estética, bem como por estudiosos que se debruçam sobre o assunto em tela18.
A fim de corroborar com tal notoriedade, trago à tona minha experiência laboral como
possibilidade de revisitar a práxis. Trabalho há três anos e meio em consultório estético na área
de pós-operatório voltado para cirurgia plástica (2012-2016). Pude observar a grande procura de
pacientes por um corpo satisfatório tipo ideal cuja motivação é das mais diversas.
A preocupação principalmente com a forma da barriga, com o sobre peso e com a flacidez
tem colocado em evidência não só o profissional médico cirurgião plástico, mas também a
importância do papel do profissional fisioterapeuta na área estética.
A atuação do fisioterapeuta perpassa os procedimentos estéticos propriamente ditos.
Antes das cirurgias algumas recomendações e orientações são repassadas aos pacientes. São
esclarecidas as dúvidas mais recorrentes, tais como procedimento pós-operatório, uso da cinta
compressiva, seus efeitos e importância, bem como quanto ao tempo de uso para obter resultados
satisfatórios, do posicionamento em casa e da postura de se deve ao andar e levantar, sobre ter
sempre um auxílio de pessoas para possam a ajudar no tempo em que ela não é liberada para
fazer determinadas atividades.
Além disso, recomenda-se, inclusive, a não exposição solar, sobre não usar vestimentas
apertadas, não tomar banhos quentes, evitar atividades de façam bastante esforço físico, evitar
agachamentos, e o mais importante avisar sobre o efeito da drenagem linfática para que ocorra a
diminuição do edema pós-cirúrgico.
Vale ressaltar que no cotidiano laboral, trabalhamos tanto no pós-imediato quanto no pós-
tardio e vemos resultados satisfatórios das pacientes.
É sabido que os efeitos da drenagem linfática entre o 1º e o 2º dia de pós são positivos,
apresentando uma melhora significativa no quadro álgico, na diminuição de edemas entre outros,
evitando assim complicações como fibroses, seromas, entre outros.
O sucesso nos resultados não depende somente dos profissionais que atuam diretamente
no procedimento pré-operatório, na cirurgia em si e no pós-operatório. Mas deve haver um
planejamento de modo mais amplo, que compreende, inclusive, o papel do paciente, visto que o
11
paciente não reconhece, na maioria das vezes, a importância do pré-operatório desde o preparo da
pele, o preparo muscular, a hidratação, a desintoxicação por meio da drenagem linfática, entre
outros.
Apesar de sabermos que o planejamento cirúrgico é fundamental no processo de qualquer
tratamento, é importante destacar que a intervenção fisioterapêutica em tempo adequado, nos
cuidados do pré e pós-operatório, promove resultados estéticos concretos, já que a cirurgia pode
causar edemas, desconforto, diminuição da sensibilidade, entre outros.
Após o ato cirúrgico os atendimentos são realizados entre o 1° e o 2° dia de cirurgia, após
a liberação do médico. O primeiro atendimento é realizado no leito do hospital. Isso por que a
atuação fisioterapeuta pode prevenir contra complicações, além apresentar aos pacientes as
orientações necessárias sobre os cuidados, como deve levantar-se, deitar-se, sentar-se, como fazer
o uso da cinta, fazendo o trabalho respiratório, aplicação da drenagem linfática com manobras de
evacuação das redes ganglionares e auxilio no banho.
A paciente já se sente melhor após o atendimento e se sente segura depois das orientações
passadas. Já no consultório elaboramos um protocolo de tratamento dependendo de cada
paciente, levando em consideração a sua individualidade.
Nas cirurgias plásticas e, principalmente, nas cirurgias de abdominoplastia o
fisioterapeuta agilizar o processo de reabilitação do paciente, tendo o objetivo de ter uma
recuperação funcional mais eficaz, reabilitando esteticamente, e tendo uma melhora significativa
no quadro álgico do paciente e restaurando de maneira global1.
Esta começa previamente, já no pré-operatório. Desse modo, avalia-se os fatores
totalmente relacionados à disfunção estética, tais como as irregularidades, condições da pele e ate
mesmo a flacidez19.
Na verdade, o profissional tem o dever de orientar o paciente e prepara-lo para o
procedimento cirúrgico, conhecendo-o e começando a traçar um plano de tratamento pós-
cirúrgico20.
Isso tem demonstrado a importância da fisioterapia e evidenciado o por quê esta tem sido
indicada cada vez mais pelos cirurgiões plásticos. Em outras palavras, ela é vista como um fator
preventivo, a fim de evitar inúmeras intercorrências que podem ocorrer nesse período.
12
Cabe ao fisioterapeuta apresentar o melhor tratamento, de acordo com suas ferramentas
teórico-conceituais, adequando o tratamento, conforme as alterações teciduais provocadas pelos
diversos tipos de cirurgias6.
Após o procedimento cirúrgico realizado, a fisioterapia no PO (pós-operatório) poderá
atuar na prevenção de formação de aderências, onde se tornam um fator dificultoso, por que elas
impedem o fluxo normal da linfa e do sangue, prorrogando a recuperação tecidual, melhorando a
textura da pele, minimizando possíveis aderências, recuperando mais precocemente as áreas com
hipoestesia, entre outros18.
Vale ressaltar que o trabalho fisioterapêutico deve se iniciar na fase aguda e o melhor
recurso que utilizamos inicialmente é a drenagem linfática, a fim de tratar as alterações
vasculares que se caracterizam na fase de inicio como o edema, e devemos levar em conta a
sensibilidade do paciente, aplicando inicialmente a técnica o mais suave possível, evitando assim
trações no tecido de cicatrização20.
No leito do hospital, o fisioterapeuta deve orientar o paciente sobre a questão do
posicionamento e postura que ele deverá adotar, tanto em repouso quanto na deambulação, na
posição de repouso, ele deve ficar em posição supina, uma pouco angulada, tendo seu tronco
superior elevado, e evitando assim o tensionamento da cicatriz e assim explicando como fica o
processo de deambulação, onde o paciente deve andar levemente fletido e orienta-lo sobre o uso e
o tempo correto de uso da cinta de compressão21.
A posição é chamada de posicionamento de Fowler, que se popularmente é chamada de
“posição de cadeira de praia”, onde a angulação varia de 30° a 90° graus22.
Encaminhar o paciente para o pós-operatório tardio pode retardar o processo de
recuperação e pode comprometer o resultado final da cirurgia23.
Para termos uma boa eficácia no tratamento é inevitável que o fisioterapeuta tenha o
conhecimento das fases do reparo tecidual, sempre estando atentos as características clínicas,
resultando na evolução constante do tratamento, e sempre avaliando o protocolo adotado e
analisando o tratamento de uma sessão para a outra11.
13
5. Conclusão
A atuação do fisioterapeuta no pós-operatório de cirurgias plásticas é de extrema
importância para o paciente, pois esta visa à melhora significativa do quadro em que o paciente se
encontra após o procedimento cirúrgico, principalmente quando se trata da cirurgia de
abdominoplastia.
Assim, o recurso mais importante no tratamento desse paciente é a drenagem linfática,
pois ela constitui de uma terapia potencializadora para redução de edema, hematomas, fibroses,
seromas, entre outros, evitando assim as chances de complicações futuras.
Considerando que o tratamento da abdominoplastia demanda período mais prolongado em
relação a qualquer outro tipo de tratamento de cirurgia plástica, percebe-se a importância da
atuação do profissional da fisioterapia devido este ter a sua disposição ferramentas teórico-
conceituais que adquiriu ao longo de sua formação e carrega em sua vida profissional,
possibilitando que o tratamento seja muito mais efetivo.
Isso por que o profissional precisa compreender, por exemplo, todas as fases da
cicatrização e todas as suas características clínicas, levando em consideração o caráter anatômico,
fisiológico e estrutural do paciente.
Se levarmos em consideração a cinesioterapia, é possível afirmar também que o
profissional atuará junto ao paciente, orientando-o de maneira mais geral a questões mais
específicas quanto à postura, posição, dentre outros.
A cada dia um tipo de evolução e de resposta ao tratamento o fisioterapeuta irá adequar
sua conduta a fim de tratar de forma norteada cada paciente, considerando, inclusive, os inchaços,
edemas e outros.
6. Referências
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funcional no pós-operatório de cirurgias plásticas. REVISTA ELETRÔNICA GESTÃO &
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<<http://gestaoesaude.unb.br/index.php/gestaoesaude/article/viewFile/263/pdf >> Acessado em:
29/02/2016.
14
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<<http://www.proffabioborges.com.br/artigos/importancia_da_fisioterapia_no_edema_pos_abdo
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http://siaibib01.univali.br/pdf/Alexandra%20Shmidtt%20e%20Claudete%20Oliveira.pdf >>
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em: <<http://portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/14/18_-
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17/01/2016.
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operatório imediato de abdominoplastia. VISÃO UNIVERSITÁRIA, v. 3, p. 01-17, 2015.
Disponível em: << file:///C:/Users/Dayanne/Downloads/66-247-1-PB%20(10).pdf >> Acessado
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8. COSTA, Elza Castro da; MEJIA, Dayana Priscila Maia. Métodos terapêuticos dermato-
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