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FACULDADE MARIA MILZA FAMAM TECNÓLOGO EM RADIOLOGIA LUIS FERNANDO DE JESUS DOS SANTOS PARÂMETROS DE CONTROLE E QUALIDADE DA IMAGEM RADIOGRÁFICA NO RAIO X DE TÓRAX GOVERNADOR MANGABEIRA BA 2021

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FACULDADE MARIA MILZA – FAMAM

TECNÓLOGO EM RADIOLOGIA

LUIS FERNANDO DE JESUS DOS SANTOS

PARÂMETROS DE CONTROLE E QUALIDADE DA IMAGEM RADIOGRÁFICA NO

RAIO X DE TÓRAX

GOVERNADOR MANGABEIRA – BA

2021

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FACULDADE MARIA MILZA – FAMAM

PARÂMETROS DE CONTROLE E QUALIDADE DA IMAGEM RADIOGRÁFICA NO

RAIO X DE TÓRAX

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao

colegiado de Radiologia da Faculdade Maria

Milza, como requisito parcial para obtenção do

título de Tecnólogo em Radiologia.

ORIENTADORA: Profª. Adriene Silva Santos

GOVERNADOR MANGABEIRA – BA

2021

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Ficha catalográfica elaborada pela Faculdade Maria Milza, com os dados fornecidos pelo(a) autor(a)

Bibliotecárias responsáveis pela estrutura de catalogação na publicação:

Marise Nascimento Flores Moreira - CRB-5/1289 / Priscila dos Santos Dias - CRB-5/1824

Santos, Luis Fernando de Jesus dos S237p

Parâmetros de controle e qualidade da imagem radiográfica no raio x de tórax / Luis Fernando de Jesus dos Santos. - Governador Mangabeira - BA , 2021.

37 f.

Orientadora: Adriene Silva dos Santos.

Trabalho de Conclusão de Curso (Tecnólogo em Radiologia) - Faculdade Maria Milza, 2021 .

1. Imagem - Controle e Qualidade. 2. Radiologia . 3. Tórax - Raio X. I. Santos,

Adriene Silva dos, II. Título.

CDD 616.0757

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LUIS FERNANDO DE JESUS DOS SANTOS

PARÂMETROS DE CONTROLE E QUALIDADE DA IMAGEM RADIOGRÁFICA NO

RAIO X DE TÓRAX

Aprovado em __/__/__

BANCA DE APRESENTAÇÃO

____________________________________________

Orientador: Profª. Adriene Silva dos Santos

____________________________________________

Profª

____________________________________________

Profª.

____________________________________________

Profº.

GOVERNADOR MANGABEIRA – BA

2021

Page 5: FACULDADE MARIA MILZA FAMAM TECNÓLOGO EM …

Dedico esse trabalho a minha mãe.

Que foi e sempre será a minha heroína.

Saudades eternas.

Page 6: FACULDADE MARIA MILZA FAMAM TECNÓLOGO EM …

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus pela vida e por ter permitido que eu chegasse

até onde me encontro hoje. Agradeço aos familiares e meu namorado Sergio Souza

Nunes Brito, por toda paciência, amor e por sempre me motivarem quando eu me

encontrava desmotivado. Agradeço aos professores da Faculdade – Maria Milza pelo

acolhimento e o ensino de qualidade ofertado por esta instituição.

Obrigado muito especial da professora Adriene Silva dos Santos pelo seu

constante apoio, orientações, sugestões e indicações ao longo do trabalho, por toda

paciência em transmitir os seus saberes e mesmo diante dos momentos desoportuno

acreditou em mim. A todos os professores que contribuíram ao longo desses anos

com o seu ensinamento. Aos amigos e colegas de turma pela sua amizade e por todo

o apoio.

Page 7: FACULDADE MARIA MILZA FAMAM TECNÓLOGO EM …

RESUMO

Os parâmetros de qualidade na imagem radiográfica são fundamentais na realização

do exame radiológico, com a menor dose possível, sem comprometer a qualidade final

da imagem. O objetivo geral deste trabalho é identificar os fatores que determinam a

qualidade na imagem da radiografia de tórax por meio de uma revisão de bibliográfica,

empregando as principais bases de dados. Os objetivos específicos são, comparar a

qualidade de imagem da radiologia convencional e digital, diferenciar fatores que

compõem a imagem radiologia convencional e digital e evidenciar os fatores que

influenciam diretamente na qualidade de imagem. As plataformas utilizadas para a

pesquisa foram Pubmed, Scielo e google acadêmico os artigos selecionados foram

publicados entre os anos de 1999 a 2020, em português e inglês, e com acesso

gratuito, os dados foram analisados conforme a sua qualidade e relevância. Todavia

o sistema radiológico digital apresenta mais benefícios aos pacientes, profissionais e

o meio ambiente, quando comparado com a radiologia convencional e independente

das técnicas e parâmetros que componham um bom resultado na qualidade da

imagem radiográfica, é muito importante avaliar todas as características na realização

do exame no raio x de tórax, afim de obter uma imagem exemplar.

Palavras chaves: Controle de qualidade, parâmetros técnicos, raio x de tórax

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ABSTRACT

The quality parameters in the radiographic image are fundamental in performing the

radiological examination, with the lowest possible dose, without compromising the final

image quality. The general objective of this work is to identify the factors that determine

the quality in the chest radiography image by means of a literature review, using the

main databases. The specific objectives are to compare the image quality of

conventional and digital radiology, to differentiate the factors that compose the

conventional and digital radiology image, and to highlight the factors that directly

influence the image quality. The platforms used for the research were Pubmed, Scielo

and academic google. The selected articles were published between 1999 and 2020,

in Portuguese and English, and with free access, the data were analyzed according to

their quality and relevance. However, the digital radiological system presents more

benefits to patients, professionals and the environment, when compared to

conventional radiology and independent of the techniques and parameters that

compose a good result in the quality of the radiographic image, it is very important to

evaluate all the characteristics in the chest x-ray exam, in order to obtain an exemplary

image.

Keywords: Quality control, technical parameters, chest x-ray

Page 9: FACULDADE MARIA MILZA FAMAM TECNÓLOGO EM …

LISTA DE SIGLAS

PCQ – Programa de controle e qualidade

DOR – Distância objeto receptor

RDC – Resolução da Diretoria Colegiada

KV – Quilovoltagem

mA – Miliamperagem

ms – Tempo de exposição

PA – Postero-anterior

AP – Antero-posterior

CNEN – Comissão Nacional de Energia Nuclear

DFoFi – Distância foco-filme

RI – Receptor de imagem

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Paciente posicionando para uma radiografia PA de tórax padrão. ............ 15

Figura 2: Paciente posicionando para uma radiografia perfil de tórax. .................... 15

Figura 3: A imagem à esquerda mostra uma aquisição com inspiração correta,

destacando a identificação de 10 arcos costais posteriores. À direita temos uma

imagem pouco inspirada da mesma paciente, mostrando como há diferença do

volume e transparência pulmonar e da área cardíaca. ............................................. 16

Figura 4: Representação das camadas de um filme radiográfico. ............................ 19

Figura 5: Representação de uma escala de contraste em um filme radiográfico. .... 21

Figura 6: Exemplo da influência da escala de contrate na percepção de imagem. .. 22

Figura 7: Efeito da DOR. .......................................................................................... 23

Figura 8: A, projeção normal da omoplata. B, alongamento da omoplata. C,

encurtamento da omoplata. ....................................................................................... 24

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Artigos derivados da busca de dados ...................................................... 26

Page 12: FACULDADE MARIA MILZA FAMAM TECNÓLOGO EM …

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 11

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................. 13

2.1 HISTÓRIA DA RADIOLOGIA ......................................................................... 13

2.2 POSICIONAMENTO NO RAIO X DE TÓRAX ................................................ 15

2.2.1 Importância da Inspiração .............................................................................................. 16

2.3 PROTEÇÃO RADIOLOGICA ......................................................................... 17

2.3.1 Proteção radiológica para raio x de tórax .................................................................. 18

2.4 FORMAÇÃO DA IMAGEM RADIOGRAFICA ................................................. 18

2.4.1 Radiografia convencional .............................................................................................. 19

2.4.2 Radiografia digital ............................................................................................................ 20

2.5 QUALIDADE DA IMAGEM ............................................................................. 21

2.5.1 Densidade óptica .............................................................................................................. 21

2.5.2 Detalhe ................................................................................................................................ 22

2.5.3 Contraste ............................................................................................................................ 23

2.5.4 Distorção ............................................................................................................................ 24

2.5.5 Qualidade da imagem convencional............................................................................ 25

2.5.6 Qualidade da imagem digital ......................................................................................... 25

3 METODOLOGIA ................................................................................................... 27

3.1 TIPO DE ESTUDO ......................................................................................... 27

3.2 COLETA DE DADOS ..................................................................................... 27

3.3 CRITÉRIOS DE ADMISSÃO E INADMISSÃO ............................................... 27

3.4 EXTRAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS ............................................................ 28

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................ 29

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 33

6 REFERÊNCIAS .................................................................................................... 34

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1 INTRODUÇÃO

A radiação foi descoberta em 8 de novembro de 1895 por Wilhelm Conrad

Roentgen (1845-1923), que utilizando uma placa florescente, conseguiu visualizar a

sombra dos ossos de sua mão. A revelação desta placa comprovou seus estudos, e

dois meses depois da sua descoberta Roentgen, fez um comunicado e nomeou a

descoberta como raios X (LIMA, et al. 2009).

A radiologia tem sido usada por décadas e vem sendo um alicerce na área da

saúde. Os profissionais da saúde utilizam essas imagens, a fim de diagnosticar

patologias, e na atuação nos tratamentos de tumores, com doses de radiação

concentradas e especificas (SOARES, 2008).

Quando se produz imagens por interação da radiação com o paciente, é

fundamental que essa imagem apresente boa qualidade, para que não haja erros de

interpretação e reconhecimento das estruturas, para que o diagnóstico tenha precisão

e uma dose menor de radiação. Quando temos uma imagem sem qualidade, o exame

deve ser repetido e esse processo deve ser evitado, para que o paciente não seja

exposto a radiação novamente (JUNIOR, 2010).

A fim de obter imagens radiográficas de qualidade, reduzindo o custo e

diminuindo a quantidade de radiação ao paciente, profissional da área e ao meio

ambiente, é importante que seja implementado um programa de controle de qualidade

(PCQ) e de proteção radiológica, oferecendo uma transparência quando falamos de

segurança e eficácia dos exames (MACEDO; RODRIGUES, 2009).

A radiografia de tórax, representa o método de avaliação por imagem mais antigo

e barato, sendo o primeiro exame a ser solicitado no processo de avaliação de

doenças torácicas (WADA, et al. 2019).

Para que a imagem radiológica seja formada, deve ocorrer um princípio físico,

uma interação dos elétrons em movimento aos átomos do meio material, a maior

porção de raios-x produzidos por esse processo são chamados, radiação de

freamento, ou bremsstrahlung. Um receptor de imagem é utilizado para que esses

raios-x sejam absorvidos, transformando em uma imagem visível. As características

do aparelho e variáveis envolvidas são grandezas físicas ajustáveis que são

preferidos pelo técnico ou tecnólogo radiologista, como o Kv, o MAs, esses ajustes

têm um domínio na qualidade da imagem (JUNIOR, 2010).

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Desta forma é fundamental os conhecimentos necessários do técnico ou

tecnólogo em radiologia na realização do exame, para que tenha bons resultados e

seja utilizado doses pequenas de radiação.

O presente trabalho tem como objetivo geral: Identificar os fatores que

determinam a qualidade na imagem da radiografia de tórax. E tem como objetivos

específicos: comparar a qualidade de imagem da radiologia digital da convencional;

avaliação do biótipo do paciente e idade; evidenciar os fatores que influenciam

diretamente na qualidade de imagem.

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 HISTÓRIA DA RADIOLOGIA

Em 8 de novembro de 1895, Wilhelm Conrad Roentgen, no laboratório da

Universidade de Wurzburgo, Alemanha, tentando observar um fenômeno descrito pelo

físico Philipp Lenard, com o tudo de Crooks. E observou que os raios catódicos que

saiam do tubo, sensibilizava materiais fluorescentes, que estavam dispostos sobre a

mesa ao lado do tudo. E com as observações Roentgen concluiu que se trava de um

raio novo, invisível e desconhecido por todos (LIMA, et al. 2009).

Para testar essa conjuntura, Roentgen colocou vários objetos entre o tubo e a

tela. Todos, praticamente, não alteravam a luminescência da tela, exceto chumbo e

platina, que a barravam totalmente. Ao segurar estes materiais entre o tubo e a tela

para testar os raios novos, viu os ossos de sua mão indicada claramente em um

esboço das partes moles. A seguir substituiu a tela fluorescente por uma chapa

fotográfica e conseguiu produzir uma imagem usando tubo de descarga como se fosse

uma fonte luminosa. Assim, estava convencido de que havia descoberto uma nova

fonte de luz que os olhos eram incapazes de detectar e que não tinha sido observada

ou registrada até então (FRANCISCO, et al. 2005).

Com a revelação de uma placa fotográfica, produziu um tipo de registro

permanente, capaz de comprovar seus estudos. E foi utilizando esta técnica que, em

22/12/1895, produziu uma das mais famosas fotografias que caracterizam bem aquela

descoberta: a imagem dos ossos da mão de sua mulher, Anna Bertha Roentgen

(1839-1919), com seu anel de casamento, que é considerada a primeira radiografia

da história (LIMA, et al. 2009).

Roentgen fez apenas duas apresentações sobre a sua descoberta. A primeira

em 12 de janeiro de 1896, na corte imperial de Berlim, para o imperador alemão

Guilherme II e, a segunda (única conferência científica), na sociedade Físico-Médica

de Wurzburg, em 23 de janeiro de 1896. Nessa conferência, fez a radiografia da mão

do anatomista Albert von Koelliker (BIASOLI, 2006).

Por esse trabalho, Roentgen recebeu o 1º Prêmio Nobel de Física, em 1901. No

entanto, enfrentou a desconfiança de cientistas. Muitos pesquisadores famosos como

Herbert Jackson (1863-1936), Johann Hittorf (1824-1914), Eugen Goldstein (1850-

1930), Willian Crookes (1832-1919) e, particularmente, Philipp Lenard, teriam

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detectado fenômenos de fluorescência próximos a tubos de descarga. Contudo,

interpretaram erroneamente aquele fato, ou não se detiveram na análise do fenômeno.

Ao contrário, Roentgen dedicou-se intensamente ao estudo do mesmo (LIMA, et al.

2009).

Toda matéria é constituída por átomos. Tudo a nossa volta, inclusive nós

mesmos, tudo é constituído de combinações de átomos. Esteja em estado líquido

sólido ou gasoso, sejam objetos inanimados ou seres vivos, tudo é constituído por

átomos. O átomo é definido como a estrutura elementar da matéria e pode ser

representado como um núcleo circundado por elétrons (JUNIOR, 2010).

O átomo é formado por um núcleo muitíssimo pequeno, que são formados por

prótons, que têm carga positiva, e os nêutrons, com massa praticamente igual à do

próton, porém sem carga, fica localizado na região central e pela eletrosfera, região

ao redor do núcleo onde são encontrados os elétrons. O elétron tem carga elétrica

negativa e é cerca de 1840 vezes mais leve que os prótons e nêutrons. Por isso, quase

toda a massa do átomo está localizada no núcleo. O número de massa de um átomo,

pode ser considerado como a soma do número de prótons e nêutrons presentes no

seu núcleo (SOARES, 2008).

A melhor forma de entender o átomo é representada pelo modelo de Borh. Onde

o átomo contém um núcleo pequeno e muito denso, que é positivamente carregado,

cercado por elétrons carregados negativamente que giram em órbitas fixas, bem

definidas, sobre o núcleo. No átomo normal, o número de elétrons é igual ao número

de prótons, quando a números diferentes de elétrons e prótons no átomo, ele está

ionizado (BUSHONG, 2010).

A produção de raios X é um fenômeno elétrico, pois é uma interação entre

elétrons em movimento, que são lançados contra um meio material, perdendo e

transferindo energia. Quando o elétron com grande energia é arremessado na direção

do átomo e passar próximo ao núcleo ele sofrera atração eletrostática devido as

cargas positivas nucleares, fazendo com que esse elétron mude a sua trajetória,

gerando um fóton de raios X que é chamada de radiação de freamento ou

Bremsstrahlung, que é a maior parte de raios X produzidos em uma exposição

(JUNIOR, 2010).

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2.2 POSICIONAMENTO NO RAIO X DE TÓRAX

Na radiografia de tórax é necessário o técnico ou tecnólogo ter conhecimentos

básicos de certos fatores que possam acometer a radiografia e reconhecer quando o

aspecto não decorre de uma patologia e sim de descuido na realização do exame,

resultando em uma imagem com alguma característica ruim. Outros fatores podem

interferi na realização do exame, como o mal posicionamento, a radiografia de tórax

deve conter todas as estruturas anatômicas torácicas possíveis e não cortar da

imagem as cúpulas diafragmáticas ou os ápices pulmonares. Alguns parâmetros

técnicos podem mudar o resultado esperado da imagem, mas deve ser observado se

o paciente está no posicionamento correto (LACEY, et al. 2011).

O protocolo padrão que deve ser considerado para uma realização de radiografia

de tórax é com o paciente em posição ortostática, com os pés poucos afastados e

peso igualmente em ambos os pés, o queixo elevado, apoiado sobre o receptor de

imagem. As mãos devem ser apoiadas na região inferior do quadril deixando os

cotovelos flexionados, as regiões palmares para fora, cotovelos parcialmente

flexionados e em inspiração profunda. A ampola deve ficar a 180 cm do receptor de

imagem (LEPORE, 2012). Como a radiografia é uma imagem bidimensional é

importante localizar e caracterizar as alterações, uma incidência em póstero-anterior

(PA) é o padrão, sendo a mais indicada pois, nessa posição a parte anterior do tórax

fica mais próximo do receptor de imagem, ajudando no diagnóstico e eliminando o

efeito de magnificação do coração e das estruturas (WADA, et al. 2019).

A radiografia de tórax em PA é uma técnica padrão, permitindo uma avaliação

acurada entre as radiografias PA repetidas, utilizadas as vezes unicamente para o

diagnóstico de alguma patologia (BONTRAGER, et al. 2015). FONSECA, 2017. Indica

que a incidência em perfil também é muito pedida pelo já que auxilia as demais

incidências, possibilitando uma visão dimensional melhor das estruturas, retirando a

limitação da sobreposição das estruturas, que a incidência em PA ou AP possui.

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Figura 1: Paciente posicionando para

uma radiografia PA de tórax padrão.

Figura 2: Paciente posicionando para

uma radiografia perfil de tórax.

Basicamente a diferença que identificamos na incidência AP (antero-posterior) e

PA (póstero-anterior) é a distância das estruturas anatômicas no filme radiográfico.

Na incidência AP o feixe de raio x entra anteriormente, fazendo com que o coração

fique distante do filme, aumento seu tamanho naturalmente, causando o efeito de

magnificação, já na incidência PA o feixe de raio x entra posteriormente deixando a

porção anterior do tórax próximo do filme radiológico (FONSECA, 2017).

2.2.1 Importância da Inspiração

Na realização do exame de raio x de tórax, é solicitado ao paciente uma apneia

inspiratória, onde toda a cavidade pulmonar fica preenchida por ar, ficando assim por

alguns segundos. Quando o exame for realizado na inspiração certa, podemos

identificamos de 9 a 11 arcos costais sobre a cavidade pulmonar WADA, et al., 2019.

A importância do conhecimento referente a inspiração profunda na radiografia de tórax

é fundamental, já que qualquer movimento proveniente da respiração pode

comprometer a qualidade final do exame, resultando em uma imagem com a área

cardíaca, pulmões e demais partes moles com dimensões diferentes (BONTRAGER,

et al., 2015).

Fonte: (LACEY, et al. 2011). Fonte: (LACEY, et al. 2011).

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17

Figura 3: A imagem à esquerda mostra uma aquisição com inspiração correta,

destacando a identificação de 10 arcos costais posteriores. À direita temos uma

imagem pouco inspirada da mesma paciente, mostrando como há diferença do

volume e transparência pulmonar e da área cardíaca.

2.3 PROTEÇÃO RADIOLOGICA

Após a descoberta da radiação X por Roentgen, em 1895, ao mesmo tempo em

que as radiografias eram executadas, várias doenças na pele começaram a aparecer

nos trabalhadores, como, úlceras, abscessos e graves queimaduras que não

cicatrizavam, levando a amputações ou mesmo a morte (MARQUES. 2018).

Com esses resultados e preocupações com os profissionais envolvidos e os

pacientes, foram-se criando órgãos reguladores, que apresentava relatórios

regulamente ao longo dos anos, sobre as doses adequadas contra as radiações

ionizantes para o profissional e o paciente (CZUBA; RAMOS. 2011).

No Brasil, as normas foram estabelecidas efetivamente com a publicação da

Resolução – RDC nº 330, de 20 de dezembro de 2019, da Secretaria de Vigilância

Sanitária do Ministério da Saúde, onde ressalta a utilização da radiação desde que ela

resulte em benefício para a saúde do indivíduo e/ou da sociedade. A Comissão

Nacional de Energia Nuclear (CNEN) estabeleceu medidas contra os possíveis efeitos

que podem ser causados pela radiação ionizante, sendo elas fundamentadas em três

princípios básicos de proteção radiológica:

Fonte: WADA, et al., 2019.

Page 20: FACULDADE MARIA MILZA FAMAM TECNÓLOGO EM …

18

• Justificação – qualquer exposição médica à radiação deve ser justificada e só

será aceita caso resulte em benefícios para a sociedade ou para o indivíduo;

• Limitação de dose – a exposição à radiação deve ser restringida seguindo as

normas nacionais da CNEN, não excedendo a dose permitida e ao local de

interesse;

• Otimização – a dose no paciente deve ser a menor possível, sem implicar a

perda de qualidade de imagem (BRASIL, 2019).

2.3.1 Proteção radiológica para raio x de tórax

O exame mais solicitado dentro do serviço de radiologia até os tempos de hoje,

é a radiografia de tórax frontal PA (póstero-anterior) e perfil, capaz de fornecer

informações anatômicas e fisiológicas de qualidade e com baixo custo e facilidade de

realização (LAUAND, et al. 2018).

O posicionamento correto na realização do exame de raio x de tórax, utilização

de dispositivos individuais de proteção radiológica e seleção adequadas de

parâmetros técnicos, junto de boa conduta e comunicação com o paciente, minimiza

o tempo de exposição e faz com que o exame não precise ser repetido e tenha que

expor o paciente a radiação novamente (CZUBA; RAMOS. 2011).

A colimação acurada é muito importante no processo de realização da imagem

radiográfica, restringir o feixe de raios x a área através da colimação ajuda na redução

de radiação para o paciente. Além da colimação adequada, o paciente deve utilizar o

protetor de chumbo, protegendo as cristas ilíacas da radiação (BONTRAGER, et al.,

2015).

2.4 FORMAÇÃO DA IMAGEM RADIOGRAFICA

Os raios X são produzidos no interior da ampola com vácuo, que transforma

energia dos elétrons em fótons. Essa ampola é um circuito elétrico que possui um

catodo e um anodo. O filamento que fica no catodo é excitado e os elétrons são

disparados ao anodo, resultando na produção de raios x. A quantidade de raios x e o

poder de penetração são totalmente controláveis, ajustando-se a kilovoltagem (KV),

que influencia na diferença de potencial, pois, quanto maior o KV maior incidência e

Page 21: FACULDADE MARIA MILZA FAMAM TECNÓLOGO EM …

19

penetrabilidade dos elétrons. E miliamperagem (mA) onde representa a quantidade

de elétrons que pode atingir o anodo (SOARES, 2008).

Antes de cada exame os fatores ideais do KV, o do mA, deve ser completamente

correlacionado, sendo que poucas mudanças são possíveis. Uma pontuação que

pode ser feita para todas as exposições radiográficas é que o tempo de exposição

deve ser o menor possível. Utilizar curtos tempos de exposição causam a redução do

artefato de movimento (BUSHONG, 2010).

2.4.1 Radiografia convencional

A formação da imagem radiográfica por meio convencional segue vários

procedimentos e caso algum desses procedimentos não seja realizado da forma

correta, pode gerar borrões na imagem radiográfica. Quando os raios x saem da

ampola atravessa o paciente e atinge a película radiográfica, os haletos de prata da

imagem radiográfica se sensibilizam e modificam, formando uma imagem latente

(MACHADO, 2011).

Logo depois da interação dos raios x com o filme radiográfico, o filme precisa ser

submetido a revelação química, onde tornara a imagem visível e as etapas para a

revelação são:

• Revelação

• Fixação

• Lavagem com água para remover o excesso de químicos

• Secagem (ALBUQUERQUE, et al., 2016).

A película radiográfica é constituída por uma emulsão fotossensível que está

presente dois lados da película que é de poliéster, chamada de base. A emulsão é

constituída por uma camada de cristais de haleto de prata e por cima desses cristais

a um revestimento de gelatina para proteger a película radiográfica na sua

manipulação (SANTOS, 2008).

Figura 4: Representação das camadas de um filme radiográfico.

Page 22: FACULDADE MARIA MILZA FAMAM TECNÓLOGO EM …

20

Os filmes radiográficos devem ser armazenados de forma correta, protegidos da

umidade, luz e na posição vertical, evitando o choque mecânico, devido a sua

sensibilidade (VAL, 2006).

2.4.2 Radiografia digital

VAL (2006) considera a radiografia como produto final de um exame radiológico

e que precisa preencher os requisitos de qualidade para cumprir o seu objetivo que é

esclarecer o diagnóstico.

Na radiografia digital não é utilizado o filme radiográfico para visualização da

imagem, o processo é totalmente digital, podendo o radiologista visualizar a imagem

instante depois da realização do exame, reduzindo bastante o tempo de espera na

obtenção do diagnóstico, visto que, o médico pode ter acesso a imagem

imediatamente, pois já que são imagens digitais, elas podem ser enviadas e

visualizadas por meios de sistemas (SANTANA, 2020).

Os raios x são absorvidos por uma placa digital, que é sensível à radiação. O

computador interpreta as informações e revela logo em seguida a imagem. Podendo

ser enviada para o Sistema de Arquivamento e Comunicação de Imagens (Picture

Archiving and Communication System – PACS). Podendo ser transmitida as áreas de

trabalho no hospital, eliminando o transporte da imagem e progresso do diagnóstico

(BUSHONG, 2010).

Fonte: JUNIOR, 2010.

Page 23: FACULDADE MARIA MILZA FAMAM TECNÓLOGO EM …

21

2.5 QUALIDADE DA IMAGEM

São muitos os fatores que estão ligados a qualidade da imagem radiográfica,

fatores físicos e operacionais, onde exigem do profissional o conhecimento técnico

especifico do aparelho, afim de apresentar um diagnóstico preciso. Tendo em vista

que a radiação pode causar efeitos nocivos para todos os envolvidos no

procedimento, com o passar dos anos a preocupação, em reduzir as doses de

radiação entre os envolvidos na realização do exame foi crescente, buscando uma

boa qualidade de imagem com dose reduzida (ALBUQUERQUE, et al., 2016).

Cada imagem radiográfica tem valores a serem selecionados especificamente

no painel de controle do equipamento de radiografia. Esses valores são determinados

por variáveis como patologia presente, espessura da parte anatômica, densidade e

depende também da tecnologia empregada na aquisição da imagem. Os fatores de

exposição são:

• Quilovoltagem (KV) – que influência no poder de penetração do feixe de raio x.

• Miliamperagem (mA) – que controla a quantidade de raios x produzidos pelo

aparelho.

• Tempo de exposição (ms) – controlando a duração da exposição, expressa em

milissegundos (BUSONG, 2010).

Buscando atender as necessidades, aparelhos com novos recursos,

informatizado e proporcionando uma melhor qualidade da imagem radiográfica, foram

aparecendo os aparelhos de radiografia digital, que trouxe vantagens sobre a

radiologia convencional, como, a não utilização de filmes radiográficos, economia de

tempo, boa resolução, não necessita processamentos químicos. (BUSHONG, 2010).

Entretanto a radiografia convencional e digital, ambas requerem os mesmos fatores

básicos, para obter uma imagem de qualidade, que são densidade óptica, detalhe,

contraste e distorção, descrevendo assim, todas as funções anatômicas e fisiológicas

(ALBUQUERQUE, et al., 2016).

2.5.1 Densidade óptica

A densidade radiográfica ou densidade óptica, é o grau de enegrecimento da

imagem, e isso pode resultar em imagens muito escura ou muito clara, a quantidade

Page 24: FACULDADE MARIA MILZA FAMAM TECNÓLOGO EM …

22

de radiação que chega ao receptor determinar essa superexposição ou subexposição

da imagem, ou seja, os parâmetros corretos do mA mas ms, interferem no grau de

enegrecimento da imagem, deixando mais escura (SOARES, 2008).

Quanto maior for o tempo de exposição do filme, mais escuro ou denso ele se

tornara depois do processo de revelação, pois o revelador excessivo e alta

temperatura, afetam diretamente no grau de enegrecimento da imagem.

(GUIMARÃES, et al., 2011).

Vários outros fatores podem afetar diretamente a qualidade da imagem, e

influenciar nos erros de densidade, como: quilovoltagem, distância foco-filme, tipo de

filme e o processamento radiográfico também afetam a densidade de uma imagem

(FERREIRA; SANTOS, 2015).

Figura 5: Representação de uma escala de contraste em um filme radiográfico.

2.5.2 Detalhe

O detalhe determina a nitidez de estruturas no exame. Uma radiografia mais

nítida, exibi com mais clareza as linhas finas e bordas dos tecidos. Quando uma

imagem radiográfica não apresenta detalhes, pode ficar com um aspecto borrado e

Fonte: JUNIOR, 2010.

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pode esconder lesões que podem ter ocorrido ou outros problemas (RADCARE,

2019).

Algumas estruturas são bem finas e pequenas, tornando sua leitura na imagem

radiográfica quase que impossível, se a imagem não possuir um nível alto de detalhe.

Por isso que a radiografia deve ter um alto nível de contraste, o contorno deve ser

bem definido, deixando bem nítido as estruturas que é controlada pelos fatores da

distância foco-filme (DFoFi) e distância objeto receptor (DOR) (VAL, 2006).

2.5.3 Contraste

O contraste é controlado pela kilovoltagem (KV) e responsável por tornar visível

os detalhes anatômicos. Quando KV é alterado o contraste da imagem é afetado,

sendo a densidade óptica a diferença neste fator. As radiografias com contraste alto,

resultam em poucas escalas de cinza, exibindo em poucos trechos somente tons de

cinza escuro e branco. As radiografias com contraste baixo, exibem uma grande

escala de tons de cinza, deixando as imagens com uma baixa resolução (BUSHONG,

2010).

Figura 6: Exemplo da influência da escala de contrate na percepção de imagem.

O contraste bem definido, nos dá uma imagem radiográfica com um maior

detalhamento anatômico. Podendo esse contraste ser decidido de longa escala,

revelando mais tons de cinzas na imagem ou de curta escala, obtendo pouca

densidade (BONTRAGER, et al., 2015). RODRIGUES, 2011. Para obter radiografias

Fonte: JUNIOR, 2010.

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24

do tórax com qualidade é recomendado atingir o contraste e com longa escala de

cinzas afim de evidenciar as marcas finas dos pulmões.

2.5.4 Distorção

Uma imagem radiográfica não reproduz com exatidão o tamanho correto da área

radiografada, mesmo com a técnica e parâmetros corretos, é impossível de produzir

pois, a distorção existe com o resultado distância objeto receptor (DOR), portanto, a

distorção, seja de formato ou de tamanho, é uma representação errada do objeto

verdadeiro. Já que quanto mais perto o objeto estiver no receptor de imagem (RI), sua

distorção será mínima e proporcionara uma melhor resolução (BONTRAGER, et al.,

2015).

Figura 7: Efeito da DOR.

Caso não seja alinhando corretamente o tudo de raio x, pode gerar alongamento

na imagem radiográfica, mostrando a área de interesse maior que o normal. Já o

alinhamento inadequado da área anatômica, resulta no encurtamento da área de

interesse, mostrando ser menor que o normal (BUSHONG, 2010).

Fonte: BONTRAGER, et al., 2015

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Figura 8: A, projeção normal da omoplata. B, alongamento da omoplata. C,

encurtamento da omoplata.

2.5.5 Qualidade da imagem convencional

Uma radiografia convencional ela é obtida quando passa por um processo

químico e requer um longo tempo para que o exame esteja pronto. Depois que a

radiografia está pronta as informações obtidas não podem ser alteradas. Além disso,

algumas limitações como, catalogação, armazenamento e transporte, podem

prejudicar a imagem radiográfica (BUSHONG, 2010).

Ainda muito utilizada, a radiografia convencional está sendo substituída pela

radiologia digital devido o tempo de processamento, qualidade da imagem e não

utilização dos filmes e agentes químicos, ainda tendo como uma grande vantagem a

eliminação de filme para revelação da imagem (ALBUQUERQUE, et al., 2016).

2.5.6 Qualidade da imagem digital

Com o avanço tecnológico, a radiografia digital hoje é uma realidade, até mesmo

nas pequenas salas de exames. Por ser gerada no formato digital e ser visualizada

quase que imediato no monitor do computador, elimina o uso de filme do

processamento e extingui o gasto com soluções químicas. (BIASOLI, 2006).

Fonte: BUSHONG, 2010

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A capacidade de ajustar alguns parâmetros depois que a radiografia é realizada,

mostra a evolução. O realce da densidade e do contraste podem ser facilmente

manipulados, essa manipulação pode transformar um registro radiográfico ruim, em

uma imagem com contrastes e densidade ideais, mas somente pode realizar

pequenas melhorias no resultado final (TAVANO, et al., 1999).

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27

3 METODOLOGIA

3.1 TIPO DE ESTUDO

Esta pesquisa teve a finalidade de apresentar e identificar os parâmetros de

controle e qualidade da imagem radiográfica no raio x de tórax. Caracteriza-se uma

revisão de literatura com abordagem qualitativa e o objeto de pesquisa deste estudo

será descritiva.

Nos aspectos metodológicos, essa pesquisa se configura como uma pesquisa

de abordagem qualitativa. A partir daí, as informações obtidas foram analisadas,

propondo uma discussão entre os autores acerca dos parâmetros de controle e

qualidade da imagem radiográfica no raio x de tórax. A análise qualitativa advém de

vários fatores, como por exemplo: a natureza dos dados coletados; o instrumento de

pesquisa, pressupostos teóricos. Diante disso, é entendida como um conjunto de

processos e atividades que irão reduzir, categorizar, interpretar e formular o relatório

dos dados (GIL, 2002).

3.2 COLETA DE DADOS

As fontes que foram referenciadas na referida pesquisa pertencem a natureza

secundária. Essas fontes estão armazenadas nos portais eletrônicos: Pubmed, Scielo

(Scientific Eletronic Library online), e Google acadêmico. Para isso, utilizaram-se

descritores: controle de qualidade, (quality control), qualidade de imagem radiológica

(radiographic image quality), parâmetros técnicos (technical parameters), raio x de

tórax (chest x-ray) e imagem radiológica (radiographic image).

3.3 CRITÉRIOS DE ADMISSÃO E INADMISSÃO

Na seleção de artigos os períodos utilizados foram de 1999 a 2020. Os critérios

de inclusão: artigos em língua portuguesa e inglesa, dissertações e teses. Nos

critérios de exclusão: artigos antigos, editoriais e que não apresente uma ligação com

a abordagem requerida.

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28

3.4 EXTRAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS

Os dados foram analisados conforme a sua qualidade e relevância. A extração

dos dados incluiu o título do trabalho, autor (es), dados periódicos e considerações e

temáticas dos artigos. Após a inclusão dos estudos, as variáveis foram extraídas para

construção do quadro sinóptico apresentado nos resultados deste trabalho.

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29

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Tabela 1: Artigos derivados da busca de dados

TÍTULO AUTOR ANO CONSIDERAÇÕES / TEMÁTICA

Raios-X:

fascinação, medo

e ciência.

LIMA,

Rodrigo da

Silva;

AFONSO,

Júlio Carlos;

PIMENTEL,

Luiz Cláudio

Ferreira.

2009

A descoberta dos raios-x representou um

dos grandes feitos da inteligência humana

no final do século XIX, tendo uma

repercussão imediata em todo o mundo.

Em paralelo aos esforços de interpretação

da radiação x, muitas especulações foram

feitas, vindo a causar um grande interesse

e fascínio nos cientistas e nos cidadãos

comuns. Embora a reação em geral tenha

sido de deslumbramento com aquela nova

radiação, outras posturas foram

observadas, mostrando uma relação de

repulsa ou de medo/insegurança

pessoais.

Garantia de

qualidade em

radiologia

diagnóstica.

FURQUIM,

Tânia AC;

COSTA,

Paulo R.

2009

Investigou algumas questões associadas

a um programa de garantia de qualidade

dedicada a tecnologias. A evolução

tecnológica, cresceu muito e os programas

de controle e qualidade passam por

constantes revisões. Buscando sempre

implementar o principal objetivo que é

qualidade da imagem radiográfica com a

menor dose possível a todos que estão

envolvidos no processo.

Estudo

comparativo entre

sistemas

Radiográficos

convencionais e

digitais:

Revisão de

literatura

Álvaro

Santana de

Albuquerque,

et al.

2016

Este trabalho visa resgatar da literatura as

principais diferenças que existem entre os

sistemas de radiologia convencional e

digital, afim de determinar o sistema mais

eficiente, trazendo em conta suas

respectivas vantagens e limitações no

tocante as doses inerentes e a qualidade

da imagem radiográfica.

Controle de

qualidade em

radiografias

KREICH et

al. 2005

A qualidade da imagem e a dose de

radiação em um exame radiográfico estão

Page 32: FACULDADE MARIA MILZA FAMAM TECNÓLOGO EM …

30

periapicais

obtidas no curso

de odontologia da

UEPG

intimamente relacionadas com as

características técnicas e as condições

operacionais do aparelho de raios X, da

revelação dos filmes, da combinação tela-

filme, da técnica radiográfica, do operador

e das condições físicas do paciente, como

presença de drenos ou acamado.

Contribuição da

interpretação da

radiografia

simples de tórax

na sala de

emergência.

LAUAND,

Lygia de

Souza Lima;

JUNIOR,

Edson Braga

de Souza;

ANDRADE,

Benedito

Juarez;

SPROVIERI,

Sandra

Regina

Schwarzwald

er.

2018

As radiografias de tórax foram uma das

primeiras utilizações clínicas desta técnica

e continua, ainda hoje, a ser um dos

exames mais solicitados. O método é

capaz de fornecer grande quantidade de

informações anatômicas e fisiológicas,

porém sua interpretação objetiva muitas

vezes é difícil. Porque a qualidade técnica

do exame, é influenciada por mudanças

das variações na intensidade e no tempo

de exposição aos raios x e de mudanças

no posicionamento paciente.

O Básico Que

Todo Generalista

Deve Saber

Sobre Radiologia

Parte 4 -

Radiologia

Fisiológica de

Tórax.

Marcelo

Augusto

Fonseca

2017

Este trabalho mostra a importância de

iniciarmos a avaliação radiológica da

cavidade torácica e de precisarmos ter

noção básica de anatomia e de estruturas

pertencentes a ela.

Estudo

dosimétrico de

radiografias de

tórax com o

emprego de

técnicas de alta

quilovoltagem.

KOTSUBO,

Martha Tidori

Kiota;

MARCHIORI,

Edson;

AZEVEDO,

Ana Cecília

Pedrosa de.

2003

O exame radiológico padrão de tórax varia

em diferentes serviços, mas deve

consistir, no mínimo, de duas incidências

básicas, PA e perfil. As radiografias de

tórax são geralmente obtidas a uma

distância de 180 cm entre o filme e o tubo,

para minimizar a distorção e a ampliação,

sendo feitas em inspiração profunda.

Aspectos técnicos

e roteiro de

análise da

WADA,

Danilo

Tadao;

2019

O exame de radiografia na avaliação do

tórax representa o método de imagem

mais antigo, mais barato. Sendo o exame

Page 33: FACULDADE MARIA MILZA FAMAM TECNÓLOGO EM …

31

radiografia de

tórax.

RODRIGUE

S, José

Antonio

Hiesinger;

SANTOS,

Marcel

Koenigkam

na maioria das situações, o primeiro

exame radiológico a ser solicitado para

avaliação das doenças torácicas. O exame

de RX de tórax deve ser realizado, sempre

que possível, com as incidências em

posteroanterior (PA) e em perfil. Há outras

incidências que são realizadas de maneira

complementar ou em situações

específicas.

Para Albuquerque, et al., (2016) a qualidade da imagem radiográfica está

associada a fatores físicos e operacionais, exigindo do técnico conhecimento

especifico do aparelho. Afim de apresentar uma imagem de qualidade com uma

redução da dose de radiação entre os envolvidos na realização do exame.

Os valores a serem selecionados no painel de controle do equipamento de

radiografia, varia conforme a patologia, espessura anatômica, densidade e da técnica

empregada na aquisição da imagem. As variáveis são quilovoltagem (KV);

miliamoeragem (mA) e tempo de exposição (ms) (BUSHONG, 2010).

No sistema convencional a qualidade da imagem radiográfica depende dos

parâmetros que o operador definira no momento da realização do exame,

apresentando boa densidade ótica, nitidez e detalhes, destacando bem as estruturas

anatômicas de disposição. O processo de revelação segue algumas etapas, que são

fundamentais, como: revelação, fixação, lavagem, secagem. Todas técnicas

empregadas na realização do exame, são muito importantes, pois não poderá fazer

reajuste depois do procedimento (KOTSUBO, et al., 2003).

Para KREICH et al., (2005) a qualidade da imagem radiográfica na radiologia

digital, é melhor do que na convencional e quando associada a fatores físicos e

operacionais, á diminuição na dose de radiação, eliminação do processo químico,

possibilidade de alteração da imagem após a realização do exame, como, ampliação

da imagem e comunicação entre profissionais. Gerando uma imagem com níveis

seguros de operação a todos envolvidos no procedimento.

Quando comparado a radiografia digital com a radiografia convencional,

observa-se que a imagem digital elimina o processamento químico, onde é utilizado

líquidos poluentes, para revelação da imagem radiográfica a também ganho de

espaço em relação ao armazenamento das imagens, já que não precisa revelar as

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imagens para visualização dos exames, são todas armazenadas e observadas no

painel do computador. Há também uma melhora a respeito da comunicação entre os

profissionais, visto que os arquivos podem ser compartilhados entre sistemas. As

imagens podem ser manipuladas mesmo após ter sido feito o exame, ajustando o

brilho e contraste e a redução da dose de raios x (ALBUQUERQUE, et al., 2016).

Para WADA et, al., (2019) na radiografia de tórax avaliar o grau de expansão dos

pulmões é fundamental para qualidade da imagem radiográfica, preenchendo os

campos pulmonares adequadamente, mantendo os pulmões cheios de ar. Faz com

que sejam visualizados de 9 a 11 arcos costais. LAUAND, et al. (2018) complementa

afirmando que variações na potência e no tempo de exposição aos raios x, são

fundamentais também no resultado final da imagem, considerando também as

mudanças no posicionamento do paciente, podendo revelar falsos resultados e são

três parâmetros técnicos a serem pensados: se a dose de radiação utilizada foi

adequada de acordo com os parâmetros; se o paciente manteve o pulmão preenchido

por ar; se o paciente foi bem posicionado e centralizado corretamente. Avaliar bem

essas medidas, garante uma boa qualidade da imagem radiográfica de tórax.

Considerando os protocolos padrão na aquisição do raio x de tórax, o paciente

deve ficar na posição ortostática, com os pés poucos afastados e peso igualmente em

ambos os pés, o queixo elevado, apoiado sobre o receptor de imagem. As mãos

devem ser apoiadas na região inferior do quadril deixando os cotovelos flexionados,

as regiões palmares para fora, cotovelos parcialmente flexionados e em inspiração

profunda e a ampola deve ficar a 180 cm do receptor de imagem (LEPORE, 2012).

Fonseca, (2017) destaca ainda que devemos identificar e seguir atento ao

alinhamento e posicionamento das escápulas a distância e alinhamento das

clavículas, contemplando toda base torácica possível. E tomar muito cuidado com

objetos e estruturas que possam prejudicar a imagem, como, cabelo, colares, sutiã e

manter sempre uma boa inspiração, pois é um dos fatores muito importante para

qualidade da imagem radiográfica do tórax.

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33

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

É imprescindível que a imagem radiológica, apresente requisitos mínimos de

densidade, detalhe, contraste e distorção, tornando aceitável diante dos padrões de

qualidade determinados. Percebe-se que, a radiologia digital traz diversos benefícios

aos profissionais das técnicas radiológicas e aos pacientes, diminuído

consideravelmente a dose radiação e também reduzindo o tempo de espera no

diagnóstico do paciente.

Proporcionando uma rotina de trabalho mais eficiente aos técnicos. Dentre

outros benefícios, encontra-se a facilidade de acesso às informações de qualquer

local do hospital ou fora dele através das redes de computadores. Ainda assim elimina

os insumos químicos de processamento da imagem por filme, tóxicos à saúde e ao

meio ambiente. Visto isto, o sistema Radiográfico Digital se mostra mais eficiente e

viável que os sistemas radiográficos e convencional.

Foi observado que fatores como, inspiração adequada, posicionamento correto

e distância foco filme é determinante na qualidade final da imagem radiográfica. Sendo

essenciais no raio x de tórax. Contudo uma boa radiografia depende, basicamente, do

bom treinamento do técnico que a realizará, deverá ter capacidade de decidir se ficou

ou não adequada, o que se torna mais fácil se os critérios de qualidade forem

conhecidos.

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34

6 REFERÊNCIAS

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Física, Biologia e Proteção. 9º edição, 2010.

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WADA, Danilo Tadao; RODRIGUES, José Antonio Hiesinger; SANTOS, Marcel Koenigkam. Aspectos técnicos e roteiro de análise da radiografia de tórax. Medicina (Ribeirão Preto. Online), 2019.