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FACULDADE MARIA MILZA – FAMAM
TECNÓLOGO EM RADIOLOGIA
LUIS FERNANDO DE JESUS DOS SANTOS
PARÂMETROS DE CONTROLE E QUALIDADE DA IMAGEM RADIOGRÁFICA NO
RAIO X DE TÓRAX
GOVERNADOR MANGABEIRA – BA
2021
FACULDADE MARIA MILZA – FAMAM
PARÂMETROS DE CONTROLE E QUALIDADE DA IMAGEM RADIOGRÁFICA NO
RAIO X DE TÓRAX
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao
colegiado de Radiologia da Faculdade Maria
Milza, como requisito parcial para obtenção do
título de Tecnólogo em Radiologia.
ORIENTADORA: Profª. Adriene Silva Santos
GOVERNADOR MANGABEIRA – BA
2021
Ficha catalográfica elaborada pela Faculdade Maria Milza, com os dados fornecidos pelo(a) autor(a)
Bibliotecárias responsáveis pela estrutura de catalogação na publicação:
Marise Nascimento Flores Moreira - CRB-5/1289 / Priscila dos Santos Dias - CRB-5/1824
Santos, Luis Fernando de Jesus dos S237p
Parâmetros de controle e qualidade da imagem radiográfica no raio x de tórax / Luis Fernando de Jesus dos Santos. - Governador Mangabeira - BA , 2021.
37 f.
Orientadora: Adriene Silva dos Santos.
Trabalho de Conclusão de Curso (Tecnólogo em Radiologia) - Faculdade Maria Milza, 2021 .
1. Imagem - Controle e Qualidade. 2. Radiologia . 3. Tórax - Raio X. I. Santos,
Adriene Silva dos, II. Título.
CDD 616.0757
LUIS FERNANDO DE JESUS DOS SANTOS
PARÂMETROS DE CONTROLE E QUALIDADE DA IMAGEM RADIOGRÁFICA NO
RAIO X DE TÓRAX
Aprovado em __/__/__
BANCA DE APRESENTAÇÃO
____________________________________________
Orientador: Profª. Adriene Silva dos Santos
____________________________________________
Profª
____________________________________________
Profª.
____________________________________________
Profº.
GOVERNADOR MANGABEIRA – BA
2021
Dedico esse trabalho a minha mãe.
Que foi e sempre será a minha heroína.
Saudades eternas.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus pela vida e por ter permitido que eu chegasse
até onde me encontro hoje. Agradeço aos familiares e meu namorado Sergio Souza
Nunes Brito, por toda paciência, amor e por sempre me motivarem quando eu me
encontrava desmotivado. Agradeço aos professores da Faculdade – Maria Milza pelo
acolhimento e o ensino de qualidade ofertado por esta instituição.
Obrigado muito especial da professora Adriene Silva dos Santos pelo seu
constante apoio, orientações, sugestões e indicações ao longo do trabalho, por toda
paciência em transmitir os seus saberes e mesmo diante dos momentos desoportuno
acreditou em mim. A todos os professores que contribuíram ao longo desses anos
com o seu ensinamento. Aos amigos e colegas de turma pela sua amizade e por todo
o apoio.
RESUMO
Os parâmetros de qualidade na imagem radiográfica são fundamentais na realização
do exame radiológico, com a menor dose possível, sem comprometer a qualidade final
da imagem. O objetivo geral deste trabalho é identificar os fatores que determinam a
qualidade na imagem da radiografia de tórax por meio de uma revisão de bibliográfica,
empregando as principais bases de dados. Os objetivos específicos são, comparar a
qualidade de imagem da radiologia convencional e digital, diferenciar fatores que
compõem a imagem radiologia convencional e digital e evidenciar os fatores que
influenciam diretamente na qualidade de imagem. As plataformas utilizadas para a
pesquisa foram Pubmed, Scielo e google acadêmico os artigos selecionados foram
publicados entre os anos de 1999 a 2020, em português e inglês, e com acesso
gratuito, os dados foram analisados conforme a sua qualidade e relevância. Todavia
o sistema radiológico digital apresenta mais benefícios aos pacientes, profissionais e
o meio ambiente, quando comparado com a radiologia convencional e independente
das técnicas e parâmetros que componham um bom resultado na qualidade da
imagem radiográfica, é muito importante avaliar todas as características na realização
do exame no raio x de tórax, afim de obter uma imagem exemplar.
Palavras chaves: Controle de qualidade, parâmetros técnicos, raio x de tórax
ABSTRACT
The quality parameters in the radiographic image are fundamental in performing the
radiological examination, with the lowest possible dose, without compromising the final
image quality. The general objective of this work is to identify the factors that determine
the quality in the chest radiography image by means of a literature review, using the
main databases. The specific objectives are to compare the image quality of
conventional and digital radiology, to differentiate the factors that compose the
conventional and digital radiology image, and to highlight the factors that directly
influence the image quality. The platforms used for the research were Pubmed, Scielo
and academic google. The selected articles were published between 1999 and 2020,
in Portuguese and English, and with free access, the data were analyzed according to
their quality and relevance. However, the digital radiological system presents more
benefits to patients, professionals and the environment, when compared to
conventional radiology and independent of the techniques and parameters that
compose a good result in the quality of the radiographic image, it is very important to
evaluate all the characteristics in the chest x-ray exam, in order to obtain an exemplary
image.
Keywords: Quality control, technical parameters, chest x-ray
LISTA DE SIGLAS
PCQ – Programa de controle e qualidade
DOR – Distância objeto receptor
RDC – Resolução da Diretoria Colegiada
KV – Quilovoltagem
mA – Miliamperagem
ms – Tempo de exposição
PA – Postero-anterior
AP – Antero-posterior
CNEN – Comissão Nacional de Energia Nuclear
DFoFi – Distância foco-filme
RI – Receptor de imagem
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Paciente posicionando para uma radiografia PA de tórax padrão. ............ 15
Figura 2: Paciente posicionando para uma radiografia perfil de tórax. .................... 15
Figura 3: A imagem à esquerda mostra uma aquisição com inspiração correta,
destacando a identificação de 10 arcos costais posteriores. À direita temos uma
imagem pouco inspirada da mesma paciente, mostrando como há diferença do
volume e transparência pulmonar e da área cardíaca. ............................................. 16
Figura 4: Representação das camadas de um filme radiográfico. ............................ 19
Figura 5: Representação de uma escala de contraste em um filme radiográfico. .... 21
Figura 6: Exemplo da influência da escala de contrate na percepção de imagem. .. 22
Figura 7: Efeito da DOR. .......................................................................................... 23
Figura 8: A, projeção normal da omoplata. B, alongamento da omoplata. C,
encurtamento da omoplata. ....................................................................................... 24
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Artigos derivados da busca de dados ...................................................... 26
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 11
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................. 13
2.1 HISTÓRIA DA RADIOLOGIA ......................................................................... 13
2.2 POSICIONAMENTO NO RAIO X DE TÓRAX ................................................ 15
2.2.1 Importância da Inspiração .............................................................................................. 16
2.3 PROTEÇÃO RADIOLOGICA ......................................................................... 17
2.3.1 Proteção radiológica para raio x de tórax .................................................................. 18
2.4 FORMAÇÃO DA IMAGEM RADIOGRAFICA ................................................. 18
2.4.1 Radiografia convencional .............................................................................................. 19
2.4.2 Radiografia digital ............................................................................................................ 20
2.5 QUALIDADE DA IMAGEM ............................................................................. 21
2.5.1 Densidade óptica .............................................................................................................. 21
2.5.2 Detalhe ................................................................................................................................ 22
2.5.3 Contraste ............................................................................................................................ 23
2.5.4 Distorção ............................................................................................................................ 24
2.5.5 Qualidade da imagem convencional............................................................................ 25
2.5.6 Qualidade da imagem digital ......................................................................................... 25
3 METODOLOGIA ................................................................................................... 27
3.1 TIPO DE ESTUDO ......................................................................................... 27
3.2 COLETA DE DADOS ..................................................................................... 27
3.3 CRITÉRIOS DE ADMISSÃO E INADMISSÃO ............................................... 27
3.4 EXTRAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS ............................................................ 28
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................ 29
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 33
6 REFERÊNCIAS .................................................................................................... 34
11
1 INTRODUÇÃO
A radiação foi descoberta em 8 de novembro de 1895 por Wilhelm Conrad
Roentgen (1845-1923), que utilizando uma placa florescente, conseguiu visualizar a
sombra dos ossos de sua mão. A revelação desta placa comprovou seus estudos, e
dois meses depois da sua descoberta Roentgen, fez um comunicado e nomeou a
descoberta como raios X (LIMA, et al. 2009).
A radiologia tem sido usada por décadas e vem sendo um alicerce na área da
saúde. Os profissionais da saúde utilizam essas imagens, a fim de diagnosticar
patologias, e na atuação nos tratamentos de tumores, com doses de radiação
concentradas e especificas (SOARES, 2008).
Quando se produz imagens por interação da radiação com o paciente, é
fundamental que essa imagem apresente boa qualidade, para que não haja erros de
interpretação e reconhecimento das estruturas, para que o diagnóstico tenha precisão
e uma dose menor de radiação. Quando temos uma imagem sem qualidade, o exame
deve ser repetido e esse processo deve ser evitado, para que o paciente não seja
exposto a radiação novamente (JUNIOR, 2010).
A fim de obter imagens radiográficas de qualidade, reduzindo o custo e
diminuindo a quantidade de radiação ao paciente, profissional da área e ao meio
ambiente, é importante que seja implementado um programa de controle de qualidade
(PCQ) e de proteção radiológica, oferecendo uma transparência quando falamos de
segurança e eficácia dos exames (MACEDO; RODRIGUES, 2009).
A radiografia de tórax, representa o método de avaliação por imagem mais antigo
e barato, sendo o primeiro exame a ser solicitado no processo de avaliação de
doenças torácicas (WADA, et al. 2019).
Para que a imagem radiológica seja formada, deve ocorrer um princípio físico,
uma interação dos elétrons em movimento aos átomos do meio material, a maior
porção de raios-x produzidos por esse processo são chamados, radiação de
freamento, ou bremsstrahlung. Um receptor de imagem é utilizado para que esses
raios-x sejam absorvidos, transformando em uma imagem visível. As características
do aparelho e variáveis envolvidas são grandezas físicas ajustáveis que são
preferidos pelo técnico ou tecnólogo radiologista, como o Kv, o MAs, esses ajustes
têm um domínio na qualidade da imagem (JUNIOR, 2010).
12
Desta forma é fundamental os conhecimentos necessários do técnico ou
tecnólogo em radiologia na realização do exame, para que tenha bons resultados e
seja utilizado doses pequenas de radiação.
O presente trabalho tem como objetivo geral: Identificar os fatores que
determinam a qualidade na imagem da radiografia de tórax. E tem como objetivos
específicos: comparar a qualidade de imagem da radiologia digital da convencional;
avaliação do biótipo do paciente e idade; evidenciar os fatores que influenciam
diretamente na qualidade de imagem.
13
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 HISTÓRIA DA RADIOLOGIA
Em 8 de novembro de 1895, Wilhelm Conrad Roentgen, no laboratório da
Universidade de Wurzburgo, Alemanha, tentando observar um fenômeno descrito pelo
físico Philipp Lenard, com o tudo de Crooks. E observou que os raios catódicos que
saiam do tubo, sensibilizava materiais fluorescentes, que estavam dispostos sobre a
mesa ao lado do tudo. E com as observações Roentgen concluiu que se trava de um
raio novo, invisível e desconhecido por todos (LIMA, et al. 2009).
Para testar essa conjuntura, Roentgen colocou vários objetos entre o tubo e a
tela. Todos, praticamente, não alteravam a luminescência da tela, exceto chumbo e
platina, que a barravam totalmente. Ao segurar estes materiais entre o tubo e a tela
para testar os raios novos, viu os ossos de sua mão indicada claramente em um
esboço das partes moles. A seguir substituiu a tela fluorescente por uma chapa
fotográfica e conseguiu produzir uma imagem usando tubo de descarga como se fosse
uma fonte luminosa. Assim, estava convencido de que havia descoberto uma nova
fonte de luz que os olhos eram incapazes de detectar e que não tinha sido observada
ou registrada até então (FRANCISCO, et al. 2005).
Com a revelação de uma placa fotográfica, produziu um tipo de registro
permanente, capaz de comprovar seus estudos. E foi utilizando esta técnica que, em
22/12/1895, produziu uma das mais famosas fotografias que caracterizam bem aquela
descoberta: a imagem dos ossos da mão de sua mulher, Anna Bertha Roentgen
(1839-1919), com seu anel de casamento, que é considerada a primeira radiografia
da história (LIMA, et al. 2009).
Roentgen fez apenas duas apresentações sobre a sua descoberta. A primeira
em 12 de janeiro de 1896, na corte imperial de Berlim, para o imperador alemão
Guilherme II e, a segunda (única conferência científica), na sociedade Físico-Médica
de Wurzburg, em 23 de janeiro de 1896. Nessa conferência, fez a radiografia da mão
do anatomista Albert von Koelliker (BIASOLI, 2006).
Por esse trabalho, Roentgen recebeu o 1º Prêmio Nobel de Física, em 1901. No
entanto, enfrentou a desconfiança de cientistas. Muitos pesquisadores famosos como
Herbert Jackson (1863-1936), Johann Hittorf (1824-1914), Eugen Goldstein (1850-
1930), Willian Crookes (1832-1919) e, particularmente, Philipp Lenard, teriam
14
detectado fenômenos de fluorescência próximos a tubos de descarga. Contudo,
interpretaram erroneamente aquele fato, ou não se detiveram na análise do fenômeno.
Ao contrário, Roentgen dedicou-se intensamente ao estudo do mesmo (LIMA, et al.
2009).
Toda matéria é constituída por átomos. Tudo a nossa volta, inclusive nós
mesmos, tudo é constituído de combinações de átomos. Esteja em estado líquido
sólido ou gasoso, sejam objetos inanimados ou seres vivos, tudo é constituído por
átomos. O átomo é definido como a estrutura elementar da matéria e pode ser
representado como um núcleo circundado por elétrons (JUNIOR, 2010).
O átomo é formado por um núcleo muitíssimo pequeno, que são formados por
prótons, que têm carga positiva, e os nêutrons, com massa praticamente igual à do
próton, porém sem carga, fica localizado na região central e pela eletrosfera, região
ao redor do núcleo onde são encontrados os elétrons. O elétron tem carga elétrica
negativa e é cerca de 1840 vezes mais leve que os prótons e nêutrons. Por isso, quase
toda a massa do átomo está localizada no núcleo. O número de massa de um átomo,
pode ser considerado como a soma do número de prótons e nêutrons presentes no
seu núcleo (SOARES, 2008).
A melhor forma de entender o átomo é representada pelo modelo de Borh. Onde
o átomo contém um núcleo pequeno e muito denso, que é positivamente carregado,
cercado por elétrons carregados negativamente que giram em órbitas fixas, bem
definidas, sobre o núcleo. No átomo normal, o número de elétrons é igual ao número
de prótons, quando a números diferentes de elétrons e prótons no átomo, ele está
ionizado (BUSHONG, 2010).
A produção de raios X é um fenômeno elétrico, pois é uma interação entre
elétrons em movimento, que são lançados contra um meio material, perdendo e
transferindo energia. Quando o elétron com grande energia é arremessado na direção
do átomo e passar próximo ao núcleo ele sofrera atração eletrostática devido as
cargas positivas nucleares, fazendo com que esse elétron mude a sua trajetória,
gerando um fóton de raios X que é chamada de radiação de freamento ou
Bremsstrahlung, que é a maior parte de raios X produzidos em uma exposição
(JUNIOR, 2010).
15
2.2 POSICIONAMENTO NO RAIO X DE TÓRAX
Na radiografia de tórax é necessário o técnico ou tecnólogo ter conhecimentos
básicos de certos fatores que possam acometer a radiografia e reconhecer quando o
aspecto não decorre de uma patologia e sim de descuido na realização do exame,
resultando em uma imagem com alguma característica ruim. Outros fatores podem
interferi na realização do exame, como o mal posicionamento, a radiografia de tórax
deve conter todas as estruturas anatômicas torácicas possíveis e não cortar da
imagem as cúpulas diafragmáticas ou os ápices pulmonares. Alguns parâmetros
técnicos podem mudar o resultado esperado da imagem, mas deve ser observado se
o paciente está no posicionamento correto (LACEY, et al. 2011).
O protocolo padrão que deve ser considerado para uma realização de radiografia
de tórax é com o paciente em posição ortostática, com os pés poucos afastados e
peso igualmente em ambos os pés, o queixo elevado, apoiado sobre o receptor de
imagem. As mãos devem ser apoiadas na região inferior do quadril deixando os
cotovelos flexionados, as regiões palmares para fora, cotovelos parcialmente
flexionados e em inspiração profunda. A ampola deve ficar a 180 cm do receptor de
imagem (LEPORE, 2012). Como a radiografia é uma imagem bidimensional é
importante localizar e caracterizar as alterações, uma incidência em póstero-anterior
(PA) é o padrão, sendo a mais indicada pois, nessa posição a parte anterior do tórax
fica mais próximo do receptor de imagem, ajudando no diagnóstico e eliminando o
efeito de magnificação do coração e das estruturas (WADA, et al. 2019).
A radiografia de tórax em PA é uma técnica padrão, permitindo uma avaliação
acurada entre as radiografias PA repetidas, utilizadas as vezes unicamente para o
diagnóstico de alguma patologia (BONTRAGER, et al. 2015). FONSECA, 2017. Indica
que a incidência em perfil também é muito pedida pelo já que auxilia as demais
incidências, possibilitando uma visão dimensional melhor das estruturas, retirando a
limitação da sobreposição das estruturas, que a incidência em PA ou AP possui.
16
Figura 1: Paciente posicionando para
uma radiografia PA de tórax padrão.
Figura 2: Paciente posicionando para
uma radiografia perfil de tórax.
Basicamente a diferença que identificamos na incidência AP (antero-posterior) e
PA (póstero-anterior) é a distância das estruturas anatômicas no filme radiográfico.
Na incidência AP o feixe de raio x entra anteriormente, fazendo com que o coração
fique distante do filme, aumento seu tamanho naturalmente, causando o efeito de
magnificação, já na incidência PA o feixe de raio x entra posteriormente deixando a
porção anterior do tórax próximo do filme radiológico (FONSECA, 2017).
2.2.1 Importância da Inspiração
Na realização do exame de raio x de tórax, é solicitado ao paciente uma apneia
inspiratória, onde toda a cavidade pulmonar fica preenchida por ar, ficando assim por
alguns segundos. Quando o exame for realizado na inspiração certa, podemos
identificamos de 9 a 11 arcos costais sobre a cavidade pulmonar WADA, et al., 2019.
A importância do conhecimento referente a inspiração profunda na radiografia de tórax
é fundamental, já que qualquer movimento proveniente da respiração pode
comprometer a qualidade final do exame, resultando em uma imagem com a área
cardíaca, pulmões e demais partes moles com dimensões diferentes (BONTRAGER,
et al., 2015).
Fonte: (LACEY, et al. 2011). Fonte: (LACEY, et al. 2011).
17
Figura 3: A imagem à esquerda mostra uma aquisição com inspiração correta,
destacando a identificação de 10 arcos costais posteriores. À direita temos uma
imagem pouco inspirada da mesma paciente, mostrando como há diferença do
volume e transparência pulmonar e da área cardíaca.
2.3 PROTEÇÃO RADIOLOGICA
Após a descoberta da radiação X por Roentgen, em 1895, ao mesmo tempo em
que as radiografias eram executadas, várias doenças na pele começaram a aparecer
nos trabalhadores, como, úlceras, abscessos e graves queimaduras que não
cicatrizavam, levando a amputações ou mesmo a morte (MARQUES. 2018).
Com esses resultados e preocupações com os profissionais envolvidos e os
pacientes, foram-se criando órgãos reguladores, que apresentava relatórios
regulamente ao longo dos anos, sobre as doses adequadas contra as radiações
ionizantes para o profissional e o paciente (CZUBA; RAMOS. 2011).
No Brasil, as normas foram estabelecidas efetivamente com a publicação da
Resolução – RDC nº 330, de 20 de dezembro de 2019, da Secretaria de Vigilância
Sanitária do Ministério da Saúde, onde ressalta a utilização da radiação desde que ela
resulte em benefício para a saúde do indivíduo e/ou da sociedade. A Comissão
Nacional de Energia Nuclear (CNEN) estabeleceu medidas contra os possíveis efeitos
que podem ser causados pela radiação ionizante, sendo elas fundamentadas em três
princípios básicos de proteção radiológica:
Fonte: WADA, et al., 2019.
18
• Justificação – qualquer exposição médica à radiação deve ser justificada e só
será aceita caso resulte em benefícios para a sociedade ou para o indivíduo;
• Limitação de dose – a exposição à radiação deve ser restringida seguindo as
normas nacionais da CNEN, não excedendo a dose permitida e ao local de
interesse;
• Otimização – a dose no paciente deve ser a menor possível, sem implicar a
perda de qualidade de imagem (BRASIL, 2019).
2.3.1 Proteção radiológica para raio x de tórax
O exame mais solicitado dentro do serviço de radiologia até os tempos de hoje,
é a radiografia de tórax frontal PA (póstero-anterior) e perfil, capaz de fornecer
informações anatômicas e fisiológicas de qualidade e com baixo custo e facilidade de
realização (LAUAND, et al. 2018).
O posicionamento correto na realização do exame de raio x de tórax, utilização
de dispositivos individuais de proteção radiológica e seleção adequadas de
parâmetros técnicos, junto de boa conduta e comunicação com o paciente, minimiza
o tempo de exposição e faz com que o exame não precise ser repetido e tenha que
expor o paciente a radiação novamente (CZUBA; RAMOS. 2011).
A colimação acurada é muito importante no processo de realização da imagem
radiográfica, restringir o feixe de raios x a área através da colimação ajuda na redução
de radiação para o paciente. Além da colimação adequada, o paciente deve utilizar o
protetor de chumbo, protegendo as cristas ilíacas da radiação (BONTRAGER, et al.,
2015).
2.4 FORMAÇÃO DA IMAGEM RADIOGRAFICA
Os raios X são produzidos no interior da ampola com vácuo, que transforma
energia dos elétrons em fótons. Essa ampola é um circuito elétrico que possui um
catodo e um anodo. O filamento que fica no catodo é excitado e os elétrons são
disparados ao anodo, resultando na produção de raios x. A quantidade de raios x e o
poder de penetração são totalmente controláveis, ajustando-se a kilovoltagem (KV),
que influencia na diferença de potencial, pois, quanto maior o KV maior incidência e
19
penetrabilidade dos elétrons. E miliamperagem (mA) onde representa a quantidade
de elétrons que pode atingir o anodo (SOARES, 2008).
Antes de cada exame os fatores ideais do KV, o do mA, deve ser completamente
correlacionado, sendo que poucas mudanças são possíveis. Uma pontuação que
pode ser feita para todas as exposições radiográficas é que o tempo de exposição
deve ser o menor possível. Utilizar curtos tempos de exposição causam a redução do
artefato de movimento (BUSHONG, 2010).
2.4.1 Radiografia convencional
A formação da imagem radiográfica por meio convencional segue vários
procedimentos e caso algum desses procedimentos não seja realizado da forma
correta, pode gerar borrões na imagem radiográfica. Quando os raios x saem da
ampola atravessa o paciente e atinge a película radiográfica, os haletos de prata da
imagem radiográfica se sensibilizam e modificam, formando uma imagem latente
(MACHADO, 2011).
Logo depois da interação dos raios x com o filme radiográfico, o filme precisa ser
submetido a revelação química, onde tornara a imagem visível e as etapas para a
revelação são:
• Revelação
• Fixação
• Lavagem com água para remover o excesso de químicos
• Secagem (ALBUQUERQUE, et al., 2016).
A película radiográfica é constituída por uma emulsão fotossensível que está
presente dois lados da película que é de poliéster, chamada de base. A emulsão é
constituída por uma camada de cristais de haleto de prata e por cima desses cristais
a um revestimento de gelatina para proteger a película radiográfica na sua
manipulação (SANTOS, 2008).
Figura 4: Representação das camadas de um filme radiográfico.
20
Os filmes radiográficos devem ser armazenados de forma correta, protegidos da
umidade, luz e na posição vertical, evitando o choque mecânico, devido a sua
sensibilidade (VAL, 2006).
2.4.2 Radiografia digital
VAL (2006) considera a radiografia como produto final de um exame radiológico
e que precisa preencher os requisitos de qualidade para cumprir o seu objetivo que é
esclarecer o diagnóstico.
Na radiografia digital não é utilizado o filme radiográfico para visualização da
imagem, o processo é totalmente digital, podendo o radiologista visualizar a imagem
instante depois da realização do exame, reduzindo bastante o tempo de espera na
obtenção do diagnóstico, visto que, o médico pode ter acesso a imagem
imediatamente, pois já que são imagens digitais, elas podem ser enviadas e
visualizadas por meios de sistemas (SANTANA, 2020).
Os raios x são absorvidos por uma placa digital, que é sensível à radiação. O
computador interpreta as informações e revela logo em seguida a imagem. Podendo
ser enviada para o Sistema de Arquivamento e Comunicação de Imagens (Picture
Archiving and Communication System – PACS). Podendo ser transmitida as áreas de
trabalho no hospital, eliminando o transporte da imagem e progresso do diagnóstico
(BUSHONG, 2010).
Fonte: JUNIOR, 2010.
21
2.5 QUALIDADE DA IMAGEM
São muitos os fatores que estão ligados a qualidade da imagem radiográfica,
fatores físicos e operacionais, onde exigem do profissional o conhecimento técnico
especifico do aparelho, afim de apresentar um diagnóstico preciso. Tendo em vista
que a radiação pode causar efeitos nocivos para todos os envolvidos no
procedimento, com o passar dos anos a preocupação, em reduzir as doses de
radiação entre os envolvidos na realização do exame foi crescente, buscando uma
boa qualidade de imagem com dose reduzida (ALBUQUERQUE, et al., 2016).
Cada imagem radiográfica tem valores a serem selecionados especificamente
no painel de controle do equipamento de radiografia. Esses valores são determinados
por variáveis como patologia presente, espessura da parte anatômica, densidade e
depende também da tecnologia empregada na aquisição da imagem. Os fatores de
exposição são:
• Quilovoltagem (KV) – que influência no poder de penetração do feixe de raio x.
• Miliamperagem (mA) – que controla a quantidade de raios x produzidos pelo
aparelho.
• Tempo de exposição (ms) – controlando a duração da exposição, expressa em
milissegundos (BUSONG, 2010).
Buscando atender as necessidades, aparelhos com novos recursos,
informatizado e proporcionando uma melhor qualidade da imagem radiográfica, foram
aparecendo os aparelhos de radiografia digital, que trouxe vantagens sobre a
radiologia convencional, como, a não utilização de filmes radiográficos, economia de
tempo, boa resolução, não necessita processamentos químicos. (BUSHONG, 2010).
Entretanto a radiografia convencional e digital, ambas requerem os mesmos fatores
básicos, para obter uma imagem de qualidade, que são densidade óptica, detalhe,
contraste e distorção, descrevendo assim, todas as funções anatômicas e fisiológicas
(ALBUQUERQUE, et al., 2016).
2.5.1 Densidade óptica
A densidade radiográfica ou densidade óptica, é o grau de enegrecimento da
imagem, e isso pode resultar em imagens muito escura ou muito clara, a quantidade
22
de radiação que chega ao receptor determinar essa superexposição ou subexposição
da imagem, ou seja, os parâmetros corretos do mA mas ms, interferem no grau de
enegrecimento da imagem, deixando mais escura (SOARES, 2008).
Quanto maior for o tempo de exposição do filme, mais escuro ou denso ele se
tornara depois do processo de revelação, pois o revelador excessivo e alta
temperatura, afetam diretamente no grau de enegrecimento da imagem.
(GUIMARÃES, et al., 2011).
Vários outros fatores podem afetar diretamente a qualidade da imagem, e
influenciar nos erros de densidade, como: quilovoltagem, distância foco-filme, tipo de
filme e o processamento radiográfico também afetam a densidade de uma imagem
(FERREIRA; SANTOS, 2015).
Figura 5: Representação de uma escala de contraste em um filme radiográfico.
2.5.2 Detalhe
O detalhe determina a nitidez de estruturas no exame. Uma radiografia mais
nítida, exibi com mais clareza as linhas finas e bordas dos tecidos. Quando uma
imagem radiográfica não apresenta detalhes, pode ficar com um aspecto borrado e
Fonte: JUNIOR, 2010.
23
pode esconder lesões que podem ter ocorrido ou outros problemas (RADCARE,
2019).
Algumas estruturas são bem finas e pequenas, tornando sua leitura na imagem
radiográfica quase que impossível, se a imagem não possuir um nível alto de detalhe.
Por isso que a radiografia deve ter um alto nível de contraste, o contorno deve ser
bem definido, deixando bem nítido as estruturas que é controlada pelos fatores da
distância foco-filme (DFoFi) e distância objeto receptor (DOR) (VAL, 2006).
2.5.3 Contraste
O contraste é controlado pela kilovoltagem (KV) e responsável por tornar visível
os detalhes anatômicos. Quando KV é alterado o contraste da imagem é afetado,
sendo a densidade óptica a diferença neste fator. As radiografias com contraste alto,
resultam em poucas escalas de cinza, exibindo em poucos trechos somente tons de
cinza escuro e branco. As radiografias com contraste baixo, exibem uma grande
escala de tons de cinza, deixando as imagens com uma baixa resolução (BUSHONG,
2010).
Figura 6: Exemplo da influência da escala de contrate na percepção de imagem.
O contraste bem definido, nos dá uma imagem radiográfica com um maior
detalhamento anatômico. Podendo esse contraste ser decidido de longa escala,
revelando mais tons de cinzas na imagem ou de curta escala, obtendo pouca
densidade (BONTRAGER, et al., 2015). RODRIGUES, 2011. Para obter radiografias
Fonte: JUNIOR, 2010.
24
do tórax com qualidade é recomendado atingir o contraste e com longa escala de
cinzas afim de evidenciar as marcas finas dos pulmões.
2.5.4 Distorção
Uma imagem radiográfica não reproduz com exatidão o tamanho correto da área
radiografada, mesmo com a técnica e parâmetros corretos, é impossível de produzir
pois, a distorção existe com o resultado distância objeto receptor (DOR), portanto, a
distorção, seja de formato ou de tamanho, é uma representação errada do objeto
verdadeiro. Já que quanto mais perto o objeto estiver no receptor de imagem (RI), sua
distorção será mínima e proporcionara uma melhor resolução (BONTRAGER, et al.,
2015).
Figura 7: Efeito da DOR.
Caso não seja alinhando corretamente o tudo de raio x, pode gerar alongamento
na imagem radiográfica, mostrando a área de interesse maior que o normal. Já o
alinhamento inadequado da área anatômica, resulta no encurtamento da área de
interesse, mostrando ser menor que o normal (BUSHONG, 2010).
Fonte: BONTRAGER, et al., 2015
25
Figura 8: A, projeção normal da omoplata. B, alongamento da omoplata. C,
encurtamento da omoplata.
2.5.5 Qualidade da imagem convencional
Uma radiografia convencional ela é obtida quando passa por um processo
químico e requer um longo tempo para que o exame esteja pronto. Depois que a
radiografia está pronta as informações obtidas não podem ser alteradas. Além disso,
algumas limitações como, catalogação, armazenamento e transporte, podem
prejudicar a imagem radiográfica (BUSHONG, 2010).
Ainda muito utilizada, a radiografia convencional está sendo substituída pela
radiologia digital devido o tempo de processamento, qualidade da imagem e não
utilização dos filmes e agentes químicos, ainda tendo como uma grande vantagem a
eliminação de filme para revelação da imagem (ALBUQUERQUE, et al., 2016).
2.5.6 Qualidade da imagem digital
Com o avanço tecnológico, a radiografia digital hoje é uma realidade, até mesmo
nas pequenas salas de exames. Por ser gerada no formato digital e ser visualizada
quase que imediato no monitor do computador, elimina o uso de filme do
processamento e extingui o gasto com soluções químicas. (BIASOLI, 2006).
Fonte: BUSHONG, 2010
26
A capacidade de ajustar alguns parâmetros depois que a radiografia é realizada,
mostra a evolução. O realce da densidade e do contraste podem ser facilmente
manipulados, essa manipulação pode transformar um registro radiográfico ruim, em
uma imagem com contrastes e densidade ideais, mas somente pode realizar
pequenas melhorias no resultado final (TAVANO, et al., 1999).
27
3 METODOLOGIA
3.1 TIPO DE ESTUDO
Esta pesquisa teve a finalidade de apresentar e identificar os parâmetros de
controle e qualidade da imagem radiográfica no raio x de tórax. Caracteriza-se uma
revisão de literatura com abordagem qualitativa e o objeto de pesquisa deste estudo
será descritiva.
Nos aspectos metodológicos, essa pesquisa se configura como uma pesquisa
de abordagem qualitativa. A partir daí, as informações obtidas foram analisadas,
propondo uma discussão entre os autores acerca dos parâmetros de controle e
qualidade da imagem radiográfica no raio x de tórax. A análise qualitativa advém de
vários fatores, como por exemplo: a natureza dos dados coletados; o instrumento de
pesquisa, pressupostos teóricos. Diante disso, é entendida como um conjunto de
processos e atividades que irão reduzir, categorizar, interpretar e formular o relatório
dos dados (GIL, 2002).
3.2 COLETA DE DADOS
As fontes que foram referenciadas na referida pesquisa pertencem a natureza
secundária. Essas fontes estão armazenadas nos portais eletrônicos: Pubmed, Scielo
(Scientific Eletronic Library online), e Google acadêmico. Para isso, utilizaram-se
descritores: controle de qualidade, (quality control), qualidade de imagem radiológica
(radiographic image quality), parâmetros técnicos (technical parameters), raio x de
tórax (chest x-ray) e imagem radiológica (radiographic image).
3.3 CRITÉRIOS DE ADMISSÃO E INADMISSÃO
Na seleção de artigos os períodos utilizados foram de 1999 a 2020. Os critérios
de inclusão: artigos em língua portuguesa e inglesa, dissertações e teses. Nos
critérios de exclusão: artigos antigos, editoriais e que não apresente uma ligação com
a abordagem requerida.
28
3.4 EXTRAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS
Os dados foram analisados conforme a sua qualidade e relevância. A extração
dos dados incluiu o título do trabalho, autor (es), dados periódicos e considerações e
temáticas dos artigos. Após a inclusão dos estudos, as variáveis foram extraídas para
construção do quadro sinóptico apresentado nos resultados deste trabalho.
29
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Tabela 1: Artigos derivados da busca de dados
TÍTULO AUTOR ANO CONSIDERAÇÕES / TEMÁTICA
Raios-X:
fascinação, medo
e ciência.
LIMA,
Rodrigo da
Silva;
AFONSO,
Júlio Carlos;
PIMENTEL,
Luiz Cláudio
Ferreira.
2009
A descoberta dos raios-x representou um
dos grandes feitos da inteligência humana
no final do século XIX, tendo uma
repercussão imediata em todo o mundo.
Em paralelo aos esforços de interpretação
da radiação x, muitas especulações foram
feitas, vindo a causar um grande interesse
e fascínio nos cientistas e nos cidadãos
comuns. Embora a reação em geral tenha
sido de deslumbramento com aquela nova
radiação, outras posturas foram
observadas, mostrando uma relação de
repulsa ou de medo/insegurança
pessoais.
Garantia de
qualidade em
radiologia
diagnóstica.
FURQUIM,
Tânia AC;
COSTA,
Paulo R.
2009
Investigou algumas questões associadas
a um programa de garantia de qualidade
dedicada a tecnologias. A evolução
tecnológica, cresceu muito e os programas
de controle e qualidade passam por
constantes revisões. Buscando sempre
implementar o principal objetivo que é
qualidade da imagem radiográfica com a
menor dose possível a todos que estão
envolvidos no processo.
Estudo
comparativo entre
sistemas
Radiográficos
convencionais e
digitais:
Revisão de
literatura
Álvaro
Santana de
Albuquerque,
et al.
2016
Este trabalho visa resgatar da literatura as
principais diferenças que existem entre os
sistemas de radiologia convencional e
digital, afim de determinar o sistema mais
eficiente, trazendo em conta suas
respectivas vantagens e limitações no
tocante as doses inerentes e a qualidade
da imagem radiográfica.
Controle de
qualidade em
radiografias
KREICH et
al. 2005
A qualidade da imagem e a dose de
radiação em um exame radiográfico estão
30
periapicais
obtidas no curso
de odontologia da
UEPG
intimamente relacionadas com as
características técnicas e as condições
operacionais do aparelho de raios X, da
revelação dos filmes, da combinação tela-
filme, da técnica radiográfica, do operador
e das condições físicas do paciente, como
presença de drenos ou acamado.
Contribuição da
interpretação da
radiografia
simples de tórax
na sala de
emergência.
LAUAND,
Lygia de
Souza Lima;
JUNIOR,
Edson Braga
de Souza;
ANDRADE,
Benedito
Juarez;
SPROVIERI,
Sandra
Regina
Schwarzwald
er.
2018
As radiografias de tórax foram uma das
primeiras utilizações clínicas desta técnica
e continua, ainda hoje, a ser um dos
exames mais solicitados. O método é
capaz de fornecer grande quantidade de
informações anatômicas e fisiológicas,
porém sua interpretação objetiva muitas
vezes é difícil. Porque a qualidade técnica
do exame, é influenciada por mudanças
das variações na intensidade e no tempo
de exposição aos raios x e de mudanças
no posicionamento paciente.
O Básico Que
Todo Generalista
Deve Saber
Sobre Radiologia
Parte 4 -
Radiologia
Fisiológica de
Tórax.
Marcelo
Augusto
Fonseca
2017
Este trabalho mostra a importância de
iniciarmos a avaliação radiológica da
cavidade torácica e de precisarmos ter
noção básica de anatomia e de estruturas
pertencentes a ela.
Estudo
dosimétrico de
radiografias de
tórax com o
emprego de
técnicas de alta
quilovoltagem.
KOTSUBO,
Martha Tidori
Kiota;
MARCHIORI,
Edson;
AZEVEDO,
Ana Cecília
Pedrosa de.
2003
O exame radiológico padrão de tórax varia
em diferentes serviços, mas deve
consistir, no mínimo, de duas incidências
básicas, PA e perfil. As radiografias de
tórax são geralmente obtidas a uma
distância de 180 cm entre o filme e o tubo,
para minimizar a distorção e a ampliação,
sendo feitas em inspiração profunda.
Aspectos técnicos
e roteiro de
análise da
WADA,
Danilo
Tadao;
2019
O exame de radiografia na avaliação do
tórax representa o método de imagem
mais antigo, mais barato. Sendo o exame
31
radiografia de
tórax.
RODRIGUE
S, José
Antonio
Hiesinger;
SANTOS,
Marcel
Koenigkam
na maioria das situações, o primeiro
exame radiológico a ser solicitado para
avaliação das doenças torácicas. O exame
de RX de tórax deve ser realizado, sempre
que possível, com as incidências em
posteroanterior (PA) e em perfil. Há outras
incidências que são realizadas de maneira
complementar ou em situações
específicas.
Para Albuquerque, et al., (2016) a qualidade da imagem radiográfica está
associada a fatores físicos e operacionais, exigindo do técnico conhecimento
especifico do aparelho. Afim de apresentar uma imagem de qualidade com uma
redução da dose de radiação entre os envolvidos na realização do exame.
Os valores a serem selecionados no painel de controle do equipamento de
radiografia, varia conforme a patologia, espessura anatômica, densidade e da técnica
empregada na aquisição da imagem. As variáveis são quilovoltagem (KV);
miliamoeragem (mA) e tempo de exposição (ms) (BUSHONG, 2010).
No sistema convencional a qualidade da imagem radiográfica depende dos
parâmetros que o operador definira no momento da realização do exame,
apresentando boa densidade ótica, nitidez e detalhes, destacando bem as estruturas
anatômicas de disposição. O processo de revelação segue algumas etapas, que são
fundamentais, como: revelação, fixação, lavagem, secagem. Todas técnicas
empregadas na realização do exame, são muito importantes, pois não poderá fazer
reajuste depois do procedimento (KOTSUBO, et al., 2003).
Para KREICH et al., (2005) a qualidade da imagem radiográfica na radiologia
digital, é melhor do que na convencional e quando associada a fatores físicos e
operacionais, á diminuição na dose de radiação, eliminação do processo químico,
possibilidade de alteração da imagem após a realização do exame, como, ampliação
da imagem e comunicação entre profissionais. Gerando uma imagem com níveis
seguros de operação a todos envolvidos no procedimento.
Quando comparado a radiografia digital com a radiografia convencional,
observa-se que a imagem digital elimina o processamento químico, onde é utilizado
líquidos poluentes, para revelação da imagem radiográfica a também ganho de
espaço em relação ao armazenamento das imagens, já que não precisa revelar as
32
imagens para visualização dos exames, são todas armazenadas e observadas no
painel do computador. Há também uma melhora a respeito da comunicação entre os
profissionais, visto que os arquivos podem ser compartilhados entre sistemas. As
imagens podem ser manipuladas mesmo após ter sido feito o exame, ajustando o
brilho e contraste e a redução da dose de raios x (ALBUQUERQUE, et al., 2016).
Para WADA et, al., (2019) na radiografia de tórax avaliar o grau de expansão dos
pulmões é fundamental para qualidade da imagem radiográfica, preenchendo os
campos pulmonares adequadamente, mantendo os pulmões cheios de ar. Faz com
que sejam visualizados de 9 a 11 arcos costais. LAUAND, et al. (2018) complementa
afirmando que variações na potência e no tempo de exposição aos raios x, são
fundamentais também no resultado final da imagem, considerando também as
mudanças no posicionamento do paciente, podendo revelar falsos resultados e são
três parâmetros técnicos a serem pensados: se a dose de radiação utilizada foi
adequada de acordo com os parâmetros; se o paciente manteve o pulmão preenchido
por ar; se o paciente foi bem posicionado e centralizado corretamente. Avaliar bem
essas medidas, garante uma boa qualidade da imagem radiográfica de tórax.
Considerando os protocolos padrão na aquisição do raio x de tórax, o paciente
deve ficar na posição ortostática, com os pés poucos afastados e peso igualmente em
ambos os pés, o queixo elevado, apoiado sobre o receptor de imagem. As mãos
devem ser apoiadas na região inferior do quadril deixando os cotovelos flexionados,
as regiões palmares para fora, cotovelos parcialmente flexionados e em inspiração
profunda e a ampola deve ficar a 180 cm do receptor de imagem (LEPORE, 2012).
Fonseca, (2017) destaca ainda que devemos identificar e seguir atento ao
alinhamento e posicionamento das escápulas a distância e alinhamento das
clavículas, contemplando toda base torácica possível. E tomar muito cuidado com
objetos e estruturas que possam prejudicar a imagem, como, cabelo, colares, sutiã e
manter sempre uma boa inspiração, pois é um dos fatores muito importante para
qualidade da imagem radiográfica do tórax.
33
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
É imprescindível que a imagem radiológica, apresente requisitos mínimos de
densidade, detalhe, contraste e distorção, tornando aceitável diante dos padrões de
qualidade determinados. Percebe-se que, a radiologia digital traz diversos benefícios
aos profissionais das técnicas radiológicas e aos pacientes, diminuído
consideravelmente a dose radiação e também reduzindo o tempo de espera no
diagnóstico do paciente.
Proporcionando uma rotina de trabalho mais eficiente aos técnicos. Dentre
outros benefícios, encontra-se a facilidade de acesso às informações de qualquer
local do hospital ou fora dele através das redes de computadores. Ainda assim elimina
os insumos químicos de processamento da imagem por filme, tóxicos à saúde e ao
meio ambiente. Visto isto, o sistema Radiográfico Digital se mostra mais eficiente e
viável que os sistemas radiográficos e convencional.
Foi observado que fatores como, inspiração adequada, posicionamento correto
e distância foco filme é determinante na qualidade final da imagem radiográfica. Sendo
essenciais no raio x de tórax. Contudo uma boa radiografia depende, basicamente, do
bom treinamento do técnico que a realizará, deverá ter capacidade de decidir se ficou
ou não adequada, o que se torna mais fácil se os critérios de qualidade forem
conhecidos.
34
6 REFERÊNCIAS
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Física, Biologia e Proteção. 9º edição, 2010.
BRASIL. CONTER. Conselho Nacional de Técnicos em Radiologia. Resolução Anvisa - RDC nº 330/2019. Disponível em: <http://conter.gov.br/site/portarias>. Acesso em: 22 nov. 2020. CZUBA, Brunna; RAMOS, Pedro. Projecto de Investigação Proteção radiológica num exame radiográfico ao tórax. Licenciatura em Radiologia. Universidade Atlântica. Pará, Barcarena. 2011. FERREIRA, Luciana Palmieri Fares; SANTOS, Cristiane Escudeiro. A qualidade da radiografia e erros mais comuns na auditoria radiográfica. Brazilian Journal of Forensic Sciences, Medical Law and Bioethics, 2015. FONSECA, Marcelo Augusto. O Basico Que Todo Generalista Deve Saber Sobre Radiologia Parte 4 - Radiologia Fisiológica de Tórax. Radiologia com Didática, 2017 FRANCISCO, Fabiano Celli et al. Radiologia: 110 anos de história. Rev Imagem. 2005. FURQUIM, Tânia AC; COSTA, Paulo R. Garantia de qualidade em radiologia diagnóstica. São Paulo: Revista Brasileira De Física Médica, 2009. GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2002. JUNIOR, João Gilberto Tilly. Física radiológica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan Ltda: 2010. GUIMARÃES, Carolina dos Santos. et al. Qualidade de imagens radiográficas processadas em consultórios odontológicos e em laboratório. Revista Odontológica do Brasil Central, 2011.
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KOTSUBO, Martha Tidori Kiota; MARCHIORI, Edson; AZEVEDO, Ana Cecília Pedrosa de. Estudo dosimétrico de radiografias de tórax com o emprego de técnicas de alta quilovoltagem. Radiologia Brasileira, 2003. KREICH, E. M. et al. Imagem digital na odontologia. Revista Publicatio UEPG Ciências Biológicas e da Saúde, 2005. LACEY, Gerald; BERMAN, Laurence; MORLEY, Simon. Radiografia Do Tórax Um Guia Prático. Elsevier Brasil, 2011. LAUAND, Lygia de Souza Lima; JUNIOR, Edson Braga de Souza; ANDRADE, Benedito Juarez; SPROVIERI, Sandra Regina Schwarzwalder. Contribuição da interpretação da radiografia simples de tórax na sala de emergência. Arquivos Médicos dos Hospitais e da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, 2018. LEPORE, Giovanna. Relação Entre o Custo e o Benefício da Tomografia Computadorizada e Dos Raios-X Convencionais Para o Diagnóstico da Tuberculose Pulmonar. São Paulo, 2012. LIMA, Rodrigo da Silva; AFONSO, Júlio Carlos; PIMENTEL, Luiz Cláudio Ferreira. Raios-X: fascinação, medo e ciência. Rio de Janeiro: Química Nova, 2009. MACEDO, Helga Alexandra Soares; RODRIGUES, Vitor Manuel Costa Pereira. Programa de controle de qualidade: a visão do técnico de radiologia. Radiologia Brasileira, 2009. MACHADO, Alessandra Silveira. Estudo comparativo da radiografia convencional e computadorizada para análise de ligas metálicas. Rio de Janeiro, 2011. RADCARE Proteção Radiológica. Qual a importância da qualidade da imagem radiográfica. Disponível em: <https://blog.radcare.com.br/qual-a-importancia-da-qualidade-da-imagem-radiografica/>. Acesso em: 24 nov. 2020. RODRIGUES, Guilherme Oberto. Avaliação das doses de radiação em radiografias do tórax. Porto Alegre, 2011. SANTANA, Johnny. Guia completo sobre radiologia digital. Disponível em: <https://www.yller.com.br/guia-completo-sobre-radiologia-digital/>. Acesso em: 20 nov. 2020. SOARES, Júlio César de A.C.R. Princípios básicos de física em radiodiagnóstico. 2. ed. rev. – São Paulo: Colégio Brasileiro de Radiologia, 2008. TAVANO, Orivaldo., Pavan, A. J., Silva, M. J. D. A. D., & Guimarães, S. A. C. Estudo da densidade radiográfica digital do tecido ósseo face ao implante do polímero de mamona em coelhos. Revista Fac Odontol Bauru, 1999. VAL, Francisco Lanari do. Manual de técnica radiográfica. Barueri, São Paulo. Editora Manole Ltda. 2006.
36
WADA, Danilo Tadao; RODRIGUES, José Antonio Hiesinger; SANTOS, Marcel Koenigkam. Aspectos técnicos e roteiro de análise da radiografia de tórax. Medicina (Ribeirão Preto. Online), 2019.