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FACULDADE MERIDIONAL IMED ESCOLA DE ARQUITETURA E URBANISMO Clarissa Ganzer Projeto urbanístico de mobilidade, turismo e recreação em Passo Fundo/RS Passo Fundo 2017

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FACULDADE MERIDIONAL – IMED

ESCOLA DE ARQUITETURA E URBANISMO

Clarissa Ganzer

Projeto urbanístico de mobilidade, turismo e recreação em Passo Fundo/RS

Passo Fundo

2017

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Clarissa Ganzer

Projeto urbanístico de mobilidade, turismo e recreação em Passo Fundo/RS

Relatório do Processo Metodológico de Concepção do Projeto Arquitetônico e Urbanístico e Estudo Preliminar de Projeto apresentado na Escola de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Meridional – IMED, como requisito parcial para a aprovação na disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso I, sob orientação da Professora Arquiteta e Urbanista, Mestre em História, doutoranda em Engenharia Civil, Mariana Mattei Santos.

Passo Fundo

2017

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Clarissa Ganzer

Projeto urbanístico de mobilidade, turismo e recreação em Passo Fundo/RS

Banca Examinadora

Mariana Mattei Santos

Orientadora

AMANDA SCHÜLER BERTONI, ARQUITETA E URBANISTA, MESTRE EM DESIGN E

DOUTORANDA EM PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL

Membro avaliador

ELIKÁ DEBONI CEOLIN, ARQUITETA E URBANISTA, ESPECIALISTA EM GESTÂO DE

NEGÓCIOS IMOBILIÁRIOS E CONSTRUÇÃO CIVIL

Membro avaliador

Passo Fundo

2017

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AGRADECIMENTOS

Agradeço pelas oportunidades que tive ao longo de minha vida de poder investir em

educação e estar agora apresentando este trabalho de Trabalho de Conclusão de Curso I.

Agradeço a minha mãe por ter sido a primeira avaliadora desta monografia, a minha querida

amiga Ju pelo incentivo para seguir firme na conclusão do curso e ao querido amigo Leo por

ter me ensinado a fazer o “Sumário” deste TCC e pela parceria de sempre. Agradeço também

a minha orientadora, professora Mariana Mattei Santos pela confiança e atenção comigo e,

sobretudo, por ter me atendido em horários fora dos da orientação. Agradeço aqui a todos os

professores que me ensinaram durante minha vida e me transformaram como aluna e como

pessoa. Meu obrigada a todo corpo docente que me atendeu enquanto estudante de

Arquitetura e Urbanismo. Obrigada, professores da Imed e obrigada, professores da Univali

(Universidade do Vale do Itajaí) onde iniciei, em 2011, a trajetória definitiva deste curso, que

vai se finalizando agora. Obrigada especial a Luciana Noronha Pereira, professora das

disciplinas de urbanismo da Univali e minha orientadora por dois anos como bolsista de

pesquisa na mesma instituição. Agradeço as minhas professoras de yoga por eu ter aprendido

a me escutar e a (tentar) viver mais tranquilamente. Para finalizar, obrigada a todas as

pessoas com as quais convivi durante minha vida e que me incentivaram, que me ensinaram

(até como não agir de determinada maneira) e que dividiram parte da existência comigo.

Obrigada, universo. Obrigada, Deus.

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RESUMO

Este trabalho é uma proposta de rotas turísticas em Passo Fundo/RS e projeto arquitetônico

de um Centro de Informações Turísticas (CIT) no município. A pesquisa objetiva entender o

que é turismo e recreação, a relação da mobilidade urbana com o tema e identificar pontos

turísticos (roteiro turístico) que possam ser explorados na cidade (e, posteriormente, se

transformem em rotas turísticas). A metodologia baseou-se na espacialização de dados do

município e informações específicas do terreno de projeto arquitetônico, que irá receber o CIT,

feito a partir de containers marítimos.

O trabalho busca potencializar o turismo na cidade e proporcionar aos munícipes de Passo

Fundo conhecer mais sobre seu local de moradia e, consequentemente, mais sobre sua

história. Sendo que, desta forma, possam estabelecer e fortificar relações de pertencimento

com a cidade. As rotas pretendem ser acessíveis para todas as pessoas (inclusive àquelas

de baixa renda, atendendo aí todos os extratos sociais) e utilizar diferentes modais: ônibus,

bicicleta (e passeio a pé). Ainda, é uma oportunidade de efetuar a preservação do patrimônio

local e incentivar o cuidado com o ambiente em que se vive.

Palavras-chave: Rotas turísticas, mobilidade urbana, urbanismo

ABSTRACT

This work is a proposal of tourist routes in Passo Fundo/ RS and architectural design of a

Tourist Information Center (CIT) in the municipality. The research aims to understand tourism

and recreation, the relation of urban mobility with the theme and to identify tourist points that

can be explored in the city (and later become tourist routes). The methodology was based on

the spatialisation of data of the municipality and specific information of the terrain of

architectural project, that will receive the CIT, made from marine containers.

The work seeks to boost tourism in the city and to provide the citizens of Passo Fundo know

more about their place of residence and, consequently, more about its history. Being that, in

this way, they can establish and fortify relations of belonging with the city. The routes are

intended to be accessible to all people (including those with low income, attending all social

extracts) and use different modalities: bus, bicycle (and walking). Still, it is an opportunity to

carry out the preservation of the local patrimony and to encourage care with the environment

in which one lives.

Keywords: Tourist routes, urban mobility, urban planning

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. A importância do turismo ...................................................................................... 11

Figura 2. Produto Interno Bruto dos Municípios ................................................................... 12

Figura 3. A Rota (das Salamarias) ....................................................................................... 17

Figura 4. Pelos caminhos da Rota Romântica ..................................................................... 19

Figura 5. Mapa Circular de Turismo de São Paulo ............................................................... 20

Figura 6. Planta baixa CIT – Alemanha ............................................................................... 22

Figura 7. Corte CIT - Alemanha ........................................................................................... 22

Figura 8. Imagem externa CIT - Alemanha .......................................................................... 23

Figura 9. Detalhe CIT - Alemanha........................................................................................ 23

Figura 10. Implantação CIT - Noruega ................................................................................. 24

Figura 11. Planta baixa CIT - Noruega ................................................................................. 25

Figura 12. Corte CIT - Noruega ........................................................................................... 26

Figura 13. Imagem externa CIT - Noruega ........................................................................... 26

Figura 14. Vista geral CIT Pampulha - Brasil ....................................................................... 27

Figura 15.Vista aproximada do CIT Pampulha - Brasil ......................................................... 28

Figura 16. Imagem interna CIT Pampulha - Brasil ............................................................... 28

Figura 17.Localização, população e dados de trabalho do município de Passo Fundo/RS .. 30

Figura 18. Mapa Geral - Cheios e Vazios – Passo Fundo/RS .............................................. 32

Figura 19. Mapa de Uso do Solo – Passo Fundo/RS ........................................................... 36

Figura 20. Mapa de Hierarquia Viária – Passo Fundo/RS .................................................... 38

Figura 21. Mapa do perímetro de Passo Fundo ................................................................... 39

Figura 22. Corte NORTE – SUL Topografia ......................................................................... 40

Figura 23. Corte LESTE – OESTE Topografia ..................................................................... 40

Figura 24. Mapa de Altura das Edificações – Passo Fundo/RS ........................................... 41

Figura 25. Esgotamento sanitário ........................................................................................ 42

Figura 26. Arborização em vias públicas.............................................................................. 43

Figura 27. Urbanização em vias públicas ............................................................................. 44

Figura 28. Mapa Nolli (cheios e vazios) ............................................................................... 46

Figura 29. Mapa de Uso do Solo ......................................................................................... 47

Figura 30. Mapa de Altura das Edificações .......................................................................... 48

Figura 31. Mapa de Rede de Água ...................................................................................... 49

Figura 32. Mapa de Rede de Esgoto .................................................................................. 50

Figura 33. Mapa de Rede de Energia Elétrica..................................................................... 51

Figura 34. Mapa de Fluxos .................................................................................................. 52

Figura 35. Mapa de Hierarquia Viária ................................................................................. 53

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Figura 36. Planta de Situação ............................................................................................. 54

Figura 37. Topografia – planta e cortes................................................................................ 56

Figura 38. Topografia – com terreno marcado ..................................................................... 56

Figura 39. Planta de condicionantes naturais ...................................................................... 57

Figura 40. Carta Solar de Passo Fundo ............................................................................... 58

Figura 41. Carta Solar de Passo Fundo e terreno ................................................................ 59

Figura 42. Mapa de Arborização .......................................................................................... 60

Figura 43. Aspectos Paisagísticos ....................................................................................... 61

Figura 44. Foto 1 ................................................................................................................. 61

Figura 45. Foto 2 ................................................................................................................. 62

Figura 46. Foto 3 ................................................................................................................. 62

Figura 47. Foto 4 ................................................................................................................. 63

Figura 48. Foto 5 ................................................................................................................ 63

Figura 49. Foto 6 ................................................................................................................. 64

Figura 50. Foto 7 ................................................................................................................. 64

Figura 51. Foto 8 ................................................................................................................. 65

Figura 52. Foto 9 ................................................................................................................. 65

Figura 53. Foto 10 ............................................................................................................... 66

Figura 54. Foto 11 ............................................................................................................... 66

Figura 55. Foto 12 ............................................................................................................... 67

Figura 56. Foto 13 ............................................................................................................... 67

Figura 57. Foto 14 ............................................................................................................... 68

Figura 58. Foto 15 ............................................................................................................... 68

Figura 59. Skyline - Rua Capitão Bernardo .......................................................................... 69

Figura 60. Skyline - Rua João Lamachia Godinho ............................................................... 69

Figura 61. Zoneamento da área ........................................................................................... 70

Figura 62. Loja Container – Passo Fundo. Uso de vidro com container ............................... 72

Figura 63. Empreendimento feito de container – Passo Fundo - Empilhamento .................. 73

Figura 64. Container marítimo – 20’ ..................................................................................... 74

Figura 65. Container marítimo – 40’ ..................................................................................... 74

Figura 66. Desenho técnico de containers marítimos que serão usados. Sem escala ......... 75

Figura 67. Prédio onde funciona hoje a Feira do Produtor ................................................... 75

Figura 68. Organograma do CIT .......................................................................................... 76

Figura 69. Fluxograma do CIT ............................................................................................. 77

Figura 70. Proposta de zoneamento 1 ................................................................................. 77

Figura 71. Proposta de zoneamento 2 ................................................................................. 78

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Figura 72. Proposta de zoneamento 3 ................................................................................. 78

Figura 73. Proposta de zoneamento 3 – condicionantes naturais ........................................ 79

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Programa de Necessidades – Rota das Salamarias ............................................ 18

Tabela 2: Programa de Necessidades – Rota Romântica .................................................... 19

Tabela 3: Programa de Necessidades – Cicloturismo .......................................................... 20

Tabela 4: Programa de Necessidades – Circular Turismo ................................................... 21

Tabela 5: Programa de Necessidades – CIT Alemanha ....................................................... 21

Tabela 6: Programa de Necessidades – CIT Noruega ......................................................... 24

Tabela 7: Programa de Necessidades – CIT Brasil .............................................................. 27

Tabela 8: Porcentagem de Usos .......................................................................................... 47

Tabela 9: Programa de Necessidades CIT .......................................................................... 76

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SUMÁRIO

CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO ............................................................................................. 10

1.1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 10

1.2 TEMA DO PROJETO .............................................................................................................. 10

1.3 JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA DO PROJETO .............................................................. 12

CAPÍTULO 2: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .................................................................... 14

2.1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 14

2.2 O QUE É TURISMO E O DESENVOLVIMENTO DO TURISMO .................................... 14

2.3 MOBILIDADE E O SURGIMENTO DAS CIDADES ........................................................... 15

2.4 ESTUDOS DE CASO .............................................................................................................. 16

2.4.1 Rota das Salamarias ........................................................................................................ 16

2.4.2. Rota Romântica ............................................................................................................... 18

2.4.3. Cicloturismo ...................................................................................................................... 20

2.4.4. Circular de Turismo ......................................................................................................... 20

2.4.5. Centro de Informações Turísticas - Alemanha ........................................................... 21

2.4.6. Centro de Informações Turísticas - Noruega .............................................................. 24

2.4.7 Projeto de CIT na Pampulha – Minas Gerais............................................................... 27

2.5 CONCLUSÃO DO CAPÍTULO ............................................................................................... 29

CAPÍTULO 3: DIAGNÓSTICO DA ÁREA DE IMPLANTAÇÃO E ESCOLHA DO TERRENO

............................................................................................................................................ 30

3.1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 30

3.2 CONTEXTUALIZAÇÃO REGIONAL ..................................................................................... 30

3.3. LEVANTAMENTO ESPACIALIZADO DE PASSO FUNDO/RS ...................................... 31

3.3.1. DIAGNÓSTICO DA ÁREA DE INTERVENÇÃO, USO DO SOLO, HIERARQUIA

VIÁRIA E ALTURA DAS EDIFICAÇÕES ................................................................................ 31

3.3.2 INFRAESTRUTURA URBANA ....................................................................................... 42

3.4. LEVANTAMENTO ESPACIALIZADO DO TERRNO DO CIT .......................................... 45

3.4.1 ESCOLHA DO TERRENO. MAPA NOLLI, USO DO SOLO E ALTURA DAS

EDIFICAÇÕES ............................................................................................................................ 45

3.4.2 INFRAESTRUTURA URBANA ....................................................................................... 49

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3.4.3 CARACTERÍSTICAS ESPECÍFICAS DO TERRENO ................................................ 54

3.4.4 SÍNTESE DE LEGISLAÇÕES E NORMATIVAS ......................................................... 70

CAPÍTULO 4: CONCEITO E DIRETRIZES PROJETUAIS .................................................. 71

4.1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 71

4.2 CONCEITO DO PROJETO .................................................................................................... 71

4.3 DIRETRIZES DE ARQUITETURA ........................................................................................ 72

4.4 DIRETRIZES URBANÍSTICAS .............................................................................................. 73

CAPÍTULO 5: PARTIDO GERAL ........................................................................................ 76

5.1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 76

5.2 PROGRAMA DE NECESSIDADES ...................................................................................... 76

5.3 ORGANOGRAMA/FLUXOGRAMA ....................................................................................... 76

5.4 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO ....................................................................................... 77

CAPÍTULO 6: REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................. 80

ANEXOS ............................................................................................................................. 84

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CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO

1.1 INTRODUÇÃO

A proposta desta monografia é apresentar as informações necessárias para o

desenvolvimento de um projeto urbanístico, de mobilidade, voltado à recreação e ao turismo

no município de Passo Fundo/RS e, posteriormente, projeto arquitetônico de Centro de

Informação Turística (CIT) feito de container marítimo. Logo, seu objetivo geral é elaborar um

roteiro turístico para Passo Fundo e, a partir dos pontos elencados para visitação, apresentar

um esquema de mobilidade para a efetivação do roteiro (apresentar rota). Enquanto seus

objetivos específicos são: classificar e especializar dados para o Poder Executivo municipal;

organizar roteiro (o que visitar na cidade) e rota turística (por onde ir, qual caminho para

acessar os locais); viabilizar sistema de mobilidade voltada à recreação e ao turismo (tipo de

modal – ônibus e bicicleta; e quais caminhos de circulação); maximizar a utilização de

infraestrutura e manutenção de parques urbanos e edifícios históricos; propor projeto

arquitetônico de CIT elaborado com material de containers marítimos.

1.2 TEMA DO PROJETO

O turismo e a recreação são formas de o ser humano utilizar o tempo livre. Conforme

Boullón et al. (2004), o turismo se caracteriza pela utilização dos espaços turísticos para fazer

atividades que preencham o tempo de maneira satisfatória ou, ainda, o resultado do

deslocamento do ser humano por mais de 24 horas de seu domicílio por até 90 ou 180 dias.

Já na recreação, de acordo com o autor supracitado, o tempo de permanência fora de casa é

de menos que 24 horas. Sendo assim,

turismo é um fenômeno social, produto por um lado de outro fenômeno social, o tempo livre institucionalizado, e por outro lado do progresso tecnológico dos sistemas de transporte durante o século 20. A recreação, em compensação, acompanha o homem desde as suas próprias origens, porque é uma manifestação do ser, imprescindível para que este conserve seu equilíbrio psíquico. O turismo é prescindível; a recreação não (BOULLÓN et al., 2004, p.21 - 22).

O turismo e a mobilidade estão intrinsecamente ligados, bem como a mobilidade e a

evolução das cidades, conforme pontua Lemos (2010, p.155). O autor cita que a evolução das

cidades se deu pela coordenação de diferentes formas de mobilidade: por redes de transporte,

por redes de comunicação e mobilidade de fluxos financeiros. A atividade turística está, desta

forma, diretamente relacionada com a mobilidade urbana, com o deslocamento de pessoas

e, consequentemente, com a evolução urbana, com a apropriação do espaço público e

privado, com a utilização de infraestrutura pública e com geração de renda. Mais pessoas

circulando e utilizando o espaço público pode fomentar mais possibilidade de manutenção e

cuidado com este espaço e, igualmente, pode gerar oferta de produtos e serviços, o que pode

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motivar, por sua vez, oferta de empregos e aumento de renda ao município. O turismo além

de fenômeno social é uma atividade econômica.

No país, segundo pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

(IBGE, 2012) entre 2003 e 2006, as atividades características do turismo brasileiro

correspondiam por mais ou menos 6% do emprego total do país. Dessa porcentagem, mais

de 50% devido ao setor alimentação, que recebe também não turistas.

Entre os anos, 2008 e 2010, o Brasil recebeu mais de 15 milhões de turistas (IBGE,

2012), sendo mais de 1,8 milhões, ou seja, cerca de 12,7% contabilizados apenas no estado

do Rio Grande do Sul. De acordo com a mesma pesquisa, o Rio Grande do Sul, em

comparação com outras unidades da federação, é o quarto estado que recebe mais turistas

estrangeiros, ficando atrás de São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná.

A Organização Mundial do Turismo (OMT, 2016), mostra que o turismo representa

10% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial e emprega uma em cada grupo de onze pessoas.

Em linhas gerais, PIB é um indicador para aferir a atividade econômica de determinada

cidade/estado/país (ECONOMIA E NEGÓCIOS, 2011).

Figura 1. A importância do turismo

Fonte: Organização Mundial do Turismo (OMT), (2016).

O trabalho proposto une recreação e turismo em um plano esquemático de mobilidade

que pretende ser também uma alternativa para aproveitar e fazer a manutenção da

infraestrutura e espaços públicos, de prédios históricos, assim como poder gerar renda ao

município.

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As principais características deste tema concentram-se em organizar um roteiro

turístico que fisicamente seja representado por uma rota de espaços de visitação para

recreação e turismo, utilizando o meio da via para viabilizar os modais ônibus e a bicicleta.

A proposta intensifica-se na parte urbano-turística (identificar caminhos, vias e indicar

pontos turísticos), em que, para esta abordagem, elabora um roteiro de recreação e turismo

e um plano esquemático de mobilidade (rota) a fim de acessar os pontos elencados.

Posteriormente, na parte final da proposta, acontece o projeto de CIT de containers marítimos.

O uso de containers marítimos em projetos arquitetônicos é recente, uma forma de o

arquiteto e urbanista explorar outra tecnologia e material (reutilizado) como resposta à

necessidade de adaptar projetos ao menor impacto ambiental.

1.3 JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA DO PROJETO

Passo Fundo, município localizado no norte do estado do Rio Grande do Sul (RS), tem

área de 783,421km² (IBGE, 2015), população residente de 184.826 pessoas e a atividade

econômica predominante é voltada à prestação e serviços, que representa a maior fatia,

62,16%, do Produto Interno Bruto (PIB) do município.

Figura 2. Produto Interno Bruto dos Municípios Fonte: IBGE (2013)

Devido ao caráter econômico de Passo Fundo, o município é destaque nas áreas de

prestação de serviço educacional e de saúde. A prefeitura municipal de Passo Fundo cita em

sua página online oficial que “a cidade afirmou-se como a capital do Planalto Médio gaúcho,

por ser polo universitário, referência de atendimento em saúde e contar com dinâmica

atividade no setor de serviços, no comércio, na indústria e no agronegócio”, (PREFEITURA

MUNICIPAL DE PASSO FUNDO, s/ data). A afirmação reitera a inclinação da cidade em

prestação de serviços e em receber pessoas que utilizam esses serviços. Conforme dados

preliminares do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) foram atendidas mais de 200 mil

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pessoas em 2016 e desse número mais da metade não são de Passo Fundo (58,82% oriundos

de outros municípios do RS e 1,19% de outros estados). Dados preliminares da Imed também

mostram que a instituição recebe semestralmente alunos de diferentes partes do Estado.

Assim, poder otimizar os espaços já existentes para que sejam visitados, através de

uma rota organizada e pensada para o lazer, é uma alternativa viável a ser implementada no

município. Há mais de dez instituições de ensino superior na cidade (O NACIONAL, 2009-

2010, p.50), mais de 500 médicos registrados no Conselho Regional de Medicina do Estado

do Rio Grande do Sul (Cremers) em 69 áreas diferentes (O NACIONAL, 2009-2010, p.40) e

mais de 400 municípios do RS e de Santa Catarina buscam atendimento em Passo Fundo.

(O NACIONAL, 2009-2010, p.44). Essas duas vertentes (prestação de serviços educacionais

e prestação de serviços relativos à saúde) são as principais responsáveis por trazer pessoas

ao município. Assim, o turismo, atividade ainda pouco explorada, é uma maneira de se utilizar

da convergência de indivíduos para Passo Fundo e explorar a infraestrutura: parques, prédios

históricos; capitalizar a atividade e estimular a inclusão social.

Recentemente, no ano de 2016, três espaços foram revitalizados e inaugurados em

Passo Fundo: o Parque da Gare (PREFEITURA MUNICIPAL DE PASSO FUNDO, 2016), o

Parque Linear Sétimo Céu (CRIVELLO; ZORZETTO, 2016) e o Parque Ambiental Banhado

da Vergueiro (O NACIONAL, 2016). E em 2015, foi inaugurada a primeira ciclovia da cidade

(CRIVELLO; MORAES, 2015).

O investimento e projeto do Parque da Gare trouxe reconhecimento à cidade, com

matérias em sites conceituados como Arquitetura e Urbanismo (AMORIM, 2015) e Arcoweb

(ARCOWEB, s/ data). As alternativas criadas funcionam como âncoras para a implantação

desta rota turística e auxiliam na manutenção dos espaços. Mais pessoas circulando, mais

renda gerada, mais cuidado com o ambiente.

O perfil do usuário da proposta desta monografia é muito variado, porque a recreação

e o turismo são oportunidades com limitações etárias, sociais e econômicas maleáveis.

Delimitou-se o perfil especialmente a partir de 15 anos (estudantes: de 15 a 30 anos; adultos

e idosos: a partir de 60 anos), de faixa de renda baixa a faixa de renda alta, residentes em

Passo Fundo e cidades próximas, bem como até estrangeiros que passam pelo município

para ir em direção a outras localidades (nesse caso, cita-se os argentinos que vem à Passo

Fundo em direção ao litoral catarinense (O NACIONAL, 2015)).

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CAPÍTULO 2: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 INTRODUÇÃO

Nesta parte do trabalho será apresentado a evolução e desenvolvimento do turismo

aliado ao surgimento das cidades e à mobilidade urbana, também, as características

marcantes de roteiros turísticos.

2.2 O QUE É TURISMO E O DESENVOLVIMENTO DO TURISMO

De acordo com Lemos (2000),

o turismo é um conjunto de atividades econômicas que estão localizadas no setor terciário (serviços). [...] o turismo é composto por diversos segmentos de mercado e não só pelas atividades de lazer, o que aumenta o espectro de seu conceito e a potencialidade de sua economia (LEMOS, 2000, p.133 e p.138).

O autor argumenta que este setor é mais proeminente em sociedades mais adiantadas

e menos avançado em sociedades retraídas.

Também é pertinente destacar que o turismo não se limita apenas como atividade de

lazer. Lemos (2000) diz que há sete mitos do turismo, sendo o primeiro deles que o turismo é

uma atividade de descanso. “Ao associar o turismo somente com lazer, estamos reduzindo-o

demasiadamente” (LEMOS, 2000, p.130). Ainda, o autor cita uma classificação da

Organização Mundial do Turismo que elenca outras demandas: “a) lazer, recreio e férias; b)

visita a parentes e amigos; c) negócios e motivos profissionais; e) tratamento de saúde; f)

religião/ peregrinação; g) outros” (LEMOS, 2000, p.129 apud OMT). Ou seja, explorar o perfil

econômico de Passo Fundo vai ao encontro da afirmação acima citada. A cidade não

necessariamente precisa ser conhecida por oferecer diversão às pessoas para dedicar-se à

atividade turística, mas pode ter como foco convergente de indivíduos ao município outras

ações que podem ser parceiras do turismo.

O segundo mito é que o turismo requer belezas naturais, o terceiro é o da indústria do

turismo, o quarto dos investimentos, o quinto que o turismo é uma fonte inesgotável de divisas,

o sexto é o desenvolvimento autossustentável e o sétimo que o turismo traz desenvolvimento

econômico. Há que se destacar alguns mitos relacionados ao tema proposto e às cidades e

ao desenvolvimento das cidades, são eles: o mito dois, o mito seis e o sete. Sobre o mito que

o turismo requer belezas naturais casa muito bem com a cidade de Passo Fundo que se

localiza no planalto do Rio Grande do Sul sem muitas visuais naturais fortes a ponto de ser a

razão de motivar a vinda de indivíduos para o município. Sobre o sexto mito, de que o turismo

é autossustentável, vale uma reflexão: a atividade pode incluir atividades poluidoras, como o

transporte de pessoas, como é o caso do sistema de mobilidade através do modal ônibus.

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Ainda, no caso do turismo em regiões bucólicas, a recepção de grande número de turistas

pode gerar desequilíbrio ambiental. Por isso também que organizar os pontos turísticos com

uma rota/ um percurso através de um modal é um trabalho que exige planejamento turístico,

como menciona o autor e, igualmente, planejamento urbanístico, para que a exploração

desses espaços seja mais controlada e garanta manutenção e não desgaste do meio

ambiente. O mito de que o turismo traz desenvolvimento econômico justifica-se pela

complexidade do turismo e da economia. Embora, como já foi citado antes, o turismo possa

sim trazer geração de renda ao município. “O desenvolvimento econômico é o aumento do

Produto Nacional Bruto per capita, acompanhado da melhoria do padrão de vida da população

e de alterações fundamentais na estrutura de sua economia” (LEMOS, 2000, p.138). Ou seja,

mesmo gerando mais renda, afirmar que o turismo, automaticamente, pode ser responsável

pelo desenvolvimento econômico de determinado local é exagerado, pois desenvolvimento

econômico depende de outras variáveis mais sensíveis.

A atividade turística desenvolveu-se, segundo Boullón et al. (2004), com as

transformações no trabalho a partir do século 19, em que aconteceu um aumento no tempo

livre das pessoas. Esse acréscimo de tempo, a possibilidade de recursos financeiros para

arcar com os custos de viajar e a existência de transporte e facilidade para se deslocar e

permanecer no destino são os três motivos que alavancaram o desenvolvimento do turismo.

2.3 MOBILIDADE E O SURGIMENTO DAS CIDADES

Como já foi comentado anteriormente, na introdução e no trecho acima, tanto o

desenvolvimento do turismo quanto a evolução das cidades têm em comum a mobilidade de

redes de transporte (ou seja, o deslocamento de pessoas) e a forte relação com a economia

e fluxos financeiros. O surgimento das cidades, como elas passaram de aldeias com pessoas

nômades para uma dinâmica mais complexa com pessoas sedentárias, também se relaciona

com uma transformação econômica.

De acordo com Benevolo (2007), as cidades surgiram da aldeia, porém não apenas

de uma aldeia que aumentou seu tamanho, mas de uma mudança econômica. “quando as

indústrias e os serviços já não são executados pelas pessoas que cultivam a terra, mas por

outras que não têm esta obrigação, e que são mantidas pelas primeiras com o excedente do

produto total” (BENEVOLO, 2007, p. 23). Ou seja, a mudança econômica impulsiona uma

mudança de fixação do ser humano no espaço. Com o excedente sendo produzido e cultivado

e trocado e vendido a outras pessoas, ocorre a amarração do indivíduo em determinado local

e, a partir disso, o desenvolvimento de uma estrutura maior, a cidade.

Mumford (2004) endossa dizendo que na cidade integram-se outros tipos de

“ocupações”, além do caçador, do camponês e do pastor, tais como, o engenheiro, o

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barqueiro, o marinheiro. Essa combinação trouxe consigo uma grande ampliação das

capacidades dos indivíduos. Assim sustenta que:

A cidade efetuou uma mobilização de potencial humano, um domínio sobre os transportes entre lugares distantes, uma intensificação da comunicação por longas distâncias no espaço e no tempo, uma explosão de inventividade, a par de um desenvolvimento em grande escala da engenharia civil, e, o que não é menos importante, promoveu uma nova e tremenda elevação da produtividade agrícola (MUMFORD, 2004, p. 38).

Dessa forma, é possível compreender que a mobilidade, o transporte, o deslocamento,

mais uma vez, foram fundamentais neste processo de crescimento das cidades. Passados

anos, décadas, atualmente, de acordo com Boullón et al. (2004), dado ao aumento

descomunal das cidades no último século, o sistema urbano tem experimentado impactos

negativos. Em relação aos aspectos físicos (mais notáveis) podem ser mencionados impactos

em relação à moradia e ao regime de circulação.

Dessa forma, apresentar um sistema de mobilidade voltado ao turismo pode atrair

melhorias ao município não só tangíveis financeiramente, mas que passam pela circulação e

moradia. Benefícios tais como: incentivar ainda mais outros modais (como a bicicleta ou a

implementação de novos modais) e até o caminhar; minimizar a resistência dos indivíduos

com o transporte público; a apropriação mais intensa do espaço público em detrimento do

espaço privado, o que, por sua vez pode impulsionar futuramente propostas de moradia mais

integradas ao ambiente e menos fechadas, como acontece nos condomínios fechados hoje.

Uma das principais características das rotas turísticas é, obviamente, a condução de pessoas

pelo espaço para visitar e conhecer locais que podem ou não ter sido visitados pelos mesmos

indivíduos antes, sejam turistas ou residentes.

2.4 ESTUDOS DE CASO

2.4.1 Rota das Salamarias

Projeto: Rota das Salamarias. Autor: Associação Rota das Salamarias – Associação

Comercial, Industrial, serviços e agropecuária de Marau, Câmara de Vereadores de Marau,

Emater/RS. Localização: Marau/RS.

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Figura 3. A Rota (das Salamarias)

Fonte: Revista Rota das Salamarias (s/ data)

2.4.1.1 Implantação

Município de Marau, no estado do Rio Grande do Sul.

2.4.1.2 Programa de necessidades

Aqui, a metodologia do programa de necessidades referentes às rotas turísticas

substituiu “Área” por “Área de abrangência”, devido ao tema ser urbanístico. Ainda, substituiu

“Dimensões em m²” por “O que há nesta rota”, para que se liste os principais atrativos das

rotas escolhidas como estudo de caso. Foram elegidos os seguintes itens: opção

gastronômica; opção natureza/natura; opção esporte/lazer; opção artesanato/compras; opção

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religiosa; opção histórica/cultural/arquitetônica. Esta determinação foi feita porque esses

itens/opções são os mais recorrentes em rotas pesquisadas e a separação auxilia em

identificar qual a característica predominante de cada estudo de caso. O “Mobiliário essencial”

foi desconsiderado.

Tabela 1: Programa de Necessidades – Rota das Salamarias

Área de abrangência O que há nesta rota

Cerca de 30 km (distância de Passo Fundo – próximo ao

ponto de partida; à Marau – centro do município)

Opção gastronômica: cachaçaria Pol, Erva Mate

Pagnussat, Cantina Bordignon, Cantina Manfroi, Cantina Maculan, Cantina Antônio Maculan, Casa do Mel

Ristorante e Salamaria Câmera, Cantina da Terra; Xok’s.

Opção natureza/ natural: Eco Parque Taquari

Opção esporte/ lazer: Brocco Lazer e Esporte;

Opção de artesanato/compras: Artesanato 100 Compromisso;

Opção religiosa: Torre da Igreja

Opção histórica/cultural/arquitetônica: -

Fonte: da autora (2017).

2.4.2. Rota Romântica

Projeto: Rota Romântica. Autores do projeto: representantes dos municípios de São

Leopoldo, Novo Hamburgo, Estância Velha, Ivoti, Dois Irmãos, Morro Reuter, Santa Maria do

Herval, Presidente Lucena, Linha Nova, Picada Café, Nova Petrópolis, Gramado, Canela e

São Francisco de Paula, municípios do Rio Grande do Sul. Localização: Cidades acima

citadas.

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Figura 4. Pelos caminhos da Rota Romântica

Fonte: Rota Romântica – mapas (s/ data)

2.4.2.1 Implantação

São Leopoldo, Novo Hamburgo, Estância Velha, Ivoti, Dois Irmãos, Morro Reuter,

Santa Maria do Herval, Presidente Lucena, Linha Nova, Picada Café, Nova Petrópolis,

Gramado, Canela e São Francisco de Paula, municípios do Rio Grande do Sul. Sede em Nova

Petrópolis/RS.

2.4.2.2 Programa de necessidades

Tabela 2: Programa de Necessidades – Rota Romântica

Área de abrangência O que há nesta rota

Cerca de 70km (distância de Nova Petrópolis a São

Leopoldo)

Por se tratar de diferentes cidades que, em sua maioria, dedicam-se ao turismo, é possível afirmar que todos os

itens aqui avaliados sejam comtemplados

Fonte: da autora (2017).

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2.4.3. Cicloturismo

Projeto de Cicloturismo. Autor: município de Bento Gonçalves/ RS. Localização: Bento

Gonçalves/ RS

2.4.3.1 Implantação

Município de Bento Gonçalves, no estado do Rio Grande do Sul.

2.4.3.2 Programa de necessidades

Tabela 3: Programa de Necessidades – Cicloturismo

Área de abrangência O que tem nesta rota

Entre sete e 34 km com diferentes níveis de dificuldade

Percursos: Caminhos de Pedra

Vale dos Vinhedos Rio das Antas

Estrada do Sabor Opção gastronômica

Opção natureza/ natural Opção histórica/cultural/arquitetônica

Fonte: da autora (2017).

2.4.4. Circular de Turismo

Projeto: Circular de Turismo. Autor: prefeitura municipal de São Paulo/SP.

Figura 5. Mapa Circular de Turismo de São Paulo

Fonte: Cidade de São Paulo (s/ data)

2.4.4.1 Implantação

São Paulo/SP

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2.4.4.2 Programa de necessidades

Tabela 4: Programa de Necessidades – Circular Turismo

Área de abrangência O que tem nesta rota

Cerca de 20 km

Opção gastronômica: -

Opção natureza/ natural: Pacaembu; Ibirapuera

Opção esporte/ lazer: -

Opção de artesanato/compras: -

Opção religiosa: -

Opção histórica/cultural/ arquitetônica: República; paulista/ MASP; Casa das Rosas; Centro Cultural SP;

Liberdade; Pateo Collegio; Theatro Municipal

Fonte: da autora (2017).

2.4.5. Centro de Informações Turísticas - Alemanha

Projeto: Centro de Informações Turísticas. Autor: Jörg Finkbeiner, Klaus Günter &

Christian Necker; Localização: Baiersbronn, Alemanha

2.4.5.1. Implantação

Baiersbronn, Alemanha

2.4.5.2. Programa de Necessidades

Área total: 160 m²

Tabela 5: Programa de Necessidades – CIT Alemanha

Área Dimensões (em m²) Mobiliário essencial

Informações turísticas Maior parte Cerca de cinco totens com informação

Espera Intermediário menor Sofá para cerca de seis pessoas

Escritório Intermediário Espaço para atendimento; balcão; estantes

Compra Menor parte Guichê de atendimento

Fonte: da autora (2017).

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2.4.5.3 Funcionalidade

Figura 6. Planta baixa CIT – Alemanha

Fonte: Archdaily (2013)

É linear, com a parte de compra na extremidade da entrada e a parte de descanso/

espera mais na outra ponta. Os totens para informação turística ocupam a maior parte do

ambiente. O escritório fica mais privado ao fundo. Quanto mais “pública” é a área, mais

próxima da entrada; quanto mais “privada” a área, mais no contorno do desenho e ao fundo.

2.4.5.4 Forma

Figura 7. Corte CIT - Alemanha

Fonte: Archdaily 2013)

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A forma é ortogonal, caracterizando-se por ser linear, sem muitas variações.

2.4.5.5 Técnicas construtivas e materiais

Percebe-se o uso de vidro/ transparência e madeira, com detalhes das esquadrias em

aço.

Figura 8. Imagem externa CIT - Alemanha

Fonte: Archdaily (2013)

Figura 9. Detalhe CIT - Alemanha

Fonte: Archdaily (2013)

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2.4.6. Centro de Informações Turísticas - Noruega

Projeto: Centros de Informação Turística voltado às Rotas Turísticas Nacionais. Autor:

JVA; Localização: Hardangervegen, Bergen, Noruega

2.4.6.1. Implantação

Bergen, Noruega

2.4.6.2. Programa de Necessidades

Área total: 110 m²

Tabela 6: Programa de Necessidades – CIT Noruega

Área Dimensões (em m²) Mobiliário essencial

Informações turísticas Maior parte Bancos e espaços para sentar, mesas, balcão

Armazenamento de material Menor parte -

Banheiro Intermediário maior Vaso sanitário, pia, balcão

Sala administrativa-técnica Intermediário Não possível identificar

Fonte: da autora (2017).

2.4.6.3 Funcionalidade

A parte maior dedica-se ao atendimento ao turista, tanto em relação às informações

quanto aos banheiros.

Figura 10. Implantação CIT - Noruega

Fonte: Archdaily (2016)

Na implantação, percebe-se que a área dedicada ao estacionamento também se

destaca. Isso porque este projeto é um CIT voltado a atender indivíduos que gostaria de

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conhecer as estradas norueguesas, onde desenvolve-se as Rotas Turísticas Nacionais.

Então, o CIT funciona como ponto de informações para um “parque” rodoviário.

Figura 11. Planta baixa CIT - Noruega

Fonte: Archdaily (2016)

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2.4.6.4 Forma

Figura 12. Corte CIT - Noruega

Fonte: Archdaily (2016)

A forma é angulosa, como se fosse uma pedra irregular. Já que está situada em local

menos urbanizado e próximo a estradas e montanhas, acompanha o desenho da paisagem.

2.4.6.5 Técnicas construtivas e materiais

Percebe-se o uso de concreto e vidro, em que se alternam o opaco e a transparência,

o fechado e o aberto.

Figura 13. Imagem externa CIT - Noruega

Fonte: Archdaily (2016)

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2.4.7 Projeto de CIT na Pampulha – Minas Gerais

Projeto: (não edificado). Centro de Informações Turísticas na Pampulha. Autores

(estudantes de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie em São

Paulo, premiados com o primeiro lugar no concurso internacional de ideias para construção

do Infopoint da Pampulha): Mariana Ventorini, Hingrid Lima, Daniela Ramos, Yara Meirelles e

Mariana Boscov; Localização: Minas Gerais, Brasil.

2.4.7.1 Implantação

Pampulha, Belo Horizonte/ MG.

2.4.7.2 Programa de Necessidades

Área total: -

Tabela 7: Programa de Necessidades – CIT Brasil

Área Dimensões (em m²) Mobiliário essencial

Informações turísticas - Guichês de atendimento

Espaço de convivência - Cadeiras, mesas, sofás

Fonte: da autora (2017).

O espaço de convivência mescla-se com a área de informações turísticas, sendo um

espaço integrado.

2.4.7.3 Funcionalidade

Figura 14. Vista geral CIT Pampulha - Brasil Fonte: AU (2015)

O projeto, batizado de Mimético, realmente se mimetiza ao ambiente e valoriza a

vegetação e a água, elementos muito evidentes no terreno.

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2.4.7.4 Forma

A forme é orgânica e se apropria da topografia, incluindo até um telhado verde.

Figura 15.Vista aproximada do CIT Pampulha - Brasil

Fonte: AU (2015)

2.4.7.5 Técnicas construtivas e materiais

Observa-se a madeira internamente, que faz referência ao entorno e o telhado verde.

Figura 16. Imagem interna CIT Pampulha - Brasil

Fonte: AU (2015)

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2.5 CONCLUSÃO DO CAPÍTULO

É possível observar que cada escolha de rota turística se dedica a um elemento,

produto específico. A Rota das Salamarias, voltada à gastronomia e atividades relacionadas;

a Rota Romântica, por sua vez, explora as próprias cidades que fazem parte do percurso; o

Cicloturismo volta-se ao ecoturismo; já em São Paulo, vários aspectos da cidade são

explorados. Em Passo Fundo, as rotas serão divididas em três: uma voltada à arquitetura e à

história; outra voltada à religiosidade e outra aos parques da cidade.

Sobre os CIT, observa-se que o espaço de informações e espera/ descanso para o

turista se destaca e deve ser o espaço que ganhará mais atenção no projeto arquitetônico.

Ainda, as formas ortogonais destacam-se em nos terrenos menos urbanizados, sem vizinhos

próximos (como é o caso do terreno escolhido neste trabalho), já a forma orgânica foi a

escolha para um CIT próximo ao Conjunto Arquitetônico da Pampulha, que pela sua qualidade

arquitetônica e histórica é Patrimônio Mundial da Unesco (PIMENTEL, 2016).

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CAPÍTULO 3: DIAGNÓSTICO DA ÁREA DE IMPLANTAÇÃO E ESCOLHA DO TERRENO

3.1 INTRODUÇÃO

Neste capítulo do trabalho será apresentado o diagnóstico da área de implantação.

Considerando que o trabalho consiste em ser um projeto urbanístico, de mobilidade, voltado

à recreação e ao turismo no município de Passo Fundo/RS, os mapas trabalhados

correspondem a área do município de Passo Fundo e, posteriormente, ao recorte onde está

localizado o terreno para o Centro de Informações Turísticas (CIT). Os mapas do município

que serviram como base para desenvolvimento dos itens desta pesquisa são mapas oriundos

da Secretária de Planejamento (Seplan) – setor de cadastro da Prefeitura Municipal de Passo

Fundo (PMPF, 2017).

3.2 CONTEXTUALIZAÇÃO REGIONAL

O município de Passo Fundo está situado no norte do Estado. Como já mencionado,

segundo o último censo (2010), a população é de 184.826 pessoas, sendo que a estimativa

para 2016 do IBGE corresponde a 197.798 pessoas. A população está distribuída em uma

área da unidade territorial de 783,421km² (ou 78.342,1 hectares), representando uma

densidade de 235,92 hab/km² (ou 2,35 hab/hec). A densidade é considerada baixa.

Figura 17.Localização, população e dados de trabalho do município de Passo Fundo/RS

Fonte: IBGE (2017)

Economicamente, no município predominam as atividades no setor terciário (comércio

de bens e prestação de serviços).

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O terreno em que será implantado o CIT está situado no bairro correspondente ao

“Setor 01” da PMPF, que contempla a região do “Centro e Vila Vergueiro”, com população

aproximada de 21.942 pessoas. Essa região é predominantemente mista, com edificações

em altura, que apresentam comércio e prestação de serviço no pavimento térreo e habitação

multifamiliar nos pavimentos superiores (PMPF, 2017).

3.3. LEVANTAMENTO ESPACIALIZADO DE PASSO FUNDO/RS

Aqui será apresentado o diagnóstico da área de intervenção para as rotas turísticas,

que corresponde ao perímetro de Passo Fundo.

3.3.1. DIAGNÓSTICO DA ÁREA DE INTERVENÇÃO, USO DO SOLO, HIERARQUIA

VIÁRIA E ALTURA DAS EDIFICAÇÕES

-Cheios e vazios

Na primeira etapa do trabalho, que se refere aos dados do município de Passo

Fundo/RS, o “Mapa Nolli” não se aplica e foi substituído por uma imagem de satélite. Isso

acontece porque para a pesquisa em questão, a imagem de satélite cumpre o papel de

mostrar as áreas do solo mais e menos ocupadas do município de Passo Fundo, sendo

desnecessário fazer outro mapa com as mesmas informações. O recurso deste mapa é

proveniente da tecnologia do Google Earth. O órgão executivo municipal tem disponíveis

informações oficiais limitadas sobre o município, desta forma, se toma partido de imagens de

satélite extraídas da internet. As imagens são atualizadas e provenientes de uma base de

dados também confiável e serão aliadas aos mapas e informações disponibilizadas pela

PMPF.

- Mapa de cheio e vazios (base de referência Google Earth. Escala: indicada)

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Figura 18. Mapa Geral - Cheios e Vazios – Passo Fundo/RS

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Percebe-se que o município de Passo Fundo apresenta ocupação regular em todo o

território, com malha ortogonal e concentra a ocupação no centro da cidade. A ocupação se

espalha à medida que se aproxima dos limites municipais. As áreas verdes ou vazios urbanos

(áreas não edificadas) aparecem em pontos centrais e são predominantes próximas aos

limites.

- Uso do Solo

Para fazer o Mapa de Uso do Solo, foi utilizada como base os dados oficiais do Plano

Diretor de Desenvolvimento Integrado (PDDI) de Passo Fundo, de acordo com a Lei

Complementar nº 170 de 09 de Outubro de 2006, que dispõe sobre o Plano Diretor de

Desenvolvimento Integrado – PDDI do Município de Passo Fundo (PDDI, 2006).

A metodologia adotada foi considerar os usos “C = conforme” e “P = permissível” das

zonas para determinar o uso do solo do município, adaptando-o por usos predominantes.

Dessa maneira, trabalha-se com informações oficiais, sem incorrer no risco de equivocar-se

sobre algum ponto. Então, para trabalhar com o Mapa de Zoneamento Urbano 2015 –

disponibilizado pela Seplan da PMPF (PMPF, 2017) foram considerados os usos a partir de

que é “C = conforme” e “P = permissível”.

Contudo, vale ressaltar que, se há em determinada zona/ área um tipo de usos que

aparece apenas como permissível, ele é desconsiderado. Por exemplo: se “área x” tem usos

residencial “C = conforme “ e todos os usos comércio e serviço “P = permissível”, a “área x” é

considerada apenas como residencial, já que os usos comércio e serviço aparecem apenas

como “P = permissível”. Já a “área y” tem uso residencial “C = conforme” e apenas um uso

comércio e serviço “C= conforme”, sendo os demais usos comércio e serviço “P =

permissível”, a “área y” é considerada mista, visto que há um tipo de uso de comercio e serviço

que é “C = conforme” no perímetro. Seguem os dados das zonas e quais usos existentes:

ZPRH – Zona de Proteção de Recursos Hídricos é conforme com uso residencial e, em

relação a comércio e serviços, é conforme apenas com o CS.1. A área é considerada área

mista (o uso de comércio e serviço aparece como conforme).

ZPMN – Zona de Proteção a Mata Nativa é permissível com o CS.18 e CS.22, desta forma foi

considerada apenas os usos que são conformes (R.1 e R.5). A área é considerada como

residencial.

ZOC 1 – Zona de Ocupação Controlada 1 é conforme com uso residencial e uso comércio e

serviço e permissível com uso industrial I.1 e I.2. A área é considerada como mista (residencial

e comércio e serviço).

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ZOC 2 – Zona de Ocupação Controlada 2 é conforme com uso residencial e com uso comércio

e serviço. A área é considerada como mista.

DI 1 – Distrito Industrial Um é P4 (permissível 4) com R.1 (uso residencial 1), e conforme com

o CS.11 (comércio e serviço 11). É conforme com uso industrial e permissível com uso E3

(especial 3). A área é considerada de comércio e serviço e industrial.

DI 2- Distrito Industrial Dois é P4 (permissível 4) com R.1 (uso residencial 1), e conforme com

o CS.11 (comércio e serviço 11). É conforme com uso industrial e permissível com uso E3

(especial 3). A área é considerada de comércio e serviço e industrial.

DI 3- Distrito Industrial Três é P4 (permissível 4) com R.1 (uso residencial 1), e conforme com

o CS.11 (comércio e serviço 11). É conforme com uso industrial e permissível com uso E3

(especial 3). A área é considerada de comércio e serviço e industrial.

DI 4- Distrito Industrial Quatro é P4 (permissível 4) com R.1 (uso residencial 1), e conforme

com uso comércio e serviço. É conforme com uso industrial e permissível com uso E3

(especial 3). A área é considerada de comércio e serviço e industrial.

ZI – Zona Industrial é P4 (permissível 4) com R.1 (uso residencial 1), e conforme com uso

comércio e serviço. É conforme com uso industrial e permissível com uso E3 (especial 3). A

área é considerada de comércio e serviço e industrial.

ZPU – Zona de Produção Urbana apresenta uso residencial conforme, uso comércio e serviço

conforme e uso industrial conforme. É permissível com uso E3 (especial 3). A área é

considerada mista e industrial.

ZL – Zona Logística é conforme uso comércio e serviço e permissível com uso industrial. A

área é considerada de comércio e serviço.

ZIL – Zona Industrial e Logística - é P4 (permissível 4) com R.1 (uso residencial 1), conforme

com uso comércio e serviço e conforme com uso industrial. É permissível com uso E3

(especial 3). A área é considerada mista e industrial.

ZR1 – Zona Residencial Um é conforme com uso residencial e conforme com uso comércio e

serviço. A área é considerada mista, predominantemente residencial.

ZR2 – Zona Residencial Dois é conforme com uso residencial e conforme apenas com CS.18

(comércio e serviço 18). A área é considerada mista, predominantemente residencial.

ZR3 – Zona Residencial Três é conforme com uso residencial e conforme com uso comércio

e serviço. A área é considerada mista, predominantemente residencial.

ZOI 1 – Zona de Ocupação Intensiva Um é conforme com uso residencial e conforme com

uso comércio e serviço e permissível com uso industrial. A área é considerada mista.

ZOI 2 – Zona de Ocupação Intensiva Dois é conforme com uso residencial e conforme com

uso comércio e serviço e permissível com uso industrial. A área é considerada mista.

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ZT – Zona de Transição é conforme com uso residencial e conforme uso comércio e serviço.

É conforme apenas I1 (uso industrial um). A área é considerada mista e industrial.

EI 1 – Eixo Indutor Um é conforme com uso residencial, conforme com uso comércio e serviço

e conforme apenas com I1 (uso industrial um) e permissível com I2 (uso industrial 2). A área

é considerada mista e industrial.

EI 2 – Eixo Indutor Dois é conforme com uso residencial, conforme com uso comércio e serviço

e conforme apenas com I1 (uso industrial um) e permissível com I2 (uso industrial 2) e

permissível com E3 (especial 3). A área é considerada mista e industrial.

ZE – Zona de Ocupação Extensiva é conforme com uso residencial, conforme com uso

comércio e serviço e conforme com uso industrial. A área é considerada mista e industrial.

ZEIS – Zona Especial de Interesse Social é conforme uso residencial, conforme uso comércio

e serviço e conforme uso industrial. A área é considerada mista e industrial (especial).

ZRT – Zona de Recreação e Turismo é conforme uso residencial e conforme uso comércio e

serviço. A área é considerada mista (especial).

ZUE – Zona de Uso Especial. Não há atribuição na tabela referente aos usos (sobre quais

usos são conforme, permissível ou desconforme), já que edificações propostas nestas áreas

“obedecerão a regime urbanístico próprio a ser definido em lei, com o parecer favorável dos

conselhos municipais pertinentes” (PDDI, 2006).

ZRA – Zona de Recuperação Ambiental. Não há atribuição na tabela referente aos usos (sobre

quais usos são conformes, permissíveis ou desconforme), já que “não serão permitidas

edificações e usos até a aprovação de projeto de recuperação ambiental pelo órgão

competente da municipalidade” (PDDI, 2006).

Ainda, o Mapa de Zoneamento disponibilizado pela PMPF cita a Zona de Proteção da

Mata Nativa (Zona de Proteção Ambiental), porém o documento do PPDI fala apenas em Área

de Proteção Ambiental. O perímetro da área em questão foi desconsiderado de qualquer uso,

permanecendo como Área de Proteção Ambiental.

- Mapa de Usos (referência PMPF, 2017 - Mapa 02 Zoneamento Urbano, 2015. Escala:

indicada)

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Figura 19. Mapa de Uso do Solo – Passo Fundo/RS

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37

É possível observar que no centro do município predomina o uso misto (habitação e

comércio e serviço). O mesmo acontece nas áreas próximas aos recursos hídricos.

Afastando-se do centro, o uso predominante é o misto mais o uso industrial (que pode

corresponder a atividades de fabricação e produção de porte pequeno e não, apenas,

necessariamente, a indústrias de grande porte). Próximo ao limite noroeste, os usos de

comércio e serviço e industrial predominam. Os usos voltados a atividade turísticas situam-se

na periferia do mapa.

Ou seja, no miolo de Paso Fundo a urbanização é mais intensa, com moradias e

comércios, quanto mais longe do miolo mais as atividades industriais e apenas comerciais

aparecem e se sobressaem. Desatacam-se também os usos apenas residenciais ou

predominantemente residenciais. As atividades turísticas também, mostram-se mais na

margem do município, mais ligadas às áreas menos urbanizadas, menos adensadas e mais

voltadas a espaços com menos interferência humana. O Parque da Gare, ao lado do terreno

escolhido para o projeto arquitetônico do CIT, e áreas mais ao norte do mapa são exceções

de áreas mistas, com parcelas voltadas ao turismo, no centro da cidade.

- Hierarquia Viária

Para o Mapa da Hierarquia Viária foi utilizado a base do Google Earth e as informações

da PMPF. As vias principais e de ligação do mapa da PMPF foram compiladas em uma

mesma legenda. Assim, destacam-se os eixos viários (vias arteriais)

- Mapa de Hierarquia Viária (base de referência Google Earth e informações da PMPF, 2017.

Escala: indicada)

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Figura 20. Mapa de Hierarquia Viária – Passo Fundo/RS

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No Mapa de Hierarquia Viária, percebe-se que a Avenida Brasil (via que liga a cidade

de leste a oeste) e a Avenida Presidente Vargas (que liga a cidade de sudeste a noroeste)

são vias que se destacam morfologicamente (são mais espessas) e são as vias arteriais

principais na escala urbana. As rodovias circulam a cidade e permitem acessar diferentes

localidades anexas à Passo Fundo. A retícula ortogonal permite quadras mais regulares com

desenho de lotes também mais regulares. Muito provavelmente, ao longo dessas vias:

Avenida Brasil e Avenida Presidente Vargas; (ou muito perto delas) se situem edificações com

valor arquitetônico, histórico e religioso, bem como parques e áreas de lazer. Esses serão

pontos fundamentais para a criação das rotas turísticas.

Pode-se afirmar, de acordo com Santos (2017) que há três fases principais de

formação da malha viária de Passo Fundo: 1. Formação da Avenida Brasil, mais orgânica; 2.

Chegada da Via Férrea, mais orgânica; 3. Anos 1950: em que se aplicam os princípios da

Carta de Atenas (1933), com a retícula mais ortogonal.

Figura 21. Mapa do perímetro de Passo Fundo Fonte: a autora (2017)

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Figura 22. Corte NORTE – SUL Topografia

Fonte: a autora (2017)

Figura 23. Corte LESTE – OESTE Topografia

Fonte: a autora (2017)

A topografia da cidade é acentuada mais no centro e mais plana nas extremidades,

tendo altitude média de 687 metros. A ciclovia, que acompanha trecho da Avenida Brasil é em

local plano, facilitando sua apropriação.

- Altura das Edificações

O Mapa de Altura das Edificações, apropriou-se, mais uma vez, do recurso do Google Earth.

- Mapa de Altura das Edificações (base de referência Google Earth. Escala: indicada)

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Figura 24. Mapa de Altura das Edificações – Passo Fundo/RS

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É possível observar neste mapa que, relacionando-o com os mapas anteriores, as

edificações com altura de dois até mais de dez pavimentos predominam no centro de Passo

Fundo e ao longo da Avenida Brasil, via arterial que corta a cidade leste-oeste. É onde os

usos mistos (habitação multifamiliar em altura com comércio e serviço no térreo) também são

predominantes. O cruzamento da Avenida Brasil próximo à Avenida Presidente Vargas é, não

gratuitamente, onde as edificações são mais altas e os usos mistos. Quanto mais longe do

miolo mais preponderam as edificações em menor altura e mais usos residenciais, comercio

e serviço e industriais. O centro da cidade é centro justamente pela diversidade de usos, altura

de edificações e cruzamento de vias principais.

3.3.2 INFRAESTRUTURA URBANA

Segundo o site do IBGE (2017), Passo Fundo apresenta 54.1% de domicílios com

esgotamento sanitário adequado;

Figura 25. Esgotamento sanitário

Fonte: IBGE (2017)

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E 71.7% dos domicílios urbanos em vias públicas com arborização;

Figura 26. Arborização em vias públicas

Fonte: IBGE (2017)

Ainda, 46.2% dos domicílios urbanos em vias públicas com urbanização adequada

(presença de bueiro, calçada, pavimentação e meio-fio).

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Figura 27. Urbanização em vias públicas

Fonte: IBGE (2017)

Ao ser comparado com outros municípios do Estado, posiciona-se em 214 de 497 (em

relação aos domicílios com esgotamento sanitário adequado), 338 de 497 (em relação aos

domicílios urbanos em vias públicas com arborização) e 57 de 497 (em relação aos domicílios

urbanos em vias públicas com urbanização adequada). Quando comparado a outros

municípios do Brasil, sua posição é 2063 de 5570, 3004 de 5570 e 546 de 5570

respectivamente.

Conclui-se que embora o esgotamento sanitário no município seja em pouco mais da

metade dos domicílios, ou seja, insuficiente, Passo Fundo posiciona-se na acima da média

do Estado e do país. Já em relação aos domicílios urbanos em vias públicas com arborização,

Passo Fundo posiciona-se no Estado abaixo da média, mesmo com uma porcentagem alta:

mais de 70%; e acima da média em relação ao país. Na questão domicílios urbanos em vias

públicas com urbanização adequada, a porcentagem é menor que 50%, porém Passo Fundo

fica bem posicionado em relação ao Estado e em relação ao país.

Isso sugere que o esgotamento sanitário é muito precário no Rio Grande do Sul e no

país. Há municípios mais arborizados no Estado e o Rio Grande do Sul é muito bem

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arborizado. A urbanização básica é subvalorizada em todo território federal, com áreas muito

mais problemáticas, ainda que a Passo Fundo não atinja nem 50% de urbanização adequada

está em uma posição muito melhor em relação às demais cidades.

3.4. LEVANTAMENTO ESPACIALIZADO DO TERRNO DO CIT

Aqui será apresentado o diagnóstico da área de intervenção do Centro de

Informações Turísticas.

3.4.1 ESCOLHA DO TERRENO. MAPA NOLLI, USO DO SOLO E ALTURA DAS

EDIFICAÇÕES

Aqui, a área do terreno onde será implementado o CIT foi analisada em um raio de

500 metros.

-Escolha do terreno

O terreno foi escolhido por estar próximo ao Parque da Gare, uma área central da

cidade com valor histórico. O Parque da Gare está contemplado no roteiro turístico, por se

tratar de um parque e por estar perto da antiga Estação Ferroviária (valor histórico e

arquitetônico) e da Feira do Produtor. Ainda, o terreno trabalhado é uma área que já foi sede

de eventos importantes, o que justifica sua relevância e escolha, tais como: X Festival

Internacional de Folclore de Passo Fundo (2008); XIII Festival Internacional de Folclore de

Passo Fundo (2016); instalação de parques de diversões. A localização do terreno vai

conectar o CIT com os eventos quando esses existirem, fazendo com que eles façam parte

inerente da rota turística.

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Figura 28. Mapa Nolli (cheios e vazios)

Fonte: a autora (2017)

O terreno escolhido posiciona-se, então, em uma área ao lado de um parque: Parque

da Gare, e é um terreno de esquina, o que facilita o aproveitamento das fachadas e impele os

encontros entre pessoas, já que as esquinas são lugares que otimizam os encontros

(JACOBS, 2011). Morfologicamente, as praças e os parques são locais intencionais de

encontro e permanência (LAMAS, 2004). Essas características conferem ao terreno muita

versatilidade arquitetônica e possibilidade de ter seu uso aliado ao parque. Situa-se próximo

a uma área intensamente adensada (parte superior da imagem), que corresponde ao centro

de Passo Fundo e próximo a uma área menos adensada (parte inferior da imagem). Como a

malha viária é ortogonal, o quarteirão - que segundo Lamas (2004) é delimitado pelo

cruzamento das vias; tem formato mais retangular. Os lotes – elemento mínimo privado no

espaço urbano; também é mais regular e sua forma condiciona a forma do edifício, que por

sua vez, induz a forma da cidade. É uma cidade mais reticular, com as quadras curtas, que

proporcionam diversidade urbana, de acordo com Jacobs (2011), e lotes retangulares. Essa

configuração facilita o deslocamento do transeunte.

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Figura 29. Mapa de Uso do Solo

Fonte: a autora (2017)

Tabela 8: Porcentagem de Usos

USO POCETAGEM (%)

Residencial 61,88% (388 de 627)

Comercial 13,4% (84 de 627)

Misto 23,28% (146 de 627)

Institucional 1,12% (7 de 627)

Parque/ Praça 0,32% (2 de 627)

Fonte: da autora (2017).

Onde os lotes são maiores e em maior quantidade predominam os usos mistos, onde

os lotes são menores, os usos residenciais. Isso se dá já que a área mínima de lotes

unifamiliares é menor que a área mínima de lotes multifamiliares, que é maior. O terreno

trabalhado localiza-se próximo ao Parque da Gare que, por sua vez, localiza-se próximo a

usos de comércio e serviço e residenciais. Por essa qualidade, o perímetro do terreno já é

local de intensa movimentação (há diversidade de usos e pessoas residindo próximas ao

local). O Parque da Gare pode ser considerado, hoje, como um marco da cidade e um nó

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(ponto de encontro). Elementos esses que, conforme Lynch (2011), oferecem legibilidade

urbana, ou seja, facilidade para ler, entender e se localizar na cidade. Sediar um CIT em uma

área cerca do parque confere visibilidade ao projeto.

Figura 30. Mapa de Altura das Edificações

Fonte: a autora (2017)

As alturas relacionam-se diretamente com o tamanho dos lotes e os usos. As

edificações mais altas estão nos usos mistos e nos lotes maiores (edificações mistas

multifamiliares). Quanto mais no miolo da cidade, mais altas são as edificações e maiores os

lotes. Menos próximo ao centro, predominam habitações unifamiliares, com lotes menores.

Observa-se com base nos mapas apresentados que o terreno está inserido em uma

área adensada e com diferentes usos. O local é muito próximo ao centro da cidade (parte

superior do mapa), onde os terrenos são maiores, os usos mais mistos e comerciais e as

edificações mais altas. Há diversidade urbana e o lote está inserido nela e próximo também a

áreas predominantemente residenciais. O terreno pode ser facilmente encontrado e está perto

das pessoas. Embora, o CIT não esteja em uma via arterial ou coletora, o terreno situa-se

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quase que na mesma via do Parque da Gare, vizinho de atrativos históricos, arquitetônicos e

de lazer e que faz parte da rota turística.

3.4.2 INFRAESTRUTURA URBANA

Figura 31. Mapa de Rede de Água

Fonte: a autora (2017)

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Figura 32. Mapa de Rede de Esgoto

Fonte: a autora (2017)

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51

Figura 33. Mapa de Rede de Energia Elétrica

Fonte: a autora (2017)

O entorno é bem assistindo em relação à infraestrutura urbana. Embora ainda seja

escassa a rede de esgoto, mas, como já mencionado, a insuficiência abrange todo o

município, estado e país, sendo pouco mais 50% dos domicílios atendidos em Passo Fundo.

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Figura 34. Mapa de Fluxos

Fonte: a autora (2017)

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Figura 35. Mapa de Hierarquia Viária

Fonte: a autora (2017)

Na escala local, a Avenida Sete de Setembro é uma via arterial e a Minas Gerais,

coletora. Já as demais são vias com fluxo baixo e que atendem aos moradores do bairro,

portanto vias locais. Ter uma via de fluxo intenso próxima ao terreno garante facilidade de

conexão com o resto da cidade.

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3.4.3 CARACTERÍSTICAS ESPECÍFICAS DO TERRENO

Figura 36. Planta de Situação

Fonte: a autora (2017)

O terreno tem mais de oito mil metros quadrados, é de esquina com testada superior

a 60 metros e profundidade de mais de 95 metros. Observa-se também que o espaço é de

esquina voltado para a via pública com as melhores posições solares: norte e leste, o que

avaliza de antemão muitas possiblidades para trabalhar arquitetonicamente, explorando os

condicionantes naturais.

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Figura 37. Topografia – planta e cortes

Fonte: a autora (2017)

O terreno é mais alto na posição norte, na rua Capitão Bernardo e, conforme avança

da Rua Lamachia Godinho para a Rua Minas Gerais, o declive se acentua. Ao longo do

terreno, são 11,5 m de desnível. É, portanto, um terreno com alterações na topografia.

Figura 38. Topografia – com terreno marcado

Fonte: a autora (2017)

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De acordo com a Zona de Transição, onde situa-se o terreno, são 8 metros de recuo

para alturas maiores que 7,5m. Embora o CIT não venha a ter esse gabarito, é pertinente

localizá-lo com esse recuo para oferecer destaque no terreno, área de entrada marcada. Se

o terreno ocupado for de 400m² (20m x 20m), o desnível será menos perceptível, cerca de um

metro.

Figura 39. Planta de condicionantes naturais

Fonte: a autora (2017)

Tem insolação adequada no inverno e no verão, com sol bom especialmente no

inverno mais à direita (fachada leste/ nordeste) e sol não tão adequado no verão

especialmente a esquerda (fachada oeste/ sudoeste). Os ventos predominantes são o

nordeste (ano todo) e o sudoeste ou minuano (especialmente no inverno) A própria

localização dos ventos já induz a ventilação adequada.

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Figura 40. Carta Solar de Passo Fundo

Fonte: Software (SolAr) - Laboratório de eficiência energética da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina)

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Figura 41. Carta Solar de Passo Fundo e terreno

Fonte: a autora (2017)

A carta solar de Passo Fundo apresenta sol “bom” no verão e no inverno,

predominantemente pela manhã. A tarde o sol torna-se “ruim”, principalmente no verão. Essa

incidência solar pode ser contida com uso de brises verticais nas fachadas oeste e leste. No

projeto é ideal enfatizar a fachada norte, pelo seu sol “bom” e porque fica na rua Capitão

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Bernardo, via principal do terreno, paralela à Avenida Sete de Setembro, via de ligação na

cidade.

Figura 42. Mapa de Arborização

Fonte: a autora (2017)

É uma área bem arborizada com predominância de vegetação arbórea de grande e

médio porte e vegetação arbustiva.

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Figura 43. Aspectos Paisagísticos

Fonte: a autora (2017)

Figura 44. Foto 1

Fonte: a autora (2017)

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62

Na imagem 1, tirada da Avenida Sete de Setembro em direção à rua Capitão Bernardo,

limite frontal do terreno, percebe-se que as áreas verdes se sobrepõem, é um local com

aparência bucólica no centro da cidade; oferece sensação de calmaria.

Figura 45. Foto 2

Fonte: a autora (2017)

A imagem 2 dá a impressão de se estar em outro bairro, mais urbanizado com edifícios

em altura. Sensação de vida urbana mais agitada.

Figura 46. Foto 3

Fonte: a autora (2017)

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Na fotografia 3, é possível ver o novo prédio da Feira do Produtor, sensação de estar

próximo à uma fábrica ou ambiente similar, que é alusivo à produção, ao trabalho, à mão-de-

obra. A estrutura de metal se destaca na paisagem.

Figura 47. Foto 4

Fonte: a autora (2017)

A rua Bororós, representada na panorâmica 4, oferece sensação de quietude, de bairro

familiar com residências unifamiliares, sensação de tranquilidade.

Figura 48. Foto 5

Fonte: a autora (2017)

A imagem 5 mostra a rua Minas Gerais: agitada, com intenso fluxo. A impressão é de

movimento.

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Figura 49. Foto 6

Fonte: a autora (2017)

Por outro lado, seguindo o trajeto, a foto 6 dá ideia de calma e, ao mesmo tempo em

que mostra prédios e a cidade ao fundo. Áreas verdes limitadas pelo céu e pela cidade.

Figura 50. Foto 7

Fonte: a autora (2017)

Ruela pacata, sensação de calmaria, na imagem 7.

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Figura 51. Foto 8

Fonte: a autora (2017)

No mesmo ponto da imagem 7, do outro lado, há na imagem 8 a vista do Parque da

Gare: espaços abertos, áreas verdes, que respiram dentro da cidade, que se mostra ao fundo

no gabarito dos edifícios multifamiliares.

Figura 52. Foto 9

Fonte: a autora (2017)

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A via João Lamachia Godinho, outra rua que contorna o terreno escolhido, também é

pacata com a vista dos prédios ao fundo. Sensação de calmaria e local deserto, na foto 9.

Figura 53. Foto 10

Fonte: a autora (2017)

A imagem 10, do mesmo lugar, mas tirada em direção oposta, por sua vez, mostra a

vivacidade do parque, vegetação, cor, sensação de vitalidade urbana.

Figura 54. Foto 11

Fonte: a autora (2017)

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Na esquina do terreno, representada pela foto 11, é possível observar um lugar pacato,

pouco urbanizado, que parece estar situado em um bairro distante do centro. Áreas verdes se

sobressaem. Impressão de vazio (área inexplorada).

Figura 55. Foto 12

Fonte: a autora (2017)

A mesma sensação da foto 11, se repete na imagem 12: um oásis no centro da cidade,

pouco valorizado e disponível.

Figura 56. Foto 13

Fonte: a autora (2017)

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A foto 13, mostra a vista que se tem do terreno em direção à Avenida Sete de

Setembro: antiga Estação Ferroviária, prédios com gabarito que se destaca e a escada que

tem a mesma cor dos detalhes do prédio da Feira do Produtor (o vermelho). Sensação de

energia pelos edifícios ao fundo e de estar próximo à natureza pelo talude em verde que se

lança na imagem.

Figura 57. Foto 14

Fonte: a autora (2017)

A imagem 14 dá ao espectador a visão do edifício da Feira do Produtor. Parece uma

fábrica no centro. O vermelho se sobressai e o pavilhão chama a atenção na paisagem.

Figura 58. Foto 15

Fonte: a autora (2017)

A panorâmica 15, final, tirada da altura do observador, do terreno em direção

ao entorno, mostra parcialmente o Parque da Gare (áreas verdes, vivacidade), o centro da

cidade (urbanizada) e o sossegado terreno. Uma vista interessante, com diferentes elementos

que se contrastam e se complementam.

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Figura 59. Skyline - Rua Capitão Bernardo

Fonte: a autora (2017)

Figura 60. Skyline - Rua João Lamachia Godinho

Fonte: a autora (2017)

Nos visuais de vias próximas ao terreno, percebe-se que as edificações não são de

mais de seis pavimentos (18 metros de altura) e que há vegetação arbórea e arbustiva de

grande e médio porte nas imediações.

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3.4.4 SÍNTESE DE LEGISLAÇÕES E NORMATIVAS

Figura 61. Zoneamento da área

Fonte: a autora (2017)

A zona a qual o terreno pertence é a Zona de Transição (ZT) que é uma área adensável

e que permite uso residencial, uso comércio e serviço e uso industrial. O CIT pode caracterizar

por ser: CS.2 Comércio Varejista e Serviços Tipo II - Agência de Turismo/ Publicidade,

permissível pelo PDDI ou CS.1 Comércio Varejista e Serviços Tipo I – Cafeteria, permissível

pelo PDDI. Além do zoneamento o Código de Obras do município deve ser observado ao

fazer o projeto arquitetônico.

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CAPÍTULO 4: CONCEITO E DIRETRIZES PROJETUAIS

4.1 INTRODUÇÃO

Nesta parte do trabalho de conclusão de curso será apresentado o conceito do projeto

e suas principais diretrizes. O conceito baseia-se em valorizar e explorar a conexão do

município de Passo Fundo com outros municípios e aproveitar-se de sua relevância nesta

rede urbana. Sendo um município de referência no norte do Estado que atrai pessoas para

usufruir seus serviços, através da rota turística, valoriza-se o patrimônio histórico-

arquitetônico, patrimônio religioso e áreas de públicas de lazer de Passo Fundo. Esta ideia de

conexão foi pensada tanto para traçar as rotas turísticas quanto para desenvolver o projeto

arquitetônico do Centro de Informações Turísticas (CIT). A tecnologia dos materiais utilizados

também é um forte componente conceitual: o uso de containers marítimos – independentes,

mas que podem ser agrupados e com conexão se tornarem uma forma uniforme.

4.2 CONCEITO DO PROJETO

A intenção deste trabalho é explorar a recreação e o turismo na cidade através de um

roteiro (pontos) e rota (caminho) turística e posterior projeto arquitetônico de um CIT feito a

partir de contêineres marítimos. A motivação é explorar um serviço que pode ser facilmente

exequível no município e trazer inúmeros benefícios para Passo Fundo: visibilidade para a

cidade, atração de investimentos, impulso econômico, possibilidade de geração de empregos,

suscitação de novos usos ao longo da rota turística. O conceito é: conexão.

Historicamente, cidades muito próximas a Passo Fundo pertenciam ao município e

foram desmembrados dele nos idos de 1800 e 1900, entre o século XIX e XX, são elas:

Palmeira das Missões (1874), Soledade (1875), Guaporé (1903), Erechim (1928), Carazinho

(1931), Getúlio Vargas (1934), Sarandi (1939), Marau (1954), Tapejara (1955), Sertão (1963),

Ibiaça (1975), Ciríaco (1965), David Canabarro (1965), Ernestina (1988), Coxilha (1992),

Pontão (1992) e Mato Castelhano (1992), segundo Finamore (FINAMORE; LECH, 2007, p.

84). Percebe-se que desde muito tempo Passo Fundo é uma cidade agregadora, que se

conectava e se conecta a outros municípios de maneira bem expressiva. Tornou-se ao longo

dos anos referência em saúde e educação para o norte do Rio Grande do Sul. As interações

entre o município e municípios vizinho seguem até hoje. Entretanto, apesar de ser uma cidade

referência, capital do Planalto Médio, a atividade de turismo e recreação é pouco explorada.

A localização do terreno está próxima à antiga estação ferroviária da cidade e muito

perto da rua onde os trens se deslocavam, a “Rua dos Trilhos”, atual Avenida Sete de

Setembro. Destaca-se aí, a ligação entre o conceito conexão com a própria localização do

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terreno. O trem foi um modal importante de conexão da cidade com o restante do país no

final do século XIX. A ferrovia, que ligava Passo Fundo ao centro do país, iniciou suas

atividades em 8 de fevereiro de 1898, de acordo com Heinsfeld (HEINSFELD; LECH, 2007,

p.127) e em 1930 possibilitou que o Getúlio Vargas fosse de Passo Fundo ao meio do Brasil

“para assumir o poder após a revolução vitoriosa” (HEINSFELD; LECH 2007, p. 127).

Machado et al. (MACHADO et al., 2007, p. 129) relatam, por exemplo, que a viagem mais

longa tendo como ponto de partida Passo Fundo era para São Paulo, que durava três dias e

duas noites.

4.3 DIRETRIZES DE ARQUITETURA

Para espacializar o conceito proposto as diretrizes baseiam-se em:

- Elencar pontos turísticos, históricos, religiosos, parques e outros elementos na cidade que

proporcionem atividades ligadas ao lazer, turismo e/ ou entretenimento e conectá-los.

- Conectar volumes independentes (containers marítimos) formando unidade e conexão

arquitetônica.

- Trabalhar com materiais pouco usuais. Inserir novas tecnologias de trabalho, a exemplo do

container marítimo. Conectar materiais pesados e opacos com outros translúcidos e leves.

As conexões serão feitas por elementos transparentes, como o vidro, que se emendaram aos

containers marítimos. Ainda, serão projetadas rampas e muitas aberturas no CIT.

Figura 62. Loja Container – Passo Fundo. Uso de vidro com container

Fonte: Loja Container (s/ data)

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Figura 63. Empreendimento feito de container – Passo Fundo - Empilhamento

Fonte: Alana Schneider (2017)

4.4 DIRETRIZES URBANÍSTICAS

Este projeto relaciona-se intrinsecamente com o entorno. O entorno determina o

projeto das rotas turísticas. Os pontos turísticos serão elencados e partir deles serão feitas

três rotas principais que são interdependentes (é possível circular por todas as rotas ou por

uma de cada vez). As rotas turísticas são:

- Rota histórico-arquitetônica- cultural: edifícios históricos, pontos arquitetônicos relevantes;

- Rota religiosa: igrejas, capelas, caminho de procissões, cemitério;

- Rota verde: parques da cidade.

O projeto das rotas é voltado especialmente ao público da região que vem até a cidade

para fazer tratamento de saúde, para estudar, por exemplo.

O projeto do CIT relaciona-se também com o entorno, já que está em um terreno em

que vai passar a rota e trabalha com material que oferece estética particular e alusiva à

fábrica, ao ferro, à férrea, ao trem, à mobilidade. É possível perceber que o material também

se refere ao conceito: conexão e tem relação com à rota (turística), com mobilidade.

A conexão se mostra na própria unidade do container marítimo. São retângulos de ferro de

cerca de 12m x 2m ou 6m x 2m que podem ser conectados e formarem outra forma.

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Figura 64. Container marítimo – 20’

Fonte: Multicomex (s/ data)

Figura 65. Container marítimo – 40’

Fonte: Multicomex (s/ data)

O container tem uma linguagem arquitetônica industrial, se relaciona com ferrovias,

trem, ferro, muito próxima a linguagem arquitetônica da Feira do Produtor, prédio que foi

inaugurado em 2016 (DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DA PMPF, 2016). A

Feira do Produtor funcionava na Avenida Sete de Setembro no prédio onde era a antiga

estação ferroviária.

Fazer conexões com os containers, adições formando outras formas como cita Ching

(2008), e possibilitar as “subtrações” com elementos vazados, transparentes, como o vidro,

faz parte do conceito conexão, se relaciona com elemento arquitetônico marcante no entorno

(Feira do Produtor) e explora técnicas construtivas e material novo, que é reutilizado.

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Figura 66. Desenho técnico de containers marítimos que serão usados. Sem escala

Fonte: a autora (2017)

Figura 67. Prédio onde funciona hoje a Feira do Produtor

Fonte: Departamento de Comunicação da PMPF (2016)

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CAPÍTULO 5: PARTIDO GERAL

5.1 INTRODUÇÃO

Nesta parte será apresentado o partido geral do projeto do Centro de Informações Turísticas

(CIT).

5.2 PROGRAMA DE NECESSIDADES

Tabela 9: Programa de Necessidades CIT

Área Dimensões (em m²) Mobiliário essencial

Recepção/ Espaço para informações turísticas

Cerca de 30m²

Estantes, sofás, pufes, totens

Guichês de atendimento Cerca de 15 m² Cadeira, mesa, computador

Sala administrativa Cerca de 15 m² Mesa, computador, cadeira, estante, armário

Banheiros masculino e feminino Cerca de 16,5m² Vaso sanitário, lavatório, fraldário

Lanchonete Cerca de 15 m² Geladeira, micro-ondas, balcão, caixa, cadeiras e mesas

Loja Cerca de 15m² Balcões, expositores

Espaço aberto vinculado à loja Cerca de 30m² Cadeiras, mesas, cadeira-sofás

Exposições

2° pavimento

Cerca de 30 m²

Espaço livre para exposições de artistas locais, bem como

filmes/documentários referentes à cidade

Fonte: do autor (2017).

5.3 ORGANOGRAMA/FLUXOGRAMA

Figura 68. Organograma do CIT

Fonte: a autora (2017)

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Figura 69. Fluxograma do CIT

Fonte: a autora (2017)

5.4 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO

Figura 70. Proposta de zoneamento 1

Fonte: a autora (2017)

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Figura 71. Proposta de zoneamento 2

Fonte: a autora (2017)

Figura 72. Proposta de zoneamento 3

Fonte: a autora (2017)

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A proposta escolhida para o CIT foi a proposta de zoneamento 3, visto que contempla

adequadamente os condicionantes naturais (sol e vento). As áreas do guichê e atendimento

do CIT, que são áreas de permanência, ficam mais na esquina do terreno, se destacam com

a insolação nordeste (sol “bom”). O mesmo acontece com a área administrativa. Já o banheiro,

fica na fachada oeste e a lanchonete e espaço aberto na fachada sudoeste, que embora não

tenha o sol “bom”, pode contemplar o pôr do sol. Este horário, final da tarde, coincide com o

horário que pode atender indivíduos que trabalham nas redondezas e voltam para casa ou

que cruzam o caminho para fazer esse deslocamento, dessa maneira, manter a lanchonete e

o espaço aberto voltado para o sudoeste justifica-se.

Por fim, a área fica bem ventilada com a ventilação Nordeste/ Sudoeste e as aberturas

votadas para leste e oeste. É possível existir ventilação cruzada.

Figura 73. Proposta de zoneamento 3 – condicionantes naturais

Fonte: a autora (2017)

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CAPÍTULO 6: REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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ANEXOS