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Faculdade São José Curso de Turismo Prof. Simone Dantas

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Faculdade São José

Curso de Turismo

Prof. Simone Dantas

Viajar é ... “ Viajar é abrir novos horizontes , conhecer novas

culturas, lugares e paisagens. A viagem rompe a rotina do cotidiano, revela novos cenários e traz para a vivencia dos turistas expectativas sempre surpreendentes . [ ] A viagem exerce nos turistas muitas influencias , eis que no aspecto subjetivo liberará o conteúdo de seus sonhos , seus desejos, sua imaginação projetiva , e aumentará suas experiências existenciais . No aspecto material, por outro lado, crescerá o seu acervo de conhecimentos profissionais e seus negócios poderão expandir-se ou transformar-se em novos empreendimentos.” Mario Carlos Beni

MOTIVAÇÕES PARA VIAGENS = TIPOS DE TURISMO

O QUE O MOTIVA VIAJAR? A PRATICAR TURISMO ?...

RURAL

AVENTURA

ESPORTES

HISTÓRICO CULTURAL

NEGÓCIOS E EVENTOS

PRAIA E SOL

GLS

RELIGIOSO

TERCEIRA IDADE

ESTUDOS E INTERCAMBIO....

Conceitos de Turismo TURISMO = é uma prática social, que envolve o

deslocamento de pessoas pelo território e que tem no espaço geográfico seu principal objeto de consumo.

Segundo a Organização Mundial de Turismo (OMT), o turismo é uma modalidade de deslocamento espacial, que envolve a utilização de algum meio de transporte e ao menos um pernoite no destino; esse deslocamento pode ser motivado pelas mais diversas razões, como lazer, negócios, congressos, saúde e outros motivos, desde que não correspondam a formas de remuneração direta.

Conceitos de Turismo O Turismo , na Visão Holística de Jafar Jafari

“ É o estudo do homem longe de seu local de residência, da indústria que satisfaz suas necessidades , e dos impactos que ambos, ele e a indústria , geram sobre os ambientes físico, econômico e sócio-cultural da área receptora.”

Juramento do Bacharel em turismo Prometo, como bacharel em turismo, dedicar-

me à pesquisa e ao desenvolvimento sustentável do turismo; empenhar-me pelo

engrandecimento do fenômeno turístico, no Brasil e no mundo; preservar o turismo como

instrumento de paz, bem estar e entendimento entre povos e zelar pelos valores éticos da

profissão." Estabelecido pela equipe do Conselho Nacional da ABBTUR

Bacharel em Turismo – Titulo acadêmico

Turismólogo Lei 12591/2012

ABBTUR – Associação Brasileira de Turismólogos e Bacharéis em Turismo

Lei 12.591 de 18 de janeiro de 2012, reconhece o Turismólogo O mercado e a academia passaram por várias transformações ao longo de trinta

e quatro anos , e a entidade, acompanhando tais transformações, adotou em 2011 em sua sigla o termo Turismólogo gerado na entidade em 1999 e cujo reconhecimento do profissional se deu , enfim, através da Lei 12.591 de 18 de janeiro de 2012, que determina:

“Art. 2o Consideram-se atividades do Turismólogo: I - planejar, organizar, dirigir, controlar, gerir e operacionalizar instituições e

estabelecimentos ligados ao turismo; II - coordenar e orientar trabalhos de seleção e classificação de locais e áreas de

interesse turístico, visando ao adequado aproveitamento dos recursos naturais e culturais, de acordo com sua natureza geográfica, histórica, artística e cultural, bem como realizar estudos de viabilidade econômica ou técnica;

III - atuar como responsável técnico em empreendimentos que tenham o turismo e o lazer como seu objetivo social ou estatutário;

IV - diagnosticar as potencialidades e as deficiências para o desenvolvimento do turismo nos Municípios, regiões e Estados da Federação;

V - formular e implantar prognósticos e proposições para o desenvolvimento do turismo nos Municípios, regiões e Estados da Federação;

VI - criar e implantar roteiros e rotas turísticas;

VII - desenvolver e comercializar novos produtos turísticos;

VIII - analisar estudos relativos a levantamentos socioeconômicos e culturais, na área de turismo ou em outras áreas que tenham influência sobre as atividades e serviços de turismo;

IX - pesquisar, sistematizar, atualizar e divulgar informações sobre a demanda turística;

X - coordenar, orientar e elaborar planos e projetos de marketing turístico;

XI - identificar, desenvolver e operacionalizar formas de divulgação dos produtos turísticos existentes;

XII - formular programas e projetos que viabilizem a permanência de turistas nos centros receptivos;

XIII - organizar eventos de âmbito público e privado, em diferentes escalas e tipologias;

XIV - planejar, organizar, controlar, implantar, gerir e operacionalizar empresas turísticas de todas as esferas, em conjunto com outros profissionais afins, como agências de viagens e turismo, transportadoras e terminais turísticos, organizadoras de eventos, serviços de animação, parques temáticos, hotelaria e demais empreendimentos do setor;

XV - planejar, organizar e aplicar programas de qualidade dos produtos e empreendimentos turísticos, conforme normas estabelecidas pelos órgãos competentes;

XVI - emitir laudos e pareceres técnicos referentes à capacitação ou não de locais e estabelecimentos voltados ao atendimento do turismo receptivo, conforme normas estabelecidas pelos órgãos competentes;

XVII - lecionar em estabelecimentos de ensino técnico ou superior;

XVIII - coordenar e orientar levantamentos, estudos e pesquisas relativamente a instituições, empresas e estabelecimentos privados que atendam ao setor turístico”

Fonte: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12591.htm

IMPACTOS POSITIVOS DA ATIVIDADE TURISTICA

Estudos para preservação e recuperação das condições ambientais do destino;

Investimento em infraestrutura básica e turística;

Reconhecimento do patrimônio cultural local

Geração de emprego e renda

Sensibilização da população e turistas para os valores ambientais e socioculturais locais;

Promover a difusão de informação sobre uma determinada região ou localidade , seus valores naturais, culturais e sociais;

IMPACTOS NEGATIVOS DA ATIVIDADE TURISTICA

Poluição de todas as formas

Uso inadequado dos recursos naturais

Perda da autenticidade da cultura local;

fenômenos de disfunção social na família, patologia no processo de socialização, desintegração da comunidade;

Dependência do capital estrangeiro ou de estereótipos existentes em face do turismo

Demanda maior do que o local pode suportar

Vandalismo

Especulação imobiliária

Alta de preços e custo de vida da comunidade receptora

A Geografia e seus conceitos A Geografia é a ciência que estuda a produção espacial e as relações sociais e de poder em um

espaço específico – o espaço geográfico.

• A geografia é uma ciência que tem por objetivo o

estudo da superfície terrestre e a distribuição espacial de fenômenos significativos na paisagem;

• Também estuda a relação recíproca entre o homem e o meio ambiente;

• Para alguns a Geografia também pode ser uma prática humana de conhecer, para compreender e planejar o espaço onde se vive. Um dos temas centrais da geografia é a relação homem-natureza

Fenômeno Turístico

Causas e Efeitos

Sociais

Econômicos

Componentes: Homem Espaço Tempo

Motivação + Deslocamento + Tour + Permanência

ATIVIDADE TURISTICA

MERCADO TURISTICO

NUCLEO EMISSOR

FLUXO TURISTICO

DEMANDA OFERTA

MEIO AMBIENTE CENÁRIO POLITICO-ECONOMICO

INTERNACIONAL CULTURA DAS VIAGENS

MOTIVAÇÃO RECURSOS

Conceitos

A geografia possui 5 conceitos fundamentais:

LUGAR – espaço do cotidiano

PAISAGEM – porção do espaço que vejo e sinto

ESPAÇO GEOGRÁFICO – espaço transformado

TERRITÓRIO – espaço de poder

REGIÃO – espaço diferente

LUGAR: podemos dizer que se trata do espaço familiar ao indivíduo, denominado espaço vivido, onde experienciamos a vida. Seria uma parcela do espaço e particularidades devem ser compreendidas na mundialidade, ou seja, um problema local deve ser analisado como problema global;

http://perlbal.hi-pi.com/blog-images/495608/gd/1254603627/Ponta-do-Sol-Lugar-de-Baixo.jpg

Lugar é onde as pessoas moram e realizam atividades cotidianas. É a primeira referência que cada um tem no mundo.

Os lugares não estão isolados uns dos outros. Eles se relacionam, uma vez que as pessoas e as empresas de lugares também estabelecem relações.

São, portanto, as pessoas que dão sentido ao lugar. Por isso é importante conhecer as relações entre elas e os diversos lugares.

Profº. Elian Alabi Lucci

O lugar onde você mora Vamos construir o endereço cósmico do nosso lugar.

Nome da rua, praça ou avenida Número da moradia (casa ou prédio) Nome do bairro Município Estado País Continente Planeta Sistema Galáxia

Não-lugares

•É o espaço sem identidade, sem história, é o espaço vazio, marcado pelo provisório, pelo passageiro, pelo efêmero.

•O não-lugar é a negação do lugar, é a antítese do lugar.

•Diferencia-se do lugar pelo seu processo de constituição.

•Em que contexto é produzido o não-lugar?

Pseudo-lugares do Turismo O turismo transforma tudo o que toca em

artificial, transformando os lugares em função dos seus interesses.

•São lugares cuja história e identidade são prostituídas em nome de um uso especializado, de relações alienadas e alienígenas produzidas pelo e para o Turismo.

•São simulacros (cópia ou reprodução imperfeita), espaços-à-margem.

Pseudo-lugares do Turismo

Animal Kingdon: uma pseudo-savana na Flórida

Complexo Hoteleiro Costa do Sauípe, localizado no litoral no município de Mata de São João, em nada lembra a pobreza e a miséria do município.

Geralmente, esses espaços procuram simular uma realidade frequentemente desejada pelos turistas e não

disponível onde se procura por ela ;

PAISAGEM: para a Geografia, esse conceito permite a observação de aspectos visíveis dos fatos, fenômenos e acontecimentos geográficos. O geógrafo Milton Santos a definia não só como tudo aquilo que a visão abarca do ponto de vista da forma e do volume das formas concretas, mas também por cores, sons, movimentos, odores e outros atributos sensoriais. É um conceito relacionado ao campo da percepção, sendo esta uma habilidade do processo seletivo de apreensão da realidade. Pode ser classificada em: natural ou artificial e cultural ou humanizada;

A PAISAGEM HUMANIZADA é aquela que sofreu transformações em resultado da intervenção humana. São exemplos de ambiente construído como as OBRAS DE ARQUITETURA ou definidos por aspectos culturais .

A PAISAGEM NATURAL é aquilo que vem de origem da natureza, sem interferência da mão humana, como a VEGETAÇÃO , FORMAÇÕES GEOLÓGICAS.

Paisagem N

atural – B

iom

as do

Brasil

Todos os elementos que formam o espaço onde o homem vive constituem a paisagem geográfica. Esses elementos, incluindo o próprio homem, constituem a estrutura da paisagem, caracterizada de acordo com as funções de cada um. Existem diversas maneiras de se estudar e delimitar uma unidade de paisagem geográfica. O mais importante é estabelecer critérios e compreender a interdependência de todos os elementos que a integram. Vejamos algumas etapas para um estudo da paisagem geográfica, que não precisam necessariamente seguir essa ordem:

a) definição da escala de abordagem (espacial e temporal);

b) descrição da topografia;

c) caracterização da estrutura geológica, geomorfológica (relevo) e pedológica (solo): identificar problemas de erosão e usos do solo;

d) caracterização climática (temperaturas médias, ocorrência de chuvas e ventos ao longo do ano e alterações (observadas nos últimos anos);

e) identificação da estrutura e fluxo de energia e matérias;

f) identificação dos ecossistemas existentes;

g) caracterização das formações vegetais predominantes: áreas de reflorestamento, áreas protegidas, recursos utilizados;

h) inventário da fauna e cadeias alimentares; i) determinação do grau de interferência humana:

agricultura (tipos de culturas, histórico dessas culturas, grau de mecanização, origem das sementes, uso de agrotóxicos e adubos, etc.), habitat, urbanização, atividades industriais (modo de produção, localização e tratamento de resíduos);

j) identificação das espécies animais e vegetais ameaçadas ou em vias de extinção;

l) análise dos recursos hídricos: quantos e quais são; qual a utilização desses recursos (irrigação, abastecimento, produção de energia, atividades de lazer), verificação da presença de vegetação ciliar, fauna aquática, assoreamento e substâncias poluentes;

m) caracterização da estrutura e dinâmica da população; n) identificação das políticas de organização e gestão dos

espaços; o) inventário dos valores culturais da sociedade; p) síntese das etapas anteriores. Fonte: CAMINHOS DO FUTURO – Geografia e Cartografia para o Turismo p. 13

Trechos de florestas de difícil acesso.

Áreas desérticas.

Regiões polares.

Altas montanhas.

Fundo dos oceanos

Paisagens que não sofreram interferência antrópica:

Reserva Florestal Adolpho Ducke, Zona Rural de Manaus (AM)

A transformação das paisagens As paisagens naturais podem ser modificadas para dar lugar,

por exemplo, às plantações, às cidades, às rodovias ou para a obtenção de recursos naturais, como madeira, minérios, água e outros.

Espaço Geográfico A Geografia estuda os processos responsáveis pela formação das

paisagens decorrentes da ação humana.

O espaço geográfico é o espaço construído através da transformação do mesmo pelo homem (relação sociedade-espaço). É um conjunto de lugares, com diferentes naturezas, que passaram por diferentes processos históricos e unidos por uma complexa rede de relações.

“espaço geográfico é a união dos elementos físicos e culturais da paisagem”

Prof. Roberto Lobato

“espaço geográfico é a natureza socializada, pois, muitos fenômenos apresentados como se fossem naturais, são, de fato, sociais”

Prof. Milton Santos

Os elementos do espaço geográfico

Elementos naturais

• Montanhas, serras, rios, lagos, vegetação, animais, rochas, solo, flores, etc.

Elementos culturais

• Casas, prédios, pontes, rodovias, ruas, plantações, lojas, banco, etc.

Elementos invisíveis

• Barulho dos carros, os odores da poluição, os ventos, o barulho das pessoas ou os laços de amizade entre os seres humanos, as leis e etc.

Na Teoria do Espaço Turístico de Miossec (1976) o turismo é explicado a partir das relações custo e distancia pelos deslocamentos espaciais do numero de turistas e o tempo gasto com o turismo

“ O espaço turístico se organiza sobre uma BASE TERRITORIAL concêntrica com poder de atrair e emitir fluxos para periferias próximas e ou distantes. Nas primeiras, o acesso ao solo é dificultado pelos altos custos de aglomeração urbana, portanto a ocupação turística é menor. Nas periferias distantes o custo do solo é menor e há uma baixa densidade populacional, logo nelas se alocam mansões e equipamentos para ocupação dispersa do Turismo”

Essas áreas passam por impactos físicos, sociais, econômicos, políticos , culturais. (CORIOLANO, 2005 P. 108)

O território É uma porção do espaço definido por uma relação

de poder.

Área delimitada sob a posse de um animal, de uma pessoa (ou grupo de pessoas), de uma organização ou de uma instituição.

Exemplos: O território nacional de um país;

Terras indígenas demarcadas

O morro de uma favela dominado por um grupo de traficantes;

Savana dominada por um grande animal predador;

Embaixada de um país;

Blocos econômico de países.

Faixas colocadas pelo tráfico, uma delas na esquina da Estrada de Botafogo com a Avenida Pastor Martin Luther King, no Complexo da Pedreira, proibiram bandidos de levar carros roubados para a área a fim de afastar as operações policiais. - Houve uma redução no roubo de carros. Parece que os traficantes têm mais força do que o próprio poder público - lamentou o corretor Antônio José de Souza, que mora na Pavuna (Rio de Janeiro-RJ) há mais de quatro décadas.

Território: constituem parcelas do espaço que são apropriadas pelos seres humanos de forma concreta ou abstrata (por interesses políticos, econômicos ou por representações, por exemplo). Um território é delimitado por fronteiras, redes e nós, limites, continuidades e descontinuidades, domínios material e não-material. Esses limites estão associados às áreas de influência (de poder ou política) de grupos humanos, sendo entendido como um campo de forças que envolve relações de poder.

Fonte: adaptado de CAVALCANTI, L. S. Geografia, escola e construção de conhecimentos. 4ª edição. Campinas, SP: Papirus, 2003

A região É uma parte do espaço geográfico que foi

separada, através de um critério, por possuir características em comum.

Os critérios de regionalização podem ser:

naturais (clima, vegetação, relevo e etc.);

socioculturais (grupos linguísticos, religiões, atividades econômicas e etc.).

REGIÃO: trata-se de um espaço concreto, dotado de características espaciais capazes de torná-lo homogêneo internamente, mas distinto de outros espaços. Está associado à localização e à extensão de um fato ou fenômeno. Em outro sentido, pode ser atribuída à região a característica de unidade administrativa, cuja hierarquização se dá pela divisão regional. Um exemplo seria a divisão do território brasileiro em cinco regiões, proposta do IBGE (regiões sul, sudeste, norte, nordeste e centro-oeste);

Exemplos

Qual foi o critério utilizado na regionalização acima?

Qual foi o critério utilizado na regionalização acima?

CRITÉRIO GEOGRÁFICO (CONTINENTES)

CRITÉRIO SÓCIOECONÔMICO E

CULTURAL

Regionalizações do continente americano.

O Tempo

A GEOGRAFIA COM O TURISMO As primeiras relações da Geografia com o Turismo se

respaldam nas práticas das viagens e no interesse pelo conhecimento de novos lugares;

um dos elos entre a Geografia e o Turismo era, e continua sendo, a busca pelo conhecimento de novos espaços;

A Geografia considera a atividade turística para além da questão econômica;

As preocupações espaciais com a expansão da função turística derivam, principalmente, das análises da distribuição dos equipamentos e das suas incidências na organização sócio espacial

Segundo Cazes (1987 apud CASTILHO, 1999, p.95), tradicionalmente ligados à apaixonante problemática da localização, os geógrafos arrolam os fatores geográficos convencionais tais como:

a atração da paisagem e do clima;

a disponibilidade de infraestrutura e de equipamentos turísticos; e

a sedução sociocultural e espacial dos lugares observados.

Neste sentido, podemos conceber que, no campo geográfico, o turismo é muito mais que o simples deslocamento de pessoas com fins de lazer; é uma prática sócio espacial complexa e multifacetada e têm seus rebatimentos nas diferentes esferas da organização sócio espacial:

Econômica: requalifica os espaços através da diversificação, do crescimento e/ou decréscimo das atividades, provocando alterações nos perfis de emprego, na renda e na base produtiva

Cultural: modifica os sistemas de valores, o estilo de vida e os padrões de consumo das populações receptoras

Ideológica: articula estratégias e táticas que permeiam o imaginário do turismo como via de “salvação do mundo” e como mecanismo de manutenção da ordem;

Política: (re)define o papel do Estado como

gerenciador da infraestrutura turística e da ordem;e

Espacial: refere-se ao espaço como meio de produção, como produto de consumo e como o locus das práticas sócio espaciais

LUGAR TURÍSTICO

É uma expressão utilizada tanto para se referir a lugares que já foram apropriados pela prática social do turismo como também a lugares considerados potencialmente turísticos.

O que diferencia o lugar turístico na atualidade de outros lugares é a presença do turista e não simplismente, a existência de infra-estruturas de um uso turístico (CRUZ, 2000).

ATRATIVO TURÍSTICO

Atrativo Turístico é todo lugar, objeto ou acontecimento

de interesse para o turismo (EMBRATUR, 1992);

"...todo elemento material que tem a capacidade

própria, ou em combinação com outros, para atrair

visitantes de um determinada localidade ou zona"

(CERRO, 1992);

Os atrativos turísticos podem ser naturais, culturais, manifestações e usos tradicionais e populares, realizações técnicas e científicas contemporâneas e acontecimentos programados.

PAISAGEM TURÍSTICA De modo geral, compreende a

porção do espaço geográfico e, por isso, desempenham importante papel na constituição dos lugares turísticos e no direcionamento dos fluxos turísticos (CRUZ, 2000).

As paisagens turísticas não existem a priori, como um dado da natureza são uma invenção cultural (LUCKIARI, 1998).

O ESPAÇO TURISTICO é um LUGAR determinado , onde se encontra a oferta ou seja , onde estão os atrativos naturais e culturais, os serviços turísticos, a infraestrutura de apoio e para onde flui a demanda

A teoria de Boullón (1985, p.70) considera o espaço geográfico um espaço turístico como um sistema formado pela REGIÃO, ZONA, ÁREAS, CENTRO, COMPLEXO, NÚCLEO , CONJUNTO , CORREDOR E UNIDADE.

REGIÃO

Zona Área Centro

Unidade Complexo

CORREDO R

ZONAS – unidades de análise e estruturação do universo Espacial turístico, delimitadas em função dos atrativos e das vias de acesso , compreendendo áreas sempre maiores do que a de um município.

ÁREAS – partes em que se divide a zona turística. Também possuem atrativos, mas nem toda zona precisa possuir área.

CENTROS – conglomerados urbanos que servem de base receptora de turismo, correspondem às cidades que assumem funções como de: DISTRIBUIÇÃO, ESTADA, ESCALA E EXCURSÃO.

COMPLEXOS – derivação dos centros turísticos que alcançam uma ordem superior por exigir vários atrativos turísticos complementares e uma maior permanência do turista: Ex: Complexo Turístico de Sauípe, na Bahia.

EXEMPLO DE COMPLEXO TURISTICO : “A Costa do Sauípe é um

complexo turístico com 5 hotéis e 5 pousadas para receber você de acordo com o seu jeito, e o seu estilo. São opções de hospedagem de acordo com o seu perfil e também de acordo com o que você espera das suas férias: diversão e alegria para um público mais jovem, tranquilidade, programação para todas as idades, conforto e contato com a natureza, bem-estar e atividades esportivas e também luxo e exclusividade. A Costa do Sauípe tem uma das maiores e mais completas estruturas de esportes e lazer, grande diversidade gastronômica, atrações culturais, espaços para eventos e congressos, enfim, tudo para que você possa viver momentos especiais e inesquecíveis.” http://ww2.costadosauipe.com.br/galeria

-imagens-hoteis.php

UNIDADES - atrativos com nome e especificidades próprias que podem fazer parte de um conjunto : O Pirata Bar, o Estoril, a feira de Artesanato do calçadão da volta da Jurema são unidades do conjunto turístico da Praia de Iracema na orla marítima de Fortaleza.

Ponte do Ingleses

Estátua de Iracema

Pirata Bar

NÚCLEOS - agrupamentos de menor hierarquia , o categoria circunscrita a um pequeno espaço, com funcionamento rudimentar e poucos níveis de comunicação, cujos acessos e comunicações promovem um conjunto turístico . Possuem área menor do que a de um municipio. Em Fortaleza (CE) , Cumbuco, Jericoacoara , Canoa Quebrada são núcleos turísticos.

CONJUNTOS – núcleos integrados em um sistema maior favorecido por uma planta turística integrada á natureza e com atrativos culturais hierarquizados .

CORREDORES – espaços longitudinais com vias de conexão entre as zonas, áreas, complexos, conjuntos. São redes de estradas ou caminhos de uma região através das quais se mobilizam os fluxos turisticos para chegar aos seus itinerários, que podem formar cidades lineares.

ROTEIROS TURÍSTICOS – interligações de núcleos turísticos possibilitando o acesso e a exploração de forma integrada. O Programa de Regionalização do Ministério do Turismo incentiva a formação de roteiros regionalizados.

A teoria de Chadefaud apresenta o espaço turístico como um produto social : o espaço em si não é o atrativo, pois é mediado pelo modo de pensar e sentir coletivo, pelo filtro do imaginário individual e social, por tudo o que alicerça a cultura de grupos humanos

( CORIOLANO, 2005 p.114).

Essas imagens e representações criadas em torno do turismo levam os mais diversos grupos a se envolverem com esta atividade , seja fazendo turismo , seja oferecendo produtos turísticos. Favelas, morros, assentamentos, tribos, lutam para colocar seus espaços , seus produtos nos roteiros turísticos pois foram tingidos por esta ideologia. Assim, o produto turístico estimula e alimenta o mito, fechando o negócio. (CORIOLANO , 2005, P. 115)

14/08/2011 - 07h12

Favelas pacificadas atraem turistas no Rio A concepção tradicional de favela vem sendo subvertida no Rio. De lugares simples e muitas vezes miseráveis, elas passaram a ponto de encontro de turistas e cariocas descolados que sobem o morro sem preconceito atrás da cidade maravilhosa além do cartão postal. O morro Dona Marta, em Botafogo, zona sul, cenário do clipe de "They Don't Care About Us", de Michael Jackson, hoje está na agenda graças aos eventos realizados quase que semanalmente pela comunidade --sede da primeira UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) do Rio.

Espaço Michael Jackson no morro Santa Marta (RJ); cantor gravou clipe no local

Um dos mais famosos é o "Pôr do Samba", que acontece no primeiro sábado do mês.

No dia em que a Folha visitou o local havia alemães e franceses arriscando passos de samba ao lado de cariocas que entraram na favela pela primeira vez e entoavam clássicos de Cartola e Zé Kéti.

Vitor Lira Adão, 30, já levava turistas para passear pelo morro antes da pacificação. Ele é um dos monitores do Rio Top Tour, projeto criado há um ano pelo governo do Estado para incentivar moradores a atuar com turismo.

"Os estrangeiros sempre tiveram curiosidade, mesmo conscientes do perigo de antes", lembra ele, que diz nunca ter tido problemas graves nos passeios --apesar de, na folga, já ter corrido para se esconder dos tiros.

"Muitos amigos meus morreram aqui, alguns porque trabalhavam para os traficantes e outros, atingidos por balas perdidas", conta.

http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/959449-favelas-pacificadas-atraem-turistas-

no-rio.shtml

BUFÊ E FEIJOADA

Do outro lado da lagoa Rodrigo de Freitas, outras favelas usufruem da nova fase: no Cantagalo, Pavão e Pavãozinho é comum ver turistas que trocam as praias de Ipanema por um passeio.

"Já recebi um grupo de 35 japoneses", conta Jailton do Santos, 35, dono do bar e restaurante Bela Vista. O local brinda os visitantes com uma vista de Copacabana e um bufê caprichado, com direito a feijoada no sábado e galinha caipira no domingo.

Já no Chapéu Mangueira, no Leme, é Vítor Hugo Medina, 32, que abre um sorriso ao falar dos novos visitantes. Barraqueiro na praia do bairro, ele se tornou ainda guia turístico e dono de albergue.

Medina promove tours pela favela, mostrando os projetos sociais do local e a área de preservação ambiental vizinha. E cresce sem deixar de lado a comunidade, que recebe uma parcela do lucro.

"Comunidade pacificada é febre. O turista que vem aqui e ainda não foi ao Pão de Açúcar e ao Cristo não vai mais. Aqui, ele vê tudo".

http://www.regioesturisticasdoestadoriodejaneiro.blogspot.com/

O Mapa das Regiões Turísticas - RJ O mapeamento das Regiões Turísticas tem por objetivo a

organização territorial e a gestão da atividade, constituindo estâncias intermediárias de articulação entre o estado e os municípios. O mapeamento turístico no estado resultou na aglutinação de um determinado número de municípios, conferindo praticidade à operação conjunta de ações propostas para o desenvolvimento do setor, sem perder de vista a necessária integração das diversas regiões na realização e promoção do produto turístico de todo o estado.

As regiões turísticas foram identificadas de modo a guardarem, internamente, um sentido de homogeneidade e complementaridade traduzidas pela identidade geográfica, paisagística, territorial e da oferta de infraestrutura e serviços. O processo de regionalização é dinâmico e vem sendo ajustado de tempos em tempos para atender a novos cenários.

O primeiro mapa de regionalização turística do estado é de 1980 e apresentava 7 regiões turísticas. Resultado de análises técnicas, os municípios do estado foram agrupados considerando a similaridade de vocações e peculiaridades regionais, de modo a atender a Lei Estadual n° 276/74 e o Plano de Desenvolvimento Econômico e Social de 1980/1983. Após a edição do Plano Diretor de Turismo em 2001 e seguindo as proposições daquele documento, após revisão e referendo do Fórum Estadual de Secretários Municipais de Turismo, o Estado do Rio de Janeiro passou a apresentar um novo mapa com 13 regiões turísticas. Em 2005, o Ministério do Turismo disseminou processo de revisão da regionalização turística em todo o país. Deste modo, um novo mapa foi desenhado para o estado, tendo sido o mesmo referendado pelo Fórum Estadual de Secretários Municipais de Turismo. Hoje o Estado do Rio de Janeiro apresenta 12 regiões turísticas

1- METROPOLITANA Municípios: Niterói e Rio de Janeiro

A Região Metropolitana possui 1.396,0 km² e 6.317.355 habitantes. Constituída por apenas dois municípios, é o principal pólo de turismo nacional e internacional do Estado e do país. Possui geografia privilegiada, exuberante beleza natural, grande extensão litorânea e diversos atrativos naturais. Esta paisagem natural exuberante emoldura um importante patrimônio histórico e cultural, constituindo paisagens urbanas de grande apelo aos visitantes. Trata-se de uma Região Turística com personalidade e identidade próprias, liderando nacional e internacionalmente o turismo receptivo no país, e concentrando boa parte da oferta de equipamentos e serviços turísticos do Estado.

2- AGULHAS NEGRAS Municípios: Itatiaia, Resende, Porto Real e Quatis

A Região das Agulhas Negras, com 1.675,3 km² e uma população de 152.113 habitantes, está estrategicamente localizada, vizinha aos Estados de São Paulo e Minas Gerais, e relativamente próxima ao município do Rio de Janeiro, sendo cortada pelo importante eixo rodoviário da rodovia Presidente Dutra (BR-116). A Região apresenta, nas suas áreas de maior altitude, uma cobertura vegetal de floresta pluvial subtropical com araucária, o que se constitui em recurso de grande potencialidade para o ecoturismo, principalmente na área do Parque Nacional de Itatiaia, onde se concentram importantes atrativos naturais como os picos das Agulhas Negras e das Prateleiras, além de diversas cachoeiras. Além disso, em relação aos recursos culturais com potencial para o aproveitamento turístico, destaca-se a presença da colônia finlandesa no bairro do Penedo, município de Itatiaia e em Visconde de Mauá, no município de Resende, com grande concentração de pousadas.

3- BAIXADA FLUMINENSE Municípios: Belford Roxo, Duque de Caxias, Japeri,

Mesquita, Nilópolis, Nova Iguaçu, Queimados, São João de Meriti e Seropédica

A Região é constituída basicamente pelos municípios periféricos à capital, possuindo 1.599,4 km² e 3.172.289 habitantes. Não obstante as suas limitações como pólo turístico, a Região registra na parte norte do seu território, onde se iniciam áreas de altitude mais elevada, a presença de remanescentes de cobertura vegetal de Mata Atlântica de grande expressão. Essas áreas representam grande potencialidade para o desenvolvimento de atividades relacionadas ao excursionismo, objetivando principalmente atender ao grande contingente de demanda reprimida localizada nas áreas urbanas de grande densidade populacional da Região Metropolitana.

O segmento excursionista merece ser incentivado na Região, através da implantação de áreas de lazer junto aos locais de expressiva paisagem natural, onde a presença da água constitui um fator fundamental de sucesso. Pela sua localização geográfica, a Região teve importante papel no processo de interiorização da ocupação do país, o que proporcionou a ocorrência de um importante patrimônio cultural, representado por um acervo de elementos da arquitetura civil, religiosa e rural, testemunhos dos diversos ciclos da economia nas vizinhanças da capital.

4- CAMINHOS DA MATA Municípios: Itaboraí, Rio Bonito, Silva Jardim, São Gonçalo e

Tanguá A Região Turística da Baixada Litorânea possui 1.976,3 km² e 1.175.611 habitantes, caracterizando-se pelo fácil acesso, proximidade dos grandes centros e um perfil histórico relevante. Os destaques regionais se revelam pelos atrativos naturais como montanhas, rios e cachoeiras, e a pela reserva natural da Mata Atlântica na sua área mais próxima à região das serras, o que indica uma forte potencialidade para o desenvolvimento dos segmentos de turismo rural e ecoturismo. A Região comporta, ainda, a Reserva Biológica de Poço das Antas, responsável pela preservação da espécie do mico leão dourado, a qual, apesar de não ser aberta para os turistas, colabora para a identidade regional. Além dessa reserva, a Região possui algumas reservas particulares do patrimônio natural (RPPN), que têm estimulado a prática do ecoturismo e do turismo rural. Outros aspectos positivos referem-se à existência de lugarejos que propiciam momentos de descanso e lazer, onde a presença de hotéis-fazenda já começa a ser uma característica nos municípios de Rio Bonito e Silva Jardim.

5- COSTA DOCE Municípios: Campos dos Goytacazes, Cardoso Moreira, São

Francisco do Itabapoana, São Fidelis e São João da Barra A Região da Costa Doce possui 5.617,3 km² e 525.200 habitantes. Apresenta um grande potencial para desenvolver o turismo de veraneio, tendo como demanda o interior do Estado do Rio de Janeiro e os municípios vizinhos dos Estados de Minas Gerais e Espírito Santo. Também se registra como apelo turístico regional o Parque do Desengano, situado no município de Campos dos Goytacazes, e as Lagoas Feia e de Cima, procuradas por praticantes de esportes náuticos. A foz do rio Paraíba do Sul se destaca como um recurso de grande expressão natural. As praias localizadas no município de São João da Barra e São Francisco do Itabapoana recebem, em sua maioria, visitantes veranistas provenientes do Estado de Minas Gerais, apresentando um elevado percentual de residências de uso ocasional.

Neste cenário de belezas naturais estão inseridos núcleos urbanos e fazendas que testemunham a história e constituem o patrimônio cultural e histórico regional. A Região comporta diverso exemplar de solares urbanos e de fazendas remanescentes do ciclo da cana de açúcar (século XIX). O município de Campos dos Goytacazes concentra a maior oferta de equipamentos e de serviços turísticos, tendo o turismo de negócios como referencial, devido à grande movimentação de profissionais vinculados à atividade de exploração petrolífera e ao comércio de uma maneira geral.

6- COSTA DO SOL – REGIÃO DOS LAGOS Municípios: Araruama, Armação dos Búzios, Arraial do

Cabo, Cabo Frio, Carapebus, Casimiro de Abreu, Iguaba Grande, Macaé, Maricá, Quissamã, Rio das Ostras, São Pedro da Aldeia e Saquarema

A Região dos Lagos – Costa do Sol, com 5.295,2 km² e 672.598 habitantes, possui um litoral de rara beleza e grande diversidade, com praias procuradas para a prática do surf e do mergulho, e com lagoas de grande apelo paisagístico e grande potencial para as atividades náuticas e balneárias. Observa-se também, como fator importante de atração turística, a proximidade da cidade do Rio de Janeiro e o clima estável durante todo o ano, com pouca variação de temperatura e baixo índice pluviométrico. Estes são os principais motivos dos fluxos espetaculares de veranistas que acorrem à Região por ocasião dos feriados prolongados e durante o verão, e que se constitui na motivação principal da grande expansão urbana das suas cidades.

A Região também registra, como grande apelo turístico, o patrimônio histórico e cultural com exemplares arquitetônicos retratando a história local, artesanato, artes plásticas, vestuário e gastronomia. Os recursos naturais dos municípios litorâneos são um grande apelo para o turismo ecológico. A importância do acervo ambiental da Região foi recentemente reconhecida com a instituição do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, abrangendo o litoral de Macaé, Carapebús e Quissamã. A composição desse trecho de região litorânea se caracteriza por praias de grandes extensões, pequenas lagoas e, a noroeste, pela restinga de Jurubatiba, que se estende até o limite com Campos, delineada pela Lagoa Feia, maior lagoa do Estado.

Nas áreas rurais encontram-se sedes de fazendas de grande importância histórica e arquitetônica, remanescentes dos séculos XVIII e XIX, que marcaram o apogeu do ciclo da cana de açúcar na Região. O município de Macaé destaca-se no contexto regional pela sua posição estratégica para o turismo de negócios, nacional e internacional, estruturado em torno da atividade de exploração de petróleo na bacia de Campos

7- COSTA VERDE Municípios: Angra dos Reis, Itaguaí, Mangaratiba, Paraty e

Rio Claro Localizada ao sul do Estado do Rio de Janeiro, no limite com o Estado de São Paulo, a Costa Verde possui 3.229,5 km² e população de 271.923 habitantes, desempenhando importante papel no cenário turístico estadual. A Região dispõe de uma grande diversidade de tipos de atrativos turísticos, principalmente aqueles relacionados com o meio ambiente natural. Além de um litoral extremamente privilegiado formado pelas baías da Ilha Grande e de Sepetiba, o interior da

Região apresenta importante remanescente de Mata Atlântica concentrado, principalmente, nos municípios de Rio Claro, Paraty e Angra dos Reis, indicando uma forte potencialidade para o desenvolvimento do ecoturismo.

O maior destaque está na Ilha Grande que, além das dezenas de praias, possui uma exuberante fauna e flora e características naturais que propiciam o desenvolvimento de atividades náuticas, de mergulho e balneárias.

Do ponto de vista dos atrativos culturais, a Região guarda importantes monumentos históricos e arquitetônicos dos séculos XVIII e XIX. Destaca-se nesse contexto o município de Paraty, tombado e erigido Monumento Nacional em 1966, atualmente um dos principais pólos de turismo cultural do Estado.

A proximidade com o Estado de São Paulo, e a disponibilidade quantitativa e qualitativa de serviços de hospedagem e alimentação, colocam a Região em destaque dentro do cenário estadual, podendo seu potencial turístico ser expandido, sem prejuízo para a preservação do seu patrimônio natural e cultural.

8- NOROESTE DAS ÁGUAS Municípios: Aperibé, Bom Jesus do Itabapoana, Cambuci,

Italva, Itaocara, Itaperuna, Laje do Muriaé, Miracema, Natividade, Porciúncula, Santo Antônio de Pádua, São José de Ubá e Varre-Sai A Região Noroeste das Águas possui 5.373,5 km² e população de 297.696 habitantes. O rio Paraíba do Sul atravessa a Região, formando em seu curso grande quantidade de ilhas. A Região apresenta potencialidades centradas no ecoturismo, no turismo rural, no turismo religioso e na prática da pesca esportiva nos rios da Região. Além disso, as estâncias hidrominerais de Raposo e Santo Antônio de Pádua oferecem águas raras e de grandes propriedades terapêuticas.

9- SERRA NORTE Municípios: Bom Jardim, Cantagalo, Carmo, Conceição de

Macabu, Cordeiro, Duas Barras, Macuco, Santa Maria Madalena, São Sebastião do Alto, Sumidouro e Trajano de Morais A Região Turística, com 5.118,8 km² e 170.627 habitantes, apresenta um grupo de municípios inseridos em um ambiente montanhoso de expressiva beleza natural, enriquecido pela presença de remanescentes da Mata Atlântica tombada, incluindo o Parque Estadual do Desengano, em grande parte situado no município de Santa Maria Madalena. O perfil predominantemente rural da maioria dos seus municípios e a tranquilidade de pequenas cidades interioranas propiciam o desenvolvimento do turismo rural e do ecoturismo, com destaque também para o turismo de compras (moda íntima). Merecem destaque ainda, conjuntos de arquitetura típica, como o existente na cidade de Duas Barras, que podem vir a ter valor apelativo para um mercado turístico específico

10- SERRA VERDE IMPERIAL Municípios: Cachoeiras de Macacu,, Guapimirim, Magé,

Nova Friburgo, Petrópolis, Teresópolis A Região da Serra Verde Imperial possui 4.971,8 km² e 999.438 habitantes. Destacam-se como potencialidades regionais o aspecto paisagístico diversificado, com topografia de declives acentuados, cotas elevadas e remanescentes da Mata Atlântica de beleza exuberante. Formações rochosas incomuns marcam a paisagem com esculturas naturais pitorescas, tendo como expressão máxima o Dedo de Deus, no município de Guapimirim. Também se destaca na paisagem natural da Região o manguezal de Guapimirim, um dos últimos remanescentes dos manguezais da Baía da Guanabara, com grande potencial para o desenvolvimento do ecoturismo.

O Parque Nacional da Serra dos Órgãos constitui uma reserva florestal de grande potencial turístico, representando um atrativo especial para o excursionismo e para a prática de montanhismo.

Como fatores positivos ressaltam-se, também, o distanciamento da agitação urbana, uma gastronomia variada e a tradição cultural.

A Região oferece excelentes oportunidades para o desenvolvimento de atividades relacionadas ao ecoturismo, turismo rural e turismo de negócios, feiras e convenções de pequeno e médio porte, especialmente nos municípios de Cachoeiras de Macacu, Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo. A oferta de meios de hospedagem é bastante diversificada na Região, com um relativo predomínio de hotéis-fazenda.

A importância do patrimônio histórico e cultural tem destaque nesta Região, especialmente em Petrópolis, única cidade Imperial das Américas. Também merece destaque a tradição da culinária dos municípios de Teresópolis e de Nova Friburgo e do distrito de Itaipava, em Petrópolis. Seus recursos naturais são abundantes e envolvem diversas serras que dão origem a inúmeras quedas d’água. Um dos mais importantes atrativos da Região está relacionado às corredeiras do rio Paraibuna, nos municípios de Três Rios e Comendador Levy Gasparian.

11- VALE DO CAFÉ Municípios: Barra do Piraí, Barra Mansa, Engenheiro Paulo

de Frontin, Mendes, Miguel Pereira, Paracambi, Paty do Alferes, Pinheiral, Piraí, Rio das Flores, Valença,Vassouras e Volta Redonda. A Região do Vale do Café localiza-se no centro-sul do estado, no limite com Minas Gerais. Possui uma área de 5.828,0 km² e população de 804.473 habitantes, sendo servida por uma malha rodoviária que permite a sua ligação com os grandes centros do Estado do Rio de Janeiro. A Serra do Mar e os planaltos da Mantiqueira exibem uma paisagem de serras cortadas por inúmeros rios e cachoeiras, na maioria de seus municípios, oferecendo grandes possibilidades para o turismo de lazer e veraneio. O clima agradável da Região a torna uma das preferidas para colônias de férias, descanso e retiro espiritual.

A Região guarda ainda importantes construções históricas remanescentes do ciclo cafeeiro do século XVIII, tais como casas de fazenda, prédios urbanos, estações de trens, chafarizes, etc., de grande valor artístico, histórico e cultural. O segmento do turismo rural apresenta grande potencial e vem se estruturando com sucesso na Região. A presença de um parque industrial dos mais expressivos do estado, concentrado ao longo da rodovia Presidente Dutra, no fundo do vale do rio Paraíba do Sul, atrai para a região expressivos fluxos de visitantes brasileiros e estrangeiros, constituindo-se num importante pólo de turismo de negócios

12- Caminhos Coloniais (novo) Municípios: Areal, Comendador Levy Gasparian, Paraíba do Sul, São

José do Vale do Rio Preto, Sapucaia e Três Rios Quem visita Areal tem a oportunidade de aproveitar o turismo ecológico e

histórico. Além das inúmeras construções históricas, a cidade traz opções de passeios como cavalgadas, caminhadas ecológicas, visitas ao orquidário e à floricultura da região, além de sítios e fazendas locais. Em Três Rios as atividades ao ar livre e os esportes radicais, como o rafting, que é feito no rio Paraibuna, são as atrações mais procuradas. Comendador Levy Gasparian é um dos municípios que integram o Caminho Novo, trecho que deu acesso à região de Minas Gerais na época do Brasil Colônia. Por conta de seu passado histórico, são visitas obrigatórias as inúmeras construções do século XIX. Sapucaia é um ótimo destino para quem procura pelo turismo rural. Lá, é comum encontrar a culinária típica da roça, os doces caseiros, o artesanato e a cachaça. Caracterizado como Estância Hidromineral, Paraíba do Sul fica na divisa com o Estado de Minas Gerais. No local, é possível realizar ecoturismo, turismo religioso e histórico. A cidade da música, como é conhecida São José do Vale do Rio Preto, atrai centenas de turistas anualmente, muitos em busca da natureza e das curiosidades sobre o antigo morador, o famoso Tom Jobim.

http://www.rj.gov.br/web/setur/exibeconteudo?article-id=2476650

Regiões Turísticas Estratégicas-RJ Em 2005, atendendo a orientação do Ministério do Turismo,

foram apontadas as regiões consideradas estratégicas para o desenvolvimento do turismo no estado, sob a perspectiva do curto prazo. As 6 regiões indicadas como estratégicas apresentam produtos e roteiros já consolidados ou com potencial de rápida consolidação, com vistas à comercialização. São elas: Metropolitana, Costa do Sol – Região dos Lagos, Costa Verde, Serra Verde Imperial, Agulhas Negras, Vale do Café. As demais regiões turísticas continuaram a merecer a atenção do estado sob a perspectiva de desenvolvimento em médio prazo, levando-se em conta todo o seu potencial e diversidade, tendo sido contempladas com diversas ações da TurisRio, inclusive no que diz respeito ao Programa de Regionalização.

Roteiros de Padrão Internacional Em dezembro de 2005, sob a orientação do Ministério do Turismo e

com o referendo do Fórum Estadual de Secretários Municipais de Turismo, foram selecionados 3 roteiros considerados de padrão internacional a serem trabalhados prioritariamente:

Maravilhas do Rio e Niterói (Rio de Janeiro e Niterói); Rio Roteiro Serra e Mar: Sol, Gastronomia e Cultura (Petrópolis,

Teresópolis, Guapimirim, Cachoeiras de Macacu, Nova Friburgo, Casimiro de Abreu / Barra de São João, Quissamã, Macaé, Rio das Ostras, Armação dos Búzios, Cabo Frio e Arraial do Cabo)

Rio Roteiro Floresta e Mar: História, Natureza e Aventura (Paraty, Angra dos Reis / Ilha Grande, Mangaratiba, Rio Claro, Itatiaia / Parque Nacional do Itatiaia e Penedo, Resende / Visconde de Mauá, Porto Real, Volta Redonda, Barra Mansa, Valença / Conservatória, Barra do Piraí, Vassouras e Rio das Flores) Os principais segmentos presentes nesses roteiros são: Sol e Praia, Ecoturismo, Aventura, Cultural, Negócios e Eventos, Esportes, Pesca e Turismo Rural.

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