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FADISMA - Faculdade de Direito de Santa Mariasites.fadisma.com.br/entrementes/wp-content/uploads/2014/03/... · uma tragédia anunciada – parafraseando Gabriel Garcia Márquez na

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    FADISMA - Faculdade de Direito de Santa Maria

    Coordenao Institucional de Pesquisa e Monografia

    Os anais dos Trabalhos Completos so resultados da 10 Semana de Ensino, Pesquisa e Extenso - ENTRE/MENTES FADISMA realizada de 21 a 25 de outubro de 2013, conforme programao. As opinies externadas nestes anais so de responsabilidade exclusiva dos seus autores.

    FADISMA, Faculdade de Direito de Santa Maria, 2013. Anais da 10 Semana de Ensino, Pesquisa e Extenso - ENTRE/MENTES FADISMA; por FADISMA - Faculdade de Direito de Santa Maria; Santa Maria, 2013. 1. Novos Direitos, Internacionalizao e Multiculturalismo. 2. Constitucionalismo, Concretizao de Direitos e Cidadania. 3. Meio Ambiente, Ecologia e Transnacionalizao do Direito.

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    SUMRIO

    PROGRAMAO ......................................................................................................................... 6

    1. ARTIGOS ................................................................................................................................ 18

    1.1 Novos Direitos, Internacionalizao e Multiculturalismo ............................................... 18

    1.1.1 O Direito de Imagem e um Novo Direito no mbito Jurdico: O Direito ao

    Esquecimento ...................................................................................................................... 19

    1.1.2 Para alm da proteo global: a Organizao dos Estados Americanos -OEA e a

    proteo aos Direitos Humanos .......................................................................................... 28

    1.1.3 O procedimento de registro de marcas: anlise sob a tica das legislaes brasileira

    e peruana ............................................................................................................................ 42

    1.1.4 Cooperao internacional no novo Cdigo de Processo Civil ................................... 52

    1.1.5 Propriedade intelectual: o direito das marcas e a proteo ao consumidor .............. 61

    1.2 Constitucionalismo, Concretizao de Direitos e Cidadania ......................................... 71

    1.2.1 A evoluo da proteo dos direitos humanos no direito constitucional brasileiro.... 72

    1.2.2 A inexistncia da liberdade absoluta .......................................................................... 81

    1.2.3 A mulher na sociedade e no judicirio brasileiro e o princpio constitucional da

    isonomia ............................................................................................................................. 91

    1.2.4 O meio ambiente na esfera da responsabilidade penal e o princpio da insignificncia

    ............... .. ......................................................................................................................... 100

    1.2.5 Reality show: legalidade e limites dos contratos de imagem ................................... 110

    1.2.6 A aplicabilidade do instituto penal da detrao nas medidas cautelares diversas da

    priso no direito brasileiro ................................................................................................. 118

    1.2.7 Pornografia infantil na sociedade em rede: uma abordagem crtica da previso legal

    no estatuto da criana e do adolescente e o verbo nuclear ver ..................................... 132

    1.2.8 Relativizao da impenhorabilidade do bem de famlia: equilbrio baseado na

    dignidade do homem ......................................................................................................... 141

    1.2.9 O protagonismo e as reivenes do sistema democrtico: Uma reflexo sobre as

    proposies de Robert Dahl .............................................................................................. 149

    1.2.10 O (no) reconhecimento dos direitos autorais como direito da personalidade:

    relaes entre direitos morais e patrimoniais .................................................................... 159

    1.2.11 O advento da Lei 9.032/1995 e o exsurgimento do instituto da desaposetano 168

    1.2.12 O princpio da livre concorrncia e o papel do SBDC: entre o conceito e a prtica

    ............... .. ......................................................................................................................... 179

    1.2.13 Os benefcios advindos da criao da figura jurdica do Microempreendedor

    Individual (MEI).................................................................................................................. 196

    1.2.14 A incidncia das mulheres nas polticas pblicas: capital social e agenda poltica.....

    ............... .. ......................................................................................................................... 212

  • 3

    1.2.15 Parcerias pblico-privadas: uma soluo para a escassez de recursos pblicos .......

    ............... .. ......................................................................................................................... 221

    1.2.16 O (im)possvel julgar penal quando o juiz produz provas: uma leitura ao artigo 156,

    do Cdigo de Processo Penal, luz do princpio da imparcialidade ................................ 235

    2.1.17Jurisdio e justia: discricionariedade e politizao do direito .............................. 250

    1.2.18 A massa carcerria e os mecanismos de controle social: uma anlise do papel

    social do Estado na preveno do delito e na ressocializao do apenado .....................

    ............... .. ......................................................................................................................... 266

    1.2.19 O Estado, a Soberania e os Direitos Humanos ..................................................... 274

    1.2.20 A Lei 9.614/98 (lei do abate de aeronaves) e os direitos fundamentais ................ 282

    1.2.21 Liberdade de expresso e a violao de direitos fundamentais na internet:

    perspectivas e respostas oferecidas pelo ordenamento jurdico brasileiro ...................... 290

    1.2.22 O bandido social e o traficante de drogas: uma anlise sobre as (im)possveis

    semelhanas em suas atitudes ......................................................................................... 299

    1.3 Meio Ambiente, Ecologia e Transnacionalizao do Direito ........................................ 312

    1.3.1 A responsabilidade civil ambiental como instrumento de proteo do meio ambiente

    e consolidao de um direito ambiental universal ............................................................ 313

    1.3.2 Consideraes acerca das transformaes legislativas ocorridas no meio ambiente,

    com nfase na trplice responsabilizao ......................................................................... 321

    1.3.3 O direito ao do meio ambiente sadio e o compromisso com as futuras geraes .. 329

    1.3.4 Ordem e progresso (!?) : a ecologia poltica na vanguarda conciliatria de tecnologia

    e sustentabilidade ............................................................................................................. 337

    2. RESUMOS ............................................................................................................................ 346

    2.1 Novos Direitos, Internacionalizao E Multiculturalismo ............................................. 346

    2.1.1 Direito privacidade x direto liberdade de expresso artstica ............................ 347

    2.1.2 A Lex Mercatoria e a tentativa de regulao do comrcio internacional: sua aplicao

    nos contratos internacionais e no procedimento arbitral .................................................. 348

    2.1.3 A Influncia dos grupos sociais na construo de valores subjetivos e do discurso

    majoritrio sobre a marginalizao comportamental ........................................................ 350

    2.1.4 O ensino de portugus nos cursos de direito: abordagens e perspectivas ............. 351

    2.1.4 Educao jurdica e o ensino de histria do direito nos cursos de graduao no brasil

    ............... .. ......................................................................................................................... 352

    2.1.5 Os direitos sociais nos pases inviveis da Amrica Latina do Sculo XXI ............. 353

    2.1.6 O direito internacional dos direitos humanos perante a soluo pacfica de conflitos:

    aportes histrico-jurdicos do conflito Israelo-Palestino .................................................... 354

    2.1.7 A influncia do STJD no futebol brasileiro ............................................................... 355

    2.2 Constitucionalismo, Concretizao de Direitos e Cidadania ....................................... 356

    2.2.1 A accountability vertical no eleitoral na sociedade da informao: do direito

    informao pblica na Lei n 12.527 ................................................................................. 357

    2.2.2 A accountability vertical no eleitoral na sociedade da informao: do direito

    informao pblica na Lei n 12.527 ................................................................................. 358

  • 4

    2.2.3 Direitos polticos e igualdade entre homens e mulheres: da luta pelo direito ao voto

    feminino conquista do cenrio poltico ........................................................................... 359

    2.2.4 Mais do mesmo: a mdia enquanto quarto poder e sua influenciabilidade no cenrio

    jurdico-contemporneo da sociedade em rede ................................................................ 360

    2.2.5 O direito fundamental ao desporto e seus reflexos sociolgicos: breve anlise acerca

    de um importante fator de integrao social ..................................................................... 361

    2.2.6 Direito constitucional moderno em face do fenmeno ativismo judicial .................. 362

    2.2.7 Beneficio assistencial ao deficiente: uma nova posio a luz do direito previdencirio

    ............... .. ......................................................................................................................... 363

    2.2.8 Sistema penitencirio: reintegrao social ou escola para o crime ......................... 364

    2.2.9 Da necessidade da ao extensionista para a educao juridica ........................... 365

    2.2.10 O laudo psicolgico para definio da guarda de menor: a importncia: a

    complexidade: a relao da psicologia com o direito........................................................ 366

    2.2.11 Financiamento pblico de fuses e aquisies via BNDES, no setor secundrio:

    uma anlise especial de financiamentos empresa FRIBOI no Governo Lula ................ 367

    2.2.12 Do Sculo XVI aos dias atuais: a evoluo do trfico de pessoas e a violao dos

    direitos fundamentais do cidado...................................................................................... 368

    2.2.13 Perda do poder familiar ......................................................................................... 369

    2.2.14 A necessidade de incluso das prteses auditivas no rol de dedues do imposto

    de renda .. ......................................................................................................................... 370

    2.2.15 A valorizao dos laos afetivos na adoo brasilera ...................................... 371

    2.2.16 A efetivao do registro civil sob o prisma jurdico-social ...................................... 372

    2.2.17 A possibilidade de adoo homoparental no Brasil ............................................... 373

    2.2.18 O poder discricionrio e o controle pelo judicirio ................................................. 374

    2.2.19 Competncia da Justia Militar .............................................................................. 375

    2.2.20 O posicionamento da jurisprudncia gacha sobre a suspenso do poder familiar ...

    ............... .. ......................................................................................................................... 376

    2.2.21 Os novos tempos do direito: criminalizao de manifestaes pblicas? ............. 377

    2.2.22 A maior manifestao da cidadania o voto ......................................................... 378

    2.3 Meio Ambiente, Ecologia e Transnacionalizao do Direito ........................................ 379

    2.3.1 Privatizao do saneamento bsico: a (im)possibilidade em Santa Maria-RS .............

    ............... .. ......................................................................................................................... 380

    2.3.2 Princpios que norteiam o direito ambiental ............................................................. 382

    2.3.3 Direito ambiental e o princpio do desenvolvimento sustentvel ............................. 383

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    APRESENTAO

    Em 2010, na Semana Acadmica organizada pelo Centro Acadmico Afonso Pena, na

    Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Giordano Bruno

    Soares Roberto afirmou que a Educao Jurdica faz mal sade. Este pequeno texto,

    publicado em seu blog1, tem reiteradamente servido de inspirao para as discusses que

    promovo na Disciplina de Metodologia da Pesquisa e do Direito, mas, sobretudo, para a minha

    gesto na Coordenao Institucional da Pesquisa, Monografia e Extenso.

    Afinal, na condio de professora e de ex-aluna do Curso de Graduao em Direito

    tenho que concordar com Giordano, especialmente quando fala que a educao jurdica faz

    mal sade do prprio estudante e, tambm, da sociedade como um todo.

    Contudo, a fala de Giordano Bruno no foi, de todo, desoladora. Ao lado da crnica de

    uma tragdia anunciada parafraseando Gabriel Garcia Mrquez na sua obra Crnica de uma

    morte anunciada , o professor diz quais seriam as alternativas para que a educao jurdica

    no fizesse mal sade.

    No caso, a educao jurdica no deveria se limitar a olhar para trs, ou seja, para o

    que j existe e faz parte da sua tradio; assim como no deveria se limitar a olhar para dentro

    do prprio Direito, isto , para a sua estrutura, suas normas, seus princpios etc. No que isto

    no seja importante. Mas isto muito pouco. preciso mais. preciso que a educao jurdica

    olhe para frente e para fora.

    O olhar para trs e para dentro dado pelo ensino. Mas o olhar para fora, que est

    alm do que pertence ao prprio Direito, e o olhar para frente, o que est por vir, so dados

    pela extenso e a pesquisa, respectivamente.

    por esta razo que a cada novo planejamento mensal, semestral e anual temos

    buscado inserir novos olhares no nosso Curso de Direito. Assim, pretendemos que a educao

    jurdica ultrapasse os limites e o conforto do ensino e transborde para as fronteiras externas e

    extemporneas da extenso e da pesquisa. A primeira mediante o contato com a comunidade,

    a segunda com o aprofundamento do saber em prol da projeo de um futuro mais justo.

    A Semana Acadmica da FADISMA, a nossa querida ENTREMENTES, cumpre o seu

    papel neste nosso sonho especialmente quanto ao olhar para frente, o olhar para o futuro.

    Afinal, est na pesquisa o seu maior esforo.

    Por ora, orgulhosamente apresentamos os frutos da X Semana Acadmica, a Semana

    Acadmica comemorativa dos nossos 10 (dez) anos de vida. Junto da comemorao do

    aniversrio da FADISMA pudemos, ento, confirmar o nosso papel de contribuir para que a

    educao jurdica possa nos (ns: sujeitos e sociedade) curar das doenas da viso uni ou

    bifocal do ensino, ampliando em mais 180% (cento e oitenta graus) as nossas perspectivas,

    capacidades e aes.

    Por fim, parabenizo a todos os autores pelos trabalhos e desejo uma excelente leitura a

    todos os interessados nas mais variadas reas do Direito por onde os artigos e resumos

    transitam dentro nas nossas linhas de pesquisa.

    Carolina Elisa Suptitz Coordenadora Institucional de Pesquisa, Monografia e Extenso

    1 Disponvel em: . Acesso em: 14 dez. 2010.

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    PROGRAMAO

    21 de Outubro (Segunda-feira)

    Credenciamento, Abertura Oficial e AtuAo no Direito

    9h: Credenciamento

    10h: Solenidade de Abertura

    11h: AtuAo no Direito: A Persistncia e a Consolidao de um Espao na Advocacia

    Criminal

    Ministrantes:

    Bruno Seligman de Menezes. Graduado em Direito pelo Centro Universitrio Franciscano

    (UNIFRA); Especialista em Direito Penal Empresarial pelo Programa de Ps-Graduao em

    Cincias Criminais da Pontifcia Universidade Catlica do Rio Grande do Sul (PUC/RS); Mestre

    em Cincias Criminais pela PUC/RS; Doutorando em Direito Penal pela Universidade de

    Buenos Aires (UBA); professor titular de Direito Penal e Criminologia da Faculdade de Direito

    de Santa Maria (FADISMA); scio da Bruno Menezes & Mrio Cipriani Advocacia Criminal.

    Mrio Lus Lrio Cipriani. Graduado em Direito pela Universidade Federal de Santa Maria

    (UFSM); Especialista em Direito Penal Econmico e Europeu e Mestre em Cincias Jurdico-

    Criminais pela Universidade de Coimbra; Doutorando em Problemas Actualesdel Derecho

    Penal y de La Criminologa pela UPO, Sevilla, Espanha; ex-membro da Comisso de Estgio e

    Exame de Ordem da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB); Professor licenciado da

    Universidade da Regio da Campanha (URCAMP); Professor adjunto da graduao e ps-

    graduao da Universidade Luterana do Brasil (ULBRA); Professor da graduao na Faculdade

    de Direito de Santa Maria (FADISMA); Professor convidado dos cursos de ps-graduao em

    Direito Penal e Processo Penal no Instituto Busato de Ensino (Ponta Grossa/PR) e na

    Fundao Escola do Ministrio Pblico do RS (FMP); Professor da ESMAFE.

    Workshop Prticas Alternativas de Resoluo de Conflitos: Mediao e Justia Restaurativa

    numa Perspectiva Preventiva e Humanista do Direito.

    14h s 15h30: A Mediao, a Alteridade e o Amor em Luis Alberto Warat

    Ministrante:

    Fabiana Marion Spengler. Possui graduao em Direito pela Universidade de Santa Cruz do

    Sul (1994), mestrado em Desenvolvimento Regional pela Universidade de Santa Cruz do Sul

    (1998). doutora em Direito pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (2007) e ps-doutora

    pela Universidade degli Studi di Roma Tre (2011). Atualmente professora adjunta da

    Universidade de Santa Cruz do Sul lecionando na graduao as disciplinas de Direito Civil

    Famlia, Processo Civil I, Mediao e Arbitragem, e na ps graduao junto ao Programa de

    Mestrado e de Doutorado em Direito as disciplinas de Polticas Pblicas no Tratamento de

    Conflitos; e Polticas Pblicas para uma nova jurisdio;. professora colaboradora da

    Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul UNIJU, lecionando na

    graduao as disciplinas de Direito de Famlia e Direito da Mediao e da Arbitragem e na Ps-

    graduao junto ao Programa de Mestrado em Direitos Humanos a disciplina de Sistemas de

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    Justia e suas Instituies. Publicou diversos livros e artigos cientficos. Desenvolveu

    atividades de consultora junto ao Programa das Naes Unidas para o Desenvolvimento

    PNUD -, no mbito do projeto BRA/05/036 executado pela Secretaria de Reforma do Judicirio

    ligada ao Ministrio da Justia. lder do grupo de pesquisa Polticas Pblicas no Tratamento

    dos conflitos, certificado ao CNPQ. tambm presidente do ncleo municipal de Santa Cruz do

    Sul do IBDFAM (Instituto Brasileiro de Direito de Famlia). Recebeu Meno Honrosa no

    Prmio Capes de Teses 2008. Recebeu o primeiro lugar no Prmio SINEPE/RS 2010 na

    categoria Responsabilidade Social pelo projeto de extenso em Mediao. mediadora

    judicial.

    15h30: Coffe Break com Lanamento do Centro de Mediao e Prticas Restaurativas

    (CEMPRE) da FADISMA.

    Professores condutores:

    Candisse Schirmer. Vice-Coordenadora Geral da Graduao, Coordenadora do Ncleo de

    Estudos de Direito Internacional (NEDI) e Professora nas reas de Teoria Geral do Estado e

    Direito Constitucional da FADISMA. Mestre em Direito pela Universidade de Santa Cruz do Sul

    UNISC, rea de concentrao em Demandas Sociais e Polticas Pblicas. Linha de pesquisa:

    Polticas Pblicas de Incluso Social. Especialista em Direito Tributrio e em Direito do Estado

    pela REDE LFG. Integrante do grupo de pesquisa Direito, Cidadania e Polticas Pblicas,

    vinculado ao Programa de Ps-Graduao em Direito Mestrado e Doutorado da UNISC.

    Fbio Rijo Duarte. Graduado em Direito pela FADISMA; Especialista em Metodologia do

    Ensino na Educao Superior pela FACINTER; Licenciatura Plena pelo Programa Especial de

    Graduao Formao de Professores para o Ensino profissional e tcnico da UFSM, no eixo

    Direito, Gesto e Negcios, pela UFSM; Professor das reas de Direito Internacional, Prtica

    Jurdica e TCC I na FADISMA.

    Graziela Cezne. Graduada em Psicologia pela UNIFRA; Especialista em Clinica Psicanalitica

    pela UNISC; Mestre em Psicologia Clinica UNISINOS e; Professora da rea de Psicologia e

    Psicanlise na UNIFRA e Psicologia Jurdica na FADISMA.

    Isabel Cristina Martins. Graduada em Direito pela Faculdade Metodista de Santa Maria

    (FAMES); Especialista em Direito da Criana e do Adolescente pela Fundao Escola Superior

    do Ministrio Pblico (FMP); Formao em Justia Restaurativa pela AJURIS e; Professora na

    rea de Justia Restaurativa na FADISMA.

    Marcelle Louzada. Graduada em Direito pela FADISMA; Especialista em Cincias Penais pela

    UNIDERP; Mestre em Educao pela UFSM; Advogada e; Professora na rea de Direito do

    Idoso, da Criana e do Adolescente na FADISMA.

    Pietro Tolado Dal Forno. Graduado em Direito pela UFSM; Especialista em Direito Processual

    Civil pela UNIDERP; Advogado; Professor na FADISMA na rea de Direito Civil e Coordenador

    do Ncleo de Prticas Jurdicas da Instituio.

    16h s 17h30: Justia Restaurativa e Comunicao No-Violenta: Uma proposta para o

    sculo XXI

    Ministrantes:

    Ivanise Jann de Jesus. Promotora de Justia da 1. Promotoria de Justia Especializada da

    Infncia e Juventude de Santa Maria.

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    Isabel Cristina Martins. Isabel Cristina Martins. Graduada em Direito pela Faculdade

    Metodista de Santa Maria (FAMES); Especialista em Direito da Criana e do Adolescente pela

    Fundao Escola Superior do Ministrio Pblico (FMP); Formao em Justia Restaurativa pela

    AJURIS e; Professora da FADISMA na rea de Justia Restaurativa.

    Lanamento do Curso de Cincias Contbeis

    18h: Coquetel de Lanamento do Curso de Cincias Contbeis

    Panorama e Potencialidades num Contexto Jurdico e Contbil de um Futuro de Oportunidades

    19h: Mesa redonda sobre as relaes jurdico-contbeis

    Mediador:

    Marcelo Zampieri. Graduado em Direito pela UFSM; Mestre em Direito pela UNISC;

    Advogado; Professor da FADISMA e UFSM na rea de Direito Empresarial e; Coordenador

    Geral da Ps-Graduao da FADISMA.

    Debatedores:

    Juliano DallAsta. Graduado em Cincias Contbeis pela UFSM; Perito Contbil na Justia do

    Trabalho; Especialista em Administrao de Negcios pela UFSM; Contador e; Vice-

    Coordenador Geral do Curso de Cincias Contbeis da FADISMA.

    Sandro Bittencourt. Graduado em Cincias Contbeis pela UFSM; Especialista em

    Controladoria e Finanas pela UFSM;Mestre em Engenharia da Produo pela UFSM;

    Doutorando em Engenharia de Produo e Sistemas pela UNISINOS; scio da Vision

    Consultoria e Auditoria Ltda e Coordenador Geral do Curso de Cincias Contbeis da

    FADISMA.

    Da Segurana Pblica para a Segurana Cidad

    20h: Do Panorama e das Perspectivas da Segurana Cidad no Pas s experincias

    prticas na rea: abordagem terica e apresentao institucional do Ncleo de

    Segurana Cidad da Faculdade (NUSEC) e lanamento interno do 1 Censo sobre Aes

    Municipais da Segurana Pblica do Rio Grande do Sul, iniciativa da FADISMA. Palestra

    com a participao de Arno Leonhardt, Secretrio Municipal de Aes de Segurana

    Pblica e Trnsito, do municpio de Esteio.

    Ministrante:

    Eduardo Pazinato. Coordenador do NUSEC e Professor na FADISMA. Advogado, Consultor e

    Diretor de Inovao do Instituto Fidedigna. Tambm representante titular do Frum Brasileiro,

    na condio de Conselheiro de Administrao, no Conselho Nacional de Segurana Pblica

    (CONASP) e integrante do Conselho de Desenvolvimento Econmico e Social do Rio Grande

    do Sul (CDESC) da gesto 2013-2015.

    21h: Direitos Humanos e Polticas Pblicas na Amrica Latina

    Ministrante:

    Andr Viana Custdio. Ps-Doutor em Direito pela Universidade de Sevilla/Espanha (2012),

    Doutor em Direito pela Universidade Federal de Santa Catarina (2006), Mestre em Direito pela

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    Universidade Federal de Santa Catarina (2002), Graduado em Direito pela Universidade

    Federal de Santa Catarina (1999), Professor Permanente dos Programas de Mestrado e

    Doutorado em Direito da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), Coordenador do Curso

    de Graduao em Direito da Faculdade Avantis, Coordenador do Grupo de Estudos em

    Direitos Humanos de Crianas, Adolescentes e Jovens (GRUPECA) e Pesquisador do Grupo

    Polticas Pblicas de Incluso Social (UNISC), Consultor da Organizao Internacional do

    Trabalho (OIT), Fellow da Ashoka Empreendedores Sociais. Foi Coordenador Executivo do

    Instituto cio Criativo e Consultor do Ministrio do Desenvolvimento Social e do Combate

    Fome (MDS) e do Programa das Naes Unidas para o Desenvolvimento. Tem experincia na

    rea de Direito, com nfase em Direitos Humanos, atuando principalmente nos seguintes

    temas: direitos humanos, criana, adolescente, trabalho infantil, polticas pblicas, meio

    ambiente.

    22 de Outubro (Tera-feira)

    Direitos Humanos e Estado de Exceo

    Ministrantes:

    9h: Gustavo Oliveira de Lima Pereira. Graduado em Cincias Jurdicas e Sociais e

    Especialista em Cincias Penais pela Pontifcia Universidade Catlica do Rio Grande do Sul

    (PUC/RS); Mestre em Direito pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS);

    Doutorando em Filosofia pela PUC/RS; Professor de Direito Internacional e Teoria do Direito na

    PUC/RS e em Cursos de Extenso em Direitos Humanos e Hospitalidade vinculado

    Faculdade de Filosofia do Instituto de Desenvolvimento Cultural IDC e ao Curso de Relaes

    Internacionais da Escola Superior de Propaganda e Marketing ESPM.

    10h: Augusto Jobim do Amaral. Graduado em Cincias Jurdicas e Sociais e Especialista em

    Cincias Penais pela Pontifcia Universidade Catlica do Rio Grande do Sul (PUC/RS); Ps-

    graduado em Direito Penal Econmico e Europeu pela Universidade de Coimbra; Mestre em

    Cincias Criminais pela PUC/RS; Doutor em Altos Estudos Contemporneos (Cincia Poltica,

    Histria Contempornea e Estudos Internacionais Comparativos) pela Universidade de

    Coimbra (Portugal); Professor do Departamento de Direito Penal e Processo Penal e do

    Departamento de Propedutica da Faculdade de Direito da PUC/RS; Pesquisador convidado

    do Ius Gentium Conimbrigae (IGC) Centro de Direitos Humanos da Universidade de Coimbra.

    11h: Debates e perguntas

    Debatedores:

    Clodoveo Ghidolin. Graduado em Filosofia pela Universidade Catlica de Pelotas (UCPel);

    Mestre e Doutorando em Filosofia pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM);

    Professor de Filosofia Geral e Jurdica, Retrica e tica Geral e Profissional na FADISMA.

    Tassia Aparecida Gervasoni. Graduada em Direito pela UNISC; Mestre em Direito pela

    UNISC; Doutoranda em Direito pela UNISINOS; Advogada e; Professora na FADISMA na rea

    de Direito Constitucional; Integrante dos Grupos de Pesquisa Jurisdio Constitucional Aberta

    e Estado e Constituio, ambos vinculados ao CNPq.

    Da Teoria e Da Prtica: A Produo Cientfica Parte I

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    Das 14h s 17h: Espao destinado apresentao de trabalhos

    Cinema.com Direito: Cinema e Direito no Telo a ao Telo

    19h: Direito e Cinema: um irresistvel dilogo intertemporal

    Ministrante:

    Jnia Maria Lopes Saldanha. Graduada em Cincias Jurdicas e Sociais da Pontifcia

    Universidade Catlica do Rio Grande do Sul (PUC/RS); Mestre em Integrao Latino-

    Americana pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM); Doutora em Direito pela

    Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS); Ps-doutoranda pelo Collge de France,

    sob a orientao de Mireille Delmas-Marty; Professora de Direito Processual Civil e Direitos

    Humanos do curso de Direito da UFSM; Professora do Programa de Ps-Graduao em Direito

    da UFSM; Integrou o grupo de pesquisa Figures de la internationalisation du droit, coordenado

    pela Prof. Mireille Delmas-Marty; Presidiu a Comisso de Aes Afirmativas da UFSM;

    Coordena grupo de investigao, sob os auspcios do Ministrio da Justia/PNUD acerca do

    impacto dos tratados sobre o sistema processual brasileiro; Advogada.

    20h: Debates e perguntas

    Debatedores:

    Bruno Barros Alegre. Graduado em Direito pela UFSM; Especialista em Direito Pblico e

    Previdencirio pela UnB; Procurador Federal e; Professor na FADISMA na rea de Direito

    Previdencirio.

    Sadi Flores Machado. Graduado em Direito pela UFSM; Mestrando em Direito pela UFSM;

    Assessor do Ministrio Pblico Federal e; Professor na FADISMA nas reas de Teoria do

    Direito e Direito Comunitrio e da Integrao.

    21h: Coffee Break e Intervalo para Networking

    21h15: O Direito Cultura pelo Cinema e a histria de um curta-metragem premiado

    com:

    Fabrcio Koltermann. Realizador Audiovisual com nfase em direo, roteiro e edio. Com

    experincia em cinema e televiso, e uma srie de curtas-metragens produzidos que somam

    mais de 25 prmios no festival de cinema de Santa Maria.

    23 de Outubro (Quarta-feira)

    Os Direitos no Mundo, dos Homens e o Potencial da Educao Jurdica

    9h: O ensino do direito internacional em face da problemtica da livre circulao de

    pessoas: um olhar sobre a solidariedade cosmopolita

    Ministrante:

  • 11

    Josli Fiorin Gomes. Graduada em Direito pelo Centro Universitrio Franciscano (UNIFRA);

    Especialista pelo Curso de Especializao O Novo direito Internacional: Direito Internacional

    Pblico e Privado da Integrao do Programa de Ps-Graduao em Direito da Universidade

    Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS); Mestre em Direito Pblico pela Universidade do Vale

    do Rio dos Sinos (UNISINOS); Doutoranda em Direito pela Universidade Federal do Rio

    Grande do Sul (UFRGS). Foi professora Assistente na Faculdade de Direito de Santa Maria

    (FADISMA) e professora no curso de Direito da Escola Superior de Administrao, Direito e

    Economia (ESADE), em Porto Alegre RS. Foi professora substituta da Universidade Federal

    do Rio Grande do Sul (UFRGS). advogada em licena e exerceu funes como Juza Leiga

    junto ao Juizado Especial Cvel da Comarca de Santa Maria, no Poder Judicirio do Estado do

    Rio Grande do Sul.

    10h: Direitos Humanos no contexto da Descolonialidade.

    Ministrante:

    Fernanda Frizzo Bragato. Graduada em Direito pela Universidade Federal do Rio Grande do

    Sul (UFRGS); Mestre e Doutora em Direito pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos

    (UNISINOS), com estgio doutoral na University of London (Birkbeck College); Ps-doutora

    pela University of London (School of Law Birkbeck College); Professora do Programa de Ps-

    Graduao e da Graduao em Direito da UNISINOS; Coordenadora do Ncleo de Direitos

    Humanos da UNISINOS.

    11h: Qual o ensino de direito que queremos e qual fazemos?

    Ministrante:

    ngela Arajo da Silveira Espndola. Graduada em Direito pela Universidade Federal de

    Santa Maria (UFSM); Mestre e Doutora em Direito pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos

    (UNISINOS), com estgio doutoral na Universidade de Coimbra, Portugal, sob a orientao dos

    Profs. Drs. Castanheira Neves e Ovdio Arajo Baptista da Silva; professora da IMED Escola de

    Direito e professora adjunta do Departamento de Direito da Universidade Federal de Santa

    Maria (UFSM); Diretora Cientfica da Associao Brasileira do Ensino do Direito ABEDi

    (2012-2014) e ex-Diretora Interinstitucional da mesma associao (2010-2011); Advogada do

    Ncleo Consultivo Estratgico de Andrade e Maia Advogados Associados.

    Dos direitos aos deveres: colaboratividade e valores sociais em rede

    14h: Apresentao Institucional do Ncleo Experimental de Webcidadania (NEW) da

    Instituio e do Projeto Nossa Santa Maria.

    Ministrantes:

    Andrewes Koltermann. Coordenador do NEW e Gerente de Projetos da FADISMA. Bacharel

    em Sistemas de Informao pela UNIFRA, MBA em Administrao da Tecnologia da

    Informao pela UNISINOS, onde professor-tutor. Consultor Empresarial pela Fundao

    Getlio Vargas (FGV), Scio-Diretor Administrativo da Dois Atitude Corporativa, Membro do

    Conselho Consultivo na Associao dos Jovens Empreendedores de Santa Maria (AJESM), do

    Conselho Municipal de Cincia, Tecnologia e Inovao da Prefeitura Municipal de Santa Maria

    e do Conselho de Administrao da Associao Parque Tecnolgico de Santa Maria.

  • 12

    Liana Merladete. Graduada em Comunicao Social Habilitao em Relaes Pblicas pela

    Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Vice-coordenadora do NEW e Coordenadora de

    Comunicao da FADISMA. MBA em Gesto de Negcios pela UNIFRA. scia-proprietria

    e diretora de comunicao organizacional da Dois Atitude Corporativa. Foi Coordenadora de

    Comunicao e Marketing do Ncleo de Santa Maria da Sociedade Brasileira de Gesto do

    Conhecimento (SBGC) e Diretora de Comunicao da Associao dos Jovens

    Empreendedores de Santa Maria (AJESM).

    14h30: Apresentao de ativistas criativos sobre a Atuao no Projeto Nossa Santa

    Maria, plataforma colaborativa, gerenciada pelo NEW da FADISMA Um bate-papo

    descontrado entre alunos e egressos sobre o panorama inicial do projeto e as

    perspectivas de aproximao do Direito da sociedade, mediado pelos coordenadores do

    Ncleo.

    15h30: Coffee Break

    15h45: Meu Direito na Rede

    Ministrante:

    Luciana Manica Gssling. Advogada e scia do escritrio Manica & Manica Advocacia

    Estratgica; Professora de Graduao da Fadisma e de Ps-Graduao da Ulbra e Fadergs;

    Agente da Propriedade Industrial sob o n. 1955; Especialista em Direito Processual Civil pela

    Academia Brasileira de Direito Processual Civil; Especialista em Direito Pblico com nfase em

    Direito Processual Civil pelo Complexo Jurdico Damsio de Jesus; Especialista e em

    Propriedade Intelectual pela PUC/RS; Ps-Graduada em Propriedade Industrial pela

    Universidade Federal de Buenos Aires; Membro da Comisso Especial de Energia, Mercado de

    Capitais e Commodities da OAB/RS; Membro da Comisso Especial de Direito Eletrnico e

    Crimes de Alta Tecnologia da OAB/SP e; Presidente da seccional do Instituto de Relaes

    Internacionais do Rio Grande do Sul (IRIRGS) na cidade de Santa Maria/RS.

    16h15: Ciberativismo e movimentos sociais na era da internet.

    Ministrante:

    Rafael Santos Oliveira. Doutor em Direito pela Universidade Federal de Santa Catarina, na

    rea de concentrao em Relaes Internacionais, com perodo de realizao de Estgio de

    Doutorado na Universit Degli Studi di Padova Itlia. Mestre em Integrao Latino-Americana

    (Direito da Integrao) e Graduado em Direito pela UFSM. Professor Adjunto II no

    Departamento de Direito da UFSM em regime de dedicao exclusiva e no Programa de Ps-

    graduao em Direito da UFSM (Mestrado). Foi professor no Centro Universitrio Franciscano

    e do Curso de Direito da Universidade Luterana do Brasil. Foi professor em curso de Ps-

    graduao da Universidade da Regio da Campanha. autor dos livros. lder, juntamente

    com a professora Dra. Rosane Leal da Silva, do Grupo de Pesquisa Ncleo de Direito

    Informacional, inscrito no CNPq, com atuao na Linha de Pesquisa Ativismo digital e

    cidadania global desenvolvido junto UFSM. Membro do Conselho Nacional de Pesquisa e

    Ps-Graduao em Direito (CONPEDI) coordenador do projeto de pesquisa (Des)controle da

    blogosfera: entre a regulao e a censura no ciberespao, financiado pelo CNPq e do projeto

    Ativismo digital e cidadania global. parecerista ad hoc de diversas revistas, entre outros

    destaques.

    17h15: A participao da sociedade no processo legislativo.

  • 13

    Ministrante:

    Thiago Ribeiro Rafagnin. Graduado em Direito e Mestre em Poltica Social pela Universidade

    Catlica de Pelotas (UCPel); Coordenador do Curso de Direito e da Ps-Graduao em Gesto

    de Marketing e Vendas da Faculdade Concrdia FACC; Professor dos cursos de graduao

    da mesma instituio. Foi conciliador do Tribunal de Justia do Estado do Rio Grande do Sul.

    AtuAo no Direito

    18h: AtuAo no Direito: A Dedicada Trajetria Profissional e os Desafios da Advocacia

    Cvel

    Ministrantes:

    Igor Andrei Cezne. Graduado em Direito pelo Centro Universitrio Franciscano (UNIFRA);

    Mestre em Direito pela Universidade de Santa Cruz (UNISC); Professor de Direito Civil na

    Faculdade de Direito de Santa Maria (FADISMA) e na Universidade da Regio da Campanha

    (URCAMP); scio da Vincio Cezne Advogados Associados.

    Jair Pereira Coitinho. Graduado em Direito pela Universidade Federal de Santa Maria

    (UFSM); Mestre em Direito pela Pontifcia Universidade Catlica do Rio Grande do Sul

    (PUC/RS); professor assistente da Faculdade de Direito de Santa Maria (FADISMA); Professor

    horista do Centro Universitrio Franciscano (UNIFRA) e professor titular (licenciado) da

    Universidade da Regio da Campanha (URCAMP); Membro Honorrio da Acadmica Brasileira

    de Direito Processual Civil; Advogado.

    Da Teoria e Da Prtica: A Produo Cientfica Parte II

    Das 19h s 22h: Espao destinado apresentao de trabalhos

    24 de Outubro (Quinta-feira)

    Da Teoria e Da Prtica: A Produo Cientfica Parte III

    Das 9h s 12h: Espao destinado apresentao de trabalhos

    Espaos (d)e representatividade poltico-jurdica

    14h: Direito Local e Poder Pblico

    Ministrante:

    Ricardo Hermany.Possui graduao em Cincias Jurdicas e Sociais pela Universidade

    Federal do Rio Grande do Sul (1996), Mestrado em Direito pela Universidade de Santa Cruz do

    Sul (1999), doutorado em Direito pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (2003) e

    doutorado em doutorado sanduche pela Universidade de Lisboa (2003). Ps-Doutorado na

    Universidade de Lisboa (2011). Professor da graduao e do Programa de Ps-Graduao em

    Direito- Mestrado/Doutorado da Universidade de Santa Cruz do Sul UNISC. Mantm suas

    pesquisas com nfase em Direito Local e Poder Pblico, atuando principalmente nos seguintes

    temas: poder local, concretizao da constituio, direitos sociais, (re)fundao do Estado e

    Constituio Federal.

  • 14

    15h: Coffee Break.

    10 anos de Estatuto do Idoso

    15h30: Aspectos prticos sobre a aplicao da Lei 10.741/2003

    Ministrantes:

    Vera Rejane dos Santos Barbosa. Escriv de Polcia atualmente lotada na Delegacia de

    Proteo do Idoso- Santa Maria; Curso Ps Graduao Latu Sensu (Especializao) em

    Segurana Pblica e Direitos Humanos FADISMA e; Professora na Academia de Polcia Civil

    ACADEPOL na cidade de Porto Alegre na disciplina Atuao Policial junto a pessoa Idosa e

    Estatuto do Idoso.

    Carmen Maria Andrade. Professora aposentada da Universidade Federal de Santa Maria/RS-

    Brasil. Atualmente coordena a Comisso de Implantao do Mestrado na Faculdade Palotina

    de Santa Maria/RS-Brasil onde tambm professora de tempo integral. Interage com a

    Universidade Aberta do Brasil onde professora de Psicologia da Educao nos cursos de

    Graduao em Letras e de Graduao em Fsica na modalidade de educao distncia.

    Possui graduao em Pedagogia e em Administrao Escolar, na qual tambm possui

    especializao. Tem Mestrado em Aconselhamento Psicopedaggico pela Pontifcia

    Universidade Catlica do Rio Grande do Sul (1989) e Doutorado em Educao pela Pontifcia

    Universidade Catlica do Rio Grande do Sul. Est cursando Teologia na FAPAS/RS-BR. Tem

    experincia na rea de Educao, com nfase em Formao de Professores; Mtodos e

    Tcnicas de Ensino, atuando principalmente nos seguintes temas: vida adulta, educao

    escolar, velhice, educao e qualidade de vida.

    Dbora Aparecida Dias. Graduada em Direito pela UPF; Especialista em Violncia Domstica

    Contra Crianas e Adolescentes pela USP; Especialista em Cincias Criminais pela LFG;

    Especialista em Segurana Pblica e Direitos Humanos pela FADISMA-SENASP; Mestranda

    na rea de educao pela UTN, Buenos Aires, Ar; Delegada de Polcia, titular da Delegacia

    Especializada no Atendimento Mulher.

    17h: Debates, perguntas e apresentao da experincia da FADISMA com o CARI

    Centro de Apoio e Referncia ao Idoso

    Mediadores:

    Clodoveo Ghidolin. Graduado em Filosofia pela Universidade Catlica de Pelotas (UCPel);

    Mestre e Doutorando em Filosofia pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM);

    Professor de Filosofia Geral e Jurdica, Retrica e tica Geral e Profissional na FADISMA.

    Marcelle Cardoso Louzada. Graduada em Direito pela FADISMA; Especialista em Cincias

    Penais pela UNIDERP; Mestre em Educao pela UFSM; Advogada; Professora na rea de

    Direito do Idoso, da Criana e do Adolescente.

    Wagner Augusto Hundertmarck Pompo. Graduado em Direito pela FAMES; Especialista

    em Cincias Criminais pelo IDRS/UNIDERP; Mestrando em Direitos Emergentes na Sociedade

    Global, com nfase em Direitos da Sociedade em Rede, pela UFSM; Advogado e; Professor da

    rea de Direito Processual.

    19h: Coffee Break e Intervalo para Networking

  • 15

    20h: Advocacia ambiental cenrio e perspectivas

    Ministrante:

    Maurcio Fernandes da Silva. Graduado em Direito pela ULBRA; Especialista em Direito

    Ambiental pela UFPEL; Mestre em Direito pela UNISINOS; Advogado e; Professor na

    FADISMA na rea de Direito Ambiental e Urbanstico.

    Cidadania e Direito Comparado: o Direito Eleitoral Peruano

    21h: El Derecho Electoral en el Per y su incidencia en el Voto Electrnico

    Ministrante:

    Jos Francisco Espinoza Cspedes. Abogado por la Universidad de Lima (Per). Egresado

    de la maestra en Derecho Empresarial de la Universidad de Lima. Estudios de Post-grado en

    Comercio Electrnico en la Gestin de los Negocios Internacionales (UNMSM). Estudios de

    Postgrado en Experto Universitario en Entornos Virtuales de Aprendizaje (OEA Universidad

    Tecnolgica del Per). Estudios de Administracin Electrnica (Colombia). Estudios de

    Especializacin en Negocios Electrnicos (ESAN). Estudios de Anticorrupcin. Autor del libro:

    Contratacin Electrnica Medidas de Seguridad y Derecho Informtico. Docente en la

    Universidad Ricardo Palma. Docente en la Universidad Wiener. Docente en la Universidad

    UTP. Docente del Curso de Incorporaciones del Ilustre Colegio de Abogados de Lima (2012).

    Docente en la Universidad de Lima (1998-2006). Docente en la Universidad Nacional Mayor de

    San Marcos (2006-2008). Gerente Legal de la Empresa CybersecConsult S.A. Profesor

    Principal del Diplomado en Gobierno Electrnico en la Universidad de Ciencias Informticas

    UCI Cuba. Profesor Honorario de la Universidad Nacional Faustino Snchez Carrin.

    Coordinador Acadmico del Curso de Formacin de Fedatarios Juramentados 2011.

    Presidente de la Asociacin Iberoamericana para el Desarrollo Regional ASIDER. Asesor

    Legal del Pleno 4 del Jurado Nacional de Elecciones. Ex Presidente del Consejo de

    Supervisin de Fedatarios Juramentados (Ministerio de Justicia). Ex Asesor Legal en materia

    de Derecho Informtico en el Sistema Peruano de Informacin Jurdica SPIJ (Ministerio de

    Justicia). Ex Consultor del Sistema Peruano de Informacin Jurdica SPIJ (Ministerio de

    Justicia). Ex Miembro del Comit Consultivo de la Autoridad Administrativa Competente de la

    Firma Digital (INDECOPI). Administrador del Blog: iusinformatico.blogspot.com. Administrador

    de la pgina: www.asider.pe. Ex Vicepresidente de la Asociacin tica y Bien Comn.

    Expositor en eventos Nacionales e Internacionales (Ecuador, Chile, Colombia, Argentina,

    Mxico, Brasil y Espaa).

    25 de Outubro (Sexta-feira)

    O Direito Internacional: Do conceito, dos desafios e dos caminhos

    9h: Apresentao Institucional do Ncleo de Estudos de Direito Internacional (NEDI) da

    Instituio

    Ministrantes:

    Candisse Schirmer. Vice-Coordenadora Geral da Graduao, Coordenadora do Ncleo de

    Estudos de Direito Internacional (NEDI), Colaboradora do Ncleo Experimental de

    Webcidadania (NEW) e Professora nas reas de Teoria Geral do Estado e Direito

  • 16

    Constitucional da FADISMA. Mestre em Direito pela Universidade de Santa Cruz do Sul

    UNISC, rea de concentrao em Demandas Sociais e Polticas Pblicas. Linha de pesquisa:

    Polticas Pblicas de Incluso Social. Especialista em Direito Tributrio e em Direito do Estado

    pela REDE LFG. Integrante do grupo de pesquisa Direito, Cidadania e Polticas Pblicas,

    vinculado ao Programa de Ps-Graduao em Direito Mestrado e Doutorado da UNISC.

    Olinda Barcellos. Professora da FADISMA na rea de Economia, Colaboradora do NEDI e

    NEW. Professora assessora do projeto Rondon de 2013, juntamente com a professora

    Carolina. Bacharel em Cincias Econmicas pela Universidade Federal de Santa Maria

    (UFSM), Especialista em Pensamento Poltico Brasileira pela UFSM, Mestre em Integrao

    Latino Americana (MILA) pela UFSM, doutoranda do Programa de Ps Graduao em

    Desenvolvimento Rural da UFRGS, onde estuda a temtica de mulheres empoderadas

    politicamente e a relao com o desenvolvimento local. Exerce o cargo de Escriv de Polcia

    Civil em Santa Maria.

    9h15: O papel do Direito nas Relaes Internacionais do Brasil

    Ministrante:

    Cristine Zanella. Doutoranda do Programa de Ps-Graduao em Estudos Estratgicos

    Internacionais da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Mestre em Integrao Latino-

    Americana (rea de concentrao: Direito da Integrao) pela Universidade Federal de Santa

    Maria e graduada em Direito e em Cincias Econmicas pela mesma instituio. Professora

    do Centro Universitrio Ritter dos Reis, instituio na qual ministra as disciplinas Organizaes

    e Instituies Internacionais e Relaes Internacionais da Amrica Latina na graduao em

    Relaes Internacionais. Na mesma instituio coordenadora de Pesquisa e Extenso do

    Curso de Relaes Internacionais. Tambm Coordenadora, juntamente com o professor Marc

    Deitos, do Projeto de Extenso Mate-Papo: As Relaes Internacionais e o Mundo, que

    discute mensalmente temas importantes para as Relaes Internacionais.

    10h15: Coffee com Lanamento com as Produes Cientficas Internacionais e AtuAo

    Alm Fronteiras

    10h30: Vigencia y desafios del Derecho Internacional Pblico em el siglo XXI

    Ministrante:

    Gustavo Tarragona. Licenciado em Ciencia Poltica por la Universidad Nacional del Litoral,

    Maestraen Ciencias Sociales por la Universidad Nacional del Litoral, Profesor de Derecho

    Internacional Pblico en la carrera de Abogaca, Facultad Teresa de vila, Universidad Catlica

    Argentina Sede Paran. Director del Departamento Ciencias Polticas y RRII, Facultad Teresa

    de vila, Universidad Catlica Argentina Sede Paran.

    11h: O olhar do outro: o Brasil no div internacional

    Ricardo Seitenfus. Graduado em Cincia Poltica, Economia e em HIistria Moderna e

    Contempornea pela Universite of Genve; Doutor pelo Institut Des Hautes Etudes

    Internationales (IHEI), da Universite of Genve. Foi professor titular da Universidade Federal de

    Santa Maria (UFSM), atualmente cedido para a Organizao dos Estados Americanos (OEA e

    editor da Revista de Integrao Latino-Americana (RILA). Tambm foi: Diretor Geral e

    Acadmico da Faculdade de Direito de Santa Maria (FADISMA); Consultor do Ministrio das

    Relaes Exteriores, da Organizao das Naes Unidas (ONU), do Conselho Nacional de

    Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico (CNPq), da Coordenao de Aperfeioamento de

    Pessoal de Nvel Superior (CAPES) e do Ministrio da Educao. Foi Vice-Presidente da

  • 17

    Comisso Jurdica Interamericana (CJI) da OEA. Foi Representante Especial do Secretrio

    Geral da OEA e Chefe do Escritrio da OEA no Haiti (2009-2011). colaborador dos Ncleos

    de Segurana Cidad e de Estudos de Direito Internacional da FADISMA.

    FADISMA Em Cena

    17h: Programao apenas para a comunidade acadmica da FADISMA Professores da

    Casa, alunos regulares e egressos e colaboradores: Teatro em Homenagem aos 10 Anos

    da Instituio, encenado por alunos regulares

    19h: Coffee de Integrao da Comunidade Acadmica

  • 18

    1. ARTIGOS

    1.1 Novos Direitos, Internacionalizao e Multiculturalismo

  • 19

    1.1.1 O Direito de Imagem e um Novo Direito no mbito Jurdico: O Direito ao Esquecimento1

    Andressa Teresinha Veduim Bortoluzi

    2

    Fernanda Rodrigues3

    Viviane Coitinho4

    Resumo O presente trabalho dispe-se a analisar os direitos da personalidade, dando maior nfase aos direitos de imagem, analisando tambm um novo direito no mbito jurdico, o direito ao esquecimento. Em um primeiro momento so apresentados os direitos da personalidade em um contexto geral, apontando suas diversas caractersticas e formas de proteo, ressalvadas pelo Ordenamento Jurdico Brasileiro. Em um segundo momento, ser dissertado sobre o direito de imagem, o qual recebe proteo jurdica perante o Cdigo Civil e a Constituio Federal de 1988.Tal estudo tem como finalidade esclarecer possveis dvidas sobre a utilizao da imagem, quando ocorre violao e quais casos pode-se utilizar sem o consentimento do indivduo detentor da imagem. Sendo tambm abordada a possibilidade de utilizao do direito ao esquecimento, sendo este um ramo atual no direito. Outro ponto de grande importncia a ser esclarecido de que forma esses direitos iro auxiliar o indivduo quando necessrio e a importncia que estes possuem no mbito jurdico, junto com a colaborao destes. Por fim, para uma melhor compreenso, ser exposta a correlao do direito imagem e do direito ao esquecimento no suporte jurdico. Palavras-chave: Direitos da Personalidade. Direito Imagem. Direito ao esquecimento. Abstract The present paper attempts to analyze the personality rights, emphasizing image rights, also analyzing a new right in the legal scope, the right to forgetfulness. At first the personality rights are presented in an overall context, pointing its various characteristics and ways of protection, safeguarded by the Brazilian Judicial Planning. Secondly, a discourse on image rights will follow, which is judicially protected by the Civil Code and the 1988s Brazilian Federal Constitution. Such study has as its finality to elucidate possible doubts regarding the use of image, when a violation occurs and in which cases one may use the image without consent from its detainer. The possibility of usage of the right to forgetfulness will also be addressed, being this a current field in Law. Another point of great importance to be clarified is in which form these rights will help the individual when necessary and their importance in the judicial scope, alongside their collaboration. At last, for a better comprehension, the correlation of image rights and right to forgetfulness in the judicial support will be exposed. Keywords: Personality Rights. Image Rights. Right to Forgetfulness. 1. Introduo

    O presente trabalho inicia-se com um estudo amplo a cerca dos direitos da personalidade, os quais esto vinculados dignidade da pessoa humana, sendo apresentadas suas caractersticas gerais e sua proteo perante o Ordenamento Jurdico Brasileiro.

    Para tratar desse assunto, em um segundo momento ser apresentado o direito imagem. Este apresenta tutela do direito que cada individuo possui para proteger sua fisionomia, visto que, com o intuito de apresentar os casos nos quais legal a divulgao da imagem alheia e os casos em que se configura violao ao direito de imagem perante a lei.

    Em um terceiro momento, ser analisado o direito ao esquecimento, um tema recente nos tribunais brasileiros, considerando-se a concepo de que o direito precisa ser renovado a cada momento conforme as necessidades humanas.

    Por fim, de extrema importncia, sendo fonte essencial, o estudo dos direitos da personalidade, para que se possa explicar de forma esclarecida o direito de imagem.

    1Trabalho elaborado para a disciplina de Direito Civil do curso de Direito da Faculdade de Direito de Santa Maria-

    FADISMA. 2 Aluno do 2 semestre do curso de Direito da Faculdade de Direito de Santa Maria- FADISMA. Endereo eletrnico:

    [email protected] 3 Aluno do 2 semestre do curso de Direito da Faculdade de Direito de Santa Maria- FADISMA. Endereo eletrnico:

    [email protected] 4 Professo do curso de Direito da FADISMA. Endereo eletrnico: [email protected]

    mailto:[email protected]
  • 20

    Posteriormente, adentramos no direito do esquecimento, trazendo suas caractersticas e correlaes com o direito de imagem.

    2. Direitos da personalidade A origem dos direitos da personalidade transcorreu por um longo processo evolutivo. O Cdigo Civil de 1916, que precedeu a Carta Constitucional de 1988, no apresentava proteo aos direitos da personalidade, designando a predominncia de uma concepo rigorosamente patrimonialista, no qual salientava a propriedade privada. Posteriormente, com a promulgao da Constituio Federal de 1988 trazendo consigo o reconhecimento da pessoa humana, salvaguardados em seu artigo 5 , incisos V, X, XXVIII alnea a e LXXVI alnea a, os quais estabelecem:

    Art. 5. Todos so iguais perante a lei, sem distino de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no pais a inviolabilidade do direito vida, liberdade, igualdade, segurana e propriedade, nos termos seguintes: V assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, alm da indenizao por dano material, moral ou imagem; X so inviolveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurando o direito indenizao pelo dano material ou moral decorrente de sua violao; XXVIII so assegurados, nos termos da lei: a) a proteo s participaes individuais em obras coletivas e a reproduo da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas. LXXVI so gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei: a) o registro civil de nascimento.

    A partir desta ampla introduo dos direitos da personalidade feita pela Constituio Federal de 1988, o Cdigo Civil de 2002 passou a reconhecer a importncia de tais direito. Uma das principais mudanas da parte geral do novo Cdigo Civil est destinada a um captulo prprio, no qual determinados direitos passaram a ser catalogados como direitos da personalidade (COELHO, 2003), explcitos no Cdigo Civil, nos artigos 11 ao 21. Direitos estes, que fazem parte de um conjunto de leis e normas jurdicas a fim de proteger os valores inatos da pessoa humana. Surgem alguns cones principais que demonstram muito bem a concepo desses direitos: vida/integridade fsica, honra, imagem, nome, intimidade, corpo, privacidade, entre outros.

    Tais direitos esto prximos aos mais importantes valores que a pessoa humana ostenta, so essncias, (COELHO, 2003) sendo assim, segundo o artigo 11 do Cdigo Civil os direitos da personalidade so, com exceo aos casos previstos em lei, intransmissveis, pois no se admite a cesso do direito de um sujeito para outro, no podem ser cedidos e, irrenunciveis no qual no pode ser abdicado, assim, ningum deve dispor de sua vida, sua intimidade, sua imagem, no podendo renunci-los. Art.11,CC. Com exceo dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade so intransmissveis e irrenunciveis, no podendo o seu exerccio sofrer limitao voluntria.

    Caracterizam-se tambm como inatos, aqueles que j nascem com o homem, sendo inerentes ao ser humano; inalienveis, no so passveis de mercadoria, ou seja, no podem ser vendidos; impenhorveis, no podem ser usados como garantia; imprescritveis, de regra, em que no h prazo para pedir indenizao por abalo a um direito da personalidade, porm existe uma exceo, na qual a ao de reparao cvel prescreve em trs anos, artigo 206, 3, V do Cdigo Civil:

    Art.206. Prescreve: .3. Em trs anos: V. A pretenso de reparao civil.

    Costumam ser classificados como extrapatrimoniais, pois so pertencentes categoria de ser e no de ter da pessoa, no tendo como objeto coisas do mundo externo e nem sequer diferentes do seu titular (BEVILAQUA, 2009).

    Mas, h alguns deles que, dependendo do titular, podem ser notados claramente como patrimoniais, como exemplo o direito imagem titularizado por um famoso artista ou esportista, em que envolve interesses pecunirios, quantificvel em dinheiro. Para melhor entendimento, dar-se- a distino entre direitos da personalidade patrimoniais ou extrapatrimoniais. (COELHO, 2003)

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    So vitalcios, no qual, mesmo aps a morte os direitos so resguardados segundo os artigos 12 nico e 20 nico ambos do Cdigo Civil.

    Art.12. nico. Em se tratando de morto, ter legitimao para requerer a medida prevista nesse artigo o cnjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou colateral at quarto grau. Art.20. nico. Em se tratando de morto ou de ausente, so partes legtimas para requer essa proteo o cnjuge, os ascendentes ou descendentes.

    Sendo tambm absolutos, oponveis erga omnes, ou seja, contra qualquer pessoa que ameace ou ofenda referido direito, pode o titular demandar proteo jurisdicional em razo de sua natureza absoluta. (COELHO, 2003).

    Os direitos da personalidade so absolutos (oponveis erga omnes) e vitalcios. Na sua maioria, so extrapatrimoniais, indispensveis, irrenunciveis, impenhorveis e intransmissveis .(COELHO, 2003, p. 183)

    Para o exerccio dos direitos da personalidade, suficiente a titularidade da personalidade (COELHO, 2003), a qual concebida de acordo com o artigo 2 do Cdigo Civil. No que tange ao nascituro e ao natimorto, ambos possuem ressalvados o referido direito, conforme o enunciado n 1, aprovado na I Jornada de Direito Civil, promovida pelo Conselho da Justia Federal em setembro de 2002

    1.

    Art. 2. A proteo que o cdigo defere ao nascituro alcana o natimorto no que concerne aos direitos da personalidade, tais como nome, imagem e sepultura

    2.

    Os direitos da personalidade abrangem no somente pessoas fsicas, mas tambm pessoas jurdicas, expresso no artigo 52 do Cdigo Civil

    3 e no artigo 5, X e V da Constituio

    Federal de 1988, onde no apresentou qualquer restrio, devendo o direito abranger a todos (GAGLIANO; FILHO, 2008). Pessoas jurdicas possuem o direito ao nome, honra objetiva, imagem, ao segredo, entre outros. Havendo violao desses direitos, as pessoas jurdicas lesadas podero recorrer em juzo reparao pelos danos. Tais direitos so reconhecidos no instante da sua inscrio no registro competente (FIUZA, 2004).

    A proteo dos direitos da personalidade dar-se-o em vrios campos do Ordenamento Jurdico, na qual podero ser de forma preventiva ou repressiva. A forma preventiva consiste em obter-se judicialmente a cesso da ameaa ou perturbao, que poder ser atravs de uma ao ordinria com multa cominatria. O indivduo lesado ou ameaado pode reclamar perdas e danos. A forma repressiva configura-se nos casos da leso j haver se efetivado, impe-se sano civil (pagamento de indenizao) (GAGLIANO; FILHO, 2008).

    Portanto, evidente que os direitos da personalidade so resguardados pelo ordenamento jurdico brasileiro, esses direitos esto vinculados dignidade da pessoa humana, abrangendo a proteo das qualidades e dos atributos essncias do indivduo, de forma a impedir apropriaes.

    3. Direito imagem

    O direito prpria imagem um dos direitos que integra o rol dos direitos da personalidade, tambm considerado como um bem jurdico, um direito fundamental, e da individualidade humana, assim, requer proteo e resposta judicial. Sendo este direito intimamente gravado na personalidade de cada indivduo.

    A partir da evoluo do direito imagem, foi feita a distino da imagem-retrato e imagem-atributo. A primeira refere-se representao do corpo da pessoa, obtendo no mnimo uma das partes que a represente. Assim, importante salientar que a proteo imagem no

    1A ideia oriunda do site:

    , 2013. 2 A ideia oriunda do site:

    , 2013. 3A ideia oriunda do site:

    , 2013.

    http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:_ujsBmMtxHIJ:www.flaviotartuce.adv.br/artigos/Tartuce_personalidade.doc+&cd=1&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=brhttp://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:_ujsBmMtxHIJ:www.flaviotartuce.adv.br/artigos/Tartuce_personalidade.doc+&cd=1&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=brhttp://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:_ujsBmMtxHIJ:www.flaviotartuce.adv.br/artigos/Tartuce_personalidade.doc+&cd=1&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=brhttp://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:_ujsBmMtxHIJ:www.flaviotartuce.adv.br/artigos/Tartuce_personalidade.doc+&cd=1&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br
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    se restringe apenas ao rosto do indivduo, mas tambm a qualquer parte distinta do corpo que a identifique, como a reproduo de um brao ou uma perna, entre outras. A imagem-retrato divide-se conforme seu suporte esttico ou dinmico, em que analisa as maneiras de como pode ser utilizada. Tambm, iro ocorrer excees em que a imagem de um indivduo pode ser utilizada sem o seu consentimento.

    O direito imagem-retrato, em seu feitio extrapatrimonial, submete a divulgao do retrato de uma pessoa, em suporte esttico (fotografia, desenho, pintura) ou dinmico (filme, televiso), ao seu consentimento (COELHO, 2003).

    J a imagem-atributo uma imagem associada pessoa. Ir corresponder ao conjunto de caractersticas que nos remetem a entender que estamos nos referindo determinada pessoa, a forma de como ela vista socialmente, como por exemplo, a caricatura. O uso consentido da imagem pode dar-se de trs maneiras: Mediante pagamento e com consentimento tcito, sendo permitida a gratuidade com consentimento tcito; Mediante pagamento e com consentimento expresso, sendo permitida a gratuidade com consentimento expresso; e paga mediante consentimento condicionado gratificao financeira.

    Porm h excees onde no necessrio autorizao para a divulgao da imagem, na qual se salienta situaes de ordem pblica, de segurana nacional, tendo com exemplo procurados pela polcia que oferecem risco a segurana pblica; pessoas de ordem pblica tendo como exemplo o presidente do pas, ou ento em casos de pessoas desaparecidas.

    O direito imagem no existe: a) no atendimento s necessidades da administrao da justia ou manuteno da ordem pblica; b) na divulgao de fatos de interesse jornalstico; c) nos eventos sociais tornados pblicos pelo organizador(COELHO, 2003).

    Referente proteo da imagem, podemos elencar o artigo 20 caput do Cdigo Civil, o qual estabelece:

    Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se necessrias a administrao da justia ou manuteno da ordem pblica, a divulgao de escritos, a transmisso da palavra, ou a publicao, a exposio ou a utilizao da imagem de uma pessoa podero ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuzo da indenizao que couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se destinarem a fins comerciais.

    Portanto, fazer uso da imagem de outrem sem devida autorizao ou com desvio da finalidade caracteriza-se violao ao direito de imagem, conferindo ao infrator ser civilmente responsabilizado. Tendo em vista que a divulgao de uma imagem no autorizada pode atingir a dignidade da pessoa humana, causando intimidao e constrangimento, o indivduo lesado pode buscar a reparao dos danos causados. Entende-se que, s legal a divulgao ou exposio pblica de imagens alheias devidamente autorizadas pelo indivduo a que pertence, haja vista as excees. Caso contrrio, configura-se violao ao direito de imagem, tendo a parte lesada o direito indenizao. Sendo este protegido no apenas pelo Cdigo Civil e tambm pela Constituio Federal de 1988 em seu artigo 5, V e X, transcritos a seguir:

    Art. 5.V. assegurado o direito de resposta , proporcional ao agravo, alm da indenizao por dano material, moral ou imagem. Art5.X. So inviolveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenizao pelo dano material ou moral decorrente de sua violao.

    O direito imagem tambm resguardado ao morto, o qual est expresso nos artigos 12 e 20, ambos no pargrafo nico do Cdigo Civil, transcritos a seguir:

    Art. 12. Pargrafo nico. Em se tratando de morto, ter legitimao para requerer a medida prevista neste artigo o cnjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou colateral at o quarto grau. Pargrafo nico. Em se tratando de morto ou de ausente, so partes legtimas para requerer essa proteo o cnjuge, os ascendentes ou os descendentes.

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    Conforme apelao cvel n 2011.018615-3 possvel observar a violao do direito imagem, no que se refere ao morto. O seguinte acrdo relata sobre um acidente envolvendo vitimas fatais, as quais foram fotografadas por um bombeiro que se aproveitou de sua funo pblica fotografando e divulgando as imagens. A apelao cvel indenizatria foi ajuizada pelo cnjuge de uma das vtimas, alegando constrangimento e divulgao de imagens sem autorizao:

    APELAO CVEL. AO DE INDENIZAO POR DANOS MORAIS. BOMBEIRO MILITAR QUE SE UTILIZA DA FUNO PBLICA PARA FOTOGRAFAR VTIMAS FATAIS DE ACIDENTE DE TRNSITO. USO DE IMAGEM FOTOGRFICA CHOCANTE SEM AUTORIZAO DOS FAMILIARES. RESPONSABILIDADE CIVIL CONFIGURADA. DEVER DE INDENIZAR. DANO MORAL PRESUMIDO. VERBA INDENIZATRIA. PLEITO DE MINORAO. REDUO INDEVIDA. VALOR CONDIZENTE COM OS PRINCPIOS DA RAZOABILIDADE E DA PROPORCIONALIDADE. JUROS DE MORA. PEDIDO DE INCIDNCIA A PARTIR DO TRNSITO EM JULGADO DA SENTENA. INACOLHIMENTO. APLICVEL O ART. 1.-F DA LEI N. 9.494/97, COM SUA NOVA REDAO, A PARTIR DO ARBITRAMENTO DA VERBA. ADEQUAO DA SENTENA. HONORRIOS ADVOCATCIOS. FIXAO QUE ATENDE BEM AOS DESGNIOS DA DEMANDA. RECURSOS DOS RUS DESPROVIDOS

    1.

    O segundo caso a ser analisado a respeito de um professor acusado indevidamente de assdio sexual a uma aluna. O professor ajuizou uma ao indenizatria contra um jornal que publicou como manchete principal sua foto juntamente com uma matria incriminadora, alegando que a partir da publicao vem sofrendo com discriminao e comentrios maldosos da populao. Por fim, ficou estabelecido o provimento do recurso ao autor, a indenizao por parte do jornal, devido a publicao de imagem sem autorizao e a matria jornalstica lesiva, conforme estabelece Apelao Cvel n 2009.008511-5:

    APELAES CVEIS. RECURSO ADESIVO DO AUTOR.INADMISSBILIDADE DE INTERPOSIO DE RECURSO ADESIVO PELA PARTE QUE J APRESENTOU RECURSO AUTNOMO. PRECLUSO CONSUMATIVA DA INSURGNCIA ADESIVA. NO CONHECIMENTO. AO DE INDENIZAO POR DANOS MORAIS. ALEGADA NULIDADE DA SENTENA POR SER ULTRA PETITA. INEXISTNCIA. DEMANDA DECIDIDA NOS LIMITES DELINEADOS PELO AUTOR. PUBLICAO DE NOTCIA EM JORNAL COM DESTAQUE NA MANCHETE PRINCIPAL DA CAPA SUGERINDO PRTICA DE CRIME POR PROFESSOR. PUBLICAO DE FOTOGRAFIA DO AUTOR SEM SUA AUTORIZAO. VIOLAO DO DIREITO IMAGEM. EXEGESE DO ARTIGO 5, X, DA CONSTITUIO FEDERAL. OFENSA CONFIGURADA. INDENIZAO DEVIDA. MAJORAO DA VERBA COMPENSATRIA. POSSIBILIDADE. APLICAO DO BINMIO PROPORCIONALIDADE/RAZOABILIDADE. PREQUESTIONAMENTO. DESNECESSIDADE DEPRONUNCIAMENTO EXPRESSO. PEDIDO ALTERNATIVO. AUTOR QUE OBTEVE XITO EM SUA DEMANDA. VALOR ESTIPULADO NOS REQUERIMENTOS MERAMENTE ESTIMATIVOS. AUSNCIA DE SUCUMBNCIA PELO AUTOR. IMPOSSIBILIDADE DE FIXAO DE HONORRIOS EM FAVOR DO PATRONO DOS RUS. APELAES CONHECIDAS. RECURSO DO RU DESPROVIDO E APELO DO AUTOR PROVIDO

    2.

    Conforme mencionado anteriormente, o direito de imagem constitui duas definies nomeadas por imagem retrato e imagem atributo, podendo estas serem caracterizadas como extrapatrimonial ou patrimonial. No que tange ao direito extrapatrimonial imagem retrato, compreende-se que toda pessoa independentemente de ser famosa ou no, tem resguardado o seu direito de imagem, sendo que, para ser passvel de proteo como direito da personalidade, a imagem divulgada deve possibilitar identificao imediata do titular do direito, ou com intuito daquilo que se pretende dar a entender com a reproduo

    3.

    No que tange ao direito extrapatrimonial imagem atributo, consideram-se que todas as pessoas possuem uma imagem correspondente ao conjunto de caracterstica a elas associadas. Verdadeiros ou falsos, atributos so normalmente associados a cada indivduo de acordo com a sua vida social ou profissional (COELHO,2003). Sendo que, se associado ao

    1Apelao civil oriunda do site: , 2013.

    2Apelao civil oriunda do site: ,2013.

    3A ideia oriunda do site: , 2013.

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    indivduo certo atributo falso que lhe possa acarretar prejuzos tanto em sua vida social, como profissional, caber a ele o direito de defender sua verdadeira imagem.

    Tocante ao direito patrimonial imagem refere-se s pessoas famosas que fazem uso de sua imagem na divulgao e propaganda de produtos, atribuindo a eles qualidades e valores, consequentemente tendo grande repercusso no mercado. A imagem de uma pessoa famosa objeto de direito patrimonial, podendo ser objeto de negocio jurdico onde permitida a renncia e, ou transmisso (COELHO, 2013).

    O direito patrimonial imagem titularizado pelas pessoas famosas que forem associadas, pelo imaginrio popular, a caractersticas positivas como beleza, competncia profissional, boa forma fsica e outras (COELHO, 2003, p. 210).

    Tambm, o direito imagem possui peculiaridades quanto sua proteo mesmo com autorizao para o uso, porm, essa utilizao ultrapassa os limites autorizados pelo indivduo, como expresso no RECURSO ESPECIAL N 1.291.865 - RJ (2011/0171876-9). Em que, um casal de namorados gravou cena afetiva para um programa de televiso, porm, passado dois anos o programa reproduz novamente a cena sendo que o casal no estava mais junto. Devido a isso, foi reconhecido o dano moral e provido indenizao.

    DIREITO A IMAGEM. DANO MORAL. CENA AFETIVA GRAVADA COM AUTORIZAAO E TRANSMITIDA ULTERIORMENTE MAIS DUAS VEZES EM CONTEXTO DIVERSO. DANO MORAL RECONHECIDO

    1.

    Enaltece-se assim, que a proteo ao direito de imagem uma conquista do direito moderno, na qual a lei probe a sua divulgao sem autorizao por qualquer meio, possuindo a imagem um carter recente no mbito jurdico. O direito a imagem est assegurado na maioria dos Ordenamentos Jurdicos, em diversos pases, sendo que cada pas possui suas peculiaridades e proteo legal, porm, sempre visando liberdade privada de cada pessoa.

    4. O Direito ao Esquecimento

    Observa-se que o direito um sistema dinmico, o qual deve renovar-se frequentemente e adequar-se frente s necessidades dos seres humanos. Quando se refere aos direitos da personalidade, necessrio entender que iro surgir novos direitos que devem ser respeitados tanto como os outros j existentes. O direito ao esquecimento encaixa-se nessa concepo, sendo um tema atual, que foi objeto de abordagem na 6 Jornada de Direito Civil do Conselho da Justia Federal no ano de 2013, incluindo o direito ao esquecimento como tutela do direito a dignidade da pessoa humana

    2.

    ENUNCIADO 531 A tutela da dignidade da pessoa humana na sociedade da informao inclui o direito ao esquecimento. Artigo: 11 do Cdigo Civil Justificativa: Os danos provocados pelas novas tecnologias de informao vm-se acumulando nos dias atuais. O direito ao esquecimento tem sua origem histrica no campo das condenaes criminais. Surge como parcela importante do direito do ex-detento ressocializao. No atribui a ningum o direito de apagar fatos ou reescrever a prpria histria, mas apenas assegura a possibilidade de discutir o uso que dado aos fatos pretritos, mais especificamente o modo e a finalidade com que so lembrados. Artigo: 11 do Cdigo Civil

    3.

    O direito ao esquecimento consiste na possibilidade de o indivduo no precisar relembrar fatos que ocorreram ao longo de sua vida e que foram desgastantes para si, trazendo sofrimento e dor. O direito ao esquecimento no almeja o direito de apagar fatos passados ou de reescrever a sua histria, mas sim a possibilidade de no relembrar os fatos e possibilitar o esquecimento destes. Isso porque, as pessoas no tm a obrigao de conviver com os erros do passado, em razo do livre arbtrio, os indivduos podem escolher o que melhor para si.

    O direito em questo obteve sua origem no mbito do direito penal4.Isso por que,

    analisado o caso em que uma pessoa comete um crime e condenada, mesmo aps sua

    1A Ementa oriunda do site: , 2013. 2A ideia oriunda dos site: ; 2013.

    3 A ideia oriunda do site: , 2013.

    4 A ideia oriunda do site: , 2013.

    http://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/23906057/recurso-especial-resp-1291865-rj-2011-0171876-9-stj/inteiro-teor-23906058http://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/23906057/recurso-especial-resp-1291865-rj-2011-0171876-9-stj/inteiro-teor-23906058http://emtempo.com.br/opiniao/artigos/5671-o-tal-direito-ao-esquecimento.html
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    absolvio e o cumprimento da pena ela ser relembrada pelo o que fez. Assim, entra-se em confronto com o artigo 93 do Cdigo Penal em que trata da reabilitao do condenado, porm isso no ser possvel se o ru for lembrado pelo o que fez, produzindo assim, efeitos desagradveis para a reabilitao do condenado e a sua ressocializao.

    Portanto,no Brasil, dois anos aps o cumprimento da pena ou da extino da punibilidade por qualquer motivo, o autor do delito tem direito reabilitao. Depois de cinco anos, afasta-se a possibilidade de considerar-se o fato para fins de reincidncia, apagando-o de todos os registros criminais e processuais pblicos

    1.Essa a origem da teoria do direito ao

    esquecimento, consagradora do right to be let alone, ou seja, o direito a permanecer sozinho, esquecido, deixado em paz

    2.

    Mesmo depois de ter sofrido as penas previstas, o ru ainda passar pelas relembranas dos seus atos cometidos. Para o Ministro Luis Felipe Salomo, o ru condenado ou absolvido pela prtica de um crime tem o direito de ser esquecido

    3.

    Com a evoluo tecnolgica o direito ao esquecimento vem sofrendo frequentes abusos, pois uma vez lanado na internet, imagens, vdeos ou afins referentes ao indivduo em questes de segundos, milhares de pessoas do mundo todo tero acesso estas informaes. Ento, atravs de uma ordem judicial o atingido tem o direito em recorrer pelo dano lesado, tendo que ser retirado todas as informaes espalhadas pela mdia, sendo esta um repositrio que em tese armazena toda e qualquer informao, mas no tem um prazo para que essas informaes sejam apagadas

    4.

    possvel vislumbrar a importncia do direito ao esquecimento no caso da Chacina da Candelria. Um ex-policial militar envolvido no caso e que foi absolvido buscou indenizao contra a empresa Rede Globo, a qual foi condenada a pagar a quantia de 50 mil pelo fato de veicular a imagem dos rus aps treze anos do ocorrido

    5.

    O caso foi apreciado pelo Superior Tribunal de Justia, no julgamento do Recurso Especial n 1.334.097. O tribunal manifestou-se no sentido da aplicao do direito ao esquecimento em decorrncia da proteo legal e constitucional da dignidade da pessoa humana, conforme se verifica na ementa:

    Superior Tribunal de Justia RECURSO ESPECIAL N 1.334.097 - RJ (2012/0144910-7) RELATOR: MINISTRO LUIS FELIPE SALOMO RECORRENTE: GLOBO COMUNICAES E PARTICIPAES S/A ADVOGADOS: JOS PERDIZ DE JESUS E OUTRO(S) JOO CARLOS MIRANDA GARCIA DE SOUSA E OUTRO(S) RECORRIDO: JURANDIR GOMES DE FRANA ADVOGADO : PEDRO D'ALCNTARA MIRANDA FILHO E OUTRO(S) EMENTA RECURSO ESPECIAL. DIREITO CIVIL-CONSTITUCIONAL. LIBERDADE DE IMPRENSA VS. DIREITOS DA PERSONALIDADE. LITGIO DE SOLUO TRANSVERSAL. COMPETNCIA DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIA. DOCUMENTRIO EXIBIDO EM REDE NACIONAL. LINHA DIRETA-JUSTIA. SEQUNCIA DE HOMICDIOS CONHECIDA COMO CHACINA DA CANDELRIA. REPORTAGEM QUE REACENDE O TEMA TREZE ANOS DEPOIS DO FATO. VEICULAO INCONSENTIDA DE NOME E IMAGEM DE INDICIADO NOS CRIMES. ABSOLVIO POSTERIOR POR NEGATIVA DE AUTORIA. DIREITO AO ESQUECIMENTO DOS CONDENADOS QUE CUMPRIRAM PENA E DOS ABSOLVIDOS. ACOLHIMENTO. DECORRNCIA DA PROTEO LEGAL E CONSTITUCIONAL DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA E DAS LIMITAES POSITIVADAS ATIVIDADE INFORMATIVA. PRESUNO LEGAL E CONSTITUCIONAL DE RESSOCIALIZAO DA PESSOA. PONDERAO DE VALORES. PRECEDENTES DE DIREITO COMPARADO

    6.

    Ademais, assim como os condenados sofrem com essas relembranas, as vtimas do crime e seus familiares tambm, pois isso ir os remeter lembranas desagradveis que causaram inesquecveis mgoas, sendo assim necessrio o direito ao esquecimento.

    1 A ideia oriunda do site , 2013. 2 A ideia oriunda do site: , 2013.

    3 A ideia oriunda do site: ,

    2013. 4 A ideia oriunda do site: , 2013.

    5A ideia oriunda do site: , 2013. 6 A Ementa oriunda do site: ,

    2013.

    http://www.cjf.jus.br/cjf/noticias-do-cjf/2013/abril/enunciado-trata-do-direito-ao-esquecimento-na-sociedade-da-informacaohttp://www.cjf.jus.br/cjf/noticias-do-cjf/2013/abril/enunciado-trata-do-direito-ao-esquecimento-na-sociedade-da-informacaohttp://www.slideshare.net/stjnoticias/20130910-r-esp-1334097-direito-esquecimento
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    Outro caso que foi recentemente abordado o direito ao esquecimento o de Aida Curi, em que passados 50 anos de sua morte a Rede Globo expos imagens de Aida Curi sem a autorizao da famlia. Esta alega que depois de tantos anos passados o crime j tinha sido esquecido, mas que a emissora fez o trabalho de reviver isso expondo imagens de Aida.

    Na hiptese, o direito ao esquecimento tambm foi analisado pelo Superior Tribunal de Justia. Diferentemente do caso da Chacina da Candelria, o tribunal considerou que, por se tratar de acontecimento de repercusso nacional, tendo sido utilizada apenas uma fotografia da vtima, no poderia se aplicar o direito ao esquecimento.

    RECURSO ESPECIAL. DIREITO CIVIL-CONSTITUCIONAL. LIBERDADE DE IMPRENSA VS. DIREITOS DA PERSONALIDADE. LITGIO DE SOLUO TRANSVERSAL. COMPETNCIA DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIA. DOCUMENTRIO EXIBIDO EM REDE NACIONAL. LINHA DIRETA-JUSTIA . HOMICDIO DE REPERCUSSO NACIONAL OCORRIDO NO ANO DE 1958. CASO "AIDA CURI". VEICULAO, MEIO SCULO DEPOIS DO FATO, DO NOME E IMAGEM DA VTIMA. NO CONSENTIMENTO DOS FAMILIARES. DIREITO AO ESQUECIMENTO. ACOLHIMENTO. NO APLICAO NO CASO CONCRETO. RECONHECIMENTO DA HISTORICIDADE DO FATO PELAS INSTNCIAS ORDINRIAS. IMPOSSIBILIDADE DE DESVINCULAO DO NOME DA VTIMA. ADEMAIS, INEXISTNCIA, NO CASO CONCRETO, DE DANO MORAL INDENIZVEL. VIOLAO AO DIREITO DE IMAGEM. SMULA N. 403/STJ. NO INCIDNCIA

    1.

    Diante disso, fica evidente que os casos expostos foram decididos diferentemente pela ponderao de valores do direito da personalidade versus direito informao, e que ambos os casos veiculam o direito da imagem. Assim, o direito de esquecimento est interligado com o direito imagem, pois quando reexposto um fato, ir trazer consigo a imagem e a violao desta. 5. Consideraes finais Com base nas informaes vistas, pode-se observar que os direitos da personalidade so inatos, fundamentais e essncias ao individuo, sendo que para o exerccio desses direitos basta a titularidade da personalidade. Os direitos da personalidade esto salvaguardados e protegidos pelo Cdigo Civil e pela Constituio Federal de 1988.

    Pode-se concluir que existe uma correlao entre o direito imagem e o direito ao esquecimento no que tange ao modo de aplicao da imagem, a qual trazida depois de muito tempo sem autorizao e consentimento, consequentemente causando lembranas dolorosas. Logo, o direito ao esquecimento est implcito na regra legal que assegura a proteo da imagem e da vida privada, bem como no princpio de proteo dignidade da pessoa humana. Assim, fica evidente que o direito ao esquecimento um tema atual e que est sendo utilizado de maneira a amparar os direitos da sociedade no que se referem a relembranas do passado, muitas vezes envolvendo imagem, o que assim, fere o princpio da dignidade da pessoa humana por violar o direito imagem juntamente com o direito ao esquecimento. Referncias Apelao Cvel n 2011.018615-3. Disponvel em: . Acesso em: 21 de setembro de 2013. Apelao Cvel n 2011.018615-3. Disponvel em: . Acesso em: 21 de setembro de 2013. BEVILAQUA, Guilherme. O Direito de Imagem e o Direito de Arena nas relaes entre entidades de prticas desportivas e o atleta profissional de futebol. Santa Maria, 2009. BLUM, Renato Opice. Direito de esquecimento na internet. Disponvel em: . Acesso em 18 set 2013.

    1 A Ementa oriunda do site: , 2013.

    http://www.fecomercio.com.br/?option=com_institucional&view=interna&Itemid=20&id=6843http://www.migalhas.com.br/arquivo_artigo/art20130910-01.pdf
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    1.1.2 Para alm da proteo global: a Organizao dos Estados Americanos-OEA e a proteo aos Direitos Humanos

    Simone Andrea Schwinn1

    Luciana Manica Gssling 2

    Resumo O tema dos direitos humanos tem se mostrado caro aos diferentes pases, onde sua proteo mais conhecida no sistema global de proteo, no mbito das Naes Unidas. Mas, alm do sistema global, esses direitos tambm encontram guarida no mbito regional, que criam seus prprios sistemas de proteo respeitando as questes locais. O presente trabalho tratar do Sistema Interamericano de Direitos Humanos, representado pela Organizao dos Estados Americanos- OEA, cuja histria uma ilustre desconhecida pela maioria dos moradores do continente americano. Assim, em um primeiro momento tratar justamente da histria da criao da OEA, para, em seguida, abordar os principais documentos de proteo aos direitos humanos nas Amricas. Para entender como se d a proteo desses direitos no mbito da OEA, sero analisadas algumas sentenas da Corte Interamericana de Direitos Humanos-CIDH, instncia que tem se mostrado bastante eficaz no que diz respeito responsabilizao dos Estados por violaes direitos humanos. Por, cabe salientar que se trata de um trabalho de natureza bibliogrfica, com anlise de doutrinadores e jurisprudncia que tratam do tema em questo. Palavras-chave: Direitos Humanos. Organizao dos Estados Americanos. Corte Interamericana de Direitos Humanos. Comisso Interamericana de Direitos Humanos. Tratados Internacionais. Introduo Vivendo em uma sociedade globalizada, onde surgem, a cada dia, novos direitos que passam a ser cobrados e protegidos, sendo inseridos em diferentes sistemas de proteo, cabe a contribuio da presente pesquisa para o esclarecimento do tema, uma vez que coexiste mais de um sistema de proteo aos direitos humanos.

    O nascimento da Organizao das Naes Unidas - ONU, aps a 2 Guerra Mundial, pode ser considerado um marco para os Direitos Humanos, pois a partir da, pases de todo mundo passaram a unir-se em torno de um ideal comum, de defesa e promoo desses direitos.

    O presente trabalho ento, tratar da Organizao dos Estados Americanos - OEA, o surgimento do sistema americano, com a Declarao Americana dos Direitos e Deveres do Homem, que, a exemplo da Declarao Universal, tambm carece de fora jurdica vinculante. No entanto, ela faz parte da base do ordenamento jurdico americano, juntamente com a Conveno Americana de Direitos Humanos ou Pacto