41
#13 Março 2015 #14 Junho 2015

Fahionuppt#14 final (1)

  • Upload
    cenit

  • View
    242

  • Download
    9

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Contemporary and avant-garde, fashionup.pt reveals every day the novelties and the projects that are making the news in fashion, design and beauty. Directed to professionals but also for all those who are passionate by this universe, fashionup.pt gives special attention to Portuguese designers and brands, highlighting the creative capacity, know-how and value of “made in Portugal”, aiming to project it globally, but without neglecting the outside world, presenting the international trends and events that weave the everyday life of the extraordinary fashion industry.

Citation preview

Page 1: Fahionuppt#14 final (1)

#13 Março 2015#14 Junho 2015

Page 2: Fahionuppt#14 final (1)

«O luxo pode definir-se fisiologicamente: a arte de nos alimentarmos pela pele, pelos olhos, pelos ouvidos, pelas narinas e pela imaginação». A definição do filósofo francês Pierre Proudhon apela ao imaginário e ao sonho que o universo do luxo habitualmen-te desperta. Mas, para lá da utopia, estão em jogo mi-lhões de euros de vendas em todo o mundo, gerados por uma indústria que alimenta a preservação de técnicas de produção artesanais, emprega milhares de pessoas e dá um enorme contributo para a economia mundial.O número de consumidores de produtos de luxo triplicou nos últimos 20 anos e a consultora Bain&Co estima que os consumi-dores do luxo vão atingir os 400 milhões em 2020 e 500 milhões em 2030.Portugal encontra-se, sobretudo, no lado produtor da equação, sendo, por exemplo, selecionado por grandes casas de moda como Chanel e Dior para fabricar tecidos, vestuário e acessórios que encontram lugar no guarda-roupa dos homens e mulheres mais ricos do mundo. O consumo de bens de luxo está igualmente em crescimento no nosso país, com as mais recentes estima-tivas a apontarem para um aumento de 10% nas vendas em 2014, o que justifica o crescente reforço da presença de marcas internacionais em Portugal.Uma conjuntura que tem propiciado a criação de marcas de luxo nacionais, cujos produtos são desenhados, feitos e pensa-dos com know-how português, em áreas tão distintas como a moda, o mobiliário, o vinho, os produtos de beleza ou o turismo, onde são exaltadas as características únicas de Portugal, ao mesmo tempo que mantêm os padrões exigentes na produção e no branding que prometem, no futuro próximo, tornar o país num sinónimo de luxo.

propriedade • owner:

CENIT – Centro Associativo de Inteligência Têxtil

Conselho de administração• management Board: Paulo Vaz, Alexandre Pinheiro, Manuel Lopes Teixeira

diretor • direCtor:

Manuel Lopes Teixeira

Coordenadora • editor-in-Chief:

Filipa Marques

redação • editorial team:

Alexandra Costa, Ana Sofia

Amorim e Bárbara Matias

fotografia • photography:

Nuno Oliveira

marketing:

Marisa Guimarães

arte • art:

PM Media

impressão • printing:

Orgal, Lda.

depósito legal • legal deposit:

356126/13

tiragem • CirCulation:

2.000

periodiCidade • periodiCity:

Trimestral • Quarterly

agradeCimentos • speCial thanks:

ATP, Anivec/Apiv, Anje,Associação Selectiva Moda, ModaLisboa e Aicep

Capa • Cover: Miguel Vieira - Alfândega do Porto - © Orlando Gonçalves

editorial «Luxury can be physiologically defined: the art of being nourished through skin, eyes, ears, nostrils and imagination». The defini-tion of the French philosopher Pierre Proud-hon calls upon the imaginary and the dream that the luxury universe usually awakes.But beyond utopia, millions of euros of sales worldwide are at stake, generated by an industry that promotes the preservation of handmade production techniques, employs thousands of people and gives a huge con-tribution to the world economy.The number of luxury goods consumers has tripled in the last 20 years and the consult-ant Bain&Co estimates that luxury consum-ers will reach 400 million by 2020 and 500 million in 2030.Portugal is mainly on the producer side of the equation, being, for example, elected by major fashion houses like Chanel and Dior to manufacture fabrics, apparel and acces-sories that find their place in the wardrobes of the world’s richest men and women. Consumption of luxury itens is also growing in our country, with the latest estimates indicating a 10% increase in sales in 2014, which explain the increasing reinforce-ment of international brands’ presence in Portugal.An environment that has enabled the crea-tion of national luxury brands, whose prod-ucts are thought, designed and produced with Portuguese know-how in areas as diverse as fashion, furniture, wine, beauty products or tourism, where Portugal’s unique characteristics are exalted, while maintaining the demanding standards in production and branding that will allow the country to become, in the near future, a synonym for luxury.

Page 3: Fahionuppt#14 final (1)

34fa

shio

n o

utN

ew Y

ork

Fash

ion

Wee

k

38fa

shio

n o

utLo

ndon

Fas

hion

Wee

k

42fa

shio

n o

utM

ilan

Fash

ion

Wee

k

76le

t’s ta

lkRo

upa

sem

sex

o

70Ba

Ckst

age

50 a

nos

de IT

V

74ha

ppen

ing

Com

enda

dore

s da

mod

a

06

luxu

ry

22fa

shio

n in

Port

ugal

Fas

hion

26fa

shio

n in

Bloo

m

30fa

shio

n in

Mod

aLis

boa

64

68

aChi

evem

ent

Die

lmar

aChi

evem

ent

Gin

o B

46fa

shio

n o

utPa

ris

Fash

ion

Wee

k

58 6250

Crea

tive

min

dsM

arqu

es’A

lmei

da

Crea

tive

min

dsLu

ís C

arva

lho

tren

sPe

ças-

Chav

e

Page 4: Fahionuppt#14 final (1)

World of dreams and aspirations, often unattainable, the demand for luxury goods and experiences increases daily, Portugal included.

6 luxury

portugal de luxoMundo de sonhos e aspirações, muitas vezes inalcançáveis, a procura por bens e experiências de luxo aumenta de dia para dia, incluindo por terras lusas.

Desde a Grécia Antiga que o luxo é referido nas obras mais paradigmáticas dos pensado-res, como Platão, que no seu “Protágoras” se refere ao ser humano como «um animal feito para o luxo». No entanto, o luxo está longe de ser demo-crático, como explica a investigadora Marta de Mendonça da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. «Para poder falar de luxo exigem-se um atendimento personalizado, produtos exclusivos, únicos, diferenciados pela sua qualidade, não acessíveis a todos, nem sequer à maioria», refere em “O luxo – um direito e/ou estatuto”.A verdade é que, embora as definições de

Since ancient Greece that luxury is referred to in the most paradigmatic works of think-ers such as Plato, who in his “Protagoras” refers to the human being as «an animal made for luxury».However, luxury is far from democratic, as explained by researcher Marta de Men-donça from Faculdade de Ciências Sociais e Humanas of Universidade Nova de Lisboa. «To be able to speak of luxury, there must be a personalized service, exclusive and unique products, distinguished by its quality, not accessible to everyone, not even to the majority», she states in “O luxo – um direito e/ou estatuto”. The truth is that while the luxury definitions are not all equal, these exclusive and quality features are omnipresent, as it was high-lighted by the key speakers at the first Porto Luxury Brands Summit.With a market that reached 865 billion euros in 2014, according to data presented by Armando Branchini, vice president of Fon-dazione Altagamma, luxury should continue to grow, including in two main categories: luxury cars, with 351 billion euros, and per-sonal luxury goods, with 223 billion euros.Portugal is starting to enter this universe, not just in production – where it has been successful for quite a long time for producing fabrics, clothing and footwear for prestigious fashion houses such as Chanel, Burberry, Prada or Dior – but also with its own brands that are conquering the preferences of the wealthiest consumers.«Portugal was the country that boosted, according to the history books, the first big globalization movement. Before the Portu-guese, there was no world. I think we’re at a stage where we may well be leading a new wave of globalization in which we can also find the Portuguese DNA», believes Isabel Cantista, founder and CEO of FFI - Fast For-ward Innovation, which organized the Porto Luxury Brands Summit.

luxo não sejam todas iguais, estas caracterís-ticas de exclusividade e qualidade são omni-presentes, como sublinharam os oradores na primeira Porto Luxury Brands Summit.Com um mercado que ascendeu a 865 mil milhões de euros em 2014, de acordo com os dados apresentados por Armando Branchini, vice-presidente da Fondazione Altagamma, o luxo deverá continuar a crescer, incluindo nas duas principais categorias: automóveis de luxo, com 351 mil milhões de euros, e bens de luxo pessoais, com 223 mil milhões de euros.Portugal começa a entrar neste universo, não apenas na produção – onde há muito dá cartas, sendo responsável por produzir teci-

luxurious portugal

dos, vestuário e calçado para casas de moda prestigiadas como Chanel, Burberry, Prada ou Dior – mas também com marcas próprias que estão a entrar nas preferências dos consumi-dores mais abastados. «Portugal foi o país que impulsionou, segun-do os livros de história, o primeiro grande movimento de globalização. Antes dos portu-gueses, não existia mundo. Acho que estamos numa fase em que podemos perfeitamente protagonizar uma nova onda de globalização em que existe também o ADN português», acredita Isabel Cantista, fundadora e CEO da FFI - Fast Forward Innovation, que organizou a Porto Luxury Brands Summit.

Page 5: Fahionuppt#14 final (1)

988

Fundada pelo empresário português José Neves, a Farfetch permite fazer compras nas melhores boutiques do mundo sem

sair de casa.

Criada em 2007, a Farfetch conseguiu trans-portar o universo do luxo para o comércio eletrónico e, nos últimos anos, tem ligado milhares de pessoas às boutiques mais reputadas. A partir de um único endereço, os consumidores conseguem aceder a mais de 130 mil artigos de 1.500 marcas bem conhe-cidas e designers emergentes, disponíveis em pequenos retalhistas. Mas, como refere Tiago Castro, business manager da Farfetch, «é muito mais do que números. Trabalha-mos com 300 das melhores lojas do mundo, que tiveram um papel importante em criar o mundo da moda que conhecemos hoje». Para o consumidor, isso traz mais-valias. «A Farfetch surge como uma alternativa. Porque nas outras lojas online, o que existe é a perspetiva de um comprador. Nós temos o ponto de vista de 300 lojas. Permite que o

consumidor crie a sua própria visão», destaca Tiago Castro. «Gostamos de pensar que somos os curadores dos curadores da moda», acrescenta.Mais de 800 pessoas trabalham diariamente na Farfetch para dar uma experiência de compra também ela de luxo aos cerca de 400 mil clientes ativos de 170 países espalhados pelos cinco continentes, com entregas em casa, devoluções sem questões, mas também conteúdo editorial e sugestões de moda.Recentemente, a Farfetch adquiriu a boutique londrina Browns, onde pretende instalar uma verdadeira “loja do futuro”. «Queremos mudar a forma como o mundo compra moda, criar a loja do futuro, levar o multicanal para o omnicanal – queremos tornar o mundo mais criativo», conclui Tiago Castro.

farfetCh

Created in 2007, Farfetch was able to trans-port the universe of luxury into e-commerce and, in recent years, has connected thou-sands of people to the most exquisite boutiques. From a single address, consumers can access over 130,000 articles from 1,500 well-known brands and emerging design-ers, available in small retailers. But as Tiago Castro, business manager of Farfetch, reveals «this is much more than numbers. We work with 300 of the best shops in the world that played an important role in creating the fashion world we know today». For the consumer, it brings added value. «Farfetch represents an alternative, because in other online stores, there is only the perspective of a buyer. We have the point of view of 300 stores. And this allows the consumer to create his own vision», says Tiago Castro.

Founded by the Portuguese entrepreneur José Neves, Farfetch allows shopping in

the best world boutiques without leaving home.

«We like to think that we are the curators of fashion curators», he adds.More than 800 people work daily in Farfetch to provide a purchase experience, also a luxury one, to approximately 400,000 active customers from 170 countries across the five continents, with home deliveries, returns without any questions but also editorial content and fashion suggestions.Recently, Farfetch acquired the London bou-tique Browns, where it aims to install a true “store of the future”. «We want to change the way the world buys fashion, create the store of the future, taking multichannel to om-nichannel – we want to make the world even more creative», concludes Tiago Castro.

Page 6: Fahionuppt#14 final (1)

1 0 1 1

«O significado do nome está na nossa forte ligação ao cavalo, um animal com alma e que muito representa para Portugal», explica o fundador da marca, Alberto Gomes, para quem «por detrás de um bom produto tem sempre de existir uma boa história».Arte, tradição e exclusividade são os pilares da âme moi, que atualmente tem como prin-cipais mercados o Qatar, Angola, Hong Kong, Malásia e Indonésia, estando igualmente à venda em Portugal e online.Cada produto é único, tendo mesmo um passaporte com o nome dos mestres portu-gueses de cujas sábias mãos brotaram. Com um preço médio que ronda os 3.500 euros, as bolsas apresentam pormenores inimitáveis, como pegas em filigrana de prata ou ouro e os “bugs”, autênticas joias criadas pelo mestre Agostinho, que no currículo conta com trabalhos para a Cartier e a Fabergé. Já o design sai da mente de Carlota Costa, forma-da pelo Istituto Europeo di Design de Milão. Entre os bestsellers da marca, que conta apenas com dois anos de existência, está a carteira La Piccolina - Bugs e a Picollina Flower, composta por flores em seda selva-gem feitas pétala a pétala. O modelo mais caro, com um preço de 19 mil euros, é a La Piccolina - Crocodile, totalmente em pele de crocodilo e com peças metálicas em ouro. Em comum, todas têm um pendente em crina de cavalo. «Eterniza a ligação com o animal», justifica Alberto Gomes. Maria Cavaco Silva, Athina Onassis e a Rainha Sofía de Espanha são apenas algumas das personalidades que já têm a sua bolsa âme moi.Na mais recente coleção, a marca portuguesa integrou luvas e lenços e promete em breve criar uma coleção pensada para os homens. «Somos uma marca global que já está regis-tada praticamente em todo o mundo e que quer conquistar também as grandes capitais da moda», afirma Alberto Gomes.

Ouro, prata, seda bordada, peles e crina de cavalo são as matérias-primas que dão alma às coleções da marca portuguesa de acessórios.

âme moi

«The name’s meaning lies in our strong connection to horses, a soulful animal with a strong significance for Portugal», explains the brand founder, Alberto Gomes, to whom «behind a good product there always has to be a good story».Art, tradition and exclusivity are the basic foundations of âme moi, which currently has Qatar, Angola, Hong Kong, Malaysia and In-donesia as its main markets and is also sold in Portugal and online.Each product is unique, owning a passport that features the names of the Portuguese masters from whose wise hands they emerged. With an average sales price of 3,500 euros, the handbags include inimitable details, like handles made of silver or gold filigrana and “bugs”, true jewellery master-pieces created by master Agostinho, who worked before with Cartier and Fabergé. The design is signed by Carlota Costa, graduated from Milan’s Istituto Europeo di Design. Amongst the bestsellers of the brand, which

Gold, silver, embroidered silk, fur and horsehair are the raw-materials that

provide the soul for the collections presented by this Portuguese brand of

accessories.

only exists for two years, is La Piccolina - Bugs and Piccolina Flower bag, which fea-tures wild silk flowers made petal by petal. The most expensive model, with a price tag of 19,000 euros, is La Piccolina - Crocodile, entirely made of crocodile skin and gold metallic pieces. They all share one detail: a horse mane pendant. «It perpetuates the connection to the animal», justifies Alberto Gomes. Maria Cavaco Silva, Athina Onassis and Queen Sofía from Spain are only a few of the personalities that already own their âme moi handbag.For its most recent collection, the Portuguese brand also included gloves and scarves and made a promise of soon presenting a collec-tion thought for men. «We are a global brand which is already registered nearly all over the world and that also wishes to conquer the big fashion capitals», claims Alberto Gomes.

Page 7: Fahionuppt#14 final (1)

A Urbanmint pegou no mobiliário que habita em todas as casas e transformou-

-o em objetos de desejo, a que nem a francesa Dior resistiu.

1 2 1 3

Design, produção artesanal, qualidade, autenticidade e uma boa história são os critérios centrais das peças de mobiliário que saem das mãos dos profissionais que traba-lham na Urbanmint. A empresa, que detém as marcas Munna e Ginger & Jagger, pega no ordinário e transforma-o em extraordinário.Desenhados por uma equipa jovem e elabo-rados com recurso a técnicas artesanais, os sofás, cadeiras, poltronas, mesas, aparadores e espelhos saem de Portugal com destino às casas, hotéis e espaços comerciais dos mais fervorosos adeptos do design em todo o mundo, do Reino Unido ao Médio Oriente e EUA. «Reinventamos clássicos, fazemos novos clássicos, produtos que aguentam o teste do tempo», garante o responsável de marketing Nuno Sá.

«Para nós, a qualidade está nos detalhes “por detrás da cortina”. Das partes que não se veem às partes que se veem, tudo é feito com o máximo de pormenor e com as melhores matérias-primas. Cada peça é única», realça.Esta exclusividade tem chamado a atenção de reputados nomes internacionais, dos grandes armazéns Harrods à Dior, que selecionou o espelho Vine para decorar as suas lojas em Viena, Sydney, Singapura, Kuala Lumpur e Kuwait. Sempre em busca de novas inspirações e fu-turos clássicos, a Munna e a Ginger & Jagger apresentam as suas coleções nos principais salões internacionais, de Milão a Paris, onde roubam as atenções de compradores de todo o mundo.

urBanmint

Design, craftsmanship, quality, authenticity and a good story are the central criteria for all pieces of furniture that come out of the hands of professionals working at Urban-mint. The company, which owns Munna and Ginger & Jagger brands, takes the ordinary and turns it into extraordinary.Designed by a young team and prepared with the use of traditional techniques, sofas, chairs, armchairs, tables, sideboards and mir-rors leave Portugal to reach houses, hotels and commercial buildings of the most pas-sionate design enthusiasts worldwide, from the United Kingdom to the Middle East and the USA. «We reinvent classics, we make new classics, products that can withstand the test of time», ensures the marketing responsible, Nuno Sá.

Urbanmint took the furniture there is in every house and turned it into objects

of desire that not even the French house Dior could resist.

«For us, quality lays within details that are “behind the curtain”. From what is unde-tected by eyesight to what is actually seen, everything is done with the utmost detail and with the best raw materials. Each piece is unique», he emphasizes.This exclusivity has attracted the attention of renowned international names, from depart-ment store Harrods to fashion house Dior, which selected the Vine mirror to decorate its shops in Vienna, Sydney, Singapore, Kuala Lumpur and Kuwait.Always looking for new inspirations and fu-ture classics, Munna and Ginger & Jagger pre-sent their collections in major international trade shows, from Milan to Paris, where they draw the attention from buyers around the world.

Page 8: Fahionuppt#14 final (1)

1 4

Com uma história que remonta a 1887, a marca Claus Porto é um dos segredos mais mal guardados da cidade do Porto. Perso-nalidades como Oprah Winfrey, Kate Moss, Nicolas Cage e Nancy Reagan são apenas alguns dos fãs da marca de luxo de sabone-tes, que conta atualmente com cerca de 300 referências diferentes. Inspirados na melhor tradição e produzidos segundo métodos artesanais, os produtos da Claus Porto são conhecidos pela qualidade e por conseguirem embrulhar o universo de luxo e requinte em embalagens com design de inspiração vintage, criando uma aura de exclusividade. «Aos anos de sabedoria na pro-dução alia-se a autenticidade, a genuinidade e a qualidade presente em cada produto, fazendo com que estes sejam reconhecidos

With a history dating back to 1887, the Claus Porto brand is one of the worst kept secrets in the city of Oporto. Personalities like Oprah Winfrey, Kate Moss, Nicolas Cage and Nancy Reagan are just some of the fans of this luxury soaps brand, which currently features around 300 different references.Inspired by the best traditions and produced according to handmade methods, the Claus Porto products are known for its quality and for being able to wrap together the luxury and refinement atmosphere in packages with a vintage-inspired design, creating an aura of exclusivity. «To the years of wisdom in the production, we allied authenticity, genuine-ness and quality to every single product, making them acknowledged for decades in

Mais do que simples sabonetes, os produtos da Claus Porto transportam os

consumidores para um universo de aromas ricos e sofisticados.

More than just soaps, Claus Porto’s prod-ucts take consumers into a universe of rich

and sophisticated aromas.

há décadas nos mercados nacional e inter-nacional como referências de confiança», sublinha a responsável pelo departamento de comunicação e marketing da Ach.Brito, Mónica Vieito.As linhas da coleção Deco Collection e Musgo Real são as mais procuradas, nomeadamente nos 50 mercados internacionais da marca, com destaque para os EUA, o Reino Unido, a Coreia do Sul e o Japão.Para além dos sabonetes, o portefólio da Claus Porto inclui ainda águas-de-colónia, produtos que podem ser encontrados em lojas selecionadas como A Vida Portuguesa, em Portugal, o Harrods e Fortnum & Mason (Londres), Boutique Isolée (Madrid), Le Bon Marché (Paris), Bergdorf Goodman (Nova Iorque) e Lane Crawford (Hong Kong).

national and international markets as reli-able references», stresses out the responsible for Ach.Brito’s communication and market-ing department, Monica Vieito.The Deco Collection and Musgo Real lines are the most required, namely in the brand’s 50 international markets, especially the US, UK, South Korea and Japan. In addition to soaps, Claus Porto portfolio also includes eau-de-cologne, products that can be found in selected stores like A Vida Portuguesa, in Portugal, Harrods and Fortnum & Mason (London), Boutique Isolée (Madrid) Le Bon Marché (Paris), Bergdorf Goodman (New York) and Lane Crawford (Hong Kong).

Claus porto

Page 9: Fahionuppt#14 final (1)

1 71 6

Na localização mais alta de Portugal, a Casa das Penhas Douradas oferece ar puro, conforto e o luxo de conjugar o

design do passado e do presente num mesmo espaço.

As vistas desafogadas e o silêncio da monta-nha são atributos naturais que já dão o mote perfeito a uma escapada ou umas férias a dois ou em família. Mas a Casa das Penhas Douradas é muito mais do que isso. A aten-ção ao detalhe, a aposta no design – com a intervenção, entre outros, do arquiteto Pedro Brígida e com peças do designer Pedro Silva Dias –, as propostas gastronómicas, a piscina e a oferta do spa fazem deste boutique hotel, situado a 1.500 metros de altitude, o refúgio perfeito para todas as estações do ano. «Temos mesmo as quatro. A primavera e as flores da carqueja e da urze que pintam a serra de amarelo e roxo; o verão verde e azul, a água, os três rios (Zêzere, Mondego e Alva) e as mais de vinte lagoas; o outono com os tons dourados dos castanheiros e dos carvalhos; o inverno branco de neve…», des-crevem João Tomás e Isabel Costa, o mágico casal por detrás deste projeto, que combina o charme de antigamente com o conforto exigido nos dias de hoje. Caminhadas na serra, com um picnic prepa-

The open views and the mountain silence are natural attributes that already provide the perfect tone for a getaway or a vacation with your partner or family. But Casa das Penhas Douradas is much more than that. The attention to detail, the commitment to design – with the intervention, among oth-ers, of architect Pedro Brígida and pieces of designer Pedro Silva Dias –, the gastronomic proposals, the swimming pool and the spa offer make this boutique hotel, situated at 1,500 meters above sea level, the perfect hideaway for all seasons. «We do have all four of them. Spring with gorse flowers and heather painting the mountain range in yel-low and purple; summer of green and blue from the water of the three rivers (Zêzere, Mondego and Alva) and of more than twenty lagoons; autumn showing off the chestnut trees’ and oak’s golden tones; winter white of snow…», describe João Tomás and Isabel Costa, the magic couple behind this project that combines the old days charm with the comfort that one demands nowadays.

Located in the highest point of Portugal, Casa das Penhas Douradas offers clean

air, comfort and the luxury of match-ing past and present design in the same

space.

rado a preceito para acompanhar, um passeio pelas Aldeias Históricas da região, um mergulho nas águas límpidas das lagoas ou uma massagem são algumas das atividades disponíveis para os hóspedes, que também não podem perder a oportunidade de fazer uma visita guiada à Burel Factory, «uma fábri-ca de lanifícios do tempo em que a indústria se fazia à mão, com cardas e teares do século XIX», destacam.Na fábrica é produzido o burel – um tecido típico português, em 100% lã – que foi perfeitamente integrado no hotel «discreta-mente, em todos os detalhes: encontramo-lo na sala de jantar num original marcador ou num bonito cesto de pão; nos quartos num couvre-pied ou, surpreendentemente, num quadro; nas salas, num tapete com um dese-nho original, numa almofada ou num sofá, ou mesmo numa jarra», apontam.No final da estadia, os hóspedes podem ainda levar para casa parte da experiência, com uma visita à Loja da Burel Factory.

Mountain walks with a picnic carefully pre-pared, a tour around the historical villages of the region, a dive in the clear lagoon waters or a spa massage are some of the activities available to guests, who shouldn’t also miss the opportunity to make a guided tour at Bu-rel Factory, «a wool factory dated back from the time when industry was handmade, with nineteenth century‘s teasels and looms», they stand out.At this factory is produced burel – a typical Portuguese fabric, 100% wool –, which was perfectly incorporated in the hotel «in a dis-crete way in all details: one can find it at the dining room in an original table marker or in a lovely bread basket; in the bedrooms on a couvre-pied or, surprisingly on a painting; in the living rooms, on a carpet showing an original drawing, on a pillow or on a couch, even on a jar», they highlight. At the end of the stay, guests can also take part of their experience home, by visiting the Burel Factory’s shop.

Casa das penhas douradas

Page 10: Fahionuppt#14 final (1)

1 8 1 9

Absolute luxurerConhecedor, elegante e refinado, este consu-midor cresceu no meio do luxo. Esta elite eu-ropeia – com alguns felizardos nos mercados emergentes – tem idades entre os 35 e os 45 anos e gasta em média 30 mil euros por ano, sobretudo em artigos em pele, vestuário, joalharia e relojoaria e férias exclusivas.

MegacitierQuer vivam em Nova Iorque, Londres, Moscovo ou Xangai, têm os mesmos gostos e destinos de férias. Estes 2,5 milhões de consumidores transformam tendências locais em fenómenos mundiais. Têm entre 30 e 35 anos, gastam quase 17 mil euros por ano e concentram o seu consumo de luxo em arti-gos em pele, vestuário, hotéis e férias.

ExperiencerA partilha de momentos de felicidade vale mais do que ter mais um item no guarda--roupa para estes consumidores, residentes no Japão, Europa e EUA, com idades entre os 35 e os 50 anos. Com um orçamento anual de cerca de 13 mil euros, investem em férias, alimentação e hotéis.

FashionistaAdora design e ir às compras é o seu pas-saporte para o reino mágico do luxo. São 2,8 milhões de consumidores, sobretudo mulheres, com idades entre os 35 e os 40 anos, bem representadas na China, Rússia e EUA. Gastam em média 8 mil euros anuais em bens de luxo pessoais: artigos em pele, vestuário e perfumes e cosmética.

alto-Consumo

Absolute LuxurerKnowledgeable, elegant and refined, this consumer has grown in the midst of luxury. This European elite – with some lucky people from emerging markets – is aged between 35 and 45 years and spends an average of 30,000 euros a year, mainly in leather goods, clothing, jewellery, watches and exclusive vacation.

MegacitierWhether they live in New York, London, Mos-cow or Shanghai, they share the same tastes and holiday destinations. These 2.5 million customers turn local trends into global phenomena. They have between 30 and 35 years, spend nearly 17,000 euros per year and concentrate their luxury consumption in leather goods, clothing, hotels and vacations.

ExperiencerFor these consumers, living in Japan, Europe and USA, aged from 35 to 50 years, sharing moments of happiness is worth more than having one more item in the wardrobe. With an annual budget of about 13,000 euros, they invest in holidays, food and hotels.

FashionistaThey love design and to go shopping is their passport to the magical kingdom of luxury. They represent 2.8 million consumers, espe-cially women, aged from 35 to 40 years, well represented in China, Russia and USA. They spend an average of 8,000 euros per year in personal luxury goods: leather goods, cloth-ing, perfumes and cosmetics.

high-end Consumption

Os consumidores do luxo têm motivações, gostos, influências e comportamentos diferentes, que se refletem na hora de ir às compras, como revela o estudo “True Luxury – Global Consumer Insight”. 12 perfis que, em conjunto, representam mais de 290 mil milhões de euros de consumo anual em produtos de luxo.

Luxury consumers have motivations, tastes, different influences and behaviours that have an effect when it’s time to shop, as the study “True Luxury – Global Consumer Insight” shows. 12 profiles that altogether represent more than 290 billion euros of annual con-sumption in luxury products.

Page 11: Fahionuppt#14 final (1)

2 0 2 1

Little PrinceImpulsivos e conectados, estes jovens con-sumidores, entre os 18 e os 25 anos, têm a vida facilitada pela prosperidade dos pais em países emergentes. Já gastam anualmente 10 mil euros cada, comprando especialmen-te artigos em pele, vestuário e perfumes e cosmética, nos quais a marca e o design são elementos essenciais.

Social WearerPara estes consumidores, aproximadamente 1,8 milhões de indivíduos com idades entre os 35 e os 40 anos de França, Alemanha e Brasil, o luxo é um cartão verde para um mundo melhor. Qualidade, sustentabilidade e made in são critérios essenciais. Têm um orçamento médio de 10 mil euros por ano, que gastam em artigos em pele, viagens e mobiliário.

Status SeekerVivem sob as luzes dos holofotes, com os lo-gótipos à vista. Não gostam de experimentar e seguem tendências e marcas conhecidas. Sobretudo asiáticos, mas também america-nos, adoram comprar artigos em pele, ves-

Little PrinceImpulsive and well connected, these young consumers, between 18 and 25 years, live an easy life due to their parents’ wealth in developing countries. They already spend 10,000 euros per year each, especially buy-ing leather goods, clothing, perfumes and cosmetics, in which the brand and the design are essential.

Social WearerFor these consumers, approximately 1.8 mil-lion individuals aged from 35 to 40 years of France, Germany and Brazil, luxury is a green card for a better world. Quality, sustainability and made in are the essential criteria. They own an average budget of 10,000 euros per year, which they spend on leather goods, travel and furniture.

Status SeekerThey live under the spotlights, with all the logos in sight. They don’t like to try-out new things but rather follow trends and well-known brands. Especially Asians, but also Americans, they love to buy leather goods, clothing, jewellery and watches and spend 7,000 euros per year. What celebrities wear

tuário e joalharia e relojoaria e gastam 7.000 euros por ano. O que as celebridades usam ou dizem e os anúncios certos na televisão podem influenciá-los fortemente.

ClasspirationalO seu maior receio é fazerem má figura em frente ao chefe e o luxo acessível é a forma mais fácil de serem aceites. São 3 milhões de consumidores, entre os 30 e os 35 anos, espe-cialmente na Coreia do Sul, Alemanha, França e Rússia. Comparam preços online e gastam em média 3.000 euros por ano em vestuário clássico, perfumes e cosmética e malas.

Timeless ProperA Coco Chanel é a sua musa e “a moda passa, o estilo fica” é o seu mote. Estas mulheres são clássicas e intemporais em todas as ocasiões. Sobretudo americanas, inglesas e japonesas, representam cerca de 2,3 milhões de consumidoras, entre os 40 e os 45 anos e com um orçamento anual de 9.000 euros. Compram carteiras e calçado, sempre preocupadas com o made in e materiais de qualidade.

OmnigifterIncorporam o gentleman de luxo. Para eles, luxo é tornar felizes as pessoas que amam e dar-lhes presentes é a abordagem natural. Com forte presença em mercados maduros, gastam em média 10 mil euros por ano em joalharia, férias e alimentação. Quando com-pram presentes, qualidade superior e expe-riência de consumo são essenciais para eles.

Luxe ImmunePertencem à população mais rica, mas pare-cem imunes às tentações do mundo do luxo. Têm idades entre os 50 e os 55 anos e só se encontram no Japão, nos EUA e na Europa. Gastam em média apenas 4.000 euros por ano e, para eles, luxo são apenas artigos feitos à mão e intemporais.

Rich UpstarterSão 1,2 milhões de consumidores entre os 35 e os 40 anos, recém-chegados ao mundo do luxo, de mercados emergentes como Rússia, China e Coreia do Sul. Artigos em couro, perfumes e cosméticos de marcas bem conhecidas são as suas primeiras incursões neste universo, onde gastam em média 4.000 euros por ano.

or say and the right ads on TV can strongly influence them.

ClasspirationalTheir greatest fear is to look bad in front of the boss and the affordable luxury is the easiest way to acceptance. They represent 3 million consumers between 30 and 35 years, especially in South Korea, Germany, France and Russia. They compare prices online and spend an average of 3,000 euros per year in classic clothing, perfumes, cosmetics and bags.

Timeless ProperCoco Chanel is their muse and “fashion passes, style remains” is their motto. These women are classic and timeless at all occa-sions. Especially American, English and Japa-nese, they represent about 2.3 million con-sumers between 40 and 45 years and owning an annual budget of 9,000 euros. They buy handbags and shoes, always concerned with the made in and quality materials.

OmnigifterThey represent the true luxury gentleman. For them, luxury is to make the people they

love happy and to give them gifts is just a natural thing. With a strong presence in mature markets, they spend an average of 10,000 euros per year in jewellery, holiday and food. When buying gifts, superior qual-ity and consumer experience are essential for them.

Luxe ImmuneThey belong to the richest population, but seem immune to the temptations of the luxury world. Aged from 50 to 55, they are only found in Japan, US and Europe. They spend an average of only 4,000 euros per year and, for them, luxury is only handmade and timeless items.

Rich UpstarterThey represent 1.2 million consumers between 35 and 40 years, newcomers to the luxury world, coming from emerging mar-kets such as Russia, China and South Korea. Leather goods, perfumes and cosmetics of well-known brands are their first incursions in this universe, where they spend on aver-age 4,000 euros a year.

Page 12: Fahionuppt#14 final (1)

2 3

22 fa shion inPortugal Fashion

reflexão de estilos

«Temos sempre de apontar novas direções, temos que ir para a frente. O passado acabou, temos de olhar para o futuro», afirmou Manuel Alves, no final do desfile da coleção da sua marca, em parceria com José Manuel Gonçalves, na Carpintaria de São Lázaro, em Lisboa. A visão do designer, que para o outono-inverno 2015/2016 explorou as dico-tomias entre a forma masculina e o detalhe feminino, espelhou esta 36.ª edição do Portu-gal Fashion subordinada ao tema “Reflector”.E a passerelle, montada em locais icónicos como o Palácio Foz, em Lisboa, ou o Palácio da Bolsa, no Porto, refletiu a onda criativa que a moda de autor, mas também as marcas da indústria de vestuário e de calçado, tem surfado em Portugal.Os Storytailors inspiraram-se nos diabos dançantes da Venezuela e nos tradicionais ca-retos portugueses e projetaram o futuro com recurso ao passado, num jogo de contrastes a que nem os materiais escaparam: as clássicas lãs tiveram a companhia de neopreno e outras matérias-primas tecnológicas que, juntas, incendiaram a passerelle em casacos com capuzes, saias rodadas e os inevitáveis corpetes.Já no Porto, Luís Buchinho mostrou a coleção “Comics”, no mesmo dia em que o Palácio dos CTT recebeu a mulher forte de Daniela Barros, o look “sem género” de Hugo Costa, as propostas masculinas e contemporâneas de Júlio Torcato e o regresso de Pedro Pedro à Invicta. «É uma coleção bastante diferente da que apresentei na ModaLisboa. Tem a ver com ballet, com a fragilidade dos materiais e o lado muito brutal, o esforço físico que acarreta. É muito mais street, casual e des-contraída», revelou o designer, que apostou em silhuetas naturais, jogos de sobreposições e cortes longilíneos.

O regresso de Pedro Pedro à Invicta foi a grande novidade desta edição do Portugal Fashion, que voltou a percorrer locais emble-máticos de Lisboa e Porto.

StorytailorsAlves/GonçalvesLuís Buchinho

descomprometida do passado, a Dielmar celebrou 50 anos de alfaiataria e a Lion of Porches apresentou uma oferta para toda a família, onde elementos preppy se cruzaram com propostas mais bucólicas.A coleção de Nuno Baltazar, por seu lado, trouxe looks discretos mas elegantes, «num contraste grande entre tecidos muito confortáveis com aplicações de bordados e acabamentos em foile para um toque mais sofisticado», referiu o designer.As matérias-primas estiveram igualmente em destaque nas propostas da TM Collection by Teresa Martins, que usou tecidos portugue-ses, como o burel, e sedas da Índia, para criar silhuetas retas e “casulo” com jogos gráficos, geométricos e orgânicos.Luís Onofre apostou na sensualidade absolu-ta, com modelos de sapatos e sandálias inspi-rados na tendência soft bondage, alternados com ténis e elementos mais masculinos, e Fá-tima Lopes encerrou as portas da Alfândega do Porto com o seu «guarda-roupa de sonho» reunido na coleção Black Rainbow.

Antes, Katty Xiomara tinha dado “ordem de marcha”, com o estilo militar a imiscuir-se em coordenados femininos. «O nome é Re--Volution e a ideia é tentar estabelecer este equilíbrio entre a revolução e a evolução», explicou a criadora.A estreia no sumptuoso Palácio da Bolsa fez-se pela mão da marca Meam by Ricar-do Preto, com uma coleção onde a malha imperou, a que se seguiu o espírito rock de Anabela Baldaque e a sofisticação da mulher Carlos Gil e Diogo Miranda, intercalados pela sobriedade da coleção masculina de Estelita Mendonça e pelas silhuetas fluídas propostas por Susana Bettencourt, numa jornada que encerrou em grande com o desfile da coleção para homem e senhora de Miguel Vieira. A indústria dominou o último dia, que começou com a mostra das propostas de calçado, a que se seguiram as marcas da indústria de vestuário. Ballentina, Cheyenne, Concreto e MDS propuseram, num desfile conjunto, criações confortáveis e fáceis de usar, para homem e senhora. Nas apresenta-ções individuais, a Vicri retomou a elegância

Page 13: Fahionuppt#14 final (1)

2 524

Pedro PedroMeam by Ricardo Preto

styles refleCtion«We always have to point out new direc-tions, we have to go forward. The past is over, we need to look into the future», said Manuel Alves at the end of the show of his brand, together with José Manuel Gonçalves, at Carpintaria de São Lázaro, in Lisbon. The designer’s view, who explored the contrast between male shapes and female details for Autumn-Winter 2015/2016, mirrored this 36th edition of Portugal Fashion entitled “Reflec-tor”.Moreover the catwalk, placed on iconic places like Palácio Foz in Lisbon or Palácio da Bolsa, in Oporto, reflected the creative wave that designer fashion, but also clothing and footwear industry brands, have been surfing in Portugal. Storytailors were inspired by Venezuela’s dancing devils and in traditional Portuguese “caretos” to design the future by using the past, in a game of contrasts that not even materials could escape: classic wool fabric were accompanied by neoprene and other technological raw materials that, together, set fire to the catwalk featuring jackets with hoods, full skirts and the inevitable corsets.Back in Oporto, Luís Buchinho showed his collection “Comics”, the same day Palácio dos CTT received Daniela Barros’ strong woman, Hugo Costa’s genderless look, masculine

Pedro Pedro’s return to Oporto was Portugal Fashion’s greatest news in its recent edition, which once again explored Lisbon’s and Oporto’s emblematic venues.

Katty Xiomara

and contemporary proposals signed by Júlio Torcato and Pedro Pedro’s return to town. «It is a very different collection from the one I presented in ModaLisboa. This one has to do with ballet, with the materials fragility but also the very brutal side to it, representing the physical effort it entails. It’s much more street, casual and relaxed», says the designer, who bet on natural outfits, overlapping structures and lengthy cuts.Before that, Katty Xiomara had already given a command order with the military style meddling in women’s looks. «The name is Re-Volution and the idea is to try establishing this balance between revolution and evolu-tion», she explains.The debut at the sumptuous Palácio da Bolsa was portrayed by the brand Meam by Ri-cardo Preto, with a collection where knitwear prevailed, followed by Anabela Baldaque’s rock spirit and Carlos Gil’s and Diogo Mi-randa’s sophisticated woman, interspersed by Estelita Mendonça’s menswear sober col-lection and by the fluid silhouettes proposed by Susana Bettencourt, in a journey that perfectly ended with Miguel Vieira’s show featuring his womenswear and menswear collection.Industry dominated the last day, which began with the proposals for footwear,

followed by the clothing industry brands. Ballentina, Cheyenne, Concreto and MDS presented comfortable and easy-to-use crea-tions for men and women, in a collective show. In individual shows, Vicri resumed the uncompromising elegance of the past, Diel-mar celebrated 50 years of tailoring and Lion of Porches featured a collection for the whole family, where preppy elements were mixed with bucolic proposals.In turn, Nuno Baltazar’s collection brought discreet but elegant looks, «in a great con-trast between very comfortable fabrics with embroidery applications and foile finishes for a more sophisticated feel», he unveils.Raw materials were also highlighted in TM Collection by Teresa Martins’ proposals, which used Portuguese fabrics such as burel and silks from India, to create straight and cocoon outfits with graphic, geometric and organic patterns.Luís Onofre bet on absolute sensuality, with shoes and sandals inspired in the soft bond-age trend, varied with sneakers and with more masculine elements, and Fátima Lopes closed the gates of Alfândega do Porto with her «dreamed wardrobe» portrayed in the Black Rainbow collection.

Page 14: Fahionuppt#14 final (1)

2 7

26 fa shion inBloom

talentos renovados

João Melo Costa, Carla Pontes, Mafalda Fonseca, Teresa Abrunhosa e Klar são já nomes bem conhecidos para quem acompa-nha a moda portuguesa, mas estes jovens designers têm, cada vez mais, a companhia de novos projetos que estão a ser lançados no Bloom.É o caso de Pedro Neto, que se sentiu em casa no seu segundo desfile individual. Depois de, aos 18 anos, ter ganho o concurso do Bloom em março de 2014, o jovem, atualmente a aprofundar os seus conhecimentos no curso de design de moda no Modatex, apresen-tou “Inhabitation”, uma coleção pensada para uma mulher forte, onde as cores são sóbrias – uma paleta de pretos e cinzas com apontamentos de verde-musgo – e as formas dramáticas. «Foi um pouco voltar às raízes do preto, das layers, do trabalhado, do oversized… É isto mesmo que me identifica enquanto designer», sustenta.Também recém-chegado à passerelle do Bloom, Eduardo Amorim mostrou Classy 2.0, uma coleção contemporânea pautada por camisolas com capuz, blusões com pormeno-res drapeados, calções sobrepostos a calças, cropped tops e coletes compridos, comple-mentados com mochilas feitas no mesmo material das peças, «algumas viradas do avesso, porque havia materiais que eram tão bonitos do avesso que decidi usá-los dessa forma», explica.

Carla PontesTeresa AbrunhosaAtelier CTRL

A plataforma Bloom continua a fazer brotar novos talentos na moda nacional, com a mais recente edição a trazer para a ribalta mais jovens designers e marcas.

Align With Kay

Já Catarina Santos estreou a sua nova “per-sona” na moda. «Catarina é o nome que os meus pais me deram e Kay é uma espécie de alcunha. Então alinhei com a Kay», resume a jovem designer. Align with Kay é, assim, a nova proposta da designer de 26 anos, que para a próxima estação fria se inspirou no mundo da Fórmula 1, com overalls, casacos, vestidos e camisolas a ostentarem marcas de pneus. «Gosto imenso de trabalhar as peças masculinas e torná-las mais femininas», afirma. Um ano depois de se ter estreado na pas-serelle do Bloom, a marca Hibu, de Marta Gonçalves e Gonçalo Páscoa, expressou a sua identidade em “Impression #1”. «Começa-mos agora a perceber que gostamos muito de coisas bastante gráficas, assim como da desconstrução e fluidez das peças», reconhe-ce Marta Gonçalves. A grande novidade, contudo, foi a presença do Atelier CTRL. A primeira coleção completa da marca, “Eminence”, direciona-se para o homem que exige luxo personalizado e um design moderno. «A nossa ideia era fazer uma coisa bastante severa, monástica até, mas com um perfil de quase guarda-roupa espacial», revela o fundador e diretor criativo Horácio Vilela, que destaca, entre as peças--chave, os casacos com PVC, «porque têm um ar muito austero mas parecem saídos de outro século». As peças da marca podem atualmente ser compradas online e em lojas multimarca em Portugal, Itália, Espanha, Ale-manha e Áustria. «Crescemos de uma forma orgânica até fazermos uma coleção completa como esta, que foi a primeira, e nada melhor do que com a primeira coleção fazer a estreia no Portugal Fashion», conclui.

Page 15: Fahionuppt#14 final (1)

2 92 8

Bloom platform continues to draw out new talents in national fashion with its latest edition bringing forward even more young designers and brands.

João Melo Costa, Carla Pontes, Mafalda Fon-seca, Teresa Abrunhosa and Klar are already well-known names to those who follow Portuguese fashion, but these young desig-ners have increasingly the company of new projects that are being launched by Bloom.This is the case of Pedro Neto, who felt at home in his second individual show. After being awarded, at the age of 18, the first prize at Bloom contest in March 2014, the young designer is currently deepening his proficiency at Modatex’s Fashion Design degree. He presented “Inhabitation”, a col-lection thought for a strong woman, where colours are sober – a black and grey palette with some moss green notes – and shapes are dramatic. «It was like going back to the roots of black colour, of layering, of detailing, of oversized… This is exactly what defines me as a designer», he states.Also newcomer to Bloom catwalk, Eduar-do Amorim showcased Classy 2.0, a con-temporary collection marked by hooded sweatshirts, jackets with draped details, shorts overlapping pants, cropped tops and long vests, complemented with backpacks made of the same materials, «some turned inside out, because I found materials that were so beautiful on reverse that I decided to use them that way», he explains.Catarina Santos, on her hand, debuted her new “persona” in fashion. «Catarina was the name my parents gave me when I was born and Kay is like a nickname, so I aligned with Kay», sums up the young designer. Align with Kay is, therefore, the new proposal by this 26-year-old designer, who was inspired

Klar

Eduardo Amorim

renewed talents

by the world of Formula 1 for the next cold season, presenting overalls, jackets, dresses and sweaters bearing tire tracks. «I really like to work male pieces and make them more feminine», she says.One year after making its debut at Bloom catwalk, Hibu brand, signed by Marta Gonçalves and Gonçalo Páscoa, expressed its identity in “Impression #1”. «We are now coming to the conclusion that we are keener on graphic things, as well as on the decons-truction and fluidity of pieces», recognizes Marta Gonçalves. The big news, however, was the presence of Atelier CTRL. The first complete collection of the brand, “Eminence”, is intended to the man who requires customized luxury and modern design. «We planned to make a very severe thing, monastic even, but with an almost space wardrobe profile», says the founder and creative director Horácio Vilela, who highlights coats with PVC amongst the key pieces, «because they have a very austere look but seem like they came from another century». Nowadays, brand’s items can be bought online and at multi-brand stores in Portugal, Italy, Spain, Germany and Austria. «We grew up in an organic way until we were able to put up a complete collection like this, which was the first, and nothing better than showcasing it for the very first time at Portugal Fashion», he concludes.

Page 16: Fahionuppt#14 final (1)

3 1

30 fa shion inModaLisboa

A ModaLisboa espreitou o futuro e satisfez a curiosidade dos fashionistas em relação às propostas dos designers portugueses para a próxima estação fria.

“Curiouser” foi o mote da 44.ª edição da pas-serelle alfacinha, que em 19 desfiles reuniu os novos talentos com os nomes reputados da moda portuguesa nas três passerelles instaladas na baixa lisboeta.As propostas conceptualistas dos jovens designers do Sangue Novo foram seguidas da coleção para homem e senhora de Ricardo Andrez. O designer, presente na plataforma Lab, deu todo o destaque aos coordenados, compostos por saias pretas fluidas, pormeno-res impressos em 3D, bolsos termocolados e cores frias e urbanas.Na Saymyname, a teoria dos seis degraus de separação ganhou vida em blusas oversized e vestidos de cortes justos, com as malhas a ganharem protagonismo em looks simulta-neamente desportivos e sofisticados.Alexandra Moura partiu em busca das tribos que existem um pouco por todo o mundo – da Sibéria aos nómadas que percorrem os desertos – e criou “Primal(u)nation”, uma coleção com um toque artesanal, com recurso a muitas tiras e círculos cortados e aplicados à mão. Sobreposições, camadas e diferentes volumes criam peças onde o conforto e a proteção estão em destaque e os estampa-dos, trabalhados em conjunto com Catarina Moura, trazem cor a uma coleção pintada so-bretudo de preto, branco e bege. «É tudo mui-to personalizado», afirma Alexandra Moura, que confessa que «o feedback internacional

foi muito positivo».O preto dominou a primeira parte do desfile de Dino Alves, que na ModaLisboa fez um apelo à cor. “Salvé a Cor”, como batizou a coleção para a próxima estação fria, é «um misto de homenagem» às viúvas, beatas, carpideiras, avós e mães que perdem os seus filhos e que «não conseguem resgatar a sua vida» e, ao mesmo tempo, «mostra que este povo resignado, de mentalidade fechada» pode também «mostrar-se sofisticado, contemporâneo e com vontade de vencer», justifica o criador. Amarelo, azul, verde--garrafa, verde-água, lilás, beringela e riscas multicoloridas fazem, por isso, parte dos tons que coloriram as silhuetas anos 70, fluídas e longas, que se transformam em coordenados descontraídos, sensuais e ousados.Os anos 70 e 80 foram também a fonte de inspiração de Filipe Faísca, que juntou a moda a uma boa causa. O designer trouxe para a passerelle crianças com doenças onco-lógicas, as mesmas que o ajudaram a fazer os desenhos que estamparam vestidos e casa-cos, concretizando uma parceria em que 30% das vendas irão reverter para a Fundação Rui Osório de Castro, que apoia estas crianças.Já Nuno Gama mergulhou na obra maior da literatura portuguesa, com propostas inspira-das em “Os Lusíadas”. Os novos “heróis” des-filaram envoltos em materiais nobres, como o veludo, lãs e caxemiras, transformados em calções e casacos com golas em pelo mas também t-shirts e camisolas estampadas com os símbolos nacionais dos Descobrimentos.

arousingCuriosity

ModaLisboa peered into the future and satisfied fashionists’ curiosity about the proposals of Portu-guese designers for the next cold season.

Alexandra Moura Catarina Oliveira

Dino Alves

despertar a Curiosidade

“Curiouser” was the motto for the 44th edition of Lisbon’s catwalk that brought together new talents and famed names of Portuguese fashion in 19 shows presented at three catwalks installed in downtown Lisbon.The conceptualist proposals of young design-ers from Sangue Novo platform were fol-lowed by Ricardo Andrez’s men and women collection. The designer, participating at Lab platform, gave all emphasis to looks, which included flowing black skirts, 3D printed details, thermo-bonded pockets and cold and urban colours.

© Archive MODALISBOA / Photography Rui Vasco

© Arquivo MODALISBOA / Fotografia Rui Vasco

Page 17: Fahionuppt#14 final (1)

3 33 2

In Saymymame, the theory of six degrees of separation came to life in oversized blouses and in tight cut dresses, with knitwear gain-ing prominence in outfits both sporty and sophisticated.Alexandra Moura went in search for tribes that exist all over the world – from Siberia to nomads who roam the deserts – and cre-ated “Primal(u)nation”, a collection with a handmade touch, using lots of strips and cut circles applied by hand. Overlapping, layers and different volumes create pieces where comfort and protection are highlighted and prints, made in collaboration with Catarina Moura, bring colour to a collection painted mainly in black, white and beige. «Every-thing is much customized», says Alexandra Moura, who confesses that «international feedback has been very positive».Black dominated the first part of Dino Alves’ show, who called upon colour at ModaLisboa. “Hail the Colour”, as he christened the collec-tion for next cold season, it’s «a mix of hom-age» to widows, religious women, mourners, grandmothers and mothers who lost their children and that «cannot redeem their life» and, at the same time, «it shows that this narrow-minded resigned people» could also «prove to be sophisticated, contemporary and willing to win», explains the designer. Yellow, blue, bottle-green, water-green, lilac, eggplant and multi-coloured stripes are hence part of the tones that coloured silhou-ettes from the 70s, fluid and long, turning into relaxed, sensual and daring looks.The 70s and the 80s were also the source of inspiration for Filipe Faísca, who joined fash-ion to a good cause. The designer brought children with oncological diseases to the cat-walk, the same that helped him to make the drawings that were printed on dresses and coats, fulfilling a partnership according to which 30% of sales will revert to Rui Osório de Castro Foundation, which gives support to these children.Nuno Gama plunged into the greatest work of Portuguese literature, with proposals based on “Os Lusíadas”. The new “heroes” ran the catwalk wrapped in noble materi-als such as velvet, wool and cashmere that were turned into shorts and jackets with fur collars, but also into t-shirts and sweat-ers printed with national symbols of the Discoveries.

Filipe FaiscaSaymynameNuno Gama

Ricardo AndrezAleksandar Protic

Page 18: Fahionuppt#14 final (1)

3 5

34 fa shion outNew York Fashion Week

Referências culturais e um regresso a épocas passadas, nomeadamente os anos 70, esti-veram em destaque na Semana de Moda de Nova Iorque. A alfaiataria tradicional foi revi-sitada e aplicada ao sportswear, em criações ao mesmo tempo confortáveis e elegantes. O pelo, falso ou verdadeiro, reinou na passe-relle, enquanto a mistura de texturas faz lembrar os tempos de boémia da cidade que nunca dorme.Na “rainha” do sportswear sofisticado, a La-coste, Felipe Oliveira Baptista homenageou o ténis e a herança da marca, com peças estru-turadas e cores tradicionais como o verde, o vermelho e o camel, vindas diretamente dos anos 70. Casacos com detalhes de blocos de cor misturados com sportswear leve revelam um look urbano funcional. «Quis dar um lado muito divertido a esta coleção, daí a mistura de estilos, com partes de baixo de fato de treino usados com um casaco de caxemira», explicou o diretor criativo da Lacoste. «É um pouco a rua, o burguês e um toque de “The Royal Tenenbaums”», apontou o designer português, referindo-se à comédia com Gene Hackman e Gwyneth Paltrow.Jason Wu, por seu lado, mostrou uma coleção forte e, ao mesmo tempo, sedutora. As si-lhuetas têm cinturas marcadas, mas as peças são descontraídas – como uma saia pelo meio da perna ou calças combinadas com um casaco forrado a pelo. «Penso que nesta coleção há algo de animalesco e muito, muito sensual», admitiu o designer. Uma ideia semelhante perpassa na coleção de Prabal Gurung, que misturou um look des-portivo com a sofisticação de Nova Iorque. «Quis trazer o glamour do vestuário de noite para o sportswear e a facilidade e conforto

do sportswear para a noite», referiu. Marc Jacobs inspirou-se na lendária editora da Vogue Diana Vreeland para criar uma coleção com silhuetas de meados do século modernizadas com brocados metálicos e detalhes como tachas, enquanto Victoria Beckham desconstruiu formas familiares para criar vestidos com gola alta, malhas conjugadas com saias envelope e casacos esculturais.Michael Kors inspirou-se no yin e yang da ati-tude americana, com influências do vestuário de homem a entrarem numa coleção marcada por toques militares, capas e xadrezes, assim como a utilização de penas e pelo em porme-nores, como bolsos. «É uma coleção muito confortável», afirmou Kors. Na primeira coleção a solo, depois da morte de Oscar de La Renta no ano passado, Peter Copping trouxe a elegância refinada da marca para o centro das atenções, com fatos de saia, casacos em pelo, saias rodadas e vestidos, decorados com lantejoulas, contas e pormenores em pelo. «Nesta minha primeira coleção, espero homenagear o legado de Oscar e também começar um novo capítulo para a casa de moda», escreveu Copping numa nota para os jornalistas.Já Tommy Hilfiger celebrou o 30.º aniversário com uma coleção – e uma passerelle – inspi-rada no futebol americano. Os coordenados são desportivos, confortáveis e elegantes, reinventando os anos 60 e o início dos anos 70, com casacos oversized com grandes bolsos e detalhes em pelo falso, sweatshirts e capas em lã com grandes botões. «Quis real-mente misturar o luxo e o desporto, para ter um desportivo casual com aspeto luxuoso», resumiu o designer.

Os códigos da alfaiataria, dos tecidos ao corte, trouxeram sofisticação e uma nova perspetiva sobre o sportswear para a próxima estação fria.

Oscar de la Renta

Michael KorsMarc Jacobs

desportivo Chique

Page 19: Fahionuppt#14 final (1)

3 73 6

The tailoring codes, from cuts to fabrics, brought sophistication and a new perspective on sportswear for the next cold season.

Cultural references and a return to the past, namely the 70s, were highlighted at New York Fashion Week. The traditional tailoring was revisited and applied to sportswear in creations that were at the same time com-fortable and stylish. Fur, fake or real, reigned over the catwalk, while textures’ mixing was reminiscent of the bohemian times lived in the city that never sleeps.In the “queen” of sophisticated sportswear, Lacoste, Felipe Oliveira Baptista honoured tennis and the brand’s heritage, with structured pieces and traditional colours like green, red and camel, coming directly from the 70s. Jackets with colour blocks’ details mixed with light sportswear reveal a func-tional urban look. «I wanted to give a very fun side to the collection, so there’s a mix of styles, with tracksuit bottoms worn with a cashmere coat», explained Lacoste’s creative director. «It’s street, bourgeoise and a little touch of ‘The Royal Tenenbaums», he said of the comedy movie starring Gene Hackman and Gwyneth Paltrow.Jason Wu, on the other hand, showed a strong and yet attractive collection. The silhouettes have defined waists, but pieces are relaxed – like a mid-calf skirt or pants combined with a coat with fur lining. «I think with this collection there’s something animalistic and very, very sexy», said the designer.A similar idea invaded the collection of Prabal Gurung, who mixed a sporty look with the sophistication of New York. «What I wanted to do was bring the glamour of the eveningwear to the sportswear, and the ease and comfort of the sportswear to the even-ing», he explained.

Marc Jacobs was inspired by the legendary Vogue editor Diana Vreeland to create a collection with mid-century outfits modern-ized with metallic brocades and details like studs, while Victoria Beckham deconstructed familiar forms to create dresses with high collar, knitwear coupled with envelope skirts and sculptural coats.Michael Kors was inspired by the yin and yang of the American attitude, with men’s clothing influences entering a collection marked by military touches, capes and plaids, as well as the use of feathers and fur in details like pockets. « It is a very cozy col-lection », Kors highlighted.For the first solo collection after Oscar de La Renta’s death last year, Peter Copping brought the brand’s refined elegance for the limelight, with skirt suits, fur jackets, full skirts and dresses decorated with sequins, beads and fur details. «In this, my first col-lection, I hope to honour Oscar’s legacy and also to start a new chapter for the house», wrote Copping in a note to journalists.Tommy Hilfiger celebrated the brand’s 30th anniversary with a collection – and a runway – inspired in American football. Looks are sporty, comfortable and stylish, reinventing the 60s and the early 70s, with oversized coats with big pockets and details in fake fur, sweatshirts and wool capes showing big but-tons. « I really wanted to blend both luxury and sports together, to get a casual sporty luxurious feel», unveiled the designer.

sporty ChiC

Jason WuCarolina HerreraAlexander WangLacoste

Page 20: Fahionuppt#14 final (1)

3 9

para apresentar capas com franjas e vestidos bordados. «Estamos a viver neste mundo incrivelmente rápido, que eu adoro, mas às vezes é também agradável fazer uma pausa e ver coisas que são realmente feitas à mão», admitiu Christopher Bailey, o diretor criativo da marca.As franjas, de resto, continuam a ser um adorno essencial para a próxima estação fria, em diferentes formas e comprimentos, marcantes sobretudo em capas, malhas e vestidos de noite, criando uma sensação de movimento, como mostrou JW Anderson.Erdem Moragliou, por seu lado, pediu ao artista Robin Brown para produzir o cenário da sua mais recente coleção, que inclui uma oferta romântica com muitos vestidos e casacos em brocados metálicos ricos e rendas coloridas, com silhuetas mais curtas do que nas estações passadas, enquanto Christopher Kane usou a roupa como telas para os dese-nhos criados no seu estúdio londrino. «Tudo o que faço vem essencialmente do desenho – reflete como me sinto», afirmou o designer. «Queria um sentimento de atratividade e sensualidade na coleção, algo sexual mas não grotesco – tem a ver com amor e a arte na vida, assim como com moda», explicou Kane, que recorreu a um dos materiais-chave da es-tação – o veludo – para criar fatos e vestidos com um visual faustoso.Já Gareth Pugh regressou, sete anos depois, “a casa”, vestindo as manequins com arma-duras em couro e vestidos pretos a lembrar os centuriões romanos. «É bom misturar o masculino e o muito feminino, estes vestidos muito grandes, que parecem da Disney, com esta atitude rude, os chapéus e esta maqui-lhagem», resumiu.

espíritos livres

Londres nunca deixa de impressionar com o inesperado, o complexo e abordagens varia-das aos temas. Nesta estação, os designers inspiraram-se em peças históricas e fundi-ram-nas com a atualidade, conjugando o elegante e o artístico. Há também uma certa sensação de aventura, um espírito livre com uma nova e complexa pureza. Os anos 60 são usados como inspiração, mas apenas como trampolim para moldar silhuetas futuristas.É o caso da coleção da grega Mary Katrant-zou, que revelou um estilo um tanto ao quanto vitoriano mas adaptado ao presente, com decorações feitas a vácuo a misturarem--se com rendas para criar silhuetas com um toque futurista. «Na era vitoriana, as pessoas costumavam mostrar a sua opulência através de tudo o que se rodeavam e o que usavam. Agora é o oposto, as pessoas têm de mostrar contenção e limites a exibirem a sua sofisti-cação», explicou a designer.O psicadelismo pop dos anos 60 invadiu a passerelle, com a tendência floral retro da estação passada a evoluir para formas abstratas fluídas, como nos looks propostos por Roksanda Ilincic. Os estampados são am-pliados para proporções oversized e adornam coordenados dos pés à cabeça para um forte impacto gráfico. O desfile da coleção da Burberry Prorsum abriu com uma performance ao vivo de Clare Maguire, com a canção “Will you love me tomorrow”, mas a marca viajou ao passado, nomeadamente às técnicas tradicionais,

SiblingErdem

O passado e o futuro amalgamaram-se nas propostas dos criadores da Semana de Moda de Londres, com looks opulentos mas inega-velmente contemporâneos.

Christopher Kane

38 fa shion outLondon Fashion Week

Page 21: Fahionuppt#14 final (1)

41

capes and embroidered dresses. «We are liv-ing in this incredibly fast paced world, which I love, but sometimes it’s also nice to take a break and see things that are actually made by hand», admitted Christopher Bailey, the brand’s creative director. Fringes, moreover, continue to be an es-sential adornment for the next cold season, in different shapes and lengths, particularly striking in capes, knitwear and evening dresses, creating a sense of movement, as shown by JW Anderson.Erdem Moragliou, in turn, asked the artist

Matthew WilliamsonMarchesa

Robin Brown to produce the set for his latest collection, which includes a romantic offer with several dresses and coats in rich metal-lic brocades and coloured lace, with shorter silhouettes than in past seasons, while Christopher Kane used clothes as canvas for drawings created in his London studio. «Eve-rything I do comes essentially from drawings – it reflects how I feel», said the designer. «I wanted a sense of attractiveness and sensu-ality in the collection, something sexual but not grotesque – that has to do with love and art in life, as well as with fashion», stated

Burberry Prorsum

Kane, who used one of the key materials of the season – velvet – to create suits and dresses with a stately look.Finally, Gareth Pugh returned “home” seven years later, with models wearing leather armours and black dresses evoking Roman centurions. «It is good to mix male and the extreme feminine, these very large dresses that seem Disney’s with this rude attitude, hats and makeup», he summarized.

London never fails to impress with the unexpected, the complex and different approaches to themes. This season, design-ers were inspired by historical pieces and merged them with the present, combining the elegant with the artistic. There is also a certain sense of adventure, a free spirit with a new and complex purity. The 60s are used with inspiration, but only as a springboard to shape futuristic silhouettes.This is the case of Greek Mary Katrantzou, who revealed a somewhat Victorian but adapted to the present style, with decora-tions made in vacuum and mixed with lace to create silhouettes with a futuristic touch. «In the Victorian era, people used to show their wealth through everything that sur-rounded them and through what they wore. Now it’s the opposite, people have to show restraint and limits to exhibit their sophisti-cation», explained the designer.The psychedelic pop from the 60s invaded the runway, with the retro floral trend of last season to evolve into fluid abstract forms, as in looks proposed by Roksanda Ilincic. Prints are enlarged to oversized proportions and embellish looks from head to toe for a strong graphic impact.Burberry Prorsum’s show opened up with a live performance by Clare Maguire, with the song “Will you love me tomorrow”, but the brand travelled to the past, in particular to the traditional techniques, to present fringed

free spiritsPast and future coalesced into the fashion proposals presented by designers at London Fashion Week, featuring opulent but unde-niably contemporary looks.

Page 22: Fahionuppt#14 final (1)

4 3

42 fa shion outMilan Fashion Week

Gucci

elogio às mulheresOs designers da Semana de Moda de Milão defenderam os seus valores nas coleções para o outono-inverno 2015/2016, com propostas que combinaram o boémio e o histórico para um novo romantismo, com coordenados fe-mininos, de cintura marcada, a conjugarem--se com pormenores dos fatos masculinos. Quase todas as eras foram retrabalhadas, esbatendo as linhas de década para década e confirmando o entendimento italiano do sex appeal, ao mesmo tempo modernista,

Em Milão, os vários papéis das mulheres foram exaltados em coleções românticas, contemporâneas e muito femininas.

inovador e comercial.Padrões geométricos vincados inspirados pela decoração de interiores de eras passadas emergiram em Milão, onde não faltaram ris-cas na diagonal, blocos de cor e até padrões reminiscentes do papel de parede retro. Os motivos geométricos e blocos de cor fizeram parte, por exemplo, das propostas desenha-das por Massimiliano Giornetti para a Salva-tore Ferragamo, que optou ainda por formas clássicas e cortes lineares em vestidos-casaco.

Já Miuccia Prada pegou em silhuetas retro dos anos 60 e fundiu a sua própria versão de bonito em formas simples, construídas sem costuras em malhas técnicas, como as termocoladas com neopreno, para moldar casacos, calças curtas e mais largas em baixo e vestidos de corte império. «É uma beleza geneticamente modificada», assumiu a dire-tora criativa da Prada.O amor maternal espalhou-se por Milão na coleção de Domenico Dolce e Stefano

Fendi

Alberta FerrettiRoberto Cavalli

Gabbana, numa homenagem às mães, com as manequins a desfilarem grávidas ou com bebés. Frases como “I love you mamma” ou simplesmente “mamma” decoraram as cria-ções da dupla, assim como desenhos infantis, a fazer lembrar o vestido de casamento de Angelina Jolie.Karl Lagerfeld, por seu lado, pegou na ideia de proteção e misturou-a com geometria, volumes e estruturas lineares para criar formas depuradas para a Fendi, espelhadas em casacos com dois tons e calças e vestidos com diferentes combinações de materiais.Numa coleção muito aguardada, o novo diretor criativo da Gucci, Alessandro Michele, mostrou vestidos-camisa compridos, saias pelo meio da perna e estampados florais em vestidos de chiffon, combinados com casacos em pelo; enquanto na Jil Sander, a abordagem de Rodolfo Paglialunga manteve--se fiel aos códigos da marca, com linhas minimalistas e uma paleta de cores moderna, estampados geométricos e riscas diagonais em camisolas e vestidos.Alberta Ferretti apresentou um conto ro-mântico num cenário a lembrar as florestas cobertas de neve. Vestidos em renda branca ou veludos sumptuosos e toques metalizados foram algumas das peças-chave, juntamen-te com casacos com pormenores em pelo e cardigans em crochet. Na Versace, a diretora criativa Donatella Versace mostrou «a minha Versace para hoje e para sempre», descrevendo a coleção – composta por tops, casacos em couro e saias por onde espalhou o nome de família e que contemplou também vestidos com cristais e cortes estratégicos – como «o emoji do futuro».Armani fechou a passerelle com azuis mari-nhos, verdes e cinzas suaves que pintaram saias fundidas com calças, casacos em veludo e pelo e lenços com longas franjas. «Este modelo inédito de calça-saia permite revisitar o clássico através da criatividade. É uma forma nova de ser ao mesmo tempo moderno e formal», justificou Giorgio Armani.

Page 23: Fahionuppt#14 final (1)

4 5

praise to womenDesigners showcasing at Milan Fashion Week defended their values in collections for Autumn-Winter 2015/2016, with proposals that combined bohemian and historic for a new romanticism, together with feminine looks, in cinched waists, mixed with male suits details. Almost all ages were addressed, blurring the lines decade to decade and confirming the Italian understanding of sex appeal, at the same time modernist, innova-tive and commercial.Creased geometric patterns inspired by interior decoration of past eras emerged in Milan, where there were diagonal stripes, colour blocks and even reminiscent patterns of retro wallpaper. The geometric patterns and colour blocks were part of, for exam-ple, proposals designed by Massimiliano Giornetti for Salvatore Ferragamo, who also elected classical forms and linear cuts in trench-coat dresses.Miuccia Prada took in 60s retro silhouettes and merged her own version of beautiful in simple shapes, built in seamless technical knits such as thermo-bonded with neoprene, to shape jackets, short trousers and wider at the bottom and empire cut dresses. «It’s a genetically modified beauty», stated Prada’s creative director.Maternal love spread across Milan in Domen-ico Dolce and Stefano Gabbana’s collection, a tribute to mothers with models crossing the runway being pregnant or carrying babies. Phrases like “I love you mamma” or simply “mamma” decorated the creations of the duo, as well as children’s drawings, recalling Angelina Jolie’s wedding dress.Meanwhile Karl Lagerfeld took the idea of protection and mixed with geometry, vol-umes and linear structures to create refined outfits for Fendi, translated into two-tone coats and trousers and dresses with different material’s mixtures.In a long-awaited collection, the new Gucci’s

In Milan, the various roles of women were exalted in romantic, contempo-rary and very feminine collections.

creative director, Alessandro Michele, showed long chemise dresses, mid-calf skirts and floral printed chiffon dresses combined with fur jackets; while at Jil Sander, Rodolfo Paglialunga’s approach remained true to the brand’s codes, with minimalist lines and a modern colour pal-ette, geometric prints and diagonal stripes on sweatshirts and dresses.Alberta Ferretti presented a romantic tale in a set recalling snow-covered forests. White lace dresses or sumptuous velvets with metallic touches were some of the central pieces, along with jackets with fur details and crochet cardigans.At Versace, the creative director Donatella

Versace showed «my Versace for today and forever», describing the collection – consist-ing of tops, leather jackets and skirts where she spread the family name and also includ-ed dresses made with crystals and strategic cuts – as «the emoji of the future».Armani closed the runway with navy blue, green and soft grey that painted skirts melted with trousers, velvet and fur jackets and long fringed scarves. «This new model of skirt-trousers allows revisiting the classics through creativity. It’s a new way to be both modern and formal at the same time», Gior-gio Armani explained.

VersacePrada

Dolce & Gabbana

Page 24: Fahionuppt#14 final (1)

474 6

fa shion outParis Fashion Week

ChloéLouis VuittonGivenchyDries Van Noten

ChanelAlexander McQueen

alma BoémiaParis voltou a encerrar o mês da moda com desfiles teatrais, onde foram visitados dife-rentes temas, continuando as referências aos anos 60, 70 e 80, quer em termos futuristas, quer no regresso a uma sensibilidade boémia. Nostalgia e feminilidade dominaram as propostas, que juntaram um lado romântico obscuro com elementos subversivos, onde predominaram silhuetas vitorianas. Na Alexander McQueen, Sarah Burton captou a essência escura e romântica do botão de rosa com saias tipo pétalas feitas a partir de camadas de organza leve, casacos em couro e vestidos em pele cor de rosa, contrastando com a utilização de rendas.Alber Elbaz, por seu lado, regressou à sua terra natal – Marrocos – para criar a nova coleção da Lanvin, na qual incorporou as formas, os volumes e a ideia de vestuário do país africano. As construções marroquinas foram um dos principais motivos, em casacos e saias, enquanto texturas ricas, franjas e cintos recriaram o ambiente.Os eternos motivos florais receberam uma atualização, com fundos escuros que acen-tuam o lado romântico da estação, como os mostrados pela Chloé, Giambattista Valli e Carven.Os brocados florais, tecidos de decoração aplicados ao vestuário e peles finas, como as sugeridas pela Céline e Mugler, oferecem uma opulência subtil e moderna. Dries Van Noten mostrou que a sumptuosida-de pode ter como base a utilidade. Vestidos curtos, jacquards em calças floridas e casacos com mangas largas compuseram as propos-tas do designer, assim como saias usadas sobre calças “cargo”.

Os designers parisienses subiram a parada com coleções arrojadas, inovadoras e atrati-vas para o outono-inverno 2015/2016.

Já Raf Simons descreveu a sua coleção para a Christian Dior como «algo mais livre, escuro, mais sexual», referindo-se aos vestidos pretos curtos com bainhas contrastantes e golas em rede, fatos de calças com toque masculino, body suits justos combinados com casacos de tweed e minivestidos revestidos conjugados com botas de cano alto em vinil.Stella McCartney optou por silhuetas fluidas, com decotes assimétricos e cortes peplum, assim como pela utilização de pelos falsos em casacos. «Se a indústria da moda desis-tisse do pelo verdadeiro por apenas uma estação e usasse pelo falso, teria um impacto enorme. Mais de 50 milhões de animais são mortos todos os anos por causa da moda e eu não concordo com isso», revelou a designer, que considera que a diferença nem sequer é visível. «Na verdade, os pelos que uso até têm melhor aspeto». Galliano regressou pela porta grande à passerelle – pelo menos as suas criações, uma vez que o designer não apareceu – com uma coleção teatral para a Maison Margiela, voltando a mostrar ser um génio inconfor-mado e irreverente, com linhas retro, flores estampadas sobre veludo e penas e peças que «questionam ideias de conformidade».Numa realidade mais próxima da terra, a Chanel recriou uma típica “brasserie” parisiense, a lembrar o imaginário de filmes como “Amélie”, onde tomaram café as mane-quins vestidas com coordenados elegantes. «É uma visão idealizada da Paris de hoje que quis amplificar», explicou o diretor criativo Karl Lagerfeld, que continua a manter o sonho da capital francesa bem vivo.

46

Page 25: Fahionuppt#14 final (1)

4 8

Bohemian soulOnce again, Paris closed up the fashion month with theatrical fashion shows, where several different themes were visited, resuming references to the 60s, 70s and 80s, either in futuristic terms, or returning to a bohemian sensibility. Nostalgia and feminin-ity ruled the proposals, which joined a dark romantic side with subversive elements, and where Victorian silhouettes prevailed.In Alexander McQueen’s show, Sarah Burton captured the dark and romantic essence of a rosebud with petal-type skirts made from lightweight organza layers, leather coats and dresses in pink leather, contrasting with the use of lace.Meanwhile, Alber Elbaz returned to his homeland – Morocco – to create Lanvin’s new collection, which incorporated the shapes, volumes and the idea of clothing that rules in this African country. Moroccan-inspired constructions were a major motif in coats and skirts, while rich textures, fringes and belts recreated the mood.The eternal floral patterns received an up-date, with dark backgrounds that emphasize the season’s romantic feature, as shown by Chloé, Giambattista Valli and Carven.Floral brocades, decoration fabrics applied to clothing and fine leather, as suggested by Céline and Mugler, offer a subtle and modern opulence.Dries Van Noten showed that sumptuous-ness may be based on utility. Short dresses, jacquards in flowered pants and jackets with wide sleeves made up the designer’s propos-als, as well as skirts worn over cargo pants. Raf Simons described his collection for Chris-tian Dior as «something freer, darker, more

Parisian designers raised the standards with bold, innovative and attractive collections for Fall-Winter 2015/2016.

sexual», referring to the short black dresses with contrasting hems and mesh collars, pant-suits with a masculine touch, tight body suits combined with tweed jackets and coated mini-dresses combined with thigh-high vinyl boots.Stella McCartney chose flowing silhouettes with asymmetrical necklines and peplum cuts, as well as the use of fake furs in coats. «If the fashion industry just for one season gave up fur and did fake fur as its replace-ment, it would have a massive impact. Over 50 million animals are being killed a year for fashion, and I don’t agree with it», said the designer, who considers that the difference is not even visible. «In fact, I think mine look better».Galliano made quite a return to the catwalk – at least his creations did, because the designer never showed up – with a theatrical collection for Maison Margiela, showing once again to be a nonconformist and irreverent genius, with retro lines, floral prints over velvet and feathers and items that «question conformity ideas».With a more down-to-earth reality, Chanel recreated a typical Parisian “brasserie”, evoking the imagery of movies like “Amélie”, where models took coffee dressed up in ele-gant looks. « It’s an idealized vision of a Paris of today that I wanted to amplify», explained Karl Lagerfeld, who continues to keep the dream of the French capital well alive.

Christian Dior

Maison Margiela

Miu Miu

Page 26: Fahionuppt#14 final (1)

50

5 1

FATO

BOMBER JACKET

BOMBER JACKET

CASACO HíBRIDO

HyBRID JACKET

SOBRETuDO OVERCOATCALçAS LARGAS

RELAXED TROuSERS

SuIT

trends

peças-Chave para homem

menswear key items

The suit remains a "must-have", but adopts a more relaxed attitude and a sporty luxury feel. According to WGSN trends’ office, in this lounge version, the coat is slightly longer and two rows of buttons are positioned in a more casual way and with less space be-tween them, while trousers are straight-cut.Also essential for this season, the jacket combines the vintage references from avia-tor models and sheepskin with classic biker jacket details.The overcoat is also revisited in a double breast model and classic patterns such as herringbone for a modern effect, while the "bomber jacket", which is upgraded with extra details in pockets, fits in military and outdoor trends.

O fato continua a ser um “must-have”, mas adota uma atitude mais relaxada e um toque de luxo desportivo. Nesta versão lounge, indi-ca o gabinete de tendências WGSN, o casaco é ligeiramente mais comprido e duas filas de botões posicionam-se de forma mais casual e com menor distância entre si, enquanto as calças são de corte reto.Igualmente essencial à estação, o casaco combina as referências vintage dos modelos de aviador e da pele de carneiro com os deta-lhes clássicos do blusão de motoqueiro. O sobretudo é também revisitado, num modelo de trespasse e com padrões clássi-cos, como espinha, para um efeito moderno, enquanto o “bomber jacket”, atualizado com detalhes extra nos bolsos, incorpora as tendências militares e outdoor.

Outono-Inverno • Fall-Winter2016/2017

Cortes clássicos e materiais mais desportivos e inovadores conjugam-se para criar as peças-chave do guarda-roupa masculino para a estação fria do próximo ano.

Classical cuts and more sporty and innovative materials are combined to create the male wardrobe key items for next year’s cold season.

Page 27: Fahionuppt#14 final (1)

CAMISOLA COM CAPuz

HOODED SHIRT

5 2

A younger version of checked blazer that ran the catwalk in recent fashion shows returns for Autumn-Winter 2016/2017. The lapel, in a contrasting solid colour, gives the piece a tuxedo-like feel, reminiscent of British youth culture, and adapts itself perfectly to the streetwear context.The workwear influences are seen at “cargo” trousers, which adopt details from classic clothing – like fabrics traditionally used in tailoring – and acquire narrower silhouettes to control volume in a kind of custom-made uniform.Another option for pants maintains the relaxed nature, with high waist, wide sil-houette and a vintage touch, where focus is placed on comfort.Combining the current success of the sweat-er jacket and the influences of streetwear, a hooded sweatshirt becomes a versatile piece for Fall-Winter 2016/2017. The use of classical elements of shirting such as stripes, allows a sophisticated balance between sporty and elegant. The woven t-shirt, using raw materials that are more technological, in oversized sizes, is also going to be a trend, used in layers as streetwear and semiformal clothing options.The hood also takes over the season’s parkas, which keep the details to a minimum and a clean and modern silhouette. The materials are technical, such as rubber coatings, and colours are neutral, giving a sophisticated and subtly futuristic look.

Uma versão mais jovem do blazer xadrez que subiu à passerelle nos últimos desfiles regressa para o outono-inverno 2016/2017. A lapela em cor sólida contrastante dá um ar de smoking à peça, que lembra ao mesmo tempo a cultura jovem britânica e se adapta na perfeição ao contexto do streetwear.As influências do vestuário de trabalho fazem-se sentir nas calças “cargo”, que adotam pormenores do vestuário clássico – como tecidos tradicionalmente usados em alfaiataria – e ganham silhuetas mais estrei-tas para controlar o volume, numa espécie de uniforme feito à medida. Outra opção de calças mantém o cunho relaxado, com cintura subida, silhueta larga e um toque vintage, onde o foco é colocado no conforto.Combinando o atual sucesso da camisola-ca-saco e as influências do streetwear, a camiso-la com capuz torna-se uma peça versátil para o outono-inverno 2016/2017. A utilização de elementos clássicos de camisaria, como as riscas, permitem um equilíbrio sofisticado entre o desportivo e o elegante. As camiso-las em tecido, nomeadamente com recurso a matérias-primas mais tecnológicas, em tamanhos oversized, serão igualmente uma tendência, usadas em camadas como opções de streetwear e vestuário semiformal.O capuz toma também conta das parkas da estação, que mantêm os detalhes ao mínimo e uma silhueta “clean” e moderna. Os mate-riais são técnicos, como os revestimentos em borracha, e as cores são neutras, conferindo um look sofisticado e subtilmente futurista.

5 3

PARKA PARKA

BLASER XADREz

CHECKED BLAzER

CAMISOLA EM TECIDO

WOVEN T-SHIRT

CALçAS 'CARGO'

CARGO PANTS

Page 28: Fahionuppt#14 final (1)

5 5

peças-Chave para mulher

womenswear key items

To protect against the typical low tempera-tures of the season, the coat gains length, made in denim, coated cotton or fake fur and with a robe belt. Minimalist collars, double pockets, drooping shoulders and oversized sleeves are also part of the details suggested by WGSN for this key item.The waist is, actually, the focus for this sea-son, particularly in short trench coats, bear-ing peplum aesthetics and worked collars. In materials, cotton, satin and performance fabrics are privileged.The hourglass coat is another manda-tory model, with asymmetrical shape and shoulder zip. Sleeves are slim and waists are cinched, perfectly matching when made in brocade and tweed.

Para proteger das baixas temperaturas típi-cas da estação, o casaco ganha comprimento, confecionado em denim, algodão revestido ou pele falsa e com um cinto tipo robe. Golas minimalistas, bolsos duplos, ombros descaí-dos e mangas oversized fazem igualmente parte dos pormenores sugeridos pelo WGSN para esta peça-chave. A cintura está, de resto, em foco nesta estação, nomeadamente nos trench coat curtos, que ostentam uma estética peplum e golas trabalhadas. Nos materiais, o algodão, os cetins e os tecidos de performance são privilegiados. O casaco em ampulheta é outro dos modelos obrigatórios, com forma assimétrica e fecho no ombro. As mangas são justas e a cintura marcada, funcionando bem quando confecio-nado em brocado e tweed.

Outono-Inverno • Fall-Winter2016/2017

As cinturas marcadas estão no centro da elegância feminina da estação fria do próximo ano, que não esquece, contudo, o conforto do oversized.

Well-defined waists are at the heart of feminine elegance for next year’s cold season, not neglecting, however, the comfort of oversized.

5 4

CAMISA COMPRIDA

LONG-LENGHTSHIRTCASACO

COMPRIDOC/ CINTO

BELTED MAXI COAT

TOP TRAPézIO

TRAPEzE TOP

TRENCH COAT CuRTO

SHORT TRENCH COAT

CASACO AMPuLHETA

HOuRGLASS JACKET

Page 29: Fahionuppt#14 final (1)

5 6

Designed in washed silk, shirts grow in centimetres and receive chiffon applications, particularly in pockets, side slits, firm collars and narrow sleeves. Trapeze tops, preferably made in soft cotton shirting fabric, feature wide shapes and sleeves, drooping shoulders and an asymmetrical waist line.Dresses will be maxi, column-shaped, with tight collars and back zip openings and sym-metrical slits on the side, showing that long doesn’t mean austere. For those who prefer shorter dresses, trapeze forms are required, complemented with high structured collars and short sleeves. Satin thermo-bonded neoprene is the chosen material and the back zip is essential.In a season where femininity rules over, the high waist full midi skirts are one of the must-have. With a reinforced hem and a central zip opening, the Autumn-Winter 2016/2017 skirt includes slash pockets sit on the hip to give a casual look, while laundered cotton fabrics acquire patched and quilted effects. Skinny pants from past seasons give way to ultra-wide cuts, with high waist and zipper, made in raw indigo denim and waxed cotton twill with minimal details. The extended silhouette is complete with hems sitting ex-actly on top of the foot. Tighter pants models can also reach collections, but always in cropped versions and slightly bell bottoms, with high-waist and made in woollen fabrics.

Concebidas em seda lavada, as camisas cres-cem em centímetros e recebem aplicações de chiffon, nomeadamente nos bolsos, rachas de lado, golas assertivas e mangas estreitas. Já os tops em trapézio, confecionados preferen-cialmente em tecido de camisaria de algodão macio, têm formas e mangas largas, ombros descaídos e uma linha de cintura assimétrica.Os vestidos querem-se maxi, em forma de coluna, com golas justas e aberturas com fe-cho nas costas e rachas simétricas de lado, a mostrar que comprido não significa austero. Para quem prefere os mais curtos, as formas trapézio são obrigatórias, complementadas com golas altas estruturadas e mangas curtas. Neopreno termocolado com cetim é o material de eleição e o fecho nas costas é indispensável.Numa estação onde a feminilidade domina, as saias rodadas de comprimento médio e cintura subida são um dos must-have. Com uma bainha reforçada e uma abertura central com fecho, a saia do outono-inverno 2016/2017 inclui bolsos cortados ao nível da anca para um look casual, enquanto os tecidos de algodão lavado ganham efeitos acolchoados e de patchwork. As calças skinny de estações passadas dão lugar a cortes ultralargos, com cintura subida e fecho, produzidas em denim índigo bruto e sarja de algodão encerada com detalhes mínimos. A silhueta alongada fica completa com bainhas que assentam exatamente em cima do pé. Modelos de calças mais justos podem também chegar às coleções, mas sempre em versões cropped e ligeiramente à boca de sino, cintura subida e feitas em tecidos de lã.

5 7

MINI VESTIDO MINIDRESSCALçAS

LARGASWIDE

TROuSERS

SAIA RODADA

FuLL SKIRT

VESTIDO COMPRIDO

MAXI DRESS

CALçAS CuRTAS

CROPPED PANTS

Page 30: Fahionuppt#14 final (1)

5 9

Com pouco mais de quatro anos de existência, desde 2011 que a Marques’Almeida tem vindo a conquistar o mundo da moda internacio-nal. Sediada em Londres, chamou imediata-mente as atenções, com a primeira coleção a ir diretamente para lojas como a Opening Cerimony e a Joyce. Hoje, a marca, que está a acrescentar coleções resort ao portefólio – a primeira será para a primavera-verão 2016 –, é vendida um pouco por todo o mundo, em mais de 85 pontos de venda, e está a lançar-se no comércio eletrónico.O LVMH Young Fashion Designer Prize, que recebeu em maio, está a catapultar, ainda mais, a Marques’Almeida e os seus fundado-res, Marta Marques e Paulo Almeida, para a ri-balta, assim como a abrir novas portas. Numa entrevista em Barcelona poucos dias depois da noite mágica de Paris, Marta Marques revelou os projetos para cimentar a Marques’Almeida como um nome de referência na alta roda da moda.

58 Creative minds

marques’almeida

Foi uma surpresa receber o prémio da LVMH?Foi uma surpresa enorme. Não estávamos a contar nem quisemos pensar muito nisso. Agora iremos reunir com a equipa de suporte do LVMH que faz este trabalho com as mar-cas mais jovens, vamos começar a ter sessões de mentoring e, eventualmente, receber também o prémio [de 300 mil euros].

Como é que este prémio vai alterar a estra-tégia da marca?Não vai necessariamente alterar a estratégia, mas vai ajudar imenso. É uma altura muito crítica para nós, em que deixamos de receber subsídios por parte do British Fashion Coun- cil. Temos estado a fazer um crescimento muito cuidadoso e muito lento – a marca já tem quatro anos – e isto vai permitir-nos investir mais. Vamos investir num desfile

No Topo do MundoOn the Top of the WorldWith little more than four years of existence, since 2011 that Marques’Almeida has been conquering the world of international fash-ion. Headquartered in London, immediately drew attentions by having its first collec-tion going directly to stores like Opening Cerimony and Joyce. Today, the brand, which is adding collections resort to the portfolio – the first will be for Spring-Summer 2016 – is sold all over the world, in more than 85 sales points, and is now embarking on e-commerce.The LVMH Young Fashion Designer Prize, received in May, is boosting even more Marques’Almeida and its founders, Marta Marques and Paulo Almeida, to the spot-light, as well as opening new doors. In an interview given in Barcelona just days after the Parisian magical night, Marta Marques revealed which projects are intended to strengthening Marques’Almeida as an ac-knowledged brand within worldwide fashion scene.

algumas são pequenas boutiques, outras grandes armazéns. Por exemplo, estamos no Selfridges, Harvey Nichols e Liberty em Lon-dres, no Printemps em Paris, no Barneys no Japão e continuamos na Opening Cerimony.

Quando vão abrir a loja online?Estamos a fazer os últimos retoques na loja online. Vai ser muito interessante ver como funciona e se vamos conseguir chegar mais rapidamente ao consumidor final, que é algo muito importante para nós.

Como tem sido a recetividade dos consumi-dores portugueses?É difícil haver poder de compra para o tipo de produto, mas sentimos, por exemplo nas redes sociais, que há cada vez mais reconhe-cimento da marca, o que é ótimo.

nosso, completamente sozinhos, em Londres. Precisamos também de aumentar a equipa (somos cinco pessoas) que é muito pequena para a quantidade de negócios que estamos a fazer neste momento.

No passado afirmaram que Londres abria portas. Isto é a prova?Completamente. É um prémio de Paris e de um grande conglomerado de Paris, mas o fac-to de termos chegado à short list e recebido o prémio tem tudo a ver com o crescimento que fizemos em Londres e com o apoio que tivemos lá.

Onde se pode encontrar a Marques’Almeida à venda?Apostamos bastante no wholesale, que, para já, continua a ser a parte maior do negócio. Temos à volta de 85 lojas pelo mundo fora:

Quais são agora os objetivos?Muitos. Acho que o próximo ano vai ser mui-to grande para nós. Queremos desenvolver a parte de retalho da marca, direto ao consumi-dor, e vermos que potencial é que isso tem, porque pode ser um “game changer” na ma-neira como vamos seguir daqui para a frente. De resto, queremos continuar a crescer. Este ano, o crítico vai ser construir uma equipa sólida atrás de nós, porque senão passamos mais tempo a fazer contabilidade e costura do que design. Precisamos de construir essa fundação.

Page 31: Fahionuppt#14 final (1)

6 0

Was it a surprise to receive the LVMH award?It was a huge surprise. We weren’t expect-ing it at all and neither did we want to think about it. Now we will meet with LVMH’s support team that works with the younger brands, and we’ll start having mentoring sessions and eventually also receive the prize money [of 300,000 euros].

How will this award change the brand’s strategy?It won’t necessarily change the strategy, but it will help it a lot. This is a very critical time for us, when we stopped receiving subsidies from the British Fashion Council. We have been doing a very careful and slow growth – the brand already has four years – and this will allow us to invest more. We will invest in our own show, completely alone in Lon-don. We’ll also need to increase the team (we are five people), which is too small for the amount of business we’re doing right now.

In the past you said that London could open doors. Is this the proof?Yes, definitely. This is an award coming from Paris and from a large conglomerate from Paris, but the fact that we’ve reached the short list and received the award has eve-rything to do with the growth we achieved in London and with all the support we had there.

Where can we buy Marques’Almeida?We invest a lot in wholesale, which, for now, remains the largest part of the business. We have around 85 shops throughout the world: some are small boutiques, other big department stores. For example, we are in Selfridges, Harvey Nichols and Liberty in Lon-don, Printemps in Paris, Barneys in Japan and we are still on Opening Cerimony.

When will you open your online store?We are making the final touches on our online store. It will be very interesting to see how it works and if we manage to get faster to the final consumer, which is something very important for us.

How has it been with Portuguese consum-ers?It’s difficult to have purchasing power for this kind of product, but we feel, for example in social media, that there is increasingly more brand awareness, which is great.

What are your goals now? They are so many. I think 2016 will be very big for us. We want to develop the brand’s retail, direct to consumer, and determine what potential it will have, because it can be a game changer in the way we will progress from now on. Moreover, we want to keep growing. This year, the critical issue will be shaping up a solid team behind us; otherwise we’ll spend more time doing accounting and sewing rather than design. We need to build those foundations.

Page 32: Fahionuppt#14 final (1)

63

Graduated in Fashion Design by Escola Superior de Artes Aplicadas from Instituto Politécnico of Castelo Branco, Luís Carvalho presented his first solo work in 2013, after being an assistant to Filipe Faísca and Ricar-do Preto and also as designer at Salsa. His first collection was presented in ModaLisboa in October of that same year and today his creations are required by many Portuguese celebrities. In his last runway show for autumn-winter 2015/2016, he revealed structured looks, «where the lightness and fluidity of the 30’s take shape and make contrast to the rigidity

and structure of materials». Dry nature of-fered textures and colours, including beige, mustard and different shades of green, to which black was added, in key pieces such as dresses, long coats and baggy pants. «It has been one of the best well reviewed col-lections», recognizes Luís Carvalho.The designer’s pieces are available in multi-brand stores, including online, in sec-tion351.com platform, but also in his studio and own store. «Despite only being open for a year, the business is actually going very well, in fact above expectations», he says. «It’s helping the brand to grow, which

was one of the major goals. And the fact that it’s in Vizela, hasn’t been an obstacle for success, on the contrary, I already have a vast list of clients», states Luís Carvalho, who works primarily for two types of con-sumers: «the Studio client is looking for a more careful and custom-made service and the consumer who buys at the multibrand stores selling Luís Carvalho brand is a client looking out for Portuguese designers and a differentiating design».According to Luís Carvalho, the future in-cludes the brand’s consolidation in Portugal and «later on, its internationalization».

Licenciado em design de moda pela Escola Superior de Artes Aplicadas do Instituto Politécnico de Castelo Branco, Luís Carva-lho lançou-se a solo em 2013, depois de ter trabalhado como assistente de Filipe Faísca e Ricardo Preto e como designer da marca Salsa. A primeira coleção foi apresentada na ModaLisboa em outubro desse mesmo ano e hoje as criações do designer são requisitadas por muitas figuras públicas portuguesas.No último desfile, para o outono-inverno 2015/2016, revelou coordenados estrutura-dos, «onde a leveza e a fluidez dos anos 30 ganham forma e contraste com a rigidez e a estrutura dos materiais». A natureza seca deu as texturas e os tons, nomeadamente o bege, o mostarda e diferentes tons de verde, a que se soma o preto, em peças-chave como vesti-dos, casacos compridos e calças largas. «Tem sido uma das coleções que recebeu melhores críticas», reconhece Luís Carvalho. As peças do criador estão disponíveis em pontos de venda multimarca, incluindo online, na plataforma section351.com, mas também no seu estúdio e loja própria. «Apesar de só estar aberta há um ano está a correr muito bem, acima das expectativas», confessa. «Está a ajudar a marca a crescer, que era um dos principais objetivos. E o facto de ser em Vizela não foi impedimento para correr bem, muito pelo contrário, já tenho uma vasta lista de clientes», afirma Luís Car-valho, que trabalha sobretudo para dois tipos de clientes: «o consumidor do Studio é um cliente que procura um atendimento mais cuidado e personalizado e o consumidor que compra nas lojas multimarcas onde se vende a marca Luís Carvalho é um cliente que procura criadores portugueses e um design diferenciador».O futuro passa agora, segundo o designer, por consolidar a marca em Portugal e, «poste-riormente, pela internacionalização».

um Nome a Reter

A Name to RememberIn just two years, Luís Carvalho has already left its mark on the runway and starts to be a reference of the new Portuguese fashion scene.

Em apenas dois anos, Luís Carvalho já deixou a sua marca na passerelle e começa a ser uma referência da nova moda portuguesa.

luís Carvalho

Page 33: Fahionuppt#14 final (1)

65

64 achievement

dielmar de ouro

Dos primórdios da Dielmar em 1965, com os quatro sócios fundadores – Dias, Hélder, Mateus e Ramiro – e uma equipa composta por 21 mulheres e um homem, permanecem a localização – Alcains, uma vila da cidade de Castelo Branco – e valores como a qualidade e a valorização das pessoas, mas a dimensão é diferente, com a empresa, e a sua marca própria, a ser reconhecida pelo mundo fora.

Nos últimos 50 anos, a Dielmar construiu uma história de sucesso onde a alfaiataria, a qualidade e o design se tornaram pedras basilares.

O processo de internacionalização da Dielmar começou ainda nos anos 70. «O empreende-dorismo dos fundadores, de terem a capaci-dade de criar esta empresa, foi importante, mas depois terem-na feito crescer tanto e terem feito essa conquista externa foi, para mim, o mais importante», afirma a adminis-tradora Ana Paula Rafael.

From early Dielmar days in 1965, with the four founding partners – Dias, Hélder, Mateus e Ramiro – and a team of 21 women and one man, the location remains – Alcains, a village near Castelo Branco – together with principles such as quality and human resources valuing, but the scale is now dif-ferent, with the company and its own brand being recognized around the world.

Dielmar’s internationalization process began still in the 70’s. «The founders’ entrepreneur-ship for being able to create this company was important, but having it to grow as much as it did and having achieved this external conquest was, for me, the far most important thing», states administrator Ana Paula Rafael.

For the last 50 years, Dielmar has built a success story where tailoring, quality and design have become its cornerstones. A marca própria, epónima, chegou mais

tarde, em 2001, primeiro em Portugal, onde conta com cerca de duas centenas de pontos de venda e nove lojas próprias, e desde 2010 nos mercados externos, nomeadamente Espanha, Noruega, Luxemburgo e Bélgica, entre outros. «Vamos abrir a primeira loja própria no estrangeiro em 2016», acrescenta Ana Paula Rafael.

Its own eponymous brand came later, in 2001, first in Portugal, where it has around two hundred sales points and nine owned stores, and since 2010 at the external mar-kets, such as Spain, Norway, Luxembourg and Belgium, amongst others. «We are opening our first store abroad in 2016», reveals Ana Paula Rafael.

golden dielmar

Page 34: Fahionuppt#14 final (1)

676 6

In addition to the investment in new sales points, Dielmar is still remodelling existing stores, which will go to the brand’s origins and tradition for inspiration. «We will give emphasis to tailoring that means we will have the tailor himself at the store, which is something that we’ve always aimed from the very beginning», unveils Ana Paula Rafael, which on June 10th was awarded with the Order of Business Merit - Class of Industrial Merit by the President of the Portuguese Republic.

Para além da aposta em novos pontos de ven-da, a Dielmar está ainda a reformular as lojas atuais, que irão beber inspiração às raízes e à tradição da marca. «Vamos pôr em palco a alfaiataria, isto é, vamos ter a presença do alfaiate dentro da loja, que é aquilo que ambicionamos desde o primeiro momento», revela Ana Paula Rafael, que no dia 10 de junho foi condecorada pelo Presidente da Re-pública Portuguesa com a Ordem do Mérito Empresarial – Classe do Mérito Industrial.

A celebração das “bodas de ouro” da empre-sa, festejadas com pompa e circunstância em Alcains a 12 de maio, começou no Portugal Fashion, em março, no desfile da coleção para o outono-inverno 2015/2016, que teve honras de abertura por uma mulher. «Foi uma home-nagem às mulheres, a todos os trabalhadores e a todas as pessoas que ajudaram a cons-truir este projeto. Cada um dos manequins simbolizou um ano da Dielmar e um ano do esforço e trabalho de muitos milhares de pes-soas – hoje temos mais de 400 colaboradores, mas passaram muitos mais pela empresa», refere a administradora.

The celebration of the company’s “golden anniversary”, celebrated with pomp and circumstance in Alcains in May 12th, began back in March at Portugal Fashion with the runway show of the collection for autumn-winter 2015/2016, which had a woman wear-ing the first look. «It was a tribute to women, to all workers and all the people who helped us build this project. Each of the models represented a year at Dielmar, a year of work and effort of many thousands of people – today we have more than 400 employees, but many more have passed by the company», says the manager.

E para os próximos 50 anos, metas não faltam. A Dielmar, que em 2014 registou um volume de negócios de 14 milhões de euros, está envolvida na criação de um centro de alfaiataria em Alcains para «retomar profis-sões tradicionais que estão praticamente a desaparecer». Além disso, confessa Ana Paula Rafael, «nos próximos 50 anos espero ter mais 50 lojas, no mínimo. Uma por ano».

And for the next 50 years, goals abound. Having registered a business turnover in 2014 of 14 million euros, Dielmar is now committed in the creation of a tailoring cen-tre in Alcains to «resume traditional profes-sions that are almost disappearing». Besides, confesses Ana Paula Rafael, «for the next 50 years I hope to have 50 more stores at least. One per year».

Page 35: Fahionuppt#14 final (1)

6 96 8

hora de ténisPensada para quem exige ténis com conforto absoluto e muito estilo, a marca portuguesa Gino B está a conquistar o mundo, um passo de cada vez.

Designed for those who require sneakers with absolute comfort and style, the Portuguese brand Gino B is conquering the world, one step at a time.

sneaker time

Desenhada e produzida em Portugal pela empresa Armando Silva, a Gino B é conhe-cida pelos seus ténis pós-ski, mas a marca tem igualmente modelos para todas as estações. Em comum, o cuidado na seleção de matérias-primas, que garantam conforto máximo em qualquer situação.«O que nos distingue é a qualidade. O nosso ma-terial é tão caro dentro dos ténis como na parte de fora, porque acreditamos que o interior deve ser tão bonito como o exterior. Se do lado de fora se vê a marca, dentro sente-se a marca», explica o holandês Parry Patel, que fundou a Gino B em parceria com a Armando Silva.

Criada em 2009, a marca é distribuída atual-mente em oito mercados, da Europa à Améri-ca do Norte, assim como online. «Somos uma verdadeira marca portuguesa e estamos em algumas das lojas mais bonitas da Europa, ao lado da Brunello Cucinelli, Prada, Gucci e Moncler», realça Patel.Com preços a partir dos 200 euros, diversas figuras públicas já foram vistas a usar os té-nis da Gino B, desde os futebolistas Cristiano Ronaldo e Arjen Robben ao ex-treinador do Benfica, Ronald Koeman, e o DJ Nicky Rome-ro, o que tem vindo a contribuir para que a marca chegue a novos consumidores à escala

mundial. «Os media sociais são importantes», reconhece Patel. «Uma imagem vale mais do que 1.000 palavras, por isso acho que as ima-gens são mais importantes para criar uma emoção e um sentimento».O segredo é conseguir a primeira venda, acredita o fundador da marca, o que justifica o mote “Just Feel Them”. «Temos pessoas que fizeram a primeira compra e são agora enor-mes fãs da marca», refere. Com 25 mil pares vendidos em 2014, as estimativas são para duplicar esse número em 2016. «O nosso de-safio é conseguir que cada vez mais pessoas calcem os nossos ténis», conclui Parry Patel.

Designed and produced in Portugal by Armando Silva company, Gino B is known for its after-ski sneakers, but the brand also fea-tures models for all seasons. They all share the same selected raw-materials that guaran-tee maximum comfort in every situation.«Quality is what distinguishes us the most. Our material is expensive both as inside as outside of the tennis shoes, because we be-

lieve that interior should be as beautiful as the exterior. Though we see the brand from the outside, it is within that we feel it», explains Dutch Parry Patel, who founded Gino B together with Armando Silva.Created in 2009, the brand is currently dis-tributed in eight markets, from Europe to North America, as well as online. «We are a true Portuguese brand and we are in some of the most beautiful shops of Europe, alongside with Brunello Cucinelli, Prada, Gucci and Moncler», Patel stresses out.With prices starting from 200 euros, several public figures were seen using Gino B ten-nis shoes, from soccer players such as Cris-tiano Ronaldo and Arjen Robben to former Benfica coach Ronald Koeman and DJ Nicky Romero, which has been helping the brand reach out to new consumers worldwide. «Social media are important», admits Patel. «An image is worth more than 1,000 words, so I believe that images are far more impor-tant to create an emotion and a feeling».The secret is to get the first sale, believes the founder of the brand, hence the slogan “Just Feel Them”. «We have people who’ve made the first purchase and are now huge fans of the brand», he says. With 25,000 pairs sold in 2014, estimates are double that number in 2016. «Our challenge is to get more people to wear our sneakers», concludes Parry Patel.

Page 36: Fahionuppt#14 final (1)

7 1

70 BaCk s tage

Promoted by CENIT - Centro de Inteligência Têxtil, within Porto Fashion Show project and financed by Compete Programme, the exhibition shows the path of the Portuguese textile and clothing sector in the last 50 years, with all the challenges and strategies that allowed it to better adapt to historical, political and social changes in Portugal but also worldwide.«We celebrate half a century of persistence, resilience, tenacity and willingness to con-quer a place in the future, which the Portu-guese textile and clothing sector transformed into a demanding success story», says Paulo Vaz, CENIT’s chairman and the commissioner of the exhibition, open to the public from June 17th to June 26th at Citeve.Seventeen “frames” illustrate the Portuguese textile and clothing industry crucial mo-ments, since the 60s – the decade when the world experienced major changes, such as the first landing on the Moon, the assassina-tion of J.F. Kennedy, the revolution of May ‘68 and the rise to stardom of bands such as The Beatles, The Rolling Stones and The Doors – up to today. A route marked by the end of the dictatorship in Portugal, opening up the perspectives of the sector’s national com-panies, which in the 80s became the main suppliers of textiles and clothing in Europe, an exponential growth that progressed into the 90s. The last years of the 20th century also brought a strong focus on fashion and Portuguese designers, with the creation of Portugal Fashion in 1995, which thanks to the presence of world-renowned top models

Promovida pelo CENIT - Centro de Inteligên-cia Têxtil, no âmbito do projeto Porto Fashion Show, com o apoio do Compete, a exposição mostra o percurso da indústria têxtil e ves-tuário nacional nos últimos 50 anos, com os desafios e as estratégias que permitiram que o sector se adaptasse às mudanças históricas, políticas e sociais em Portugal e no mundo.«Celebramos meio século de persistência, resiliência, tenacidade e vontade de ocupar um lugar no futuro, que a fileira têxtil e do vestuário portuguesa transformou numa história sofrida de sucesso», explica Paulo Vaz, presidente do CENIT e comissário da exposição, patente no Citeve de 17 a 26 de junho.Dezassete “quadros” ilustram os momen-tos cruciais da indústria têxtil e vestuário Fr

om t

he c

razy

60’

s to

the

pre

sent

day

, the

exh

ibit

ion

“50

Year

s of

Tex

tile

and

Cl

othi

ng In

dust

ry in

Por

tuga

l” p

rese

nts

a pi

ctur

e of

five

dec

ades

of h

isto

ry o

f on

e of

the

mos

t im

port

ant

sect

ors

of t

he n

atio

nal e

cono

my.

50 ye

ars o

f suC

Cess

portuguesa, desde os anos 60 – década em que o mundo viveu grandes mudanças, como a ida à Lua, o assassinato de J.F. Kennedy, a revolução do Maio de 68 e a ascensão ao estrelato de bandas como os Beatles, Rolling Stones e The Doors – até aos dias de hoje. Um percurso marcado pelo fim da ditadura em Portugal, que abriu os horizontes das empresas nacionais do sector, que nos anos 80 se transformaram nas principais forne-cedoras de têxteis e vestuário da Europa, num trajeto de crescimento exponencial que prosseguiu na década de 90. Os últimos anos do século XX trouxeram também uma forte aposta na moda e nos designers portugue-ses, com a criação do Portugal Fashion em 1995, que com a presença de top models de renome mundial, como Linda Evangelista, 50

ano

s de s

uCes

sos

Dos

louc

os a

nos

60 a

té a

os d

ias

de h

oje,

a e

xpos

ição

“50

ano

s de

indú

stri

a tê

xtil

e ve

stuá

rio

em P

ortu

gal”

fez

o re

trat

o de

cin

co d

écad

as d

a hi

stór

ia d

e um

dos

sec

tore

s m

ais

impo

rtan

tes

da e

cono

mia

nac

iona

l.

Page 37: Fahionuppt#14 final (1)

7 3

like Linda Evangelista, Esther Cañadas and Claudia Schiffer, and fashion shows in dif-ferent world capitals such as New York, São Paulo and Paris, has promoted Portuguese fashion.Apart from Portugal Fashion, the exhibition recalls other institutions that contributed to the significance of national textile and cloth-ing industry, such as the associative merger that gave rise to ATP - Associação Têxtil e Vestuário de Portugal and Anivec/Apiv - As-sociação Nacional das Indústrias de Vestuário e Confecção, the technological centre Citeve and CENIT itself.Visitors can also browse the past five decades through five iconic looks, from the “hippie” years of the 60s to 2000s streetwear, going through Madonna’s immortalized style in the 80s and the grunge movement made popular by Nirvana in the 90s.

Esther Cañadas e Claudia Schiffer, e desfiles em diferentes capitais mundiais, como Nova Iorque, São Paulo e Paris, projetou a moda portuguesa. Para além do Portugal Fashion, a mostra relembra outras instituições que contribuí-ram para a valorização da indústria têxtil e vestuário nacional, como a fusão associativa que resultou na ATP - Associação Têxtil e Vestuário de Portugal e na Anivec/Apiv - As-sociação Nacional das Indústrias de Vestuário e Confecção, o centro tecnológico Citeve e o próprio CENIT.Os visitantes podem ainda percorrer as últi-mas cinco décadas através de cinco coorde-nados icónicos, dos anos “hippie” da década de 60 até ao streetwear dos anos 2000, passando pelo estilo eternizado por Madonna nos anos 80 e o grunge popularizado pelos Nirvana nos anos 90.

Page 38: Fahionuppt#14 final (1)

74 Happening

7 5

Reputados em Portugal mas também pelo mundo fora, onde têm projetado a moda por-tuguesa, os quatro designers receberam das mãos do Presidente da República Portuguesa, Aníbal Cavaco Silva, a imposição da comenda da Ordem do Infante D. Henrique em Lamego, na sessão solene comemorativa do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Por-tuguesas, a 10 de junho. «É uma honra receber esta condecoração pela representação que tem na persistência da cul-tura e da moda portuguesa», confessa Nuno

Gama, um dos mais acérrimos defensores da portugalidade, cujos símbolos são comum-mente usados nas suas coleções.«É um orgulho receber um título desta natu-reza e valor. Para além da sua representação histórica é a forma de valorizar e motivar todo o trabalho e empenho que tenho tido no mundo da moda», acrescenta Carlos Gil, atualmente presente nas passerelles da Moda-Lisboa e do Portugal Fashion e requisitado em mercados tão diversos como o Médio Oriente e a América do Sul.

A Ordem do Infante D. Henrique destina-se a distinguir personalidades que prestaram serviços relevantes a Portugal, no país e no estrangeiro, assim como serviços na expansão da cultura portuguesa ou para conhecimento de Portugal, da sua história e dos seus valores.Tal como os restantes agraciados, Felipe Oliveira Baptista encarna, na perfeição, esta definição, com o seu trabalho em nome próprio, primeiro, e como diretor criativo da Lacoste, nos últimos anos, a trazer uma maior notoriedade aos designers de moda nacionais.

distintos ComendadoresOs criadores de moda Felipe Oliveira Baptista, Nuno Gama, Nuno Baltazar e Carlos Gil foram distinguidos pelo seu trabalho na promoção de Portugal.

Renowned in Portugal but also around the world, where they have been promoting Por-tuguese fashion, the four designers received by the hands of Aníbal Cavaco Silva, Presi-dent of the Portuguese Republic, the com-mendation “Order of Infante D. Henrique” in Lamego, in a solemn commemorative session of Portugal’s National Day, on June 10th.«It is an honour to receive this commenda-tion for what it represents in the persever-ance of the Portuguese culture and fashion», confesses Nuno Gama, one of the fierce de-

fenders of being Portuguese, whose symbols are commonly used in his collections.«It is an honour to receive a title of this nature and value. In addition to its historical meaning, it’s how it values and motivates all the work and commitment that I’ve been em-bracing in fashion», adds Carlos Gil, currently showcasing at ModaLisboa and Portugal Fashion catwalks and highly claimed in diverse markets such as the Middle East and South America.The Order of Infante D. Henrique is intended

to distinguish personalities who have rendered outstanding services to Portugal, both at home and abroad, as well as services in the expansion of Portuguese culture or dissemination about Portugal, its history and its values.Like the other three awarded designers, Felipe Oliveira Baptista perfectly embodies this honour, firstly due to his work for his eponymous brand and, more recently, being Lacoste’s creative director, attaining greater awareness for Portuguese fashion designers.

honoured CommandersFashion designers Felipe Oliveira Baptista, Nuno Gama, Nuno Baltazar and Carlos Gil were distinguished for their work in promoting Portugal.

Page 39: Fahionuppt#14 final (1)

76 Let’s taLk

7 7

roupa sem sexoA distinção dos géneros está em vias de

extinção na moda – uma tendência abra-çada por designers e retalhistas que está a tornar o mundo mais livre de estereótipos.

As coleções de Saint Laurent, JW Anderson e Hermès para a primavera-verão 2015 deram alguns sinais de que a moda “agender” – o mesmo que dizer “sem género” – tinha vindo para ficar. Mas a abertura de um espaço dedi-cado à moda sem sexo nos grandes armazéns Selfridges, em março, foi a prova definiti-va que conceitos de moda de “homem” e “senhora” estavam ultrapassados. «Não tem a ver com explorar uma “tendência”, mas analisar uma mentalidade e reconhecer e responder a uma mudança cultural que está a acontecer agora», esclarece a diretora criativa do Selfridges, Linda Hewson, sobre a iniciativa “Agender”.O espaço “Agender”, desenhado pelo Studio Toogood, incluiu propostas de marcas reputa-das que há muito dão pouca importância ao género, como a Comme des Garçons e Yohji Yamamoto, de nomes menos conhecidos, como Trapstar, Underground e Pigalle, e ainda as propostas de Jeremy Scott e de Rad Hourani – o único designer a mostrar coleções unisse-xo na Semana de Alta-Costura de Paris.A discussão sobre o “agender” tem vindo a invadir os principais eventos de moda, como se viu na mais recente edição do salão Pitti Uomo, no início de junho, que lançou uma nova área, batizada Open, com uma seleção de marcas de vestuário e acessórios que se focam em estilos unissexo e sem género.«Género neutro é apenas a ponta do iceber-gue», acredita Colin Melia, diretor criativo da consultora londrina de design HMKM. «É uma atitude de uma geração que está a emer-gir. As barreiras na sociedade estão a mudar, há um afastamento dos ghettos individuais». Em Portugal, a Hibu, de Gonçalo Páscoa e Marta Gonçalves, tem seguido este percurso. «A nossa marca é super-unissexo, qualquer pessoa pode vestir», afirmam os designers, para quem o “agender” é o futuro. «Nenhum dos géneros deve estar restringido a um estereótipo», sublinham.Hugo Costa assume igualmente a sua marca epónima como um projeto sem género, bem ilustrado na última coleção para o outono-in-verno 2015/2016, com peças que podem ser usadas por homens e mulheres. «Consegui-mos ter uma imagem coerente, que funciona e que existe independentemente do género», explica o designer. «É a estética acima da pessoa. Não tem género, é sem género, o que faz o mundo maior», conclui.

Page 40: Fahionuppt#14 final (1)

7 8

Collections presented by Saint Laurent, JW Anderson and Hermès for spring-summer 2015 had already given signs that “agender” fashion – to say “no gender” – was here to stay. But the opening of a place dedicated to fashion without sex in the renowned depart-ment store Selfridges, in March, was the ulti-mate proof that “man” and “woman” fashion concepts of were outdated. «Is not about harnessing a trend, but rather tapping into a mindset and acknowledging and responding to a cultural shift that is happening now», explains Selfridges’ creative director, Linda Hewson about the “Agender” initiative.The “Agender” concept space, designed by Studio Toogood, included proposals by well-known brands that have long give little significance to gender, such as Comme des Garçons and Yohji Yamamoto, less-known

names, such as Trapstar, Underground and Pigalle, and also proposals by Jeremy Scott and Rad Hourani – the only designer to show unisex collections at Paris Haute Couture Fashion Week.The discussion on the “agender” has invaded the main fashion events, as seen in the latest edition of Pitti Uomo trade show, in early June, which launched a new area, called Open, with a selection of clothing brands and accessories that focus on unisex and genderless styles.«Gender-neutral is just the tip of the ice-berg», believes Colin Melia, creative director of London-based HMKM design consult-ant. «It’s an attitude of a generation that is emerging. The boundaries in society are changing, there is a move away from indi-vidual ghettos».

In Portugal, Hibu, signed by Gonçalo Páscoa and Marta Gonçalves, has been following this path. «Our brand is super-unisex, eve-ryone can wear it», declare the designers, to whom “agender” is the future. «Any gender should be constrained to a stereotype», they emphasize. Hugo Costa also takes its eponymous brand as a project without gender, portrayed in his latest collection for autumn-winter 2015/2016, consisting of items that can be used by men and women. «We were able to have a coherent image, that works and that exists regardless of gender», explains the de-signer. «It’s the aesthetics beyond the person itself. It has no gender, it’s genderless, mak-ing the world even bigger», he concludes.

Clothes without sex Gender distinction is vanishing from the fashion world – one trend that is being embraced by designers and retailers and is increasingly contributing to a stereotype-free world.

HIBO

Page 41: Fahionuppt#14 final (1)