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Giácomo Balbinotto Neto (UFRGS/IATS) Farmacoeconomia: Análise de Custo-Benefício Aula #6

Farmacoeconomia: Análise de Custo-Benefício Aula #6...Para esta técnica, ambos os custos líquidos e os benefícios da intervenção de saúde, são expressos em unidades monetárias

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  • Giácomo Balbinotto Neto

    (UFRGS/IATS)

    Farmacoeconomia: Análise de Custo-Benefício

    Aula #6

  • 2

    Bibliografia Sugerida Drummond et all (2005, cap.7)

    Alvarez (2012, cap. 7)

    Bootman, Towsend e McGhan (1996, cap. 4)

    Rascati (2010, cap.7)

  • Bibliografia Sugerida

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    Cap. 4

  • Bibliografia Sugerida

    4

    https://global.oup.com/academic/product/applied-methods-of-cost-benefit-analysis-in-health-care-9780199237128?cc=br&lang=en&

    https://global.oup.com/academic/product/applied-methods-of-cost-benefit-analysis-in-health-care-9780199237128?cc=br&lang=en&https://global.oup.com/academic/product/applied-methods-of-cost-benefit-analysis-in-health-care-9780199237128?cc=br&lang=en&https://global.oup.com/academic/product/applied-methods-of-cost-benefit-analysis-in-health-care-9780199237128?cc=br&lang=en&https://global.oup.com/academic/product/applied-methods-of-cost-benefit-analysis-in-health-care-9780199237128?cc=br&lang=en&https://global.oup.com/academic/product/applied-methods-of-cost-benefit-analysis-in-health-care-9780199237128?cc=br&lang=en&https://global.oup.com/academic/product/applied-methods-of-cost-benefit-analysis-in-health-care-9780199237128?cc=br&lang=en&https://global.oup.com/academic/product/applied-methods-of-cost-benefit-analysis-in-health-care-9780199237128?cc=br&lang=en&https://global.oup.com/academic/product/applied-methods-of-cost-benefit-analysis-in-health-care-9780199237128?cc=br&lang=en&https://global.oup.com/academic/product/applied-methods-of-cost-benefit-analysis-in-health-care-9780199237128?cc=br&lang=en&https://global.oup.com/academic/product/applied-methods-of-cost-benefit-analysis-in-health-care-9780199237128?cc=br&lang=en&https://global.oup.com/academic/product/applied-methods-of-cost-benefit-analysis-in-health-care-9780199237128?cc=br&lang=en&https://global.oup.com/academic/product/applied-methods-of-cost-benefit-analysis-in-health-care-9780199237128?cc=br&lang=en&https://global.oup.com/academic/product/applied-methods-of-cost-benefit-analysis-in-health-care-9780199237128?cc=br&lang=en&https://global.oup.com/academic/product/applied-methods-of-cost-benefit-analysis-in-health-care-9780199237128?cc=br&lang=en&https://global.oup.com/academic/product/applied-methods-of-cost-benefit-analysis-in-health-care-9780199237128?cc=br&lang=en&https://global.oup.com/academic/product/applied-methods-of-cost-benefit-analysis-in-health-care-9780199237128?cc=br&lang=en&https://global.oup.com/academic/product/applied-methods-of-cost-benefit-analysis-in-health-care-9780199237128?cc=br&lang=en&https://global.oup.com/academic/product/applied-methods-of-cost-benefit-analysis-in-health-care-9780199237128?cc=br&lang=en&https://global.oup.com/academic/product/applied-methods-of-cost-benefit-analysis-in-health-care-9780199237128?cc=br&lang=en&

  • Bibliografia Sugerida

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    CAP. 8

  • Bibliografia Sugerida

    http://www.elsevier.es/es-revista-atencion-primaria-27-articulo-el-analisis-coste-beneficio-sanidad-S0212656701788257?redirectNew=true

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    A análise de custo-benefício é uma técnica analítica derivada da teoria econômica que enumera e compara custos líquidos de uma intervenção de cuidados em saúde com os benefícios que surgiram como uma consequência dessa intervenção.

    Para esta técnica, ambos os custos líquidos e os

    benefícios da intervenção de saúde, são expressos em unidades monetárias.

    Análise de Custo-Benefício

    http://www.ispor.org/regional_chapters/Brazil/index.asp

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    Segundo Gouveia (2009, p.57) – “A análise de custo benefícios é uma área aplicada da Economia onde se estudam metodologias para avaliar o impacto de investimentos ou utilização de recursos em intervenções, reais ou potenciais, de políticas públicas nos níveis de distribuição e bem-estar numa sociedade.”

    Análise de Custo-Benefício

  • Análise de Custo-Benefício

    Cost-benefit analysys (CBA) is considered the preeminente method of economic evaluation because it allows for direct comparison of diferente types of outcomes resulting from a variety of actions. If done correctly, it provides the most cpompreensive monetary measures of the positive (beneficial) and negative (costly) consequences of a possible course of action, ... . With CBA, one can compare two or more diferente public health strategies, ... It can also be used to compare health-related interventions thouse in nonhealth sector... A CBA would provide the policy makers with an understanding of ecnomic consequences of enacting each program (i.e, the returns on investiong societal returns). The program with the best economic return would be the logical option to receive funding.

    Messonnier & Meltzer (2003, p.127) 9

  • 10

    Segundo Gouveia (2009, p.57) – “No contexto da avaliação de tecnologias em saúde o termo análise custo benefício tem um significado mais restrito e reporta-se a avaliações em que quer os custos quer as consequências das intervenções são medidas em dinheiro, um tipo de avaliação econômica que contrasta com a análise de custo-efetividade ou de custo utilidade ... “

    Análise de Custo-Benefício

  • Análise de Custo-Benefício Segundo McGhan e Kitz (1996, p.61) – “a análise de custo benefício

    é um método para comparar-se o valor de todos os recursos consumidos (custos) em prover um programa ou intervenção comparado com o valor dos desfechos (outcome - benefits) daquele programa ou intervenção. Em essência, a ACB pode ser pensada como sendo o “yield” (taxa de retorno real) de um investimento.

    A ACB é uma ferramenta que pode ser usada para orientar o processo de tomada de decisão na alocação de fundos para a saúde e outros programas.

    A ACB requer que tanto os custos como os benefícios sejam medidos na mesma unidade monetária, usualmente em dólares.

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  • Análise de Custo-Benefício

    A análise de custo benefício é um tipo de avaliação econômica onde tanto os custos como os desfechos em saúde das opções terapêuticas avaliadas são valoradas em unidades monetárias.

    Seu objetivo primordial é obter uma estimação do valor monetário do benefício social alcançado por meio da aplicação de um medicamento ou uma tecnologia sanitária, com a finalidade de quantificar sua rentabilidade social.

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  • Análise de Custo-Benefício

    A análise de custo-benefício avalia os resultados em saúde obtidos em unidades monetárias, permitindo, assim, as comparações entre as intervenções em saúde cujos os resultados se valorizam em unidades muito diferentes, difíceis de comparar se não forem transformadas em unidades monetárias, como por exemplo uma vacina para prevenir o câncer cervical, um novo medicamento para prevenir um evento cardio- vascular ou um programa de prevenção precoce do câncer de mama, por exemplo.

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  • Análise de Custo-Benefício

    Contudo, segundo observa Alvarez (2012,p.85) – “no âmbito sanitário em geral, e no mundo dos medicamentos e tecnologias sanitárias em particular, este tipo de avaliação econômica não é muito utilizada, devido basicamente a uma grande dificuldade para traduzir em unidades monetárias os ganhos em saúde. Por outro lado, para a maioria do profissionais em saúde e outros tomadores de decisão no SNS, a ideia de converter os resultados em saúde obtidos em dinheiro é complexa, o que têm contribuído de maneira adicional para sua pouca aceitação no mundo sanitário.”

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  • Análise de Custo-Benefício

    Segundo Alvarez (2012, p.85) – “no momento de atribuir valores monetários aos resultados clínicos derivados do uso de medicamentos ou tecnologias sanitárias nos encontramos com dificuldades, já que não existem mercados para os resultados em saúde (anos de vida ganhos, eventos evitados, dor evitada, ansiedade mitigada, etc.), pois é difícil poder conhecer o dinheiro que custa sua obtenção.”

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  • Análise de Custo-Benefício

    Segundo Alvarez (2012, p.85) – “a análise de custo-benefício busca estimar qual é a quantidade, em termos monetários, que os indivíduos estariam dispostos a pagar por conseguir uma determinada melhoria em seu estado de saúde ou um ganho de saúde específico, ou em que medida deveríamos compensá-los para que aceitassem uma piora em seu nível de saúde.”

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  • 17

    O benefício da intervenção são os resultados melhorados de saúde, conforme comparado aos resultados que teriam sido obtidos com a alternativa.

    Os resultados podem incluir não apenas resultados tradicionais no paciente, mas também, valores de opção (o benefício de ter um tratamento disponível somente para o caso necessário) e valores altruísticos (o benefício de ver a melhora de outros).

    Análise de Custo-Benefício

    http://www.ispor.org/regional_chapters/Brazil/index.asp

  • 18

    Os resultados melhorados em saúde são avaliados em unidades monetárias, frequentemente pela disposição a pagar.

    O custo líquido da intervenção é o custo do tratamento e de seu acompanhamento (drogas, médicos, hospitais, cuidados domésticos, custos do paciente e da família, custo da perda de produtividade, etc.) menos o custo do tratamento e do acompanhamento com alternativa.

    Análise de Custo-Benefício

    http://www.ispor.org/regional_chapters/Brazil/index.asp

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    A linha de fundo da análise é o benefício líquido, que é o benefício menos o custo líquido.

    O benefício líquido é o critério básico de decisão nesta análise. Se o benefício líquido for positivo, a regra de decisão geralmente aceita é fundamentar a decisão.

    Análise de Custo-Benefício

    http://www.ispor.org/regional_chapters/Brazil/index.asp

  • Análise de Custo-Benefício: Quando ela é Útil?

    Segundo McGhan e Kitz (1996, p.61-62) – a ACB pode ser usada para determinar haverá um retorno mínimo positivo ou pré-determinado que irá resultar de uma intervenção.

    A ACB de programas com desfechos (outcomes) não relacionados será útil quando os fundos são limitados e somente um programa pode ser implementado.

    Os economistas tem destacado que os cuidados médicos podem ser visto tanto como um bem de consumo como um bem de investimento (cf. especialmente Grossman, 1972). Quando considerado como um bem de investimento, os cuidados médicos são um investimento em capital humano.

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  • Análise de Custo-Benefício: Quando ela é Útil?

    Segundo Taddix, Teutch e Corso (2003, p. 129-130), as ACB são as formas mais apropriadas de análise para se utilizar quando um formulador de política econômica tenha uma ampla perspectiva e esteja preocupado com as mudanças potenciais no bem-estar associadas com projetos associados a saúde (isto –e, quem irá pagar, quem irá se se beneficiar e em quanto). Ele também seria uma metodologia apropriada quando houver alguma preocupação sobre a eficiência econômica. ... De um modo geral, a ACB é realizada antes que um programa de politicas públicas seja implementado, a o método também pode ser usado para avaliar o que os programas correntes tem alcançado. Além disso, dado que a ACB converte todos os custos e benefícios em termos monetários, ele é o melhor método para se usar quando uma intervenção produz desfecho (outcomes) muito diferentes.

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  • Análise de Custo-Benefício: Quando ela é Útil?

    Segundo Taddix, Teutch e Corso (2003, p.130), as ACB são as formas mais apropriadas de análise para o formulador de políticas econômicas (policy marker) nas seguintes situações:

    (i) Ele deve decidir se implementa um programa específico; neste caso a ACB poderia ser usada para mostrar que a implementação de um único programa poderia resultar num ganho liquido em termos de bem-estar social.

    (ii) For requerido escolher entre opções competitivas;

    (iii) tiver que fixar um orçamento e deverá escolher e fixar prioridades para um grupo de projetos potenciais;

    (iv) As intervenções sob consideração poderiam produzir um amplo número de diferentes desfechos (outcomes).

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  • 23

    A análise de custo-benefício permite a comparação de programas e intervenções com resultados inteiramente diferentes.

    Dessa maneira, é possível comparar dois programas completamente não relacionados estritamente dentro de uma base monetária.

    A regra de decisão econômica é escolher a droga ou tratamento com o benefício líquido mais elevado.

    Análise de Custo-Benefício: Vantagens

    http://www.ispor.org/regional_chapters/Brazil/index.asp

  • 24

    A análise custo benefício é singular por ser a única técnica que têm uma regra de decisão definitiva, autocontida para avaliações de intervenções simples.

    Se o benefício líquido da intervenção for positivo, a intervenção deverá ser fundamentada.

    Análise de Custo-Benefício: Vantagens

    http://www.ispor.org/regional_chapters/Brazil/index.asp

  • 25

    Nesta análise o que se procura é identificar a opção de

    tratamento que permite reduzir custos ou aumentar os

    benefícios, especificamente olhando a resposta

    financeira obtida por cada opção.

    Há uma semelhança entre a filosofia adota neste tipo de

    análise e uma aplicação financeira (na qual se

    comparam as opções disponíveis no mercado para se

    descobrir qual proporcionará a maior taxa de lucro).

    Análise de Custo-Benefício

  • 26

    Nesta avaliação econômica os custos do atendimento médico são comparados com os benefícios econômicos do atendimento, onde tanto o custo e o benefício são expressados em unidades monetárias. Os benefícios tipicamente incluem redução no custo de cuidados de saúde no futuro.

    É aplicável quando a opção terapêutica é avaliada tão somente em termos de suas vantagens ou desvantagens econômicas.

    Análise de Custo-Benefício

  • 27

    Objetiva identificar e avaliar sistematicamente todos os custos e benefícios associados a diferentes alternativas, e, assim, determinar qual a alternativa que maximiza a diferença entre benefícios e custos, os quais são expressos em termos monetários.

    Análise de Custo-Benefício

  • 28

    TIR = Taxa Interna de Retorno;

    Bt = Benefício do período t;

    Ct = Custo no período t;

    d = taxa de desconto.

    Σ Bt – Ct / (1 + TIR)t = 0

    Indicador : Taxa Interna de Retorno

    Viabilidade será dada quando TIR = d.

    Análise de Custo-Benefício

  • 29

    A Análise Custo Benefício é de difícil realização porque requer que custos e benefícios sejam mensurados (ou convertidos) em termos monetários.

    Exemplo: realização de tratamento psiquiátrico em hospitais tradicionais ou sem a hospitalização.

    Análise de Custo-Benefício

  • 30

    Para a sua utilização, é necessário levar em conta que as alternativas sob estudo não trazem em si riscos éticos insuportáveis.

    Ex: quando uma opção altamente econômica ou lucrativa tem o potencial de aumentar a morbi-mortalidade, sem que haja razões justas para a sua adoção, não é ético ou mesmo lícito adotá-la. A alternativa mais barata, com potencial danoso, só poderá ser escolhida se for a única opção ou em caso de decisões em prol de uma maioria de indivíduos, que poderia ser prejudicada pela adoção de uma alternativa mais cara.

    Análise de Custo-Benefício

  • 31

    Componentes de uma Análise

    de Custo-Benefício

    CUSTOS ($)

    BENEFÍCIOS ($)

    Diretos não médicos Diretos médicos

    Benefícios Diretos Benefícios indiretos Benefícios intangíveis

    Preferência do paciente

    Dor e Sofrimento

    Disposição a pagar

    Produtividade

    Capital humano

    Disposição a pagar

    Economia direta médica e não médica

  • Análise de Custo-Benefício

    A razão custo benefício é a razão entre o valor atual dos benefícios e o valor atual dos custos.

    Se o RCB for superior a um, então os benefícios superam os custos e a nova tecnologia tem um impacto positivo no bem-estar social.

    32

  • Análise de Custo-Benefício

    Benefícios Diretos – os benefícios diretos são definidos como sendo aquela parte dos custos correntes evitados que estão associados com os gastos com os serviços de saúde; eles representam uma poupança potencial em evitar o uso de recursos na saúde. Estes benefícios podem ocorrer antes do diagnóstico e hospitalização, durante a hospitalização ou tratamento, durante a convalescência ou ainda durante a vida do paciente.

    Os benefícios direto podem derivar dos gastos com prevenção, detecção, tratamento, reabilitação, pesquisa, treinamento e investimento de capital em equipamentos médicos bem como serviços profissionais, medicamentos, pessoal não médico e etc.

    33

  • Análise de Custo-Benefício

    Benefícios indiretos – representam o aumento potencial dos ganhos de rendimento ou produtividade que não teriam sido possíveis sem o determinado programa de saúde. Eles geralmente são calculados como a perda de rendimentos e produtividade evitados que teria acontecido sem o programa fosse implementado.

    As estimativas dos benefícios indiretos evitados incluem a perda de salários e produtividade evitados da doença, a morte evitata para determinada idade etc.

    34

  • Análise de Custo-Benefício

    Benefícios intangíveis da saúde – incluem os benefícios psicológicos da saúde tais como a satisfação da vida com saúde. A sua mensuração exige técnicas especificas.

    35

  • Análise de Custo-Benefício: A Questão da Taxa de Juros

    Segundo McGhan e Kitz (1996,p. 64-65), todos os benefícios e custos que ocorrem em diferentes períodos de tempo devem ser ajustados para refletir valores monetários comparáveis. Isto é feito pela conversão de um montante monetário em valor presente através do uso de uma taxa de juros referida com taxa de desconto. Embora a maioria dos economistas concordem que a taxa de juros deva ser enfatizada, há muita discussão sobre qual taxa deva ser utilizada.

    36

  • Análise de Custo-Benefício: A Questão da Taxa de Juros

    Segundo McGhan e Kitz (1996,p. 64-65), destacam que as consequências de escolhermos uma taxa de juros alta ou baixa são claras: uma taxa de juros baixa favorece projetos cujos benefícios ocorrem num futuro distante, enquanto uma taxa de juros elevada favorece projetos com custos num futuro próximo.

    37

  • Análise de Custo-Benefício: Sequência

    Passo #1 - identificar claramente as intervenções, programas ou regimes terapêuticos a serem avaliados.

    Passo #2 – identificar o valor de todos os recursos consumidos ou os custos relacionados a cada intervenção.

    Passo #3 – identificar todos os benefícios.

    Passo #4 – somar todos os custos e benefícios de cada programa ou intervenção, e determinar os benefícios líquidos.

    38

  • Análise de Custo-Benefício: A Perspectiva da Análise

    Segundo McGhan e Kitz (1996, p. 68-70), uma importante consideração na condução de uma ACB e outros tipo de avaliação econômica é a perspectiva da análise.

    A perspectiva segundo a qual as análises serão conduzidas devem ser consideradas no desenho inicial do estudo. Mais de uma perspectiva pode ser incluída na análise, contudo, a atenção deveria ser devotada para distinguir os valores dos custos e benefícios de cada perspectiva.

    39

  • Análise de Custo-Benefício

    No momento de atribuir valores monetários aos desfechos ou resultados clínicos derivados do uso de medicamentos ou de tecnologias em saúde temos dificuldades pois não há mercado para resultados em saúde (anos de vida ganhos, eventos evitados, vidas salvas), nem para outros mais intangíveis (dor evitado, ansiedade mitigada etc.), dado que é difícil conhecer o valor atribuído a este desfecho.

    40

  • Análise de Custo-Benefício

    A ACB busca estimar qual é o valor (em unidades monetárias) que os indivíduos estariam dispostos a pagar para conseguir uma determinada melhoria em seu estado de saúde ou de um ganho especifico, ou em que medida deveria ser compensado para que aceitasse um piora em sua saúde.

    41

  • Análise de Custo-Benefício

    Segundo Gouveia (2009, p.60), a parte mais polêmica da avaliação de custo benefício é a definição das metodologias a serem usadas para quantificar em termos monetários os ganhos em saúde, tais como, por exemplo, a redução da dor e da incapacidade, o aumento da mobilidade e acima de tudo, o prolongamento da vida.

    42

  • Análise de Custo-Benefício

    i) Métodos de preferência revelada:

    - preços hedônicos;

    - custo de viagem;

    - custos evitados;

    - contribuições voluntárias.

    ii) Métodos de preferência declarada:

    - valorização contingente;

    - análise de conjunto;

    - experimento de escolha discreta.

    43

  • Análise de Custo-Benefício

    Métodos de preferência revelada: consiste em uma estimação inferida do valor que um indivíduo atribui a um determinado benefício através de seu comportamento observado.

    Estes métodos se baseiam nas preferências reveladas (indiretas) que os indivíduos manifestam quando tomam decisões a respeito de situações implicam em um certo risco de perda de saúde ou até mesmo de morte.

    44

  • Análise de Custo-Benefício

    i) preços hedônicos - consiste na estimação da contribuição marginal implícita do atributo relacionado com o estado de saúde ao preço do bem transacionado.

    na prática, segundo Gouveia (2009,p.64-65), o valor de uma vida estatística é obtida por analises econométricas de dados do mercado de trabalho ou de bens relacionados com o risco de vida (por exemplo, carros com cinto de segurança ou air bags).

    45

  • Análise de Custo-Benefício

    Segundo Gouveia (2009, p. 64-65), uma recomendação Européia, da Direção Geral do Ambiente da EU, destinada a EU 15, recomenda um valor de uma vida estatística de 1,4 milhões de euros, a preços de 2000.

    46

  • Análise de Custo-Benefício

    ii) custo da viagem – estima o valor monetário do gasto que os indivíduos estão dispostos a incorrer a fim de obter um serviço de saúde em termos de tempo e deslocamento.

    Cf.https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0167629698000319

    iii) custos evitados – se quantificam os custos em saúde necessários para mitigar ou reduzir alguns determinados efeitos negativos sobre o estado de saúde (como por exemplo a poluição causada pelos automóveis nas grandes cidades);

    iv) as contribuições voluntárias - estimam a disposição mostrada pelos indivíduos para contribuir para a finalidade relacionada com a melhoria da saúde da população;

    47

  • Análise de Custo-Benefício Métodos de preferência declarada – se baseiam em

    juízos e declarações por parte dos indivíduos acerca de como atuariam frente a diferentes situações hipotéticas que lhe são apresentadas e que devem ser o mais próximo da realidade.

    Portanto, trata-se de determinar a disposição a pagar de um indivíduo por uma nova alternativa terapêutica que implique em mudanças em seu estado de saúde ou no estado de saúde de uma população, mediante a simulação de um mercado hipotético com técnicas de questionário e pesquisa.

    48

  • Análise de Custo-Benefício i) o método de valorização contingente - quando se

    busca valorar os efeitos sobre a saúde, a valorização contingente pergunta aos indivíduos qual seria a máxima disposição que estariam dispostos a pagar para incrementar os resultados clínicos ou por obter uma redução hipotética do risco por traz das administração de um tratamento.

    Neste caso se seleciona uma amostra de pacientes que apresentam a doença para a qual será administrada a nova opção terapêutica em estudo ou análise, e é solicitado que complete um questionário.

    49

  • Análise de Custo-Benefício i) o método de valorização contingente - quando se

    busca valorar os efeitos sobre a saúde, a valorização contingente pergunta aos indivíduos qual seria a máxima disposição que estariam dispostos a pagar para incrementar os resultados clínicos ou por obter uma redução hipotética do risco por traz das administração de um tratamento.

    Neste caso se seleciona uma amostra de pacientes que apresentam a doença para a qual será administrada a nova opção terapêutica em estudo ou análise, e é solicitado que complete um questionário.

    50

  • Análise de Custo-Benefício i) o método de valorização contingente:

    http://www.healthpolicyjrnl.com/article/S0168-8510(99)00010-X/fulltexthttp://www.healthpolicyjrnl.com/article/S0168-8510(99)00010-X/fulltext

  • Análise de Custo-Benefício

    ii) análise de conjunto (conjoint analysis) – neste tipo de análise se busca determinar as preferências de um indivíduo ou grupo (e sua disposição à pagar) a partir de uma classificação ordinal (primeiro, segundo, etc.) de diferentes opções terapêuticas mediante técnicas de pesquisa via questionários.

    52

  • Análise de Custo-Benefício

    Segundo Gouveia (2009, p.62-63) as metodologias de análise conjunta (conjoint analysis) partem do principio que se pode decompor cada bem num conjunto de características ou atributos e que o valor de cada bem depende do conjunto de suas características, sendo o preço uma das características mais relevantes.

    A construção destes inquéritos é sofisticada, já que devem ser concebidos para maximizar a informação a utilizar pelos métodos econométricos que permitirão analisar o valor das varias variáveis.

    53

  • Análise de Custo-Benefício

    Segundo Gouveia (2009, p.63), os métodos alternativos para extração dos valores podem ser:

    (i) escolhas entre números pequenos (no limite apenas 2);

    (ii) ordenações (rankings), em que é pedido ao inquirido para ordenar as alternativas em termos de intensidade de preferências;

    (iii) pontuações (ratings) das alternativas, em que se pede ao inquirido que atribua pontuações ás alternativas numa escala previamente definida (por exemplo de 0 a 20).

    54

  • Análise de Custo-Benefício A técnica de análise de conjunto consiste em perguntar

    aos indivíduos que classifiquem um conjunto de alternativas segundo sua ordem de preferências. Cada alternativa será definida por diferentes atributos e vão existir distintos níveis para cada um deles.

    Os resultados de tais ordenações serão empregadas para elaborar um modelo estatístico (geralmente de eleição discreta) que será utilizado para determinar a disposição à pagar (marginal ou total) por um resultado em saúde ou por poder utilizar uma alternativa terapêutica concreta.

    55

  • 56

    Os dois métodos mais comuns observados na literatura farmacoeconômica são as abordagens do capital humano (CH) e da disposição a pagar (DAP).

    Análise de Custo-Benefício

  • 57

    A abordagem do capital humano estima as perdas salariais e de produtividade devido a doença, incapacidade ou morte e pressupõe que o valor dos benefícios à saúde seja igual a produtividade econômica que eles permitem.

    Os dois componentes básicos para o cálculo do CH são a taxa salarial e o tempo perdido (dias ou anos) em decorrência da doença.

    A Abordagem do Capital Humano

  • Análise de Custo-Benefício

    (iii) experimentos de escolha discreta: neste caso temos que a valorização que os indivíduos fazem de uma determinada alternativa terapêutica depende dos níveis que apresentam os atributos que a caracterizam.

    Neste tipo de estudo são listadas as características mais importantes da opção terapêutica a ser valorada e se estima a importância relativa de cada atributo. Uma das características ou atributos é o preço, assim, é possível calcularmos a taxa marginal de substituição de outros atributos, ou seja, quanto se esta disposto a pagar por uma unidade adicional de outros tipos de atributos da nova opção.

    Para maiores detalhes, confira Alvarez (2012, cap.7).

    58

  • 59

    A abordagem da DAP determina quanto as pessoas estão dispostas a pagar para reduzir a chance de um desfecho (outcome) adverso em saúde.

    A principal vantagem da abordagem da DAP é que esse é um método que atribui um valor em dólares a benefícios intangíveis.

    A Abordagem da Disposição a Pagar

  • O Valor Atual Líquido (VAL)

    O VAL, segundo Gouveia (2009, p. 59), é uma medida de rentabilidade de um investimento e mede os valores atuais, do período zero, a diferença entre os benefícios e os custos.

    Um VAL positivo (+) significa que se trata de um bom investimento, cuja realização leva a um aumento do nível de bem-estar da sociedade.

    60

  • 61

    A TIR é a taxa de retorno que iguala o Valor Presente Líquido (VP) de benefícios ao VP de custos. A meta é encontrar a taxa de retorno que tornaria os custos e benefícios iguais. Depois que a TIR é calculada, ela é comparada com uma taxa de barreira especificada.

    A regra de decisão da TIR é a aceitação de todos os projetos que tenham uma TIR maior do que a taxa de barreira.

    Se a TIR for maior do que a taxa de barreira, isso significa que o projeto pode render uma taxa de retorno maior em comparação com algum outro investimento.

    TIR – Taxa Interna de Retorno

    Análise de Custo-Benefício

  • 62

    TIR = Taxa Interna de Retorno;

    Bt = Benefício do período t;

    Ct = Custo no período t;

    d = taxa de desconto.

    Σ Bt – Ct / (1 + TIR)t = 0

    Indicador : Taxa Interna de Retorno

    Viabilidade será dada quando TIR = d.

    Análise de Custo-Benefício

  • 63

    Segundo Gouveia (2009, p;59), a TIR é uma medida da rentabilidade de um projeto que se coloca na dimensão de uma taxa de atualização ou taxa de juros.

    Um investimento ou uma intervenção em saúde é avaliada positivamente se a TIR for superior a taxa de avaliação.

    Por exemplo, se as autoridades em saúde definirem que a taxa de atualização a ser usada na avaliação de tecnologias em saúde for de 5%, então uma nova tecnologia poderá ser adotada se a TIR for superior a 5% e de rejeitá-la se for inferior aquele limiar.

    Análise de Custo-Benefício: A Taxa Interna de Retorno (TIR)

  • 64

    Uma desvantagem deste tipo de análise é a dificuldade de conversão ou tradução dos resultados ou desfechos (outcomes) clínicos e de qualidade de vida não monetários, tais como vidas ou anos de vida ganhos, em unidades monetárias.

    Análise de Custo-Benefício

    http://www.ispor.org/regional_chapters/Brazil/index.asp

  • Análise de Custo-Benefício e a Tomada de Decisões em Saúde

    A análise de custo-benefício é um instrumento válido dentro das análises de avaliação econômica de medicamentos e tecnologias sanitárias.

    Diferente de outras análises econômicas, neste tipo de análise os benefícios de uma alternativa terapêutica são valoradas nas mesmas unidades que os custos – em unidades monetárias - as quais podem resulta de uma soma da utilidade para os responsáveis pelas decisões no momento de se fixar os objetivos de eficiência alocativa. Assim, seu emprego pode ser entendido de modo independente, bem como complementar, sendo de grande utilidade para as análises de custo-efetividade ou de custo-utilidade.

    65

  • Análise de Custo-Benefício e a Tomada de Decisões em Saúde

    O objetivo da análise de custo-benefício, do ponto de vista teórico, é maximizar os benefícios sociais líquidos do uso dos recursos disponíveis, e maximizar o bem-estar social.

    A ACB é o tipo mais amplo de avaliação econômica, e busca averiguar se os efeitos positivos de uma intervenção sanitária estão justificados de acordo com os custos que geram sua implantação.

    66

  • Análise de Custo-Benefício e a Tomada de Decisões em Saúde

    Dado que os desfechos e custos em saúde são convertidos em unidades monetárias, este tipo de estudo permitirá avaliar a implantação de uma intervenção terapêutica ao invés de não fazê-la, comparar entre a incorporação e uso de distintas opções terapêuticas com resultados diferentes, assim como comparar o uso de intervenções sanitárias com outros programas realizados fora do âmbito sanitário.

    67

  • Análise de Custo-Benefício e a Tomada de Decisões em Saúde

    Alvarez (2012, p.91) destaca também que, no contexto espanhol, mas também é válido no contexto brasileiro, que o uso da ACB na tomada de decisões no âmbito sanitário apresenta dois importantes aspectos conflitivos: (i) como traduzir em unidades monetárias os efeitos sobre a saúde (tarefa difícil de entender por parte dos profissionais sanitários) e (ii) dado que tanto o sistema espanhol como o brasileiro é público e grátis (em sua grande maioria) para os pacientes.

    Tais fatos, segundo ele, dificultam em grande parte, poder conhecer realmente a disponibilidade a pagar dos indivíduos da sociedade na hora de conseguir resultados em saúde adicionais (anos de vida, vida ajustados pela qualidade etc.) que irão dificultar seu uso na prática diária por parte dos tomadores de decisão.

    68

  • Análise de Custo-Benefício: Aplicabilidade

    Segundo McGhan e Kitz (1996,p. 71-72), as análises de custo benefício e custo efetividade são, ambas, instrumentos úteis para avaliar o impacto econômico de programas médicos ou intervenções. Contudo, segundo eles, existiriam várias distinções importantes:

    (i) A ACB pode ser aplicada a um ou a múltiplos programas, enquanto que a ACE, de um modo geral, é usada para comparar dois ou mais programas;

    (ii) A ACB pode ser usada para comparar programas com diferentes desfechos, em contraste, a ACE é um método para identificar o menos caro para um resultado similar;

    (iii) A ACB requer que todo os custos e benefícios estejam em valores monetários.

    69

  • Análise de Custo-Benefício: Aplicabilidade

    Para McGhan e Kitz (1996,p. 71-72), a análise de custo efetividade seria mais apropriada quando um único efeito ou desfecho pudesse ser definido.

    Já a ACB seria mais apropriada quando um único programa deve ser avaliado ou quando os recursos financeiros são limitados e as decisões de alocação orçamentária ser feitas entre programas com desfechos não relacionados.

    70

  • Análise de Custo-Benefício: Críticas

    Para Gouveia (2009, p.57) – “podemos agrupar as objeções à analise de custo-benefício em três categorias:

    (i) por um lado há quem não aceite que a saúde possa ser medida em valores monetários;

    (ii) por outro lado há quem não tenha objeções ao princípio da análise de custo-benefício mas não confie na validade dos instrumentos para monetizar os ganhos de saúde;

    (iii) por último, há quem acentue que as estimativas de disposição a pagar podem estar dependentes da distribuição da capacidade para pagar, ou seja da distribuição do rendimentos. Como tal, acusam a análise de custo benefício de implicitamente aceitar os valores éticos que justificam a distribuição do rendimento prevalecente.”

    71

  • Análise de Custo-Benefício: Críticas

    Gouveia (2009, p.65) destaca também que as aplicações metodológicas para avaliar os benefícios ainda tem alguns problemas pois muitas vezes pode haver uma distância considerável entre o que as pessoas declaram e a forma como de fato se comportam.

    72

  • Análise de Custo-Benefício: Argumentos Favoráveis

    Para Gouveia (2009, p.57-58), a principal vantagem das análises de custo-benefício estaria na sua aplicação universal, pois ao medir os benefícios em termos monetários, são obtidos resultados que nos permitem comparar o impacto no bem-estar da coparticipação de um medicamento com o impacto da construção de uma estrada ou da constituição de um parque natural.

    73

  • Análise de Custo-Benefício: Argumentos Favoráveis

    Gouveia (2009, p.58) destaca também que os custos de oportunidade das intervenções em saúde se fazem sentir não só na saúde como em outras áreas. Assim, se os custos de oportunidade dos recursos usados na saúde são transversais, afetando todas as áreas em que os recursos públicos poderiam ter emprego alternativo, é de crer que seja fundamental procurar uma medida transversal dos benefícios, o que é claramente o caso quando estes se medem monetariamente.

    74

  • Análise de Custo-Benefício: Argumentos Favoráveis

    Para Gouveia (2009, p.58), num contexto de recursos escassos, a análise de custo benefícios seria a única modalidade (comparada por exemplo, com as análise de custos efetividade e custo utilidade) que permite escolhas racionais entre utilizações alternativas dos recursos públicos quer dentro quer fora da área de saúde. Assim, a ACB seria adequada para fornecer argumentos racionais para que determinados investimentos em saúde tenham (ou não...) prioridade orçamentária sobre outras atividades estatais.

    75

  • Análise de Custo-Benefício: Argumentos Favoráveis

    Gouveia (2009, p.65), a principal vantagem das ACB é que elas tem validade global, sendo os resultados de custo benefício de uma intervenção comparáveis com os resultados de investir em uma nova escola ou na melhoria do policiamento de uma zona problemática. Em particular, a análise de custo benefício permitir determinar em absoluto se uma intervenção vale a pena.

    76

  • Análise de Custo-Benefício: Argumentos Favoráveis

    Segundo Messonnier e Meltzer (2003, p. 149-150), o uso da ACB para a avaliação de programas em áreas emocional e politicamente sensíveis, tais como a da saúde, pode ajudar a tornar os custos e os desfecho (resultados/outcomes) explícitos, adicionando assim claridade a discussão das politicas e programas.

    As ACB também podem proporcionar aos tomadores de decisão informações úteis as quais podem balizar as decisões do ponto de vista econômico, orçamentário, político e jurídico.

    77

  • Análise de Custo-Benefício: Argumentos Favoráveis

    Segundo Messonnier e Meltzer (2003, p. 150), as ACB também podem proporcionar aos tomadores de decisão informações úteis as quais podem balizar as decisões do ponto de vista econômico, orçamentário, político e jurídico. A ACB não elimina a necessidade para um julgamento nas tomadas de decisões de políticas públicas em saúde. Entretanto, as ACB devem forçar os agentes envolvidos a examinar com mais cuidado os recursos envolvidos para um intervenção, o valor dos desfechos em saúde e o próprio processo de decisão.

    78

  • Análise de Custo-Benefício: Argumentos Favoráveis

    Segundo Messonnier e Meltzer (2003, p. 150), as ACB também nos ajudam a esclarecer o que é e o que não é conhecido sobre uma intervenção e seus resultados potenciais.

    Ela também deve ressaltar importantes aspectos para uma intervenção que tipicamente não são quantificados numa ACB, como os aspectos distributivos de uma intervenção (quem serão os beneficiados e sobre quem recaíram os custos.

    79

  • 80

    Tipo de Avaliação: Custo – Benefício

    Medida de Custos: Unidades Monetárias

    Medida de Efeitos: Unidades Monetárias

    Análises: (CA - BA) - (CB - BB) Vantagem: Permite comparar diferentes tipos de

    alternativas farmacológicas, bem com outros programas não relacionados a área da saúde.

    Limitação: Dificuldade de converter resultados de saúde em unidades monetárias

    Análise de Custo-Benefício: Resumo

  • Exemplos

  • 82

    Exemplo #1

  • 83

    Exemplo #2

  • 84

  • 85

  • Exemplo #4

    Cost-benefit analysis of mammography screening in Denmark based on discrete ranking data.

    Gyrd-Hansen D

    OBJECTIVE: Economic evaluations such as cost-effectiveness and cost-utility analyses generally fail to incorporate elements of intangible costs and benefits, such as anxiety and discomfort associated with the screening test and diagnostic test, as well as the magnitude of utility associated with a reduction in the risk of dying from cancer. This paper seeks to include all costs and effects incurred by introducing mammography screening through the application of discrete ranking modeling.

    METHODS: In the present analysis, 207 women were interviewed and asked to rank, according to priority, a number of alternative breast cancer screening setups. The alternative programs varied with respect to number of tests performed, risk reduction obtained, probability of a false-positive outcome, and extent of copayment. Using discrete ranking modeling, the stated preferences were analyzed and the relative weighting of the program attributes identified. For a range of hypothetical breast cancer programs, relative utilities and corresponding willingness-to-pay estimates were derived.

    RESULTS: A comparison of cost and willingness to pay for each of the programs suggested that net benefits are maximized when screening person aged 50-74 years biennially. More intensive screening produces lower or similar levels of utility at a higher cost.

    CONCLUSION: Discrete ranking modeling can aid decision making by identifying inferior healthcare programs, i.e., programs that are more costly but less beneficial.

    86

    https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/?term=Gyrd-Hansen%20D%5BAuthor%5D&cauthor=true&cauthor_uid=11028136https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/?term=Gyrd-Hansen%20D%5BAuthor%5D&cauthor=true&cauthor_uid=11028136https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/?term=Gyrd-Hansen%20D%5BAuthor%5D&cauthor=true&cauthor_uid=11028136

  • Exemplo #5

    87

  • Exemplo #5

    88

  • Exemplo #6

    89

    Screening for colorectal cancer: A cost benefit analysis on a health

    prevention programme at the Boehringer Ingelheim Company

    •May 2011

    •DMW - Deutsche Medizinische Wochenschrift 136(20):1047-52

    •DOI

    •10.1055/s-0031-1275840

    •Source

    •PubMed

    https://www.researchgate.net/deref/http%3A%2F%2Fwww.ncbi.nlm.nih.gov%2Fpubmed%2F21560104

  • Exemplo #6

    90

    In Germany, approximately 70.000 people are diagnosed with colorectal cancer every year. With early

    diagnosis the recovery rates are over 90 % and early intervention can significantly reduce the costs of

    medical treatment as well as the economic losses from worker productivity. We here present the

    organisational procedure for bowel cancer screening and have weighed the costs against benefits to

    employees, the company and the healthcare system. The screening costs are compared with

    economic benefits. The target group for the study consisted of all 11.536 employees at the company's

    site in Germany. Volunteers were given a standardized questionnaire about the risk factors for

    colorectal cancers and an immunological fecal occult blood test (IFOBT). If risk factors for

    development of colorectal cancer were present or if the test result was positive, a colonoscopy was

    recommended in accordance with DGVS guidelines (German Society of Digestive and Metabolic

    diseases). A total of 4.287 employees (37.2 %) indicated an interest in undergoing screening; at the

    end of the period 3.958 complete datasets (2.296 men and 1.662 women, mean age 51.2 years) were

    available for evaluation. A colonoscopy was performed on 114 persons. Six cases of overt cancer

    were detected with three in the 36 - 50 age group and three in the 51 - 65 age group. Five of the six

    cases were stage T1 or T2. Adenomatous polyps were found and removed in 29 persons. The

    calculated cost benefit ratio was 1:2 for the company and 1:35 for the public health system. Using the

    example of colorectal screening, this study represents a cost benefit analysis of this preventative

    health measure in a company environment. The results show that even while taking into account the

    financial and personal commitment required, the cost benefit ratio is positive both for the company and

    for the healthcare system.

  • Bibliografia Sugerida – Outros Estudos

    https://ac.els-cdn.com/S0213911191710510/1-s2.0-S0213911191710510-main.pdf?_tid=f644cbea-af35-43d7-877e-a3b27888eb3c&acdnat=1521321529_0f964df289cc31ef52914807df5e5c07

    https://pdfs.semanticscholar.org/961f/77dc751b1ee567b6320be66554e7359cf1ad.pdf

    91

    https://ac.els-cdn.com/S0213911191710510/1-s2.0-S0213911191710510-main.pdf?_tid=f644cbea-af35-43d7-877e-a3b27888eb3c&acdnat=1521321529_0f964df289cc31ef52914807df5e5c07https://ac.els-cdn.com/S0213911191710510/1-s2.0-S0213911191710510-main.pdf?_tid=f644cbea-af35-43d7-877e-a3b27888eb3c&acdnat=1521321529_0f964df289cc31ef52914807df5e5c07https://ac.els-cdn.com/S0213911191710510/1-s2.0-S0213911191710510-main.pdf?_tid=f644cbea-af35-43d7-877e-a3b27888eb3c&acdnat=1521321529_0f964df289cc31ef52914807df5e5c07https://ac.els-cdn.com/S0213911191710510/1-s2.0-S0213911191710510-main.pdf?_tid=f644cbea-af35-43d7-877e-a3b27888eb3c&acdnat=1521321529_0f964df289cc31ef52914807df5e5c07https://ac.els-cdn.com/S0213911191710510/1-s2.0-S0213911191710510-main.pdf?_tid=f644cbea-af35-43d7-877e-a3b27888eb3c&acdnat=1521321529_0f964df289cc31ef52914807df5e5c07https://ac.els-cdn.com/S0213911191710510/1-s2.0-S0213911191710510-main.pdf?_tid=f644cbea-af35-43d7-877e-a3b27888eb3c&acdnat=1521321529_0f964df289cc31ef52914807df5e5c07https://ac.els-cdn.com/S0213911191710510/1-s2.0-S0213911191710510-main.pdf?_tid=f644cbea-af35-43d7-877e-a3b27888eb3c&acdnat=1521321529_0f964df289cc31ef52914807df5e5c07https://ac.els-cdn.com/S0213911191710510/1-s2.0-S0213911191710510-main.pdf?_tid=f644cbea-af35-43d7-877e-a3b27888eb3c&acdnat=1521321529_0f964df289cc31ef52914807df5e5c07https://ac.els-cdn.com/S0213911191710510/1-s2.0-S0213911191710510-main.pdf?_tid=f644cbea-af35-43d7-877e-a3b27888eb3c&acdnat=1521321529_0f964df289cc31ef52914807df5e5c07https://ac.els-cdn.com/S0213911191710510/1-s2.0-S0213911191710510-main.pdf?_tid=f644cbea-af35-43d7-877e-a3b27888eb3c&acdnat=1521321529_0f964df289cc31ef52914807df5e5c07https://ac.els-cdn.com/S0213911191710510/1-s2.0-S0213911191710510-main.pdf?_tid=f644cbea-af35-43d7-877e-a3b27888eb3c&acdnat=1521321529_0f964df289cc31ef52914807df5e5c07https://ac.els-cdn.com/S0213911191710510/1-s2.0-S0213911191710510-main.pdf?_tid=f644cbea-af35-43d7-877e-a3b27888eb3c&acdnat=1521321529_0f964df289cc31ef52914807df5e5c07https://ac.els-cdn.com/S0213911191710510/1-s2.0-S0213911191710510-main.pdf?_tid=f644cbea-af35-43d7-877e-a3b27888eb3c&acdnat=1521321529_0f964df289cc31ef52914807df5e5c07https://ac.els-cdn.com/S0213911191710510/1-s2.0-S0213911191710510-main.pdf?_tid=f644cbea-af35-43d7-877e-a3b27888eb3c&acdnat=1521321529_0f964df289cc31ef52914807df5e5c07https://ac.els-cdn.com/S0213911191710510/1-s2.0-S0213911191710510-main.pdf?_tid=f644cbea-af35-43d7-877e-a3b27888eb3c&acdnat=1521321529_0f964df289cc31ef52914807df5e5c07https://ac.els-cdn.com/S0213911191710510/1-s2.0-S0213911191710510-main.pdf?_tid=f644cbea-af35-43d7-877e-a3b27888eb3c&acdnat=1521321529_0f964df289cc31ef52914807df5e5c07https://ac.els-cdn.com/S0213911191710510/1-s2.0-S0213911191710510-main.pdf?_tid=f644cbea-af35-43d7-877e-a3b27888eb3c&acdnat=1521321529_0f964df289cc31ef52914807df5e5c07https://pdfs.semanticscholar.org/961f/77dc751b1ee567b6320be66554e7359cf1ad.pdfhttps://pdfs.semanticscholar.org/961f/77dc751b1ee567b6320be66554e7359cf1ad.pdf

  • FIM

    Giácomo Balbinotto Neto

    (UFRGS/IATS)

    Farmacoeconomia: Análise de Custo-Benefício