Farmacologia Em Implantodontia

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Farmacologia em Implantodontia

Farmacologia em ImplantodontiaCurso de aperfeioamento em implantodontiaIPUC Instituto Pr-Universidade CanoenseOs procedimentos na rea da implantodontia so considerados do ponto de vista tcnico como sendo invasivos.

So relatados os mais variados nveis de dor ps operatria associados aos implantes e enxertos bem como sendo procedimentos que acabam por gerar tenso e/ou ansiedade para o paciente

Gomes Jnior, 2002Pelo carter de invasividade j mencionado dos procedimentos dessa rea, h igualmente a expectativa de que o paciente possa manifestar dor e edema no perodo ps-operatrio, bem como infeco.

Gomes Junior, 2002;Temponi, 2011;Sendyk,2005;Ranieri,2005

Controle do medo e da Ansiedade

A ansiedade caracterizada:

palidez, sudorese palmar, palpitaes, contrao da musculatura da mmica, desordens gastrintestinais, tremores, tonturas, boca seca, tenso muscular (postura defensiva), fraqueza, taquipnia e dificuldade respiratria, Estudos mostram que 48% das pessoas tem medo do tratamento odontolgico, sendo que em 20% o medo considervel,

Gatchel, 1989;Milgrom, 1988A dor um importante fator que leva o paciente ao consultrio odontolgico, o medo e a ansiedade pela expectativa de dor so fatores que induzem os pacientes a adiarem ou a furtarem-se ao tratamento odontolgico.Indivduos assim acabaro necessitando de tratamento de urgncia, o que os predispe a situaes ainda mais crticas no que se refere gerao de pnico e ansiedade, acabando por coloc-los em um ciclo vicioso de medo, ansiedade e dor, que acaba por afast-lo cada vez mais do tratamento odontolgico.

Mindus, 1987;Pacientes que se apresentaram apreensivos e ansiosos ao tratamento esto mais propensos a apresentarem complicaes ps operatrias.

Algumas das explicaes seriam que esses pacientes apresentam diminuio do fluxo salivar, o que aumenta o risco de infeco nas etapas posteriores ao procedimento cirrgico.

Artigo de 1993 - Anxiety Can lncrease Post-Surgical Complications?Portanto, Sedao mnima pode ser considerada como parte do protocolo farmacolgico j que os pacientes podem apresentar um grau aumentado de ansiedade, interrompendo o curso da interveno, entre outras possveis intercorrncias.

Bentes, 2012Tendo em mente a menor segurana dos ansiolticos de uso intravenoso, a escolha recai sobre os de administrao por via oral.

Gomes Junior,2002; Bentes 2012

O grupo de frmacos em questo dos benzodiazepnicos, tendo como exemplo principais o midazolam e o triazolam, nas respectivas concentraes de 7,5 mg e 0,25 mg, que demonstraram segurana e efetividade em controlar a ansiedade

Gomes Junior,2002; Bentes 2012

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Os benzodiazepnicos esto entre as drogas mais largamente prescritas e empregadas em todo o mundo, constituindo a principal modalidade teraputica para o tratamento de desordens relacionadas ansiedade

Cogo, 2006; Loeffler, 1998.

Os benzodiazepnicos apresentam baixa incidncia de efeitos adversos e toxicidade, particularmente em tratamentos de curta durao, como o caso do uso em odontologia. Entretanto, uma pequena porcentagem dos pacientes (principalmente crianas e idosos) podem apresentar o chamado efeito paradoxal, caracterizado por excitao, agressividade e irritabilidade, mesmo em baixas doses.

Cogo, 2006; Wanmmacher, 1995

O principal objetivo da sedao consciente minimizar o medo e a ansiedade do paciente sem levar perda da conscincia. Essa a diferena para a anestesia geral, pois na sedao consciente a percepo objetiva da realidade preservada.De acordo com Wannmacher e Ferreira quando a apreenso e o medo ao tratamento odontolgico tm um carter antecipatrio, ou seja, est baseado simplesmente no fato de o paciente estar aguardando ansiosamente pelo procedimento, pode-se administrar o medicamento selecionado na noite anterior.

Controle da Dor

A resposta inflamatria caracteriza-se como um autntico mecanismo de defesa do organismo, e por tal motivo, fundamental para a manuteno da vida.

Na sua ausncia qualquer leso por mais simples que possa ser considerada no seria reparada, tornando-se ferida aberta indefinidamente.Porm em algumas circunstncias, a inflamao pode perder seu carter defensivo, assumindo, paradoxalmente, um carter agressivo.

A propsito, a resposta inflamatria decorrente de intervenes na cavidade oral bem evidente quando se realizam procedimentos invasivos, como o so as cirurgias.Nos procedimentos cirrgicos, a dor classificada como dor aguda de carter inflamatrio e sua intensidade ocorre proporcionalmente ao grau de estimulao das terminaes nervosas livres do local

Andrade, 2000Para o controle da dor ps-operatria, seria necessria a utilizao de drogas que tem por objetivo inibir a biossntese da ciclooxigenase e da enzima fosfolipase A2, e entre estas se encontram os antiinflamatrios no esteroidais (AINE)

Ranieri, 2005 Segundo Andrade, quando os nociceptores j se encontram sensibilizados, estas drogas no mais atuam como analgsicos efetivos, o que sugere que os antiinflamatrios constituem-se em drogas que devem ser administradas uma hora antes de iniciar o procedimento cirrgico.

Por sua vez, as drogas analgsicas deprimem diretamente a atividade nociceptora, diminuindo o estado de hiperalgesia persistente por meio do bloqueio da entrada nas terminaes nervosas.

Segundo Ranieri e Andrade, a droga padro para deprimir diretamente o nociceptor a dipirona, enquanto que o paracetamol age eficientemente sobre as prostaglandinas sintetizadas pelo tecido nervoso central.Esses autores consideraram que o uso AINEs seletivo (celecoxib) administrado uma hora antes do procedimento, mantendo-o por dois a trs dias no mximo e analgsico (dipirona) por dois dias no mximo e concluram que o esquema teraputico que inclui o uso de AINEs seletivos e analgsico no controle da dor, em Implantodontia, eficiente.29A maior ocorrncia da dor ps-operatria foi observada no perodo de trs horas, decrescendo gradualmente nos perodos subsequentes.

Andrade, 2000

No tempo de observao de trs horas, 21 pacientes ingeriram a droga, decrescendo para trs pacientes no perodo de 9 horas e voltando a aumentar nos perodos de 18 e 24 horas para a somatria de 12 e 14 ingestes em todos os pacientes respectivamente.A melhora do quadro sintomatolgico, ocasiona a negligncia teraputica, passando a desenvolver suas atividades normais, o que provoca o retorno da sintomatologia devido ao esforo, estresse e atividades inadequadas no ps-operatrio de uma interveno cirrgica.

A ao da dipirona 500 mg e do paracetamol 750 mg foram avaliados aps a colocao de implantes dentrios e acabam por concluir que a dipirona possui efeito analgsico superior ao paracetamol e o julgaram suficiente para o controle da dor ps operatria.

Lacerda, 2011Outro artigo, refere que o paciente deve ser mantido com analgesia (paracetamol: 750mg de 8/8 horas) enquanto tiver dor e corticoterapia intramuscular (dexametasona: 8mg intracirrgica em dose nica).

Ztola, 2002Apesar dos autores divergirem tanto, parece que um protocolo farmacolgico analgsico com prescrio de corticosteride uma hora antes da cirurgia ou no transoperatrio (dexametasona 8mg) e o controle da dor com dipirona 500 mg aps a cirurgia parece ser suficiente para o conforto do paciente com relao dor e ao edema.

Outro protocolo plausvel seria o uso de AINE (seletivo ou no) administrado via oral uma hora antes da cirurgia, e o controle da dor posterior com a continuao do mesmo mais o uso de analgsico.Controle da InfecoA antibioticoterapia profiltica pode ser definida como o uso profiltico de antibiticos em pacientes que no apresentam sinais ou sintomas de infeces, com o objetivo de prevenir o seu surgimento em situaes de alto risco

Seabra, 2004;Moreira, 2010;Lima, 2003No h consenso na literatura sobre o protocolo medicamentoso para cirurgias de implantes dentrios.

Em pacientes saudveis, sem risco de endocardite bacteriana:

quantidade de implantes a serem instaladosextenso da incisohabilidade e experincia do cirurgiouso de membranas e/ou enxertostempo do procedimento cirrgicoalm de fatores sistmicos dos pacientesMoreira, 2010Muito embora no exista na literatura um protocolo unificado para uso de antibiticos, os autores parecem concordar que o uso profiltico (prcirrgico) parece ser suficiente para as colocaes dos implantes osseointegrveis, sendo desnecessrio e excessivo o uso do mesmo nos dias aps a cirurgia.

Lima 2003; Moreira 2010;Temponi,2011Em um ensaio clnico, autores selecionaram pacientes, sem patologias sistmicas que comprometessem a resposta imune, sem terapias imunossupressoras em curso ou apresentando patologias locais.

Temponi, 2011Os resultados mostraram no haver ocorrncia de infeco ou perda de implantes nos grupos avaliados, no tendo o uso de antibitico sistmico influenciado nesses ndices.

Temponi, 2011

Em outro estudo, 64 pacientes, nos quais foram instalados 104 implantes, foram divididos em dois grupos com o mesmo nmero de integrantes.

Ao grupo controle foi prescrito 1,0 g de amoxicilina uma hora antes do procedimento e 500 mg a cada oito horas por sete dias. O grupo teste foi medicado com 1,0 g de amoxicilina uma hora antes do procedimento.

Monteiro, 2012

O acompanhamento ocorreu at a conexo do intermedirio, observando-se as complicaes e perdas dos implantes.Concluiu-se que o regime de antibioticoterapia estendida por sete dias aps a cirurgia no prov proteo adicional contra infeces locais no ps-operatrio.