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Farmácia Hospitalar: a eficiência e desempenho das atividades farmacêuticas no ambiente hospitalar. Raquel de Brito Eça Graduanda em Farmácia - Bioquímica Centro Universitário de Caratinga Campus UNEC de Nanuque. E-mail [email protected] Pedro Henrique de Amorim Miranda Graduado em Farmácia Doutor em Ciências Biológicas, área Bioquímica Metabólica e Fisiológica Universidade Federal de Ouro Preto/UFOP - E-mail [email protected] Daniel Rodrigues Silva - Graduado em Farmácia Bioquímica e Doutor em Ciências Farmacêuticas - Coordenador do curso de Farmácia do Centro Universitário de Caratinga Campus UNEC de Nanuque E-mail - [email protected] Resumo: A farmácia hospitalar permite identificar quais serviços são prestados em um hospital. É cada vez mais valorizada com o reconhecimento da importância do uso racional de medicamentos, no qual o profissional farmacêutico atua de uma forma eficaz para melhor uso do medicamento, onde se desenvolve atividades ligadas à produção, armazenamento, controle, dispensação e distribuição de medicamentos e correlatos às unidades hospitalares. A principal razão de ser da farmácia é servir ao paciente, objetivando dispensar medicações seguras, cooperando para a qualidade dos mesmos, e sua assistência farmacêutica. Os procedimentos metodológicos foram constituídos no decorrer da avaliação através de pesquisas que foram: Fontes e acessos de dados, características da amostra onde é totalmente voltado aos pacientes do hospital. Pesquisas de artigos científicos, pesquisa orientada na internet e em obras de referência, livros e revistas. A farmácia hospitalar possibilita ao farmacêutico o contato com a rotina prática, além de identificar sua estrutura física, eficiência e eficácia na assistência ao paciente e a importância do profissional farmacêutico nesta área. Palavras-Chave: Assistência, dispensação, qualidade, pacientes. 1. Introdução A farmácia hospitalar é um setor localizado dentro da instituição hospital. No seu início era definido como locais que acolhiam os enfermos facilitando a assistência que se pretendia prestar a eles, constituíam na sua origem, antes de tudo, dar o teto, o leito, o alimento e o cuidado aos necessitados. (CAVALLINI, 2010) A farmácia hospitalar é hoje em dia uma unidade do hospital que tem vários objetivos, dentre eles: garantir o uso e seguro e racional dos medicamentos prescritos e responder aos pedidos de medicamentos dos pacientes hospitalizados. (SIMONETTI et al., 2009) Segundo GOMES, 2003: [...] A evolução histórica da Farmácia Hospitalar no Brasil está vinculada à estruturação do complexo médico industrial. No início do século XX, o farmacêutico era o profissional de referência para a sociedade nos aspectos do medicamento, atuando e exercendo influência sobre todas as etapas do ciclo do medicamento. Nesta fase artesanal, além da guarda e dispensação de medicamentos, o farmacêutico hospitalar era responsável, também, pela manipulação de, praticamente, todo o arsenal terapêutico disponível na época. A expansão da indústria farmacêutica, o abandono da prática de formulação pela classe médica e a diversificação do campo de atuação do profissional farmacêutico, levaram-no a se distanciar da área de medicamentos descaracterizado a farmácia. No período compreendido entre

Farmácia Hospitalar: a eficiência e desempenho das ... · A dispensação intra-hospitalar é direcionada ao paciente internado (hospitalizado) e a outra é destinada aos pacientes

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Farmácia Hospitalar: a eficiência e desempenho das atividades

farmacêuticas no ambiente hospitalar.

Raquel de Brito Eça – Graduanda em Farmácia - Bioquímica – Centro Universitário de Caratinga – Campus

UNEC de Nanuque. E-mail – [email protected]

Pedro Henrique de Amorim Miranda – Graduado em Farmácia – Doutor em Ciências Biológicas, área

Bioquímica Metabólica e Fisiológica – Universidade Federal de Ouro Preto/UFOP - E-mail –

[email protected]

Daniel Rodrigues Silva - Graduado em Farmácia – Bioquímica e Doutor em Ciências Farmacêuticas -

Coordenador do curso de Farmácia do Centro Universitário de Caratinga – Campus UNEC de Nanuque – E-mail

- [email protected]

Resumo: A farmácia hospitalar permite identificar quais serviços são prestados em um hospital. É

cada vez mais valorizada com o reconhecimento da importância do uso racional de medicamentos, no

qual o profissional farmacêutico atua de uma forma eficaz para melhor uso do medicamento, onde se

desenvolve atividades ligadas à produção, armazenamento, controle, dispensação e distribuição de

medicamentos e correlatos às unidades hospitalares. A principal razão de ser da farmácia é servir ao

paciente, objetivando dispensar medicações seguras, cooperando para a qualidade dos mesmos, e sua

assistência farmacêutica. Os procedimentos metodológicos foram constituídos no decorrer da

avaliação através de pesquisas que foram: Fontes e acessos de dados, características da amostra onde é

totalmente voltado aos pacientes do hospital. Pesquisas de artigos científicos, pesquisa orientada na

internet e em obras de referência, livros e revistas. A farmácia hospitalar possibilita ao farmacêutico o

contato com a rotina prática, além de identificar sua estrutura física, eficiência e eficácia na assistência

ao paciente e a importância do profissional farmacêutico nesta área.

Palavras-Chave: Assistência, dispensação, qualidade, pacientes.

1. Introdução

A farmácia hospitalar é um setor localizado dentro da instituição hospital. No seu início era

definido como locais que acolhiam os enfermos facilitando a assistência que se pretendia

prestar a eles, constituíam na sua origem, antes de tudo, dar o teto, o leito, o alimento e o

cuidado aos necessitados. (CAVALLINI, 2010)

A farmácia hospitalar é hoje em dia uma unidade do hospital que tem vários objetivos, dentre

eles: garantir o uso e seguro e racional dos medicamentos prescritos e responder aos pedidos

de medicamentos dos pacientes hospitalizados. (SIMONETTI et al., 2009)

Segundo GOMES, 2003:

[...] A evolução histórica da Farmácia Hospitalar no Brasil está vinculada à

estruturação do complexo médico industrial. No início do século XX, o

farmacêutico era o profissional de referência para a sociedade nos aspectos

do medicamento, atuando e exercendo influência sobre todas as etapas do

ciclo do medicamento. Nesta fase artesanal, além da guarda e dispensação de

medicamentos, o farmacêutico hospitalar era responsável, também, pela

manipulação de, praticamente, todo o arsenal terapêutico disponível na

época. A expansão da indústria farmacêutica, o abandono da prática de

formulação pela classe médica e a diversificação do campo de atuação do

profissional farmacêutico, levaram-no a se distanciar da área de

medicamentos descaracterizado a farmácia. No período compreendido entre

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1920 e 1950 intensificou-se essa descaracterização das funções do

farmacêutico e as farmácias hospitalares converteram-se num canal de

distribuição de medicamentos produzidos pela indústria. Desde 1950

evidenciou-se uma fase de desenvolvimento da farmácia hospitalar, com

grande enfoque na questão da fabricação de medicamentos. [...] (GOMES,

2003)

São organizadas atividades clínicas durante toda a organização da Assistência Farmacêutica,

relacionadas a gestão. Compreende a escolha dos medicamentos necessários, sua

programação, aquisição, e se esses medicamentos que estão guardados nos seus devidos

lugares. Manipula aqueles necessários e/ou indisponíveis no mercado, a sua dispensação e

garantia de segurança e, é de grande importância orientar ao paciente e a equipe de saúde.

(OSORIO, 2004)

A Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar foi criada (SBRAFH) em 1995 e tem grande

contribuição para a melhora dessa profissão e para seu desenvolvimento da sua produção

técnico-científica em áreas da assistência farmacêutica hospitalar. Atua em todas as fases da

terapia medicamentosa, cuidando, em cada momento da atualização de grandes planos

assistenciais, econômicos, de ensino e de pesquisa. (GRECCHI, 2010)

A Farmácia Hospitalar tem por finalidade desenvolver profissionais e prestar assistência

integral ao paciente e sua equipe de saúde. De nenhuma maneira pode se considerar uma

atenção integral à saúde reduzindo a Assistência Farmacêutica. (COSTA, 2014)

Os benefícios do atendimento farmacêutico hospitalar garantem qualidade de assistência ao

paciente por modo seguro dos medicamentos e correlatos, até a certeza do uso correto dos

medicamentos que serão prescritos pelo médico, por meio de compras de medicamentos e

materiais hospitalares. (SANTANA, 2014)

[...] A farmácia hospitalar em conjunto com a equipe médica passa a ser de extrema

importância quando possui um canal de comunicação eficaz, permitindo que as

equipes transmitam e recebam as informações de forma correta. Os problemas de

comunicação que podem gerar atos inseguros podem ocorrer quando a mensagem não

é corretamente transmitida ou quando o receptor interpreta de forma equivocada ou

com atraso [...] (SFORSIN, 2012).

Verifica-se que o controle de qualidade de medicamentos na Farmácia Hospitalar é o conjunto

de medidas que são voltadas na verificação da qualidade de cada um desses produtos, para

que suas atividades sejam satisfatórias, com pureza e eficácia. O comportamento de uma

grande e completa instituição como um hospital é determinado por ações e decisões de muitas

pessoas. O sistema de garantia da qualidade nessas instituições hospitalares, possibilitam que

estejam tudo sob controle, orientando para a redução e prevenção das deficiências de

qualidade. (NORA-MELLO, 2015)

A instituição hospitalar deve fazer com que os profissionais sejam qualificados para que

assumem suas funções requerendo alto nível de conhecimento. Os pacientes sempre estão em

busca de qualidades nos serviços prestados. Além do mais, esses profissionais são exigidos a

terem novos conhecimentos técnicos e habilidades interpessoais. Depois de ser reconhecida

pela sua importância estratégica, a Farmácia Hospitalar teve um grande significado, que visa

primordialmente a assistência ao paciente no âmbito dos medicamentos e correlato e executa

uma série de atividades com o objetivo de fazer o uso racional de medicamentos. (SALIM,

1986)

A farmácia hospitalar possue como um dos serviços técnicos do hospital, responsável por um

dos maiores gastos que é o medicamento. É um setor de extrema importância e valor, é

fundamental que o farmacêutico tenha o domínio do medicamento em relação a sua aquisição,

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armazenagem, preparo para a dispensação e, além disso, sobre os mecanismos de controle de

prescrição e demais atividades (SANTOS, 2006).

2. Referencial

2.1. Objetivos da farmácia hospitalar

[...] Art. 2º - Os serviços de atendimento pré-hospitalar, farmácia hospitalar e

outros serviços de saúde, têm como principal objetivo contribuir no processo

de cuidado à saúde, visando à melhoria da qualidade da assistência prestada

ao paciente, promovendo o uso seguro e racional de medicamentos -

incluindo os radio fármacos e os gases medicinais - e outros produtos para

saúde, nos planos assistencial, administrativo, tecnológico e científico [...]

(RESOLUÇÃO Nº 568, 2012)

A farmácia hospitalar é desenvolvida por procedimentos primários que são aqueles

procedimentos que são indispensáveis para o uso dos medicamentos, que são: o padrão dos

medicamentos, planejamento dos estoques, onde é armazenado, o efeito de adquirir o

medicamento e e sua despensa. (CIMINO, 1973)

[...] Unidade clínica de assistência técnica, administrativa e contábil, dirigida

por profissional farmacêutico que visa atender toda a comunidade hospitalar

no âmbito dos produtos farmacêuticos, integrada técnica e hierarquicamente

as atividades hospitalares”. É importante frisar que a função clínica da

farmácia, voltada para o paciente, é de suma importância pois é neste campo

que o profissional farmacêutico terá condições de exercer na plenitude as

suas atividades e a sua importância crescerá dentro do hospital [...] (NETO,

2016)

2.2 Dispensação de medicamentos no ambiente hospitalar

A forma de dispensação de medicamento a ser adotada pela farmácia hospitalar deve levar em

consideração as características de cada hospital e os recursos disponíveis para sua

implantação. Os recursos resumem-se em financeiros, operacionais e técnicos. A dispensação

deve ser feita de forma precisa e deve conter procedimentos operacionais que possam prevenir

e garantir que os medicamentos sejam distribuídos de maneira segura aos pacientes.

(ANDERSON JG, 2002)

No ambiente hospitalar há basicamente dois tipos de dispensação de medicamentos

claramente definidos; a dispensação intra-hospitalar e a dispensação extra-hospitalar ou

ambulatorial. A dispensação intra-hospitalar é direcionada ao paciente internado

(hospitalizado) e a outra é destinada aos pacientes que são atendidos nos ambulatórios do

hospital (MOLERO, 2002)

Os sistemas de dispensação dispõem sobre o trajeto do medicamento até o paciente e sobre a

forma como os mesmos são separados, organizados e dispostos para a administração a estes

pacientes. O método de dispensação de medicamentos pela farmácia é um dos mais

importantes pontos dentre as atividades realizadas pela mesma. Dependendo 9 do método de

dispensação utilizado, podemos antecipar com alguma margem de segurança o funcionamento

adequado ou não da farmácia e se o paciente está recebendo os seus medicamentos dentro de

critérios que possam assegurar a sua qualidade e segurança (WILKEN, 1999)

2.3 Localização adequada de uma farmácia hospitalar

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O ambiente hospitalar deverá ser em um ponto estratégico, que facilita o recebimento das

mercadorias que agilizam sua distribuição. Na maioria das vezes a farmácia está localizada ao

almoxarifado, que tem fácil acesso ao fluxo de abastecimento, em grandes partes dos hospitais

o almoxarifado fica em áreas isoladas que estabelece um padrão que promove o

desenvolvimento de fluxos nos abastecimentos. (SANTOS, 2010)

A área física da Farmácia Hospitalar pode ser estabelecido de diversas formas. Este

dimensionamento é determinado pela semelhança do número de leitos, pelas atividades que

são desenvolvidas, e pelos serviços prestados no hospital. (FERRACINI, 2010)

A localização da Farmácia Hospitalar deve ser em área de livre acesso e circulação, para que

possa atender aos pacientes internados e ambulatoriais na distribuição de medicamentos e aos

produtos farmacêuticos adquiridos para consumo. Esta também de vez em quando recebe

visitas de técnicos e de fornecedores, daí a importância de uma boa localização. (BRASIL,

1994).

A relação número de leito versus área física da farmácia hospitalar estipulada pelo Ministério

da Saúde (MS) é de 1,5 m 2 para cada leito que a instituição possuir. Já pela Organização

Panamericana de Saúde (OPAS) é de 1,2 m 2 para cada leito e a Sociedade Espanhola de

Farmácia Hospitalar, determina 1,0 m 2 para cada leito (FERRACINI, 2010).

Na localização deve-se analisar a edificação do hospital para ser implantada a Farmácia

Hospitalar. Além disso, é necessário avaliar se a Farmácia Hospitalar possui uma facilidade

de circulação e de abastecimento; se é eqüidistante das unidades usuárias e consumidora

(Postos de enfermagem) para facilitar o acesso a estas e se possui uma facilidade logística

para a distribuição e reabastecimento de materiais e medicamentos (FERRACINI, 2010).

2.4 Obrigações do farmacêutico na farmácia hospitalar

É de responsabilidade do farmacêutico todo o ciclo da assistência farmacêutica, tem

habilidade para assumir várias responsabilidades, como sua administração pública quanto

também na fabricação e no efeito de abastecer os medicamentos, atua-se em diversas áreas.

(BRASIL, 2014)

O farmacêutico hospitalar exerce nas áreas de comando e no processo da assistência

farmacêutica, na ação e no controle dos medicamentos, na criação de fórmula e no controle de

qualidade dos produtos farmacêuticos, na fiscalização e no ato de avaliar as instalações na

fabricação de medicamentos, na certeza da qualidade dos produtos ao longo da cadeia de

distribuição, e nas agências que tem efeito de adquirir os medicamentos. (BRASIL, 2014)

Adquire uma lista do que comprar e qual será a quantidade de cada material, sempre verificar

os produtos que estarão próximos do seu vencimento, e descartá-los assim que possível,

colocar em prática inventários, e anotar os produtos que saíram, com concessão de cuidados

especial para medicamentos controlados. (SOCIEDADE BRASILEIRA DE FARMÁCIA

HOSPITALAR, 2007)

Em relação ao farmacêutico clínico, segundo FERRACINI; BORGES FILHO:

[...] O farmacêutico clínico trabalha promovendo a saúde, prevenindo e

monitorando eventos adversos, intervindo e contribuindo na prescrição de

medicamentos para a obtenção de resultados clínicos positivos, otimizando a

qualidade de vida dos pacientes sem, contudo, perder de vista a questão

econômica relacionada à terapia. [...] (FERRACINI, 2010)

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2.5 Riscos no ambiente hospitalar

Em qualquer ambiente de trabalho ocorre riscos, principalmente quando se trata de ambientes

relacionados à saúde, esses danos podem ser entendidos como lesões a pessoas, equipamentos

e instalações que por azar possam dar defeitos, que é e extremamente prejudicial ao ambiente

hospitalar, perda de material no processo de utilização do mesmo, ou redução da capacidade

de produção. (ANVISA, 1978)

Os erros de medicação podem estar relacionados à prática profissional, produtos usados na

área de saúde, procedimentos, problemas de comunicação, educação do paciente,

monitoramento e uso de medicamentos. Os erros de medicação podem ser classificados em:

Erros de prescrição, erros de dispensação, erros de administração. (ANACLETO, 2010)

Para o Ministério Público, os Riscos Ocupacionais Hospitalares são classificados em riscos de

acidente, ergonômicos, físicos, químicos e biológicos. Os acidentes mais comuns na área do

hospital estão no setores de limpeza, em grande maioria dos casos são causados por materias

pérfuro-cortantes, como agulhas, navalhas, bisturis e vidros. (MINISTÉRIO DO

TRABALHO, 1978)

Os riscos físicos que ocorrem em ambientes hospitalares, destacam-se a exposição à radiação

e a ruídos, bem como problemas decorrentes de instalação elétrica, iluminação e climatização

(MIRANDA, 2008).

[...] Na maioria das vezes, devido ao contato que os profissionais têm com o

paciente infectado, o próprio rosto (conjuntiva ocular, mucosas da boca e do

nariz) ao alcance do ar por eles expirado, ao contato com os respingos de

sangue e outros fluidos corporais, quando de procedimentos invasivos,

vômitos, tosses, espirros, entre outros.As maiores fontes de contaminação são

através do contato mão-boca, o contato mão-olho, os cortes e feridas

superficiais na pele exposta e perfuração cutânea [...] (BRASIL, 1995)

3. Procedimentos Metodológicos

A partir da necessidade de execução do artigo, bem como das próprias características que

permeiam o trabalho, lançou-se mão da seguinte metodologia: De acordo com Oliveira

(2003), “os estudos exploratórios têm como objetivo a formulação de um problema para efeito

de uma pesquisa mais precisa ou, ainda, para elaboração de hipóteses”.

Escolha do tema, identificação do problema, hipóteses: analisar as possíveis variáveis,

objetivos, a revisão da literatura: pesquisa, fazer levantamento dos principais trabalhos

referentes ao tema, e a documentação que são as fontes de pesquisa, por recorrer ao uso de

materiais, como: livros, revistas, teses de mestrado e doutorado, artigos, além de pesquisas em

sites especializados.

4. Resultados e discussões

De acordo com a pesquisa elaborada, nota-se uma grande importância de uma farmácia dentro

do âmbito hospitalar. Tem como objetivo a prestação da assistência à saúde dos pacientes com

qualidade, eficácia e segurança. Compreensão a prática de medicação como um sistema exige,

identificação dos variados componentes necessários para realizar o propósito de fornecer

tratamento medicamentoso a paciente. (YUK , 2006).

Na figura 1, o processo de distribuição inicia a partir da solicitação de fármaco e/ou materiais

que o médico envia para a farmácia hospitalar, e para que a distribuição seja correta deve-se

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garantir rapidez na entrega, segurança, transporte adequado, sistemas de informação e

controle eficientes, registros da solicitação de pedidos, planejamentos de entregas baseados no

cronograma de distribuição e informação sobre sistemas de distribuição especiais em casos de

produtos termolábeis e medicamentos controlados que necessitam de cuidados especiais

(FERRACINI, 2010).

Fonte: PADILHA, 2016.

A Lei nº 5.991, de 17 de dezembro de 1973, estabelece que o processo de dispensação de

medicamentos na farmácia está sob a responsabilidade do profissional farmacêutico (Brasil,

1973). Trata-se de uma oportunidade para o farmacêutico contribuir para o uso racional de

medicamentos (Marin et al., 2003), pois na interação com o paciente é possível identificar a

necessidade do mesmo e orientar tanto sobre o medicamento quanto sobre educação em

saúde, atuando desta forma como um agente de saúde.

Na figura 2, mostra que a prescrição é um documento com valor legal, pelo qual se

responsabilizam aqueles que prescrevem, dispensam e administram os medicamentos, e tem

por objetivo tornar claras as instruções aos pacientes e demais profissionais de saúde,

garantindo a fidelidade da interpretação e a objetividade da informação (OSÓRIO, 2011).

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Fonte: PADILHA, 2016.

A Tabela I apresenta informações sistematizadas que são observadas durante a avaliação das

notificações de receitas e receituários de controle especial. No Brasil, os medicamentos sob

regime de controle especial são enquadrados em categorias com critérios específicos de

prescrição e controle (Brasil, 2010).

Fonte: Sistematizado de Brasil (1998)

5. Considerações finais

É de fundamental importância o gerenciamento de uma farmácia hospitalar para que a

instituição possa cumprir com qualidade e rapidez as necessidades dos pacientes e da

sociedade. Além de que a atuação do farmacêutico hospitalar é sinônimo de qualidade de

atendimento ao paciente que está hospitalizado ou aquele que está em consulta ambulatorial.

É responsável pela aquisição, armazenamento e a distribuição de medicamentos e produtos

para saúde, sendo o seu principal trabalho a recuperação do paciente.

Hoje sabemos que, para uma organização de saúde ser acreditada, é necessário que, além de

promover a saúde do indivíduo, garanta tratamento adequado com segurança ao paciente. Para

assegurar isso, a farmácia hospitalar contribui de forma significativa, minimizando erros de

medicação, tornando as prescrições muito mais seguras, diminuindo custos do tratamento

medicamentoso, e, consequentemente, diminuindo o tempo de internação do paciente, além de

evitar o desperdício de materiais. Como resultado, gera benefícios tanto para o hospital quanto

para seus usuários.

Oferece ao paciente uma qualidade de vida com resultados positivos, além de mostrar todos

os cuidados que a farmácia hospitalar pode nos proporcionar.

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6. Referências

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ANEXO

Anexo A. Dispensação de medicamentos – Farmácia CEM - Mato Grosso do Sul.

Anexo B. Assistência farmacêutica à população. Paragominas – Pará.

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Anexo C. Estabelecimento adequado de uma farmácia hospitalar – Hospital Cristo Redentor de Marau – HCR

Marau/RS.