4
VOZEIRO DA ASSEMBLEIA COMARCAL DE NÓS-UNIDADE POPULAR DE VIGO NÚMERO 6 · ABRIL - MAIO - JUNHO DE 2013 Sem casa, sem aforros, sem trabalho... sem medo Os patrons pretendem que perda- mos todo o que tivemos sem rosmar um laído. Desde que o capitalismo entrou em crise a nível mundial na década passada, o medo foi-se ins- talando nas consciências das traba- lhadoras e trabalhadores. Medo ao desemprego, medo a perder a casa, medo à miséria na que vemos cair cada dia às nossas irmás e irmaos de classe. Dixérom-nos que deví- amos aguardar tempos melhores e que era inevitável que isto acon- tecesse, que a culpa era nossa por termos vivido por cima das nossas possibilidades. Também nos dixé- rom que tínhamos que apertar o cin- to e submetérom-nos a umha refor- ma laboral permanente. Perdemos nuns poucos anos o que se ganhara com décadas de tenaz luita obreira, mas assegurárom que era necessá- rio para sair da crise. Quando já es- távamos na ruína, botárom-nos das nossas casas e ficárom com todo o que tínhamos, mas insatisfeitos ain- da depois de nos ter roubado até o último céntimo, desmantelárom cai- xas de aforro, empresas públicas e instituiçons. Sem sair do nosso assombro, vimos como eram indul- tados e perdoados. Explicárom-nos que era a história de sempre e nada se podia fazer. Alguns e algumhas de nós protestárom, saírom para a rua e mostrárom a sua raiva. Fôrom detidas, espancadas, processadas, sancionadas, torturadas e encarce- radas; fôrom acusadas de violência, de subverter a ordem, de questionar o que nom se pode questionar. E ou- tra vez o medo; a ser o seguinte, a perdé-lo todo, às consequências de nos negar a obedecer. Mas isto já nom dá para mais, Es- panha e o capitalismo estám a fazer que as trabalhadoras e trabalha- dores da nossa Pátria toquemos o fundo. A cada passo temos menos que perder e mais motivos para lui- tar. Se servírom para algo os duros anos passados foi para demonstrar dumha vez e para sempre que a avareza da burguesia nom tem limi- tes, que se o permitimos acabarám por nos enterrar na miséria mais absoluta para engrossar os seus escandalosos balanços anuais, que acabarám destrozando os nossos recursos naturais, como tentam fa- zer agora com o nosso subsolo, para benefício seu e do seu projeto imperialista. Por isso hoje sabemos que nom há mais saída que acabar com eles, derrotá-los e conquistar o poder para a maioria obreira, acabar por fim com a exploraçom, com a opressom e a dominaçom à que nos submetérom, emancipar-nos e liber- tar a nossa naçom, pois só numha Galiza soberana, socialista e femi- nista poderemos enfrentar o nosso futuro agora negado. Os temores e as dúvidas que nos paralisavam acabárom quando compreendemos que os únicos culpáveis da nossa ruína atual som os empresários, banqueiros e negociantes que se apropriárom do fruto do nosso traba- lho. Agora vemos o rosto do inimigo nos políticos corruptos e desprezá- veis que legislam para legalizar este expólio; nos juizes mercenários que condenam às nossas companheiras e companheiros enquanto absolvem aos criminosos burgueses; nos polí- cias que descarregam sobre nós a violência da classe dominante; no espanholismo mas rançoso apoiado pola sua caverna mediática e mani- puladora. Mas ainda nos falta um caminho por percorrer antes de que podamos desfazer-nos da crueldade do capi- talismo espanhol e a sua ofensiva patriarcal e construir umha nova sociedade entregada à liberdade e à felicidade de todas e todos. Esse caminho, o caminho da revoluçom, exige que avancemos unidas e uni- dos como classe, como mulheres e como naçom. O 1 de Maio de 1886, as obreiras e obreiros de Chicago iniciárom umha greve indefinida para reclamar a jor- nada de 8 horas. Durante dias mo- bilizárom-se, pegárom nas armas e atacárom a polícia e os fura-greves. Muitos daqueles heróis da classe obreira caírom sob as balas da po- lícia ou fôrom torturados, mas nesse mesmo ano a jornada de 8 horas foi reconhecida para centenas de mi- lhares de trabalhadoras e trabalha- dores. É assim como se transforma a reali- dade, é assim como a nossa classe conseguiu o que agora nos tentam roubar. No Vigo de 2013, como no Chicago de 1886, temos que passar à ofensiva sem demora e atacar com contundência os patrons. A nossa história escrevemo-la nós. Entrevista a Pura González Empregália: maquilhagem do Partido Popular Em defesa do Galinheiro Manifestaçom pola sanidade Oposiçom à macrodepuradora do Lagares em Corujo, liçons da luita popular Oposiçom ao centro comercial em Cabral Apoio à revoluçom bolivariana Achegamo-nos à Serra do Galinheiro da mao dumha das ativistas que trabalham na sua proteçom. Feira de emprego sem ofertas para lavar a face dos empre- sários culpáveis da crise. Governo da Junta pretende entregar os espaços naturais ao lucro dos empresários. Continua a luita popular contra a privatizaçom da sanidade pública na comarca. Artigo de opiniom de Manuela Comesanha, vizinha e ativista da paróquia de Corujo. NÓS-UP inicia recolhida de assinaturas contra a constru- çom dum novo centro comer- cial na paróquia de Cabral. Concentraçons e moçons em apoio do processo libertador que tem lugar na Venezuela. Página 2 Página 3 Página 3 Página 3 Página 4 Página 3 Página 3 SUMÁRIO

Faro Obreiro nº5

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Disponível já em papel e na rede um novo número do Faro Obreiro

Citation preview

Page 1: Faro Obreiro nº5

VOZEIRO DA ASSEMBLEIA COMARCAL DE NÓS-UNIDADE POPULAR DE VIGO NÚMERO 6 · ABRIL - MAIO - JUNHO DE 2013

Sem casa, sem aforros, sem trabalho... sem medoOs patrons pretendem que perda-mos todo o que tivemos sem rosmar um laído. Desde que o capitalismo entrou em crise a nível mundial na década passada, o medo foi-se ins-talando nas consciências das traba-lhadoras e trabalhadores. Medo ao desemprego, medo a perder a casa, medo à miséria na que vemos cair cada dia às nossas irmás e irmaos de classe. Dixérom-nos que deví-amos aguardar tempos melhores e que era inevitável que isto acon-tecesse, que a culpa era nossa por termos vivido por cima das nossas possibilidades. Também nos dixé-rom que tínhamos que apertar o cin-to e submetérom-nos a umha refor-ma laboral permanente. Perdemos nuns poucos anos o que se ganhara com décadas de tenaz luita obreira, mas assegurárom que era necessá-rio para sair da crise. Quando já es-távamos na ruína, botárom-nos das nossas casas e ficárom com todo o que tínhamos, mas insatisfeitos ain-da depois de nos ter roubado até o último céntimo, desmantelárom cai-xas de aforro, empresas públicas e instituiçons. Sem sair do nosso assombro, vimos como eram indul-tados e perdoados. Explicárom-nos

que era a história de sempre e nada se podia fazer. Alguns e algumhas de nós protestárom, saírom para a rua e mostrárom a sua raiva. Fôrom detidas, espancadas, processadas, sancionadas, torturadas e encarce-radas; fôrom acusadas de violência, de subverter a ordem, de questionar o que nom se pode questionar. E ou-tra vez o medo; a ser o seguinte, a perdé-lo todo, às consequências de nos negar a obedecer.

Mas isto já nom dá para mais, Es-panha e o capitalismo estám a fazer que as trabalhadoras e trabalha-dores da nossa Pátria toquemos o fundo. A cada passo temos menos que perder e mais motivos para lui-tar. Se servírom para algo os duros anos passados foi para demonstrar dumha vez e para sempre que a avareza da burguesia nom tem limi-tes, que se o permitimos acabarám por nos enterrar na miséria mais absoluta para engrossar os seus escandalosos balanços anuais, que acabarám destrozando os nossos recursos naturais, como tentam fa-zer agora com o nosso subsolo, para benefício seu e do seu projeto imperialista. Por isso hoje sabemos

que nom há mais saída que acabar com eles, derrotá-los e conquistar o poder para a maioria obreira, acabar por fim com a exploraçom, com a opressom e a dominaçom à que nos submetérom, emancipar-nos e liber-tar a nossa naçom, pois só numha Galiza soberana, socialista e femi-nista poderemos enfrentar o nosso futuro agora negado. Os temores e as dúvidas que nos paralisavam acabárom quando compreendemos que os únicos culpáveis da nossa ruína atual som os empresários, banqueiros e negociantes que se apropriárom do fruto do nosso traba-lho. Agora vemos o rosto do inimigo nos políticos corruptos e desprezá-veis que legislam para legalizar este expólio; nos juizes mercenários que condenam às nossas companheiras e companheiros enquanto absolvem aos criminosos burgueses; nos polí-cias que descarregam sobre nós a violência da classe dominante; no espanholismo mas rançoso apoiado pola sua caverna mediática e mani-puladora.

Mas ainda nos falta um caminho por percorrer antes de que podamos desfazer-nos da crueldade do capi-

talismo espanhol e a sua ofensiva patriarcal e construir umha nova sociedade entregada à liberdade e à felicidade de todas e todos. Esse caminho, o caminho da revoluçom, exige que avancemos unidas e uni-dos como classe, como mulheres e como naçom.

O 1 de Maio de 1886, as obreiras e obreiros de Chicago iniciárom umha greve indefinida para reclamar a jor-nada de 8 horas. Durante dias mo-bilizárom-se, pegárom nas armas e atacárom a polícia e os fura-greves. Muitos daqueles heróis da classe obreira caírom sob as balas da po-lícia ou fôrom torturados, mas nesse mesmo ano a jornada de 8 horas foi reconhecida para centenas de mi-lhares de trabalhadoras e trabalha-dores.

É assim como se transforma a reali-dade, é assim como a nossa classe conseguiu o que agora nos tentam roubar. No Vigo de 2013, como no Chicago de 1886, temos que passar à ofensiva sem demora e atacar com contundência os patrons. A nossa história escrevemo-la nós.

Entrevista a Pura González

Empregália: maquilhagem do Partido Popular

Em defesa do Galinheiro

Manifestaçom pola sanidade

Oposiçom à macrodepuradora do Lagares em Corujo, liçons da luita popular

Oposiçom ao centro comercial em Cabral

Apoio à revoluçom bolivariana

Achegamo-nos à Serra do Galinheiro da mao dumha das ativistas que trabalham na sua proteçom.

Feira de emprego sem ofertas para lavar a face dos empre-sários culpáveis da crise.

Governo da Junta pretende entregar os espaços naturais ao lucro dos empresários.

Continua a luita popular contra a privatizaçom da sanidade pública na comarca.

Artigo de opiniom de Manuela Comesanha, vizinha e ativista da paróquia de Corujo.

NÓS-UP inicia recolhida de assinaturas contra a constru-çom dum novo centro comer-cial na paróquia de Cabral.

Concentraçons e moçons em apoio do processo libertador que tem lugar na Venezuela.

Página 2

Página 3

Página 3

Página 3

Página 4

Página 3

Página 3

SUMÁRIO

Page 2: Faro Obreiro nº5

ENTREVISTA

“A agressom à Serra do Galinheiro polo capital privado e os interesses das multinacionais é, a dia de hoje, a espada de Damocles que ameaça as comarcas de Vigo, Val Minhor e Baixo Minho”Faro Obreiro entrevista Pura González, ativista da Plataforma pola Prote-çom da Serra do Galinheiro e da Associaçom A Groba.

Com que motivo nasce a Platafor-ma pola Proteçom da Serra do Ga-linheiro? Que mudou desde o seu nascimento até o dia de hoje?

Nasceu a finais do 2010 com a ame-aça da instalaçom dum polígono eólico. Já naquele momento sabí-amos que esse nom ia ser o único problema que teria o Galinheiro. As que conhecíamos a serra sabíamos de todos os problemas que já sofria: pistas por todos os sítios, veículos a motor polo monte, canteiras ilegais, plantaçons de eucaliptos, excessivo número de tomas de água que des-secam o monte, acampada ilegal, estrada asfaltada na serra...

Mas nós nom podíamos imaginar que tivéssemos que chegar a luitar contra umha mina! Umha mina para a extraçom de “terras raras” a céu aberto.

Que coletivos formam parte dela?

Somos 40 coletivos mais pessoas a título individual que luitam pola inte-gridade do Galinheiro. Há coletivos de todo tipo, desde proprietários do monte como as comunidades de montes em mao comum até ecolo-gistas, associaçons vicinais, clubes de montanha, associaçons culturais, etc., além de muitas pessoas que sem pertencer a nengumha orga-nizaçom, disponhem do seu tempo para trabalhar arreio por esta causa.

A Serra do Galinheiro é o lugar natural de encontro das comarcas de Vigo, Val Minhor e Baixo Mi-nho. Que conseqüências provoca-ria para a vizinhança a sua perda?

Seria umha desgraça porque perde-ríamos a água que consumimos, o futuro, a identidade, os costumes e os usos que deste monte fazemos, a paisagem que nos enquadra, a me-mória coletiva.

O território entregado à minaria é irrecuperável. No caso do negócio eólico a empresa dispom de 30 anos prorrogáveis indefinidamente, tendo direito a fazer qualquer outro uso re-lacionado com a energia. Inclussive sem chegar a realizar a exploraçom, podem vender os direitos a outra empresa, entrando assim num ciclo especulativo.

No Galinheiro estám as proprieda-des silvícolas dos habitantes destas paróquias, o monte de 3 Entidades Locais Menores e o de todas as Co-munidades de Montes das paróquias que conformam a serra. Algumhas

estám a desenvolver projetos de ex-ploraçom multifuncional, cultivando madeiras autóctones, manipulando pinheiros e castanheiros para a pro-duçom de cogumelos. A gadaria de vacas, cabras e ovelhas, e a explo-raçom do cavalo do monte.

Obviar todo esta planificaçom socio-económica só pode ter um interesse especulativo e oculto. A isto chama-mos-lhe atuar em contra do povo e em contra do comum.

Primeiro foi a ameaça dum parque eólico, agora umha mina a céu aberto para a extraçom de “terras raras”. A riqueza da serra seme-lha mui apetecível para o capital privado e os interesses de multi-nacionais . Porquê e como se vai paralisar esta agressom?

A única maneira de deter todos os atropelos é a mobilizaçom da gen-te, porque os governos que temos

nos vendem. As pessoas que inte-gramos a Plataforma estamos con-vencidas que o único jeito de que a gente se implique por esta causa é conhecendo este espaço natural.

Sabemos que os eólicos, as minas, ponhem-se naqueles lugares onde nom queda ninguém, porque a po-pulaçom emigrou ao estrangeiro, às cidades ou para a beira-mar galega. Utilizam aquelas comarcas onde nom há ninguém para luitar contra os especuladores, porque a gente é anciá ou porque ali só se vai de fim de semana ou de férias.

A ameaça mineira e a especula-çom das multinacionais, com o colaboracionismo da Junta, pre-tende destruir o meio natural da Galiza para enriquecimento duns poucos. Umha Galiza com poder de decisom real, quer dizer, com plena soberania, teria capacidade para parar e evitar esta destrui-çom?

Entendo que se queremos que a Ga-liza tenha decisom própria devemos estar mui atentas à hora de eleger quem nos gere, isto é, eleger quem nos governa. Estou convencida de que nunca podemos descansar no voto, há que estar sempre atentas e partícipes das decisons diárias da sociedade em que vivemos.

É necessário a criaçom dumha fi-gura de proteçom acorde com as caraterísticas e realidade atual da Serra do Galinheiro?

Na Plataforma sabemos que só umha figura de proteçom ampararia a Serra do Galinheiro. Mas nom quer dizer que umha denominaçom como Rede Natura, Espaço LIC, nem tam sequer Parque Natural poria a salvo nada neste país. Sobretodo quando os interesses económicos duns pou-cos som os que mandam por cima de quase todo. Mas é evidente por outros casos, que a figura de Parque Natural faria mais difícil a instalaçom

dum polígono eólico ou dumha mina nesse lugar.

De facto, esta serra forma parte da mesma unidade geográfica e natural que o Monte Aloia, (primeiro Parque Natural da Galiza historicamente fa-lando). A Serra do Galinheiro possui mais valores naturais que o próprio Parque, tanto pola sua extensom como polos habitats que tem; polas espécies florísticas endémicas que existem, polas aves que nela vivem em certas épocas do ano, pola ge-omorfologia e pola própria natureza geológica e paisagística do espaço.

FARO OBREIRO · Número 6 · Abril - Maio - Junho 2013

“Onde há força, onde se fai frente ao capital assovalhante, nom é tam doado que fagam o que lhes vem em gana.”

Page 3: Faro Obreiro nº5

Empregália: mais umha nova maquilhagem do Partido Popular

NÓS-UP participou nos atos de apoio à Revoluçom Bolivariana de Venezuela

Empregália, primeira feira galega de emprego, criada pola “Associaçom de Mulheres em Igualdade de Vigo”, entidade ligada ao Partido Popular, conta com subsídios de milhares de euros da Zona Franca de Vigo, Deputaçom de Ponte Vedra, CEP e Junta da Galiza. Todas elas geridas polo partido presidido por Mariano Rajói.

Empregália ofertava 40 ofertas de emprego, quase todas vinculadas com o exército espanhol, pretenden-do fomentar na cidade de Vigo um novo modelo de oferta de emprego em que a classe trabalhadora vigue-sa é considerada como gado, sob a atenta focagem das ETTs e do gran-de capital.

A sua única finalidade é fazer umha maquilhagem das políticas neoli-berais que o Partido Popular está a executar sob ordens da troika. Umhas políticas que provocam pre-cariedade e inestabilidade laboral, e que destruem todos os dias milhares de empregos por meio do despedi-mento livre.

Esta feira tinha dous objetivos defi-nidos. Por um lado, é umha cortina de fumo da ultradereita espanhola para emascarar que quase 13 vigue-sas perdem cada dia o seu emprego, mas também dotar a esta entidade fantasma de dinheiro público para poder jogar à caridade, e com toda probabilidade desviá-lo para escuras iniciativas.

Da Assembleia Comarcal de NÓS--Unidade Popular de Vigo exigimos umha auditoria desta iniciativa, a imediata investigaçom por malver-saçom de fundos públicos ao partido de corruptos de Feijó, Barcenas e Mata, assim como às organizaçons satélites que presidem.

Da Unidade Popular fazemos um apelo ao povo trabalhador viguês para combater as políticas neolibe-rais do Partido Popular através da luita organizada e a mobilizaçom popular.

NÓS-Unidade Popular estivo pre-sente nos atos de apoio ao legítimo Presidente da República Bolivariana de Venezuela, Nicolás Maduro, con-vocados em Vigo. O primeiro tivo lugar 18 de abril, um dia antes da toma de posse diante do consulado, convocado pola Associaçom Gale-ga de Amizade com a Revoluçom Bolivariana (AGARB), e também na posterior iniciativa promovida polo

Consulado venezuelano num hotel da cidade.

Moçons municipais de reconhecimento a Hugo Chávez

Contra o desemprego e a miséria, pola soberania nacional

NÓS-UP inicia recolha de assinaturas contra o novo centro comercial em Cabral

Nom à destruiçom da Serra do Galinheiro

NÓS-UP participou na manifestaçom em defesa da sanidade pública em Vigo

Polos históricos vínculos de amiza-de entre o povo trabalhador galego e venezuelano, e após o recente fale-cimento de Hugo Chávez, NÓS-UP apresentou umha moçom municipal na Cámara Municipal de Vigo solici-tando a solidariedade e reconheci-

mento institucional à figura do líder revolucionário bolivariano. Também que se conceda umha rua ou espaço público com o nome de Comandante Hugo Chávez Frías. Como é habitu-al Abel Caballero nem se “digna” a responder as iniciativas de NÓS-UP.

A Unidade Popular participou ativa-mente com o resto de entidades do MLNG na manifestaçom do Dia da Classe Obreira Galega.

10 de março defendimos nas ruas de Vigo a necessidade de contribuir-mos para a convergência das luitas

em defesa da vivenda, contra as preferentes, polo emprego, contra os salários de miséria, a falta de futuro da juventude… com a reivindicaçom da demissom de Feijó e Rajói, pola ruptura democrática e um processo constituinte galego.

Perante o anúncio da construçom dum novo centro comercial na pa-róquia viguesa de Cabral, a Assem-bleia Comarcal da Unidade Popular tem em marcha umha campanha de recolhida de assinaturas com o obje-tivo de evitar esta nova atuaçom lesi-va para os interesses da vizinhança e, especialmente, das trabalhadoras e trabalhadores do pequeno comér-cio.

Mediante folhas distribuídas nos locais comerciais da zona e umha campanha na plataforma de peti-çons públicas change.org, NÓS-UP dará visibilidade à oposiçom popular contra este tipo de iniciativas que só procuram o lucro empresarial e que estám a condenar milhares de gale-gas e galegos ao trabalho precário e

mal remunerado, ao tempo que for-çam o encerramento de pequenos negócios.

https://www.change.org/pt-BR/peti-ções/concelho-de-vigo-há-que-para-lisar-a-construçom-do-novo-centro--comercial-em-cabral

O governo do PP pretende permitir umha desfeita natural simplesmen-te para que as multinacionais obte-nham lucros milionários mediante a destruicom do solo e subsolo do país. PP tentará enganar o povo tra-balhador viguês anunciando a cria-çom de centos de empregos, mas nom prognostica os diretos e indire-tos que vam ser destruídos.

Esta é a soluçom à crise e a dema-gogia que promove o governo de Feijó. Especular e destruir; nom pro-

mover, financiar ou gerir alternativas de geraçom de emprego reais na co-marca mediante o desenvolvimento sustentável dos recursos existentes.

De NÓS-Unidade Popular rejeita-mos qualquer tipo de projeto espe-culativo que tente destruir a riqueza natural e patrimonial da Serra do Galinheiro. Manifestamos a nossa enérgica oposiçom à destruiçom deste espaço emblemático da nossa comarca, exigindo a paralisaçom do projeto especulativo.

Assembleia Comarcal de NÓS-UP de Vigo apoiou e participou ativa-mente na manifestaçom que a plata-forma SOS Sanidade Pública convo-cou em defesa da sanidade pública e contra contínuos processos de privatizaçom e deterioramento que leva padecendo polas políticas ne-oliberais, aplicadas primeiro polo PSOE, e agora polo PP. Da Unidade

Popular temos umha firme decisom de defender umha sanidade 100% pública, gratuita, de qualidade e universal para o conjunto do povo trabalhador galego. A Sanidade tem de estar planificada, gerida e fiscali-zada para e polo povo trabalhador, nom por umha minoria empresarial e a casta política corrupta que quer fazer negócio com a nossa saúde.

FARO OBREIRO · Número 6 · Abril - Maio - Junho 2013

Page 4: Faro Obreiro nº5

Oposiçom à macrodepuradora do Lagares em Corujo, liçons da luita popular MANUELA COMESANHA // Vizinha e ativista social em Corujo

// Vozeiro da Assembleia Comarcal de Vigo de NÓS-Unidade Popular // Correio eletrónico: [email protected]: www.nosgaliza.org // Twitter: @nosgaliza // Facebook: http://www.facebook.com/pages/NÓS-Unidade-Popular/254570641316Sede Comarcal: Rouxinol 16, rés-do-chao (36205 - VIGO) // Telefone: 637 18 78 51 // Encerramento da ediçom: 23 de abril de 2013 // Depósito legal: FARO OBREIRO e NÓS-Unidade Popular nom partilham necessariamente a opiniom dos artigos assinados // Permite-se a reproduçom total ou parcial dos artigos

Muitos problemas nos deu a depu-radora do Lagares às vizinhas e vi-zinhos. Cheiros, vertidos à ria sem depurar, contaminaçom da desem-bocadura do rio Lagares, emissom de metano provocando fortes dores de cabeça aos residentes. As salinas já nom som o que fôrom, desapare-ceu a rica flora e fauna ali existente.

Todos estes problemas provocárom que um grupo de vizinhas e vizinhos nos juntássemos e criassemos a Comissom Vicinal de Corujo contra a depuradora. Nunca antes a paró-quia de Corujo se mobilizou tanto: assembleias, concentraçons, mani-festaçons, feches no Concelho e nas próprias instalaçons da depuradora. Nom houvo ato institucional no que nom estivéramos presentes com a nossa reivindicaçom. Em assembleia acordamos nom permitir atos eleito-rais em Corujo enquanto o problema da depuradora continua-se. Raro era o dia que nom fôramos notícia nos meios de comunicaçom. A luita ia a mais, e já nom era um problema ex-clusivo do bairro, conseguimos que fosse um problema de toda a vizi-nhança de Vigo, porque era umha instalaçom para dar serviço a toda a cidade. Por tal motivo, conseguimos que todas as instituçons galegas se

implicaram no tema, conseguindo com isto, a melhora das instalaçons com investimentos económicos em humificaçom, telecontrolo, em fechar a nave de recolhida de lodos e ou-tros tipos de obras.

Tivo muito eco mediático nos meios de comunicaçom a saída de nume-rosos vizinhos e vizinhas, com as suas malas às costas, face os hotéis da cidade para pernoitar neles, por-que a situaçom de maus cheiros era insuportável para a vizinhança.

Foi tal a mobilizaçom e a pressom que diferentes mandatários falárom de trasladar a construçom da nova depuradora para Bouças, Cabo Es-tai ou outros lugares.

O certo é que a nossa luita começa-va a ter os seus frutos e a Comissom alargou-se com novos membros. Mas quando melhor estávamos aparecérom diferentes formulaçons de como continuar a luita. Os e as que queríamos luitar na mesma li-nha que até o momento, porque os resultados tinham sido claramente positivos, e as que procuravam a via legalista (solicitar permisso para as mobilizaçons e fazer todo dentro da legalidade burguesa). Começárom

as divisons, o inimigo aproveitou-no e mantivo umha postura mais dura e forte perante as nossas exigên-cias. Fôrom adiando a decisom de pesquisar novas localizaçons para a depuradora e, finalmente, decidírom o mais cómodo, alargar a já existen-te. Aplicando a política de “se nom queres umha cunca de caldo agora comes sete”.

Para construir a macrodepuradora houvo que expropriar novos terrenos e casas. Os e as que mais sofré-

rom e luitárom contra a depuradora, fôrom despejados das suas casas e agora todas elas e eles estám re-partidos por diferentes paróquias de Vigo, desterrados/as das suas raí-zes, procurando refazer de novo as suas vidas. Como elas mesmas dim: “começando a viver de novo”, dei-xando atrás sonhos, ilusons, luita...

A pesar de que hoje parece umha derrota, nom o foi. Todas e cada umha de nós ganhamos em consci-ência, e agora temos uns fortes la-

ços de fraternidade que, sem a luita, jamais se produziriam. Ademais,o nosso exemplo de luita nom caiu em saca rota, a macrodepuradora que estám a construir, com o passo do tempo vai ter os mesmos problemas que a atual, e a vizinhança terá que voltar à rua para defender a sua qua-lidade de vida. Nesta ocasiom nom vam a partir de zero, como figemos nós no seu dia, já tenhem umha ba-gagem de rica experiência de luita.