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2020 Escola de Nutrição Programa de Pós-Graduação em Saúde e Nutrição PPGSN Dissertação Fatores associados à inatividade física e ao comportamento sedentário em egressos da coorte de universidades mineiras (Projeto CUME) Ana Carla de Alcantara

Fatores associados à inatividade física e ao comportamento

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Page 1: Fatores associados à inatividade física e ao comportamento

2020

Escola de Nutrição

Programa de Pós-Graduação em Saúde e Nutrição

PPGSN

Dissertação

Fatores associados à

inatividade física e ao

comportamento sedentário

em egressos da coorte de

universidades mineiras

(Projeto CUME)

Ana Carla de Alcantara

Page 2: Fatores associados à inatividade física e ao comportamento

Ana Carla de Alcantara

FATORES ASSOCIADOS À INATIVIDADE FÍSICA E AO COMPORTAMENTO

SEDENTÁRIO EM EGRESSOS DA COORTE DE UNIVERSIDADES MINEIRAS

(PROJETO CUME)

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Saúde e Nutrição da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), como requisito para obtenção do título de Mestre em Saúde e Nutrição. Área de Concentração: Nutrição em Saúde Coletiva Orientadora: Prof.a Dra. Adriana Lúcia Meireles Coorientadores: Prof.a Dra. Júlia Cristina C. Carraro e Prof. Dr. Fernando Luiz Pereira de Oliveira

Ouro Preto, MG

2020

Page 3: Fatores associados à inatividade física e ao comportamento

Alcantara, Ana Carla De .AlcFatores associados à inatividade física e ao comportamentosedentário em egressos da Coorte de Universidades Mineiras (ProjetoCume). [manuscrito] / Ana Carla De Alcantara. - 2020.Alc94 f.: il.: color., gráf., tab..

AlcOrientadora: Profa. Dra. Adriana Lúcia Meireles.AlcCoorientadores: Prof. Dr. Fernando Luiz Pereira de Oliveira, Profa. Dra.Júlia Cristina Cardoso Carraro.AlcDissertação (Mestrado Acadêmico). Universidade Federal de OuroPreto. Escola de Nutrição. Programa de Pós-Graduação em Saúde eNutrição.AlcÁrea de Concentração: Saúde e Nutrição.

Alc1. Exercícios físicos. 2. Comportamento. 3. Doenças crônicas . I.Carraro, Júlia Cristina Cardoso. II. Meireles, Adriana Lúcia. III. Oliveira,Fernando Luiz Pereira de. IV. Universidade Federal de Ouro Preto. V.Título.

Bibliotecário(a) Responsável: Sonia Marcelino - CRB6/2247

SISBIN - SISTEMA DE BIBLIOTECAS E INFORMAÇÃO

A347f

CDU 616-036.12(815.1)

Page 4: Fatores associados à inatividade física e ao comportamento

22/01/2021 SEI/UFOP - 0126653 - Folha de Aprovação Dissertação

https://sei.ufop.br/sei/controlador.php?acao=documento_imprimir_web&acao_origem=arvore_visualizar&id_documento=143162&infra_sistema=10000… 1/1

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO

REITORIA ESCOLA DE NUTRICAO

PROGRAMA DE POS-GRADUACAO EM SAUDE ENUTRICAO

FOLHA DE APROVAÇÃO

Ana Carla de Alcantara

Fatores associados à ina�vidade �sica e ao comportamento sedentário em egressos de universidades mineiras

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Saúde e Nutrição da Universidade Federalde Ouro Preto como requisito parcial para obtenção do �tulo de Mestre.

Aprovada em 18 de fevereiro de 2020

Membros da banca

Dra. Adriana Lúcia Meireles - Orientadora - Universidade Federal de Ouro PretoDra. Aline Elizabeth da Silva Miranda - Pitágoras

Dra. Milene Cris�ne Pessoa - Universidade Federal de Minas Gerais

Adriana Lúcia Meireles, orientadora do trabalho, aprovou a versão final e autorizou seu depósito no RepositórioIns�tucional da UFOP em 22/01/2021

Documento assinado eletronicamente por Adriana Lucia Meireles, PROFESSOR DE MAGISTERIO SUPERIOR,em 22/01/2021, às 14:18, conforme horário oficial de Brasília, com fundamento no art. 6º, § 1º, do Decretonº 8.539, de 8 de outubro de 2015.

A auten�cidade deste documento pode ser conferida no site h�p://sei.ufop.br/sei/controlador_externo.php?acao=documento_conferir&id_orgao_acesso_externo=0 , informando o código verificador 0126653 e ocódigo CRC 14DB2197.

Referência: Caso responda este documento, indicar expressamente o Processo nº 23109.000633/2021-48 SEI nº 0126653

R. Diogo de Vasconcelos, 122, - Bairro Pilar Ouro Preto/MG, CEP 35400-000 Telefone: - www.ufop.br

Page 5: Fatores associados à inatividade física e ao comportamento

AGRADECIMENTOS

Gratidão é, segundo o Dicionário Aurélio, a tentativa de transmitir a outrem o

agradecimento por aquilo que se recebeu.

Porém, acredito ser impossível descrever, ou ainda, demonstrar o quanto tenho

vontade, necessidade e obrigação de agradecer à Adriana, por ter aceitado por

intermédio de Margareth e, por Deus, a oportunidade a mim concedida.

Todos nós passamos, diariamente, por situações de alegrias, angústias,

vitórias e decepções. Entretanto, algumas, por vezes, machucam ou alegram mais

que outras. E, nesse sentido, vamos construindo as escadas para as superações e

realizações.

Em 2017, quando vim realizar a prova de seleção para o mestrado 2018,

encontrava-me no fundo do poço. Após longos 10 anos de dedicação, havia sido

demitida sem motivo sólido e, ainda que tenha certeza de que sempre fiz o melhor

trabalho, melhor atendimento às pessoas, pautado sempre por respeito e honraria, os

porquês atormentavam, doíam, consumiam-me. E, sentindo-me incapaz, decidi a

duas horas da partida do ônibus, vir realizar a prova. Foram 16 horas de estrada.

Cheguei num domingo frio, chuvoso, no qual só foi possível ir à missa na linda Igreja

do Pilar, pedir forças à Deus entre quase hora e meia de lágrimas, lágrimas e soluços.

Pedidos sinceros de compaixão e piedade para que eu fizesse uma boa prova e

conseguisse me levantar. Após alguns dias, visualizo o resultado de atendimento à

pontuação necessária para a prova escrita, a alegria e gratidão à Deus foi imensa.

Vida seguindo, continuei estudando para uma prova no Tocantins para

trabalhar no SESC. Dia 29 de janeiro de 2018, saíram os dois resultados, lista de

espera do mestrado e aprovação em Palmas. Um balde de água fria no sonho de fazer

o mestrado e alegria pela aprovação na seleção para o trabalho. Desço mil e trezentos

quilômetros para buscar a mudança e retornar, em três dias, para Palmas: ida e volta

sob muita chuva, medos e incerteza. Foram-se, então, três mil quilômetros em três

dias.

Assumi meu emprego, salário de ruim a regular, cidade nova, desafios

inimagináveis, problemas aparentemente com investimento alto necessário, porém

sem perspectivas de liberação de gastos. “- Respira, você vai conseguir”, eu pensava

todos os dias. Mas, o sonho atentava!! “Vá, envie e-mail, verifique se não haverá

segunda chamada”. Negativa seca, nua e crua. “Vá tente de novo, você chegou perto”.

Page 6: Fatores associados à inatividade física e ao comportamento

“Não desista, envie e-mails para possíveis orientadores!!!” Assim fiz. Nesse momento,

após alguns dias, recebo uma proposta de reunião em Ouro Preto, às 14 h (salvo

engano). Compro passagem de imediato, sem pensar duas vezes; na correria e na

emoção, deixo o carro no aeroporto de Palmas (pasmem, aberto) e sigo rumo às

Minas Gerais. Entro no ônibus das 09 h da manhã, sentido Belo Horizonte – Ouro

Preto, a sensação era de glória.

Quem disse que é para ser fácil? Tem que ser difícil!!

Uma carreta de álcool tomba na pista, sem previsão de liberação. Uma hora,

duas, três, quatro... nenhuma previsão. Sem água, sem comida, sem banheiro, sem

internet, no meio da estrada e a hora da reunião se aproximava. Ligo na secretaria,

recebo a negativa de obter o celular de Adriana; tento enviar e-mail avisando do

ocorrido e não consigo. Ligo novamente, pedindo para avisá-la do imprevisto, que

minha ausência era mesmo por imprevisto e, novamente, recebo a negativa de que

pudessem avisá-la. Até minha irmã, coloquei para tentar ligar e avisar, mas nada. O

mundo caiu, o chão se abriu. Mas Deus nos ampara!

Eis que me lembro de Margareth Corrêa, pessoa humana, humilde, que foi

nossa professora na graduação e que é sempre muito presente e atuante nos grupos

de Whatsapp e Facebook. Conto-lhe a saga, o desespero e imploro o telefone da

professora Adriana. E, com a Graça de Deus, ela me passou. Ligo. “– Professora, sou

Ana Carla, venho de Palmas para uma reunião, estou na estrada, uma carreta

tombada, sem previsão, etc.”. Do outro lado da linha, uma voz doce, acolhedora,

serena, diz: “- mas por que não avisou que estava em Palmas, poderíamos ter feito

por Skype a reunião!” Conclusão, fizemos a reunião por telefone: eu ali, no meio da

estada. Cheguei a Ouro Preto à meia-noite daquele dia, apenas para comer um caldo

horrível, próximo à praça Tiradentes, tomar um banho e retornar para BH às 06 h da

manhã do dia seguinte e, consequentemente, para Palmas.

Gratidão!! Ah, gratidão!!! Nem se eu lhe escrever em caixa alta: GRATIDÃO,

será possível demonstrá-la e transmiti-la à Adriana, à Margareth e à Deus.

Começava ali, a escalada lá do fundo do poço rumo ao topo.

Cada dia tento ficar sóbria dos pensamentos ruins para vencer e conquistar o

sonho de me tornar mestre. Estar sóbria nesses dois anos só foi possível por que

Deus me concedeu a melhor turma, as melhores amigas e companheiras, a melhor

cidade, a melhor psicóloga, a melhor família.

G R A T I D Ã O! G R A T I D Ã O! G R A T I D Ã O! G R A T I D Ã O!

Page 7: Fatores associados à inatividade física e ao comportamento

Agradeço ainda ao meu pai, Otacílio, às minhas irmãs Simone e Carla Maria,

pela família maravilhosa que somos.

Ao Leandro pelo companheirismo, carinho e otimismo diário.

À Jamille, que foi mais que uma amiga, uma irmã de irmandade (Caso Sério) e

de alma. Obrigada pelo acolhimento, ensinamentos, companheirismo e alegrias.

Obrigada pelo pitico lindo que só trouxe beleza, alegria e carinho ao nosso lar.

Agradeço aos amigos da turma de Mestrado 2018: Aniquele, Fátima, Géssica,

Janaína, Laise, Lilian, Patrícia, Thaís, Tiago e Waléria pelo companheirismo, pelos

sorrisos, pela força de sempre, uns pelos outros, que se fez tão importante nos últimos

24 meses. Sem vocês, esse caminho teria sido mais difícil, bem mais difícil. Vocês

foram serenidade em dias de tormentas, foram luz em dias de abismo, foram amor em

dias de vitórias. A união entre amigas, com certeza, torna a vida mais completa.

Gratidão, eterna!

À Magda, agradeço por toda serenidade, lucidez e desprendimento, sempre

pronta a ensinar.

À Raquel Mendonça, agradeço pelo conhecimento transmitido com sorriso e

alegria.

À Júlia, meus agradecimentos pela disponibilidade, pelo conhecimento

transmitido e pelo exemplo de profissionalismo e amor ao que faz. Com certeza, uma

grande educadora. Gratidão!

À Nathalia, agradeço pelo apoio.

À Flávia Perdigão, pela profissional de Psicologia incrível que é: humana,

serena, lúcida, alegre e disponível. Obrigada por me trazer à vida em meu momento

de mais profundo abismo e escuridão.

Agradeço ao grupo de Pesquisa GPENSC pela troca de conhecimento a cada

encontro. Desejo sucesso e vida longa!

Ao Projeto CUME, gratidão pela oportunidade de participar de uma pesquisa

de tamanha grandeza e importância.

À Marcella (secretária PPGSN), obrigada por tudo, ainda que fosse da rotina.

A todos que compartilharam de minhas alegrias e tristezas nesses anos, muito

obrigada. “Na vida, nada é vão ou é benção ou é lição!” (Autor desconhecido).

Page 8: Fatores associados à inatividade física e ao comportamento

Epígrafe

E nós, que cremos, reconhecemos o amor que Deus tem para conosco. Deus é

amor: quem permanece no amor, permanece em Deus, e Deus permanece nele.

(1Jo 4,16)

Page 9: Fatores associados à inatividade física e ao comportamento

RESUMO

É de extrema relevância conhecer os riscos à saúde que corroboram para o

aparecimento de Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), entre eles os

comportamentos ligados à inatividade física e ao comportamento sedentário da

população brasileira. Diante disso, objetiva-se conhecer a prevalência de inatividade

física, o tempo em minutos dispendidos em comportamento sedentário, e ainda, os

fatores associados a esses comportamentos de maneira individual e combinados nos

participantes da linha de base da coorte de universidades mineiras (CUME). Trata-se

de estudo transversal envolvendo 4.266 indivíduos graduados ou pós-graduados que

responderam ao questionário on-line. Estimou-se o comportamento sedentário por

meio do tempo sentado total que foi em seguida categorizado pela mediana. A prática

de atividade física foi avaliada de acordo com o tempo de atividade física moderada e

vigorosa e categorizada segundo as diretrizes da WHO (2011). As variáveis

explicativas avaliadas foram: sociodemográficas (sexo, idade, renda familiar, estado

civil, cor da pele, escolaridade, situação profissional, área de estudo, estado de

moradia), hábitos de vida (fumo e consumo de álcool), condições de saúde (perfil

nutricional, morbidade referida, autoavaliação de saúde). Utilizou-se o programa

estatístico R (pacote net do Rstudio, versão 1.2.1335). Os resultados apontaram que

a prevalência de inativos fisicamente foi de 41,7% e a mediana do tempo sentado total

foi de 420 minutos por dia (7 horas). Ao avaliar a combinação das variáveis, a

prevalência de alto comportamento sedentário e inativos fisicamente foi de 18,3%; alto

comportamento sedentário e ativos fisicamente foi de 23,3%; baixo comportamento

sedentário e inativos fisicamente foi de 23%; e inativos e baixo comportamento

sedentário foi de 35,3%. Os fatores associados às combinações estabelecidas foram

ter a cor da pele branca com o grupo inativo fisicamente / alto comportamento

sedentário (OR= 0,62; IC95% 0,39 – 0,93) e sobrepeso com inativo fisicamente / baixo

comportamento sedentário (OR= 1,96; IC95% 1,02 – 3,79), sendo referência o grupo

ativo / baixo comportamento sedentário. Concluiu-se, com base nos resultados desta

pesquisa, que os indivíduos adultos mais vulneráveis ao alto comportamento

sedentário e inativos fisicamente (Indesejável) são as pessoas não brancas e, aquelas

mais susceptíveis ao baixo comportamento sedentário e inativos fisicamente

(Intermediário 2) são indivíduos classificados com sobrepeso. As variáveis associadas

ao CS (p<0,05) foram idade, estado civil, escolaridade, estado que vive, situação

profissional e com a prática de AF (p<0,05) foram idade, sexo, estado civil, renda

familiar, hábito de fumar, consumo de bebida alcoólica. A identificação desses grupos

mais vulneráveis aos comportamentos combinados ou não pode colaborar para a

identificação e proposição de ações de controle desses comportamentos na

população estudada.

Palavras-chave: Comportamento sedentário. Atividade física. Doenças crônicas não

transmissíveis.

Page 10: Fatores associados à inatividade física e ao comportamento

ABSTRACT

It is extremely important to know the health risks that corroborate the appearance of

Chronic Non-Communicable Diseases (NCDs), including the behaviors linked to

physical inactivity and the sedentary behavior of the Brazilian population. Therefore,

the objective is to know the prevalence of physical inactivity, the time in minutes in

sedentary behavior, as well as the factors associated with these behaviors combined

in the graduates of Minas Gerais universities. To this end, a cross-sectional study was

carried out in the “CUME Project - Cohort of Universities in Minas Gerais: impact of the

Brazilian food pattern and the nutritional transition on non-communicable diseases and

conditions”, involving 4,266 adult individuals, graduates or post-graduates between

1994 and 2018 in Minas Gerais universities (UFV, UFMG, UFOP, UFLA and UFJF),

who answered the online questionnaire. Sedentary behavior was estimated by

dichotomizing the total sitting time by the median. The practice of physical activity was

assessed according to the time of moderate and vigorous physical activity, and was

categorized according to WHO guidelines (2011). The explanatory variables evaluated

were sociodemographic (gender, age, family income, marital status, skin color,

education, professional situation, study area, state in which you live), lifestyle (smoking

and alcohol consumption), living conditions health (BMI, reported morbidity, health self-

assessment). The results showed that the prevalence of physically inactive was 41.7%.

Among the combined variables, the prevalence of high sedentary and physically

inactive behavior was 18.3%; high sedentary behavior and physically active was

23.3%; low sedentary behavior and physically inactive was 23%; and inactive and low

sedentary behavior was 35.3%. The median sitting time was 420 minutes per day (7

hours). When assessing the combination of variables, the prevalence of high sedentary

and physically inactive behavior was 18.3%; high sedentary and physically active

behavior was 23.3%; low sedentary behavior and physically inactive was 23%; and

inactive and low sedentary behavior was 35.3%. The factors associated with the

established combinations were having a white skin color with the physically inactive

group / high sedentary behavior (OR = 0.62; 95% CI 0.39 - 0.93) and being overweight

with physically inactive / low sedentary behavior (OR = 1.96; 95% CI 1.02 - 3.79), with

reference to the active / low sedentary behavior group. It was concluded, based on the

results of this research, that the adult individuals most vulnerable to high sedentary

behavior and physically inactive (Undesirable) are non-white people and those most

susceptible to low sedentary behavior and physically inactive (Intermediate 2) are

individuals classified as overweight. The variables associated with SC (p <0.05) were

age, marital status, education, living status, professional situation and with PA practice

(p <0.05) were age, sex, marital status, family income, smoking, consumption of

alcoholic beverages. The identification of these groups most vulnerable to combined

behaviors or cannot contribute to the identification and proposition of actions to control

these behaviors in the studied population

Keywords: Sedentary behavior. Physical activity. Chronic noncommunicable

diseases.

Page 11: Fatores associados à inatividade física e ao comportamento

LISTAS DE FIGURAS

Figura 1 – Organograma e definição operacional para os construtos comportamento

sedentário e atividade física ...................................................................................... 21

Figura 2 – Combinações para as classificações de atividade física e comportamento

sedentário pelas quais podem perpassar os indivíduos ............................................ 31

Figura 3 – Tipos de instrumentos de investigação e pontos de corte para

comportamento sedentário e atividade física leve ..................................................... 34

Figura 4 – Modelo conceitual de associação das variáveis sociodemográficas e estilo

de vida ao comportamento sedentário e à inatividade física ..................................... 35

Figura 5 – Fluxograma de determinação da amostra da linha de base (CUME) para

este subprojeto .......................................................................................................... 38

Figura 6 – Prevalência dos principais fatores de risco para DCNT entre egressos de

universidades mineiras, segundo o sexo .................................................................. 43

Figura 7 – Prevalência dos grupos combinados do comportamento sedentário e

atividade física ........................................................................................................... 51

Page 12: Fatores associados à inatividade física e ao comportamento

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Prevalência do comportamento sedentário e de prática de atividade física,

segundo variáveis demográficas, hábitos de vida e condições de saúde entre egressos

de universidades mineiras, Brasil .............................................................................. 45

Tabela 2 - Análise multivariada entre as variáveis sociodemográficas e hábitos de vida

com a variável comportamento sedentário entre os egressos de universidades

mineiras (CUME), Brasil ............................................................................................ 48

Tabela 3 – Análise multivariada entre as variáveis sociodemográficas, hábitos de vida

e condições de saúde com a variável atividade física entre egressos de universidades

mineiras (CUME), Brasil ............................................................................................ 49

Tabela 4 - Regressão multinomial para os hábitos combinados (comportamento

sedentário e prática de atividade física) entre egressos de universidades mineiras

(CUME), Brasil .......................................................................................................... 52

Page 13: Fatores associados à inatividade física e ao comportamento

LISTA DE ABREVIATURAS

ACSM American College of Sport Medicine

AFCS Atividade Física e Comportamento Sedentário

AF Atividade Física

AFL Atividade Física Leve

AFM Atividade Física Moderada

AFMV Atividade Física Moderada e Vigorosa

AFV Atividade Física Vigorosa

ATVBCS Ativo fisicamente e baixo comportamento sedentário

ATVACS Ativo fisicamente e alto comportamento sedentário

CS Comportamento Sedentário

CUME Coorte de Universidades Mineiras

DCNT Doenças Crônicas Não Transmissíveis

DF Distrito Federal

FAPEMIG Fundação Amparo à pesquisa do Estado de Minas Gerais

HDL-C Lipoproteína de alta densidade - colesterol

INATBCS Inativo fisicamente e baixo comportamento sedentário

INATACS Inativo fisicamente e alto comportamento sedentário

IMC Índice de Massa Corporal

IPAQ Questionário Internacional de atividade física

MET Metabolic Equivalent of Task

Min/dia Minutos por dia

Min/sem Minutos por semana

NAF Níveis de Atividade Física

NCDs Chronic Non-Communicable Diseases

OMS Organização Mundial da Saúde

PAC Programa de Aceleração do Crescimento

PI Piauí

PNS Pesquisa Nacional de Saúde

PeNSE Pesquisa Nacional sobre Saúde do Escolar

QFCA Questionários de Frequência de Consumo Alimentar

RS Rio Grande do Sul

Page 14: Fatores associados à inatividade física e ao comportamento

SM Salário Mínimo

SAPASEN The South American Physical Activity and Sedentary Behavior Network

SC Santa Catarina

SP São Paulo

TST Tempo sentado total

UFJF Universidade Federal de Juiz de Fora

UFLA Universidade Federal de Lavras

UFMG Universidade Federal de Minas Gerais

UFOP Universidade Federal de Ouro Preto

UFV Universidade Federal de Viçosa

VIGITEL Vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas

por inquérito telefônico

VLDL-C Lipoproteína de muito baixa densidade - colesterol

WHO World Health Organization

Page 15: Fatores associados à inatividade física e ao comportamento

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 14

2 REVISÃO DA LITERATURA .................................................................................. 18

2.1 Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT): conceito e fatores de risco ...... 18

2.2 Atividade Física: conceito e domínios ................................................................. 19

2.2.1 Atividade física: importância para a saúde e recomendações .......................... 21

2.2.2 Prevalência da prática de atividade física na população adulta ....................... 23

2.2.3 Atividade física: políticas internacionais e nacional .......................................... 24

2.3 Comportamento sedentário: definição e classificação ........................................ 26

2.3.1 Comportamento sedentário como fator de risco à saúde e fatores associados

.................................................................................................................................. 29

2.4 Comportamentos associados: comportamento sedentário e inatividade física ... 30

2.5 Comportamento sedentário e atividade física: métodos de avaliação ................. 31

3 MODELO CONCEITUAL ........................................................................................ 35

4 OBJETIVOS ........................................................................................................... 36

4.1 Objetivo geral ...................................................................................................... 36

4.2 Objetivos específicos .......................................................................................... 36

5 METODOLOGIA ..................................................................................................... 37

5.1 Coorte de Universidades Mineiras (CUME) ......................................................... 37

5.3 Delineamento do presente estudo ....................................................................... 38

5.4 Variáveis do estudo ............................................................................................. 39

5.4.1 Variáveis dependentes ..................................................................................... 39

5.4.1.1 Atividade física .............................................................................................. 39

5.3.1.2 Comportamento sedentário ........................................................................... 39

5.3.1.3 Variáveis desfecho agrupadas: atividade física e comportamento sedentário

(AFCS) ...................................................................................................................... 40

5.3.2 Variáveis independentes .................................................................................. 40

Page 16: Fatores associados à inatividade física e ao comportamento

5.4 Análises estatísticas ............................................................................................ 41

5.5 Cuidados éticos ................................................................................................... 42

6 RESULTADOS ....................................................................................................... 43

7 DISCUSSÃO .......................................................................................................... 55

8 CONCLUSÃO ......................................................................................................... 64

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 65

APÊNDICE A – Tabelas com descrição da amostra com a distribuição do tempo

sentado e as variáveis sociodemográficas, hábitos de vida e condições de saúde .. 82

APÊNDICE B – Tabelas com descrição da amostra com a distribuição do tempo de

atividade física com as variáveis sociodemográficas, hábitos de vida e condições de

saúde ........................................................................................................................ 86

ANEXO A - PARECER DA UFV ................................................................................ 90

ANEXO B – PARECER DA UFMG ............................................................................ 91

ANEXO C – PARECER DA UFOP ............................................................................ 92

ANEXO D – PARECER DA UFJF ............................................................................. 93

Page 17: Fatores associados à inatividade física e ao comportamento

14

1 INTRODUÇÃO

O corpo humano foi biologicamente preparado para se locomover, porém, ao

longo de anos de mudanças demográficas, epidemiológicas e nutricionais, sobretudo

a partir do século XIX, foram crescentes as alterações ocorridas nos ambientes de

trabalho, lares, transporte e atividades de lazer, que estimularam a permanência

sentada e o aumento de tarefas que requerem cada vez menos movimentação da

musculatura esquelética (KATZMARZYK, 2010, DUNSTAN, 2012, MATTHEWS et al.,

2012, WILLIAMS et al., 2014).

Owen e colaboradores (2010) afirmaram que a sociedade moderna está sendo

planejada, física e socialmente, para que os indivíduos estejam principalmente

sentados, seja em casa, no trabalho, no transporte ou no lazer (OWEN et al., 2010).

Essas transições alteraram o perfil de morbimortalidade no Brasil e no mundo, pois

promoveram redução do gasto energético total, potencializando, assim, a ocorrência

de Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT) (HALLAL et al., 2012a).

Algumas barreiras têm sido levantadas como possíveis fatores que, em geral,

impossibilitam a prática de atividade física de lazer. Alguns estudos identificaram que

a barreira que mais prevalece para a não prática de Atividade Física (AF) são,

segundo Thomaz e colaboradores (2010), em estudo realizado no Brasil (n=469), falta

de tempo (51%); falta de disposição (27,4%); problemas de saúde (5,8%) e outros –

não gosta, clima desfavorável, falta de recursos financeiros, alta de local adequado

(15,8%) (THOMAZ et al., 2010). Outros aspectos sociais podem corroborar para a

diminuição da prática de AF como inexistência de espaços públicos, falta de

segurança durante as práticas e insegurança nos bairros (PITANGA et al., 2014).. Os

autores sugerem, ainda, que, além desses itens, as elevadas jornadas de trabalho e

a alta disponibilidade tecnológica favorecem a adoção do Comportamento Sedentário

(CS) (PITANGA et al., 2014).

Mas há alguns fatores que impactam grupos específicos. Itens como clima,

pouco apoio da família e amigos, falta de motivação, baixa qualidade dos espaços

públicos são encontrados como barreiras mais prevalentes em idosos (CASSOU et

al., 2011). Morar longe do local de trabalho e, assim, acumular maior tempo no trajeto

(deslocamento), acumular duplas jornadas de trabalho e horas extras para

complementação de renda são fatores que reduzem o tempo livre para AF de

Page 18: Fatores associados à inatividade física e ao comportamento

15

indivíduos pertencentes às camadas menos favorecidas da população (BURTON;

TURRELL, 2000).

Segundo a Organização Mundial de Saúde (2015), as DCNT, tais como câncer,

doenças respiratórias, cardíacas, derrames e diabetes, estão entre as principais

causas de morte pelo mundo (WHO, 2015). Muitas delas possuem como origem

fatores genéticos e comportamentais (WHO, 2011). Por se tratar de uma epidemia

silenciosa que prejudica o desenvolvimento econômico de muitos países, muitas

ações de saúde pública são propostas visando o combate dessas doenças com foco

nos aspectos comportamentais, uma vez que os aspectos genéticos não são

modificáveis (WHO, 2014).

Os dados brasileiros da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para

Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (VIGITEL) trouxeram dados alarmantes

referentes às DCNT no Brasil, mostrando um aumento, nos últimos 10 anos, em 61,8%

do número de diagnóstico de diabetes, 14,2% de hipertensão arterial, 26,3% para

excesso de peso e 60% para obesidade (BRASIL, 2017). Considerando que as DCNT

representam 72% da taxa de mortalidade no Brasil (SCHMIDT, 2012), que tais

enfermidades podem substancialmente prejudicar a qualidade de vida e,

consequentemente, afetar o processo de envelhecimento saudável (TRIBESS, 2005),

o debate sobre os determinantes das DCNT torna-se ainda mais importante.

Os principais fatores de risco modificáveis comuns a todas essas doenças são

o uso do tabaco, uso nocivo de álcool, dieta não saudável, insuficiência da prática de

AF, sobrepeso/obesidade, elevada pressão arterial, glicemia e colesterol sanguíneo

elevados (WHO, 2015).

O CS e a AF possuem vários fatores sociais, psicológicos, ambientais e

socioeconômicos que os definem (CASSOU et al., 2011). Assim sendo, o estudo

desses comportamentos é importante para que sejam criadas novas estratégias com

ações multidimensionais, tendo como foco as particularidades dos indivíduos.

Caracterizar os determinantes que podem levar à prática desses comportamentos são

importantes para que haja mudanças de práticas não saudáveis: aumentar a AF e

reduzir o CS.

A AF, de maneira geral, é definida como sendo qualquer movimento corporal

que requer gasto de energia ao ser realizado pelos músculos esqueléticos,

considerando os movimentos realizados durante tarefas domésticas, outros trabalhos,

jogos e atividades de lazer, por exemplo (CASPERSEN, 1985). Em contrapartida, o

Page 19: Fatores associados à inatividade física e ao comportamento

16

termo Comportamento Sedentário é conceituado como qualquer atividade realizada

por um indivíduo acordado, em postura sentada ou reclinada, com dispêndio

energético igual ou inferior a 1,5 METs (TREMBLAY, 2012; DE REZENDE et al.,

2014). Incluem-se nessas atividades aquelas que não geram gasto energético além

dos níveis de repouso, tais como assistir televisão, sentar, ler, deitar e usar

computador ( COELHO-RAVAGNANI et al., 2013, MIELKE, 2012, AINSWORTH et al.,

2000).

Chaput et al (2014) sugerem que uma nova abordagem integrativa, baseada

no aumento das atividades que geram movimento e na redução das que não geram

(sono e comportamento sedentário), levará a melhores resultados e indicadores de

saúde, visto que os movimentos corporais seguem um continuum de comportamentos

com intensidades diferentes, mas que, combinados de maneira adequada, podem

levar à diminuição de riscos (CHAPUT et al., 2014, TREMBLAY et al., 2010).

Estudos epidemiológicos demostram que a AF regular e moderada traz

benefícios para a manutenção da saúde e que hábitos sedentários estão associados

a um risco elevado de diversas doenças crônicas (BOYLE; JONES; WALTERS, 2010,

PHYSICAL, 2008, MORIMOTO et al., 2006 ). Este fato sugere preocupação, uma vez

que estudos mostram que os adultos gastam a maior parte do tempo acordado em

comportamentos sedentários (MATTHEWS et al., 2012, PATE; O'NEILL; LOBELO,

2008).

É crescente o número de trabalhos que têm interesse em conhecer os fatores

que determinam a ocorrência da AF (FEDERICO et al., 2013, CHINN et al., 1999),

pois sabe-se que a mesma, bem como o comportamento sedentário, pode ser

influenciada por aspectos socioeconômicos (CAPINGANA et al., 2013,

BEENACKERS et al., 2012, MARMOT et al., 2008, GALOBARDES et al., 2006,

GOLDMAN, 2001), e por hábitos de vida como o tabagismo e a alimentação

(DOWLER, 2001, GOLDMAN, 2001).

É necessário, também, entender melhor os fatores associados à inatividade

física e ao comportamento sedentário, para que o aconselhamento para as mudanças

possa ser mais eficaz. Muitos têm sido os fatores indicados como contribuintes para

o aumento de exposição ao comportamento sedentário. Dentre estes fatores podem-

se citar características individuais, fatores ocupacionais, familiares, ambientais,

sociais, culturais e aqueles relacionados a políticas públicas (O’DONOGHUE et al.,

2016, OWEN et al., 2014, HALLAL et al., 2012a, OWEN, 2012).

Page 20: Fatores associados à inatividade física e ao comportamento

17

Tendo em vista que a inatividade física é um fator de risco para o aumento das

DCNT bem considerado pelas Organizações Mundiais de Saúde e que, cada vez

mais, são frequentes os alertas para os prejuízos quanto ao aumento das DCNT,

estudos que colaborem para a elucidação dos fatores associados aos

comportamentos que podem contribuir para a melhoria dos hábitos de vida e, por

conseguinte, melhoria da saúde dos indivíduos devem ser incentivados.

Assim, entendendo que o indivíduo é reflexo de todos os seus hábitos diários e

que em sua rotina é capaz de realizar atividade física e de ter um comportamento

sedentário, objetivou-se estudar os fatores que possam identificar os padrões dos

comportamentos do sujeito e suas combinações possíveis tais como: indivíduo com

alto comportamento sedentário e ativo, alto comportamento sedentário e inativo, baixo

comportamento sedentário e inativo e, ainda, baixo comportamento sedentário e ativo

fisicamente.

Além disso, objetivou-se identificar os aspectos combinados que podem

favorecer a elaboração de ações e campanhas que possibilitem mudanças de hábitos

que melhorem as condições de saúde daqueles que estejam acometidos por algum

agravo e, ainda, fortalecer os bons hábitos daqueles que não apresentem.

Page 21: Fatores associados à inatividade física e ao comportamento

18

2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT): conceito e fatores de risco

Jenicek e Cléroux (1987) definiram DCNT como:

Multiplicidade de fatores de risco complexos; interação de fatores etiológicos conhecidos e desconhecidos; longo período de latência; longo curso assintomático; curso clínico em geral lento, prolongado e permanente; manifestações clínicas com períodos de remissão e de exacerbação; evolução para graus variados de incapacidade ou para a morte (JENICEK; CLÉROUX, 1987, p. 253).

Em 1998, Lessa (1998) propôs que DCNT fosse denominado como grupos de

doenças caracterizadas pela ausência de microorganismos na etiologia da elaboração

do modelo epidemiológico, pela incapacidade de ser transmissível, pelo extenso curso

clínico e pela irreversibilidade.

A WHO (2015) define como DCNT doenças respiratórias, cardiovasculares,

diabetes e câncer, as quais possuem etiologia multifatorial, porém compartilham

fatores de riscos comuns e modificáveis (WHO, 2015).

Com o passar dos anos, essas doenças têm registrado prevalência aumentada

e tornaram-se a principal causa de morte em decorrência das mudanças ocorridas no

quadro epidemiológico das últimas décadas. Além disso, essa situação é

acompanhada por um elevado número de mortes prematuras e déficit na qualidade

de vida, em decorrência das limitações que essas doenças podem desenvolver nos

indivíduos, acometendo pessoas de todas as camadas sociais em diversos países

(BRASIL, 2011; WHO, 2009).

Ainda segundo o relatório da WHO (2015), a maioria das mortes prematuras

causadas por DCNT são evitáveis. Em 2012, dos 38 milhões de vidas perdidas por

DCNT, 16 milhões, ou seja, 42% eram evitáveis (um aumento de 14,6 milhões mortes

em relação ao ano de 2000). É demonstrado, ainda, que as mortes por DCNT podem

ser significativamente minimizadas por meio de políticas governamentais direcionadas

a restringir o consumo de tabaco, o consumo nocivo de álcool, dietas pouco

saudáveis, sedentarismo, e proporcionar cobertura universal em saúde (WHO, 2015).

Neste sentido, a preocupação da OMS com o crescente aumento das DCNT e

da inatividade física é constante, tanto que propôs novo plano de ação global para a

Page 22: Fatores associados à inatividade física e ao comportamento

19

AF (2018 - 2030), no qual cita que não atuar em ações que aumentem os níveis de

AF poderá aumentar os custos com saúde, impactando negativamente os sistemas

de saúde, o ambiente, o desenvolvimento econômico, o bem-estar e a qualidade de

vida da comunidade. O sucesso dessa atuação requer ações integradas e sistêmicas,

já que não existe ação isolada capaz de reverter o crescimento da inatividade física

(WHO, 2019).

Entretanto, estudos epidemiológicos sugerem que, além do aumento da AF

regular na intensidade e tempos recomendados oficialmente, é preciso e necessário

compensar o efeito prejudicial de alto tempo sentado que tem sido praticado em casa,

no trabalho, no deslocamento e no lazer (THORP et al., 2011; OWEN et al., 2010;

KATZMARZYK et al., 2009; HAMILTON et al., 2008).

2.2 Atividade Física: conceito e domínios

A AF é definida como movimentos produzidos pela contração do músculo

esquelético que geram um gasto de energia além do nível basal (CASPERSEN;

POWELL; CHRISTENSON, 1985); podendo ocorrer no trabalho, no

transporte/deslocamento, nas atividades domésticas e no lazer (WHO, 2014). Os

principais atributos medidos são frequência, intensidade e duração da AF. Embora a

maioria dos estudos avalie sua prática no período do lazer, os outros domínios da

atividade física também devem ser considerados (CRAIG et al., 2003, GARCIA;

FLORINDO, 2014, HALLAL et al., 2012a). De acordo com Pate et al. (1995) e Florindo

et al. (2009), os domínios da AF podem ser caracterizados da seguinte maneira:

AF no tempo de lazer: prática realizada durante o tempo livre. Habitualmente

essa prática é realizada em parques, clubes, praças, quadras, academias ou mesmo

na rua, tendo como exemplos a prática de futebol, basquetebol, jogos coletivos em

geral, caminhada ou corrida e treino com pesos;

AF de deslocamento (transporte ativo): prática adotada quando as pessoas

se deslocam de um local para outro. Os dois principais tipos de deslocamento são a

caminhada e o uso da bicicleta. O uso de escadas em alternativa ao uso de elevadores

também é um exemplo de atividade nesse domínio;

AF laborais (ocupacional e doméstica): prática decorrente como exigência

das funções específicas do trabalho. Esse domínio inclui as atividades físicas

realizadas em cada profissão ou trabalho, sendo exemplos as atividades executadas

Page 23: Fatores associados à inatividade física e ao comportamento

20

por carteiros, que caminham a maior parte do dia; ou serventes de pedreiros, que

carregam muito peso. A AF laboral contempla também as atividades domésticas, tais

como atividades de limpeza (varrer, lavar, fazer a faxina pesada) e atividades de

jardinagem.

Assim, a partir do somatório de atividades desempenhadas ao longo do dia ou

semana, o indivíduo é comumente classificado em:

Ativo fisicamente: quando alcança as metas recomendadas (HASKELL et al., 2007),

que, atualmente, referem-se a 150 minutos de atividade física aeróbica de intensidade

moderada por semana ou 75 minutos de atividade física aeróbica de intensidade

vigorosa por semana (WHO, 2010);

Muito ativo: quando ultrapassa as metas recomendadas (HASKELL et al., 2007);

Inativo fisicamente: indivíduos que não praticam qualquer AF (PATE et al., 1995) no

tempo livre, e que não fazem esforço físico de relevância considerando todas as

dimensões de atividades (deslocamento de trajeto, ocupacional e/ou atividades

domésticas pesadas) (BRASIL, 2019);

Insuficientemente ativo: termo designado a classificar os indivíduos que apresentem

performance insuficiente das quantidades de atividade física moderada e vigorosa

(AFMV) (BRASIL, 2019, TREMBLAY, 2012).

A AF possui ainda uma subdivisão que é o exercício físico. Este é classificado

como um subgrupo da atividade física que deve ser planejado e estruturado com

objetivo de melhorar e, ainda manter, um ou mais componentes do condicionamento

físico, sendo, muitas vezes, realizado de forma repetitiva (WHO, 2014).

Ainsworth et al. (1993) elaboraram um compêndio de atividade física, o qual foi

atualizado em 2000 e 2011. Esse compêndio teve como objetivo padronizar as

estimativas e as classificações de gasto energético de diversas atividades do cotidiano

com diversas intensidades, segundo o MET (equivalente metabólico de uma tarefa).

Um MET equivale a taxa de consumo de oxigênio em repouso absoluto (3,5 ml/kg/min)

(PATE et al., 1995) (AINSWORTH et al., 2000).

Meneguci e colaboradores (2015a) demonstraram a classificação da AF,

segundo o dispêndio de energia em MET, classificando-a em leve, moderada e

vigorosa e comportamento sedentário (atividades que gastam menos que 1,5 METs)

(Figura. 1).

Page 24: Fatores associados à inatividade física e ao comportamento

21

Figura 1 – Organograma e definição operacional para os construtos comportamento

sedentário e atividade física

Fonte: adaptado de Meneguci et al., 2015a.

2.2.1 Atividade física: importância para a saúde e recomendações

De acordo com estudos epidemiológicos relativos ao desenvolvimento de

DCNT, um dos fatores de risco que favorece sua ocorrência é a prática de atividade

física insuficiente e o aumento cada vez mais acentuado do comportamento

sedentário.

Alguns autores demonstraram que o maior gasto de energia proveniente da

prática de AF por indivíduos ativos, quando comparados aos insuficientemente ativos,

pode aumentar o número de lipoproteína lipase que, por conseguinte, aceleram o

catabolismo das lipoproteínas ricas em VLDL-C, resultando na transferência de

fosfolipídeos, colesterol e apoproteínas em partículas de HDL-C produzidas pelo

fígado e, consequentemente, aumentando sua concentração (PITANGA et al., 2001,

KOKINOS; FERNHALL, 1999, SUNAMI et al., 1999).

< 1- 1,5METs

Page 25: Fatores associados à inatividade física e ao comportamento

22

Outro aspecto positivo que evidencia o benefício da prática de AF foi estudado

por Lourenço et al. (2017). Esses pesquisadores demonstraram, por meio de revisão

sistemática, que a AF possui eficácia terapêutica em pessoas com doenças mentais,

ressaltando a reinserção social com benefícios individuais e coletivos adequados à

promoção da saúde, visto que promove alteração no estilo de vida dos indivíduos

(LOURENÇO et al., 2017).

O domínio mais estudado em AF é o do lazer, além de ser o mais promovido

no Brasil e no mundo, mesmo essa prática não sendo suficiente para alcançar os

gastos energéticos diários recomendados para a prevenção de problemas de saúde,

como o sobrepeso e a obesidade (ALLMAN-FARINELLI et al., 2010, BAUMAN et al.,

2008). Portanto, ressalta-se que é essencial o somatório das atividades realizadas nos

demais domínios da AF (HASKELL et al., 2007), tanto para o bem-estar físico

(FLORINDO et al., 2009, HU et al., 2005, PEETERS et al., 2014), quanto para o bem-

estar mental (MARI; BO; LARS, 2011, FOX et al., 2007, USSHER et al., 2007).

Com o passar dos anos, as evidências científicas têm auxiliado nas

modificações das recomendações com relação à prática de AF para as populações.

Desta maneira, as ações de saúde pública relativas ao movimento do ser humano

podem ser elencadas na seguinte sequência de fases: (a) prática de exercícios

planejados e estruturados com o objetivo de melhorar a aptidão física (CASPERSEN

et al., 1985); (b) prática regular de atividade física de intensidade moderada a vigorosa

(AFMV), que deve ser realizada em 30 minutos por dia (GARBER et al., 2011b); e (c)

orienta totalizar, ao menos, 150 minutos por semana de atividade física aeróbica

moderada e vigorosa (WHO, 2011).

O American College of Sport Medicine (ACSM), em 2011, recomendava, além

de aumentar o nível de AFMV, diminuir o tempo sentado, alertando quanto aos riscos

do comportamento sedentário mesmo para aqueles classificados como ativos

fisicamente (GARBER et al., 2011).

Lee et al. (2012) alertaram que o não cumprimento de recomendações para AF

é responsável por mais de 5 milhões de mortes a cada ano em todo o mundo.

Entretanto, quantidades pequenas de AF no lazer (92 min/semana) também foram

relacionadas a uma redução de 14% no risco de mortalidade e ao aumento de 3 anos

da expectativa de vida, quando comparados com nenhuma atividade (EDWARDSON

et al., 2012).

Page 26: Fatores associados à inatividade física e ao comportamento

23

2.2.2 Prevalência da prática de atividade física na população adulta

Em relação à prevalência de AF no mundo, Guthold (2018), em revisão

sistemática realizada em 168 países, com 1,9 milhões de indivíduos, demonstrou uma

prevalência global de atividade física insuficiente de 27,5% (IC 95%: 25,0 – 32,2) em

2016, com uma diferença entre os sexos de mais de 8 pontos percentuais 23,4% (IC

95%: 21,1 – 30,7) em homens versus 31,7%, (IC 95%: 28,6 – 39,0) em mulheres.

Em relação à prevalência de AF no Brasil, os estudos apontam para grandes

variações entre as regiões e entre seus domínios. Em pesquisa nacional, o estudo de

Florindo et al. (2009), com pessoas com mais de 18 anos, residentes em domicílios

portadores de linha telefônica fixa, demonstrou que os inativos no lazer representavam

60% da amostra. Nessa pesquisa, a cidade de Florianópolis (SC) foi a capital com

menor prevalência de inativos no lazer (47,4%) e Teresina (PI) apresentou maior

prevalência (68,2%).

Já o estudo de Rombaldi et al. (2010) demonstra que pessoas que realizam AF

no deslocamento (150 minutos ou mais por semana) eram 40% menos propensas à

inatividade física no lazer quando comparadas àquelas que não praticavam AF de

deslocamento (ROMBALDI et al., 2010; BERRIGAN et al., 2006).

Hallal et al. (2011), utilizando dados do VIGITEL dos anos de 2006 e 2009,

verificaram que indivíduos do sexo masculino foram mais ativos que os do sexo

feminino no tempo livre.

Cruz et al. (2018), em estudo sobre a tendência da prática de AF no lazer, nas

capitais brasileiras e Distrito Federal, identificaram um aumento no percentual de

prática de AF no lazer nos três meses que antecederam a entrevista e no percentual

de indivíduos que atingiram as recomendações de prática de AF: de 30,3 a 37,6%

entre 2009 a 2016. Os aumentos se deram com maior frequência entre as mulheres,

nos indivíduos mais jovens e entre aqueles de maior escolaridade.

Em pesquisa regional, Matsudo et al. (2002) avaliaram a prevalência de prática

de AF entre indivíduos com idade entre 14 e 77 anos, em 29 cidades de pequeno a

grande porte no Estado de São Paulo, considerando todos os domínios. Os autores

encontraram aproximadamente 46% dos avaliados considerados ativos e muito ativos,

ou seja, alcançavam 150 minutos semanais de AF com variação segundo sexo, idade,

nível socioeconômico, região e conhecimento ou não do Programa “Agita São Paulo”.

Page 27: Fatores associados à inatividade física e ao comportamento

24

Já o estudo de Florindo et al. (2009), com adultos da cidade de São Paulo,

demonstrou que 22,9% dos indivíduos não alcançaram os 150 minutos de atividade

física semanais necessários, ainda que tenham sido considerados os demais

domínios (AF de deslocamento, laborais e lazer).

Lopes et al. (2010), em Lages/Santa Catarina, demonstraram que cerca de 29%

das pessoas do sexo feminino e 32% do sexo masculino, com idade entre 20 e 59

anos, não atingiram a recomendação de 150 minutos de atividade física semanais.

Pazin et al. (2016), em estudo na cidade de Florianópolis/Santa Catarina.

(n=746), identificou inatividade física no deslocamento de 73,3% (mulheres) e 71,1 %

(homens) e no lazer de 78,4% (mulheres) e 74,9% (homens).

Assim, vale destacar que as barreiras já citadas devem ser identificadas para

que sejam tomadas providências para diminuí-las, a fim de promover maior dispêndio

de energia em AF de todos os domínios.

2.2.3 Atividade física: políticas internacionais e nacional

A promoção de AF moderada e regular é objetivo da Organização Mundial da

Saúde (OMS) (WHO, 2010), que preconiza aos seus Estados membros a elaboração

de políticas que promovam ações e diretrizes nacionais para a promoção da saúde;

elaborem e implementem políticas que permitam o deslocamento ativo e seguro para

escolas e trabalhos; realizem adequações às estruturas urbanas de forma a permitir

a prática de atividade física com a implementação de ciclovias, faixas de pedestres,

calçamentos regulares; estabelecer condições de segurança pública que ofereçam

policiamento e iluminação para acesso e prática de AF em parques, quadras ou pistas,

que devem, também, ser planejados e ofertados à comunidade (WHO, 2010).

Para além disso, a OMS, em 2015, lançou as estratégias de AF para o período

de 2016-2025, definindo como missão “promover a atividade física e reduzir

comportamentos sedentários” (WHO, 2015b, p. 5). Sob o âmbito nacional, a Política

de Promoção da Saúde tem adotado diversas ações relacionadas à alimentação, AF,

prevenção do uso do tabaco e do álcool. No que se refere à AF, projetos como

“Programa Academia da Saúde”, “Plano Nacional de Transporte Ativo e Saudável” e

a “Reformulação de espaços urbanos” (construção e reativação de ciclovias, parques,

praças e pistas de caminhadas) vêm sendo implementados em todo o país (BRASIL,

2011). Além desses, há o Plano de Ações Estratégicas para o enfrentamento das

Page 28: Fatores associados à inatividade física e ao comportamento

25

Doenças Crônicas que foi incluído à Política de Promoção da Saúde em 2016

(BRASIL, 2016).

O Ministério da Saúde do Brasil, em consonância com a Estratégia Global para

a Dieta, Atividade Física e Saúde, recomendada pela OMS, procura estimular ações

para a promoção da saúde, combatendo os baixos níveis de AF da população. Nessa

linha, cronologicamente, instituiu-se no ano de 2006 a Política Nacional de Promoção

da Saúde (BRASIL, 2010). Consecutivamente, no ano de 2011, foi criado o “Programa

Academia da Saúde”, no âmbito do Sistema Único de Saúde, que tem como objetivo

incentivar a promoção da saúde da população em geral, a partir da implantação de

polos públicos qualificados para a orientação e supervisão da prática de AF (BRASIL,

2011).

O “Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas

Não Transmissíveis (DCNT) no Brasil, 2011- 2022” tem como objetivo promover o

desenvolvimento de políticas públicas efetivas, integradas, sustentáveis e baseadas

em evidências para a prevenção e o controle das DCNT e seus fatores de risco e

fortalecer os serviços voltados para a atenção aos portadores de doenças crônicas

(MALTA et al., 2016). No Plano, como ação para coibir o aumento da inatividade

física, as ações propostas para promoção da saúde incluem, além do Programa

Academia da Saúde e o Programa “Saúde na Escola”, praças do Programa de

Aceleração do Crescimento (PAC), espaços urbanos saudáveis: criação do “Programa

Nacional de Calçadas Saudáveis”, construção e reativação de ciclovias, parques,

praças e pistas de caminhadas. Foram previstas, à época da publicação, campanhas

de comunicação, visto a proximidade da Copa do Mundo de Futebol (2014) e das

Olimpíadas (2016), para o incentivo à prática de AF (MALTA et al., 2016).

No Brasil, o monitoramento e a vigilância das políticas voltadas às prática da AF

ocorrem através de dois inquéritos nacionais: a Pesquisa Nacional sobre Saúde do

Escolar (PeNSE), que acompanha, dentre outros fatores de risco, a ausência de

prática de AF por adolescentes (BRASIL, 2013), e o VIGITEL (BRASIL, 2007), que

avalia fatores de risco para DCNT em adultos nas 26 capitais dos estados e no Distrito

Federal.

Os dados do Vigitel, em 2018, demonstraram que a prática de atividade física,

embora tenha-se registrado aumento da realização no domínio lazer, diminui

conforme o aumento da idade (BRASIL, 2017).

Page 29: Fatores associados à inatividade física e ao comportamento

26

Os dados da PeNSE, em sua última publicação (2015), mostraram que apenas

40% ou menos dos escolares realizaram 300 minutos de AF acumulados em 7 dias,

sendo as três capitais com maior índice situadas no centro-sul do país (BRASIL,

2015). Mielke (2012), quando analisou os dados da Pesquisa Nacional de Saúde,

concluiu que metade da população brasileira não atingiu os níveis recomendados de

prática de AF, sugerindo a necessidade do fortalecimento de ações para sua

promoção no país.

Sabe-se que a prática de AF tem, consideravelmente, efeitos benéficos à saúde.

Nos textos científicos, chama-se a atenção para a necessidade de ações que

incentivem a realização dessa prática, tornando-a um hábito. Entretanto, quando se

analisam os dados dos Programas Nacionais existentes no Brasil, percebe-se que

muito ainda precisa avançar para que a prática de AF seja um hábito da população.

Para isso, faz-se necessário conhecer os domínios, os fatores associados e suas

correlações com o contexto que promovem a AF na população. Além disso, é preciso

que as recomendações mundiais de intensidade e frequência sejam atendidas.

2.3 Comportamento sedentário: definição e classificação

A palavra sedentário é originada do latim “sedere”, que significa sentar

(WILMOT et al., 2012). Nos últimos 10 anos, o estudo do comportamento sedentário

tem sido reconhecido como uma questão de saúde pública (HALLAL et al., 2012a), e

investigações colocam em ênfase que este comportamento está relacionado com

efeitos deletérios para saúde (HAMILTON et al, 2008).

Por anos, o comportamento sedentário foi avaliado como sendo o gradiente

menos ativo na escala de caracterização da AF e estimado como inatividade física.

Porém, com o decorrer dos anos, este conceito tem se alterado e ainda falta consenso

na sua definição (GIBBS et al., 2015, TREMBLAY et al., 2017). Em um estudo de

revisão sistemática sobre AF no Brasil, foram identificadas quase trinta definições

diferentes ligadas à variável “sedentarismo” (HALLAL et al., 2007), o que representa

um grande desafio para seu estudo (GIBBS et al., 2015).

Assim, essa multiplicidade de indicadores para expressar os termos para

classificar o CS e a diversidade de tratamentos estatísticos que podem ser aplicados

na pesquisa em CS dificultam a definição conceitual e sua comparabilidade (YOUNG

et al., 2016). Entretanto, há uma definição que atualmente é mais aceita:

Page 30: Fatores associados à inatividade física e ao comportamento

27

Comportamento sedentário: qualquer comportamento no tempo acordado, marcado

por um gasto energético ≤ 1,5 MET enquanto numa posição sentado ou reclinada. O

CS apresenta dois componentes: gasto energético (≤1.5 METs) (BAMES, et al., 2012,

PATE, 2008) e postura (sentada ou reclinada) (GIBBS, 2015), incluindo sentar, deitar,

assistir TV e outras formas de entretimento baseado em tela (TREMBLAY et al., 2017,

OWEN et al., 2010).

O CS, tal como a AF, pode ocorrer em vários domínios, como lazer, trabalho,

deslocamento (transporte) e em atividades domésticas. Assistir televisão, fazer uso

de celular ou computador, estudar ou trabalhar sentado são exemplos de atividades

de baixa demanda de energia (SEDENTARY..., 2012, OWEN et al., 2010).

Além disso, os fatores relacionados ao CS tendem a variar segundo o tipo de

comportamento avaliado e o domínio. Dispender muitos minutos à TV diariamente

ocorre mais entre pessoas com pouca escolaridade. Entretanto, pessoas com maior

grau de escolaridade ficam, a maior parte do tempo, sentadas nos domínios trabalho

e deslocamento (DEL DUCA et al., 2015).

O CS tem sido demonstrado e caracterizado como um fator de risco importante

e independente do grau de atividade física para o aparecimento de muitas doenças

crônicas (HARVEY; CHASTIN; SKELTON, 2013, CHAU, 2013, HALLAL et al., 2012a).

Não foi possível determinar o tempo de CS que expõe as pessoas ao risco de

desenvolvimento de DCNT, nem a constância e as interrupções capazes de minimizar

os efeitos prejudiciais do elevado CS ou, ainda, esclarecer quanto de AFMV é

necessária para contrapor os efeitos adversos do tempo sentado (EKELUND et al.,

2016, FARIAS JÚNIOR, 2011, MENEGUCI et al., 2015b).

Além disso, faz-se importante elucidar como o efeito nocivo pode ser alterado

de acordo com o domínio do CS (tempo de TV versus CS ocupacional, como

exemplo); como o CS é acumulado (em períodos contínuos ou pequenos períodos

intercalados com atividade física leve (AFL); e como diferentes grupos (idosos, adultos

ou crianças e adolescentes) podem se favorecer das diversas propostas de redução

do tempo em CS (TREMBLAY et al., 2017). Muitos estudos foram publicados sobre o

tema para diversas faixas etárias tais como crianças e adolescentes (DUMITH et al.,

2012), idosos (SANTOS et al., 2015), trabalhadores da indústria (GARCIA et al., 2015)

e adultos, em Pelotas (RS) (MIELKE et al., 2014) e em Ribeirão Preto (SP) (SUZUKI

et al., 2010).

Page 31: Fatores associados à inatividade física e ao comportamento

28

O número de trabalhos científicos que avaliam o risco de morbidade e, ainda,

mortalidade associado ao CS em pessoas ativas, com objetivo de constituir

orientações em prol do equilíbrio entre tempo dispendido em CS e AF, vislumbrando

o envelhecimento saudável, tem crescido. Dessa forma, as novas recomendações

deverão contemplar, além do tempo e tipo de AF, a obrigatoriedade de se reduzir o

tempo em CS, principalmente, para aqueles que atendem as orientações de AF e

estão sob risco de prejuízos à saúde por permanecerem elevado tempo sentados

(PROPER et al., 2011, SCHMID et al., 2011).

Biddle e Batterham (2015) ressaltam, portanto, que novas propostas

direcionadas à diminuição do CS não podem diminuir a importância da AFMV e da

AFL, que são essenciais para a saúde fisiológica, musculoesquelética e psíquica. Por

outro lado, Prince et al. (2014) demonstraram que ações claras e efetivas para

redução do CS devem ser realizadas separadamente das campanhas que ocorrem

para a promoção de AFMV, pois identificaram que medidas que visam aumentar as

práticas de AFMV não foram efetivas, até então, na redução do CS (PRINCE et al.,

2014).

Esta proposta é confirmada por estudo que apresentou ações voltadas para

modificações nos hábitos de vida de maneira geral e conseguiram redução de 24

minutos por dia no CS. Entretanto, as propostas que tinham como objetivo ações no

CS reduziram o dobro deste tempo por dia. Esta metanálise demonstrou que houve

maior eficácia na a redução do CS, quando as ações são focadas na diminuição do

CS e que intervenções direcionadas ao aumento da AF não foram efetivas na redução

deste comportamento (MARTIN et al, 2015).

Muitos têm sido os fatores indicados como contribuintes para o aumento de

exposição a esse comportamento. Dentre estes fatores, podem ser citados, além das

características individuais, os fatores ocupacionais, familiares, ambientais, sociais,

culturais e aqueles relacionados a políticas públicas (O’DONOGHUE et al., 2016;

OWEN et al., 2014, HALLAL et al., 2012a, OWEN, 2012).

Para que haja efetividade das ações para diminuição do CS, é importante que

essas ações sejam seguidas de modificações abrangentes na sociedade, que incluam

desde legislação de mercado, melhorias e incentivos no transporte até educação e

infraestrutura (PIAZZA-GARDNER; BARRY, 2012). De maneira geral, essas ações

deveriam oferecer atividades e ambientes mais dinâmicos, ativos e participativos, com

segurança, acessibilidade e equidade, promovendo, assim, a redução do tempo

Page 32: Fatores associados à inatividade física e ao comportamento

29

dispendido em comportamentos sedentários (MIELKE et al., 2014, HALLAL et al.,

2012a).

Ações públicas de promoção da saúde da população devem abranger medidas

de aumento de AF assim como de redução de CS (BIDDLE; BATTERHAM, 2015).

Dessa maneira, deve haver acompanhamento de ambos os comportamentos a fim de

aumentar a prática de AF e reduzir o CS, o que se apresenta como recomendações a

serem adotadas em saúde pública (HALLAL et al., 2012a).

Assim, torna-se fundamental conhecer esses aspectos para melhor definir os

determinantes do CS, seu impacto na saúde dos indivíduos e quais tipos de ações

preventivas na saúde pública são necessárias e factíveis para redução do CS

(TREMBLAY et al., 2017).

2.3.1 Comportamento sedentário como fator de risco à saúde e fatores

associados

O elevado tempo de sentar foi evidenciado, pela primeira vez, em 1950 por

Morris e colaboradores, quando observaram que motoristas de ônibus em Londres

apresentaram aumento duplo no risco de infarto do miocárdio, quando comparados a

condutores ativos (MORRIS, et al., 1953).

Wilmot e colaboradores (2012) avaliaram a associação do comportamento

sedentário com diabetes, doenças cardiovasculares e mortalidade cardiovascular,

considerando todas as causas. Nessa avaliação, identificaram aumento em 112% no

risco relativo de diabetes, 147% no risco de doença cardiovascular e aumento de 90%

no risco de mortalidade cardiovascular e 49% no risco de mortalidade por todas as

causas, quanto mais alto o nível do CS (WILMOT et al., 2012) e obesidade (HARVEY;

CHASTIN; SKELTON, 2013, REZENDE et al., 2014).

Semelhante ao estudo anterior, Chau e colaboradores (2013) demonstraram

associação de um aumento de 2% no risco de morte por todas as causas a cada hora

sentada diariamente. Além disso, esse risco aumenta expressivamente, quando os

indivíduos sentaram por tempo superior a 7 h/dia. Ainda com relação à mortalidade,

independente da AFMV, Schmid e colaboradores (2015) identificaram que o maior

tempo sentado (média de 8,6 horas/dia) estava associado ao elevado risco de

mortalidade por todas as causas (RR= 2,03, IC 95% 1,09 – 3,81) e tiraram como

Page 33: Fatores associados à inatividade física e ao comportamento

30

conclusão que o alto tempo dispendido em CS, como também o baixo nível de AFMV

são preditores independentes e fortes de mortalidade precoce.

Em 2018, foi criada a Rede Sul-Americana de Atividade Física e

Comportamento Sedentário (SAPASEN), que tem por finalidade acompanhar a

prevalência específica e os fatores associados à AF e ao CS na América do Sul,

aplicando conjuntos de dados representativos nacionais de cada país (WERNECK et

al., 2019). Como medida de acompanhamento, no Brasil, destaca-se a inovação na

pesquisa do Vigitel (2019), que incluiu questões relacionadas ao CS (Tempo livre

vendo televisão ou usando computador, tablet ou celular) (BRASIL, 2019).

2.4 Comportamentos associados: comportamento sedentário e inatividade

física

Entender esses comportamentos, ainda que sejam com constructos

divergentes, como fatores associados, auxilia na avaliação deles (DEL DUCA et al.,

2015, VAN UFFELEN et al., 2011).

Bames et al. (2012) ao realizarem o projeto de consenso terminológico para o

comportamento sedentário, além da definição dos termos, puderam demonstrar que

ao longo de 24 horas os indivíduos realizam e praticam diversas atividades que geram

ou não gasto energético: sono (menos que 1 MET), comportamento sedentário (menor

ou igual a 1,5 METs) e AFLMV (maior que 1,5 MET).

Assim, considerando o continuun do somatório dos comportamentos como

importante e necessário, Chaput (2014) sugere que os comportamentos combinados

de letargia (sono), atividades reclinadas (CS), atrelados ao movimento AFLMV, podem

ter resultados cumulativos e afetar a saúde de forma que o efeito particular de cada

um desses constructos não pode explicar o todo (CHAPUT, 2014; SAUNDERS, 2016).

Ou seja, os movimentos seguem um continuun que se inicia no sono, segue pelo

comportamento sedentário (ausência/baixo movimento), passa pela AFL e pode

chegar à AFMV (CARSON et al., 2015, CHAPUT et al., 2014, FARIAS JÚNIOR, 2011,

TREMBLAY et al., 2010).

Estudos revisados, combinando os comportamentos, têm avaliado a AFMV e o

comportamento sedentário (SAUNDERS et al., 2016), desconsiderando o efeito do

sono e da AFL que conjuntamente contemplam o período diário como um todo. Assim,

podem impossibilitar a compreensão de como os comportamentos do movimento e

Page 34: Fatores associados à inatividade física e ao comportamento

31

não movimento se integram (CHAPUT et al., 2014), levando a diferentes padrões de

comportamento com variados impactos à saúde (FERRAR et al., 2013).

O indivíduo pode atender as recomendações dos níveis de AF (fisicamente

ativo), em contrapartida, pode apresentar alto tempo em CS e vice-versa

(SAUNDERS; CHAPUT; TREMBLAY et al., 2014). As combinações dos dois

comportamentos, para além do sono, podem ser demonstrados na FIG. 2:

Figura 2 – Combinações para as classificações de atividade física e comportamento sedentário pelas quais podem perpassar os indivíduos

Fonte: Elaborado pela autora. Adaptado de Saunders, Chaput e Tremblay (2014) e de Sedentary Behavior Research Network (2017).

A maior concentração de estudos na literatura é de estudos da AF e,

recentemente, tem-se voltado ao CS (DEL DUCA et al., 2015). A abordagem

combinada, que permite explorar mais profundamente essa relação e suas

implicações à saúde, segue incipiente (APARICIO-UGARRIZA et al., 2017).

2.5 Comportamento sedentário e atividade física: métodos de avaliação

A inatividade física e o CS, como já demonstrado nos tópicos anteriores, não

são sinônimos, pois apresentam respostas fisiológicas adversas no âmbito da saúde,

Insuficientemente ativo e alto

comportamento sedentário

Ativo e alto comportamento

sedentário

Ativo e baixo comportamento

sedentário

Insuficientemente ativo e baixo

comportamento sedentário

Page 35: Fatores associados à inatividade física e ao comportamento

32

por isso não podem ser medidos e interpretados de maneira igual (FARIAS JÚNIOR,

2011, PATE; O’NEILL; LOBELO, 2008).

Alguns métodos de avaliação da AF apresentam-se descritos e validados na

literatura (KRISKA; CASPERSEN, 1997, REIS; PETROSKI; LOPES, 2000), mas é

necessária a sistematização deles. Os estudiosos concordam que um dos principais

e maiores desafios está relacionado à validação e à padronização dos métodos de

mensuração (BOYINGTON et al., 2015, YOUNG et al., 2016).

Assim, pode-se demonstrar que os instrumentos de medidas podem ser

descritos sob dois parâmetros: os que utilizam informações fornecidas pelos

indivíduos (questionários, entrevistas e diários) (SANTOS et al., 2015) e aqueles que

utilizam marcadores fisiológicos ou sensores de movimento para a avaliação direta de

atividades por determinados períodos de tempo (REIS; PETROSKI; LOPES, 2000).

Os vários métodos para mensuração da AF e do CS foram descritos em recente

revisão bibliográfica (MENEGUCI et al., 2015a).

Dentre os tipos de metodologia que se utilizam para caracterizar o CS, o uso

de questionários em função da viabilidade em estudos populacionais tem sido uma

estratégia bem desenvolvida (LEGNANI et al., 2012, BAUMAN et al., 2011). Hardy et

al. (2013) fazem uma ressalva para análises por métodos objetivos ao considerar que

oferecem maior controle sobre o viés de avaliação, quando mensuram o CS. De

acordo com eles, o emprego de acelerômetros, definidos como padrão-ouro, necessita

de atenção, pois não tem, ainda, protocolos padronizados para sua utilização, nem

para avaliar os dados direcionados a esse comportamento (HARDY et al., 2013). Além

do que, a análise objetiva possui alto custo e dificulta a aplicação em amostras

numerosas (HARDY et al., 2013).

O uso de instrumentos de autorrelato, portanto, tem sido uma ação estratégica

aplicada em estudos epidemiológicos na área da AF e saúde, por terem baixo custo e

serem de fácil acesso (FLORINDO et al., 2004; BAUMAN et al., 2006). Entretanto,

algumas variáveis metodológicas devem ser levantadas como, por exemplo, as

características da população, o tempo do estudo, o instrumento e as atividades

desenvolvidas, uma vez que estas peculiaridades podem dificultar a precisão das

estimativas obtidas (KRISKA; CASPERSEN, 1997). A medida subjetiva (autorrelato)

pode apresentar erro de aferição ou medida, conferindo boa confiabilidade, porém,

baixa validade, considerando a medida de critério, quando comparada a um padrão

ouro (SOUZA; ALEXANDRE; GUIRARDELLO, 2017). Devido ao CS não ser

Page 36: Fatores associados à inatividade física e ao comportamento

33

estruturado e objetivo como a AF, ele ocorre durante todo o dia do indivíduo,

naturalmente, de forma que pode dificultar a capacidade dos participantes de

recordarem com precisão o tempo total dispendido em todos os ambientes pelos quais

circulam (RYAN et al., 2018, HEALY et al., 2011, OWEN et al., 2010).

Em 2011, Healy et al. afirmaram que o CS, tal como a AF, pode ser avaliado

das três seguintes maneiras: pela análise específica de comportamentos, como o

tempo de televisão; quantificação de tempo sedentário em domínio específico (no

lazer, trabalho/ocupacional ou deslocamento/transporte) e somatória do tempo

dispendido em todas as maneiras que o CS ocorrer na extensão do dia (HEALY et al.,

2011, VAN UFFELEN et al., 2011).

Entre as várias medidas para se determinar o CS estão o tempo sentado total

(TST) (BAUMAN et al., 2006, KATZMARZYK et al., 2009), tempo sentado diante da

televisão - tempo de TV (DUNSTAN et al., 2004), além do domínio específico

relacionado ao trabalho (HEALY et al., 2011), com diversos pontos de corte, tal como

tempo sentado maior ou igual a 6 horas por dia (PATEL et al., 2010). Esses são os

mais usados na literatura e apresentam boa avaliação quanto aos itens validade,

reprodutibilidade e objetividade (ATKIN et al., 2012).

Page 37: Fatores associados à inatividade física e ao comportamento

34

Figura 3 – Tipos de instrumentos de investigação e pontos de corte para comportamento sedentário e atividade física.

Fonte: adaptado de Meneguci et al., 2015a.

Page 38: Fatores associados à inatividade física e ao comportamento

35

3 MODELO CONCEITUAL

O modelo conceitual, adotado no presente trabalho, apresenta as variáveis

sociodemográficas, hábitos de vida e condições de saúde que podem explicar o

comportamento sedentário e a inatividade física, os quais são fatores de risco para o

agravamento ou, ainda, o surgimento de DCNT.

Figura 4 – Modelo conceitual de associação das variáveis sociodemográficas e estilo

de vida ao comportamento sedentário e à inatividade física

Fonte: Da autora.

Page 39: Fatores associados à inatividade física e ao comportamento

36

4 OBJETIVOS

4.1 Objetivo geral

Avaliar os fatores associados ao comportamento sedentário e à inatividade

física de forma isolada e combinados em egressos participantes da Coorte de

universidades mineiras (Projeto CUME).

4.2 Objetivos específicos

- Descrever o tempo, em minutos, dispendidos em comportamento sedentário e em

atividade física pelos egressos;

- Identificar a prevalência de inatividade física isoladamente, na população estudada;

- Identificar a prevalência de inatividade física e comportamento sedentário

combinados entre os egressos das universidades mineiras;

- Conhecer os fatores associados aos comportamentos (inatividade física e

comportamento sedentário) isoladamente e simultaneamente entre egressos das

universidades mineiras.

Page 40: Fatores associados à inatividade física e ao comportamento

37

5 METODOLOGIA

5.1 Coorte de Universidades Mineiras (CUME)

O CUME é um estudo multicêntrico, epidemiológico, observacional do tipo

coorte aberta cujo objetivo é avaliar o impacto do padrão alimentar brasileiro e da

transição nutricional sobre as DCNT em egressos de Instituições de ensino superior

situados no Estado de Minas Gerais.

Iniciado em 2016, o estudo abrangia egressos graduados e pós-graduados da

Universidade de Viçosa (UFV) e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

No ano de 2018, foram incluídos os egressos da Universidade Federal de Ouro Preto

(UFOP), Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e Universidade Federal de

Lavras (UFLA).

Uma das características principais desse estudo é o recrutamento permanente

(em ondas, a cada dois anos), permitindo um crescimento da amostra a cada período

de subsequência. O intervalo de tempo de dois anos tem como objetivo identificar as

alterações nos hábitos alimentares e no estilo de vida, diagnosticar incidências de

novas patologias e o bem-estar geral dos participantes.

A metodologia do projeto CUME é baseada nas coortes Seguimiento

Universidad de Navarra (SEGUÍ-GOMEZ et al., 2006) e Nurses’ Health Study

(JACQUES; TUCKER, 2001).

As coletas de dados foram realizadas entre março e agosto de 2016 e entre

abril e agosto de 2018 em ambiente virtual do Projeto CUME, com participantes em

potencial que foram convidados por e-mail. Para o envio dos convites, a associação

de ex-alunos da UFV e Programas de Pós-graduação e a Diretoria de Tecnologia da

UFMG foram contatados para ciência do presente.

O questionário da linha de base https://www.projetocume.com.br/questionario,

autopreenchido pelos participantes constituiu-se de duas etapas: uma contendo

questões relativas às características demográficas, socioeconômicas,

antropométricas, estilo de vida (consumo de álcool e tabaco, prática de atividade física

e comportamento sedentário) e relacionadas à saúde dos participantes. A outra etapa,

enviada uma semana posteriormente ao preenchimento da primeira, consistiu de um

Questionário de Frequência de Consumo Alimentar (QFCA) e questões relacionadas

Page 41: Fatores associados à inatividade física e ao comportamento

38

a práticas alimentares e ambiente alimentar, acompanhado de um registro fotográfico

construído para este fim.

5.2 Critérios de inclusão e de exclusão

Os critérios de inclusão e exclusão são:

- Inclusão: ser egresso das instituições UFV, UFMG, UFOP, UFLA e UFJF, ser

brasileiro nato, ter residido no Brasil no último ano e possuir e-mail de contato.

- Exclusão: nacionalidade estrangeira e não residir no Brasil;

- Critérios de exclusão adicionais adotados neste subprojeto são: indivíduos que não

responderam as variáveis determinantes para a construção das variáveis desfecho,

como não ter respondido as questões relacionadas à prática de atividade física e as

que determinam o comportamento sedentário, tal como está demonstrado na Figura

5.

5.3 Delineamento do presente estudo

Trata-se de um estudo transversal referente à análise da linha de base do

Projeto CUME.

Figura 5 – Fluxograma de determinação da amostra da linha de base (CUME) para

este subprojeto

Page 42: Fatores associados à inatividade física e ao comportamento

39

5.4 Variáveis do estudo

5.4.1 Variáveis dependentes

5.4.1.1 Atividade física

A atividade física foi avaliada usando uma lista de 23 atividades de lazer,

expressas em minutos ou horas por semana. Inicialmente houve transformação de

todos os tempos para minutos por semana.

Para a determinação da variável atividade física, avaliou-se a média em

minutos dos intervalos selecionados pelos indivíduos, conforme questionário

(https://www.projetocume.com.br/questionario). Estes valores foram multiplicados

pela frequência da prática de cada atividade e os resultados somados para a obtenção

do tempo total de prática de AF no domínio lazer.

A classificação da intensidade foi baseada no METs. Atividades como leves

(<3 METs) se yoga, pilates e outros; moderadas (3 – 6 METs) se caminhada,

caminhada na esteira, musculação, ginástica, hidroginástica, ginástica geral, natação,

vôlei, peteca, mountain bike; e vigorosas (> 6 METs) se corrida, corrida na esteira,

luta, bicicleta, bicicleta ergonômica, futebol de campo, futebol de quadra, basquete,

handebol, montanha, tênis.

Segundo a recomendação da WHO (2010) indivíduos que realizam 150

minutos ou mais por semana de AFM ou pelo menos 75 minutos por semana de AFV

ou uma combinação das duas foram considerados ativos. Assim, os indivíduos foram

classificados como insuficientemente ativos se realizaram menos que 150 minutos de

atividades tidas como moderadas e menos que 75 minutos de atividades vigorosas.

5.3.1.2 Comportamento sedentário

Uma vez que não há consenso na literatura em como operacionalizar a medida

do comportamento sedentário, analisou-se a variável tempo sentado total de forma

contínua através das medidas de tendência central e variabilidade. A determinação

do comportamento sedentário, então, foi categorizada pela mediana (p50), conforme

proposto por Mielke (2014), segundo a variável tempo sentado total (BAUMAN et al.,

2006, KATZMARZYK et al., 2009).

Page 43: Fatores associados à inatividade física e ao comportamento

40

5.3.1.3 Variáveis desfecho agrupadas: atividade física e comportamento

sedentário (AFCS)

A fim de analisar os fatores associados aos dois comportamentos

simultaneamente, foi criada a variável AFCS, classificando os indivíduos da seguinte

maneira:

- Ativo fisicamente e baixo comportamento sedentário (ATVBCS) ou

Desejável: ativos (≥ 150 minutos AFVM) e possuem baixo comportamento sedentário

(p50 < 420 minutos);

- Ativo fisicamente e alto comportamento sedentário (ATVACS) ou

Intermediário 1: ativos (≥ 150 minutos AFVM) e possuem alto comportamento

sedentário (p50 ≥ 420 minutos);

- Insuficientemente ativo e baixo comportamento sedentário (INATBCS)

ou Intermediário 2: insuficientemente ativo (< 150 min AFMV) e baixo comportamento

sedentário (P50 < 420 minutos);

- (Insuficientemente ativo e alto comportamento sedentário (INATACS) ou

Indesejável: insuficientemente ativo (< 150 min AFMV) com alto comportamento

sedentário (P50 ≥ 420 minutos).

5.3.2 Variáveis independentes

Para analisar os aspectos associados à inatividade física e ao CS, foram selecionadas

as variáveis demográficas, socioeconômicas, hábitos de vida e condições de saúde

para caracterização da população, tais comosexo (homens / mulheres), idade (18 a

24; 25 a 34; 35 a 44; 45 a 54; 55 a 64; mais de 65 anos) (VIGITEL, 2018), nível de

escolaridade (graduação, especialização, mestrado, doutorado e pós doutorado),

status socioeconômico familiar categorizados em cinco grupos de acordo com um

protocolo padronizado de A (mais rico) a E (mais pobre) (IBGE,2018), região em que

vive, o qual foram agrupados segundo as regiões oficiais do país (Norte, Nordeste,

Sul, Sudeste e Centro Oeste), área de formação (Exatas, Humanas e Saúde,

categorizados, posteriormente em outros e saúde), Cor da pele (Parda, amarela,

Page 44: Fatores associados à inatividade física e ao comportamento

41

indígena e branca – categorizados em não branca e branca). Além disso, foram

questionados sobre o estado civil (casados, união estável, solteiro, separado, viúvo e

outros) e para situação profissional (aposentado, desempregado, do lar, estudante,

do lar, trabalha em tempo integral, parcial ou informal). Para varáveis de hábito de

vida foram questionados quanto ao hábito de fumar e beber (sim e não). Para as

variáveis condições de saúde, a variável IMC foi categorizada segundo as

classificações de adulto (WHO, 1998) e idoso (LIPSCHITZ, 1994). A classificação foi

realizada nos quatro grupos existentes para adultos: baixo peso, eutrófico, sobrepeso

e obesidade e, para idoso, estes foram classificados em baixo peso, eutrófico e

sobrepeso. Portanto, a categoria obesidade apresentada refere-se aos indivíduos

adultos. E, também, foi recategorizada em sem excesso de peso (baixo peso e

eutróficos) e com excesso de peso (sobrepeso e obesidade).

A variável morbidade referida foi categorizada segundo a sinalização de que

havia recebido o diagnóstico do médico para alguma morbidade apresentada,

independentemente da idade assinalada. Aqueles indivíduos que autorelataram que

nunca tiveram a doença foram classificados na opção de não tem.

5.4 Análises estatísticas

Os dados foram exportados da plataforma on-line para o programa Microsoft

Office Excel e, posteriormente, foram submetidos a uma análise de consistência para

verificar coerência dos dados, presença de erros de digitação ou ausência de

informações. Após caracterização das variáveis, foi realizada análise descritiva,

utilizando-se frequências absolutas e relativas. As variáveis quantitativas foram

apresentadas através de análise de medidas de tendência central (média e mediana)

e de variabilidade (desvio padrão e amplitude), teste qui-quadrado para comparação

das proporções para verificação das taxas de prevalência do nível de AF.

Posteriormente, foram feitas análises univariada e multivariada para a

comparação dos desfechos de interesse categorizados e demais variáveis

independentes, por meio do teste da regressão de Poisson com variância robusta

(FRANCISCO et al, 2008).

A fim de avaliar a variável desfecho na forma combinada (AFCS), foi realizada

análise de regressão logística multinomial para determinação dos fatores associados

para as categorias combinadas da variável desfecho.

Page 45: Fatores associados à inatividade física e ao comportamento

42

As análises descritivas, teste de Qui-quadrado e a regressão de Poisson foram

realizadas no programa STATA (Data Analysis and Statistical Software) versão 13 e

a análise multimomial foi realizada utilizando o pacote nnet do Rstudio, versão

1.2.1335. Para todos os testes, foi utilizado um nível de significância de 5%.

5.5 Cuidados éticos

O estudo “Coorte das Universidades Mineiras (CUME): impacto do padrão

alimentar brasileiro e da transição nutricional sobre as doenças e agravos não

transmissíveis” foi aprovado pelos Comitês de Ética em Pesquisa com Seres

Humanos da UFMG, da UFV, UFOP, UFJF e UFLA sob os pareceres CAAE:

07223812.3.3001.5153, 44483415.5.1001.5149, 44483415.5.2003.5150,

44483415.5.2004.5133; 44483415520045133, respectivamente (ANEXOS A, B, C e

D).

Todos os indivíduos tiveram conhecimento e informaram aceite no Termo de

Consentimento de Livre Esclarecido (TCLE) na primeira tela do questionário, sendo

sua resposta item obrigatório para continuidade do preenchimento.

Page 46: Fatores associados à inatividade física e ao comportamento

43

6 RESULTADOS

O estudo incluiu 4266 indivíduos, sendo encontrado 41,7% de prevalência de

inatividade física como pode ser avaliado pela Figura 6. Esta também apresenta a

prevalência dos outros principais fatores de risco para o aparecimento de doenças

crônicas, tais como os hábitos de fumar e consumo de bebida alcoólica.

Figura 6 – Prevalência dos principais fatores de risco para DCNT entre egressos de

universidades mineiras, segundo o sexo

Fonte: Da autora.

Em relação às variáveis independentes, 69,3% dos indivíduos são do sexo

feminino, 73,2% pós-graduados, 29,1% mestrado, 26,8% formados na área da saúde

e 87,2% residem em Estados da região sudeste. A maioria declarou-se casada

(49,9%), que trabalhava em tempo integral (60,8%) e mais de 56,7% possuem renda

familiar entre 2 e 10 salários mínimos (Tabela 1). O IMC médio foi de 24,7Kg/m2 (DP

= 4,5Kg/m2) e a idade média dos participantes foi de 36,0 anos (DP = 9,4 anos).

Pode-se observar, ainda, que associaram ao CS os fatores idade, estado civil,

escolaridade, estado em que vive, situação profissional e consumo de álcool. Em

relação, à AF foram associados os fatores sexo, idade, estado civil, renda, cor da pele,

consumo de álcool, hábito de fumar e IMC (Tabela 1).

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

80,0

90,0

100,0

Inativos Ativos Sim Não Sim Não

AF Hábito de fumar Consumo de bebida alcoólica

Mulheres Homens

Page 47: Fatores associados à inatividade física e ao comportamento

44

Em média, o tempo sentado total (TST) autorreferido foi de 373,8 min/dia (IC

95%= 369 – 378,3 e DP = 149,96). A distribuição dos dados foi assimétrica e o valor

da mediana do TST foi de 420 minutos/dia (Intervalo interquartil de 240 a 540 min)

(APÊNDICE A) e a média do tempo de realização de atividade física moderada e

vigorosa foi de aproximadamente 210 min/semana (DP=776,4 min/semana)

(APÊNDICE B).

Page 48: Fatores associados à inatividade física e ao comportamento

45

Tabela 1 – Características sociodemográficas, hábitos de vida e condições de saúde dos participantes da linha de base de acordo com o comportamento sedentário e prática de atividade física. Projeto CUME (n=4.266), 2019

Variáveis

Total Comportamento sedentário Atividade Física

Baixo Alto p

Insuficientemente Ativo Ativo p

n % n % n % n % n %

Idade (anos) (n=4.265) 4.265 100 2.503 58,7 1.762 41,3 <0,001 1.777 41,7 2.488 58,3 0,007 Estado civil

Casado(a) / União estável 2.128 49,9 1.327 53,0 801 45,4 <0,001 949 53,4 1.179 47,4 <0,001 Solteiro(a) 1.877 44,0 1.021 40,8 856 48,6 714 40,2 1.163 46,7

Separado(a) / Viúvo(a) / Outros 261 6,1 155 6,2 106 6,0 115 6,4 146 5,9

Escolaridade <0,001 0,325 Graduação 1.143 26,8 641 25,6 502 28,5 494 27,8 649 26,1

Especialização 1.046 24,5 657 26,3 389 22,1 430 24,2 616 24,8 Mestrado 1.241 29,1 685 27,4 556 31,5 509 28,6 732 29,4 Doutorado 597 14,0 378 15,0 219 12,4 235 13,2 362 14,5

Pós-doutorado 239 5,6 142 5,7 97 5,5 110 6,2 129 5,2

Renda familiar * (n=3.867) 0,775 <0,001 Menor que 2 salários mínimos 132 3,4 81 3,6 51 3,2 69 4,3 63 2,8 Entre 2 e 4 salários mínimos 514 13,3 298 13,1 216 13,5 237 14,7 277 12,3 Entre 4 e 10 salários mínimos 1.677 43,4 989 43,6 688 43,1 725 44,9 952 42,3 Entre 10 e 20 salários mínimos 1.181 30,5 681 30,0 500 31,3 451 27,9 730 32,3 20 salários mínimos ou mais 762 9,4 221 9,7 142 8,9 132 8,2 466 10,3

Cor da pele 0,819 0,015 Não branca 1.499 35,1 876 35 623 35,3 662 37,2 837 33,6

Branca 2.767 64,9 1.627 65 1.140 64,7 1.116 62,8 1.651 66,4

Estados em que vive 0,029 0,164 Minas Gerais 3.400 79,7 2.025 80,9 1.375 78,0 1.439 80,9 1.961 78,8 Rio de Janeiro 121 2,8 59 2,4 62 3,5 42 2,4 79 3,2

*com base no salário mínimo (SM) vigente de 2016 e 2018; ** IMC definido para adulto (WHO, 1998) e idoso (LIPSCHITZ, 1994), [Comportamento Sedentário (CS): p50=420min (Baixo CS: ≤ 420 e Alto CS: > 420 min/dia)]; [Atividade Física (AF): Ativo ≥ 150 minutos/semana (min/sem) de Atividade

Física Moderada e > 75 min/sem Atividade Física Vigorosa; Insuficientemente ativo <150min/sem Atividade Física Moderada e <75min/sem AFV]. Teste Qui-quadrado de Pearson; p: p-valor

Page 49: Fatores associados à inatividade física e ao comportamento

46

Tabela 1 – (Continuação) Prevalência do comportamento sedentário e prática de atividade física, segundo variáveis demográficas, hábitos de vida e condições de saúde entre egressos de universidades mineiras, Brasil

Total Total Comportamento sedentário Atividade Física Baixo Alto p Inativo Ativo p

n % n % n % n % n %

São Paulo 200 4,7 106 4,2 94 5,3 86 4,8 114 4,6 Outros 545 12,8 313 12,5 232 13,2 211 11,9 334 13,4

Situação Profissional <0,001 0,103

Estudante 633 14,8 341 13,6 292 16,5 239 13,4 394 15,8 Desempregado/Aposentado/Do

lar 370 8,7 256 10,2 114 6,5 162 9,1 208 8,4

Trabalha parcial e informal 668 15,7 466 18,6 202 11,5 294 16,5 374 15,0

Trabalha integral 2.595 60,8 1.440 57,6 1.155 65,5 1.083 61,0 1.512 60,8

Hábitos de Vida Hábito de fumar 0,754 0,029

Não 3.905 91,5 2.294 91,7 1.611 91,4 1.608 90,4 2.297 92,3 Sim 361 8,5 209 8,3 152 8,6 170 9,6 191 7,7

Consumo de bebida alcoólica Não 1.178 27,6 722 29,0 451 25,6 0,013 592 33,3 586 23,5 < 0,001 Sim 3.088 72,4 1.776 71,0 1.312 74,4 1.186 66,7 1.902 76,5

Condições de Saúde

IMC ** 0,366

0,007 Sem excesso de peso 2.568 60,2 1.521 60,8 1.047 59,4 1.028 57,8 1.540 61,9 Com excesso de peso 1.698 39,2 982 39,2 716 40,6 750 42,2 948 38,1

Morbidade referida (n=1.234) 0,772 0,379

Não tem 1.023 82,9 595 82,6 428 83,3 451 81,9 572 83,8 1 ou mais 211 17,1 125 17,4 86 16,7 100 18,1 111 16,2

IC95%: intervalo de confiança de 95%; *com base no salário mínimo (SM) vigente de 2016 e 2018; ** IMC definido para adulto (WHO, 1998) e idoso (LIPSCHITZ, 1994), [Comportamento Sedentário (CS): p50=420min (Baixo CS: ≤ 420 e Alto CS: > 420 min/dia)]; [Atividade Física (AF): Ativo ≥ 150 minutos/semana (min/sem) de AFM e > 75 min/sem AFV; Inativo<150min/sem AFM e <75min/sem AFV]. Teste Qui-quadrado de Pearson; p: p-valor

Page 50: Fatores associados à inatividade física e ao comportamento

47

Tabela 1 – (Continuação) Prevalência do comportamento sedentário e prática de atividade física, segundo variáveis demográficas, hábitos de vida e condições de saúde entre egressos de universidades mineiras, Brasil

Variáveis

Total Comportamento sedentário Atividade Física Baixo Alto Inativo Ativo

n % n % n % p n % n % p

Estado de Saúde Autoavaliação de saúde

(n=2.589) 0,426

0,127 Muito ruim/ Ruim/ Regular 474 18,3 268 17,8 206 19 207 19,7 267 17,3

Bom/ Muito bom 2.115 81,7 1.238 82,2 877 81 843 80,3 1.272 82,7

IC95%: intervalo de confiança de 95%; *com base no salário mínimo (SM) vigente de 2016 e 2018; ** IMC definido para adulto (WHO, 1998) e idoso (LIPSCHITZ, 1994), [Comportamento Sedentário (CS): p50=420min (Baixo CS: ≤ 420 e Alto CS: > 420 min/dia)]; [Atividade Física (AF): Ativo ≥ 150 minutos/semana (min/sem) de AFM e > 75 min/sem AFV; Inativo<150min/sem AFM e <75min/sem AFV]. Teste Qui-quadrado de Pearson; p: p-valor

Page 51: Fatores associados à inatividade física e ao comportamento

48

As variáveis da Tabela 1 que se associaram às variáveis CS (p<0,05) foram

levadas para a regressão multivariada, conforme dados apresentados na Tabela. 2.

Com nível significância de 5%, é possível identificar que quanto maior a idade menor

a chance de estar em CS. A prevalência de comportamento sedentário em

separados/viúvos foi 1,23 vezes maior quando comparados aos casado em união

estável (p<0,05). Aquelas pessoas que moram no Estado do Rio de Janeiro

apresentam-se com 1,12 vezes maior tempo em CS que aquelas que moram em

Minas Gerais. Assim como, aquelas que se declararam como estudante 1,27 vezes e

trabalhar em tempo integral 1,15 vezes maior tempo, quando comparados ao grupo

de pessoas que se denominaram aposentado(a)s, desempregado(a)s ou do lar.

Aqueles que se autodeclararam com titulação de mestrado possuem 1,17 vezes maior

tempo em CS que os graduados 1,13 em relação a quem tem especialização.

Tabela 2 - Análise multivariada entre as variáveis sociodemográficas e hábitos de vida com a variável comportamento sedentário entre os egressos participantes Projeto CUME, Brasil, 2019

Variáveis Comportamento Sedentário

RP IC 95% p

Idade(anos) 0,99 0,98 - 0,99 < 0,001

Estado civil

União Estável/casado 1

Separado(a) / Viúvo(a) / Outros 1,23 1,05 - 1,44 0,009

Solteiro(a) 1,15 1,06 - 1,25 < 0,001

Escolaridade

Graduação 1,13 1,02 – 1,26 0,020

Especialização 1

Mestrado 1,17 1,06 – 1,30 0,002

Doutorado 0,97 0,85 – 1,11 0,679

Pós-doutorado 1,03 0,87 - 1,23 0,704

Estado que vive

Minas Gerais 1

Rio de Janeiro 1,27 1,07 - 1,51 0,006

São Paulo 1,13 0,98 - 1,32 0,103

Outros 1,06 0,95 - 1,18 0,270

Situação Profissional

Desempregado/Aposentado/Do lar 1

Estudante 1,27 1,07 - 1,52 0,007

Trabalha integral 1,15 1,25 - 1,72 < 0,001

Trabalha parcial/informal 0,75 0,79 - 1,16 0,656

Consumo de bebida alcoólica

Page 52: Fatores associados à inatividade física e ao comportamento

49

Não 1

Sim 1,07 0,98 - 1,16 0,110

RP: Razão de Prevalência; IC95%: intervalo de confiança de 95%; [Comportamento Sedentário (CS): p50=420min (0 < 420 e 1 ≥ 420min/dia)]; p<0,05; Teste: Regressão de Poisson

Da mesma forma, as variáveis explicativas que se associaram (p<0,05) com a

variável desfecho atividade física (AF) também foram levadas para a regressão

multivariada e os dados podem ser avaliados na Tabela 3. Com 95% de confiança,

pode-se afirmar que a cada aumento de um ano na idade dos indivíduos diminui-se a

prática de atividade física. Indivíduos do sexo masculino possuem 1,2 maior tempo

em prática de AF que as do sexo feminino. Aqueles que se autodenominaram solteiros

(1,15) ou separados/viúvos/outros (1,23) maior tempo em AF que os casados ou em

união estável. Quanto maior a renda maior o tempo autodeclardo em prática de AF

que estejam dentro das recomendações oficiais de no mínimo 150 minutos por

semana de AFM ou 75 minutos/semana de AFV. Indivíduos não fumantes

aprensentam 1,23 maior tempo em pratica de AF quando comparados aos fumantes.

Em contrapartida, aqueles que bebem autorelataram 1,21 maior tempo em prática de

AF que os que não bebem. Indivíduos sem excesso de peso têm 1,9 vezes maior

tempo para prática de AF do que aqueles com excesso de peso.

Tabela 3 – Análise multivariada entre as variáveis sociodemográficas, hábitos de vida e condições de saúde com a variável atividade física entre egressos de universidades mineiras (CUME), Brasil

Variáveis Atividade física

RP IC p

Idade(anos) 0,99 0,989 - 0,996 < 0,001

Sexo

Feminino 1

Masculino 1,2 1,13 - 1,27 < 0,001

Estado civil

Casado(a) / União estável 1

Separado(a) / Viúvo(a) / Outros 1,23 1,05 – 1,44 0,009

Solteiro(a) 1,15 1,06 – 1,25 0,001

Renda familiar (n=3.867)

Menor que 2 SM* 1

Entre 2 e 4 SM 1,14 0,94 - 1,38 0,175

Entre 4 e 10 SM 1,23 1,03 - 1,48 0,022

Entre 10 e 20 SM 1,37 1,14 - 1,64 < 0,001

20 SM ou mais 1,44 0,18 - 1,75 < 0,001

Page 53: Fatores associados à inatividade física e ao comportamento

50

Cor da pele

Não branca 1

Branca 1,04 0,98 - 1,01 0,159

Hábitos de Vida

Hábito de fumar

Não 1,23 1,11 - 1,37 < 0,001

Sim 1

Consumo de bebida alcoólica

Não 1

Sim 1,21 1,13 - 1,29 < 0,001

Condições de Saúde

IMC

Com excesso de peso 1

Sem excesso de peso 1,09 1,03 - 1,15 0,004

RP: Razão de Prevalência; IC95%: intervalo de confiança de 95%; *SM: Salário Mínimo vigente em 2016 e 2018 [Atividade Física (AF): Ativo ≥ 150 minutos/semana (min/sem) de AFM e > 75

min/sem AFV; Inativo<150min/sem AFM e <75min/sem AFV]; p<0,05; Teste: Regressão de Poisson.

A análise das variáveis combinadas foi realizada por regressão multinomial. A

Figura 7 apresenta a prevalência dos comportamentos (atividade física e

comportamento sedentário) combinados. Observou-se que 18,3% dos indivíduos da

amostra encontravam-se inativos e com alto comportamento sedentário (Indesejável).

Page 54: Fatores associados à inatividade física e ao comportamento

51

Figura 7 – Prevalência dos grupos combinados do comportamento sedentário e

atividade física

Fonte: Da autora.

As principais características desses grupos estão descritas na Tabela 4. A

chance de o indivíduo de pele branca ser insuficientemente ativo com alto

comportamento sedentário (indesejável) em relação ao grupo de indivíduos ativos

com baixo comportamento sedentário (desejável) diminui 40% em relação ao

indivíduo de pele não branca. Além disso, a chance de o indivíduo com sobrepeso ser

inativo com baixo comportamento sedentário (Intermediário 2) em relação ao grupo

de indivíduos ativos com baixo comportamento sedentário (desejável) é 1,96 vezes

maior em relação ao indivíduo eutrófico (TAB. 4).

0 5 10 15 20 25 30 35 40

Desejável (ATVBCS)

Intermediário 1 (ATVACS)

Intermediário 2 (INATBCS)

Indesejável (INATACS)

Prevalência

Desejável (ATVBCS)

Intermediário 1 (ATVACS)

Intermediário 2(INATBCS)

Page 55: Fatores associados à inatividade física e ao comportamento

52

Tabela 4 - Regressão multinomial para os hábitos combinados (comportamento sedentário e prática de atividade física) entre egressos de universidades mineiras (CUME), Brasil

Variáveis

Insuficientemente ativo / Alto CS (Indesejável)

Ativo /Alto CS (Intermediário 1)

Insuficientemente ativo / Baixo comportamento sedentário

(Intermediário 2)

Ativo / Baixo comportamento sedentário (Desejável)

n=780 p OR (95% IC) n=983 p OR (95% IC) n=998 p OR (95%

IC) n=1.505 Ref

Fatores Demográficos e Socioeconômicos

Sexo

Masculino 200 - - 340 - - 253 - - 518 -

Feminino 580 0,078 1,558 [0,951; 2,552] 643 0,517 1,161 [0,74; 1,821] 745 0,130 1,441 [0,898; 2,313] 987 -

Idade (anos) 4.266 0,147 0,978 [0,949; 1,008] 0,022 0,966 [0,939; 0,995] 0,616 1,007 [0,98; 1,034] -

Estado civil

Casado(a) / União estável 382 - - 419 - - 567 - - 760 -

Solteiro(a) 346 0,926 1,024 [0,62; 1,691] 510 0,974 0,992 [0,614; 1,602] 368 0,140 0,696 [0,43; 1,126] 653 -

Separado(a) / Viúvo(a) / Outros 52 0,536 1,334 [0,535; 3,326] 54 0,345 1,526 [0,635; 3,663] 63 0,636 0,813 [0,345; 1,915] 92 -

Escolaridade

Graduação 231 - - 271 - - 263 - - 378 -

Especialização 158 0,293 0,712 [0,378; 1,341] 231 0,215 0,686 [0,378; 1,244] 272 0,753 0,909 [0,502; 1,647] 385 -

Mestrado 249 0,522 1,216 [0,669; 2,212] 307 0,414 0,786 [0,442; 1,4] 260 0,809 0,929 [0,51; 1,693] 425 -

Doutorado 98 0,111 0,537 [0,25; 1,154] 121 0,070 0,524 [0,26; 1,054] 137 0,243 0,658 [0,326; 1,329] 241 -

Pós-doutorado 44 0,887 0,918 [0,283; 2,983] 53 0,908 0,939 [0,324; 2,72] 66 0,825 1,133 [0,375; 3,419] 76 -

Renda familiar * (n=3.867)

Menor que 2 SM 25 - - 26 - - 44 - - 37 -

Entre 2 e 4 SM 103 0,459 0,632 [0,187; 2,132] 113 0,446 1,797 [0,398; 8,122] 134 0,935 0,951 [0,282; 3,208] 164 -

Entre 4 e 10 SM 315 0,175 0,45 [0,142; 1,425] 373 0,601 1,471 [0,346; 6,255] 410 0,473 0,656 [0,207; 2,077] 579 -

Entre 10 e 20 SM 209 0,211 0,459 [0,136; 1,554] 291 0,454 1,767 [0,399; 7,834] 242 0,275 0,508 [0,151; 1,714] 439 -

20 SM ou mais 55 0,287 0,469 [0,116; 1,892] 87 0,347 2,139 [0,439; 10,433] 77 0,441 0,588 [0,152; 2,271] 144 -

IC95%: intervalo de confiança de 95%; *com base no salário mínimo (SM) vigente de 2016 e 2018; [Comportamento Sedentário (CS): p50=420min (Baixo CS: ≤ 420 e Alto CS: > 420 min/dia)]; [Atividade Física (AF): Ativo ≥ 150 minutos/semana (min/sem) de AFM e > 75 min/sem AFV; Inativo<150min/sem AFM e <75min/sem AFV]; p: p-valor

Page 56: Fatores associados à inatividade física e ao comportamento

53

Tabela 4 (Continuação) – Regressão multinomial para os hábitos combinados (comportamento sedentário e prática de atividade física) entre egressos de universidades mineiras, Brasil

Variáveis

Insuficientemente ativo / Alto CS (Indesejável)

Ativo / Alto CS (Intermediário 1)

Insuficientemente ativo / Baixo CS (Intermediário 2)

Ativo / Baixo CS

(Desejável)

n=780 p OR (95% IC) n=983 p OR (95% IC) n=998 p OR (95% IC) n=1.505 Ref

Cor da pele

Não branca 287 - - 336 - - 375 - - 501 -

Branca 493 0,043 0,621 [0,391; 0,985] 647 0,321 0,796 [0,506; 1,25] 623 0,536 0,868 [0,555; 1,358] 1.004 -

Região que vive

Minas Gerais 620 - - 755 - - 819 - - 1.206 -

Rio de Janeiro 17 0,618 0,702 [0,174; 2,831] 45 0,833 0,88 [0,269; 2,879] 25 0,358 0,524 [0,132; 2,082] 34 -

São Paulo 41 0,449 1,435 [0,563; 3,659] 53 0,691 1,203 [0,484; 2,989] 45 0,896 0,937 [0,352; 2,49] 61 -

Outros 102 0,557 1,23 [0,617; 2,454] 130 0,417 1,307 [0,685; 2,492] 109 0,768 1,106 [0,565; 2,165] 204 -

Situação Profissional

Estudante 120 - - 172 - - 119 - - 222 -

Desempregado/Aposentado/Do lar

58 0,446 0,696 [0,274; 1,767] 56 0,179 0,501 [0,183; 1,372] 104 0,441 0,702 [0,286; 1,726] 152 -

Trabalha parcial e informal 90 0,085 0,468 [0,197; 1,11] 112 0,418 0,721 [0,328; 1,589] 204 0,788 0,899 [0,414; 1,953] 262 -

Trabalha integral 512 0,233 1,516 [0,765; 3,004] 643 0,256 1,469 [0,756; 2,851] 571 0,634 1,183 [0,593; 2,357] 869 -

Hábitos de Vida

Hábito de fumar

Não 704 - - 907 - - 904 - - 1.390 -

Sim 76 0,390 1,386 [0,658; 2,922] 76 0,898 1,049 [0,505; 2,181] 94 0,843 1,083 [0,493; 2,377] 115 -

Consumo de bebida alcoólica

Não 235 - - 216 - - 357 - - 370 -

Sim 545 0,637 1,127 [0,685; 1,855] 767 0,101 1,505 [0,923; 2,454] 641 0,315 0,795 [0,508; 1,244] 1.135 -

IC95%: intervalo de confiança de 95%; *com base no salário mínimo (SM) vigente de 2016 e 2018; [Comportamento Sedentário (CS): p50=420min (Baixo CS: ≤ 420 e Alto CS: > 420 min/dia)]; [Atividade Física (AF): Ativo ≥ 150 minutos/semana (min/sem) de AFM e > 75 min/sem AFV; Inativo<150min/sem AFM e <75min/sem AFV]; p: p-valor

Page 57: Fatores associados à inatividade física e ao comportamento

54

Tabela 4 (Continuação) – Regressão multinomial para os hábitos combinados (comportamento sedentário e atividade física) entre egressos de universidades mineiras, Brasil

Variáveis

Insuficientemente ativo / Alto comportamento sedentário

Ativo / Alto Comportamento Sedentário

Insuficientemente ativo / Baixo comportamento sedentário

Ativo / Baixo

comportamento sedentário

n=780 p OR (95% IC) n=983 p OR (95% IC) n=998 p OR (95% IC) n=1.505 Ref

Condições de Saúde

IMC**

Eutrofia 412 - - 579 - - 534 - - 900 -

Baixo peso 34 0,253 2,267 [0,557; 9,234] 22 0,923 1,08 [0,227; 5,146] 48 0,096 2,913 [0,826; 10,266] 39 -

Sobrepeso 212 0,101 1,839 [0,887; 3,813] 286 0,356 1,394 [0,688; 2,824] 269 0,044 1,963 [1,018; 3,787] 448 -

Obesidade 122 0,169 1,406 [0,865; 2,286] 96 0,770 0,932 [0,584; 1,489] 147 0,675 0,903 [0,561; 1,454] 118 -

Morbidade referida (n=1.703)

Não tem 204 - - 97 - - 110 - - 348 -

1 ou mais 38 0,212 1,496 [0,794; 2,818] 379 0,063 1,77 [0,97; 3,23] 464 0,142 1,554 [0,863; 2,796] 63 -

Estado de Saúde

Autoavaliação de saúde (n=2.589)

Muito ruim / Ruim / Regular 97 - - 109 - - 110 - - 158 -

Bom / Muito bom 379 0,173 1,433 [0,854; 2,406] 498 0,177 1,405 [0,857; 2,302] 464 0,354 1,266 [0,769; 2,084] 774 -

IC95%: intervalo de confiança de 95%; *com base no salário mínimo (SM) vigente de 2016 e 2018; ** IMC definido para adulto (WHO, 1998) e idoso (LIPSCHITZ, 1994) [Comportamento Sedentário (CS): p50=420min (Baixo CS: ≤ 420 e Alto CS: > 420 min/dia)]; [Atividade Física (AF): Ativo ≥ 150 minutos/semana (min/sem) de AFM e > 75 min/sem AFV; Inativo<150min/sem AFM e <75min/sem

AFV]; p: p-valor

Page 58: Fatores associados à inatividade física e ao comportamento

55

7 DISCUSSÃO

O presente estudo populacional analisou a associação de CS e AF, baseado

no tempo sentado total e no tempo realizado de AFMV com os fatores

sociodemográficos, hábitos de vida e condições de saúde em adultos graduados e

pós-graduados brasileiros de ambos os sexos. Identificou-se prevalência de

indivíduos inativos fisicamente, tempo por dia dispendido em comportamento

sedentário. Tais comportamentos, quando combinados, foram significativamente

associados à cor da pele branca e ao sobrepeso.

Vários estudos têm sido conduzidos com o objetivo de analisar os efeitos do

CS em relação à saúde dos indivíduos (RAMIRES et al., 2014, OWEN et al.,2011,

SALMON et al., 2011, THORP et al., 2011, TREMBLAY et al, 2010, DUNSTAN et al.,

2010, OWEN et al., 2010, PATE et al., 2008). Os resultados desses estudos reforçam

que, cada vez mais, a sociedade tem exigido, nas atividades diárias, elevado tempo

sentado, seja no trabalho, nos lares, no deslocamento ou no lazer (GARCIA et al.,

2015). Somado a outros hábitos de vida inadequados, esse comportamento pode

maximizar o aparecimento de doenças tais como diabetes, doenças cardiovasculares

e mortalidade por todas as causas, como observado em alguns estudos longitudinais

(WILMOLT et al., 2012, PROPER et al., 2011) e de metanálise (PATTERSON et al.,

2018).

São coincidentes os achados desta pesquisa (69,3%) com estudos nacionais e

internacionais quanto à predominância do sexo feminino no que se refere ao CS e à

inatividade física: 57,6% (SOUSA et al., 2018), 57,9% (CLEMENTE et al., 2016),

60,1% (GARCIA PUELLO; HERAZO BELTRÁN; TUESCA MOLINA, 2015), 50,7%

(GASPARATTO et al., 2013), 61,3% (PANTIC et al., 2011). Além disso, pode-se

destacar, ainda, que vem acontecendo uma transformação demográfica no Brasil, que

se caracteriza pela feminização do envelhecimento (SOUSA et al., 2018). Entretanto,

como este estudo foi realizado com graduados e pós-graduados, a alta prevalência

de pessoas do sexo feminino pode ser justificada pelo maior número de mulheres nas

universidades, conforme apontam estudos recentes (VASCONCELOS, 2010).

A prevalência do CS (41,3%) e da inatividade física (41,7%), avaliados neste

estudo, pode diferir da de outros, tal como os resultados da Pesquisa Nacional de

Saúde no Brasil de 2013. Este último identificou uma prevalência de indivíduos

insuficientemente ativos de 46% enquanto que, para o hábito de assistir televisão (≥

Page 59: Fatores associados à inatividade física e ao comportamento

56

3 horas por dia), foi de apenas 28,9% (MIELKE, 2012). Rosenberg et al. (2008)

conduziram um estudo transversal com 289 pessoas em três países (EUA, Inglaterra

e Holanda) e identificaram que os participantes que pertenciam ao maior tercil de

tempo sentado – 44% – foram classificados como fisicamente ativos (ROSENBERG

et al., 2008). Além disso, as diferenças encontradas podem ser justificadas pelas

diversas definições dos termos e domínios considerados para a categorização do CS

e AF nos estudos, fato este confirmado por Hallal e colaboradores (2007), em revisão

sistemática com dados coletados no Brasil, na qual verificaram que a prevalência do

CS variou entre 26,7% a 78,2%.

O presente estudo abordou uma tendência de se analisar a integração dos

movimentos enquanto continuum no período diário, ou seja, o indivíduo acumulando

o comportamento sedentário e a prática de AF (PARUTHI et al., 2016; AMORIM;

FARIA, 2012). Por um aspecto de movimento e de gasto de energia, o CS está em

uma extremidade de um contínuo fisiológico, desconsiderando o sono, e na outra

extremidade tem-se a AFMV (TREMBLAY et al., 2010). Assim, ao combinar os dois

movimentos: tempo sentado total e tempo destinado à AF ou ausência dela – e

associá-los aos vários potenciais correlatos sociodemográficos e relacionados à

saúde (HADGRAFT NT et al., 2015), apenas os atributos cor da pele e índice de

massa corporal (sobrepeso) foram significativos. Ainda são poucos os achados

científicos que avaliaram os comportamentos combinados. Omorou et al. (2015), na

França (n=4.714) com adultos, identificaram cinco grupos com variadas combinações

por cluster, tendo as seguintes prevalências dos achados: (i) 'AF total baixa, transporte

ativo e baixo CS' (41%); (ii) 'AF total baixa e CS moderada' (22%); (iii) 'AF total baixa,

tempo de AF no lazer e alta CS '(15%); (iv) 'alta AF total, moderada ocupação

profissional e moderada CS '(17%); e (v) 'alta AF total, vigorosa ocupacional e baixa

CS' (5%). Outro estudo, porém com adolescentes na China (n=13.659), identificou

quatro grupos: (i) com alto nível de AFMV / baixo CS (64,7%), (ii) baixo nível de AFMV

/ baixo CS (26,7%), (iii) baixo nível de AFMV / alto nível de CS (4,8%) e (iv) baixo nível

de AFMV / moderado CS (3,9%) com sintomas de depressão e ansiedade. Os

pesquisadores concluíram que aqueles pertencentes ao baixo nível de AFMV e alto

CS estavam mais propensos a desenvolver depressão e, segundo os fatores

sociodemográficos, esse mesmo grupo apresentou melhor renda e os pais eram

casados (LIU et al., 2019). Esses achados reforçam a importância da prática de AF e

da redução do CS a fim de promover condutas que melhorem a saúde, de maneira

Page 60: Fatores associados à inatividade física e ao comportamento

57

que se alcance o universalismo (promover ações cuja magnitude seja ajustada às

necessidades de cada grupo da população) pode ser o mais desejável.

O passo inicial importante para a determinação do CS ou da AF é identificar o

tempo de realização de cada atividade. Diante disso, a princípio, é necessária a

existência de pontos de corte de consensos oficiais a fim de os definir. É sabido, diante

de inúmeros estudos, que os consensos para a recomendação de tempo e tipo de AF

ideais podem oferecer um norte para a população, bem como para o profissional de

saúde, sobre a frequência/intensidade de AF que promova benefícios à saúde (WHO,

2011). Neste estudo, o tempo médio de AFMV realizadas foi superior às diretrizes

(WHO, 2011), com valor de 439,9 minutos por semana. Entretanto, não existe

consenso para CS. Contudo, Petterson et al. (2018), em recente metanálise

(n=1.33.468), identificaram um limiar de 6 a 8h de tempo total sentado e de 3 a 4h por

dia de tempo de TV como ponto de corte para o aumento da mortalidade por todas as

causas e doenças cardiovasculares. Limiar esse que contempla os valores

encontrados neste estudo, que utilizou, para categorizar, o valor da mediana de 420

minutos por dia, assim como Mielke (2012) propôs a utilização da mediana como ponto

de corte.

Jans, Proper e Hildebrandt (2007), em estudo temporal de 2000 a 2006 com

população adulta (n= 7.720) trabalhadora, também identificaram média de tempo

sentado de 420 min/dia. Valores esses superiores ao encontrado por Bauman e

colaboradores (2011), que identificaram, para população adulta no Brasil, Portugal e

Colômbia, mediana de 180 min/dia enquanto que, para países como Taiwan, Noruega,

Hong Kong, Arábia Saudita e Japão, identificaram os maiores tempos em

comportamento sedentário (360 min / dia) (BAUMAN et al., 2011). Outro estudo,

realizado em Ribeirão Preto – SP, Brasil, em 2006 (n = 2197), teve média de tempo

sentado menor ao deste estudo (306,2 minutos dia para homens e 270,3 minutos por

dia para as mulheres) (SUZUKI et al., 2010). Essas diferenças, nos tempos médios

desempenhados, podem ser justificadas pela diferença nas métricas utilizadas nos

estudos citados, seja pelo questionário utilizado, pelo domínio avaliado (individual,

parcial ou total), seja pelas particularidades de cada população, região, dentre outros.

Esses resultados são relevantes face às atuais implicações de que o alto tempo

dispendido em CS e em inatividade física estejam associados ao aumento do impacto

negativo e de agravos à saúde (EKELUND et al., 2016; CARSON et al., 2016;

TREMBLAY et al., 2010). Isso sugere que o alto engajamento em atividades

Page 61: Fatores associados à inatividade física e ao comportamento

58

sedentárias pode elevar os riscos metabólicos para o surgimento de DCNT,

independentemente de atender às recomendações de AF, da faixa etária, renda

familiar, região em que vive, nível de escolaridade dentre outros (STAIANO et al.,

2014; SALMON et al., 2011; HEALY et al., 2008).

Tremblay (2010) sugere que uma das hipóteses para esse agravo seja que o

CS, por diferentes mecanismos, influencie o risco de doenças crônicas, uma vez que

a baixa frequência de contrações musculares durante o tempo sentado pode

ocasionar, dentre outras respostas, a supressão da lipoproteína lipase (LPL),

resultando em aumento de lipoproteínas LDL, VLDL circulantes (TREMBLAY et al.,

2010, HAMILTON et al., 2007). Thyfault e colaboradores (2015) reforçaram as

recomendações a respeito da importância da realização de estudos do CS somado

aos efeitos da AF sobre os variados sistemas fisiológicos, uma vez que possuem

mecanismos distintos sobre o organismo (THYFAULT et al., 2015, THORP et al.,

2011, HAMILTON, HAMILTON, ZDERIC, 2007).

Hu e colaboradores (2003), em estudo de coorte (n= 50277) com mulheres,

identificaram a associação do CS ao elevado risco de desenvolverem doença

cardiovascular, diabetes e câncer e encontraram, ainda, que atividades leves, como

caminhar em casa, foram associadas à prevenção de ocorrência de diabetes e

obesidade (HU, et al., 2003). Uma robusta metanálise (n=1.005.791) demonstrou que

os efeitos deletérios do tempo sentado (mais de 480 minutos por dia) podem ser

mitigados quando se realiza cerca de 60 a 75 minutos por dia de atividade física

moderada (EKELUND et al., 2016).

Outro importante estudo de coorte na Noruega (n=45.810), realizado por Jiang

et al. (2019), não identificou associação entre o tempo sentado total e a incidência de

câncer de pulmão. Porém, quando compararam os participantes que sentaram menos

que 8h/dia e eram ativos com aqueles que sentaram mais que 8h/dia e eram inativos

tiveram incidência aumentada de câncer, mesmo ajustando as análises pelo cigarro,

o efeito do fumo como variável de confusão não foi desconsiderado (JIANG et al.,

2019).

Celis-Morales et al (2019), em recente estudo, identificaram que indivíduos que

possuíam maior predisposição genética para a obesidade e que foram classificados

com baixos níveis de AF e alto CS tiveram 2,9 vezes mais chances de ter aumento no

IMC, quando comparados a indivíduos que tinham altos índices de AF e menor tempo

sedentário, o que os permitiu inferir que indivíduos com alta predisposição genética

Page 62: Fatores associados à inatividade física e ao comportamento

59

para obesidade podem minimizar a adiposidade, se realizarem altos níveis de AF e

baixo tempo sentado (CELIS-MORALES et al., 2019). Ainda que a associação do

presente estudo para o sobrepeso tenha sido no grupo daqueles indivíduos que são

insuficientemente ativos e apresentam baixo CS (Intermediário 2), nota-se que há um

impacto negativo para a saúde a falta de AF, mesmo estando associada ao tempo

sentado (CS) em nível mais baixo.

Os aspectos sociodemográficos são mediadores dos padrões de

morbimortalidade e elucidar quais são os grupos mais expostos é importante (WHO,

2010). Entretanto, vale ressaltar que a variabilidade desses determinantes frente ao

CS e prática de AF nem sempre são semelhantes ao longo de um território. As

diferenças de magnitude econômica, demográfica, climática, social e de infraestrutura

sofrem variabilidade a depender da região, do Estado ou do país do estudo (BRASIL,

2019, O’DONOGHUE et al., 2016, OWEN et al., 2011). Além disso, as medidas de

intervenção que visam à redução do tempo sentado para além do aumento da prática

de AF necessitam identificar e compreender os fatores que promovem ou não esses

comportamentos. Rocha et al., (2019) objetivaram conhecer alguns desses fatores,

propondo um modelo socioecológico com multiníveis de determinantes, tais como:

características individuais, fatores ocupacionais/organizacionais, fatores familiares e

interpessoais, fatores de mercado, sociais, governamentais e ambientais (ROCHA et

al., 2019, O’DONOGHUE et al., 2016).

Dessa forma, é de suma importância para a saúde pública desenvolver ações

que promovam melhores acessos a ambientes e locais que propiciem a prática de AF

e, mais ainda, elaborar estratégias com objetivo de diminuir e gerenciar o tempo

dispendido em CS pelos indivíduos de forma peculiar e definida para as diversas

regiões, considerando a multiplicidade de cultura, clima e aspectos econômicos.

Esses achados reforçam que essas ações promovem igualdade e equidade de acesso

às campanhas de divulgação do risco do CS, tal como ocorre com a promoção de AF.

No presente estudo os aspectos sociodemográficos encontrados com as

variáveis CS e AF separadamente, observa-se a associação inversa da idade ao CS,

ou seja, quanto mais jovem, maior o tempo sentado total. Bauman et al. (2011), em

revisão sistemática, em 20 países, demonstrou que adultos jovens (18-39 anos)

dispendem mais tempo sentado que adultos mais velhos (40-65 anos), tal como o

estudo realizado por Mielke et al. (2014), no Brasil (n=2927). Dados do VIGITEL

(2018) também mostram que pessoas mais jovens e com maior escolaridade

Page 63: Fatores associados à inatividade física e ao comportamento

60

dispendem maiores tempo em comportamento sedentário, ainda que se observe que

as formas de categorização desses estudos sejam diferentes. Porém, O’donoghue et

al. (2016), em outra revisão (n=246.920) com 74 artigos, verificou que 20 abordavam

a relação da idade com CS e, destes, 14 identificaram que o aumento da idade

aumentava também o CS e apenas 5 apresentaram relação inversa, como neste

estudo.

Com relação à AF, foi positiva a associação com a idade, mas inversamente

proporcional: quanto maior a idade, menor o tempo de realização de AF no lazer. Esse

achado é similar ao apresentado pelo Vigitel (2018) que encontrou prevalência de

50,6% para os jovens ativos e 24,4% para os mais velhos. Hallal et al. (2012a), em

estudo com adultos de 122 países, identificaram que a inatividade aumenta com a

idade, sendo maior entre as mulheres e em países de maior renda. Porém, Duijvestijn

et al. (2020), na Holanda, em estudo retrospectivo, identificaram maior adesão à

prática de AF entre 2001 (39,9%) e 2018 (46,0%), sendo maior entre os adultos que

entre os adolescentes.

De acordo com o perfil do público do presente estudo, era esperado que o CS

fosse maior quanto maior fosse a idade, pois estão expostos a fatores e a demandas

ocupacionais mais exigentes que demandam maior tempo sentado. Em contrapartida,

para AF, observa-se o inverso, sendo um dos fatores a sociabilidade que os indivíduos

mais jovens buscam para se integrar (WANG et al., 2016), tendo como objetivo

motivação social (GARCIA PUELLO; HERAZO BELTRÁN; TUESCA MOLINA, 2015).

Para o aspecto renda, que teve associação à variável AF, Rech et al (2015),

em estudo de análise da tendência da prática de AF e CS no período de 2006 a 2013,

identificaram aumento da AFL nas capitais do Sul do Brasil, onde houve, nas últimas

décadas, empenho na implementação de políticas de promoção de AF. Eles

defendem que seria possível justificar essa ocorrência pela maior escolaridade e

renda na região Sul (RECH et al., 2015). Entretanto, no último Vigitel (2018), esse

dado se apresentou diferente, tendo os maiores índices de prática de AFL ocorrido

nas capitais Palmas (47%), Macapá (46,8%). Já nas capitais do Sul, houve menores

índices: Porto Alegre (35,6%) e Curitiba (41,3%) (BRASIL, 2019). A presente pesquisa

acompanhou a nova tendência divulgada pelo Vigitel, tendo maior tempo autorrelatado

de AFMV as regiões Norte e Nordeste. Em contrapartida, as pessoas que relataram

menor renda declararam maior tempo em AFMV. Mas é importante registrar que em

Page 64: Fatores associados à inatividade física e ao comportamento

61

dados autorrelatados há tendência de relatar hábitos mais positivos que podem ser a

realidade praticada.

Este trabalho teve associação positiva dos indivíduos com maior nível de

escolaridade com maior TST, assim como outros estudos (GEBEL et al., 2017,

O'DONOGHUE et al., 2016, RHODES; MARK; TEMMEL, 2012). Uma das

possibilidades é que indivíduos com maior nível de escolaridade tendem a ocupar

níveis mais altos no trabalho (públicos ou privados), com maior tempo sentado total

que requerem menor esforço físico (AF) e, muitas vezes, além de estenderem as

jornadas de trabalho, ainda buscam, com elevada frequência, capacitarem-se

constantemente em atividades que exigem maior tempo sentado e menor tempo livre

para a prática de AF.

Burton et al. (2000) e Salmon (2000), em estudos nos quais foi utilizada medida

subjetiva de autorrelato, demonstraram que pessoas que realizavam atividade

ocupacional com menor renda realizavam níveis elevados de AFL. Outro estudo,

associando ocupação e AF, identificou resultados mistos, porém, a maioria

demonstrou que pessoas com ocupação com mais alto grau realizavam maior AFL

(KIRK, RHODES, 2011). Esses resultados controversos reforçam que as

variabilidades metodológicas podem influenciar os resultados e dificultar a

comparação entre as pesquisas. Ainda que o tempo de AFMV tenha sido alto neste

estudo, há uma alta prevalência de inativos. Dessa forma, observa-se que a

ocupação, tendo em vista a alta escolaridade, pode estar contribuindo para este valor.

O estilo de vida possui uma grande influência na qualidade de vida e na

prevenção para as DCNT. Os principais fatores, que exigem maior atenção, são tal

como citado anteriormente: a inatividade física, o consumo de álcool e o hábito de

fumar. Diversos são os fatores que podem favorecer o consumo de álcool e o hábito

de fumar, tais como contexto familiar, sociabilidade, crenças, custo, acessibilidade,

disponibilidade comercial. Neste estudo, houve associação da AF com dois destes

fatores de risco: consumo de álcool e hábito de fumar (p<0,05). Brunori et al. (2015)

encontraram fraca associação entre a AF e a dependência por nicotina, a prevalência

foi maior entre os indivíduos ativos fisicamente e a dependência média de nicotina.

Quanto ao álcool, não houve associação com AF. Dodge, Clarke e Dwan (2017), em

recente metanálise, que encontrou 16 estudos sobre AF e álcool nos Estados Unidos

com adultos, estudantes universitários e não estudantes, concluíram que o maior

consumo de álcool esteve associado a maiores índices de prática de AF, porém não

Page 65: Fatores associados à inatividade física e ao comportamento

62

ficou claro qual o fator que impulsiona esta relação. Assim como este, o estudo de

Leasure et al. (2015), mas que analisou uma variada amostra –estudantes

universitários, adolescentes, atletas e a população em geral, encontrou o mesmo

resultado que Dodge, Clarke e Dwan. Niedrmeier et al (2018) e Kopp et al. (2015)

também realizaram estudos com estudantes austríacos, considerando a relação entre

álcool e AF, mas não encontraram relação de significância entre essas duas variáveis,

mas, sim, influência de variáveis como sexo, idade, estado civil, escolaridade e área

de estudo.

Outro fator significativo encontrado neste estudo refere-se à cor da pele. Ser

branco foi associado de forma positiva (protetiva) ao grupo insuficientemente ativo e

com alto CS (Indesejável). Dessa forma, percebe-se que a cor da pele pode estar

diretamente relacionada ao status socioeconômico como reflexo de maior

escolaridade desses indivíduos, por conseguinte, atividades ocupacionais que

requeiram maior tempo sentado, maior frequência de uso de veículos, melhores

oportunidades de moradia e lazer, nas quais a prática de AF e o acesso aos

equipamentos tecnológicos estão mais disponíveis (SALVO et al., 2017). Embora não

sejam característicos dessa população, no Brasil, infelizmente, os trabalhos braçais

ainda são desempenhados, em sua maioria, pela população negra, ao passo que

cargos de chefia (que demandam mais tempo sentado) são normalmente

desempenhados por brancos. Somados a isso, a falta de infraestrutura, iluminação

pública, vias apropriadas e segurança pública são outros aspectos encontrado, na

maioria dos bairros de cidades e grandes centros (aglomerados subnormais), que

dificultam o acesso e a prática de AF. Muito há o que se avançar nesse sentido.

A principal limitação deste estudo é o seu desenho de natureza transversal, que

não permite análises de causalidade. Entretanto, estes estudos são fundamentais

para a elaboração de hipóteses investigativas e de políticas públicas de intervenção

no contexto.

A literatura internacional despende atenção especial para pesquisas de

delineamento populacional e o tipo de delineamento utilizado, neste estudo, foi

adequado, pois permitiu uma descrição pontual dos eventos na população de forma

rápida, objetiva e com custo muito mais baixo (RAMIRES et al., 2014, OWEN et al.,

2010). Mielke (2012) reforça a escassez de pesquisa sobre essa temática em países

de renda média como o Brasil, com amostras tão grandes.

Page 66: Fatores associados à inatividade física e ao comportamento

63

Além disso, as informações autorreferidas de comportamento sedentário e de

atividade física podem não ser fidedignas. No entanto, Kang (2015) cita que as

medidas subjetivas têm sido preferidas pela eficiência e prática, além do fato de que

vários métodos validados na literatura para a avaliação da prática de AF também são

autorreferidos como IPAQ (Questionário Internacional de Atividade Física) em versão

longa e curta (BENEDETTI et al., 2007). A limitação das informações autorreferidas

tende a ser minimizada pelo alto grau de escolaridade da amostra, conferindo melhor

confiabilidade nos retornos com ferramentas subjetivas (CELI-MORALES, 2019).

Um ponto forte a ser considerado é que este estudo avalia de forma combinada

a existência dos dois comportamentos (atividade física e comportamento sedentário)..

Page 67: Fatores associados à inatividade física e ao comportamento

64

8 CONCLUSÃO

Considerando esse contexto, objetivou-se, neste estudo, conhecer a

prevalência de inatividade física, o tempo dispendido em comportamento sedentário,

bem como os fatores associados a esses comportamentos combinados e

separadamente nos egressos das universidades mineiras. Após coleta e tratamento

dos dados, verificou-se que, na população desta pesquisa, os indivíduos mais

vulneráveis ao CS para além de 7h/dia são indivíduos mais adultos,

solteiros/separados/viúvos ou outros, pós-graduados, residentes no estado do Rio de

Janeiro, estudantes e aqueles que trabalham em tempo integral. Para a inatividade

física os indivíduos mais vulneráveis são também são adultos mais velhos, do sexo

feminino, casados ou em união estável, com poder aquisitivo menor, fumantes,

aqueles que não fazem uso de bebida alcoólica e com excesso de peso. Conclui-se

ainda que, segundo as variáveis combinadas, são mais vulneráveis ao alto

comportamento sedentário e insuficientemente ativos (Indesejável) as pessoas não

brancas e, aquelas mais susceptíveis ao baixo comportamento sedentário e inativos

fisicamente (Intermediário 2) são indivíduos classificados com sobrepeso. A

identificação desses grupos mais vulneráveis pode colaborar para a identificação e a

proposição de ações conjuntas para o controle do comportamento sedentário e da

inatividade física na população estudada.

Page 68: Fatores associados à inatividade física e ao comportamento

65

REFERÊNCIAS

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APÊNDICE A – Tabelas com descrição da amostra com a distribuição do tempo

sentado e as variáveis sociodemográficas, hábitos de vida e condições de

saúde

Tabela 5 – Descrição da amostra pela distribuição do tempo sentado total / (min/dia) autorreferido, segundo variáveis socidemográficas dos egresos de universidades mineiras (CUME), Brasil

Variáveis % N Média IC 95% Mediana (25-75) p***

Tempo sentado (min/dia)

100,0 4.266 373,8 369,3 - 378,3 420 240 - 540

Sexo 0,979

Masculino 30,7 1.311 375,9 367,7 - 384 420 240 - 540

Feminino 69,3 2.955 372,9 367,5 - 378,3 420 240 - 540

Faixa etária

18 - 24 3,8 163 394,2 371,5 - 417 420 300 - 540 < 0,001

25 - 34 49,8 2.123 388,8 382,5 - 395,1 420 300 - 540

35 - 44 28,9 1.231 359,2 350,8 - 367,5 360 240 - 480

45 - 54 12,2 520 357,8 345,04 - 370,7 360 240 - 480

55 - 64 4,5 191 345,3 323,5 - 367,1 360 240 - 480

> 65 0,9 38 284,2 230,2 - 338,1 240 180 - 480

Estado civil < 0,001

Viúvo 0,5 21 305,7 222,9 - 388,5 240 180 - 540

Casado 41,3 1.762 357,7 350,6 - 364,7 360 240 - 480

Separado 4,8 203 372,3 351,6 - 393,1 420 240 - 480

União Estável 8,6 366 379,6 364,3 - 395 420 300 - 540

Outros 0,9 37 382,7 339,4 - 426 420 300 - 480

Solteiro 44,0 1.877 388,6 382 - 395,3 420 300 - 540

Escolaridade

Especialização 24,5 1.046 350,2 340,5 - 359,9 360 240 - 480 < 0,001

Doutorado 14,0 597 367,8 356,2 - 379,4 360 240 - 480

Graduação 26,8 1.143 379,6 370,72 - 388,4 420 300 - 540

Pós-doutorado 5,6 239 382,6 365,1 - 400,1 420 300 - 540

Mestrado 29,1 1.241 389,6 381,8 - 397,5 420 300 - 540

Situação Profissional

< 0,001

Do lar 0,5 21 247,9 182,6 - 313,1 240 120 - 360

Aposentado 1,8 78 286,5 251,9 - 321,08 240 180 - 480

Trabalho parcial 13,0 554 333,8 321,1 - 346,4 360 240 - 480

Trabalho informal 2,7 114 342,2 312,3 - 372,1 360 240 - 480

Desempregado 6,4 271 342,6 323,2 - 362 360 240 - 480

Trabalho Integral 60,8 2.595 384,9 379,3 - 390,5 420 300 - 540

Estudante 14,8 633 397,4 386,5 - 408,3 420 300 - 540

IC95%: intervalo de confiança de 95%; *com base no salário mínimo (SM) vigente 2018 (R$ 880,00) e 2018 (R$ 954,00); ** IMC definido para adulto (WHO, 1998) e idoso (LIPSCHITZ, 1994), [Comportamento Sedentário (CS): p50=420min (Baixo CS: ≤ 420 e Alto CS: > 420 min/dia)]; [Atividade Física (AF): Ativo ≥ 150minutos/semana (min/sem) de AFM e < 75 min/sem AFV; Insuficientemente ativo<150 min/sem AFM e > 75 min/sem AFV). Teste Qui-quadrado de Pearson; ***p=p-valor

Page 86: Fatores associados à inatividade física e ao comportamento

83

Tabela 5 (Continuação) - Descrição da amostra pela distribuição do tempo sentado total / (min/dia) autorreferido, segundo variáveis socidemográficas dos egresos de universidades mineiras (CUME), Brasil Variáveis % N Média IC 95% Mediana (25-75) p***

Renda Familiar (n=3.867)

< 2 SM 3,4 132 369,8 373,7 - 395,8 360 300 - 540 0,27

≥ 2 < 4 SM 13,3 514 368,2 354,4 - 381,9 420 240 - 540

≥ 4 < 10 SM 43,4 1.677 370,2 362,9 - 377,5 360 240 - 480

≥ 10 < 20 SM 30,5 1.181 380,3 372 - 389 420 300 - 540

≥ 20 SM 9,4 363 376,3 366 - 386,7 360 300 - 540

Cor da Pele 0,001

Não Branca 35,1 1.499 366,8 358,8 - 374,7 360 240 - 540

Branca 64,9 2767 377,6 372,2 - 383,1 420 300 - 540

Área Estudo < 0,001

Outros 73,3 3.125 384,2 379,0 - 389,4 420 300 - 540

Saúde 26,7 1.141 345,3 336,5 - 354,2 360 240 - 480

Estado em que vive

0,157

Minas Gerais 79,7 3.400 370,9 365,8 - 375,9 360 240 - 540

Rio de Janeiro 2,8 121 402,6 377,8 - 427,3 480 300 - 540

São Paulo 4,7 200 391,6 371,3 - 411,8 420 300 - 540

Outros 12,8 545 379,3 366,7 - 391,8 420 300 - 540

IC95%: intervalo de confiança de 95%; *com base no salário mínimo (SM) vigente 2018 (R$ 880,00) e 2018 (R$ 954,00); ** IMC definido para adulto (WHO, 1998) e idoso (LIPSCHITZ, 1994), [Comportamento Sedentário (CS): p50=420min (Baixo CS: ≤ 420 e Alto CS: > 420 min/dia)]; [Atividade Física (AF): Ativo ≥ 150minutos/semana (min/sem) de AFM e < 75 min/sem AFV; Insuficientemene ativo<150 min/sem AFM e > 75 min/sem AFV). Teste Qui-quadrado de Pearson; ***p=p-valor

Page 87: Fatores associados à inatividade física e ao comportamento

84

Tabela 6 – Descrição da amostra pela distribuição do tempo sentado total (min/dia) autorreferido, segundo variáveis hábitos de vida entre os egressos de universidades mineiras (CUME), Brasil

Variáveis % N Média IC 95% Mediana (25-75) p***

Hábito de Fumar

0,763

Não 91,5 3.905 373,4 368,7 - 378,1 420 240 - 540

Sim 8,5 361 378,2 362,1 - 394,3 420 300 - 540

Consumo de bebida alcoólica

0,013

Não 27,6 1.178 361,3 352,6 - 370,1 360 240 - 480

Sim 72,4 3.088 378,6 373,3 - 383,8 420 300 - 540

Atividade Física 0,016

Ativo 58,3 2488 368,9 363,1 - 374,8 360 240 - 480

Inativo 41,7 1778 380,7 373,7 - 387,7 420 300 - 540 IC95%: intervalo de confiança de 95%; *com base no salário mínimo (SM) vigente 2018 (R$ 880,00) e 2018 (R$ 954,00); ** IMC definido para adulto (WHO, 1998) e idoso (LIPSCHITZ, 1994), [Comportamento Sedentário (CS): p50=420min (Baixo CS: ≤ 420 e Alto CS: > 420 min/dia)]; [Atividade Física (AF): Ativo ≥ 150minutos/semana (min/sem) de AFM e < 75 min/sem AFV; Inativo<150 min/sem AFM e > 75 min/sem AFV). Teste Qui-quadrado de Pearson; ***p=p-valor

Page 88: Fatores associados à inatividade física e ao comportamento

85

Tabela 7 – Descrição da amostra pela distribuição do tempo sentado total (min/dia) autorreferido, segundo variáveis condições de saúde entre os egressos de universidades mineiras (CUME), Brasil

Variáveis % N Média IC 95% Mediana (25-75) p***

Avaliação Nutricional

0,367

Baixo Peso 3,4 143 367,2 342 - 392,5 360 240 - 540

Eutrofia 56,8 2.425 372,7 366,7 - 378,6 360 240 - 480

Sobrepeso 28,5 1.215 375,2 366,9 - 383,6 420 300 - 540

Obesidade 11,3 483 377,9 363,9 - 392 420 240 - 540

Morbidade Referida (n=1.234)

Não tem 82,9 1.023 378,1 369,0 - 387,3 420 300 - 540 0,385

1 ou mais 17,1 211 371,0 350,5 - 391,4 420 240 - 480

Autoavaliação de saúde (n=2.589)

0,057

Ruim/ Muito ruim/ Regular 18,3

474 384,4 370,8 - 397,9 420 300 - 540

Bom / muito bom 81,7 2.115 372,5 366,06 - 378,9 360 240 - 540 IC95%: intervalo de confiança de 95%; *com base no salário mínimo (SM) vigente 2018 (R$ 880,00) e 2018 (R$ 954,00); ** IMC definido para adulto (WHO, 1998) e idoso (LIPSCHITZ, 1994), [Comportamento Sedentário (CS): p50=420min (Baixo CS: ≤ 420 e Alto CS: > 420 min/dia)]; [Atividade Física (AF): Ativo ≥ 150minutos/semana (min/sem) de AFM e < 75 min/sem AFV; Inativo<150 min/sem AFM e > 75 min/sem AFV). Teste Qui-quadrado de Pearson; ***p=p-valor

Page 89: Fatores associados à inatividade física e ao comportamento

86

APÊNDICE B – Tabelas com descrição da amostra com a distribuição do tempo de

atividade física com as variáveis sociodemográficas, hábitos de vida e condições de

saúde

TABELA 8 – Descrição da amostra pela distribuição do tempo de atividade física (min/semana) autorreferido, segundo variáveis sociodemográficas entre os egressos de universidades mineiras

Variáveis % N Média IC 95% Mediana (25-75) p***

Tempo atividade física modera e vigorosa (min/semana)

100,0 4.266 439,9 369,3 - 378,3 210 0 - 559

Sexo < 0,001

Masculino 30,7 1.311 480,5 438,2 - 522,8 243,5 49 - 630

Feminino 69,3 2.955 421,9 393,9 - 449,8 194,5 0 - 534,5

Faixa etária

18 - 24 3,8 163 538,4 418,2 - 658,7 309 0 - 750 < 0,001

25 - 34 49,8 2.123 481,9 446,8 - 517,0 234,5 24,5 - 630

35 - 44 28,9 1.231 424,0 379,4 - 468,5 204,5 0 - 534,5

45 - 54 12,2 520 326,2 283,6 - 368,9 180 0 - 420

55 - 64 4,5 191 281,4 227,3 - 335,5 180 24,5 - 420

> 65 0,9 38 538,3 57,0 - 1019,6 222,25 15 - 420

Estado civil < 0,001

Viúvo 0,5 21 359,9 232,8 - 486,9 270 0 - 559

Casado 41,3 1.762 401,8 366,0 - 437,5 180 0 - 480

Separado 4,8 203 384,0 307,8 - 460,2 194,5 0 - 524,5

União Estável 8,6 366 373,3 311,5 - 436,3 193,5 0 - 434,5

Outros 0,9 37 382,7 232,8 - 486,9 420 300 - 480

Solteiro 44,0 1.877 496,5 458,5 - 534,5 258 14,5 - 660

Escolaridade

Especialização 24,5 1.046 421,5 381,6 - 461,5 210 0 - 534,5 < 0,001

Doutorado 14,0 597 474,9 391,0 - 558,9 210 24,5 - 570

Graduação 26,8 1.143 485,7 434,1 - 537,4 210 0 - 642,5

Pós-doutorado 5,6 239 369,2 293,5 - 444,9 180 24,5 - 510

Mestrado 29,1 1.241 409,9 375,5 - 444,3 210 24,5 - 564,5

Situação Profissional 0,196

Trabalho informal 2,7 114 489,1 368,5 - 609,6 241,75 53,5 - 660

Estudante 14,8 633 479,8 420,5 - 539,0 234,5 24,5 - 654,5

Do lar 0,5 21 479,2 172,4 - 786,1 324,5 0 - 720

Trabalho Integral 60,8 2.595 437,7 407,2 - 468,2 210 0 - 554,5

Aposentado 1,8 78 424,6 187,3 - 661,9 210 24,5 - 444,5

Desempregado 6,4 271 417,9 342,5 - 493,3 204,5 0 - 553,5

Trabalho parcial 13,0 554 406,1 341,3 - 470,9 191,25 0 - 529 IC95%: intervalo de confiança de 95%; *com base no salário mínimo (SM) vigente 2018 (R$ 880,00) e 2018 (R$ 954,00); ** IMC definido para adulto (WHO, 1998) e idoso (LIPSCHITZ, 1994), [Comportamento Sedentário (CS): p50=420min (Baixo CS: ≤ 420 e Alto CS: > 420 min/dia)]; [Atividade Física (AF): Ativo ≥ 150minutos/semana (min/sem) de AFM e < 75 min/sem AFV; Inativo<150 min/sem AFM e > 75 min/sem AFV). Teste Qui-quadrado de Pearson; ***p=p-valor

Page 90: Fatores associados à inatividade física e ao comportamento

87

TABELA 8 (Continuação) - Descrição da amostra pela distribuição do tempo de atividade física (min/semana) autorreferido, segundo variáveis sociodemográficas entre os egressos de universidades mineiras

Variáveis % N Média IC 95% Mediana (25-75) p***

Renda Familiar (n=3.867)

< 2 SM 3,4 132 399,8 279,2 - 520,4 110,8 0 - 507,25 < 0,001

≥ 2 < 4 SM 13,3 514 437,9 368,7 - 507,2 210 0 - 554,5

≥ 4 < 10 SM 43,4 1.677 400,2 368,5 - 431,9 210 0 - 532,5

≥ 10 < 20 SM 30,5 1.181 488,9 436,5 - 541,2 224,5 24,5 - 630

≥ 20 SM 9,4 363 431,5 364,2 - 498,7 363 58 - 510

Cor da Pele < 0,001

Não Branca 35,1 1.499 447,7 402,7 - 492,7 210 0 - 588

Branca 64,9 2.767 435,7 409,2 - 462,06 210 14,5 - 540

Área Estudo 0,375

Outros 73,3 3.125 438,2 410, 1 - 466,2 210 0 - 544

Saúde 26,7 1.141 444,7 403,5 - 485,8 219 0 - 593,5

Estado que vive

0,303

Minas Gerais 79,7 3.400 425,4 401,7 - 449,1 210 0 - 540

Rio de Janeiro 2,8 121 525,5 319 - 731,7 249 24,5 - 684,5

São Paulo 4,7 200 458,6 317,4 - 599,7 210 0 - 469

Outros 12,8 545 504,3 422,2 - 586,4 224,5 14,5 - 628

IC95%: intervalo de confiança de 95%; *com base no salário mínimo (SM) vigente 2018 (R$ 880,00) e 2018 (R$ 954,00); ** IMC definido para adulto (WHO, 1998) e idoso (LIPSCHITZ, 1994), [Comportamento Sedentário (CS): p50=420min (Baixo CS: ≤ 420 e Alto CS: > 420 min/dia)]; [Atividade Física (AF): Ativo ≥ 150minutos/semana (min/sem) de AFM e < 75 min/sem AFV; Inativo<150 min/sem AFM e > 75 min/sem AFV). Teste Qui-quadrado de Pearson; ***p=p-valor

Page 91: Fatores associados à inatividade física e ao comportamento

88

Tabela 9 – Descrição da amostra pela distribuição do tempo de atividade física (min/semana) autorreferido, segundo variáveis hábitos de vida entre os egressos de universidades mineiras (CUME), Brasil

Variáveis % N Média IC 95% Mediana (25-75) p***

Hábito de Fumar

0,005

Não 91,5 3.905 440,6 416,0 - 465,3 210 0 - 554,5

Sim 8,5 361 432,0 364 - 500,0 180 0 - 630

Consumo de bebida alcoólica

< 0.001

Não 27,6 1.178 362,1 324,9 - 399,3 119 0 - 453,5

Sim 72,4 3.088 469,6 440,7 - 498,4 224,5 24,5 - 610,8

Comportamento Sedentário

< 0.001

Baixo 58,7 2.503 447,0 421,06 - 473 210 14,5 - 630

Alto 41,3 1.763 429,8 387,1 - 472,5 204,5 0 - 510

IC95%: intervalo de confiança de 95%; *com base no salário mínimo (SM) vigente 2018 (R$ 880,00) e 2018 (R$ 954,00); ** IMC definido para adulto (WHO, 1998) e idoso (LIPSCHITZ, 1994), [Comportamento Sedentário (CS): p50=420min (Baixo CS: ≤ 420 e Alto CS: > 420 min/dia)]; [Atividade Física (AF): Ativo ≥ 150minutos/semana (min/sem) de AFM e < 75 min/sem AFV; Inativo<150 min/sem AFM e > 75 min/sem AFV). Teste Qui-quadrado de Pearson; ***p=p-valor

Page 92: Fatores associados à inatividade física e ao comportamento

89

Tabela 10 – Descrição da amostra pela distribuição do tempo de atividade física (min/semana) autorreferido, segundo variáveis condições de saúde entre os egressos de universidades mineiras (CUME), Brasil

Variáveis % N Média IC 95% Mediana (25-75) p***

Avaliação Nutricional (IMC) < 0,001

Baixo Peso 3,4 143 269,7 194,9 - 344,6 39,0 0 - 330

Eutrofia 56,8 2425 475,5 443,2 - 507,7 224,5 24,5 - 630

Sobrepeso 28,5 1215 447,3 401,5 - 493,2 210,0 0 - 551,5

Obesidade 11,3 483 293,1 247,3 - 339,02 90,0 0 - 354,5

Morbidade Referida (n=1.234)

Não tem 82,9 1.023 379,2 344,2 - 414,2 180 0 - 480 0,688

1 ou mais 17,1 211 387,6 309,3 - 466,0 180 0 - 554,5

Autoavaliação de saude (n=2.589)

0,386

Ruim/ Muito ruim/ Regular 18,3

474 396,7 341,5 - 451,9 184 0 - 510

Bom / muito bom 81,7 2.115 453,9 422,0 - 485,8 210 14,5 - 600

IC95%: intervalo de confiança de 95%; *com base no salário mínimo (SM) vigente 2018 (R$ 880,00) e 2018 (R$ 954,00); ** IMC definido para adulto (WHO, 1998) e idoso (LIPSCHITZ, 1994), [Comportamento Sedentário (CS): p50=420min (Baixo CS: ≤ 420 e Alto CS: > 420 min/dia)]; [Atividade Física (AF): Ativo ≥ 150minutos/semana (min/sem) de AFM e < 75 min/sem AFV; Inativo<150 min/sem AFM e > 75 min/sem AFV). Teste Qui-quadrado de Pearson; ***p=p-valor

Page 93: Fatores associados à inatividade física e ao comportamento

90

ANEXO A - PARECER DA UFV

UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA - UFV

Endereço: Universidade Federal de Viçosa, prédio Arthur Bernardes, piso inferior

Bairro: campus Viçosa CEP: 36.570-000

UF: MG

Telefone:

Município:

(31)3899-2492

VICOSA

Fax: (31)3899-2492 E-mail: [email protected]

Página 1 de 02

PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP

Elaborado pela Instituição Coparticipante

DADOS DO PROJETO DE PESQUISA

Título da Pesquisa: COORTE DAS UNIVERSIDADES MINEIRAS (CUME): IMPACTO DO PADRÃO

ALIMENTAR BRASILEIRO E DA TRANSIÇÃO NUTRICIONAL SOBRE AS DOENÇAS E AGRAVOS NÃO TRANSMISSÍVEIS

Pesquisador: Adriano Marçal Pimenta

Área Temática:

Versão: 3

CAAE: 07223812.3.3001.5153

Instituição Proponente: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

Patrocinador Principal: Financiamento Próprio

DADOS DO PARECER

Número do Parecer: 596.741-0

Data da Relatoria: 18/01/2013

Apresentação do Projeto:

Trata-se de Protocolo de Pesquisa que analisa Coorte das Universidades Mineiras (CUME) Impacto do

Padrão Alimentar Brasileiro e da Transição Nutricional sobre as doenças e Agravos não transmissíveis

Objetivo da Pesquisa:

Realizar análise comparativa com relação às Instituições Universidades Mineiras referentes ao padrão

alimentar do Brasileiro

Avaliação dos Riscos e Benefícios:

Não há riscos para os indivíduos

Comentários e Considerações sobre a Pesquisa:

Trata-se de Protocolo de pesquisa relevante e que oferecere retorno para a sociedade

Considerações sobre os Termos de apresentação obrigatória:

Todos os documentos pertinentes ao Protocolo de Pesquisa foram apresentados.

Recomendações:

Recomenda-se a aprovação

Page 94: Fatores associados à inatividade física e ao comportamento

91

ANEXO B – PARECER DA UFMG

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

Endereço: Av. Presidente Antônio Carlos,6627 2º Ad Sl 2005

Bairro: Unidade Administrativa II CEP: 31.270-901

UF: MG

Telefone:

Município: BELO HORIZONTE

(31)3409-4592 E-mail: [email protected]

Página 1 de 02

PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP

DADOS DA EMENDA

Título da Pesquisa: Coorte de Universidades MinEiras (CUME): impacto do padrão alimentar brasileiro e da transição nutricional sobre as doenças crônicas não transmissíveis - fase 2

Pesquisador: Adriano Marçal Pimenta

Área Temática:

Versão: 2

CAAE: 44483415.5.1001.5149

Instituição Proponente: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

Patrocinador Principal: FUNDACAO DE AMPARO A PESQUISA DO ESTADO DE MINAS GERAIS

DADOS DO PARECER

Número do Parecer: 2.491.366

Apresentação do Projeto:

Mesma apresentação que consta no parecer 1.137.860 de 03/07/2015.

Objetivo da Pesquisa:

Mesmos objetivos que constam no parecer 1.137.860 de 03/07/2015.

Avaliação dos Riscos e Benefícios:

Mesmos riscos e benefícios que constam no parecer 1.137.860 de 03/07/2015.

Comentários e Considerações sobre a Pesquisa:

Pesquisador solicita a inclusão de participantes da UFOP, UFLA e UFJF no projeto CUME.

Considerações sobre os Termos de apresentação obrigatória:

Foi acrescentado novo TCLE para a linha de base de inclusão e novo projeto adaptado à emenda.

Conclusões ou Pendências e Lista de Inadequações:

SMJ, sou favorável à aprovação da emenda.

Considerações Finais a critério do CEP:

Tendo em vista a legislação vigente (Resolução CNS 466/12), o COEP-UFMG recomenda aos Pesquisadores:

comunicar toda e qualquer alteração do projeto e do termo de consentimento via emenda na Plataforma Brasil,

informar imediatamente qualquer evento adverso ocorrido durante o

Page 95: Fatores associados à inatividade física e ao comportamento

92

ANEXO C – PARECER DA UFOP

UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO

Endereço: Morro do Cruzeiro-ICEB II, Sala 29 -PROPP/UFOP

Bairro: Campus Universitário CEP: 35.400-000

UF: MG

Telefone:

Município:

(31)3559-1368

OURO PRETO

Fax: (31)3559-1370 E-mail: [email protected]

Página 1 de 03

PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP

DADOS DO PROJETO DE PESQUISA

Título da Pesquisa: Coorte de Universidades MinEiras (CUME): impacto do padrão alimentar brasileiro e da transição nutricional sobre as doenças crônicas não transmissíveis - fase 2

Pesquisador: JULIA CRISTINA CARDOSO CARRARO

Área Temática:

Versão: 1

CAAE: 44483415.5.2003.5150

Instituição Proponente: Universidade Federal de Ouro Preto

Patrocinador Principal: FUNDACAO DE AMPARO A PESQUISA DO ESTADO DE MINAS GERAIS

DADOS DO PARECER

Número do Parecer: 2.565.240

Apresentação do Projeto:

"Tratar-se de um estudo epidemiológico, observacional, de delineamento transversal na sua linha de base e

longitudinal no seu seguimento, que está sendo realizado, desde março de 2016, com indivíduos graduados

na UFMG e na UFV a partir de janeiro de 1994. A principal característica deste estudo é o recrutamento

permanentemente aberto, permitindo um contínuo crescimento da amostra a cada onda de seguimento, uma

vez que ao mesmo tempo em que se aplica um novo questionário (Q_2, Q_4, ..., Q_n) a cada dois anos aos

participantes recrutados previamente, envia-se o questionário da linha de base (Q_0) para o recrutamento

de novos participantes. Neste sentido, o Q_0 será enviado a novos participantes da UFMG e da UFV e, a

presente emenda, prevê o envio deste instrumento também a egressos da Universidade Federal de Ouro

Preto (UFOP), Universidade Federal de Lavras (UFLA) e Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF),

ampliando a amostra de participantes do projeto CUME."

Objetivo da Pesquisa:

"Objetivo Primário:

Avaliar o impacto do padrão alimentar brasileiro no desenvolvimento de DCNT em indivíduos graduados na

Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), na Universidade Federal de Viçosa (UFV), na Universidade

Federal de Ouro Preto (UFOP), na Universidade Federal de Lavras (UFLA) e na Universidade Federal de Juiz

de Fora (UFJF).

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ANEXO D – PARECER DA UFJF

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