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Edição nº 40 – Janeiro/Fevereiro 2016 Fechamento de escolas na rede estadual de ensino Desde meados do ano de 2015, protestos de estudantes e denúncias de diversas fontes apontavam o fechamento de escolas e turmas na rede estadual de ensino. Os movimentos sociais do Estado do Espírito Santo também manifestaram discordância em relação a muitas práticas que o governo estadual vem adotando na reestruturação da sua rede de ensino, dentre as principais o fechamento de escolas, de turmas do EJA e do Ensino Médio regular (especialmente o noturno), com restrição gradual de oferta de matrícula a partir de 2016, bem como o redirecionamento de turmas do Ensino Fundamental para a responsabilidade dos municípios, que muitas vezes não tem condições de assumir as matrículas. Após profunda investigação, o Ministério Público Estadual ajuizou, no mês de fevereiro de 2016, uma Ação Civil Pública visando obstar o fechamento de turmas e escolas da rede estadual de ensino em todo o estado do ES, tanto na área urbana quanto na rural, com pedido liminar. Na demanda, manejada pela 7ª Promotoria de Justiça Cível de Vitória, são citadas duas escolas estaduais fechadas: Escola Estadual de Ensino Fundamental Maria Ericina Santos, em Vitória, e a Escola Estadual de Ensino Médio Santin Morosine Cupertino, em Linhares. O fechamento foi considerado arbitrário por não terem sido atendidos os requisitos legais, como comunicação prévia às comunidades e autorização do Conselho Estadual de Educação, e por violar o direito fundamental à educação de muitos cidadãos.

Fechamento de escolas na rede estadual de ensino - mpes.mp.br · Fechamento de escolas na rede estadual de ensino ... que muitas vezes não tem condições de assumir as ... um estudante

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Edição nº 40 – Janeiro/Fevereiro 2016

Fechamento de escolas na rede estadual de ensino

Desde meados do ano de 2015, protestos de estudantes e denúncias de diversas

fontes apontavam o fechamento de escolas e turmas na rede estadual de ensino. Os

movimentos sociais do Estado do Espírito Santo também manifestaram discordância

em relação a muitas práticas que o governo estadual vem adotando na

reestruturação da sua rede de ensino, dentre as principais o fechamento de escolas,

de turmas do EJA e do Ensino Médio regular (especialmente o noturno), com

restrição gradual de oferta de matrícula a partir de 2016, bem como

o redirecionamento de turmas do Ensino Fundamental para a responsabilidade dos

municípios, que muitas vezes não tem condições de assumir as matrículas.

Após profunda investigação, o Ministério Público Estadual ajuizou, no mês de

fevereiro de 2016, uma Ação Civil Pública visando obstar o fechamento de turmas e

escolas da rede estadual de ensino em todo o estado do ES, tanto na área urbana

quanto na rural, com pedido liminar. Na demanda, manejada pela 7ª Promotoria de

Justiça Cível de Vitória, são citadas duas escolas estaduais fechadas: Escola Estadual

de Ensino Fundamental Maria Ericina Santos, em Vitória, e a Escola Estadual de

Ensino Médio Santin Morosine Cupertino, em Linhares. O fechamento foi

considerado arbitrário por não terem sido atendidos os requisitos legais, como

comunicação prévia às comunidades e autorização do Conselho Estadual de

Educação, e por violar o direito fundamental à educação de muitos cidadãos.

Edição nº 40 – Janeiro/Fevereiro 2016

Foi proferida decisão liminar pela 3ª Vara da Fazenda Pública Estadual de Vitória,

determinando a reabertura imediata das matrículas para todas as escolas nas quais

houve a restrição e suspendendo os atos de fechamento de escolas.

Na decisão, o magistrado destaca que, “em caso de não existirem professores

disponíveis ou candidatos aprovados em concurso para contratação, que seja

contratados professores temporários". Se a decisão for descumprida, a multa será no

valor de R$ 50 mil reais, até o limite de R$ 500 mil.

A ACP está tramitando e o CAPE tem recebido muitas denúncias de descumprimento da

medida liminar, principalmente no norte do ES. Por isso, é importante que eventuais

denúncias e provas produzidas sobre o tema nas Promotorias de Justiça, tais como

depoimentos, informações sobre alunos afetados e outros relevantes sejam

encaminhados à 7ª Promotoria de Justiça Cível de Vitória, com fins de auxiliar na

instrução do processo. Acesse aqui a ACP e a decisão LIMINAR

EQUIPE CAPE

Dirigente: Fabiula de Paula Secchin

Agentes de Apoio: Geisa Genaro Rodrigues e Susete Ferreira

Magalhães. Assessoria Técnica Pedagógica:

Camila Ferreira Moreira Agente Técnico (Assistente Social):

Andreia Lima de Cristo

Fernanda Talita F. da Cruz Apoio Administrativo

Gleisiane Rodrigues Leão

Telefone: (27) 3194-4733/4734/4735

ghgj

RECOMENDAÇÃO 30/2015 DO CNMP

O Conselho Nacional do Ministério Público

expediu Recomendação nº 30, de 22 de

setembro de 2015, na qual se recomenda no art.

5º que os membros com atribuições na área da

Educação, dentre outras indicações, intentem

esforços para fomentar medidas que garantam

a matrícula de todas as crianças com 4 e 5 anos,

a partir de 2016 (na página3/4, onde se lê “ a

partir de 2017”, leia-se “a partir de 2016, em

consonância com a EC nº 59/2009).

Além desse importantíssimo tema, outras ações

foram destacadas no campo da Educação

Inclusiva, como a prioridade da matrícula de

pessoas com deficiência na Educação Infantil,

melhoria de espaços físicos educacionais e a

capacitação dos educadores das salas de

recursos multifuncionais.

Para acessar seu conteúdo completo clique

aqui.

JOVEM COM DEFICIÊNCIA VISUAL TEM DIREITO A PROFESSOR DE APOIO DENTRO

DA SALA DE AULA

O juiz Liciomar Fernandes da Silva, da 1ª Vara de Jaraguá, determinou que a Subsecretaria

Estadual de Educação de Goianésia disponibilize um professor de apoio dentro da sala de aula

a um jovem de 12 anos, com deficiência visual e que necessita de atendimento especializado e

individualizado. Em caso de descumprimento da medida judicial, o órgão terá de pagar multa

diária de mil reais, a contar do primeiro dia do ano letivo de 2016. Leia mais...

COLÉGIO TERÁ QUE INDENIZAR A ALUNO AUTISTA DESLIGADO IRREGULARMENTE

DA INSTITUIÇÃO

O juiz da 5ª Vara Cível de Brasília condenou o Colégio Logosófico Gonzalez Pecotche a

indenizar aluno autista, cujo cancelamento da matrícula pela instituição de ensino se deu sob a

justificativa de que possuía comportamento agressivo com docentes e demais discentes,

circunstância que gerou insegurança no ambiente escolar. O Colégio recorreu da sentença.

Leia mais...

ghgj

PEDAGOGIA DA ALTERNÂNCIA REALÇA VALOR DO CAMPO E

PROTAGONISMO JUVENIL

Aplicado em 300 escolas no Brasil, programa faz o aluno alternar períodos de

internato nas instituições de ensino com estadias em suas casas. Leia mais...

PROFESSOR É FATOR DECISIVO CONTRA A EVASÃO ESCOLAR

Pesquisa mostra que alunos valorizam docente que saiba estabelecer diálogo,

além de dominar a disciplina e aponta qual o posicionamento dos jovens em

relação a criminalidade, uso de drogas, aborto e outros. Leia mais...

SE REPROVAR É RUIM, QUAL A EVIDÊNCIA SOBRE A “APROVAÇÃO

AUTOMÁTICA”?

No Brasil, o debate sobre os ciclos (tratados como aprovação automática

principalmente entre os críticos desse sistema) foi (e ainda é) acalorado. Leia

mais...

MAIS DE 61 MIL CRIANÇAS E JOVENS FORA DA ESCOLA NO ESPÍRITO

SANTO

SEM PROFESSORES, AS AULAS DA REDE MUNICIPAL

FORAM ADIADAS PARA 15/02

As aulas começariam no dia 1º, mas com a medida cautelar que

proibiu a contratação de professores por designação temporária

não teve outra solução para a administração municipal. Para

resolver esse impasse, ontem a prefeitura se reuniu com o

Sindicato dos Professores e o Ministério Público do Estado (MPES). Leia mais...

CONFEDERAÇÃO TRAZ ESCLARECIMENTOS SOBRE O REAJUSTE DO PISO DO

MAGISTÉRIO PARA 2016

Após a divulgação do valor do salário mínimo para o próximo ano, publicado no Diário Oficial

em 30 de dezembro, cresce a apreensão dos gestores municipais sobre a definição do valor do

piso do magistério para 2016. Leia mais

UNIVERSIDADE CANCELA MATRÍCULA DE COTISTA QUE NÃO TEM APARÊNCIA DE

PARDO

Por não ter feições de uma pessoa parda, um estudante perdeu o direito a uma vaga conseguida

pelo sistema de cotas no vestibular da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), em 2014. A

decisão é do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, com sede em Porto Alegre, que manteve

o entendimento de primeira instância. Leia mais...

TJAC DETERMINA QUE MUNICÍPIO DE RIO BRANCO MATRICULE CRIANÇA EM

CRECHE

A 2º Câmara Cível do Tribunal de Justiça negou provimento ao apelo n.º 0800006-

96.2015.8.01.0081, interposto pelo Município de Rio Branco, pedindo para reformar totalmente

sentença proferida pela 2ª Vara da Infância e Juventude de Rio Branco. O recurso requeria a

reforma da sentença que obrigara o Município a matricular criança (E. da S. F.) em unidade de

ensino infantil. Leia mais...

ghgj

ALUNOS FORA DA ESCOLA

Maior problema é no ensino médio, nível em que somente 79,4% estão na sala

de aula. Embora a sobra de vagas tenha se tornado comum na rede pública

de ensino do Estado – nas últimas matrículas ficaram 110 mil em aberto – um

levantamento mostra que, em 2014, um total de 61.702 crianças e

jovens de 4 a 17 anos estavam fora da escola no Espírito Santo. Leia mais...

ESTADOS E MUNICÍPIOS PODERÃO CONSTRUIR CRECHES EM

ESCOLAS QUE JÁ EXISTEM

Sem tempo hábil de construir prédios para creches e pré-escolas para

atender a toda a demanda do país, o Ministério da Educação (MEC) oferece a

estados e municípios a opção de construir espaços voltados para atender a

crianças de 4 e 5 anos em escolas que já existem. Leia mais...

MERCADANTE RECONHECE QUE REAJUSTE SALARIAL DOS

PROFESSORES PREJUDICA MUNICÍPIOS

"O MEC reconhece que há um grave problema fiscal e que temos que

rediscutir o piso. Temos um problema relevante, mas não se pode dizer que

é o MEC que decide o piso. É a lei", disse Mercadante em entrevista.

Mercadante, então, reiterou que os Estados e Municípios negociem com o

sindicatos um reajuste menor. "A única coisa que não podemos ter são greves

prolongadas em que os alunos são prejudicados", disse. Leia mais...

PREFEITURA DE MUNICÍPIO CEARENSE DESISTE DE FECHAR

ESCOLAS RURAIS

A desistência da ação ocorre em meio à manifestação contrária de pais,

alunos, professores e movimentos sociais e ao envolvimento do Ministério

Público e da Defensoria Pública no caso. Ao mesmo tempo, o Ministério

Público do Ceará (MP-CE) reforçará a decisão da prefeitura ao expedir

recomendação no mesmo sentido. Leia mais...

PEC DETERMINA AMPLIAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA EM TEMPO

INTEGRAL

A progressiva universalização da educação básica em tempo integral no Brasil é

o objetivo da proposta de emenda à Constituição (PEC) 28/2015, do senador

Eduardo Amorim (PSC/SE). O texto altera o artigo 208 da Constituição Federal

para garantir essa mudança. Leia mais...

ghgj

NÃO É ILEGAL A NEGATIVA DE RENOVAÇÃO DE MATRÍCULA A

ALUNO INADIMPLENTE

Segundo o magistrado, "o artigo 5º da Lei nº 9.870/99 possibilita que a

instituição de ensino negue a renovação de matrícula de aluno inadimplente,

cujo exercício não pode ser tomado como negativa ao acesso ao ensino, sob

o falso enfoque ou assertiva de que se prestigia interesse financeiro em

detrimento do direito social". Leia mais...

OS ESTADOS ONDE HÁ MAIS ALUNOS REPETENTES NO ENSINO

MÉDIO – ES OCUPA A 4ª POSIÇÃO

No ano de 2014, cerca de 996 mil alunos matriculados no ensino médio em

escolas públicas ou privadas, isso significa cerca de 12,1% estudantes,

estavam cursando a mesma série que frequentaram no ano anterior. Leia

mais...

TJDF – DIREITO A EDUCAÇÃO INFANTIL NÃO ABRANGE ACESSO A

CRECHE A CRIANÇAS COM MENOS DE 4 ANOS

De acordo com os desembargadores que julgaram o recurso, “diante da

existência de lista de espera, a determinação judicial de matrícula de criança

inscrita com idade inferior a 4 anos, com desrespeito à ordem de

classificação, configura violação ao princípio da isonomia, mormente quando

ausentes elementos a justificar a medida liminar concedida”. Leia mais...

AMEAÇA À CIDADANIA: ESCOLAS PARTICULARES MOBILIZAM-SE

CONTRA ESTUDANTES COM DEFICIÊNCIA

O ataque ao Estatuto, que é a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com

Deficiência, teve início em agosto do ano passado, um mês após sua

publicação: alegando que a educação de pessoas com deficiência é

responsabilidade exclusiva do Estado, a Confederação Nacional dos

Estabelecimentos de Ensino ajuizou no Supremo Tribunal Federal ação direta

de inconstitucionalidade contra os artigos 28 e 30. Leia mais...

ESCOLA OU QUARTEL? COLÉGIOS TRANSFERIDOS PARA A PM TÊM

VANTAGENS ARTIFICIAIS, MAS É PRECISO ACHAR SOLUÇÕES

DEMOCRÁTICAS PARA A INDISCIPLINA

A experiência começou em Goiás, e hoje ao menos 18 estados brasileiros têm

colégios públicos administrados por PMs. Leia mais...

ghgj

INDEPENDENTEMENTE DE QUESTÕES ORÇAMENTÁRIAS, É DEVER DO

ENTE ESTATAL GARANTIR VAGA EM ESCOLA PRÓXIMA À RESIDÊNCIA DO

ALUNO, CONFIRMA ACÓRDÃO DADO PELO TJMG

REEXAME NECESSÁRIO - MANDADO DE SEGURANÇA - MATRÍCULA DE MENOR EM

ESCOLA PÚBLICA PRÓXIMA A SUA RESIDÊNCIA - DIREITO FUNDAMENTAL À

EDUCAÇÃO - ARTIGO 53, INCISO V DO ESTATAUTO DA CRIANÇA E DO

ADOLESCENTE - DIREITO LÍQUIDO E CERTO. O ensino público gratuito é direito

público subjetivo do menor, de índole social, constitucionalmente garantido a todos,

sendo dever do ente estatal criar condições possibilitar a sua concretização em

instituição de ensino próxima de sua residência independentemente questões de

ordem orçamentária e estrutural dos Municípios. (TJMG - Reexame Necessário-Cv

1.0382.15.001128-8/001, Relator(a): Des.(a) Ângela de Lourdes Rodrigues , 8ª

CÂMARA CÍVEL, julgamento em 17/12/2015, publicação da súmula em 05/02/2016)

TJMG MANTÉM DECISÃO QUE RESGUARDA O DIREITO À INTEGRAÇÃO

ESCOLAR E AO ENSINO

APELAÇÃO CÍVEL - REEXAME NECESSÁRIO - FORNECIMENTO DE MEDICAMENTO,

FRALDAS DESCARTÁVEIS E SUPLEMENTOS ALIMENTARES - RESPONSABILIDADE

DO MUNICÍPIO - MATRÍCULA DE MENOR DEFICIENTE EM ESCOLA E

ACOMPANHAMENTO POR PROFISSIONAL CAPACITADO - DEVER DO ESTADO.

DIREITO À INTEGRAÇÃO ESCOLAR E AO ENSINO. Lei Estadual nº. 13.317/1999 e a

Política Nacional de Alimentação e Nutrição (Portaria nº 2.349/2012) estabelecem

que a responsabilidade pelo fornecimento das fórmulas nutricionais incumbirá,

especificamente, aos municípios, razão pela qual não pode o ente municipal se furtar

a fornecer os suplementos alimentares pleiteados. Ainda que assim não fosse, da

leitura do artigo 23, inciso II da Constituição Federal e dos artigos 2º e 4º da Lei

8.080/90 é possível inferir que o legislador pátrio instituiu a responsabilidade

solidária entre os gestores do SUS, no que concerne à dispensação de

medicamentos, insumos e congêneres, de modo a permitir que o usuário do sistema

eleja quaisquer das esferas de poder para obter a medicação desejada, de forma

isolada e indistintamente. Incumbe ao Estado garantir ao aluno com deficiência a

freqüência ao ensino fundamental obrigatório, à educação básica e à superior, bem

como o atendimento educacional especializado como apoio ao desenvolvimento dos

alunos, preferencialmente na rede regular de ensino. (TJMG - Ap Cível/Reex

Necessário 1.0411.10.004530-0/002, Relator(a): Des.(a) Ângela de Lourdes

Rodrigues , 8ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 03/12/2015, publicação da súmula

em 29/01/2016)

ghgj

TJSP ANALISA A OCUPAÇÃO DE ESCOLAS POR ALUNOS EM AÇÃO DE

REINTEGRAÇÃO DE POSSE

AGRAVO DE INSTRUMENTO. Ação de reintegração de posse. Ocupação de escola

por alunos que se insurgem contra medida governamental de reorganização escolar

que implicará o fechamento de prédios escolares e remanejamento de alunos para

outras unidades. 1.Defensoria Pública admitida como terceira interveniente apenas

em cognição sumária, não vinculando decisões futuras da C. Corte, tampouco o

entendimento do juízo monocrático. 2.Prevenção da C. 7ª Câmara de Direito Público

para conhecimento do recurso. Afastamento. Agravos em trâmite perante aquela

Câmara não implicam a competência exclusiva para julgamento de casos

semelhantes quando o objeto tutelado nos autos é diverso. 3.Nulidade processual

pela não individualização dos invasores no polo passivo da ação principal.

Inexistência. Medida que tornaria inexequível a tutela de urgência ao direito

reclamado em juízo. Invasores que se alternam na ocupação do bem público. Não

prejuízo do exercício oportuno do contraditório e ampla defesa, eis que o despacho

vergastado já ordena que o sr. Oficial de Justiça proceda à qualificação dos invasores

presentes no local. 4.Nulidade pela não intervenção do Ministério Público nos autos.

Afastamento. A previsão de atuação do 'Parquet' em determinados feitos não impede

a concessão de medidas de urgência, quando as peculiaridades do caso concreto

assim reclamam. 5.Direito constitucional de reunião e participação na gestão da

educação que não tornam legítimo o esbulho em bem público, com prejuízo das

atividades escolares em final do ano letivo. Contrassenso de se fundamentar a

invasão, realizada por alguns, no direito à educação, quando tal exercício afeta e

prejudica diretamente o mesmo direito à educação de muitos. Princípio da

continuidade da prestação do serviço público. Inexistência de má condução do

processo pela magistrada que concede a ordem liminar de desocupação do imóvel.

6.Descabimento de se condicionar a reintegração forçada do imóvel, se necessária,

ao estabelecimento de mecanismos de democracia participativa, com a instauração

de diálogo entre estudantes e Secretaria da Educação, ou à apresentação de plano

de desocupação pela Polícia Militar com o uso da "doutrina da gestão negociada".

7.Recurso não provido. (TJSP, Agravo de Instrumento nº 2258406-74.2015.8.26.0000,

Relator(a): Oswaldo Luiz Palu; Comarca: Bauru; Órgão julgador: 9ª Câmara de Direito

Público; Data do julgamento: 17/02/2016; Data de registro: 17/02/2016)

PARA TCES CONTRATO DE TRANSPORTE ESCOLAR PODERÁ SER FIRMADO

EM ATÉ 60 MESES

TRANSPORTE ESCOLAR DEVE SER CONSIDERADO SERVIÇO DE NATUREZA

CONTÍNUA - O instrumento convocatório deverá prever expressamente a natureza

contínua do serviço de transporte escolar, especificando ainda um período máximo

de contratação de até 60 meses - o limite de 25% previsto no art. 65, § 1º, da lei n.

8.666/93 refere-se a acréscimo ou decréscimo quantitativo e deverá ser considerado

também nos contratos de serviços contínuos, sendo considerado como base de

cálculo para a aplicação deste percentual o valor original de cada período de 12

meses, revisado e atualizado – poderá a contratação ser efetuada no prazo de até 60

meses, sendo os reajustes baseados na variação de preços de mão de obra e insumos

no período a ser reajustado. (TCES PROCESSO - TC-12625/2015)

ghgj

PARA TJDFT QUANDO NÃO HOUVER VAGA EM CRECHE NÃO HÁ QUE

SE FALAR EM DIREITO PÚBLICO SUBJETIVO

DIREITO A EDUCAÇÃO. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER. MATRÍCULA EM

CHECHE PÚBLICA. INDEFERIMENTO. OBEDIÊNCIA À LISTA DE ESPERA.

TEORIA DO FATO CONSUMADO. 1. Em que pese o dever do Estado de

garantir educação infantil, em creche e pré-escola, é necessário a

observância da lista de espera, em homenagem ao princípio da isonomia,

bem como o surgimento da vaga. 2. A garantia constitucional de acesso à

educação não confere à parte o direito subjetivo de exigir do Estado a

matrícula de menor em escola pública quando inexiste vaga. 3. Liminar

revogada. Recurso conhecido e provido para reformar a sentença. (TJDFT,

Acórdão n.919186, 20140111912764APC, Relator: HECTOR VALVERDE

SANTANNA, Revisor: JOSÉ DIVINO DE OLIVEIRA, 6ª Turma Cível, Data de

Julgamento: 03/02/2016, Publicado no DJE: 16/02/2016. Pág.: 317)

TJPR NEGA PEDIDO DE DANOS MORAIS NA HIPÓTESE DE NEGATIVA

DE VAGA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

APELAÇÃO CÍVEL E REEXAME NECESSÁRIO. APELAÇÃO 1: Apelação cível

e reexame necessário. Recurso Defensoria Pública. Precedentes do STF e STJ.

Tese recursal em confronto com a jurisprudencia dos tribunais superiores.

Ocorrência de danos morais. Não aplicada. Honorários advocatícios a serem

pagos para a Defensoria Pública. Cabimento. Art 557, caput, do CPC. Recurso

a que da parcial provimento. Decisão monocrática. Apelação 2: falta de vagas

que não exime a autoridade coatora de viabilizar a inclusão. Alegação de falta

de dotação orçamentária. Impossibilidade de afastar a previsão

constitucional. Precedentes do STF e STJ. Recurso a que se nega seguimento.

(TJPR, processo 1447221-8 (decisão monocrática), 7ª Câmara Cível, Relator

(a): Victor Martim Batschke, data do julgamento: 28/01/2016).

STJ ANALISA A ARGUMENTAÇÃO DE ESCASSEZ DE VERBAS ANTE A

AUSÊNCIA DE VAGAS EM CRECHE

ADMINISTRATIVO E CONSTITUCIONAL. ACESSO À CRECHE AOS MENORES

DE ZERO A SEIS ANOS. DIREITO SUBJETIVO. RESERVA DO POSSÍVEL.

TEORIZAÇÃO E CABIMENTO. IMPOSSIBILIDADE DE ARGUIÇÃO COMO TESE

ABSTRATA DE DEFESA. ESCASSEZ DE RECURSOS COMO O RESULTADO DE

UMA DECISÃO POLÍTICA. PRIORIDADE DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS.

CONTEÚDO DO MÍNIMO EXISTENCIAL. ESSENCIALIDADE DO DIREITO À

EDUCAÇÃO. PRECEDENTES DO STF E STJ.

1. A tese da reserva do possível assenta-se em ideia de que, desde os

romanos, está incorporada na tradição ocidental, no sentido de que a

obrigação impossível não pode ser exigida (Impossibilium nulla obligatio est

- Celso, D. 50, 17, 185). Por tal motivo, a insuficiência de recursos

ghgj

orçamentários não pode ser considerada uma mera falácia. 2. Todavia,

observa-se que a dimensão fática da reserva do possível é questão

intrinsecamente vinculada ao problema da escassez. Esta pode ser

compreendida como "sinônimo" de desigualdade. Bens escassos são bens

que não podem ser usufruídos por todos e, justamente por isso, devem ser

distribuídos segundo regras que pressupõe o direito igual ao bem e a

impossibilidade do uso igual e simultâneo. 3. Esse estado de escassez, muitas

vezes, é resultado de um processo de escolha, de uma decisão. Quando não

há recursos suficientes para prover todas as necessidades, a decisão do

administrador de investir em determinada área implica escassez de recursos

para outra que não foi contemplada. A título de exemplo, o gasto com

festividades ou propagandas governamentais pode ser traduzido na ausência

de dinheiro para a prestação de uma educação de qualidade. 4. É por esse

motivo que, em um primeiro momento, a reserva do possível não pode ser

oposta à efetivação dos Direitos Fundamentais, já que, quanto a estes, não

cabe ao administrador público preteri-los em suas escolhas. Nem mesmo a

vontade da maioria pode tratar tais direitos como secundários. Isso porque a

democracia não se restringe na vontade da maioria. O princípio do

majoritário é apenas um instrumento no processo democrático, mas este não

se resume àquele. Democracia é, além da vontade da maioria, a realização

dos direitos fundamentais. Só haverá democracia real onde houver liberdade

de expressão, pluralismo político, acesso à informação, à educação,

inviolabilidade da intimidade, o respeito às minorias e às ideias minoritárias

etc. Tais valores não podem ser malferidos, ainda que seja a vontade da

maioria. Caso contrário, se estará usando da "democracia" para extinguir a

Democracia. 5. Com isso, observa-se que a realização dos Direitos

Fundamentais não é opção do governante, não é resultado de um juízo

discricionário nem pode ser encarada como tema que depende unicamente

da vontade política. Aqueles direitos que estão intimamente ligados à

dignidade humana não podem ser limitados em razão da escassez quando

esta é fruto das escolhas do administrador. Não é por outra razão que se afirma

que a reserva do possível não é oponível à realização do mínimo existencial.

6. O mínimo existencial não se resume ao mínimo vital, ou seja, o mínimo para

se viver. O conteúdo daquilo que seja o mínimo existencial abrange também

as condições socioculturais, que, para além da questão da mera

sobrevivência, asseguram ao indivíduo um mínimo de inserção na "vida"

social. 7. Sendo assim, não fica difícil perceber que, dentre os direitos

considerados prioritários, encontra-se o direito à educação. O que distingue

o homem dos demais seres vivos não é a sua condição de animal social, mas

sim de ser um animal político. É a sua capacidade de relacionar-se com os

demais e, por meio da ação e do discurso, programar a vida em sociedade. 8.

A consciência de que é da essência do ser humano, inclusive sendo o seu

traço característico, o relacionamento com os demais em um espaço público

- onde todos são, in abstrato, iguais, e cuja diferenciação se dá mais em razão

da capacidade para a ação e o discurso do que em virtude de atributos

biológicos - é que torna a educação um valor ímpar. No espaço público, em

que se travam as relações comerciais, profissionais, trabalhistas, bem como

onde se exerce a cidadania, a ausência de educação, de conhecimento, em

regra, relega o indivíduo a posições subalternas, o torna dependente das

ghgj

forças físicas para continuar a sobreviver e, ainda assim, em condições

precárias. 9. Eis a razão pela qual o art. 227 da CF e o art. 4º da Lei 8.069/90

dispõem que a educação deve ser tratada pelo Estado com absoluta

prioridade. No mesmo sentido, o art. 54 do Estatuto da Criança e do

Adolescente prescreve que é dever do Estado assegurar às crianças de zero

a seis anos de idade o atendimento em creche e pré-escola. Portanto, o pleito

do Ministério Público encontra respaldo legal e jurisprudencial. Precedentes:

REsp 511.645/SP, Rel. Min. Herman Benjamin, Segunda Turma, julgado em

18.8.2009, DJe 27.8.2009; RE 410.715 AgR / SP - Rel. Min. Celso de Mello,

julgado em 22.11.2005, DJ 3.2.2006, p. 76. 10. Porém, é preciso fazer uma

ressalva no sentido de que, mesmo com a alocação dos recursos no

atendimento do mínimo existencial, persista a carência orçamentária para

atender a todas as demandas. Nesse caso, a escassez não seria fruto da

escolha de atividades não prioritárias, mas sim da real insuficiência

orçamentária. Em situações limítrofes como essa, não há como o Poder

Judiciário imiscuir-se nos planos governamentais, pois estes, dentro do que é

possível, estão de acordo com a Constituição, não havendo omissão

injustificável. 11. Todavia, a real insuficiência de recursos deve ser

demonstrada pelo Poder Público, não sendo admitido que a tese seja utilizada

como uma desculpa genérica para a omissão estatal no campo da efetivação

dos direitos fundamentais, principalmente os de cunho social. No caso dos

autos, não houve essa demonstração. Precedente: REsp 764.085/PR, Rel. Min.

Humberto Martins, Segunda Turma, julgado em 1º.12.2009, DJe 10.12.2009.

Agravo regimental improvido. (AgRg no AREsp 790.767/MG, Rel. Ministro

HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 03/12/2015, DJe

14/12/2015)

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CARIACICA A Promotoria de Justiça Cível de Cariacica firmou com o município quatro Termos

de Ajustamento de Conduta objetivando a execução de obras de reforma do

muro do entorno da CMEI Maria Inês Gurtler, a finalização das obras de

construção da CMEI Porto Belo I, da EMEF Ipiranga e a construção da nova sede

da EMEF Vienna Rosetti Guterres, além de outras providências pertinentes.

Instaurou, ainda, Procedimento Preparatório visando a investigação de suposto

desvio de verbas da educação recebidas pelo Núcleo Roger Fernandes

Rodrigues.

CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM A Promotoria de Justiça de Cachoeiro de Itapemirim instaurou diversos

Procedimentos Preparatórios na área da educação, com intuito de apurar:

suposta substituição irregular de professores da rede pública municipal de

ensino, suposta prática de ato de improbidade administrativa consubstanciada

na ilegal aplicação de curso de suplência de educação geral no Ensino Médio a

menor de 18 anos de idade e o fechamento das turmas de EJA em Soturno.

ANCHIETA Em razão de possíveis irregularidades referentes à ausência de sistema de

esgotamento sanitário em escolas públicas da rede municipal de ensino, a

Promotoria de Justiça de Anchieta instaurou Procedimento Preparatório para

apuração e garantia de espaços adequados para o funcionamento das escolas.

ARACRUZ A Promotoria de Justiça de Aracruz instaurou Inquérito Civil em face da Secretaria

Estadual da Educação e outros, com o objetivo de apurar denúncia acerca do não

funcionamento da Escola Indígena de Caieiras Velhas.

SÃO GABRIEL DA PALHA A Promotoria de Justiça de São Gabriel da Palha instaurou Procedimento

Administrativo para apurar suposta afronta à isonomia, segurança jurídica e

meritocracia em razão de dispositivo constante de Decreto expedido pelo

prefeito de Vila Valério, que dispõe sobre critérios para a definição de cadeira

de professores e supervisores escolares aprovados em concurso.

SERRA Em razão de constantes denúncias apontando falta de ventilação adequada nas

salas de aula das unidades de ensino da rede pública municipal de Serra,

violando as normas de saúde do educando com negligência dos critérios da

preservação de um ambiente escolar que proporcione condições mínimas de

conforto térmico que favoreça a aprendizagem em sala de aula, foi expedida

Notificação Recomendatória pela 8ª Promotoria de Justiça Cível, direcionada ao

Prefeito e Secretário de Educação, para que promovam as adequações

necessárias.

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EDUCAÇÃO EM VALORES, DESENVOLVIMENTO HUMANO E

CULTURA DE PAZ

ghgj

O programa “Educação em Valores, Desenvolvimento Humano e Cultura de

Paz”, promovido mediante parceria entre o Ministério Público, Secretaria de

Estado da Educação e Arcelor Mital, encerrou as atividades do ano de 2015

com um evento que apresentou diversas experiências exitosas e relatos de

pais, alunos e docentes acerca da mudança de comportamento conquistada

em toda a comunidade escolar após o desenvolvimento das técnicas obtidas

na formação ofertada pelo Instituto Migliori. O relatório completo dos

resultados foi apresentado durante o evento, com mais de 480 práticas

registradas na comunidade de aprendizagem.

Para o ano de 2016, uma nova formatação de oferta do conteúdo teórico

permitirá o aumento das vagas disponibilizadas para novos cursistas, em face

da enorme procura ocorrida no ano passado. Nesta nova etapa, serão

oferecidas 950 vagas para a rede estadual (incluindo profissionais da

educação que atuam nas unidades socioeducativas), além de 200 vagas para

o município de Serra, que passa a fazer parte do projeto como parceiro, e mais

50 vagas para o município de Viana, que implantará um piloto.

EDUCAÇÃO FISCAL

Desde o final do primeiro semestre de 2015, o CAPE tem se reunido com um

grupo composto por representantes da Secretaria Estadual da Fazenda,

Secretaria Estadual de Educação, União Nacional dos Conselhos Municipais

de Educação (UNCME) e outros parceiros, para formatar um curso de

capacitação de para Conselheiros do FUNDEB (Fundo Nacional de

Desenvolvimento da Educação Básica).

Após várias tratativas acerca das informações básicas para um Conselheiro,

indicação de novos parceiros e docentes para o curso, elaboração da ementa

do curso e seleção de conteúdo, dentro de pouco tempo a formação será

oficialmente anunciada para o início das matrículas. Inicialmente serão

priorizadas as matrículas dos conselheiros da Grande Vitória, para formação

de um projeto piloto, com posterior expansão em turmas regionalizadas. Em

breve anunciaremos os requisitos e o local para matrícula.

CEATE – CAPE

No último dia 26, o CEATE – CAPE realizou sua primeira reunião em 2016 com

assuntos relevantes na pauta de discussão. O participantes do encontro

debateram sobre o fechamento de escolas/turmas, sobre as Metas do CEATE

e o Planejamento Estratégico, a universalização da pré-escola/2016, o

Estatuto da Pessoa com Deficiência x Resolução do Conselho Estadual de

Educação sobre Atendimento Educacional Especializado e, ainda, a respeito

das metas do Plano Nacional de Educação previstas para implementação em

2016.

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Estiveram presentes a Promotora de Justiça e Dirigente do CAPE, Fabiula de

Paula Secchin, além

do Dr. Marcello

Ribeiro dos Santos

da Comarca de

Viana, a Dra. Ana

Carolina Gonçalves

de Oliveira da

Comarca de

Guarapari, a Dra.

Maria Cristina

Rocha Pimentel, da

Comarca de Vitória,

além de servidores

e técnicos do CAPE, da Promotoria de Justiça de Cariacica e do Centro de

Apoio Operacional da Infância e Juventude. O calendário das próximas

reuniões já está fechado: dias 03/06, 16/09 e 25/11.

ghgj

ESPECIAL – ESTATUTO DA PESSOA COM DEFICÊNCIA

Estatuto da Pessoa com Deficiência entra

em vigor com garantia de mais direitos

Entrou em vigor no dia 02/01 o Estatuto da

Pessoa com Deficiência, que traz regras e

orientações para a promoção dos direitos e

liberdades dos deficientes com o objetivo de

garantir a essas pessoas inclusão social e

cidadania. A nova legislação, chamada de Lei

Brasileira de Inclusão da Pessoa com

Deficiência, garante condições de acesso a

educação e saúde e estabelece punições

para atitudes discriminatórias contra essa

parcela da população.

Hoje no Brasil existem 45 milhões de pessoas

com algum tipo de deficiência. A lei foi

sancionada pelo governo federal em julho e

passa a valer somente agora, 180 dias após

sua publicação no Diário Oficial da União.

Menos abusos

Um dos avanços trazidos pela lei foi a

proibição da cobrança de valores adicionais

em matrículas e mensalidades de instituições

de ensino privadas. O fim da chamada taxa

extra, cobrada apenas de alunos com

deficiência, era uma demanda de entidades

que lutam pelos direitos das pessoas com

deficiência.

Quem impedir ou dificultar o ingresso da

pessoa com deficiência em planos privados

de saúde está sujeito a pena de dois a cinco

anos de detenção, além de multa. A mesma

punição se aplica a quem negar emprego,

recusar assistência médico-hospitalar ou

outros direitos a alguém, em razão de sua

deficiência. Continue lendo...

A pessoa com deficiência tem direito à

igualdade de oportunidades e de não ser

discriminada.

A lei 13.146/2015 instituiu o estatuto da

pessoa com deficiência para assegurar e

promover condições de igualdade,

exercício dos direitos e das liberdades

fundamentais. E, com isso, realizar a

inclusão social e a cidadania de todas as

pessoas com deficiência.

O artigo 4º do referido estatuto é bem claro

e prevê expressamente o direito à

igualdade de oportunidades e à proibição

de qualquer tipo de discriminação.

O estatuto regula os aspectos de inclusão

do deficiente como um todo, descrevendo

seus direitos fundamentais, bem como

prevê crimes e infrações administrativas

cometidas contra os deficientes ou seus

direitos.

ghgj

Estatuto da Pessoa com Deficiência x Resolução do Conselho Estadual de

Educação sobre Atendimento Educacional Especializado

Após mais de doze anos de tramitação no Congresso Nacional, desde a apresentação do Projeto de Lei

do Senado nº 6/2003 (PL 7699/2006 na Câmara dos Deputados), foi finalmente sancionada a Lei nº 13.146,

de 6 de julho de 2015, que institui o Estatuto da Pessoa com Deficiência.

Como o próprio texto da Lei prevê (artigo 1º, parágrafo único), o Estatuto é baseado na Convenção sobre

os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, ratificados pelo Congresso Nacional

no ano de 2008, aprovados com força de emenda constitucional, e promulgados em agosto de 2009.

Neste sentido, o Estatuto acompanha e consolida os avanços trazidos pelo direito internacional através

da Convenção, e estabelece novos direitos às pessoas com necessidades especiais.

Segundo a redação final da Lei, o conceito de pessoa com deficiência trazido pelo artigo 2º praticamente

repete o conceito já em vigor a partir da Convenção (artigo 1º), definindo-a como “aquela que tem

impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com

uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de

condições com as demais pessoas”.

Quanto ao acesso à educação, destacamos como conquistas:

Proibição de escolas privadas cobrarem a mais de alunos com deficiência.

Oferta de auxiliar de vida escolar.

Reserva de no mínimo 10% de vagas em cursos de educação superior.

Obrigação de disciplinas com conteúdo sobre deficiência em cursos superiores.

Escolas de idiomas, informática e outros cursos livres são obrigadas a oferecer material

acessível, e ainda a homogeneização de regras para os processos seletivos e permanência nos

cursos oferecidos pelas instituições públicas e privadas de ensino superior e educação

profissional e tecnológica. Tais regras estão elencadas no artigo 30 do Estatuto, que prevê,

entre outras, a disponibilização de recursos de acessibilidade adequados, previamente solicitados

e escolhidos pelo candidato com deficiência; a possibilidade de dilação de tempo tanto para a

realização de exame para seleção quanto nas atividades acadêmicas, mediante prévia solicitação

e comprovação da necessidade; e também a adoção de critérios de avaliação de provas escritas

ou de redação que considerem a singularidade linguística da pessoa com deficiência (artigo 30,

IV, V e VI).

Na contramão dessas conquistas, o Conselho Estadual de Educação abriu consulta pública no período

compreendido entre 28 de dezembro de 2015 e 15 de março de 2016 em minuta de Resolução que

disporá sobre a oferta da Educação Especial no Sistema Estadual de Ensino do Espírito Santo.

A minuta proposta pela Comissão traz retrocessos inaceitáveis que afrontam a lei e a Constituição:

exigência de laudo médico para matrícula, a “possibilidade” de negar matrícula, a avaliação de

viabilidade de custo das adaptações e restrição do público alvo do AEE – alunos com deficiência mental

grave. O CAPE, juntamente com os Promotores de Justiça que compõem o Colegiado de Estudos e

Atuação Estratégica, já está tomando as medidas necessárias para evitar essa afronta, e conta com a

ajuda de todos. Acesse aqui o inteiro teor

ghgj

VOCÊ SABIA?

Você pode colaborar com a seção

“Sugestão de Leitura” deste informativo,

enviando artigos de sua autoria ou que

considere interessante, desde que seja

com temática na área de educação.

Envie sua sugestão para o email:

[email protected]

Ela pode estar na próxima edição!

Escola pública de Florianópolis incentiva cultura de paz através da meditação

Na escola municipal Lupércio Belarmino da Silva os professores estavam preocupados

com o nível de ansiedade e estresse dos alunos. Foi quando a nova professora de educação

física, Rosângela Martins dos Santos, 49, propôs uma estratégia pouco usual nas escolas

para lidar com o problema: meditação.

A prática fez tanto sucesso na escola que chamou a atenção da Prefeitura de Florianópolis,

que estuda a possibilidade de ampliar esses ensinamentos para outros estabelecimentos

da rede.

"A meditação desperta o que existe de melhor nas crianças. Não apenas força,

coordenação, flexibilidade, que normalmente são os resultados de exercícios físicos, mas

consciência, criatividade e um sentimento de pertencimento, de inclusão", defende

Santos, que medita desde seus 19 anos. Leia mais...

ghgj

Com quantos anos posso matricular uma criança no

ensino fundamental? Entenda a polêmica

Por Fernanda Duarte - Fonte: Portal EBC

Às vésperas do período de matrículas escolares em todo o Brasil, uma pergunta ronda a

cabeça de muitos pais: afinal de contas, com que idade devo matricular meu filho no

ensino fundamental?

A resposta correta é a partir dos 6 anos de idade, já que dos 4 aos 5 anos a criança deve

frequentar a pré-escola. Mas um dos principais motivos para a existência deste tipo de

dúvida é a falta de consenso que ainda vigora entre os estados sobre o tema: se com seis

anos completos ou podendo completar seis anos durante o ano letivo.

O problema decorre de uma disputa judicial em torno de uma resolução editada

pelo Conselho Nacional de Educação (CNE), de 2010, que definiu regras para as

matrículas do ensino fundamental com duração de nove anos, que estava sendo

implantado naquele ano. O CNE fixou uma data limite, o chamado corte etário, para

ingresso no primeiro ano do ensino fundamental. Para fazer a matrícula no 1° ano do

ensino fundamental, o aluno precisa ter 6 anos completos até 31 de março do período

letivo. Ou seja, crianças que fazem aniversário após essa data, devem ser matriculadas

na etapa anterior, a pré-escola. A regra vale tanto para escolas públicas como para a rede

privada.

Como a resolução não tem força de lei, em vários estados e municípios a medida foi

ignorada ou mesmo contestada judicialmente pelos sistemas de ensino ou por famílias

que desejavam matricular crianças de 5 anos no ensino fundamental. Desta forma, após

algumas decisões de tribunais pelo Brasil, a resolução vigora apenas em parte dos

estados brasileiros.

Entenda melhor o caso

Para a advogada Alessandra Gotti, doutoura em Direito Constitucional pela PUC-SP, foi

necessário que o CNE estabelecesse algumas regras operacionais para o sistema de

educação em razão de várias alterações por que passaram as legislações educacionais

no final dos anos 2000.

A Lei de Diretrizes e Bases de Educação (LDB – Lei 9394/96) sofreu uma alteração em

2005, que definiu que o ingresso obrigatório dos alunos no ensino fundamental se daria

a partir dos 6 anos. No ano seguinte, uma outra lei alterou a redação da LDB prevendo,

até 2010, a ampliação do ensino fundamental de oito para nove anos de duração e

confirmando a idade para ingresso a partir dos 6 anos. Também em 2006, a emenda

constitucional de nº 53 definiu que a pré-escola, segunda etapa da educação infantil, era

destinada a crianças de 4 e 5 anos, compatibilizando a proposta do ensino fundamental

de nove anos.

Já em 2009, a emenda de nº 59 determinou que, a partir de 2016, o ensino obrigatório

no Brasil atenda crianças e adolescentes de 4 a 17 anos, englobando pré-escola, ensino

fundamental e ensino médio. Na opinião da advogada, a emenda foi “uma mudança de

paradigma” dentro do sistema educacional brasileiro ao ampliar o dever do Estado com

a educação.

ghgj

Até 2010 não existia uma norma que sistematizasse o ingresso nas escolas em nível

nacional. Motivado por essa lacuna e pela mudanças recentes na legislação, o CNE, que

é um órgão com atribuições normativas e deliberativas ligado ao Ministério da Educação,

expediu duas resoluções: a Resolução nº 1/2010 definiu que as crianças deveriam

ingressar no primeiro ano do ensino fundamental com 6 anos completos ou a completar até 31 de março, e a Resolução nº6/2010, que determinou que o mesmo ocorreria para

as matrículas da pré-escola, com as crianças tendo 4 anos completos ou a completar

até a mesma data limite.

Como os estados e municípios estavam acostumados a decidirem suas próprias normas

de ingresso de estudantes em seus sistemas de ensino, muitos ignoraram ou

questionaram judicialmente a validade da norma.

De acordo com informações do CNE, em alguns desses processos, a Justiça foi favorável

à manutenção das resoluções, como no caso de Pernambuco, Rio de Janeiro e Distrito

Federal. Em outros, a validade das resoluções foram suspensas, como nos estados da

Bahia, Ceará, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Rio Grande do Norte, Rondônia e

Tocantins*.

Diante dos inúmeros processos sobre o tema, em 2013, a Procuradoria-Geral da

República (PGR) [órgão que tem a responsabilidade de julgar ações de

inconstitucionalidade, no âmbito do Supremo Tribunal Federal] propôs uma Arguição de

Descumprimento de Preceito Fundamental [ADPF nº 292], com o objetivo de derrubar a

norma do CNE. Então, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) ouviu o CNE, o Ministério da

Educação (MEC) e também a Advocacia-Geral da União (AGU). Mas, após as

argumentações a favor do corte etário em 31 de março, a própria PGR se posicionou

contrária ao pedido de arguição.

Contudo, com o intuito de definir o assunto em nível nacional, é aguardada, no Supremo

Tribunal Federal (STF), a decisão dos ministros sobre o tema, por meio da apreciação

da Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC) 17.

A importância do corte etário

Um dos pontos que fizeram a Procuradoria-Geral da República mudar de posição sobre

as resoluções do CNE, além da necessidade de uniformidade do corte etário para a

gestão e articulação entre os sistemas de ensino dos entes federativos, é justamente a

questão do desenvolvimento infantil. De acordo com a professora Flávia Cristina Oliveira

Murbach de Barros, doutora em Educação pela Universidade Estadual Paulista (Unesp),

a entrada antecipada das crianças no ensino fundamental, que segue uma estrutura muito

formal de ensino, pode trazer prejuízos ao desenvolvimento dos pequenos. “Quando

você reduz o tempo da criança na educação infantil, colocando ela no ensino

fundamental, você está antecipando processos”.

Ela afirma que o período da educação infantil, que é focado na organização de

experiências com base lúdica, é fundamental para o desenvolvimento das crianças e

serve de base para habilidades e competências que serão exigidas mais tarde, na etapa

de ensino posterior. “Quando eu deixo de propor para as crianças essas experiências

tão importantes na educação infantil, que só vem a enriquecer, eu também estou criando

uma cultura de um ensino fundamental pobre.” Clique aqui e continue lendo...