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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO CAMPUS ANGICOS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS, TECNOLÓGICAS E HUMANAS CURSO DE BACHARELADO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA FERNANDA RÍZIA FERNANDES ROCHA SEGURANÇA DO TRABALHADOR EM UMA INDÚSTRIA DE CERÂMICA VERMELHA NO MUNICÍPIO DE ITAJÁ/RN ANGICOS RN 2013

FERNANDA RÍZIA FERNANDES ROCHA · CURSO DE BACHARELADO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA ... sua mão-de-obra, o inexistente treinamento para seus empregados e condições de trabalho

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO

CAMPUS ANGICOS

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS, TECNOLÓGICAS E HUMANAS

CURSO DE BACHARELADO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA

FERNANDA RÍZIA FERNANDES ROCHA

SEGURANÇA DO TRABALHADOR EM UMA INDÚSTRIA DE CERÂMICA

VERMELHA NO MUNICÍPIO DE ITAJÁ/RN

ANGICOS – RN

2013

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FERNANDA RÍZIA FERNANDES ROCHA

SEGURANÇA DO TRABALHADOR EM UMA INDÚSTRIA DE CERÂMICA

VERMELHA NO MUNICÍPIO DE ITAJÁ/RN

Monografia apresentada a Universidade

Federal Rural do Semi-Árido – UFERSA,

Campus Angicos, para obtenção do titulo de

Bacharel em Ciência e Tecnologia.

Orientador (a): Profª. M.Sc. Fabrícia

Nascimento de Oliveira – UFERSA.

ANGICOS – RN

2013

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A Deus, meu salvador, pelas grandes

maravilhas realizadas em minha vida.

E aos meus pais, por todo amor, compreensão

e esforço para que eu pudesse chegar até aqui.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente, a Deus, pelo seu amor incondicional, mesmo com as minhas falhas e

fraquezas Ele nunca deixou de acreditar que eu seria capaz. Concedeu-me todas as

oportunidades que me trouxeram até aqui e a Ele eu serei grata eternamente. É a quem eu

sempre recorro e sei que nEle posso confiar.

Aos meus pais, Flávio Bezerra Rocha e Maria Francineide Fernandes Rocha, pelo amor,

carinho e tempo dedicados a mim desde meu nascimento até sempre. Agradeço pelo apoio

dado nos momentos que precisei, por sempre acreditarem no melhor para o meu futuro.

Obrigada pelo esforço feito para me ofertar uma excelente educação. Essa vitória vai para

vocês!

As minhas irmãs, Flávia Rayssa e Maria Flanda por terem contribuído no meu crescimento

pessoal e a todos os meus tios e tias, primos e primas, avós e avôs e parentes mais

distantesque, direta ou indiretamente, através de palavras ou exemplos me ajudaram a nunca

desistir.

A Fernando Augusto, por ter me escutado em todos os momentos que precisei, por ter estado

sempre comigo e por todo o seu amor. Obrigada!

A professora Fabrícia Nascimento de Oliveira, minha amada orientadora, pela atenção,

dedicação, apoio, preocupação, sinceridade e incentivo. Sou muito grata por ter tido a

oportunidade de aprender com ela. Agradeço a Deus pela sua vida.

A todos os meus amigos, em especial, Marcos Antônio, Emerson Talles, Izaac Braga, Samila

Ramuanna e Edvanilson Jackson ter estado comigo nessa etapa da minha história sempre me

ajudando de todas as formas e me dando total apoio e incentivo. E a todos os outros que não

foram citados, mas que representam muito para mim. Mesmo com a distância física me

ajudaram a alcançar mais uma conquista. Meus sinceros agradecimentos.

Aos professores da banca Núbia Alves e Rosana Nogueira, pela disponibilidade de vir

apreciar o meu trabalho e pela contribuição na melhora do mesmo.

A turma de 2009.2, pelas experiências vividas.

A todos os professores da UFERSA – Angicos que ao longo desses anos me ensinaram muito

me ajudando assim, a crescer na minha vida acadêmica. Obrigada!

A cerâmica onde realizei o meu trabalho, pela disponibilidade e vontade de me ajudar. A

colaboração de vocês foi extremamente importante. Meus sinceros agradecimentos.

Enfim, a todos que estiveram ao longo da minha trajetória, me apoiando, incentivando e

aconselhando para que pudesse chegar até aqui. Muito obrigada!

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“Digo e repito: Seja forte e corajoso! Nada de

desânimo e não fique com medo! Lembre-se

bem: O Senhor, o seu Deus, estará com você,

esteja onde estiver!”

Josué 1:9

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RESUMO

No Brasil, o setor da cerâmica vermelha vem crescendo ano após ano, gerando novos

empregos e dando oportunidade ao surgimento de novas empresas no mercado, isso faz com

que o segmento cerâmico tenha uma importância significativa dentro da economia norte-rio-

grandense. Mas o nascimento dessas novas indústrias traz consigo a falta de qualificação da

sua mão-de-obra, o inexistente treinamento para seus empregados e condições de trabalho

subumanas, o que acarreta inúmeros acidentes, uma vez que essas empresas são, quase

sempre, de pequeno porte, com administração familiar e usam tecnologias rudimentares.

Assim, o objetivo do presente trabalho foi realizar um estudo no processo de produção de uma

indústria de cerâmica vermelha no município de Itajá/RN, para verificar os possíveis riscos

aos quais os trabalhadores estão expostos ao realizar suas atividades e questões relacionadas

às medidas de proteção que eles utilizam ao executar suas tarefas. Em uma amostra de

aproximadamente 30% dos operários da indústria em questão, o que corresponde a 13

funcionários, foram aplicados formulários com perguntas relacionadas à caracterização

sociodemográfica dos trabalhadores, a estrutura de trabalho e processo produtivo, e a relação

entre o trabalhador e suas práticas de trabalho. Como resultado encontrou-se que 100% dos

trabalhadores da indústria cerâmica em questão são do gênero masculino, com idade entre 40-

50 anos (46%), nível de escolaridade ensino fundamental incompleto (77%) e casado (62%).

Observa-se que pelo tipo de indústria os trabalhadores estão expostos diariamente a riscos de

acidentes no trabalho, e que alguns já sofreram acidentes no ambiente laboral. Portanto, a

cerâmica avaliada expõe os trabalhadores a risco como: alta incidência de calor e ruído;

poeiras; maquinários desprotegidos; esforço físico elevado, movimentos repetitivos nos

membros superiores e inferiores e riscos de acidentes entre outros. Para minimizar esses

riscos, a cerâmica dispõe de Equipamentos de Proteção Individual, no entanto não

disponibiliza em quantidades necessárias e não oferta o treinamento para o seu uso adequado,

além de deficiências nas medidas de ordem administrativa e coletiva.

Palavras-chave: Ceramista. EPI‟s. Riscos ocupacionais. Medidas mitigadoras.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1-Características do segmento de cerâmica vermelha no

Brasil.........................................................................................................................................20

Tabela 2-Dados sociodemográficos dos trabalhadores de uma indústria de cerâmica vermelha,

Itajá/RN, 2013...........................................................................................................................36

Tabela 3-Horários de trabalho dos operários de uma indústria de cerâmica vermelha, Itajá/RN,

2013...........................................................................................................................................38

Tabela 4-Acidentes com os operários de uma indústria de cerâmica vermelha, Itajá/RN,

2013...........................................................................................................................................42

Tabela 5-Trabalhadores que utilizam os EPI‟s necessário no processo de produção de uma

indústria de cerâmica vermelha, Itajá/RN, 2013.......................................................................43

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LISTAS DE FIGURAS

Figura 1-Cadeia produtiva de cerâmica vermelha....................................................................26

Figura 2-Localização do município de Itajá/RN.......................................................................31

Figura 3-Estado civil dos trabalhadores de uma indústria de cerâmica vermelha, Itajá/RN,

2013...........................................................................................................................................36

Figura 4-Processo de produção de uma indústria de cerâmica vermelha, Itajá/RN,

2013...........................................................................................................................................38

Figura 5-Uso de EPI/EPC nas atividades laborais de uma indústria de cerâmica vermelha,

Itajá/RN, 2013...........................................................................................................................43

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnica.

ABPA - Associação Brasileira para Prevenção de Acidentes.

ANFACER - Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica para Revestimento.

ANICER - Associação Nacional da Indústria Cerâmica.

BNB - Banco do Nordeste Brasil.

CIPA - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes.

CLT - Consolidação das Leis Trabalhistas.

CPI - Comissão Parlamentar de Inquérito.

DSR - Descanso Semanal Remunerado.

DTTM - Departamento de Tecnologia e Transformação Mineral.

EPC - Equipamento de Proteção Coletiva.

EPI - Equipamento de Proteção Individual.

ESPM - Escola Superior de Propaganda e Marketing.

FUNDEC - Fundação Dracenense de Educação e Cultura.

IDEMA - Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente.

MME - Ministério de Minas e Energia.

NR – Norma Regulamentadora.

OHSAS - Occupational Health and Safety Assessment Series.

OIT - Organização Internacional do Trabalho.

ONG - Organização não Governamental.

PIB - Produto Interno Bruto do País.

SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas.

SENAI - Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial.

SESMT - Serviço Especializado em Engenharia de Segurança do Trabalho.

SESI - Serviço Social da Indústria.

SGM - Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral.

SST - Saúde e Segurança do Trabalhador.

SUS - Sistema Único de Saúde.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 13

1.1 OBJETIVOS .................................................................................................................. .....14

1.1.1 Objetivo geral ................................................................................................................. 14

1.1.2 Objetivos específicos ...................................................................................................... 14

2 REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................................... 15

2.1 HISTÓRIA DA SEGURANÇA DO TRABALHO NO MUNDO E NO BRASIL ............. 15

2.2 SEGURANÇA NO TRABALHO ....................................................................................... 17

2.3 INDÚSTRIA DA CERÂMICA VERMELHA ................................................................... 18

2.3.1 Desenvolvimento da indústria cerâmica no Rio Grande do Norte ........................... 20

2.4 SEGURANÇA DO TRABALHADOR NA INDÚSTRIA DA CERÂMICA VERMELHA

.................................................................................................................................................. 22

2.4.1 Segurança do trabalho na cadeia produtiva no setor da cerâmica vermelha .......... 23

2.4.2 Identificação dos riscos evidentes para o trabalhador na cadeia produtiva da

cerâmica vermelha .................................................................................................................. 27

2.5 MEDIDAS MITIGADORAS ............................................................................................. 29

3 METODOLOGIA ................................................................................................................ 31

3.1 LOCALIZAÇÃO ................................................................................................................ 31

3.2 CLIMA E FORMAÇÃO VEGETAL .................................................................................. 32

3.3 ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS ................................................................................. 32

3.4 ETAPAS DO ESTUDO ...................................................................................................... 32

3.4.1 Tipo e método utilizado na pesquisa ............................................................................ 33

3.4.2 População e amostra ...................................................................................................... 33

3.4.3 Instrumento e coleta de dados ...................................................................................... 33

3.5.4 Análise dos dados ........................................................................................................... 34

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................................ 35

4.1 CARACTERIZAÇÃO SOCIODEMOGRÁFICA DOS TRABALHADORES DE UMA

INDÚSTRIA DE CERÂMICA VERMELHA NO MUNICIPIO DE ITAJÁ/RN .................... 35

4.2 CARACTERIZAÇÃO DA ESTRUTURA DE TRABALHO E DO PROCESSO

PRODUTIVO DA INDÚSTRIA DE CERÂMICA VERMELHA NO MUNICIPIO DE

ITAJÁ/RN ................................................................................................................................ 37

4.3 RELAÇÃO ENTRE O TRABALHADOR E SUAS PRÁTICAS DE TRABALHO .......... 40

4.3.1 Recomendações .............................................................................................................. 46

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5 CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 49

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 51

APÊNDICE A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO ............ 56

APÊNDICE B - FORMULÁRIO .......................................................................................... 58

APENDICE C - FOTOGRAFIAS REFERENTES À VISITA REALIZADA NA

CERÂMICA ALVO DO ESTUDO ....................................................................................... 60

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1 INTRODUÇÃO

Historicamente, o setor cerâmico vem sendo tomado como peça-chave nas indústrias

brasileiras, inclusive há relatos da atividade de fabricação da cerâmica no Brasil desde antes

da chegada dos colonizadores portugueses, em 1500. Pode-se dizer que o primeiro impulso à

industrialização do setor cerâmico brasileiro ocorreu no final do século XIX, com a instalação

da olaria dos Falchi, que contava com um motor de 40 cavalos de potência, dois amassadores

de argila e equipamentos capazes de produzir telhas (BELLINGIERI, 2003).

De acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica para Revestimento

– ANFACER, o Brasil está entre os principais produtores mundiais de cerâmica, atrás da

China (com 3,5 bilhões de m²) e da Espanha (com 685 milhões de m²), com produção de 637

milhões de m², ultrapassando as produções da Itália (563 milhões de m²) e Índia (360 milhões

de m²) (ANFACER, 2007).

É um setor bastante pulverizado, composto principalmente de micro e pequenas

empresas, quase sempre de organização familiar, utilizando em geral, tecnologias

desenvolvidas a mais de 30 anos. Uma quantidade pequena de empresas utiliza processos

produtivos com tecnologias mais atuais, com sistemas semi-automáticos de carga e descarga e

fornos túneis (DUAILIBI; CARVALHO, 2002).

Segundo estudo sobre o setor de Cerâmica Vermelha, elaborado por Bustamente e

Bressiani (2000), o segmento de Cerâmica Vermelha ou Cerâmica Estrutural tem uma

importância significativa dentro da economia, mas Duailibi Filho e Carvalho (2002) afirmam

que a qualificação da mão-de-obra na atividade ceramista é baixíssima, com pouco ou

inexistente treinamento para empregados ehá deficiências na gestão administrativa, o que

acarreta as más condições laborais e inúmeros acidentes de trabalho.

Entre os principais determinantes para a ocorrência de acidentes de trabalho nas

cerâmicas vermelhas estão: maquinários sem proteções nas engrenagens, correias e polias;

partes convergentes dos misturadores; equipamentos de transporte motorizados; fiação

exposta; pisos irregulares; iluminação insuficiente; queda de objetos e material; partes quentes

dos fornos; corpos estranhos nos olhos, entre outras (AMORIM; PEDROTTI, 1992 apud

GOMES, 2010).

Tendo em vista todos esses riscos relacionados à segurança do trabalhador na indústria

da cerâmica vermelha, pode-se perceber a falta de estudos envolvendoos riscos que atinge

todos os trabalhadores nos seus postos de trabalho visando a sua total segurança e proteção.

Conforme Iida (2005), segurança é conseguida com os projetos de trabalho, ambiente e

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organização do trabalho, que estejam dentro das capacidades e limitações do trabalhador, de

modo a reduzir os erros, acidentes, estresses e fadigas.

1.1 OBJETIVOS

Por fim, o presente trabalho será desenvolvido de forma a alcançar os seguintes

objetivos:

1.1.1 Objetivo geral

Realizar um estudo no processo de produção de uma indústria de cerâmica vermelha no

município de Itajá/RN, para verificar os possíveis riscos aos quais os trabalhadores estão

expostos ao realizar as suas atividades e questões relacionadas às medidas de proteção que

eles utilizam ao executar suas tarefas.

1.1.2 Objetivos específicos

Fazer a caracterização sociodemográfica dos trabalhadores de uma indústria de

cerâmica vermelha no município de Itajá/RN;

Investigar as condições as quais o trabalhador é submetido ao realizar suas atividades

laborais;

Verificar o uso dos EPI‟s pelos trabalhadores;

Verificar a existência de programas relacionados à saúde e segurança dos

trabalhadores.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 HISTÓRIA DA SEGURANÇA DO TRABALHO NO MUNDO E NO BRASIL

Com outros títulos, e em outros contextos, mas sempre voltada para trazer satisfação e

bem-estar ao trabalhador na execução de suas tarefas, a segurança do trabalho sempre foi

objetivo de preocupação da raça humana (RODRIGUES, 1999). Exemplificando,

historicamente temos a Lei das Alavancas, de Arquimedes, que procurando a melhoria do

método de trabalho dos agricultores à margem do rio Nilo, formulou em 287 a. C., uma forma

de diminuir os esforços físicos de muitos trabalhadores.

A informação mais antiga sobre a preocupação com a segurança do trabalho

estáregistrada num documento egípcio chamado “papiro Anastacius V” que relata a

preservação da saúde e da vida do trabalhador e descreve as condições de trabalho de um

pedreiro. Por volta de 375 a. C., no Império Romano, Plínius, em visita a galerias de minas

tidas como local de trabalho escreve que operários utilizavam máscaras de panos ou de

membranas de bexiga de carneiro para proteger-se contra poeiras minerais; tem-se então o

primeiro registro de um equipamento de proteção individual (EPI). Plinio se torna então, junto

com Rotário, os pioneiros do estabelecimento de medidas de prevenção de acidentes ao

recomendarem o uso de máscaras para evitar que os trabalhadores respirassem poeira

metálica. Visto isso, o Império Romano se aprofundou no estudo da proteção médico legal

dos trabalhadores e elaborou leis para sua garantia (LIMA, 2009).

Os levantamentos das doenças profissionais, promovidos pelas associações de

trabalhadores medievais, tiveram grande influência sobre a segurança do trabalho no

Renascimento. Nesse período, destacaram-se Samuel Stockausen como pioneiro da inspeção

médica no trabalho e Bernardino Ramazzini como sistematizador de todos os conhecimentos

acumulados sobre segurança(FUNDEC, [2013?]).

Em meados de 1700, o médico italiano Bernardino Ramazzini publicou a obra

intitulada de Morbis Artificum Diabrita sobre as doenças com trabalhadores em mais de 50

ocupações diferentes, fazendo sempre a pergunta, “qual é a sua ocupação, o quevocê faz?”.

Assim ele relacionou a patologia encontrada com a sua ocupação e o transmitiu aos

responsáveis pelo bem estar social dos trabalhadores da época. Por esta obra Ramazzini

recebeu o título de Pai da Medicina do Trabalho (DELWING, 2011).

Em 1779, a Academia de Medicina da França já fazia constar em seus anais um

trabalho sobre as causas e prevenção de acidentes. Em Milão, Pietro Verri fundou, no mesmo

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ano, a primeira sociedade filantrópica, visando o bem estar do trabalhador. Em 1802, na

França, foi promulgada a Lei de Saúde e Moral dos aprendizes, que previa jornada máxima de

12 horas para crianças, proibia o trabalho noturno, e obrigava as empresas a fazer a lavagem

das paredes duas vezes por ano. Assim, revolução industrial criou a necessidade de preservar

o potencial humano como forma de garantir a produção (DELWING, 2011).

Conforme este mesmo autor, no ano de1830, as condições de trabalho eram péssimas, e

principalmente as das crianças. Robert Dernham, proprietário de uma fabrica têxtil,

sensibilizado com o problema procurou o médicoRobert Baker para aconselhar-se sobre a

melhor forma de proteger a saúde dos seus trabalhadores. Quatro anos mais tarde o governo

inglês nomeou-o inspetor médico de fábricas, dado seu interesse pelo assunto, assim como, o

autorizou a visitar as fábricas.

Em 1831, Michael Sadler, apresentou à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI),

orelatório elaborado sobre doença ocupacional. Em1833, uma CPI, elaborou um cuidadoso

relatório sobre trabalhadores doentes, que sensibilizou a opinião pública, fazendo que fosse

baixado o Factory Act, que é considerada como a 1ª Lei de Proteção ao Trabalhador. Em

1842, na Escócia, foi instituído a obrigatoriedade do médico de fábrica, pararealizar exames

em crianças. Em 1869, Lamuel Schatuc fez o 1º Programa de Saúde Ocupacional nos Estados

Unidos da América (EUA) (DELWING, 2011).

Em 28 de junho de 1919 após a 1ª grande guerra mundial, foi criada a OIT -

Organização Internacional do Trabalho, como parte do TratadodeVersalhes.Na África, Ásia,

Austrália e América Latina os comitês de segurança e higiene nasceram logo após a fundação

OIT (SILVA, 2012).

A abolição da escravatura trouxe ao Brasil e ao mundo uma nova concepção de

trabalho, o assalariado, e com ele, todas as consequências possíveis no que se refere a direitos

e deveres. A burguesia comandava as empresas e o comércio, o trabalho era pouco regrado,

exigências subumanas e os operários não tinham horários definidos de trabalho, podendo

chegar até 16 horas diárias. No século XIX, as férias não existiam e muito menos o décimo

terceiro (SOUZA, 2002). Deste modo, Mendes (1986) aponta para a gravidade dos problemas

relacionados à segurança dos trabalhadores brasileiros, em decorrência dos processos de

trabalho a que estes estão submetidos.

No Brasil, em 15 de janeiro de 1919, foi aprovada a 1ª Lei de assistência médica e

indenização para acidentes do trabalho, através do Decreto Legislativo nº 3.724. Em 1940 foi

promulgada a 1ª Lei Ordinária a respeito de Segurança do Trabalho, atendimento ao

acidentado e indenização e reabilitação profissional. Em 1941foi fundada a Associação

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Brasileira para Prevenção deAcidentes (ABPA). Em 1º de maio de 1943, dia do Trabalhador,

o Presidente Getúlio Vargas assinouo Decreto Lei nº 5.452 aprovando a Consolidação das

Leis Trabalhistas (CLT). Em 30 de dezembro de 1960 foi criada a Portaria 319 que

regulamenta a uso dos EPI´s. A Lei 5.136 – Lei de Acidente de Trabalho – surge em 14 de

setembro de 1967 (DELWING, 2011).

Em 1968 a Portaria 32de 18 de junho fixa as condições para organização e

funcionamento das comissões internas de prevenção de acidentes (CIPA´s) nas empresas. Em

27de julho de 1972 é editada à Portaria 3.237 que regulamenta o artigo 164 daCLT, obrigando

a existência de Serviço Especializado em Engenharia de Segurançae Medicina do Trabalho

(SESMT) em empresas com mais de 100 funcionários. Em 22 de Dezembro de 1977 é

aprovada a Lei 6.514 que modifica o Capítulo V da CLTrelativo à Segurança e Medicina do

Trabalho(DELWING, 2011).

Em 08 de Junho de 1978 a Lei 6.514 é regulamentada pela Portaria 3.214que aprova as

Normas Regulamentadoras – NR‟s do Capítulo V do Título II, da CLT, relativas à Segurança

e Medicina do Trabalho. Em 27 de Novembro de 1985 a Lei 7.140 – dispõe sobre a

Especialização de Engenheiros e Arquitetos em Engenharia de Segurança. Em 17 de Março

de 1985 a Portaria 05 constitui a Comissão Nacional de Representantes de Trabalhadores para

Assuntos de Segurança do Trabalho. A Portaria n.º 3.214, de 08 de junho 1978, aprova as

Normas Regulamentadoras de Segurança e Medicina do Trabalho. Essas Normas têm sido

alteradas ao longo do tempo, por diversas Portarias(DELWING, 2011).

Percebe-se que o processo de conscientização da segurança do trabalhador no Brasil é

lento e a passagem de um meio de trabalho arcaico para um com tecnologias avançadas é

demorado. Acredita-se então, que a deficiência na segurança do trabalhador nas indústrias

brasileiras vai permutar por muito tempo.

2.2 SEGURANÇA NO TRABALHO

A segurança no trabalho passou a ser essencial desde o fim da segunda Guerra Mundial

(1941-1945), devido ás circunstâncias às quais os trabalhadores eram expostos sem proteção,

gerando assim, um grande número de incapacitados.

Num contexto econômico e político como o da guerra e o do pós-guerra, o

custo provocado pela perda de vidas - abruptamente por acidentes do

trabalho, ou mais insidiosamente por doenças do trabalho - começou a ser

também sentido tanto pelos empregadores (ávidos de mão-de-obra

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produtiva), quanto pelas companhias de seguro, às voltas com o pagamento

de pesadas indenizações por incapacidade provocada pelo trabalho (DIAS;

MENDES, 1991, p. 3).

A segurança no trabalho é um composto de critérios que devem ser observados e

seguidos pelas organizações e seus trabalhadores, a fim de minimizar os danos e as

consequências de práticas incorretas no ambiente laboral. Conceituado por Vieira (2000, p.

259) como:

[...] um estado, uma condição; traduz-se, basicamente, em confiança. A

segurança do Trabalho pode ser resumida em uma frase: É a prevenção de

perdas. Estas perdas às quais devemos nos antecipar referem-se a todo tipo

de ação técnica ou humana, que possam resultar numa diminuição das

funções laborais (produtivas, humanas, etc.). A segurança do trabalho são os

meios preventivos (recursos), e a prevenção dos acidentes é o fim a que se

deseja chegar.

Segurança no trabalho seria então uma tentativa de inibir acidentes, explicado por

Torreira (1997, p.16) “como: acontecimento infeliz casual ou não, e de que resulta ferimento,

dano, estrago, prejuízo, ruína, etc. [...] O termo acidente evoca considerações acerca de efeitos

indesejáveis ou consequências”.

O fato é que a realidade atual não está muito distante do pós-guerra, os acidentes de

trabalho ainda causam muitas mortes e danos irreversíveis aos trabalhadores, principalmente

em alguns tipos de indústrias onde o trabalho é realizado de forma rudimentar como é o caso

da indústria da cerâmica vermelha.

De acordo com o Banco do Nordeste do Brasil através do seu escritório técnico de

estudos econômicos do Nordeste (BNB; ETENE, 2010), a indústria de minerais não-metálicos

se caracteriza como uma indústria “nativa” da região Nordeste, tendouma estrutura de gestão

marcadamente familiar, em especial no segmento de cerâmica vermelha, o que implica na não

capacitação dos operários e na extrema falta na segurança do trabalhador.

Segundo este escritório, as empresas não proporcionam qualquer treinamento específico

na área de cerâmica para os trabalhadores, sendo que, aproximadamente 86% dos

funcionários nunca tiveram nenhuma capacitação formal no ramo, o que explica o alto índice

de acidentes envolvendo o trabalhador.

2.3 INDÚSTRIA DA CERÂMICA VERMELHA

Trata-se de uma indústria que depende daexploração de jazidas com presença de grande

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número de micro e pequenas empresas, inclusive em condições informais. Não existem

levantamentos regulares e precisos que possam mostrar a evolução do número de empresas

nesse setor para o nordeste, ou seja, o setorcerâmico brasileiro, de um modo geral, apresenta-

se deficiente em termos de dados estatísticos e indicadores de desempenho. Daí a dificuldade

de se ter um panorama mais amplo dessa importante área industrial, pois os dados estatísticos

são indispensáveis para o aperfeiçoamento do monitoramento e da competitividade (BNB,

2010).

Cabe acrescentar, de acordo com o estudo doBNB, que essa indústria

apresentafacilidade de entrada para novos concorrentes devido à baixa relação “custo de

implantação e alto valor relativo dos produtos finais”, porém, no período recente, a atividade

passou a se retrair, devido aos fortes controles e regulamentações do estado e das

organizações não governamentais (ONGs), no que se referem à segurançados trabalhadores e

ao passivo ambiental.

O Brasil é um grande produtor mundial de produtos cerâmicos, ao ladoda Espanha,

Itália e China, mas consome quase toda a sua produção. Os produtos brasileiros gerados

encontram-se distribuídos, em ordem de importância, nas regiões Sudeste, Sul e Nordeste.

Com relação ao Nordeste, a produção está localizada principalmente nos Estados do Ceará,

Bahia e Pernambuco, vindo em seguida Rio Grande do Norte, Maranhão e Piauí. Segundo

dados do Ministério de Minas e Energia (MME),aregião Nordeste tem uma produção de

aproximadamente 21% da nacional.

A renda do segmento tende a permanecer nos locais de produção, com impacto

econômico e social significativo. Os principais produtos são tijolos, blocos de vedação e

estruturais, telhas naturais e coloridas, elementos de enchimento, tubos, pisos, entre outros

materiais que compõem acima de 90% das alvenarias e coberturas construídas no País (BNB,

2010).

Segundo o Estudo de Mercado realizado pelo serviço brasileiro de apoio as micro e

pequenas empresas/ Escola Superior de Propaganda e Marketing (SEBRAE/ESPM) o setor de

cerâmica vermelha responde por cerca de 0,4% doProduto Interno Bruto do País (PIB), valor

equivalente a R$ 6,8 bilhões/ano (SEBRAE;ESPM, 2008). Possui cerca de 5.500 fábricas

registradas e cerca de outras 2.500 unidades de produção, incluindo olarias e microempresas

de operação informal e/ou sazonal, além de não automatizadas, com processos arcaicos,

manuais, sem extrusão mecânica e que, com frequência, não se constituem em empresas

devidamente registradas. No total, o Setor de Cerâmica Vermelha proporciona 403 mil

postosde trabalho, conforme especificado na Tabela 1.

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20

Tabela 1- Características do segmento de cerâmica vermelha no Brasil.

Fonte: Anuário Brasileiro de Cerâmica/ANICER para 2005; estimativa do Ministério das Minas eEnergia para

2006, 2007 e 2008.

Nota: (*) A produtividade em países selecionados equivale no Chile a 55mil/pçs/operário/mês; no Paraguai a 36;

Bolívia a 12 e na Europa a 200.

Segundo o Departamento de Tecnologia e Transformação Mineral da Secretaria de

Geologia, Mineração e Transformação Mineral (DTTM; SGM, 2008) estima-se que o setor de

Cerâmica Vermelha abriga em todo o Brasil cerca de 5,5 mil empresas com capacidade de

produção acima de 50 milheiros/mês, sendo que, deste total 1.003 encontram-se sediadas na

região Nordeste, representando 18,2% do total, respondendo por 21,3% da produção nacional.

Quanto aos vínculos empregatícios ligados a essa atividade, verifica-se que o Nordesteabriga

77 mil vínculos ou 19,1% do Brasil.

Quanto à produção regional de cerâmica vermelha, o Sudeste contribuiu com a maior

parcela (44,4%), o Nordeste com 21,3% da produção nacional, índice semelhante à região

Sul. No que se refere ao Nordeste, o Ceará e a Bahia assumem a condição de maiores

produtores, cabendo a esses estados quase que metade da produção da região (DTTM; SGM,

2008).

Apesar de sua importância econômica, o setor da cerâmica vermelha apresenta um

elenco de problemas a serem encarados para que essa atividade se enquadre nos padrões de

segurança do trabalho que venham a garantir sua rentabilidade e competitividade ao longo

prazo.

2.3.1 Desenvolvimento da indústria cerâmica no Rio Grande do Norte

De acordo com o sindicato da indústria de cerâmica para a construção do estado do Rio

Grande do Norte (SINDICER-RN, 2010), a produção de cerâmica vermelha no Rio Grande do

Norte é uma atividade econômica antiga que está presente em todo o território potiguar, sendo

mais intensiva no Vale do Açu e na região do Seridó. Essas regiões há muitos anos, vem se

especializando nessa atividade econômica, mas o que se percebe é que também ocorre a

expansão dessa indústria sobre novos territórios no espaço norte-rio-grandense. Atualmente, o

Características 2005 2006 2007 2008

Faturamento – R$ Bilhões 6 6,2 6,5 6,8

N° Empresas Formais 5.500 5.500 5.500 5.500

Empregos Diretos (mil) 400 400 400 403

Produtividade (mil pçs/operário/mês)* 13,3 13,7 14,5 15,3

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Rio Grande do Norte possui 206 cerâmicas conhecidas, distribuídas em 39 municípios e

concentradas em três pólos regionais: Seridó, Apodi/Assú e na Grande Natal. Estas cerâmicas

estão funcionando com total capacidade produzindo tijolos, telhas e lajotas. O que determina a

localização das empresas nessas regiões é a disponibilidade da matéria- prima, ou seja, à

proximidade em que se encontram as minas de argila das empresas.

Os levantamentos com relação ao investimento no setor indicam que nos últimos 10

anos a indústria cerâmica no Rio Grande do Norte tem crescido significativamente, porém o

setor carece de qualificação técnica. Além disso, verifica-se a falta de tecnologia ede

eficiência no processo de fabricação de grande parte das cerâmicas que é rudimentar

(SINDICER-RN, 2010).

Conforme com dados levantados recentemente em uma pesquisa realizada pelo

Sindicato em parceria com o serviço nacional de aprendizagem industrial(SINDICER-RN;

SENAI-RN, 2010) 55% das empresas estão organizadas juridicamente como limitadas, 31%

individuais, 7% como associações, 2% como cooperativas e 5% são informais. Quanto à

propriedade das empresas, a pesquisa detectou que em 78% dos casos os dirigentes são

proprietários, em 13% são arrendatários, em 7% a propriedade é comunitária e em 2% as

empresas são particulares, mas funcionam como comunitárias.

A produção da indústria cerâmica no Estado gira em torno de 80 milhões de peças/mês,

sendo 50.186 milhões delas telhas, o que faz do Rio Grande do Norte um dos maiores

fabricantes do produto no país (SENAI-RN, 2010).

A demanda na indústria cerâmica por setor da economia se distribui da seguinte

maneira: 1/3 para o pequeno consumidor, 1/3 para os depósitos de vendas de produtos

cerâmicos e 1/3 para as empresas do setor da construção civil. Mas boa parte, cerca de 97%,

da produção de telhas da região do Seridó é exportada para os estados da Paraíba,

Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia, enquanto a produção da região Assú é quase

totalmente comercializada internamente, sendo apenas 20% vendida para outros estados. Já as

peças de cerâmica estrutural fabricadas nas indústrias da Grande Natal são integralmente

comercializadas no Rio Grande do Norte (FIERN, 2010).

A atividade nas cerâmicas vermelhas é, sem dúvida, de sumaimportância do ponto de

vista da empregabilidade, mas, é preciso reconhecer que este processo também vem causando

sérios problemas sociais evidenciados na dura realidade imposta aos muitos trabalhadores que

são submetidos a precárias condições laborais e baixos salários, com exaustiva jornada diária

de trabalho que vem se intensificando no Rio Grande do Norte.

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2.4 SEGURANÇA DO TRABALHADOR NA INDÚSTRIA DA CERÂMICA VERMELHA

A cerâmica vermelha ou estrutural é um segmento industrial de uso intensivo da mão-

de-obra, onde prevalece de um lado as microempresas familiares com técnicas essencialmente

artesanais e, do outro, empresas de pequeno e médio porte que utilizam processos produtivos

tradicionais. Assim, são consideradas tecnologicamente atrasadas ao serem comparadas com o

padrão produtivo empregado nos principais países produtores (MME, 2009). Essas técnicas

artesanais têm em seu processo produtivo maquinários inadequados e a não preocupação com

a segurança do trabalhador que é explorado com jornadas de trabalho desumanas e sem

proteção.

Segundo a OHSAS 18001 – Occupational Health and Safety Assessment Series (2007),

a segurança e a saúde de funcionários ou de outros trabalhadores (incluindo trabalhadores

temporários e terceirizados), visitantes ou qualquer outra pessoa no local de trabalho podem

ser afetadas por condições ou fatores inadequados em seu ambiente laboral.

Para Lin e Mills (2001), os principais fatores que influenciam a segurança são o

desempenhoda organização, o tamanho da companhia, a gestão e o compromisso dos

funcionários quantoà segurança e saúde no trabalho, o que, na indústria da cerâmica

vermelha, é muitas vezes precário. Os trabalhadores não conhecem as formas de segurança e

prevenção de acidentes, as empresas são, geralmente, de pequeno porte e ilegais, o que

dificulta a fiscalização dos órgãos responsáveis pela proteção do trabalhador. A gestão é feita

na maioria das vezes por pessoas que não possuem o conhecimento necessário para

administrar uma empresa oferecendo riscos aos trabalhadores, sendo o compromisso da

empresa com a segurança do trabalhador ilusório.

De uma maneira geral, o segmento de cerâmica vermelha na região nordeste, apesar de

ser uma atividade rentável e de grande apelo social, se apresenta com foco difuso, processos

produtivos semi-artesanais com elevada deficiência de segurança para os trabalhadores e falta

de profissionalização de sua estrutura produtiva e administrativa. Segundo Mohamed (2002)a

segurança não deve somente ser avaliada por meio de regulamentações, mas sim, se tornar

parte da cultura da organização por meio do comprometimento de todos os níveis da

administração.

Existe a necessidade de mudança da mentalidade dos empresários e empresas, pois se

constata que aquelas que trabalham de forma organizada e cooperada, mesmo que

informalmente, não apresentam problemas complexos nos processos produtivos,

comercialização e legalização junto aos órgãos fiscalizadores. O problema maior está nas

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cerâmicas quetrabalham como sistema de subsistência, de forma artesanal, desorganizada,

ilegal e sem recursos necessários para o bom desempenho da atividade, que exige altos

investimentos em máquinas, equipamentos e estrutura organizacional. Segurança no trabalho

é um conjunto de normas técnicas, educacionais, médicas e psicológicas utilizadas para

prevenir acidentes seja eliminando condições inseguras do ambiente, seja instruindo ou

convencendo as pessoasde práticas preventivas. Ela é indispensável ao desempenho

satisfatório do trabalho, e é cada vez maior o número de organizações que criam seus próprios

serviços de segurança (CHIAVENATO, 2006).

De acordo com Gorini e Correa (1999), no processo de produção na indústria cerâmica

ainda existe a interferência humana nas atividades. Levando em conta que todo tipo de

atividade que atua com processos fabris e industriais deve possuir um ambiente que preze

muito pela segurança dos trabalhadores, visto que os materiais, maquinários e os instrumentos

utilizados são potencialmente perigosos, e os empregados não usam a proteção devida, surge

com mais evidência a importância de ações que assegurem ao trabalhador sua total segurança

ao participar da cadeia produtiva da indústria da cerâmica vermelha.

2.4.1 Segurança do trabalho na cadeia produtiva no setor da cerâmica vermelha

Para Ballou et al. (2000 apud AZAMBUJA, 2003), a cadeia produtivaé o conjunto de

atividades relacionadas com a transformação e o fluxo de bens e serviços, incluindo seus

fluxos de informações associados, desde as fontes de matérias-primas até o consumidor final,

compreendendo a integração e a coordenação das atividades e processos ao longo das

empresas integrantes da cadeia. Para Jobim e Jobim Filho (2006), a cadeia produtiva é o

conjunto de atividades econômicas que se articulam progressivamente, desde o início da

elaboração de um produto (inclui as matérias primas, máquinas, equipamentos, produtos

intermediários) até o produto final, a distribuição e comercialização.

Souza etal. (1993 apud JOBIM; JOBIM FILHO, 2006) separam as cadeias

produtivasem 5 grandes grupos:1. Extração e beneficiamento de minerais não-metálicos

(areia, pedra britada, amianto, calcário, argila, gesso, pedras para revestimento); 2. Insumos

metálicos (extração e beneficiamento de ferro, alumínio e cobre, aço estrutural, esquadrias de

ferro fundido e alumínio, tubos de aço e cobre, fios e cabos elétricos de alumínio e cobre,

pregos, parafusos e ferragens para esquadrias); 3. Madeira (extração vegetal, beneficiamento,

chapas, componentes); 4. Cerâmica e cal (cerâmica vermelha, cerâmica para revestimentos,

louças sanitárias, cal, vidro); 5. Cimento (cimento amianto, concreto pré-misturado,

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argamassas industrializadas, elementos e componentes pré-fabricados, artefatos de cimento).

Dado o grau de dificuldade no uso desta classificação, em função das diferentes

complexidades dos materiais e componentes em uma mesma cadeia – a exemplo da de

cerâmica e cal, que envolve cal hidratada, blocos e telhas cerâmicas, louças sanitárias e vidros

planos, Jobim e Jobim Filho (2006) propõem a alocação das telhas e blocos cerâmicos em

uma cadeia produtiva isolada, por eles denominada cerâmica vermelha, separados das cadeias

de cerâmicas esmaltadas, materiais para instalações hidrossanitárias e vidros.

A indústria de cerâmica caracteriza-se por duas etapas distintas: aprimária (que envolve

exploração e transporte da matéria-prima, neste caso, a argila); e a de transformação (para

elaboração do produto final). Independentemente de essas fases serem ou não desempenhadas

pela mesma empresa, estão intimamente interligadas e interferem no desempenho da cadeia

produtiva(BNB, 2010).

Segundo Santos (2003) a cadeia produtiva da cerâmica vermelha tem o seguinte formato

levando em consideração seus principais elos e agentes: processo da matéria-prima: coleta,

sazonamento, estoque e mistura; processo de beneficiamento: misturador e laminador;

processo de fabricação: extrusão, corte e prensa;processo de queima e inspeção.

Conforme BNB (2010), as etapas de fabricação da cerâmica vermelha podem ser assim

resumidas em: preparação da massa: material é separado, formam-se montes de argila para

serem homogeneizados; caixão alimentador: separação da quantidade necessária à produção,

que em seguida é levada para desintegradores; desintegradores: nessa fase, a umidade deverá

variar entre 16% e25%, para evitar perda de eficiência, não desintegrando os blocos de argila

adequadamente; misturador: em seguida, em um misturador, a argila é homogeneiza da

;laminador: a matéria prima é então amassada em formato de lâminas e em seguida levada à

maromba; extrusora ou maromba: compacta uma massa plástica, em umacâmara de alta

pressão, a vácuo, contra uma forma (molde) no formato do produto desejado;cortador: um

fino cabo de aço corta a peça na dimensão desejada; secagem: durante a secagem as peças

reduzem de 20 a 30% de teor de umidade para 5%; a secagem pode ser natural (exposiçãodas

peças ao ar livre) ou forçada (secadores intermitentes oucontínuos).

Em seguida as peças secas são submetidas aos fornos para adquirirem ascaracterísticas e

propriedades desejadas, que podem ocorrer nos seguintes tipos de fornosde chama direta, tipo

caipira, garrafão ecaieira; de chama reversível tipo abóboda, Catarina, corujinha e paulista;

contínuos do tipo hoffman; do tipo túnel, e do tipoplataforma (intermitentes), tipo vagão ou

gaveta (todos os tipospodem queimar lenha, bagaço de cana ou óleo combustível); estocagem

e expedição: depois de retirados do forno, são inspecionados, em um pátio, para retirada de

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peças com defeitos. Para o transporte, manuseio e retirada dos tijolos dos fornos até o pátio e

deste para o caminhão, normalmente são utilizados carrinhos manuais conhecidos como

gambetas ou carriolas (SEBRAE, 2008).

Segundo o estudo realizado por Gorini e Correa (1999) no setor da cerâmica vermelha,

dentre as principais máquinas utilizadas, podemos destacar: máquina para extração, pá

carregadeira, caçamba, prensa para telhas, fornos, secadoras, formas para telhas, extrusadora,

maromba, balanceador de virabrequim, moedor de caliça e resíduos cerâmicos, entre outras

que sem os equipamentos de proteção coletiva (EPC‟s) se tornam um dos maiores riscos a

segurança do trabalhador.

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Figura 1 - Cadeia produtiva de cerâmica vermelha

Fonte: ABC (2002) 1.

1Disponível em: <http://www.abceram.org.br/asp/fg01.asp>. Acesso em: abr. 2013.

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No processo de produção, os trabalhadores são designados para cargos diferentes

conforme a necessidade da indústria. No setor da cerâmica vermelha os trabalhadores são

divididos segundo Gomes (2010) da seguinte forma: ajudante geral: despeja a argila no

caixão, retira os tijolos da esteira, confere a qualidade do produto, transporta o material

cerâmico para secagem e/ou o dispõe dentro de estufas, além de realizar a limpeza do caixão e

outros ajustes nos maquinários; forneiro: arruma os produtos nos fornos para queima e efetua

a limpeza do interior do forno; queimador: faz a disposição do material combustível (madeira

ou pó de serra) dentro dos fornos, controla a temperatura do fogo durante o processo de

queima, aumenta ou diminui a velocidade dos ventiladores que auxiliam no resfriamento dos

fornos; carregador: executa o carregamento do material acabado nos caminhões para serem

entregues ao cliente.

As principais questões que afetam a cadeia produtiva do setor da cerâmica vermelha são

a exposição dos trabalhadores a diferentes riscos laborais durante as etapas de fabricação, a

falta de proteção nos maquinários, a produção acelerada para atendimento ao mercado nas

empresas de pequeno e médio porte, a localização geográfica sujeitando trabalhadores a

intenso calor e poeira, a falta de equipamentos de proteção individual e coletiva, postura

incorreta ao manusear as carriolas e carência de palestras educativas para os trabalhadores.

Os funcionários se tornam mais dispostos a cooperar com as melhorias do desempenho

da organização quando começam a acreditar no real comprometimento da direção

(LANGFORD; ROWLINSON; SAWACHA, 2000).

2.4.2 Identificação dos riscos evidentes para o trabalhador na cadeia produtiva da

cerâmica vermelha

A indústria da cerâmica vermelhase torna um setor que se sobressai na região pela

representatividade econômica, e pela razão dela ser a maior causadora de danos relacionados

a segurança do trabalhador. De acordo com a o relatório do SEBRAE (2008), a cadeia

produtiva é composta por várias entidades, pessoas físicas, pessoas jurídicas e autarquias

federais, estatuais e municipais, mas o foco nunca é voltado para o trabalhador que em sua

atividade laboral é prejudicado com a perda da saúde e não tem como ser ressarcido.

Conforme mostra este relatório, existe uma forte relação da cerâmica com o setor primário o

que implica um alto índice de firmas com administração familiar e a falta de conhecimento

sobre a segurança do trabalhador em suas funções.

Os acidentes com os trabalhadores tornam-se mais evidentes quando eles não dispõem

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de treinamento prévio, ou quando a função é exercida por muito tempo proporcionando os

vícios do trabalho repetitivo. Eles geram várias consequências, dentre elas, morte,

incapacidade total e permanente, incapacidade parcial e permanente e incapacidade

temporária, variando conforme a intensidade. A utilização de novas tecnologias nos processos

de trabalho, embora possa contribuir para o melhoramento das condições, acabam

introduzindo novos riscos à saúde, quase sempre decorrentes da organização do trabalho, e,

portanto, de difícil "medicalização" (DIAS; MENDES, 1991).

A Constituição Federal no seu artigo 225 buscou tutelar todos os aspectos do meio

ambiente (natural, artificial, cultural e do trabalho), afirmando que “todos tem direito ao meio

ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial a sadia

qualidade de vida” (BRASIL, 1988).

Uma vez que acidentes (ou até incidentes) influem de forma negativa em todo o

processo produtivo, pois além de gerar perda de tempo e materiais, diminuição da eficiência

do trabalhador, aumento do absenteísmo, prejuízos financeiros, também resultam em

sofrimento para o homem e afetam a qualidade dos produtos ou serviços prestados (VIEIRA,

2000). Tem-se então a necessidade de identificar os riscos aos quais os trabalhadores do setor

cerâmico estão expostos para não haver nenhum prejudicado no processo produtivo.

Na cadeia produtiva da indústria cerâmica os trabalhadores estão divididos em vários

setores de acordo com as necessidades da indústria e sem as devidas proteções que são

necessárias para a segurança desses trabalhadores em suas funções. Dessa forma eles ficam

expostos aos riscos que podemos classificar segundo Silva (2002) como: riscos físicos: são

aqueles que compreendem dentre outros o ruído, vibração, temperaturas extremas, pressões

anormais, radiações ionizante e não ionizante; riscos químicos: são aqueles que compreendem

dentre outros as névoas, neblinas, poeiras, fumos, gases e vapores; riscos biológicos: são

aqueles que compreendem dentre outros as bactérias, fungos, helmintos, protozoários e vírus;

riscos ergonômicos: estes riscos são contrários às técnicas de ergonomia, que propõe que os

ambientes de trabalho se adaptem ao homem, propiciando bem estar físico e psicológico. Os

riscos ergonômicos estão ligados também a fatores externos – do ambiente – e a fatores

internos – do plano emocional. Em síntese: ocorrem quando há disfunção entre o indivíduo,

seu posto de trabalho ou seus equipamentos. Ex. esforço físico excessivo, excesso de

levantamento e transporte manual de pesos, exigência de postura; riscos de acidentes: ocorrem

em função das condições físicas – do ambiente físico e do processo de trabalho capazes de

provocar lesões a integridade física do trabalhador. Ex. máquinas sem proteção, arranjo físico

inadequado, ferramentas inadequadas ou defeituosas.

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Segundo Gomes (2010) entre os principais determinantes para a ocorrência de acidentes

de trabalho na cadeia produtiva das cerâmicas vermelhas estão: maquinários sem proteções

nas engrenagens, correias e polias; partes convergentes dos misturadores; equipamentos de

transporte motorizados; fiação exposta; pisos irregulares; iluminação insuficiente; queda de

objetos e material; soterramento; partes quentes dos fornos; corpos estranhos nos olhos. Esses

acidentes de trabalho podem deixar várias sequelas nos trabalhadores, dentre elas:

amputações, esmagamentos e cortes nos dedos das mãos e dos pés; perda do couro cabeludo,

contusões, entorses e fraturas; perfuração nos olhos; queimaduras.

Segundo Silva (2002) todos os funcionários que estão ligados ao processo produtivo no

setor cerâmico estão expostos aos riscos existentes no ambiente de trabalho de forma muito

intensa já que não existe nenhuma medida preventiva para esses acidentes e nenhuma

fiscalização ativa.

Barbosa Filho (2001) relata que, após ser caracterizada a totalidade de riscos percebidos

em determinado ambiente de trabalho, o gestor deverá decidir por uma ordem prioritária de

intervenções no intuito de proteger as pessoas expostas a este. Isso se dará com mais eficácia

concretizando a eliminação das fontes desses riscos.

2.5 MEDIDAS MITIGADORAS

O trabalho é considerado um fator de deterioração, de envelhecimento e causador de

doenças graves, mas pode constituir-se em um fator de equilíbrio, de satisfação e de

desenvolvimento pessoal. O resultado prazer ou sofrimento no trabalho está na dependência

do profissional encontrar umaatividade equilibrada, fonte de realização profissional ou

umafatigante, fonte de insatisfação, desmotivação, estresse e de doenças ocupacionais. O

comportamento do homem no trabalho está em constante evolução e diretamente ligado à

natureza e seus meios de produção. Este comportamento pode ser manifestado por

insatisfação, quando relacionado com sofrimento físico ou psíquico, e à satisfação e sucesso,

quando desenvolvido em condições saudáveis (DEJOURS et al., 1993). Se existir as medidas

de proteção ao trabalhador no seu meio laboral, a satisfação em realizar suas atividades será

instantânea, por consequência a qualidade e o sucesso dos produtos serão uma certeza.

Mas, para que essa excelência em qualidade de trabalho e produto exista, faz-se

necessário o uso de palestras e criação de cursos profissionalizantes nas regiões de atuação do

setor ceramista, de forma a capacitar profissionais da população local para trabalhar nos

processos de produção do setor cerâmico com segurança. Para Shiet et al. (2008), o

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treinamento técnico para funcionários de chão de fábrica é um fatorimportante para que

consigam contribuir com o desenvolvimento e a manutenção de um sistema de gestão.

Segundo Iida (2005), a segurança é conseguida comambiente, projetos e organização do

trabalho, que estejam dentro das capacidades e limitações do trabalhador, de modo a reduzir

os erros, acidentes, estresses e fadigas. E dentre esses projetos de segurança estão às medidas

mitigadoras que tem como objetivo reduzir os riscos aos quais os empregados estão

diariamente enjeitados ao realizar as suas atividades.

De acordo com Gomes (2010) é dever da autoridade competente do Sistema único de

saúde (SUS) indicar, e obrigaçãodo empregador adotar, todas as medidas necessárias para a

plena correção de irregularidades nos ambientes de trabalho, observando os seguintes níveis

de prioridades: I- Eliminação das fontes de risco na sua origem; II– Medidas de controle

diretamente na fonte; III– Medidas de controle no ambiente de trabalho; IV–Diminuição do

tempo de exposição ao risco, através da redução da jornada.

Conforme Barbosa Filho (2001) a atividade de prevenção pode e deve estar presente nas

tarefas de produção, manutenção e compras. Ela pode ser feita através deEquipamentos de

Proteção Individual (EPI) que é todo dispositivo ou produto de uso pessoal, que tem por

finalidade proteger o trabalhador de lesões que possam ser provocadas por agentes físicos,

químico, biológico, ergonômicos e mecânicos, como também pode ser feita através dos

Equipamentos de proteção coletiva (EPC).

Segundo Gomes (2010) as medidas de proteção coletiva devem ser priorizadas, para se

obter um ambiente de trabalho saudável e sem riscos a integridade física dos trabalhadores,

logo, todos os locais laborais deverão possuir medidas coletivas de segurança de modo a

eliminar ou minimizar os riscos inerentes do processo de trabalho.

Outras medidas preventivas que podem ser tomadas para a proteção do trabalhador no

processo produtivo das indústrias cerâmicas são: operação adequada de equipamentos; uso de

vestimentas adequadas, ou seja, uso de uniformes apropriados para a atividade desempenhada;

limpeza e conservação do ambiente de trabalho; conformidade das instalações da empresa

com as legislações e a atuação dos órgãos fiscalizadores.

A partir desses cuidados, o trabalhador desenvolve suas funções com satisfação e

enxerga uma perspectiva na melhoria de sua qualidade de vida o que deverá refletir no

crescimento da indústria da cerâmica vermelha, através do aumento da produtividade.

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3 METODOLOGIA

Neste tópico serão apresentados os dados referentes à localização e os aspectos

socioeconômicos do município de Itajá/RN onde está localizada a cerâmica que foi alvo da

pesquisa, bem como suas etapas de realização.

3.1 LOCALIZAÇÃO

O estudo foi realizado em uma cerâmica localizada no município de Itajá/RN (Figura 2),

no estado do Rio Grande do Norte, na mesorregião Oeste Potiguar e na microrregião do Vale

do Açu, distante cerca de203 km da capital do estado, Natal. O município foi criado pela lei

n° 6.299, de 26 de julho de 1992, tendo sido desmembrado do município de Ipanguaçu,

possuindo uma área de 204 km², o que equivale a 0,38% da superfície estadual. Faz limites

com o município de Ipanguaçu, ao norte; São Rafael e Santana do Matos, ao sul; Angicos e

Santana do Matos, ao leste e Assú, ao oeste (IBGE, 2010).

Figura 2 - Localização do município de Itajá/RN

Fonte:IBGE (2010)

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3.2 CLIMA E FORMAÇÃO VEGETAL

Segundo informações do Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente

(IDEMA, 2008), o município possui o clima semi-árido e conta com as seguintes

precipitações pluviométricas anuais: máxima: 1.404,20mm; mínima: 180,20mm; média:

634,00mm. O seu período chuvoso vai de fevereiro a maio, a temperatura média anual é de

27,9°C e a umidade relativa média anual é de 70%. E o seu bioma compreende a caatinga

(IBGE, 2010).

3.3 ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS

De acordo com o resultado dos dados preliminares do censo 2000 (IBGE, 2001), a

população de Itajá é de 6.246 pessoas residentes, sendo 3.164 (50,66%) homens e 3.082

(49,34%) mulheres. Dessa população, 5.128 (82,10%) pessoas residem na área urbana e 1.118

(17,90%) residem na área rural. Ainda de acordo com o IBGE, as pessoas residentes, com 4

anos ou mais de idade, possui uma média de 2,94 anos de estudo e 32% das pessoas

residentes são sem instrução ou com menos de um ano de estudo (IBGE, 2010).

O pólo ceramista tem uma grande representatividade econômica na região e no

município gerando assim uma elevada taxa de empregos.

3.4 ETAPAS DO ESTUDO

Para a realização deste estudo de caso, inicialmente, foi feita a busca de informações

conceituais sobre a segurança do trabalhador, percepção de riscos aos quais esses

trabalhadores estariam expostos, bem como a legislação vigente ao assunto discutido, em

busca do referencial teórico. Após uma base científica, foi feita a busca de informações das

cerâmicas existentes no município de Itajá/RN, onde se escolheu a indústria cerâmica que

seria alvo do estudo. Em seguida, foram feitas visitas a essa indústria e observações no seu

processo de produção. Ao dispor dessas informações, partiu-se para a fase exploratória de

campo aplicando-se formulários (APÊNDICE-B) numa amostra de 13 funcionários que

participam ativamente do processo de produção do material cerâmico. A partir daí, foi feita a

análise dos dados obtidos, desenvolvendo nossos resultados, tabelas e gráficos.

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33

3.4.1 Tipo e método utilizado na pesquisa

O tipo da pesquisa é um estudo de caso, de natureza descritiva, que tem como objetivo

primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno e tem como

objetivo a utilização de técnicas padronizadas para a coleta de dados, tais como formulário e a

observação sistêmica (GIL, 2002). Assim, a pesquisa aqui descrita tem um olhar qualitativo e

quantitativo não objetivando, portanto, a generalização.

As técnicas utilizadas na pesquisa foram à observação e aplicação de formulário.

Raupp e Beuren (2004) afirmam que a observação é uma técnica que faz uso dos sentidos

para obtenção de determinados aspectos da realidade, e consiste em ver, ouvir e examinar

fatos ou fenômenos que se pretende investigar.

Optou-se pela utilização de formulários em virtude da pesquisa ser feita no chão de

fabrica da cerâmica no horário de funcionamento, o que dificulta para a obtenção da atenção

total do trabalhador, além disso, optamos por este método de coleta de dados devido aos

índices significativos de analfabetismo funcional.

3.4.2 População e amostra

Foi visitada uma indústria de cerâmica vermelha no município do Itajá/RN. Dos 57

funcionários da empresa, 39 fazem parte do processo de produção da indústria, e esses foram

alvo da pesquisa. Como condição de avaliação, foi escolhido pelo menos1 funcionário de cada

parte do processo produtivo para responder o formulário. Dessa forma, foi entrevistado um

número aproximado de 30% dos funcionários que participam do processo de produção da

indústria cerâmica, correspondendo por tanto a 13 empregados.

O processo de produção da indústria cerâmica avaliada divide-se em: Preparação de

massa, conformação, secagem, enchimento de forno, queima e expedição.

3.4.3 Instrumento e coleta de dados

Inicialmente, o estudo ficou direcionado ao levantamento bibliográfico dos temas

relacionados à segurança do trabalhador objetivando o embasamento teórico. Após, foi

elaborado um formulário de própria autoria para auxiliar a pesquisa.

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34

A aplicação do formulário foi realizada no mês de dezembro do ano de 2012. O número

de visitas feitas a cerâmica e o tempo de cada visita variou dependendo do dia.

O formulário tratou de variáveis relacionadas aos dados socioeconômicos dos

trabalhadores, à segurança do trabalhador, o uso de EPI´s, EPC´s, quantidade de horas

trabalhadas e qualidade do ambiente de trabalho.

3.4.4 Análise dos dados

A análise dos dados foi feita a partir de estatística simples utilizando-se um programa

computacional adequado e levando em consideração o número de amostras. Os dados

fornecidos pelos entrevistados foram expressos em gráficos e tabelas.

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35

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 CARACTERIZAÇÃO SOCIODEMOGRÁFICA DOS TRABALHADORES DE UMA

INDÚSTRIA DE CERÂMICA VERMELHA NO MUNICIPIO DE ITAJÁ/RN

Inicialmente foi perguntado sobre o gênero, idade e escolaridade dos trabalhadores do

processo de produção de uma indústria de cerâmica vermelha no município de Itajá/RN. Para

uma melhor compreensão, foi elabora a Tabela 2 e as demais respostas foram discutidas ao

decorrer do texto.

Da amostra colhida, 100% dos trabalhadores são do gênero masculino (Tabela 2). De

acordo com o SESI-SP (2009) na indústria cerâmica do Brasil e do Estado de São Paulo, a

mão de obra predominante é do gênero masculino.

As faixas etárias dos entrevistados encontram-se: entre 18-28 (23%), entre 29-39 (23%),

entre 40-50 (46%) e acima de 50 anos (8%), conforme Tabela 2. Conforme estudo realizado

pela Federação das Indústrias do Estado de Roraima (FIER, 2007), em relação a idade dos

trabalhadores a maior concentração está na faixa etária de 25 a 39 anos (60%), e poucas

pessoas com idade acima de 50 anos (2,86%), concordando em parte com os resultados desta

pesquisa.

Quando perguntado sobre o nível de escolaridade dos mesmos observa-se que o ensino

fundamental incompleto (77%), o ensino médio incompleto (8%) e o ensino médio completo

(15%), foram os mais citados (Tabela 2). No estado de São Paulo (SESI-SP, 2009), o nível de

escolaridade é baixo, principalmente entre os trabalhadores das indústrias de cerâmica

estrutural. Poucos (2,5%) têm curso profissionalizante na área e a maioria (71,0%) refere

interesse em voltar a estudar, o que não ocorre por falta de tempo (38,5%). Pode-se verificar

então, que essa não é só uma condição inerente ao estado do Rio Grande do Norte, uma vez

que se foi encontrada a mesma característica em um estado sulista.

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Tabela 2- Dados sociodemográficos dos trabalhadores de uma indústria de cerâmica

vermelha, Itajá/RN, 2013.

Variáveis selecionadas %

Amostra Total (13)

Gênero

Masculino

Feminino

100

0

Faixa Etária

Entre 18 e 28

Entre 29 e 39

Entre 40 e 50

Acima de 50

23

23

46

8

Grau de escolaridade

Analfabeto

Ens. Fund. Incompleto

Ens. Fund. Completo

Ens. Médio Incompleto

Ens. Médio Completo

0

77

0

8

15 Fonte: Autoria própria (2013)

A maioria (62%) dos trabalhadores avaliados são casados. Os que se dizem solteiros na

verdade tem uma companheira mais não se consideram casados, pois não realizaram a

cerimônia perante o cartório. Conforme pesquisa realizada no setor cerâmico do estado de

Roraima (FIER, 2007), 58,1% dos trabalhadores possui companheiras (casados 23,81% e

amigados 34,29%) e 41,90% informaram ser solteiros.

Figura 3 - Estado civil dos trabalhadores de uma indústria de cerâmica

vermelha, Itajá/RN, 2013

Fonte: Autoria própria (2013).

62%

38%

Casado Solteiro

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37

Em Itajá/RN, não é diferente dos outros locais onde a atividade cerâmica é umas das

principais fontes de emprego. A maioria dos trabalhadores são homens com a idade acima de

40 anos, com baixo grau de escolaridade e casados.

4.2 CARACTERIZAÇÃO DA ESTRUTURA DE TRABALHO E DO PROCESSO

PRODUTIVO DA INDÚSTRIA DE CERÂMICA VERMELHA NO MUNICIPIO DE

ITAJÁ/RN

Ainda dentro do mesmo questionário foram feitas perguntas sobre a estrutura de

trabalho dos empregados no setor cerâmico. Gráficos e tabelas foram usados para a tabulação

dos dados e melhor entendimento.

Foram avaliados qualitativamente aspectos gerais do fluxo e organização dos processos

produtivos e as jornadas de trabalho dos funcionários. Jornada de trabalho é o tempo que o

empregado fica à disposição do empregador para o trabalho, sendo esta duração, de 8horas

diárias e 44 horas semanais não computando-se na jornada normal diária os 5 minutos antes e

depois da jornada, observando-se o limite máximo de 10 minutos diários (GUIA

TRABALHISTA, [2013?]).

Tal jornada pode ser excedida em duas horas diárias. Em casos imperiosos (força maior,

serviços inadiáveis e greve abusiva), este limite poderá ser excedido. Durante a jornada,

deverá haver um intervalo para refeição que pode ser de uma a duas horas. Entre um turno de

trabalho e outro, deve ser observado um descanso de 11 horas. Com relação ao Descanso

Semanal Remunerado – DSR, este deve ser de 24 horas, preferencialmente aos domingos. As

empresas que adotam o trabalho noturno, considerando aquele executado entre as 22 horas de

um dia e às 5 horas do dia seguinte, devem pagar todos os encargos legais aos trabalhadores

desse horário (SESI-SP, 2009).

Dependendo de sua função no processo produtivo da cerâmica em estudo, o trabalhador

pode exercer: horário flexível (15%), jornada continua (54%) ou pode trabalhar por turnos

(31%). Em relação às horas trabalhadas por dia, a faixa fica entre 7 e 8 horas diárias (85%) e

entre 8 e 9 horas diárias (15%). De acordo com estudo realizado por Silva et al. (2010) em

uma indústria no município de Imperatriz, as atividades são desempenhadas no horário das 7

as 17h com intervalo de duas horas para o almoço.

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38

Tabela 3- Horários de trabalho dos operários de uma indústria de cerâmica vermelha,

Itajá/RN, 2013

Variáveis selecionadas %

Horário de trabalho praticado

Horário flexível

Trabalha por turnos

Horário rígido

Jornada continua

15

31

0

54

Horas trabalhadas por dia

Menos de 7 horas diárias

Entre 7 e 8 horas diárias

Entre 8 e 9 horas diárias

Entre 9 e 10 horas diárias

Entre 10 e 11 horas diárias

Mais de 11 horas diárias

0

85

15

0 0

0

Fonte: Autoria própria (2013)

O processo de produção da indústria de cerâmica vermelhaem questão começa com a

preparação da massa, em seguida, conformação, secagem, enchimento de forno, queima e

finaliza-se com a expedição, conforme mostra a figura 4.

Figura 4- Processo de produção de uma indústria de cerâmica vermelha, Itajá/RN, 2013.

Fonte: Autoria própria (2013).

Preparação de massa

Conformação

Secagem

Enchimento de forno

Queima

Expedição

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39

As principais etapas do processamento de fabricação dos materiais cerâmicos de acordo

com Silva et al. (2010), de umaforma geral é a preparação das matérias-primas e da massa, a

conformação, o processamento térmico e o acabamento. O que não difere do processo

estudado, no entanto o autor utiliza uma termologia diferente para separação das etapas do

processo.

Dentre os postos de trabalho desse processo de produção as funções existentes na

cerâmica em estudo são: ajudante geral, forneiro, secador, carregador, mecânico de

manutenção, queimador, controlista de máquinas elaboratorista, conforme descrito no quadro

1.

Quadro 1- Funções, atividades e etapa do processo em uma indústria de cerâmica vermelha,

Itajá/RN, 2013.

Função Atividades realizadas Etapa do

processo

Ajudante

geral

Responsável pela limpeza do local onde acontece a

produção dos materiais cerâmicos.

Todo o

processo

Controlista

de máquinas

Controlar equipamentos e o processo produtivo por meio

de comandos do painel elétrico.

Conformação

Forneiro Retira blocos ou telhas após secagem das vagonetas,

transfere para os fornos, arruma o material cerâmico

dentro do forno, fecha o forno para a queima, retira-os

após a queima e transfere para a área de estocagem.

Usam carrinho de mão ou vagoneta.

Secagem,

enchimento de

forno e

expedição.

Secador Responsável por levar e tirar o material cerâmico da

secagem mecanizada ou natural.

Conformação e

secagem.

Carregador Carrega carrocerias de caminhões com blocos ou telhas,

separar as peças refugadas.

Expedição.

Queimador Corta toras com serra manual ou por sistema hidráulico,

deposita a lenha em carrinhos, e levados para as áreas

dos fornos manualmente ou por trator, além alimentar o

forno.

Queima.

Mecânico de

manutenção

Realiza serviços de manutenção preventiva e corretiva

nas máquinas e equipamentos, executa pequenos serviços

de solda, liga equipamentos nos painéis elétricos, realiza

corte, desbaste e acabamento em peças e troca boquilhas

da extrusora.

Todo o

processo.

Laboratorista Responsável por analisar o tipo de material a ser

utilizado.

Preparação de

massa. Fonte: Autoria própria (2013)

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40

Todos os operários entrevistados realizam uma jornada continua de no máximo 8 horas

diárias e consideraram seu ambiente de trabalho bom, uma vez que disseram desconhecer

outro tipo de ambiente laboral.

4.3 RELAÇÃO ENTRE O TRABALHADOR E SUAS PRÁTICAS DE TRABALHO

A indústria de cerâmica avaliada, no geral, requer melhorias nas condições de higiene,

segurança e saúde no trabalho. Os processos de fabricação empregados diferem de acordo

com o tipo de peça (telhas e lajota) ou de material desejado e, de um modo geral,

compreendem etapas de preparação da matéria-prima e da massa, conformação das peças,

secagem, e classificação.

Os trabalhadores são expostos a variados riscos ocupacionais, com especificidades e

intensidades que dependem do tipo de cerâmica (estrutural ou revestimento), da etapa do

processo e da forma de condução dos programas e ações de segurança e saúde no trabalho. O

trabalhador é exposto aos riscos do ambiente, das intempéries, de suas tarefas e das atividades

de outros trabalhadores (SESI-SP, 2009).

Dentre esses riscos aos quais os trabalhadores ceramistas estão expostos, de forma geral,

podemos citar os riscos ocupacionais, físico, químico, biológico, de acidente e aspectos

ergonômicos.

Os riscos ocupacionais são aqueles decorrentes da organização, dos procedimentos, dos

equipamentos ou máquinas, dos processos, dos ambientes e das relações de trabalho, que

podem comprometer a segurança e saúde dos trabalhadores, dependendo da natureza,

concentração, intensidade e tempo de exposição (SESI-SP, 2009).

Riscos físicos: o calor e o ruído são os agentes mais evidentes na indústria cerâmica

estudada. Os fornos, os secadores e, eventualmente, pátio de expedição (raios solares) são

fontes de calor para o ambiente de trabalho. Na falta de controle, as energias se acumulam,

contribuindo para formar um ambiente de trabalho inadequado, que aliado às atividades,

moderada ou pesada dos trabalhadores pode acarretar diminuição de rendimento, erros de

percepção e raciocínio, esgotamento, prostração, desidratação, câimbras e exaustão do

trabalhador (SESI-SP, 2009). O forneiro, carregador, queimador e preparador de massa, são as

funções que mais sofrem com esse tipo de risco, pois estão expostos diretamente e

diariamente a ele.

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41

Riscos químicos: na indústria cerâmica, o fator mais evidente desta categoria de riscos é

a poeira respirável, gerada pelos processos como moagem e mistura, além disso, podemos

destacar os fumos metálicos gerados nos processos de soldagem. A exposição a esses fatores

pode afetar o trato respiratório e causar doenças do grupo pneumoconioses (SESI-SP, 2009).

Todos os trabalhadores ceramistas estão ligados diretamente ao risco químico pelo fato da

indústria cerâmica ser impossibilitada da ausência de poeira. Porém, o funcionário

responsável pelo laboratório está em potencial para este risco, pelo fato de manusear a argila

refinada sem o uso adequado dos equipamentos necessários e em um local fechado, como foi

percebido no estudo realizado na cerâmica em questão.

Riscos de acidentes: na indústria cerâmica, exemplos específicos de riscos de acidentes

são relacionados à operação nas máquinas sem o sistema de proteção adequado, arranjo físico

inadequado, manuseamento da lenha pelo queimador e forneiro, empilhamento de telhas no

forno e na expedição, risco de queda no momento da arrumação das telhas, queimaduras no

forno, má condição das vias de circulação, riscos de acidentes no secador mecanizado, no

cortador de telha e na escada do acesso ao forno CEDAN.

Aspectos ergonômicos: os trabalhadores do setor cerâmico estão relacionados de forma

direta aos aspectos ergonômicos, uma vez que, o seu desempenho no trabalho depende de um

bom ambiente laboral que vem a ser responsabilidade da gestão da indústria, dessa forma

fechando o sistema trabalhador - ambiente-máquina. Os riscos ergonômicos encontrados

foram, principalmente, o ritmo de produção excessivo; as posturas inadequadas durante todo o

processo produtivo; iluminação inadequada nos fornos e secadores mecanizados; trabalho em

turno e noturno para os queimadores; levantamento e transporte de peso especialmente pelo

forneiro e carregador. Para Silva (2002), as condições ergonômicas dos postos de trabalho têm

vindo assumir preocupações crescentes nas organizações e no caso particular das indústrias

cerâmica não foge a regra.

Todos os riscos relacionados aos trabalhadores e suas práticas de trabalho estão

melhores ilustrados no APÊNDICE C.

Portanto os problemas mais frequentes encontrados na indústria avaliada, e se tratando

de saúde e segurança do trabalhador (SST), são: falta de equipamentos de proteção individual

e coletiva adequada, ausência de condições de higiene e conforto, além da carência de

proteção contra incêndio e a falta de sinalização adequada. Silva (2010) detectou, em um

estudo diagnóstico realizado em uma cerâmica no Município de Carnaúba do Dantas (RN),

mutilações de mãos e pés, dermatites provocadas por exposição às altas temperaturas dos

fornos, doenças respiratórias (bronquites, pneumonia, asma etc.), escoliose e mortes

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42

decorrentes dos acidentes de trabalho. As patologias mais prevalentes são as do trato

respiratório – gripe (43%) e pneumonia (29%), seguidas de escoliose (14%) e outras

desordens, tais como asma, reumatismo e irritações nos olhos.

Pesquisa do Sesi/Anicer, realizada em 2006 (apud ANICER, 2006), revelou que, das

142 indústrias de cerâmicas pesquisadas, mais de 85% adotavam práticas de proteção do

trabalhador (EPI), em 96,5% delas ocorreram acidentes de trabalho nos 2 anos anteriores à

pesquisa. Isso demonstra que a estrutura das fábricas, as condições de segurança no ambiente

de trabalho e no processo produtivo não estão adequadas às atividades realizadas pelos

trabalhadores, além de deixar clara a falta treinamento da mão de obra para operar os

equipamentos.

Na parte do formulário que era direcionada ao uso de EPI, EPC e acidentes de trabalho

obtivemos os seguintes dados, conforme a tabela 4: 62 % dos entrevistados já sofreram

acidentes de trabalho, sendo o maior índice na área das máquinas e transporte de produção

com 40% cada e 20% dos entrevistados sofreram acidentes de trajeto (percurso trabalho-casa

e vice-versa). De acordo com Silva et al. (2010), além de todas as exposições de riscos que as

próprias funções submetem a esses trabalhadores, outro fator notável é a falta do uso dos

EPI‟s disponibilizados.

Tabela 4- Acidentes com os operários de uma indústria de cerâmica vermelha, Itajá/RN, 2013

Variáveis selecionadas %

Já sofreu algum acidente no local de trabalho?

Sim

Não

62

38

Onde ocorreu o acidente?

Máquinas

Transporte da produção

Obras

Oficina mecânica

40

40

0

0

Ao sair da indústria (trajeto) 20 Fonte: Autoria própria (2013)

Já com relação ao uso do EPI e EPC, 92% dos entrevistados dizem usar e apenas 8 %

não usa e alega o fato de não ser necessário para a sua atividade por não existir risco nela.

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43

Figura 5 - Uso de EPI/EPC nas atividades laborais de uma indústria de cerâmica

vermelha, Itajá/RN, 2013

Fonte: Autoria própria (2013)

Os EPI‟s mais utilizados pelos entrevistados foram: Botas (69,23%), Luvas de proteção

(61,53%), Óculos de segurança e proteção respiratória (53,84%), protetor auricular (23,07%)

e vestuário adequado (7, 69%) de acordo com a tabela 5. No entanto nenhum entrevistado

fazia uso do capacete de segurança, além disso, a bota e os vestuários utilizados pelos

trabalhadores estavam fora dos padrões adequados para ofertar segurança no processo.

Segundo Sesi-SP (2009) os EPI‟s mais utilizados na indústria cerâmica são: luvas, botas,

protetores auriculares, protetores respiratórios, óculos de proteção e capacetes, mas isto pode

não ser suficiente para evitar acidentes, dado que a maioria dos equipamentos nas cerâmicas

não possui dispositivos para tal.

Tabela 5- Trabalhadores que utilizam os EPI‟s necessário no processo de produção de uma

indústria de cerâmica vermelha, Itajá/RN, 2013

EPI’S N° de trabalhadores %

Capacete de segurança 0 0,00

Óculos de proteção 7 53,84

Bota 9 69,23

Luvas de proteção 8 61,53

Vestuário adequado 1 7,69

Protetores auriculares 3 23,07

Proteção respiratória 7 53,84

Nenhum 0 0,00 Fonte: Autoria própria (2013)

92%

8%

Sim

Não

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44

As avaliações indicaram várias diferenças entre a forma correta de proceder em meio a

um processo de produção do setor cerâmico, e a forma que os trabalhadores estão se portando

diante desse processo. Demonstraram também, que as condições de trabalho na indústria de

cerâmica avaliada são precárias, trazendo consequências aos trabalhadores. Foi comum

observar falhas no cumprimento das normas regulamentadoras e o baixo envolvimento dos

trabalhadores em atividades relacionadas a sua saúde e segurança. A recomendação geral para

aprimoramento das condições de trabalho é o efetivo cumprimento das normas

regulamentadoras. A seguir serão apresentadas as várias situações as quais o operário está

exposto ao realizar sua atividade em seu posto de trabalho, de acordo com o quadro 2.

Quadro 2- Avaliação das funções do processo produtivo de uma indústria de cerâmica

vermelha, Itajá/RN, 2013.

Funções Avaliações realizadas

Ambiente de

trabalho

Riscos aos

trabalhadores

Condições de trabalho

Controlista de

máquinas

Sujo e com alta

incidência de

ruídos

Exposição a

ruído, poeira

respirável,

aspectos

ergonômicos,

saúde auditiva

e médica

ocupacional.

O operador desenvolve sua atividade

na posição sentada, exposto à

vibração, por longos períodos,

trabalhando em equipamentos que não

são favoráveis ergonomicamente,

exposto a ruídos provenientes das

maquinas operadas, além de ficar

exposto a poeira em decorrência do

ambiente.

Ajudante

geral

Sujo, com alta

incidência de

calor, poeira

respirável e

pouca

luminosidade

em alguns

locais.

Exposição a

ruído, poeira

respirável e

aspectos

ergonômicos.

Trabalha com equipamentos que

podem prejudicar sua saúde, como por

exemplo, vassouras de tamanho não

adequado para o do trabalhador,

fazendo muita força nos membros

superiores, ambiente muito quente,

além de estar exposto a todos os tipos

de risco existentes na cerâmica, uma

vez que a sua atividade não é fixa.

Forneiro Baixa

luminosidade,

alta incidência

de calor e ruído.

Exposição à

poeira

respirável,

calor, riscos

de acidentes e

aspectos

ergonômicos.

Ambiente empoeirado, ruidoso, partes

móveis de equipamentos sem proteção,

iluminação e instalações elétricas

inadequadas. Possibilidade de queda

de material no momento do

enchimento e arrumação do forno. Os

trabalhadores realizam gestos

repetitivos frequentementecom ritmo

de trabalho acelerado, com alta

intensidade de força em membros

superiores e inferiores.

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45

Secador Ruído e calor. Exposição a

ruído, calor,

poeira

respirável,

aspectos

ergonômicos e

de acidentes.

Ambiente empoeirado, quente,

ruidoso, com iluminação insuficiente,

partes móveis de equipamentos sem

proteção e instalações elétricas

inadequadas. Os trabalhadores

realizam gestos repetitivos

frequentemente, com ritmo de trabalho

acelerado, alta intensidade de força em

membros superiores e inferiores.

Mecânico de

manutenção

Ruído e poeira

respirável.

Exposição a

ruído, poeiras,

fumos

metálicos,

riscos de

acidentes e

aspectos

ergonômicos.

Exposto aos variados fatores de risco

da empresa e aos fatores de risco de

sua atividade, como de escoriações

nasmãos, corpos estranhos nos olhos,

contato com partes móveis, contato

com equipamentos energizados,

exposição aprodutos oleosos e graxas,

ruído, raios de solda e outros.

Queimador Ruído, calor e

baixa

luminosidade.

Exposição a

ruído, calor,

aspectos

ergonômicos e

riscos de

acidentes.

Ambiente empoeirado, ruidoso, partes

móveis de equipamentos sem proteção,

iluminação e instalações elétricas

inadequadas. Possibilidade de queda

de material, ferimentos nas mãos por

lenha, vasilhames e picada de animais

peçonhentos. Os trabalhadores

realizam gestos repetitivos

frequentementecomritmode trabalho

moderado, com alta intensidade de

força em membros superiores e

inferiores.

Laboratorista Baixa

luminosidade

Aspectos

ergonômicos e

saúde

ocupacional.

Ambiente com baixa luminosidade,

fechado, sem a ventilação necessária.

O trabalhador realiza gestos repetitivos

e fora dos padrões ergonômicos.

Carregador Sujo, calor e

poeira

respirável.

Exposição a

calor intenso

proveniente

dos raios

solares,

aspectos

ergonômicos e

riscos de

acidente.

Ambiente quente com possibilidade de

acidentes no transporte do material

cerâmico, o trabalhador realiza

movimentos repetitivos por muito

tempo, com ritmo acelerado e com alta

intensidade de força nos membros

superiores e inferiores.

Fonte: Autoria própria (2013).

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46

4.3.1 Recomendações

Devem acontecer planejamento e acompanhamento dos processos de trabalho

contemplando todas as atividades, estipulando condições adequadas de operação, métodos de

trabalho apropriados definidos a partir de padrões técnicos e códigos de prática, adotando e

mantendo regras para o trabalho seguro e medidas para garantir o envolvimento e cooperação

dos trabalhadores, reduzindo gastos provenientes de retrabalho, perda de tempo e de

materiais. A efetiva participação do trabalhador previne agravos à sua integridade, reduz

custos da prevenção, aprimora as condições de trabalho, a qualidade do produto e a

produtividade do processo.

O trabalhador deve ser capacitado para bem desenvolver suas atividades de forma

segura prevenindo acidentes. A capacitação deve ser realizada em linguagem acessível

enfatizando as suas atividades, os métodos que são utilizados, os riscos a que está exposto e o

que será esperado dele. Assim o trabalhador passa a ter condições para colaborar com a

promoção das condições de trabalho e de dar subsídios para aprimorar o planejamento, além

de facilitar o controle do desenvolvimento das atividades.

A constituição da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) e a elaboração e

afixação do mapa de riscos por setor são boas estratégias para o envolvimento e cooperação

do trabalhador e para reduzir ou eliminar situações de riscos. O cipeiro atuante é elemento

importante para troca de informações em vários níveis e, principalmente, pelo cumprimento

de suas atribuições. O trabalhador deve cumprir as regras estabelecidas e comunicar ao seu

superior de imediato as inconformidades que porventura ocorram e não deve desenvolver

atividades para as quais não esteja capacitado ou não tenha sido autorizado.Os serviços em

eletricidade devem ser realizados com segurança, envolvendo sistema de bloqueio de energia,

sinalização por meio de etiqueta personalizada, o uso de EPI e de ferramentas manuais

eletricamente isoladas (SESI-SP, 2009).

A organização deve propiciar otimização dos postos de trabalhos, redução das distâncias

entre estocagem e emprego do material, melhoria no fluxo de pessoas e de materiais e redução

dos riscos de acidentes. As condições das instalações sanitárias, vestiário, refeitório e o

fornecimento de água potável devem atender aoque estabelece a NR-24 (Condições sanitárias

e de conforto nos locais de trabalho). As instalações sanitárias devem estar em local de fácil

acesso e próximo dos postos de trabalho, atendendo boas condições de materiais construtivos

e de revestimento; dimensões de pé-direito e de área por lavatório, mictório e vaso sanitário;

vaso sanitário provido de assento com tampa e, além disso, abastecido com papel higiênico e

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porta com trinco; ventilação; iluminação; instalações elétricas protegidas; disponibilidade de

lixeiras com tampa ao lado do lavatório e do vaso sanitário; com abastecimento de água e

ligação a esgoto ou fossa séptica (SESI-SP, 2009).

Disponibilizar água potável, em condições higiênicas, fornecida por meio de copos

individuais ou bebedouros de jato inclinado, não permitindo sua instalação em pias e

lavatórios e o uso de copos coletivos. O bebedouro deverá ser instalado na proporção de um

para cada grupo de 25 trabalhadores ou fração (BRASIL, 2013).

Fornecer vestimenta de trabalho em quantidade suficiente para alternância em uso e em

lavagem, e fazer reposição quando danificado, exigindo o mesmo procedimento de terceiros

contratados. Enquanto medidas de ordem, os trabalhadores devem utilizar EPI‟s, de acordo

com a NR-6 e seguindo as recomendações dos fabricantes.

Com relação às fontes de ruído, deve-seenclausurá-las ou isolá-las, instalar barreiras

acústicas, distribuir os postos de trabalho, afastando atividades possíveis dos locais ruidosos,

manter os equipamentos em perfeito estado de funcionamento e de lubrificação, e instalar

atenuadores de ruído na entrada de ar dos exaustores. Reduzir o tempo de exposição do

trabalhador ao ruído pela implantação de rodízio entre os trabalhadores ou inclusão de pausas

em ambientes mais silenciosos. Fornecer protetores auditivos adequados, treinar os

trabalhadores para o efetivo uso, higienização e conservação, além exigir o uso.

Manter os fornos com revestimento interno de isolante térmico e com as bocas fechadas,

de maneira a impedir ou reduzir a propagação do calor para o ambiente, medida que além de

melhorar as condições térmicas favorecendoo trabalhador, propicia economia de energia. Se

possível, instalar barreiras térmicas entre as fontes de calor e os postos de trabalho. Manter ou

ampliar aberturas, instalar ventiladores e exaustores eólicos para aumentar a taxa de troca de

ar no ambientede trabalho com o ambiente externo, de maneira a manter a temperatura em

níveis adequados. Para trabalhadores com exposição direta ao calor radiante, disponibilizar

avental termo isolante, como o aluminizado (SESI-SP, 2009). E se possível distanciar postos

de trabalho desnecessariamente próximos às fontes de calor.

Nos locais onde a exposição à poeira respiratória é intensa, ajustar o processo para via

úmida. Enclausurar ou isolar as operações que geram poeiras respiráveis, instalar ventilação

local, exaustora nos pontos críticos de geração de poeira, principalmente as contendo sílica

livre cristalizada.

Instalar proteções fixas em toda a extensão das partes móveis das máquinas e

equipamentos até a altura de dois metros, para evitar contatos e agarramento acidentais que

causam lesões e atémorte. Tal medida também se aplica acima de dois metros se houver

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acesso dos trabalhadores enquanto oequipamento estiver ligado, como nas operações de

manutenção e limpeza dos fornos das indústrias cerâmicasde revestimento (SESI-SP, 2009).

Nas atividades que permitirem posturas em pé e sentada, orientar o trabalhador para a

alternância e disponibilizar cadeira para que o trabalhador possa sentar, sempre que

possível.Orientar e motivar os trabalhadores para a realização de exercícios de alongamento

no início e ao final da jornada de trabalho.

Instalar tração mecanizada para o translado das vagonetas no abastecimento dos fornos

e secadores, reduzindo esforços físicos e exposição do trabalhador ao calor. Manter o carrinho

de mão em bom estado de funcionamento e lubrificação, limitar a carga a ser transportada,

proibindo o chamado “cargão”, para reduzir o esforço físico do trabalhador e evitar

desperdício de produto (SESI-SP, 2009).

Na expedição do material cerâmico (telha e lajota), construir plataformas para o

abastecimento de caminhões de maneira que a carroceria do veículo fique na altura do piso do

setor, evitando movimentação excessiva e flexão de tronco pelos trabalhadores. Enquanto a

plataforma adequada não estiver pronta, disponibilizar rampa portátil para facilitar o acesso

do trabalhador à carroceria do caminhão e realizar o transporte dos materiais por meio de

carrinho de mão, tornandoa tarefa mais segura e eficiente.

Em suas atividades diárias, o trabalhador não está isento de riscos. Mas a

conscientização por parte dos mesmos e dos gestores das indústrias a respeito da segurança e

saúde no processo produtivo pode vir a assegurar a melhor qualidade do ambiente de trabalho.

Como resultado mais surpreendente, pode-se citar a „sensação‟ de acolhimentoque tem o

funcionário, sentindo-se importante para a indústria: se a empresa cuida bem de sua saúde, ele

também deve cuidar bem da empresa. Instala-se, a partir daí, uma rede de solidariedade,

criando condições para outras ações de saúde preventiva e agregando qualidade de vida ao

trabalhador (ANICER, 2007).

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5 CONCLUSÃO

A pesquisa de campo, realizada em uma indústria de cerâmica vermelha no município

de Itajá/RN com os trabalhadores do setor de produção mostra que o perfil do trabalhador do

setor cerâmico é, na sua maioria, do sexo masculino com mais de 40 anos e nível de

escolaridade baixo. Pode-se perceber que essas características surgem da necessidade do

trabalhador começar sua vida laboral precocemente e da atividade que não requer um alto

nível de escolaridade para ser realizada o que incentiva ainda mais o ceramista a não procurar

instrução.

A falta de instrução leva o trabalhador a um ambiente laboral repleto de riscos, uma vez

que o mesmo não consegue se introduzir em uma atividade melhor estruturada, expondo-os a

trabalhos em cerâmicas (que são uma das maiores fontes de emprego na região) que não

investe em ações efetivas de saúde e segurança do trabalhador, como a cerâmica em estudo

que expõe o trabalhador a alta incidência de calor,ruído; poeiras; maquinários desprotegidos;

esforço físico elevado, movimentos repetitivos nos membros superiores e inferiores e riscos

de acidentes entre outros.

Além disso, o baixo nível de instrução dos trabalhadores do setor cerâmico, eleva o auto

índice de não utilização dos EPI‟s necessários e por consequência o aumento de acidentes de

trabalho. A maioria dos trabalhadores considera o EPI incômodo e muitos dizem que não há

necessidade de usá-los, pois a sua atividade não gera riscos, no entanto é perceptível o

contrário. Além das medidas individuais a empresa utiliza algumas medidas de ordem coletiva

como: funil de proteção da boca do forno para alimentá-lo com pó de serra, proteção na

correia do alimentador do forno, exaustor no forno CEDAN e ventiladores/ventulões para

diminuir a temperatura a qual o trabalhador fica exposto no momento do enchimento e

secagem dos fornos.

Os instrumentos que conformam a ação regulatória do Estado no que diz respeito à

segurança e saúde no trabalho sãopraticáveis e adequados para prover e manter condições

seguras. Existe uma tendência por parte das indústrias ceramistas de considerá-los

instrumentos puramente burocráticos, o que leva ao cumprimento superficial dos programas

obrigatórios e ao baixo envolvimento dos trabalhadores. Desta forma, se negligencia, por

desconhecimento, práticas benéficas ao próprio negócio, o que dificulta a alteraçãodos

precários padrões da SST.

A empresa decide as condições de trabalho e, por consequência, os riscos a que o

trabalhador ficará exposto, dessa maneira a cerâmica avaliada não dispõe de recursos para tal

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e não adota todas as medidas de prevenção de acidentes necessárias, agravando assim, à saúde

eo sofrimentodos trabalhadores e contribuindo para as suas perdas financeiras e

deprodutividade.

Ainda com relação às condições de trabalho na cerâmica em estudo, os operários estão

expostos a condições de trabalho inadequadas como: desorganização do ambiente laboral, má

dimensionamento das instalações, sujeira intensa ea falta de informação em relação ao uso

dos EPI‟s o que pode acarretar o maior número de acidentes de trabalho.

Os empresários das indústrias cerâmicas da região devem ser instruídos sobre os

benefíciosgerados pela atuação nas melhorias da segurança do trabalhador para assim, realizar

ações de controle que visem promover condiçõesseguras, dar instruções sobre métodos de

trabalho, disponibilizar esquema de proteçãopara os riscos específicos e estabelecer

participação dos trabalhadores. Em contra partida o trabalhador tem direito à informação

sobre o processo de trabalho, riscos ocupacionais e medidas de prevenção e proteção

relacionadas. Não deve realizar atividades para as quais não esteja capacitado e não tenha sido

treinado e expressamente autorizado.

A partir desses princípios, nota-se a carência e a necessidade de fiscalização constante

no setor cerâmico no que diz respeito à segurança do trabalhador. O trabalhador deve ser

instruído sobre os riscos aos quais está exposto e avisado sobre o que o não uso do EPI pode

ocasionar. Ao cumprir esses procedimentos a empresa começa a cuidar melhor do trabalhador

e ele começará a desenvolver suas funções com motivação e júbilo, além de se sentir

valorizado como ser humano. Isso vai acarretar diretamente no crescimento e desempenho da

empresa e na melhoria de vida do trabalhador, o que é mais importante.

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APÊNDICE A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Esclarecimentos

Este é um convite para você participar da pesquisa “Segurança do trabalhador na

indústria de Cerâmica vermelha do Vale do Assu-RN” que é coordenada pela Profa. M.Sc.

Fabrícia Nascimento de Oliveira. Sua participação é voluntária, o que significa que você

poderá desistir a qualquer momento, retirando seu consentimento, sem que isso lhe traga

nenhum prejuízo ou penalidade.

Essa pesquisa procura analisar a segurança do trabalhador no processo produtivo da

indústria de cerâmica vermelha. Caso decida aceitar o convite, você será submetido (a) ao

seguinte procedimento: responder a um questionário sobre as etapas de produção as quais

você está submetido e a sua relação com a segurança do trabalho.

Quanto à participação nesta pesquisa a sua identidade e informações serão preservadas

com total privacidade, sigilo e confidencialidade, evitando qualquer constrangimento,

desconforto ou coação, eliminando possíveis riscos de dimensão física, psíquica, moral,

intelectual, social, cultural ou espiritual do ser humano, em qualquer fase da pesquisa e dela

decorrente, pois o questionário não o identifica, sendo manipulado apenas pelos

pesquisadores.

Você terá os seguintes benefícios ao participar da pesquisa: se for constatado alguma

inadequação nas condições ambientais do trabalho será realizado condutas de orientação,

avaliação e encaminhamento do participante a um profissional especializado.

Todas as informações obtidas serão sigilosas e seu nome não será identificado em

nenhum momento. Os dados serão guardados em local seguro o qual apenas os pesquisadores

terão acesso e a divulgação dos resultados será feita de forma a não identificar os voluntários.

Você ficará com uma cópia deste Termo e toda a dúvida que você tiver a respeito

desta pesquisa, poderá perguntar diretamente para Fernanda Rízia F. Rocha, no endereço de e-

mail [email protected].

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Consentimento Livre e Esclarecido

Estamos de acordo com a participação no estudo descrito acima. Fomos devidamente

esclarecidos quanto aos objetivos da pesquisa, aos procedimentos aos quais seremos

submetidos e dos possíveis riscos que possam advir de tal participação. Foram-nos garantidos

esclarecimentos que venhamos a solicitar durante o curso da pesquisa e o direito de desistir

da participação em qualquer momento, sem que nossa desistência implique em qualquer

prejuízo a nossa pessoa ou de nossa família. A nossa participação na pesquisa não implicará

em custos ou prejuízos adicionais, sejam esses custos ou prejuízos de caráter econômico,

social, psicológico ou moral. Autorizamos assim a publicação dos dados da pesquisa a qual

nos garante o anonimato e o sigilo dos dados referentes à nossa identificação.

Participante da pesquisa ou responsável legal:

NOME: _______________________________________________________________

ASSINATURA: _________________________________________________________

Pesquisador responsável:

NOME: Fernanda Rízia Fernandes Rocha

ASSINATURA: _________________________________________________________

Angicos, _____ de __________________________ de 20_______.

Universidade Federal Rural do Semi-árido

Rua Gamaliel Martins Bezerra, S/N.

Bairro Alto da Alegria – Angicos-RN – CEP: 59.515-000

Tel.: (84) 3531.2472

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APÊNDICE B- FORMULÁRIO

FORMULÁRIO

Este formulário deve ser respondido de maneira

verídica e com responsabilidade de cada um que

respondê-lo, pois a obtenção dos resultados será

apresentada e notificada para o uso de análise de

pesquisa.

Código: ________Data: ____ /____ /____

1-CARACTERIZAÇÃO

SOCIODEMOGRÁFICA DOS

TRABALHADORES

1.1-Sexo:

( ) Feminino ( ) Masculino

1.2-Idade _________

1.3-Estado civil__________________________

1.4-Grau de ensino:

Não sabe ler nem escrever ( )

Ensino fundamental incompleto ( )

Ensino fundamental completo ( )

Ensino médio completo ( )

Ensino médio incompleto ( )

Ensino Superior ( )

Outro_________________________________

2- CARACTERIZAÇÃO DA ESTRUTURA

DE TRABALHO E DO PROCESSO

PRODUTIVO

2.1- Qual a sua função no processo produtivo da

cerâmica?

Ajudante geral ( )

Forneiro ( )

Carregador ( )

Queimador ( )

Outra_________________________________

2.2- Horário de trabalho praticado:

Horário flexível( ) _____________________

Trabalhador por turnos( )________________

Horário rígido( ) _______________________

Jornada contínua ( ) ____________________

Outro ________________________________

2.3- Quantas horas trabalha por dia?

Menos de 7 horas diárias( ) ______________

Entre 7 e 8 horas diárias ( )

Entre 8 e 9 horas diárias ( )

Entre 9 e 10 horas diárias ( )

Entre 10 e 11 horas diárias( )

Mais de 11 horas diárias ( ) _______________

2.3.1- Quantas peças você produz por dia?

______________________________________

3-RELAÇÃO ENTRE O

TRABALHADOR E SUAS

PRÁTICAS DE TRABALHO

3.1 – Como é que classifica o seu ambiente de

trabalho:

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Bom ( )

Ótimo ( )

Excelente ( )

Ruim ( )

Péssimo ( )

3.2-Como faz para prevenir/evitar os

acidentes/riscos no seu ambiente de trabalho?

Utiliza EPI´s ( ), quais ___________________

Utiliza EPC‟s ( ), quais __________________

Respeita a sinalização existente nas zonas de

produção ( )

Diminui o tempo de exposição ao risco ( )

Alterna as tarefas a executar com um colega ( )

Adquire informação sobre o modo de utilização

dos equipamentos ( )

Procede ao controle médico (exames periódicos)

( )

Nenhuma das alíneas anteriores ( )

Outra(s) _____________________________

3.3- Já alguma vez sofreu algum acidente no

local de trabalho?

Sim ( )

Não()

3.4- Onde correu o acidente?

Máquina(s) ( ), qual (is) _________________

Transporte da produção ( )

Obra(s) ( )

Oficina mecânica ( )

Outro local( )qual?_____________________

3.5-De entre os equipamentos de proteção

individual mencionados, qual(is) usa

diariamente:

Capacetes de segurança ( )

Óculos de proteção (com ou sem viseira) ( )

Botas de biqueira de aço e antiderrapantes ( )

Luvas de proteção ( )

Vestuário adequado ( )

Protetores Auriculares ( )

Máscaras/ dispositivos filtrantes ( )

Nenhum ( )

Outro(s)______________________________

3.6- As maquinas em que você trabalha estão

em bom estado?

Sim ( )

Não ( )

3.7-São protegidas por equipamentos de

proteção coletiva?

Sim ( ), quais __________________________

Não ( )

Fonte: Fernanda Rizia F. Rocha, 2012.

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APENDICE C– FOTOGRAFIAS REFERENTES À VISITA REALIZADA NA

CERÂMICA ALVO DO ESTUDO

Figura 6- Riscos de acidentes na máquina do corte da telha

Figura7- Alta incidência de calor no secador mecanizado

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Figura 8- Risco de queda no subimento de telha

Figura 9- Risco de acidente no corte de telha

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Figura 10- Riscos biológicos (esgoto aberto)

Figura 11- Riscos ergonômicos (movimentos repetitivos)

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Figura 12- Risco de acidente, físico e ergonômico no carregamento de telhas

Figura13- Carregamento de peso excessivo

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Figura 14- Risco de acidente (maquinário sem proteção)

Figura 15- Risco físico, ergonômico e de acidente na expedição

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Figura 16- Risco de acidente (maquinário sem proteção)

Figura 17- Risco de acidente (empilhamento de telhas)

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Figura 18- Alta incidência de calor proveniente do secador de telhas mecanizado.

Figura 19- Ventilador/ventulão para diminuição da temperatura dos fornos

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Figura 20- Esgoto aberto (Risco biológico)

Figura 21- Espaço dos operários

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Figura 22- Trabalhador exposto a fumos metálicos

Figura 23- Trabalhador exposto ao calor e poeira respiratória

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Figura 24- Risco de acidente (Local sem sinalização)

Figura 25- Estocagem do pó de serra para alimentação dos fornos (Risco de incêndio)

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Figura 26- Carregamento de peso excessivo.