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94 Indústria Automobilística Brasiliera - 50 anos dia 16 de junho de 1956 é considerada a data de nascimento da indús- tria automobilística no Brasil. Foi quando Jus- celino Kubitschek, cin- co meses após sua posse, assinou o Decreto 39 412, criando o Geia, Grupo Executivo da Indústria Au- tomobilística, 29 dias após a fun- dação da Anfavea, Associação Nacional dos Fabricantes de Veí- culos Automotores. JK jamais poderia imaginar que o Brasil - com o maior nú- mero de montadoras instaladas do mundo - tornar-se-ia o déci- mo produtor mundial de veícu- los, quinto maior produtor de caminhões e primeiro produtor mundial de ônibus. Mas o fascínio do brasileiro pelo automóvel tem origem muito antes, no final do século 19, em plena belle époque, 1871-1914, período em que sur- giam maravilhas como a luz elé- trica, fotografia, telégrafo sem fio, rádio, telefone, gramofone, balões dirigíveis, cinema, bon- de elétrico, motores de combus- tão interna. Muitos já tinham ouvido falar em automóveis no Brasil do século 19, lido a res- peito ou sonhado com eles. Mas o primeiro encontro com essa máquina fascinante - cuja produção consolidaria a indústria do Brasil e transforma- ria seu destino - aconteceu em São Paulo em 1893. O primeiro automóvel a rodar no País foi um Peugeot, comprado em Pa- ris. A máquina fez um giro pela rua Direita, no então refinado Centro de São Paulo. O orgulho- so chauffer era o engenheiro brasileiro Henrique Dumont, milionário produtor de café na região de Ribeirão Preto, SP, pai do jovem Alberto que, treze anos depois, em 1906, faria em Memória Até a 1ª Guerra Mundial o Brasil só importou carros montados. A primeira linha de montagem apareceu em 1919, inaugurada pela Ford, que passou a produzir o Modelo T.

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  • 94 Indstria Automobilstica Brasiliera - 50 anos

    dia 16 de junho de 1956 considerada a data denascimento da inds-tria automobilstica noBrasil. Foi quando Jus-celino Kubitschek, cin-

    co meses aps sua posse, assinouo Decreto 39 412, criando o Geia,Grupo Executivo da Indstria Au-tomobilstica, 29 dias aps a fun-dao da Anfavea, AssociaoNacional dos Fabricantes de Ve-culos Automotores.

    JK jamais poderia imaginarque o Brasil - com o maior n-mero de montadoras instaladasdo mundo - tornar-se-ia o dci-mo produtor mundial de vecu-los, quinto maior produtor decaminhes e primeiro produtormundial de nibus.

    Mas o fascnio do brasileiropelo automvel tem origemmuito antes, no final do sculo19, em plena belle poque,1871-1914, perodo em que sur-

    giam maravilhas como a luz el-trica, fotografia, telgrafo semfio, rdio, telefone, gramofone,bales dirigveis, cinema, bon-de eltrico, motores de combus-to interna. Muitos j tinhamouvido falar em automveis noBrasil do sculo 19, lido a res-peito ou sonhado com eles.

    Mas o primeiro encontrocom essa mquina fascinante -cuja produo consolidaria aindstria do Brasil e transforma-ria seu destino - aconteceu emSo Paulo em 1893. O primeiroautomvel a rodar no Pas foium Peugeot, comprado em Pa-ris. A mquina fez um giro pelarua Direita, no ento refinadoCentro de So Paulo. O orgulho-so chauffer era o engenheirobrasileiro Henrique Dumont,milionrio produtor de caf naregio de Ribeiro Preto, SP, paido jovem Alberto que, trezeanos depois, em 1906, faria em

    Memria

    At a 1 Guerra Mundialo Brasil s importou

    carros montados.A primeira linha demontagem apareceu

    em 1919, inauguradapela Ford, que passou aproduzir o Modelo T.

  • Indstria Automobilstica Brasiliera - 50 anos 95

    Paris o primeiro vo documen-tado num avio e se tornaria oPai da Aviao.

    Em 1903 So Paulo tinhaseis carros, mas no ano seguin-te assistiria ao primeiro boom dosetor: a frota paulistana cresce-ria quase catorze vezes e explo-diria em impressionantes 83 ve-culos. Uma verdadeira coque-luche, como se dizia na So Pau-lo da poca, endinheirada pelaexportao do caf. Igualmen-te em 1904 foi expedida em SoPaulo a primeira carta de moto-rista, concedendo a MenottiFalchi, proprietrio da Fbricade Chocolates Falchi, um doscones de consumo da poca, ottulo de primeiro habilitado adirigir automveis no Brasil.

    Embrio da indstria

    At a 1 Guerra Mundial,1914-1918, o Brasil s importou

    carros montados. A primeira li-nha de montagem apareceu em1919, inaugurada pela Ford, quepassou a produzir o Modelo T,o famoso Ford Bigode, cujas pe-as chegavam em caixas de ma-

  • 96 Indstria Automobilstica Brasiliera - 50 anos

    deira. Em 1925 foi a vez da Ge-neral Motors. No ano seguintea International Harvester come-a a montar caminhes, segui-da pela Fiat em 1928. As coisasiam de vento em popa para asmontadoras mas os negcios de-sabaram violentamente com ocrack da Bolsa de Nova York em1929 e a derrocada da economiacafeeira que retardou a expan-so do setor. Em 1930, a Gene-ral Motors instala-se em SoCaetano do Sul.

    A retomada s viria aps a2 Guerra Mundial, que explodiuem 1939 e terminaria com asbombas atmicas lanadas sobreo Japo em 1945. Neste ano ins-tala-se a Studebaker - que maistarde se transformaria na Vemagdo Brasil -, tornando-se em se-guida representante da MasseyHarris, Kenworth, 1946, Scania-Vabis, 1951, e Ferguson, 1954.

    Em 1938, em plena guerra,o governo Getlio Vargas deci-de criar a FNM, Fbrica Nacio-nal de Motores, para produzirmotores de avio. Durante maisde dez anos a FNM foi respon-svel pela reposio dos propul-

    sores das aeronaves do CorreioAreo Nacional e avies de trei-namento da FAB.

    Em 1949 a estatal transfor-ma-se em empresa de economiamista para a montagem de ca-minhes. Produz duzentos IsottaFraschini - que no ano seguinteiria falncia na Itlia. A FNMpassa a montar a partir de 1951o modelo D-9500, da tambmitaliana Alfa Romeo, que poste-riormente faria parte da Fiat. OsFenem fizeram histria e ga-nharam o corao do povo. Eentraram para o folclore.

    Indstria nacional

    O Brasil tinha 51 milhes dehabitantes em 1950, quandoperdeu a Copa do Mundo parao Uruguai. Em So Paulo AssisChateubriand inaugurava a TVTupi, a primeira emissora de te-leviso do Pas. Nesse perodo osveculos tinham enorme pesonas importaes. Em 1951 repre-sentavam 15,1% dos US$ 1,1 bi-lho que o Pas gastava no mer-cado externo. S a GM, queinaugurou fbrica em So Cae-

    Memria

    Caminho FNM D11000

    Os veculos tinhamenorme peso

    nas importaes.Em 1951 representavam

    15,1% dos US$ 1,1 bilhoque o Pas gastava

    no mercado externo.

  • 98 Indstria Automobilstica Brasiliera - 50 anos

    tano do Sul, SP, em 1930, de1925 at os anos 50 acumulavamais de 200 mil veculos monta-dos no Pas.

    Importava-se 100 mil vecu-los/ano, 60% caminhes, almde autopeas, superando emvalor o que o Brasil gastava competrleo e trigo. As previsesapontavam para crescimento dosetor de 11% ao ano, significan-do cerca de 650 mil caminhesnovos importados at 1960. luz destes nmeros o governoVargas, empenhado em polti-ca nacionalista restringe as im-portaes. Em maro de 1952cria a Subcomisso de Jipes, Tra-tores, Caminhes e Automveis,ligada Comisso de Desenvol-vimento Industrial. O almiranteLcio Meira, defensor da produ-o de veculos nacionais, presi-de a comisso, considerada em-brio da indstria automotiva.

    Vale lembrar: alm da Com-

    panhia Siderrgica Nacional,criada por Vargas em 1941, ha-via incipiente indstria nacionalde autopeas. Ela supriu o mer-cado de reposio na 2 Guerrae calcula-se que produzisse per-to de 3 mil itens. Em agosto de1952 Vargas probe a importa-o de autopeas com similarnacional. Em maro de 1953 pro-be a entrada de veculos com-pletos. Um ano aps Vargas cri-aria a Comisso Executiva deMaterial Automobilstico.

    Mas o processo de instalaoda indstria automobilstica so-freria o impacto do suicdio deGetlio em agosto de 1954 e sretomaria o ritmo inicial no go-verno Kubitschek, 1956-1961.

    Surge a Anfavea

    O peso do setor automo-tivo, alm de se fazer sentir for-temente na economia, irradia-va-se a vrios segmentos da so-ciedade brasileira dos anos 50.O carro tornava-se objeto dedesejo generalizado. Por exem-plo, a revista Selees doReader's Digest de julho de1951, publicao muito lida napoca, divulgava em annciosingnuos as virtudes desses so-nhos de consumo sobre rodas,ento acessveis a pouqussimos.Como o Hudson Hornet e seupoderoso motor de 145 cv ou asmodernssimas linhas dos pra-lamas do novo Mercury V8.

    Um anncio da GeneralMotors do Brasil, tendo cidadefuturista como pano de fundo,com helicpteros e avies cortan-do os cus e driblando prdiosaltssimos - e nenhuma rvore -,apresentava o Oldsmobile commotor Rocket como "a sensaodos carros do futuro". No fal-tavam anncios dos lubrificantesEsso, Atlantic e Texaco, dos tra-tores e arados da Allis-Chalmerse tampouco automveis mais ba-ratos, como o Austin of England,fabricado em Birmingham.

    Memria

    Em 15 de maio de 1956,a indstria de veculosagrupada no Sinfavea

    criava a Anfavea,entidade civil que plantaria

    a semente da indstriaautomotiva nacional

    e que JK sacramentariaum ms depois, com o Geia.

    Anncio na revistaSelees, 1951.

  • Indstria Automobilstica Brasiliera - 50 anos 99

    O Austin marcou pocacomo txi, mais moderno que osantecessores ingleses, os FordPrefect e Anglia. Soluo adequa-da s estradas do Brasil de ento- a maior parte em terra -, apre-sentada na Selees, era o JeepUniversal Willys-Overland, fabri-cado em Toledo, Ohio.

    No captulo dos caminhes,enquanto a International Har-vester convidava o leitor a visi-tar sua rede de trs concessio-nrios para conhecer as virtudesdo caminho a gasolina "refor-ado especialmente para o Bra-sil", a Mack Trucks, de NovaYork, deixava claro que seu die-sel, famoso pela miniatura domal-encarado buldogue na tam-pa do radiador, era o mais ven-dido dos Estados Unidos.

    Foi nesse tempo, em quegente elegante escrevia comcaneta Parker 51, ouvia msicanuma vitrola RCA, usava AquaVelva aps a barba e comia fei-jo defendido de pragas peloDDT da Monsanto, que asmontadoras decidiram se desli-gar do Sindicato da Construoe Montagem, criando em 1955o Sinfavea, Sindicato dos Fabri-cantes de Veculos Automoto-res, e fundando a AssociaoProfissional dos Fabricantes deTratores, Caminhes, Autom-veis e Veculos Similares do Es-tado de So Paulo.

    Seis meses depois, em 15 demaio de 1956, a indstria deveculos agrupada no Sinfaveacriava a Anfavea, entidade civilque plantaria a semente da in-dstria automotiva nacional eque JK sacramentaria um msdepois, com o Geia.

    Anos dourados

    Os anos 50 assistiriam ex-ploso da inconsistente ativida-de industrial brasileira, forte-mente concentrada em So Pau-lo, e revitalizao da economia,em crise desde o declnio da ati-

    vidade cafeeira. Milhes e mi-lhes de dlares seriam investi-dos no processo de nacionaliza-o das montadoras. Os desafi-os eram enormes. Quase nohavia trabalhadores habilitadose tecnologia local. A disponibili-dade de capital para a indstriade autopeas era escassa e ainfra-estrutura tremendamenteprecria. Pioneiros contam queum telefonema interurbano deSo Bernardo para So Paulo -30 quilmetros de distncia -poderia ter espera de at trsdias. Com as matrizes no Exteri-or s se comunicava por carta outelegrama. Tambm era dram-tica a ligao viria de So Pauloa So Bernardo: trechos em ter-ra exigiam coragem dos moto-ristas e, quando chovia, disposi-o de dormir na estrada.

    Dcada de 50

    A Volkswagen importa o pri-meiro Fusca para testar sua acei-tao no Brasil. Com motor 1200e alavanca de cmbio no painelcom trs marchas, o carro foi ven-dido ao paulistano RodolfoMaerz por Cr$ 59,7 mil, mais Cr$1 mil 493 em selos. Outra que ini-ciava estudos sobre a viabilidade

    Pioneiros contam queum telefonema interurbano

    de So Bernardo paraSo Paulo - 30 quilmetros

    de distncia - poderiater espera de at trs dias.

    Inaugurao dos escritrios e fbricada General Motors of Brazil, em 1925

  • 102 Indstria Automobilstica Brasiliera - 50 anos

    de fabricar aqui caminhes e ni-bus era a Mercedes-Benz. J aGM, ou Companhia Geral deMotores, solidamente instaladadesde 1925, diversificava e prepa-rava linha de montagem para ge-ladeiras Frigidaire, cujo modelonacional iria ao mercado no anoseguinte.

    Getlio Vargas cria a Petro-bras. Em 23 de maro, com dozefuncionrios e capital de Cr$ 60milhes fundada a Volks-wagen do Brasil. Instalada emarmazm alugado na rua doManifesto, Ipiranga, em SoPaulo, inicia a montagem daKombi e do sed 1200. Sua vin-da coroava tratativas iniciadasem 1949 pelo Grupo MonteiroAranha, convencendo a direoda VW das vantagens do Brasil.Naquele ano, enquanto a Vol-vo prospectava a viabilidade doPas, a Mercedes-Benz do Brasilera fundada e construa sua f-brica em So Bernardo. Foiquando a Ford - que comemo-

    rava 50 anos de fundao porHenry Ford e 40 milhes de ve-culos produzidos - inauguroufbrica no Ipiranga, em SoPaulo. De olho no futuro a GMadquire vasta rea de terra emSo Jos dos Campos, SP, paraa construo de fundio demotores e segunda fbrica. Noano seguinte comemoraria 500mil baterias Etna e Delcofabricadas em So Caetano. NoRio Grande do Sul nascia a Fras-le, produtora de lonas de frei-os, embrio da Agrale, que fa-bricaria motores, tratores, cami-nhes. A Caterpillar comea afabricar em So Paulo, SP, em1954.

    Era tido como impossvelfundir bloco de motor em pastropical. Mas sob a orientaodos tcnicos da Mercedes-Benza Sofunge derruba o mito e fun-de o primeiro bloco de motordiesel no Brasil. Posteriormentea Sofunge seria adquirida pelaMercedes.

    Juscelino toma posse em 31de janeiro e lana seu Progra-ma de Metas. Em 16 de junhocria o Geia e em 28 de setem-bro inauguraria oficialmente aMercedes-Benz do Brasil. Guia-ria verso conversvel, ornadacom flores, do caminho L-312,primeiro diesel nacional. Na-quele ano a GM iniciaria sua f-brica em So Jos dos Campos.Em 5 de setembro sai da linhade montagem da MquinasAgrcolas Romi, em Santa Br-bara do Oeste, SP, a Romi-Isetta,primeiro carro de passageirosnacional, com ndice de nacio-nalizao de 70%. Dois meses

    Memria

    JK dirige o L-312, o primeiro caminhoMarcedes-Benz brasileiro, 1956

    No ano em que o Brasilvenceu sua primeira

    Copa do Mundo a GMcomemorou 1 milho de

    baterias e fabricouseu primeiro motor fundido,

    forjado e usinadoem So Jos dos Campos.

  • Indstria Automobilstica Brasiliera - 50 anos 103

    depois, em 19 de novembro, fabricada pela Vemag a primei-ra camioneta DKW, com 60%do seu peso nacionalizado. ODKW lanado no Rio, noCopacabana Palace, em festaregada a champanha.

    Em 2 de setembro aVolkswagen inaugura sua fbri-ca em So Bernardo: uma Kombicom motor 1200 foi o primeiroVW made in Brazil com metadedas peas importadas. A empre-sa fecharia o ano com 2 mil 268Fuscas e 522 Kombis produzidos.O ano veria a instalao da sue-ca Scania-Vabis Motores Diesele a produo dos primeiros ca-minhes Ford F-600 a gasolina.J a GM lana seu primeiro ca-minho nacional e recebe sinalverde do Geia para a fabricaode caminhes leves. A FNM co-mea a produzir caminhes. AWillys-Overland tambm entraem produo. O ano fecha coma venda de 30 mil 977 veculos,para uma produo de 30 mil542 unidades.

    No ano em que o Brasilvenceu sua primeira Copa doMundo a GM comemorou 1milho de baterias e fabricouseu primeiro motor fundido,forjado e usinado em So Josdos Campos. Igualmente a Fordinaugurava fundio de moto-res em Osasco, SP, e nacionali-zava seu lendrio V8 a gasoli-na. A Scania produziria seu pri-meiro caminho e daria incio construo de fbrica de mo-tores no Ipiranga, enquanto aMercedes introduzia a primei-ra novidade em nibus: o pri-meiro monobloco, O321. Em 23

    de janeiro a Toyota do Brasil In-dstria e Comrcio, uma empre-sa limitada, instala-se na ruaBoa Vista, Centro de So Pau-lo. Em menos de um ano inau-guraria linha de montagem naavenida Presidente Wilson, noIpiranga.

    O dia 3 de janeiro entracomo marco na indstria auto-motiva quando JK assiste ao lan-amento do primeiro Fusca madein Brazil e passeia pela fbrica deSo Bernardo a bordo de umsed conversvel. O Fusca tornar-se-ia o primeiro automvel debaixo custo, responsvel pelamotorizao de milhes de bra-sileiros. O primeiro Fusca tinha95% de nacionalizao e foi ven-dido ao paulistano EduardoAndrea Matarazzo por Cr$ 471,5mil pela concessionria MarcasFamosas. JK tambm inaugura-ria em 1959 a nova fbrica GMem So Jos dos Campos. Nesteano nasce a Karmann-Ghia doBrasil, a Toyota lanaria seu pri-meiro Bandeirante com 60% denacionalizao e a Scania inau-guraria fbrica e faria seu primei-ro motor aqui. O ano marca a

    O Fusca tornar-se-iao primeiro automvel

    de baixo custo, responsvelpela motorizao de

    milhes de brasileiros.

    Juscelino Kibitscheck, Shultz-Wenk eHeinrich Nordhoff, em 1959.

  • 104 Indstria Automobilstica Brasiliera - 50 anos

    primeira visita ao Brasil de HenryFord, que assistiu ao lanamen-to do caminho leve F-350 brasi-leiro. Sai de linha a Romi-Isetta.A Simca entra em produo.

    Dcada de 60

    Juscelino inaugura Braslia.Balano do governo JK - queentrega a Presidncia a JnioQuadros em janeiro de 1961 -mostra impressionantes resulta-dos do seu Plano de Metas nosetor industrial. Segundo BorisFausto, na sua Histria Concisado Brasil, o valor da produoindustrial de 1955 e 1961, des-contada a inflao, cresceria80%, com altas porcentagensna indstria do ao, 100%, me-cnica, 125%, de eletricidade ecomunicao, 380%, e de ma-terial de transporte, 600%. De1957 a 1961 o PIB cresceria 7%ao ano, correspondendo taxaper capita de quase 4%. Na d-cada de 50 o Brasil veria o PIB

    per capita crescer trs vezesmais do que no resto da Am-rica Latina.

    Em 1960 Ford, GM, Volks-wagen e Willys Overland, con-centradas no ABC Paulista, pro-duziram 78% dos 133 mil 41 ve-culos fabricados no Pas, dosquais o mercado interno absor-ve 131 mil 41. O ano marca olanamento do trator Ford 8BRDiesel. A Mercedes lana o pri-meiro caminho de trao to-tal, o LAP-321. tambm em1960 que a Karmann-Ghia lan-a seu belo cup montado so-bre chassis Volkswagen, comcarroaria do italiano LuigiSegre, do Studio Ghia: at 1971produziria 41,6 mil unidades.Em 25 de novembro inaugu-rado o l Salo do Automvelno Pavilho de Exposies doParque do Ibirapuera. O anotermina com preocupantes26,3% de inflao. Ainda em1960, a Valtra comea a produ-zir tratores em Mogi das Cru-zes, SP.

    A GM produz seu veculo60 mil. A Ford lana o caminhoF-600 Diesel e fabrica o milsi-mo trator 8BR. A Mercedes-Benz inicia exportaes para aAmrica Latina e a Toyota pas-sa a S. A. O ento primeiro pri-meiro-ministro do Brasil,Tancredo Neves, inaugura o 2Salo do Automvel, com 150expositores: montadoras,autopeas, componentes eacessrios. As grandes atraesforam o esportivo WillysInterlagos com motor Gordini,Simca Chambord e Fusca 1200.A inflao cresce alcanando33,3% no ano. E em 25 de agos-to Jnio renuncia Presidncia.A Massey-Ferguson, sob as asasda Vemag, inicia sua atuaono Brasil, em So Paulo.

    Memria

    O presidente Joo Goulart inaugura afbrica da Scania, em 1962.

    De 1957 a 1961 o PIBcresceria 7% ao ano,

    correspondendo taxaper capita de quase 4%.Na dcada de 50 o Brasil

    veria o PIB per capitacrescer trs vezes mais doque na Amrica Latina.

  • 106 Indstria Automobilstica Brasiliera - 50 anos

    Tancredo Neves demite-secomo primeiro-ministro e JooGoulart - que era vice de Jnio -, assume a Presidncia. Goulartinaugura a fabrica Scania em SoBernardo e desfilaria no meiodos operrios num jipeCandango DKW Vemag sem ca-pota. Neste ano o almirante L-cio Meira inaugura a fbricaToyota na estrada de Pirapori-nha, em So Bernardo. A Fordcomemorava 65 mil veculos pro-duzidos e lanava seu novo ca-minho Super Ford. O ministroda Fazenda, Celso Furtado, lan-a o Plano Trienal que pretendiaconjugar crescimento com refor-mas sociais e combate inflao.A inflao alcana 54,8%.

    Enquanto a GM comemora-va venda de 500 mil geladeiras aFord mundial marcava 60 milhesde veculos produzidos. O anofecha com inflao de 80,2%.

    Golpe de Estado derruba ogoverno constitucional de

    Goulart e inicia regime militarque s acabaria em 1985. O ge-neral Castelo Branco ocupa a Pre-sidncia. Neste ano Ford e Gene-ral Motors comemorariam a pro-duo de 100 mil veculos no Bra-sil, cada uma. A Mercedes lanao L-1111 com cabine semi-avan-ada. A combinao do corte dedespesas do governo militar comaumento da arrecadao reduz odficit pblico anual de 4,2% doPIB, em 1963, para 3,2% em 1964e para 1,6% no ano seguinte. Masa inflao salta para 86,4%. AAgrale comea a produzir trato-res no Rio Grande do Sul.

    A Volkswagen assume a lide-rana do mercado. A Toyota co-memora 5 mil Bandeirante produ-zidos. Francisco Stdile compra aAgrisa, transferindo sua linha demicrotratores para a Fras-le, emCaxias do Sul, RS. As vendas inter-nas do salto de 43% sobre os re-sultados de 1960, com 188 mil ve-culos e mquinas agrcolas ven-didos, 56 mil a mais do que h cin-co anos. A SLC comea a produzirtratores em Horizontina, RS.

    A Scania lana no Brasil ocaminho L 76 e o nibus B 76 ecomemora marca mundial de100 mil veculos. A forte infla-o de 1964 comea a ceder e oPIB volta a crescer. O prottipoCarcar, com motor DKW, que-bra o recorde brasileiro de ve-locidade na BR 101, Rio-Santos:214 km/hora.

    A Ford lana o Galaxie 500,

    Memria

    Em 1958, o L-75, o primeiro veculoScania brasileiro.

    Em 1964, Ford eGeneral Motors

    comemorariam a produode 100 mil veculosno Brasil, cada uma.

  • Indstria Automobilstica Brasiliera - 50 anos 107

    carro de luxo com motor V8. Amontadora assume o controleno Brasil da Willys Overland. Ja Volkswagen incorporaria aVemag e marca a produo de500 mil VW no Brasil. A Agrisaproduz o motor M-90 diesel,sob licena da alem Motoren-fabrik Hatz, j com a denomi-nao Agrale M-90. No final doano sai de linha o ltimo DKWVemag.

    O regime militar decreta oAI 5, Ato Institucional nmero5. Comea o perodo do chama-do milagre econmico brasilei-ro, que iria at 1973. O ano mar-ca impressionante crescimentodo PIB de 11,2%, corresponden-do a 8,1% no clculo per capita.A indstria automobilstica lide-ra a recuperao, seguida pelade produtos qumicos e materi-al eltrico. Com o BNH a cons-truo civil se expande e VW,Ford e GM so responsveis porquase 98% dos veculos produ-zidos. A Ford lana o Corcel qua-tro portas e o Galaxie LTD. A GMlana o Opala, seu primeiro car-ro de passageiros no Brasil, de-rivado do Opel. A Mercedes bra-sileira comemora seus 100 milcaminhes e o mundo veria a as-sociao da Saab com a Scania-Vabis. O ano seria um marcopara a Toyota, que coloca nomercado o Bandeirantes comndice de nacionalizao de100%. O governo estabelececontrole de preos para frear ainflao que comea a cair apartir de 25,4%.

    O milagre do regime mili-tar continua, com o PIB cres-cendo 10% no ano, corres-pondendo a 6,8% per capita.

    Em ano de agitao polticagrupo radical seqestra o em-baixador americano, CharlesBurke Elbrick no Rio, depoistrocado por quinze presos po-lticos. A Ford-Willys comemo-ra 24,2 mil Corcel vendidos noPas e lana os Cup e GT. En-quanto a GM produz o veculo500 mil a Fiat inicia negocia-o para estabelecer fbrica noBrasil. A Mercedes compra aSofunge e adota injeo dire-ta de diesel nos seus motores.A indstria brasileira de auto-mveis inicia as exportaes: 3unidades. A Chrysler entra emproduo.

    Dcada de 70

    O Brasil tri-campeomundial de futebol quando oIBGE anuncia que a populaourbana j ultrapassa a rural. Aindstria automobilstica ven-deria ao mercado interno 416mil 704 veculos e exportaria409 unidades. A Volkswagenproduziria seu veculo 1 milhoe lanaria o Fusco, com motor1500, mas suas maiores novida-des so o lanamento e a ex-portao da Variant e, de par-

    O caminho Mercedes-Benz L-1111lanado em 1964.

    O prottipo Carcar,com motor DKW, quebra

    o recorde brasileiro develocidade na BR 101,

    Rio-Santos:214 km/hora.

  • 110 Indstria Automobilstica Brasiliera - 50 anos

    ceria com a Karmann-Ghia, nas-cia o esportivo TC 1600. J aFord colocava no mercado oCorcel Belina. A grande novida-de do 7 Salo do Automvelfoi sua mudana do Ibirapuerapara o Anhembi. As vedetesforam o Dodge Charger, AlfaRomeo 2150 da FNM, Corcel GT,Ford Landau, Karmann-GhiaTC, Volkswagen TL e Variant. AVolkswagen amplia suas ativi-dades para Taubat, SP. AGurgel entra em produo.

    O setor quebra a barreirado meio milho. Produz mais de516 mil veculos e vende 509 mil623 ao mercado interno. O lan-amento do Ford Landau coin-cide com a produo do cami-nho 200 mil. A Mercedes-Benzcoloca no mercado seus primei-ros semi-pesados L-1313, 20 13e 2213, enquanto a Scania lan-a no Brasil o L 110 e o nibus B110.

    No ano em que a Ford bra-sileira comemora 1 milho deveculos produzidos o IBGE in-formava que 52,5% da popula-o economicamente ativa re-cebia menos de um salrio m-nimo e 22,8% de um e dois sa-lrios. A Fiat iniciava testes noBrasil com os modelos 126 e 127para escolher qual fabricaria noBrasil. Outro candidato era oFiat 128, fabricado na Argenti-na. A VW comemora a produ-o de 1 milho de Fusca 1200e lana com a Karmann-Ghia oesportivo SP 2. lanado oMercedinho L-608, primeiroleve da Mercedes e a Toyota co-memora 10 mil Bandeirante. O8 Salo do Automvel festeja

    recorde de 236 expositores. Asestrelas foram Chevette, Dodge1800, Ford Maverick, PumaGTB, Volkswagen SP2 e o MPLafer, rplica em fibra do MGingls.

    Termina o milagre econ-mico do regime militar. A pol-tica concentradora mostra sal-rio mnimo tremendamentedesvalorizado: tomado como100 seu poder de compra em1959 cara para 39 em 1973. Advida externa de US$ 3 bilhesem 1963 passa para US$ 12,5bilhes. J o ingresso de capi-tal estrangeiro mostrava recor-de: US$ 4,3 bilhes em 1973,quase o dobro de 1971 e maisde trs vezes o de 1970. A in-dstria automotiva lidera ocrescimento industrial com ta-xas anuais acima de 30%. Aampliao do crdito ao consu-midor e a reviso das normasde produo, autorizando a fa-bricao de carros mdios, atra-ram fortes investimentos prin-cipalmente da GM, Ford eChrysler. A Fiat formaliza juntoao governo de Minas Geraisconstruo de fbrica e defineo modelo 127 como base paraproduzir seu primeiro carro noPas. Adaptado s condiesbrasileiras o 127 ganharia mo-tor mais potente e suspensoreforada, dando origem aoFiat 147 que seria fabricado emBetim, MG. A VW comemora 2milhes de veculos e lana oBraslia, feito especialmentepara o Brasil. A Ford lana oMaverick e a Mercedes come-mora o veculo 200 mil. O anotambm marca o Projeto Volvopara instalao de fbrica. Ogeneral Ernesto Geisel inaugu-ra o 9. Salo do Automvel,onde se destacam o Passat,Fusco 1600 e Caravan.

    Memria

    A barreira dos500 mil veculosproduzidos/anoseria rompida

    em 1971.

  • Indstria Automobilstica Brasiliera - 50 anos 111

    Chega ao mercado oPassat, primeiro Volkswagenbrasileiro refrigerado a gua ecom trao dianteira. Enquan-to a Fiat constri em Betim aVolvo estuda reas em Campi-nas, SP, Belo Horizonte, MG, ePorto Alegre, RS, sugeridas pelogoverno, para sua fbrica. Mas,por empenho de KarlosRischbieter, secretrio do Ban-co do Desenvolvimento doParan, a Volvo opta pelo Dis-trito Industrial de Curitiba, PR,que na poca uma era apenasuma plantao de tomates ondes se chegava em carro 4x4. AGM comemora 1 milho de ve-culos fabricados e montados noBrasil, e inaugura seu campo deprovas em Indaiatuba, SP. AMercedes produz o nibusmonobloco 20 mil e a Toyotainaugura fundio prpria.

    Criado o Proalcool, Progra-ma Nacional do lcool, soluobrasileira crise do petrleoque impactava o mundo. AVolkswagen produz seu vecu-lo 3 milhes. A Ford completa-ria 1,5 milho de veculos pro-duzidos e lana os caminhesF-400 e F-4000, inaugura fbri-ca em Taubat, SP, e Jaboato,PE. Em 1975 a Mercedes-Benzcomemora 300 mil veculos eadquire rea em Campinas parasua segunda fbrica. Em SoBernardo inaugura nova linhade montagem e adota aturboalimentao de motores.J a Toyota inaugurava forjariaprpria. Com nova planta emCaxias do Sul a Agrale inicia aproduo de tratores e moto-res. A Komatsu instala-se emSuzano, SP.

    O lendrio Gianni Agnelli,dirigente da Fiat, e o generalGeisel inauguram a fbrica deBetim. A propaganda do carro,apresentado como opo aoFusca, ento o mais vendido noBrasil, mostrava o 147 subindoa escadaria da igreja da Penha,no Rio. Com motor transversaldianteiro o 147 carregava o es-tepe dentro do motor, o queobrigou a empresa a insistir nainformao de que o calor noderreteria o pneu, que supor-tava temperaturas maiores aorodar.

    A Ford festeja a produodo milsimo trator e inauguranova fbrica de tratores em SoBernardo. E lana o picape FordF-100 de quatro cilindros OHC.A Mercedes-Benz iniciaterraplenagem em Campinas ea GM comemora produo acu-mulada de 1 milho de vecu-los e de 5 milhes de baterias.A Caterpillar transfere-se paraPiracicaba. Clima de incertezamarca o 10 Salo do Autom-vel por conta da recesso daeconomia que sofria com o cho-que do petrleo. Surgem os pri-meiros carros a lcool e a novi-dade foi o Fiat 147. Destaquespara Opala Diplomata e AlfaRomeo Executive. O Volks-

    Em 1973,a Fiat formaliza junto

    ao governo de Minas Geraisconstruo de fbricae define o modelo 127

    como base paraproduzir seu primeiro

    carro no Pas.

    Linha de montagem doToyota Bandeirante, 1983.

  • 112 Indstria Automobilstica Brasiliera - 50 anos

    wagen Braslia quatro portastambm esteve presente.

    Lanada pedra fundamen-tal da Volvo em Curitiba. Produ-o do Volkswagen 4 milhes.A Ford lana o Corcel 2 e o ca-minho Ford FT-7000 diesel. AMercedes completa a produode 400 mil veculos, 500 mil mo-tores diesel e 30 mil nibusmonobloco. A Scania lana L 111e nibus B 111.

    O setor quebra a marca domilho: produz 1 milho 60 milveculos num ano marcado poronda de greves dos metalrgicosdo ABC, atingindo montadorase autopeas. Em 24 de agosto constituda a Volvo do Brasil, quefunciona em casa alugada deCuritiba e contrata seu primeiroengenheiro, Salvador Porres. AFiat lana o picape 147, primeirocomercial leve derivado de carrodo Brasil. A Ford festeja 2 milhesde veculos e inaugura campo deprovas em Tatu, SP. J aMercedes inicia produo denibus na fbrica de Campinas.A Scania lana os caminhes decabina avanada LK 111 e 141. O11 Salo do Automvel come-mora 8 milhes de veculos noBrasil e mostra Chevette quatroportas, Alfa Romeo 2300 e o ni-bus Mercedes 0-364. A Mercedes-Benz comea a produzir em Cam-pinas, SP, em unidade que hoje Central de Peas.

    O general Joo Figueiredoassume a Presidncia. A boa not-

    cia a promulgao da anistiapoltica pelo regime militar. Ou-tra a quebra da barreira do mi-lho pela indstria automotiva:1 milho 14 mil 925 unidades ven-didas ao mercado interno. O fimda dcada seria marcado por cam-panha salarial do Sindicato dosMetalrgicos de So Bernardo,com greves lideradas pelo seuento presidente, Lus Incio daSilva. O movimento se espalha aoutros setores. Cerca de 3,2 mi-lhes de trabalhadores entramem greve. S os metalrgicos fi-zeram 27 greves, paralisado 978mil trabalhadores. Ao mesmotempo ocorreram vinte greves deprofessores, reunindo 766 milprofissionais. Nesse ano aVolkswagen inaugura a fbricade Taubat, SP, e comemora aproduo de 5 milhes de vecu-los lanando seus primeiros mo-tores a lcool. A Fiat lana o 147a lcool. A Ford lana o picape F-1000 diesel. A GM cria o Consr-cio Nacional Chevrolet e pra afabricao de geladeiras. AMercedes comemora a produobrasileira de 500 mil veculos, 700mil motores e 40 mil nibusmonobloco transferindo toda fa-bricao de nibus para Campi-nas. A Volvo s inauguraria fbri-ca no ano seguinte, mas produzseu primeiro chassis de nibusB58 em Curitiba, enquanto aToyota produz o Bandeirante 20mil. A John Deere chega ao Bra-sil associada SLC.

    Dcada de 80

    Nasce o PT, Partido dos Tra-balhadores, em ano marcado porinflao alcanando 110,2%.Apesar das incertezas o setorcontinua a investir e termina oano com a produo de 1,1 mi-lho de veculos e mquinasagrcolas, dos quais 980,8 mil

    Memria

    Quebra da barreirado milho de vendasao mercado interno

    em 1978, com 1,1 milhode unidades

  • 114 Indstria Automobilstica Brasiliera - 50 anos

    so colocados no mercado inter-no e mais de 157 mil exporta-dos. inaugurada a fbrica Vol-vo em Curitiba. A Ford pe nomercado veculos a lcool e tam-bm lana caminhes diesel F-2000, F-13000 e F-21000, en-quanto a GM produz seu vecu-lo 2 milhes. Com a compra daChrysler criada a VolkswagenCaminhes e o Grupo MonteiroAranha vende 50% da sua par-ticipao na Volkswagen brasi-leira para o governo do Kuwait.A Mercedes-Benz produz o mo-tor diesel 800 mil.

    No Rio bomba explode noRiocentro dentro de carro comdois militares. A inflao caapara 95,2%, mas instalava-se pro-cesso de recesso da economia:pela primeira vez desde 1947 oPIB negativo, queda de 3,1%.Ignorando a crise a Ford lana oDel Rey e a GM o Monza. AMercedes produz a caixa de cm-bio 500 mil e a Scania lana oscaminhes T e R 112 e 142. OBandeirante 30 mil produzidopela Toyota. O vice-presidenteAureliano Chaves inaugura o 12

    Salo do Automvel, cujas estre-las foram Gol, Voyage e Saveiro,Ford Del Rey, Fiat Panorama,Gurgel Xef. A Massey Fergusontransfere-se para Canoas, RS.

    A inflao chega a 99,7% e odesequilbrio das contas internascresce. Instala-se a estagflao, ca-samento da estagnao da econo-mia com a inflao. A produoda Volkswagen chega a 6 milhese a empresa exporta caminhespara a Bolvia e motores para osEstados Unidos. Suas exportaesde cmbios ultrapassam 1 milhode unidades. A Scania lana os ni-bus K 112 e S 112. A Agrale iniciaa produo de veculos.

    PIB em queda, desempregoem alta. Desde 1981 o PIB mos-traria queda mdia de 1,6%. Ossetores mais atingidos foram in-dstria de bens de capital e con-sumo durvel. Tecnicamente in-solvente o Pas recorre ao FMI.Isso no desencoraja a Mercedesde lanar o primeiro caminhopesado acima de 40 toneladas, oLS-1929 para 45 toneladas.Tampouco inibe a Ford de colo-car no mercado os Escort XR-3,Del Rey Scala e motores CHT. AVolvo marca 5 mil caminhesbrasileiros produzidos.

    Nos estertores da ditadurade 64 o Pas agita-se com a cam-panha das Diretas J! No Paran fundado o MST. A inflao sal-ta para 223,8% no ano e a dvi-da externa vai a US$ 91 bilhes,equivalentes a 46,3% do PIB.

    Memria

    Primeiro caminho Agrale,lanado em 1981.

    Dentre outros problemasa indstria encara

    o desafio de explicars matrizes comoelaborar clculos

    em regime de inflaocrescente de trs dgitos.

  • Indstria Automobilstica Brasiliera - 50 anos 115

    Dentre outros problemas a in-dstria encara o desafio de ex-plicar s matrizes como elaborarclculos em regime de inflaocrescente de trs dgitos. As ven-das caem para 677 mil veculos,66,71% menos do que os 1 mi-lho 140 mil de 1979. Mas o se-tor prossegue: a Ford investe eminformatizao e adota o CAD e,no ano, comemoraria 2 milhesde Ford produzidos aqui. AMercedes-Benz anuncia a produ-o do motor diesel 1 milho ecomea a fabricar motores paracaminhes, mas de ciclo Otto emovidos a lcool. Tambm reno-va os nibus rodovirios O-370/371. Inovando, a Scania lana oprimeiro caminho brasileirocom intercooler enquanto aToyota comemora 40 mil Bandei-rante produzidos. O Fiat Uno, osVW Santana e Quantum so asestrelas do 13 Salo do Autom-vel. Destaques para o GurgelCarajs e para os caminhes FordCargo mdios, os pesados Scaniada Linha H, o Fiat 190 Turbo e oMercedes-Benz 1929.

    Fim do regime militar. Porvotao indireta o colgio elei-toral, o Parlamento, elegeTancredo Neves presidente. Em15 de maro, vspera da posse,ele adoece e morre em So Pau-lo em 21 de abril. Em clima decomoo nacional toma posse ovice, Jos Sarney. Poltica de cor-te nas importaes gera saldo nabalana comercial de US$ 13,1bilhes - que permitia pagar ju-ros da dvida. Mas o ano termi-na com dramtica inflao de285%. Dentre os poucos lana-mentos destacam-se o caminhoCargo, o picape F-1000 e o EscortXR-3, produzido em parceriacom a Karmann-Ghia. A Volvofecha o ano com 10 mil cami-nhes produzidos.

    Em 28 de fevereiro Sarneyanuncia o Plano Cruzado, trszeros so cortados da moeda.Preos e cmbio so congeladosindeterminadamente e os alu-guis por um ano. A produode veculos cai para 966,7 mil,dos quais 763,1 mil so vendi-dos ao mercado interno e 207,6mil exportados. Quando o mi-nistro da Fazenda, DlsonFunaro, aplicou o Plano Cruza-do as fabricantes de veculos,mquinas agrcolas includas,comemoravam recorde de em-pregos nunca mais alcanado:157 mil 668 trabalhadores comcarteira assinada, dos quais maisde 129 mil empregados na in-dstria de veculos. Cai comouma bomba no setor a notciade que Ford e Volkswagen tra-balhariam juntas no Brasil e Ar-gentina. Provocando consterna-o nacional o Fusca sai de li-nha. A Volkswagen comemora7 milhes de veculos brasileiros.A Scania bate recorde de ven-das no Pas: 5 mil 8 caminhesvendidos. Sem novidades eimpactadas pelas incertezas daeconomia as associadas daAnfavea - com exceo da Gur-gel - no participam do 14 Sa-lo do Automvel, que s mos-trou carros importados, fora-de-srie e modificados. Em 21 denovembro Funaro lana o Pla-no Cruzado 2.

    Funaro demite-se e LuizCarlos Bresser Pereira assume aFazenda. Em junho lana o PlanoBresser, que congela preos, sal-rios, aluguis e cria a URP, unida-de de reposio de preos. Em 10de julho a Volkswagen alem e aFord americana sacramentam a

    Cai como uma bombano setor a notcia de que

    Ford e Volkswagentrabalhariam juntas

    no Brasil e Argentina.Provocando consternao

    nacional o Fuscasai de linha.

  • 116 Indstria Automobilstica Brasiliera - 50 anos

    formao da Autolatina Comr-cio, Negcios e Participaes, com51% de aes da Volkswagen doBrasil e 49% de aes da FordBrasil. Elas mantm suas marcasnos produtos mas comunizamprojetos, sistemas, compras, mo-tores, peas. O Gol torna-se o car-ro mais vendido do Pas. Em de-zembro Bresser substitudo porMalson da Nbrega que adota oque denomina de poltica do fei-jo-com-arroz: sem surpresas nemimpactos.

    Quando promulgada aNova Constituio a dvida exter-na somava US$ 113 bilhes e aVolkswagen comemorava 35 anosde Brasil, acumulando 7,5 milhesde veculos produzidos. Em SoCaetano inaugurado o centrotecnolgico da GM e em SoBernardo a Mercedes-Benz d in-cio renovao de linha com aapresentao dos caminhes le-ves 709 e 912. Os GM Veraneio eBonanza, a Parati 1.8 e o GurgelBR 800 so os destaques do 15Salo do Automvel.

    Pas beira da hiperin-flao, que chega 1.764% noacumulado do ano e sobe verti-ginosamente at 6.584%, nosdoze meses at abril de 1990. Em15 de janeiro Malson da N-brega abandona a tal polticado feijo-com-arroz e anuncia oPlano Vero: novos congela-mentos, desvalorizao da mo-eda frente ao dlar, fim da URP,criao do cruzado novo e d-lar turismo. Mas nem a ameaade hiperinflao demove aToyota de projetar fbrica bra-sileira para o Corolla, seu carrode maior sucesso mundial: com-pra rea em Indaiatuba, prxi-ma do campo de provas da GM,que lanava aqui o Kadett. En-quanto a Fiat comemora a ven-da de 1 milho de veculos a VWalcana produo de 8 milhes.A Mercedes investe na renova-o dos caminhes mdios esemipesados e produz seu cami-nho leve 100 mil. A Scania fe-cha a dcada lanando no Bra-sil o primeiro caminho com po-tncia superior a 400 cv.

    Memria

    O Gol GTI, 1988:um dos primeiros automveis a terinjeo eletrnica no Brasil

    Quando promulgada anova Constituio a dvidaexterna somava US$ 113

    bilhes e a Volkswagencomemorava 35 anos

    de Brasil, acumulando7,5 milhes de veculos

    produzidos.

  • Indstria Automobilstica Brasiliera - 50 anos 117

    Dcada de 90

    Em cenrio de hiperin-flao o presidente eleito,Fernando Collor de Mello, paraquem os carros brasileiros eramcarroas, toma posse em mar-o, com inflao de 80% noms. Collor anuncia choqueeconmico radical no dia daposse: apesar do tremendo im-pacto provocado pelo confiscodas contas bancrias e caderne-tas de poupana - provocou atsuicdios - no teve eficcia: oano terminaria com inflaoacumulada de 1.797%, semperspectivas de conteno daalta dos preos e com dennci-as de favorecimento na libera-o de contas confiscadas pelotesoureiro da campanha. A pro-duo cai para 914,4 mil vecu-

    los e 712,6 mil so vendidos aomercado interno. Mas o gover-no d incio abertura das im-portaes forando a compe-titividade da indstria, at en-to artificialmente protegidapor reservas de mercado. Umdos fatos mais expressivos dadcada foi a Cmara Setorial daIndstria Automobilstica, reu-nindo representantes demontadoras, autopeas, com-ponentes, revendedores, traba-lhadores e dos governos fede-ral e estaduais. Em 28 de de-zembro efetiva-se a Autolatina:com 47 mil empregados torna-se a maior indstria automotivado Pas, que investiria US$ 2,5bilhes no perodo 1994-1998.Os primeiros resultados prticosso o lanamento do FordVerona e do VW Apollo, nesseano em que a fbrica Volks-wagen de Taubat produzia oveculo 1 milho e fez-se a mu-dana da fbrica de caminhes

    Fbrica da Toyota,em Indaiatuba, SP

  • O que perfeio?

    Para algumas pessoas, perfeio preciso.

    So as coisas exatas. As solues definitivas. Para outros,

    perfeio beleza. So as formas absolutas. Que no

    dependem de modismos. E existem aqueles para

    quem a perfeio uma obsesso pelo que bem-feito

    e pela excelncia.

    Para a Volkswagen, perfeio mais do que tudo isso.

    fazer o que h de melhor e colocar este resultado

    ao alcance de todos. Porque, para a gente, uma coisa

    s perfeita se fizer parte da sua vida.

  • 120 Indstria Automobilstica Brasiliera - 50 anos

    Volkswagen de So Bernardopara o Ipiranga. O ano foi im-pactante para a indstria deautopeas. A GM introduz oprograma global sourcingredimensionando mundialmen-te seus veculos, de modo queas peas pudessem ser adquiri-das em qualquer pas. No Bra-sil a GM convoca os fornecedo-res a colocar seus preos nosnveis internacionais, mais bai-xos, e pleiteia imediata reduode 15%. Em Betim a Fiat lanao Uno 1.0 e comemora produ-o acumulada de 3 milhes demotores e exportao de 1 mi-lho de carros. Com os impor-tados liberados brilham no 16Salo do Automvel o luxo deFerrari, Mercedes-Benz, AlfaRomeo, Thunderbird, Cadillac,Buick, Saab 9000, Volvo 960,Toyota Crow. As estrelas nacio-nais foram o novo Monza, anova linha Gol. A MasseyFerguson (AGCO) abre sua se-gunda unidade industrial emSanta Rosa, RS.

    A inflao chega a 20,21%em janeiro e no ms seguinte aministra da Economia lananovo plano econmico: novoscongelamentos, aumento das

    tarifas e criao da TR, taxareferencial de juros pr-fixados.O overnight e outras aplicaesde curtssimo prazo so extintas.Em maio, aps escndalo amo-roso envolvendo o ministro daJustia Bernardo Cabral, a minis-tra da Fazenda Zlia Cardoso deMello deixa o governo. O IBGEinforma que Brasil tem 146 mi-lhes de habitantes, 75% emrea urbana. A indstria resistecomo pode aos trancos da eco-nomia e da poltica e aos estra-gos da truculenta abertura demercado que impactou particu-larmente o setor de autopeas.A produo da Ford brasileira,que lana o Versailles e o Royale,chega a 4 milhes de veculos.Sua parceira Volkswagen pro-duz o veculo 9 milhes, passa autilizar catalisadores e a ofere-cer freios ABS. A Fiat acumula 2milhes de veculos produzidos.A Mercedes lana novos cami-nhes mdios e semipesados decabine avanada, enquanto aScania lana a linha 113.

    Denunciado por corrupoe ameaado de impeachmentpelo Congresso Nacional Collorrenuncia. Toma posse o vice-presidente Itamar Franco. A GMlana o Omega, substituindo oOpala, e transfere a produodo Kadett de So Jos dos Cam-pos para So Caetano e anun-cia construo de nova fbricapara o Corsa, metade destina-da exportao. A Ford vendea New Holland para a FiatGeotec. A Mercedes comemoraa produo de 1 milho de ve-culos: 740 mil caminhes e 260mil nibus. A Scania comemo-ra recordes de exportaes deUS$ 160 milhes. Espetculo deimportados no 17 Salo doAutomvel, onde brilham Saab900, Lumina, Audi 100, Ford

    Memria

    O trator Maxion 9170, mostrado nosalo de 1990 foi o primeiro nacionala ter cabina com ar condicionado.

    Em 28 de dezembroefetiva-se a Autolatina:com 47 mil empregados

    torna-se a maior indstriaautomotiva do Pas,

    que investiriaUS$ 2,5 bilhes

    no perodo 1994-1998.

  • Indstria Automobilstica Brasiliera - 50 anos 121

    Explorer, Alfa 164, Ghia Via,Honda Accord e Civic.

    Em janeiro, primeiro msdo governo Itamar Franco, a in-flao beira 29% . Chegaria a36% em dezembro. Itamar teve55 ministros. S a Fazenda teveseis ocupantes, sem contar pe-rodo em que ele prprio de-sempenhou a funo. Em maionomeia o quarto ministro daFazenda, Fernando HenriqueCardoso. Graas ao particularempenho de Itamar - que con-vence o ento presidente daVolkswagen do Brasil, PierreAlain De Smedt a fabricar no-vamente o Fusca - criado oPrograma do Carro Popular,com motor 1.0 e preo equiva-lente a US$ 7,2 mil, considera-do o fruto mais fecundo da c-mara setorial. A GM lana oVectra e o novo Escort commotor Zetec chega ao mercado.A Ford tambm lana o novoVerona, o popular Escort Hobbye o chassis de nibus urbano B-1618. A exportao da Volks-

    wagen Caminhes acumula 10mil unidades. A Fiat lana oUno Mille Eletronic Popular ecomea a importar Tipo e Alfa164. A Mercedes-Benz lana oextrapesado 2635 e o chassis denibus OH-1635, enquanto aScania coloca no mercado a ca-bina Top Line e anuncia recor-de de 6 mil 211 unidades ven-didas. Na onda da abertura aVolvo inicia a importao de ca-minhes completos e chassis denibus.

    Nos primeiros meses do anoo ministro da Fazenda FernandoHenrique Cardoso toma medi-das para novo plano econmi-co. Em julho lana o Plano Real.Cria a dcima moeda do Pas, oreal, sobrevalorizada frente aodlar, e comea a desindexar aeconomia. O plano d certo e ainflao seria contida por anosseguidos. Contrariando previ-ses da oposio a FHC - que selana candidato a presidente -no h recesso da economia.A grande massa tem aumento

    Graas ao particularempenho de Itamar Franco

    que convence o entopresidente da Volkswagendo Brasil, Pierre AlainDe Smedt a fabricarnovamente o Fusca

    criado oPrograma do

    Carro Popular,com motor 1.0.

    Uno Mille, o primeiroautomvel com motor 1.0.

  • 122 Indstria Automobilstica Brasiliera - 50 anos

    real do poder de compra, comfrango e pozinho a preos irri-srios. Em outubro FHC elege-se presidente derrotando Lulano primeiro turno com 54% dosvotos vlidos. O Brasil sagra-setetra-campeo mundial de fute-bol e a Volkswagen comemora10 milhes de veculos produzi-dos e 100 mil caminhes. Amontadora orgulhosamenteapresenta o caminho brasilei-ro VW 8.140 na Feira deHannover, Alemanha. A Fordproduz o caminho 1 milho epassa a importar Taurus e Ran-ger. A GM aposenta o Chevette,lana o Corsa e a Fiat produz oUno Mille 400 mil.

    Recorde de todos os tempos,o mercado absorve mais de 321 milveculos importados, dos quais 266mil automveis. Inflao contidae real estabilizado a Karmann-Ghia comemora produo de 18mil unidades do Ford Escort XR-3.Criada a Scania Amrica Latina,sua concorrente cria o ConsrcioNacional Volvo e encerra o Progra-ma Befiex com o cumprimento detodos os compromissos assumidos.A Volvo passa a produzir tambmem Pederneiras, SP.

    Constituda a Honda Autom-veis do Brasil, que constri fbricaem Sumar, SP. A GM inauguracentro distribuidor de peas emSorocaba, SP. A Volkswagen chegaa So Carlos, SP, (motores) e aResende, RJ (caminhes e nibus).

    O setor produz 2 milhes 69703 veculos e bate recorde devendas internas at hoje noigualado: 1 milho 640 mil 243carros, comerciais leves, cami-nhes e nibus, 13 mil a mais doque o 1 milho 626 mil 518 ven-didos em 2005. Recorde tambmno igualado o faturamento al-cana US$ 20 bilhes 64o milhes,dos quais US$ 19 bilhes 352 mi-lhes com autoveculos. O setorde autopeas tambm quebra re-corde histrico ao faturar US$ 17bilhes 458 milhes, investindoUS$ 1 bilho 798 milhes, 10,3%,ndice jamais superado. Em 6 deoutubro a Honda inaugura a f-brica de Sumar. A Iveco anunciaconstruo de fbrica em SeteLagoas, MG, e a inaugurao deconcessionrias para importados.A Case inaugura fbrica emPiracicaba, SP. A Volvo inicia ex-panso em Curitiba, que se com-pletaria em 2000.

    Montadoras quebram recor-de histrico: investem US$ 2 bi-lhes 454 milhes, dos quais US$119 milhes gerados pelo setor demquinas agrcolas. A MMC mon-ta fbrica que produz Mitsubishiem Catalo, GO, e produz 652picapes cabine dupla L200. ANissan escolhe o Brasil para en-

    Memria

    Linha de montagem do Honda Civicem Sumar, SP

    Em julho FHC lanao Plano Real. Cria a

    dcima moeda do Pas,o real, sobrevalorizada

    frente ao dlar, e comeaa desindexar a economia.

    O plano d certo ea inflao contida.

  • 124 Indstria Automobilstica Brasiliera - 50 anos

    Memria

    trar no Mercosul. Instala-se aInternational Caminhes, queproduz 315 unidades no ano. AToyota inicia a produo doCorolla, com 1 mil 921 unidades.A Scania lana a Srie 4 e moto-res eletrnicos de 12 litros. AChrysler, cuja produo foi encer-rada em 2001, instala-se em Cam-po Largo, PR. A GM inaugura f-brica de componentes em Mogidas Cruzes, SP. A Renault chega aSo Jos dos Pinhais, PR.

    O presidente FHC conseguenovo mandato na primeira reelei-o do Pas. A Renault inaugurafbrica em So Jos dos Pinhais,PR, produz 24 mil 809 carros epassa a dar suporte Nissan, de-pois de aliana mundial. A GMinaugura o complexo industrial ecomercial de Mogi das Cruzes, SP,

    Em julho de 2000a GM inaugura o complexoindustrial de Gravata, RS.

    Em setembro produzo Celta, em parceria comfornecedores l instalados.

    para produo de estampados deao. Chega a Land Rover, que pro-duz 363 veculos. A Scania lanaprimeiros nibus de piso baixo emotores martimos eletrnicos de12 litros. A Volvo lana novos ca-minhes de 380 e 420 cv. ADaimlerChrysler, fruto da fusoMercedes e Chrysler, passa a pro-duzir automveis em Juiz de Fora,MG. A Volkswagen-Audi instala-se em So Jos dos Pinhais, PR.Ainda em 1999 a John Deere as-sume o controle integral da SLC etambm se instala em Catalo, GO.

    Dcada atual

    Em julho a GM inaugura ocomplexo industrial deGravata, RS. Em setembro pro-duz o Celta, em parceria comfornecedores l instalados. A

    Linha de montagem do Celta na fbricada General Motors em Gravata, RS.

  • 126 Indstria Automobilstica Brasiliera - 50 anos

    Memria

    Em parceria commais de trinta fornecedoresa Ford inaugura a fbrica

    de Camaari, BA,investimento deUS$ 1,9 bilho.

    Construda em dois anosgera 5 mil empregos diretos,

    50 mil indiretos e podeproduzir um veculoa cada 80 segundos.

    Iveco inaugura fbrica em jointventure com a Fiat para sua li-nha Daily e Ducato, da Fiat,com capacidade de 30 mil ve-culos/ano e US$ 240 milhes deinvestimento. Inaugura aindafbrica de motores SOFIM paraDaily, Ducato e terceiros, comcapacidade para 40 mil unida-des/ano. A Honda lana no Bra-sil a stima gerao do Civic. Emoutubro constituda a Nissando Brasil.

    A PSA Peugeot Citron ins-tala fbrica em Porto Real, RJ,e produz 18 mil 116 veculos.Em dezembro de 2001 a Nissaninaugura, com a Renault, a pri-meira fbrica da Alliance nomundo, em So Jos dos Pi-nhais, e inicia a produo deFrontier e Xterra. A Honda faz4 anos e anuncia a vinda do Fit.Em parceria com mais de trintafornecedores a Ford inauguraa fbrica de Camaari, BA, in-vestimento de US$ 1,9 bilho.Construda em dois anos gera5 mil empregos diretos, 50 mil

    indiretos e pode produzir umveculo a cada 80 segundos. Emabril chega a Chevrolet Zafira.

    Luiz Incio Lula da Silva eleito presidente. A Scania co-memora 45 anos de Brasil: pro-duziu 170 mil caminhes e ni-bus, mais 43 mil motores. Emmaro a GM lana o novo Corsa,em julho o Celta cinco portas eem agosto o Meriva. Fecha oano exportando US$ 1 bilho.A Nissan comea a produzir emSo Jos dos Pinhais, PR (alian-a Renault-Nissan).

    O Brasil tem frota de 21 mi-lhes 357 mil veculos, dos quais17,5 milhes de carros. So Pau-lo licencia mais de 36,4% dessafrota, seguido por Minas,10,3%. Rio de Janeiro, Rio Gran-de do Sul e Paran tm poucomais de 8% cada. No ano asmontadoras tm exportao re-corde de US$ 4 bilhes 678 mi-lhes em autoveculos, motorese componentes. O maior impor-tador o Mxico, US$ 1 bilho254 milhes, seguido pela Ar-gentina, US$ 826,5 milhes. Noprimeiro ano as vendas de car-ros flex fuel totalizam 48,2 milunidades. Lula visita a Ford emSo Bernardo. A Volkswagencomemora 50 anos de Brasil commais de 13 milhes de veculosproduzidos: tem, no Pas, umdos principais mercados do Gru-po VW, e suas vendas represen-tam 9,5% do total mundial. AHonda lana o Fit, seu segundocarro brasileiro. A Mitsubishiamplia a fbrica de Catalo,onde produz tambm o PajeroTR4, dobrando sua capacidade.A GM comemora o Celta 300 mil

    Linha de montagem da VolkswagenCaminhes em Resende, RJ.

  • 128 Indstria Automobilstica Brasiliera - 50 anos

    Memria

    e fecha o ano na vice-liderana,com 333,4 mil unidadesemplacadas, atrs da Fiat, 340,9mil, mas superando pela primei-ra vez a Volkswagen, 317,4 mil.Quem mais produziu veculosfoi a VW, 574,4 mil, seguida pelaGM, 562 mil, e Fiat, 437 mil.

    As montadoras produzem 2milhes 210 mil 741 veculos, car-ros, comerciais leves, caminhese nibus, e superam a produorecorde de 1997, 2 milhes 69 mil.As vendas internas alcanam 1milho 517 mil unidades. As ven-das de veculos flex fuel saltampara mais de 328,3 mil, quase setevezes as de 2003. O chairman epresidente mundial da GM, RickWagoner, recebido pelo presi-dente Lula e comunica investi-mentos de US$ 240 milhes emGravata. A Volvo lana no Brasilo maior nibus do mundo, comquase 27 metros de comprimen-to. A Ford celebra 85 anos de Bra-

    sil e sua direo mundial promo-ve o brasileiro Antnio MacielNeto para vice-presidentecorporativo: pela primeira vez umbrasileiro acumula aquele cargocom os de presidente da FordAmrica do Sul e da Ford Brasil.A Ford bate recorde de exporta-es: 113 mil unidades, compo-nentes e CKD e US$ 1,1 bilho defaturamento, supervit de US$604 milhes. Em 2004 a FordCamaari adota o terceiro turnoe gera 2,4 mil novos empregos.

    Em 26 de janeiro a GeneralMotors completa 80 anos. a se-gunda maior operao fora dosEstados Unidos e a maior subsidi-ria da GMC na Amrica do Sul.A indstria automotiva produz2,4 milhes de unidades, 10,7%mais que em 2004: 2 milhes 290mil automveis e comerciais leves,10 mil 390 caminhes e 2,7 milchassis de nibus. Coloca no mer-cado interno 1,6 milhes deautoveculos, 7,2% mais do queno ano anterior, mas ainda 13 mil725 unidades abaixo do recordede vendas de todos os tempos, em1997, 1 milho 640 mil 243. Em2005 pela primeira vez a vendade veculos flex fuel supera a dosa gasolina: 866,2 mil veculos,53,6% do mercado. Suas vendas,desde o lanamento em 2003,somam 1 milho 260 mil. Traba-lhando em trs turnos a FordTaubat recebe investimentos deUS$ 10 milhes. A Volvo comple-ta investimentos de US$ 100 mi-lhes, iniciados em 2003. AHonda lana o Fit com motor 1.5.

    O ano eleitoral de notvelturbulncia poltica marcadopela exonerao do ministro da

    Trator John Deere 7515.No destaque, obras de construoda nova fbrica em Montenegro, RS,que receber a linha de tratoresda companhia.

  • Indstria Automobilstica Brasiliera - 50 anos 129

    No Brasil esto instaladas24 empresas fabricantes de

    veculos e mquinas agrcolas,associadas Anfavea.Essas empresas tm

    45 unidades industriais.

  • 130 Indstria Automobilstica Brasiliera - 50 anos

    Memria

    Fbrica da Volvo em Curitiba eos nibus biarticulados com quase27 metros de comprimentp0

    Em 2005 pela primeiravez a venda de veculos

    flex fuel supera ados a gasolina:

    866,2 mil veculos,53,6% do mercado.

    Fazenda. Mas o setor, em seus 50anos de existncia no Brasil, ca-racterizou-se por sobreviver smais variadas crises sem parar deinvestir. Caso da Fiat que, em fe-vereiro, anunciava investimentode R$ 2,5 bilhes para o trinio2006-2008, e da Honda, que in-vestir US$ 100 milhes no mes-mo perodo. Operam no Brasil 24montadoras de carros e comer-ciais leves, caminhes, nibus,tratores e outras mquinasagrcolas(empresas associadas Anfavea), com 45 fbricas naBahia, Gois, Minas Gerais,Paran, Rio de Janeiro, Rio Gran-de do Sul e So Paulo. Do em-prego direto a mais de 107 miltrabalhadores e no ano passadocolocaram no mercado interno1,7 milho de carros, comerciaisleves - os nacionais pagarammdia de 30,4% de imposto -,caminhes e nibus, nacionais eimportados, mais 23 mil 222 m-quinas agrcolas. As exportaesdas empresas associadas

    Anfavea no perodo, incluindoveculos, mquinas agrcolas,motores e componentes, gera-ram US$ 11,2 bilhes, 33,55%maiores do que no ano anterior.Do total das exportaes em2005, em valores, 81,9% deve-ram-se ao segmento de autove-culos e 18,1% ao de mquinasagrcolas. Calcula-se que suas 3mil 650 concessionrias dememprego a mais de 170 mil pes-soas e que, alm dos mais de 1,7milhes de autoveculos e m-quinas agrcolas novos, vendamainda mais de 6 milhes de usa-dos por ano. Desde 1994 as com-panhias vm investindo, em m-dia, US$ 1 bilho 740 milhes/ano, apoiadas em setor deautopeas cujo faturamentomdio dos ltimos sete anos, at2003, alcanou US$ 13 bilhes160 milhes, e que investiu m-dia de US$ 1,8 bilho/ano. E ain-da h uma fbrica por inaugu-rar: em Montenegro, RS, fbricade tratores da John Deere.