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1.) Explicite o significado do primeiro verso. R: No primeiro verso, Fernando Pessoa expõe uma das suas temáticas, o tédio da vida, o cansaço de viver. Devido à fragmentação do eu e à consequente intelectualização dos sentimentos que o impedem de atingir a felicidade, este recorre aos seus pensamentos de infância. No entanto, estes levam a que este estagne no tempo, fique cansado de si próprio, sem projectar quaisquer planos para si no futuro, assemelhando-se a “um barco abandonado”. perfeita 2.) Interprete a questão colocada pelo sujeito poético na primeira estrofe. R: O sujeito poético questiona-se sobre a razão pela qual ele não pode ser feliz, porque não passa a sentir as emoções deixando de as intelectualizar, conseguindo assim um rumo para a sua vida. Este pergunta-se porque é incapaz, ao ponto a pôr de lado a poesia para poder ser feliz, como a ceifeira – feliz e inconsciente – mas não o consegue. 3.1) O tédio e a indiferença dominam a vida do eu poético. Transcreva exemplos que comprovem a afirmação anterior. R: “morto corpo da acção sem vontade” “vulto estéril de viver” “ os limos esverdeiam tua quilha, / o vento embala-te sem te mover” “ A minha vida é um barco abandonado”. “Morto corpo da ação sem vontade” 4.) Esclareça o sentido do verso11 “ Boiando à tona inútil da saudade” R: Fernando Pessoa, confrontado com a crise de identidade que enfrentava, o que o levou a intelectualizar as emoções e a uma consequente despersonalização, vê-se impedido de ser feliz. Assim, este voltou-se para os únicos tempos em que foi feliz, o tempo do inconsciente e da possibilidade de sentir sem pensar: os tempos de infância. No entanto, estes momentos felizes são apenas memórias e por isso não podem ser alcançados, sendo assim inúteis e contribuindo apenas para aumentar a angústia do eu poético. 5.) Os verbos “boiar” e “esverdear”, ambos no infinitivo, remetem para a sensação de estagnação no tempo por parte do

Ficha 2 FP[1]

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Page 1: Ficha 2 FP[1]

1.) Explicite o significado do primeiro verso.

R: No primeiro verso, Fernando Pessoa expõe uma das suas temáticas, o tédio da vida, o cansaço de viver. Devido à fragmentação do eu e à consequente intelectualização dos sentimentos que o impedem de atingir a felicidade, este recorre aos seus pensamentos de infância. No entanto, estes levam a que este estagne no tempo, fique cansado de si próprio, sem projectar quaisquer planos para si no futuro, assemelhando-se a “um barco abandonado”. perfeita

2.) Interprete a questão colocada pelo sujeito poético na primeira estrofe.

R: O sujeito poético questiona-se sobre a razão pela qual ele não pode ser feliz, porque não passa a sentir as emoções deixando de as intelectualizar, conseguindo assim um rumo para a sua vida. Este pergunta-se porque é incapaz, ao ponto a pôr de lado a poesia para poder ser feliz, como a ceifeira – feliz e inconsciente – mas não o consegue.

3.1) O tédio e a indiferença dominam a vida do eu poético. Transcreva exemplos que comprovem a afirmação anterior.

R: “morto corpo da acção sem vontade” “vulto estéril de viver” “ os limos esverdeiam tua quilha, / o vento embala-te sem te mover” “ A minha vida é um barco abandonado”. “Morto corpo da ação sem vontade”

4.) Esclareça o sentido do verso11 “ Boiando à tona inútil da saudade”

R: Fernando Pessoa, confrontado com a crise de identidade que enfrentava, o que o levou a intelectualizar as emoções e a uma consequente despersonalização, vê-se impedido de ser feliz. Assim, este voltou-se para os únicos tempos em que foi feliz, o tempo do inconsciente e da possibilidade de sentir sem pensar: os tempos de infância. No entanto, estes momentos felizes são apenas memórias e por isso não podem ser alcançados, sendo assim inúteis e contribuindo apenas para aumentar a angústia do eu poético.

5.) Os verbos “boiar” e “esverdear”, ambos no infinitivo, remetem para a sensação de estagnação no tempo por parte do sujeito poético. Este anda à deriva, sem qualquer projecção para o futuro, pois este não lhe parece promissor. Os seus pensamentos são vagos e irrelevantes.

6.) Identifique a figura de estilo presente no verso 13 “ O vento embala-te sem te mover”.

R: Oximoro.

6.1) Refira o seu valor expressivo.

R: O oximoro tem como função demonstrar a incapacidade do poeta em aproveitar “ventos de oportunidade” para rearranjar a sua vida, provando assim que este desistiu da vida, não se esforça para alcançar nada, pois não vê esperança no futuro.