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FICHA PARA CATÁLOGO - diaadiaeducacao.pr.gov.br · l- Você sabe o significado da palavra preconceito? 2- Quais são os tipos de preconceito que você conhece? ... palavra provocava

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FICHA PARA CATÁLOGO PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA

Título: As cores do Brasil

Autor Dinaura Ap. Navarro Davanço

Escola de Atuação Colégio Estadual Rui Barbosa –EFMP

Município da escola Jacarezinho

Núcleo Regional de Educação Jacarezinho

Orientador Adenize Aparecida Franco

Instituição de Ensino Superior UENP – Campus de Jacarezinho

Disciplina/Área (entrada no PDE) Língua Portuguesa

Produção Didático-pedagógica Unidade Didática Projeto

Relação Interdisciplinar

(indicar, caso haja, as diferentes

disciplinas compreendidas no

trabalho)

Público Alvo

(indicar o grupo com o qual o

professor PDE desenvolveu o

trabalho: professores, alunos,

comunidade...)

Alunos do 3°ano médio

Localização

(identificar nome e endereço da

escola de implementação)

Avenida Manoel Ribas, 500.

86400-000 – Jacarezinho – PR

Fone/Fax: (43) 35252950

Apresentação:

(descrever a justificativa, objetivos

e metodologia utilizada. A

informação deverá conter no

máximo 1300 caracteres, ou 200

palavras, fonte Arial ou Times

New Roman, tamanho 12 e

espaçamento simples)

A literatura será usada como suporte para o enfrentamento das

questões de intolerância racial. Os alunos conhecerão as leis

10.639/03 e 11.645/08, que tornam obrigatório o ensino de História

e Cultura Afro-Brasileira nas escolas particulares e oficiais. Através

da Estética Recepcional, os alunos do 3° ano do ensino médio

conhecerão contos que tratam da temática racial, conhecendo

autores clássicos e contemporâneos, sempre objetivando levar aos

educandos uma literatura questionadora que possibilite derrubar

preconceitos e ampliar horizontes, respeitando a diversidade.

Palavras-chave ( 3 a 5 palavras) Literatura, preconceito, contos.

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A LITERATURA E O LEITOR Os estudos de Bordini & Aguiar em sua obra LITERATURA – A FORMAÇÃO DO LEITOR , desenham um retrato do ensino da literatura no Brasil, que apesar de ser arduamente discutido em seminários, cursos, encontros de professores e público em geral, está em situação precária. Os problemas apontados são muitos, passam pelas dificuldades dos professores em seguir uma metodologia prática que de fato traga resultados substanciais e prosseguem com a leitura apenas como cobrança de resultados em relação à gramática e à interpretação de textos. Essa literatura é fragmentada, retirada dos livros didáticos e seus resultados são pífios, pois os exercícios são enfadonhos e pouco estimulantes para os alunos, ficando contidos no ambiente da sala de aula, não alterando a realidade social do aluno e não trazendo nenhum estímulo para que o mesmo se torne um leitor interessado em conhecer outras leituras.

Tais dificuldades talvez estejam em nossa tradição de educação jesuíta que pregava a moralidade cristã e a obediência às autoridades constituídas. Apesar de sua qualidade literária era um ensino conservador, sem método científico e que não objetivava o aprimoramento intelectual. Ao longo de nossa história a literatura obedeceu à norma culta e à manutenção do poder constituído, ensinando em recortes sem se preocupar com o universo social do aluno e suas origens.

A par de exercícios gramaticais, são apresentados ao aluno questionários e temas para redação que representam as normas ideológicas que o texto ou seu recorte defendem, muitas vezes porque descontextualizados. Essas normas se traduzem em geral em comportamentos exemplares dos heróis na literatura infanto-juvenil e na literatura para adultos, pautados por valores falsificados. (BORDINI & AGUIAR, 1988, p.39).

O ensino de literatura deve atender então, não apenas uma ideologia de massas, mas interpretar e repensar uma sociedade de diferentes origens e classes sociais, pois a escola tradicional, aqui aplicada no sentido da escola pública de boa qualidade das décadas passadas, não atende mais apenas uma pequena parcela da população, cujos pais eram letrados e com bom poder aquisitivo. A nova escola abriu-se para todos os brasileiros, ou seja, milhões de estudantes, vindos de vários lugares, de realidades sociais diversas, às vezes carentes não apenas de coisas, mas também de carinho e respeito.

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O professor deve em princípio adotar uma metodologia de trabalho levando em conta a situação sócio-cultural de seus alunos e que tipo de leitor quer formar. A metodologia adotada não precisa prendê-lo em um único esquema de trabalho, mas deve ter como objetivo principal desenvolver a investigação científica e seu poder criativo para que o aluno possa descobrir outras verdades, novos horizontes e com sua formação escolar, transformar sua realidade e de sua comunidade e usufruir de uma sociedade democrática que lhe permita acesso a trabalho devidamente remunerado, atendimento médico digno, lazer e sonhar com um futuro melhor. Para Candido (1995), a literatura é uma questão de direitos humanos, pois o conhecimento serve como forma de poder para dominar as massas pobres. O autor reflete sobre o desenvolvimento econômico das sociedades e a exploração do homem. O progresso ao longo dos séculos, no entanto, não trouxe benefícios para todos e a desigualdade continua. Apesar de a humanidade ser capaz de praticar tantos atos egoístas, o autor ainda acredita que possamos ser salvos, pois as situações desalentadoras e perversas pelas quais passam boa parte da sociedade não estão mais escondidas sob o tapete. Há injustiças e crueldade, mas a própria sociedade não aceita mais passivamente os desmandos. A sociedade atual discute abertamente a pobreza, a falta de recursos, a fome, muito embora às vezes haja apenas a discussão e não o empenho objetivo para a solução dos problemas sociais, principalmente a distribuição de renda. É difícil para o ser humano, com todos os seus defeitos, reconhecer que aquilo que é essencial para ele não faz falta para o outro. O nosso direito é sempre mais urgente do que o do outro e mudar esse comportamento talvez só seja possível, quando o outro perceber que está sendo lesado. O conhecimento é uma aquisição poderosa, pois seu detentor saberá os caminhos para conquistar seus direitos em uma sociedade tão injusta. A literatura tem a capacidade de transformar a sociedade, uma vez que na medida em que o homem apropria-se do conhecimento pode buscar novos horizontes, organizar-se, sonhar mais alto. Ao enriquecer seu conhecimento de mundo através da literatura, poderá tornar-se um ser mais receptivo ao sofrimento alheio e isso pode ser a base para uma sociedade menos desigual. Em um mundo globalizado, com tantos avanços tecnológicos que melhoram e prolongam a vida, velocidade nas informações, conhecimento e proximidade entre as nações, o esperado para os dias atuais seria uma relação mais fraternal entre os povos, mas não é isso que percebemos

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quando lemos ou assistimos aos noticiários. A sociedade está cada dia mais mergulhada em conflitos étnicos, religiosos, sexuais, raciais e outros tantos. E de nossa sala, assistimos impassíveis as desumanidades mundo afora. A escola como lugar onde todos convergem não pode passar longe dessa discussão. Aqui discussão deve ser entendida como conversa franca, para descobrir não só a origem dos sentimentos racistas, mas conhecer a Lei 11.645/08, um pouco da cultura afro-brasileira e africana e rever uma postura equivocada sem qualquer justificativa que leva a criança e o jovem a nutrir sentimentos tão negativos para com seus colegas de escola, seus vizinhos, enfim seu entorno social. A literatura será usada como ferramenta para o enfrentamento nas questões de intolerância racial. Através dos pressupostos da Estética Recepcional, os alunos conhecerão contos que tratam da temática da negritude, desde escritores do século passado até escritores contemporâneos, sempre objetivando levar aos mesmos, uma literatura questionadora que possibilite mudar preconceitos já estabelecidos e ampliar horizontes modificando sua visão em relação aos seus semelhantes, ou seja, aprender que todo ser humano deve ser respeitado, independente de sua origem, cor, orientação sexual ou religiosa. De acordo com as Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa do Estado do Paraná (2008, p.56) os conteúdos de literatura deverão ser desenvolvidos através dos pressupostos do método recepcional, com base nos estudos de Bordini & Aguiar. O método atribui ao leitor papel decisivo no ato da leitura. Assim como sujeito ativo no processo de leitura, tendo voz em seu contexto. Além disso, o método proporciona momentos de debates, reflexões sobre a obra lida, possibilitando ao aluno a ampliação dos seus horizontes de expectativas. (DCE´s p.74).

Esse método deverá ser desenvolvido, conforme relacionado abaixo: 1. Determinação do horizonte de expectativas; 2. Atendimento ao horizonte de expectativas; 3. Ruptura do horizonte de expectativas; 4. Questionamento do horizonte de expectativas; 5. Ampliação do horizonte de expectativas.

Para tal desenvolvimento, o professor utilizará o gênero Conto, por considerar esse gênero literário a melhor forma de atrair e envolver o aluno, com uma leitura rápida, mas carregada de efeito. O escritor utiliza a ficção para escrever um texto curto e conciso. A narrativa é marca

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essencial, com poucos personagens que são expostos em sua intimidade psicológica, mostrando suas angústias em diversas situações sociais. Conceituando o gênero conto Características do gênero: - narrativa curta; - poucos personagens; - tempo e espaço limitado. Narrativa estruturada em: - introdução (apresentação); - desenvolvimento (clímax); - conclusão (desfecho). O conto: um gênero? Na obra Teoria do Conto, a autora Nadia Gotlib estuda o gênero conto a partir do famoso contista Edgar Allan Poe. O contista norte-americano parte do pressuposto de que “em quase todas as classes de composição, a unidade de efeito ou impressão é um ponto da maior importância”. A composição literária causa, pois, um efeito, um estado de “excitação” ou de “exaltação da alma”. E como “todas as excitações intensas”, elas “são necessariamente transitórias”. Logo, é preciso dosar a obra, de forma a permitir sustentar esta excitação durante um determinado tempo. Se o texto for longo demais ou breve demais, esta excitação ou efeito ficará diluído. (POE, Apud Nádia Gotlib, p.32). PROPONDO ATIVIDADES 1. Determinação do horizonte de expectativas: 1° MOMENTO

Para iniciar a aplicação do projeto o professor irá direcionar seus

alunos para as questões que envolvem o preconceito e a discriminação. Na primeira aula o professor levará para classe cartazes com essas palavras e colará no quadro. Os alunos então responderão oralmente alguns questionamentos:

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l- Você sabe o significado da palavra preconceito? 2- Quais são os tipos de preconceito que você conhece? 3- E a palavra discriminação, você sabe o significado? 4- Você já viveu ou presenciou alguma situação de preconceito ou discriminação? 5- Diante de uma situação de preconceito ou discriminação o que você faria? 6- Em sua opinião, o que leva algumas pessoas a desqualificar outras? 2° MOMENTO

Propomos aqui que os alunos assistam a um filme de no máximo 10 minutos, que contenham cenas sobre as várias formas de preconceito já citadas anteriormente. No final do mesmo filme será apresentado o verbete das palavras discriminação e preconceito. http://www.youtube.com/watch?gl=BR&v=EM6al58W99o, acesso em 01/08/2011. 2. Atendimento do horizonte de expectativas: 1° MOMENTO Neste momento os alunos serão convidados a conhecer o gênero “conto” e como parte do processo para tratar questões raciais, os alunos farão a leitura do conto “Negrinha” de Monteiro Lobato. A escolha se justifica por tratar-se de leitura fácil e emocionante. Negrinha (Monteiro Lobato) Negrinha era uma pobre órfã de sete anos. Preta? Não; fusca, mulatinha escura, de cabelos ruços e olhos assustados. Nascera na senzala, de mãe escrava, e seus primeiros anos vivera-os pelos cantos escuros da cozinha, sobre a velha esteira e trapos imundos. Sempre escondida, que a patroa não gostava de crianças. Excelente senhora, a patroa. Gorda, rica, dona do mundo, amimada dos padres, com lugar certo na igreja e camarote de luxo reservado no céu. Entaladas as banhas no trono (uma cadeira de balanço na sala de

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jantar), ali bordava, recebia as amigas e vigário, dando audiências, discutindo o tempo. Uma virtuosa senhora em suma --- “dama de grandes virtudes apostólicas, esteio da religião e da moral”, dizia o reverendo. Ótima, a Dona Inácia. (...) Assim cresceu Negrinha – magra, atrofiada, com os olhos eternamente assustados. Órfã aos quatro anos, por ali ficou feito gato sem dono, levada a pontapés. Não compreendia a idéia dos grandes. Batiam-lhe sempre, por ação ou omissão. A mesma coisa, o mesmo ato, a mesma palavra provocava ora risadas, ora castigos. (...) O corpo de Negrinha era tatuado de sinais, cicatrizes, vergões. Batiam nele os da casa todos os dias, houvesse ou não houvesse motivo. Sua pobre carne exercia para os cascudos, cocres e beliscões a mesma atração que o ímã exerce para o aço. Mãos em cujos nós de dedos comichasse um cocre, era mão que se descarregaria dos fluidos em sua cabeça. De passagem. Coisa de rir e ver a careta... (...) A excelente Dona Inácia era mestra na arte de judiar de crianças. Vinha da escravidão, fora senhora de escravos – e daquelas ferozes, amigas de ouvir cantar o bolo e estalar o bacalhau. Nunca se afizera ao regime novo – essa indecência de negro igual a branco e qualquer coisinha: a polícia! “Qualquer coisinha”: uma mucama assada ao forno porque se engraçou dela o senhor; uma novena de relho porque disse: “Como é ruim, a sinhá...” Algumas considerações a respeito do texto serão propostas oralmente aos alunos. Espera-se que os mesmos possam refletir sobre as questões a seguir: 1- Percebe-se no texto que o narrador sugere que há um conflito entre a opinião que as pessoas faziam de Dona Inácia e o que realmente ela era. Qual é o conflito? Exemplifique com trechos do conto. 2- O conto narra um triste período de nossa história, onde os valores são contraditórios. O que o autor quis dizer com o trecho: “Nunca se afizera ao regime novo.” 3- A ironia está presente em várias passagens do conto: “A excelente Dona Inácia era mestra na arte de judiar de crianças.” Qual é o verdadeiro sentido desse trecho? 4- Após a leitura do conto é possível afirmar que a abolição da escravidão trouxe alívio para os ex-escravos e seus descendentes?

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5-Ainda hoje encontramos situações racistas em nossa sociedade. Para isto basta olhar os indicadores econômicos que mostram claramente a desigualdade social entre brancos e negros no mercado de trabalho. Comente.

2° Momento Para este momento os alunos farão a leitura do conto “Solar dos príncipes” de Marcelino Freire. O professor poderá iniciar as atividades contando um pouco sobre o escritor, sua obra e sua forma de escrever.

SOLAR DOS PRÍNCIPES (Marcelino Freire)

Quatro negros e uma negra pararam na frente deste prédio. A primeira mensagem do porteiro foi: “Meu Deus!” A segunda: ”O que vocês querem?” ou “Qual o apartamento?” Ou “Por que ainda não consertaram o elevador de serviço?” “Estamos fazendo um filme”, respondemos. Caroline argumentou: “Um documentário”. Sei lá o que é isso, sei lá, não sei. A gente mostra o documento de identidade de cada um e pronto. “Estamos filmando.” Filmando? Ladrão é assim quando quer seqüestrar. Acompanha o dia-a-dia, costumes, a que horas a vítima sai para trabalhar. O prédio tem gerente de banco, médico, advogado. Menos o síndico. O síndico nunca está. - De onde vocês são? - Do Morro do Pavão. (...) O porteiro: “Entrar num apartamento?” O porteiro: “Não.” (...) A idéia foi minha, confesso. O pessoal vive subindo o morro para fazer filme. A gente abre as nossas portas, mostra nossas panelas, merda. (...) O porteiro apertou o apartamento 101, 102, 108. Foi mexendo em tudo que é andar. Estou sendo assaltado, pressionado, liguem para o 190, sei lá. Os trechos acima foram extraídos do conto “Solar dos príncipes”, do escritor pernambucano Marcelino Freire. Este conto e mais alguns outros

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fazem parte do livro “Contos Negreiros”, vencedor do prêmio Jabuti 2006, na categoria contos. 3° Momento

Conversando sobre os textos Neste momento o professor reunirá os alunos em grupos e solicitará que os mesmos façam uma análise comparativa entre os dois contos lidos quanto à forma, linguagem utilizada, temática, tipo de narrador e outras características do gênero conto. Mediados pelo professor, cada grupo fará a leitura de suas conclusões e ao final o professor recolherá o material. 4° Momento Para concluir esta etapa os alunos serão questionados oralmente sobre algumas situações do conto de Marcelino Freire. O debate será fundamental para que os alunos percebam que atitudes preconceituosas como essas ocorrem no cotidiano da nossa sociedade e que devemos estar atentos para evitá-las. 1- O que pretende o narrador ao iniciar o conto colocando cinco jovens negros diante de um edifício residencial? 2- Qual foi a reação do porteiro diante da situação? 3- A favela é sempre cenário escolhido para filmes. Em sua opinião porque isso acontece? 4- O que o narrador quer dizer com a frase: “A idéia é entrar num apartamento do prédio, de supetão, e filmar...”. 5- O que os jovens queriam descobrir no condomínio? 6- Em que aspectos esse conto constitui uma denúncia social? 7- Quais interpretações podem ser extraídas após a leitura e análise do conto? 3. Ruptura do horizonte de expectativas: Nesta etapa do método recepcional, o gênero conto e a temática da negritude continuarão sendo trabalhados. Utilizando as experiências de leitura dos alunos, o propósito nesse momento será apresentar ao grupo outros contistas que escreveram sobre o tema. É preciso que os alunos ultrapassem seu universo de conhecimento e consequentemente ampliem

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seu horizonte de expectativas tanto em conhecimento de mundo quanto em conhecimento estético. O aluno deve perceber que o universo da literatura está intimamente relacionado com a sociedade em que vivemos. A literatura simplesmente retrata as ações do homem. Neste momento, o leitor tenta encaixar o texto literário dentro de seu horizonte de valores, porém, a obra pode “confirmar ou perturbar esse horizonte, em termos das expectativas do leitor, que o percebe, o julga por tudo que já conhece e aceita” (BORDINI e AGUIAR, 1993, P. 87). O professor levará para sala contos de vários autores: - Pai contra mãe de Machado de Assis; -Túmulo, túmulo, túmulo de Mário de Andrade; - Esquece de Marcelino Freire; - O dia em que explodiu Mabata-bata de Mia Couto; - As mãos dos pretos de Luís Bernardo Honwana; Atividades práticas: - A sala será dividida em cinco grupos: - Escolha ou sorteio dos contos a serem lidos: - Cada grupo irá reproduzir para a sala o seu conto. A forma de apresentação será escolhida pelo grupo e poderá ser feita através de leitura, em forma de teatro, em forma de quadrinhos ou como o grupo preferir. Os grupos terão duas semanas para os preparativos e apenas um grupo se apresentará em cada aula. Questões referentes aos contos: Para trabalhar a produção, os grupos farão uma análise do seu conto, respondendo as questões abaixo: 1- Quais são os personagens do conto? 2- Quais são as características principais dos personagens? 3- Quem narra o conto? Ele é personagem, ou seja, participa da trama ou apenas narra? 4- Quais passagens chamaram a atenção do grupo? 5- O conto narra um fato real ou apenas ficção? Comente sobre as conclusões do grupo? 6- Se pudessem alterar o desfecho do conto o que mudariam?

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7-Os grupos deverão apresentar ao professor e aos colegas uma pesquisa sobre o autor do conto e a época em que o mesmo foi produzido. 4. Questionamento do horizonte de expectativas: Após todas as apresentações, o professor solicitará que cada grupo análise os trabalhos dos demais grupos. Para que o trabalho seja eficiente, apenas um representante falará sobre as conclusões do grupo. O objetivo é levar os alunos a questionarem seus próprios horizontes, como por exemplo, em relação ao trabalho com o gênero conto, o grau de dificuldade com palavras desconhecidas, as diferenças e semelhanças entre escritores e reflexões sobre um tema tão complexo como o racismo. 5- Ampliação do horizonte de expectativas: As leituras e discussões feitas até aqui com certeza levarão os alunos a questionamentos sobre sua realidade social. O objetivo nesse momento é permitir que os alunos reflitam, discutam e se posicionem. O debate deve passar obrigatoriamente pela formação da nação brasileira, composta por índios, africanos e europeus e suas contribuições. Para tanto, duas questões devem ser respondidas: 1- O fim da escravidão eliminou o racismo na sociedade brasileira. 2- O que os jovens devem fazer para eliminar todas as formas de preconceito e ajudar na formação de uma sociedade mais justa. Estas duas questões serão discutidas e os grupos produzirão cartazes para serem colocados na escola, alertando e conscientizando os demais alunos sobre a correta conduta a ser seguida em relação aos preconceitos, as desigualdades sociais, a discriminação racial e a implementação da lei 11645/08. Os cartazes produzidos trarão a relação dos contos lidos pelo grupo como sugestão de leitura para o resto escola, o que deixa em aberto a possibilidade de reiniciar o método recepcional. RECURSOS: -TV e DVD; -CD com vídeos; - Dicionário; - Lápis, caderno e lápis de cor; -Textos impressos com os contos a serem trabalhados.

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AVALIAÇÃO: Ocorrerá durante todas as atividades realizadas a partir das observações do professor.

REFERÊNCIAS: AGUIAR, Vera Teixeira de; BORDINI, Maria da Glória, Literatura: a formação do leitor: alternativas metodológicas. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1983. ANDRADE, Mário de. Os contos de belazarte. São Paulo: Martins; Brasília, INL, 1972. CADERNOS TEMÁTICOS, Educando para as relações étnico-raciais, Curitiba: SEED, 2006. CADERNOS TEMÁTICOS, História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, Curitiba: SEED, 2005. CANDIDO, Antonio. O direito à literatura. In: Vários escritos. 3.ed. rev. e ampl. São Paulo: Duas Cidades, 1995. p.235-63. CAVALCANTE, Djalma. (Org.) Contos em Quadros, Juiz de Fora: Editora UFJF/Musa Editora, 2002. CHAVES, Rita. (Org.) Contos africanos dos países de língua portuguesa – Coleção Para Gostar de Ler, São Paulo: Editora Ática,2009. FREIRE, Marcelino. Contos Negreiros. Rio de Janeiro: Record, 2005. LOBATO, Monteiro, Negrinha. São Paulo: Brasiliense, 1994. PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação do Paraná. Diretrizes Curriculares da Educação Básica Língua Portuguesa, Curitiba:SEED, 2008. SOUZA, Marina de Mello e. África e Brasil Africano. São Paulo: Ática, 2006.