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FICHA PARA CATÁLOGOPRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA
OS CONCEITOS DE ÁREA E VOLUME PRESENTES NA FABRICAÇÃO DE UMROUPEIRO POR MEIO DA RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS
Autor Rosana Maria Ferro
Escola de Atuação Colégio Estadual Antonio Garcez Novaes, Ensino Fundamental,Médio e Profissional
Município da escola Arapongas – Pr.
Núcleo Regional de Educação Apucarana
Orientador Profª Ms Angela Sacamoto
Instituição de Ensino Superior Universidade Estadual de Londrina (UEL)
Disciplina/Área Matemática
Produção Didático-pedagógica
Relação Interdisciplinar
Público Alvo O presente material foi elaborado para trabalho com alunos daprimeira série do Ensino Médio.
Localização Colégio Estadual Antonio Garcez Novaes, Ensino Fundamental,Médio e Profissional, sito Rua Perdizes, 910 – Centro – Arapongas –Pr.
Apresentação: Este material didático é parte integrante do Programa deDesenvolvimento Educacional (PDE), e propõe oaprofundamento de estudos dos conceitos de área e volumecom alunos da primeira série do Ensino Médio, no ColégioEstadual Antonio Garcez Novaes, Ensino Fundamental, Médioe Profissional, embasado na estratégia metodológica daEducação Matemática denominada Resolução de Problemas.Procurando integrar a Matemática praticada em sala de aula eaquela vivenciada no dia a dia, as tarefas, proposta para estaimplementação, foram elaboradas a partir da realidade sócio-econômica do município de Arapongas, maior pólo moveleirodo estado. A partir de dados deste setor e, maisespecificamente, da produção de roupeiros, pretende-se que osconteúdos sejam formalizados de maneira contextualizada econsistente.
Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE
ROSANA MARIA FERRO
CADERNO PEDAGÓGICOOS CONCEITOS DE ÁREA E VOLUME PRESENTES NA
FABRICAÇÃO DE UM ROUPEIRO, POR MEIO DA RESOLUÇÃO DE
PROBLEMAS
Londrina2011
ROSANA MARIA FERRO
CADERNO PEDAGÓGICOOS CONCEITOS DE ÁREA E VOLUME PRESENTES NA
FABRICAÇÃO DE UM ROUPEIRO, POR MEIO DA RESOLUÇÃO DE
PROBLEMAS
Plano de Trabalho Apresentado ao Programa de
Desenvolvimento Educacional
Orientadora: Profª. Ms. Angela Sacamoto
Londrina2011
DEDICATÓRIA
A meu marido Edgar, pela companhia,
apoio, conselho e compreensão.
Aos meus amados filhos, Gustavo,
Sofia e Laura.
3
AGRADECIMENTOS
A Deus, pelo dom da vida, pela oportunidade e fortaleza para enfrentar os
momentos de cansaço e dificuldades.
À minha família, que com amor e carinho colaborou para que esta etapa fosse
vivenciada com êxito ao compreender meus momentos de ausência e ao me
incentivar nos momentos de cansaço.
À minha orientadora, Angela Sacamoto, que, com companheirismo e paciência, se
fez presente, mostrando direções e norteando a pesquisa.
Às minhas amigas Adriana, Cláudia e Isabel, pelos momentos que juntas
vivenciamos. Pelo apoio, suporte e amizade.
Aos colegas de PDE, especialmente aos colegas da área de matemática, pela troca
de experiência e crescimento.
Aos que, com solicitude, colaboraram com informações e dados para o
enriquecimento da pesquisa.
A todos os que, de alguma maneira, estiveram presentes e colaboraram para a
realização deste trabalho.
4
SUMÁRIO
1. APRESENTAÇÃO ....................................................................................... 5
2. INTRODUÇÃO .............................................................................................. 6
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .................................................................. 8
4. AS ATIVIDADES ........................................................................................ 21
5. OS ALUNOS .............................................................................................. 22
6. O PROFESSOR ......................................................................................... 24
7. ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO .................................................. 26
8. TAREFAS .................................................................................................. 27
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 40
5
1. APRESENTAÇÃO
Este Caderno Pedagógico é parte integrante de um estudo do
Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE), pertencente ao Núcleo Regional
de Educação (NRE) de Apucarana, vinculado à Universidade Estadual de Londrina
(UEL), orientado pela professora Ms. Angela Sacamoto. O material elaborado
apresenta uma proposta de ensino e aprendizagem dos conteúdos de área e volume
integrando o trabalho vivenciado na Indústria Moveleira de Arapongas,
especificamente na produção de um roupeiro, e a Matemática escolar. Norteado
pela estratégia metodológica Resolução de Problemas, é voltado para os alunos da
primeira série do Ensino Médio do Colégio Estadual Antonio Garcez Novaes, ensino
fundamental, médio e profissional, do período matutino, de Arapongas.
6
2. INTRODUÇÃO
A Matemática constitui uma importante área do conhecimento humano,
sendo ensinada em todo o mundo.
Em todos os lugares do mundo, independente de raças, credos ousistemas políticos, desde os primeiros anos da escolaridade, aMatemática faz parte dos currículos escolares ao lado da LinguagemNatural, como uma disciplina básica. Parece haver um consensocom relação ao fato de que seu ensino é indispensável e sem ele écomo se a alfabetização não se tivesse completado. (MACHADO,1993, apud Paraná, 2008, p. 37)
Constituída por conteúdos presentes nos mais diversos ramos da
atividade humana, muitas pesquisas se desenvolvem a partir de considerações
sobre sua importância e seu ensino e aprendizagem nos diferentes níveis de
escolaridade.
Ensinar e aprender Matemática é uma relação estabelecida
diariamente entre educadores e educandos e que, por vezes, não se dá de forma
tranquila e empolgante como se espera de algo tão real. É comum encontrarmos
relatos de dificuldades em relação ao seu ensino e à sua aprendizagem. Percebe-se
que quando trabalhada de forma descontextualizada, como um grande repetir de
formas, fórmulas e procedimentos, a Matemática, tão prática e flexível, torna-se
abstrata e de difícil compreensão.
Pesquisas, e mesmo a vivência em sala de aula, apontam para a
urgência em mudar a visão formalista da Matemática.
A aprendizagem da Matemática consiste em criar estratégias quepossibilitem ao aluno atribuir sentido e construir significado às idéiasmatemáticas de modo a tornar-se capaz de estabelecer relações,justificar, analisar, discutir e criar. Desse modo, supera o ensinobaseado apenas em desenvolver habilidades, como calcular eresolver problemas ou fixar conceitos pela memorização ou lista deexercícios. (PARANÁ, 2008, p.45)
Na busca por novas estratégias e metodologias que propiciem a
interpretação, a construção de instrumentos próprios na busca de soluções, o
desenvolvimento do raciocínio lógico e o estabelecimento de conexões com as
situações análogas vivenciadas no dia a dia, encontramos a Educação Matemática,
7
em que se almeja “um ensino que possibilite aos estudantes análises, discussões,
conjecturas, apropriação de conceitos e formulação de idéias.” (PARANÁ, 2008,
p.48)
Na superação do ensino elaborado na seqüência - teoria, exemplos e
exercícios - é imprescindível que sejam adotadas novas estratégias. Neste sentido,
a Resolução de Problemas, uma tendência da Educação Matemática, apresenta-se
bastante flexível e aplicável às diversas situações e conteúdos, além de ser fator
motivacional às aulas, sendo, portanto, a que norteará esta implementação em sala
de aula.
O município de Arapongas, cidade onde residimos e onde a
implementação será efetuada, localizado no Norte do Paraná, tem sua economia
centrada na indústria moveleira. Nossos alunos, direta ou indiretamente, estão
ligados a essa atividade econômica. Com o objetivo de integrar a Matemática
ensinada na sala de aula e a Matemática cotidiana, esta proposta contará com
tarefas e atividades que aliam os conceitos de área e volume com produção de um
roupeiro nas indústrias que compõem o parque industrial do município, ressaltando a
importância e a presença destes e de outros conteúdos matemáticos numa atividade
tão prática e de conhecimento da comunidade escolar.
8
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
3.1. A TRAJETÓRIA DO ENSINO DE MATEMÁTICA NO BRASIL
Ao estudarmos a trajetória do ensino de matemática, podemos
perceber que esse magistério se adequou aos mais diferentes contextos sócio-
culturais e históricos vivenciados pelo homem, geração após geração.
No Brasil, esse desenvolvimento também passou por diversas
fases e se adaptou ao contexto existente. No final do século XVI, a maior
preocupação da coroa portuguesa em relação à colônia centrava-se no fato de que,
devido à grande faixa litorânea existente, o acesso por parte de inimigos e
exploradores constituía ameaça constante. Nessa época, instituiu-se a escola de
cunho militar, cujo objetivo principal era formar milícias capazes de guardar a terra
conquistada. Baseada em conhecimentos geométricos de construção e cálculos
militares, a matemática teve grande contribuição na formação das companhias. O
professor detinha-se em ensinar os conteúdos pertinentes às técnicas de guarda e
defesa.
O professor,
entretido com um grupo hoje considerado para nós reduzido dealunos – em torno de quinze -, nosso ancestral de profissão temcomo uma de suas tarefas maiores, a partir da geometria, ensinarcomo é possível calcular o número de balas de canhão que umdeterminado lugar pode conter. Ou ainda, à vista de uma pilha debalas de canhão, saber quantas balas a pilha tem. Esse longínquoprofessor de matemática pratica seu magistério ditando curso, isto é,fazendo com que seus alunos anotem parte de sua obra didática...(VALENTE, 2008, p. 14)
Com a Independência do Brasil, proclamada por D. Pedro I, e a
mudança de prioridades do Império, criou-se a primeira universidade brasileira, o
Colégio D. Pedro, que formava os chamados “doutores”, tratamento atribuído a todo
aquele que concluísse, com sucesso, o ensino superior. Porém, as grandes
discussões concentravam-se não na conclusão do curso, mas na forma de acesso
ao mesmo.
Terminadas as discussões, ficou estabelecido que os candidatosdeveriam prestar exames de língua francesa, gramática latina,
9
retórica, filosofia nacional e moral e geometria. Com a entrada dageometria como um dos exames parcelados aos Cursos Jurídicos, amatemática muda oficialmente de status. Inicialmente consideradoscomo conteúdos de caráter técnico-instrumental, servindoprioritariamente ao comércio e à formação militar, os conteúdosmatemáticos, por meio da geometria, ascendem à categoria desaber geral (VALENTE,1999, apud Valente, 2008 p. 15)
Criou-se um sistema de estudo denominado ponto, que consistia num
referencial a ser estudado pelo candidato que, posteriormente, demonstraria tais
conhecimentos através de teste escrito e oral. Ao professor, cabia fazer com que
seus alunos decorassem os pontos e reproduzissem tais conceitos durante os
exames. Esse sistema durou “cerca de 100 anos, atravessando o Império e as
primeiras décadas da República”. (VALENTE, 2008, p. 15)
O surgimento das faculdades de filosofia suscitou a formação de
professores e, com isso, viu-se nascer uma nova disciplina no ensino brasileiro.
Surgia a Matemática, fusão da trigonometria, aritmética, álgebra e geometria.
Dúvidas de como ensinar conteúdos tão exaustivos, e até então, tratados
separadamente, fizeram com que o professor optasse por ensiná-los de forma
fragmentada (como já acontecia). Disseminou-se, nesse período, a produção de
livros de autores nacionais, que eram utilizados como apoio por alunos e
professores. O ensino era centrado no professor e na transmissão de
conhecimentos.
No final da década de 50 e início da década de 60, a Matemática no
Brasil passou a ser influenciada por um movimento conhecido como Movimento da
Matemática Moderna. Esse movimento procurava estabelecer ligação entre a
Matemática da sala de aula e aquela produzida por cientistas matemáticos.
Esperava-se que a população em geral tivesse entendimento e acesso às produções
da Matemática formal. Valorizava-se a linguagem formal, concisa, recheada de
símbolos e estruturas matemáticas.
[...] observou-se a tendência formalista moderna que valorizava alógica estrutural das idéias matemáticas, com a reformulação docurrículo escolar, por meio do Movimento da Matemática Moderna.Com esta tendência, tinha-se uma abordagem “internalista” dadisciplina. O ensino era centrado no professor, que demonstrava osconteúdos em sala de aula. Enfatizava-se o uso preciso dalinguagem Matemática, o rigor e as justificativas das transformaçõesalgébricas por meio das propriedades estruturais. (PARANÁ, 2008,p. 43)
10
O Movimento da Matemática Moderna não conseguiu responder aos
apelos do ensino de Matemática e iniciaram-se algumas discussões sobre a
Educação Matemática e sobre uma possível renovação das propostas pedagógicas
para o ensino desta disciplina.
Sem deixar de ser influenciado pela situação social e política
vivenciada no país, o ensino da Matemática passou a ter enfoque nos cursos
profissionalizantes, na ânsia de aperfeiçoar mão-de-obra, seguindo uma tendência
tecnicista na qual o ensino não era centrado nem no professor nem tampouco no
aluno, mas nos instrumentos preparados por especialistas que priorizavam fórmulas
e demonstrações.
Outra tendência ocorrida no ensino da Matemática foi a construtivista.
Nesta, valorizava-se a interação entre professor e aluno, dando maior enfoque ao
processo que ao fim.
Desenvolveu-se também, a tendência histórico-crítica, centrada no
aprendizado construído através do contexto social do indivíduo, vista como “um
saber vivo, dinâmico, construído para atender às necessidades sociais, econômicas
e teóricas de um determinado período” (PARANÁ, 2008, p.45)
3.2. O ENSINO DA MATEMÁTICA HOJE
O ensino que, no início da colonização e educação brasileira, era
reservado a um público seleto e restrito, hoje é de acesso a todos. Até 2015
pretende-se que a totalidade da população brasileira em idade escolar frequente
regularmente a escola. Espera-se que não apenas frequente a escola, mas que,
motivada, possa reconhecer o valor da educação para sua formação e vivência
social.
[...] a educação, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideaisde solidariedade humana, deve promover o desenvolvimento doespírito democrático e pluralista, respeitador dos outros e das idéias,com apreço à tolerância, aberto ao diálogo e à livre troca deopiniões, formando cidadãos capazes de julgarem com espíritocrítico e criativo o meio social em que integram e de se empenharemna sua transformação progressiva. (PIRES, 2010, p.9)
11
Nesse contexto, a Matemática, cujo ensino é obrigatório na educação
fundamental brasileira, deve colaborar para que o indivíduo seja formado em sua
totalidade, como ser crítico, capaz de interagir e interferir nas situações que se
confrontam diariamente.
Ainda persiste, no Brasil, uma determinada dualidade no que se refere
à Matemática.[...] a matemática brasileira atingiu um padrão de excelência pelaqualidade da sua pesquisa e formação de pesquisadores,amplamente reconhecido no âmbito nacional e internacional. Se, porum lado, os quadros, altamente qualificados formados pelos nossosprogramas de pós-graduação garantem ao País uma visibilidade namatemática mundial, persiste o desafio de converter essesresultados em qualificação para o ensino básico em matemática.(SBM 2010, p. 1)
Apesar de as pesquisas caminharem intensamente, o progresso ainda
é muito tímido quando o universo em questão são as salas de aulas do Ensino
Fundamental e Médio. O que se vivencia são situações de desinteresse e
indisciplina.
Lidamos com situações e pensamentos contraditórios. Se, por um lado,
concebemos a Matemática como inata, presente no cotidiano, real e aplicável, por
outro, lidamos diariamente com as dificuldades enfrentadas por professores, alunos
e comunidade em geral, no que tange ao seu ensino.
É fato que alguns esforços conjuntos têm-se apresentado com o intuito
de superar os desafios enfrentados hoje no ensino da Matemática. Esses esforços
passam pela formação continuada dos educadores e pela busca de tendências
educacionais que possibilitem a re-significação do ensino de Matemática.
Pires (2010) afirma que a disciplina de Matemática tem que se
transformar numa disciplina de educação de fato, perder a dimensão técnica que
tradicionalmente tem assumido e propor uma mudança de paradigma no modo como
se encara a formação dos jovens.
3.3. A EDUCAÇÃO MATEMÁTICA
12
A Educação Matemática tem seus primeiros registros no Brasil, ainda
no início do século XX, mas foi a partir da década de 70 que se intensificou e
ganhou adesão de muitos pesquisadores e educadores.
Segundo D’Ambrosio (1993), a Educação Matemática trata do ensino
de Matemática na sua totalidade, bem como em suas particularidades. Trata do
ensino, das metodologias, das técnicas ou modelos eficientes para ensinar e
aprender. Propõe tendências, entende o aluno como um ser social inserido em uma
realidade dotada de significado e prática.
A Educação Matemática engloba inúmeros saberes e fatores que
influenciam os processos de ensino e aprendizagem. Investiga como se dá o
processo de compreensão e apropriação da Matemática pelo aluno. Busca-se um
ensino que possibilite aos estudantes análise, conjecturas, apropriação e formulação
de conceitos. (PARANÁ, 2008)
Pretende entender as diferenças existentes entre o que os professores
pensam e o que os alunos entendem sobre o que é Matemática. Esse é um campo
muito complexo do ensino de Matemática, pois aquilo que o professor entende como
verdade, ou como naturalmente compreensível, pode parecer muito complicado a
um aluno que não possui as mesmas habilidades matemáticas que ele.
[...] podemos dizer que a educação matemática é uma área deestudos e pesquisas que possui sólidas bases na Educação e naMatemática, mas que também está contextualizada em ambientesinterdisciplinares. Por esse motivo, caracteriza-se como um campode pesquisa amplo, que busca a melhoria do processo ensino-aprendizagem de Matemática. (FLEMMING, 2005, p. 13)
Trabalhando pela melhoria da qualidade do ensino-aprendizagem, a
Educação Matemática mantém pesquisas constantes sobre formas de ensinar e
aprender Matemática. Nesse trabalho surgiram as Tendências em Educação
Matemática que são estratégias com as quais os conteúdos podem ser abordados
de maneira significativa, com objetivo voltado para o envolvimento e crescimento do
aluno, no que diz respeito ao ensino de Matemática.
A Secretaria do Estado da Educação do Paraná (SEED), propõe que
os conteúdos de Matemática no Ensino Fundamental e Médio sejam abordados de
acordo com as seguintes tendências da Educação Matemática: Resolução de
13
Problemas, Modelagem Matemática, Mídias Tecnológicas, Etnomatemática, História
da Matemática e Investigação Matemática.
3.4. RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS
Podemos entender a Resolução de Problemas como parte integrante
do ser humano. Somos habituados a resolver problemas de diferentes ordem e
contexto. Para Polya (2006), a capacidade de resolver problemas e a capacidade de
contornar situações é o que difere o homem, dotado de inteligência, dos demais
animais.
No contexto escolar, a disciplina considerada responsável por resolver
problemas é a Matemática. Desde seus primórdios, a Matemática se mostrou
eficiente na arte de resolver os mais variados problemas enfrentados pela
humanidade. Sua contribuição na própria evolução humana e nas verdades que hoje
aceitamos é incontestável.
Os problemas sempre foram utilizados, em Matemática, como
estratégia de aprendizagem. Durante décadas, fomos habituados a encontrar livros
didáticos e materiais de apoio recheados de problemas a serem utilizados como
norteadores das estratégias propostas para o início de um novo conteúdo ou como
fixadores desses conceitos e conteúdos. O que percebemos ainda é que muitas
vezes esses problemas são expostos sem a preocupação com seu significado para
os alunos e que, na verdade, trata-se de um grande número de exercícios de
repetição de algoritmos e fórmulas.
A Resolução de Problemas, enquanto estratégia metodológica
proposta pela Educação Matemática, possui caráter mais abrangente e propõe,
através de sua utilização, a compreensão de conceitos matemáticos via construção
e contextualização das situações apresentadas. Essa estratégia tem se consolidado
como importante e poderosa ferramenta pedagógica no ensino de Matemática, como
fomentadora da autonomia, da interpretação e compreensão, da elaboração de
estratégias de resolução e da análise dos resultados encontrados.
Para que o trabalho com a Resolução de Problemas, proposto pela
Educação Matemática, aconteça, é necessário que ocorra uma inversão na
sequência cronológica desenvolvida na grande parte das aulas de Matemática:
14
definição, exemplos, exercícios de fixação, situações-problemas. Na Resolução de
Problemas, os conteúdos são abordados conforme a necessidade para a resolução
da situação proposta. Nessa perspectiva, a idéia inicial e importante para o trabalho
é a escolha de um bom problema.
Um bom problema é aquele que suscita no aluno o gosto e a
curiosidade pela descoberta. Este é o tipo de problema pode fazer com que o aluno
se interesse pela Matemática, aprimore o raciocínio e amplie seus conhecimentos.
Não significa que um bom problema é inédito, exclusivo, elaborado com termos
técnicos e científicos. O bom problema é aquele cuja solução não é evidente ou
direta, mas coloca o aluno na posição de investigador. Não deve ser confundido com
um desafio ou com uma charada. Butts (1997, p 32 – 35) classifica os diferentes
tipos de problemas: os exercícios de reconhecimento - utilizados para recordar ou
reconhecer um teorema; exercícios algoritmos - que podem ser resolvidos a partir de
procedimentos algébricos; problemas de aplicação – aqueles cujo traço
característico é conter em seu enunciado uma estratégia para resolvê-los;
problemas de pesquisa aberta - aqueles que não apresentam em seu enunciado
dicas de resolução; e, situações problemas: aquelas caracterizadas por não conter
um enunciado tipicamente matemático, mas uma situação em que os alunos são
levados a pensar.
Para Polya (2006, p.5), “o problema deve ser bem escolhido, nem
muito difícil nem muito fácil, natural e interessante e, um certo tempo deve ser
dedicado à sua apresentação natural e interessante”.
O trabalho com a Resolução de Problemas não é fácil, tampouco
simples. Requer persistência, conhecimento e envolvimento dos sujeitos
englobados, especialmente do professor, o grande direcionador e incentivador do
trabalho. Se o aluno não se sentir motivado a resolver um problema, a estratégia
terá perdido sua validade.
A missão dos educadores é preparar as novas gerações para omundo em que terão que viver. Isto quer dizer proporcionar-lhes oensino necessário para que adquiram as destrezas e habilidadesque vão necessitar para o seu desempenho, com comodidade eeficiência, no seio da sociedade que enfrentarão ao concluir suaescolaridade. (SANTALÓ, 2001, p.11)
15
O professor que deseja elaborar suas aulas pautadas na Resolução de
Problemas deve ter ciência de que essas devem ser preparadas com dedicação e
antecedência.
O professor que deseja trabalhar com a resolução de problemasdeve, antes de apresentar a proposta aos alunos, se preparar bempara enfrentar desafios. Deve preparar os problemas que serãoutilizados considerando o “poder” que ele pode proporcionar, sequestionar sobre a validade do mesmo, quais aspectos e conteúdosserão abordados, que questionamentos poderão surgir e quais eledeverá propor para que o trabalho possa produzir o esperado. Oprofessor deve ser um bom questionador. Porém deve lembrar que“este método” de questionar não é rígido. E ainda bem, pois nestesassuntos qualquer procedimento rígido, mecânico, pedante, seráforçosamente prejudicial. O nosso método permite uma certaelasticidade e variação, admite abordagens diversas, pode e deveser aplicado de tal maneira que as questões apresentadas peloprofessor possam ter ocorrido ao próprio aluno. (POLYA, 2006, p.5)
O professor deve proporcionar aos alunos autonomia e incentivar suas
próprias descobertas. É notório que os alunos não estão habituados com essa
situação, no entanto, para que possam verdadeiramente experimentar a Matemática
por si, é preciso que avancem na elaboração de estratégias para a resolução de um
problema.
No momento em que as dúvidas começarem a emergir, é necessário
que o professor esteja preparado para as dificuldades que os alunos possam
encontrar. Quando isso acontecer, é preciso parar e colocar-se no lugar do aluno,
procurar “enxergar a situação com os olhos do aluno” e buscar, em sua própria
experiência de resolvedor de problemas, a habilidade e a perseverança para lidar
com os desafios ou mesmo, ao se deparar com o silêncio constrangedor dos alunos,
dar continuidade ao trabalho formulando a pergunta certa, na medida certa, para que
o interesse do aluno possa ser retomado e renovado. O professor pode interferir de
forma prejudicial em toda a estratégia se responder aos questionamentos
direcionando a resolução.
Outro aspecto que se deve levar em consideração, é a resposta
encontrada para o problema. Os alunos não estão acostumados a questionar ou
analisar a resposta encontrada. É muito comum encontrarmos resposta negativa
para uma medida de superfície ou capacidade, por exemplo. O professor deve
incentivar e valorizar o questionamento e a validade da resposta encontrada.
16
Em síntese, o professor que se propõe ao trabalho com a Resolução
de Problemas deve trabalhar juntamente com seus alunos e enxergá-los como
colaboradores, como seres sociais que buscam aperfeiçoamento e, ainda, mostrar-
lhes quão satisfatório pode ser o estudo da Matemática. Deve ter em mente que é
um norteador do ensino e que não está ali para punir, mas para direcionar e
redirecionar as ações.
Quando um estudante comete erros realmente tolos ou éirritantemente vagaroso, a causa é sempre a mesma: ele não temqualquer desejo de resolver o problema, nem mesmo desejaentendê-lo adequadamente e, por isso, não chegou sequer acompreendê-lo. Portanto o professor que realmente deseja ajudar oaluno deve, antes de tudo, estimular a sua curiosidade, incutir-lhecerto desejo de resolver o problema. O professor deve tambémconceder algum tempo ao aluno, para que ele tome a decisão e sededique à sua tarefa.Ensinar a resolver problemas é educar a vontade. Na resolução deproblemas que, para ele, não são fáceis, o estudante aprende aperseverar a despeito dos insucessos, a apreciar pequenosprogressos, a esperar pela idéia essencial e as concentrar todo oseu potencial quando esta aparecer. Se o estudante não tiver, naescola, a oportunidade de se familiarizar com as diversas emoçõesque surgem na luta pela solução, a sua educação matemática teráfalhado no ponto mais vital. (POLYA, 2006, p.131)
3.5. GEOMETRIA – ÁREA E VOLUME
A Geometria é o estudo das formas e das relações existentes entre
elas, descritas por meio de símbolos e propriedades.
Derivada do grego geometrien, que significa medição da terra (geo =
terra, metrein = medir), a geometria é parte integrante do desenvolvimento humano.
Como escreve Boyer (1974, p. 4), “afirmações sobre as origens da matemática, seja
da aritmética seja da geometria, são necessariamente arriscadas, pois os primórdios
do assunto são mais antigos que a arte de escrever”.
Heródoto e Aristóteles também não se arriscaram com datas e
períodos e descreveram a geometria com origem no Egito antigo. Heródoto
acreditava que a geometria teve início na arte de efetuar medições de templos e
terras que, invadidas pelas enchentes anuais do rio Nilo, tinham as marcações
arrancadas. Para estabelecer novamente esses marcos, os profissionais da região
17
baseavam-se em anotações anteriores e em medidas de superfícies encontradas a
partir de medições feitas com cordas, com espaçamentos congruentes separados
entre nós, feitos nesta corda. Tanto aconteciam essas medições que os profissionais
ficaram historicamente conhecidos como esticadores de corda ou agrimensores.
Para Aristóteles, a geometria nasceu com os lazeres dos sacerdotes egípcios,
dando a ela conotação de saber sacerdotal e ritual.
Mas, por suas inscrições e produtos, pode-se perceber que os povos
neolíticos já utilizavam geometria.
[...] o homem neolítico pode ter tido pouco lazer e poucanecessidade de medir terras, porém seus desenhos e figurassugerem uma preocupação com relações espaciais que abriucaminho para a geometria. Seus potes, tecidos e cestas mostramexemplos de congruência e simetria que em essência são partes dageometria elementar. (BOYER, 1974, p.4)
O mais importante não é a precisão do tempo em que a geometria
nasceu, mas o quanto seu estudo e desenvolvimento contribuíram para o
desenvolvimento humano. Muitos são os geômetras que se dedicaram a estudar os
conceitos e suas implicações. Porém, nenhum autor e nenhuma obra é tão
conhecida, em geometria, como “Os Elementos de Euclides”. Escrita no ano de 300
a. C., a obra se divide em 13 livros ou capítulos que se destinam a descrever toda a
geometria existente na época.
Ainda hoje, muito do conteúdo dessa obra norteia o ensino e a
aprendizagem da geometria escolar ou da chamada Geometria Euclidiana, que
engloba a geometria plana e espacial.
É na Geometria plana que encontramos os conteúdos sobre área e
volume, trabalhados desde os anos iniciais do Ensino Fundamental e que se
justificam por serem práticos e presentes nos espaços vivenciados diariamente por
todos nós. Seja através das construções, das formas da natureza, seja em tantas
outras situações, é fácil encontrar aplicações satisfatórias desses conceitos.
Com o passar das séries e com o ingresso do aluno no Ensino Médio,
“[...] deve-se garantir ao aluno o aprofundamento dos conceitos da geometria plana
e espacial em um nível de abstração mais complexo.” (PARANÁ, 2008 p.56)
Nesse sentido, o conteúdo de área e volume serão utilizados como
fundamentadores da implementação deste Caderno Pedagógico. Deste modo,
18
pretende-se aliar a Matemática da sala de aula e a Matemática utilizada na
fabricação de roupeiros no Parque Industrial de Arapongas, no intuito de integrar
conhecimento científico e prático para demonstrar sua ampla aplicabilidade.
3.6. ECONOMIA DO MUNICÍPIO DE ARAPONGAS
Situado ao Norte do Paraná, a urbanização do município de Arapongas
teve seu início em 1932, por iniciativa da Companhia de Terras Norte do Paraná,
pioneira do progresso e desbravamento de toda a região. Foi emancipado
politicamente em 10 de outubro de 1947. Possuidor de terra roxa, propícia ao cultivo
de algodão e café, o município manteve-se, nas primeiras décadas de existência,
por meio da agricultura próspera.
Em 1960, com o objetivo de diversificar a atividade econômica do
município, um grupo de empresários, contando com o apoio dos governos estadual
e municipal, criou o parque industrial de Arapongas, que contava com indústrias do
ramo de alimentação e fabricação de móveis.
Desde então, o parque industrial recebeu muitas empresas de vários
ramos de atividade, mas o que se destacou em âmbito nacional e internacional foi o
do segmento moveleiro. Sendo o segundo maior pólo moveleiro do sul do país e o
primeiro do Paraná, concentra a produção na fabricação de móveis populares,
destinados às classes C e D da economia brasileira. Também possui grande parcela
na exportação de móveis para todo o continente, especialmente para os países que
formam o MERCOSUL.
Como registra Lima (2008, p.7), “... a cidade cresceu muito em
população, empregos e renda nos últimos anos, crescimento este impulsionado pelo
desenvolvimento das indústrias moveleiras”.
Em 2010, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
realizou o censo que demonstrou o crescimento populacional de Arapongas acima
da média do estado.
[...] apresentou dados que mostram a cidade de Arapongas entre asque registraram maior crescimento populacional no Estado. Secomparada ao censo de 2007, a população obteve um crescimentode 7,5%, estando atualmente com 104.161 habitantes, sendo 51.045
19
homens e 53.116 mulheres. O município é o 16º com a maiorpopulação do Paraná e registrou um crescimento considerado acimada média nacional. (REDAÇÃO Tn, (2010, s.p)
As empresas moveleiras, grandes responsáveis pelo crescimento
demográfico acima da média, compreendem 162 indústrias que geram cerca de
11.000 empregos diretos e 3.500 empregos indiretos. De acordo com o Instituto
Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (IPARDES), 2011, estimando
que a população economicamente ativa do sexo masculino (entre 20 e 55 anos) seja
de 26.500 habitantes e do sexo feminino (entre 20 e 50 anos) 24.800 habitantes, a
indústria moveleira é responsável por mais de 28% dos empregos do município.
Junto com a expansão econômica industrial surgiram também
problemas de ordem ambiental. A utilização de madeira em grande escala provocou
incômodo em relação à sua fonte de obtenção. Foi preciso se adequar e mudar a
origem da madeira utilizada passando esta a ser de áreas de reflorestamento. De
olho no mercado internacional cada vez mais preocupado com a preservação
ambiental,
As indústrias araponguenses estão se adequando com programasde Qualidade Total e em conformidade com o meio ambiente paraocupar uma fatia no mercado internacional. Uma das exigências domercado comum Europeu é de que os moveis apresentem o SeloVerde que assegura que o produto foi fabricado com madeiraprocedente de reflorestamento e para isso, há um viveiro de mudas(projeto SIMFLOR) que produz 2.000.000 de mudas anuais em 400hectares de área: eucaliptos (madeira nobre para a produção demóveis), pinus e árvores nativas. (SIMA, 2008, s.p)
Mas a utilização de madeira em grande escala também trouxe
problemas ambientais após sua utilização, pois provocou a acumulação de lixo,
como lascas de madeira e pó de serra, nos lixões da cidade. Além disto, passou a
provocar a poluição do ar que causou problemas de saúde na população que residia
próximo às indústrias, entre outros. Um outro fator negativo foi o destino incerto de
resíduo de tinta e solvente que eram deixados nos pátios das empresas. Esses
problemas trouxeram preocupação aos órgãos ambientais, governos e empresários
que se uniram na busca de soluções permanentes.
O resultado prático dessa união foi a implantação da Central e
Tratamento de Resíduos Industriais (CETEC), em 2000, cujos trabalhos com a
20
finalidade de resolver conflitos ambientais causados pelo polo moveleiro de
Arapongas tiveram início em 2001. A CETEC é responsável pelo recolhimento e
reciclagem de quase todo o lixo industrial produzido pelas empresas moveleiras.
São recolhidos diariamente materiais como madeira, pó de serra, solventes, papel,
plásticos e metal, num total de 350 toneladas/dia, os quais são transformados em
bicombustíveis ecologicamente corretos pertencentes à classe da biomassa,
briquetes e pallets, solventes, plásticos thermoencolhíveis e tinta para pisos e
metais.
O parque moveleiro de Arapongas é exemplo de como ações
organizadas entre órgãos governamentais e sociedade podem minimizar os
impactos ambientais provocados pela ação industrial em grande escala.
21
4. AS ATIVIDADES
As atividades propostas nesta unidade são embasadas na estratégia
metodológica Resolução de Problemas, sendo elaboradas para o ensino e
aprendizagem de Matemática na primeira série do Ensino Médio, visando ao
aprofundamento de estudos dos conceitos de área e volume.
Buscando integrar a Matemática da sala de aula com a Matemática
vivenciada no dia a dia do aluno, as atividades elaboradas para esta implementação
se utilizam da situação sócio-econômica do município de Arapongas – PR., que
concentra um grande número de empresas do ramo moveleiro que são responsáveis
por milhares de empregos gerados direta ou indiretamente. Nesse contexto, as
atividades encontram-se fundamentadas na fabricação de um roupeiro, de modelo
pré-definido pela professora, produzido nas indústrias do município.
Além de fornecer dados do processo de fabricação, desde a origem da
matéria-prima até o reaproveitamento de materiais, as tarefas pretendem informar e
despertar interesse sobre a Matemática utilizada.
Espera-se tornar significante o estudo destes conteúdos específicos
bem como o de outros que se mostrarem importantes para que o objetivo desta
implementação seja atingido.
22
5. OS ALUNOS
No ensino pautado na Resolução de Problemas, o aluno é colocado na
posição de autor da própria aprendizagem. Na busca por soluções para as questões
apresentadas, deve procurar, nos conhecimentos prévios que possui, inspiração
para iniciar a resolução do problema.
Nesta implementação, os alunos serão divididos em grupos de três ou
quatro, favorecendo a integração, socialização, respeito e trabalho em conjunto
entre os colegas.
A cada grupo serão apresentadas as atividades propostas para a aula.
Será feita a leitura conjunta dos enunciados garantindo que nenhuma dúvida de
interpretação comprometa seu desenvolvimento. Para Polya (2006, p. 5), “primeiro
que tudo, o enunciado verbal do problema precisa ficar bem entendido. O aluno
deve também estar em condições de identificar as partes principais do problema, a
incógnita, os dados, a condicionante”.
O trabalho nas equipes será iniciado de forma autônoma, porém
consciente da presença do professor para o caso de dúvidas quanto ao contexto ou
conteúdo. O professor sanará as dúvidas e, a partir de novos questionamentos,
incentivará a retomada dos trabalhos.
Ao final da resolução, os grupos serão questionados sobre a validade
da resposta encontrada.
Até mesmo alunos razoavelmente bons, uma vez chegados àsolução do problema e escrita a demonstração, fecham os livros epassam a outro assunto. Assim fazendo, eles perdem uma faseimportante e instrutiva do trabalho da resolução. Se fizerem umretrospecto da resolução completa, reconsiderando e reexaminandoo resultado final e o caminho que levou até este, eles poderãoconsolidar o seu conhecimento e aperfeiçoar a sua capacidade deresolver problemas. (POLYA, 2006, p12)
Os grupos serão convidados a expor, para a turma, a resolução e a
resposta encontradas. Se algum dos colegas desejar contribuir com comentários
sobre a resolução exposta, terá oportunidade para fazê-lo.
Para que sejam mantidos a ordem e o respeito mútuo durante o
processo de implementação deste Caderno Pedagógico, primeiramente será
apresentado aos alunos um Contrato Didático determinando quando e como se dará
23
a implementação, sua importância, objetivos e a participação do professor e alunos
no desenvolver do projeto. No contrato constarão os seguintes tópicos:
· Esta proposta será aplicada em contra-turno e se realizará uma vez por
semana, durante uma aula de cinquenta minutos.
· A participação é voluntária e o desenvolvimento e resultado da
implementação irão compor um artigo científico a ser divulgado com fins
educacionais.
· Os alunos participantes da implementação deverão se comportar de
maneira adequada nas dependências da escola, na sala de aula, com a
professora e com os colegas, colaborando para que o clima seja de
respeito e aprendizagem.
· Ao se referir à professora, o aluno deve fazê-lo em voz alta para que todos
os colegas compartilhem de sua colaboração ou dúvida.
· Quaisquer fatos diferentes, dos acima descritos, serão resolvidos pela
professora.
24
6. O PROFESSOR
No ensino e aprendizagem a partir da Resolução de Problemas, o
professor tem papel fundamental. Sua capacidade de elaborar, questionar, incentivar
e retomar pode fomentar o gosto pela Matemática e a satisfação de se construir um
conceito matemático.
Ensinar a resolver problemas requer que o professor coloque osalunos frente a diferentes situações. Ele deve encorajá-los a pensarpor si mesmos, a levantarem suas próprias hipóteses e testá-las, adiscutir com seus colegas como e porque determinada estratégiaresolve ou não o problema. (PIRES, 2006, p. 8)
Desde o momento da elaboração do plano de trabalho, do problema a
ser utilizado e da forma como proceder durante a execução das aulas, o professor
deve se sentir motivado a ponto de transferir tal sentimento aos alunos ao fazer o
convite para que eles participem da atividade. Esse convite deve convencer os
alunos que realmente o professor deseja a participação de todos.
Como mediador, procurará proporcionar atenção aos grupos de
maneira igualitária, destacando o progresso de cada um e salientando a importância
da participação e respeito de todos os integrantes desses grupos.
Para garantir o êxito da atividade, o professor deverá:
· Elaborar, antecipadamente, um plano de trabalho, tendo claro o objetivo
principal da atividade.
· Incentivar a participação de todos os alunos no trabalho e ressaltar a
importância do trabalho conjunto.
· Estar atento ao desenvolvimento do trabalho, mantendo, por meio de
questionamentos adequados, o interesse pelo problema.
· Mostrar-se presente e interessado. Circular pela sala, acompanhando os
grupos, tomando ciência do que cada grupo está desenvolvendo e garantir a
participação de todos os integrantes do mesmo.
· Manter-se atento às estratégias empregadas pelos grupos, sanar possíveis
dúvidas quanto ao contexto e/ou ao conteúdo, impetrar novos
questionamentos, garantindo a continuidade e o interesse pelo trabalho.
· Evidenciar as descobertas, elogiar o progresso, redirecionar as ações e
questionar as respostas.
25
· Estar preparado para o surgimento de conteúdos nos quais não se havia
pensado.
· Retomar conceitos.
· Manter postura interrogativa e flexível, privilegiando o raciocínio dos alunos.
· Avaliar de forma cumulativa e contínua, considerando todo o processo
construído.
O professor que se propõe ao trabalho com a Resolução de Problemas
deve sempre assumir o papel de norteador da atividade e ressaltar as descobertas e
conquistas dos alunos. Deve incentivar a autonomia e participação conjunta de
todos. Isso proporciona ao aluno a sensação de autor da própria aprendizagem e
pode suscitar o gosto pela descoberta matemática.
Ao final de todo o processo, o professor deve oportunizar a
socialização das estratégias e dos resultados encontrados. Deve, ainda, justificar
matematicamente as conjecturas e descobertas para que o trabalho não perca o
objetivo.
26
7. ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO
O emprego da Resolução de Problemas, neste Caderno Pedagógico,
tem por finalidade fazer com que o aluno compreenda e se aproprie dos conteúdos
de área e volume de forma contextualizada e prática.
Cada grupo resolverá os problemas propostos sem que algoritmos ou
fórmulas sejam exigidos. Somente ao findar cada atividade é que o professor fará
menção das conjecturas matemáticas presentes no desenvolvimento da resolução.
A avaliação do trabalho será feita de forma cumulativa e elaborada a
partir de critérios previamente descritos aos alunos, que são a participação nos
grupos e nas atividades, apresentação oral dos grupos e relatório final escrito de
cada grupo.
27
8. AS TAREFAS
As tarefas apresentadas nesta unidade baseiam-se na fabricação de
roupeiros no parque industrial de Arapongas – Pr, contendo informações sobre o
processo como um todo, envolvendo o conteúdo da geometria, especificamente os
conceitos de área e volume, via Resolução de Problemas.
Para introdução das tarefas, os alunos sempre serão motivados a fazer
uma leitura de um texto informativo diretamente relacionado as atividades da
indústria moveleira do Município, contextualizando, desta forma, as atividades
matemáticas propriamente ditas.
Tarefa 1à Conhecendo o Parque Industrial de Arapongas
Esta etapa inicial não se configura propriamente como uma tarefa de
Resolução de Problemas, mas como forma de integrar os alunos com o contexto a
ser trabalhado.
Trata-se de um texto informativo sobre a atividade moveleira no
município de Arapongas, desde seu início até o momento atual. Esse texto será
entregue aos grupos e uma leitura conjunta será proposta. Um determinado tempo
será reservado para que os conhecimentos sejam ampliados. A todos será dada a
oportunidade de se expressar e descrever suas experiências e opiniões.
Objetivos:
- iniciar, de forma simples, a implementação da proposta pedagógica, integrando a
turma com o assunto que embasará o trabalho e com as atividades a serem
propostas;
- propiciar discussões a respeito do ramo moveleiro e sua importância para o
município de Arapongas, bem como para toda a sociedade local.
Reconhecido nacional e internacionalmente, o parque moveleiro de
Arapongas é o segundo maior pólo do sul do país e o primeiro maior do Paraná. Sua
trajetória de desenvolvimento teve início na década de 60 com a implantação das
primeiras indústrias. De lá para cá é considerável o crescimento conquistado pelas
empresas do ramo.
28
Hoje estão instaladas no município 162 indústrias que geram milhares
de empregos diretos e indiretos e que fabricam móveis destinados às classes C e D
da economia interna brasileira, bem como de países do Mercosul.
Muitas famílias são atraídas para município em função da grande oferta
de empregos e renda gerados pelo parque industrial moveleiro. Em decorrência
deste fato, o crescimento populacional de Arapongas ficou acima da média Nacional
e Paranaense.
É muito comum encontrar, em nosso município, pessoas que se
encontram ligadas ao setor.
Considerações sobre a tarefa
Esta é uma atividade de integração e informação, para este primeiro
momento da implementação, já que apresenta de forma simples e sucinta o cenário
que fundamenta as demais tarefas.
Incentivando a discussão sobre o assunto, os participantes poderão
expor e ampliar seus conhecimentos sobre os dados do setor moveleiro.
Tarefa 2à Origem da Matéria Prima Utilizada
Objetivos
- informar o grupo da origem, ecologicamente correta, da matéria prima utilizada no
Parque Industrial Moveleiro de Arapongas;
- conscientizar sobre a problemática “espaço X tempo” na formação de áreas de
reflorestamento;
- despertar a percepção da importância do planejamento nas atividades industriais e
na vivência humana como um todo;
- introduzir o conceito de área e unidades de medidas lineares e de superfície.
Os números que expressam os dados do setor moveleiro do parque
industrial de Arapongas são surpreendentes. Não somos apenas o maior pólo
moveleiro do Paraná, mas também o que mais utiliza painéis de madeira – chapas
de aglomerado – no país. No ano de 2010, segundo o Sindicato da Indústria
Moveleira de Arapongas (SIMA), foram consumidos 1 267 604 m³ de chapas
29
aglomeradas. Madeira essa advinda de fontes renováveis e ambientalmente
corretas, principalmente das espécies pinus e eucalipto.
O setor mantém, através de parceira entre alguns empresários do
ramo, um projeto de reflorestamento denominado Projeto SIMFLOR, que
compreende uma área onde são plantadas 2 000 000 de mudas dessas espécies.
De acordo com as empresas relacionadas à extração da madeira e
fabricação dos painéis de madeira, a cada 1,43 m³ de árvores cortadas, produz-se 1
m³ de painéis e, ainda que “ em boas condições de clima, solo e cultivo, o eucalipto
pode produzir, aos 6 anos de idade, 240 m³ de madeira por hectare [...].” (GONDIM,
2011, s.p)
a) Estabeleça a relação entre o número de árvores cortadas para geração da
metragem consumida durante o ano de 2010.
b) Sabe-se que numa área de reflorestamento, cuja madeira seja destinada à
produção de chapas aglomeradas, o plantio das mudas é realizado com
espaçamento 3m x 2m de distância entre elas. Que superfície de terra é
necessária para a manutenção de um ano de produção moveleira em
Arapongas?
c) Que espaço é ocupado pelo projeto SIMFLOR? As árvores cultivadas nesse
projeto são suficientes para abastecer nosso parque industrial?
Considerações sobre a tarefa
A tarefa propõe o conhecimento de números reais sobre a fabricação
de móveis em Arapongas. Com tais informações, espera-se suscitar o interesse pela
descoberta de como a utilização dessa matéria prima está intimamente ligada com a
questão da preservação ambiental, bem como a conscientização quanto à
importância do planejamento de ações.
Matematicamente, é uma tarefa proposta para a introdução de
conceitos de área/espaço. O aluno será levado a conjecturar sobre o procedimento
organizacional do espaço plantado para suprir a demanda de madeira.
A arte da conjectura é parte integrante da Resolução de Problemas,
pois leva o aluno para além dos cálculos aritméticos e o introduz no universo do
pensamento lógico e das estratégias elaboradas.
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Tarefa 3à O corte das chapas
Objetivos
- trabalhar com conceitos de perímetro, área e volume;
- ressaltar a importância do conhecimento geométrico em questões práticas;
- possibilitar discussão para a elaboração de planos e estratégias.
Os painéis de madeiras – chapas aglomeradas – utilizados para a
fabricação de roupeiros possuem tamanho e espessura variados, de acordo com a
solicitação da indústria.
Consideraremos três dessas dimensões, que se encontram entre as
mais utilizadas, que são:
· Chapas de 12 mm: 2,75 m x 1,85 m x 12mm – utilizadas para corte de
laterais, divisórias internas e gavetas.
· Chapas de 15 mm: 2,75 m X 2,20 m x 15 mm – utilizadas para corte de
portas, rodapés e roda tetos.
· Chapas de 2,5 mm: 2,44 m x 1,90 m x 2,5 mm – utilizadas para corte de
fundo.
Nos esquemas abaixo são apresentados dois modelos de roupeiros
fabricados em uma de nossas indústrias.
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Legenda de Peças de Madeira para o Roupeiro de Solteiro
nº peça medida (mm) Qde11 Base B11 285 x 450 x 12 0138 Chapéu C7 805 x 450 x 12 0148 Divisória 1665 x 450 x 12 0182 Lateral direita L2 1840 x 450 x 12 0189 Lateral esquerda L2 1840 x 450 x 12 01
102 Moldura M8 830 x 53 x 15 01125 Prateleira do gaveteiro 532 x 450 x 12 01133 Prateleira P7 260 x 430 x 12 02150 Porta P 13 1678 x 268 x 15 01
151.4 Porta P37 1308 x 268 x 18 02159 Rodapé frontal R6 805 x 100 x 15 01173 Rodapé traseiro R6 805 x 100 x 15 01212 Vista frontal menor 532 x 70 x 15 01
Fundo do roupeiro 263 x 1695 x 2,5 02Fundo do roupeiro 272 x 1695 x 2,5 01
196.4 Contra fundo da gaveta 480 x 80 x 12 02201.2 Fundo da gaveta 380 x 505 x 12 02203 Frente da gaveta 540 x 157 x 15 02206 Lateral da gaveta 370 x 110 x 12 04
34
Legenda de Peças de Madeira para o Roupeiro de Casal
peça descrição Medida (mm) Qde1 Base rodapé 610 x 450 x 12 012 Base prateleira / chapéu 1695 x 450 x 12 013 Divisória 1877 x 450 x 12 024 Fundo 571 x 1900 x 2,5 035 Lateral direita 2050 x 450 x 12 016 Lateral esquerda 2050 x 450 x 12 017 Moldura 1720 x 53 x 15 018 Prateleira (1 lado) 557 x 425 x 12 029 Prateleira (1 lado) 557 x 450 x 12 03
10 Porta central 1887 x 281 x 15 0211 Porta lateral 1512 x 281 x 15 0412 Rodapé frontal 1695 x 100 x 15 0113 Rodapé traseiro 1695 x 100 x 15 0114 Trava do rodapé 419 x 100 x 15 0115 Vista frontal 557 x 70 x 15 0216 Frente da gaveta 566 x 157 x 15 0417 Lateral da gaveta 370 x 100 x 12 0818 Contra fundo da gaveta 508 x 80 x 12 0419 Fundo da gaveta 380 x 533 x 2,5 04
A partir da observação destes dois modelos, desenvolva o solicitado
abaixo:
a) Elabore um esquema de corte das chapas para a fabricação dos roupeiros
esquematizados acima, obedecendo as mesmas especificações de utilização
de chapas que as empresas.
b) Análise:
- Quantas chapas você utilizou?
- Quanto de material você desperdiçou?
- O que você levou em consideração para elaborar o esquema de corte?
- É possível melhorar seu projeto com o intuito de aprimorar o custo X benefício
no momento do corte?
c) Em relação ao transporte,
- de que forma compilaria as peças para que o roupeiro não sofra nenhuma
avaria?
- que tipo de embalagem utilizaria?
- qual o volume ocupado pelo roupeiro que você elaborou?
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Considerações sobre a tarefa
A tarefa demonstra a importância do conhecimento básico de
geometria para a elaboração de projetos que levem em consideração o
aproveitamento de material.
Os alunos são incentivados a elaborar estratégias e testar hipóteses no
momento de montar o esquema para o corte das chapas. Para isso, o trabalho em
equipe deverá ser valorizado e a opinião de todos considerada.
Para essa tarefa serão oferecidas aos grupos cartolinas para que
façam experimentações sobre medidas e formas adequadas de corte.
Pretende-se que os alunos não apenas resolvam a tarefa, mas que
discutam sobre ela, sobre as dificuldades encontradas e de como o conhecimento
matemático pode facilitar a busca por soluções satisfatórias.
Tarefa 4à O “peso” do roupeiro
Objetivos
- transformar as medidas de superfície e capacidade em medidas de massa;
- elucidar dúvidas sobre os sistemas de medidas utilizados durante a produção e
transporte dos roupeiros.
Na tarefa anterior, vocês tiveram a oportunidade de elaborar o
esquema de corte para montagem dos roupeiros de solteiro e casal. Desenvolveram
também uma forma de embalar as peças de forma a evitar avarias no produto.
Agora, inicia-se uma nova etapa da produção dos roupeiros: o transporte.
O transporte é também de suma importância, pois a entrega do produto
em condições adequadas ao lojista e, consequentemente, ao consumidor final
depende do sucesso dessa etapa.
No parque industrial de Arapongas, o transporte da produção é
realizado por caminhões que viajam por todo o país e para fora dele. Há uma grande
variedade de modelos de caminhões utilizados, de acordo com a necessidade de
cada empresa.
36
Para efeito de nosso trabalho, consideraremos um modelo que possa
transportar até 25.500 kg.
a) Quantos roupeiros de solteiro ele pode transportar?
b) E de casal?
c) Quanto pesa cada um dos roupeiros considerados na tarefa 3?
Os caminhões também são utilizados no transporte das chapas
aglomeradas da indústria madeireira até as empresas de nosso parque industrial.
Mantendo o mesmo modelo de caminhão,
a) quantas chapas um desses caminhões pode transportar?
b) Quantos caminhões como este seriam necessários para transportar, de uma
só vez, as chapas utilizadas anualmente em nosso parque industrial?
Considerações sobre a tarefa
Na produção de roupeiros, as chapas utilizadas como matéria prima
são adquiridas através de medidas de superfície e capacidade. Mas, seu transporte,
bem como o dos roupeiros, depois de prontos, é medido através da massa que
possuem.
Esta tarefa, então, faz a relação entre as duas grandezas.
Como material de apoio, será apresentado aos alunos uma pequena
parte de cada uma das chapas utilizadas na fabricação dos roupeiros. Essas serão
“pesadas” com o auxílio de uma balança existente no laboratório de química,
biologia e física do colégio em que a proposta será implementada.
A partir da determinação da massa de cada uma dessas partes é que
os grupos passarão a estimar e responder aos questionamentos propostos.
Tarefa 5à O espaço ocupado e a capacidade de um roupeiro
Objetivos
- aplicar os conceitos de área e volume;
- estimular a percepção para as diferenças entre medida linear, bidimensional e
tridimensional.
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Considere o roupeiro de solteiro cujo esquema de corte foi estudado na
tarefa 3. Suponha ainda que se planeje acomodar esse roupeiro num quarto de
dimensões 3 m x 3 m x 2,70 m, com janela em uma das paredes laterais e porta de
entrada de 0,80 m de largura.
a) Será possível acomodar o roupeiro na parede em que fica a porta de
entrada?
b) Sobrará espaço? Se a resposta for afirmativa, qual será o espaço restante?
c) Qual o espaço total ocupado pelo roupeiro?
d) Qual a capacidade interna do roupeiro de solteiro?
e) Se esse roupeiro tivesse 5 cm aumentado em sua profundidade, em quanto
aumentaria sua superfície externa e sua capacidade interna?
O roupeiro de casal, por sua vez, está planejado para um quarto de
dimensões 4 m x 3 m x 2,70 m, constando uma porta de 80 cm de largura, instalada
na parede de maior dimensão, e uma janela na parede lateral.
a) Qual a área do quarto?
b) Qual a medida da superfície que ficará livre depois da montagem do roupeiro?
c) Qual a capacidade interna desse roupeiro?
d) Se suas dimensões fossem aumentadas 30%, seria possível acomodá-lo na
parede que contém a porta?
e) Em quanto aumentaria a capacidade interna e a superfície externa desse
roupeiro?
Considerações sobre a tarefa
Apesar de ser composta por cálculos simples sobre área e volume e
apresentar baixo grau de dificuldade, a tarefa se justifica pelo fato de colaborar com
a dinamicidade de raciocínio e cálculo.
Utilizando conceitos e medidas reais, incentivará a análise sobre as
dimensões do roupeiro, o espaço ocupado por ele e sua capacidade interna.
O questionamento proposto sobre as dimensões de quartos de solteiro
e casal tem a intenção de favorecer o pensamento lógico espacial e proporcionar
melhor entendimento sobre as unidades de medida de superfície e capacidade.
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Tarefa 6à O lixo produzido e aproveitado
Objetivos
- transmitir informações sobre o aproveitamento do lixo produzido no parque
moveleiro;
- despertar a consciência sobre a importância da reciclagem e da responsabilidade
com o meio ambiente.
Nas empresas moveleiras araponguenses, o desperdício de madeira é
estimado entre 5% e 7% do total utilizado.
No que diz respeito aos painéis de madeira, essa porcentagem refere-
se ao pó de serra formado e por pequenos pedaços que sobram no momento do
corte das chapas.
Esse material já ocasionou, no passado, problemas de ordem
ambiental e sanitária para o município e, especialmente, para os trabalhadores e
moradores das regiões industriais.
Com objetivo de minimizar esse problema, foi criada em 2000, pela
união entre governos, empresários e órgãos ambientais, a Central e Tratamento de
Resíduos Industriais (CETEC), que tem como finalidade recolher e reciclar o lixo
industrial produzido por nossas indústrias moveleiras.
Segundo informações contidas no site da CETEC, ao todo são
aproximadamente 350 toneladas/dia de resíduos produzidos exclusivamente pela
cidade, dos quais 90% referem-se a resíduos de madeiras, serragens e pó-de-serra,
com os quais são produzidos pallets e briquetes.
a) Considerando o desperdício de madeira descrito nas informações acima, que
quantidade de chapas é desperdiçada, por dia, em nosso parque industrial?
b) Quanto de resíduos de madeira é recolhido por dia, pela CETEC?
c) Você acha relevante a ação da CETEC no que se refere ao reaproveitamento
dos resíduos gerados pelas indústrias moveleiras? Comente.
Considerações sobre a tarefa
Sabemos da urgência em melhorar e intensificar a conscientização das
crianças, jovens e adultos sobre a influência humana na conservação e preservação
39
ambiental. A escola não deve se omitir dessa missão, já que trabalha com a
formação de cidadãos.
Por meio dessa tarefa, pretende-se não apenas atribuir significado aos
conteúdos matemáticos propostos, mas despertar a consciência para o papel de
cada um dos alunos na preservação do meio ambiente e de como o tratamento
correto ao lixo produzido pode gerar empregos e renda.
40
REFERÊNCIAS
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Blucher] São Paulo: Universidade de São Paulo, 1974.
BUTTS, Thomas. Formulando Problemas adequadamente. In: KRULIK, S.; REYS, R.
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