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Ficha para catálogo - Operação de migração para o novo data … · 2014-04-22 · necessárias aos seus objetivos e à realidade de cada sala de aula. I ... O garoto procurou

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Ficha para catálogo

Produção didático-pedagógica

Título: “Leitura de Crônicas: O Humor e a Crítica Social nas Entrelinhas”

Autor Giselda Maria Nicolelli Beruski

Escola de Atuação Colégio Estadual Miguel Dias _ EFM

Município da escola Joaquim Távora

Núcleo Regional de Educação Jacarezinho

Orientadora Patrícia Cristina de Oliveira Duarte

Instituição de Ensino Superior Universidade Estadual do Norte do Paraná _ UENP

Disciplina/Área Língua Portuguesa

Produção Didático-pedagógica Unidade Didática

Público Alvo

Alunos do 1° Ano do Ensino Médio.

Localização

Colégio Estadual Miguel Dias _ EFM Rua Doutor Lincoln Graça, n° 746

Apresentação:

A produção didático-pedagógica compõe a práxis pedagógica que consolida a relação indissociável entre a teoria e a prática. Para tal produção optou-se pela elaboração de uma Unidade Didática sob uma perspectiva metodológica voltada para a leitura do gênero discursivo crônica, especificamente os textos do escritor Luís Fernando Veríssimo. Esta escolha deve-se ao fato do autor em pauta apresentar um trabalho ficcional de extrema criatividade e sensibilidade, o qual propicia ao aluno um maior envolvimento com a leitura e o desenvolvimento da sua capacidade compreensiva, interpretativa e crítica. O referido material fundamenta-se na concepção interacionista de linguagem e na teoria dos gêneros discursivos (BAKHTIN, 2003) e será aplicado consoante o Plano de Trabalho Docente, proposto por Gasparin (2009).

Palavras-chave: Transposição didática, Leitura, Gênero Discursivo, Crônica

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1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO:

1.1 Área: Língua Portuguesa

1.2 Professora: Giselda Maria Nicolelli Beruski

1.3 Núcleo Regional de Educação: Jacarezinho

1.4 Professora Orientadora IES: Me. Patrícia Cristina de Oliveira Duarte

1.5 IES - Instituição de Ensino Superior: UENP - Universidade Estadual do Norte

do Paraná

1.6 Escola de Implementação: Colégio Estadual Miguel Dias - EFM

1.7 Público Objeto de Intervenção: 1º Ano do Ensino Médio

1.8 Título: “Leitura de Crônicas: O humor e a crítica social nas entrelinhas”

1.9 Produção Pedagógica: Unidade Didática

“Quando achamos que temos todas as respostas, a vida vem e

muda todas as perguntas”.

Luís Fernando Veríssimo

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Conversando com o PROFESSOR...

As práticas de leitura na escola têm feito com que os alunos, ao chegarem ao

Ensino Médio, mudem o foco de interesse e percam o contato prazeroso com a

leitura. Verifica-se também que, em muitas escolas, a leitura ainda está relacionada

a uma prática utilitarista, em que o texto literário serve meramente como um pretexto

para outras questões de ensino, não sendo vista como uma atividade autônoma e

autorreferencial.

Com o objetivo de contribuir para a solução desse problema, a presente

unidade propõe-se a sugerir meios para que a leitura estabeleça relações

significativas que impliquem uma ação dinâmica, crítica e transformadora. Para tal

objetivo, optou-se pelo ensino da leitura do gênero discursivo crônica, trabalhando-

se especificamente os textos do escritor Luís Fernando Veríssimo. Essa escolha

deve-se ao fato do autor em pauta apresentar um trabalho ficcional de extrema

criatividade e sensibilidade, o qual propicia ao aluno um maior envolvimento com a

leitura.

O trabalho com a leitura do gênero em tela permite a interação entre

autor/texto/leitor, propiciando ao leitor a possibilidade de decifrar, aceitar, deformar

e, até mesmo, refutar alguns sentidos produzidos. Dessa forma, no ato da leitura, o

leitor transforma-se num co-autor, pois ajuda a construir novos sentidos para o texto

e, à medida que vai ampliando seu repertório de conhecimento de obras, também

aumenta a sua capacidade crítica.

As atividades fundamentam-se na concepção interacionista de linguagem e

na teoria dos gêneros discursivos (BAKHTIN, 2003) e serão aplicadas consoante o

Plano de Trabalho Docente, proposto por Gasparin (2009). Por isso, considera-se de

fundamental importância a leitura do livro Uma Didática para a Pedagogia

Histórico - Crítica. 5. ed. Campinas - São Paulo: Autores Associados, 2009, de

autoria de João Luiz Gasparin.

Vale a pena conferir essa leitura!

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Conversando com o aluno...

Você sabe o que é um Gênero Discursivo?

“Todo dia você acorda de manhã e enquanto toma café pega o jornal para

saber as últimas novidades. Em seguida, vai até a caixa de correio e descobre que

recebeu folhetos de propaganda e (surpresa)! Depara-se com uma carta de um

amigo que está morando em outro país”... Quanta informação!

Não é de hoje que a relação com os textos escritos é assim: eles têm formato

próprio, suporte específico, possíveis propósitos de leitura, têm o que os

especialistas chamam de “características sociocomunicativas”.

Para Bakhtin, filósofo russo, Gêneros Discursivos são textos orais e escritos

que apresentam características relativamente estáveis e são produzidos em

diferentes esferas da comunicação humana. O enunciado reflete as condições

específicas de cada uma dessas esferas através de três elementos: o conteúdo

temático, o estilo e a construção composicional. Assim, para que haja

comunicação, nas mais diferentes circunstâncias, utilizam-se inúmeros gêneros orais

e escritos que possuem características próprias.

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RECADO PARA O PROFESSOR...

Para a aplicação da proposta pedagógica, toma-se como ponto de partida a

teoria dialética do conhecimento, embasada na Metodologia proposta por (Gasparin,

2009), consoante o Plano de Trabalho Docente. Este tem como objetivo

fundamentar a concepção metodológica do ensino-aprendizagem, com a ação

docente-discente baseada nos procedimentos operacionais. Tal proposta

metodológica compreende cinco passos pedagógicos, os quais constituem um todo

indissociável e dinâmico. Portanto, trata-se de um trabalho dos conteúdos de forma

contextualizada, o qual exige a atuação do professor como mediador de todo o

processo. Apresenta-se, na sequência, uma síntese dos referidos passos

pedagógicos:

Prática social inicial do conteúdo: é o ponto de partida, a investigação

sobre o que os alunos já sabem do conteúdo a ser estudado.

Problematização: é a reflexão dos principais problemas da prática social.

Instrumentalização: são as ações didático-pedagógicas.

Catarse: é uma nova forma de entender a prática social, é a verificação da

aprendizagem.

Prática social final do conteúdo: é uma nova proposta de ação a partir do

conteúdo sistematizado.

INFORMAÇÃO IMPORTANTE PARA O PROFESSOR...

As crônicas utilizadas para o desenvolvimento das atividades discentes têm

como objetivo principal desenvolver a proficiência da oralidade, leitura e escrita.

Nota: Os textos utilizados nesta Unidade Didática fazem parte do livro

“Comédias para se ler na escola” do autor Luís Fernando Veríssimo, os mesmos

não se encontram na íntegra devido aos direitos autorais. Mas, estão disponíveis

nas bibliotecas públicas.

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PLANO DE TRABALHO DOCENTE PARA O

GÊNERO CRÔNICA

Faz-se necessário ressaltar que o objetivo da presente unidade não é

apresentar receitas ou modelos prontos, mas uma proposta de trabalho que

visa contribuir para um processo de ensino-aprendizagem mais eficiente de

língua portuguesa. Portanto, cabe ao professor realizar as adaptações

necessárias aos seus objetivos e à realidade de cada sala de aula.

I - PRÁTICA SOCIAL INICIAL

1. Anúncio dos conteúdos:

Preparando a abordagem do assunto

Crônica: “A bola”

O pai deu de presente uma bola para o filho. Lembrando o prazer que sentira

ao ganhar a sua primeira bola do pai. Uma número 5 sem tento oficial de couro.

Agora não era mais de couro, era de plástico. Mas era uma bola.

O garoto agradeceu, desembrulhou a bola e disse “Legal”. Ou o que os

garotos dizem hoje em dia quando gostam do presente ou não querem magoar o

velho. Depois começou a girar a bola, à procura de alguma coisa.

— Como é que liga? - perguntou.

— Como, como é que liga? Não se liga.

O garoto procurou dentro do papel de embrulho.

— Não tem manual de instrução? (...)

VERÍSSIMO, Luís Fernando. In: Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro:

Objetiva, 2001, p. 41-42.

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Após a leitura do texto “A bola”, vamos às atividades:

Leitura das linhas...

1. O texto lido retrata uma situação relativamente comum nos dias atuais.

A. Que situação é essa?

B. Quem são as personagens?

C. Em que espaço físico essa situação acontece?

D. Qual é aproximadamente a duração desse fato?

2. Suas respostas anteriores indicam características importantes de um determinado

gênero discursivo.

A. Que gênero é esse?

B. Que características são determinantes para identificar esse gênero?

C. Você já leu ou já presenciou alguém da sua família lendo textos pertencentes a

esse gênero? Em que circunstâncias a leitura ocorreu?

APÓS ESSA BREVE CONTEXTUALIZAÇÃO, O PROFESSOR DEVE

APRESENTAR O CONTEÚDO:

- O gênero discursivo crônica.

- A organização textual da crônica.

- Marcas de linguagem (linguístico-enunciativas), que contribuem para a

construção de efeitos de sentido do texto.

- Crônicas do escritor Luís Fernando Veríssimo

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2. Vivência cotidiana dos conteúdos:

A- Com certeza, você já ouviu falar em crônica. Mas, você sabe o que é uma

crônica? Conhece o significado da palavra “crônica”? Apresente uma definição.

B- Quem, geralmente, escreve textos desse gênero?

C- Quem escreveu essa crônica?

D- Você sabe alguma coisa a respeito desse escritor?

E- O cronista costuma ter sua atenção voltada para fatos do dia a dia e os registra

com humor, sensibilidade, crítica e poesia. Ao proceder assim, qual dos seguintes

objetivos o cronista espera atingir com seu texto?

Marque a alternativa correta:

( ) Informar aos leitores sobre determinado assunto.

( ) Entreter os leitores, e ao mesmo tempo, levá-los a refletir criticamente sobre

a vida e os comportamentos humanos.

( ) Dar instruções aos leitores.

( ) Tratar de um assunto cientificamente.

( ) Argumentar, defender um ponto de vista e persuadir o leitor.

F- Em que consiste o humor e a crítica social presentes na crônica “A bola”?

G - Que pistas levaram você a reconhecer que esse texto é uma crônica?

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II – PROBLEMATIZAÇÃO:

a) Dimensão conceitual

Pesquise o vocábulo “crônica” no dicionário, para compreender melhor seu

significado?

Agora, pesquise qual a diferença entre crônica e conto. Estabeleça

diferenças, por escrito, para posterior discussão em sala de aula.

b) Dimensão histórico-cultural

Você sabe qual é a origem da crônica?

Que tipo de assunto pode ser abordado em uma crônica?

Todas as crônicas devem abordar um mesmo assunto?

c) Dimensão social

Há textos pertencentes a diferentes gêneros circulando nos mais diversos

campos da sociedade. Pensando nisso, procure justificar a criação do gênero

discursivo crônica e sua importância para as pessoas.

d) Dimensão política

Com base nos seus conhecimentos sobre esse gênero, você considera que

todas as pessoas conseguem entender as mensagens veiculadas nas

crônicas? Que fator pode comprometer o entendimento de uma crônica?

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III – INSTRUMENTALIZAÇÃO:

Que tal conhecer melhor o Gênero escolhido para o nosso trabalho?

O termo etimológico “crônica” vem do latim “Chronica” que significa relato de

acontecimentos em ordem cronológica. Em épocas passadas, designava qualquer

documento de caráter histórico. Por isso, a quem hoje se dá o nome de historiador,

antigamente era chamado de cronista.

Na atualidade, crônica é um termo usado para definir um gênero narrativo ou

reflexivo breve, episódico e comunicativo. Caracteriza-se por registrar, acima de

tudo, um flagrante do cotidiano, em seus aspectos pitorescos e inusitados, histórias

que podem ter acontecido com qualquer um, fazendo com que o leitor pense, reflita,

questione e entenda melhor o que se passa no cotidiano. Com base nisso, pode-se

dizer que a crônica situa-se entre o Jornalismo e a Literatura, e o cronista pode ser

considerado o poeta do dia a dia.

Esse gênero discursivo, na maioria dos casos, é um texto curto e narrado em

1ª pessoa, ou seja, o próprio escritor está “dialogando” com o leitor. Isso faz com

que o texto apresente uma visão totalmente pessoal de um determinado assunto: a

visão do cronista. Ao desenvolver o seu estilo e ao selecionar as palavras que utiliza

em seu texto, transmite ao leitor a sua visão de mundo, expõe a sua forma pessoal

de compreender os acontecimentos que o cercam. Geralmente, as crônicas

apresentam linguagem simples, espontânea, situada entre linguagem oral e literária.

Isso contribui também para que o leitor se identifique com o cronista, que acaba se

tornando porta-voz daquele que lê.

MELO, José Marques. A Crônica. In: CASTRO, Gustavo de; GALENO, Alex (Orgs.)

Jornalismo e literatura: a sedução da palavra. São Paulo: Escrituras, 2002, p.139-

154.

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O cronista escolhido para o desenvolvimento do nosso trabalho é o

renomado autor “Luís Fernando Veríssimo”. Você já ouviu falar dele? Quer

conhecê-lo melhor? Então vamos à apresentação:

Luis Fernando Veríssimo nasceu em 26 de setembro de 1936 em Porto

Alegre, no Rio Grande do Sul, é filho do escritor Érico Veríssimo. É um dos

escritores brasileiros mais versáteis, pois escreve diferentes gêneros literários. É

mais conhecido por suas crônicas e textos de humor, mais precisamente de sátiras

de costumes, publicados diariamente em jornais brasileiros. Veríssimo é também

cartunista e tradutor além de roteirista de televisão, autor de teatro e romancista.

O autor Luís Fernando Veríssimo ocupa posição privilegiada tanto no cenário

sociopolítico quanto no artístico-literário, em que ele é legitimado socialmente como

“o autor que é uma paixão nacional. A arte de fazer uma radiografia bem-humorada

da alma do brasileiro transformou LFV num campeão da literatura” (Graieb, 2003).

Portanto, o papel social assumido pelo cronista é o de divertir, provocar

primeiramente o riso e depois a reflexão, pois o leitor revelado discursivamente, é

aquele que, por não se contentar apenas com a informação, quer sobre ela refletir, e

por isso busca outras opiniões que com as suas dialoguem. Nesse âmbito, as

crônicas têm um público específico, determinado pelo enunciado, não só quanto a

sua maior ou menor complexidade, mas, ainda, pelas temáticas variadas de que

trata e que demandam tal diversidade de conhecimentos.

GRAIEB, Carlos. O autor que é uma paixão nacional. VEJA on-line. Ed. 1793, 12

mar. 2003. Disponível em: http: //veja.abril.com.br/120303/p_o74.html. Acesso em:

07 de outubro 2010.

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RECADO PARA O PROFESSOR

Esclareça aos alunos que o gênero é composto por três elementos

indissociáveis (Bakhtin, 2003). Por isso, as atividades propostas na sequência,

abordam esses três aspectos do gênero. No entanto, as questões referentes a

cada um desses aspectos serão apresentadas separadamente. Essa separação

obedece a fins exclusivamente didáticos.

Agora que você já ampliou um pouco mais seu conhecimento a respeito

das crônicas, que tal realizar outras questões sobre o texto “A bola”? Para

respondê-las, vai ter que ler nas entrelinhas e além das linhas...

Leitura das entrelinhas...

A) Quando o presente é dado ao filho, observam-se reações diferentes.

Como o pai se sente ao dar o presente ao filho? Qual é a sua expectativa?

Qual foi a reação do filho ao receber o presente?

B) Qual é a expectativa do leitor frente a essa situação inicial?

C) Durante o diálogo observa-se a repetição de uma expressão que indica uma gíria.

Qual é essa expressão?

Com qual conotação ela é apresentada?

D) No 7° parágrafo o pai faz um questionamento. Em que consiste esse

questionamento? Explique.

E) O pai conclui que o garoto não tem habilidade motora com a bola, mas apresenta

outra habilidade. Que habilidade é essa? Comprove com um trecho retirado do texto.

F) Como se encontra o pai no desfecho da narrativa? A que conclusão ele chega?

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Leitura além das linhas

A) Através da leitura da crônica observa-se um comportamento “saudosista” do

pai. Em que consiste o vocábulo em negrito?

B) Por que o pai tem esse comportamento “saudosista”?

C) Você acha que o assunto abordado nessa crônica diz respeito a um fato isolado

ou comum nos dias de hoje? Explique com argumentos convincentes.

D) Nessa crônica há uma crítica social explícita. Qual é? Explique.

E) Tendo por base sua própria vivência, você acha que os jogos eletrônicos

influenciam no comportamento das crianças e dos adolescentes? Justifique sua

resposta.

1) Atividades sobre a construção composicional

A) Em uma crônica, o narrador pode ser observador (aquele que conhece a história,

mas não participa dela) ou personagem (é aquele que além de conhecer a história,

ainda participa como personagem). Qual é o tipo de narrador da crônica em estudo?

Justifique a sua resposta.

B) As personagens iniciam um diálogo através do discurso direto.

Quem inicia a conversa?

Qual o questionamento?

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3) Atividades que contemplam as marcas linguístico-enunciativas

A) No 10° parágrafo lê-se “Ela não faz nada você é quem faz com ela.” A quem se

referem os pronomes “ela” e “você”?

B) Na crônica observam-se algumas expressões inglesas, a que elas se referem?

C) O texto todo é marcado por frases interrogativas, por que isso acontece?

D) A crônica pode ser narrada no presente ou no pretérito.

Que tempo verbal predomina na crônica em estudo?

Que efeito de sentido a escolha desse tempo verbal confere ao texto?

E) Observe o tipo de linguagem empregada na crônica em estudo e responda:

Como é narrada a cena da entrega do presente de aniversário: de forma

impessoal e objetiva, isto é, em linguagem jornalística, ou de forma pessoal e

subjetiva, ou seja, em linguagem literária? Justifique a sua resposta com

trechos do texto.

Que tipo de variedade linguística é apresentada na crônica?

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NOTA IMPORTANTE PARA O PROFESSOR

Segundo Menegassi (1999), a compreensão da leitura ocorre em

quatro etapas:

Etapa da decodificação: Quando o leitor decifra o código lingüístico.

Etapa da compreensão: Quando o leitor, após a decodificação, é capaz de

identificar no texto a temática, as idéias principais, bem como reconhecer as

regras sintáticas, textuais e identificar as informações implícitas contidas no

texto.

Etapa da interpretação: Esta etapa concretiza-se quando o leitor, ao realizar

a leitura, é capaz de compreender o que leu e interpretar de acordo com a

sua vivência e fazer julgamentos

Etapa da retenção: É o momento em que ocorre, na memória do leitor, o

armazenamento das informações presentes no texto.

QUE TAL LER OUTRA CRÔNICA DE LUÍS FERNANDO VERÍSSIMO?

CRÔNICA: “O HOMEM TROCADO”

O homem acorda da anestesia e olha em volta. Ainda está na sala de

recuperação. Há uma enfermeira do seu lado. Ele pergunta se foi tudo bem.

— Tudo perfeito - dizia a enfermeira, sorrindo.

— Eu estava com medo desta operação...

— Por quê? Não havia risco nenhum.

— Comigo sempre há risco. Minha vida tem sido uma série de enganos (...).

(...) — Apendicite? - perguntou, hesitante.

Não era para trocar de sexo?

VERÍSSIMO, Luís Fernando. In: Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro:

Objetiva, 2001, p.27-28

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1. Atividades que abordam o conteúdo temático

Decodificação textual

A. Quem são as personagens que aparecem nessa história?

B. Qual é a personagem protagonista?

C. Após ler a crônica, descreva a personagem principal. Características físicas

psicológicas e sociais. Caso não encontre todos os dados, trace um perfil.

Compreensão textual

A partir do título da crônica, podemos definir qual o tema / assunto tratado?

A. Esse tema/assunto se confirma no decorrer do texto?

B. Afinal, qual é o assunto tratado na crônica?

C. Compare essa crônica com a crônica “A bola”. Elas abordam a mesma temática?

Justifique sua resposta.

D. De acordo com o texto, a personagem afirma que a sua vida tem sido uma série

de enganos? Descreva resumidamente essa série de enganos.

E. Quando nos comunicamos, sempre levamos em conta o conhecimento prévio de

nossos interlocutores a respeito do assunto tratado.

Os interlocutores, paciente e enfermeira, dialogam sobre a mesma causa e

efeito? Justifique.

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Interpretação textual

A. Em sua opinião, a personagem tinha razão para sentir medo da cirurgia? Por

quê?

B. Qual foi o 1° engano sofrido pela personagem? E quais são as possíveis

consequências para a vida de uma criança nessa situação?

C. Como já analisamos, o engano no nome do garoto foi a troca de Lauro para

Lírio. Em sua opinião esse fato pode causar “bullying” entre adolescentes?

Justifique.

D. O que você pensa a respeito do “bullying”? Devem ser punidas as pessoas que

cultivam essa prática?

NOTA AO PROFESSOR:

APROVEITE O TEMA PARA UM DEBATE INFORMAL ENTRE OS ALUNOS.

“Bullying”: Expressão inglesa, popularizada no Brasil. Sob o seu amplo

significado abriga-se todo tipo de tortura física e psicológica de que são vítimas

crianças e adolescentes que se destacam da média por alguma diferença: gagueira,

uso de óculos, dificuldade de locomoção, obesidade ou magreza excessiva, estatura

ou até mesmo pelo desempenho acadêmico superior. Geralmente, os algozes são

os próprios colegas das vítimas.

E. A personagem também foi vítima de desenganos amorosos. O que foi que

aconteceu? Explique.

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F. A crônica de humor é um tipo de texto construído a partir de situações

engraçadas do cotidiano. A situação retratada na crônica, provavelmente, é

ficcional. Apesar disso, ela poderia acontecer? Justifique sua resposta.

1) Atividades sobre a construção composicional

A. Após a leitura do texto, através dos estudos realizados até aqui, identifique as

características do gênero discursivo “crônica” presentes nesse texto.

B. O narrador é observador ou personagem? Por quê?

C. Em que local se passa a narrativa? Retire passagens do texto para justificar sua

resposta.

D. A história vivida pela personagem chega ao clímax no último parágrafo no qual

ocorre uma situação absurda.

Qual é essa situação?

O que essa situação provoca no leitor?

E. O final da crônica evidencia uma das características marcantes desse gênero

discursivo. Que característica é essa? Justifique.

F. A Crônica é marcada pelo discurso direto e indireto. Reescreva a crônica como se

você fosse o narrador observador. Use somente o discurso indireto através da

sua visão dos fatos.

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2) Atividades que contemplam as marcas linguístico-enunciativas

A. Com relação à linguagem empregada no texto:

Indique, nos itens a seguir, aquele que a caracteriza melhor.

( ) Variedade padrão formal.

( ) Variedade não padrão formal.

( ) Variedade padrão informal com marcas da oralidade.

( ) Variedade não padrão informal.

B. Explique os significados das expressões em negrito:

“Minha vida tem sido uma série de enganos”.

“O senhor está desenganado.”

C.Leia e observe o 10° parágrafo. Que tempo verbal foi empregado? É comum ou

incomum as pessoas usarem esse tempo verbal no dia a dia?

CRÔNICA: “HÁBITO NACIONAL”

Por uma destas coincidências fatais, várias personalidades brasileiras, entre

civis e militares, estão no avião que começa a cair. Não há possibilidade de se

salvarem. O avião se espatifará _ e, levando-se em consideração o caráter dos seus

passageiros, “espatifar” é o termo apropriado _ no chão. Nos poucos instantes que

lhes restam de vida, todos rezam, confessam seus pecados, em versões resumidas,

e entregam sua alma à providência divina. O avião se espatifa no chão.(...)

(...) — Mas como é que o Todo-Poderoso não castiga essa gente?

— Sabe como é, Brasileiro...

VERÍSSIMO, Luís Fernando. In: Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro:

Objetiva, 2001, p.85-86.

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1. Atividades que abordam o conteúdo temático

Decodificação textual

A. Quem são as personagens que fazem parte dessa narrativa?

B. Qual personagem pode ser considerada a protagonista? Por quê?

C. A. Em qual ou quais ambientes se passa a história?

Compreensão textual

A. Os passageiros, ao perceberem que o avião cairá, realizam uma sequência de

ações. Quais são elas? Copie-as.

B. Ao receber os passageiros do acidente do avião no céu, São Pedro age como se

estivesse em qual departamento público?

Cite fatos que comprovem a afirmação acima.

Interpretação Textual

A. Ao ler inicialmente o título do texto, que assunto achou que seria abordado?

B. Após ler o texto, que aspecto do Hábito Nacional foi evidenciado?

C. Explique, com argumentos convincentes, a ideia implícita na frase:

— Sabe como é, Brasileiro...

D. Que característica da crônica foi abordada com maior relevância? O humor ou a

crítica social? Justifique.

E. Você concorda com a afirmação de que o brasileiro é o povo do jeitinho?

Justifique.

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2) Atividades sobre a construção composicional

A. Aponte os elementos presentes nesse texto que permitem que ele seja

classificado como uma crônica.

3) Atividades que contemplam as marcas linguístico-enunciativas

A. Que tempo verbal predomina na crônica e o que isso indica?

B. Leia: “O avião se espatifará _ e, levando-se em consideração o caráter dos

seus passageiros, “espatifar” é o termo apropriado”

Espatifar, v.t.d 1. Despedaçar; fazer em pedaços; 2. Estragar; 3. Rasgar;

4 dissipar.

De acordo com o verbete acima, por que espatifar é o termo apropriado?

C. Você sabe o significado do termo “locupletei”? Pesquise-o, em seguida

explique qual é esse pecado.

D. O 17° parágrafo apresenta-nos uma linguagem formal ou informal? Que

profissionais a utilizam com maior frequência?

E. Como classificamos o pronome “Ele” e a quem se refere?

F. São Pedro diz: “Se dependesse de mim, iam direto para o Inferno. Mas...”

“Mas” é uma conjunção coordenada adversativa. Continue a frase utilizando uma

ideia contrária.

Atividade Interdisciplinar:

Pesquise com o seu professor (a) de História os fatos que contribuíram para a

expressão “jeitinho brasileiro”.

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IV – CATARSE:

Essa etapa expressa a conclusão do processo pedagógico. É a integração

da teoria com a prática e a verificação da nova postura do aluno frente ao

domínio do conhecimento, é um todo concreto.

RECADO PARA O ALUNO...

Agora que você já conhece bastante as características do gênero crônica, que

tal você colocar em prática os conhecimentos adquiridos? De que forma?

Escrevendo a sua própria crônica. Não perca tempo! Você pode relatar, de forma

breve, qualquer acontecimento simples da vida diária. Se você quiser, pode utilizar o

humor para tecer críticas a determinadas situações que acontecem em sua sala de

aula, sua escola ou até mesmo em sua família. O autor que estudamos faz isso com

mão de mestre! Você também é capaz de fazer, é só planejar o que vai ser escrito.

Para isso, vá anotando em seu caderno, as ideias que vão surgindo a respeito das

cenas do dia a dia que chamam a sua atenção...Depois, organize seu texto. Lembre-

se, você deve se empenhar para fazer um texto interessante, pois sua produção

poderá ser transformada em uma peça teatral e ser dramatizada para toda a escola!

Assim que tiver escrito, leia você mesmo a sua crônica e veja se as ideias estão

claras, se não ficou faltando nada. Em seguida, o professor também vai ler o texto e

apontar o que você pode fazer para melhorá-lo. Todo texto sempre pode ficar

melhor! Lembre-se sempre disso.

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QUE TAL ASSOCIAR O SEU CONHECIMENTO SOBRE “CRÔNICA” À ARTE DO

TEATRO?

Em pequenos grupos e com a ajuda de seu professor, escolha a crônica mais

interessante dentre as elaboradas pela turma. Escolham uma crônica cujo tema seja

de interesse do grupo...

O importante é perceber que a crônica é um texto com marcas humorísticas

e com críticas socias que evidenciam comportamentos ou fatos, geralmente,

apresenta uma linguagem simples, espontânea, com poucos personagens, fato que

facilita a adaptação para o teatro. Legal, não é? Então, empenhe-se, ao máximo,

para alcançar esse objetivo! Mãos à obra!!! Ah! Não se esqueça, todos os

componentes do grupo devem participar com empenho, pois até mesmo os mais

tímidos, podem surpreender! Bom, é isso aí! Agora, é com você!

V – PRÁTICA SOCIAL FINAL:

É o ponto de chegada do processo pedagógico na perspectiva histórico-

crítica. É o retorno à Prática social, ou seja, é o momento em que se

evidencia a transformação intelectual e qualitativa em relação às

concepções que o discente tinha a respeito do conteúdo. Este deve

ultrapassar o nível institucional para tornar-se um fazer prático que se

evidencia nas práticas cotidianas extraescolar nas diversas áreas da vida

social. Portanto, não é o professor que vai avaliar se a prática social final

do aluno foi modificada, esta só poderá ser percebida nas vivências desse

aluno para além dos muros escolares.

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GASPARIN, João Luiz. Uma Didática para a Pedagogia Histórico - Crítica. 5. ed.

Campinas - São Paulo: Autores Associados, 2009.

CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar. Português Linguagens.

Ensino Médio. 5.ed. São Paulo: Atual 2005.

GRAIEB, Carlos. O autor que é uma paixão nacional. VEJA on-line. Ed. 1793, 12

mar. 2003. Disponível em: http: //veja.abril.com.br/120303/p_o74.html. Acesso em:

07 de outubro 2010.

MELO, José Marques. A Crônica. In: CASTRO, Gustavo de; GALENO, Alex (Orgs.)

Jornalismo e literatura: a sedução da palavra. São Paulo: Escrituras, 2002, p.139-

154.

MEURER, José Luiz; MOTTA, Désirée Roth. Gêneros Textuais. Bauru, SP:

EDUSC, 2002.

KOCH, Ingedore Grunfeld Villaça; ELIAS, Vanda Maria. Ler e compreender os

sentidos do texto. São Paulo: Contexto, 2010.

MENEGASSI, Renilson José. Leitura: a elaboração de perguntas pelo professor e

os reflexos na interpretação textual. Mimesis, Bauru, v. 20. n. 2, 83-101, 1999.

OLINTO, Antônio. Minidicionário Antônio Olinto da Língua Portuguesa/ supervisão

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PARANÁ, Secretaria de Estado de Educação. Diretrizes Curriculares da

Educação Básica: Língua Portuguesa. Curitiba: SEED, 2008.

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nova pedagogia da leitura. 9. ed. São Paulo: Cortez, 2002.

_____. A produção de leitura na escola: pesquisas e propostas. 2ª ed. São Paulo:

Ática, 2005.

VERÍSSIMO, Luís Fernando. Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro:

Objetiva, 2001.

ZILBERMAN, Regina. A leitura e o ensino da literatura. São Paulo: Contexto,

1998.