40
1. EM BUSCA DAS FORÇAS DO SERVIÇO SOCIAL “A evolução cultural humana, diz ele, opera através de um processo de desafios e de respostas. Alguma coisa, na situação existente, age como estimulo ou desafio à sociedade ou ao cérebro humano e a sociedade e o cérebro humano fornecem alguma espécie de resposta. Pode não ser sempre a resposta correta, mas há sempre um processo que resulta em mudança dirigida. Esta espécie de desafio e de resposta é evidente em nossa sociedade moderna, em relação a um numero crescente de agudos problemas sociais, tais como a crise urbana, os direitos civis, a pobreza e a delinquência. Os esforços, para tratar com esses problemas são, como HUXLEY indica, algumas vezes mal dirigidos, de modo que os resultados não produzem a desejada melhoria do bem estar humano e podem até criar novos problemas”. (pg.3- 4) “Muitos assistentes sociais sentiram, vigorosamente, que deveriam ser capazes de oferecer contribuição suficiente para aliviar ou solucionar esses numerosos problemas sociais , em acréscimo aos serviços tradicionais prestados a indivíduos, a grupos e a comunidade”. “Realmente, há razão para se acreditar que o que o Serviço Social tem a oferecer é particularmente pertinente para as necessidades sociais modernas, mas é difícil pensar claro sobre tais assuntos, em face das confusões, incertezas e temores que cercam a humanidade”. (pg.4) “Na década de sessenta, após mais de cinquenta anos de desenvolvimento, a profissão do Serviço Social enfrentou um período de transição social que apresentou problemas e oportunidades de natureza sem precedente. Pediam-se respostas imediatas e vigorosas, mas os assistentes sociais não estavam preparados para agir rapidamente. Apesar de repetidas analises demonstrarem que o Serviço Social possui

Fichamento a Base Do Serviço Social

Embed Size (px)

DESCRIPTION

a base do serviço social

Citation preview

1. EM BUSCA DAS FORAS DO SERVIO SOCIAL

A evoluo cultural humana, diz ele, opera atravs de um processo de desafios e de respostas. Alguma coisa, na situao existente, age como estimulo ou desafio sociedade ou ao crebro humano e a sociedade e o crebro humano fornecem alguma espcie de resposta. Pode no ser sempre a resposta correta, mas h sempre um processo que resulta em mudana dirigida. Esta espcie de desafio e de resposta evidente em nossa sociedade moderna, em relao a um numero crescente de agudos problemas sociais, tais como a crise urbana, os direitos civis, a pobreza e a delinquncia. Os esforos, para tratar com esses problemas so, como HUXLEY indica, algumas vezes mal dirigidos, de modo que os resultados no produzem a desejada melhoria do bem estar humano e podem at criar novos problemas. (pg.3-4)

Muitos assistentes sociais sentiram, vigorosamente, que deveriam ser capazes de oferecer contribuio suficiente para aliviar ou solucionar esses numerosos problemas sociais , em acrscimo aos servios tradicionais prestados a indivduos, a grupos e a comunidade.

Realmente, h razo para se acreditar que o que o Servio Social tem a oferecer particularmente pertinente para as necessidades sociais modernas, mas difcil pensar claro sobre tais assuntos, em face das confuses, incertezas e temores que cercam a humanidade. (pg.4)

Na dcada de sessenta, aps mais de cinquenta anos de desenvolvimento, a profisso do Servio Social enfrentou um perodo de transio social que apresentou problemas e oportunidades de natureza sem precedente. Pediam-se respostas imediatas e vigorosas, mas os assistentes sociais no estavam preparados para agir rapidamente. Apesar de repetidas analises demonstrarem que o Servio Social possui muitos dos atributos de uma profisso, suas foras no foram ainda plenamente reconhecidas ou desenvolvidas. Devido falta de reconhecimento, a contribuio que seus membros esto oferecendo sociedade menos eficaz do que deveria ser. (pg.4-5)

(...) houve uma tentativa de analise dos campos da pratica de Servio Social, a partir de um de seus campos. A abordagem envolveu trs estgios: !) partiu dos elementos essenciais do Servio Social; 2) procedeu ao levantamento do campo no qual a pratica do Servio Social deveria ter lugar; e ento 3) aplicou os elementos essenciais ao campo para identificao das caractersticas da pratica.

Posteriormente, a necessidade de reexaminar as atividades dos assistentes sociais, devido s marcantes mudanas ocorridas na sociedade americana, sugeriu que a abordagem utilizada para a analise dos campos, deveria ser relevante a esclarecedora para uma analise da pratica de Servio Social como um todo. (pg.5)

De acordo com essa abordagem, a hiptese sustentada de que o Servio Social, tendo-se desenvolvido tanto, poder dar sua maior contribuio sociedade, fortalecendo-se, ainda mais, como profisso solida. Depois de meio sculo de explorao de varias formas de servio, os assistentes sociais capacitaram-se agora, pela primeira vez, para perceber claramente o vasto campo de possibilidades. Depois de prolongada concentrao no trabalho com indivduos e com pequenos grupos, a profisso foi violentamente sacudida pelo sbito reconhecimento de urgentes problemas sociais, pelo aparecimento e proliferao de novos programas de sade e de bem estar social. Explorando, outra vez, a sua contribuio aos problemas da pobreza, da delinquncia, do desenvolvimento urbano e dos problemas sociais semelhantes, os assistentes sociais no podem mais confinar-se em sua prprias agencias, e ao seu prprio ritmo, mas devem estar prontos para trabalhar atravs de novos canais e, frequentemente, em colaborao com novos tipos de auxiliares, tais como, engenheiros, planejadores urbanos, cientistas polticos, peritos em administrao publica e com trabalhadores da prpria regio. (pg.5-6)

Provavelmente, a principal caracterstica desta mudana a radical ampliao da pratica de Servio Social, tanto no que diz respeito ao ponto de vista, quanto atualidade. O circulo de pessoas a servir, dos programas nos quais atuar e dos associados com quem colaborar, abriu-se rapidamente como um leque. Os velhos critrios de trabalho em equipe e de prestao de servios no se aplicam mais do mesmo modo. Grande numero de assistentes sociais est se mudando para novas reas de pratica com interesse e entusiasmo, o que desejvel. Com a atual nfase na modificao das condies sociais e dos programas sociais, h, entretanto, uma tendncia para rejeitar as preocupaes anteriores dos assistentes sociais com os indivduos e com os pequenos grupos, como inadequadas sociedade de hoje. Tais diferenas poderiam levar a uma crescente e eventualmente aguda separao entre duas vises da pratica de Servio Social. Em tais circusntancias, a fora da profisso seria minada e sua unidade ameaada. (pg.6)

Embora o Servio Social j seja encarado como tendo alcanado status profissional, no se pode afirmar que seja uma profisso solidamente estabelecida. Numa profisso, ainda em formao, e em fase de amadurecimento, como esta, que opera em rea ainda relativamente indefinida, necessrio um grande esforo para fortalecer o processo de crescimento, particularmente em um poca de rpida transformao social, de foras em conflito e de necessidades em acelerao. Trata-se do que se poderia chamar de construo da profisso. No mundo de hoje, no provavel que tal crescimento se processe naturalmente, atravs dos esforos relativamente desorganizados de milhares de assistentes sociais. verdade que os assistentes sociais so conhecidos por sua inclinao para o auto-exame e para a auto-critica, mas tenderam demais a obstruir com formulaes. (pg.7)

necessrio um esforo deliberado para identificar as questes centrais relativas pratica, bem como maior planejamento da expanso eficaz dos recursos profissionais. (...) O firme programa do Conselho sobre Educao e do Servio Social , tambm, essencial. Mas um reconhecimento mais amplo, atravs da totalidade da profisso, e um pensamento mais criativo de parcela significativa de seus membros, so necessrios para resolver os problemas verdadeiramente complexos da pratica do Servio Social. (pg.7-8)

PASSOS DO PENSAMENTO EM FACE DA PROFISSO

Considerando as prementes decises, ao enfrentar a profisso com respeito sua prpria pratica, convm destacar certas etapas do pensamento a percorrer, em direo da realizao do seu potencial.

fundamental a capacidade de visualizar a integridade da pratica do Servio Social.

A convergncia no ser obtida se todos os profissionais, professores, administradores e pesquisadores operem com diferentes perspectivas e dentro de diferentes quadros de referencias. (pg.8)

Deve-se encontrar um equilbrio entre a superambiciosa tentativa de satisfazer a todas as necessidades da sociedade e um envolvimento estreito com tcnicas limitadas. Quando finalmente definido, o foco central aparecer como um nico conceito, ou como constelao de conceitos, no qual poder basear-se a pratica, e em torno do qual a teoria poder desenvolver-se.

Os vrios segmentos da pratica, ainda muito fragmentada, precisam ser unificados. Os campos e outras reas da pratica, relativos a grupos ou problemas particulares bem como mtodos e abordagens interventivas, aqui incidiro. Os assistentes sociais sempre se identificaram mais facilmente com campos ou com mtodos

Este passo do pensamento no poderia e nem pode ser alcanado at que os assistentes sociais tenham feito suficiente progresso na identificao do foco do Servio Social e da base comum da pratica, para levar em considerao os processos exigidos de analise e de sntese. (pg.9)

O Servio Social est se tornando consciente da necessidade de entender suas caractersticas peculiares como profisso em crescimento, tanto em suas implicaes positivas como negativas.

Perguntas extremamente complexas, mas tambm estimulantes e desafiadoras surgem, quanto aos passos necessrios para focalizar e formular, sistematizar e validar os conhecimentos de Servio Social. (pg.10)

CONCEITO DE UMA PROFISSO

As autoridades no assunto geralmente enfatizam dois atributos essenciais: 1) um alto grau de generalizao e de sistematizao do conhecimento; 2) a orientao para o interesse da comunidade, de preferencia ao interesse pessoal do individuo. O conhecimento e os valores da profisso, bem como as tcnicas especiais neles baseadas, so transmissveis atravs da educao. As profisses so responsveis pelos padres da pratica e pela competncia de seus membros. A pratica profissional, por sua prpria natureza, implica ampla dose de discrio. Alm do mais, foi assinalado que a pratica que envolve relacionamento direto e pessoal com clientes, ao mesmo tempo que considervel exerccio de julgamento pessoal, provoca um sentido especial de responsabilidade. A distino principal entre uma profisso e uma ocupao usualmente vista como sendo o corpo substancial de conhecimento em que a profisso repousca. Um tipo de ocupao, algumas vezes descrito como semiprofisso" , usa de habilidades tcnicas e estabelece como base de seu conhecimento um corpo de experincia derivado da pratica ocupacional. A enfermagem e o Servio Social, como atualmente so praticados, podem ser assim descritos. Alguns assistentes sociais pensam que o Servio Social deveria permanecer uma ocupao. Esta opinio est em oposio que se considera que o Servio Social deveria se mover na direo de se desenvolver como uma profisso. (pg.11-12)

Duas funes essenciais das profisses so constitudas pela pratica profissional e pela educao profissional. Alm disso, as profisses tm muitas outras funes importantes, tais como a organizao de seus membros para facilitar o alcance de objetivos, a formulao de um cdigo de tica, o recrutamento de pessoal, as relaes publicas, a manuteno de relacionamento de cooperao com instituies e com o pessoal engajado em sua rea geral de servio e o encontro com os interesses de seus prprios membros. (pg.12)

2 TENDENCIAS INICIAIS

O Servio Social teve origem em dois tipos de esforos: reforma social e assistncia a indivduos e famlias que sofriam tenses. Abrangidos com reforma social, havia uma variedade de esforos da comunidade que revelavam forte senso de responsabilidade para melhorar o bem estar dos que eram carentes ou deficientes. Os assistentes sociais compreenderam seu papel de chamar a ateno para o problema, despertando a conscincia publica, dirigindo-se s pessoas envolvidas e estimulando sua participao, oferecendo provas da natureza de suas necessidades e lutando por medidas preventivas e corretivas. Suas aes foram dirigidas a fim de eliminar ou aliviar problemas e condies sociais que afetavam comunidades inteiras ou grupos de populao, como, por exemplo, o bem estar do menor ou emprego de mulheres. (pg.15)

A outra principal fase da pratica de Servio Social assistncia a indivduos e famlias sob tenso desenvolveu-se fora do movimento da caridade organizada. Este trabalho foi, inicialmente, desempenhado por voluntrios, mas na passagem do sculo reconheceu-se que as pessoas que iam prestar servios individualizados relacionados com os complexos problemas da pobreza e da vida familiar precisariam de treinamento.

Pouco tempo antes e logo depois de 1900 as primeiras escolas de Servio Social foram estabelecidas e os profissionais tomaram o lugar dos visitantes amistosos. A partir desta pratica inicial e destas escolas, desenvolveu-se o conceito de Servio Social como um processo especializado de prestao de auxilio. (pg.16)

A PRATICA DO SERVIO SOCIAL EM CAMPOS SEPARADOS

Em nossa moderna civilizao industrial, as sociedades estabelecem instituies sociais para providenciar servios exigidos para satisfazer as varias necessidades humanas bsicas, tais como a manuteno da famlia, a habitao, a educao e a sade ou para tratar com problemas sociais, tais como a delinquncia. (pg.16-17)

(...) os assistentes sociais eram empregados em atividades de bem estar social, e servio social medico, psiquitrico e escolar, nos quais os assistentes sociais eram empregados em atividades que no eram de Servio Social. Os assistentes sociais trabalhavam intensivamente nestes campos, mas dentro de seu prprio campo para esclarecer a natureza de sua competncia. (pg.17)

Dois conceitos predominavam naquele tempo o conceito de mtodo do Servio Social e o conceito de estrutura. O conceito de mtodos se desenvolveu primeiro em torno do Servio Social de casos e, mais tarde, em ao trabalho de grupo e a organizao da comunidade. Baseava-se em feixes selecionados de teoria concernentes ao comportamento humano. (pg.17-18)

A estrutura social do hospital e da escola publica, os objetivos e os mtodos de mdicos e professores, a natureza do grupo de clientes, e fatores similares eram analisados e descritos. Esta abordagem tendia a enfatizar o que era diferente entre os campos e assim, enquanto estimulava o pensamento a respeito da contribuio do Servio Social e elucidava a pratica dentro dos campos, tendia a produzir maior fragmentao na pratica como um todo.

Os assistentes sociais definiram seu problema central e sua responsabilidade como aquela caracterstica do campo especifico.

No bem estar do menor, a responsabilidade principal do assistente social foi definida como a satisfao das necessidades do menor quando a responsabilidade dos pais desaparecia e as comunidades falhavam na providencia dos recursos e da proteo exigida pelos menores e pelas famlias. (pg.18)

O bem estar da famlia, alm da sua contribuio ao pensamento do Servio Social de casos, tambm conservava o conceito de famlia perante os profissionais do Servio Social. Todos os assistentes sociais interessam-se pelas famlias mas, pela natureza de seu trabalho, os que se dedicam ao trabalho com famlias, sempre tiveram como seu interesse primordial. (pg.18-19)

Na dcada de 50, um impulso de interesse de inmeras profisses para o diagnostico e tratamento dos problemas de famlia estimulou os assistentes sociais junto s famlias a expandirem seu interesse nesta direo. Nas organizaes medicas, os assistentes sociais acharam uma clara distino entre os quadros de referencia da profisso dominante a Medicina - e a perspectiva de progresso do Servio Social. O problema, entretanto, no era somente de encontrar um lugar na organizao, mas tambm de encontrar um meio de unir estas duas perspectivas.

O Servio Social junto s Escolas tinha seu principal interesse voltado para os problemas de menore3s em relao ao programa educacional e escola. Neste campo, no havia um amplo corpo visvel de conhecimento sobre o problema principal por exemplo, a natureza do ensino e o processo educacional como havia em alguns dos outros campos. (pg.19)

Na sade mental os quadros de referencia do principal grupo profissional (Psiquiatria) e do Servio Social estavam mais prximos do que em qualquer outro campo que envolvesse pratica multidisciplinar.

O diagnostico era frequentemente realizado em conferencias interdisciplinares e o diagnostico psiquitrico era muito importante para o assistente social compreender o paciente e sua necessidades. (...) Esta foi uma grande contribuio para o Servio Social de Casos e o Servio Social entenderem o comportamento humano, mas sobrecarregavam bastante um dos aspectos do complexo pessoa-ambiente com que os assistentes sociais estavam envolvidos.

(...) na dcada de 40, o desenvolvimento de dois campos orientados para o mtodo Servio Social de Garupo e Organizao de Comunidade expandia a pratica de Servio Social para novas direes. Estes diziam respeito no somente a servios prestados a grupos e a comunidades, mas tambm aos mtodos relacionados especificamente nas prestao desses servios. Nos anos 50, estes dois campos ainda estavam no estagio de definir seus interesses centrais e seus conceitos. (pg.20)

O Servio Social em Bem Estar Publico (ou Assistencia Publica) s vezes tem sido descrito como um campo da pratica, mas no se tornou organizado isoladamente dentro da estrutura da profisso. Por causa de seu interesse em famlias e em crianas, esta rea da pratica foi includa, mais frequentemente, dentro dos campos de bem estar da famlia e da criana.

Durante aqueles primeiros tempos de trabalho em vrios campos, l pela dcada de 50, os assistentes sociais estudaram uma ampla serie de problemas sociais. Aprenderam como os problemas afetavam os indivduos e as famlias e como as prprias pessoas se sentiam ante s dificuldades. Os assistentes sociais adquiriam, tambm, experincia valiosa trabalhando particularmente com os membros de outra profisses e com a colaborao que prestavam s agencias e aos programas dos quais participavam. (pg.21)

Assim, a pratica de campos estava dirigindo o Servio Social para o desenvolvimento profissional, mas no era de uma maneira coordenada. A nfase nas diferenas entre as instituies, dentro das quais os assistentes sociais praticavam, continuou a ser um fator divisrio.

Era uma ideia de integrao til, mas no suficientemente forte para superar a fragmentao, por causa das limitaes inerentes ao conceito da prpria instituio.

O que o Servio Social, particularmente, necessitava era de uma abordagem de conceituao baseada nos elementos essenciais internos de sua prpria pratica, indiferentemente ao lugar onde o assistente social praticasse. (pg.22)

AGENCIA E PROFISSO

A pratica do Servio Social caracteristicamente dirigida s agencias e programas de sade e de bem estar e nelas se completa. O assistente social tem sido um funcionrio que opera em agencias especificas. Nesse tempo no havia uma pratica geral, no sentido que se encontra em algumas profisses, embora recentemente uma pratica privada em ascenso se tenha desenvolvido, cujo foco ainda no est claramente definido. (pg.22-23)

Como campos de pratica, as agencias exerceram uma importante influencia no desenvolvimento da pratica do Servio Social e do crescimento da profisso. As agencias e os programas so social e legalmente estruturadas para organizar, administrar e transmitir servios e conseguir recursos para as pessoas que deles necessitam e que os desejam. O Servio Social pode ser um dos servios profissionais assim oferecidos e, numa agencia de bem estar, pode ser o principal servio. Sob estas circunstancia, um assistente social profissional presta o principal servio e a profisso de Servio Social determina e desenvolve a competncia necessria em primeiro lugar.

O emprego de pessoal profissional, em nossa sociedade, pelas agencias e pelos programas tem sido crescente e a pratica independente est se reduzindo. Uma razo para isto o crescimento da especializao, como o consequente aumento na pratica multidisciplinar. (pg.23)

O profissional deve ser capaz de se relacionar com as agencias de tal maneira que favorea seus propsitos sem perder sua prpria identidade.

A teoria sociolgica e a teoria da organizao rapidamente utilizam os conhecimentos que tem em vista o da natureza da estrutura e do comportamento em modernas organizaes complexas. VINTER discutiu estas concluses duma maneira esclarecedora, de como aparecem na pratica do Servio Social. Ele mostra que, do ponto de vista da profisso, a agencia como uma estrutura burocrtica no pode permitir, aos profissionais, liberdade suficiente para suas principais operaes. Do ponto de vista da agencia, por outro lado, a liberdade exigida pelos profissionais pode confundir e bloquear a execuo de seus objetivos.

OBSCURECIMENTO DOS CONCEITOS DA PRATICA

A tendncia de perceber e discutir a pratica do Servio Social em termos da pratica de agencia foi forte em toda a historia do Servio Social. Nos primeiros tempos, as agencias era os aspectos mais proeminentes do campo do bem estar social. A pratica de Servio Social era at ento dificilmente visualizada como uma entidade. As agencias eram reconhecidas pela comunidade e, assim, era por intermdio delas que os assistentes sociais encontravam sua segurana inicial e sua identidade. (pg.24)

Os artigos de jornais sobre o Servio Social frequentemente so portadores de ttulos que sugerem a pratica de Servio Social, mas o contedo oferecido se refere aos servios das agencias. (...) No foi seno no meio do sculo, quando os assistentes sociais se tornaram completamente cnscios de sua prpria profisso e comearam a desenvolver uma percepo compreensiva de sua pratica, que reconhecerema sua prpria contribuio como uma fora potencial na sociedade.

Na sociedade americana havia menos iniciativa em estabelecer agencias de bem estar do que em estabelecer agencias de sade, educao e de correo penal. No havia programa de segurana social e o bem estar, como responsabilidade governamental, era mal visualizado. Portanto, foram organizadas agencias voluntrias de bem estar para atender s diferentes necessidades.

No Bem Estar da Familia e do Menor, as organizaes nacionais, compostas de agencias-membros, assumiram a liderana a fim de desenvolver objetivos e padres de pratica de assistentes sociais empregados nas agencias. Desde que parecia claro, naquele tempo, que todas as atividades podiam ser consideradas como Servio Social, no parecia necessrio fazer qualquer distino entre agencia e profisso. (pg.25)

Embora o Servio Social de Casos fossem nitidamente considerado como um processo profissional no bem estar da famlia e do menor continuava preso agencia, como pode-se observar na frase persistente: Agencia de Servio Social de Casos. No Bem Estar do Menor os servios sempre foram prestados atravs de uma variedade de pessoas e de recursos, tais como: lares substitutos, lares de adoo e instituies de menores. O Bem Estar da Familia, com o passar do tempo, incluiu tambm servios como os de dona de casa. Muitos destes servios eram uma parte do programa de agencia e eram supervisionados pelo coprpo de funcionrios do Servio Social, de tal modo que o limite entre a agentecia e a pratica profissional do Servio Social no era claro.

No perodo inicial, os artigos sobre Servio Social Medico e Psiquiatrico focalizavam a pratica do assistente social, enquanto os artigos sobre o bem estar da famlia e do menor focalizavam a agencia e seu programa. (pg.26)

DISTINGUINDO AGENCIA E PROFISSO

Ao nvel da pratica individual, os assistentes sociais so orientados, de muitas maneiras prprias, pelos programa e pela politica das agencias em que esto trabalhando. No so, porm estimulados a examinar a contribuio de sua profisso, ao ponto das agencias e programas perceberam claramente a profisso como uma instituio social independente, que tem a responsabilidade de definir seus prprios objetivos, seu contedo e seus padres. (pg.27-28)

Como o movimento em direo integrao da profisso do Servio Social prosseguiu, muitos assistentes sociais se tornaram conscientes de que a profisso possui foras que faltam s agencias

A profisso do Servio Social tem uma esfera de ao do tamanho da nao. Por um lado, tem mais continuidade e consistncia e, por outro lado, maior flexibilidade do que se encontra num grupo de agencias da comunidade. Assim, h a possibilidade de que a profisso possa, no longo percurso, ter maior impacto sobre a necessidade social e sobre a mudana social do que as agencias.

Um dos problemas sobre os quais voltaremos a tratar a questo de como o assistente social pode estar consciente e ser mais eficiente ao dar a contribuio essencial sua profisso, se estiver operando numa agencia tradicional ou em alguma outra posio em programas que surgem diariamente. (pg.28)

A profisso e as agencias, juntas, deveriam ser capazes de oferecer uma resposta flexvel e adequada para as necessidades da sociedade, mais isto requer que os assistentes sociais reconheam como suas prprias funes e responsabilidades se relacionam com as das agencias, reconhecendo tambm aquelas que se distinguem das agencias.

UM MODELO DA PRATICA BASEADO EM METODOS E TECNICAS

A pratica em campos separados e a pratica em agencias estavam entre as primeiras influencias que modelaram o crescimento da profisso. Ainda mais importantes, mas se desenvolvendo a passo um tanto mais lento, foram as prprias percepes dos assistentes sociais, em relao natureza profissional de sua pratica e a maneira pela qual definiam estas percepes.

As primeiras direes que provaram ser uteis na construo da pratica profissional desenvolveram-se a partir dos dois tipos de Servio Social: a reforma social e o servio familiar. Nas dcadas de 20 e 30, o trabalho com grupos e com problemas de comunidade desenvolvia-se como uma atividade do Servio Social, mas s mais tarde atingiu a formulao profissional. (pg.29)

Foi trabalho com indivduos, mais que a ao comunitria, que primeiro avanou em direo formulao profissional, aparentemente porque os modelos visveis e as teorias satisfatrias era prontamente acessveis. A formulao pioneira sobre o Servio Social de Casos, de ,MARY RICHMOND, apresenta duas importantes profisses, para seus temas centrais: o conceito de evidencia social, do Direito. Posteriormente, a Medicina forneceu o modelo clinico, que abrange o estudo, o diagnostico e o tratamento. A formulao de RICHMOND, geralmente, vista como a primeira afirmao autorizada sobre Servio Social que comeou a deitar o fundamento terico para a profisso.

A anlise de RICHMOND dirigiu a ateno para um modelo clinico de pratica. Logo aps, a Psiquiatria Psicanalitica ofereceu um corpo de teoria que os assistentes sociais imediatamente acharam til. Seu interesse na personalidade individual e sua base teraputica foram particularmente significativos como um processo de ajuda, em relao ao Servio Social de Casos. A nfase nas emoes dirigiu a ateno para os aspectos psquicos do desajustamento social. (pg.30-31)

O fato de que os assistentes sociais exerciam sua atividade, cada vez mais, em colaborao com psiquiatrias, proporcionou a oportunidade para atuao constante da teoria e reforou esta tendncia no pensamento do Servio Social.

O objetivo do Servio Social de ajudar pessoas chegou, deste modo, a ser reconhecido como um processo de tratamento que opera atravs do relacionamento cliente-assistente social. Desde que o Servio Social no tinha categorias de doenas como a Medicina e a Psiquiatria, o diagnostico em Servio Social de Casos era dirigido para a compreenso do cliente individual e de seu problema.

Ele olharia os sentimentos, os ideias e o ponto de vista individual do cliente como sendo de importncia fundamental e faria todo esforo para entende-los. O assistente social se empenharia em ajudar o cliente a resolver suas dificuldades e a solucionar seus problemas tanto quanto possvel, sua prpria maneira. Trabalharia com o cliente como um ser humano nico. (pg.31)

Portanto, para atingir tais objetivos, tornava-se necessrio ao assistente social estar consciente de seus prprios preconceitos emocionais e o meio pelo qual poderiam bloquear ou desviar seus esforos para ajudar. Precisaria de ser capaz de desenvolver um relacionamento profissional com as pessoas a serem ajudada, atravs do qual poderiam receber apoio sem serem dominadas ou conduzidas a uma dependncia impropria, de tal modo que poderiam dirigir-se para o reconhecimento e para o uso de suas prprias foras. (pg.31-32)

Esta abordagem foi, ento, transferida para o processo educacional. Assim, tal como era necessrio para o assistente social individualizar o cliente, tornou-se necessrio para o professor e para o supervisor individualizar o estudante do Servio Social ou o jovem profissional, de tal modo que pudesse desenvolver a autodisciplina exigida para incorporar estas atitudes e tcnicas essenciais ao seu eu profissional.

Estas ideias eram a autodeterminao do cliente, a aceitao do cliente pelo assistente social, o relacionamento cliente-assistente social e a autoconscincia do assistente social. (pg.32)

Na Medicina, todos os mdicos usavam a mesma abordagem diagnstica, qualquer que fosse o problema, fosse de doena ou fosse de sade. Entretanto, os assistentes sociais individualizavam sua abordagem, porque lidando com pessoas que tinham problemas, procuravam compreender o cliente como um individuo e entender que o problema significava para ele. A unicidade do individuo era enfatizada. A conscincia do assistente social de seus prprios sentimentos, a sua sensibilidade para com os sentimentos do cliente e a oferta de ajuda por meio do relacionamento tornaram-se temas predominantes. (...) Deu-se grande importncia ao sentir e agir e, reconheceu-se menos o pensar e conhecer. (pg.33)

Quando os assistentes sociais de um grupo e os assistentes sociais de organizao de comunidade comearam a se dirigir para a formulao de seus princpios da pratica voltaram-se para as cincias sociais, em busca de conceitos e de teorias, porque, por esta poca, outras disciplinas particularmente a Sociologia, a Psicologia Social e a Antropologia desenvolveram teorias imediatamente aproveitveis pelo Servio Social. Os assistentes sociais de grupo e os assistentes sociais de organizao de comunidade selecionaram algumas destas teorias, tais como a teoria relacionada com o processo de grupo e com as foras da comunidade e as aplicaram em sua prpria pratica. (pg.33-34)

(...) os assistentes sociais de grupo visualizaram-se como situaes antes que a patologia aparecesse e ficaram bastantes interessados em promover o crescimento positivo dos membros do grupo (por ex., oferecendo servios recreativos para adolescentes e preparando os imigrantes para a participao em uma sociedade democrtica). Por sua parte, os assistentes sociais da organizao de comunidade, em seus esforos para coordenar servios e programas sociais, encaravam a comunidade como um todo.

Chegando formulao mais tardiamente que no Servio Social de Casos, os assistentes sociais em Servio Social de Grupo e da Organizao da Comunidade tiveram uma oportunidade para dirigir a profisso para maneiras integrativas de pensamento. Talvez pudesse t-lo feito atravs da identificao de algum aspecto comum ao comportamento humano e aos problemas sociais em que todos os assistentes sociais estavam interessados e mostrando como isto poderia se tornar parte de um corpo comum de conhecimento para a profisso. Mas em vez disso seguiram o modelo do Servio Social de Casos e deram primazia maneira de trabalhar com pessoas a abordagem metodolgica. (pg.34)

Assim o conceito de mtodo do Servio Social desenvolveu-se, considerando esse mtodo o que incorpora sua prpria abordagem diagnostica, seu conjunto de conhecimento e seus meios de trabalhar com as pessoas. Sob estas circunstancias, uma abordagem diagnostica bsica, para todos os assistentes sociais, no poderia ser formulada. Alm disso, nenhum corpo visvel de conhecimento estava sendo construdo, Muito conhecimento estava subordinando-se de Servio Social, geral para a profisso, aplicvel conforme a necessidade e apropriado em qualquer fase de pratica especifica. No momento em que os campos separados da pratica produziram a fragmentao, tambm os trs mtodos separados tenderam a limitar e a manter o pensamento do Servio Social dentro das barreiras de suas respectivas abordagens (pg.34-35)

Pode-se ver, agora, que o que estava se desenvolvendo era um modelo para a pratica do Servio Social baseado em mtodo e em tcnicas. (...) um modelo no sentido de que estava moldando as percepes de pratica dos assistentes sociais, atravs da definio de um foco e estabelecendo limites para seu pensamento. O principal interesse era com o assistente social especializado e com os mtodos que usaria: em outras palavras, um modelo de mtodo-e-tecnica (pg.35)

Surgiu de um esforo altamente responsvel para atender s necessidades das pessoas. Produziu um profissional sensvel e especializado e um importante grupo de conceitos em relao contribuio do Servio Social para com os clientes.

O mtodo da superviso foi surpreendentemente bem sucedido ao produzir um profissional sensvel s necessidades e aos sentimentos daqueles que estavam sendo auxiliados (seja individuais ou em grupos) e especializado em ajudar. (pg.36)

3.BARREIRAS AO PENSAMENTO INTEGRATIVO

O primeiro passo na soluo de um problema reconhece-lo. Em consequncia, tendo discutido as percepes dos assistentes sociais sobre a sua a pratica, parece importante, neste ponto da discusso, atentar para identificar alguns dos aspectos do pensamento do Servio Social que retardaram seu crescimento como um profisso e que representam riscos para o futuro. (pg.37)

Duas caractersticas do pensamento dos assistentes sociais sobre sua pratica ambas consequncia da pratica tradicional tem um significado particular. Uma a preocupao primordial com as habilidades e com o mtodo e a outra a nfase colocada no sentir e agir, em oposio ao pensar e conhecer. Todas as profisses tem mtodos distintos ou meios de transmitir sua experincia. Para profisses de ajuda, ligar sentimentos e ao parece apropriado. (pg.37-38)

(...) a atitude anti-intelectual que tem existido e que permanece forte no Servio Social. As origens desta atitude so complexas e profundas porque parecem estar emaranhadas com algumas das foras e das caractersticas basicas da profisso.

(...) a unicidade do individuo tem-se mantido fortemente atravs de toda a historia do Servio Social. Tem havido resistncia para quebra-la em pedaos atravs de toda a espcie de analise cientifica. O assistente social se relaciona com a totalidade da pessoa e ela tem que ser sentida em sua total integridade.

O que se conhece e se entende de experincia profissional, pressentiu-se emergir melhor atravs de tais exemplos exaustivamente descritos. (pg.38)

(...) os assistentes sociais se comunicavam uns com os outros e alcanavam um senso de comunidade atravs de tais discusses intensas de sua prpria pratica, mas o desenvolvimento da teoria era adiado porque a generalizao no era possvel.

Sob estas circunstancias, ope-se resistncia a uma rigorosa abordagem intelectual associada ao pensamento cientifico, seja consciente ou inconscientemente. Percebe-se isto, por um lado, como uma ameaa para a habilidade do assistente social, para a sensibilidade e para o elemento artstico, que so vistos como muito importantes no Servio Social.

A orientao psiquitrica de muitos assistentes sociais, com nfase na compreenso dos aspectos irracionais do comportamento provavelmente favoreceu a atitude anti-intelectual. Assim, para alguns assistentes sociais, as abordagens intelectuais diretas para compreender as pessoas e com elas trabalharem, podem ser rejeitadas com o termo depreciativo intelectualizao.

Resistencia Abordagem Dedutiva. Barreiras para o pensamento do servio social tambm aparecem sob a forma de resistncia a quadros de referencia e a generalizaes sobre a pratica do Servio Social. Tais tentativas para analisar e para descrever a experincia parecem dar, a muitos assistentes sociais, a sensao de serem impostores, dominadores e artificiais. Suspeita-se da abordagem dedutiva. Considerando o exame da pratica, os assistentes sociais frequentemente afirmam que preferiram comear com alguma pratica familiar a eles e, no se envolver em hipteses globais ou em quadros amplos de referencia que abranjam elementos essenciais de sua pratica. (pg.39)

Muitos assistentes sociais pensam que, s por se aproximarem da realidade, podem, de algum modo, aprender e atuar melhor. A pratica de colocar estudantes em trabalho de campo, to logo entram na escola, se baseia na suposio de que aprendero atravs de sua real experincia. No se reconhece que a realidade mesma um caos de detalhes, que somente fatos e experincia nunca revelaro seu sentido prprio e que somente quando o homem ordena a experincia atravs de seu prprio pensamento que a compreenso se torna possvel. (pg.40)

Ainda, apesar da resistncia abordagem dedutiva, os assistentes sociais tem mostrado demasiada confiana em limitados feixes de teoria. Alm disso, ainda que haja resistncia ao esquadrinhamento cientifico, como uma ameaa individualizao, mostrou-se que a capacidade de profissionais para individualizar , com frequncia, positivamente limitada, e o esteretipos podem ser aceitos com muita facilidade no diagnostico de caso. Uma observao interessante, que precisa de melhor entendimento, que os assistentes sociais tem estado mais dispostos a aceitar a teoria de outras disciplinas que a submeter sua prpria experincia analise mais rigorosa.

Abuso da Abordagem Democratica. Um outro fator que retardou o avano terico foi um abuso da abordagem democrtica que caracteriza e algumas vezes mesmo oprime a profisso. Esta atitude enfatiza a liberdade daquele que se engaja na mediao dos assuntos profissionais de prosseguir na direo de seu prprio interesse pessoal.

Linhas de avano, potencialmente promissoras so assim afastadas, porque grupos profissionais ou comisses no reconhecem a responsabilidade deles para desenvolver e para continuar a ao no desenvolvimento da teoria e na elaborao de conhecimento anteriormente feitos. (pg.41)

Abordagens Atuais da Ao Social. O aumento dos problemas sociais est atualmente produzindo um outro tipo de nfase, no sentir e agir, que se encontra na ao social e que est tendo uma crescente influencia. O tipo de ao social, que primordialmente dirigido para os direitos humanos e para a ao imediata, em vez de planejamento social, est embudo de grande emoo. Tende a usar mtodos e medidas baseados na presso e no poder de inmeras pessoas, e a desvalorizar e algumas vezes a rejeitar o conhecimento e a pericia da profisso. Enquanto muitas das abordagens iniciais da pratica do Servio Social acentuavam o sentir e agir de tal modo como que a produzir um tipo de pensamento fragmentado e restrito, esta abordagem pessoal de ao social emprega uma nova combinao de sentir e agir que tende na direo de uma atividade que se espalha amplamente, na qual alguns dos elementos essenciais da profisso, particularmente seu conhecimento, poderiam perder-se. (pg.42)

Quando os assistentes sociais entravam em uma nova agencia ou organizao e depois em alguma outra, ficavam impressionados com a necessidade de encontrar um lugar apropriado dentro de cada programa.

A colocao, as caractersticas dos problemas sociais e as funes especificas dos assistentes sociais no normalmente descritas, mas o que est sendo adaptado no esclarecido. (pg.43)

Os assistentes sociais de grupo tem um problema especial pelo fato de que frequentemente supervisionam grupos destreinados de lideres e, assim, tem relativamente pouco contato direto com os membros do grupo. Os assistentes sociais em organizao de comunidade, que trabalham principalmente com os programas de agencias, podem ter pouca oportunidade de contato direto com as pessoas que tem problemas. Em todas estas circunstancias, a complexas estrutura da situao requer que os assistentes sociais tenham um conceito claro de sua prpria contribuio profissional, se no quiserem ser expulsos de sua prpria base pelas presses externas e pelas foras latentes que operam nesses ambientes (pg.44)

Os perigos especiais para o Servio Social resultaram da nfase no mtodo e na habilidade descritos anteriormente. As operaes tcnicas e habilidosas tendem a tornar-se mais eficientes quando se dirigem para melhor entendimento e assim so mais restritamente definidas dos problemas e das situaes.

Os assistentes sociais profissionais, especializados em casos, em grupos ou em organizao de comunidade, esto necessariamente em posio de oferecer seu mtodo nico, como sua competncia. Isto os leva a procurar pessoas para ajudar, que podem usar seu tipo particular de servio. Isto produz, em troca, uma situao na qual os candidatos so aceitos ou rejeitados por uma agencia, segundo se enquadrem ou no ao padro rigorosamente traado de clientes que podem ser ajudado pela tcnica ou pelo mtodo particular ou, quando aceitos, os clientes s podem receber o tratamento mais pertinente para os problemas dos clientes. (pg.44-45)

Os assistentes sociais podem ficar frustrados quando suas tcnicas no so usadas, como quando clientes errados recorrem a agencias ou quando os mdicos fazempobres referencias ao assistentes sociais mdicos ou psiquiatra nas agencias de sade.

As tcnicas desenvolvidas atravs das primeiras teorias psicanalticas capacitaram os assistentes sociais a seguir os sentimentos dos clientes e a lidar com elementos de transferncia no relacionamento profissional, sendo, assim, til para os clientes emocionalmente perturbados. O reconhecimento dos aspectos irracionais e inconscientes do comportamento humano foi uma influencia muito importante na pratica do Servio Social, capacitando os assistentes sociais a aceitar o dependente, o hostil e os outros tipos de comportamento problema, andar devagar, a trabalhar compreensivamente com as pessoas e a no esperar muito por resultados. (pg.45-46)

Nos anos quarenta, o desenvolvimento de duas escolas de pensamento, a diagnostica e a funcional, exigiram considervel reviso, que tendeu a reforar a nfase na habilidade do relacionamento profissional e no processo de ajuda.

O proposito original era desenvolver um profissional que no permitisse, a seus preconceitos emocionais, interferir em sua capacidade de ajudar seus clientes, particularmente em seu controle de relacionamento cliente-assistente.

O desenvolvimento de tal conscincia, atravs do processo de superviso, um empreendimento complexo (pg.47)

Foi ensinado aos assistentes sociais que ouvissem o cliente, seguissem seus sentimentos e evitassem domin-lo ou subtrair-lhe o problema

Em conferencias multidisciplinares do campo da sade, os assistentes sociais muito frequentemente acomodavam-se passivamente esperando que outros falassem. Desde que os mdicos esperavam que o pessoal profissional desse sua contribuio discusso de equipe, intrigaram-se com este comportamento passivo e o comentaram. (pg.48)

um fenmeno de profissionalismo, do desenvolvimento profissional que teve mau resultado. Isto pode ocorrer em profisses que amadurecem, mas menos provvel que acontea nas que tem uma base forte e bem reconhecida.

CARENCIA DE CONCEITOS DE SERVIO SOCIAL

A operao efetiva de uma profisso repousa em um corpo de smbolos comuns, de que ideias e de conceitos, atravs dos quais a pratica pode ser descrita e os profissionais, podem comunicar-se entre si.

Uma lacuna significativa era a falta de um termo nico para abranger todas as medidas usadas pelo profissional para lidar com problemas psicossociais. Isto resultou na tentativa de estender os conceitos do Servio Social de Casos s outras reas da pratica. Frases como tratamento da comunidade como cliente so frequentemente encontradas na literatura. Mas ambos, clientes e tratamento so enganosos, quando usados em to amplo contexto. Cliente inevitavelmente transmite a ideia de trabalhar atravs de contato direto ou de um relacionamento. Tratamento traz consigo todas as gradaes de sentido da Medicina Geral e da Psiquiatria, que implicam na atividade de um profissional que diagnosticar a patologia do individuo e que dirigir a ao para o alivio ou para a cura. (pg.49)

So necessrios termos mais amplos e positivos para descrever a pratica do Servio Social. A iniciativa, o potencial e a independncia das pessoas a serem servidas exigem mais apreciao.

Deve-se notar uma outra tendncia do pensamento. Na ultima ou nas duas ultimas dcadas, os que escreveram sobre a profisso do Servio Social e sua pratica e as comisses de trabalho nos problemas profissionais tenderam a procurar identificar os assuntos com os melhores meios de entender uma situao. (pg.50)

A longo prazo mais importante construiruma estrutura terica vivel para a profisso como um todo que ser influenciado por correntes politicas e por estilos acadmicos do momento. (pg.51)

SEGUNDA PARTE

UM MODELO PROFISSIONAL PARA A PRATICA DO SERVIO SOCIAL

Uma impresso deixada pela viso geral do desenvolvimento do Servio Social atravs de suas partes, como descrito anteriormente, que havia muito nesta pratica em campos e em agencias e neste uso de mtodos e de tcnica que poderia e deveria contribuir para uma base profissional comum.

(...) o modelo de mtodo-e-tecnica levou a um pensamento criativo. A tecninca, a autoconscincia a um pensamento criativo. A tcnica, a autoconsicencia e o mtodo definido so essenciais para a profisso. Mas no so adequados por si mesmos para prover uma completa base profissional. (pg.55)

A conceitualizao original da pratica identificou os trs mtodos como entidades separadas Servio Social de Casos, Servio Social de Grupo e Organizao de Comunidade. Esperava-se que os profissionais fossem competentes em um ou outros e que os usassem. Nas escolas, o curriculo oferecia (e exigia) a concentrao em um mtodo; assim, os estudantes seguiram trilhas diferentes.

A nfase na tcnica do trabalho de campo predominava sobre a nfase no conhecimento bsico e na teoria da sala de aula apresentavam-se bacharis, aqueles que se olhavam a si mesmo, primordialmente, como assistentes sociais de casos, assistentes sociais de grupo, ou assistentes sociais de organizao de comunidade. A ideia de que todos eram assistentes sociais era menos reconhecida.

Uma parte do melhor pensamento era realizada nas reas de pratica separada ou em um uma estrutura educacional com elas relacionadas. Entretanto, o mtodo a menos que perturbado por alguma fora radical tende em direo a uma preciso tcnica sempre maior e a uma restrio crescente de foco. Assim, os assistentes sociais trabalhavam no aperfeioamento de suas prprias reas, mas eram impedidos, pelas barreiras entre os mtodos, de fcil comunicao entre si, visando rea de interesse comum a pratica do Servio Social como um conceito abrangente. (pg.56)

Por volta de 1929, a conferencia de Mildford (uma comisso voluntria de assistentes sociais interessados na analise e no esclarecimento do Servio Social de Casos), desenvolveu o conceito genrico especifico, que ativou a ideia de uma base genrica que sustentasse a pratica do Servio Social de Casos nos campos especficos. A parte genrica do conceito estimulou a unificao do Servio Social de Casos e o crescimento do currculo genrico nas escolas, mas o conceito global revelou-se muito complexo para aplicao eficaz em todas as partes da pratica, naquela fase inicial do desenvolvimento da profisso

Em meados dos anos cinquenta seguindo uma deciso de interromper o ensino de especializao por campos nas escolas, o Conselho de Educao do Servio Social solicitou a representantes dos campos da pratica para examinar sua pratica e relatar quais os pontos, em termos de conhecimento particular, de tcnicas e de atitudes, que consideravam bsicos para todos os assistentes sociais e o que, alm disso, era essencial competncia dos assistentes sociais na pratica de seus campos especficos.

Outro esforo foi feito logo aps pela Associao Nacional de Assistentes Sociais, que submeteu aos vrios campos um questionrio propondo critrio para identificar caractersticas comuns a todos os campos da pratica(pg.57)

NECESSIDADE DE UM MODELO PROFISSIONAL

Finalmente, anos anos cinquenta, as responsabilidades de uma bordagem fragmentada da pratica vieram tona. O assistente social, profissional tcnico, poderia atuar proveitosamente, prestando servios aos clientes. Os professores e os profissionais de alto gabarito estavam escrevendo com notvel autoconscincia sobre sua pratica e ensino em publicaes de Servio Social.

Alguns dos aspectos importantes da pratica, como o relacionamento profissional com os clientes, foram examinados totalmente, mas outros como a natureza do conhecimento do Servio Social receberam relativamente pouca ateno

Em 1959 HEARN comentou que um ponto de decrescente retorno na construo da teoria da pratica de Servio Social parecia ter sido alcanado. Outros observadores notaram que os assistentes sociais na pratica da profisso no tinham conscincia do conhecimento no qual repousavam a sua pratica. Desde que os atributos profissionais do assistente social eram assim obscurecidos, no eram bem entendidos pelas outras profisses com que colaboravam ou pela sociedade em geral. (pg.58)

Comentando o regulamento legal restritivo em 1962, a Associao Nacional de Assistentes Sociais disse em uma declarao oficial que no apoiava tal ao naquele momento pois que a profisso de Servio Social no est preparada para definir as atividades que abrangem a pratica do Servio Social, de maneira a descrever os elementos comuns a toda a pratica, os limites da pratica e os elementos distintivos. Crescia o reconhecimento de que a velha viso da pratica estava obsoleta; necessitava-se de uma verdadeira ruptura na maneira de pensar.

No fim dos anos quarenta, convencidos de que para desenvolver a profisso teriam que formar uma organizao profissional unida, os assistentes sociais empenharam-se em seus anos de explorao e de planejamento(pg.59)

Em 1955, as organizaes de pratica separada uniram-se e a Associao Nacional de Assistentes Sociais, uma nova organizao de classe, estabeleceu0se. Este passo a formao de uma organizao profissional unida, compreensiva tornou possvel ocupar-se com a pratica de Servio Social como um todo, comuma clareza no anteriormente possvel na historia do Servio Social. Desta percepo ampliada emergiu um novo e abrangente modelo para a pratica, baseado no modelo geral de uma profisso. Este modelo pretende que uma profisso possua um corpo de princpios tericos, ticos e tcnicos, que transferido para seus estudantes e profissionais atravs de canais educacionais sob a forma de generalizaes e de princpios. As aes do profissional so dirigidas por estas generalizaes e por estes princpios, que ele aplica a situaes individuais na sua pratica. (pg.59-60)

primeira vista, o modelo mtodo e tcnica e o modelo profissional paecem semelhantes. Ambos giram em torno de um assistente social em ao, mas a diferena que, no ultimo modelo, a ao do assistente est colocada dentro de um quaro de referencia e de uma perspectiva geral do Servio Social, e conscientemente dirigida pelos valores, pelo conhecimento e pelas tcnicas, amplamente definidos, da profisso como um todo.

Toda profisso tem que encontrar um equilbrio entre sua cincia e sua arte que lhe possibilite desenvolver e melhorar a eficincia de seu servio na sociedade.(pg.60)

O conceito central o de um servio de ajuda. O foco teraputico nos objetivos de tratamento e na tcnica profissional nos processos de tratamento. Espera-se que o profissional incorpore as atitudes e as tcnicas essenciais. Enfatiza-se o sentir e agir em vez de o pensar e conhecer; ensina-se a teoria de tal modo como se fosse para ser diretamente integrada com o sentir e agir. (pg.60-61)

Esta abordagem leva ao conceito de mtodo do Servio Social, que une conhecimento e valor habilidade e tcnica.

Os dois modelos prticos resultam de examinar a pratica sob abordagens diferentes a do profissional individual e a da profisso. De certo modo, podem ser olhadas como nveis diferentes de definio e de descrio. Na realidade, ambas as abordagens so necessrias e no deveriam ser separadas. De fato, muitos assistentes sociais assinalaram que a pratica do profissional tcnico seria mais vigorosa e mais eficaz, s baseada em um corpo ordenado de conhecimento e de valor. (pg.61)

O que precisa agora, para a expanso da profisso, no livrar-se do modelo mtodo e tcnica como um todo, mas dele transferir aqueles aspectos que esta contribuindo para as foras do Servio Social e inclui-los no novo modelo profissional.

O modelo mtodo e tcnica precisa de maior amplitude, enquanto o modelo profissional global precisa de substancia. O problema achar como estas limitaes podem ser vencidas e como a integrao efetiva pode ser alcanada de modo a combinar ambas as foras. (pg.62)

UM MODELO PROFISSONAL (A DEFINIO OPERACIONAL)

Uma comisso da Pratica de Servio Social recm-organizada, precisando tanto de uma formulao, como de uma base para seu programa, relatou o que chamou de Definio Operacional da Prtica de Servio Social.(pg.62-63)

A Definio Operacional diferiu delas naquilo em que era concebido como um empreendimento em curso, para o qual muitas pessoas contribuiriam e que continuaria a expandir-se como a prpria profisso crescia e amadurecia. Uma formulao inicial foi completada por uma subcomisso especial em 1958.

A Definio Operacional um inicio promissor para um modelo profissional abrangente da pratica de Servio Social e importante porque procura ver toda a pratica de Servio Social e de faz-lo sob o ponto de vista da profisso. Nossa anlise do pensamento precedente mostra porque este um progresso muito necessrio ao Servio Social e um passo significante em seu crescimento.(pg.63)

De acordo com o plano original, a formulao deveria ser revisada de tempos em tempos, mas at o momento deste trabalho nenhuma reviso verdadeira foi concluda. (pg.64)

Um conceito central, que se desenvolvera antes, foi que os elementos que dirigem a ao dos assistentes sociais formam uma constelao. Alguma pratica de Servio Social, dizia a definio, mostrar um s pratica de Servio Social quando todos se apresentam em certo grau.

Combinando as ideias sobre a profisso e sobre a pratica, a ideia central tornou-se a ao do profissional dirigida para um proposito e guiada por valores, por conhecimento e por tcnicas, devendo ser todos eles descritos em termos de Servio Social.

Portanto, no Servio Social, proposito global seria promover a realizao mxima do potencial de cada individuo e outros propsitos seriam relacionados com este de alguma slida maneira.

Assim, o valor e o conhecimento atuam um sobre o outro na determinao das metas profissionais que sero dominantes e operativas na pratica de um perodo a outro. Por causa desta intima relao do proposito com o valor e com o conhecimento e a fim de concentrar-se em uns poucos elementos principais, o proposito no ser enfatizado como um elemento separado da pratica neste exame. (pg.65)

O conceito de sano foi includo na definio original para cobrir os auspcios sob os quais a pratica conduzida. A sano refere-se autorizao que e concedida pratica de servio Social pela sociedade, pela lei, pela organizao ou programa, e pela prpria associao profissional.

Atravs da formulao desenvolvida na Definio Operacional, o conhecimento e o valor tornaram-se nitidamente visveis, separados do mtodo e colocados em sua posio correta como bsicos em uma profisso.

O mtodo que segue o valor e o conhecimento na definio j est se afastando da conotao particular que lhe foi dada no conceito dos trs mtodos. apresentado como um conceito bsico na pratica do Servio Social e no est ligado aos mtodos separados, nem se divide entre eles. Enquanto o conceito em si vago, permite ao menos liberdade para uma nova abordagem. (pg.66)

Enquanto a tcnica enfatizada, a responsabilidade do profissional por observao sistemtica e a contribuio de um individuo ou grupo, em uma situao, e por julgamento profissional claramente estabelecida.

Como uma formulao inicial, a Definio Operacional original de um passo importante para o esclarecimento da pratica do Servio Social. Identificou os elementos essenciais da profisso o valor, o conhecimento e as tcnicas e mostrou como guiam o assistente social em sua pratica. Esses elementos essenciais podem ser considerados como elementos bsicos do Servio Social, no sentido em que 1) devem estar presentes em qualquer pedao da pratica do Servio Social; 2) so comuns, isto , partilhados por todos os profissionais. Em razo de que, na opinio da Autora, a necessidade de pensamento integrativo deve ser considerada como uma preocupao dominante do Servio Social de hoje, o segundo aspecto que os elementos bsicos so comuns e compartilhados est sendo enfatizado aqui. Comeamos da ideia expressa pela segunda subcomisso em Definio de Operacional, que a essncia do profissional em sua pratica deve provir dos valores, dos conhecimentos e dos mtodos da profisso compartilhados e consideraremos adiante, nesta monografia, como o pensamento a respeito dos elementos comuns o pode ser desenvolvido e usado para fortalecer o Servio Social e sua pratica. (pg.67)

Os assuntos discutidos em livros e em jornais foram habitualmente aspectos particulares da pratica, tais como o relacionamento cliente/assistente, a liderana de um grupo e a coordenao de agencias ou os problemas de bem estar social, como a avaliao de rendimentos (pg.68)

5.ELEMENTOS ESSENCIAIS NA PRATICA DE SERVIO SOCIAL

Forou os assistentes sociais a olhar diretamente para as questes referentes s caractersticas e aos componentes bsicos da pratica de Servio Social, que no tinham sido encarados previamente, por causa da preocupao com os aspectos parciais da pratica. (pg.69)

VALORES E CONHECIMENTO

A definio original incluiu uma serie de valores, de reas de conhecimento e de tcnicas.

A comisso reconheceu que profisses maduras repousam em corpos fortes de conhecimento e de valores, dos quais se derivam princpios cientficos e ticos, que guiam a atuao do profissional. Neste sentido, o conhecimento e o valor tomam prioridade sobre o mtodo e so os principais definidores do mtodo e da tcnica.

Os valores, disse a comisso, se referem ao que olhado como bom e desejvel. Estes so julgamentos qualitativos; no so empiricamente demonstrveis.

As proposies de conhecimento, por outro lado, referem-se experincia verificvel e aparecem sob a forma de declaraes rigorosas que so feitas to objetivas quanto possvel. (pg.70)

Na medida em que conhecimento cientifico aumenta, algumas proposies que inicialmente foram suposies preferenciais se tornaro estabelecidas como conhecimentos confirmados. As condies sociais que foram visualizadas como desejveis, podem tornar-se estabelecidas na sociedade, atravs de transformao social.

Em cada momento do desenvolvimento de uma profisso, professores, profissionais e pesquisadores deveriam estar certos quanto a diferena entre valor e conhecimento, e quanto ao status de qualquer proposio particular. Conhecimento e valor desempenham papeis distintamente diferentes, ambos necessrios. (pg.71)

Parece melhor incluir no conhecimento de uma profisso aquelas proposies que esto sendo usadas pelos profissionais, embora tenham at agora s a severa prova da pratica, juntamente com as proposies validadas atravs de experincia rigorosa. (pg.72)

O ELEMENTO VALOR

Provavelmente, o valor mais antigo e mais amplamente sustentado no Servio Social assevera a valia e a dignidade de todo ser humano. De crescente importncia no pensamento do Servio Social existe outro valor que tem sido expresso de forma variada como autodeterminao, autossatisfao ou auto realizao.

Desde que interessa a todos os indivduos, sua necessidades devem ser equilibradas s dos demais. Assim sendo, na satisfao de seu prprio potencial, cada pessoa tem a responsabilidade de ajudar as outras a se realizarem da mesma maneira.

O conceito de potencial est recebendo mais e mais ateno e est se deslocando para a linha de frente das discusses do Servio Social a respeito de valores. Por um longo perodo, autodeterminao era o termo preferido, e ainda est em uso ativo, mas, uma compreenso maior de maneira pela qual o crescimento humano tem lugar atravs da interao social, indica as suas limitaes. (pg.73)

O segundo maior tema que emerge dos valores preferidos pelos assistentes sociais crescimento. Somente atravs do crescimento continuo pode o individuo alcanar seu potencial completo. Ele ganha fora em que lhe sendo dada liberdade e apoio para resolver seus prprios problemas, Respeito pelo seu esforo essencial. (pg.74)

Enquanto outras profisses enfatizam o potencial humano e o crescimento, a nfase do Servio Social no direito individual de ser ele mesmo e de resolver seus problemas a seu modo, com o apoio e a oportunidade que so necessrios, est dando a esses valores um significado que caracterstico da profisso de Servio Social. (pg.74-75)

Enquanto revemos estes valores inter-relacionados, a posio central do individuo no sistema de valores do Servio Social se torna clara. Isto , algumas vezes, mal interpretado como significando nfase no Servio Social de Casos, mas eles no so a mesma coisa. A auto-satisfao e a realizao do potencial para os indivduos podem ser promovidas pelo servio social de grupo, pelas comunidades e pelos programas nacionais. (pg.75)

Outra caracterstica importante da orientao de valores do Servio Social que o crescimento e potencial, quando expressos em valor de auto satisfao, so orientados para o futuro. Deste fato decorrem implicaes que apenas comearam a ser reconhecidas. Os assistentes sociais preocuparam-se sempre com os objetivos de vida dos indivduos, mas a tcnica psicanaltica desviou a ateno para as causas do seus comportamento, isto , para o passado.

Realmente, os assistentes sociais tem-se preocupado sempre, caracteristicamente, com as consequncias dos esforos das pessoas para lidar com suas dificuldades e com o impacto do ambiente social sobre a atuao daquelas. A nfase do Servio Social no crescimento como um valor refora esta preocupao pelas consequncias e pelos resultados futuros. (pg.76)

necessrio esclarecer que quando nos referimos a valores profissionais, nesta discusso, temos em mente os conceitos e os princpios ticos identificados pela prpria profisso. Estes devem ser distinguidos do sistema de valor cultural, que inclui os mores e as expectativas referentes ao comportamento individual e social na sociedade. (pg.76-77)

necessrio esclarecer, ainda, que os valores so os prprios princpios. Alguns assistentes sociais classificam como valores todos os aspectos de sua profisso que consideram como particularmente importantes, porque os valorizam. Sob tais circunstancias, pontos de conhecimento ou de tcnicas, tais como a famlia como uma unidade na sociedade ou o relacionamento cliente/assistente podem ser relacionados como valores. Esta provavelmente, uma razo para a confuso entre conhecimento e valor, anteriormente discutida.

Os valores so frequentemente divididos em valores bsicos, que so conceitos abstratos daquilo que deveria ser, e ideias referentes aos meios para alcanar aqueles valores, frequentemente mencionados como valores instrumentais. medida que as profisses desenvolvem seus valores, um ou mais podem emergir como valores bsicos.

possvel que o Servio Social venha a considerar a consecuo do potencial humano como seu valor bsico (pg.77)

O ELEMENTO CONHECIMENTO

Geralmente, o mais forte fundamento de uma profisso seu corpo de conhecimento. Como o Servio Social define progressivamente o seu foco central e seus propsitos, seu conhecimento ser construdo em torno deles. No conhecimento passado apareceu, principalmente em forma de feixes separados de conceitos e de teoria, ligados a varias reas da pratica.

Durante longo tempo, o que os assistentes sociais conheciam estavam to misturado com seus valores e com suas tcnicas, que a ideia de um corpo isolado de conhecimento de Servio Social no parecia til nem importante. Com crescente reconhecimento de que a profisso que amadurece deve ter tal conhecimento, a questo de que modo um profisso, como o Servio Social, se ocupa da construo de seu corpo de conhecimento, tinha de ser encarada. Ricas fontes de conhecimento esto disponveis, provenientes de muitas direes. O problema o de identificar, de formular, de sistematizar e de experimentar os conceitos e as generalizaes apropriados e significativos para a profisso. O Servio Social partilha, com muitas outras profisses e disciplinas, as dificuldades inerentes natureza complexa e difuso de seu tema comportamento humano. Estes acontecimentos humanos intrincados no entraro em ordem por si mesmo. Cada profisso e cada disciplina tem que achar seu prprio modo de organizar seu conhecimento, um caminho que seja mais til a seus propsitos. (pg.79-80)

O CONHECIMENTO DE OUTROS CAMPOS

Ao procurar conscientemente a teoria para guiar sua pratica, os assistentes sociais, em primeiro lugar, se voltam para fontes exteriores. A parcela de conhecimento maior e mais visvel vem de outras profisses, como a Medicina e de disciplinas acadmicas, mais particularmente as Ciencias do Comportamento e as Ciencias Biologicas. Os conceitos e a teoria so selecionados destas fontes pela sua relevncia para o Servio Social, experimentados na pratica e, talvez ampliados ou reformulados em termos de Servio Social.

COYLE assinala dois problemas inerentes apropriao interprofissional. O primeiro est na aceitao das teorias na base da autirdade de outrea profisso, particularmente se ela tem alto prestigio. Sob tais circunstacias, h a possibilidade de que a teoria possa a ser aceita como dogma. O segundo perodo est na confuso de identificao e de funo que, com tanta frequncia, parece resultar da apropriao interprofissional. (pg.80)

(...) o sistema educacional desenvolve-se, s vezes< na forma de uma estrutura de duas camadas formada por cincias bsicas e por cursos profissionais, como no exemplo da Medicina. No tendo sido possvel, at agora, nenhuma Ciencia Social inteiramente desenvolvida que possa ser usada desta maneira, os assistentes sociais apropriaram-se tanto de coneitos isolados como de pequenos feixes de conhecimento e de teoria de outros campos. Encontrando segurana em um feixe de teoria (como no exemplo da teoria psicanaltica), concentraram-se excessivamente em to isolado corpo de conhecimento, at que as limitaes dele foram reconhecidas. Ento, veio uma inclinao para a Ciencia Social, em um esforo para restaurar o equilbrio.

a tese desta discusso, que tal fragmentao de conhecimento continuar a ocorrer, at que o reconhecimento continuar a ocorrer, at que o reconhecimento dos elementos essenciais ao Servio Social seja suficientemente forte para manter aa profisso mais firme e unida. (pg.81)

A partir de uma nica focalizao nos aspectos psquicos da personalidade, o conhecimento foi ampliado para mostrar o individuo dentro de sua cultura e sua sociedade com as instituies prprias.

CONHECIMENTO DERIVADO DE EXPERIENCIA DE SERVIO SOCIAL

Anteriormente aos anos cinquenta, j que os assistentes sociais possuam somente limitados corpos de teoria, estavam necessariamente praticando em larga escala sobre a base dos princpios do senso comum e em sua experincia em desenvolvimento, na ajuda s pessoas com varias espcies de problemas psicossociais. Com a conscincia crescente de sua responsabilidade para desenvolver seu prprio conhecimento, os assistentes sociais comearam a voltar a sua ateno para esta experincia pratica, como uma fonte. (pg.82-83)

Esta segunda fonte principal de conhecimento de Servio Social a experincia dos profissionais de trabalhar com pessoas e de ajuda-las a defrontar-se com uma ampla serie de problemas de vida 0 descreve-se geralmente como sabedoria pratica e a maior parte dela est submersa na pratica. (pg.83)

Mas, sem duvida, a maior parte do conhecimento pratico est implantado na pratica. ensinado e usado como parte de um dos mtodos Servio Social de Casos, Servio Social de Grupo ou Organizao de Comunidade. transmitido de um assistente social para outro atravs de superviso e de orientaes pessoais.

Aqui, o modelo de mtodo e tecnica da pratica de Servio Social, que enfatiza a arte, estimulou o desenvolvimento do conhecimento dentro dos mtodos, mas no favoreceu o desenvolvimento do conhecimento sistematizado para a profisso como um todo. Na preocupao com sentir e agir, o que conhecido, muito frequentemente, no sequer identificado como conhecimento ou expresso como generalizaes do conhecimento. Isto importante, porque h uma real possibilidade de que parte do que o Servio Social aprendeu, e que est continuamente aprendendo, pode no se tornar conhecida por outras profisses e disciplinas, ou pela sociedade. (pg.84)