3
Fichamento do texto 5 da bibliografia da disciplina Geografia Regional do Brasil Aluno: Flávio da Silva Batista DRE: 110131812 GEIGER, P. P. Organização Regional do Brasil. Revista Geográfica, 61, 1964, pp. 25-57. A ideia central do texto de Pedro Geiger está na descrição das unidades regionais do Brasil naquele momento. O ano é 1964 e no texto bserva-se claramente a ideia de uma divisão do Brasil de acordo com o conceito de região geográfica. Geiger diz que “ à proporção que a sociedade humana evolui de suas formas mais complexas, aprofundando a divisão social do trabalho, ela amplia as modificações do quadro natural(...)”. Este quadro natural que está sendo modificado identifica, portanto, a ruptura na análise regional à partir de uma visão mais amplamente influenciada por aspectos naturais (clima, relevo, qualidades do solo, etc.), deixando outros aspectos inerentes a produção espacial humana em uma espécie de quadro análítico marginalizado ou de segundo plano – embora fossem também utilizados na análise regional. É a partir desta ideia central que Geiger irá traçar um perfil regional do Brasil, através da análise mais elaborada possível, através do conceito de região geográfica. Geiger, assim como no texto de CORRÊA (1986) explica um pouco sobre a dificuldade de se caracterizar uma região à partir de elementos diferentes que imprimen-se diferentemente no espaço. Portanto, é à partir deste

Fichamento Do Texto 5 Da Bibliografia Da Disciplina Geografia Regional Do Brasil

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Fichamento Do Texto 5 Da Bibliografia Da Disciplina Geografia Regional Do Brasil

Fichamento do texto 5 da bibliografia da disciplina Geografia Regional do Brasil

Aluno: Flávio da Silva Batista DRE: 110131812

GEIGER, P. P. Organização Regional do Brasil. Revista Geográfica, 61, 1964, pp. 25-57.

A ideia central do texto de Pedro Geiger está na descrição das unidades

regionais do Brasil naquele momento. O ano é 1964 e no texto bserva-se

claramente a ideia de uma divisão do Brasil de acordo com o conceito de

região geográfica. Geiger diz que “ à proporção que a sociedade humana evolui

de suas formas mais complexas, aprofundando a divisão social do trabalho, ela

amplia as modificações do quadro natural(...)”. Este quadro natural que está

sendo modificado identifica, portanto, a ruptura na análise regional à partir de

uma visão mais amplamente influenciada por aspectos naturais (clima, relevo,

qualidades do solo, etc.), deixando outros aspectos inerentes a produção

espacial humana em uma espécie de quadro análítico marginalizado ou de

segundo plano – embora fossem também utilizados na análise regional.

É a partir desta ideia central que Geiger irá traçar um perfil regional do

Brasil, através da análise mais elaborada possível, através do conceito de

região geográfica. Geiger, assim como no texto de CORRÊA (1986) explica um

pouco sobre a dificuldade de se caracterizar uma região à partir de elementos

diferentes que imprimen-se diferentemente no espaço.

Portanto, é à partir deste conceito – o de região geográfica – que Geiger

irá explicar as diferentes regiões do Brasil. Seu método de caracetrização das

regiões reune desde notas características regionais, passando por aspectos de

formação sócio-espacial e econômica, incluindo sua base histórica, até

elementos de análises demográficas. Portanto, Geiger evidencia um Brasil

Regional exposto em grandes regiões como o Centro-Sul, Nordeste e

Amazônia, e explica que esta divisão mantém uma hierarquia bem definida

entre si. Evidenciando cada uma das regiões através dos elementos descritos

acima, observa-se um tendenciamento a mostragem do comportamento

econômico de cada região. Sendo assim, observa-se uma breve classificação

de clima e relevo, seguidos por uma análise demográfica e um posteior

desmembramento das atividades comerciais de cada região. Este

Page 2: Fichamento Do Texto 5 Da Bibliografia Da Disciplina Geografia Regional Do Brasil

desmembramento vem seguido de uma exposição mais ou menos detalhada

das atividades econômicas mais importantes, o que mostra uma certa

imperatividade do fator econômico sobre outros aspectos regionais. Ainda

assim, mesmo com um olhar um pouco mais debruçado sob o enfoque

econômico das regiões, Geiger recorre sempre a aspectos físico-naturais,

históricos, populacionais como forma de enriquecer sua análise geográfica das

regiões.

Um outro importante aspecto do texto vai além de uma nova

classificação regional do Brasil. Procura mostrar como funciona sua relação de

dependência - entre as grandes regiões. Desta forma é possível perceber que

naquele momento havia uma região Centro-Sul bem delineada quanto ao seu

papel econômico e populacional (formada e mantida por questões históricas

que remetem ao início do século XX), e que o Nordeste era essencialmente

agrário e bastante atrasado sob o aspecto do desenvolvimento econômico,

apresentando-se como uma região não industrializada, portanto, hierarquizada

inferiormente ao Centro-Sul, apesar de nauquele momento as relações

intraregionais serem mais espressivas do que as interregionais. A região

Amazônica, ainda bastante inexplorada naquele momento, era caracterizada

como uma região com um enorme potencial extrativista, contudo, ainda não

apresentava uma atividade econômica que a melhor posicionasse em sua

hierarquização.

Como conclusão Geiger diz que esta regionalização e seus aspectos

não só podem como devem ser transitórios, o que mostra o carater nada fixo

de uma classificação por regiões geográficas.