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FICHAS DE IDENTIFICAÇÃO DE OPORTUNIDADES DE MERCADO SETOR Agroalimentar TIPO DE PRODUTO Produtos de base Vegetal MERCADO ALVO Espanha RELAÇÕES ECONÓMICAS Ano Referência 2016 Tendência Valores em euros 1 Valor total das importações 279.715.751.000€ X 2 Valor total das importações do setor 29.704.353.000€ X Percentagem 3 Valor das importações do setor / valor total das importações 10,62% Fonte: Internacional Trade Centre (ITC), segundo os códigos indicados de posições pautais dos produtos. PLANO DE AÇÃO SETORIAL PARA A INTERNACIONALIZAÇÃO I. LINHAS ESTRATÉGICAS De acordo com os dados divulgados pelo Ministério da Agricultura e Pesca, Alimentação e Meio Ambiente espanhol (MAPAMA), a despesa total de consumo alimentar em Espanha, em 2015, foi de aproximadamente 99 mil milhões EUR, o que representa um aumento de 1,3% relativamente ao ano anterior. A despesa doméstica alimentar ascendeu a aproximadamente 67 mil milhões EUR, registando-se um aumento de 0,9% em relação a 2014. Esta evolução resulta da diminuição do consumo, associado a um custo mais elevado dos alimentos. A despesa alimentar no canal Horeca totalizou aproximadamente 32 mil milhões EUR, registando-se um aumento de 1,2% em relação a 2014. Esta evolução resulta do aumento quer do número de visitas aos estabelecimentos de restauração, quer do gasto médio por cliente. Em relação aos hábitos de compra, os consumidores indicam que os principais fatores que determinam a escolha do estabelecimento são a qualidade do produto, a proximidade e os preços competitivos. Excluindo os vinhos e os azeites (alvo de análise no âmbito de outra fileira neste programa), os principais produtos agroalimentares de origem vegetal importados pelo país são os seguintes (dados de 2016): trigo e mistura de trigo com centeio (1,14 mil milhões EUR), soja (1,15 mil milhões EUR), milho (983,4 milhões EUR), café e seus sucedâneos (891,5 milhões EUR), bagaços e outros resíduos sólidos da extração do óleo de soja (754,7 milhões EUR), amêndoas sem casca (610,3 milhões EUR), óleos de girassol, cártamo ou algodão e suas frações (407,5 milhões EUR), cacau em bruto ou torrado (316,5 milhões EUR), sementes de girassol (218,2 milhões EUR), batata fresca ou refrigerada (196,1 milhões EUR), cevada (180,2 milhões EUR), abacate fresco ou seco (178,3 milhões EUR), bananas fresca ou secas (177,5 milhões EUR), maçã fresca (172,4 milhões EUR) e kiwi fresco (151,2 milhões EUR). No referente às compras efetuadas a Portugal, destacam-se os seguintes: tomate preparado ou conservado, exceto em vinagre ou ácido acético (31,3 milhões EUR), laranja fresca ou seca (30,1 milhões EUR), batatas fritas embaladas (28,2 milhões EUR), café e seus sucedâneos (23,7 milhões EUR), tomate fresco ou refrigerado (23,6 milhões EUR), pinhões (11,6 milhões EUR), sementes de girassol (10,9 milhões EUR), resíduos da fabricação do amido e resíduos semelhantes (10,4 milhões EUR), bananas frescas (9,72 milhões EUR), kiwi fresco (9,67 milhões EUR) e farinha de soja (9,66 milhões EUR).

FICHAS DE IDENTIFICAÇÃO DE OPORTUNIDADES DE … · do consumo deste tipo de produtos, representando 13,9% do total. O leite e produtos derivados representam 6,2%, enquanto os demais

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FICHAS DE IDENTIFICAÇÃO DE OPORTUNIDADES DE MERCADO

SETOR Agroalimentar

TIPO DE PRODUTO Produtos de base Vegetal

MERCADO ALVO Espanha

RELAÇÕES ECONÓMICAS

Ano Referência 2016 Tendência

Valores em euros

1 Valor total das importações 279.715.751.000€ X

2 Valor total das importações do setor 29.704.353.000€ X

Percentagem

3 Valor das importações do setor / valor total das importações 10,62%

Fonte: Internacional Trade Centre (ITC), segundo os códigos indicados de posições pautais dos produtos.

PLANO DE AÇÃO SETORIAL PARA A INTERNACIONALIZAÇÃO

I. LINHAS ESTRATÉGICAS

De acordo com os dados divulgados pelo Ministério da Agricultura e Pesca, Alimentação e Meio Ambiente espanhol

(MAPAMA), a despesa total de consumo alimentar em Espanha, em 2015, foi de aproximadamente 99 mil milhões

EUR, o que representa um aumento de 1,3% relativamente ao ano anterior.

A despesa doméstica alimentar ascendeu a aproximadamente 67 mil milhões EUR, registando-se um aumento de 0,9%

em relação a 2014. Esta evolução resulta da diminuição do consumo, associado a um custo mais elevado dos

alimentos. A despesa alimentar no canal Horeca totalizou aproximadamente 32 mil milhões EUR, registando-se um

aumento de 1,2% em relação a 2014. Esta evolução resulta do aumento quer do número de visitas aos

estabelecimentos de restauração, quer do gasto médio por cliente.

Em relação aos hábitos de compra, os consumidores indicam que os principais fatores que determinam a escolha do

estabelecimento são a qualidade do produto, a proximidade e os preços competitivos.

Excluindo os vinhos e os azeites (alvo de análise no âmbito de outra fileira neste programa), os principais produtos

agroalimentares de origem vegetal importados pelo país são os seguintes (dados de 2016): trigo e mistura de trigo

com centeio (1,14 mil milhões EUR), soja (1,15 mil milhões EUR), milho (983,4 milhões EUR), café e seus sucedâneos

(891,5 milhões EUR), bagaços e outros resíduos sólidos da extração do óleo de soja (754,7 milhões EUR), amêndoas

sem casca (610,3 milhões EUR), óleos de girassol, cártamo ou algodão e suas frações (407,5 milhões EUR), cacau em

bruto ou torrado (316,5 milhões EUR), sementes de girassol (218,2 milhões EUR), batata fresca ou refrigerada (196,1

milhões EUR), cevada (180,2 milhões EUR), abacate fresco ou seco (178,3 milhões EUR), bananas fresca ou secas

(177,5 milhões EUR), maçã fresca (172,4 milhões EUR) e kiwi fresco (151,2 milhões EUR).

No referente às compras efetuadas a Portugal, destacam-se os seguintes: tomate preparado ou conservado, exceto

em vinagre ou ácido acético (31,3 milhões EUR), laranja fresca ou seca (30,1 milhões EUR), batatas fritas embaladas

(28,2 milhões EUR), café e seus sucedâneos (23,7 milhões EUR), tomate fresco ou refrigerado (23,6 milhões EUR),

pinhões (11,6 milhões EUR), sementes de girassol (10,9 milhões EUR), resíduos da fabricação do amido e resíduos

semelhantes (10,4 milhões EUR), bananas frescas (9,72 milhões EUR), kiwi fresco (9,67 milhões EUR) e farinha de soja

(9,66 milhões EUR).

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II. LINHAS ORIENTADORAS / POLÍTICA DE PRODUTO

Em 2015, as frutas frescas representaram 8,91% dos gastos domésticos em alimentação, ultrapassando 5,97 mil

milhões de euros, correspondentes a um consumo per capita de 133,90€ e 99,18Kg. As principais frutas consumidas,

em termos de volume, são as laranjas (20,52Kg per capita), as bananas (11,31Kg), as maçãs (11,28Kg), a melancia

(8,65Kg) e o melão (7,82Kg). Em termos de valor, destacam-se as laranjas (18,47€ per capita), as bananas (16,43€), as

maçãs (14,55€), as tangerinas (8,24€) e as peras (7,74€).

Os vegetais frescos (incluindo as batatas) representaram 7,57% da despesa alimentar, ultrapassando 5,07 mil milhões

de euros, correspondentes a um consumo per capita de 113,74€ e 81,62Kg. Os mais consumidos são o tomate

(13,98Kg per capita), a cebola (7,35Kg), o pimento (4,71Kg), a alface/endívia (4,55Kg) e a curgete (3,59Kg).

Os vegetais e frutas transformados representaram 1,87% do gasto total, com cerca de 1,25 mil milhões de euros,

correspondentes a um consumo per capita de 28,04€ e 13,29Kg. Por tipo de produto, registaram-se os seguintes

valores de consumo per capita: vegetais em conserva, 8,32Kg; vegetais congelados, 3,09Kg; fruta em conserva, 3,09Kg;

fruta congelada, 0,01Kg.

Os frutos secos, por seu turno, representaram 1,38% da despesa, que ultrapassou 921,9 milhões de euros,

correspondentes a um consumo per capita de 20,37€ (+6,5% face a 2014) e 2,89Kg.

Entre 2013 e 2015, o mercado espanhol de produtos biológicos cresceu mais de 40%, ou seja, de cerca de 1.018

milhões de euros para 1.453 milhões, passando a representar 2,17% dos gastos domésticos em alimentação. De

acordo com os últimos dados disponíveis, as carnes e produtos derivados são uma das principais categorias ao nível

do consumo deste tipo de produtos, representando 13,9% do total. O leite e produtos derivados representam 6,2%,

enquanto os demais produtos de origem animal (tais como ovos, mel, entre outros) correspondem a 4,6% do

consumo de produtos biológicos.

III. LINHAS ORIENTADORAS / POLÍTICA DE PREÇO

Entre 2006 e 2011, a qualidade dos produtos era o principal fator determinante da escolha do estabelecimento; em

2012, porém, o consumidor passou a manifestar uma preferência por preços competitivos. Em 2013, houve uma nova

inversão da tendência e os consumidores voltaram a escolher a qualidade dos produtos como principal fator, tendo a

importância relativa do preço vindo a diminuir desde então (em 2012, foi referido como um dos fatores

determinantes por 62,7% da população e, em 2015, por 48,4%).

IV. LINHAS ORIENTADORAS / POLÍTICA DE COMUNICAÇÃO

De acordo com os últimos dados disponíveis, as principais motivações de compra de produtos biológicos são os

seguintes: a saúde (referida por 51% dos consumidores), não consumir produtos tratados com químicos (47%),

qualidade superior (40%), sabor (37%), cuidar do meio ambiente (36%) e ter uma alimentação sem elementos

artificiais (32%). Tratando-se de um segmento em expansão em Espanha, que ainda tem um potencial de crescimento

considerável, deve apostar-se na disseminação de informação relativa aos benefícios deste produtos.

V. LINHAS ORIENTADORAS / POLÍTICA DE DISTRIBUIÇÃO

De acordo com o MAPAMA, o canal preferido para a compra de produtos alimentares é o supermercado, que

representa 43,4% das vendas. Por outro lado, o comércio tradicional é o canal preferido para a aquisição de produtos

frescos, representando 35,6% das vendas.

As quotas dos diversos canais de distribuição nas vendas de totais de produtos alimentares são as seguintes:

supermercados, 44,1%; comércio tradicional, 16,4%; hipermercados, 13,9%; canais discount, 15,7%; outros canais,

9,9%. Ao nível dos produtos frescos, a distribuição altera-se: comércio tradicional, 35,3%; supermercados, 31,6%;

canais discount, 9,5%; hipermercados, 8,2%; outros canais, 15,4%. Os canais discount registaram um aumento

considerável das vendas de produtos frescos face a 2014, de 13,2%.

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Avaliação Global da Oportunidade

★★★★☆

No referente ao canal Horeca, a distribuição é a seguinte: restaurantes com serviço de mesa, 48,5%; restaurantes de

serviço rápido, 31,8%; consumo imediato, 5,4%; refeitórios de empresas, 4,1%; bares/discotecas, 3,8%; máquinas

automáticas, 2,9%; hotéis, 2,8%; restauração em transportes, 0,7%.

As compras online de alimentos aumentaram 1,1%, em termos de volume, e 5,3%, em termos de valor, representando

0,8% do total. Por outro lado, cerca de 10,8% da população espanhola já realizou compras de produtos alimentares

por esta via.

Existe uma elevada lealdade às marcas (71,5% compra sempre as mesmas marcas, 20,8% compra a mais barata dentro

de um determinado leque e 7,7% optam pela mais barata, mesmo que não seja conhecida), mas as marcas dos

distribuidores (MDD) têm um grande peso na aquisição de produtos alimentares (87,7% adquire pelos menos alguns

produtos MDD); no entanto, observa-se um aumento gradual na percentagem de consumidores que estão a deixar de

consumir marcas brancas.

VI. CONDIÇÕES LEGAIS DE ACESSO AO MERCADO

As transmissões intracomunitárias de bens são isentas de IVA em território nacional. São, no entanto, sujeitas a

tributação no Estado membro de destino dos bens. Em Espanha, o Imposto sobre o Valor Acrescentado (Impuesto

sobre el Valor Añadido – IVA) recai sobre a generalidade dos produtos destinados à alimentação humana a uma taxa

reduzida, de 10%.

De referir os casos particulares das Canárias, Ceuta e Melilla, em termos fiscais, onde não é aplicado o IVA continental,

existindo, em seu lugar:

- Impuesto General Indireto Canario – IGIC: imposto estatal de natureza indireta que incide sobre a entrega de bens e

prestações de serviços realizadas no território, assim como sobre as importações. As taxas aplicáveis aos bens

alimentares variam entre 0% e 3%, com exceção das bebidas alcoólicas (13,5%). Mais informações no documento legal

(http://www.boe.es/diario_boe/txt.php?id=BOE-A-2012-9282).

- Impuesto sobre la Producción, los Servicios y la Importación – APSI, no caso de Ceuta e Melilla. Imposto indireto de

caráter municipal, que incide sobre a produção/importação de bens e prestações de serviço.

Ceuta: Taxas entre 0,5% e 7% para a generalidade dos bens alimentares (bebidas alcoólicas: 10%). Mais

informações no documento legal (http://portaljuridico.lexnova.es/legislacion/JURIDICO/95812/ordenanza-fiscal-

reguladora-del-impuesto-sobre-la-produccion-los-servicios-y-la-importacion-en-la-c).

Melilla: Taxas entre 0,5% e 10% para a generalidade dos bens alimentares. Mais informações no documento legal

(www.melilla.es/mandar.php/n/5/9232/Extra12.pdf).

VII. AVALIAÇÃO GLOBAL DA OPORTUNIDADE

VIII. CONTACTOS ÚTEIS

Instituição Âmbito Website

O Lusitano Importador de produtos portugueses OLusitano

El Gourmet Cerca de Ti Loja gourmet Elgourmetcdt

Degustam’ Loja gourmet Degustam

Gold Gourmet Loja gourmet GoldGourmet

Petra Mora Loja gourmet PetraMora

Cristina Oria Loja gourmet e catering CristinaOria

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IX. FEIRAS E EVENTOS ÚTEIS

Evento Local / Data Website

Intersicop Madrid / 19-21 Fevereiro 2017 Intersicop

Salón de Gourmets Madrid / 24-27 Abril 2017 SalónGourmets

Fruit Attraction Madrid / 18-20 Outubro 2017 FruitAttraction

Eat 2Go Madrid / 18-20 Outubro 2017 Eat2Go

BioCultura Madrid /9-12 Novembro 2017 BioCultura

Alimentaria Barcelona Barcelona / 16-19 Abril 2018 Alimentaria

EnviFood Meeting Point Madrid /14-15 Junho 2018 Envifood

X. OUTRAS INFORMAÇÕES ÚTEIS

A AICEP disponibiliza vários documentos com informação relativa ao mercado Espanhol, que podem ser consultados

acedendo ao website, no separador Mercados Externos, selecionando o país, ou através do link

http://www.portugalglobal.pt/PT/Internacionalizar/Paginas/MercadosExternos.aspx?marketId=02.

XI. RECOMENDAÇÕES DE NEGOCIAÇÃO

•Abordar o mercado espanhol como um alargamento natural do mercado interno.

•Apresentar uma combinação imagem - preço competitivo equilibrada.

•Manter um contacto frequente e direto com os clientes, sem grande cerimónia.

•Cumprir o acordado quanto a prazos de entrega, condições da mercadoria, etc.

•Ignorar que Espanha não é um mercado centralizado, único e homogéneo.

•Pensar que as oportunidades estão sempre em Madrid.

•Assumir que os segmentos mais elevados pagam mais por uma maior qualidade, sem analisar a concorrência.

•Deixar o cliente apenas “nas mãos” dos agentes.