Upload
ngoanh
View
216
Download
1
Embed Size (px)
Citation preview
Avaliação funcional respiratóriaNota históricaO estudo da Função Respiratória ter-se-á iniciado cientificamente comum cirurgião inglês Sir John Hutchinson, no seculo XIX, que inventouum instrumento, que denominou espirómetro, com o qual media osvalores expirados, tendo sido responsável pela designação“capacidade vital”.
Já na época, Sir John Huchinson teve certo êxito na promoção destemétodo, tornando-se consultor de companhia de seguros, defendendoo seu uso como rotina.
O estudo de Framingham (1980), e muitos outros, tenham confirmadoo valor prognóstico da capacidade vital, em múltiplas situaçõeslevando os observadores a preconizar o seu uso em cada consultório,tal como o estetoscópio, o esfigmomanómetro ou o termómetro.
Avaliação Funcional RespiratóriaIntrodução
As Provas de Função Respiratória são exames que se destinam a avaliar a
capacidade do sistema respiratório para realizar as suas funções fisiológicas normais.
Individualmente, permitem dispor de diversas informações funcionais sobre as
vias aéreas superiores ou inferiores, contribuindo para o diagnóstico de
doenças respiratórias, de repercussões respiratórias de outras doenças ou para a
avaliação da resposta a tratamento.
As Provas de Função Respiratória são simples, indolores, requerem na maioria dos
casos a colaboração dos pacientes e não necessitam de qualquer preparação
específica.
Há certas regras que devem ser cumpridas nos dias anteriores à sua realização,
algumas dependentes de aspectos particulares de cada paciente.
Quando devo recorrer ao estudo de Função Respiratória?
SEMPRE – Na avaliação inicial da dispneia ou do risco respiratório
(fumadores, poluição…);
Na perícia legal
Avaliação de incapacidade.
PERIODICAMENTE – Seguimento da terapêutica, mais frequentemente se não há controle adequado.
Avaliar Prognóstico.
Estadiar doença obstrutiva.
ÀS VEZES – Na patologia cardíaca,
Rotina de avaliação (check-up),
Rastreio de indivíduos em risco para doença pulmonar;
Risco de doença profissional;
Avaliação do risco operatório (cirurgia torácica ou abdominal).
O estudo da Mecânica Ventilatória deve iniciar-se sempre pela avaliação de volumes e débitos.
Através das variações de volumes, produzidas nos pulmões no exercício da sua função de bomba de ar, podemos obter dados preliminares acerca da ventilação.
Os aparelhos destinados a medir a variação de volumes denominam-se Espirómetros
AVALIAÇÃO FUNCIONAL RESPIRATÓRIA
Avaliação Funcional Respiratória
As PFR, permitem-nos a determinação dos volumes pulmonares mobilizáveis (VPM) e não mobilizaveis.
Os VPM podem ser classificados como:
- Estáticos: Volumes medidos em condições em que não se tem em conta a velocidade a que são mobilizados.
- Dinâmicos : Volumes medidos em movimentos respiratórios rápidos, definindo-se a sua variação em função do tempo ( débitos).
IndicaçõesAvaliação de sintomas respiratórios
Diagnóstico precoce
Avaliação da gravidade
Avaliação da eficácia terapêutica
Avaliação de risco pré-operatório
Prognóstico
Contra - IndicaçõesCirurgia oftalmológica recenteCirurgia Torácica e Abdominal recenteAneurismas (cerebral e abdominal)AVCEAM(1-3 meses)HemoptisesTuberculose ativaPneumotóraxDor Torácica e abdominalNáuseas vómitos e diarreia Incapacidade de compreender as instruções
Procedimentos Calibração diária Explicação do exame ao utente Questionar sobre hábitos tabágicos, doenças recentes,Uso de terapêutica Avaliar peso e altura Ensinar e demonstrar como se realiza uma espirometria Corrigir postura: costas direitas com pescoço em ligeira hiperextensão Colocar pinça nasal Expirar com força máxima Completar manobra Repetir no mínimo 3 manobras e no máximo 8 Avaliar reprodutibilidade entre manobra)s-(entre 3 curvas aceitáveis)• O valor de FVC entre as 2 maiores curvas não for superior a 0.150L• O valor de FEV1 entre as 2 maiores curvas não for superiores a 0.150L• (se os critérios acima forem cumpridos, termina-se o exame.
Procedimentos Avaliar reprodutibilidade entre manobras-(entre 3 curvas aceitáveis) Aceitabilidade Sem fugas Sem hesitação Sem obstrução da peça bucal Sem tosse Os Volumes correntes basais são regulares e não são excessivamente
longas. Se o débito é muito pequeno, pode subestimar a IC devido a fraco
esforço.• O valor de FVC entre as 2 maiores curvas não for superior a 0.150L• O valor de FEV1 entre as 2 maiores curvas não for superiores a 0.150L• (se os critérios acima forem cumpridos, termina-se o exame.
ProcedimentosReprodutibilidade (avaliação entre manobras)
Pelo menos 3 tentativas aceitáveis
O maior FVC e o segundo maior FVC têm diferença de +0.150L um do outro
O maior FEV1 e o segundo maior têm diferença de +0.150L um do outro
Se o FVC é 1L, ambos critérios de reprodutibilidade(FVC e FEV1)são 0.1L
O FEV1 e FVC podem ser obtidos de diferentes manobras aceitáveis
O melhor teste é a maior soma de FVC e FEV1.
Testes de função respiratória:
Medem volumes respiratórios estáticos e dinâmicos
Diagnóstico
Avaliação de débitos
Avaliação da gravidade
Prognostico
Monitorização da doença
AVALIAÇÃO FUNCIONAL RESPIRATÓRIA
Limitações
Incapacidade de realização de manobra expiratória cumprindo critérios de qualidade, por falta de colaboração.
Utente que não entende o procedimento
Hemoptises de etiologia não esclarecida
Pneumotorax não tratado
Instabilidade cardiovascular, EAM ou EP recentes
Aneurisma torácico, abdominal ou cerebral
Cirurgia ocular recente
Condições agudas que afectem a realização do teste, como náuseas ou vómitos
Cirurgia torácica ou abdominal recentes
Estudo da ventilação:
Capacidade de distensão do pulmão e do sistema toracopulmunar
Factores que alteram: Sexo Idade Altura Peso Posição corporal
Existência de tabelas calculadas por métodos estatísticos Sociedade Respiratória Europeia (ERS)
CV é normal quando seu valor é superior a 75-80%
AVALIAÇÃO FUNCIONAL RESPIRATÓRIA
Avaliação Funcional Respiratória
Testes:
Espirometria
Pletismografia
Estudo da Difusão Alvéolo-Capilar para o CO por método “Single- Breath”
Prova de Broncodilatação
Prova de Provocação Brônquica com metacolina
Prova da marcha de 6 minutos
Ergometria
EspirometriaA espirometria (do latim spirare = respirar + metrum =
medida) é a medida do ar que entra e sai dos pulmões.
A espirometria mede:
Débito aéreo
Volume total de ar expirado
Parâmetros fornecidos a partir da curva débit0-Volume.
Base da avaliação da Função Respiratória.
Espirómetro: Instrumento relativamente simples usado
para medir o fluxo de ar para dentro e para fora dos pulmões e registar num gráfico o volume versus o tempo.
Mede:
capacidade vital (CV)
capacidade vital forçada (CVF)
volume expiração no primeiro
segundo (FEV!)
relações (FEV1/CV e FEV1/CVF)
AVALIAÇÃO FUNCIONAL RESPIRATÓRIA
Os parâmetros espirométricos úteis para o diagnóstico:
FVC ( capacidade vital forçada)
FEV1
FEV1/FVC
PEF
FEF 25%, 50%, 75%
Os parâmetros espirométricos úteis para o diagnóstico:
FVC ( capacidade vital forçada) valor N >=80%
FEV1 N >=80%
FEV1/FVC N>=70%
PEF>=80%
FEF 25%, 50%, 75% >=60%
Como executar uma espirometria adequada:
Inspiração profunda Boa adaptação ao bucal Máximo esforço Ausência de tosse Ausência de inspiração prematura Deve-se efectuar 3 manobras
A CVF deve situar-se nos 5% em duas das três manobras
Expiração continuada durante 6 segundos Teste não deve ser interrompido:
Até que o registo do volume tenha atingido um nível estável durante 2 segundos
Expiração tenha prosseguido durante 15 segundos
AVALIAÇÃO FUNCIONAL RESPIRATÓRIA
Um traçado feito usando o aparelho mostrado na Figura . Mostra os vários volumes e capacidades dos pulmões. Note que durante a expiração máxima o ar fluindo para fora é rápido no primeiro momento; os últimos 5% leva mais tempo que os primeiros 95%.
AVALIAÇÃO FUNCIONAL RESPIRATÓRIA
Parâmetros volumétricos mais importantes Volumes pulmonares:
Volumes de per si
Volumes estáticos
Volumes referidos no tempo
Volumes dinâmicos
AVALIAÇÃO FUNCIONAL RESPIRATÓRIA
Volumes Pulmonares Estáticos
Volume Corrente ( VC ou VT);
Volume de reserva expiratória ( VRE ou ERV)
Volume de reserva inspiratória ( VRI ou IRV)
Capacidade Vital ( CV)
Capacidade inspiratória ( CI)
Capacidade expiratória ( CE)
Capacidade residual Funcional ( CRF ou FRC) também denominado VGIT ou VTG
Volume Residual ( VR ou RV)
Capacidade pulmonar total ( CPT ou TLC)
Volumes estáticos: Volume Corrente (VR): volume de ar inspirado e expirado
Porção ascendente - inspiratória Porção descendente - expiratória
Posição média respiratória
Volume de Reserva Inspiratória (VRI): quantidade de ar que pode ser inspirado forçadamente, após a inspiração do volume corrente normal
Volume de Reserva Expiratória (VRE): quantidade de ar que pode ser expirado forçadamente, após a expiração do volume corrente normal
Capacidade Vital: quantidade de ar que uma pessoa consegue expirar, após uma inspiração forçada
CV= VRI+VC+VRE
AVALIAÇÃO FUNCIONAL RESPIRATÓRIA
Volumes Pulmonares Dinâmicos
FEV1 ( Volume expiratório máximo no 1º segundo;
Índice de Tiffenau ou relação FEV1/CVF;
Débito expiratório máximo forçado ( DEMI ou PEF);
Débitos expiratórios máximos a 75 (DEM 25,50,75 ou
FEF 75,50,25);
Ventilação Máxima voluntária ( VMV ou MVV);
Parâmetros medidos por espirometriaSIGLA NOME DESCRIÇÂO
FVC Capacidade Vital Forçada O Max volume de ar expirado num esforço expiratório max. após inspiração max.
VC Capacidade Vital Lenta O máx volume de ar exp num esforço exp lento após insp max.
FEV1/VC Índice de Tiffeneau Percentagem de VC que é expirada no 1º seg. de uma exp forçada
FEV1/FVC Relação FEV1/FVC Percentagem de FVC que é exp no 1º seg de uma exp máx
MMEF Débitos expiratórios médios
Débito médio medido por % da CV de uma manobra
Capacidade Vital:
Parâmetro funcional respiratório mais antigo
Definido por HUTCHINSON
65 a 75% da Capacidade pulmonar Total (soma de todos os volumes pulmonares)
Não constitui uma medida fisiológica uma vez que não é possível atingi-lo durante um esforço físico máximo
AVALIAÇÃO FUNCIONAL RESPIRATÓRIA
Volumes dinâmicos:
Volume Expiratório Máximo por Segundo (VEMS) ou FEV1:
O doente efectua uma inspiração o mais profunda possível e retém essa durante breves segundos
Aumenta-se a velocidade do registador
Ordena-se energicamente que expire o mais rapidamente possível, até ao limite das suas possibilidades
AVALIAÇÃO FUNCIONAL RESPIRATÓRIA
Valores registados < 80% dos valores de referência patológicos
Diminuição FEV1 pode dever-se:1. Diminuição da CV2. Obstrução das vias aéreas
ÍNDICE DE TIFFENEAU
≥ 80% não obstrução das vias aéreas (20 a 30% dos casos com I. Tiff. Normal têm obstrução brônquica)
≤ 80% obstrução das vias aéreas
I.Tiff. = FEV1 x 100
CV
AVALIAÇÃO FUNCIONAL RESPIRATÓRIA
Índice de TIFFENEAU depende:
Calibre do brônquico Dependente da elasticidade pulmonar e dos músculos
expiratórios
Força desmedida ao executar a manobra de expiração forçada
FEV1 não é um parâmetro fisiológico Alvéolos em respiração repousada: pressão < 10 cm H20 Alvéolos em manobra do FEV1: pressão > 10 cm H20
colapsar os brônquios adjacentes aos alvéolos
AVALIAÇÃO FUNCIONAL RESPIRATÓRIA
Detenção da obstrução brônquica ventilação máxima por minuto (VM ou VMM):
O paciente respira o mais depressa e profundamente possível frequência respiratória a 60-80 ciclos por minuto
Existência de obstrução brônquica nos casos com elevação nítida da posição média respiratória seguida de um retrocesso muito lento para a posição inicial SINAL DE CRENEAU
AVALIAÇÃO FUNCIONAL RESPIRATÓRIA
DébitosCurvas de Débito-Volume
Pneumotacógrafo - aparelho que regista directamente o débito aéreo.
Espirómetro - fornece volumes pulmonares através da integração electrónica do débito aéreo.
Debitómetro: Regista o DEMI (débito expiratório máximo instantâneo)
Mais simples
Permite uma utilização repetida no domicilio
Destina-se apenas a doentes com obstrução brônquica(Ex Asma Brônquica)
AVALIAÇÃO FUNCIONAL RESPIRATÓRIA
Curvas de Débito-Volume
Permitem relacionar o débito duma expiração máxima forçada com o volume expirado;
Permitem a análise simultânea dos valores do débito e do volume durante os movimentos respiratórios na:
Fase inspiratória, Fase expiratória, Respiração de repouso, Respiração forçada.
Indispensáveis no estudo da mecânica ventilatória.
AVALIAÇÃO FUNCIONAL RESPIRATÓRIA
Curvas de Débito-Volume
Curvas de débito-volume inspiratórias máximas são úteis para o diagnóstico da obstrução das vias aéreas altas;
Curvas de débito-volume expiratórias máximas: São as mais utilizadas Transmitem os fenómenos que ocorrem durante o processo
de expiração forçada, em que: Na expulsão dos primeiros 25% da Capacidade Vital os
débitos são dependentes do esforço realizado; Na expulsão dos restantes 75% da Capacidade Vital os
débitos são praticamente independentes da força muscular (gerados pela componente elástica do aparelho respiratório).
AVALIAÇÃO FUNCIONAL RESPIRATÓRIA
Curvas de Débito-Volume
Os débitos instantâneos correspondentes à segunda metade da curva são considerados dependentes das condições de permeabilidade das pequenas vias aéreas periféricas (calibre ≤ 2mm de Ø).
Permitem a percepção das alterações do calibre dos bronquíolos.
AVALIAÇÃO FUNCIONAL RESPIRATÓRIA
Durante a expiração máxima:
O ponto mais alto do débito localiza-se numa zona do volume próxima da Capacidade Total (PeakFlow/DEMI);
Depois do Peak Flow: Volume pulmonar diminui Vias aéreas estreitam-se
Resistência aumenta
Diminuição progressiva dos débitos.
AVALIAÇÃO FUNCIONAL RESPIRATÓRIA
EspirometriaControle de qualidade
- Três curvas aceitáveis e 2 reprodutíveis
- Escolha da melhor curva pelos maiores valores do FEV1 e da CVF
ACEITABILIDADE/REPRODUTABILIDADE
Reversibilidade ao BD
- FEV1 pós BD >2ooml ou 12%
- Factor importante nas alterações obstrutivas
Espirometria Espirometria – Testes adequados
Sistema de espirometria(exato, preciso, validado e calibrado)
↓
Curvas obtidas(aceitáveis, reprodutíveis)
↓
Valores de referência(adequados para população)
Avaliação clínica↓
Interpretação
Interpretação - Espirometria PADRÃO OBSTRUTIVOCVF – NFEV1 – ReduzidoFEV1/CVF – ReduzidoFEF25,75% - Reduzido PADRÃO RESTRITIVOCVF – ReduzidaFEV1 – N ou reduzido -FEV1/CVF – NormalFEF 25,75% - NormalPADRÃO MISTOCVF – ReduzidoFEV1 - ReduzidoFEV1/CVF – ReduzidaFEF25,75% - Reduzida
InterpretaçãoAnálise visual morfológica da curva válida e reprodutível
FEV1/CVF>=70% N
CVF
>=80%
<80%
NORMALRESTRIÇÃO
<70%OBSTRUÇÃO
CVF
>80%
OBSTRUÇÃO
<80%
MISTA
OBSTRUÇÃO C/ INSUFLAÇÃO (aum VR)
Obst+Rest(VR)N
FEV1:avalia a intensidade da limitação do fluxo
EspirometriaClassificação da gravidade de Obstrução (FEV1)
(percentagem em relação ao valor teórico)
Ligeira – FEV1 60-79% -
Moderada – FEV1 51-59%
Grave – FEV1 <50% >30%
Muito grave <30%
FEV1 Normal >=80%
Resultados e Quantificação da alteração Ventilatória
Parâmetro Normal Ligeira Moderada Severa
%pred FVC >=80 60-79 51-59 <=50
%pred FEV1 >=80 60-79 41-59 <=40
FEV1/CFV % >=70 60-69 41-59 <=40
EspirometriaParâmetros dinâmicos importantesFVCVEMS
(CVF)(FEV1)
INDICE DE
VEMS/CFV %
DEM 25/50/75DEM 25 – 75(débitos expiratórios forçados x %da capacidade vital)- ATS/ERS 2005
DEMIDIM
TIFFENEAU
(FEV1/FVC %)
(MEF 25/50/75)(MEF 25 – 75)(débitos expiratórios forçados x % dacapacidade vital)- ATS/ERS 2005
(PEF)(MIF)
Variações na forma e dimensão das curvas
Patologia Obstrutiva
CT elevada;
Débitos muito baixos;
Curva concava;
Valores da CVF muito inferiores aos da curva normal.
Variações na forma e dimensão das curvas
Patologia Restritiva
CV diminuída;
Débitos relativamente elevados, mas inferiores aos da curva normal;
CT anormalmente diminuída;
CVF inferior ao normal.
Espirometria - Pontos chaveDe todas as provas de função respiratória, a espirometria é
o método mais usado, acessível e de simples avaliação dosvolumes pulmonares dinâmicos.
A espirometria é um teste fisiológico que mede o volumede ar inspirado e expirado de um indivíduo em função dotempo e os fluxos respiratórios.
É realizada durante respiração lenta e durante manobrasexpiratórias forçadas.
É um exame de grande valor na triagem das doenças pulmonares em geral, podendo ser o primeiro exame a indicar a presença de doença pulmonar.
É frequentemente diagnóstica em pacientes com sinais ou sintomas associados ao aparelho respiratório.
Registo das curvas débito - volume
Pneumotacografia
Pneumotacografia + Pletismografia
Semelhanças:
O débito é determinado na boca.
Diferenças:
Na pletismografia o doente encontra-se numa cabina de pressão constante e volume variável.
PLETISMOGRAFIA O pletismógrafo é um aparelho constituído por uma cabine semi-hermética
fechada de aproximadamente 1000 L, feita com material indeformável, de volume
constante e de pressão variável.
Neste aparelho, contem dois transdutores de pressão. Um que mede as variações
de pressão da cabine, e a partir desta conhecer as variações de volume; e outro
transdutor que mede a variação de pressão da boca; uma válvula ou interruptor
do débito aéreo; sensores de fluxo (como por exemplo o pneumotacógtafo);
microfone entre outros equipamentos acoplados.
PLETISMOGRAFIAA Pletismografia permite a determinação dos volumes
pulmonares estáticos, sem entrar em linha de conta com a velocidade a que ocorre a sua mobilização.
Permite assim a determinação:
- Capacidade Pulmonar Total (C.P.T)
- Volume de Gás Intratorácico (VGIT ou CFR);
- Resistência das Vias Aéreas (RAW);
- Volume Residual (VR);
PARÂMETROS MEDIDOS POR PLETISMOGRAFIA
SIGLA NOME DESCRIÇÃO
VGTI>=70%<=130%
Volume de gás intratorácico
Volume de gás presente no pulmão no final de uma expiração em volume corrente
VR>=60%<140
Volume residual Volume de gás que permanece no pulmão após expiração max.
CPT>=80%<120%
Capacidade Pulmonar total Volume de gás nos pulmões após insp max.. É a soma de todos os volumes
CV>=80%
Capacidade vital Volume de gás entre uma insp e exp completas
VRE Volume de reserva Expiratória
Volume de gás que ainda pode ser expirado após exp em volume corrente
Indicações da PletismografiaDiagnóstico e Avaliação da Gravidade da Doença
Pulmonar Restritiva;
Diferenciar o Padrão Obstrutivo do Restritivo;
Verificar se existe Insuflação Pulmonar;
Quantificar a diminuição do calibre brônquico
Contra IndicaçõesClaustrofobia;
Hemoptises de origem não esclarecida;
Pneumotórax não tratado;
Instabilidade Cardiovascular;
Aneurisma torácico, abdominal ou cerebral;
Paralisia da parte superior do tronco;
Materiais de imobilização com gesso;
Impossibilidade do paciente entrar na cabine.
Realização da prova1. Colocar o utente dentro do pletismógrafo na
posição sentado;
2. Fechar a porta da cabine e aguardar cerca de 30 segundos
3. Surge o écran com o gráfico de volume/tempo;
4. Instruir o utente a respirar o ar do pletismógrafoatravés de uma peça bocal;
Realização da Prova (cont)
5. Registar pelo menos 3 manobras de volume corrente estáveis;
6. Medir a resistência através da manobra de “panting” ou em repouso;
Curva normal
Curva em “balão insuflado” →obstrução brônquica com insuflação pulmonar
Ansa em “bico de pelicano” → enfisema
InterpretaçãoConsideram-se normais os seguintes valores para os
volumes pulmonares:
Capacidade Pulmonar Total (TLC)
80 – 120%
Volume Residual (VR)
60 – 140%
Volume de Gás Intra-Torácico (VGIT)
≥ 70%
Interpretação (cont) Valores da TLC inferiores a 80% do valor teórico,
correspondem a uma alteração ventilatória restritiva,podendo esta ser classificada em:
Ligeira
< 80 e ≥ 70% do previsto
Moderada
< 70 e ≥ 50% do previsto
Grave
< 50% do previsto
Estudo da Difusão Alvéolo-Capilar para CO por método “Single– Breath”
Estudo da Difusão Alvéolo-Capilar para o CO por método “Single- Breath”A capacidade de difusão por DLCO, é usada para avaliar a
capacidade dos pulmões na troca de gases.O monóxido de carbono (CO)é um gás com limitação na
difusão, não está presente fisiologicamente em grandes quantidades e é ideal para o teste.
O teste de DLCO mede a transferência deste gás de difusão limitada através da membrana capilar alveolar e é por vezes designado como factor de transferência.
As doenças que afectam esta membrana, o espaço intersticial, o volume sanguíneo e a hemoglobina podem afectar os resultados deste teste
Os resultados são expressos em mLmin/mmHg Standard Temperature and pressure Dry(STPD).
Estudo da Difusão Alvéolo-Capilar para CO por método “Single– Breath” Indicações
Diagnóstico diferencial de obstrução
Detecção precoce da doença pulmonar intersticial
Diagnóstico diferencial de restrição Pulmonar
Avaliação de incapacidade em doenças intersticiais e DPOC
Acompanhamento de doenças intersticiais
Avaliação pré-operatória de recessão Pulmonar
Factores que afectam a DLCO
DOENÇAS OUTRAS condições
Reduzem DLCO Diminuição da Difusão- Anemia- Embolia Pulmonar- Recessão Pulmonar- EnfisemaAum da espessura da memb alvéolo-capilar- Doença intersticial(exsarcoidose)- Fibrose Pulmonar- ICC- Edema Pulmonar- Vasculite Pulmonar- Hipertensão Pulmonar
- Fumadores (HbCO)- Manobra de valsava
(pressão intratorácica aumentada)
- Esforço pobre ou fraqueza muscular
- DEFORMIDADE Torácica que não permite enchimento max. do pulmão
- Gravidez
Cont.Aumentam DLCO Policitemia Shunt esquerdo-direito Hemorragia Pulmonar Asma -Alterações na Hemoglobina (FiO2 reduzido) -Manobra de Muller -Exercicio
-Posição supina ( aum perfusão e volume de sangue nos lobos sup
-Obesidade
Prova de Marcha 6 minutos (PM6m) Indicações Comparações Pré e Pós tratamento Transplante Pulmonar Cirurgia de redução do volume Pulmonar DPOC Asma de esforço Hipertensão Pulmonar Insuficiência Cardíaca Status Funcional DPOC Fibrose Quistica Insuficiência Cardíaca Doença vascular periférica Fibromialgia Morbilidade e Mortalidade Insuf cardíaca, DPOC, HTP
Prova de Marcha 6 minutos (PM6m)
Contraindicações:
Absolutas
Angina de Peito instável ou EAM< 1 mês
Relativas
FC>120 bpm
PAs > 180 mmHg
PAd>100 mmHg
Bibliografia
1. Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia.Diretrizes para Testes de Função Pulmonar. J Pneumol.2002;28(Supl 3):S1-S94.
2.ATS(Sociedade Americana Torácica)estandardizaçãopara provas funcionais Respiratórias – 2oo5