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Filomena Nogueira (Chefe do Serviço de Pneumologia da Clínica Girassol) Luanda, Maio de 2015

Filomena Nogueira (Chefe do Serviço de Pneumologia …§ão... · A espirometria (do latim spirare = respirar + metrum = medida) é a medida do ar que entra e sai dos pulmões

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Filomena Nogueira (Chefe do Serviço de Pneumologia da Clínica Girassol)

Luanda, Maio de 2015

Avaliação funcional respiratóriaNota históricaO estudo da Função Respiratória ter-se-á iniciado cientificamente comum cirurgião inglês Sir John Hutchinson, no seculo XIX, que inventouum instrumento, que denominou espirómetro, com o qual media osvalores expirados, tendo sido responsável pela designação“capacidade vital”.

Já na época, Sir John Huchinson teve certo êxito na promoção destemétodo, tornando-se consultor de companhia de seguros, defendendoo seu uso como rotina.

O estudo de Framingham (1980), e muitos outros, tenham confirmadoo valor prognóstico da capacidade vital, em múltiplas situaçõeslevando os observadores a preconizar o seu uso em cada consultório,tal como o estetoscópio, o esfigmomanómetro ou o termómetro.

Avaliação Funcional RespiratóriaIntrodução

As Provas de Função Respiratória são exames que se destinam a avaliar a

capacidade do sistema respiratório para realizar as suas funções fisiológicas normais.

Individualmente, permitem dispor de diversas informações funcionais sobre as

vias aéreas superiores ou inferiores, contribuindo para o diagnóstico de

doenças respiratórias, de repercussões respiratórias de outras doenças ou para a

avaliação da resposta a tratamento.

As Provas de Função Respiratória são simples, indolores, requerem na maioria dos

casos a colaboração dos pacientes e não necessitam de qualquer preparação

específica.

Há certas regras que devem ser cumpridas nos dias anteriores à sua realização,

algumas dependentes de aspectos particulares de cada paciente.

Quando devo recorrer ao estudo de Função Respiratória?

SEMPRE – Na avaliação inicial da dispneia ou do risco respiratório

(fumadores, poluição…);

Na perícia legal

Avaliação de incapacidade.

PERIODICAMENTE – Seguimento da terapêutica, mais frequentemente se não há controle adequado.

Avaliar Prognóstico.

Estadiar doença obstrutiva.

ÀS VEZES – Na patologia cardíaca,

Rotina de avaliação (check-up),

Rastreio de indivíduos em risco para doença pulmonar;

Risco de doença profissional;

Avaliação do risco operatório (cirurgia torácica ou abdominal).

O estudo da Mecânica Ventilatória deve iniciar-se sempre pela avaliação de volumes e débitos.

Através das variações de volumes, produzidas nos pulmões no exercício da sua função de bomba de ar, podemos obter dados preliminares acerca da ventilação.

Os aparelhos destinados a medir a variação de volumes denominam-se Espirómetros

AVALIAÇÃO FUNCIONAL RESPIRATÓRIA

Avaliação Funcional Respiratória

As PFR, permitem-nos a determinação dos volumes pulmonares mobilizáveis (VPM) e não mobilizaveis.

Os VPM podem ser classificados como:

- Estáticos: Volumes medidos em condições em que não se tem em conta a velocidade a que são mobilizados.

- Dinâmicos : Volumes medidos em movimentos respiratórios rápidos, definindo-se a sua variação em função do tempo ( débitos).

IndicaçõesAvaliação de sintomas respiratórios

Diagnóstico precoce

Avaliação da gravidade

Avaliação da eficácia terapêutica

Avaliação de risco pré-operatório

Prognóstico

Contra - IndicaçõesCirurgia oftalmológica recenteCirurgia Torácica e Abdominal recenteAneurismas (cerebral e abdominal)AVCEAM(1-3 meses)HemoptisesTuberculose ativaPneumotóraxDor Torácica e abdominalNáuseas vómitos e diarreia Incapacidade de compreender as instruções

Procedimentos Calibração diária Explicação do exame ao utente Questionar sobre hábitos tabágicos, doenças recentes,Uso de terapêutica Avaliar peso e altura Ensinar e demonstrar como se realiza uma espirometria Corrigir postura: costas direitas com pescoço em ligeira hiperextensão Colocar pinça nasal Expirar com força máxima Completar manobra Repetir no mínimo 3 manobras e no máximo 8 Avaliar reprodutibilidade entre manobra)s-(entre 3 curvas aceitáveis)• O valor de FVC entre as 2 maiores curvas não for superior a 0.150L• O valor de FEV1 entre as 2 maiores curvas não for superiores a 0.150L• (se os critérios acima forem cumpridos, termina-se o exame.

Procedimentos Avaliar reprodutibilidade entre manobras-(entre 3 curvas aceitáveis) Aceitabilidade Sem fugas Sem hesitação Sem obstrução da peça bucal Sem tosse Os Volumes correntes basais são regulares e não são excessivamente

longas. Se o débito é muito pequeno, pode subestimar a IC devido a fraco

esforço.• O valor de FVC entre as 2 maiores curvas não for superior a 0.150L• O valor de FEV1 entre as 2 maiores curvas não for superiores a 0.150L• (se os critérios acima forem cumpridos, termina-se o exame.

ProcedimentosReprodutibilidade (avaliação entre manobras)

Pelo menos 3 tentativas aceitáveis

O maior FVC e o segundo maior FVC têm diferença de +0.150L um do outro

O maior FEV1 e o segundo maior têm diferença de +0.150L um do outro

Se o FVC é 1L, ambos critérios de reprodutibilidade(FVC e FEV1)são 0.1L

O FEV1 e FVC podem ser obtidos de diferentes manobras aceitáveis

O melhor teste é a maior soma de FVC e FEV1.

Testes de função respiratória:

Medem volumes respiratórios estáticos e dinâmicos

Diagnóstico

Avaliação de débitos

Avaliação da gravidade

Prognostico

Monitorização da doença

AVALIAÇÃO FUNCIONAL RESPIRATÓRIA

Limitações

Incapacidade de realização de manobra expiratória cumprindo critérios de qualidade, por falta de colaboração.

Utente que não entende o procedimento

Hemoptises de etiologia não esclarecida

Pneumotorax não tratado

Instabilidade cardiovascular, EAM ou EP recentes

Aneurisma torácico, abdominal ou cerebral

Cirurgia ocular recente

Condições agudas que afectem a realização do teste, como náuseas ou vómitos

Cirurgia torácica ou abdominal recentes

Estudo da ventilação:

Capacidade de distensão do pulmão e do sistema toracopulmunar

Factores que alteram: Sexo Idade Altura Peso Posição corporal

Existência de tabelas calculadas por métodos estatísticos Sociedade Respiratória Europeia (ERS)

CV é normal quando seu valor é superior a 75-80%

AVALIAÇÃO FUNCIONAL RESPIRATÓRIA

Avaliação Funcional Respiratória

Testes:

Espirometria

Pletismografia

Estudo da Difusão Alvéolo-Capilar para o CO por método “Single- Breath”

Prova de Broncodilatação

Prova de Provocação Brônquica com metacolina

Prova da marcha de 6 minutos

Ergometria

EspirometriaA espirometria (do latim spirare = respirar + metrum =

medida) é a medida do ar que entra e sai dos pulmões.

A espirometria mede:

Débito aéreo

Volume total de ar expirado

Parâmetros fornecidos a partir da curva débit0-Volume.

Base da avaliação da Função Respiratória.

Os parâmetros espirométricos úteis para o diagnóstico:

FVC ( capacidade vital forçada)

FEV1

FEV1/FVC

PEF

FEF 25%, 50%, 75%

Os parâmetros espirométricos úteis para o diagnóstico:

FVC ( capacidade vital forçada) valor N >=80%

FEV1 N >=80%

FEV1/FVC N>=70%

PEF>=80%

FEF 25%, 50%, 75% >=60%

Como executar uma espirometria adequada:

Inspiração profunda Boa adaptação ao bucal Máximo esforço Ausência de tosse Ausência de inspiração prematura Deve-se efectuar 3 manobras

A CVF deve situar-se nos 5% em duas das três manobras

Expiração continuada durante 6 segundos Teste não deve ser interrompido:

Até que o registo do volume tenha atingido um nível estável durante 2 segundos

Expiração tenha prosseguido durante 15 segundos

AVALIAÇÃO FUNCIONAL RESPIRATÓRIA

Um traçado feito usando o aparelho mostrado na Figura . Mostra os vários volumes e capacidades dos pulmões. Note que durante a expiração máxima o ar fluindo para fora é rápido no primeiro momento; os últimos 5% leva mais tempo que os primeiros 95%.

AVALIAÇÃO FUNCIONAL RESPIRATÓRIA

Parâmetros volumétricos mais importantes Volumes pulmonares:

Volumes de per si

Volumes estáticos

Volumes referidos no tempo

Volumes dinâmicos

AVALIAÇÃO FUNCIONAL RESPIRATÓRIA

AVALIAÇÃO FUNCIONAL RESPIRATÓRIA

Volumes Pulmonares Estáticos

Volume Corrente ( VC ou VT);

Volume de reserva expiratória ( VRE ou ERV)

Volume de reserva inspiratória ( VRI ou IRV)

Capacidade Vital ( CV)

Capacidade inspiratória ( CI)

Capacidade expiratória ( CE)

Capacidade residual Funcional ( CRF ou FRC) também denominado VGIT ou VTG

Volume Residual ( VR ou RV)

Capacidade pulmonar total ( CPT ou TLC)

Volumes estáticos: Volume Corrente (VR): volume de ar inspirado e expirado

Porção ascendente - inspiratória Porção descendente - expiratória

Posição média respiratória

Volume de Reserva Inspiratória (VRI): quantidade de ar que pode ser inspirado forçadamente, após a inspiração do volume corrente normal

Volume de Reserva Expiratória (VRE): quantidade de ar que pode ser expirado forçadamente, após a expiração do volume corrente normal

Capacidade Vital: quantidade de ar que uma pessoa consegue expirar, após uma inspiração forçada

CV= VRI+VC+VRE

AVALIAÇÃO FUNCIONAL RESPIRATÓRIA

Volumes Pulmonares Dinâmicos

FEV1 ( Volume expiratório máximo no 1º segundo;

Índice de Tiffenau ou relação FEV1/CVF;

Débito expiratório máximo forçado ( DEMI ou PEF);

Débitos expiratórios máximos a 75 (DEM 25,50,75 ou

FEF 75,50,25);

Ventilação Máxima voluntária ( VMV ou MVV);

Parâmetros medidos por espirometriaSIGLA NOME DESCRIÇÂO

FVC Capacidade Vital Forçada O Max volume de ar expirado num esforço expiratório max. após inspiração max.

VC Capacidade Vital Lenta O máx volume de ar exp num esforço exp lento após insp max.

FEV1/VC Índice de Tiffeneau Percentagem de VC que é expirada no 1º seg. de uma exp forçada

FEV1/FVC Relação FEV1/FVC Percentagem de FVC que é exp no 1º seg de uma exp máx

MMEF Débitos expiratórios médios

Débito médio medido por % da CV de uma manobra

Capacidade Vital:

Parâmetro funcional respiratório mais antigo

Definido por HUTCHINSON

65 a 75% da Capacidade pulmonar Total (soma de todos os volumes pulmonares)

Não constitui uma medida fisiológica uma vez que não é possível atingi-lo durante um esforço físico máximo

AVALIAÇÃO FUNCIONAL RESPIRATÓRIA

Volumes dinâmicos:

Volume Expiratório Máximo por Segundo (VEMS) ou FEV1:

O doente efectua uma inspiração o mais profunda possível e retém essa durante breves segundos

Aumenta-se a velocidade do registador

Ordena-se energicamente que expire o mais rapidamente possível, até ao limite das suas possibilidades

AVALIAÇÃO FUNCIONAL RESPIRATÓRIA

Valores registados < 80% dos valores de referência patológicos

Diminuição FEV1 pode dever-se:1. Diminuição da CV2. Obstrução das vias aéreas

ÍNDICE DE TIFFENEAU

≥ 80% não obstrução das vias aéreas (20 a 30% dos casos com I. Tiff. Normal têm obstrução brônquica)

≤ 80% obstrução das vias aéreas

I.Tiff. = FEV1 x 100

CV

AVALIAÇÃO FUNCIONAL RESPIRATÓRIA

Índice de TIFFENEAU depende:

Calibre do brônquico Dependente da elasticidade pulmonar e dos músculos

expiratórios

Força desmedida ao executar a manobra de expiração forçada

FEV1 não é um parâmetro fisiológico Alvéolos em respiração repousada: pressão < 10 cm H20 Alvéolos em manobra do FEV1: pressão > 10 cm H20

colapsar os brônquios adjacentes aos alvéolos

AVALIAÇÃO FUNCIONAL RESPIRATÓRIA

Detenção da obstrução brônquica ventilação máxima por minuto (VM ou VMM):

O paciente respira o mais depressa e profundamente possível frequência respiratória a 60-80 ciclos por minuto

Existência de obstrução brônquica nos casos com elevação nítida da posição média respiratória seguida de um retrocesso muito lento para a posição inicial SINAL DE CRENEAU

AVALIAÇÃO FUNCIONAL RESPIRATÓRIA

DébitosCurvas de Débito-Volume

Pneumotacógrafo - aparelho que regista directamente o débito aéreo.

Espirómetro - fornece volumes pulmonares através da integração electrónica do débito aéreo.

Debitómetro: Regista o DEMI (débito expiratório máximo instantâneo)

Mais simples

Permite uma utilização repetida no domicilio

Destina-se apenas a doentes com obstrução brônquica(Ex Asma Brônquica)

AVALIAÇÃO FUNCIONAL RESPIRATÓRIA

Curvas de Débito-Volume

Permitem relacionar o débito duma expiração máxima forçada com o volume expirado;

Permitem a análise simultânea dos valores do débito e do volume durante os movimentos respiratórios na:

Fase inspiratória, Fase expiratória, Respiração de repouso, Respiração forçada.

Indispensáveis no estudo da mecânica ventilatória.

AVALIAÇÃO FUNCIONAL RESPIRATÓRIA

Curvas de Débito-Volume

Curvas de débito-volume inspiratórias máximas são úteis para o diagnóstico da obstrução das vias aéreas altas;

Curvas de débito-volume expiratórias máximas: São as mais utilizadas Transmitem os fenómenos que ocorrem durante o processo

de expiração forçada, em que: Na expulsão dos primeiros 25% da Capacidade Vital os

débitos são dependentes do esforço realizado; Na expulsão dos restantes 75% da Capacidade Vital os

débitos são praticamente independentes da força muscular (gerados pela componente elástica do aparelho respiratório).

AVALIAÇÃO FUNCIONAL RESPIRATÓRIA

Curvas de Débito-Volume

Os débitos instantâneos correspondentes à segunda metade da curva são considerados dependentes das condições de permeabilidade das pequenas vias aéreas periféricas (calibre ≤ 2mm de Ø).

Permitem a percepção das alterações do calibre dos bronquíolos.

AVALIAÇÃO FUNCIONAL RESPIRATÓRIA

Curvas débito-volume

AVALIAÇÃO FUNCIONAL RESPIRATÓRIA

Durante a expiração máxima:

O ponto mais alto do débito localiza-se numa zona do volume próxima da Capacidade Total (PeakFlow/DEMI);

Depois do Peak Flow: Volume pulmonar diminui Vias aéreas estreitam-se

Resistência aumenta

Diminuição progressiva dos débitos.

AVALIAÇÃO FUNCIONAL RESPIRATÓRIA

EspirometriaControle de qualidade

- Três curvas aceitáveis e 2 reprodutíveis

- Escolha da melhor curva pelos maiores valores do FEV1 e da CVF

ACEITABILIDADE/REPRODUTABILIDADE

Reversibilidade ao BD

- FEV1 pós BD >2ooml ou 12%

- Factor importante nas alterações obstrutivas

Espirometria Espirometria – Testes adequados

Sistema de espirometria(exato, preciso, validado e calibrado)

Curvas obtidas(aceitáveis, reprodutíveis)

Valores de referência(adequados para população)

Avaliação clínica↓

Interpretação

Interpretação - Espirometria PADRÃO OBSTRUTIVOCVF – NFEV1 – ReduzidoFEV1/CVF – ReduzidoFEF25,75% - Reduzido PADRÃO RESTRITIVOCVF – ReduzidaFEV1 – N ou reduzido -FEV1/CVF – NormalFEF 25,75% - NormalPADRÃO MISTOCVF – ReduzidoFEV1 - ReduzidoFEV1/CVF – ReduzidaFEF25,75% - Reduzida

InterpretaçãoAnálise visual morfológica da curva válida e reprodutível

FEV1/CVF>=70% N

CVF

>=80%

<80%

NORMALRESTRIÇÃO

<70%OBSTRUÇÃO

CVF

>80%

OBSTRUÇÃO

<80%

MISTA

OBSTRUÇÃO C/ INSUFLAÇÃO (aum VR)

Obst+Rest(VR)N

FEV1:avalia a intensidade da limitação do fluxo

EspirometriaClassificação da gravidade de Obstrução (FEV1)

(percentagem em relação ao valor teórico)

Ligeira – FEV1 60-79% -

Moderada – FEV1 51-59%

Grave – FEV1 <50% >30%

Muito grave <30%

FEV1 Normal >=80%

Resultados e Quantificação da alteração Ventilatória

Parâmetro Normal Ligeira Moderada Severa

%pred FVC >=80 60-79 51-59 <=50

%pred FEV1 >=80 60-79 41-59 <=40

FEV1/CFV % >=70 60-69 41-59 <=40

EspirometriaParâmetros dinâmicos importantesFVCVEMS

(CVF)(FEV1)

INDICE DE

VEMS/CFV %

DEM 25/50/75DEM 25 – 75(débitos expiratórios forçados x %da capacidade vital)- ATS/ERS 2005

DEMIDIM

TIFFENEAU

(FEV1/FVC %)

(MEF 25/50/75)(MEF 25 – 75)(débitos expiratórios forçados x % dacapacidade vital)- ATS/ERS 2005

(PEF)(MIF)

Variações na forma e dimensão das curvas

Patologia Obstrutiva

CT elevada;

Débitos muito baixos;

Curva concava;

Valores da CVF muito inferiores aos da curva normal.

Variações na forma e dimensão das curvas

Patologia Restritiva

CV diminuída;

Débitos relativamente elevados, mas inferiores aos da curva normal;

CT anormalmente diminuída;

CVF inferior ao normal.

Espirometria - Pontos chaveDe todas as provas de função respiratória, a espirometria é

o método mais usado, acessível e de simples avaliação dosvolumes pulmonares dinâmicos.

A espirometria é um teste fisiológico que mede o volumede ar inspirado e expirado de um indivíduo em função dotempo e os fluxos respiratórios.

É realizada durante respiração lenta e durante manobrasexpiratórias forçadas.

É um exame de grande valor na triagem das doenças pulmonares em geral, podendo ser o primeiro exame a indicar a presença de doença pulmonar.

É frequentemente diagnóstica em pacientes com sinais ou sintomas associados ao aparelho respiratório.

Pletismografia

imagem

Pletismografia corporal

Registo das curvas débito - volume

Pneumotacografia

Pneumotacografia + Pletismografia

Semelhanças:

O débito é determinado na boca.

Diferenças:

Na pletismografia o doente encontra-se numa cabina de pressão constante e volume variável.

PLETISMOGRAFIA O pletismógrafo é um aparelho constituído por uma cabine semi-hermética

fechada de aproximadamente 1000 L, feita com material indeformável, de volume

constante e de pressão variável.

Neste aparelho, contem dois transdutores de pressão. Um que mede as variações

de pressão da cabine, e a partir desta conhecer as variações de volume; e outro

transdutor que mede a variação de pressão da boca; uma válvula ou interruptor

do débito aéreo; sensores de fluxo (como por exemplo o pneumotacógtafo);

microfone entre outros equipamentos acoplados.

PLETISMOGRAFIAA Pletismografia permite a determinação dos volumes

pulmonares estáticos, sem entrar em linha de conta com a velocidade a que ocorre a sua mobilização.

Permite assim a determinação:

- Capacidade Pulmonar Total (C.P.T)

- Volume de Gás Intratorácico (VGIT ou CFR);

- Resistência das Vias Aéreas (RAW);

- Volume Residual (VR);

Comparação das curvas débito - volume com as curvas volume - tempo

PARÂMETROS MEDIDOS POR PLETISMOGRAFIA

SIGLA NOME DESCRIÇÃO

VGTI>=70%<=130%

Volume de gás intratorácico

Volume de gás presente no pulmão no final de uma expiração em volume corrente

VR>=60%<140

Volume residual Volume de gás que permanece no pulmão após expiração max.

CPT>=80%<120%

Capacidade Pulmonar total Volume de gás nos pulmões após insp max.. É a soma de todos os volumes

CV>=80%

Capacidade vital Volume de gás entre uma insp e exp completas

VRE Volume de reserva Expiratória

Volume de gás que ainda pode ser expirado após exp em volume corrente

Indicações da PletismografiaDiagnóstico e Avaliação da Gravidade da Doença

Pulmonar Restritiva;

Diferenciar o Padrão Obstrutivo do Restritivo;

Verificar se existe Insuflação Pulmonar;

Quantificar a diminuição do calibre brônquico

Contra IndicaçõesClaustrofobia;

Hemoptises de origem não esclarecida;

Pneumotórax não tratado;

Instabilidade Cardiovascular;

Aneurisma torácico, abdominal ou cerebral;

Paralisia da parte superior do tronco;

Materiais de imobilização com gesso;

Impossibilidade do paciente entrar na cabine.

Realização da prova1. Colocar o utente dentro do pletismógrafo na

posição sentado;

2. Fechar a porta da cabine e aguardar cerca de 30 segundos

3. Surge o écran com o gráfico de volume/tempo;

4. Instruir o utente a respirar o ar do pletismógrafoatravés de uma peça bocal;

Realização da Prova (cont)

5. Registar pelo menos 3 manobras de volume corrente estáveis;

6. Medir a resistência através da manobra de “panting” ou em repouso;

Curvas - Resistências Exemplos

Curva normal

Curva em “balão insuflado” →obstrução brônquica com insuflação pulmonar

Ansa em “bico de pelicano” → enfisema

InterpretaçãoConsideram-se normais os seguintes valores para os

volumes pulmonares:

Capacidade Pulmonar Total (TLC)

80 – 120%

Volume Residual (VR)

60 – 140%

Volume de Gás Intra-Torácico (VGIT)

≥ 70%

Interpretação (cont) Valores da TLC inferiores a 80% do valor teórico,

correspondem a uma alteração ventilatória restritiva,podendo esta ser classificada em:

Ligeira

< 80 e ≥ 70% do previsto

Moderada

< 70 e ≥ 50% do previsto

Grave

< 50% do previsto

Estudo da Difusão Alvéolo-Capilar para o CO por método “Single- Breath”A capacidade de difusão por DLCO, é usada para avaliar a

capacidade dos pulmões na troca de gases.O monóxido de carbono (CO)é um gás com limitação na

difusão, não está presente fisiologicamente em grandes quantidades e é ideal para o teste.

O teste de DLCO mede a transferência deste gás de difusão limitada através da membrana capilar alveolar e é por vezes designado como factor de transferência.

As doenças que afectam esta membrana, o espaço intersticial, o volume sanguíneo e a hemoglobina podem afectar os resultados deste teste

Os resultados são expressos em mLmin/mmHg Standard Temperature and pressure Dry(STPD).

Estudo da Difusão Alvéolo-Capilar para CO por método “Single– Breath” Indicações

Diagnóstico diferencial de obstrução

Detecção precoce da doença pulmonar intersticial

Diagnóstico diferencial de restrição Pulmonar

Avaliação de incapacidade em doenças intersticiais e DPOC

Acompanhamento de doenças intersticiais

Avaliação pré-operatória de recessão Pulmonar

Factores que afectam a DLCO

DOENÇAS OUTRAS condições

Reduzem DLCO Diminuição da Difusão- Anemia- Embolia Pulmonar- Recessão Pulmonar- EnfisemaAum da espessura da memb alvéolo-capilar- Doença intersticial(exsarcoidose)- Fibrose Pulmonar- ICC- Edema Pulmonar- Vasculite Pulmonar- Hipertensão Pulmonar

- Fumadores (HbCO)- Manobra de valsava

(pressão intratorácica aumentada)

- Esforço pobre ou fraqueza muscular

- DEFORMIDADE Torácica que não permite enchimento max. do pulmão

- Gravidez

Cont.Aumentam DLCO Policitemia Shunt esquerdo-direito Hemorragia Pulmonar Asma -Alterações na Hemoglobina (FiO2 reduzido) -Manobra de Muller -Exercicio

-Posição supina ( aum perfusão e volume de sangue nos lobos sup

-Obesidade

Prova de Marcha 6 minutos (PM6m) Indicações Comparações Pré e Pós tratamento Transplante Pulmonar Cirurgia de redução do volume Pulmonar DPOC Asma de esforço Hipertensão Pulmonar Insuficiência Cardíaca Status Funcional DPOC Fibrose Quistica Insuficiência Cardíaca Doença vascular periférica Fibromialgia Morbilidade e Mortalidade Insuf cardíaca, DPOC, HTP

Prova de Marcha 6 minutos (PM6m)

Contraindicações:

Absolutas

Angina de Peito instável ou EAM< 1 mês

Relativas

FC>120 bpm

PAs > 180 mmHg

PAd>100 mmHg

Bibliografia

1. Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia.Diretrizes para Testes de Função Pulmonar. J Pneumol.2002;28(Supl 3):S1-S94.

2.ATS(Sociedade Americana Torácica)estandardizaçãopara provas funcionais Respiratórias – 2oo5

OBRIGADO ……