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O QUE É FILOSOFIA I
Etimologicamente, a palavra filosofia originou-se de
dois vocábulos gregos: filos, que significa amizade,
amor, e sofia, que significa conhecimento, sabedoria.
Esta definição pertence a Pitágoras, matemático e
filósofo grego, que conceituou a filosofia como “o amor
à sabedoria”.
O QUE É FILOSOFIA
A filosofia é um esforço da inteligência
humana para formar uma concepção do
mundo sobre as suas funções valorativas,
teoréticas e práticas.
.
Os três significados do verbo “filosofar”:
1) Pensar, refletir e meditar – posturas inerentes a todo ser
humano. Pensamos sobre os nossos problemas, refletimos
acerca do nosso passado, meditamos sobre as nossas
decisões, etc.
2) Viver virtuosamente – mediante a prática da
autodisciplina, do autocontrole, presentes nas artes
marciais do oriente, nos exercícios introspectivos do ioga,
etc.
3) O exercício crítico da razão – caracteriza o instante no
qual os primeiros pensadores gregos, chamados de físicos
ou hilozoístas, procuraram explicar, por meio da razão, o
elemento primordial de todas as coisas.
O mito: a pré-história da filosofia
A mitologia é o conjunto de mitos. É a narração de eventos
maravilhosos, eventos esses que os estudiosos
contemporâneos consideram uma ficção alegórica.
Para Max Müller, mitólogo alemão, o mito é uma interpretação
tanto filosófica quanto poética da natureza e seus fenômenos
físicos.
Durante séculos a mitologia grega foi transmitida oralmente e
apenas no séc. VIII a.C. o mito na Grécia tornou-se escrito.
Dois rapsodos o escreveram: Homero, a quem se atribuiu a
autoria da Ilíada e da Odisseia, e Hesíodo, autor de Teogonia e
Os Trabalhos e os Dias.
Na Teogonia, Hesíodo trata do nascimento dos deuses e do
universo, afirmando que o princípio de tudo é o caos.
)
A origem dos deuses
CAOS
(divindade andrógena, o espaço vazio primordial, desordem, confusão)
NIX (noite) EROS (amor) ÉREBO (escuridão profunda, abismo)
O Eros é uma força catalisadora.
Nix e Érebo geram Éter (luz da região atmosférica) e Hemera (a luz do
dia)
GAIA (terra) e URANO (céu)
TITÃS (descendentes de Urano)
CRONOS – rei dos titãs.
REIA – rainha dos titãs.
OCEANO
JÁPETO
PROMETEU
ATLAS
TÊMIS
TÉTIS
DIVINDADES OLÍMPICAS
ZEUS – deus dos deuses
POSSEIDON – deus dos mares e dos oceanos
HADES – deus dos infernos e dos mortos
HERA – deusa da maternidade e do casamento, esposa de Zeus
DEMÉTER – deusa da agricultura
HÉSTIA – deusa do fogo doméstico e do lar
PALAS ATENA – deusa da sabedoria
ÁRTEMIS – deusa da caça e da lua
AFRODITE – deusa da sexualidade, do amor e da beleza
APOLO – deus da música, das artes e da luz
HERMES – deus do comércio e mensageiro
ARES – deus da guerra
Ainda residiam no Olimpo, desfrutando do néctar e da ambrosia (o
manjar dos deuses), Hefaísto (deus da metalurgia e do fogo) e
Dionísio (deus do vinho).
Elementos que favoreceram o surgimento da filosofia
O mito surgiu do campo.
A filosofia surgiu da cidade.
A expansão marítimo-Comercial dos gregos e a utilização
da moeda.
A invenção da escrita.
A codificação das leis (entre os séc. VII e VI a.C.). O que
impediu que a aristocracia governante interpretasse as leis
a seu favor. Foram responsáveis pela codificação: Drácon
(séc VII), Sólon e Clístenes (VI). Nessa época surgiu o
conceito de isonomia, que é a igualdade de direito de todos
os cidadãos à participação política.
O nascimento da pólis.
Os primeiros filósofos gregos
A partir do século VII a. C. surgiram os primeiros filósofos
gregos, chamados de “físicos” (do grego physis, natureza),
que procuraram explicar por meio da razão a origem de
todas as coisas, o seu elemento primordial – a arkhé. Esses
pensadores, por atribuírem vida à matéria, também foram
chamados de hilozoístas.
Podemos dividi-los em quatro escolas: a Escola Jônica, a
Escola Itálica, a Escola Eleática e a Escola Atomista.
1- A escola Jônica:
a) Tales de Mileto:
Observando a natureza, Tales concluiu que as plantas nutrem-
se de umidade, os germes vivos são úmidos e a água é um
elemento vital à sobrevivência do homem. Diante desses
fatos, Tales afirmou que o elemento primordial é a água.
b) Anaximandro:
Considerou como elemento primordial uma substância infinita
e indeterminada (nem úmida, nem seca; nem quente, nem
fria; nem sólida, nem líquida) a qual designou de Ápeiron.
c) Anaxímenes:
Para este pensador o ar é o elemento criador de todas as
coisas a partir de sua rarefação e condensação.
d) Heráclito:
Afirmou que todo o universo encontra-se em constante
transformação. Nós participamos dessa transformação.
As mutações existentes são provocadas pelo
movimento. Para configurá-lo Heráclito utilizou-se do
fogo em decorrência da mobilidade de suas chamas. É
o vir-a-ser (movimento), o devir = a eterna mudança.
e) Empédocles:
Para este pensador o princípio de todas as coisas seria
composto de quatro elementos, terra, água, fogo e ar. O
amor (Eros) aproxima-os; o ódio (Pólemon) distancia-
os.
2- A escola Itálica:
a) Pitágoras:
Matemático e físico, que associou o princípio de tudo aos
números (Uno).
3- A escola Eleática:
a) Parmênedes e Zenão:
Ambos negam a existência do movimento e admitem a
possibilidade de um ser imutável como o princípio de tudo.
4- A escola Atomista:
a) Demócrito:
Afirmou que o átomo é a menor partícula da matéria e que
o universo inteiro é composto de átomos, inclusive o
homem.
A destruição do átomo produz o vácuo (vazio) – a
inexistência de vida e de átomos.
Os Sofistas (Sofia = conhecimento, sabedoria)
Os sofistas foram pensadores itinerantes que transmitiam seus
conhecimentos a diversas cidades gregas. Muitos deles
contataram a experiência e a vida de outros povos.
No Séc. V a.C. houve uma revolução burguesa em Atenas. Os
burgueses assumiram o poder político em lugar da aristocracia.
Sem a experiência da arte de governar, tornou-se necessário
que alguém transmitisse aos burgueses o conhecimento do
exercício político. Os responsáveis por esta incumbência foram
os sofistas.
Trabalhavam a gramática (arte de escrever), a retórica (arte
de falar em público), a aritmética, a geometria, a astronomia e a
música.
Dois sofistas destacaram-se: Górgias e Protágoras.
Górgias foi o grande mestre da retórica e afirmou que com
“as palavras nós podemos edificar uma vida ou destruí-la”.
Protágoras afirmou o relativismo ético mediante a seguinte
expressão: ‘’O homem é a medida de todas as coisas,
daquelas que são, enquanto são, daquelas que não são,
enquanto não são’’.
Sócrates e a busca do autoconhecimento
Segundo a tradição, Sócrates visitou o templo de Apolo na
cidade grega de Delfos e deparou-se com a seguinte inscrição:
‘’Conhece-te a ti mesmo’’. A partir daí fundamentou a sua
filosofia em uma proposta de autoconhecimento.
Fontes por meio das quais conhecemos Sócrates:
1- A apologia de Sócrates – Xenofonte
2- Os diálogos de Platão:
O banquete.
Fédon.
A República.
3- As Nuvens – Aristófanes (comediógrafo).
O método socrático: a dialética
A dialética é a arte de convencer por meio da persuasão A
dialética socrática divide-se em: ironia e maiêutica.
Ironia: a ironia é aquele instante em que Sócrates fazia
diversos questionamentos ao seu interlocutor, pretendendo
levá-lo a contradições. Sócrates costumava expressar-se
da seguinte maneira: ‘’tudo que eu sei consiste em saber
que nada sei’’.
A pretensão do filósofo era conduzir aquele com quem
dialogava a uma postura de humildade perante o
conhecimento. A partir daí o interlocutor de Sócrates
começava a descobrir por si mesmo os saberes que
estavam abscônditos no seu âmago (escondidos no seu
interior).
Maiêutica: a palavra “maiêutica” significa,
etimologicamente, ‘’a arte de dar à luz’’ e Sócrates
utiliza-se deste vocábulo de maneira simbólica para
exprimir a ideia de que a filosofia e a dialética trazem
luzes à inteligência do homem.
Inatismo: o inatismo é uma concepção socrática
segundo a qual a alma pré-existe à matéria, habitando
a realidade metafísica do mundo das ideias.
Platão e o mundo metafísico das ideias
Para Platão existem duas realidades: a realidade onde nós
nos encontramos / o mundo físico, o mundo material onde
existimos e a realidade metafísica, supraceleste, do mundo
das ideias.
O mundo material é ilusório, uma realidade composta de
sombras ou projeções de tudo que existe no mundo das
ideias. As sombras presentes no mito da caverna
caracterizam o nosso mundo. No mundo metafísico
encontram-se a ciência, os conceitos e os arquétipos, além
da alma de todo homem, partindo do pressuposto de que a
mesma é pré-existente.
O mito da carruagem
Platão compara a alma humana a uma carruagem
conduzida por dois cavalos alados: um cavalo branco que
representa a inteligência e um cavalo preto que representa
as paixões, os instintos. O cocheiro dessa carruagem é a
razão e a mesma transita pelo mundo das ideias no qual
contata a ciência, os conceitos e todos os modelos
arquetípicos lá existentes. Em determinado instante a
carruagem, ou a alma, despenca das alturas e assume a
sua materialidade no mundo físico.
O bem absoluto
Como existem coisas mais ou menos belas,
mais ou menos perfeitas, mais ou menos dignas de
ser amadas, devem existir a beleza, a perfeição e
o amor em estado puro ou pleno: o bem
absoluto.
O mito da caverna
O tirano de Siracusa solicitou a Platão que escrevesse
um tratado político e de leis. Platão escreveu ‘’A
República’’. No ‘’Livro VII’’ encontra-se o mito da
caverna, narrativa alegórica em que Platão situa três
homens presos no interior de uma caverna,
contemplando as sombras que são projetadas do seu
exterior, acreditando-as como a realidade verdadeira.
Aristóteles
Aristóteles, ao lado de Platão e Sócrates, representa
um dos expoentes da filosofia grega.
Discordou de seu mestre, quando negou que as
essências se achavam nos mundos das ideias.
Para Aristóteles, a essência de cada objeto encontra-
se no próprio objeto.
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Um espaço para poesia, literatura, discussões de textos
acadêmicos e divulgação da cultura.
Professores Responsáveis: Ivana Ribeiro e Humberto de Aragão