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FIM TÍTULOS ADMINISTRATIVOS Uniregistral 18 e 19 de julho de 2008 Vicente de Abreu Amadei

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FIMFIM

TÍTULOS TÍTULOS ADMINISTRATIVOSADMINISTRATIVOS

UniregistralUniregistral18 e 19 de julho de 200818 e 19 de julho de 2008

Vicente de Abreu Amadei

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Sentido material - NoçãoSentido material - Noção

TítuloTítulo é causa atributiva de direito (ou causa que atribui é causa atributiva de direito (ou causa que atribui algo à alguém) =algo à alguém) = “causa ou razão jurídica da “causa ou razão jurídica da aquisição, modificação ou extinção de um direito” aquisição, modificação ou extinção de um direito” (Roca Sastre).(Roca Sastre).

Título administrativo em sentido materialTítulo administrativo em sentido material é espécie de é espécie de título público que atribui direito à Administração ou, título público que atribui direito à Administração ou, por força de ato ou contrato administrativo, aos por força de ato ou contrato administrativo, aos Administrados. Administrados.

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Sentido material - Classificação Sentido material - Classificação 1.1. Quanto ao objetoQuanto ao objeto, há títulos administrativos , há títulos administrativos atributivos de bens ou atributivos de bens ou

patrimoniaispatrimoniais (v.g. legitimação de posse), (v.g. legitimação de posse), de funçãode função (v. g. outorga de (v. g. outorga de delegação de serviços notariais e de registro), delegação de serviços notariais e de registro), de condutas positivasde condutas positivas (v.g. habite-se) (v.g. habite-se) ou negativasou negativas (v.g. tombamento), etc. (v.g. tombamento), etc.

2.2. Quanto ao sujeitoQuanto ao sujeito, há títulos administrativos , há títulos administrativos

(a)(a) atributivos de direitos à Administração Públicaatributivos de direitos à Administração Pública (v.g. desapropriação (v.g. desapropriação amigável, acordo de servidão administrativa, arrolamento fiscal, amigável, acordo de servidão administrativa, arrolamento fiscal, registro de loteamento, reversão na extinção de concessão ou registro de loteamento, reversão na extinção de concessão ou delegação, incorporação de bens no capital de empresa pública, delegação, incorporação de bens no capital de empresa pública, superfície pública de imóvel particular, consórcio imobiliário); superfície pública de imóvel particular, consórcio imobiliário);

(b)(b) atributivos de direitos aos Administradosatributivos de direitos aos Administrados (v.g. legitimação de posse, (v.g. legitimação de posse, concessão de direito real de uso, concessão de uso especial para concessão de direito real de uso, concessão de uso especial para fins de moradia, aforamento administrativo [enfiteuse], outorga fins de moradia, aforamento administrativo [enfiteuse], outorga onerosa do direito de construir, superfície de imóvel público, onerosa do direito de construir, superfície de imóvel público, transferência de direito de construir, consórcio imobiliário, investidura transferência de direito de construir, consórcio imobiliário, investidura de bens, licença, habite-se, aprovação de loteamento, termo de de bens, licença, habite-se, aprovação de loteamento, termo de verificação e entrega de obras).verificação e entrega de obras).

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Sentido formal – NoçãoSentido formal – Noção

Título em sentido formalTítulo em sentido formal é documento que materializa o é documento que materializa o ato jurídico atributivo (ou instrumento que exterioriza ato jurídico atributivo (ou instrumento que exterioriza a causa do direito) =a causa do direito) = “prova gráfica ou documental “prova gráfica ou documental que constata ou autentica aquela causa ou razão de que constata ou autentica aquela causa ou razão de adquirir” (Roca Sastre). adquirir” (Roca Sastre).

Título administrativo em sentido formalTítulo administrativo em sentido formal é o instrumento é o instrumento público formalizado por autoridade administrativa ou público formalizado por autoridade administrativa ou agente público, que expressa uma situação jurídica.agente público, que expressa uma situação jurídica.

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Sentido formal – ClassificaçãoSentido formal – Classificação

São espécies de títulos administrativo em sentido formalSão espécies de títulos administrativo em sentido formal a)a) títulos notariais (v.g. escritura pública, ata notarial),títulos notariais (v.g. escritura pública, ata notarial),

b)b) títulos registrais (v.g. certidão de registro público), títulos registrais (v.g. certidão de registro público),

c)c) títulos cadastrais (v.g. termo/certidão de área contaminada, termo de títulos cadastrais (v.g. termo/certidão de área contaminada, termo de reserva legal),reserva legal),

d)d) títulos administrativo-executivos (v.g. auto de regularização, demarcação de títulos administrativo-executivos (v.g. auto de regularização, demarcação de imóveis da União, de terras indígenas e de terras devolutas, termo de imóveis da União, de terras indígenas e de terras devolutas, termo de arrolamento fiscal),arrolamento fiscal),

e)e) títulos administrativo-judiciais (v.g. certidão do Distribuidor), títulos administrativo-judiciais (v.g. certidão do Distribuidor),

Etc.Etc.

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TÍTULOS ADMINISTRATIVOS E TÍTULOS ADMINISTRATIVOS E REGISTRO DE IMÓVEISREGISTRO DE IMÓVEIS

1º Questão Geral: a falta de previsão legal de títulos administrativos em sentido formal (art. 221 LRP);

2º Questão Geral: os limites de qualificação dos títulos administrativos;

3º Questão Geral: casos de registro/qualificação em

situação de complexidade documental e a necessidade de classificação do título como instrumento público ou particular para lançamento no Protocolo;

4º Questão Geral: o imóvel público no Registro de Imóveis;

Desenvolvendo, pontualmente, alguns temas.

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Art. 221 LRP e Títulos AdministrativosArt. 221 LRP e Títulos AdministrativosArt. 221 - Somente são admitidos a registro:

I - escrituras públicas, inclusive as lavradas em consulados brasileiros;

II - escritos particulares autorizados em lei, assinados pelas partes e testemunhas, com as firmas reconhecidas, dispensado o reconhecimento quando se tratar de atos praticados por entidades vinculadas ao Sistema Financeiro de Habitação;

III - atos autênticos de países estrangeiros, com força de instrumento público, legalizados e traduzidos na forma da lei, e registrados no cartório de Registro de Títulos e Documentos, assim como sentenças proferidas por tribunais estrangeiros após homologação pelo Supremo Tribunal Federal;

 IV - cartas de sentença, formais de partilha, certidões e mandados extraídos de autos de processo.

Numerus clausus ou apertus?

Instrumentos administrativos, por exceção, são admitidos, com previsões legais específicas. CNNR-CGJ-RS supriu a omissão: Art.371,VI: “Admitir-se-ão a registro: (...) VI - documentos públicos

previstos em lei, emanados de autoridades da Administração Pública”

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Títulos Administrativos e ProtocoloTítulos Administrativos e ProtocoloItem 25, Cap.XX, das NSCGJ-SP (Escrituração do Livro Protocolo)

25. Na coluna "natureza formal do título", bastará referência à circunstância de se tratar de escritura pública, de instrumento particular, ou de ato judicial; apenas estes últimos deverão ser identificados por sua espécie (formal de partilha, carta de adjudicação, carta de arrematação, etc.).

Omissa a referência aos instrumentos administrativos diversos da escrituras públicas. Como fazer?

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Qualificação de Títulos AdministrativosQualificação de Títulos Administrativos Títulos administrativos são qualificáveis

Mas o exame é formal e o controle de legalidade é reduzido (reflexos do caráter administrativo da qualificação e das presunções [legalidade, publicidade etc] do ato administrativo);

Cautelas: a) original/certidão/cópia autêntica; b) adequação do título ao registro; c) emissão (e assinatura) por autoridade/funcionário competente; d) higidez formal do título; e) eficácia do título até o registro (não só até o protocolo)

“A independência da atividade registral tem um significado: a decisão sobre a registração realiza-se amiúde com relação a atos dos poderes públicos, quer do tipo judicial, quer do tipo

administrativo” (José Simeón Rodríguez Sánchez)

“o alcance na qualificação ou controle dos documentos judiciais ou administrativos pode ser mais limitado que em relação com outros

documentos mais ordinários no tráfico” (J. S. Rodríguez Sánchez)

Cópia? V.art. 294,§1º,LRP; art.18,V,LPS; art. 32,§10,LIC

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Qualificações complexas por multiplicidade de títulos

Exemplos: registro de loteamento e de Exemplos: registro de loteamento e de incorporação imobiliária, em que há inúmeros incorporação imobiliária, em que há inúmeros documentos, alguns de instrumentação documentos, alguns de instrumentação particular (v. g. requerimento, memorial, etc), particular (v. g. requerimento, memorial, etc), outros de instrumentação pública (v.g. outros de instrumentação pública (v.g. aprovação municipal, certidões, etc.)aprovação municipal, certidões, etc.)

Como qualificá-los (instrumento particular ou Como qualificá-los (instrumento particular ou público) para o registro predial? Como público) para o registro predial? Como escriturar o Livro Protocolo (art. 175, IV, LRP)?escriturar o Livro Protocolo (art. 175, IV, LRP)?

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IMÓVEL PÚBLICO e REGISTRO PREDIALIMÓVEL PÚBLICO e REGISTRO PREDIAL

Duas máximas de Afrânio de Carvalho: 1º) o RI acolhe “apenas os imóveis particulares, deixando livre os imóveis

públicos”, mas nada obsta “que a administração pública resolva futuramente subordinar todos imóveis públicos ao Registro”;

2º) “na passagem da propriedade pública para a particular ou desta para aquela também se interpõe o Registro”.

Alguns temas referentes a títulos administrativos: a) De titulação à Administração: desapropriação amigável e trato sucessivo;b) De titulação à Particulares: legitimação de posse, enfiteuse, superfície

(suscetível de hipoteca), e, no quadro da regularização fundiária, a concessão especial de uso (aplicável aos terrenos de marinha e suscetível de hipoteca), o aforamento gratuito e o registro de demarcação feita pela SPU de terrenos para Regularização Fundiária de Interesse Social.

Algumas cautelas: a) abertura de matrículas; b) averbações de situação primitiva (v.g. “terra devoluta”) e de desafetação (v.g Proc. CG nº 1.066/2005): requisitos antecedentes ao registro da transmissão ao particular.

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DESENVOLVIMENTO DE ALGUNS TEMAS DESENVOLVIMENTO DE ALGUNS TEMAS

1. Terrenos de marinha;2. Enfiteuse X Ocupação;3. Enfiteuse X Superfície;4. Discriminação de terras devolutas e

legitimação de posse;5. Títulos relacionados à tutela fiscal

(arrolamento fiscal);6. Títulos relacionados à regularização fundiária;7. Títulos relacionados à tutela ambiental - natural; - artificial ou urbanística; - cultural.

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Origem: Origem: RJ - séc. XVII - para serviços de embarque/desembarque, defesa da cidade, renda e, alguma vezes, extração de sal.

Conceito: Conceito: artigo 2º DL 9760/46.

TERRENOS DE MARINHATERRENOS DE MARINHA

Art.2º - Art.2º - São terrenos de marinha, em uma profundidade de 33 (trinta e três) metros, medidos horizontalmente, para a parte da terra, da posição da linha do preamar médio de 1831: a) os situados no continente, na costa marítima e nas margens dos rios e lagoas, até onde se faça sentir a influência das marés;b) os que contornam as ilhas situadas em zona onde se façam sentir a influência das marés. Parágrafo único. Para os efeitos deste artigo a influência das marés é caracterizada pela oscilação periódica de 5 (cinco) centímetros pela menos do nível das águas, que ocorra em qualquer época do ano.

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Classificação: Classificação: Marinhas continentais X costeiras X insulares (localização) Marinhas marítimas X fluviais X lacustes (águas banhadas)

Propriedade: Propriedade: União (art. 20, VII, CR e 1º, “a”, DL 9.760/46). Administração: SPU. Terrenos de marinha tem caráter declaratório da propriedade da União: ‘nunca poderiam ter estado em propriedade de terceiros, pois, desde sua instituição, sempre foram de propriedade daquele ente, independentemente de estarem ou não demarcados’ (STJ, REsp. nº 624.746-RS, Rel. Min. ELIANA CALMON, in RDI 59/329-336).

Natureza: Natureza: bens dominicais – patrimônio disponível da União

Demarcação: Demarcação: 33 m do linha preamar de 1831 (legal) 33 m da linha do jundu (prático) – início de vegetação (jundu) além das praias.

TERRENOS DE MARINHATERRENOS DE MARINHA

RMPG (Rede Maregráfica Permanente para Geodésia) – (IBGE, 1997) – Modelo científico – Revisão demarcatória? (cf. Obéde Pereira de Lima e Jürgen Wilhelm Philips – RDI 59/166).

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1º - Terrenos acrescidos de marinha (art. 3º DL 9.760/46)

2º - Terrenos marginais (art. 4º DL 9.760/46)

3º - Terrenos alodiais

NOÇÕES DIVERSAS DE INTERESSENOÇÕES DIVERSAS DE INTERESSE

“...os que banhados pelas correntes navegáveis, fora do alcance das marés, vão até a distância de 15 m medidos horizontalmente para a parte da terra, contados desde a linha das enchentes ordinárias” – BENS PÚBLICOS DA UNIÃO

“...os que tiverem formado, natural ou artificialmente, para o lado do mar ou dos rios e lagoas, em seguimento aos terrenos de marinha” – BENS PÚBLICOS DA UNIÃO

terrenos que se avizinham dos terrenos de marinha, mas de domínio privado, sem regime de aforamento ou enfiteuse – BENS PARTICULARES

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PRAIA

PRAIA

ORLA

ORLA

50m

200m

PRAIA PRAIA (LF 7661/88, Art.10,§3º)(LF 7661/88, Art.10,§3º)

Bem público de uso Bem público de uso comum do povo, da comum do povo, da União, por afetação União, por afetação

constitucional, de livre constitucional, de livre acesso (STF, RE 94.253)acesso (STF, RE 94.253)

ORLA ORLA (DF 5300/04,arts.22/34)(DF 5300/04,arts.22/34)

Parte pública, parte Parte pública, parte privada, sob gestão privada, sob gestão

específica (cujo fim é específica (cujo fim é planejar e implementar planejar e implementar ações, para disciplina ações, para disciplina do uso e ocupação) do uso e ocupação)

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ENFITEUSE x OCUPAÇÃOENFITEUSE x OCUPAÇÃO

Distinção entre

AFORAMENTO (=> ENFITEUSE) X OCUPAÇÃO:

1º) AFORAMENTO – Dec.-lei 9.760/46, arts. 99/124; L. 9.636/98, arts. 12/16; L. 11.481, arts. 7º e 24

- RI necessário – Confere direito real.

2º) OCUPAÇÃO – Dec.-lei 9.760/46, arts. 127/133, com alterações da L. 11.481/07; L. 9.636/98, arts. 6º/10, com alterações da L. 11.481/07

- RI inadmissível – inscrição só na SPU – “posse”

Algumas questões de interesse registral:

a) Imóvel parte Terrenos de marinha(=>enfiteuse) e parte Terreno alodial(=>propriedade plena)

Matrículas distintas ou única? (unitariedade matricial flexível, cf. tese de Marcelo Terra? RDI 49/31).

CSM, Ap.Cív. 37.190-0/1-Itanhaém: “Terreno de Marinha - Falta de unidade da base imobiliária - Registro Inviável”.

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ENFITEUSE x OCUPAÇÃOENFITEUSE x OCUPAÇÃO

b) Loteamento em terreno de marinha? Se enfiteuse, possível, com anuência da União (doutrina de

Gilberto Passos de Freitas – RDI 8/37), ruas e praças não passam ao Município (Diogenes Gasparini), que, autorizado delas será foreiro, sem pagamento de foro.

Se em regime de ocupação, não há Registro Especial no RI, apenas inscrição na SPU, se possível for (Dec.lei 2.398/87, na redação do art. 33 da Lei 9.636/98).

c) Incorporação em terrenos de marinha? Possível para enfiteuse; para ocupação, não (CSM, Ap.Civ. 13.091-

Itanhaém).

d) Alienação fiduciária em terrenos de marinha? Se enfiteuse, não pode alienar o domínio pleno, mas pode alienar o

domínio útil (Candido R. Dinamarco e Arnold Wald – RDI 51/233 e 276), com anuência do senhorio (Candido Dinamarco), sem anuência (Arnold Wald). Todavia, se ocupação, inviável, ao menos no âmbito do RI.

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ENFITEUSE x OCUPAÇÃOENFITEUSE x OCUPAÇÃO

e) Mera ocupação – Registro inviável: Inadmissível registro de escrituras de cessão de direitos de ocupação de

terrenos de marinha, ainda que, no passado tenham sido registradas algumas dessas escrituras no antigo Livro “4”, já encerrado, em face do advento da Lei 6.015/73(CSM, Ap. Civ. 25.743-0/3–Caraguatatuba). No mesmo sentido: CSP. Ap.Cív. 497-6/9 -São Vicente (j.18.05.2006).

f) Retificação para discriminação de terreno de marinha e acrescidos:

Admissibilidade, para área da União, não incluída originariamente no registro, observada a concordância expressa da titular da transcrição e ausência de prejuízos a terceiros (Proc. CG 453/2005).

f) Certidão da SPU – Exigência para todo instrumento negocial Inteligência do § 2º, art.3º, do Decreto-lei nº 2398/87, com redação dada

pelo art.33 da Lei 9636/98, que “contém disposição genérica, que abrange qualquer instrumento negocial concernente a imóveis agrilhoados à União” ( ). Logo, também para o registro de compromisso de compra e venda em faixa da marinha é necessária a apresentação da certidão (CSM, Ap.Civ. 550-6/1-São Vicente, j.20.06.2006).

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Em comum: - necessidade de registro imobiliário dos títulos, - atributivos de direito real autônomo (hipotecáveis) à particulares, - podem se referir a imóveis públicos, - excepcionam o princípio de acessão (“superficies solo cedit”), pelo

descolamento jurídico da acessão em relação ao solo.

Distinção elementar (no âmbito do imóvel público): - Regime jurídico diverso: * enfiteuse (Dec.-lei 9.760/46, art. 99/124); * superfície (EC, art. 21), suscetível de hipoteca (L. 11.481/07, art. 13).

- Não confundir com enfiteuses e superfícies particulares (disciplina do Código Civil)

- Não confundir com concessão de direito real de uso (DL 271/67)

(vide quadro-resumo a seguir)

ENFITEUSE x SUPERFÍCIEENFITEUSE x SUPERFÍCIE

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REGIME JURÍDICO DÚPLICE DOREGIME JURÍDICO DÚPLICE DODIREITO DE SUPERFÍCIEDIREITO DE SUPERFÍCIE

Estatuto da CidadeInstrumento urbanístico

Imóvel particular/público

Imóvel urbano

Construção

Espaço aéreo ou subsolo

Temporário ou perpétuo

Novo Código CivilInstituto de direito civil

Imóvel particular

Imóvel urbano ou rural

Construção ou plantação

Veda ao subsolo, em regra

Temporário

Superfície x EnfiteuseSuperfície x Enfiteuse

Superfície x Concessão de direito real de usoSuperfície x Concessão de direito real de uso

Perpétua, resgatável, onerosa (laudêmio e foro)

DL. 271/67 – Instituída no interesse público. É de Direito Administrativo,

por “emigração de modelo jurídico” civil (Miguel Reale)

Sem autonomia, não bifurca o domínio. Não hipotecável, exceto L .11.481/99, art. 13

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Terras devolutas e legitimação de posseTerras devolutas e legitimação de posseDISCRIMINAÇÃO X LEGITIMAÇÃO DE POSSEDISCRIMINAÇÃO X LEGITIMAÇÃO DE POSSE

Domínio estatal Transmissão ao particularDomínio estatal Transmissão ao particular Modo originário Modo derivadoModo originário Modo derivado

Esgotada a disponibilidade quantitativa de transcrição referente ao domínio estatal (terra devoluta), inviável o registro do título de legitimação (aquisição derivada amarrada, na cadeia filiatória) – (CSM, Ap.Civ. 668-6/0-Sorocaba)

Irregistrabilidade de doação de gleba tida como terra devoluta, sem prévia inscrição do título de domínio do Poder Público decorrente de discriminação (administrativa ou judicial), em respeito aos princípios da disponibilidade e continuidade (CSM, Ap. Cív. 612-6/5–Bragança Paulista).

“em sede de terras devolutas, convém lembrar que não se deve confundir a aquisição originária do domínio estatal, preexistente à ação discriminatória, com a aquisição derivada por títulos de legitimação outorgados pelo titular do domínio estatal: “a descriminação é modo originário, enquanto a legitimação é modo derivado (como também a doação, a venda e compra, a dação, etc.)” – (CSM, Ap. Civ. nº 11.938-0/6, j. 19.08.91, Rel. Des. Onei Raphael, parecer do então MM. Juiz Auxiliar da Corregedoria Vito José Guglielmi). Essa, pois, a razão pela qual título de legitimação não tem ingresso no sistema de registro predial sem a prévia inscrição da sentença declaratória do domínio estatal decorrente de ação discriminatória (CSM, Ap. Civ. nº 54.708.0/1, j. 02.02.99, Rel. Des. Sérgio Augusto Nigro Conceição; Ap. Civ. nº 20.322-0/6, 14.04.91, Rel. Des. Antônio Carlos Alves Braga)” - (CSM, Ap.Civ. 668-6/0-Sorocaba).

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Arrolamento fiscal, também conhecido por arrolamento administrativo de bens e direitos (Lei 9.532/97)

- Noção geral (de interesse ao RI):

Artigo 64 – “A autoridade fiscal competente procederá ao arrolamento de bens e direitos do sujeito passivo sempre que o valor dos créditos tributários de sua responsabilidade for superior a trinta por cento do seu patrimônio conhecido.

(...) § 5º O termo de arrolamento de que trata este artigo será

registrado independentemente de pagamento de custas ou emolumentos: I - no competente registro imobiliário, relativamente aos bens imóveis”;

Art.64-A (acrescido pelo artigo 75 da Medida Provisória nº 2158-35, de 2001): O arrolamento de que trata o art. 64 recairá sobre bens e direitos suscetíveis de registro público, com prioridade aos imóveis, e em valor suficiente para cobrir o montante do crédito tributário de responsabilidade do sujeito passivo”.

TÍTULOS RELACIONADOS À TUTELA FISCALTÍTULOS RELACIONADOS À TUTELA FISCAL

Termo => Título administrativo

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Observações relevantes ao Registro de Imóveis:

a) TÍTULO: administrativo (“termo...”), no original e assinado pela autoridade fiscal nomeada, com indicação de seu cargo e dados de sua perfeita identificação, desnecessário reconhecimento de firma;

b) INSCRIÇÃO: registro ou averbação? Há divergência... Na lei, “registro”; na tendência prático-administrativa, “averbação” (1ªVRP-SP);

c) OBJETO: propriedade ou direito inscrito relativo ao imóveld) QUALIFICAÇÃO E PRINCÍPIOS REGISTRÁRIOS: c.1) respeito à continuidade; c.2)

respeito à especialidade subjetiva; c.3) determinação do imóvel e especialidade objetiva (basta referência ao número da matrícula ou transcrição); c.4) determinação e especialidade do objeto do arrolamento (propriedade ou direito inscrito diverso);

e) COMUNICAÇÃO: necessária à Receita Federal (IN SRF 143/98 e IN SRF 26/2001);f) BENS DO CÔNJUGE (Art. 64, §1º): há extensão, salvo cláusula de incomunicabilidade; g) EMOLUMENTOS (Art. 64, §5º): isentos. Problema: pode lei federal isentar tributo

(taxa) estadual?h) CANCELAMENTO: formas do art. 250 LRP (decisão judicial, requerimento conjunto

dos partícipes do ato, requerimento do interessado documentado) + ofício da autoridade administrativa;

i) EFEITO: não impede a alienação ou a oneração do bem (Art. 64, §§3º e 4º, Lei 9.532/97); mas, se impõe ao sujeito passivo, a partir da data da notificação do ato de arrolamento, a obrigação de comunicá-las à unidade do órgão fazendário que jurisdiciona o seu domicílio tributário;

j) INCONSTITUCIONALIDADE: questão da via jurisdicional, alheia, pois, ao âmbito administrativo do registrador e do juiz corregedor (Proc. CG nº 1.029/2005).

Peculidaridades do Arrolamento FiscalPeculidaridades do Arrolamento Fiscal (Lei 9.532/97)

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concessão especial de uso (MP 2.220/01, art. 6º, §4º), aplicável, também, aos terrenos de marinha (L 9636/98, art.22-A, redação da L. 11.481/07) e suscetível de hipoteca (L. 11.481/99, art. 13);

aforamento gratuito (L. 11.481/07);

registro de demarcação feita pela SPU de terrenos para Regularização Fundiária de Interesse Social (L. 9.636/98, art. 18-B/18-F, redação da L. 11.481/07);

Retificação administrativa de registro diferenciada em regularização fundiária de interesse social realizada em ZEIS (LRP, 213, §11, I).

TITULOS RELACIONADOS À TITULOS RELACIONADOS À REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA

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Procedimento administrativo-judicial e registro de parcelamento do solo regularizado (L. 6.766/79, 38-41);

Procedimento administrativo-judicial e registro de condomínio de fato regularizado (Prov. CG 10/2004);

concessão de domínio e legitimação de posse, para regularização em terras devolutas (CR,188,§1º; DL 9.760/46, 164 e seg.; DLE 14.916/45 e LE 3.962/57);

Em situações de desapropriação por interesse social para fins de regularização com benefícios especiais da L. 9.785/99 e registro imobiliário da imissão provisória na posse: contratos administrativos de transmissões tituladas de posse, mediante instrumento particular com caráter de escritura pública (art. 26, §3º, LPS) e termo (ou documento equivalente) de quitação para transmissão do domínio de lotes (art. 26, §6º, LPS);

TITULOS RELACIONADOS À TITULOS RELACIONADOS À REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA

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Tríplice dimensão da tutela ambiental Natural - Artificial - Cultural

TÍTULOS RELACIONADOS À TUTELA AMBIENTALTÍTULOS RELACIONADOS À TUTELA AMBIENTAL

Patrimônio histórico, artístico, arqueológico, paisagístico,

turístico e científico (216 CR)

Espaço urbano construído: fechado (edificações) e aberto

(ruas, praças, áreas verdes, espaços livres) - (182 e 225 CR)

Solo, água, ar atmosférico, flora, fauna e demais fatores de ordem

física ou biológica (225 CR)

Termo de Reserva Florestal (Legal e RPPN) => Av.

Termo de área contaminada Proc. CG nº 167/2005 => Av. Tombamento definitivo

(DL 25/37, art. 13)(=>R.Lv 3+Av/M./T.)

Instrumentos urbanísticos do Estatuto da Cidade

Notificação p/ parcelamento ou edificação compulsórios (art. 5º, §2º) => Av.

Superfície (art.21) => EP+RI

Tombamento provisório Restrições ao entorno

Restrições diversasProc.CG 1029/06 => Av.

Preempção (art.25-27).Sem previsão, pode Av.?

Transferência do direito de construir (art. 35) Alienável por EP. Sem previsão, pode Av.?

Certidões de outorga onerosa de potencial construtivo adicional negociáveis e transferíveis para outros lotes

(art. 215 PDE-SP) Sem previsão, pode Av.?

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