Finança sDIÁRIO COMÉRCIO INDÚSTRIA & SERVIÇOS � SEXTA-FEIRA, 27 DE NOVEMBRO DE 20 1 5 17

FONTE: BANCO CENTRAL

EM DECLÍNIOEvolução da participação das financeiras no mercado de crédito

Fatia de mercado das financeiras

Número de financeiras em operação

VOLUME DE CRÉDITO DAS FINANCEIRAS

VOLUME DE CRÉDITO DO SISTEMA FINANCEIRO

20132013201220112010

0

0

0

20132013201220112010

10 10 9 8 7

5558 56 5759

2010 2011 2012 2013 2014

Em trilhões de R$

Em %

Segundo especialistas, reflexos negativos do ‘boom dec r é d i t o’ e atual crise econômica puxaram diminuição daparticipação dessas firmas no mercado de empréstimos

Financeiras minguamcom calote e recessãoCRÉDITO

Isabela BolzaniSão Pauloi sa b e l a . d a m as c e n o @ d c i . c o m . b r

� A inadimplência gerada pe-los longos prazos de financia-mentos oferecidos no períododo “boom do crédito”, somadoà crise atual, pressionou os re-sultados das financeiras brasi-leiras e as fizeram perder par-ticipação de mercado nos últi-mos quatro anos.

De acordo com o Relatóriode Inclusão Financeira de2015 divulgado pelo BancoCentral, as participações dasoperações de crédito no Sis-tema Financeiro Nacional(SFN) das financeiras reduzi-ram de 10% para 7% entre osanos de 2010 e 2014.

Segundo Nicola Tingas,economista da AssociaçãoNacional das Instituições deCrédito, Financiamento e In-vestimento (Ac re f i ), o boomdo crédito em 2010 fez comque as financeiras disponibi-lizassem longos prazos de fi-nanciamento sem grande se-letividade de consumidores.

“Muita gente que não tinhanem condições para pagar aentrada, começou a pegarparcelamento de 60 mesespara comprar veículos, porexemplo. Pela falta de plane-jamento, eventualmente elestiveram dificuldades em ar-car com essas carteiras, dei-xando de pagar”, avalia.

Ele ainda ressalta que,mesmo depois da reestrutu-ração dos modelos de ofertapor parte das financeiras, aforte inadimplência seguidapelo cenário de crises econô-mica e política levou à quedaobservada no setor.

“Com a pesada onda deinadimplência em 2013, as fi-nanceiras aperfeiçoaram seumodelo de risco e seleção.Mas outro fenômeno já esta-va em andamento, com aperda da vitalidade de econo-mia, a alta da inflação, o cres-cente desemprego e a redu-ção da renda, o que derruboua demanda por crédito e dei-xou as carteiras com taxasn e g a t i va s”, diz o especialista.

De acordo com o relatóriodo BC, a quantidade de insti-tuições financeiras caiu 6,8%em quatro anos, o segundomaior regresso observado naanálise por segmento.

Perspec tivasEm relação às expectativas, osespecialistas ouvidos pelo DCInão apostam em nenhumamelhora para as financeirasaté o final de 2017.

Para Eduardo Tambellini,sócio diretor da GoOn Consul-tor ia, os dois próximos anosserão para “discutir alternati-vas e possibilidades da crise”.

“Até 2017 eu acho que aindavamos enfrentar um períododuro. Sem contar o PIB [Produ-to Interno Bruto], que mesmo

com previsão de crescimento,ainda não é uma perspectivapositiva, mas para patamaresneutros. Está muito difícil terboas perspectivas”, afirma.

Já em relação ao atrelamen-to a empresas e lojas varejistascomo saída para essas institui-ções, os especialistas afirmamnão ser mais uma solução.

“Elas [as financeiras] já fize-ram isso lá atrás, e agora nãofaria grandes mudanças. En-quanto a economia não nor-malizar, o risco cair e a deman-da voltar gradualmente, as fi-nanceiras não tem muita saí-da. O crédito nada mais é doque renda futura e, se o consu-midor não tem certeza nem darenda presente, ele não vai sec o m p ro m e t e r”, conclui Tingas.

Na contramão, financiamento de SUVs cresce

AU T O M Ó V E I S2,8 pontos percentuais, em re-lação ao mesmo período de2014, e representam 12,2% nomercado de financiamentos deautomóveis leves.

O levantamento é da Unida-de de Financiamentos da Ce -t i p, cujos números contem-plam os veículos vendidos porcrédito direto ao consumidor(CDC), leasing e consórcio.

No acumulado do ano, asoutras categorias, como oshatches pequenos e os sedãspequenos, diminuíram sua

participação no mercado, en-quanto os autos leves novos deentrada tiveram um leve cres-cimento de 0,7 ponto percen-tual. Mas o maior crescimentofoi observado no segmento dasSUVs, que passou de 9,4% para12,2%, mesmo com as quedasnos estoques de crédito.

Os dados da Cetip mostramque o avanço das SUVs nomercado foi impulsionado pe-los lançamentos do HR-V, daHonda, e do Renegade, da Je-ep, no início deste ano.

Da RedaçãoSão Paulor e d ac a o @ d c i . c o m . b r

� Os utilitários esportivos(SUVs) estão na contramão domercado de financiamentosde veículos, aumentando suaparticipação no mercado coma chegada de novos modelos.

No acumulado do ano atéoutubro, as SUVs cresceram

ABIMDE – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS INDÚSTRIAS DE MATERIAIS DE DEFESA E SEGURANÇAAv. Paulista, 460 – 17º andar – Conj. B – CEP: 01310-000 – Bela Vista – São Paulo/SP - Fone/Fax: (11) 3170-1860

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