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DESEMBAR UE O REVISTA N.º 26 · PUBLICAÇÃO PERIÓDICA · MARÇO 2017

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DESEMBAR UEO

REVISTA N.º 26 · PUBLICAÇÃO PERIÓDICA · MARÇO 2017

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Publicação Periódica daAssociação de Fuzileiros

Revista n.º 26 • Março 2017

PropriedadeAssociação de Fuzileiros

Rua Miguel Pais, n.º 25, 1.º Esq.2830-356 Barreiro

Tel.: 212 060 079 • Telem.: 927 979 461email: [email protected]

www.associacaofuzileiros.pt

Edição e RedacçãoDirecção da Associação de Fuzileiros

DirectorJosé Ruivo

Directores AdjuntosLeão Seabra e Benjamim Correia

Editor PrincipalBenjamim Correia

ColaboraçõesDelegações da AFZ, CM, JR, LS, BC, Ribeiro

Ramos, Miranda Neto, José Horta, Paulo Gomes da Silva e Adelino Couto

Fotografia: Ribeiro, Afonso Brandão, Mário Manso, António Fernandes e MLS

Capa (Arranjo): Manuel Lema Santos

Coordenação eprodução gráfica

Manuel Lema [email protected]

Impressão e acabamentoGMT Gráficos, Lda.

Rua João de Deus, n.º 5-C2700-486 Amadora

Tel.: 217 613 030 • Telem.: 919 284 062email: [email protected]

Tiragem2.000 exemplares

Depósito legal n.º 376343/14ISSN 2183-2889

Não reconhecemos qualquer nova forma de ortografia da língua portuguesa mas, no respeito por diferente opção, manteremos os textos de terceiros aqui publicados que

configurem outra forma de escrita.

índice ficha técnica

O DESEMBARQUE • n.º 26 • Março de 2017 • www.associacaodefuzileiros.pt

Editorial

Um ano novo pela frente… com boas ideias 3

Notícias

Posse do novo Chefe do Estado-Maior da Armada 5

Novo Director-Geral da Autoridade Marítima e Comandante-Geral da Polícia Marítima 5

Juramento de Bandeira do Curso de Formação Básica de Praças (5.ª Edição de 2016) – Exortação aos alunos 6

Imposição de Boinas a Novos Fuzileiros 8

Noite de Fados 8

Rádio “Filhos da Escola”– Poema alusivo ao 2.º aniversário da Rádio “Filhos Da Escola” 9

Pensamentos & Reflexões

Os Fuzileiros e a Marinha 10

Contos & Narrativas

O Istambul e o Oásis 12

Almoço de Natal

Almoço de Natal 2016 14

Corpo de Fuzileiros

Entrega de Comando do Corpo de Fuzileiros 16

Operação CORYMBE 134 18

“Mais de 2000 Anos de Experiência” – Passagem à situação de reserva de militares do Corpo de Fuzileiros 19

Intercâmbio entre Fuzileiros Portugueses e Americanos 20

Crónicas

Grandes Figuras da História – O Infante D. Henrique 21

O Castelo do Almirante 24

Cooperação Militar

Cooperação Técnico-Militar Portuguesa – Momentos recentes e marcantes na história dos Fuzileiros Cabo-Verdianos 26

Cadetes do Mar

Unidade do Corpo de Cadetes do Mar Fuzileiros 28

Delegações

Delegação do Algarve 30

Delegação do Douro Litoral 32

Delegação de Juromenha/Elvas 34

Delegação da Polícia Marítima 35

Divisões

Divisão do Mar e das Actividades Lúdicas e Desportivas 36

Convívios

18.º CFORN – Classe de Fuzileiros – Encontro anual 37

Destacamento de Fuzileiros Especiais N.º 7 – Guiné 1963/65 – 51.º Aniversário 39

DFE N.º 1 – Moçambique 1964/66 e DFE N.º 2 – Angola 1967/69 40

Destacamento de Fuzileiros Especiais N.º 13 – Angola 1965-67 40

Grupo de Motociclistas da Associação de Fuzileiros 41

Turma de Hidroginástica da Associação de Fuzileiros – Jantar de Natal 41

Escola de Janeiro de 1987 – 30.º Aniversário 42

Obituário 43

Diversos 43

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editorial

3O DESEMBARQUE • n.º 26 • Março de 2017 • www.associacaodefuzileiros.pt

No início de um novo ano e passado o tempo agitado das festas, a proposta é para refletirmos no ano que agora começou e no tempo que vem a seguir.

Nós, portugueses, não estamos muito habituados a pensar e refletir sobre aquilo que poderemos definir como os objetivos a atingir durante o próximo ano. No entanto, seria bom que conseguíssemos quebrar esta rotina e entender que sem pensamento não há conhecimento e sem este não há inovação, que, por sua vez, é fonte de toda a mudança e progresso.

O Mundo muda e muda todos os dias, sempre assim foi desde o princípio da história. A grande diferença é que agora muda muito mais rapidamente. A inovação e evolução tecnológica potencia um ritmo de mudança superior à capacidade humana de reação e adaptação interiores. O que exige um esforço constante na educação, na formação e na flexibilidade mental para encarar as novas realidades que, diariamente, nos caem aos pés a um ritmo cada vez mais avassalador!

E também é certo que o mundo mudará sempre, mesmo que nós fiquemos parados. Só que aí seremos meros espectadores, em vez de agentes ativos do progresso e do nosso destino. Se o mundo não pára, as instituições também não podem parar. Então, melhor será que mudem com a nossa contribuição, ao nosso jeito. E isso é por demais verdade numa Associação que naturalmente deve navegar ao ritmo dos seus associados, navegar… não ficar parada no cais a ver os outros passar.

O desafio que hoje vos trago é que sejamos agentes dessa mudança, trazendo ideias novas para melhorar o nosso presente e o nosso futuro.

As instituições – como a Associação de Fuzileiros, a própria instituição militar e tudo o que são estruturas organizadas – têm, em geral, bastante dificuldade em encarar a mudança como fazendo parte do processo de vida. No entanto, a renovação de ideias e de processos é o sangue fresco de que uma organização como a nossa precisa para se manter e evoluir.

Camaradas fuzileiros, a nossa Associação precisa de ideias! Vamos empurrar o mundo para a frente, à nossa pequena escala, bem entendido, mas nem por isso menos importante. Todos contamos, todos fazemos a diferença. Sejamos úteis e pragmáticos, vamos ajudar a resolver problemas e enfrentar desafios. Mesmo que o tempo de paz (por vezes, aparente) não seja incentivador, de forma imediata e direta, da nossa ação, todos nós somos precisos e podemos mudar as coisas… com pensamento e com ação…

Para a pergunta interior que certamente já alguns fizemos – para que serve, ou deve servir, a Associação de Fuzileiros – há que encontrar respostas úteis ao conjunto dos sócios e à Sociedade e para isso são precisas IDEIAS.

Assim, sugiro que seja aberto uma espécie de concurso de ideias junto dos nossos associados, para que todos possam contribuir para fazer com que algo mude para melhor, para que a instituição não fique comodamente adormecida, embalada pelos louros do passado, por muito glorioso que este tenha sido.

Por exemplo: Associação de Fuzileiros necessita de cativar sócios das gerações mais novas, sob pena de tender cada vez mais a transformar-se numa associação de idosos, com um fim inexorável à vista. Não que essa realidade esteja para breve, mas procurando dar corpo ao tal pensamento estratégico, antecipando e procurando resolver os problemas atempadamente.

Outras sugestões podem passar por conceber ideias/propostas que usem as redes sociais e os novos meios de comunicação para estabelecer pontes (com quem, vocês o dirão), no sentido de promover e facilitar a comunicação.

A vida faz-se no futuro, para lá chegar em beleza e manter os Fuzileiros na linha da frente precisamos de um BOTE CHEIO DE IDEIAS…

Depois, para as implementar, precisaremos da colaboração de todos.

Mãos à obra para as realizar e, desde já, às mentes para as conceber!

José RuivoPresidente da Direcção

Um ano novo pela frente… com boas ideias

José Ruivo

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protocolos

4 O DESEMBARQUE • n.º 26 • Março de 2017 • www.associacaodefuzileiros.pt

PROTOCOLOS SUBSCRITOS PELA AFZ(Com vantagens para os Sócios)

Farmácia da Recosta Desconto 10%, excepto em produtos em campanha, Produtos da Diabetes,Leites Infantis e Medicamentos com valor superior a 50 €

VilaMoura Alconru, S.A.e DFZA

Protocolo de Cooperação entre a VILAMOURA ALCONRU, S. A. ea Delegação da Associação de Fuzileiro do Algarve

Clube de Campismo do Barreiro (CCB) Instalações do Parque de Campismo dos Picheleiros: 20% desconto sobre tabela em vigor

ORTOPAULOS – Centro de Ortopedia, Lda. Descontos até 20% (Serviços e Equipamento)

Instituto Médico Dentário do Barreiro (IMDB) Descontos (10%, 20%, 30%) sobre a tabela de preços em vigor e anexa ao protocolo

Sociedade de Tiro do Porto Protocolo para a utilização da Carreira de Tiro do Complexo Desportivo de Rates (CTCDR)

Clube Pinhal da Foz (CPF) Apartamentos Turísticos (Época Baixa -25%, Época Média -20%, Época Alta -15% e -10%)

High School Academy Uma propina mensal 15% e 100% no valor da inscriçãoDuas ou mais propinas mensais 20% e 100% no valor da inscrição

KéroCuidados Presta Serviços a idosos e Famílias

Open Smile Clínica Médica – Presta Serviços Médicos, inclui Méd. Dentista

Associação Recreativa e Desportiva Bons Amigos (ARDBA) Convívio Social e desenvolvimento de diversas Modalidades Desportivas

Grupo Desportivo e Recreativo Unidos da Recosta (GDRUR) Convívio Social e desenvolvimento de diversas Modalidades Desportivas

Editora Náutica Nacional, Lda. (ENN) Editora de Capitais privados – Edita a Revista de Marinha e também livros

Manuel J. Monteiro & C.ª, Lda.(MJM)

Especializada na Comercialização de Electrodomésticos, representa as Marcas: Junex, Vaillant, Gorenje, Dito Sama, Gisowatt e Stiebel Eltron

Funerária Central Vila Chã - 30% desconto em todos os serviços

Associação Nacional de Agentes de Segurança Privada (ANASP) Formação e Credenciação

Casa de Repouso São João de Deus Acolhimento em regime interno, possui dois estabelecimentos:Lagoa da Palha - Pinhal Novo e Cabeço Verde - Barreiro

Casa de Repouso Quinta da Relva Acolhimento de idosos, lar e cuidados continuados

MH Wellness Club – Motricidade Humana Prestação de Serviços na área do desporto, saúde e lazer, Santo André - Barreiro

Kangaroo Health Clube Prestação de Serviços na área do desporto, saúde e lazer: Quimiparque - Barreiro

GAMMA Grupo de Amigos do Museu de Marinha

Universidade Lusófona COFAC – Cooperativa de Formação e Animação Cultural – Lisboa e Porto10% desconto nas propinas

Universidade Lusófona ISES – Instituto Superior de Segurança - Conferências

Funerária São Marçal Desconto 20%, Canha - Montijo

Para mais pormenores, deve ser consultado o site da AFZ, o Secretariado Nacional (Tel.: 212 060 079 –Telm.: 927 979 461) ou as nossas Delegações

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notícias

O DESEMBARQUE • n.º 26 • Março de 2017 • www.associacaodefuzileiros.pt

O Almirante António da Silva Ribeiro, sócio efectivo n.º 2445 da Associação de Fuzi-leiros, assumiu no passado dia 10 de Dezembro, as funções de Chefe do Estado--Maior da Armada e Autoridade Marítima Nacional.

O seu vasto curriculum militar e académico já foi largamente difundido nos órgãos de informação nacionais e em publicações diversas de âmbito interno e externo da Marinha. Dispensamo-nos portanto de o referir aqui nesta pequena nota.

“O Desembarque” pretende apenas referir e sublinhar que o senhor Almirante Silva Ri-beiro, além de sócio é, de facto, um grande amigo da nossa Associação.

Bastará dizer que foi ele que, de algum modo e em boa hora, despoletou a criação da De-legação da Associação de Fuzileiros da Polícia Marítima (DFZPM) quando, no desempe-nho do seu anterior cargo de Director-Geral da Autoridade Marítima e Comandante-Geral da Polícia Marítima. A DFZPM é já um facto e pode ostentar o guião que, entretanto, lhe foi atribuído.

Além disso, sempre viu com muito agrado o excelente relacionamento existente entre as Delegações da AFZ que se situam na área ribeirinha e os órgãos regionais do Comando de Zona Marítima como é o caso das Delegações do Douro Litoral e do Algarve.

Diversos eventos e actividades, promovidos pelas “Delegações”, tiveram sempre o apoio, a presença e muitas vezes a participação das Autoridades Marítimas locais.

“O Desembarque” pretende, assim, felicitar Sua Excelência o Comandante da Marinha pelas funções em que agora foi investido e agradece o apoio e amizade que dedicou e sabemos que continuará a dedicar, à Associação de Fuzileiros, também na sua qualidade de sócio efectivo, o que muito nos honra.

Notícias

Posse do novo Chefe do Estado-Maior da Armada

Tomou posse a 19 de Dezembro o novo Director-geral da Autoridade Marítima e Co-mandante-Geral da Polícia Marítima, Vice-Almirante Luís Carlos de Sousa Pereira.

Como é do conhecimento de todos os Fuzileiros, o senhor Almirante Sousa Pereira exer-ceu o Comando do Corpo de Fuzileiros durante os últimos dois anos e é sócio efectivo, com o n.º 2403, da Associação de Fuzileiros desde Janeiro de 2015, o que muito nos honra.

As visitas deste nosso sócio à nossa Associação não se cingiram apenas aos actos for-mais e protocolares. O Almirante Sousa Pereira fez sempre questão de demonstrar o apreço que tem pela nossa Instituição e aproveitou todas as oportunidades para estar connosco, quer na sede Nacional quer nas nossas Delegações.

Ele, acompanhado da sua esposa, foram presença assídua em práticamente todos os eventos realizados nas nossas Delegações, o que sempre fizeram com natural prazer.

É um amigo da nossa Associação e sabemos que, se a disponibilidade lho permitir, conti-nuará a ser presença habitual no Dia do Fuzileiro, nos almoços de Natal, nos aniversários da Associação e das nossas Delegações bem como noutros eventos de carácter mais lúdico que vamos promovendo.

Contamos com a sua amizade e disponibilidade para ajudar a Associação a prosseguir com os seus desígnios.

“O Desembarque” não poderia deixar passar este evento sem desejar ao senhor Almi-rante Sousa Pereira as maiores felicidades no exercício do novo cargo e agradecer a amizade que nos dedica.

Novo Director-Geral da Autoridade Marítima e Comandante-Geral da Polícia Marítima

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notícias

6 O DESEMBARQUE • n.º 26 • Março de 2017 • www.associacaodefuzileiros.pt

Ex.º Sr. Almirante Comandante Naval

Deu-nos V. Ex.ª, Sr. Almirante, a subida honra de presidir a esta cerimónia, na qual dentro de momentos os formandos do Curso de Formação Básica de Praças 4.ª edição 2016, irão assumir um compromisso solene, consciente, voluntário e público, para com a nossa Pátria. Assim, indo estes elementos, a seu tempo, reforçar a componente operacional da Marinha, assume particular signifi-cado a presença de V. Exa nesta cerimónia.

Saudamos, também, as entidades presente e, de forma especial, os familiares e amigos dos alunos que hoje terminam a sua for-mação básica e juram Bandeira. A vossa presença é muito impor-tante para eles e naturalmente para esta Escola. Reconhecemos e agradecemos a confiança que demonstraram ao nos confiarem os que vos são queridos. O nosso compromisso é formá-los, aten-tos aos valores vigentes no Corpo de Fuzileiros e na Marinha, de forma a virem a integrá-los e contribuir para a sua grandeza. A compreensão, o apoio e o incentivo que lhes disponibilizaram fa-zem com que este dia seja igualmente vosso. Bem hajam.

Perante vós, está o Curso de Formação Básica de Praças constitu-ído por 63 homens que tomaram a opção de iniciarem uma nova

Decorreu na Escola de Fuzileiros, no passado dia 16 de dezembro de 2016, a cerimónia de Juramento de

Bandeira do Curso de Formação Básica de Praças (5.ª Edição de 2016).

A cerimónia, presidida por S. Ex.ª o Co-mandante Naval, Vice-Almirante Sousa Pereira, contou no início com a presença de S. Exª o Chefe do Estado-Maior da Ar-mada, Almirante Silva Ribeiro, tendo-se ausentado após ter proferido uma alocução

às Forças em Parada, comandadas pelo 2.º Comandante do Corpo de Fuzileiros CMG FZ Teixeira Moreira.

Para a frequência do referido curso, apre-sentaram-se em 7 de novembro na Escola de Fuzileiros 114 elementos, destinados a alimentar as classes de Fuzileiros e Mer-gulhadores.

Destes, 63 concluíram este período de for-mação com sucesso, tendo demonstrado,

apesar das dificuldades vividas próprias da transição e adaptação da vida civil para a vida militar, a determinação e o querer de virem a servir a Marinha e Portugal.

Nesta cerimónia teve ainda lugar a entre-ga de Comando do cargo de Comandante da Unidade de Meios de Desembarque, bem como a assunção do cargo de Co-mandante da Unidade de Polícia Naval e da Força de Fuzileiros n.º 1.

Juramento de Bandeirado Curso de Formação Básica de Praças

5.ª Edição de 2016

Exortação aos alunos

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notícias

O DESEMBARQUE • n.º 26 • Março de 2017 • www.associacaodefuzileiros.pt

fase da sua vida, ao serviço da Pátria. Mostraram ser resilientes e conseguiram ultrapassar as adversidades que aqui nesta Escola viveram e que assim os preparou para poderem iniciar, muito em breve, a formação própria das classes de Fuzileiros e de Mergu-lhadores. Por vencerem esta etapa, merecem o nosso reconheci-mento e encorajamento.

Grumetes do Curso de Formação Básica de Praças!Concluís hoje uma importante etapa da vossa vida, etapa essa que culmina com o compromisso para com Portugal que irão den-tro de momentos, formal e solenemente, perante o Estandarte Nacional, assumir como portugueses e como militares, jurando defender a nossa Pátria, mesmo com o sacrifício da própria vida.

No decorrer destas semanas, foram-vos transmitidos um conjun-to de valores e de conhecimentos, imprescindíveis para serem militares e marinheiros. Tudo o que aqui aprenderam, tudo o que por aqui passaram, tem um propósito e decorre de um proces-so validado de integração e adaptação a um meio que vos era estranho e que pretendeu desenvolver em vós a capacidade de transpor obstáculos e dificuldades.

Mas ultrapassar com sucesso este período, teve de ser um ob-jetivo vosso. Se estais aqui, prestes a jurar Bandeira, é porque com a vossa vontade, o atingiram. Ninguém o pode fazer por vós. O papel dos vossos formadores que sempre vos acompanharam, e agora também junto de vós na parada, foi garantir que conse-guíeis atingir esse vosso objetivo.

Formadores do Curso de Formação Básica de Praças!Mais uma vez coube-vos o papel de garantir a continuidade dos padrões de exigência das competências, dos princípios e dos

valores que marcam as diferentes gerações dos formandos que passaram por esta Escola, honrando e dignificando o legado que herdaram dos formadores que vos precederam.

Testemunhei o vosso comprometimento desde o primeiro mo-mento. Executaram a vossa tarefa de forma abnegada e sem aguardarem compensação. Podeis e deveis estar orgulhosos dos resultados alcançados.

Grumetes Recrutas!

Iniciarão em breve um novo ciclo da vossa formação militar-naval e técnica, necessárias para vos dotar das condições de virem a integrar unidades de Fuzileiros e de Mergulhadores. No entanto não vos esperam facilidades. Integrar os melhores dos melhores, exige comprometimento, esforço, vontade e querer alcançar com sucesso o mesmo que tantos outros antes de vós o conseguiram.

No dia 8 de novembro, dei-vos os parabéns pela opção de terem escolhido servir Portugal nas Forças Armadas e na Marinha. Hoje manifesto-vos o orgulho que esta Escola tem por terem alcançado esta fase e por estarem agora disponíveis para dar continuidade ao vosso projeto de vida.

Assim, exorto-vos a pôr em prática os conhecimentos e os valo-res que ao longo destas cinco semanas vos foram transmitidos pelos vossos formadores, para que nos próximos meses logrem concluir com sucesso os cursos que em breve irão iniciar, e assim possam, a seu tempo, reforçar com o vosso valor a componente operacional de uma Marinha reconhecida pela sociedade, e da-rem continuidade ao valioso legado daqueles que nos precede-ram e elevaram bem alto o nome da Marinha e de Portugal.

CFR FZ Pinto CondeComandante do Batalhão de Instrução

e Diretor Técnico-pedagógico da Escola de Fuzileiros

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notícias

8 O DESEMBARQUE • n.º 26 • Março de 2017 • www.associacaodefuzileiros.pt

No dia 21 de Janeiro de 2017, a Associação de Fuzileiros promoveu mais uma noite de fados que, a julgar pela enorme assistência, foi um enorme sucesso.

A sala do Restaurante da Associação foi pequena para as cerca de 180 pessoas que estiveram presentes e que ti-veram a oportunidade de ouvir fados e saborear o jantar e o caldo verde sempre a preceito.

O espectáculo foi apresentado e conduzido pelo nosso cama-rada Parreira que parece que vai refinando, sempre e cada vez mais, os seus bem conhe-cidos dotes de orador e apre-sentador.

Os grupos e famílias presentes tiveram assim a oportunidade de confraternizar num am-biente que é muito nosso, onde quase todos se conhecem ou se fazem novas amizades.

Parabéns ao grupo organiza-dor que soube estar à altura das circunstâncias!

Noite de Fados

Imposição de Boinas a Novos Fuzileiros

No dia 18 de Novembro de 2016, a “Família FZ” aumentou. Não cresceu tanto quanto o necessário mas os que chegaram ao fim abraçaram a causa com o mesmo espírito que norteia todos os Fuzileiros!

Muitos quiseram ser fotografados jun-tamente com os veteranos FZ, sinal de que apreciam o exemplo dos cama-radas mais antigos e que comungam dos mesmos valores de compromisso para com a Pátria, de solidariedade, de camaradagem e de amizade.

Nesta cerimónia foram impostas boinas “azul ferrete” a 2 cadetes da Escola Naval, que agora enriquecem o Quadro de Oficiais Fuzileiros e a 20 Grumetes FZ.

As maiores felicidades para todos.

M. Manso

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notícias

O DESEMBARQUE • n.º 26 • Março de 2017 • www.associacaodefuzileiros.pt

Foi a 18 de Janeiro de 2014 que a nossa Rádio foi para o “ar” pela primeira vez.

Se é verdade que foi criada por mim, não é menos verdade que a cada dia que passa eu sou a pessoa menos influente, devi-do não só à importância que damos a todos os nossos ouvintes, mas muito em especial graças à equipa de locutores que, em 3 meses, conseguimos construir (Victor, Tony, Manel, JotaMen-des, Nelia, Susy e Cláudia). Especial destaque para o António San-tos que, para além de locutor, acaba por ser polivalente na área técnica sendo considerado por todos um apoio de inegável valor. Todos os locutores fazem as suas emissões a partir de casa com simplicidade e facilidade

Somos escutados nos quatro cantos do Mundo: Espanha, Fran-ça, Luxemburgo, Bélgica, Inglaterra, Islândia, Brasil, Austrália, Canadá, Índia, Alemanha, Suíça, Estados Unidos, Japão, Korea, México, Roménia, Itália, Rússia, Venezuela, Argentina, Tanzânia, Uruguai, Liechtenstein e, obviamente, Portugal.

Sugerimos que acessem ao site em www.radiofilhosdaescola.webnode.com. e nos façam uma visita calma e completa. Nele encontrarão os vários links onde pode escutar a Rádio mas tam-bém a pode escutar em directo no player situado na página inicial ou, ainda, aceder à sala de convívio.

Acontece que somos escutados em cerca de 30 Países, temos 8 locutores com emissões regulares; um grupo com muitos mem-bros e estamos 24 horas por dia a emitir boa música.

Não podemos deixar de referir o precioso apoio que recebemos de todos os Filhos da Escola, seus familiares e amigos, muito em especial o espaço que os vários Grupos do Facebook relaciona-dos com a Briosa nos dedicam; Grupo Filhos da Escola, Grupo

Marinha Portuguesa, Grupo Armada no Co-ração, Grupo Filhos da Escola de Jan70 a Out70, Grupo Armada Filhos da Escola, en-tre outros, que desde a primeira hora nos apoiaram.

Temos por objectivo ser mais um ponto de união entre todos os Filhos da Escola.

Sabemos que muito há ainda por fazer mas… vamos em frente.

Manuel Cardoso Silva

Rádio “Filhos da Escola”

Poema alusivo ao 2.º aniversário da Rádio “Filhos Da Escola”

Nós hoje estamos aquiReunidos para almoçarPois queremos com alegriaDois anos comemorar!

Da Rádio Filhos da EscolaVinte e quatro horas no arCom meia dúzia de “carolas”É uma coisa de pasmar!

Eu não os conheço a todosMas tenho ouvido falar…Vamos lá sem mais demoras,Que agora vou começar!

Há o Manuel CardosoEm Águeda residenteSempre, sempre a “NAVEGAR”Para alegrar toda a gente!

A dona Lina de CastroDe Águeda a transmitirE mesmo na “MARÉ ALTA”É um gosto de se ouvir!

E o Luís Lopes nos chegaDe Portimão, sempre a andar,Que vai na “ROTA DO SUL”Só para se bronzear!

E chega de FrankfurtDo Ilídio a transmissãoQue com o seu “MAR DO NORTE”Nos traz paz ao coração

Com o “BOA TARDE MARINHEIRO”De Loures a transmitirO bom do Manuel FranciscoÉ gostoso de se ouvir!

Ainda há o Manuel ParreiraQue é bom comunicadorCom o “MACARÉU” do SeixalA quem eu acho um amor!

E dos lados de Amora-SeixalPor “OUTROS MARES” navegandoO poeta Artur GomesQue é mesmo, mesmo um espanto!

De Peniche o Vítor PereiraCom o “SILÊNCIO DOS SONS”Lá na “terra dos amigos”É um locutor dos bons!

Este não é locutor…É da técnica responsávelChamado António SantosPara todos muito amável!

Temos por fim, o designerQue é o Afonso BrandãoResponsável pela imagemÉ o meu querido irmão!

E embora estes dois últimosNinguém os ouça falarMesmo assim são necessários Para os outros ajudar!

Por isso, aqui, eu queroSem me esquecer de ninguémDesejar-vos longos anosPela vida sempre além!

Cesarina Brandão

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pensamentos&reflexões

10 O DESEMBARQUE • n.º 26 • Março de 2017 • www.associacaodefuzileiros.pt

Ninguém, certamente, se surpreenderá com a constatação de que a ligação operacional entre a componente naval da Marinha e os Fuzileiros tem evoluído de forma significativa

ao longo do tempo. Se se mantivesse estática é que seria de es-tranhar porque o ambiente de segurança ao alterar-se – e tem-se alterado muito – vai impondo adaptações. O que era em África, nas décadas de sessenta e setenta é muito diferente do que é atualmente.

Em África, desenvolvia-se para servir o propósito de dar à Mari-nha um papel direto na luta contra a guerrilha em terra (desta-camentos de fuzileiros especiais) e garantir de uma forma mais profissional a segurança das suas instalações em terra (compa-nhias de fuzileiros navais). Passaram por estas situações 12255 fuzileiros. No entanto, o modo de emprego não era exatamente igual nos três teatros de operações.

A ligação mais estreita entre a Marinha dos navios e os Fuzilei-ros ocorreu na Guiné e a operação, que talvez melhor simbolize este quadro, foi a Operação Tridente em 1964. Foi também uma das de maior dimensão (1100 efetivos) e maior duração (68 dias a viver no mato, ininterruptamente, sem qualquer infraestrutura de apoio, salvo a presença da fragata Nuno Tristão fundeada ao largo para dar assistência ao comando da operação e coordenar o movimento logístico das lanchas de desembarque). Incluiu a par-ticipação de três destacamentos de fuzileiros especiais como eixo central de uma força conjunta que envolveu quatro companhias do Exército, além de outras pequenas unidades (paraquedistas, comandos, sapadores, pelotões de morteiros e de obuses, carre-gadores e guias indígenas) e um forte dispositivo aéreo incluin-do aeronaves para ataque ao solo e aviões de patrulha marítima P2V5 usados para bombardeamento pesado.

A Guiné tinha o tipo de geografia em que melhor se podia tirar partido das capacidades dos fuzileiros em estreita ligação com as unidades navais que garantiam o transporte para o local de ação e recolha no final, eventualmente com apoio de fogos e logístico

pelo meio. A muito extensa rede fluvial, permitindo chegar a qua-se toda a parte por essa via, transformou os rios em vias de aces-so, quando, no entendimento tradicional, são obstáculos difíceis para as forças terrestres. Não se estranhe, por isso, que foi na Guiné onde se verificou o maior emprego de Destacamentos de Fuzileiros Especiais (27), enquanto em Moçambique foram 19 e em Angola 17.

Presentemente, vejo na ligação um âmbito muito mais alargado. Encaro-o como visando complementar as tarefas das unidades navais no cumprimento de três propósitos da Marinha, em que o contributo dos fuzileiros é incontornável. São os seguintes:

Primeiro propósito: manter a segurança marítima na nossa área de interesse como condição para o trânsito livre de mercadorias, pessoas ou produtos de energia de que Portugal precise. Este objetivo processa-se num contexto em que as ameaças princi-pais que o afetam têm, presentemente, uma natureza assimétrica (pirataria, terrorismo, tráficos de diversa natureza, etc.) para cujo combate é essencial o contributo dos fuzileiros. Estou a referir-me a situações que, no geral, requerem que a unidade naval dispo-nha de uma equipa capaz de tomar o controlo da embarcação infratora.

Segundo propósito: garantir a disponibilidade de um elemento orgânico para intervenção em terra a partir do mar, com os fuzi-leiros como elemento central do que hoje se chama capacidade expedicionária para intervir em terra a partir do mar, quer para prestar assistência humanitária, quer para intervir para ajudar a solucionar conflitos. Já abordei este assunto no número 24 – junho de 2016 – desta Revista.

Terceiro propósito: disponibilizar um instrumento militar muito flexível e de elevada prontidão para, a partir das plataformas na-vais, responder ao desafio decorrente do facto de Portugal ter o seu território disperso por três parcelas separadas por mar, implicando esta realidade estar pronto para acudir em caso de necessidade em qualquer lado.

Os Fuzileiros e a Marinha

Alexandre Reis Rodrigues

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pensamentos&reflexões

O DESEMBARQUE • n.º 26 • Março de 2017 • www.associacaodefuzileiros.pt

Malgrado esta evolução da ligação operacional navios-fuzileiros, a sua essência e características distintivas mantêm-se sem alteração, não sujei-tas às contingências de determinada situação. Tem uma natureza basica-mente cultural que se reflete na forma de estar, numa terminologia própria e numa base de valores que perdura para além do tempo. É algo que ema-na, em primeira instância, da Marinha, onde os fuzileiros se integram como uma das suas partes, situação que foi sintetizada numa expressão que fez história: o binómio Marinha-Fuzileiros, querendo a palavra binómio exprimir precisamente a ideia de duas partes unidas por uma ligação inseparável e complementar.

O seu elemento-chave é o mar e os desafios que este levanta, como ambiente onde só se aprende com continuada experiência mas onde, mesmo assim, nunca se sabe tudo. Ou seja, um teatro onde não só não se pode falar de situações sem riscos como em que há que estar preparado para imprevistas lutas desiguais quando a natureza se torna adversa.

É um desafio comum a marinheiros e fuzileiros, mas estes últi-mos têm uma situação singular. Constituem o caso único de uma força que tem que responder ao requisito de se manter preparada para operar indistintamente tanto em terra como no mar, dois ambientes totalmente diferentes e em que a transição de um para outro, qualquer que seja o sentido, tende a ser sempre de elevada exigência.

Trata-se de um tipo de emprego operacional que apela mais à qualidade do que à quantidade. Implica uma forma de trabalho em que o que conta não são apenas os atributos pessoais de cada membro do grupo, mas também, sobretudo, os atributos do coletivo, segundo a ideia de que trabalhar em equipa não re-presenta apenas uma vantagem que é preciso explorar para tirar o maior rendimento. É uma exigência de sobrevivência que deve ser servida por um sentido de comunidade, conforme a expressão “todos no mesmo barco” muito bem resume.

É este tipo de emprego operacional que é, em grande parte, res-ponsável pela identidade muito própria dos fuzileiros, algo de que se fala pouco mas que é muito relevante como seu elemento dis-tintivo entre as forças congéneres, portanto, uma mais-valia cuja

vitalidade e dinâmica interessa aos próprios e à Marinha conso-lidar. Só há uma forma de o fazer, parece-me a mim. Conhecer bem e cultivar as raízes dessa identidade. Foi este o principal propósito deste artigo.

Alexandre Reis RodriguesSócio n.º 587

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12 O DESEMBARQUE • n.º 26 • Março de 2017 • www.associacaodefuzileiros.pt

contos&narrativas

Nada tinham que ver um com o outro. Um em Lisboa, o Istambul, algures para os lados do Intendente, e o Oá-

sis, em Bissau, na primeira esquina do lado direito, na rua contígua à entrada principal das INAB para quem resolvesse virar ime-diatamente à esquerda.

Mas dizer que nada tinham que ver um com o outro é mais uma força de expres-são baseada na distância entre ambos, uns 4 mil kms, mais ou menos, que, na realidade, medravam no mesmo ramo de negócio: petiscos. No Istambul servi-dos por cachopas discretas de mais para clientes de olhares esfomeados e calores esbraseados, bem pagos, os petiscos, no Oásis, mais modestos, os petiscos, como é óbvio, acompanhados de loirinhas bem frescas a regar os pires a transbordar de camarões do Biombo, ou, no tempo delas, de saborosas ostras ao natural, deixadas pelos próprios donos nas mesas à sombra fresca das palmeiras. Ao fim e ao cabo, minudências, para terem que ver alguma coisa um com o outro, o Istambul e o Oásis.

E não tinham, não fosse a figura insuspeita do marinheiro Lopicos, um transmontano baixote, seco, curvado, um poço de força. Talvez Lopicos, também, nada mais fosse do que uma abreviatura, um mimo, por-ventura, sei lá… mas era de uma lealdade a toda a prova, comprovada, se sério, pou-co bebido, digo eu, cego quando os etílicos vapores lhe começavam a esquentar a ca-beça e a nublar a vista.

Como curiosidade informe-se que passou a Comissão a escapar por entre os dedos do Comandante da Unidade a uma porrada anunciada à nascença, por culpa agravada do Istambul, ou melhor, das “garinas” do Istambul.

Bem…

Decorriam pacatamente os primeiros dias da constituição da Companhia de Fuzilei-ros destinada à Guiné, ia o ano de 1970 a meio, com o Marinheiro E afadigado na recepção e controle do pessoal, a chegar aos bochechos todos os dias, quando o Comandante o chamou, isto na Força de Fuzileiros do Continente, e lhe entregou um caderno de capas verdes, artisticamente alinhavado, como ele nunca tinha visto, com a recomendação de que procedesse às recolhas necessárias e suficientes para o apuramento dos factos e consequente

O Istambul e o Oásis

Elísio Carmona

Raul

Sou

sa M

acha

do

sentença, ou arquivamento se fosse esse o caso, o que não deixava de ser na mesma uma sentença.

– Mas eu não percebo nada disso, Coman-dante, nem faço a mínima ideia do que fa-zer, atreveu-se o Marinheiro E.

– Fale com os Serviços Jurídicos, que eles ajudam-no no que for necessário, acres-centou o Comandante, que se foi, resmun-gando ainda, por entre os dentes, “quero isso resolvido o mais rapidamente possí-vel…”

O Marinheiro E abriu o verdoso cardernito, por sinal bem magrinho, para aquilo que se pudesse imaginar, leu o conteúdo e ve-rificou que se tratava de uma queixa, apre-sentada pelo dono, ou o gerente, do Istam-bul, sobre os desacatos cometidos naquele estabelecimento por 3 marujos, apontando as baterias para um baixote, mal ou bem identificado, o Lopicos, pelos vistos rês já com atributos sobejamente qualificados.

“Pernas a caminho”, pensou o Marinheiro E, que o melhor é conhecer e questionar, em primeiro lugar, a criatura em causa. Ia por um, o Lopicos, na altura o Lopes, e pescou logo mais 2, o Trinta e o Setenta e Um, pelos vistos amigos dos 7 costados e das encrencas.

– Isso é o quê, Senhor Tenente?

– Um auto em que és o visado!

– E vai fazer o quê com isso?, perguntou o Lopicos, como se o “isso” fosse menos do que sorver um copo de água fresca.

– O que vou fazeeeer? Vou fazer o que o Comandante mandou, nãâooo!? Saber da estória, recolher os testemunhos, os vos-sos e os dos queixosos, e sentenciar.

– O Senhor sabe ao menos onde fica a Tasca?

– Pergunto, não!?, não há-de ser difícil dar com ela…

– Olhe que é um local muito perigoooso… Ó Senhor Tenente, vou dar-lhe um conse-lho, posso?

– Diz lá

– Meta isso na gaveta, esqueça-se, e nós prometemos contar tudo tim tim por tim tim, na condição de não toma notas ne-nhumas, vale!!!???... Isto num misto de exclamação e interrogação.

O Marinheiro E arregalou os olhos, abanou a cabeça e…

– Bom, vamos lá então escutar a vossa versão dos acontecimentos…

Começou o Lopicos, – que os outros 2 só acenavam “que sim” com a cabeça:– Sabe o Senhor qual é a nossa especia-lidade? Entramos numa casa dessas, su-ponhamos que o Istambul, as raparigas nem nos interessam, o que nos interessa é o chulo, esperamos que responda à pro-vocação, cresce para nós, leva logo com uma cadeira na cabeça para começar o desatino e desfaz-se a casa em menos de um fósforo. Entretanto o Setenta e Um vai à cabine telefónica mais próxima, chama o 112 e ajuda a meter o pessoal destroça-do na ambulância, enquanto eu e o Trinta, mãos nos bolsos e a assobiar, assistimos à cena do outro lado da rua.

Aqui já tudo no Marinheiro E estava assim: os ouvidos zuniam, os olhos eram maiores do que a maior das escoltilhas do S. Gabriel, a boca num ó…

Raul

Sou

sa M

acha

do

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contos&narrativas

O DESEMBARQUE • n.º 26 • Março de 2017 • www.associacaodefuzileiros.pt

– E foi isso que aconteceu no Istambul - articulou?

– Sem tirar nem pôr. Desfizemos a mobília ao som dos ais das moças e dos uis das mossas dos cab**** a chularia.

– Ó diabo, e então agora o que é que eu faço?

– Então, agora que já sabe a estória toda, como combinámos, auto na gaveta, ou no arquivo geral, e toca a andar que se faz tarde…

E foi o que aconteceu de rajada. O verde livrito entrou na fase de banho-maria à espera do esquecimento do Comandan-te. Que, como era de imaginar, distraído com as tarefas da Unidade, nunca mais se lembrou de Auto algum, que até teve o privilégio de uma viagem até Bissau, claro, esquecido na mala do Marinheiro E.

Mas um belo dia, já no ano seguinte, numa tarde abafada, como eram as de Bissau por aquelas alturas, a lebre saltou da cama, levantada desde Lisboa por alguém que queria saber do caso.– Olhe lá, lembra-se de um processo…?, inquiriu o Comandante.– Lembro, sim senhor, está na gaveta…– Agooraaa!... De Lisboa querem isso re-solvido e rapidamente, homem!!!…

Questionados os respectivos Serviços em Bissau, depois de estudado o assunto pelo camarada causídico, amigo do Marinheiro E, acordou-se meter por mais uns tempos o dito cujo na toca e só de lá sair depois das prescrições dos prazos, das queixas e dos envolvidos, conforme constou da sentença lavrada de punho próprio: “Arquive-se por falta de provas” – o que nem era mentira, que as cadeiras e as mesas tinham sido reparadas e as equimoses desaparecido com o tempo, que, como diz o povo, “cura tudo”…

A vida entretanto foi correndo, seguindo-se as épocas de Serviço Interno e a de Serviço Externo, que punha fim, por assim dizer, à Comissão, dever cumprido, rematada por

um mês de preparação para a recepção da nova Unidade e programação do merecido regresso.

Foi num destes dias que, ao almoço, o Comandante se abeirou da mesa onde o Marinheiro E matava a fome e disparou perante o espanto de todos, “o Lopicos está de serviço, detido, no Portão de Ar-mas; veja a ocorrência no Gabinete do Ofi-cial de Dia; quero saber agora como é que o safa desta!…”, e virou costas ríspido, tão desconforme que os restantes camaradas até se chegaram para trás nas cadeiras e perguntaram, meio preocupados, “aconte-ceu o quê?”.

Finda a refeição, com a maior das discri-ções, o Marinheiro E dirigiu-se ao Livro de Ocorrências e leu e releu a queixa. Abei-rou-se do Posto de Sentinela e antes que pudesse perguntar fosse o que fosse ouviu do Lopicos o pedido seguinte, em surdina:

– “Sr. Tenente, preciso, só preciso, de 10 minutos para resolver o assunto”.

– A que horas sais do Posto?

– Às 4.

– Estarei aqui a controlar…

Passado o serviço ao camarada desandou discretamente pelo passeio do lado es-querdo e regressou, para espanto do Mari-nheiro E, ainda antes de esgotado o tempo que tinha anunciado.

– Obrigado!...

Foi a única coisa que o Lopicos proferiu, de passagem, como se de um cumprimento trivialíssimo se tratasse. E tudo regressou à quietude do costume.

NOTA FINAL

Da ocorrência constava que na véspera, ao fim da tarde, em boa companhia, os do costume, com toda a certeza, já bebidos e com os cérebros a fervilhar, a caminho das INAB, ali tão perto à mão de semear, entraram no Oásis e pediram umas cerve-jas fresquinhas. Como o Lopicos era o mais desconcertado, o homem, paternalmente,

atreveu-se a passar bons conselhos, “veja lá, senhor, já leva essa carga toda, vai fazer-lhe mal, vá para o quartel e deite-se, amanhã venha cá que lhe vendo todas as cervejas que quiser…”. Não teve tempo para mais, que o Lopicos lançou o braço por cima do balcão envidraçado, deitou as mãos ao pescoço do dono, esfarrapou--lhe a camisa, partiu uma cadeira e uma mesa e só parou ali porque os camaradas o dominaram e conduziram a bom porto. A queixa era a mínima atitude que o dono do estabelecimento podia tomar. E o castigo merecido anunciou-se…

Ao jantar, para espanto dos mesmos par-ceiros, voltou a aparecer o Comandante, que não cabia nele, de furibundo, e voci-ferou “você é um gajo f*****, já safou o Lo-picos outra vez!!!....”. E desapareceu ainda mais depressa do que tinha chegado, an-tes que o Marinheiro E pudesse ter dito, ao menos, “eeuuuu…?”

O que aconteceu naqueles 10 minutos cruciais? Ah, o Lopicos dirigiu-se ao es-tabelecimento, pediu desculpas ao dono, visivelmente arrependido, disposto a pagar todos os estragos que o homem apurasse e solicitou, encarecidamente, que se reti-rasse a queixa. Tinha a caderneta limpa e podia ficar com a vida estragada. Como o homem começou por torcer o nariz, o Lopi-cos antes de sair ameaçou “eu fico com a caderneta suja, mas conte os dias, porque não ficará cá para saber que castigo me aplicaram”. E foi um alívio para o Lopicos, quando, no seu posto de sentinela, instan-tes depois o viu passar com uma piscadela de olhos e sorriso conspícuo nos lábios. Então, pensou, “já estou safo”.

No Gabinete do Oficial de Dia redigiu-se a ocorrência que anulava a queixa anterior, abdicando o homem, até, de qualquer re-paração por parte do referido marinheiro. Para grande danação do Comandante da Unidade…

Marinheiro E*

*O Marinheiro “E” é o Sócio Originário n.º 1542, Oficial FZ RN que integrou os efectivos da CFZ 11 e que cumpriu uma comissão de serviço na Guiné nos anos 1971/1972.

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almoço de natal

14 O DESEMBARQUE • n.º 26 • Março de 2017 • www.associacaodefuzileiros.pt

O almoço de Natal da Associação de Fuzileiros de 2016, rea-lizou-se a 10 de Dezembro e teve lugar no Restaurante “Quinta da Alegria” – na Penalva.

A capacidade do restaurante foi satisfatória mesmo tendo em conta o elevado numero de sócios que quiseram estar presentes neste encontro anual desta outra família que é a nossa Associa-ção.

O serviço de almoço, julgamos ter correspondido às expectativas, principalmente no que se refere às “entradas”. Os variadíssimos acepipes foram servidos em amplo espaço aberto que proporcio-nou um excelente convívio entre todos e permitiu, aos que vieram de mais longe, irem chegando calmamente e logo compensar as energias!

Evidentemente que o nosso “Almoço de Natal” não se esgota nes-te que se realiza habitualmente nas proximidades da nossa sede.

É replicado nos Almoços de Natal organizados pelas nossas Dele-gações do Douro Litoral, de Juromenha/Elvas e do Algarve. Sabe-mos que estes tiveram igualmente muita adesão e que decorre-ram com igual elevação.

Cabe aqui uma palavra de apreço às Direcções das Delegações que se esforçam para que a celebração deste evento festivo, sirva de catalizador para o incremento da camaradagem e da amizade que reina entre todos os sócios da AFZ e seus familiares e amigos.

Uma palavra também para todos os nossos sócios que, desejando estar presentes, o não puderam fazer por razões de saúde ou outras dificuldades que os impediram de cá estar.

Um abraço solidário para todos!

Um agradecimento também aos distintos convidados, civis e mi-litares, que quiseram estar connosco neste dia.

Permitimo-nos destacar a presença amiga do senhor Presidente da Câmara do Barreiro e de outras entidades autárquicas.

Na ocasião o Sr. Presidente da Associação, CMG José Ruivo, teve oportunidade de saudar todos o presentes e desejar-lhes um Bom Natal e um Feliz Ano Novo.

Tudo decorria dentro da normalidade até que o Parreira, no seu estilo habitual, assumiu o controlo das operações e… lá vai mais um sorteio, uma anedota, uma actuação dos animadores musi-cais… um pé de dança e termina a festa.

Entretanto foi entoado em coro o Hino da nossa Associação segui-do do Grito do Fuzileiro.

Soltam-se os abraços de despedida e até para o ano.

Almoço de Natal 2016

Quinta da Alegria, 10 de Dezembro de 2016

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almoço de natal

15O DESEMBARQUE • n.º 26 • Março de 2017 • www.associacaodefuzileiros.pt

Agradecimentos:

Cumpre-nos agradecer especial-mente a todas as pessoas que mais directamente se envolveram na or-ganização e realização do evento, em todas as suas envolventes, e cuja colaboração foi decisiva para que tudo tivesse corrido bem.

Muito obrigado.A Direcção

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corpo de fuzileiros

16 O DESEMBARQUE • n.º 26 • Março de 2017 • www.associacaodefuzileiros.pt

O comodoro Jorge Manuel Nobre de Sousa assumiu o Coman-do do Corpo de Fuzileiros em 17 de Outubro passado, na Escola de Fuzileiros. Em cerimónia presidida pelo Coman-

dante Naval, vice-almirante Sousa Pereira, estiveram presentes o Presidente da Câmara Municipal do Barreiro e altas entidades militares e civis da região.

Na parada almirante Armando Júlio de Reboredo e Silva as forças em parada, comandadas pelo segundo-comandante do Corpo de Fuzileiros, capitão-de-mar-e-guerra Fuzileiro Teixeira Moreira, constituíam a expressão viva da nova estrutura organizacional re-sultante da reestruturação do Corpo de Fuzileiros, Evoluíram des-filando, em marcha ordinária, as componentes de formação e de apoio administrativo-logístico e, em marcha acelerada, a compo-nente operacional, segundo os vetores de atuação das Forças de Fuzileiros: proteção de força, operações especiais e projeção an-fíbia. A cerimónia envolveu ainda a imposição da Medalha Militar de Comportamento Exemplar a militares que prestaram e prestam serviço no Corpo de Fuzileiros, que viram assim publicamente re-conhecida a sua exemplar conduta moral e disciplinar, zelo pelo serviço e comprovado espírito de lealdade, atributos manifesta-dos ao longo da carreira.

Após ter recebido das mãos do vice-almirante Comandante Naval o Estandarte do Corpo de Fuzileiros, na sua alocução, o Coman-dante do Corpo de Fuzileiros afirmou estar ciente dos deveres e responsabilidades que o Comando comporta, designadamente os do cumprimento da missão e o inalienável dever de tutela, tendo ainda manifestado o sentimento de privilégio e honra por merecer a confiança do almirante Chefe do Estado-Maior da Armada para o exercício do cargo assumido. Sublinhou ainda que acrescia, pelo fato de se tratar do Corpo de Fuzileiros, o dever “… de hon-rar, permanentemente, um legado ímpar de lustre nos serviços prestados à Nação e de respeitar a memória de todos aqueles que serviram abnegadamente como Fuzileiros”.

Dirigindo-se a todos os que prestam serviço no Corpo de Fuzilei-ros exortou-os “…a que a nossa atuação se reja pelo propósito de cumprir bem e sem alardes, honrando as melhores tradições Marinheiras!” e que se reafirme “…o contributo dos Fuzileiros

para que a Marinha se continue a cumprir no Mar e a partir do Mar para a terra.”. Reconhecendo que o atual quadro transformação é vital para a afirmação da relevância dos Fuzileiros, definiu as prioridades da sua ação de Comando: ”… assegurar que a trans-formação se faz com as pessoas; assegurar que a transformação é compreendida e apoiada pelos diferentes elementos orgânicos da estrutura de comando e de administração superior da Marinha; e, assegurar que da transformação resultará uma acrescida inte-gração dos Fuzileiros na Esquadra.”.

Fazendo uso da palavra o VALM Sousa Pereira sublinhou que o novo CCF terá nele todo o apoio institucional que precisa para liderar o Corpo de Fuzileiros nos desafios que se apresentarem, designadamente os que decorrem da adaptação em curso. Que terá em seu apoio um Corpo de militares disciplinados, leais, que honram a boina azul ferrete, prestigiam o botão de âncora, e que professam uma cultura de bem-servir e elevados valores morais, éticos, sociais e profissionais que os distinguem aos olhos dos seus concidadãos. São depositários de um legado de serviços distintos em prol de Portugal que gera na sociedade um enor-me respeito, consideração e admiração que só assim se pode compreender que “... embora as mudanças tenham sido signi-ficativas e muito profundas, envolvendo também a alteração das mentalidades, foram efetivamente concretizadas num espaço de tempo muito curto. Isto porque se preservou o caráter identitário da organização e porque o grande propósito, entendido por todos, foi o de valorizar aquela que é a razão de ser dos Fuzileiros: a componente operacional e que … conseguir chegar aqui, num tão curto espaço de tempo, foi a forma dos fuzileiros mostrarem que não rejeitam nenhum desafio e uma prova daquilo que são capazes.”.

A cerimónia terminou com o desfile das forças em parada seguin-do-se um Almoço na Messe de Oficiais.

Entrega de Comandodo Corpo de Fuzileiros

17 de Outubro de 2016

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corpo de fuzileiros

17O DESEMBARQUE • n.º 26 • Março de 2017 • www.associacaodefuzileiros.pt

BIOGRAFIA

O Comodoro Jorge Manuel Nobre de Sou-sa é, desde 17 de Outubro de 2016, o 13.º Comandante do Corpo de Fuzileiros.

Nascido em 1963, ingressou na Escola Naval em 1981, foi promovido a Guarda--marinha em 1987 e ascendeu ao seu actual posto em 2016.

Especializado em Armas Submarinas, embarcou como Imediato nos patrulhas Cacine e Cunene, como Chefe de Serviço nas fragatas Comandante Roberto Ivens e Corte-Real, como Imediato e Oficial de Operações na corveta Baptista de Andrade e como Oficial de Operações na fragata Corte-Real.

Desempenhou também funções no esta-do-maior da Força Naval Portuguesa. Na sua última comissão de embarque coman-dou a fragata Álvares Cabral.

Durante as comissões de embarque in-tegrou, no quadro da NATO, por quatro vezes a STANDING NAVAL FORCE ATLAN-TIC, com empenhamentos nas operações SHARP GUARD e ACTIVE ENDEAVOUR, ambas a bordo de navios-almirante, e o STANDING NATO MARITIME GROUP 1, com empenhamento na operação OCEAN

SHIELD, enquanto flag-captain. No quadro da União da Europa Ocidental (UEO), par-ticipou na operação �SHARP VIGILANCE� e, no âmbito nacional, na operação CRUZEI-RO DO SUL.

Em terra, serviu no Gabinete do Chefe do Estado-Maior da Armada, no Serviço de Informação e Relações Públicas, no Cen-tro de Instrução de Táctica Naval, sendo responsável no Gabinete de Análise De-senvolvimento e Treino pela área de luta Anti-Submarina, e no Comando Naval como Chefe da Divisão de Comunicações e Sistemas de Informação e da Divisão de Operações e, posteriormente, como Chefe do Estado-Maior.

Prestou igualmente serviço na Divisão de Planeamento do Estado-Maior da Armada, como Oficial Adjunto para o Planeamen-to Estratégico e de Forças, e no NATO HQ Supreme Allied Command Transformation, em Norfolk, como Branch Head Operatio-nal Command and Control.

Ao longo da sua carreira, foi agraciado com a medalha da Ordem Militar de Avis, com medalhas militares de Serviços Dis-tintos, de Mérito Militar, da Cruz Naval, de

Comportamento Exemplar, e com meda-lhas evocativas de operações da NATO e da UEO.

O Comodoro Nobre de Sousa é casado com Marta Barroso Sousa, e tem um filho, Tomás.

Revista “O Desembarque”

Caros Sócios, Camaradas, Amigos e Colaboradores Permanentes,

Antes de mais cumpre agradecer a pronta resposta que vem sendo dada pelos nossos colaboradores mais efectivos e a de todos quantos, embora menos regularmete, nos enviam textos para publicação.

Só assim se torna possível manter a edição de “O Desembarque” com a regularidade e qualidade que pretendemos.

Mais uma vez recomendamos que os textos devem ser remetidos via correio electrónico, em documento “Word” e as fotografias (se possível legendadas) deverão possuir qualidade gráfica e enviadas como anexos e não já integradas nos textos.

Os artigos (cartas ao Director, notícias, crónicas, lendas e narrativas, opinião, cultura e memória, pequenas histórias, poesia, etc., etc.) serão publicados se a Direcção da AFZ e a Redacção de “O Desembarque” considerarem que têm qualidade e estiverem de acordo com a sua linha editorial, sem prejuízo de os textos poderem ser revistos, adaptados e reduzidos se os respectivos autores, expressamente, a tal se não opuserem, quando da remessa dos seus artigos.

No caso de, na Redacção da revista, se juntar um número de trabalhos que ultrapasse a dimensão de “O Desembarque” (em princípio, 52 páginas) publicar-se-ão os artigos pela ordem de entrada ou dos registos dos acontecimentos, se a qualidade for considerada equivalente, designadamente, no caso de relatos de convívios ou encontros de que disponhamos de textos e fotos, nas condições de qualidade já definidas.

Quanto às Delegações, torna-se imprescindível a sua colaboração atempada, enviando fotos (com qualidade gráfica) dos eventos da sua responsabilidade, acompanhadas de um texto simples e sintético mas que permita aos responsáveis pela edição/publicação da Revista perceberem, minimamente, o evento, ou seja: identificação das Entidades e outros convidados presentes; estimativa total de presenças; impacto do evento na Região/Delegação/AFZ; entre outros aspectos que entendam, por bem, deverem ser tornados públicos.

Contamos com todos!

A Direcção da AFZ e Redacção de “O Desembarque”

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18 O DESEMBARQUE • n.º 26 • Março de 2017 • www.associacaodefuzileiros.pt

corpo de fuzileiros

A Marinha participou na Operação CORYMBE 134 com quatro observa-dores do Corpo de Fuzileiros.

Com início em agosto de 2016 e término no passado dia 07 de novembro de 2016, a CORYMBE 134 foi executada pela mari-nha francesa com recurso ao L9015 Na-vio de Projeção e Comando (Bâtiment de Projection et de Commandement - BPC) DIXMUDE e ao F795 Aviso (patrouilleur de haute-mer) Commandant Ducuing.

As Operações da série CORYMBE, que re-montam à década de 90 e têm vindo a ser executadas sem interrupções desde então, almejam alcançar três grandes objetivos: a salvaguarda dos interesses franceses no Golfo da Guiné (Gulf of Gui-nea - GoG); cooperar com as marinhas dos países ribeirinhos da região procu-rando aumentar a segurança marítima; e reforçar a presença permanente que a França mantém em bases no Gabão, na Costa do Marfim e no Senegal.

OperaçãoCORYMBE 134

Agosto a Novembro de 2016

Os navios que participam nestas Opera-ções estão também preparados para exe-cutar evacuações de não-combatentes, mormente da diáspora francesa residente na região.

A CORYMBE 134 em particular desen-volveu as suas atividades de coopera-ção com os seguintes países: Costa do Marfim, Gabão, Gana, Guiné Equatorial, Guiné-Conakry, Nigéria, Senegal e Togo.

Os observadores do Corpo de Fuzileiros embarcaram em Abidjan (Costa do Mar-fim), no BPC DIXMUDE, a apenas um mês do fim da missão, a fim de averiguar a aceitabilidade, adequabilidade e exequi-bilidade do Acordo Técnico bilateral que está a ser estudado no sentido de possi-bilitar o embarque de Forças Portuguesas em navios franceses e vice-versa.

Tendo sido totalmente integrados na vida a bordo e realizado inúmeras atividades, particularmente com os elementos da

FORFUSCO (Force Maritime des Fusiliers Marins et Commandos Marine) embarca-dos, tais como: participação no dispositivo de segurança ao navio enquanto atracado nos diversos portos; integração no dispo-sitivo de proteção ao navio em navegação em águas restritas, entrada e saída dos portos efetuada com recurso a lanchas rápidas ECUME (Embarcation Commando à Usage Multiple Embarcable) e a lanchas de desembarque CTM (Chaland de Trans-port de Matériel); participação nas ações de treino e instrução a bordo, especial-mente nas de tiro, de procedimentos de abordagem, de busca e revista a compar-timentos e nas de treino físico e combate corpo-a-corpo; execução dos exercícios anfíbios; participação num cross-training com a equipa de proteção do HMS Gold Rover, constituída por elementos do “45 Royal Marines Commando”; e, ainda, acompanhamento das ações de represen-tação, por exemplo nas diversas receções e cocktails preparados a bordo.

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19O DESEMBARQUE • n.º 26 • Março de 2017 • www.associacaodefuzileiros.pt

Presididas pelo Comandante do Corpo de Fuzileiros (CCF), realizaram-se nos passados dias 28 de outubro e 28 de

novembro, no Salão Nobre do Corpo de Fuzileiros (CF), duas cerimónias a assina-lar a passagem à reserva de 66 militares que prestavam serviço no CF.

As cerimónias encerraram um profundo significado num momento em que aqueles militares cessavam o seu vínculo à vida militar ativa, culminando uma carreira de serviço dedicado ao CF e à Marinha.

Marinheiros e Fuzileiros, briosos das suas fardas, viram assim assinalados aqueles momentos, de forma singela mas marcan-te, como é timbre da Marinha.

Numas breves palavras, o CCF referiu es-tarem reunidos, em ambos os eventos, “mais de dois mil anos” de serviço, expe-

“Mais de 2000 Anos de Experiência”Passagem à situação de reserva de militares

do Corpo de Fuzileiros

Desta atividades merece destaque a realização do raid anfíbio ao “centro de comunicações” da Ilha de Tamara (Arquipélago de Los, ao largo da Guiné-Conakry) que viu a sua marcha de exfil-tração bloqueada por mais de cinquenta crianças… ficámos a saber, mais tarde, que a “emboscada” havia sido planeada pelo diretor da escola local (École Primaire Christian Begue de Fotoba), pois, tendo tido notícia da presença de militares do FS Dixmude na Ilha, fez questão de lhes prestar as merecidas honras, porque em 2014 a guarnição do Dixmude efetuou uma ação de Coopera-ção Civil-Militar nessa mesma escola, melhorando as suas condi-ções de habitabilidade.

A Operação CORYMBE continua. A sua 135.ª edição será cumpri-da pela F733 Fragata Ventose. O Dixmude já se dirige para a sua base em Toulon, tendo prevista uma última escala no Mindelo (Cabo Verde).

EM CCF

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20 O DESEMBARQUE • n.º 26 • Março de 2017 • www.associacaodefuzileiros.pt

Decorreu no dia 7 de dezembro de 2016 um intercâmbio entre uma For-ça dos United States Marine Corps

(USMC) embarcada no USS Whidbey Is-land e a Força de Fuzileiros n.º 2 (FFZ2).

Este intercâmbio iniciou-se na manhã desse dia, no navio USS Whidbey Island atracado no porto de Lisboa, com um Dis-positivo Operacional Estático (DOE) mon-tado a bordo pela Força dos USMC.

O DOE demonstrou as capacidades de armamento, equipamento e viaturas do pelotão de infantaria do pelotão de mortei-ros, bem como do pelotão de Amphibious Assault Vehicles (AAV). Permitiu também tomar contacto com a organização opera-cional dos pelotões acima descritos e os meios que estes têm à sua disposição.

Finalizado o DOE seguiram-se, na Escola de Fuzileiros, atividades de cross-training entre o USMC e a FFZ2.

Estas atividades ficaram à responsabili-dade da FFZ2 e incluíram uma visita ao Museu do Fuzileiro, um pequeno DOE de

armamento e material do pelotão de ma-nobra, realização da pista de lodo, realiza-ção de fast-rope a partir da torre anfíbia e, por fim, uma estação dirigida pelo USMC de luta de corpo-a-corpo.

O intercâmbio terminou pelas 17:30 com o acompanhamento do contingente do USMC de volta ao navio USS Whidbey Is-land.

Estas atividades permitiram, à semelhan-ça do passado, estreitar laços de coopera-ção, trocar experiências e conhecimentos entre o USMC e os Fuzileiros, o que fez dele um intercâmbio bastante proveitoso para ambas as forças.

Esteves PachecoGMAR FZ

Intercâmbio entre Fuzileiros Portugueses e Americanos

7 de Dezembro de 2016

riência e conhecimento que ajudaram o CF e a Marinha a cumprir as suas missões, testemunhando-se um momento de tran-sição dos ciclos da vida, de passagem de testemunho. Agradeceu por isso aos mili-tares presentes o serviço prestado ao CF, assegurando que o seu legado e exemplo seriam transmitidos às novas gerações.

As cerimónias terminaram com um “Por-to-de-Honra”.

Sócio da AFZParticipa, colabora e mantém

as tuas quotas em dia.

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crónicas

O DESEMBARQUE • n.º 26 • Março de 2017 • www.associacaodefuzileiros.pt

Grandes Figuras da História

O Infante D. HenriqueJosé Horta

O Infante D. Henrique é uma das mais relevantes figuras da História de Portugal! Tendo vivido nos séculos XIV e XV, foi ele o grande impulsionador dessa epopeia que foram os Descobrimentos Portugueses, um dos projectos mais notáveis da

História da Humanidade e uma grande glória na História duma pequena Nação, como Portugal, situado a oeste da Europa, o que ao tempo era entendido como o extremo do mundo conhecido.

O Infante nasceu na cidade do Porto, a 4 de Março do ano de 1384 e morreu em Sagres, no ano de 1460, no dia 13 de Novembro. Era o 5.º filho de D. João I, rei de Portugal, do seu casamento com D. Filipa de Lencastre. D. João I, também conhecido como “Mestre D’ Avis”, foi o primeiro rei da 2ª dinastia, também denominada dinastia de Avis ou Joani-na e tinha o cognome de “o rei da Boa Memória”.

Apesar do cognome de “O Navegador”, o Infante nunca sulcou os mares, nem como na-vegante, nem como descobridor. Enfrentou, sim, as ondas do mar, apenas no trajecto das suas expedições militares ao norte de África. Não deixa, contudo, o nome de lhe assentar com justiça, pois a ele se deve o 1.º e grande impulso e incitamento às grandes navega-ções que tanto contribuíram para um dos maiores avanços civilizacionais no século XV e que ampliaram, na época, o conhecimento do mundo.

Eram 3 as grandes motivações do Infante D. Henrique:

1 – As de ordem religiosa, difundindo a fé cristã;

2 – As de interesse comercial, estabelecendo contactos;

3 – As de interesse científico, alargando o conhecimento da terra e dos mares.

Segundo Oliveira Martins, era firme propósito do Infante, como que uma ideia fixa, cha-mar a Portugal o comércio do Oriente que então passava por Ceuta, tendo mesmo en-trado em tratos com os genoveses com o intuito de se estabelecer uma feitoria na vila de Sagres com franquia de comércio. Este projecto, no entanto, não foi avante dada a relativa proximidade de Lisboa e de esta ser ou se tornar em breve, um importante en-treposto comercial.

Também na altura, Lagos, ali bem perto, se posicionava como baía concorrente. Com efeito, Lagos viria, a breve trecho, a tornar-se o centro das navegações africanas. Tam-bém Lisboa, como já referido, viria a chamar a si o empório do comércio ultramarino.

A fama do Infante D. Henrique espalhou-se pela Europa. Eram muitos os estrangeiros, vindos de muitas nações, que chegavam a Lisboa ávidos de mar e de aventuras. Vinham pedir emprego e embarque nas nossas caravelas.

Dom Henrique era um dos melhores matemáticos e cosmógrafos do seu tempo. Desen-volveu o conhecimento e protegeu a Universidade. Foi um grande percursor das ciências, empolgado pelos relatos do irmão D. Pedro que, durante 12 anos, havia viajado pela Europa e pela Ásia. No ano da sua morte (1460), foi-lhe atribuído o título de “Protector dos Estudos em Portugal”, mercê esta, confirmada por carta de 12 de Setembro desse mesmo ano.

Dom Henrique aplicou, de forma útil e eficaz, o astrolábio à navegação. A ele se deve o invento e introdução das cartas planas.

Foi, sem dúvida, um dos vultos mais brilhantes da história da Idade Média e o Homem que simboliza para a História, a glória dos Descobrimentos.

Era Grão-Mestre da Ordem de Cristo, Duque de Viseu, Fronteiro Mor de Leiria, Cavaleiro da Ordem da Jarreteira de Inglaterra, Senhor da Covilhã, de Lagos, de Sagres e do Algar-ve de cujo reino foi governador perpétuo.

Dom Henrique foi armado cavaleiro aos 21 anos por seu pai, el-rei D. João I, juntamente com os irmãos, D Duarte, futuro rei, e D. Pedro, sendo este acontecimento religioso e de grande solenidade, acompanhado de festas públicas de grande monta, segundo o costume da época.

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Mas os sonhos guerreiros do Infante eram bem maiores e a inclinação para os feitos de armas levou-o e aos irmãos, a acom-panhar seu pai na tomada de Ceuta, na altura a maior e mais bem guarnecida das praças de toda a Mauritânia.

Assim, a 21 de Agosto de 1415, após renhida batalha, Portugal toma para si a praça de Ceuta onde os infantes se nota-

bilizaram pelo fervor no combate, tendo sido D. Henrique o que mais se distinguiu no campo da batalha como guerreiro e militar, tendo sido mesmo o primeiro a desembarcar no comando duma, ainda incipiente, força anfíbia. Em consequência da bravura revelada por D. Henrique, seu pai decidiu torná-lo Cavaleiro da Ordem de Cristo o que veio a ocorrer a 25 de Agosto desse mesmo ano.

No dia 2 de Setembro e no regresso a Portugal, a Armada fundeou em Tavira no meio de jubilosas aclamações populares. D. João I decide aí remunerar o valor e o grande serviço prestado pelos Infantes, tendo conferido a Dom Pedro o título de Duque de Coimbra e a Dom Henrique o título de Duque de Viseu e Senhor da Co-vilhã. Até então, o título de “Duque” era praticamente desconhecido em Portugal. Dom Duarte ficou de fora da atribuição destes títulos, dado que, em breve, have-ria de cingir uma honra maior que era a de se tornar rei.

Foi a partir da expedição a Ceuta que se gerou e desenvolveu no espírito do Infan-te, o desejo de desvendar os mistérios do mar a sul.

Portugal era, então, o extremo do mundo, o local onde a terra se findava e o abismo (mar) começava envolto em grandes mis-térios, temores e visões fantásticas…

Ceuta, como vimos, era já um grande em-pório do comércio entre a Ásia, a África e a Europa e O Infante D. Henrique cedo per-

cebeu a grandeza do estímulo para outras empresas de maior alcance.

Apoiado por seu irmão Dom Pedro, seu principal confidente, dele recebeu valio-so estímulo, sendo igualmente valioso o papel que este teve na génese deste em-preendimento. D. Pedro viajou pelo Mundo durante 12 anos e, quando regressou, em 1428, trouxe-lhe um tesouro precioso –

– o livro, manuscrito, da viagem de Marco Pólo que lhe fora presenteado pela Senho-ria de Veneza.

D. Henrique havia fundado, nos impreci-sos anos de 1419, uma Vila em Sagres, no promontório, onde passou a viver. Foi lá que ele pensou os mares, os ventos e as correntes marítimas. Foi lá que de-senvolveu estudos e se rodeou de sábios, entre eles um cosmógrafo célebre, Jaime de Maiorga. Foi nesse local que funcionou a escola de cosmografia e de navegação. Esta escola era frequentada pelos cavalei-ros da sua casa e outros entusiastas. Aqui construiu estaleiros e aqui erigiu o 1º Ob-servatório Astronómico.

A sustentar todas estas realizações, apenas os seus rendimentos como Grão-mestre da Ordem de Cristo. Na posse de todas as informações que colhera em Ceuta e não só, decide enviar navios para explorar os mares a Sul.

E é aqui que começam as grandes expe-dições e “As Descobertas”. A primeira em 1418, por Bartolomeu Perestrelo, ao des-cobrir a ilha de Porto Santo e de seguida a Madeira, por João Gonçalves Zarco e Tris-tão Vaz Teixeira. É importante notar que, tanto estas ilhas do Arquipélago da Ma-deira, como as do Arquipélago dos Açores, descobertas em 1432, por Gonçalo Velho Cabral, já serem conhecidas desde o tem-po de D. Afonso IV.

D. Henrique, porém, não se limitou a fo-mentar as novas e futuras descobertas,

procurou também, colonizar esses terri-tórios, principalmente a ilha da Madeira, cuja colonização lhe mereceu os maiores desvelos.

Contudo, a maior preocupação do Infante não era com as ilhas do Atlântico. Preocu-pava-o muito mais esse mar tenebroso, a sul, cheio de medos e superstições e que os mareantes da Idade Média julgavam impossível de transpor – Passar além do Bojador!1

Foram feitas perto de vinte tentativas para dobrar este cabo, ao que os navegantes, por medo e superstição, haviam sempre recuado.

Finalmente e após uma tentativa falhada, um ano antes, em Maio de 1434, Gil Ea-nes, escudeiro da casa do Infante e insti-gado por ele, aparelhou uma barca de 30 toneladas, com um só mastro, uma única vela redonda e uma tripulação de quinze homens, consegue dobrar o fatídico Cabo.

A passagem do Bojador ficou registada como um dos marcos mais importantes da história dos Descobrimentos e da nave-gação portuguesa. Derrubou velhos mitos medievais, abriu-se caminho para outros mares, até então desconhecidos, enfren-tando-se inúmeros perigos…

Quem quer passar além do BojadorTem de passar além da dor.(do poema “Mar Português” de Fernando Pessoa)

E as descobertas prosseguiram para sul no continente africano.

A ideia do infante era que se fizesse um estudo pormenorizado da costa e que fosse colhido o maior número possível de informações, nomeadamente, sobre a possível existência do lendário soberano cristão, o Prestes João das Índias (Havia notícias deste reino cristão, mas faltava localizá-lo…).

Em 1436, Afonso Gonçalves Baldaia, des-cobre o Rio do Ouro e chega à Pedra da Galé.

No ano seguinte (1437), acontece o de-sastre de Tânger, onde tomaram armas D. Henrique e D. Fernando (Infante Santo), o mais novo dos seus irmãos e cuja meno-ridade impediu a sua participação na toma-da de Ceuta. A empresa de Tânger foi mal medida. Os meios (esquadra e exército)

1 *O Cabo Bojador situa-se na costa do Saara Ocidental, a sul das Canárias, junto à cidade do mesmo nome. O desaparecimento de embarcações que, anteriormente, o tentaram dobrar levou ao mito da existência de monstros marinhos e da intransponibilidade do Bojador. Era também conhecido como Cabo do Medo. Recifes de arestas pontiagudas abundam na região, tornando a nave-gação muito arriscada.

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crónicas

O DESEMBARQUE • n.º 26 • Março de 2017 • www.associacaodefuzileiros.pt

foram desproporcionados à grandeza do empreendimento.

Apesar dos esforços titânicos de D. Hen-rique, não pode este evitar a captura de seu irmão, tendo D. Fernando sido apri-sionado, vindo mais tarde a morrer numa masmorra, em Fez, após grande sofrimen-to, facto este que lhe valeu o cognome de Infante Santo.

Devastado por não ter conseguido resga-tar o irmão, Dom Henrique regressa final-mente a Portugal, após sucessivos apelos (ordens) de D. Duarte, seu rei e irmão, e ignorados pelo Infante.

Entretanto a saga das descobertas pros-segue. Em 1441, Nuno Tristão descobre o Cabo Branco e, em 1443, a ilha de Arguim, onde estabeleceu uma feitoria. Em 1445 percorre a costa da Senegâmbia e chega até Palmar.

Na mesma altura, Dinis Dias dobra o Cabo Verde (Dakar).

Nesse ano de 1445, João Fernandes pe-netra no interior do Sudão e chega ao país dos Tuaregues, tendo explorado o interior do continente africano até Taguor.

Em 1446, Álvaro Fernandes descobre a Serra Leoa e reconhece a ilha de Gorea.

O veneziano Luís Cadamosto e o Genovês António Nola, ambos ao serviço do Infante, descobrem a Gâmbia (1457).

Em 1460, Diogo Gomes descobre o Arqui-pélago de Cabo Verde.

Neste ano, de 1460, o Infante D. Henrique morre em Sagres, sem nunca ter constitu-ído família. O seu corpo foi primeiro depo-sitado na igreja de Lagos e, posteriormen-te, em 1461, transladado por seu sobrinho e afilhado, o infante D. Fernando, para o mosteiro da Batalha, onde ainda hoje

repousa. D. Fernando era filho de el-rei D. Duarte, a quem antes, D. Henrique, ti-nha constituído herdeiro.

D. Fernando era casado com sua prima, Dona Beatriz, filha do infante D. João (irmão de D. Henrique) e foram pais de D. Diogo, Duque de Viseu e de D. Manuel, Duque de Beja e (futuro) rei de Portugal.

Sobre o túmulo do Infante podemos obser-var a sua estátua jazente, em pedra e de tamanho natural, vestido de armas bran-cas e coroado de coroa real, entretecida de folhas de carvalho, com uma rosa no meio e três escudos.

Ainda no túmulo, a divisa do infante em francês: “Talent de bien faire” (Vonta-de de fazer bem), o que, de certo modo, simboliza o espírito da nossa Marinha que também adoptou esta divisa, como justa homenagem ao Infante D. Henrique.

José Manuel Carrajola HortaSóc. Orig. n.º 485

2TEN FZE

Bibliografia:

– Oliveira Martins, 1958. Os Filhos de D. João I. Guimarães Editores. Lisboa

– Serrão, Joaquim V. 1978. História de Portugal. 2ª Ed. Verbo. Lisboa.

– Serrão, Joel. 1976. Pequeno Dicionário de His-tória de Portugal - Iniciativas Editoriais, Lisboa.

– Sousa, João Silva de. S/ data. O Infante D. Hen-rique, 1394-1460. Disponível em http://www.arqnet.pt/dicionario/henriquei.html, acedido em 10 de agosto de 2016.

Endereços na Internet:

– http://www.historiadeportugal.com, acedido em 10 de Agosto de 2016.

– http://www.arqnet.pt, acedido em 10 de Agosto de 2016.

– https://www.infopedia.pt/$infante-d.-henrique, acedido em 10 de Agosto de 2016.

– https://pt.wikipédia.org/wiki/Cabo_Bojador, acedido em 10 de Agosto de 2016

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24 O DESEMBARQUE • n.º 26 • Março de 2017 • www.associacaodefuzileiros.pt

O Departamento de Fuzileiros da Esco-la Naval foi a minha colocação du-rante quase dez anos, onde desem-

penhei vários cargos e funções docentes.

No ano lectivo 1996/97, o Departamento, a convite da Academia Militar, participou no exercício anual da série “Tigre”, dirigido aos alunos dos 3º e 4º anos dos cursos das armas e serviços, que tinha como objectivo o comando táctico de pequenos grupos. O exercício realizou-se na albufeira da barra-gem de Castelo do Bode, na zona do Lago Azul, abrangendo as áreas terrestres dos concelhos de Tomar, Ferreira do Zêzere, Vila de Rei, Abrantes e Sardoal.

Numa das acções de acompanhamen-to e controlo do exercício, que decorreu parcialmente com tempo chuvoso, eu e o oficial instrutor – o 1ºtenente FZ Lopes Matos – parámos à porta de um pequeno comércio na povoação de Brescovo.

Durante a curta conversa com as duas pessoas ali presentes, o comerciante e um freguês, apercebemo-nos de que, numa cota elevada a cerca de mil metros, no horizonte limpo de arvoredo pois havia ardido no verão anterior, se recortavam duas colunas que aparentavam ser torres ou postes de Alta Tensão.

Perguntei de que se tratava. – É o Castelo do Almirante, respondeu o dono do esta-belecimento.

Informou-nos ainda que havia lá umas coisas, dentre elas uma âncora e um mo-numento.

Pareceu-nos um pouco estranho pois, sendo eu daquela região e ter prestado serviço na Marinha durante mais de vinte, nunca ter ouvido falar de tal “monumento” por ali.

Como tínhamos de prosseguir, despe-dimo-nos e dirigimo-nos para a base do exercício em curso, localizada junto a Mil-reu, próximo do atual IC 2, então em cons-trução no troço que liga Abrantes a Vila de Rei. E o exercício terminou sem que tivés-semos oportunidade de ir ao local.

Recentemente, acompanhado de um amigo de longa data, desloquei-me a Vila de Rei para tratar de assuntos pessoais. Aproveitei a deslocação e, após o almoço, fomos procurar o “Castelo do Almirante”.

Dirigimo-nos a Brescovo, designação que, ironizámos, nos sugeriu homenagem, lon-gínqua, a Moscovo e a Brejnev.

A pequena casa comercial, onde estivera antes, estava encerrada havia anos.

Avistámos então as tais colunas, segui-mos o caminho florestal que dá acesso à elevação do Pincho, onde está a constru-ção, e, dentro desta, a cota da Matagosa, cujas marcas, geodésica e topográfica, estão praticamente no centro do terraço onde está implantado o monumento.

O local oferece observação em todo o giro do horizonte, das várias áreas florestadas e, em especial, do braço da albufeira da barragem de Castelo do Bode que, a partir de 1951, embebeu o curso baixo da Ri-beira de Codes – que, aqui, estrema os

distritos de Castelo Branco e de Santarém.

O corpo principal do monumento é uma construção que surpreende, pelas dimen-sões e pelo poder e mística que invoca, sendo constituído, sobretudo, por duas co-lunas laminares paralelas, em betão, com cerca de uma dezena de metros de altura. O verso, orientado a nascente, a meia al-tura, tem em ambas as colunas aplicações em bronze; numa delas uma caravela e um astrolábio, na outra um avião de asa dupla e um sextante. Em cada uma das colunas há placas com frases alusivas a estas simbologias da Marinha.

Na base frontal, sobre um soco de betão que liga as colunas, com a inscrição «Cen-tro de Portugal Monumento a Cristo - Rei 1974», está uma interessante figura es-cultórica em mármore, com cerca de três metros de altura, representando Cristo com uma configuração invulgar: o deno-minado “Cristo -Rei da Matagosa”.

A face posterior do soco, em mármore es-curo, tem um baixo-relevo com uma cabe-ça de mulher e a inscrição: «Homenagem da Marinha à mulher portuguesa nos 500 anos dos descobrimentos/2000».

A questão que se nos colocou foi: porquê uma construção, desta natureza estética, com motivos alusivos à Marinha, nes-te sítio e sobre a qual nunca ouvíramos falar?.....e de que, confirmei recentemen-te, pouca gente da Marinha terá ideia?

Bem, a demanda começou no dia da visita.

Como o dia estava chuvoso, poucas pes-soas se viam, mas, próximo da povoação de Matagosa, perguntei a um habitante, quem tinha feito ou mandado fazer o “mo-numento”.

Ficámos então a saber que foi uma família da terra – a família Prior, nomeadamente, «um almirante que tinha sido médico da Marinha chamado Gabriel Prior e que tinha ali uma casa» que apontou, à distância.

Acrescentou que «é no castelo o centro de Portugal mas também dizem que é na Melriça».

A inquirição ficou por ali pois a chuva acentuou-se e o nosso interlocutor despe-diu-se e foi à sua vida. Nós regressámos a casa via Castelo do Bode. Com esta in-formação, tentei saber mais alguma coisa

O Castelo do Almirante

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crónicas

O DESEMBARQUE • n.º 26 • Março de 2017 • www.associacaodefuzileiros.pt

sobre a edificação e a quem se devia, de facto.

Assim, e por via de diversas fontes, prin-cipalmente escritas, apurei que a obra se ficou a dever à família Prior da Matagosa, em especial a dois (de seis) irmãos que foram oficiais da Marinha.

O Joaquim, o mais novo, foi incorporado em 1926 como médico da Marinha, espe-cialista em otorrinolaringologia.

Curiosamente, a sua dissertação de for-matura (disponível na Biblioteca Nacional) versou sobre «As hérnias do útero».

A diligências suas, no que concerne ao Pico do Castelo, se deverá, pelo menos, a cedência pela Marinha do ferro tipo al-mirantado e respectiva amarra, entretanto retirada.

Diligências que reportou na Revista da Ar-mada de Março de 1984, num artigo inti-tulado «O Centro de Portugal».

Curiosamente este número da Revista da Armada (RA), o 151, tem na capa uma fi-gura histórica dos Fuzileiros e da Marinha: o famoso cão “Xangai”, com o seu trata-dor – cabo FZ Bastos – e aborda desen-volvidamente esta valência dos fuzileiros.

O outro irmão, Gabriel António Prior, ini-ciou a carreira militar em 1917, foi um brilhante engenheiro hidrógrafo e uma das figuras históricas do Instituto Hidrográfico.

Prestou serviço na Escola e no Centro de Aviação Naval de Lisboa. Época em que trabalhou as áreas da Oceanografia, Astronomia, Geodesia e Geofísica; tendo representado Portugal em fóruns interna-cionais destas áreas científicas.

Antes da promoção a comodoro, em 1955, foi-lhe cometido o acompanhamento da visita presidencial à Madeira, Cabo Verde e Guiné. Viagem referida no artigo «Ora di bai» da RA de Maio último.

Os elementos e motivos navais do conjun-to implantado no miradouro do “Cristo – Rei da Matagosa – Centro de Portugal” pa-recem assim replicar, também, o percurso de carreira do Comodoro Gabriel Prior.

A centralidade física do território continen-tal leva a que, nesta zona do país, vários locais disputem o estatuto de Centro de Portugal.

O Miradouro do Cristo – Rei da Matago-sa é um deles – não desmerecendo esse direito, já que esta designação, de difícil determinação, é por vezes atribuída ao “concorrente” mais próximo – o Pico da Melriça, a cerca de 9 quilómetros a nor-te. Local, este, o da marca - base a partir da qual, nos finais do séc. XIX, se desen-volveu a rede geodésica nacional, sendo, por isto, mais apropriada a designação de Centro Geodésico de Portugal, para a ori-gem da nossa rede geodésica primordial.

A designação Centro de Portugal, que ad-vém de conceitos de matemática subja-centes à centralidade geográfica, deverá, então, denominar-se Centro Geográfico de Portugal.

Neste âmbito, um estudo do professor João Filipe Queiró, do Departamento de Matemática da Universidade de Coimbra, chegou ao resultado de que o Centro Geo-gráfico de Portugal se situa 11 km a oeste e 3 km a sul da cota da Melriça, no contra-forte norte da Serra da Amêndoa.

Por sua vez, em 2014, o matemático Ro-gério Martins, num programa de televisão entretanto colocado no YouTube, fez uma abordagem divertida à demanda do cen-tróide de Portugal continental, indicando as coordenadas 39º 39’ 23,8’’ e 7º 58’ 25,3’’ naturalmente nesta zona, como o Centro Geográfico de Portugal.

Num contexto mais filosófico e nas pala-vras de um dos impulsionadores da obra,

o “Castelo do Almirante” é entendido como um «centro anímico» e um «local onde ressuma a história pátria». Neste tipo de interpretação é, também, considerado como o «Umbilicu Patriae».

Quanto a “umbigos inspiradores”, desta natureza, estamos próximo de outro, a uma vintena de quilómetros, de idêntico cariz mas de maior âmbito: «l’ombelico del mon-do». Configurado, de forma romanceada, por Umberto Eco, no conjunto monumental do Castelo Templário de Tomar, Convento de Cristo e outras construções afins desta cidade.

Seja como for, os estudos e os cálculos conclusivos sobre a localização do (ou de um) Centro (Geográfico) de Portugal, en-volvem disciplinas de que o comodoro Ga-briel Prior era profundo conhecedor, pelo que a atribuição desta designação ao Pico do Castelo, onde está implantado o mo-numento, não se poderá considerar, em absoluto, destituída de fundamentos ma-temático e geográfico, para além de ou-tros, eventualmente, de natureza religiosa, filosófica ou, simplesmente, bairrista.

Uma coisa é certa: o chamado Cristo – Rei da Matagosa é uma, no mínimo curiosa, memória alusiva à Marinha no interior de Portugal merecedora de uma visita lúdica, histórica e de cultura naval, por parte dos que, como eu, desconheciam a sua exis-tência.

Jorge Manuel de Oliveira MonteiroCMG FZ Res

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cooperação militar

26 O DESEMBARQUE • n.º 26 • Março de 2017 • www.associacaodefuzileiros.pt

Cooperação Técnico-Militar PortuguesaMomentos recentes e marcantes na história dos

Fuzileiros Cabo-Verdianos

Desde Janeiro de 2016 que o signatário desempenha, em Cabo Verde, o cargo de Diretor Técnico do Projeto 1 – Estru-tura Superior das Forças Armadas, ou seja, presta apoio de

assessoria ao Comando das Forças Armadas no seu todo, daí que, neste contexto, os Fuzileiros cabo-verdianos são apenas mais um “elemento” a considerar entre os demais.

No entanto, como Fuzileiro que me orgulho de ser há décadas, não posso deixar de lançar o meu “olhar clínico” sobre esta com-ponente das Forças Armadas, que por cá vai cumprindo, no es-sencial, missões de segurança às infraestruturas consideradas críticas havendo, ainda, um Pelotão de Abordagem (Pelboard) vocacionado, como o nosso, para missões dirigidas ao combate ao narcotráfico, pirataria marítima e outras infrações ou crimes desencadeados no mar.

As Assessorias Técnicas Temporárias (ATT’s), levadas a efeito pelos Fuzileiros portugueses junto dos Fuzileiros cabo-ver-dianos, marcaram e continuam a marcar, a formação destes militares e a sua conduta militar, cívica e humana, enquanto perma-necerem nas fileiras… e mesmo depois delas!

O “Espírito de Corpo” que nós, Fuzileiros, tanto apregoamos e vivemos em Portugal e que envolve a união, o espírito de entrea-juda, o espírito de sacrifício, o cumprimen-to discreto e incontestável de todas as missões, entre outras, é sentido e praticado com a mesma intensidade pelos Fuzileiros de Cabo Verde.

Recentemente, uma assessoria portuguesa, constituída pelo Sar-gento Vieira e pelo Cabo Fernandes, ministrou o Curso de Manu-tenção de Botes e Motores Fora de Borda a militares da Compa-nhia de Fuzileiros da RCV.

Nesse período, um oficial Fuzileiro português, o 2TEN FZ Osvaldo Manuel, esteve no Centro de Instrução Militar do Morro Branco (CIMMB), garantindo assessoria no acompanhamento e apoio téc-nico ao 2.º Curso da especialidade de Fuzileiros Navais.

No final deste curso, seguindo uma velha tradição com pendor deveras marcante na consolidação desta trajetória curricular rea-lizou-se, no CIMMB, o “Jantar das Boinas”.

Só nós, os Fuzileiros, sabemos o significado e a importância deste momento. Foi esta a principal razão que me levou ao Mindelo! Em resumo, ele representa o momento em que os Fuzileiros, desde o comandante ao grumete, abrem as portas de par-a-par e con-vidam os novos Fuzileiros a entrarem nesta “família”, também aqui, já envolta numa mística que não carece de explicações.Tive a oportunidade de dirigir algumas palavras de apreço pelo esforço demonstrado ao longo do curso, fazendo a apologia aos valores que nos caracterizam como uma “tropa” especial e que nos torna diferentes dos demais militares.

A cerimónia de “Imposição de Boinas”, foi outro momento ines-quecível para estes novos militares. Ele representa o culminar de um curso exigente e muito rigoroso onde a coragem, o sacrifício, a inteligência, a resistência física e psicológica, entre outras ca-

pacidades, são frequentemente postas à prova.

A “Boina azul-ferrete”, imposta neste ato solene, torna-se inquestionavelmen-te num “troféu” conquistado a pulso. Pela primeira vez, o comando superior decidiu trazer esta cerimónia à praia da Laginha, localizada no Mindelo, bem no centro popular e turístico desta cidade.

Centenas de populares, principalmente familiares dos novos Fuzileiros, tiveram a oportunidade de assistirem, sem limi-

tações nem condicionalismos, a este acontecimento de enorme visibilidade para as Forças Armadas.

No final de 2015 e já este ano, a exemplo do que a Marinha portu-guesa tem vindo a proporcionar nos últimos anos, alguns navios da Marinha portuguesa, vêm passando por cá no âmbito da “INI-CIATIVA MAR ABERTO”, missão que tem como objectivo principal, permitir a realização de acções de cooperação, complementar à que existe no terreno, tirando partido da presença da unidade na-val no que concerne à construção de valor para a CTM em termos de treino e formação com a Guarda Costeira e com os fuzileiros da Guarda Nacional de CV.

Assim, no período de 06 a 09 de Março de 2016, a Fragata Vasco da Gama atracou no Porto da Praia (ilha de Santiago) e posterior-mente, no período de 17 a 20 de Abril, no Porto Grande do Min-delo (ilha de S. Vicente), proporcionado várias ações de formação

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27O DESEMBARQUE • n.º 26 • Março de 2017 • www.associacaodefuzileiros.pt

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e treino, com especial destaque para a interação que envolveu os Fuzileiros em-barcados e os Fuzileiros cabo-verdianos.

São sempre momentos marcantes para visitantes e visitados porquanto, muitos deles, acabam por rever e abraçar “filhos da escola”, recordando os tempos em que se cruzaram nos mesmos “bancos da

escola” em Portugal ou, então, em Cabo Verde, no âmbito das diversas ATT’s.

São igualmente marcantes no âmbito profissional, por permitirem a partilha de conhecimentos de novos processos no âmbito das suas missões operacionais. Porque a história coletiva dos Fuzileiros cabo-verdianos também se constrói, todos

os dias, lego o registo destes momentos que contaram com o apoio da Marinha portuguesa e dos seus Fuzileiros.

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UMA ASSOCIAÇÃO VIVA E PARTICIPADAEstimados sócios,Como já vem sendo prática na nossa Asssociação, as Reuniões da Direcção são abertas aos sócios sendo, para o efeito, amplamente publicitadas.A Direcção agradece todos os contributos que, de viva voz ou por qualquer outra via, os sócios nos queiram fazer chegar.Os interessados devem, sempre que possível, inscrever-se préviamente no secretariado.

A Direcção da AFZ

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cadetes do mar

28 O DESEMBARQUE • n.º 26 • Março de 2017 • www.associacaodefuzileiros.pt

Realizou-se no dia 01 de Outubro de 2016 a 1.ª actividade do ano 2016/2017 na Escola de Fuzileiros. Após as boas vindas do Oficial de Dia à Escola de Fuzileiros, os alunos recebe-

ram o uniforme que irão usar ao longo da fomação que agora iniciaram. Foi-lhes igualmente entregue o vestuário cedido pela Associação de Fuzileiros, destinado a ser utilizado em Cerimónias Protocolares.

Seguidamente iniciaram-se os Testes de Eficiência Motora para aferir das condições físicas de cada um dos cadetes e, assim, preparar um programa mais consentâneo com os valores físicos apresentados por cada um. Na piscina da EF efectuaram de se-guida os testes de adaptação ao meio aquático.

As aulas da tarde iniciaram-se na área do Cerimonial Marítimo, onde foi ministrada instrução básica de infantaria, teórica e prá-tica, incidindo sobre regulamentares de ordem unida. A instrução de ordem unida, além da sua função disciplinadora tem, também,

como objetivos a preparação para a execução correcta e digna do Cerimonial Naval e desenvolve e mantém o espirito de disciplina, sentimento de coesão, hábitos de ordem, pontualidade e unifor-midade na execução dos movimentos.

Foram igualmente realizadas revisões de matérias anteriormente ministradas aos alunos dos 2.º e 3º. anos sobre o tema “Cadete Porta-Guião e Armado de Espada”.

A última actividade do dia foi ministrada na sala de aulas pelo Di-rector de Instrução dos Cadetes do Mar e teve como tema a Área de Comportamento Cívico/Comunidade Naval. O tema abordado foi baseado no Plano Referencial de Educação para a Segurança, a Defesa e a Paz.

Terminadas as actividades, e como tem sido habitual, os alunos foram transportados para a Estação Fluvial do Barreiro de regres-so às suas casas.

No sábado, 29 de Outubro, realizou-se a 2.ª actividade de 2016/2017 dos Cadetes do Mar Fuzileiros. Decorreu na Es-cola de Fuzileiros depois de, como habitualmente, se apre-

sentarem ao Oficial de Dia que lhes deu as boas vindas. Cumprido este formalismo os alunos dirigiram-se para o edifício do Batalhão de Instrução onde lhes foram entregues as chaves do alojamento e sala de aula a utilizar neste dia de actividades.

Estas iniciaram-se com uma aula de Cerimonial Naval sobre o tema “Deveres Militares”: Continências, Procedimentos Militares e Honras à Bandeira. Deste modo, os alunos aprenderam que a “Continência” constitui a forma tradicional e obrigatória de sau-dação e de reconhecimento entre militares e que representa uma aceitação da disciplina e da hierarquia.

Aprendereram, também, que todo o militar deve ter para com os seus superiores hierárquicos um procedimento e atitude corres-pondente à sua condição e que os subordinados devem ser trata-dos com respeito em todas as circunstâncias.Aprenderam, ainda,

entre outros procedimentos, que quando um militar ou civil entra ou sai de um navio de guerra, quer seja nacional quer seja es-trangeiro, deve prestar as devidas honras à respectiva Bandeira.

Unidade do Corpo de Cadetes do Mar Fuzileiros

1.ª Actividade1 de Outubro de 2016

2.ª Actividade29 de Outubro de 2016

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cadetes do mar

29O DESEMBARQUE • n.º 26 • Março de 2017 • www.associacaodefuzileiros.pt

No final das actividades, e como normalmente acontece, os alu-nos foram transportados para a Estação Fluvial do Barreiro.

E em 19 de Novembro, realizou-se a 3.ª actividade de 2016/2017, na Escola de Fuzileiros. Depois da apresentação ao Oficial Dia e da distribuição de alojamentos, os alunos

dirigiram-se para o Departamento de Apoio Geral – Serviço de Educação Física, onde decorreram as aulas de orientação des-portiva e de natação.

Orientação Desportiva:

Depois de uma breve introdução sobre o conceito de orientação desportiva, os alunos aprenderam a conhecer as cartas (mapas); código de cores, escalas, (cartas militares e mapas de orientação desportiva), equidistância, curvas de nível, legendas e norte da carta.

Tomaram também contacto com outros instrumentos e apreende-ram conceitos necessários a quem pratica orientação, desportiva ou outra; bússola, agulha magnética, azimute, prisma ou baliza de orientação, picotador ou alicate de orientação, cartão de con-trolo e quais os diferentes tipos de provas de orientação. Termi-naram com a realização de um pequeno percurso individual de orientação desportiva no interior da Escola de Fuzileiros.

Natação

Os alunos dirigiram-se para a piscina, onde efectuaram exercícios de adaptação ao meio aquático para a aprendizagem/aperfeiço-amento das técnicas de natação de crol e de bruços e a sincro-nização do movimento dos membros superiores com o controlo respiratório. Realizaram também, exercícios de apneia e saltos da prancha de 3 metros com a entrada de pés.

Parte das actividades da tarde decorreram na Parada onde lhes foi ministrada, no âmbito da área da Disciplina de Cerimonial Naval, a formação de Cadete-Porta-Estandarte, incidindo sobre o manuseamento (pé firme e em marcha) do Guião da Unidade.

Na última aula, na área de Comportamento Cívico Naval, conti-nuou-se o estudo do Conceito de Estratégia de Defesa Nacional, baseado na Segurança e Defesa. Foi igualmente apresentado pe-los Cadetes, um trabalho sobre o tema relacionado com o Direito Internacional para a Paz e Defesa de Portugal.

José TalhadasSóc. Orig. n.º 95Comte UCMF / Mestre da UCMF

Para tal, deverá, a meio da prancha ou escada do portaló, parar, virar-se para o local onde está içada a Bandeira Nacional do Navio e fazer a continência ou vénia.

De seguida, a formação continuou na piscina onde lhes foi ministra-da mais uma aula de adaptação ao meio aquático, desenvolvendo

técnicas diversas de natação, aperfeiçoando o controlo respirató-rio ainda muito deficiente em alguns alunos.

Nas actividades da tarde os alunos dirigiram-se para o Museu do Fuzileiro, onde, como de uma visita se tratasse, lhes foram pas-sados conhecimentos gerais da História dos Fuzileiros num per-curso que vem desde o século XIV e chega até aos nossos dias.

Para além das designações que estas forças foram tendo ao longo dos séculos, mereceu o devido realçe o alvará concedido por D. José I, em 1754, em que os Fuzileiros foram considerados uma Força Militar constitida com carácter permanente sendo, assim, a mais antiga de Portugal.

Na última aula da tarde, sobre Comportamento Cívico Naval, foi--lhes feita uma rápida abordadagem ao tema relacionado com o Conceito Estratégico de Defesa Nacional, baseado na manuten-ção da Segurança e Defesa.

Terminadas as actividades deste dia os alunos deixaram a EF, tendo sido transportados à Estação Fluvial do Barreiro.

3.ª Actividade19 de Novembro de 2016

Afonso BrandãoSóc. Orig. n.º 1277

Mestre da UCMF

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delegações

30 O DESEMBARQUE • n.º 26 • Março de 2017 • www.associacaodefuzileiros.pt

A DFZA não podia deixar de participar em mais um apoio ao Banco Alimentar contra a Fome, realizado em 4 de Dezem-bro de 2016. Não esquecendo os que mais precisam nos

momentos mais difíceis, lá estivemos como já vem sendo habitual

desde há cinco anos para cá, ou seja, desde a criação da nossa Delegação.

Desta vez participaram oito elementos que se juntaram a outras organizações que também procuram ajudar a mitigar a falta de alimentos que atinge tantas pessoas na nossa área de Portimão. É um acto de cidadania que faz parte do ADN da nossa Instituição e a que não podemos deixar de corresponder.

Realizou-se no passado dia 19 Novembro de 2016 a III Noite de Fados da DFZA na sede do Grupo Etnográfico de Quelfes – Olhão, contando com a presença de 108 convidados.

O “Serão Musical” foi apresentado e abrilhantado pelo grande amigo e filho da escola José Manuel Parreira e teve como artistas convidados nas vozes Alcides Bom, Xico Godinho, José Costa e Isaura Silva. Na Guitarra Portuguesa, actou Cecílio Martins e na Viola, o nosso filho-da-escola e amigo João Arrobe.

Com a presença do Presidente da Junta de Freguesia e do Presidente do Grupo Etnográfico de Quelfes, a sala esgotou e a noite foi acompanhada por um arroz à valenciana e bebidas á discrição. Pelo meio atacou-se o tradicional caldo verde.

O evento foi uma mistura de excelente música com boa comida e um nível extraordinário de convívio enriquecido com a sensacional apresentação do inigualável Parreira o qual foi, sem dúvida, uma mais-valia no êxito duma Noite de Fados que ficará por muitos anos nas memórias dos participantes.

Delegação do Algarve

Colaboração com o Banco Alimentar contra a Fome

Noite de Fados

PROTOCOLOS subscritos pela DFZA

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50% desconto (entradas no parque) para sócios e familiares de 1.º grau

15% sobre tarifa balcão (Hotel) para sócios e familiares de 1.º grau

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delegações

O DESEMBARQUE • n.º 26 • Março de 2017 • www.associacaodefuzileiros.pt

A Delegação da Associação de Fuzileiros do Algarve inaugu-rou um novo espaço em Vilamoura que irá servir de base de apoio aos camaradas do Sotavento Algarvio.

Este novo Pólo da sede principal, está situado no Edifício dos Ar-cos em Vilamoura, surge de um protocolo de cooperação entre a Associação de Fuzileiros e a Vilamoura Alconru, S.A. que teve início em meados de Agosto de 2016.

A inauguração do espaço contou com a presença de 69 convidados e amigos e foi presidida pelo Vereador da Câmara Municipal de Loulé, senhor João Mar-tins, pelo Presidente da Associação de Fuzileiros, Capitão-de-mar-e-guerra José Ruivo e pelo Presidente da Dele-gação de Fuzileiros do Algarve, Paulo Domingues.

Esta inauguração contou também com a amigável presença “surpresa” de al-guns elementos do grupo de Fuzileiros Motociclistas, dirigidos pelos camara-das e amigos G. Cambalhota e C. Cor-reia.

A DFZA aproveitou esta ocasião para incentivar os convidados a participa-rem numa recolha de roupas e brin-quedos para crianças carenciadas, que serão entregues oportunamente numa instituição social do concelho de Loulé.

Com bebidas à discrição, o fim de tarde foi muito bem passado entre as histórias e memórias que nos caracterizam e identifi-cam à espera da hora do Jantar de Natal que veio a ocorrer na Marina de Vilamoura, no Hotel Vila Galé Ampalius e que contou com comida e bebidas à discrição em ambiente muito tranquilo e familiar, recheado de excelentes momentos de convívio entre elementos de várias gerações de filhos da escola.

Inauguração do novo Pólo da Sede DFZA - Vilamourae Jantar de Natal da DFZA

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delegações

32 O DESEMBARQUE • n.º 26 • Março de 2017 • www.associacaodefuzileiros.pt

Dia 3 de Dezembro de 2016 celebrámos o nosso 6.º Aniver-sário como Delegação da Associação de Fuzileiros e, como já vem sendo habitual, realizámos o nosso Almoço de Natal.

Estiveram presentes 147 pessoas, com muitos Fuzileiros e as res-pectivas famílias.

As comemorações tiveram início no Comando Zona Marítima do Norte, onde o Comandante Aires de Castro nos recebeu muito bem e nos proporcionou um briefing sobre a actividade da nossa Marinha na Zona Marítima do Norte integrada na actividade ge-ral da nossa Marinha. Terminado o briefing, rumámos ao bar da Base para um breve convívio e um Porto de Honra com um brinde à aniversariante – a Delegação da Associação de Fuzileiros do Douro Litoral.

Cumpre-nos agradecer ao Comandante Teixeira Pereira a dispo-nibilidade e atenção demonstrada para com a nossa Delegação e ao Comandante Aires de Castro pela sua colaboração e amizade.

Seguiu-se depois para o almoço que foi servido com muito profis-sionalismo no restaurante Herança Magna em Vila Nova de Gaia, rodeados de Caves do Vinho do Porto.

A Delegação agradece a todas as entidades convidadas que esti-veram presentes ou se fizeram representar, ao senhor Almirante Picciochi e ao senhor Comandante Lhano Preto.

A presença do senhor Presidente da Asso-ciação de Fuzileiros, bem como de um nú-cleo muito representativo da Associação Nacional, conferiu brilho e lustre a estas comemorações.

Um agradecimento também aos núcleos da Liga dos Combatentes de Felgueiras e da Lixa por se terem dignado a estar pre-sentes.

Por fim, um agradecimento a todos os que tudo fizeram para que o evento fosse o su-cesso que foi, sem esquecer a gerência e funcionários do restaurante Herança Mag-na que foram inexcedíveis.

Foi um evento digno, de grande impor-tância e qualidade, como cumpre a quem ostenta a boina Azul Ferrete...

Almoço de Natal da DFZDL

Delegação do Douro Litoral

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delegações

O DESEMBARQUE • n.º 26 • Março de 2017 • www.associacaodefuzileiros.pt

No dia 17 de Setembro de 2016, a nossa Delegação esteve em representação da Associação Nacional de Fuzileiros, na inauguração do Monumento ao Combatente na cidade de

Amarante.

Uma cerimónia com bastante simbolismo para os Fuzileiros, pois nela foi condecorado um Grumete que faleceu no Ultramar.

A nossa presença foi muito bem acolhida e elogiada elogios ex-tensivos a toda a nossa organização.

Inauguração do Monumento ao Combatente em Amarante

No dia 8 de Dezembro de 2016, a nossa Delegação esteve presente na inauguração do Monumento ao Combatente, na freguesia da Afurada, em Vila Nova Gaia.

Dignificaram a Delegação da Associação Nacional de Fuzileiros os seguintes elementos: Teixeira, Ramiro e Santiago

Tirámos uma fotografia com o Presidente da Câmara de Gaia, Dr. Vítor Rodrigues que nos felicitou pela nossa prestação e pre-sença e afirmou a importância da nossa Associação estar presen-te, dado a Afurada ser uma freguesia com rio e mar.

Inauguração do Monumento ao Combatente na Afurada

Mais uma vez a nossa Delegação esteve presente no Aniver-sário do Núcleo dos Veteranos de Guerra de Felgueiras, no passado dia 23 de Julho de 2016.

Como vem sendo apanágio a representação da nossa Delegação, foi uma vez mais dignificada desta vez com a presença do presi-dente Henrique Mendes, do Vice-presidente Augusto Teixeira e do Sargento Pinto.

Aniversário do Núcleo de Veteranos de Guerra

de Felgueiras

RECOMENDAÇÕES/INFORMAÇÕES/PEDIDOS da Direcção

Sócio da AFZ, actualiza os teus contactos e mantém-te informadoA Direcção Nacional elegeu como objectivo prioritário a comunicação contínua com os seus associados. Para que a comunicação seja efectiva e o mais rápida possível, o Secretariado deverá dispor dos contactos necessários privilegiando, sempre que possível e adequado, a comunicação via email.Assim, solicita-se a todos que actualizem os seus dados pessoais, principalmente no que se refere aos contactos (endereço email, morada, números telefónicos, etc.).Só assim poderemos manter os nossos associados informados, em tempo real, de tudo o que de interesse a Direcção tem para divulgar e creiam que é muito.

Documentos de despesa com saúdeA Associação de Fuzileiros, através do seu Secretariado Nacional, disponibiliza aos seus associados o serviço de recepção e encaminhamento, para os serviços competentes, dos documentos de despesas com saúde.

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34 O DESEMBARQUE • n.º 26 • Março de 2017 • www.associacaodefuzileiros.pt

4.ª Matança do porco

No passado dia 28 de Janeiro de 2017, Jurome-nha foi uma vez mais o destino de alguns ca-maradas, amigos e familiares que se juntaram a

nós para mais uma vez fazer cumprir uma das nossas mais antigas tradições. A matança do porco!

O dia começou cedo, pois este ano o trabalho era a dobrar uma vez que seriam dois os animais a serem abatidos e havia que acautelar precalços como o do ano passado em que o protogonista tentou a fuga. Mas desta vez correu tudo bem!

Além das presenças já habituais de familiares, amigos e demais sócios afectos a nossa Delegação assim como da Associação de Fuzileiros, con-tamos com a presença dos nossos Fu-zileiros Motociclistas, que se fizeram representar por alguns dos seus mem-bros e também de “nuestros hermanos” da Associación de Veteranos Base Aérea Talavera La Real, que muito nos horaram com a sua presença.

Este já é um evento de referência que pela dimensão alcançada de ano para ano, vai grangeando fama e muitos adeptos.

Irá repetir-se futuramente e cada vez com maior adesão certamente.

Associación de Veteranos Base Aérea Talavera La Real

No passado dia 22 de Setembro de 2016, a “Associación de Veteranos Base Aérea Talavera La Real”, de Badajoz, realizou em conjunto com a Delegação de Fuzileiros de Ju-

romenha/Elvas um almoço convívio no Restaurante Carrascal, em Elvas, com a designação de “Comida de Hermandad de As-sociaciones”.

Esta iniciativa partiu dos “nuestros hermanos” com a finalidade de um estreitamento de relações entre a nossa Delegação e a Associación de Veteranos.

O convívio decorreu de forma animada contando com a presença de cerca de 60 pessoas , na sua maioria espanhois, constituído por membros e familiares da Associacion de Veteranos. Da nossa parte, estivemos representados por cerca de 10 elementos entre membros da Delegação e familiares.

Delegação de Juromenha/Elvas

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delegações

O DESEMBARQUE • n.º 26 • Março de 2017 • www.associacaodefuzileiros.pt

No dia 31 de Janeiro de 2017 teve lugar na sede da Associação de Fu-zileiros, no Barreiro, a entrega do

Guião à Delegação da Associação de Fuzi-leiros da Polícia Marítima (DFZPM).

Na presença do Presidente da Assembleia Geral, Almirante Leiria Pinto, do Director--Geral da Autoridade Marítima e Coman-dante-Geral da Polícia Marítima, Vice--almirante Luís Carlos de Sousa Pereira,

o Presidente da DFZPM Bruno Talhadas recebeu das mãos do Presidente da Direc-ção, Capitão-de-mar-e-guerra José Antó-nio Ruivo, o guião da referida Delegação.

Nas palavras proferidas pelo Presidente da Direcção e pelo Valm DGAM , ambos refe-riram e sublinharam a importância desta Delegação de Fuzileiros no seio da Polícia Marítima como núcleo agregador e poten-ciador do “Espírito de Corpo” que deve unir todos os membros daquela prestigia-da Instituição que, devido à missão que desempenha, está obrigada a manter os seus efectivos dispersos pelo Continente

e Ilhas e, cada vez mais, em missões no estrangeiro.

Por sua vez, o Presidente da Delegação re-conheceu a importância deste acto e deu conta da sua satisfação pelo empenho das entidades envolvidas em ter aceite criar este grupo que irá concerteza manter o espírito para que foi criado.

A DFZPM foi criada a 14 de Julho de 2016 conforme consta da Acta n.º 234 da Direc-ção da Associação de Fuzileiros, sob pro-posta de um grupo de Fuzileiros da Políca Marítima e com o apoio dos respectivos comandos superiores.

Delegação da Polícia Marítima

Cerimónia de Entrega do Guião

ASSEMBLEIA–GERAL25 de Março de 2017

Estimados Associados,

No cumprimento dos Estatutos da nossa Associação, está convocada uma Assembleia-Geral para o dia 25 de Março de 2017, que terá lugar no salão polivalente da nossa sede, com início pelas 15h00 horas.

Embora esta Assembleia-Geral não se destine à eleição dos Corpos Sociais é dever dos Sócios “Comparecer às reuniões da Assembleia-Geral tomando parte nos seus trabalhos e votações”.

Apela-se, assim, aos sócios que compareçam e participem.

A Direcção

Nota: Ordem de trabalhos de acordo com a convocatória distribuída com esta Revista “O Desembarque” n.º 26

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divisões

36 O DESEMBARQUE • n.º 26 • Março de 2017 • www.associacaodefuzileiros.pt

Jiu Jitsu Brasileiro também conhecido por Arte Suave é uma modalidade desportiva que tem vindo a juntar cada vez mais praticantes no seio dos Fuzileiros!

Foi o gosto pela modalidade e acima de tudo o convívio entre fu-zileiros que levou estes homens a criar o Evento Desportivo Fuzos Jiu Jitsu – Fuzitour, um evento anual de carácter competitivo mas acima de tudo de divulgação da modalidade!

Com a cidade de Setúbal como Capital Europeia do Desporto 2016, o Fuzos Jui Jitsu – Fuzitour 2016 foi inserido nas actividades

desportivas da Cidade, contou com o apoio da Câmara Municipal de Setúbal (CMS) e de outras entidades, destacando-se o apoio da Associação de Fuzileiros que patrocinou o evento com a oferta das taças a premiar os atletas participantes e esteve presente nas actividades e na cerimónia de entrega de prémios.

Com cerca de três dezenas de atletas, este evento tem vindo a ganhar dimensão desportiva de ano para ano e, este ano, foi sem duvida digno do local cedido pela CMS para a sua realização no passado dia 16 de Julho de 2016.

Com o Auditório José Afonso praticamente cheio a meio do evento, foram muitos os que passaram e pararam para assistir e acabaram por ficar… sem dúvida que esta arte captou novos entusiastas!

Como o objectivo é não parar, já está previsto para 2017 a realiza-ção do Fuzos Jiu Jitsu – Fuzitour 2017… mantém-te em alerta que a divulgação da data e local está para breve e contamos com a tua presença…!

Espada PereiraSóc. Orig. n.º 445

Chefe de Divisão do MALD

Divisão do Mare das Actividades Lúdicas e Desportivas

Fuzos Jiu JitsuFuzitour 2016

A VOSSA ASSOCIAÇÃO VIVE DAS VOSSAS QUOTASPrezados Camaradas:

Pela estima que temos por todos os Sócios, Fuzileiros ou não, aqui estamos de novo, a dizer-vos quanto é importante, a Vossa participação.

Todos somos herdeiros de um património de que nos orgulhamos. Mas, para que tenhamos condições de levar em frente a tarefa a que nos propusemos, é determinante podermos contar com a quotização de todos nós, desta grande Família que, à volta da sua Associação, se vai juntando.

Temos a consciência de que o atraso no pagamento de quotas pode ter várias leituras, quiçá “razões” diversas, algumas das quais evidentemente ponderosas. Porém, para todas elas haverá uma solução desde que, em conjunto, nos dispusermos a resolver o problema.

Esperamos pela vontade e disponibilidade desta família de Fuzileiros, no sentido de ultrapassarmos esta dificuldade já que as portas da Associação e a dos membros da sua Direcção estão permanentemente franqueadas.

Pensamos que uma das razões, de menor importância, porque alguns sócios têm as suas quotas em atraso será por puro esquecimento. Para obstar a que o quantitativo das quotas se acumule aconselhamos e incentivamos a que optem pelo débito, em conta bancária, de 6 em 6 ou de 12 em 12 meses.

Já pensaram que o valor de um ano de quotas representa apenas cerca de quatro cafés por mês?

Por razões de custos – e desta vez será em definitivo – vamos suspender o envio da revista “O Desembarque”, que custa muito dinheiro à Associação, para os camaradas sócios com quotas em atraso por período superior a um ano.

Solicitamos a todos os Sócios que preencham o impresso para autorização de pagamentos das quotas por débito bancário, sistema que é muito mais cómodo e evita o pagamento de quotas acumuladas.

NIB da AFZ0035 0676 0000 8115 8306 9 (CGD)

Informem-se junto do Secretariado Nacional (tel.: 212 060 079, telem.: 927 979 461, email: [email protected])

Consideramos ser este um acto de justiça, uma vez que os que assiduamente pagam não devem suportar as despesas dos que não pagam.Cordiais e amigas saudações associativas.

A Direcção Nacional

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convívios

O DESEMBARQUE • n.º 26 • Março de 2017 • www.associacaodefuzileiros.pt

O dia nasceu solarengo e de sorriso aberto, como que prenunciando o êxito de mais uma Jornada de franca

camaradagem que, ano após ano, vai soli-dificando sentimentos de afeição e simpa-tia recíprocas, verdadeira argamassa que sustenta a teimosia de um grupo que por “capricho divino” entendeu reunir-se duas vezes em cada ano. A magia da amizade e do companheirismo, gerada em ajun-tamento administrativamente obrigatório nos idos tempos de Fevereiro de 1971, mais especificamente a 18 desse mesmo mês, é a principal responsável pelos su-cessivos Encontros que voluntariamente se vão realizando ao longo dos tempos. E neles temos colocado a Marinha na cen-tralidade das nossas acções, o mesmo é dizer junto a nós ou sempre por perto. Como tem acontecido nos inúmeros En-contros que fomos levando a cabo em muitos anos que já lhe vamos perdendo a conta. E mais uma vez aconteceu nesta visita - mais uma - à “nossa” Escola de Fuzileiros.

É o sortilégio da vida: o que nasceu, cha-memos-lhe por imposição, vem crescendo - e de que forma! - num impulso de boa vontade, solidário e generoso, como todas as coisas belas da nossa existência terre-na. Somos - e queremos continuar a ser - Marinha na sociedade civil, honrando-a e dignificando-a, com espírito independente mas cooperativo e continuando a servi-la, a nosso jeito, sem nunca cuidar recom-pensa. Como assumimos tratar-se de uma postura sinalagmática, entendemos que a Marinha deve ter o conexo sentimento de abertura, de colaboração proactiva, cabendo-lhe por isso mesmo incentivar a promoção das mais variadas iniciativas sócio-culturais, acarinhando com genuíno empenho as que lhe são postas à conside-ração, não se perdendo os seus dignitários em teias mais ou menos burocráticas, al-gumas delas já desajustadas da realidade dos tempos hodiernos.

18.º CFORN – Classe de FuzileirosEncontro anual

17 de Setembro de 2016

tombaram ao serviço da Pátria, bem como dos demais que, tendo honrado a Marinha, já partiram rumo ao Além. Foi tempo da palavra e do silêncio. Da palavra transfor-mada em oração pelos nossos camaradas fuzileiros que, fruto da guerra, sofrem e sentem na carne a mutilação e a doença para que sejam ajudados a mitigar o sofri-mento e a aliviar o seu calvário. Mas tam-bém pela Paz, tão escassa neste Mundo conturbado e perigoso, de modo a que os países se respeitem e saibam aceitar as suas diferenças em ordem à construção duma sociedade mais humanizada e igua-litária. Nestes cerca de quarenta e cinco minutos, o silêncio aconteceu por mais de uma vez e fez-se ouvir em forma de alar-me nos nossos corações, chamando-nos à atenção para a fugacidade da Vida e para a pungente necessidade de a tornarmos mais bela, como magistralmente o de-monstrou o comediante e cineasta italiano Roberto Benigni. E logo após, cumprindo a praxe, foi registada a foto de grupo que representa simbolicamente uma espécie de elo colectivo que o faz ser cada vez mais forte.

Adelino Couto

Como é da praxe, o ajuntamento deu-se à hora marcada junto à porta de armas, por entre sorrisos e abraços, retomados num interregno de três meses, desde a visita à Direcção de Faróis. E logo ali, houve “re-encontros tardios mas felizes”, nas pala-vras sentidas do Braga, corporizados na presença, pela primeira vez nestes nossos Encontros, dos comandantes Matias Cor-tes e Cardoso Anaia, então jovens primei-ros-tenentes, que connosco fizeram o cur-so de fuzileiros. Foi bonito tê-los entre nós, com a esperança que nos possam acom-panhar daqui avante. E, com forte emoção, os abraços aconteceram, aquecidos pelas memórias de quarenta e cinco anos, rebo-binadas de supetão por cada um de nós. Mesclados de sentimentos contraditórios, de novo os longínquos e difíceis tempos de setenta e um vieram à baila, temperados pela sina do destino que, um dia, nos fez cruzar as nossas vidas para que nunca mais se deixassem de cruzar. Pois é: Fuzi-leiro uma vez fuzileiro para sempre!

De acordo com o programa estabelecido, seguiu-se uma Missa na Capela da Uni-dade em memória de todos aqueles que

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Sempre que visitamos a Escola de Fuzi-leiros fazemo-lo. Daí que, como não podia deixar de acontecer, prestamos homena-gem ao nosso camarada e amigo António Bernardino Piteira, numa cerimónia sim-ples mas carregada de simbolismo, junto à lápide da sua rua. Coube a vez ao ca-marada Gomes Lima usar da palavra para, através dela, não só trazer o Piteirinha junto a nós, mas também tecer judiciosas considerações de alcance mais amplo. Dada a pertinência, não posso deixar de respigar algumas passagens da sua alo-cução:

Como muitos outros o fizeram, o Piteirinha poderia ter evitado a “frente”, ora abri-gando-se num dos muitos “nichos” que a máquina militar criou para seu serviço, ora utilizando corredores para ares mais “de-safogados” onde o Sol que nasce e se põe não é português… A nós que o celebramos e consideramos ser guardiães da sua me-mória, não nos pesa a consciência de rela-xarmos a tarefa de o ter sempre connosco e de reclamar para ele o estatuto que o destino lhe atribuiu. De cima da jangada que a nossa união construiu e que nos permite sobreviver como grupo onde estão todos, presentes e ausentes, afirmamos não compreender que, na nossa “casa” que também foi a dele, possa haver limita-ções a exercícios de afirmação de sentida saudade e solidariedade, influenciadas ou não por opiniões de quem não represen-ta sequer a “instituição” militar, indepen-dentemente do “peso” que possa ter em quem decide. E rematou: De uma coisa a “instituição” pode estar certa: passamos à reserva, mas não desmobilizamos.

Seguiu-se um périplo pelos locais mais icónicos do nosso percurso na Escola de Fuzileiros, como marco rememorativo dos tempos agrestes ali vividos como cadetes. Antes de tudo a passagem junto à “nossa casa”, personificada nas camaratas onde pernoitávamos e gozávamos escassos tempos de descanso, dando azo à irreve-rência da juventude. Os slides, de execu-ção espectacular, as cordas entrelaçadas para o “salto do Tarzan”, o ginásio, onde tínhamos aulas de boxe e judo, com os mestres Ricardo Ferraz e F. Costa Matos, a beira-rio com os emblemáticos zebros a bailarem nas nossas memórias. E, last but not least, a celebérrima pista de lodo, onde muitos de nós experienciamos momentos bem difíceis de ultrapassar, agravados pelo fétido cheiro que de quando em vez se respirava, apenas suavizado por perfume disponibilizado por mão amiga. E não foi esquecido, o já desaparecido “labirinto”, palco subterrâneo de exercício deveras complicado e penoso, que só de pensar nele ainda nos provoca tiques claustrofó-bicos. Enfim, repousam naqueles locais

simbólicos nacos de memórias ainda vivas que marcaram a nossa juventude, cujo fu-turo, à época, se mostrava inelutavelmente recheado de incertezas.

Findada que estava a visita, sempre mar-cante, à “casa mãe”, fez-se tempo para rumarmos à Associação de Fuzileiros, ali bem perto, para almoço e cumprimento do restante programa. Fomos aconchegando os estômagos com as usuais entradas e a sopa de legumes. E logo chegou o bacalhau lascado frito com cebola e pi-mentos, seguido de lombinhos de porco com camarões, bem acompanhados com néctar da região, que embora não sendo dos deuses, se apresentou agradável ao palato. Bem à portuguesa e, em conformi-dade com o espírito fuzileiro, as vitualhas criaram a ambiência e serviram de mote para o robustecimento - se, quiçá, tal ain-da é possível - do companheirismo e união do grupo, onde em cada jornada que se vai sucedendo, há sempre lugar para mais uma história ainda não contada ou um episódio porventura desconhecido, que chamam a lágrima escondida ou a risada imprevista.

Em jeito de remate, do programa cons-tava ainda um ponto até ali enigmático, epigrafado de «RETRATOS A AGUARELAS: A simbiose entre os afectos e a irreverên-cia». Muitas eram as interrogações sobre a substância do tema e do seu enquadra-mento nesta jornada de convívio, dan-do azo a alguma expectativa e mesmo a especulações curiosas. Diga-se em abo-no da verdade que o autor destas linhas desde há muito vinha alimentando a ideia de deixar para memória futura o retrato pictórico dos vinte e quatro cadetes que com ele integraram a classe de fuzileiros do 18.º CFORN, incluindo obviamente os três que já partiram.

Na senda de Pessoa, a “obra” nasceu e ali foi apresentada. Em forma de preâmbulo escrevi: “Pois aqui estou eu, fazendo da palavra um pincel, a retratar a faceta hu-mana, os estados de espírito, as emoções, mas também, o lado lunar de cada um de nós. E também coisas mais terrenas, como tiques, “pancadas” e ofícios correla-tivos, misturados com o “picante” próprio da juventude de antanho. Estes retratos constituem uma visão apenas minha, ge-rados que foram na solidão e no silêncio. Visão que não tem outra pretensão, que não apenas a de criar uns momentos de boa disposição e ajudar ao cada vez maior fortalecimento do nosso grupo. Por isso, dou graças a que, ao longo destes tempos, tenha havido a oportunidade – chamar--lhe-ia privilégio – para tonificarmos o companheirismo e cimentarmos a amiza-de que se tornou imune a quaisquer vicis-situdes das nossas vidas”.

E concluí: “Este é o meu testemunho! Que constitui uma simbiose entre os afectos e a irreverência. Fi-lo com o coração e alguma emoção. E, concomitantemente, entendo-o como uma singela homenagem a todos

nós. Acima de tudo, porque, independen-temente, dos multifacetados percursos das nossas vivências, na hora certa dizemos sempre presente!”.

Após uma breve introdução do amigo Bra-ga, cada “retrato” foi lido e entregue indi-vidualmente aos presentes, acompanhado, pois claro, da respectiva foto que registou de forma indelével cada um daqueles mo-mentos bem significativos na vida dos ca-maradas e, obviamente, também do grupo. Bem se compreenderá que este inespera-do “cerimonial”, que durou uns largos mas saborosos minutos, tenha sido vivido com um misto de emoção e alegria, constituindo uma manifestação efusiva da razão con-

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convívios

O DESEMBARQUE • n.º 26 • Março de 2017 • www.associacaodefuzileiros.pt

substanciadora destes Encontros. Registo, com muito agrado, as palavras amigas e sentidas do comandante Matias Cortes, que connosco viveu todos estes momentos após mais de quarenta anos de lonjura, e que com olhos vidrados e voz embargada pela emoção, confessou nunca ter assisti-do a momentos tão genuínos como os que acabara de assistir, dando os parabéns ao grupo e incentivando-o a manter sempre este rumo.

Enfim, dada a imprevisibilidade da situ-ação e a ambiência calorosa, bem hu-morada e visceralmente amiga que foi espontaneamente criada, ouso escrever, servindo-me do título do livro de João de Melo, escritor açoriano, que havia por ali “gente feliz com lágrimas”.

Eis senão quando chegou o momento de zarpar rumo às casas de cada um. Não para todos! É procedimento costumeiro que a malta do norte e centro pernoite

localmente quando, para os nossos En-contros, se desloca a sul, porque a idade já vai pesando e as famílias apoiam para seu sossego. A estes juntam-se mais uns quantos para, em conjunto, prolongarem a jornada que, como é habitual, tem hora marcada para seu início, mas não já para seu termo.

Em coerência, a esplanada do restaurante da nossa Associação, sobranceira ao rio Coina, com Lisboa em horizonte próximo, serviu de palco para animada cavaqueira, do mesmo passo que nos deleitamos com um esplendoroso pôr-do-sol que só os fins de tarde do estio sabem propiciar.

Mas não se pense que, antes do cair do pano, este seria o último poiso. A digestão do almoço estava feita, pelo que, por decisão unânime do grupo informal de resistentes, se tivesse rumado à zona ribeirinha do Bar-reiro, onde assentamos arraiais num sim-pático bar com decoração tauromáquica.

Devidamente acomodados e uma vez con-sultado o cardápio, optou-se pela degus-tação de petiscos variados para retempero do estômago e saboroso tónico para novos temas de conversa.

E, como as coisas boas da vida passam num ápice, eis que o dia dezoito já nas-cera quase sem darmos conta, pelo que era tempo de levantar ferro que o “doce lar” para alguns ainda estava a distância considerável.

Por entre afectuosos abraços de despedi-da e com o céu estrelado como testemu-nha, veio-me à baila a enorme capacidade deste grupo continuadamente se redes-cobrir para que novos reencontros acon-teçam, fruto de mais de quatro lustros e meio de obstinada cumplicidade.

Adelino CoutoSóc. Orig. n.º 2382

Destacamento de Fuzileiros Especiais N.º 7Guiné 1963/65 – 51.º Aniversário

24 de Setembro de 2016

O Destacamento de Fuzileiros Espe-ciais n.º 7 que cumpriu comissão de serviço em Bolama – Guiné, onde

honradamente serviu a Pátria nos anos de 1963/65, comemorou no passado dia 24 de Setembro o 51.º aniversário do seu regresso.

Os resistentes deste DFE juntamente com os seus familiares e amigos, reuniram-se em salutar convívio desta vez sobre a ba-tuta de dois ex-grumetes FZE, o Puto e o Cuecas.

O programa inovou com uma manhã cul-tural que incluiu; uma missa a bordo da Fragata D. Fernando II e Glória, visita guia-da à Fragata e um Porto de Honra.

Seguidamente, já no cais, teve lugar uma homenagem aos falecidos com toque de silêncio executado por um terno de clarins e o lançamento ao mar de uma flor por cada um dos que já nos deixaram.

O Clube de Sargentos da Armada, no Feijó, foi o local escolhido para o almoço onde o

convivio, pleno de camaradagem e amiza-de, se prolongou com a projeção de um filme e execução de música tradicional portuguesa.

Mário F.Sortelha Martins

António Mealha da Ponte

“Nem melhores, nem piores, apenas e só, diferentes!”

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Destacamento de Fuzileiros Especiais N.º 13Angola 1965-67

15 de Outubro 2016

O Destacamento de Fuzileiros Espe-ciais N.º 13 serviu Portugal em An-gola no período de 1965 a 1967.

No dia do 51.º Aniversário, 15 de Outubro de 2016, homenageou o camarada 1.º Grumete FZE 727/64 Francisco Guerreiro da Costa, na Aldeia do Rosário. Este mi-litar, natural daquela aldeia do concelho de Almodôvar, foi mobilizado para integrar este Destacamento Fuzileiros Especiais e, durante uma operação de resgate no rio Zaire, desapareceu no dia 13 de Fevereiro de 1966 (há 50 anos).

“Ao regressar de bote do Posto da Pedra do Feitiço caiu ao rio perto do Posto de Puelo. O corpo foi recuperado em 16 de Fevereiro pela LFP Formalhaut”. (Luís Ba-ena, 2006, p.78)Que a sua alma descanse em paz.

DFE N.º 1 – Moçambique 1964/66 DFE N.º 2 – Angola 1967/69

15 de Outubro 2016

Realizou-se no passado dia 15 de Ou-tubro de 2016, o almoço de confra-ternização do DFE 1 que completou

52 anos da sua partida para Moçambioque e do DFE 2 que completou 49 anos da sua partida para Angola.

O pessoal dessas Unidades de Fuzileiros concentrou-se na Escola de Fuzileiros pe-las 09h30 onde, segundo o programa pre-visto, prestou homenagem aos camaradas mortos em combate com a deposição de uma coroa de flores junto ao Monumen-to ao Fuzileiro, seguida de uma missa por alma de todos os amigos já falecidos mas nunca esquecidos.

Seguidamente, decorreu uma visita à Uni-dade que incluiu a habitual visita ao Mu-seu, à Unidade de Meios de Desembarque, à Pista de Lodo, à Pista de destreza e à Piscina.

Após a visita à Escola de Fuzileiros, a con-fraternização continuou no Restaurante “Quinta da Alegria” onde foi servido um um maravilhoso almoço que se tornou um momento de grande convívio e camarada-gem entre todos os presentes.

Antes porém, foi cumprido um minuto de silêncio lembrando os camaras já faleci-dos que foram chamados um por um e a que todos responderam “Presente!”.

Estes DFE foram comandados pelo CMG Maxfredo Ventura da Costa Campos (DFE 1) e CMG Luís Manuel Medeiros Ferreira (DFE 2), ambos já falecidos.

O convívio finalizou, assim, com as pa-lavras proferidas pelos oficiais Imediatos destas duas Unidades ficando a vontade de nos juntarmos numa próxima confra-ternização.

Francisco Egas SoaresS/Mor FZE Ref

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Grupo de Motociclistas da Associação de Fuzileiros

30 de Outubro de 2016

Turma de Hidroginástica da Associação de Fuzileiros

Jantar de Natal

26 de Novembro de 2016

O Grupo de Motociclistas da Asso-ciação de Fuzileiros tem-se des-dobrado em múltiplas presenças

em tudo o que é comemoração, seja da Associação Nacional, seja das suas Delegações.

Do Porto ao Algarve tem sido um cor-rupio! Com muita alegria... estrada fora, mas também com muita segu-rança, sob o comando do Chefe do Grupo Gonçalo Cambalhota.

Por toda esta actividade foi bem me-recido o passeio que calmamente fi-zemos ao Alvito, no dia 30 de Outubro.

Não faltaram as peripécias habitu-ais deste tipo de movimentações, tal como não faltou a fotografia de grupo em frente ao Canto do Cante no Alvito.

Vamos continuar a rodar e a animar os nossos eventos com toda a cama-radagem e amizade que os Fuzileiros merecem.

O Restaurante “Chica do Rina”, no Barreiro, foi o local escolhido para a nossa turma de Hidroginástica efec-

tuar o seu Almoço de Natal

É sempre interessante juntar em momen-to descontraído, elementos de diferentes idades que partilham, semana a semana, uma actividade comum, dinamizada pela Associação de Fuzileiros e apoiada pela Escola de Fuzileiros através de protocolo.

Foi um convívio muito agradável com a presença do Instrutor/Formador Carlos Correia (Sócio n.º 1202) e elementos da Direcção convidados.

Um agradecimento ao Carlos Correia pelo apoio que dá a esta actividade, uma mais--valia da nossa Associação em benefício dos nossos Associados.

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Escola de Janeiro de 198730.º Aniversário

28 de Janeiro de 2017

Celebrou-se no passado dia 28 de Ja-neiro de 2017, o 30.º Aniversario da Incorporação da Escola de Janeiro de

1987, celebração que teve lugar na Casa Mãe dos Fuzileiros – Escola de Fuzileiros e com o seguinte programa:

10h45 – Descerramento da placa alusiva ao trigésimo aniversario

11h15 – Visita ao Museu do Fuzileiro

12h45 – Almoço no refeitório da Unidade

15h00 – Encerramento da celebração

Quarenta e um Filhos da Escola responde-ram PRONTO! Número significativo face à dificuldade em os localizar. O trabalho, a saúde e a distância (alguns estão ausentes do País a governar a vida) impediram mui-tos de estarem fisicamente presentes mas estiveram-no em espírito pois as imensas mensagens que fomos recebendo ao lon-go do dia foram prova disso mesmo. Um “Bem haja” a todos!

Um agradecimento especial a todos os Familiares que também estiveram presen-tes e um enorme agradecimento aos seis convidados, nossos antigos Instrutores de há 30 Anos: o senhor Coronel de Cavalaria Barão Mendes - na altura segundo tenen-te, o Sargento Antonio David, o Sargento Antonio Antão, o Sargento José Camarro, o Sargento Manuel Lucas Caronho e o Cabo José Mendes. Muito Obrigado por estarem presentes e por tudo o que nos ensinaram!

Mesmo não estando presente, o senhor Comandante Alberto Ova Correia, na altura 1.º Tenente , gentilmente dirigiu-nos estas simpáticas palavras:

“Em primeiro lugar quero agradecer o honroso convite para a vossa importante cerimónia da comemoração dos 30 anos de incorporação nos Fuzileiros da nossa Marinha.

Muito gostaria de poder estar convosco, passado todo este tempo, para poder ou-vir de Vós as histórias inesquecíveis que ficam da nossa formação como Fuzilei-ros. Lamentavelmente, não poderei estar presente, uma vez que me encontro em Moçambique a cumprir a minha ultima co-missão de serviço na Cooperação Técnico--Militar como Diretor Técnico do Projecto da Marinha de Guerra de Moçambique.

Espero que a vossa comemoração seja um grande êxito, e permita reunir o maior numero de filhos da escola, num ambien-te de grande amizade e camaradagem, exultando os valores e princípios dos Fuzi-leiros, que ajudaram muitos de nós a en-frentar os desafios das nossas vidas quer dentro da instituição, quer nas nossas vi-das particulares!

Envio um grande abraço de amizade e es-tima, e uma forte saudação a todos Vós!

Fuzileiro uma vez, Fuzileiro para sempre!“

A cerimónia teve início com um discurso proferido pelo CFR Pinto Conde em repre-sentação do Comando da Escola de Fuzi-leiros, discurso eloquente dando ênfase ao Espírito de Unidade, corroborado com a significativa presença dos antigos alunos. Enfatizou também o quanto são importan-tes para o Comando desta Unidade estas celebrações que demonstram bem que a nossa passagem pela Escola de Fuzileiros

deixou uma marca que jamais esquecere-mos!

De seguida teve a palavra o senhor Coro-nel Barão Mendes, dizendo de forma sen-tida que, naquele momento, quem estava ali a discursar era o Segundo Tenente Ba-rão Mendes – Imediato da IMB.Terminado o seu emotivo discurso procedeu-se ao descerrar de uma placa alusiva que teve como protagonistas o próprio Coronel Ba-rão Mendes e o nosso mais graduado Fi-lho da Escola, Sargento Ajudante FZ Paulo Santos.

O programa continuou com a visita ao Museu do Fuzileiro, guiada pelo divertido Cabo Pinto, com uma maneira cativante de contar historias sérias!

De seguida avançou-se para o almoço que teve lugar no refeitório da Escola de Fuzileiros, com um serviço à linha que a todos nós fez recordar com emoção o que tínhamos vivenciado há trinta anos!

No final da refeição, e depois de um muito humano e sentido discurso proferido pelo nosso convidado Coronel Barão Mendes, fez-se um brinde aos Fuzileiros com um pujante Grito do Fuzileiro, terminando depois as festividades com o corte de um bolo alusivo acompanhado de champanhe.

“Fuzileiro uma vez , Fuzileiro para sempre!”

Miguel da SilvaFo

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obituário

43O DESEMBARQUE • n.º 26 • Março de 2017 • www.associacaodefuzileiros.pt

Aqui se presta homenagem aos que nos deixaram

diversos

Donativos à AFNome do sócio N.º Donativo

Mª José Proença Pais 1333 20,00 €

Manuel Correia 478 40,00 €

Manuel Pimentel Moreira 2337 20,00 €

Martinho dos Santos Alves 1837 15,00 €

Vitor Porto (Assinatura Anual - “O Desembarque”) 1706 10,00 €

Luís B. Alves (Assinatura Anual - “O Desembarque”) 1591 10,00 €

António Esperança 479 20,00 €

António C. Loureiro 1470 20,00 €

Manuel Fernando Correia 2332 50,00 €

António Manuel Pacheco 816 10,00 €

Diamantino Rodrigues (Assinatura Anual - “O Desembarque”) 1887 10,00 €

Novos SóciosNome do sócio N.º

Jorge Manuel de Oliveira Monteiro 2519

Manuel Eduardo Afonso Cerqueira 2520

Ludgero Fernando P. dos Santos Silva 2521

Elisa de Jesus a Costa Mendes 2522

Paulo Miguel de Oliveira Rodrigues 2523

José Luís Martins dos Santos 2524

João do Carmo Arrobe 2525

Juan Perca Jurado 2526

António Manuel Simão Freire 2527

António Guerreiro 2528

António Daniel Fernandes Lourenço 2529

António João Carronha Brinquete 2530

Vitor Manuel de Magalhães G. Sizudo 2531

José Estevão de Castro Neto Santos Vieira 2532

José Jorge Sequeira Martins 2533

Paulo Alexandre 2534

A Associação Nacional de Fuzileiros e a Revista “O Desembarque” apresentam sentidas condolências às Suas Famílias, publicando-se as respectivas fotografias que correspondem às que encontrámos nos nossos ficheiros.

Estes nossos Camaradas e Amigos permanecerão para sempre entre nós!

* Informação retirada da Revista da Armada de Janeiro** Tinha atribuído o n.º 838 mas nunca pagou quotas

Casimiro de Jesus CabritaSócio n.º 1263

1.º TEN OT (FZE-REF) 38945506/03/1935 a 12/2016*

João Luís Santos CorreiaSócio nº. 734

SAJ FZ 67056002/02/1943 a 01/12/2016

Paulo Jorge Guerreiro FradeCabo Radiotelegrafista

03/04/1968 a 31/01/2017 **

Júlio Augusto PereiraSócio n.º 1598

SAJ FZ (REF) 52875810/02/1938 a 16/01/2017

Rodrigo Pinto dos SantosSócio n.º 2309

2.º MAR FZ 37758631/12/1965 a 21/12/2016

José de Campos LuísSócio n.º 2340MAR FZ 386/65

10/08/1943 a 03/2016

Manuel Pita BrazSócio n.º 1003

1.º SAR FZ 47635725/09/1937 a 22/01/2017

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