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FLOCULAÇÃO DAS CÉLULAS DE LEVEDURAS
A floculação é um dos principais problemas de fermentação, pois é de difícil
previsão e controle. O agrupamento das leveduras diminui a área específica de
exposição ao meio externo, provocando a diminuição da velocidade de retirada de
açúcar e nutrientes e tornando mais difícil a liberação do álcool e do CO2, o que causa
diminuição na velocidade de fermentação e de reprodução e aumento na taxa de morte
das leveduras. Além disso, como o floco tem um diâmetro muito maior que o de uma
célula isolada, ele se torna muito mais pesado, havendo separação de fases assim que
a agitação causada pela liberação de CO2 diminui. A alta concentração de fermento
que se acumula no fundo das dornas no início da centrifugação, em conjunto com o
grande diâmetro dos flocos, torna a operação de centrifugação crítica e pouco
produtiva e qualquer manobra errada significará perda de fermento e/ou redução de
produção. O tratamento ácido auxilia no controle da floculação, quebrando os flocos e
permitindo que as bactérias em seu interior percam a proteção do floco e sejam
agredidas pelos antibióticos. Há, porém, outros problemas que complicam o
tratamento, relacionado tanto as condições de centrifugação como a presença dos
flocos. Quando um floco (formado por milhares de leveduras) é acelerado (durante a
centrifugação) carrega consigo não apenas as leveduras aderidas como também
aquelas que originalmente não estavam aderidas, e mais, carrega sólidos em
suspensão e colóides (argila, proteínas e polissacarídeos extracelulares). Todo este
material orgânico irá “reagir” com o ácido sulfúrico competindo pela ação desfloculante
dos íons [H+] e reduzindo a eficiência do tratamento, já que haverá grande aumento no
número de bactérias. O maior consumo de ácido, utilizado para neutralizar todo este
material, provocará aumento da acidez, tornando o tratamento mais agressivo e
diminuindo a viabilidade do fermento. Todo este processo provocará a redução da
eficiência de tratamento ácido, resultando em redução da produção, desgaste
acelerado nas centrífugas e perdas de rendimento por sobra de açúcares, por
produção de ácidos e glicerol.
A maior parte dos problemas de floculação nas destilarias envolve a presença de
um contaminante especial, um tipo de bactéria do gênero Lactobacillus que tem a
capacidade de sintetizar um tipo de proteína (associada a sua parte externa) que se
adere firmemente a uma fração de carboidrato da parede celular da levedura. A
bactéria pelo seu pequeno tamanho e grande área, tem a capacidade de aderir a
diversas leveduras simultaneamente formando os flocos. Para complicar esta situação,
algumas leveduras contaminantes, que são naturalmente floculantes (como as
utilizadas em cervejarias, por exemplo), também têm a capacidade de co-flocular com a
levedura normal, bastando 20 a 30% do número total de leveduras nesta forma para
promover a total aglomeração da população. A única diferença entre estes dois tipos de
floculação é a faixa de pH necessário para desflocular, ou seja, para alterar a estrutura
da proteína que estabiliza o floco. Quando existem principalmente leveduras
contaminantes, o pH de desfloculação estará abaixo de 2,2 e quando existirem
principalmente bactérias, este pH fica na faixa de 2,5. Os principais controles para
evitar uma grave floculação bacteriana no processo são:
- controle da assepsia do mosto (monitorada pelo delta-pH ou delta-acidez): deve ser
minimizada a entrada de bactérias no mosto através de limpezas freqüentes de linhas e
os equipamentos em contato com o açúcar, preferencialmente na temperatura de
ebulição por pelo menos 15 minutos, quatro vezes por dia. Nas paradas, as linhas
devem ser esgotadas e limpas com água e depois com água e biocida.
O valor do delta-pH deve estar abaixo de 0,6, cuidando-se principalmente do estado do
trocador de calor, que deve ser mantido limpo, por exemplo, pela inversão do lado de
fluxo (caldo/água), antes que o delta-pH suba.
TESTE DE FLOCULAÇÃO
A floculação da levedura é um dos mais graves problemas e um importante
parâmetro para o controle do processo de fermentação alcoólica, especialmente pela
redução de produtividade e de dificuldades ocasionadas na centrifugação da levedura.
Pode ser causada pela linhagem da levedura e condições da fermentação,
principalmente o aumento da contaminação bacteriana, excesso de cálcio e
temperatura elevada. O teste é realizado com amostra de vinho bruto em final de
fermentação níveis de
Procedimento Analítico
- Homogeneizar a amostra;
- Transferir para uma proveta de 100 mL;
- Ajustar o menisco para 100 mL;
- Cronometrar 15 minutos;
- Fazer a leitura quantificando de cima para baixo o espaço existente entre o volume
total (100 mL) e início da separação do levedo;