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CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS
DEPARTAMENTO DE MINAS E CONSTRUÇÃO CIVIL
CURSO DE ENGENHARIA DE MINAS
FLOTAÇÃO REVERSA DE MINÉRIO DE FERRO PROVENIENTE DO
DEPÓSITO JAMBREIRO DA REGIÃO DE GUANHÃES-MG
MARIANA APARECIDA TORRES
ARAXÁ
2015
MARIANA APARECIDA TORRES
FLOTAÇÃO REVERSA DE MINÉRIO DE FERRO PROVENIENTE DO
DEPÓSITO DE JAMBREIRO DA REGIÃO DE GUANHÃES-MG
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais como requisito parcial à obtenção do título de Engenheiro de Minas. Orientadora: Profª. Drª. Michelly dos Santos Oliveira. Co-Orientador: Prof. Ms. Leandro Henrique Santos.
ARAXÁ
2015
MARIANA APARECIDA TORRES
FLOTAÇÃO REVERSA DE MINÉRIO DE FERRO PROVENIENTE DO DEPÓSITO
DE JAMBREIRO DA REGIÃO DE GUANHÃES-MG
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais como requisito parcial à obtenção do título de Engenheiro de Minas.
Data de aprovação: 10 /08 /2015
Banca Examinadora:
Profª. Drª. Michelly dos Santos Oliveira – Presidente da Banca Examinadora Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais – Orientadora
Prof.Ms. Leandro Henrique dos Santos Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais
Prof. Marcélio Prado Fontes Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais
Prof. Francisco de Castro Valente Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais
DEDICATÓRIA
À memória da minha querida avó Maria Cândida Bernardes.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus por ter me concedido forças para seguir em
frente com a pesquisa, encaminhando-a da melhor forma possível.
Aos meus orientadores Michelly dos Santos Oliveira e Leandro Henrique
Santos, que além de orientadores se tornaram amigos, dedicando parte do seu
tempo para me ajudar a realizar e desenvolver o meu trabalho, além de me auxiliar
com muita paciência.
Aos meus pais, Jefferson Lima Torres e Selma Aparecida Torres, por me
incentivarem, apoiando minhas decisões, acreditando que sou capaz, e meus irmãos
Taiana Torres, Vitor Henrique Lima Torres e Vitória Lima Torres pelo apoio e amor
dedicado.
A meu namorado Matheus Alexandre Pereira Vaz pelo companheirismo,
dedicação oferecida e pela compreensão nos momento de estudos.
Aos meus amigos e familiares por terem me dado forças para desenvolver
este trabalho, em especial Layane Lórem Pimenta, Luis Alberto Silva e Victor
Leonardo de Oliveira Soares pela ajuda e auxilio nos momentos de necessidade.
À empresa de capital australiano Centaurus Metals Brasil - CBM pela
amostra, incentivo ao desenvolvimento, apoio e oportunidade.
“Pode-se vencer pela inteligência,
pela sorte ou pela habilidade,
mas nunca sem trabalho”
Destoef
RESUMO
O cenário mundial para o minério de ferro vem apresentando dia após dia reservas de teores cada vez mais reduzidos, além da crescente demanda mundial por este recurso. Diante disto, se apresenta como estratégica a necessidade de busca por técnicas alternativas para o processo produtivo deste bem mineral. O objetivo deste trabalho consiste na avaliação da concentração de minério de ferro pelo método da flotação reversa com amina, sendo realizados os experimentos no laboratório de tratamento de minérios do CEFET-MG, Unidade Araxá. O minério estudado é proveniente do depósito do quadrilátero ferrífero denominado Depósito Jambreiro, distante cerca de 20 km do município de Guanhães – MG. Foram analisadas as variáveis operacionais dosagem de coletor e dosagem de depressor, sendo estes Flotigam EDA e amido de milho gelatinizado, respectivamente. A caracterização química da amostra feita na alimentação do processo indicou a presença de SiO2
(52,33%), Fe2O3 (46,46%), assim como outros elementos em menor porcentagem como SO3 (0,607%), K2O (0,309%), CaO (0,223%) e MnO (0,061%). A análise de fluorescência de raio-X indicou que o principal mineral portador de ferro é a hematita, enquanto que o quartzo é o principal mineral de ganga.Com o uso do coletor Flotigam EDA e dosagem de 150 g/t, depressor amido de milho com dosagem de 200 g/t, encontrou-seuma expressiva recuperação do mineral de interesse a partir da amostra de minério de ferro proveniente do depósito de Jambreiro da região de Ganhães- MG, além da melhor porcentagem de Fe de 39,70%.
Palavras-chave: Flotação reversa. Reagentes. Minério de ferro.
.
ABSTRACT
The global scenario for iron ore has shown day after day levels of reserves dwindling, and the increasing worldwide demand for this feature. Given this, it has a strategic need to search for alternative techniques for the production process of this well-mineral. The objective of this study is to assess the concentration of iron ore by the method of reverse flotation amine, the experiments being conducted in the laboratory treatment of CEFET-MG ores, Araxá unit. The ore is studied from the deposit of iron quadrangle called deposit Jambreiro, far about 20 km from the city of Guanhães - MG. The collector dosage and dosage operating variables were analyzed depressant, these being Flotigam EDA and gelatinized corn starch, respectively. The chemical analysis of the sample made in the process feed indicated the presence of SiO2 (52.33%), Fe2O3 (46.46%) and other elements to a lesser percentage as SO3 (0.607%), K2O (0.309%), CaO (0.223%) and MnO (0.061%). The X-ray fluorescence analysis indicated that the mineral iron is hematite main carrier, while quartz is the main mineral gangue. Using the Flotigam EDA and collector dosage of 150 g / t, depressant cornstarch with dosage of 200 g / t, found a significant recovery of the mineral of interest from the sample of iron ore from the deposit Jambreiro MG Ganhães- the region beyond the best percentage of Fe 39.70%.
Keywords:Reverse flotation. Reagents. Iron ore.
ILUSTRAÇÕES
A) FIGURAS
FIGURA 1.1 – LOCALIZAÇÃO DO DEPÓSITO DE JAMBREIRO ................................................. 5
FIGURA 3.1 – LOCALIZAÇÃO DAS PRINCIPAIS MINAS DE MINÉRIO DE FERRO NO BRASIL. ...... 11
FIGURA 4.1 – MOINHO DE BOLAS .................................................................................. 24
FIGURA 4.2 – PILHA DE HOMOGENEIZAÇÃO E QUARTEAMENTO ......................................... 25
FIGURA 4.3 – MATERIAL FLOTADO E MATERIAL AFUNDADO RESPECTIVAMENTE .................. 30
B) QUADROS
QUADRO 3.1 – FÓRMULA QUÍMICA, CONTEÚDO TEÓRICO DE FERRO (EM %), DENSIDADE
RELATIVA E IMAGENS DOS PRINCIPAIS MINERAIS PORTADORES DE FERRO. .................... 9
QUADRO 3.2 – MINERALOGIA DOS DIFERENTES TIPOS COMPOSICIONAIS DE FORMAÇÕES
FERRÍFERAS ......................................................................................................... 14
QUADRO 1.1 – DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DA FLOTAÇÃO DE MINÉRIOS DE FERRO NO MUNDO
........................................................................................................................... 16
C) GRÁFICOS
GRÁFICO 5.1 – ANÁLISE GRANULOMÉTRICA ................................................................... 34
GRÁFICO 5.2 – RECUPERAÇÃO MÁSSICA X DOSAGEM DE COLETOR ................................. 35
GRÁFICO 5.3 – DOSAGEM DE COLETOR X TEOR ............................................................. 36
LISTA DE TABELAS
TABELA 3.1 – PRODUÇÃO DE MINÉRIO DE FERRO ESTIMADA............................................. 12
TABELA 4.1 – PENEIRAS UTILIZADAS .............................................................................. 26
TABELA 4.2 – MATRIZ DE PLANEJAMENTO ...................................................................... 27
TABELA 4.3 – PARÂMETROS OPERACIONAIS CONSTANTES ............................................... 27
TABELA 5.1 – CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA (MINÉRIO DE FERRO) ....................................... 33
TABELA 5.2 – RESULTADOS DE RECUPERAÇÃO E TEOR DOS TESTES DE FLOTAÇÃO ............ 34
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 3
2 OBJETIVOS 7
2.1 Objetivo geral 7
2.2 Objetivos específicos 7
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 8
3.1 Minério de Ferro 8
3.1.1 Panorama Nacional do Minério de Ferro 10
3.1.2 Minérios de ferro do Quadrilátero Ferrífero 12
3.2 Os métodos utilizados para concentração de minério de ferro 15
3.2.1 A flotação 17
4 METODOLOGIA 23
4.1 Materiais 23
4.2 Amostra 23
4.2.1 Preparação da amostra 24
4.2.2 Caracterização da Amostra 25
4.3 Planejamento dos experimentos 26
4.4 Teste de Flotação Reversa 27
4.5 Preparação dos Reagentes 28
4.6 Teste de Flotação 29
4.7 Cálculo da densidade da amostra 30
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES 33
5.1 Caracterização Química 33
5.2 Distribuição Granulométrica 33
5.3 Resultados dos Testes de Flotação 34
6 CONCLUSÃO 38
7 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS 39
REFERÊNCIAS 40
ANEXO A– RESULTADO DOS TESTES DE FLOTAÇÃO REVERSA 43
3
1 INTRODUÇÃO
No tratamento de minérios, a etapa de concentração apresenta suma
importância na cadeia produtiva mundial de bens minerais. Esta etapa visa uma
separação seletiva dos minerais, que se fundamenta nas diferentes propriedades
entre os minerais-minério e os minerais de ganga. Durante o processo podem ser
exploradas propriedades diferenciadoras, tais como: condutividade elétrica, peso
específico, propriedades de superfície, entre outras existentes. Possui como
principais métodos: separação magnética, separação gravítica ou gravimétrica,
flotação e seleção manual.
Para garantir a eficiência na etapa de concentração há necessidade de que
os minerais estejam separados fisicamente, isto é, a partícula deve apresentar
composição monominerálogica o que corresponde a partículas minerais compostas
por uma única espécie mineralógica. Para que tal cenário seja alcançado o minério
deve ser submetido à etapa de cominuição visando-se obter uma liberação
adequada dos seus constituintes minerais. Como resultado da concentração do
minério, são obtidos dois produtos sendo estes, concentrado e rejeito. Esta etapa
visa atingir um alto teor de mineral-minério no concentrado e, consequentemente, o
menor teor possível na ganga.
Atualmente o método de flotação é dominante no tratamento de minérios para
quase todos os tipos de minérios. Isto se deve à sua alta seletividade e imensa
aplicabilidade. O método se baseia no comportamento físico-químico das superfícies
das partículas minerais que compõe a suspensão aquosa (polpa mineral). Os
sistemas de flotação possuem um dispositivo aerador responsável pela geração de
bolhas no interior da polpa mineral. Quando em contato com a suspensão aquosa,
as partículas que apresentarem afinidade pela bolha de ar (partículas hidrofóbicas)
irão se aderir às mesmas sendo encaminhadas para a zona de coleta, sendo
retiradas como material flotado. Já as partículas que apresentarem afinidade pela
água (partículas hidrofílicas) irão sedimentar, sendo retiradas como material
afundado.
4
A adição de reagentes na flotação permite uma maior eficiência na
concentração de espécies minerais em variadas associações mineralógicas
resultando em grande versatilidade da tecnologia da flotação. Os reagentes
químicos são adicionados à polpa mineral, permitindo induzir as propriedades de
superfície das partículas minerais, tanto para as hidrofóbicas, quanto para as
hidrofílicas. As proporções e tipos dos reagentes que são adicionados à polpa
dependem das características mineralógicas das espécies minerais de interesse
comercial (DUDENKOV et al., 1980 apud VERAS, 2010, p.7).
A flotação de minério de ferro em geral pode ser realizada por duas rotas:
reversa ou direta. Na primeira, a sílica é flotada com a ajuda de reagentes catiônicos
(aminas) e com os depressores (amido). Na flotação direta, o óxido de ferro é
flotado, através do uso de reagentes aniônicos como ácidos graxos ou sulfonato de
petróleo (LOPES, 2009).
A flotação catiônica reversa é considerada uma rota consagrada no Brasil.
Nesta rota, as aminas são empregadas como coletores, sendo consideradas efetivas
na flotação de silicatos e quartzo. Esta rota possui como vantagens uma boa
seletividade alcançada, além do fato de que as fases de interesse (hematita) se
encontram em maior proporção, em relação ao quartzo, fazendo com que o
consumo de coletores seja baixo (COSTA, 2009).
O Brasil possui reservas com altos teores de ferro e baixa quantidade de
elementos que são indesejados no processo, como por exemplo: o enxofre.
Atualmente as reservas mundiais de minério de ferro de alto teor estão se exaurindo,
diante do crescimento do mercado consumidor deste produto.
O complexo localizado cerca de 20 km da cidade de Guanhães, no estado de
Minas Gerais, é considerado uma reserva que contem baixo teor de ferro. Se
encontra inserido no embassamento da Faixa Araçuaí denominado de depósito de
Jambreiro que possui aproximadamente 128 Mt de minério. A formação ferrífera
bandada (FFB) ocorre em um enorme dobramento reclinado, na formação média do
grupo Guanhães, com plano axial e mergulho para a direção SW. Denominado
corpo Tigre com comprimento de 1,5 km e larguras de 40 a 80 metros, o flanco
5
sudoeste é o que apresenta maior homogeneidade e continuidade. O flanco
nordeste se apresenta sedimentado, gerando dois corpos menores denominados
Cruzeiros e Galo (SILVA et al., 2014). A FIG. 1.1 mostra a localização do depósito
de Jambreiro em relação a capital do estado.
Figura 1.1 – Localização do depósito de Jambreiro
Fonte: Centaurus Metals
Nas formações ferríferas bandadas (FFB) ocorrem corpos enriquecidos de
anfibólio e dolomita, além de algumas partes xistosas ricas em muscovita. As FFB’s
são homogêneas apresentando teor médio de ferro de 25% a 35%, além de grãos
de granulometria média a grosseira, com bandas milimétricas de hematita e baixas
quantidades de magnetita alternada com finas bandas de quartzo. A porção
intemperizada de profundidade de 60 a 80 metros apresenta uma formação ferrífera
bandada friável, o que permite uma concentração eficiente, basicamente utilizando-
se classificação, separação gravimétrica e separação magnética. A operação de
lavra não necessita do uso de explosivos. Além disso, minerais na parte intempérica,
como dolomita e actinolita, estão completamente ou parcialmente alterados
promovendo a geração de produtos que não são contaminados por cálcio e
magnésio (SILVA et al., 2014).
6
A rota prevista, até o momento, para o beneficiamento do minério de
Jambreiro é a concentração gravítica. Tendo em vista que a flotação não foi
investigada como opção para a concentração deste minério, testes de bancada
foram desenvolvidos no laboratório de Tratamento de Minérios do CEFET-MG,
Unidade Araxá, objetivando avaliar a eficiência da flotação catiônica reversa, método
consagrado para os minérios do quadrilátero ferrífero, neste caso específico.
7
2 OBJETIVOS
2.1 Objetivo geral
O objetivo principal deste trabalho consiste em aferir a viabilidade da
concentração do minério de ferro de Jambreiro pelo processo de flotação reversa.
2.2 Objetivos específicos
Como objetivos específicos destacam-se:
Avaliar o efeito da variação das dosagens dos reagentes coletor e depressor
na recuperação e no teor do mineral de interesse;
Contribuir com informações técnicas e dados experimentais para a
concentração de minério de ferro proveniente do depósito de Jambreiro da
região de Ganhães.
8
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.1 Minério de Ferro
Os minérios de ferro são denominados como rochas a partir da qual se pode
extrair o metal de forma economicamente viável. Este metal ocupa o quarto lugar do
elemento mais abundante na natureza, cuja composição participa com cerca de 5%
em massa, sendo superado apenas pelo silício, alumínio e o oxigênio (DEVANEY,
1985 apud SOUZA, 2010, p. 1).
O minério de ferro é conhecido desde a civilização egípcia a 4000 a.C, sendo
que seu uso se tornou importante a 800 a.C., no início da idade do ferro (ALECRIM,
1982apud MAZON, 2006, p.4).
As possibilidades em grande escala do uso do ferro são devido a: (ABREU,
1973 apud MAZON, 2006, p. 4):
Descoberta dos processos de transformação do ferro gusa em aço; Conhecimento das propriedades magnéticas do ferro; Substituição do carvão de madeira pelo coque mineral na sua fabricação; Descoberta de Robert Hadfield sobre a melhoria das propriedades do aço pela adição de quantidades substanciais de manganês, fato este que marcou a era dos aços especiais.
Seus minérios mais comuns são a hematita (Fe2O3), a magnetita (Fe3O4), a
limonita (Fe2O3.3H2O), como carbonato, a siderita (FeCO3), ou ainda a pirita (FeS2).
Este último não pode ser extraído devido à presença do enxofre que altera
importantes propriedades do ferro (MOREIRA, 2007).
Embora o ferro (Fe) faça parte da composição de vários minerais, apenas
alguns destes podem ser economicamente explotados para a obtenção deste metal.
Isto se dá quer pela concentração ou distribuição desses minerais nas rochas que
constituem os corpos de minério, quer pela quantidade desse elemento nesses
minerais. Industrialmente, a única forma de obter o ferro é a partir de substâncias
minerais (CARVALHO et al., 2014).
9
De acordo com a composição química do mineral que fornece o elemento
metálico, os minérios de ferro, economicamente viáveis, são classificados em:
óxidos, sulfetos, silicatos e carbonatos. Apenas os óxidos possuem significativa
obtenção econômica (CARVALHO et al., 2014).
O aumento no aproveitamento econômico deste metal é mais expressivo
diante de um teor elevado do minério, como pode ser observado nos minerais
magnetita e hematita. Estes minerais contêm teores que variam entre 72% e 70%
respectivamente. No caso da siderita, o teor do metal se apresenta menos
expressivo, girando em torno de 48% (TAKEHARA, 2004 apud SILVA, 2014, p. 22).
Os principais minerais portadores e seus respectivos teores de ferro, entre
outra característica são apresentados no QUADRO 3.1 (CARVALHO et al., 2014).
Quadro 3.1 – Fórmula química, conteúdo teórico de ferro (em %), densidade relativa e imagens dos principais minerais portadores de ferro.
Mineral Fórmula
Química
Conteúdo teórico
de ferro (%)
Densidade
Relativa Imagem
Magnetita Fe3O4 72,4 5,1
Hematita Fe2O3 69,9 4,9 – 5,3
Goethita Fe2O3.H2O 62,9 3,3 – 4,3
Limonita 2Fe2O3.H2O 59,8 3,3 – 4,3
10
Ilmenita FeTiO3 36,8 4,5 – 5,0
Siderita FeCO3 48,2 3,7 – 3,9
Pirita FeS2 46,5 4,5 – 4,87
Pirrotita Fe(1*X)S 61,0 4,95 – 5,1
Fonte: adaptado de CARVALHO et al., 2014, p. 198.
3.1.1 Panorama Nacional do Minério de Ferro
Em 2011 o Brasil possuía cerca 29 bilhões de toneladas de minério de ferro,
aproximadamente 18% das reservas mundiais, estimadas em 160 bilhões de
toneladas. O Brasil se destaca mundialmente no que diz respeito às reservas em
termos de ferro contido, devido ao alto teor nos minérios hematita, predominante no
Pará, e itabirito, predominante em Minas Gerais (IBRAM, 2011 apud PORTES, 2013,
p. 6).
No Brasil o estado de Minas Gerais se apresenta com 67% das reservas de
minério de ferro, seguido pelo Pará (16%), Mato Grosso do Sul (15,5%), além dos
estados de Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Goiás, Pernambuco, Rio Grande do
Norte e São Paulo (1,5%) (DNPM, 2011apud PORTES, 2013, p. 6).
A FIG. 3.2 mostra a distribuição das principais minas de minério de ferro no
Brasil, sendo estas a Serra do Carajás (Pará), o Quadrilátero Ferrífero (Minas
11
Gerais) e Corumbá (Mato Grosso do Sul). O Quadrilátero Ferrífero corresponde à
área de maior destaque, com suas jazidas de minério de ferro cobrindo uma área
total de 7000 km2, apresentando teores que podem chegar a 65% (BIZZI et al., 2003
apud PORTES, 2013, p. 6).
Figura 3.1 – Localização das principais minas de minério de ferro no Brasil.
Fonte: adaptado de LAMOSO, 2001 apud PORTES, 2013, p. 6.
As maiores empresas produtoras no Brasil são: Vale (84,52%), CSN (5,45%),
Samarco (6,29%), MMX (2,03%) e Usiminas (1,71%) (IBRAM, 2012, p. 32).
A TAB. 3.1 mostra a produção estimada de minério de ferro no país.
12
Tabela 3.1 – Produção de minério de ferro estimada
Ranking Empresa / Ano 2011 2012 2015 2016
1 Vale 311.800 360.000 425.000 425.000
2 CSN 20.100 30.000 89.000 89.000
3 Samarco 23.223 24.000 30.500 30.500
4 Ferrous Resources - 3.000 23.000 40.000
5 Outros - - 1.500 20.000
6 MMX 7.500 13.000 42.500 42.500
7 Usiminas 6.300 12.000 29.000 29.000
8 Namisa - 8.000 - -
9 Anglo American - 5.500 3.500 35.000
10 Mineração Corumbaense - 5.000 10.000 10.000
11 V&M - 5.000 5.000 5.000
12 Arcelor Mittal - 4.300 15.000 15.000
13 Mhag - 1.000 12.000 12.000
14 Bahia Mineração - - 20.000 20.000
15 Bemisa - - 2.000 5.000
16 Manabi - - - 31.000
TOTAL 368.923 470.800 751.000 809.000
Fonte: IBRAM estimativas, 2012.
3.1.2 Minérios de ferro do Quadrilátero Ferrífero
O Quadrilátero Ferrífero, situado na região centro sul em Minas Gerais, com
área de cerca de 7000 km2, tem vértices sudeste em Mariana, sudoeste em
Congonhas, noroeste em Itabira e nordeste em Itaúna (DORR, 1959 apud
AZEVEDO et al., 2012, p. 186).
As séries Itacolomi, Rio das Velas e Minas formam a coluna estratigráfica
deste complexo, sendo estas compostas por rochas metamórficas, podendo haver
metassomatismo, granitização ou processos ígneos (BARBOSA, 1985; WALLACE,
1965; ROSIÈRE, 1987 apud MAZON, 2006, p. 11).
Os depósitos de minério de ferro são classificados como itabiritos,
apresentam rochas quartzosas contendo óxidos de ferro com alguns carbonatos e
silicatos, estes depósitos são do tipo Lago Superior (ALECRIM, 1982 apud
NASCIMENTO, 2010, p. 18).
13
Estes depósitos datam do Proterozóico Inferior (2,5 a 1,8 Ga). Eles
constituíram-se pela enorme abundância de sedimentos clásticos e vulcânicos que
se depositaram em grandes bacias marginais rasas (LIMA, 1995; MORRIS, 1980;
SILVA, 1990; MELNIK, 1982 apud MAZON, 2006, p. 10).
As rochas do Quadrilátero Ferrífero ocorrem nas formas de: quartzito
hematítico, itabirito quartzoso, itabirito, itabirito dolomítico, itabirito anfibólico, itabirito
clorito-dolomítico, itabirito com magnetita, itabirito magnético com talco, dolomito
hematítico, dolomito com magnetita, dolomito com leitos magnético-hiperstênico,
itabirito com leitos alternados (rico em magnetita e tremolita), dolomito quartzo-
hematítico, dolomito quartzo-magnético, dolomito com talco, clorita, anfibólio
(antofilita ou tremolita) e raramente muscovita (GUIMARÃES, 1961apudCOSTA,
2003, p. 5).
A sequência de formações ferríferas bandadas de espessuras mais
expressivas com corpos de minério de alto teor economicamente exploráveis
pertencem ao Grupo Itabira, sendo constituído por itabiritos, dolomitos e,
subordinadamente, metapelitos (ESCHWEGE, 1833 apud ROSIÈRE; JÚNIOR, 2000,
p. 28).
Itabiritos correspondem a formações ferríferas metamórficas e intensamente
oxidadas exibindo corpos de minério descontínuos de alto teor (acima de 64% Fe),
de morfologia aproximadamente lenticular e tamanhos alteráveis desde alguns
decímetros até centenas de metros (ESCHWEGE, 1833 apud ROSIÈRE; JÚNIOR,
2000, p. 28).
A mineralogia dos diferentes tipos composicionais de formações ferríferas
pode ser observada no QUADRO 3.2.
14
Quadro 3.2 – Mineralogia dos diferentes tipos composicionais de formações ferríferas
Tipos de formação ferrífera
Componentes Mineralógicos Principais
Componentes Acessórios
Itabirito comum
Hematita, martita, kenomagnetita, quartzo.
Clorita, sericita, dolomita ferroana, caolinita, cianita, óxidos de Mn, sulfetos, apatita, pirofilita.
Itabirito dolomítico
Martita, hematita, kenomagnetita, dolomita ferroana.
Calcita, grunerita-cummingtonita, clorita, stilpnomelana, biotita, tremolita, actinolita, quartzo (chert), sulfetos, pirofilita.
Itabirito anfibolítico
Martita, hematita, kenomagnetita, maghemita, grunerita-cummingtonita, tremolita, actinolita, quartzo.
Carbonato, talco, dolomita ferroana, egirina, biotita, Mg-riebeckita, kupferita, sulfetos.
Hematita - filito Hematita, sericita. Quartzo, clorita
Filito piritoso Pirita, matéria carbonosa
Fonte: PIRES, 1995 apud ROSIÈRE; JÚNIOR, 2000, p. 31).
A sequência de itabiritos no Quadrilátero Ferrífero é monótona, sendo a
hematita (sob a forma de martita, hematita granoblástica e especularita), o óxido que
predomina, sendo gerada em diversas gerações com nítida relação com o grau de
metamorfismo e deformação (ROSIÈRE et al.,2001a, no prelo apud ROSIÈRE;
JÚNIOR, 2000, p. 32).
A magnetita na maioria das vezes ocorre sob a forma de kenomagnetita como
cristais idiomórficos a hipidiomórficos, se apresentando individualmente ou
constituindo agregados (KULLERUD et al., 1969 apud ROSIÈRE; JÚNIOR, 2000, p.
32).
Normalmente, a magnetita ocorre como relictos no interior dos cristais de
hematita, tendo como mineral de ganga predominante o quartzo, bem como
anfibólios e dolomita. Há presença de outros silicatos como minerais acessórios
(ROSIÈRE; JÚNIOR, 2000).
15
3.2 Os métodos utilizados para concentração de minério de ferro
É de suma importância tanto para o entendimento quanto para a escolha do
método mais adequado para utilização no beneficiamento, os aspectos geológicos, a
gênese e em especial a mineralogia dos minérios de ferro (LOPES et al., 2011).
Pesquisadores constataram que o beneficiamento de minérios laminados
hematíticos e maciços, pode ser realizado por classificação granulométrica e
fragmentação (LOPES et al., 2011)
Utiliza-se apenas peneiramento para o minério pulverulento azul de teor
elevado. Para outros tipos de minérios, com baixo teor, concentra-se por métodos
que consideram a sua aglomeração mineralógica. A jigagem é mais eficaz para
minérios grosseiros de teores médios. Ciclonagem, separação magnética, meio
denso e determinadas práticas mais desenvolvidas como flotação em coluna e
separação multigravítica, foram eficazes na concentração das frações finas e das
lamas (UPADHYAY, 2009 apud LOPES et al., 2011, p. 126-127).
De acordo com Lopes et al., (2011, p. 127):
A escolha da técnica de concentração (concentração gravítica, separação magnética de baixa e alta intensidade, flotação) para as frações granulométricas finas de minérios brasileiros, sinter feed e pellet feed, é efetuada levando-se em consideração a proporção dos minerais-minérios de ferro e dos minerais de ganga presentes nos mesmos.
O sinter feed são considerados finos na faixa granulométrica de 6,3 a 0,1 mm
para sinterização e o pellet feed, concentrado abaixo de 0,1 mm, utilizado na
produção de pelotas para alto-forno (SCHNELLRATH et al., 2002). Para sínter feed
empregam-se concentração magnética e concentração gravítica (meio denso,
espirais e jigagem). Não recomenda-se a concentração magnética de alta
intensidade em minérios dos quais a magnetita e o quartzo são minerais
predominantes. A flotação reversa catiônica de pellet feed é altamente utilizada para
minérios, cujo mineral-minério predominante é a hematita, sendo a ganga
constituída principalmente pelo quartzo com baixa proporção de minerais de
alumínio. Ela é recomendada também para minérios, cujos minerais portadores de
16
ferro predominantes são a magnetita e geothita, associadas ao quartzo com baixas
proporções de alumino-silicatos (LOPES et al., 2011).
Segundo Lopes et al., (2011, p. 127):
Em circuitos industriais de beneficiamento de minério de ferro, que empregam concentração magnética de alta intensidade, faz-se necessária uma etapa inicial de desbaste em equipamentos de baixo campo magnético (acima de 2.000 G) para minérios de ferro com proporção volumétrica de 30% de magnetita. Para proporção volumétrica de magnetita entre 5% e 30%, a etapa de desbaste é efetuada por separação magnética de médio campo (2.000 G a 9.000 G).
Dentre as principais aplicações conhecidas da flotação de minério de ferro o
Brasil é destaque mundial com relação tanto ao número de usinas de concentração
quanto em termos de toneladas tratadas (acima de 80 milhões de toneladas por ano
de alimentação). O quadro resume as principais aplicações conhecidas da flotação
do bem mineral no mundo (ARAUJO; VIANA, 2003 apud ARAÚJO et al., 2013, p.
318).
Quadro 1.1 – Distribuição geográfica da flotação de minérios de ferro no mundo
PAÍS TECNOLOGIA Nº DE USINAS
EUA Flotação catiônica reversa de silicatos: FM e FC*
5
Canadá Flotação catiônica reversa de silicatos: FM 2
Chile Flotação catiônica reversa de silicatos: FP 1
México Flotação reversa de fosfatos: FM 1
Brasil Flotação catiônica reversa de silicatos: FM+FC (contemplando o emprego de células tipo tanque de grande volume)
10
Venezuela Flotação catiônica reversa de silicatos: FC 1 usina piloto e 1
projeto em implantação
Peru Flotação aniônica reversa de fosfatos: FM 1
Suécia Flotação reversa de fosfatos: FM+FC 1
Rússia Flotação catiônica reversa de silicatos e flotação direta (?): FM(?) + (?)
(2 em implantação)
Ucrânia Flotação catiônica reversa de silicatos e flotação direta (?): FM(?) + FC (?)
pelo menos 1
China Desconhecia (possivelmente flotação direta em células mecânicas convencionais)
pelo menos 2
Índia Flotação aniônica reversa de silicatos: FC pelo menos 1
Irã Flotação reversa de fosfatos: FM 1
TOTAL MUNDIAL CONHECIDO 26
FM: Flotação Mecânica
FC: Flotação em Coluna FP: Flotação Pneumática
Fonte: ARAÚJO; VIANA, 2003 apud ARAÚJO et al., 2013, p. 319
17
3.2.1 A flotação
Nos últimos cem anos o processo de flotação, em termos industriais, vem
sendo largamente utilizado, além de consagrado como o método mais empregado
na separação de minerais (NASCIMENTO, 2010).
A flotação consiste na flutuação de um material hidrofóbico sobre uma fase
líquida, enquanto que o material hidrofílico se deposita no fundo do recipiente. A
operação é realizada sob agitação da suspensão ou borbulhando-se ar através da
mesma (RABOCKAI, 1979 apud NASCIMENTO, 2010, p. 21). O processo de
flotação é considerado complexo por se basear nas diferenças das propriedades
físico-química das superfícies das partículas minerais, sendo que esta diferença se
relaciona ao conceito de hidrofobicidade (COSTA, 2009).
Deve-se destacar que os compostos químicos são divididos em apolares e
polares. Estas características são derivadas da presença, em sua molécula, de um
dipolo permanente. Quando estes compostos não apresentam dipolos permanentes,
são denominados apolares. Caso contrário, recebem a designação de polares
(COSTA, 2009).
Levando em consideração o sistema de flotação, o ar corresponde à fase
apolar, enquanto a água apresenta características de uma fase polar. Então, uma
substância hidrofóbica, possui maior afinidade pelo ar devido à sua superfície apolar.
Já uma partícula hidrofílica apresenta maior afinidade pela água devido à presença
de uma superfície polar (COSTA, 2009).
Consideram que a probabilidade de ocorrer a flotação de um determinada
partícula mineral é representada através de um produto de três probabilidades
individuais, como pode ser observado pela equação a seguir (ARAUJO et. al., 1995
apud BATISTELI, 2007, p. 33):
P = Pa . Pc . (1 - Pd)
Onde: P = probabilidade de flotação;
18
Pa = probabilidade de adesão entre partículas hidrofóbicas e bolhas de ar;
Pc = probabilidade de colisão bolha-partícula;
Pd = probabilidade do rompimento bolha-partícula.
A probabilidade de adesão (Pa), está diretamente ligado ao ambiente químico
predominante em um dado sistema de flotação, ou seja, essa probabilidade pode ter
por influência a mineralogia do mineral, os reagentes envolvidos no processo e as
condições da polpa, sendo controlada predominantemente pelas forças superficiais
(BATISTELI, 2007).
A probabilidade de colisão (Pc), é principalmente influenciada pelo tamanho
da bolha, tamanho da partícula e pela turbulência presente no sistema. As
probabilidades restantes (Pd e P), são governadas pela hidrodinâmica do sistema de
flotação (BATISTELI, 2007).
Este processo depende da aderência das partículas a uma interface. Por isso
os reagentes que controlam esses atributos são classificados de acordo com seu
papel no processo, em coletores, espumantes, coagulantes, floculantes e
modificadores de carga. Estes reagentes possuem uma função de extrema
importância na melhoria da eficiência dos processos envolvidos (SANTOS,2010).
Os coletores são classificados em espécies químicas possuidora de um grupo
funcional iônico, podendo ser classificados em polar ou apolar. Estes reagentes têm
por finalidade básica, se adsorverem a superfície das partículas, a fim de reforçar ou
induzir a hidrofobicidade da partícula mineral, visando um acréscimo na seletividade
(VERAS, 2010). Ao adsorverem-se sobre as partículas de uma determinada espécie
mineral, que na grande maioria das vezes são hidrofílicas, alteram-nas em
hidrofóbicas. O grupo polar do coletor deve apresentar afinidade pelo mineral a ser
flotado para que ocorra a adsorção, e as cadeias hidrocarbônicas do mesmo,
produzem a superfície hidrofóbica (NASCIMENTO, 2010).
O quartzo corresponde ao principal mineral de ganga presente em minérios
de ferro. Para concentrar o minério de ferro por flotação é usual utilizar um coletor
19
para hidrofobizar a ganga composta por silicatos, coletando o quartzo na fração
flotada. As aminas destacam-se como coletoras de silicato(ARAÚJO et al., 2013).
Os modificadores são espécies químicas que atuam na interface
sólido/líquido, assim como no bulk (seio da solução), e são classificados de acordo
com sua função, podendo ser considerado como: depressor, ativador ou regulador
(VERAS, 2010).
Os depressores são conhecidos como sais ou polímeros, empregados com o
intuito de adsorverem-se seletivamente na superfície dos minerais, que não se tem
interesse em flotar. Competem com os coletores nos sítios da interface
sólido/líquido, além de reforçar a hidrofilicidade dos minerais que não se deseja
flotar (VERAS, 2010).
Os minerais de ferro estão susceptíveis à flotação na presença de amina,
devido ao componente eletrostático do mecanismo de adsorção das aminas e
principalmente por possuírem maiores cadeias. Deste modo, torna-se essencial a
adição de um depressor, permitindo assim a seletividade do coletor para hidrofobizar
apenas o quartzo, reforçando o caráter hidrofílico dos minerais de ferro, tendo como
principais reagentes depressores os amidos (MAPA, 2006 apud SANTOS, 2010,
p.9).
Este depressor tem como característica, ser extraído por diversas espécies
vegetais (e. g. trigo, arroz, milho, mandioca, cassava, entre outros), portanto, devido
sua grande disponibilidade de quantidade, o amido de milho é eminentemente
empregado na indústria mineral (ARAUJO et al., 2005 apud SANTOS, 2010, p.9).
Insolúveis em água fria e dependente de um processo de gelatinização, os
amidos não modificados, podem ser realizados através de aquecimento e/ou adição
de NaOH (consiste no método mais aplicado, e o único utilizado industrialmente
(ARAUJO et al., 2005 apud SANTOS, 2010, p.10). Este processo de gelatinização
por adição de NaOH, fundamenta-se na adsorção de parte do álcali da solução
diluída de hidróxido de sódio pelas moléculas da suspensão do amido de milho. Tem
como principais variáveis do processo: os níveis de adição de NaOH, além do tempo
20
necessário a gelatinização (PERES et al., 1996; PERES et al. 2004, apud SANTOS,
2010, p.10).
Podem ser observados diversos processos de concentração via flotação para
minérios de ferro contendo ganga constituída por quartzo. Estas rotas podem ser:
flotação catiônica reversa de quartzo, flotação aniônica direta de óxidos de ferro e
flotação aniônica reversa de quartzo ativado (ARAÚJO et al., 2013).
3.2.1.1 Flotação aniônica direta de óxidos de ferro
O método de flotação direta com reagentes aniônicos foi o primeiro método
avaliado e aplicado nos óxidos de ferro (HOUOT, 1993; MONTES-SOTOMAYOR et
al., 1998 apud SANTOS, 2010, p. 11). A flotação aniônica direta é indicada para
minérios de baixo teor ou rejeitos descartados para barragem de rejeitos. Utilizam
principalmente os ácidos graxos como coletores. Reagentes depressores ainda são
estudados, pois a depressão dos minerais de ganga ainda é um desafio (ARAUJO et
al., 2004 apud SANTOS, 2010, p. 11).
O oleato de sódio tem sido utilizado para a flotação da apatita há muitos anos
(SHIBATA; FUERSTENAU, 2003 apud SANTOS, 2010, p. 11). Este coleta as
partículas que contém ferro, adsorvendo-se quimicamente na superfície dos
oximinerais, sendo estes coletados na espuma de flotação (HOUOT, 1983 apud
SANTOS, 2010, p. 11).
De acordo com Santos (2010, p.11), os parâmetros essenciais do processo
de flotação de ferro usando este coletor são:
i. Deslamagem na faixa de 15 micrômetros é indispensável, sendo conduzida pela separação em ciclones em dois estágios;
ii. Condicionamento em polpa espessa se é desejável uma elevada recuperação com a mínima adição de coletor. Está é a fase chave do processo. Isto representa 5 a 8 minutos de condicionamento para a polpa com 65% - 70% de sólidos;
iii. O ácido graxo mais seletivo é o ácido oleico, mas a espuma formada é de difícil operação. Desta maneira, torna-se mais atrativo o uso do tal oil, que é composto de uma mistura de ácido oleico e linoleico. Entretanto, a espuma pode ser controlada pela adição de MIBC (metil isobutilcarbinol).
21
3.2.1.2 Flotação aniônica reversa de quartzo ativado
Quando não havia a disponibilidade das aminas para os tratadores de
minérios, a flotação aniônica reversa de quartzo ativa era uma rota empregada no
passado (ARAUJO et al. 2013)
Nesta rota de flotação, os minerais ferríferos são deprimidos, sendo coletados
no interior da célula. Gomas, diversos tipos de amido ou dextrinas são os reagentes
geralmente utilizados. Ativa-se a sílica por um sal de cálcio, geralmente cloreto de
cálcio, sendo flotada, posteriormente, com ácidos graxos (HOUOT, 1983 apud
SANTOS, 2010, p. 12).
A utilização da flotação aniônica reversa do quartzo ativado para recuperação
de ferro de baixo teor (cerca de 31,6% de Fe) foi investigada experimentalmente. Os
resultados mostraram que o amido de cassava foi mais eficiente do que a dextrina,
considerando pH entre 10 e 11. A melhor concentração de íons de cálcio na ativação
e flotação do quartzo com ácido oléico ocorreu na faixa de 50 a 100 ppm
(UWADIALE; NWOKE, 1995 apud SANTOS, 2010, p. 12).
3.2.1.3 Flotação catiônica reversa de quartzo
A flotação catiônica reversa de quartzo corresponde ao método mais utilizado.
Este consiste na flotação do quartzo com éter aminas como coletores, além de
funcionarem também como espumante quando parcialmente neutralizadas com
ácido acético, pois sua solubilidade se mostra altamente reduzida. Geralmente os
graus de neutralização variam entre 25% e 30%. Para depressores, utilizam-se
amidos não modificados, pois são os mais utilizados para deprimir os minérios de
ferro por causa de sua disponibilidade e alta quantidade. O amido de milho reforça o
caráter hidrofílico dos mineras de ferro permitindo assim maior seletividade para o
coletor de quartzo (ARAUJO et al., 2005apud SANTOS, 2010, p.9).
Tendo como destaque a rocha itabirito, no Brasil a forma de concentração
mais empregada dos minérios de ferro com teor baixo corresponde à flotação
catiônica reversa, na qual o quartzo considerado mineral de ganga, é flotado e a
22
hematita considerada como concentrado, sai o afundado (SILVA, 2004 apud
COSTA, 2009, p. 24).
Gilmara Mendonça Lopes efetuou testes de flotação em escala de bancada
com quatro tipologias de minério de ferro do quadrilátero ferrífero. Os ensaios foram
realizados através de planejamento fatorial de experimentos (22) com réplica, cujas
variáveis estudadas foram dosagem de amina EDA da Clariant (75 g/t e 150 g/t) e
dosagem de amido de milho da Santa Amália (200 g/t e 400 g/t). Nesses ensaios
foram fixados o valor de pH em 10,5, porcentagem de sólidos em 45% em peso,
rotação da célula de flotação (CIMAQ com cuba de 1,5 L) em 1.200 RPM, tempo de
condicionamento com amido e amina em 5 minutos e 3 minutos, respectivamente. O
maior índice de seletividade (5,4) entre o Fe e o SiO2 foi obtido para a dosagem de
150 g/t de amina e de 400 g/t de amido, cujos teores de Fe e SiO2 no concentrado
foram de 65% e de 6,5%, respectivamente (LOPES, 2009).
23
4 METODOLOGIA
O trabalho foi desenvolvido no laboratório de Tratamento de Minérios do
CEFET-MG, Unidade Araxá.
4.1 Materiais
Foram usados os seguintes materiais disponíveis no laboratório:
Amostra de minério de ferro;
Balança semi-analítica;
Béqueres;
Estufa;
Peneiras;
Bandejas metálicas;
Recipiente (15 litros);
Célula de flotação;
Coletor: flotigam EDA;
Depressor: amido de milho;
Agitador magnético;
Ímã;
Pisseta;
Espátula metálica;
pHmetro ;
Solução padrão;
Hidróxido de Sódio.
4.2 Amostra
A amostra utilizada para o desenvolvimento deste trabalho foi fornecida pela
empresa Centaurus Metals, correspondente ao minério de ferro do depósito de
Jambreiro, situado na localidade de São João Evangelista, no município de
Guanhães-MG.
24
4.2.1 Preparação da amostra
A preparação da amostra foi realizada no laboratório. Primeiramente, foi feita
a homogeneização de aproximadamente 100kg de minério de ferro com o propósito
de se obter uma distribuição uniforme dos minerais constituintes. Este procedimento
foi executado, por tombamento, em uma lona, através da formação de uma pilha
cônica, e dividindo-se a mesma em quatro partes iguais.
Em seguida, houve a necessidade de quartear a amostra, que foi feito no
quarteador mecânico Jones, com o objetivo de dividir esta amostra primária em 10
amostras de aproximadamente 10 kg, esta etapa foi repetida ate a obtenção das
alíquotas de menor massa.
Logo após, esta foi submetida à etapa de moagem, realizada pelo moinho de
bolas (FIG 4.1).
Figura 4.1 – Moinho de Bolas
O procedimento de moagem foi a seco. O moinho de bolas (dimensões de
590 x 570 mm, volume de 151 L e 70% da velocidade crítica) foi alimentado com 30
quilos de material, com tempo de moagem de aproximadamente 1hora.
25
Logo após, houve necessidade de adequação granulométrica da amostra.
Esta foi realizada através do método de peneiramento manual a seco, com malha de
65 mesh, correspondente à série Tyler (abertura de 0,210 mm). O material utilizado
nos testes de flotação apresentava granulometria 100% abaixo de 0,210mm.
A grande quantidade de finos gerados pelo peneiramento, o qual é prejudicial
a flotação, devido esses finos recobrirem a superfície das partículas minerais e
impedirem a eficiência dos reagentes, houve a necessidade do material ser
submetido a etapa de deslamagem. O procedimento foi realizado em recipientes
com capacidade de 15 litros e amostras de aproximadamente 3 kg. Agitou-se a
polpa (composta por água mais sólidos) manualmente por cerca de 5 minutos. Ao
fim desta etapa, após a decantação do minério de ferro, retirou-se a água com as
lamas, e o material decantado foi levado para a estufa. Este foi seco em estufa a
100 °C, por aproximadamente 24 horas.
Após a etapa, o material foi submetido a sucessivos quarteamentos, até
serem obtidas amostras de massa necessária para a execução dos testes proposto
de flotação reversa, FIG. 4.2.
Figura 4.2 – Pilha de homogeneização e quarteamento
4.2.2 Caracterização da Amostra
4.2.2.1 Granulométrica
A análise foi feita pelo método do peneiramento a seco, com massa de 200g
26
de minério de ferro, e tempo de 10 minutos . As peneiras utilizadas e suas
respectivas aberturas estão apresentadas na TAB. 4.1. Decorrido o tempo, retirou-se
o conjunto e fez-se a pesagem do material retido em cada peneira e no fundo desse
conjunto para poder avaliar a quantidade de material passante.
Tabela 4.1 – Peneiras utilizadas
Diâmetro de abertura (mm)
Peneira Série Tyler
0,210 65#
0,149 100#
0,106 150#
0,053 270#
FUNDO
4.2.2.2 Caracterização Química
O material da alimentação foi enviado para o CEFET-MG, campus I, em Belo
Horizonte. A caracterização da amostra foi feita através do método de fluorescência
de raio X para a determinação das espécies químicas presentes na amostra.
Após a incidência dos raios-X, os átomos constituintes da amostra são
excitados, que por sua vez emitem linhas espectrais com energia característica de
cada elemento presente na amostra e suas intensidades estão diretamente ligadas
com suas concentrações. Resumidamente, este método consiste em três etapas
básicas: excitação dos elementos presentes na amostra, dispersão dos raios-X
característicos emitidos pela amostra e a detecção desses raios-X. São vários os
equipamentos que executam este método (IAEA, 1999apud SANTOS et al., 2013, p.
3416).
4.3 Planejamento dos experimentos
Conforme descrito anteriormente o objetivo do trabalho é avaliar a flotação
reversa de minério de ferro, investigou-se as variáveis operacionais como: dosagem
de coletor e dosagem de depressor, de acordo com um planejamento experimental
apresentado na TAB. 4.2.
27
Tabela 4.2 – Matriz de Planejamento
TESTE MATRIZ DE PLANEJAMENTO Dosagens
1 -1 -1 25 g/t 200 g/t
2 0 -1 75 g/t 200 g/t
3 1 -1 150 g/t 200 g/t
4 -1 0 25 g/t 400 g/t
5 0 0 75 g/t 400 g/t
6 1 0 150 g/t 400 g/t
7 -1 1 25 g/t 800 g/t
8 0 1 75 g/t 800 g/t
9 1 1 150 g/t 800 g/t
Coletor Depressor Coletor Depressor
Os níveis definidos para as variáveis operacionais foram baseados no
trabalho (GILMARA et al., 2009).
4.4 Teste de Flotação Reversa
Alguns parâmetros operacionais, foram mantidos constantes em todos os
testes de flotação reversa, eles estão apresentados na TAB. 4.3:
Tabela 4.3 – Parâmetros operacionais constantes
VARIÁVEL VALOR
Densidade da amostra (alimentação) 3,37 g/cm3
% sólidos no condicionamento 50%
% sólidos na flotação 40%
Rotação do rotor ou impelidor 1200 rpm
Ph 10
Volume da célula de flotação 1200 ml
Massa de sólidos 652,8 g
Regulador de pH NaOH
Tempo de condicionamento do depressor 5 min
Tempo de condicionamento do coletor 2 min
Vazão de gás 8 l/min
A partir do volume disponível da célula de flotação do tipo CDC, e da
porcentagem de sólidos, definidas para os testes, foi calculada a massa de sólido
alimentada na célula. A escolha dos valores foi baseada nos resultados
apresentador por GILMARA et al. (2209).
28
Inicialmente, calcula-se a densidade da polpa, através da Equação (1).
%100% xddd
dddS
ASP
aps
(1)
Onde: sd = densidade do sólido, considerada como 3,37 g/cm3;
Ad = densidade da água;
S% = considerada como 40%.
De posse do valor da densidade da polpa é possível calcular a massa de
polpa ( ) a partir da Equação (2):
pútilp xdvm (2)
Onde: = massa da polpa;
= densidade da polpa;
útilv = volume útil da cuba.
Em seguida, determina-se a massa de sólidos necessária para cada teste, a
partir da Equação (3):
(3)
A massa de sólidos é usada para calcular à massa de reagente necessária
para execução dos testes, conforme dosagens especificadas.
4.5 Preparação dos Reagentes
Posteriormente, procedeu-se à preparação dos reagentes, sendo estes o
coletor flotigam EDA (fornecida pela empresa Clariant), e o depressor amido de
milho. Foi feita a pesagem dos compostos químicos necessários a cada solução. O
29
método de preparação do depressor foi o processo de gelatinização, e para o coletor
efetuou-se somente a diluição a 1%.
A gelatinização foi feita usando a proporção de amido:soda de 4:1. Na
preparação do depressor a ser gelatinizado, misturou-se em um béquer 5 g de fubá,
45 g de água e 12,5 g de hidróxido de sódio (solução a 10%). Esta mistura foi
agitada por 10 minutos no agitador magnético. Após a agitação, houve a adição de
mais 104,16 g, e sua agitação por mais 10 minutos, obtendo-se o volume de 200 mL
de solução.
Considerando a massa de minério da alimentação, as dosagens de coletor e
depressor e a concentração das soluções, calculou-se a massa de solução de
coletor e depressor para os respectivos testes, de acordo com a Equação (4).
( )
(4)
Onde: = massa de reagente;
= massa de sólidos;
= dosagem dos reagentes segundo planejamento experimental;
= concentração do reagente empregada, considerando 1% para coletor e
2,5% para depressor.
4.6 Teste de Flotação
Para o início do teste, inseriu-se a amostra no interior da cuba, juntamente
com a água, formando-se uma polpa com 50% de sólidos. Ligou-se o rotor, a uma
rotação aproximada de 1200 rpm, de modo a homogeneizar a polpa. Regulou-se o
pH em 10 através da adição de hidróxido de sódio (solução a 10%), sendo
executada a aferição esta variável a partir de um pHmetro (Analyser, modelo ph300),
equipado com um eletrodo. O monitoramento do pH foi realizado ao longo de todo o
teste. Adicionou-se o depressor, mantendo-se a polpa condicionada por cinco
minutos. Posteriormente, adicionou-se o coletor, mantendo-se a polpa condicionada
30
por mais dois minutos. Após a adição dos reagentes, adicionou-se a água de
diluição para ajuste de porcentagem de sólidos para 40%.
Ligou-se o sistema de injeção de ar, dando início ao processo de flotação.
Recolheu-se a espuma, contendo o material flotado (rejeito) até completa exaustão
da mesma.O material flotado assim como o afundado, foram coletados conforme
mostrada na FIG. 4.3.
Figura 4.3 – Material flotado e material afundado respectivamente
Os produtos da flotação foram mantidos em estufa a 100ºC por,
aproximadamente, 24 horas. Após secos, foram pesados em balança semi-analítica.
O procedimento citado foi realizado para os demais testes, variando-se a
dosagem do coletor e dosagem do depressor.
4.7 Cálculo da densidade da amostra
A determinação da densidade da amostra, após a flotação reversa, foi
realizada utilizando picnômetros de 50 mililitros e balança semi-analítica.
31
A técnica utilizada para o cálculo da densidade dos sólidos foi a picnometria,
apresentada em SAMPAIO et al. (2007). As memórias de cálculo, podem ser
observadas nas tabelas descritas no ANEXO 1.
Esses picnômetros (Gay-Lussac) possuem volume de 50 ml, e exigem
balança com precisão de duas casas decimais. Para assegurar sua eficiência, os
picnômetros foram calibrados de acordo com a ABNT NBR ISSO/IEC 17025.
A partir da densidade de sólido calculada, o teor foi obtido através do peso
específico, conforme Equação (5). Visto que a partir de uma amostra que
basicamente é composta por dois minerais, a densidade media e proporcional ao
teor de cada mineral na mistura.
( - )
( - ) (5)
Onde: = porcentagem mineral minério;
= densidade do mineral minério (hematita), considerada como 5,01;
= densidade do minério;
= densidade da ganga (quartzo), considerada como 2,65 g/cm3.
De posse do valor do teor de hematita presente na amostra de minério de
ferro, e considerando que hematita é constituída de 69,96% de ferro, é possível
calcular o teor de ferro (%Fe) no concentrado de cada teste, a partir da Equação 6.
(6)
Para avaliar o desempenho do processo de flotação, há necessidade do
cálculo da recuperação metalúrgica bem como o cálculo da recuperação mássica
que são apresentas nas Equações 7 e 8, respectivamente.
32
( )
(( ) ) (7)
( ) (8)
Onde: = recuperação mássica;
= recuperação metalúrgica;
= massa do concentrado;
= massa do rejeito;
= teor da alimentação, considerado com 31,82%;
= porcentagem de ferro.
33
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES
5.1 Caracterização Química
A TAB. 5.1 apresenta os teores médios dos principais elementos que compõe
o minério de ferro, feito através da fluorescência de raio-X. A porcentagem do
mineral hematita é 46,46% (Fe2O3), que corresponde a um teor de Fe de 32,48%
Tabela 5.1 – Caracterização química (minério de ferro)
MINERAL TEOR (%)
SiO2 52,330
Fe2O3 46,461
SO3 0,607
K2O 0,309
CaO 0,223
MnO 0,061
Através do método da picnometria o teor alcançado foi de 45,53% de hematita
(Fe2O3), calculada mediante a Equação (5). Devido a pequena diferença de valor
obtido em relação ao método de fluorescência de raio-X esta técnica foi utilizada
para a obtenção dos resultados de teor de Fe para os demais testes, considerando
que a amostra é composta basicamente por dois minerais: hematita (Fe2O3) e
quartzo (SiO2), e que os demais minerais presentes compõe apenas 1,2% do total
da amostra sendo então desconsiderados durante a análise da picnometria.
5.2 Distribuição Granulométrica
A análise granulométrica da amostra de minério de ferro é apresentada no
GRÁF. 5.1, onde observou-se um D50= 0,12 mm e um D80= 0,18 mm característico
para esta análise, correspondente a 50% da amostra passante na peneira de
abertura igual a 0,12mm indicando que metade da amostra é menor que este
diâmetro, além de representar 80% da amostra passante na peneira de abertura
igual a 0,18 mm.
34
Gráfico 5.1 – Análise Granulométrica
5.3 Resultados dos Testes de Flotação
A TAB. 5.2 apresenta os resultados de recuperação mássica e o teores de Fe
obtidos nos experimentos, de acordo com o planejamento mostrado na TAB. 5.2.
Tabela 5.2 – Resultados de recuperação e teor dos testes de flotação
Teste Dosagem do coletor (g/t)
Dosagem do depressor (g/t)
Recuperação Mássica (%)
Teor Fe (%)
Alimentação 31,82
1 25 200 95,84 32,14
2 75 200 93,45 35,73
3 150 200 81,18 39,70
4 25 400 93,02 33,74
5 75 400 87,08 36,18
6 150 400 77,41 35,60
7 25 800 92,14 34,01
8 75 800 86,85 32,20
9 150 800 79,25 33,65
Observou-se que com o aumento da dosagem de coletor recupera-se mais
SiO2 (flotado), obtendo maior massa do flotado, ou seja, menor massa de Fe2O3
(afundado) como consequência, terá uma diminuição da recuperação mássica. Em
contrapartida terá um teor maior, pois a ganga tende a sair mais no flotado.
Nota-se que as alterações no valor da dosagem de coletor provocaram maior
variação no teor obtido no concentrado que as modificações na dosagem de
35
depressor, o coletor apresentou maior influência. A melhor recuperação mássica foi
alcançada no teste 1, 95,84% de concentrado, onde a dosagem de coletor foi 25g/t e
de depressor foi de 200 g/t.
O melhor teor encontrado no concentrado em comparação com todos os
testes efetuados ocorreu na dosagem de 150 g/t de coletor e 200 g/t de depressor
(teste 3).
De acordo com o GRÁF. 5.2, observa-se que com o aumento da dosagem de
coletor tem-se uma diminuição na recuperação mássica. Notou-se que a curva da
dosagem de depressor de 200g/t foi a de maior destaque por possui maior
recuperação mássica em relação às outras duas dosagens em toda a faixa de
dosagem de coletor.
Gráfico 5.2 – Recuperação Mássica x Dosagem de Coletor
Com relação às dosagens de depressor de 400 g/t e 800 g/t observou-se que
elas seguem um mesmo padrão para toda a faixa de dosagem de coletor. Porém,
esperava-se que a curva de dosagem de depressor de 800g/t atingisse a maior
recuperação mássica, uma vez que a alta quantidade de depressor utilizada deveria
ter deprimido uma maior massa de concentrado de ferro. Isso se deve ao fato de
que a dosagem de 200 g/t já é suficiente para a depressão do minério de ferro. A
36
variação da dosagem do depressor não mostrou-se significativa em relação a
recuperação mássica.
O GRÁF. 5.3 indica para a curva de dosagem de depressor de 200 g/t, que
houve uma depressão apenas da hematita, e quanto maior a dosagem dos
coletores, flota-se mais o que diminui a recuperação mássica. O quartzo por sua
vez, que não se encontra deprimido é flotado aumentando assim o teor final do
concentrado.
Gráfico 5.3 –Dosagem de Coletor x Teor
Para a curva de dosagem de depressor de 400 g/t, notou-se uma aumento no
teor de Fe em toda a faixa de dosagem de coletor até o valor de 75 g/t. A partir deste
ponto, manteve-se praticamente constante apresentando pouca oscilação,
considerando que a partir desta faixa de dosagem de coletor não há mais
seletividade na coleta, e por isso o teor se mantém semelhante ao de 150 g/t.
Contudo, para a dosagem de depressor de 800 g/t houve uma queda
significativa do teor da amostra, isto se deve ao fato de ter uma maior depressão
tanto de hematita quanto de quartzo numa quantidade expressiva, perdendo assim
seletividade, e por isso há uma diminuição no teor.
37
Observa-se, portanto que o aumento do teor é acompanhado de uma
diminuição na recuperação.
38
6 CONCLUSÃO
O presente trabalho apresentado mostrou que é possível atingir uma boa
recuperação mássica assim como um aumento de teor, através da flotação reversa
de minério de ferro do depósito de Jambreiro, com a utilização de amido de milho
como depressor e Flotigam EDA (eteramina) como coletor.
A análise feita pelo método da picnometria se mostrou eficiente, visto que o
resultado de teor obtido através da fluorescência de raio-X se mostrou semelhante
ao encontrado neste método.
O melhor resultado de teor (39,70% de Fe) foi alcançado com a dosagem de
coletor de 150 g/t e dosagem de depressor de 200 g/t. Este resultado se deve ao
fato de nesta condição haver uma maior depressão do mineral útil (hematita) e
flotabilidade seletiva do mineral de ganga (quartzo).
A melhor recuperação alcançada 95,84% de concentrado foi com dosagem de
25g/t e 200 g/t de coletor e depressor, respectivamente. Porem o teor obtido neste
ensaio foi de 32,14%, um enriquecimento de 1,01, considerado inviável para
utilização do método de flotação.
Comparando-se com os resultados fornecidos pela empresa Centaurus
Metals, que obtiveram por concentração gravítica em espirais uma recuperação
mássica total de 38 a 40 % e teor para concentrado fino (-1mm) de 66% e
concentrado grosso (-8+1mm) de 58%, pode-se concluir que o processo avaliado
por este trabalho não é uma rota alternativa interessante, visto que o método de
concentração gravítica para o mesmo minério é satisfatório e com custos de
processo menores.
39
7 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS
Os resultados alcançados sugerem a realização dos seguintes estudos
futuros:
Realização dos testes na célula de flotação DENVER, pois a utilização da
célula CDC se mostrou ineficiente devido a cuba não ter dimensões
apropriadas para o rotor utilizado.
Avaliar o efeito da agitação, alterando a frequência do rotor (rpm) nos
resultados da flotação, pois a agitação utilizada demonstrou visualmente um
grande arraste das partículas de minério de ferro.
Estudar condições operacionais da flotação buscando um aumentar no teor
de ferro.
40
REFERÊNCIAS
ARAUJO, Armando Correa de.; PERES, Antônio Eduardo Clarck.; VIANA, Paulo Roberto de Magalhães.; OLIVEIRA, José Farias de. Flotação de Minérios de Ferro. In: CHAVES, Arthur Pinto. A flotação no Brasil. 3 ed. São Paulo: Oficina de Textos, 2013. Cap. 13, p. 317-330. AZEVEDO, Úrsula Ruckkys de.; MACHADO, Maria Márcia Magela.; CASTRO, Paulo de Tarso Amorim.; RENGER, Friedrich Ewald.; TREVISOL, Andreá.; BEATO, Décio Antônio Chaves. Geoparque do Quadrilátero Ferrífero – proposta. In: SILVA, Cássio Roberto da. Geoparques do Brasil – propostas. 1 ed. Rio de Janeiro: CPRM, 2012. Cap. 7, p. 183-220. BATISTELI; Geraldo Magela Braga. Amina residual na flotação catiônica reversa de minério de ferro. Belo Horizonte: Curso de Pós-Graduação em Engenharia Metalúrgica e de Minas, 2007. 93 p. (Dissertação, Mestrado, Tecnologia Mineral). CARVALHO, Pedro Sergio Landim de.; SILVA, Marcelo Machado da.; ROCIO, Marco Aurélio Ramalho.; MOSZKOWICZ, Jacques. Minério de Ferro. In: AMBROZIO, Antônio Marcos Hoelz. BNDES Setorial 39. Rio de Janeiro: BNDES Setorial, 2014. Cap. 6, p. 197-234. COSTA, Jesrael Luciano. Seletividade na flotação de minérios ferríferos dolomíticos. Ouro Preto: Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mineral, 2009. 123 p. (Dissertação, Mestrado, Tratamento de Minérios). COSTA, Samuel Ângelo Diógenes da.Caracterização Química, Física, Mineralógica e Classificação de Solos Ricos em Ferro do Quadrilátero Ferrífero. Viçosa: Programa de Pós-Graduação em Solos e Nutrição de Plantas, 2003. 71 p. (Dissertação, Mestrado, Magister Scientiae). FERREIRA, Gilson Ezequiel. A competitividade da mineração de ferro no Brasil. Rio de Janeiro: CETEM/MCT, 2001. 54 p. (Série Estudos e Documentos, 50) IBRAM. Ferro. In: IBRAM. Informação e Análises da Economia Mineral Brasileira. 7 ed. Brasília: IBRAM, 2012. Cap. 7, p. 32-37. JÚNIOR, Gerson Martins Bastos. Uso de Analisadores Químicos Online para Controle de Processos na Concentração de Minérios de Ferro. Ouro Preto: Escola de Minas de Ouro Preto, 2010. 85 p. (Dissertação, Especialização, Tratamento de Minérios).
41
LOPES, Gilmara Mendonça. Flotação Direta de Minério de Ferro. Ouro Preto: Escola de Minas de Ouro Preto, 2009. 176 p. (Dissertação, Mestrado, Tratamento de Minérios e Resíduos). LOPES, Gilmara Mendonça.; LIMA, Rosa Malena Fernandes. Flotação inversa x flotação direta na concentração de minério de ferro. In: BRUM, Antônio Schadach de.; SAMPAIO, Carlos Hoffmann. XXIII Encontro Nacional de Tratamento de Minérios e Metalurgia Extrativa. Gramado, 2009. v. 1, p. 345-352. LOPES, Gilmara Mendonça.; LIMA, Rosa Malena Fernandes.; GONTIJO, Carlos de Figueiredo. Aspectos mineralógicos, físicos e químicos na flotação catiônica inversa de minérios de ferro de baixos teores, do Quadrilátero Ferrífero-MG. Tecnologia em Metalurgia, Materiais e Mineração. São Paulo.v. 8, n. 2, p. 126-131, abr 2011. MAZON, Ricardo. Efeito do Tempo de Residência sobre a Recuperação Metálica da Flotação Colunar Reversa de Minério de Ferro. Ouro Preto: Escola de Minas de Ouro Preto, 2006. 133 p. (Dissertação, Mestrado, Tratamento de Minérios). MOREIRA, Albina da Silva. Biossorção utilizando Alga Marinha (Sargassumsp.) Aplicada em Meio Orgânico. Natal: Departamento de Engenharia Química, 2007. 103 p. (Dissertação, Doutorado, Engenharia Química). NASCIMENTO, Débora Rosa. Flotação Aniônica de Minério de Ferro. Ouro Preto: Escola de Minas de Ouro Preto, 2010. 115 p. (Dissertação, Mestrado, Tratamento de Minérios). PORTES, Andréa Mírian Costa. Avaliação da Disposição de Rejeitos de Minério de Ferro nas Consistências Polpa e Torta. Belo Horizonte: Escola de Engenharia da UFMG, 2013. 154 p. (Dissertação, Mestrado, Geotecnia). ROSIÈRE, Carlos A.; JÚNIOR, Farid Chemale. Itabiritos e minérios de ferro de alto teor doQuadrilátero ferrífero – uma visão geral e discussão. Geonomos. Belo Horizonte. v. 8, n. 2, p. 27-43, 2000. SAMPAIO, João Alves.; FRANÇA; Sílvia Cristina.; BRAGA, Paulo Fernando Almeida. Tratamento de minérios – Prática laboratoriais. Rio de Janeiro: CETEM/MCT, 2007. 570 p. SANTOS, Elenir Souza; GAMA, Edinilton Moreira; FRANÇA, Robson Silva da; SOUZA, Anderson Santos; MATOS, Roberta Pereira. Espectrometria de
42
fluorecência de raios-X na determinação de espécies químicas. Enciclopédia Biosfera. Bahia. v. 9, p. 3413-3432, 2013. SANTOS, Everton Pedroza dos. Alternativa para o Tratamento de Ultrafinos de Minério de Ferro da Mina do Pico/MG por Flotação em Coluna. Porto Alegre: Escola de Engenharia da UFRGS, 2010. 136 f. (Dissertação, Mestrado, Tecnologia Mineral, Ambiental e Metalurgia Extrativa). SCNELLRATH, Juren; MONTE, Mariza Bezerra de Mello; SAMPAIO; João Alves; CUZZUOL, José Rômulo; PEREIRA; Antônio Maurício Gomes; PINTO, Alfredo Fodelis de Magalhães. Ferro – Mina Fábrica - FERTECO. Rio de Janeiro: CETEM/CTEC, 2002. 14 p. SILVA, A. J. C. A.; MONTRESOR, G. C.; FITZHARDINGE, R. J.; MULLATI, J. C.; VERDE, D. C. S. Mineralização em Ferro do Depósito Jambreiro, Guanhães-MG. In: Congresso Brasileiro de Geologia, 47, 2014, Salvador. SILVA, João Pedro da.Caracterização dos Hidrociclones utilizados nas Etapas de Classificação dos Concentradores I e II da Samarco Mineração. Ouro Preto: Escola de Minas de Ouro Preto, 2014. 88 p. (Dissertação, Mestrado, Tratamento de Minérios). SOUZA, Natasha Almeida Fernandes de. Análise Crítica de Rotas de Processamento de Minérios de Ferro. 107 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Engenharia Metalúrgica) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2010. VERAS, Moacir Medeiros. Influência do Tipo de Espumante nas Características de Espuma produzida na Flotação. Recife: Centro de Tecnologia e Geociências da UFPE, 2010. 64p. (Dissertação, Mestrado, Minerais Industriais).
43
ANEXO A– Resultado dos testes de Flotação Reversa
ALIMENTAÇÃO
CALIBRAÇÃO DO PICNÔMETRO
Teste 1 Teste 2 Teste 3 Teste 4 Teste 5
Volume do picnômetro (cm³) 50,09 50,83 51,05 51,05 52,37
TESTES DE PICNOMETRIA
Teste 1 Teste 2 Teste 3 Teste 4 Teste 5
Mpic. Seco (g) 31,83 31,40 29,64 29,92 28,98
Mpic. + amostra (g) 33,88 33,43 31,65 32,36 31,00
Mpic. + amostra + água (g) 83,13 83,44 81,90 82,47 82,56
Mpic. + água (g) 81,71 82,03 80,49 80,75 81,13
Volume do picnômetro (cm³) 50,09 50,83 51,05 51,05 52,37
Msólido (g) 2,05 2,03 2,01 2,44 2,02
Mágua (g) 49,88 50,63 50,85 50,83 52,15
Dens.água (g/cm³) 0,996 0,996 0,996 0,996 0,996
Massa água (amostra) 49,25 50,01 50,25 50,11 51,56
Volume de água (cm³) 49,46 50,21 50,45 50,33 51,78
Volume de sólidos (cm³) 0,63 0,62 0,60 0,72 0,59
Densidade do sólido (g/cm³) 3,24 3,26 3,34 3,37 3,41
Densidade média do sólido (g/cm³) 3,37
c Fe3O2 (%) 45,53 c Fe (%) 31,82
44
TESTE 1
CALIBRAÇÃO DO PICNÔMETRO
Teste 1 Teste 2 Teste 3 Teste 4 Teste 5
Volume do picnômetro (cm³) 50,09 50,83 51,05 51,05 52,37
TESTES DE PICNOMETRIA
Teste 1 Teste 2 Teste 3 Teste 4 Teste 5
Mpic. Seco (g) 31,83 31,41 29,65 29,93 28,98
Mpic. + amostra (g) 34,01 33,47 31,82 31,96 31,58
Mpic. + amostra + água (g) 83,25 83,51 82,05 82,24 82,98
Mpic. + água (g) 81,76 82,09 80,56 80,79 81,13
Volume do picnômetro (cm³) 50,09 50,83 51,05 51,05 52,37
Msólido (g) 2,18 2,06 2,17 2,03 2,6
Mágua (g) 49,93 50,68 50,91 50,86 52,15
Dens.água (g/cm³) 0,997 0,997 0,997 0,996 0,996
massa água (amostra) 49,24 50,04 50,23 50,28 51,40
Volume de água (cm³) 49,40 50,19 50,37 50,47 51,62
Volume de sólidos (cm³) 0,69 0,64 0,68 0,58 0,75
Densidade do sólido (g/cm³) 3,15 3,21 3,18 3,49 3,45
Densidade média do sólido (g/cm³) 3,38
Massa Alimentação (g) 629,91
Dosagens
Massa Concentração (g) 603,69
25 g/t 200 g/t Massa Rejeito (g) 26,22
Coletor Depressor
Rmassa 95,84 Rmetalurgica 96,81
Massa adicionada
c Fe3O2 (%) 45,99
1,63 g 5,22 g c Fe (%) 32,14
Coletor Depressor
45
TESTE 2
CALIBRAÇÃO DO PICNÔMETRO
Teste 1 Teste 2 Teste 3 Teste 4
Volume do picnômetro (cm³) 50,09 50,83 51,05 51,05
TESTES DE PICNOMETRIA
Teste 1 Teste 2 Teste 3 Teste 4
Mpic. Seco (g) 31,83 31,4 29,63 29,92
Mpic. + amostra (g) 33,99 33,55 31,75 31,98
Mpic. + amostra + água (g) 83,26 83,57 82,02 82,27
Mpic. + água (g) 81,72 82,05 80,61 80,78
Volume do picnômetro (cm³) 50,09 50,83 51,05 51,05
Msólido (g) 2,16 2,15 2,12 2,06
Mágua (g) 49,89 50,65 50,98 50,86
Dens.água (g/cm³) 0,996 0,996 0,999 0,996
Massa água (amostra) 49,27 50,02 50,27 50,29
Volume de água (cm³) 49,47 50,20 50,34 50,48
Volume de sólidos (cm³) 0,62 0,63 0,71 0,57
Densidade do sólido (g/cm³) 3,47 3,40 2,98 3,60
Densidade média do sólido (g/cm³) 3,49
Massa Alimentação (g) 648,83
Dosagens
Massa Concentração (g) 606,32
75 g/t 200 g/t
Massa Rejeito (g) 42,51
Coletor Depressor
Rmassa 93,45 Rmetalurgica 104,93
Massa adicionada
c Fe3O2 51,11
4,90 g 5,22 g
c Fe 35,73
Coletor Depressor
46
TESTE 3
CALIBRAÇÃO DO PICNÔMETRO
Teste 1 Teste 2 Teste 3 Teste 4
Volume do picnômetro (cm³) 50,09 50,83 51,05 51,05
TESTES DE PICNOMETRIA
Teste 1 Teste 2 Teste 3 Teste 4
Mpic. Seco (g) 31,84 31,4 29,65 29,94
Mpic. + amostra (g) 33,99 33,48 31,83 32
Mpic. + amostra + água (g) 83,24 83,5 82,1 82,25
Mpic. + água (g) 81,7 82,02 80,49 80,77
Volume do picnômetro (cm³) 50,09 50,83 51,05 51,05
Msólido (g) 2,15 2,08 2,18 2,06
Mágua (g) 49,86 50,62 50,84 50,83
Dens.água (g/cm³) 0,995 0,996 0,996 0,996
massa água (amostra) 49,250 50,020 50,270 50,250
Volume de água (cm³) 49,48 50,23 50,48 50,47
Volume de sólidos (cm³) 0,61 0,60 0,57 0,58
Densidade do sólido (g/cm³) 3,51 3,45 3,81 3,54
Densidade média do sólido (g/cm³) 3,62
Massa Alimentação (g) 645,42
Dosagens
Massa Concentração (g) 523,98
150 g/t 200 g/t
Massa Rejeito (g) 121,44
Coletor Depressor
Rmassa 81,18 Rmetalurgica 101,28
Massa adicionada
c Fe3O2 56,79
9,79 g 5,22 g
c Fe 39,70
Coletor Depressor
47
TESTE 4
CALIBRAÇÃO DO PICNÔMETRO
Teste 1 Teste 2 Teste 3 Teste 4
Volume do picnômetro (cm³) 50,09 50,83 51,05 51,05
TESTES DE PICNOMETRIA
Teste 1 Teste 2 Teste 3 Teste 4
Mpic. Seco (g) 31,84 31,4 29,65 29,93
Mpic. + amostra (g) 33,91 33,58 31,75 31,96
Mpic. + amostra + água (g) 83,18 83,56 81,99 82,19
Mpic. + água (g) 81,71 82,03 80,49 80,76
Volume do picnômetro (cm³) 50,09 50,83 51,05 51,05
Msólido (g) 2,07 2,18 2,1 2,03
Mágua (g) 49,87 50,63 50,84 50,83
Dens.água (g/cm³) 0,996 0,996 0,996 0,996
massa água (amostra) 49,270 49,980 50,240 50,230
Volume de água (cm³) 49,49 50,18 50,45 50,45
Volume de sólidos (cm³) 0,60 0,65 0,60 0,60
Densidade do sólido (g/cm³) 3,43 3,34 3,49 3,37
Densidade média do sólido (g/cm³) 3,43
Massa Alimentação (g) 638,57
Dosagens
Massa Concentração (g) 593,97
25 g/t 400 g/t
Massa Rejeito (g) 44,6
Coletor Depressor
Rmassa 93,02 Rmetalurgica 98,62
Massa adicionada
c Fe3O2 48,26
1,63 g 10,44 g
c Fe 33,74
Coletor Depressor
48
TESTE 5
CALIBRAÇÃO DO PICNÔMETRO
Teste 1 Teste 2 Teste 3 Teste 4
Volume do picnômetro (cm³) 50,09 50,83 51,05 51,05
TESTES DE PICNOMETRIA
Teste 1 Teste 2 Teste 3 Teste 4
Mpic. Seco (g) 31,82 31,4 29,63 29,92
Mpic. + amostra (g) 33,84 33,54 31,66 32,95
Mpic. + amostra + água (g) 83,16 83,55 81,91 82,92
Mpic. + água (g) 81,71 82,03 80,45 80,77
Volume do picnômetro (cm³) 50,09 50,83 51,05 51,05
Msólido (g) 2,02 2,14 2,03 3,03
Mágua (g) 49,89 50,63 50,82 50,85
Dens.água (g/cm³) 0,996 0,996 0,995 0,996
massa água (amostra) 49,320 50,010 50,250 49,970
Volume de água (cm³) 49,52 50,21 50,48 50,17
Volume de sólidos (cm³) 0,57 0,62 0,57 0,88
Densidade do sólido (g/cm³) 3,53 3,44 3,55 3,43
Densidade média do sólido (g/cm³) 3,50
Massa Alimentação (g) 641,9
Dosagens
Massa Concentração (g) 558,99
75 g/t 400 g/t
Massa Rejeito (g) 82,91
Coletor Depressor
Rmassa 87,08 Rmetalurgica 99,01
Massa adicionada
c Fe3O2 51,76
4,90 g 10,44 g
c Fe 36,18
Coletor Depressor
49
TESTE 6
CALIBRAÇÃO DO PICNÔMETRO
Teste 1 Teste 2 Teste 3 Teste 4
Volume do picnômetro (cm³) 50,09 50,83 51,05 51,05
TESTES DE PICNOMETRIA
Teste 1 Teste 2 Teste 3 Teste 4
Mpic. Seco (g) 31,83 31,4 29,64 29,93
Mpic. + amostra (g) 33,96 33,75 31,73 32,98
Mpic. + amostra + água (g) 83,22 83,68 81,97 82,93
Mpic. + água (g) 81,71 82,02 80,46 80,76
Volume do picnômetro (cm³) 50,09 50,83 51,05 51,05
Msólido (g) 2,13 2,35 2,09 3,05
Mágua (g) 49,88 50,62 50,82 50,83
Dens.água (g/cm³) 0,996 0,996 0,995 0,996
massa água (amostra) 49,260 49,930 50,240 49,950
Volume de água (cm³) 49,47 50,14 50,47 50,17
Volume de sólidos (cm³) 0,62 0,69 0,58 0,88
Densidade do sólido (g/cm³) 3,42 3,39 3,59 3,45
Densidade média do sólido (g/cm³) 3,49
Massa Alimentação (g) 650,28
Dosagens
Massa Concentração (g) 503,36
150 g/t 400 g/t
Massa Rejeito (g) 146,92
Coletor Depressor
Rmassa 77,41 Rmetalurgica 86,60
Massa adicionada
c Fe3O2 50,93
9,79 g 10,44 g
c Fe 35,60
Coletor Depressor
50
TESTE 7
CALIBRAÇÃO DO PICNÔMETRO
Teste 1 Teste 2 Teste 3 Teste 4
Volume do picnômetro (cm³) 50,09 50,83 51,05 51,05
TESTES DE PICNOMETRIA
Teste 1 Teste 2 Teste 3 Teste 4
Mpic. Seco (g) 31,84 31,39 29,62 29,91
Mpic. + amostra (g) 33,69 33,16 31,61 31,92
Mpic. + amostra + água (g) 83,14 83,26 81,84 82,17
Mpic. + água (g) 81,73 82,07 80,53 80,81
Volume do picnômetro (cm³) 50,09 50,83 51,05 51,05
Msólido (g) 1,85 1,77 1,99 2,01
Mágua (g) 49,89 50,68 50,91 50,9
Dens.água (g/cm³) 0,996 0,997 0,997 0,997
massa água (amostra) 49,450 50,100 50,230 50,250
Volume de água (cm³) 49,65 50,25 50,37 50,40
Volume de sólidos (cm³) 0,44 0,58 0,68 0,65
Densidade do sólido (g/cm³) 4,19 3,04 2,92 3,08
Densidade média do sólido (g/cm³) 3,44
Massa Alimentação (g) 631,93
Dosagens
Massa Concentração (g) 582,23
25 g/t 800 g/t
Massa Rejeito (g) 49,7
Coletor Depressor
Rmassa 92,14 Rmetalurgica 98,47
Massa adicionada
c Fe3O2 48,65
1,63 g 20,89 g
c Fe 34,01
Coletor Depressor
51
TESTE 8
CALIBRAÇÃO DO PICNÔMETRO
Teste 1 Teste 2 Teste 3 Teste 4
Volume do picnômetro (cm³) 50,09 50,83 51,05 51,05
TESTES DE PICNOMETRIA
Teste 1 Teste 2 Teste 3 Teste 4
Mpic. Seco (g) 31,82 31,4 29,63 29,93
Mpic. + amostra (g) 34,05 33,56 31,66 31,95
Mpic. + amostra + água (g) 83,31 83,58 81,95 82,22
Mpic. + água (g) 81,73 82,05 80,53 80,81
Volume do picnômetro (cm³) 50,09 50,83 51,05 51,05
Msólido (g) 2,23 2,16 2,03 2,02
Mágua (g) 49,91 50,65 50,9 50,88
Dens.água (g/cm³) 0,996 0,996 0,997 0,997
massa água (amostra) 49,260 50,020 50,290 50,270
Volume de água (cm³) 49,44 50,20 50,44 50,44
Volume de sólidos (cm³) 0,65 0,63 0,61 0,61
Densidade do sólido (g/cm³) 3,42 3,42 3,32 3,30
Densidade média do sólido (g/cm³) 3,38
Massa Alimentação (g) 648,82
Dosagens
Massa Concentração (g) 563,53
75 g/t 800 g/t
Massa Rejeito (g) 85,29
Coletor Depressor
Rmassa 86,85 Rmetalurgica 87,88
Massa adicionada
c Fe3O2 46,06
4,90 g 20,89 g
c Fe 32,20
Coletor Depressor
52
TESTE 9
CALIBRAÇÃO DO PICNÔMETRO
Teste 1 Teste 2 Teste 3 Teste 4
Volume do picnômetro (cm³) 50,09 50,83 51,05 51,05
TESTES DE PICNOMETRIA
Teste 1 Teste 2 Teste 3 Teste 4
Mpic. Seco (g) 31,83 31,41 29,65 29,93
Mpic. + amostra (g) 34,01 33,47 31,82 32,04
Mpic. + amostra + água (g) 83,28 83,61 82,05 82,31
Mpic. + água (g) 81,8 82,13 80,6 80,75
Volume do picnômetro (cm³) 50,09 50,83 51,05 51,05
Msólido (g) 2,18 2,06 2,17 2,11
Mágua (g) 49,97 50,72 50,95 50,82
Dens.água (g/cm³) 0,998 0,998 0,998 0,995
massa água (amostra) 49,270 50,140 50,230 50,270
Volume de água (cm³) 49,39 50,25 50,33 50,50
Volume de sólidos (cm³) 0,70 0,58 0,72 0,55
Densidade do sólido (g/cm³) 3,11 3,54 3,01 3,82
Densidade média do sólido (g/cm³) 3,49
Massa Alimentação (g) 643,92
Dosagens
Massa Concentração (g) 510,33
150 g/t 800 g/t
Massa Rejeito (g) 133,59
Coletor Depressor
Rmassa 79,25 Rmetalurgica 83,81
Massa adicionada
c Fe3O2 48,14
9,79 g 20,89 g
c Fe 33,65
Coletor Depressor