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ANNO XVIII RIO DE JANEIRO, 30 DE OUTUBRO DE 191* NUM. 1G7I ÁwY^mÊ Sm WS __j ____, m\£fmmW&& ; Irswvaf §# ___ Semanário Humorístico Illustrado ¦¦ E NUMERO AVULSO E en 200 réis a _^ ²Ponha uma mascotte aqui no meu cofrezinho... ²tenho uma prata de dois mil réis, que talvez não entre ahi. Encoste a moeda no orifício, que eu dou um geitinho especial e ella entra logo. Tenho pratica de fazer entrar coisas grandes em buracos pequenos... ELIXIR DE NOGUEIRA 05! O ¦d cs; •Hi Redacçâo, escriptorio e officinas— Rua do Hospício N. 218 Telephone Norte 3515gjji U: Do pharmaceutico e chimico JOÃO DA SILVA SILVEIRA PELOTAS - RIO GRANDE DO SUL Grande depurativo do sangue. Único que cura a "Syphilis" Vendsi-se em todas aa PJttormacla» e Drogaria».

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ANNO XVIII RIO DE JANEIRO, 30 DE OUTUBRO DE 191* NUM. 1G7I

ÁwY^mÊ Sm WS __j ____, m\£fmmW&& ;

Irswvaf §# ___Semanário Humorístico Illustrado

¦¦ E NUMERO AVULSO E

en 200 réis a_^

Ponha uma mascotte aqui no meu cofrezinho...Só tenho uma prata de dois mil réis, que talvez não entre ahi.

Encoste a moeda no orifício, que eu dou um geitinho especial e ella entra logo. Tenhopratica de fazer entrar coisas grandes em buracos pequenos...

ELIXIR DE NOGUEIRA

05!O¦dcs;

•Hi

Redacçâo, escriptorio e officinas— Rua do Hospício N. 218 — Telephone Norte 3515 gjji U:

Do pharmaceutico e chimico JOÃO DA SILVA SILVEIRAPELOTAS - RIO GRANDE DO SUL

Grande depurativo do sangue. Único que cura a "Syphilis"Vendsi-se em todas aa PJttormacla» e Drogaria».

Page 2: £fmmW&& - :::[ BIBLIOTECA NACIONALmemoria.bn.br/pdf/706736/per706736_1915_01671.pdf · -fj :i0 de Outubro de 1915-V-T-JB-1 /te/os Theatros cr_ Procurou-nos o Raul Soares para se

(-) O RIO NU (-) 30 de Outubro dc 1915

r~lESSEPEID. D.MT..

J uo Jo 1114» rtiFUNDADO EM 1898

ASSIGNATURASAnno . . . 12ÍO00 | Semestre. . 7Í0O0

Exterior: Anno 20f()ÜONumero avulso, _00 réis

Nos Estados e no interior, 300 réis

Toda a correspondência, seja deque espécie fôr, deve ser dirigida aogerente desta folha.

BI» m^UBManaUm meu amigo, rapaz poupado c dc juizo,

que anda a pé a semana inteira, detesta os ei-nemas, priva-se de café e refrescos pelo prazerde reunir alguns cobres para jogar aos do-mingos nas suas deliciosas corridas, jurou-me,na ultima segunda-feira, pela alma de Iodos osdefuntos que nunca mais poria os pés ondeos cavallos põem as patas.

A irrevogável resolução, que me causousurpresa, foi tomada domingo á noite, depoisque o filho de Deus vottou do divertimento, va-rado de fome, exhausto, cheio de poeira, comos bolsos entulhados de bilhetes perdidos esem um nickcl.

Fiára-se, contou me elle cheio de indigna-ção, nas informações de entendidos e passoupelo dissabor de ver o cavallinho de sua prefe-rencia correr servi/mente atraz dos outros doprincipio ao fim do percurso.

Infeliz rapaz! Que Deus lhe dê forçaspara manter illesa a resolução tomada.

O meu velho amigo conego Rufino, quequando moço foi dado ao hippismo, dizia nosserões do seminário que só ha uma coisa com-paravcl á infidelidade dos cavallos — a incons-tancia das mulheres.

Os jornaes tem tratado com insistência demais um desfalque. Uma sangria a juntar ásque já tem soffrido o depauperado Thesouro.A malandragem uccorreu no socego de umacidade fluminense, a de Araruama, e não foialém de sessenta contos.

Um avança modesto, naturalmente cm con-sideração ás precárias condições em que se en-contra o paiz.

Coisas do progresso, nada mais. Anti-gamente essas brincadeiras só se davam noscentros; hoje se praticam também nos po-voados Iranquillos.

Agora não se pôde dizer mais que emAraruama não ha disso...

Uma senhora austríaca, em Campinas,resistindo as fúrias incontidas de um conqttis-tador renitente, viu-se golpeada pela navalhado D. Juan e em estado grave foi transportadapara a Santa Casa local.

Pobre victima frágil da integridade de luahonra, como nào amarguras agora no catre dohospital a infelicidade de Deus te haver dadouns olhos languidos e um physico despertadorda concupiscencia atrevida!

A voz do povo assegura, na sua pro-clamada sabedoria que quando a mulher nàoquer nem o demônio a vence. Corrija-se,deantedos factos, o brocardo, pois agora quando arecusa é formal a navalha castiga.

Meu compadre sacristão, ril/iando osdentes, queria a forca para o bandido e umaestatua para a victima. Feliz homem que cs-

tás livre desses dissabores ! A bondosa coma-dre com os seus achaques e a crescente obc-sidade c, no consenso geral, um breve contra aluxaria.

Aquella, pelo menos, está livre du navalha.PADRE AMARO.

"CULTO DE VENUS"

O romance dc maior suecesso publi-cado em rodapé no Rio Nu, depois reuni-do em volume e do qual se esgotaramvarias edições, está de novo impresso.Desta vez, porém, «Culto de Venus» loieditado a capricho, trazendo deliciosasgravuras a illlistrarem o texto e uma capamaravilhosamente impressa a tres cores;foi, além disso, cuidadosamente revisto

pelo próprio autor.Está á venda a r$ooo o exemplar;

pelo Correio, 1^500.Pedidos a ALFREDO VELLOSO -

Rua do Hospicio, 21 _.

• ••CD

ritaitf«il-" \ ' v\u!

Bravos ! A senhora actualmente apre-senta melhor aspecto ! A que devemos isso?

Simplesmente ao Peitoral de AngicoPelotense, que é o primus inter pares dos res-tauradores de forças.

Licor TibainaO melhor purifica--~ dor do sangue «*

GRANADO & C. - Rua 1° de Março, .4

Trunfos e Biscas

O trunfo... é páos...Soberbo sempre, a commandar as tropas;Entre o furor de espadas, bacamartes :Excede um Napoleão dc... abona as partes,Quer no combate aos copos, quer ás copas...Detesta, odeia, os bons irmãos dus opas.E—embora usando ás vezes de a rie e manhas—Dos páos, evita as furibundas sanhas.. .Freqüentemente usadas tias Orõpas.Evita o mais possível (sem desdouroPróprio) esbanjar os ottros do Thesouro,Nem mesmo na importância de um real...E-demonstrando habilidade e tino —E' bem possível que restaure... Lino,A Geringonça Policial...

DOIS DE PÁOS.

... o Bébé fazendo um grande especla-etilo por causa da Odette Barriga Preta. ..

... a Mariaziiiha chorando suas magnasao Octavio...

... a Adelia Égua Cançada enfiando no5" districto em estado de embriaguez.,.

... as funecionarias Maria Pires, MariaConceição, Odette Barriga Preta, Lina eGuio mar em grossa /urra na Quinta da BoaVisla...

... a Altiva tomando cerveja no CaféAvenida em companhia de um viciado...

... o Cocaína chorando suas magoas áGuiomar da zona Moraes e Valle 10...

... a Graciosa e a sua irmã em grandefarra na festa da Penha...

... a Angela Fallabosta tratando os seustrabalhos amodernados por Ires fachos...

... a Dalila Pisca Pisca no Café « Cri-teriam » em companhia do viciado Gustavo...

... a Ambrozina toda chorosa dizendoque não queria mais saber do José...

... a Olga Não se Lava no theatro « S.|osé » em companhia do Antônio Qllill-tandeiro...

... o Oscar todo afottbado na zonaMoraes e Valle á procura de uma zinha.. .

... a Angela Fallabosta correndo qttan-do se encontrou com uni dentista a quemella pedio para lhe tirar o máo cheiro dabocea...

... a Neves Quarenta e Quatro e Meio,reclamando a carona que levou, devido a lero gajo allegado ter se perdido naquella lar-gueza...

... a Latir inda toda galharda jantandono " Veneza" com o seu querido João dasCamizas...

...a Aiitonietta Olga fantasiada deBelmira uo Jardim do Recreio...

... o Major Lambada de automóvel coma sua querida Leonlina, tendo por ordenançaa Julinha do Auelle...

... o Pinto Filho, confabulando com oSpinelli para organização de uma companhiapara o theatro Municipal.. .

... o Lino comprando um laximetro paramarcar as vezes que o üuz Azevedo vai aonumero 100...

... a Luiza Caldas, convidando o mães-tro Cardoso, para fazer as musicas para asua revista...

VÊ TUDO.

Collecção ColoridaEstá á venda a Collecção Colo-

rida, o maior suecesso da Bibliotheca doRio Nu, trabalho perfeito e caprichado, impresso a cores diversas em superior papelcouché. Intitula-se esse volume

DOIS CONTRA UMAe compõe-se de nove lindíssimas photogra-phias tiradas do natural, representando umamulher que dois apaches obrigam a executar,com elles, differentes scenas de amor.

DOIS CONTRA UMAque é uma delicia para os olhos e para o es-pirito, pela nitidez e verdade das scenas querepresenta, custará apenas 1J500 cada exem-plar; pelo Correio, 2|000.

As encommendas, que só serão attendi-das si vierem acompanhadas das respectivasimportâncias, devem ser dirigidas a

ALFREDO VELLOSO — Rua do Hospicio 218

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-fj :i0 de Outubro de 1915 JB-1-V-T-

/te/os Theatroscr_

Procurou-nos o Raul Soares para se nosqueixar dn João Phoca. .

Ao que diz o Raul, o Phoca dcixou-oa"ora sem papel lio Braz Bocó, esquecendo-se por completo dos tempos cin que em Lis-boa precisava delle para dansar o maxixe nassuas peças, sem o que não se salvariam.

O Raul accrescentoii que, desgostoso,marcharia para Poços de Caldas...

tar De vez em quando acontece sair nestasecçao uma ou outra nota com referencia aamigos nossos, que nos tenham pedi-lohabeas corpus. .

Está nesse caso a nota que em nossonumero anterior saiu referente ao Teixeirado Café... . . . , .

Não é verdade que o leixeira va abrirum café caneca em Curdeiro denominadoCafé Esther.

ttw Deu-se no Porto o rapto da actrizMaria das Neves, achando-se envolvidas nocaso nada menos de trinta pessoas !

Si não fosse o Abel do Recreio garantir-nos, sob palavra, que não se trata da Amorsem olhos juraríamos que não pode-.er ou-tra Maiia das Neves. '

'"'

Trinta pessoas, trinta homens dumavez só 1

Ha de ser a Amor sem olhos... Naopode ser outra ! Tenha paciência, seu Abel I

*»' O major Pharol, depois de curadopelo cirurgião Pedrinho dos Brilhantes dasgraves enfermidades que o levaram a guar-dar por longo tempo a penitencia do prazer,voltou enfim á activa, com o mesmo vigor evirilidade, a escrever o commando no quar-tel de Santa Luiza em Caldas.

irar O Pires anda delgado pelo pezo deseus amores em Santa Maria.

«ar Temos recebido muitas reclamaçõescontra um tal Durão do Apollo, sobre omodo insólito e grosseiro para com as co-ristas.

Nós já o conhecemos de sobra e aconse-lliainos esse zinho a mudar de profissãopois não está apto para lidar com aquellepessoal.-3" Banqueteou-se em "Veneza aconhecidissima Laurinda que, ao lado do seuJoãosinho e bebendo no mesmo copo, quasiperdeu o seu porte que galhardamente con-seguio.

_-r O hotel Veneza está ameaçado deconflagração. E' bom evitar a estratégia doDom Dario...

_~" Será contratado para a empreza fu-neraria o Durão do Apollo. Pelo seu tratoe sabedoria lidará com as mttares, que nãose dão bem com o feitor que têm.

«a* A Guy tem tomado tanto Linoperinaque o effeito não lhe dá tempo para elladeixar o velho remédio do fabricante \V. C.

tar O Pinto Filho disse ao nosso criticoque elle cooperou na revista " 420 ".

Nós já tínhamos a certeza do seu con-curso, seu Pinto, e gostamos muito da suaPerfídia.

-3- O Martins Totó do Recreio esta desorte, até pela loteria da Hespanha ganha nocachorro pelo moderno.

«fUm actorzinho do Recreio está escre-vendo uma revista de maus costumes; o seusugestivo titulo é: "Os frescos em theatro".

**r Na festa do Fonseca, no S José, porgentileza ao beneficiado tomaram parte nointermédio as actrizes : Cândida Leal e Au-rora Rozani, que cantaram os apaches.

Cuidado Cândida que a navalha da Au-rora é verdadeira...

itffl- Deixou de cooperar com a LuizaCaldas o Mattos do S. José, só escrevendo asua peça, pois o Mattos já é uma peça intei-riça.

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-*- W- . 4 • -2. BiTco £ <? JLmL 5 ti |

MARCA REai-TRADA_- .r >

(-) O RIO NU (-)

Tenha pena do seu dinheiro e não o des-perdice á tõa, pagando por cem o que pôdeobter por cincoenta.

Em matéria de roupa feita ou sob medida,para homens, rapazes e meninos, prefira semprea Alfaiataria Guanabara, o popularissinto 34 da rua da Carioca, pois só ali nãoserá explorado.

Não se deixe impressionar pelos annunciosespalhafatosos das casas de luxo e das casasmambembes que impingem aicaldes a titulo deliquidação.

Enviam-se iiistrucções e acceitam-se pedi-dos do interior, dando-se agencia.

í3T Consta-nos que por causi do ajunta-mento no Veneza a Saude Publica vai agir.

_~" O Republica vai levar unia surprezapela Companhia Eqüestre.

O Durão do Apollo irá trabalhar com osanimaes cliucros.

Está no seu elemento !

CORRESPONDÊNCIAPinto Filho — Recebemos os seus costu-

piados versos; deixamos de publicai os porfalta de espaço.

HOMEM DE FERRO.

Au Bijou de Ia Mode Grande deposito,,,,. ,. de calçados, poratacado e a varejo. Calçado nacional e estrangeiro para homens, senhoras e crianças. Pre-ços baratissimos, rua da Carioca n. 80 — Te-lephone 3.660.

Versos... de diversos

__I._i!io-, os lemos trais, mnr.linmlo ,1 passo.»Medeiros e Albuquerque

Relembro sempre e sempre tristemente,Eugenia, aquelle encantador almoço!...— Que magoa, invade o coração da gente,Ao recordar seus tempos bons... de moço...

Findo o repasto, avantajado e grosso,Partimos, ambos nós, qual mais contente,A dar um gyro... Após, sem alvoroço,Em tal, ter consentido, o seu Clemente...

Na volta desse encantador passeio,Nós tínhamos, os dois, algum receio...Mostrávamos também certo embaraço.

Mas...Vão receio o nosso!... Teu marido,Fitava, attentamente... embebecido :-«Lentos.os lentos bois,marchando a passo.»

ESCARAVELHO.

© @

lá está á venda o n. 5 da «CollecçãoAmorosa», intitulado SANDWICH, minuciosanarrativa de uma recem-casada que, escre-vendo a uma amiga ausente, pinta ao vivotodas as scenas de amor que praticou com omarido desde a noite do casamento.

Preço, 500 réis ; pelo Correio, 800 réis.Os pedidos de fora, que só serão atten-

didos quando vierem acompanhados da res-pectiva importância, devem ser dirigidos a

ALFBEDO VELLOSO

Os tempos mudam...

(/!' Beatriz.)

Conhecia na praia da Saudade,Quando de mini morava muito perto ;Tinha um «corpinho» de causar vontade...Era bello peixão, estou bem certo.

Logo depois eu soube... e foi verdade,Que o seu «thesouro» tinha sido aberto ;Fiquei contente com a novidadePois nessas cousas largas não me aperto.

Quiz guardar em seu «cofre» uma moeda...Ella. porém, assim me disse, azeda :

Nào posto ; tstou com :i «caixa» atopetada.

Tempos depois avisto-a na janella,Olha-me muito, e eu lhe pergunto : o bella

Minha «moeda» pode hoje ser guardada ?!

JOTA ESSE.

BIBLIOTHECADAS

ALCOVAS GALANTES

Acham-se á venda, em nosso eseriptorio,os seguintes livros dessa collecção : Viciosas,P...sérias, Virgens Avariadas e Amor portodos os.. ¦

Todos esses livros são muito bem escri-ptos e primorosamente illustrados com pho-to«ravuras a cores, tiradas do natural.

Preço : 1J000 cada exemplar; pelo Cor-reio 1 $500. A collecção dos quatro, pelo Cor-reio, 5Í00O.

Pedidos a

ALFREDO VELLOSOHua ,1o Hospicio * 18 -- Bio de Janeiro

Pomada Seccativa de São LázaroA única que cura toda e qualquer ferida

sem prejudicar o sangue; allivia qualquerdor, como a erysipela e o rheumatismo. Co-nhecida em todo o universo. Ruas dos An-dradas, 43 a 47 e Hospicio, 164 e 166.

Senhor pharmaceiitico, tenho passadohorrivelmente as noites. Não durmo. Ao me-nor ruido desperto. Até um gatinho que tenhome accorda constantemente.

Isto náo é nada, com estes pos...E que quantidade tomarei? _Absolutamente nenhuma! Dara_ ao

o de leite e o bichinhogato com um poucltu.. «Io Hoj-i-icio 4 18 Kio de Janeiro não a despertará jamais.

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— 4. (-)O RIONU(-) ;í0 de Outubro de 1915 §g_T

Aventuras do Fagundesin

A mãi do Fagundes chamava-se Pulclie-ria, era uma exceílente senhora e nos pri-meiros annos da Republica regia uma escolamunicipal no Engenho Novo. O rapaz, quenessa época orçava pelos dezoito annos,estudava no Mosteiro de São Bento, commuita vontade de acabar os preparatóriospara se matricular na Faculdade de Direito.

No collegio materno havia uma alumnaque viràra a cabeça do pequeno. Era a Jus-tina, tratada na iirimidade por Vidoca equatro annos mais moça que o Fagundes.

O namoro entre os dois corria sem queninguém soubesse, pois dona Pulcheria a esserespeito era de uma severidade excessiva.

Todas as tardes o meu saudoso amigo,mettido no seu terninho de brim, ia con-versar com a menina no portão da casadelia, ficando de sentinella para que não fos-sem stirprehendidos, uma irmãzinha de Vi-doca, a Laurita, a quem os namorados pei-tavam com doces e fructas.

Fagundes nessa época fazia projectossobre projectos. Pensava em passar emtodos os exames, em formar-se e começar ajuntar dinheiro para se casar com Vidóca,com quem elle sonhava quasi todas asnoites, vendo-a ora vestida de noiva, ora jádona de casa e ensinando á noite, a liçãoaos filíiinhos, debruçada sobre a mesa.Vidóca era informada logo desses sonhos e,rindo-se muito, dizia ao namorado quetambém tinha com elle uns sonhos côr derosa, deliciosos.

Laurita ouvia ás vezes essas conversas elamentava não ter um namorado que lhe dis-sesse as mesmas cousas agradáveis.

Fagundes um dia achou-se inspiraao_,trancou-se na dispensa e fez uns versos anamorada, dizendo, entre outras cousas,que desejava ser um principe do Orientepara lhe dar damas de honor, escravos epalaiiquins. Terminava a poesia, que eralonga e arrebatadora, com a affirmação deque embora os pais negassem elle havia de secasar com a Vidóca, mesmo que fosse pre-ciso recorrer ao Presidente da Republica.

A quadra em que Fagundes isso assegu-rava (era a penúltima) estava assim con-cebida:

Si não deixarem me casar comtigoirei falar, cheio de indignação,ao Marechal Deodoro da Fonsecanovo Imperador e presidente da Nação.

Copiou os versos com o melhor cursivoe escondeu-os dentro de utn compêndio degeographia, para entregar, á tarde, á Vidóca.

Os livros do rapaz ficavam na estante dopai e sempre elle os encontrava em ordem.

Succedeti, porém, que dona Pulcherianessa manhã, depois que o filho saiu para oMosteiro necessitou (irar da estante umaaritlimeticã de Trajano e mexendo os livrosfez cahir alguns ao chão, entre elles o com-pendio onde estavam escondidos os versos...

Dona Pulcheria leu-os e achou desaforoestar o menino se" "pr-eoecupando com na-moros em vez de. egtudaiv.com affinco, comolhe cumpria. '¦ ¦". /.;Dirigiu-se á aula, lançou um olhar ferozá V/rfcicfl,que estava sónsinha entre as outras,e pronietteu a si mesma que daria uma boalição ao filho.

Quando este chegou já achou a mama ásua espera e por espaço de cinco minutos-cinco cruéis minutos ! — Fagundes, sem ap-pelação, nem aggravo, andou entre a mesa ea parede, aos cachações, agarrado pelasorelhas, que ficaram sahindo fogo.

O resultado foi pratico, pois o Fagundesenvergonhado nunca mais appareceu á Vi-doca e o namoro foi por agua abaixo.

RAUL SAPOPEMBA.

Fim de um meeting.

Gente em penca. O povo ouviameio bravo e turbulento.Chega a policia e se esfriaa coísí;, por um momento.

Volto á carga, berro, grito,aconselho o povo a agir.Forma-se novo conflictovae-se a encrenca decidir.

Dá-se pancada p'ra burro,joga-se pedra e batata.Eu fico valente, empurro,Esqueço até a mulata !

Nisto gemo : Quem me acóde I( Foi um civil que me deu )O povo brada : Não pode !mas quem apanha sou eu.

ZINHO.

Tônico Japonez

Para perfumar o cabello e destruir asparasitas, evitando com seu uso diário to-das as enfermidades da cabeça, não hacomo o Tônico Japonez—Ruas: Andra-das, 43 a 47 e Hospicio, 164 e 166.

Velha anedocta

Da pequena que cu gostava,sempre escutara dizer:De todo os olhos viravaao sentir certo prazer !Se nisso calumnia andavaEra-me fácil saber,pois a attenção que me davaninguém mais conseguiu ter.«Tu vais ver (commigo disse)Si aproveitando uma nesgaapanhas tudo rapaz !Baldado esforço ! Tolice !pois quando ella ficou vesgaeu não enxergava mais...

BOAVENTURA.

Acha-se á venda : O magistral Conto Ra-pido N. 14, intitulado — Roçando...

Scenas verdadeiras e.. . quentes, conta-das por um escovado.

Posta Restante

Fonscquinlm — Parece-nos que não deveir. O convite cheira a cilada e o amigo podevoltar da entrevista com alguma cousaardendo.

jucá Trovador — Mandamos os seus ma-drigaes ao lixeiro, mestre 110 assumpto.

Innocencia — Sua mamai procedeu comosenhora de juizo. Que idéa a sua de ir tomarfresco, com o priminho Oscar, na horta ? !Antes mil vezes, fosse tomar no galllnliel.ro,onde as gallinhas tomam.

Capitttlino — O vicio não é de hoje,amigo. Lembre-se que foi por causa delleque se deu o extermínio das cidades dePentapolis, como ensina a Biblia. O senhordeve se recordar também das severas expro-brações dc São Paulo aos gentios "por ha-verem abandonado o uso natural do sexofeminino pelo masculino".

Comprehendemos a sua situação e como,segundo dizem, a necessidade tem cara dehereje, vá peccando como puder e prepa-rando a alminha para as torturas do inferno.

Almcidinha — Vinho virgem com agua écomo donzella mãi de varios filhos.

Santiizza — Paciência, filhinha. Com omesmo intuito

Sete annos de pastor Jacob serviaLabão, pai de Rachel, serrana bella...

Luizitiha — O insecto chatinho a que asenhora se refere é vivo como o azougue.Quando elle ataca as plantações o meio deextinguil-o é a capinação completa e lambu-sar por cima do terreno pomada de soldado.

MONTEIRO, o Carteiro.

@ @"UMA AVENTURA"

Da Casa Editora Cupido & C, estabe-leeida na ilha de Venus, acaba de sair álu/ uma collecção de vistas illustrandoa narração da aventura do Zé Nabo comuma «illustre cavalheira» que pelo nomeparece ter nascido mesmo para o Zé.

UMA AVENTURA, que é o titulo daobra, está admiravelmente impressa e sóa gravura que illu.stra a capa é um deli-cioso aperitivo. . . Vende-se a i.fiooo oexemplar; pelo Correio 1^500.

Pedidos a ALFREDO VELLOSO -Rua do Hospicio, 218.

COMO ESTAVA COMO ESTOU

PEITORAL DE ANGICO PELOTENSE

Não ha ern todo o mundo medica-mento mais efficaz contra tosses, resfriados,influenza, coqueluches, bronchites, etc, doque o Peitoral de Angico Pelotense, verda-deiro especifico contra a tuberculose nosprimeiros gráos. E' o melhor peitoral domundo. O Peitoral de Angico Pelotense-não exige resguardo. Vende-se em todas aspharmacias e drogarias.

Depósitos: Pelotas, Ed. C. Sequeira;Rio, Drog. Pacheco; S. Paulo, Baruel &C; Santos, Drog. Colombo.

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ANNO I Rio de Janeiro, 29 dc Outubro — 4 de Novembro de 1915 NUM. ti

I3XI»1SI!1IííWI«.

Toda a correspondência deve ser dirigi-da para a Rua do Hospicio il. 218, ao Jtiqui-nha, palpiteiro mór.

ClironicaUma leitora amável d'0 Bichinho,

sobremodo preoccupada com a crise, cs-

creveu-nos attenciosa cartiliha, pedindouma indicação proveitosa que lhe possadentro dc nove dias endireitar comple-tamente a vida. Vale a pena transcreverum período da cartinha: «Li que os te-

lizardos que houvessem acompanhado as

chapas recommendadas pelos diversoscolaboradores do seu jornal haviam ganho, no mínimo, além de quatrocentosmil'réis, c nos dois últimos números, nasecção «Correspondência», o Juquinhaaconselhou a um que acompanhasse du-rante tres dias certos grupos e a outro queno mesmo prazo cercasse o elephante eo resultado foi estupendo, pois as indi-cações acertaram, duas vezes para cadaum»- ... ,

Fácil se me toma ser útil a amávelcorrespondente, e nesta conformidaderecommendo-lhe, sem receio de incidirem erro, que escolha qualquer das chapas

publicadas no numero desta semana esiga cegamente o indicado. Em seis e nãoem nove dias regularará completamentea;vida, desanuviando inteiramente o es-

pirito!

CHAPINHA DA ROSINHA

Trocem da sorte tyranna,¦tenham completa alegria,'pois

vai dar esta semanaá seguinte bicharia :

364-863 606-708 989-390

195-493369—271 224-723

|ogar não é nada; ganhar é que é o

principal. lipara ganhar só mesmo lendoe cumprindo á risca o recommcndado

pel'0 Bichinho.

SEMANÁRIO DA BICHARIA

Palpites do Chininha

Para entupir a algibeira,o Chininha é quem vos diz,joguem até quinta-feiranestes bichinhos gentis :

%"¦/

138-340 173-075454-256

Ji ... ^sSS í~«ril144-243 936-133 084-481

Os bichos com urucubacasão estes:

Avestruz, Vacca, Camello,Cavallo, Cachorro e Gallo

Na berlinda..

m:mfI Vil

330—429A sorte é varia. Cuidadopor isso é preciso ter.Este, porém, bem cercado,deve dar algum prazer,

Para os quatros lados durante a semana :Vacca, Borboleta,Jacaré e Cobra

O Gil tia sorte não zomba.I!' .uibidinl.v, o tratante :Si encontra a mulher de trombajoga firme no elephante.

A nossa iníatigavel collaboradora Riti-nha, de Maxambomba, torceu um péante-hontem quando fazia a conhecidaoração do sapo secco. Entretanto não seesqueceu de mandar-nos as precios.ts in-dicações que se seguem.

899-197 126-925 249-350

760-559 317-220 145-648

Tia Carlota, a santa corcundinha doMattòso, veiu hontem pelo caradura dasoito trazer-nos esta listinha para quemquizer arranjar uns cobrinhos para enfei-tar no dia de finados a sepultura dos seusdefunetos.

416—113 868-765 210-409

\WêÈ&

287—185 779-1SO 203-502

Centenas invertidas para cinco dias:531 - 086 - 790 - 423

CORRESPONDÊNCIAD. Rosa Garcez — Pôde guiar-se pelas

tsbellas que "são organizadas com o máximo

escrúpulo.João da Costa — (Andarahy) — Cerque o

pavão de hoje a segunda-feira, pelos quatrolados. , K

Manuel Garcia — O amigo joga mal. Naoé commtim a repetição e assim no fim domez o prejuízo é certo..

Senhorita Aurclia — Como requer.Mario dc Almeida —. (Encantado.) — As

tabellas podem ser procuradas no nosso es-Cdpt0ri0' JUQUINHA.

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Estatística dos bichos premiados no mez de Junho de 19 IS--------------------

i i i i ¦ i -m-m-m-m— —«

, !Dias ANTIGO Num. da sorte MODERNO Centena RIO t Centena: SALTEADQ 2° Prem. 3" Prem. 4o Prem. 5a Prem.

jTigre 57785 Cabra 333 Veado 395 Coelho 459 143 873 380Jacaré 50457 Cabra 133 Jacaré 359 Carneiro 388 581 530 353Touro 5183 Cabra 933 Águia 906 Camello 518 063 805 304Tigre 33385 Cachorro 317 Águia 706 Coelho 305' 333 391 866Cachorro 30330 Veado 893 Elephante 448 Peru 584 187 337 738

6Coelho 48938 Camello 531 Burro 113 Gallo 947 890 963 931

81 Cobra 40934 Tigre 386 Veado 396 Cobra 473 783 803 141Cobra 44134 Carneiro 436 Cachorro 318 Cobra 855 479 674 330

10 Camello 17 631 Pavão 975 Urso 989 Cabra 684 613 071 78911 Cobra 31035 Vacca 399 Jacaré 659 Coelho 375 638 486 j 77813 Jacaré 18360 Elephante 346 Urso 089 Coelho 167 383 803 1181314 Veado 37393 Touro 783 Porco 673 Porco 310 330 645 09115 Cavallo 33543 Macaco 565 Touro 484 Macaco 668 661 633 41116 Jacaré 33458 Peru 978 Vacca 300 Camello ; 351 988 707 66017 Cavallo 33343 Peru 478 Touro 383 Macaco : 749 057 753 34018 Leão 39763 Tigre 787 Águia 906 Elephante : 418 901 058 63519 Avestruz 83903 Macaco 467 Borboleta 815 Burro 483 744 010 8803031 Jacaré 46059 Tigre 986 Touro 183 Cobra 973 881 685 66933 Agxiia 53607 Jacaré 958 Cachorro 018 Carneiro 317 183 029 i 02723 Vacca 47999 Veado 795 Porco 070 Veado 190 439 464 77424 Jacaré 19058 Macaco 167 Gallo 652 Camello 235 141 543 86225 Coelho 37937 Pavão 673 Cachorro 319 Elephante 645 536 842 92326 Vacca 50499 Águia 706 Pavão 175 Veado 014 314 987 9882728 Gallo 11050 Burro 010 Elephante 945 Vacca 072 187 289 79329 Carneiro 37235 Jacaré 759 Tigre 488 Vacca 633 934 133 99130 Burro 16309 Cobra 334 Camello 730 Cobra 137 036 415 046

TfÍQ próximo numero publicaremos a tabellii ÚQ WúMZ Ú% Q^wtQhwQj

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30,'de Outubro de 1915 (-) O RIO NU (-)

Crt"Í»RÍCM.OS

Sem que ninguém esperasse, espalhou-se a noticia de que a Luizinha havia des-manchado o casamento que tratara com oTavares.

A decisão estourou como uma bomba,pois as nupeias deviam realizar-se dentroem pouco, estando já convidados os padri-nlios e proniptos os papeis.

Afinal, depois de muita relutância, onoivo explicou o caso numa roda de Íntimos.

A resolução partira delle e era irre-vogavei.

— Uma noite, começou a referir o rapaz,estávamos palestrando alegremente, como decostume, quando a Luizinha encaminhou aconversa para um asumpto que já nos tinhaposto arrufados anteriormente.

Um primo delia escrevera uma acçãolendária para ser representada no GrêmioDramático do bairro, baseada na peleja quese travou entre são Miguel e o Demônio.

A menina queria, á força, que eu — umdesageitado para taes coisas — entrasse napeça e me incumbisse do papel do anjo mão.

Com boas maneiras neguei-me, mastanto ella insistiu que me excedi, alterei avoz e perguntei o motivo por que assimprocedia." — E' um capricho, bemzinho, respondeua Luizinha. Perdoa, mas eu tenho um desejoenorme de te ver naquelle papel. Dizes quenão tens geito, mas lias de ficar muito bem.Sobretudo, os chifres hão de te assentarmagnificamente.

Zanguei-me, concluiu o Tavares eadian-tou: Reparem vocês nas tenções da rapariga.Si me queria ver ridículo ainda noivo, doque não seria capaz depois do conjugo vobis!

E foi por essa insignificancia que o casa-diento não se realizou.

CHICO SERESTA.

Está á venda —A PULGA— Grande sue-cesso da nossa esplendida collecção.

FOLHETIM

<_

sintiH'V. DE NOVAES

=J-M=egs,

assanha-*..*

Quando os dois amigos chegaram ácasa do hespanhol eram já quasi novehoras da noite.

A' entrada, na saleta próxima á escada,D. Sinhá e a velha Encamação con-versavam calmamente.

A mãi da Prazeres achava de bomaviso conciliar as coisas e tora apresentarsuas desculpas á dona da casa. Esta,sempre prompta a perdoar, pediu en-tretanto á velha que corrigisse o gcilio dafilha. Xão guardara «sentimento do quese passara, mas seria conveniente que ascena não se repetisse.

Não se repetirá —affirmou a velha.E a Prazeres resolveu-se afinal a

jantar ?Deixei-a á mesae recommendei-lhe

que assim que terminasse viesse juntar as

COLLECÇÃO DE FOGO

Consta esta primorosa collecção dc cin-co álbuns de vistas, contendophotographias tiradas do natural e porisso mesmo expressivas, instruclivase... aperitivas. —A collecção completa representa 4lOposições diversas, com as respectivasexplicações e constituo o mais prodi-gioso tônico para levantar organismosdepauperados. — — — —Os álbuns são numerados de 1 a Se vendem-se em nosso escriptorio a IScada um; os pedidos feitos pelo Correiodevem vir acompanhados de mais 500réis para cada álbum, quando encom-mondados isoladamente ; para recebera collecção completa (os cinco álbuns)basta mandar a importância de seismil réis. — Os pedidos de fora, que serão prompta-mente attendidos, devem ser endereça-dos, com as respectivas importâncias, a

MA DO HOSPÍCIO N. 218Rio de JaneiroAlfredo Velloso

Epitaphios futurosXV

Major QuaresmaDisse um Verme tagarellaao coveiro meio giro :tt Este esticou o canellade tanto pregar mentira ...

XVIUm mascate

Ao penetrar no infernodirá risonho, talvez,aos demônios, muito terno :Cousa barata, freguez !

iPratraoiDnrasERA UMA VEZ...

Era uma vez um .sujeitorico, avarento... Perdão !O caso não está direito,já errei a narração IEra uma vez uma damafidalga, elegante, linda,que se deitando na cama. . .Meu Deus ! Enganei-me ainda !Era uma vez um monarchaque tendo de viajar,tomou ligeiro uma barca. . .Mas tornei a me enganar !Era uma vez um meninomuito louro, muito esperto. ..Não é isto ! Eu perco o tino,fico maluco, de certo !Era uma vez um mancebo,sobrinho de um mandarim...Errei de novo ! Ora sebo !Não posso chegar ao fim !Era uma vez um bandidosalteador, que, tendo visto...Mas onde tenho o sentidoNosso Senhor Jesus Christo ! ! !Era uma vez um soldadoque indo á guerra combater...Está novamente errado !Isto assim não pôde ser !Era uma vez um ricaçotão exquisito e tão feio.. .Triste figura, a que faço !De acertar não acho o meio !Era uma vez um vassaloque tantas bravuras fez.. .Hoje estou muito cavallo !Ficará para outra vez.

J. ESCOVADO.

O ultimo suecesso alegre da nossa bi-bliotheca — O CONSOLADOR.

suas excusas ás minhas. Ella tambémreconhece que andou mal.

E o Alonso continua a dormir?Continua.

Nesse ponto da conversa, Jorge eVictot assomaram á porta.

Dão licença? — disse- o primeiro.E, sem esperar resposta, toi entrando,

seguido do amigo, que apresentou ás duassenhoras.

Yictor disse umas banalidades, D.Sinhá sorriu com ar protector, a velhaEncamação achou-o um rapagão.

Os dous rapazes acabavam de se sentar,

quando surgiu o Alonso, estremunliado :lira ! Dormi como um bemaventu-

rado!E roncaste como um porco — ;tc-

crescentou sorrindo D. Sinhá. Daqui seouvia. Não é, D. Encamação?

A interpellada assentiu com a cabeça.Sr. Alonso — disse Jorge levan-

tando-se — apresento-lhe o meu amigoVictor, poeta consagrado e futuro em-pregado de fazenda.

O hespanhol estendeu a mão ao apre-sentado :

Ah! O Sr. faz versos ?Versejo apenas para matar o tempo.

Mas o seu amigo diz que o senhoré consagrado. . .

Bondade do Jorge. . .E quanto ganha o senhor a fazer

versos ?Nada.Nada ? ! Então não vale a pena !Os poetas não se preoecupam em

tirar proveitos pecuniários da musa.Com que fim então fazem versos ?Com o fim de adquirirem a gloria.1" muito pouco... Eu não dava

para poeta.D. Sinhá julgou opportuno pôr termo

ás asneiras do marido.Alonso — disse ella — não estás na

altura. . .Bem sei, bem sei ; mas — que

diabo — eu posso dizer o que penso.Naturalmente — acudiu Victor.

Jorge, que também desejava desviar aconversa para outro assiimpto, indagou davelha :

E D. Prazeres continua com aenxaqueca ?

¦ Quem respondeu foi o hespanhol:

(Continua).

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: 6 ==M (-) O RIO NU (-)--=[& 30 de Outubro de 1915

Perfis da Lapa

(Fulò do sertão)

Para a figura risonha.

Baibuleta fermosa, barbuletaQue pelo azii da minha mente avóa ;Marietta, fermosa Marietta,Teu oiá escangaia uma pessoa.Teu sorriso traidò desabutôaComa a frô da pimenta malagueta :Marietta, fermosa Marietta ;Tu nem parece uma muié a tôa...

Quando aparpo teu corpo de menina,Quando contempro a tua fronte bella,Vou chora minhas magna na litrina...

Sou capaz de fica de sentinella,-Como um sordado veio numa esquinaNamorando comtigo na jinella.

JOÃO INGRES.

CARTÕES POSTAES

Temos á venda uma interessante col-lecçào de cartões postaes alegres, nítida-mente impressos, representando scenasadmiráveis de gosto e de variedade.

Custa cada collecção, que se compõede io postaes, apenas 2$ooo; pelo cor-reio, 2^500.

Pedidos a ALFREDO VELLOSO —Rua do Hospício, 218.

Do álbum de Miss Linda

Pimenta é uma cousa que só arde no...nariz dos outros.

( Sabininha)

Mamai disse que os casados dormemjuntos por causa do frio. Quando pensomais sinto saudades do primo Ambrozio efico pellando.

(Jujii)

O amor mais santo é o da mãi, o maissincero o dos filhos e o que mais consola éo dos maridos.

(Lavinia)

A mulher julga-se soberana e no entantoé uma escrava. Nas cousas mais naturaes oshomens querem sempre que ellas fiquem porbaixo.

(Bertina )

Ha quem gosta de caminhos amplos,estradas suaves e vias largas. Para mim nãoha nada que se compare a uma boa picada.

(Roceira )

Lindos rostos, bellos olhos, lábios ver-melhos, nariz grego, eis o que os poetascantam freqüentemente em atrevidos ma-drigaes, como si os homens se contentassemsimplesmente com isso... Neguem-lhes oresto e verão como elles ficam ranzinzas.

( Ondina) '

As mulheres são como as flores—de vezem quando precisam de rega.

(Joanninlia)

CARTAS A MINHA PRIMAVIII

Priminha saudosa :

A Marócas está agora meiga e carinhosacomo nunca imaginei. Vivi uns dias descon-fiado de tanta festa, mas parece que tuaprima mudou definitivamente de gênio, ludoque faço agora está niuito bem ; a minhavontade é a que se põe em pratica ; emfimvivemos como Deus com os anjos.

Queres a prova ? Ahi vai :Ha dez dias ella pediu-me, depois do

jantar, para irmos a uma sessão espirita 110arraial. Sensaboria completa! Appareceu-noso Antônio Conselheiro, predizendo umas to-lices idiotas que consumiram longas horas.

Alta noite tua prima chamou-me ner-vosa, dizendo que estava com um espiritomáo no corpo e que eu tirasse aquillo quantoantes, do contrario ella enlouqueceria.

Fiquei atarantado 110 primeiro momentoe a Aíarocas começou a rolar na cama solu-çando, cheia de impaciência. Na criticaemergência puxei-a muito para junto de mime invocando o espirito de Allan Kardec,comecei a soprar-lhe a boquinha vermelhapara afugentar o importuno. Foi agua fria nafervtira, priminha. Em breve ella dormiatranqüilamente nos meus braços. Pela ma-nhã, logo que abriu os olhos, agradeceu-menum beijo o piedoso serviço e disse com umrisinho brejeiro que tendo assim á mão tãoprompto remédio não receiava que lhe en-trassem no corpo os espíritos que entendes-sem. Eu comprehendi perfeitamente e in-voquei de novo o grande mestre, pois bempodia ser que o maldito se intromettesse denovo, emquanto dormíamos.

Tudo agora vai bem, mas ou porque oespirito incommodo seja mesmo máo, ou porsimples prevenção, tua prima todas as noitesquer que eu invoque o Allan Kardec e issojá me parece abuso.

Acho bom escrever dahi algumas linhasá Marócas, pois si eu continuar a inter-romper o somno todas as noites em menosde dois mezes acabo tuberculoso.

Teu primo do peitoCASUSA.

O moço era antipathico. Sujeitofeio, magro, rachitico, franzino.Ella, em tudo o contraste mais perfeito :um typo grego, esculptural, divino.

Elle jurou-lhe eterno amor e disseque a sua vida ao seu dispor estava.Ella achou que isso tudo era tolicee respondeu-lhe que não se casava

O rapaz insistiu constantementeperdendo o tempo. Não cedia a bellaTanto elle fez que a moça ultimamentenem queria chegar mais á janella.Entre as amigas se queixava a damadaquella audaz e frivola insistência.Mas tanto a voz do amor soluça e chama,tamanha era do moço a impertinencia,

Que todo o orgulho feminil se abate.Ella cedeu. Acceita-o. Que alagria !Tudo agora mudou e,p'ra remate,Vão se casar p'ro mez. Quem tal diria ? I

E os conhecidos, então,acreditam no rifão :Agua molle em pedra duratanto bate até que fura...

HERNAN1.

O' Mariquinhas I...Senhor...Chega-te...

P'ra que ?Abanca te ahi...P'ra que, meu pai ?Abanca-le, rapariga ; lemos que con-

versar...Prompto ; já tomei assento ; desein-

buche pVahi...Dize-me cá uma coisa, ó Mariqui-quinhas; — tu gostas do Thomé ou nãogostas ?.. .

Nâo sei porque não liei de gostardelle... nunca me fez mal.. .

Graças a Deus!... Mas pergunto:— não tens alguma aquella por elle?...

Vocemecê sabe... é a tal coisa... eu,cá por mim... mas lá elle... afinal decontas. .. si quer que lhe diga...

Nào dizes nada.. .E' sim senhor. . .Alá raios te partam! E's mesmo uma

atada !. ¦.Que é que vocemecê quer que -eu

faça...Ora, abóbora!... Tu bem sabes

que o Thomé gosta de ti. ..Elle nunca m'o disse...Isso sei eu!... Elle é um paier-

mal... Mas antes assim do que muitoatiradiço; é um rapaz trabalhador, economi-co, e... a familia delle tem alguma coisa lána terra... E depois sabe « tiral-o leite .1como poucos !...

Eu já arreparei nisso...Poise; tanto assim que, si as coisas

me correrem muito esluporadas, no fim doanno eu dou-lhe sociedade nas vaccas...

Fará vocemecê muito bem...Já vês que é o marido que te serve ;

não achas ?...PVora inda estou procurando.. .

Mas então quando vocês ficam sósi-nhos, «ambos os dois», elle não ficaassanhado ?...

Não sei, meu pai ; elle só leva a mefazer fosquinhas... a se cocar... e am'olhar.. . a 111'olhar.. .

A molhar ?'.... o que, rapariga ?.. .A 111'olhar... de longe, sim, senhor:

com olhos de pescada morta...Ah ! Alas que « toupeira >¦ me sahiu

o raio do Thomé !... Pois deixa estar, Ma-riquinhas, que eu hei de o fazer chegar aorego...

PAO-DURO.

LOTERIAS DA CAPITAL FEDERALSabbado, 30 de Outubro, ás 3 horas da tarde

309-39»

50:000*000Por 4$ooo em quintos

Bilhetes á venda em todascasas lotericas

.tgim •BtipoiiezaNâo ha outra que torne a pelle mais

macia. Dá ao cabello a côr que se deseja.E' tônico, faz crescer ò cabello e extirpaa caspa. — Ruas: Andradas, 43 a 47 eHospício, 164 e 166.

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30 de Outubro de 1915

Elles e Elias...CD

AVISO- 0 "Rio Nu" nâo lem repórter ai-

gum nas zonas para dar ou não darnotas nesta sccçào ; todo aquelle quese apresentar como tal è um intrujáoe deve ser tratado como merece.

Na zona chieA portugueza Graciosa, da casa de

rendez vous da zona Senador Euzebio, jaarranjou um outro trouxa seu patrício. pi-zem que essa mondroilga faz OS suas coisascom arte. Brevemente contaremos as liabtll-dades dessa funecionaria.

ts A Olivia Jockey da Morte agorascismou que deve ser dona de casa, ou, poroutra, cafíina, tendo para isso alugado porvinte fachos diários a casa Moraes eValle 18.

Que pretenção !ts Previne-se a Arminda da zona tar-

nesi, que nâo continue a dar escândalos,pois os visinhos estão aborrecidos com tantasemvergonhice !...

ts A Odette Barriga Preta disse que iase mudar da casa da Adelia Égua Cançada,porque a casa é muito desmoralisada e eraro o dia em que o pessoal não vá dar umgiro até o xadrez do districto, devido asbebedeiras da Adelia.

Pudera! se a maioral é um alambique !...ts A Altiva Tampão, da zona Mairecas

33, anda atacada de paixonite aguda e levachorando pelos botequins, pedindo ás com-panheiras que arranjem com que o seu zinhofaça as pazes, pois tem muitas saudades dasnoites em que ambos desenhavam os sessen-ta e nove quadros.

Você sua funecionaria é semveigoiiha ameu gosto I

ss A Rachel foi ha dias a uma grandefarra em D. Clara, em companhia de umpessoal duvidoso c quando a procuraram

estava a funecionaria em um commodo comquatro viciados.

Livra que cur...ss Qualquer dia vamos ter encrenca na

zona Rezende. O Cácá anda fazendo roda auma vczugtli daquella zona. Quando a Da-lila Pisca Pisca souber, é que vai ser o nó.Só queremos ver seu zinho, como é que vocêvai sair dessa rascada. Olhe que a PiscaPisca comprou um revólver e jurou de o ma-lar quando soubesse das suas falsidades.

ta E por falar em Dalila Pisca Pisca :damos um doce a quem nos explicar o mys-terio que ha entre essa funecionaria e o Cácá.

Garantiu-nos alguém que é por causa decertos trabalhinhos, que viu os mesmos fa-r.eiem, os quaes não explicaremos para queo Alberto não fique zangado.

ss- Depois que o Jayme embarcou para oNorte a Marietta Mulher Fatal anda chorosae diz que vai suicidar-se.

Que grande fileira !ss Disse-nos o Cocaína que não quer

saber mais da Maria da zona Moraes e Valle,por ter visto a mesma entrar em um" Cinema " em companhia de um charuto.

Deixe-se de luxos, seu zinho; você já nãoé a primeira vez que encontra essa funecio-naria em companhia de pretos !

ts O que andará fazendo o Oscar todasas noites até alta hora pela zona Marrecas?

Já teria levado a lata da sua mãezinha ?Olhe seu moço, com esta crise nâo se brigacom as mamães!

sa O Bebê de Nictheroy é um verdadeirobobo, pois anda dizendo a todos que asfunecionarias se apaixonam por elle, masnos garantio a Maria que esse zinho é pe.ttoem dar à lingua.

Já comprchendemos porque todos seapaixonam por elle !

ts A Elisa Thereza Bacalháo diz quenào dá o desespero por sahir nesta secçãoporque acha até que isto é um reclame.

O que nos diria então essa esbroguefunecionaria se disséssemos que ella é peritaem solos dc clarinete e viagens á Oropa,

Chronica TheatralHa dois ou tres annos a imprensa ca-

rioca lançou á publicidade, por meio de suassecções theatraes, as proezas de um bai-larino eximio que em Paris civilizara o ma-xixe e o introduzira nos salões aristocráticosda grande capital... em competência comoutras dansas excêntricas bem características.Era brasileiro esse bailarino, chamava-seL. Duque e, com o incenso da imprensa, nãolhe faltaram, logo, no Rio, milhares de admi-radores, e admiradores enthusiastas, cujomaior desejo seria o de ver o patrício fazermeia dúzia de letras, mas... Paris ficavalonge !...

Duque, porém, é patriota, e assim queas coisas lá pela Europa começaram a ficarpretas, quando a crise começou a divertir-secom elle, Duque lembrou-se do Brasil e veiuaté cá. O pessoal regosijou. Os seus admira-dores, entre os quaes nos contamos, exulta-ram, e o suecesso desenhava-se formidável acomeçar pela anciã dos empresários em dar-lhe contrato por meio de radiogramma. Maso Duque falhou !

Chegou, viu e... avaccalhou-se. A apre-sentação delle no Lyrico, com dez confe-rendas que não acabavam mais, cheiroulogo a cavação.

Dahi para cã a coisa foi augmentandosempre. Duque, como qualquer Marialina,fez-se autor também, e, como qualquer actorou empresário mambembe, deu para dedicarespectaculos a famílias de governadores deEstado na mira certamente de com essa de-dicatoria garantir mais umas tantas loca-lidades !

(-) O RIO NU (-) H== 7 ==

conforme nos garantio a sua professora ecollega Angela Fallabosta?

ss A Didi Medicina, depois que brigoucom o Ary, andou dizendo horrores dessezinho, e que agora ia se tratar para ficarrestabelecido da fraqueza pulmonar, e quetão cedo não queria fazer as pazes com elleporque tanto esse zinho dava á língua quequasi a matou.

Que nos diga alguma cousa sobre isto oNilo, secretario perpetuo dos dois.. ¦

ss A Angela Fallabosta agora anda atra-palhada por falta de arame.

Pudera, as suas habilidades em solos declarinete e trabalhos amodernados já estãode tal modo avacalhados que o pessoal janão vai mais nessas picotagens.

Toma um conselho, ó Fallabosta: suici-da-te !

LINGUA DE PRATA.

Licor TibainaO melhor purifica-

— dor do sangue —

GRANADO & C. - Rua Io de Março, 14

% Galeria Artística %Avisamsss aos leilores qtse tenhamfal.a de islquinas estampas da MossaValeria Artística, e queiram compile-tar a colleeçao. <|tss- em tiossst escrip-torio --xis'--.!, exemplares fie todo*-„s num >s dss KIO XI' desde o ini-eis, sla publicação dessa Galeria, po-dendo ser adquiridos sem augmento

«le preço.

E' pena francamente que o Duqueabdique assim da sua personalidade artísticae queira dar-nos a impressão de que só podeser artista quem artista nasceu.. .

De resto, nós não sabemos si dansarmaxixe é arte e se, por conseguinte, a quemo dansa se pode chamar artista : mas si nãopode ser assim qualificado muito menos opode ser de arteiro... Escolha elle o quequizer ser. E' lá com elle. Lembre-se, porém,de que S. Paulo é bem mais escrupuloso e ar-tistico do que o Rio...'

Mas, dê-se ou não o caso de S. Paulorehabilitar o Rio, o nosso protesto ahi fica.Cavadores de theatro já nós tinhamos poraqui diversos e dos bons, muito antes até deapparecer a Marialina com o seu ouro sobreazul e o Olympio com o Christo.. .

A festa do leque, por exemplo, e lem-branca que só um cavador emérito pode ter.

E' certo que o fim da coisa não é fes-tejar leque de qualidade nenhuma, mas oarranjar uns cobres. O rotulo de cavação éque é supimpa. Ahi é que o talento do bichose manifesta em toda a sua pujança.

Tres cabriolas da Marialina, tres caran-tonhas da Cervantes, algumas asneirolas doPinto, no Ananias, e prompto: festejou-seo leque !

Chamem-lhe o que quizerem, mas façama continência ao cavador, que merece alébrado d'armas.

E é depois disto que nos apparece oDuque a dedicar espectaculos a presidentasde Estado, e a intitular-se autor! Parece queo homem desconhece que o Pinto, o Olympio,o Ghira, a Marialina, o Abel do Recreio, oDomingos Braga, tudo isso já tem escrevidopeças; o Alfredo Silva tem uma na forjapara empurrar na primeira oceasião e o

Avellar já escreveu também uma meia deque escapamos graças ao Ataliba.

No Rio, aliás não é grande afnca es-crever para theatro. O Assombro não fazoutra coisa desde o seu primeiro partotheatral. E' certo que nada presta, mas adivisa é produzir muito para produzir ba-rato, como a dos empresários é a de im-pingir barato para impingir muito. Os autoresdo 420, si são os mesmos das cartas ao Im-parcial, podem bem formar ao lado doscollegas acima citados no que diz respeito aestylo, como em breve formará também o Vi-riato, o celebrado autor d' O Fafazinho oamiguinho das creancinhas.

Pela graça com que era feito este, sepode já imaginar o que será a Sertaneja.Deve ser da gente morrer a rir... do autor.

O que nos vale é que os jornaes estãotratando já de annunciar a companhia Ruas,em cujo elenco figuram verdadeiras notabi-lidades, como o Jorge Gentil e a MagdaArruda com um repertório formidável. Vaiser um suecesso onça. O Nascimento Fer-nandes não vem. Fica para depois. Primeiroapresenta-se o Gentil copiando tudo o que ooutro fez lá pela terra delles e depois vemelle para os confrontos. Vai ser uma tempo-rada brilhante a que nos espera para o annoa entrar, principalmente si por aqui estiverao tempo o Antônio de Souza e o Alves daSilva, cada um delles com a sua companhia.Então é que o publico vai ver o que e essacoisa de companhias arrebentadas, e o quequer dizer águia na giria de empresários...

Imagine-se : Ruas, Souza, Alves da Silvae talvez o Chico Santos I

CHR1STIANO.

Page 10: £fmmW&& - :::[ BIBLIOTECA NACIONALmemoria.bn.br/pdf/706736/per706736_1915_01671.pdf · -fj :i0 de Outubro de 1915-V-T-JB-1 /te/os Theatros cr_ Procurou-nos o Raul Soares para se

(-) O RIO NU (-) |gg2====30 de Outubro dc 1915

Bibliotheca d'0 RIO NODOIS CONTRA UMA - Primorosa série

impressa a cinco cores, photographias do na-tural, constituindo um bello volume.

Está á venda. Preço 1*500; pelo Cor-reio, 2*000.

SCENAS DE ALCOVA — Interessantts-simos episódios da vida de um pobre copei-ro que acaba como patrão da patroa, 1 f500;pelo Correio, 2f000.

CULTO DE VENUS —Edição revista eillustrada, sensacional romance de NumaTel-les, linda capa a tres cores, 1*000; pelo Cor-reio 1 #500.

UMA AVENTURA — Lindissima collec-ção de vistas em que se conta a aventura doZé Nabo com uma «senhora» de nome sug-gestivo, 1Í00O; pelo Correio 1$500.'

AMORES DE UM FRADE - (3» edição,n. I da «Collecção Amorosa»)—Escândalo-sas peripécias de amor prohibido, acompa-nhado de interessantes gravuras. Verdadei-ras scenas dignas da antiga Roma. Preço,500 réis. Pelo Correio, 800 réis.

NOITE DE NOIVADO — (n. 2 da «Col-Iecção Amorosa«) — Episódios picantes entreum casal recem-unido pelos laços do matri-monio, contados por Mathusalém, 500 réis ;pelo Correio, 800 réis.

MADAME MINET —(n. 3 da «CollecçãoAmorosa») —Historia de uma linda viuvinhapatusca, que para comer exige apperitivos es-peciaes... Custa 500 rs.; pelo Correio, 800 réis*

CASTA SUZANNA — (n. 4 da «Collec-ção Amorosa») — Empolgante descripção descenas amorosas passadas entre uma don-zella e Lúcio d'Amour, que afinal consegueentrar em Barcelona depois de varias invés-tidas pelas redondezas. Preço, 500 rs.; peloCorreio, 800 rs.

SANDWICH —(n. 5 da Collecção Amo-rosa) — Peripécias interessantes dos primei-ros gosos de uma mulher recem-casada,narradas por ella a uma amiga. Preço 500réis ; pelo Correio, 800 réis.

ÁLBUNS DE VISTAS - Collecçãode Fogo, contendo cada um oito gravurastiradas do natural, impressas em papel cou-chi de Ia qualidade e acompanhadas de bel-los versos explicativos de cada scena repre-sentada. Estão publicados osns. 1, 2, 3, 4 e5. Preço de cada um, lf; pelo Correio 1Í500.

CONTOS RÁPIDOS — Estão pu-blicados os seguintes : N. I, Tio Empa-ta — N. 2, A Mulher de Fogo —N. 3, D. Engracia — N. 4, Faz tudo...

N. 5, A Viuva Alegre —N. 6, OMenino do Gouveia — N. 7, APulga — N. 8, O Correio do Amor

N. 9, Dolores—N. 10, FamíliaModerna —N. 11, Na Zona... — N. 12,O brinquedo — N. 13, O cachorro

N. 14, Roçando... — N. 15, O Con-solador — N. 16, A Telephonistae N. 17, A Costureira.

Todos esses contos, que são escriptosem linguagem ultra livre, contendo uma gra-vura cada um, narram as mais pittorescasscenas de amor para todos os paladares.

Cada um 300 rs., pelo Correio: 500 rs.Todos os livros acima citados sao

illustrados com gravuras tiradas donatural.

UMA CEIA ALEGRE — Engraçadissimaparodia á «Ceia dos Cardeaes», em versosbrejeiros. Tres respeitáveis padres contamsuas aventuras amorosas, numa linguagemde alcova, sem peias... Preço, 500 réis. PeloCorreio, 800 réis.

Os pedidos dirigidos ao nosso escri-ptorio devem vir acompanhados darespectiva importância, em valespostaes, ordens commerciaes ou

dinheiro e endereçados a

Alfredo VellosoR. do Hospicio 218 - Rio de Janeiro

Leitores inexperientes têm-nos enviadopequenas importâncias em sellos e dinheiro,incluindo-as em cartas ordinárias, para paga-mento de encommendas que nos fazem. 0 quesuecede é isto : a maioria dessas cartas nãochega ás nossas mãos e, das poucas que che-gani, raras são as que não vêm alliviadas dasinsignificantes quantias que deviam conter.

Não havendo base para reclamação des-sas importâncias ao Correio Geral, pedimosaos nossos leitores que nâo confiem ás cartasordinárias nem mesmo um mísero sello detostão, porque arriscam-se a fazel-o cahir emmãos habilidosas e ágeis de indivíduos paraquem tiido serve.

Ficam assim respondidas varias recla-mações que temos recebido, e accentuadomais uma vez que nos responsabilizamospelas importâncias que nos forem enviadascom as precisas garantias.

A GERENCIA.

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