10
Nº 332 De 02 a 08 de maio de 2010 EDIÇÃO NACIONAL 50.000 E X E M P L A R E S SEMPRE AO SEU LADO Diretor: João Filipe Jornal de distribuição gratuita folhadeportugal.pt PUB 10 MILHÕES DE PESSOAS reuniram-se um pouco por todo o Brasil, com um só propósito em mente: conquistar a verdadeira transformação de vida. Muitos foram aqueles que não hesitaram em relatar as suas inacreditáveis histórias É esta a realidade a nível nacional, tanto relativamente a legais como ilegais, potenciando a violência Os doentes com cancro continuam a ter de esperar muito por uma cirurgia, que lhes poderá salvar a vida Mais 10.439 pessoas em março, prevendo o FMI que ainda venha a subir mais ASSUNTO POLÉMICO...PÁG. 08 SOCIEDADE...PÁG. 10 ARMAS EM EXCESSO LISTAS DE ESPERA CONTESTAÇÃO: Cada vez mais se assiste à insatisfação popular contra a situação económica do País A conjuntura atual, para muitos portugueses, é muito complexa, para não dizer trágica. Muitos vivem um dia-a-dia precário, dependente da boa vontade dos outros, têm dívidas a amontoar-se e desconhecem o que é ter a segurança de um emprego... A solução? Há quem acredite nela e assista à transformação! Um Centro de Ajuda realista TEMA CAPA...PÁGS. 06/07 CAPA CENTRO DE AJUDA...PÁG.1I DESEMPREGO A SUBIR RIO DE JANEIRO FOTO: LUCIANA BOTELHO PORTUGAL EM XEQUE...PÁG. 11 FOTO: D.R. FOTO: LUSA/JOÃO ABREU MIRANDA

Folha332

  • Upload
    iurdpt

  • View
    310

  • Download
    1

Embed Size (px)

DESCRIPTION

 

Citation preview

Page 1: Folha332

Nº 332De 02 a 08 de maiode 2010

EDIÇÃO NACIONAL

5 0 . 0 0 0 E X E M P L A R E S

SEMPRE AO SEU LADO

Diretor: João FilipeJornal de distribuição gratuita

f o l h a d e p o r t u g a l . p t

PUB

10 MILHÕES DE PESSOAS reuniram-se um pouco por todo

o Brasil, com um só propósito

em mente: conquistar a verdadeira

transformação de vida. Muitos foram aqueles

que não hesitaram em relatar as suas inacreditáveis

histórias

É esta a realidade a nível nacional, tanto relativamente a legais como

ilegais, potenciando a violência

Os doentes com cancro continuam a ter de esperar muito por uma

cirurgia, que lhes poderá salvar a vida

Mais 10.439 pessoas em março, prevendo o FMI que ainda venha a subir mais

ASSUNTO POLÉMICO...PÁG. 08 SOCIEDADE...PÁG. 10

ARMAS EM EXCESSO

LISTAS DE ESPERA

CONTESTAÇÃO: Cada vez mais se assiste à insatisfação popular contra a situação económica do País

A conjuntura atual, para muitos portugueses, é muito complexa, para não dizer trágica. Muitos vivem um dia-a-dia precário, dependente da boa vontade dos

outros, têm dívidas a amontoar-se e desconhecem o que é ter a segurança de um emprego... A solução? Há quem acredite nela e assista à transformação!

Um Centro de Ajuda realista

TEMA CAPA...PÁGS. 06/07

CAPA CENTRO DE AJUDA...PÁG.1I

"DIA D" "DIA D" "DIA D" "DIA D" "DIA D" "DIA D" "DIA D" "DIA D" "DIA D" "DIA D" "DIA D" "DIA D" "DIA D" "DIA D" "DIA D" "DIA D" "DIA D" "DIA D" "DIA D" "DIA D" "DIA D" "DIA D" "DIA D" "DIA D" "DIA D" "DIA D" "DIA D" "DIA D" "DIA D" "DIA D" "DIA D" "DIA D" "DIA D" "DIA D" "DIA D" "DIA D" "DIA D" "DIA D" "DIA D" "DIA D" "DIA D" "DIA D" "DIA D" "DIA D" "DIA D" "DIA D" "DIA D" "DIA D" "DIA D" "DIA D" "DIA D" "DIA D" "DIA D" "DIA D" "DIA D" "DIA D" "DIA D" "DIA D" "DIA D" "DIA D" "DIA D" "DIA D" "DIA D" "DIA D" "DIA D" "DIA D" "DIA D" "DIA D" "DIA D" "DIA D" "DIA D" "DIA D" "DIA D" "DIA D" "DIA D" "DIA D" "DIA D" "DIA D" "DIA D" "DIA D" "DIA D" NO BRASILNO BRASILNO BRASILNO BRASILNO BRASILNO BRASILNO BRASILNO BRASILNO BRASILNO BRASILNO BRASILNO BRASILNO BRASILNO BRASILNO BRASILNO BRASILNO BRASILNO BRASILNO BRASILNO BRASILNO BRASILNO BRASILNO BRASILNO BRASILNO BRASILNO BRASILNO BRASILNO BRASILNO BRASILNO BRASILNO BRASILNO BRASILNO BRASILNO BRASILNO BRASILNO BRASILNO BRASILNO BRASILNO BRASILNO BRASILNO BRASILNO BRASILNO BRASILNO BRASILNO BRASILNO BRASILNO BRASILNO BRASILNO BRASILNO BRASILNO BRASILNO BRASILNO BRASILNO BRASILNO BRASILNO BRASILNO BRASILNO BRASILNO BRASILNO BRASILNO BRASILNO BRASILNO BRASILNO BRASILNO BRASILNO BRASILNO BRASILNO BRASILNO BRASILNO BRASILNO BRASILNO BRASILNO BRASILNO BRASILNO BRASILNO BRASILNO BRASILNO BRASILNO BRASILNO BRASILNO BRASILNO BRASILNO BRASILNO BRASILNO BRASILNO BRASILNO BRASILNO BRASILNO BRASILNO BRASILNO BRASILNO BRASILNO BRASILNO BRASILNO BRASILNO BRASIL

DESEMPREGO A SUBIR

RIO DE JANEIRO

FO

TO

: LU

CIA

NA

BO

TE

LH

O

outros, têm dívidas a amontoar-se e desconhecem o que é ter a segurança de um

Ajuda realistaAjuda realistaPORTUGAL EM XEQUE...PÁG. 11

FOTO: D.R.

FO

TO

: LU

SA

/JO

ÃO

AB

RE

U M

IRA

ND

A

Page 2: Folha332

1 – Quando nasceu em si o interesse mais forte pelo futebol?

Nunca deixei de jogar futsal, mesmo enquanto praticava halterofi lismo a um nível mais elevado. Entretanto, comecei também a ver jogos da seleção, que me deixavam muito entusiasmada.

2 – Quando lhe surgiu a ideia de tirar o curso de treinadora?

Foi no início da Faculdade. Na vertente de Alto Rendimento podíamos escolher entre Natação, Basquetebol ou Futebol e decidi-me pelo Futebol. Ainda tive algumas dúvidas, mas o Prof. Peseiro fez de tudo para que eu fi casse e tirasse o curso. Era a única mulher na turma, mas sempre fui muito apoiada pelos meus colegas. Isso deu-me o primeiro nível e depois vim para a Federação estagiar. Surgiu o curso de treinador, que eu tinha mesmo que tirar. Fiz o segundo, o terceiro e acabei por fi nalizar o quarto nível.

3 – No caminho foi colega de personalidades do futebol como Paulo Bento e Paulo Sousa. Como é que eles reagiram ao ver uma mulher

num mundo tradicionalmente masculino?

No terceiro e no quarto nível estive com o Paulo Bento e o Leonel Pontes. Também me encontrei com o Paulo Sousa, o Rui Bento e o Folha. Eles reagiram muito bem. Sempre me senti muito apoiada e fui muito bem acompanhada por eles. No terceiro nível tive um problema de saúde e quase desisti do curso. Se não fossem eles a darem-me apoio, não o teria terminado. Estive muito bem integrada e não me senti posta de parte. Há uma nova geração que já vê o futebol feminino com outros olhos.

4 – Como é que foi o processo de chegada à Federação Portuguesa de Futebol (FPF)?

Enviei o currículo para que fosse o meu local de estágio no final do curso. Tive a sorte de ser aceite. Depois de um ano

gostaram do meu trabalho e fui fi cando.

5 – Acabou por ser treinadora assistente durante oito anos. Porquê tanto tempo?

Acompanhei dois selecionadores. O mister Nuno Cristóvão e o mister José Augusto – duas

maneiras diferentes de pensar, mas duas pessoas com quem aprendi muito. É um processo de aprendizagem lento porque o futebol não é tão simples como parece na televisão.

6 – Quais foram as principais difi culdades que encontrou para chegar ao seu atual cargo?

Todos os dias há desafios. Vou tentando enfrentá-los com muita calma e com o objetivo de ser cada vez melhor. Cheguei muito nova a esta posição e orgulho-me muito disso. Há, no entanto, problemas de gestão de grupo, que vão sempre surgindo. Mas são coisas normais da profi ssão. Neste momento, sou a única pessoa a viver do futebol feminino em Portugal, por isso não me posso queixar de ter tido grandes difi culdades.

7 – Que balanço faz dos anos que passou na FPF?

A nível profi ssional foram muito bons. Todos os dias me ajudaram a ser uma melhor pessoa e treinadora. Dedico-me muito a esta casa, que já faz parte da minha vida. Orgulho-me muito de aqui estar e é aqui que quero continuar. Ainda tenho muito para aprender e esta é uma boa escola.

8 – O futebol feminino em Portugal ainda está muito atrasado quando comparado com o da restante Europa?

O futebol feminino em Portugal esteve parado durante muito tempo. Foram cerca de 10 anos, não se trabalhando em nenhum aspeto, o que acabou por nos atrasar muito. Estamos agora a recomeçar e esperamos estar, daqui a uns anos, mais perto das grandes seleções.

9 – Seria mais fácil se houvesse uma aposta de algum dos três grandes?

Obviamente. De certeza que os média seguiriam logo essa aposta com mais atenção e interesse. Mas também é verdade que passa por

nós, Federação, abordá-los para que pensem no assunto. É nossa intenção fazê-lo a curto prazo.

10 – Acha que ainda há discriminação no futebol?

Há um pouco, mas não é só no futebol. As mulheres estão agora a entrar nos mundos

tradicionalmente dominados pelos homens. É um processo de mudança lento. Porém, as novas gerações têm mentalidades diferentes e as coisas estão a caminhar na direção certa.

TODOS OS DIAS HÁ DESAFIOS. VOU TENTANDO ENFRENTÁ-LOS COM MUITA

CALMA E COM O OBJETIVO DE SER CADA VEZ MELHOR

MÓNICA JORGE10 PERGUNTAS a

LUÍS SANTOS SILVA (cedida por revista Plenitude)

Mónica Susana de Carvalho Jorge é a treinadora da seleção portuguesa de futebol

feminino, desde agosto de 2007, porém foi treinadora assistente da Federação Portuguesa de Futebol desde 2000. A treinadora possui o IV Nível do curso de treinadores da UEFA Professional e é especialista em Desporto de Alto Rendimento. Nascida a Junho de 1978, a sua ligação ao Desporto não se tem cingido, apenas, ao Futebol. Com efeito, Mónica Jorge foi atleta federada de Atletismo, Futsal e Halterofi lismo. Nesta última modalidade colecionou diversos títulos, de que são exemplo os Campeonatos Regionais e Nacionais Juvenis (1995), Juniores (1996 e 1997), bem como o título de Campeã Regional e Individual Absoluta (1996 e 1997).

A TREINADORA PORTUGUESA CHEGOU AO TOPO DO FUTEBOL FEMININO NACIONAL. AOS 31 ANOS É A ÚNICA MULHER A VIVER DA MODALIDADE NO NOSSO PAÍS

“O FUTEBOL NÃO É TÃO SIMPLES COMO PARECE”

FO

TO

: LU

SA

/LU

ÍS F

OR

RA

| 3 DOMINGO02 • MAIO • 2010entrevista

Page 3: Folha332

a sua carreira

curiosidade

PUB

Mais de 13 mil crianças assistiram, no ano passado, a atos de violência entre os pais. São

testemunhas silenciosas de um crime que lhes pode condenar o futuro, pois, em adultos transformam-se, muitas vezes, em agressores ou vítimas, repetindo o que viram na infância. As contas apontam para mais de 13.800 crianças e jovens, mas a investigadora Ana Sani lembra que os números da violência doméstica são apenas “indicadores” de uma realidade mais dramática. “Se não se conhece ao certo quantas são as vítimas, muito mais difícil é saber quantas são as crianças que assistem”, disse.

A maioria destas crianças acaba por viver o drama familiar em silêncio, escondendo o crime por vergonha. Outras são forçadas ao silêncio pelo agressor ou vítima.

Pensava-se que, nos dias que correm, as pessoas já saberiam o que poderiam partilhar no Facebook e o que deveriam guardar para si. Mas parece que não é bem assim.

“Nesta situação, o bom senso é bom conselheiro, mas as pessoas deixam-se levar pelo caráter inovador destes sítios e esquecem-se de que os comentários que publicam podem ter consequências”, refere

Kerry Ryan, um a d vo g a do d e Boston, especialista em litígios entre empresas e antigos colaboradores, que se depara, cada vez mais, com terríveis situações despoletadas por falta de bom senso online.

Muitas empresas, entre as quais a Cisco, IBM, GM, Wal-Mart e Intel, possuem políticas formais para as redes sociais. De todas as empresas dos

EUA com mais de 1.000 colaboradores, nos últ imos doze meses, 10% avançaram com um processo disciplinar contra os seus colaboradores por terem desobedecido às regras.

a carreira

Kerry Ryan, um

a carreiraa carreiraa carreira“Como o

Facebook arruinou a

minha carreira”

colaboradores, que se depara, cada vez mais, com terríveis situações

minha carreira”minha carreira” Com 400 milhões de utilizadores registados, o

Facebook é um ótimo local para arranjar emprego e também

um óptimo local para perdê-lo

O presidente da Venezuela, Hugo Chavez, anunciou que aderiu à rede social Twitter, como parte de um contra-ataque mediático impulsionado pelas supostas campanhas contra o seu Governo “revolucionário”. “Isso (a conta no Twitter) já começou a andar. Tenho uma equipa a trabalhar” no projeto, disse Chavez.

A conta, identifi cada como “@chavezcandanga”, já tem 8.420 mensagens, disse a ministra da Informação, Tânia Diaz. Um dos responsáveis pelo projeto afi rmou que a conta foi criada porque a oposição venezuelana “assumiu que o Twitter e as redes sociais lhes pertencem”.

Hugo já “twitta”

A Hepatite B mata cerca de 600 mil

pessoas por ano em todo o Mundo, enquanto o número de infetados crónicos ascende aos 350 milhões. Na Europa, dos mais de 14 milhões de doentes com Hepatite B apenas 12% sabem que têm a doença. Os números são da Organização Mundial da Saúde e da Associação Europeia de Doentes do

Fígado, cuja presidente, Nad i ne P iorkow sk y, lamentou ao CM a falta de atenção do poder político para este problema. Sendo uma doença infeciosa a ltamente contag iosa e incurável, Nadine Piorkowsky critica o facto de muitos médicos continuarem a pensar que a Hepatite B é um problema de consumo excessivo de álcool.

Mais de 13 mil são vítimas silenciosas

Mata seiscentos mil/anoHEPATITE B

Cento e setenta portugueses salvaram a

vida a outros tantos doentes de leucemia ao doarem medula óssea – células do sangue retiradas da veia do braço. Metade dos doentes são estrangeiros, oriundos de vinte países de quatro continentes. Um em cada dois doentes cura-se após o transplante e a taxa de sucesso depende da fase da doença e da idade do doente. O número de dadores

portugueses tem vindo a aumentar todos os anos e hoje são cerca de 210 mil. Desses, há 170 compatíveis com alguém doente. Há oito anos só existiam 1.377 dadores. A divulgação de casos de doentes, em especial crianças, tem vindo a mobilizar a população.

Os mais requisitados do MUNDO INTEIRO

PAÍS DE DADORES: Com 17 dadores por milhão de habitantes, Portugal é o quarto

país, após Israel, Alemanha e EUA

FO

TO

: N

ILZ

A V

AZ

FO

TO

: D

.R.

FO

TO

: D

.R.

| 5 DOMINGO02 • MAIO • 2010sete dias

Page 4: Folha332

Pa r a a l t e r a r o rumo do País, é preciso modificar rad ic a l mente o

modelo de funcionamento... a opinião é de grande parte dos economistas portugueses, que descrevem um país com problemas estruturais e que se aproxima, cada vez mais, da situação grega. Têm sido estes os gritos de alerta e as opiniões vaticinadas tendo em conta o atual momento que se vive em

MILHARES À PROCURA DA

JUSTIÇA SOCIAL

No dia em que a crise mundial estiver oficialmente ultrapassada, Portugal não estará mais perto de sair dela. O País está vulnerável e um dos sintomas mais

visíveis deste facto é o aperto cada vez maior por que têm passado as famílias portuguesas, por isso, muitos têm procurado um apoio alternativo

Portugal. Para muitos, o País tem vivido acima das possibilidades, ostentado por um endividamento excessivo e ampliado pelas

desigualdades que perpetuam os desequilíbrios que existem há décadas.

A mesma opinião foi partilhada por Cavaco Silva no

seu último discurso de 25 de abril. As intervenções do Presidente da República marcaram a atualidade política nos últimos anos.

UM ANO DEPOIS, AS DIFICULDADES PERMANECEMEm 2009, ano de eleições europeias, legislativas e autárquicas, o chefe de

Estado centrou a sua intervenção em dois temas: a crise e a participação cívica.

Nessa ocasião, Cavaco Silva defendeu no Parlamento que a

crise que Portugal atravessava então não podia ser “iludida”, alertando para a incerteza de que esse fosse “um momento meramente transitório” de recessão económica.

“A crise que vivemos não pode ser iludida e, num dia como o de hoje, haverá com certeza muitos portugueses que se interrogam sobre se foi este o país com que sonhámos em abril de 1974”, afi rmou. Salientando os “tempos difíceis, muito difíceis”, o chefe de Estado lembrou as centenas de trabalhadores

7 mil desempregados/mês até ao final do anoA lentidão com que Portu-gal sairá da crise terá fortes consequências no merca-do de trabalho e, a concre-tizar-se a previsão do Fun-do Monetário Internacional, o País chegará ao final des-te ano com perto de 614 mil desempregados.Durante este ano cairão no desemprego mais 86 mil pessoas.

Risco da banca nacional já é dos maiores da EuropaA dívida portuguesa es-tá em maus lençóis. A pressão sobre os juros já chegou às instituições fi-nanceiras. O risco de in-cumprimento da ban-ca duplicou e alcançou o valor mais alto de que há memória. Se as condições desfavoráveis para o finan-ciamento se mantiverem são as famílias e as empre-sas que vão ser afetadas no recurso ao crédito.

NILZA VAZ n i l z a . r e d a c c a o @ f o l h a d e p o r t u g a l . p t

O PAÍS TEM PROBLEMAS ESTRUTURAIS

E AS DESIGUALDADES PERPETUAM-SE

6 | DOMINGO02 • MAIO • 2010 TEMA CAPA

SOLUÇÕES PARA

A CRISE! HÁ?!

FO

TO

: LU

SA

/MÁ

RIO

CR

UZ

Page 5: Folha332

lançados no desemprego, com um País dominado

pelas notícias de encerramento de fábricas e de empresas “apesar dos esforços para combater a crise”.

MAIS À PROCURA DE TRABALHONo mês passado, as listas dos

Decorria o ano de 2004 e o Centro de Ajuda Espiritual já estava em Portugal há mais de década e meia. Com mais de uma centena de recintos, espalhados por todo o Continente e Ilhas, este centro de apoio social ainda carecia de uma sede, com capacidade suficiente para poder congregar a grande maioria dos seus frequentadores. Tal veio a acontecer no dia 1 de

maio do ano de 2004. Denominado de Templo Maior, à semelhança do que sucede em todas as sedes estaduais (no caso do Brasil) ou de um país como Portugal, a sede do

CdAE foi inaugurada num dia com três reuniões especiais, realizadas às 9h, às 15h e às 18h, tendo registado a afl uência admirável de cerca de três mil pessoas, em cada uma das palestras.

QUEM PROCURA O CDAE E PORQUÊ?A persistência é uma tendência e uma característica humana, especialmente

quando se trata de encontrar a solução para um problema que importa resolver o mais breve e urgente possível. É desta forma que encaram a vida os pais

Um CENTRO

Inaugurado há exatamente seis anos, a sede do CENTRO DE AJUDA ESPIRITUAL (CdAE) tem vindo, ao longo deste tempo, a registar uma afluência considerável de pessoas, as quais procuram essencialmente opções de resposta às questões que têm vivido basicamente em todas as áreas das suas vidas

centros de emprego foram engrossadas por mais 64 mil pessoas, que se inscreveram como desempregadas, a larga maioria por terem visto terminar um trabalho precário. No total, somam-se já os 572 mil desempregados registados pelo Instituto do Emprego e da Formação Profi ssional. Destes,

quatro em cada dez viviam na região Norte que, apesar de tudo, teve uma evolução menos negativa do que outras zonas do País, como o Algarve e a Madeira.

Sintomático é o facto de estar a disparar o número de desempregados há mais de um ano e a incapacidade crescente das famílias em dar resposta ao sobreendividamento, que tem vindo a aumentar. Para todos, urge encontrar uma solução, a qual se tem apresentado, na opinião de muitos, da forma menos convencional.

de apoio social

2004 2010

Eventos mais

recentes no CdAE

Reconheça - Família, finanças, equilí-brio interior, espiritual ou físico... foram vários

os motivos que levaram milhares a sair de ca-sa no dia 20 de março de 2010 em direção ao Templo Maior e aos restantes CdAE es-palhados pelo País.

Dia D - O dia 1 de novembro de 2009 foi marcado por um evento memorável no Templo Maior, pois em 176 países e em 5 continentes, cerca de 1 milhão de pes-

soas decidiram o seu futuro, tomando as rédeas nas próprias mãos.

PARA TODOS É URGENTE

ENCONTRAR UMA SOLUÇÃO

de família que perderam a sua forma de sustento sem aviso prévio ou justifi cação; as mães a quem ao fi lho foi diagnosticada uma doença grave e incurável ou às pessoas que perderam a esperança de encontrar a realização pessoal na vida. E é este o tipo de pessoas que habitualmente encontramos quando cruzamos as portas de qualquer CdAE, especialmente as do Templo Maior, e escutamos as histórias de vida dos milhares que por ali passam semanalmente.

Milagres que incluem curas (de doenças como o cancro ou a sida), promoções na carreira ou negócios por conta própria, harmonia familiar, abandono da toxicodependência, revitalização do campo sentimental, cada pessoa tem uma história para contar sobre a transformação que a sua própria fé despoletou na sua vida, fé esta que foi dada a conhecer e avivada no momento em que assistiram a uma palestra no Centro de Ajuda Espiritual.

RAZÕES MAIS COMUNS PARA PROCURAR O CENTRO DE AJUDA

Desemprego

Conflitos familiares

Problemas de saúde

Pensamentos suicidas

Miséria

Toxicode-pendência

Problemas conjugais

PALESTRAS: Diariamente, são realizadas cerca de 5 palestras no CdAE

iurd.pt

urgente possível. É desta forma que encaram a vida os pais

Reconheçabrio interior, espiritual ou físico... foram vários

os motivos que levaram milhares a sair de ca-

FO

TO

S:

AR

QU

IVO

FO

LH

A/J

EA

NE

TE

VA

Z

FO

TO

S:

DIO

GO

AL

ME

IDA

| 7 DOMINGO02 • MAIO • 2010tema capa

Page 6: Folha332

E stava muito doente”, revela B env i nd a , c uja ú n ic a preocupação, não obstante a doença que a afl igia, era saber

como poderia ajudar, da melhor forma, os seus dois fi lhos. “Procurei ajuda no Centro de Ajuda Espiritual especialmente por eles, pelos meus dois fi lhos”, adicionando a forma como lá chegou, ou seja, através de uma amiga que conhecia bem a situação e o sofrimento que tanto a angustiavam.

“O mais novo estava nas drogas e o mais velho tinha acidente atrás de acidente. Estava desesperada e não sabia o que fazer”. Para agravar a sua situação, ainda existia a enfermidade da qual a própria padecia e que descreve, na primeira pessoa: “sofria de espondilose,

tinha dores que começavam na coluna e acabavam no cóccix

e como trabalhava como esteticista, as dores eram tão grandes que me impediam de desempenhar o meu trabalho como deveria. Para agravar a situação, o meu marido estava a trabalhar no Irão e eu tinha de ser pai e mãe para os meus fi lhos.”

UM PERCURSO INTENSO, MAS GRATIFICANTE“A minha primeira experiência com o Sobrenatural foi a minha cura, embora

eu estivesse, na altura, a pedir pelos meus filhos”, assegura Benvinda, que embora não compreendesse a dinâmica

dos acontecimentos, soube reconhecer e mostrar-se mais

do que grata pela cura recebida. “Chorei por duas horas, mas nunca mais tive uma única dor”, confi rma.

“A minha segunda experiência com o Sobrenatural foi a libertação do meu fi lho das drogas. Já tínhamos tentado de tudo, psicólogos, médicos, ele mesmo tinha tentado sozinho, foi uma luta muito grande e, no entanto, foi apenas depois de conhecer o CdAE que ele, simplesmente, deixou a droga de um dia para o outro!”,

revela esta mãe que hoje é feliz, porque a sua vida é realizada a todos os níveis mas, especialmente, porque ambos os fi lhos ostentam uma vida de qualidade. BENVINDA – S. JOÃO DA TALHA

“O meu filho esteve 7 anos na droga”

Com dois filhos a viver uma situação

extremamente problemática,

Benvinda já estava em completo

desespero quando uma amiga lhe

apresentou uma saída, que a mesma desconhecia ser a solução esperada

“ NILZA VAZ n i l z a . r e d a c c a o @ f o l h a d e p o r t u g a l . p t

JÁ TÍNHAMOS TENTADO DE TUDO, PSICÓLOGOS, MÉDICOS, ELE MESMO TINHA TENTADO SOZINHO, FOI UMA LUTA MUITO GRANDE (...) E, NO ENTANTO, FOI APENAS DEPOIS DE CONHECER O CdAE QUE ELE, SIMPLESMENTE, DEIXOU A DROGA DE UM DIA PARA O OUTRO!

FO

TO

: C

ED

IDA

DOMINGO02 • MAIO • 2010 superação2i |

CENTRO DE AJUDA ESPIRITUAL EM SÃO JOÃO DA TALHA:

Rua D. Afonso Henriques, nº 80, 1º andar

SE ESTÁ A PASSAR POR ALGUM PROBLEMA DE SAÚDE E NÃO ENCONTRA SOLUÇÃO, FAÇA COMO BENVINDA E PROCURE O CENTRO DE AJUDA ESPIRITUAL MAIS PRÓXIMO DE SI!

Page 7: Folha332

DOMINGO02 • MAIO • 2010 templo maior6i |

Históriasde Sucesso

Especial

N inguém é igual a ninguém! Cada um é um indivíduo único! Não existe outra

pessoa com a sua impressão digital, ainda que sejam gémeos idênticos! E eu não posso chegar a ser grande, se vivo constantemente a comparar-me com os outros!”, admoestou o orador, Pr. Walber Barboza, às centenas que o escutavam no mais recente Congresso, ao mesmo tempo que introduzia o tema do estudo da semana. De facto, umas das “Razões que impedem a pessoa de ser uma milionária” é esta estabelecer, mais vezes do que

é comum, uma comparação entre o que ela possui e o que os outros possuem. “... a pessoa torna-se refém do sentimento de incapacidade, pois quando

colocamos como meta superar os outros, automaticamente, estamos a assumir que somos piores!”, continuou, rejeitando este comportamento nocivo e auto-destrutivo, característico de muitas pessoas.

SIGA A SUA VISÃO!“Sermos todos os dias postos à prova é inevitável, entretanto, querer medir-se pelo que os outros

são ou possuem, é como fechar as portas ao futuro. Somos seres únicos e providos de capacidade suficiente para alcançar uma vida de qualidade”, prosseguiu

o orador a leitura, ressaltando que muitos pensam que é por adequarem a sua visão ou sonhos à visão de quem é bem-sucedido, que também o serão. “Você tem que manter a sua visão, porque é esta que o fará vencer!”, disse.

“Sucesso, fama ou fortuna são palavras que vão-se distanciando da realidade da pessoa devido às comparações que ela mesma vai fazendo”, referia o estudo, tendo o orador inferido que cada um de nós já nasceu vencedor, mas que, porém, se existe alguém em quem nos devemos espelhar, esta pessoa é Deus!

� “Há cerca de um mês que tenho vindo a frequen-tar o Congresso Financeiro. A minha vida esta-

va bloqueada, pois eu tenho uma estação de serviço e as coisas não estavam a funcionar muito bem, os clientes, simplesmente, não apareciam. A partir do momento em que comecei a frequentar o Congresso

Financeiro, as coisas começaram a melhorar e, neste momento, estão muito diferentes, para melhor! Já há muito tempo que pensava tornar-me dizimista, pois falhei nessa área... antes era um homem com uma boa conta bancária e que vivia muito bem, mas, por não dar os meus dízimos, as coisas come-

çaram a falhar! Não era fiel a Deus, pois pensava que o dinheiro nunca iria acabar. Cheguei a sair da igreja, mas voltei, pois vi que o ‘barco’ estava a afundar, tive até de começar a vender parte do meu património. Mas assim que regressei, a minha vida transformou-se totalmente!” LUÍS ALMEIDA

“ ...E, SE ALGUÉM ME SERVIR, O PAI O HONRARÁ.” (JOÃO 12.26)

“POR NÃO DAR O DÍZIMO, TUDO

ESTAVA A FALHAR!”

“Quando começámos estáva-mos sem qualquer estímulo, pois tínhamos problemas bási-cos, como falta de casa, sendo que até chegámos a morar de favor, pois nem dinheiro para pa-gar a renda de casa existia, para além de dívidas que já trazía-mos do Brasil, superiores a 10 mil euros. Viemos com o intuito de pagar as nossas dívidas, mas acabámos por aumentá-las aqui. A nossa situação começou a mu-dar quando nos apercebemos de que Deus era a nossa única solução e começámos a partici-par no Congresso. Tornámo-nos dizimistas fiéis e seguimos com sabedoria o que o pastor nos aconselhava. Deus honrou-nos e tivemos a possibilidade de pagar as nossas dívidas, de passar a morar numa casa com excelen-tes condições e de fazer grandes negócios. Em 2009, as portas foram aber-tas para nós, foi o ano da mul-tiplicação e, na Passagem do Ano, determinámos que 2010 seria o ano das realizações. Hoje, temos duas empresas, uma a nível internacional, que traba-lha com moedas de ouro. Vamos abrir uma filial em Fortaleza, te-mos escritório em Belo Horizonte e hoje estamos a inaugurar outro em Curitiba. Ontem, tivemos um congresso da nossa empresa e uma das pessoas que trabalha connosco conseguiu negociar a abertura de filiais em 18 países. Atualmente, temos entre 800 a 1.000 pessoas a trabalhar con-nosco!” EDIVALDO E ANGELINI

“Vamos estar representados em 18 países!”

Deixe-se de comparações!

Há erros graves que impedem o ser humano de conquistar e de ser tudo o que ele tem capacidade para ser! No entanto, a gravidade maior reside no facto de estes erros serem mais comuns do que se pensa...

PORTOSINTONIA: Também no antigo

cinema Vale Formoso

teve lugar o Congresso,

sob o mesmo

lema do que sucedeu em

Lisboa

MILIONÁRIOS: Designado "Razões que impedem a pessoa de ser milionária", o estudo da semana baseou-se na "comparação"

UNGIDOS: Unidos por uma crença comum, os futuros milionários

foram ungidos

NILZA VAZ n i l z a . r e d a c c a o @ f o l h a d e p o r t u g a l . p t

I U R D. P T

"CADA UM DE NÓS JÁ NASCEU VENCEDOR!", INFERIU O ORADOR, WALBER BARBOZA

FO

TO

S:

DIO

GO

AL

ME

IDA

FO

TO

: C

ED

IDA

Page 8: Folha332

nacionalDOMINGO02 • MAIO • 20108i |

PUB

A lívio, paz e alegria inexplicável. São estas as sensações de quem passa pelo

batismo nas águas. Naquele momento, a pessoa sente, pela fé, a velha criatura a fi car para trás e uma nova vida ressurgindo.

A Bíblia profetiza: “E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas” (2 Coríntios 5.17).

Antes de realizar a cerimónia de batismo de centenas de pessoas

nacionalDOMINGO02 • MAIO • 20108i |

batizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadasbatizadas

O BATISMO É UM MARCO NA VIDA DO CRISTÃO. O ATO DE IMERSÃO NAS ÁGUAS BATISMAIS REPRESENTA A MORTIFICAÇÃO DOS FEITOS DA CARNE E O SURGIMENTO DE UMA NOVA CRIATURA

Centenas de pessoas

em Portugal

são

foi explicado a todos sobre a seriedade da cerimónia.

A Bíblia afirma que quem crê e for batizado será salvo. O batismo nas águas simboliza a morte do pecado. O candidato ao batismo tem de estar ciente do compromisso que estará

a firmar com Deus. Ele terá que abandonar as práticas pecaminosas (concupiscências – desejos e inclinações carnais) e arrepender-se dos erros do passado, com atitudes concretas, tais como a renúncia ao pecado.

O arrependimento verdadeiro

não tem nada a ver com o sentimento de remorso. Se a pessoa for batizada, apenas sentindo remorso do que praticou no passado, o seu batismo não lhe trará nenhum benefício espiritual.

Cientes do compromisso fi rmado, jovens, idosos, homens

e mulheres subiram ao batistério para a realização da cerimónia, que reuniu centenas de pessoas oriundas de vários Centros de Ajuda Espiritual da Grande Lisboa. À semelhança do que aconteceu de norte a sul de Portugal.

ISABEL BARBOSA i s a b e l . r e d a c c a o @ f o l h a d e p o r t u g a l . p t

NOVAS CRIATURAS:

Jovens, adultos, homens e mulheres

renunciaram ao passado

COMPROMISSO: De Norte a Sul de Portugal, realizou-se o batismo nas águas, que simboliza a morte do pecado e o ressurgimento de uma nova criatura

CANTANHEDE

GRANDE LISBOA ALMADA

PORTO

FO

TO

S:

CE

DID

AS

/DIO

GO

AL

ME

IDA

Page 9: Folha332

A Inspecção-Geral das Actividades e m S a ú d e (IGAS) verificou

uma “evolução favorável” relativamente aos resultados da primeira avaliação que fez nos Institutos Portugueses de Oncologia do Porto, Coimbra e Lisboa em 2007, mas sublinha que o número de doentes operados para além dos tempos máximos de espera “ainda se mantém elevado”. No relatório desta última avaliação, a IGAS avança com os dados disponibilizados pelo coordenador nacional para as doenças oncológicas sobre 2008, que apontavam para percentagens de incumprimento dos tempos máximos de resposta garantida

(TMRG) previstos na lei, na ordem dos 28% em Coimbra e 42% no Porto e em Lisboa. De acordo com o diretor clínico do IPO de Lisboa, Nuno Miranda, estes dados encontram-se desatualizados, pois a 31 de março de 2009, eram 24,1% os doentes que ultrapassavam ali os TMRG e o tempo de espera média por uma cirurgia oncológica baixara

para 33 dias. “Estamos a tratar muito mais doentes, até porque tivemos um aumento da procura na ordem dos 17%”, sublinhou Nuno Miranda, que mesmo assim reconhece as limitações

do Instituto, sobretudo a nível físico, pois esta “é uma estrutura antiga, que precisa de uma grande remodelação”.

PORTO E COIMBRANo IPO do Porto, a melhoria tem sido considerável, visto que o número de inscritos para cirurgias, apesar de ter registado alguns picos em janeiro de 2007

(2.217) e janeiro de 2008 (2.041), descera em setembro de 2009, para 1.305, e o tempo de espera mais provável baixara para um mês e meio. Mesmo assim, a Administração Regional de Saúde

Apesar de a IGAS falar numa “evolução favorável”, a verdade é que um quarto dos doentes do IPO de Lisboa não vê cumpridos os prazos previstos na lei, já no Porto isso acontece em 30% dos casos

Tempo a mais

AINDA HÁ UMA PERCENTAGEM CONSIDERÁVEL DE DOENTES COM CANCRO A ESPERAR TEMPO A MAIS POR UMA CIRURGIA NOS TRÊS IPO DO

PAÍS, APESAR DE A SITUAÇÃO TER MELHORADO SUBSTANCIALMENTE NOS ÚLTIMOS ANOS

23 MIL portugueses morrem, todos os anos, na sequência de um cancro, sendo esta a primeira causa de morte até aos 75 anos

44.177 portugueses entraram nas listas de espera, em 2008, para uma cirurgia oncológica nos hospitais nacionais

1.305 doentes esperavam, em setembro do ano passado, por uma operação oncológica no IPO do Porto

42% dos utentes do IPO de Lisboa são operados num prazo superior ao clinicamente recomendado

36 dias é o tempo de espera mais provável entre a marcação e a realização de uma cirurgia oncológica nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde, quando este deveria ser de apenas 14 dias

MER

OS A

SSUSTA

DO

RES

(ARS) do Norte admite que 30% dos casos ainda estavam fora dos prazos legais. Também no IPO de Coimbra a diminuição foi notável, visto que de 864 doentes em lista de espera cirúrgica em março de 2007 se passou para 443 em fevereiro de 2009; tendo-se observado igualmente uma diminuição do tempo de espera de 2,8 meses, em fevereiro de 2008, para 1,52, em fevereiro de 2009. De acordo com a ARS do Centro,

nessa altura apenas 7% dos casos estariam fora dos tempos médios de resposta garantida, não havendo explicação para a grande disparidade face a 2008.

O TEMPO MÁXIMO DE ESPERAInstituído por portaria em dezembro de 2008, o tempo máximo de espera é de 2 meses para os tumores menos graves, de 45 dias para a generalidade dos casos, de 15 dias para os mais agressivos e de 72 horas para os que impliquem risco de vida iminente.

CANCRO: Os IPO de Lisboa, Porto e Coimbra não conseguem suprir

em tempo útil as necessidades dos seus

muitos doentesIPO COIMBRA

IPO LISBOA

DOENTES ONCOLÓGICOS

CONTINUAM À ESPERA DA OPERAÇÃO QUE LHES SALVE A VIDA

CARLA VAZ c a r l a . r e d a c c a o @ f o l h a d e p o r t u g a l . p t

FO

TO

S:

LU

SA

/JO

RG

E S

OU

SA

/D.R

.

FO

TO

S:

D.R

.

DOMINGO02 • MAIO • 201010 | sociedade

à espera de uma cirurgia

Page 10: Folha332

| 13DOMINGO02 • MAIO • 2010desporto

O Futsal é uma modalidade que, em Por tuga l, já conta com

forte apoio, tendo o SL Benfi ca mantido uma certa hegemonia, pois é o tricampeão nacional e venceu também as últimas duas edições da Taça de Portugal e a última Supertaça. Pode-se mesmo dizer que o clube encarnado tem dominado a nível interno, mas ainda lhe faltava a afi rmação internacional, visto já ter chegado a duas fi nais, uma da Taça das Taças e uma da UEFA Cup, esta última equivale à Liga dos Campeões do Futebol 11, contando ainda com uma vitória na taça Ibérica, na época de 2007.

UEFA FUTSAL CUPA UEFA Futsal Cup é uma competição anual que foi fundada em 2002, tomando o lugar do Campeonato Europeu de Clubes, prova que nunca tinha sido reconhecida oficialmente, apesar de terem sido realizadas 15 edições. Esta prova é disputada pelas melhores equipas da Europa e cada Federação, que seja membro da UEFA na variante de Futebol de Salão, envia os vencedores dos campeonatos nacionais.

A p r i m e i r a fase é chamada de Fase de Qualificação, onde os países que têm um ranking mais baixo participam num mini--torneio, em que só o vencedor passa para a próxima fase. A

Fase Principal é a altura em que as equipas dos países melhor classifi cados entram em competição com os vencedores da 1ª fase, embora sendo seis grupos de quatro, nesta fase só passam para o patamar seguinte os dois primeiros de cada grupo. Os doze melhores clubes participam na chamada Ronda

de Elite, onde se sorteiam quatro grupos com quatro equipas e apenas os vencedores de cada grupo passam à fi nal. A prova vencida pelo Benfi ca disputa-se em três fases de grupo e na fase

final da competição são quatro a jogar. A chamada Final Four é decidida num fim-de-semana, tendo o pavilhão Atlântico sido palco da 1ª fi nal, em 2002.

BOA VITÓRIA Num jogo “impróprio para

cardíacos”, onde a incerteza do resultado permaneceu até ao fi m, pois o Interviú já conta com três vitórias nesta competição. A equipa espanhola começou a partida a vencer, mas o Benfi ca deu a volta ao marcador. Porém, ao permitir o empate, os encarnados fi zeram com que o jogo fosse para prolongamento. E aos três minutos, Davi pôs o pavilhão Atlântico ao rubro.

Tendo o apoio dos adeptos sido de facto fundamental para que a equipa portuguesa conseguisse o título que já perseguia há muito. Parabéns ao Futsal do Sport Lisboa e Benfi ca!

VITÓRIA INÉDITA DO BENFICA NO

FUTSAL EUROPEU

No dia 25 de abril de 2010, no pavilhão Atlântico, em Lisboa, “à terceira foi de vez”, pois, numa final disputada em “casa”, os encarnados levaram a melhor

PUB

JOÃO FILIPE d i r e c c a o @ f o l h a d e p o r t u g a l . p t

VITÓRIA: Lotação esgotada para ver

a equipa encarnada sagrar-se campeã

A UEFA FUTSAL CUP É UMA COMPETIÇÃO ANUAL QUE FOI FUNDADA EM 2002, TOMANDO O LUGAR

DO CAMPEONATO EUROPEU DE CLUBES

FO

TO

S:

LU

SA

/MÁ

RIO

CR

UZ

RECOMPENSA: Foi preciso chegar ao prolongamento

para alcançar a vitória