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PUC RIO CTCH Centro de Teologia e de Ciências Humanas Planejamento de um Curso Inovador para Formação de Docentes Desenvolvimento de Competências Comportamentais Orientador: Jéssica Zacarias de Andrade Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Especialização em Educação Empreendedora, comopartedos requisitos necessários à obtenção do títulodeEspecialista. Rio de Janeiro, 18 de junho de 2017

Formação de Docentes Desenvolvimento de Competências ... · PUC RIO Ficha Catalográfica CDD: 370 Passarini , Edina Dallabrida Planejamento de um curso inovador para formação

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PUC RIO

CTCH Centro de Teologia e de Ciências Humanas

Planejamento de um Curso Inovador para

Formação de Docentes

Desenvolvimento de Competências Comportamentais

Orientador: Jéssica Zacarias de Andrade

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao

Curso de Especialização em Educação

Empreendedora, comopartedos requisitos

necessários à obtenção do títulodeEspecialista.

Rio de Janeiro, 18 de junho de 2017

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PUC RIO

Ficha Catalográfica

CDD: 370

Passarini, Edina Dallabrida Planejamento de um curso inovador para formação de docentes : desenvolvimento de competências comportamentais / Edina Dallabrida Passarini ; orientador: Jéssica Zacarias de Andrade. – 2017. 38 f. ; 30 cm Curso em parceria com o Instituto Gênesis (PUC-Rio), através da plataforma do CCEAD (PUC-Rio). Com o patrocínio do Sebrae em parceria com o MEC. Trabalho de Conclusão de Curso (especialização)–Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Departamento de Educação, Programa de Pós-Graduação em Educação Empreendedora, 2017. Inclui bibliografia 1. Educação – TCC. 2. Modelo de competências. 3. Coaching. 4. Educação profissional. 5. Planejamento. I. Andrade, Jéssica Zacarias de. II. Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Departamento de Educação. III. Título.

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PUC RIO

Edina Dallabrida

Graduou-se em Pedagogia, pela UNOPAR (Universidade Norte do Paraná) em

2007, e especializou-se em Educação Especial pela FACINTER (Faculdade

Internacional de Curitiba) em 2009. Atuou como educadora na rede de ensino

pública do município de Toledo - PR, e com educação especial na rede de ensino

do Estado do Paraná. Atualmente ocupa o cargo de Técnica de Educação

Profissional e Tecnológica junto ao SENAC/PR (Serviço Nacional de

Aprendizagem Comercial do Paraná).

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PUC RIO

Agradecimentos

Agradeço primeiramente a Deus, por sem essencial em minha vida, autor

do meu destino, meu guia.

Agradeço aos meus pais e as minhas amadas filhas, que com muito carinho

e apoio não mediram esforços para que eu pudesse chegar até esta etapa de minha

vida.

Agradeço a minha amiga Ana Paula de Oliveira Bosco por compartilhar

seu saber e experiências profissionais, trazendo uma maior compreensão sobre a

metodologia de coaching.

Agradeço a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro – PUC

RIOpela excelente estrutura educacional oferecida aos seus alunos e os

profissionais qualificados que disponibiliza para nos ensinar.

Agradeço ao Serviço Brasileiro de Apoio às Micros e Pequenas Empresas

-SEBRAE e ao Ministério da Educação – MEC que juntamente com a PUC RIO

oportunizaram uma formação de alta qualidade em prol da educação.

Agradeço as minhas orientadoras Ana Paula Santoro de Almeida e Jéssica

Zacarias de Andrade por compartilharem seus conhecimentos e orientações que

muito me enriqueceram.

Agradeço a equipe de gestores do Serviço Nacional de Aprendizagem

Comercial - SENACPR, Sr. Vitor Monastier e Sra. Dalva Zigante Ramos Pires

pela oportunidade e incentivo.

E por fim, agradeço a todas as pessoas que fizeram parte dessa etapa

decisiva em minha vida.

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PUC RIO

Resumo

Nas últimas décadas, o tema competência, bem como seu desenvolvimento

e gestão, entrou para a pauta de discussões nos contextos empresariais e

educacionais. O presente trabalho tem por objetivo apresentar uma formação para

educadores, no eixo de ensino técnico profissionalizante, que elaborada sobre um

modelo de competências alinhado ao planejamento estratégico da entidade, e

tendo como base a metodologia coaching, proporcionará o desenvolvimento de

profissionais autônomos, criativos e voltados para a inovação, resultando em

indivíduos imersos em um processo contínuo de autodesenvolvimento e

autoconhecimento, com reflexos na qualidade de ensino e alcance das metas e

objetivos organizacionais, resultando no alcance da sustentabilidade econômica e

social.

Palavras-Chave: Modelo de Competências; Coaching; Educação Profissional;

Planejamento.

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PUC RIO

Sumário

INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 7

JUSTIFICATIVA ................................................................................................................ 9

CAPÍTULO 1 .................................................................................................................... 12

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO ....................................................................................... 12

1.2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA ............................................................................... 12

1.3 OBJETIVOS ............................................................................................................ 13

1.3.1 Geral ................................................................................................................. 13

1.3.2 Específicos ........................................................................................................ 13

CAPÍTULO 2: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................... 14

2.1 O QUE É COMPETÊNCIA? ................................................................................... 16

2.1.2 Importância do Modelo de Competências e seu Desenvolvimento ................... 18

2.1.3 Metodologia de Coaching no Desenvolvimento de Competências ................... 19

CAPÍTULO 3 .................................................................................................................... 21

3.1 PLANO DE CURSO ................................................................................................ 21

3.1.1 Identificação do Curso ...................................................................................... 21

3.1.2 Organização Curricular ................................................................................... 22

3.1.3 Requisitos do Facilitador .................................................................................. 23

3.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS DO CURSO INOVADOR PROPOSTO

....................................................................................................................................... 23

3.2.1 Módulo 1 ........................................................................................................... 23

3.2.1 Módulo 2 ........................................................................................................... 24

3.2.4 Módulo 4 ........................................................................................................... 28

3.3 MEDIAÇÕES PREVISTAS ENTRE PROFESSOR E APRENDIZES ................... 28

3.4 CRONOGRAMA .................................................................................................... 29

CAPÍTULO 4 .................................................................................................................... 32

4.1 CONCLUSÕES ....................................................................................................... 32

4.2 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 32

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................. 34

ANEXO A – QUADRO DE COMPETÊNCIAS .............................................................. 35

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PUC RIO

LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Mapa conceitual de competências ..................................................................... 15

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Estrutura Curricular ........................................................................................ 22

Quadro 2 - Ferramentas de Coaching ................................................................................ 25

Quadro 3- Atividades e Dinâmicas complementares ao desenvolvimento da formação. . 27

Quadro 4 - Cronograma do Curso ..................................................................................... 29

Quadro 5 - Quadro de Competências ................................................................................ 35

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PUC RIO

“Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as

possibilidades para a sua própria produção ou a sua

construção. ”

(Paulo Freire)

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PUC RIO

7

INTRODUÇÃO

O conceito de competência passa a ser discutido na área de pedagogia no

início da década de 1970, e desde então passou a ser incorporado no contexto

empresarial (SILVA, 2012). Percebe-se que o indivíduo, além das competências

técnicas, tem a necessidade de desenvolver suas competências comportamentais,

para que assim possa apresentar uma maior produtividade e performance em suas

atividades profissionais.

No âmbito da pedagogia, o ensino por competências foi associado para

formação de educadores, estendendo-se em sequência para áreas de ensino,

complementando os objetivos comportamentais, passando a ser mensuráveis e

possíveis de atribuir métricas para o controle. (SILVA, 2012)

Sendo conhecedores de que um ensino pautado pela transmissão de

conhecimento na metodologia de memorização de conteúdo tem proporcionado

pouca significação para o indivíduo, refletindo em um o saber descontextualizado,

a abordagem por competências permite uma ruptura da desarticulação dos saberes,

potencializando a assimilação de conteúdo.

Ao longo do primeiro capitulo abordaremos as premissas que norteiam o

objetivo central do presente trabalho, que possui seu enfoque no desenvolvimento

de competências comportamentais. A discussão frente ao que de fato

compreendemos por competências terá um aprofundamento no segundo capítulo,

não apenas contextualizando os termos e referenciais teóricos, mas com o objetivo

de clarificar a estrutura para desenvolvimento de uma competência.

No terceiro capítulo será apresentado o plano de curso de forma detalhada,

primando pela metodologia aplicada e ementa de conteúdo. Nossa visão se volta

para os resultados que podem ser alcançados quando o indivíduo passa a ser

desenvolvido como um todo, não apenas no seu conhecimento e habilidades

técnicas, mas principalmente no âmbito de sua inteligência emocional, que resulta

no aprimoramento e potencialização de mudanças comportamentais.

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PUC RIO

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Neste contexto, o presente trabalho de conclusão de curso tem por

finalidade apresentar uma formação com enfoque no desenvolvimento de

competências comportamentais de profissionais na área de educação técnico

profissional, uma vez que estamos inseridos em um cenário educacional que

respira o desenvolvimento do indivíduo por meio das competências.

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PUC RIO

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JUSTIFICATIVA

Dentro do modelo de uma instituição de ensino – básico

regular,profissionalizante, aperfeiçoamento, técnico, ou superior – espera-se que

os profissionais de ensino consigam alcançar os objetivos propostos pelos

gestores, ou do planejamento estratégico/pedagógico adotado. De igual sorte, cabe

a instituição promover o desenvolvimento das competências comportamentais

necessárias para o alcance das metas e solução de problemas com maior eficácia.

A adoção de um modelo de competências, alinhado aos objetivos

estratégicos da instituição, permite ao profissional uma melhor compreensão de

suas atividades, iniciando um processo contínuo de autodesenvolvimento e

autoconhecimento. Deve-se ter claro que apenas as competências técnicas não são

por si só suficientes para que o profissional possa ter uma alta performance.

Entre as décadas de 1960 e 1970, o entendimento sobre competências, que

teve sua origem na língua francesa no final do século XV no âmbito jurídico,

passou a orientar-se para os contextos do mercado de trabalho e produção, tendo

como direcionamento a construção de um perfil profissional que resultasse em

produtividade. Neste cenário, nos Estados Unidos, surge o primeiro movimento

pedagógico tendo como pilar o desempenho em educação. (SILVA, 2012)

Inicia-se uma discussão sobre as metodologias até então desenvolvidas e

aplicadas para avaliar o grau de conhecimento e capacidade produtiva de um

indivíduo. Na década de 1970 segundo Silva (2012, p.21) “em função da crise

social e do aumento da competitividade emergem a autonomia e a competência

pessoal como aspirações comuns”.

Chiavenato (2010, p.374) afirma que quando uma capacitação ou

treinamento tem o direcionamento nas competências, baseia-se na lacuna que

existe entre as competências já desenvolvidas pelo indivíduo e as competências

necessárias à organização.

A literatura corrente sobre a noção de competência assinala, segundo

Deluiz, em termos gerais:

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PUC RIO

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“(...) que a competência profissional é a capacidade de articular

e mobilizar conhecimentos, habilidades e atitudes, colocando-os

em ação para resolver problemas e enfrentar situações de

imprevisibilidade em uma dada situação concreta de trabalho e

em um determinado contexto cultural. ”(DELUIZ, 2001, p. 13)

Através das competências, definidas por nível hierárquico da organização,

possibilita-se desenvolver um profissional de educação voltado para inovação e

criatividade, que visa a busca pelo conhecimento contínuo e sua construção, tendo

como direcionamento a ideia e conceito de desenvolver as bases necessárias para

criar soluções personalizadas na educação profissional, ou seja, o profissional

passa a ser desenvolvido de acordo com os objetivos estratégicos e atendendo

desta forma os princípios norteadores1 da instituição. Para a definição das

competências, o organograma hierárquico é fundamental, possibilitando assim a

clarificação do papel do profissional de educação no alcance e aplicação do

planejamento estratégico da instituição.

No que tange a metodologias e práticas para o desenvolvimento de

competências, a metodologia de coaching2 é vista como via principal para

articular esse processo de desenvolvimento. Pautados nesta metodologia, constrói-

se ideia principal, que consiste em levar o indivíduo a analisar sua atuação

profissional, como instrutor mediador, em relação a sua prática docente no

processo de ensino e aprendizagem, tendo a educação profissional como objetivo

principal a formação de profissionais autocríticos e criativos, potencializando o

desenvolvimento de competências.

Segundo Bernardo (2015, p.95), “a formação continuada aparece associada

ao processo de melhoria das práticas pedagógicas desenvolvidas pelos professores

em sua rotina de trabalho e em seu cotidiano escolar”. Assim entendemos que a

formação e desenvolvimento continuados dos profissionais de educação é de suma

importância para o sucesso e qualidade do ensino ofertado, e como resultado final

o alcance dos objetivos estratégicos.

1 Princípios norteadores são a Missão, Visão e Princípios e Valores de uma empresa ou entidade. 2 O Coaching faz uso de técnicas e procedimentos de outras ciências afins, visando maximizar os resultados.

Entre elas se encontram a Neurociência, a Hipnose Ericksoniana, a Programação Neurolinguística (PNL), a

Psicologia Positiva, Terapia Comportamental, entre outras. (Instituto Brasileiro de Coaching – IBC).

Acessado em 20 de maio de 2017 <http://www.ibccoaching.com.br/portal/coaching/o-que-e-coaching/>

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11

Logo, a opção de desenvolver um curso de formação continuada visa uma

contribuição para desenvolvimento e aplicação de uma formação profissional

voltada especificamente para educadores em ensino profissionalizante, alinhada

ao planejamento estratégico da instituição, e que permitam um processo de

autodesenvolvimento e conhecimento contínuo.

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CAPÍTULO 1

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO

Se partimos do princípio que o desenvolvimento de um indivíduo se dá

pelas relações que estes estabelecem com o meio que fazem parte, as

competências têm um papel de fazer com que o homem se adapte e consiga entrar

em processo de autodesenvolvimento no contexto que estiver inserido.

Ao voltarmos para o processo de ensino-aprendizagem, o profissional de

ensino da educação profissional deve, primeiramente, ter conhecimento sobre as

suas competências individuais e sobre as competências que a instituição de ensino

tenha alinhado como modelo, de acordo com o cargo hierárquico ocupado, para

que então possa alcançar os objetivos esperados no processo de ensino.

Ao ter clareza das competências necessárias para um desempenho de alta

performance, o profissional de ensino terá a capacidade de articular diferentes

abordagens de ensino em sala de aula, permitindo desta forma que o aluno tenha

diferentes possibilidades de construir conhecimento adquirido.

O profissional de ensino terá de saber como conduzir o processo de

aprendizagem com o foco no desenvolvimento do aluno como um todo, trazendo

este para uma participação ativa em todo o processo, compreendendo os pontos

que devem ser abordados em cada campo da estrutura de uma competência.

1.2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA

O sucesso e o crescimento continuado de uma organização estão pautados

em seu planejamento estratégico, que define não apenas as metas que precisam ser

alcançadas, mas também os princípios norteadores que refletem e justificam a

existência do negócio.

Diante do exposto, observamos que o alcance do crescimento da unidade

de ensino profissionalizante SENAC – PR, na cidade de Toledo – Paraná, em

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PUC RIO

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todas as atividades exercidas, processos de trabalhos e estratégias, deve ter claro

os objetivos da entidade.

Destacamos os profissionais de educação, que compõem o quadro de

colaboradores que estão em constante contato com o mercado consumidor, aonde

a qualidade do ensino transmitido reflete de forma direta no alcance das metas e

objetivos do planejamento estratégico.

O desenvolvimento e implantação de uma formação para educadores, no

eixo de ensino técnico profissionalizante,disponibilizará diferentes recursos para

que estes profissionais possam apresentar uma performance de alto nível,

refletindo principalmente na qualidade do ensino ofertado, e de igual sorte às

necessidades gerenciais da unidade de ensino profissionalizante SENAC – PR,

Toledo.

1.3 OBJETIVOS

1.3.1 Geral

Elaborar uma formação para o desenvolvimento de competências

comportamentais para educadores no ensino técnico profissionalizante que resulte

em uma alta performance no processo de ensino, cujo resultados serão medidos

através de entrevistas individuais e questionários de auto avaliação.

1.3.2 Específicos

Elaboração do plano de curso.

Desenvolver e detalhar a metodologia de ensino aplicada.

Detalhar a metodologia de coaching e sua aplicação no processo

desenvolvimento de competências.

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PUC RIO

CAPÍTULO 2: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Observamos no contexto atual, que em alguns cenários profissionais a

renovação de competências é fundamental para o alcance da inovação, e

consequentemente dos resultados esperados. No cenário educacional, não vemos

esta renovação, e de igual sorte um olhar para a inovação e criatividade no

processo de formação de profissionais de educação.

Leitão (2010, p.247) afirma que “a noção de competência remete aos

primórdios do mundo organizacional, evidenciada pela busca do profissional mais

bem preparado para o exercício de uma determinada atividade. ”

Trazendo o olhar de Perrenoud (2000, p.15), de que competência é a

“capacidade de mobilizar diversos recursos cognitivos para enfrentar um tipo de

situação” observamos que a clareza de um modelo de competências para o

desenvolvimento de um indivíduo no âmbito profissional, permite a este o

domínio pleno para o cumprimento de suas metas e objetivos.

Diante da polissemia de visões do tema competência, os estudiosos, dentro

de seus conceitos, tentam identificar diferentes tipos de competências. Entretanto,

ao olhar para cada conceito observamos que a mobilização de recursos é a base

para o desenvolvimento e aplicação de uma competência.

Silva (2012, p. 35-36) nos traz que, ter o domínio de uma competência é

ter a capacidade de pôr em movimento recursos voltados para ações, metas ou

valores, e que este fator, o de colocar em prática, gerará um profissional

competente.

Silva (2012, p.36) afirma que “as competências, em todos as concepções

estudadas, procuram identificar um conjunto integrado de saberes, capacidades

que devem ser mobilizadas em situações-problemas”.

Assim, compreendemos que as competências desempenham um papel de

identificar o conjunto de saberes teóricos, atividades práticas e comportamentos

socioafetivos que levarão o profissional a mobilizar os recursos necessários para

resolução de um determino contexto.

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PUC RIO

15

Segundo Le Boterf, ( 2005, apud SILVA, 2012, p.36) estrutura as

competências de acordo com a Figura 1:

Figura 1- Mapa conceitual de competências

Fonte: SILVA (2012, p.36)

Analisando a Figura 1, vemos que uma competência possui três eixos

principais. O primeiro diz respeito ao ter conhecimento, que se refere ao saber

agir; o segundo compreende as habilidades necessárias, que remete ao poder agir;

e por fim a atitude, que se volta apara o querer agir, ou seja, ter a ação.

Perrenoud (2001, apud SILVA, 2012, p.41) ainda nos traz, com relação

aos conceitos de competências, que devemos “entender que mobilizar não se

refere apenas ao uso ou aplicação, mas também à adaptação, diferenciação,

integração, generalização, ou especificação, combinação, orquestração e

coordenação. ”

Possibilitar o desenvolvimento de profissionais autônomos, de alta

performance, é o que permitirá o alcance de resultados significativos para

qualquer entidade.

Competências

Saber Agir Poder Agir Querer Agir

Saber combinar e

mobilizar

Motivação pessoal do

indivíduo

Existência de contexto e

organização do trabalho

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PUC RIO

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2.1O QUE É COMPETÊNCIA?

Para respondermos o que é competência, devemos nos situar frente aos

vários discursos que abordam o termo, sendo no âmbito profissional ou mercado

de trabalho e no contexto educacional.

Zarifan (2001b, p.74 apud BANDEIRA E SOUZA, 2014, p.2) explanam

que “a competência é a faculdade de mobilizar redes de atores em torno das

mesmas situações. ” Ou seja, “é a faculdade de fazer com que esses atores

compartilhem as implicações de suas ações e fazê-los assumir áreas de

corresponsabilidade. ”

Lima (2014) nos apresenta que dentro da linguagem jurídica, o

entendimento sobre competência refere-se ao:

“universo conceitual das ciências cognitivas – a linguística e

especialmente a psicologia – das quais adquire os fundamentos

dos significados que assume atualmente nos campos do trabalho

e da educação.”(LIMA, 2014, p.5)

Ramos, (2006 apud LIMA, 2014, p.5) “definida enquanto comportamento,

na concepção condutivista, a ideia de competência se identifica com as ideias de

desempenho efetivo, eficácia, de padrão de resultados desejados.” O autor ainda

coloca que na teoria funcionalista a noção de competência passa a ser focada em

resultados.

Na abordagem construtivista, temos que uma competência pode ser

definida pela combinação de conhecimentos, experiências e comportamentos que

surgem em determinado contexto, que segundo Ramos, (2006, apud LIMA,2014,

p.5) “representa a integração de três saberes: o saber, o saber fazer e o saber ser,

resultando em um ‘ser capaz de’”.

Lima (2014, p.6) apresenta que o termo competência dentro do contexto

organizacional apresenta “demandas requeridas dos trabalhadores pelo sistema

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PUC RIO

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produtivo, tais como iniciativa, flexibilidade, polivalência, multifuncionalidade,

cooperação e autonomia. ”

Lima; Zambroni-de-Souza traz que:

“Compreende-se que o trabalho se torna o prolongamento direto

da competência pessoal que um indivíduo mobiliza em face de

uma situação profissional, isto é, diante de uma pane, de um

problema apresentado por um cliente ou do sucesso de uma

inovação. Trabalhar torna-se, simultaneamente, a aplicação

concreta de uma competência individual, a inserção em

processos de socialização que permitem inclusões sociais e

profissionais e a colocação em comunicação e colaboração

conjunta de um conjunto de competências individuais. ”

(ZARIFIAN, 2001a apud LIMA; ZAMBRONI-DE-SOUZA,

2015, p.6)

Notamos que o modelo de educação por competências, devido às

características apontadas, constitui-se em uma transformação de longo prazo,

dando clareza às capacidades que precisam ser desenvolvidas para que o

profissional tenha eficácia em suas atividades e esteja alinhado com o

planejamento estratégico da instituição e seu modelo de gestão.

Frente a todos os contextos e definições esboçadas sobre o termo

competência, temos que o aprimoramento profissional, bem como a busca por

profissionais autônomos, críticos, voltados para a inovação e criatividade, e que

estejam alinhados aos objetivos organizacionais, depende de como o indivíduo irá

mobilizar todos os seus recursos.

Ao definir um modelo de competências, para que a partir deste possa haver

uma formação de profissionais frente a este modelo, observamos que todo o

processo de ensino deve estar voltado para os fatores motivacionais que levarão o

indivíduo a querer mobilizar tais recursos.

Desenvolver uma pessoa apenas nos níveis de conhecimento e habilidades,

não atende mais as necessidades do mercado atual, pois este exige profissionais

autônomos, críticos e voltados para o desenvolvimento contínuo.

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PUC RIO

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2.1.2 Importância do Modelo de Competências e seu Desenvolvimento

Em busca de uma melhor compreensão, o estudo das competências

individuais tem sido desenvolvido sob diversas abordagens. Para o

desenvolvimento do presente curso inovador, observa-se que a melhor corrente é a

americana que segundo Leitão (2010) traz:

“A abordagem comportamental, predominante na corrente

americana, define competência com base nas características

pessoais associadas à performance superior e motivação. A

competência está na diferenciação entre os indivíduos de

desempenho superior e os demais. Essa abordagem foca as

habilidades cognitivas e defende que as competências podem

ser aprendidas e desenvolvidas por programas de treinamento e

desenvolvimento. ”(LEITÃO, 2010, P.248)

Leitão (2010) nos traz para uma reflexão sobre a vantagem competitiva,

uma vez que esta depende do desenvolvimento de competências apresentadas

como essenciais para uma instituição, e que o alcance dos objetivos e metas

estratégicas dependem do desenvolvimento destas competências. O Autor faz a

seguinte análise sobre o desenvolvimento de competências:

“A exposição a situações novas ou imprevistas leva o indivíduo

a buscar respostas adequadas para lidar com o que é novo,

passando por um processo dinâmico de aprendizagem, onde a

ação e a reflexão frente a essas situações levam ao

desenvolvimento de competências necessárias à nova

situação.”(BITENCOURT, 2004 apud LEITÃO, 2010, p.252)

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Entende-se que o sucesso de uma instituição, e de igual sorte a qualidade

do ensino que entrega, está na capacidade de adotar uma gestão voltada para

mudanças, inovação e criatividade.

No processo de desenvolvimento de competências, permite-se levar o

indivíduo para um processo de aprendizagem dinâmico entre a ação e a reflexão,

principalmente frente a situações ou problemas desconhecidos. E observa-se que o

aprendizado se torna mais efetivo quando se dá de forma coletiva

(LEITAO,2010).

2.1.3 Metodologia de Coaching no Desenvolvimento de Competências

Ao analisarmos o cenário de gestão e desenvolvimento de pessoas, através

de revisão da literatura da área e observando experiências, nos últimos anos a

metodologia de coaching passou da condição de atividade experimental e

complementar para um processo de aprimoramento, desempenho e resultados

dentro do ambiente organizacional, por estar pautada no autodesenvolvimento e

autoconhecimento, levando o indivíduo para um processo contínuo de

crescimento e mudança.

Timothy Gallwey3, expert em tênis, em seu livro “The inner game of

tennis” diz que se o coach puder remover ou reduzir os obstáculos ao

desempenho, uma inesperada e natural habilidade fluirá sem necessidade de muito

input técnico do coach. A construção da consciência e responsabilidade é a

essência da metodologia de coaching.

O Concise Oxford Dictionary define o verbo Coach como “ensinar,

treinar, dar dicas a, preparar”. (WHITMORE, 2006, p. 1). Para John Whitmore

(2006, p. 14), “coaching é uma maneira gentil de fazer crescer a consciência dos

desequilíbrios existentes e de ajudar quem está sendo orientado a encontrar um

caminho que beneficie seu trabalho e sua liberdade de ação”.

3 Timothy (Tim) Gallwey é o pioneiro no movimento da psicologia aplicada ao esporte e ao mundo

corporativo, reconhecido como o fundador do conceito Coaching. Acessado em 17 de maio de 2017. <

http://www.tigis.com.br/tim-gallwey/>

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Melo (2015) explica que o coaching é um processo de desenvolvimento de

competências, baseado nos princípios da aprendizagem de adultos, e se

fundamenta nas teorias de reflexão e ação, perpassando o conceito de

autodesenvolvimento e aprendizagem organizacional.

Whitmore (2006, p.17) nos traz que o “coaching é desbloquear o potencial

das pessoas para maximizar seu próprio desempenho”. Voltamos o nosso olhar

para a busca de soluções, ou seja, aplicação da psicologia positiva4.

Para que o desenvolvimento seja alcançado, com base no que Melo (2015)

e Whitmore (2006) nos trazem, a estratégia de coaching tem em sua base o

alcance e cumprimento de metas que são definidas a partir de um objetivo

principal. Estas metas serão norteadas tanto para o alcance de resultados, como

para o processo de aprendizagem, dessa forma, ao fazer uso de uma abordagem

sistemática, torna-se possível relacionar o desempenho profissional como o

desenvolvimento pessoal.

Tendo a informaçãode que uma competência é formada pelo conjunto de

conhecimentos, habilidades e atitudes, através da metodologia de coaching, o

indivíduo é levado para um processo de autoconhecimento com o objetivo de

identificar claramente o que precisa desenvolver, uma vez que consegue

identificar o contexto que está inserido.

Clarificando, o principal objetivo do coaching é desenvolver e melhorar as

competências comportamentais e complementares ao desenvolvimento

profissional para que desta forma o indivíduo tenha acesso a sua capacidade plena

quando a situação exigir, ou seja, um profissional de alta performance.

4 A Psicologia Positiva é um termo amplo que engloba o estudo dos aspectos saudáveis do viver. Acessado

em 16 de maio de 2017. <http://www.psicologiapositivabr.com/psicologia-positiva.html>

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CAPÍTULO 3

3.1 PLANO DE CURSO

O plano de curso será apresentado em três etapas bases, sendo:

a) Identificação do Curso:

b) Organização Curricular:

c) Requisitos do Facilitador:

Após o detalhamento da estrutura do plano de curso será apresentado a

metodologia de ensino escolhida e o conteúdo a ser abordado em cada módulo

curricular. Para o desenvolvimento e alcance dos resultados, o facilitador será

orientado a adotar uma metodologia especifica com foco no desenvolvimento

humano.

3.1.1 Identificação do Curso

a) Título do Curso: Modelo de Competências: Definição e Desenvolvimento

de Competências para Educadores de Ensino Técnico Profissional.

b) Carga Horária: 30 horas

c) Cronograma de Encontros:

Sete encontros presenciais, totalizando 21 horas (vinte e uma horas) com

atividades em grupo.

Atividades na modalidade de Ensino a Distância – EAD, totalizando 9

horas (nove horas), objetivando o estudo individual e fixação de conteúdo.

d) Número de Participantes: A formação comporta no máximo um grupo de 10

pessoas para que tenha um desenvolvimento de excelência.

e) Os encontros serão realizados de forma semanal, sendo um encontro por

semana.

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22

3.1.2 Organização Curricular

A estrutura curricular do presente curso será modular conforme tabela

abaixo:

Quadro 1 - Estrutura Curricular

Módulo

01

Tema - Definição do Modelo de Competências pelos Profissionais de

Educação.

Descrição -O módulo apresenta carga horária total de 6 horas em dois

encontros presenciais. Os participantes por intermédio do facilitador

deverão definir oito competências comportamentais a serem

desenvolvidas por todos, no contexto individual e coletivo,

identificando-as e definindo os indicadores destas, para que desta forma

possam ser avaliadas.

Módulo

02

Tema - Desenvolvimento das Competências

Descrição – O módulo apresenta carga horária total de 9 horas aonde os

participantes deverão fazer o estudo na modalidade EAD – Ensino a

Distância de textos que servirão como base no desenvolvimento das

competências escolhidas, a serem definidos pelo facilitador.

Módulo

03

Tema - Desenvolvimento das Competências

Descrição – O módulo apresenta carga horária total de 12 horas em 4

encontros presenciais aonde o facilitador irá promover a compreensão e

desenvolvimento de duas competências por encontro pautado na

metodologia coaching, através de estudos de referencial teórico,

dinâmicas, atividades de simulações e discussões estruturadas.

Módulo

04

Tema - Atividade Prática de Conclusão

Descrição – O módulo apresenta carga horária total de 3 horas sendo

em um único encontro presencial. Os participantes, por meio do

facilitador, irão elaborar um planejamento estratégico, pessoal e

individual, para que o desenvolvimento das competências tenha

continuidade.

Fonte: Autor, 2017

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23

3.1.3 Requisitos do Facilitador

O facilitador deverá ter clarificado que o seu papel não é apenas de

transmitir um conhecimento, mas sim de apoiar o grupo no processo de

autodesenvolvimento. Desta forma, o profissional escolhido deverá ter domínio da

metodologia de coaching, uma vez que para obter as metas propostas no curso

deverá fazer uso de uma escuta estruturada e empática, lembrando que o seu papel

é de ser apoio no desenvolvimento de terceiros, e que deve fazer com que todos

estejam com foco nos resultados e soluções, tirando o grupo de situações de

comodismo ou pensamentos padrões.

O facilitador deverá ter como formação mínima:

a) Graduação nas áreas de Administração, Psicologia ou Gestão de

Pessoas;

b) Certificação como Professional Coach Certification e Professional

Executive Coach; e

c) Certificação em construção de Modelo de Competências.

3.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS DO CURSO INOVADOR

PROPOSTO

O curso inovador terá sua estrutura curricular no formato de módulos,

sendo quatros módulos com cargas horárias distintas. A divisão por módulos

permite ao indivíduo ter uma melhor compreensão de todas as etapas do processo

de desenvolvimento e aprendizagem.

3.2.1 Módulo 1

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24

Para desenvolvimento do primeiro módulo será adotado uma metodologia

de participação ativa, ou seja, o facilitador fará apenas a orientação e explicação

da teoria pertinente, os participantes serão as personagens principais na construção

do Modelo de Competências nesta etapa da formação. As competências a serem

definidas farão parte de um grupo de 35 competências conforme apresentado no

Anexo A.

Os participantes irão fazer a escolha das competências dentre três grandes

grupos: Planejamento Estratégico, Relações Interpessoais, e Desenvolvimento

Profissional.

Por meio de descarte, os participantes deverão chegar em oito

competências que julguem serem as necessárias para o desenvolvimento,

competências estas que estarão alinhadas com o planejamento estratégico e gestão

da unidade.

Após a definição das oito competências os participantes avaliarão a

definição e explicação de cada uma, podendo fazer alterações para adaptação. Em

sequência farão a avaliação e definição dos indicadores de desempenho e

comportamento de cada competência.

O facilitador gerará um Modelo de Competências para ser entregue a todos

os participantes, para que possam ser estudadas e incorporadas ao

desenvolvimento profissional de cada um, dentro do contexto da unidade de

ensino.

Este módulo terá a duração de 06 horas, com dois encontros de

periodicidade semanal de 03 horas cada.

3.2.1 Módulo 2

Neste módulo, o facilitador disponibilizará via e-mail, textos para estudo

dos participantes que possibilitem uma maior compreensão sobre a importância do

desenvolvimento das competências.

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25

Dentro do assunto abordado serão encaminhadas ferramentas da

metodologia de coaching para que o participante possa ter uma melhor

compreensão sobre si, suas fortalezas e fraquezas para o posterior

desenvolvimento das competências no Módulo 3.

Abaixo indicamos duas ferramentas que serão aplicadas:

Quadro 2 - Ferramentas de Coaching

Ferramenta Objetivos da Ferramenta Resultados Esperados

Análise de

SWOT

Pessoal

A SWOT Pessoal visa

identificar os pontos fortes e

oportunidades que o indivíduo

possui, bem como as fraquezas

e ameaças ao seu

desenvolvimento profissional.

Habilidade, qualidades ou

competências que podem ser

potencializadas, melhoradas,

substituídas ou eliminadas.

Modelo de

Negócios

Pessoal

A construção do modelo de

negócios pessoal apoiado na

metodologia do canvas5permite

ao indivíduo ter uma percepção

clara sobre seus objetivos

pessoais e profissionais,

fazendo com que tenha um

conhecimento maior sobre si,

seu propósito de vida.

Levar o indivíduo para um

processo de planejamento

pessoal, por meio de um

processo de autoconhecimento,

alinhamento de valores,

propósitos e missão de vida.

Fonte: Autor, 2017

Este Módulo terá a duração de duas semanas, correspondendo a uma carga

horária de 09 horas. O facilitador através do uso de TICs – Tecnologias de

Informação e Comunicação, irá proporcionar um fórum por meio da Ferramenta

Groups Google6para debates e discussão do aprendizado, fomentando a interação

do grupo, uma vez que esta ferramenta possui fácil acesso para dispositivos

móveis.

Para complementar o aprendizado, como material extra, os alunos terão a

indicação das seguintes leituras:

5http://businessmodelyou.com/

6https://groups.google.com

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a) GOLEMAN, Daniel, ph.D., Inteligência Emocional: a teoria

revolucionária que define o que é ser inteligente. - Rio de Janeiro:

Objetiva, 2012.

b) GOLEMAN, Daniel, ph.D., Foco: a atenção ao seu papel fundamental

para o sucesso. 1 ed. - Rio de Janeiro: Objetiva, 2012.

c) CORTELLA, Mario Sergio, Por que fazemos o que fazemos?: aflições

vitais sobre trabalho, carreira e realização. 1 ed. - São Paulo: Planeta,

2016.

d) CORTELLA, Mario Sergio, Qual é a tua obra?: inquietações

propositivas sobre gestão, liderança e ética. 24 ed. - Petrópolis-RJ:

Vozes, 2015.

e) SINEK, Simon; Tradução Silvio F. de J. Antunha. Por quê?.Como

motivar pessoas e equipes a agir. – São Paulo: Saraiva, 2012

Complementando o material extra, aos participantes serão indicados os

filmes abaixo listados, para que possam ser base de discussões e construção de

referências dentro do processo de desenvolvimento e aprendizagem do curso:

a) Filme “Sociedade dos Poetas Mortos”, lançado em 1990 com direção de

Peter Weir.

b) Filme “Gênio Indomável”, lançado em 1997 com direção de Gus Van

Sant.

c) Série de Televisão “Merlí”, lançada em 2015, criação de Héctor Lozano e

direção de Eduard Cortés, possui 39 episódios.

3.2.3 Módulo 3

No módulo três, serão realizados 4 encontros presenciais, com 3 três horas

cada, para desenvolvimento das competências definidas.

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27

O facilitador, através da metodologia de coaching, fará uso de ferramentas

que permitirão a compreensão do participante sobre a competência em questão, e

dará clareza de como ele poderá desenvolvê-la.

Além das ferramentas dentro da metodologia de coaching, serão aplicadas

dinâmicas e atividades de simulação voltadas para as competências que foram

definidas pelo grupo, para sua melhor compreensão e desenvolvimento, bem

como suporte teórico frente a estas competências.

Abaixo apresenta-se os temas centrais das atividades de simulação dentro

da metodologia de coaching e dinâmicas:

Quadro 3- Atividades e Dinâmicas complementares ao desenvolvimento da formação.

Atividade / Dinâmica Objetivo Central

Perspectivas Múltiplas da

Comunicação

Levar o indivíduo a compreender a

importância da empatia e comunicação

assertiva na resolução de conflitos.

Simulação de Rapport7

Possibilitar ao indivíduo a

compreensão de como o uso da técnica

de Rapport contribuição no processo

de comunicação.

Simulação da Escuta Atenta

Proporcionar ao participante a

importância da escuta atenta para

melhor desempenho profissional no

contexto de sala de aula. Fonte: Autor, 2017

Ao término de cada encontro, os participantes sairão com planos de ação

desenvolvidos com base na ferramenta 5W2H8, individuais, a serem cumpridos no

decorrer da semana até o próximo encontro.

7Rapport é um conceito originário da psicologia que remete à técnica de criar uma ligação de

empatia com outra pessoa. O termo vem do francês rapporter, cujo significado remete à

sincronização que permite estabelecer uma relação harmônica. A técnica objetiva gerar confiança

no processo de comunicação para que a pessoa fique mais aberta e receptiva durante a terapia. Isso

faz com que ela interaja, troque e receba informações com mais facilidade. Acessado em 15 de

junho de 2017 <http://www.ibccoaching.com.br/portal/coaching-e-psicologia/o-que-e-rapport/> 8A ferramenta 5W2H é oriunda da Gestão de Qualidade e tem como etapas: W: What (o que será feito?) –

Why (por que será feito?) – Where (onde será feito?) – When (quando?) – Who (por quem será feito?) H:

How (como será feito?) – How much (quanto vai custar?).

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28

O facilitador ficará à disposição para esclarecimentos de dúvidas e dará

suporte aos participantes durante a execução de seus respectivos planos de ação.

Este módulo terá 12 horas, com 4 encontros semanais, de 03 horas cada.

3.2.4 Módulo 4

No quarto módulo, por meio de um encontro presencial, será apresentada

aos participantes a metodologia para desenvolvimento de um planejamento

estratégico de médio prazo para continuidade no desenvolvimento das

competências.

Cada participante irá elaborar seu planejamento, com intermédio do

facilitador, resultando em metas e planos de ação a serem cumpridos após o

término da formação, permitindo a continuidade do processo de

autodesenvolvimento do indivíduo.

3.3 MEDIAÇÕES PREVISTAS ENTRE PROFESSOR E APRENDIZES

Objetivando o desenvolvimento humano, a mudança de comportamento

através da compreensão do modelo de competências da instituição, as mediações

entre o facilitador e/ou professor e os participantes será pautada na pedagogia

ativa9.

Uma vez que a proposta da formação se baseia também na metodologia de

coaching, será adotado a maiêutica socrática, que consiste em fazer perguntas e

analisar as respostas de uma forma sucessiva, permitindo ao indivíduo chegar a

verdade. Permitir o estímulo do pensamento a partir daquilo que não tem o saber,

9 A Pedagogia Ativa tem como fundamento os estudos do suíço Adolphe Ferrière, que no início do século XX

foi um dos primeiros a usar o termo “ativo” em publicações escolares. É uma das bases da “Educação Nova”,

tendência pedagógica iniciada na França. Pedagogos como Freinet, Montessori, Steiner ou Decroly também

defendem uma metodologia diferente da “tradicional” pedagogia de transmissão.

A Pedagogia Ativa é mais flexível que o ensino "tradicional", para o qual há uma referência (programa a

seguir) e avaliações para testar o conhecimento. Com métodos ativos, o aluno é enquadrado no processo de

aprendizagem, porém se mantém independente e autônomo em sua abordagem. O trabalho é feito em grupos

e o aluno é envolvido em situações (reais ou imaginárias) para que possa utilizar suas habilidades e

desenvolvê-las durante o treinamento. Acessado em 10 de maio de 2017 <pedagogiativa.org>.

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29

pois a metodologia de coaching apoiada na maiêutica socrática, nada ensina ou

induz.

A maiêutica socrática é o momento do “parto” intelectual, aonde o

indivíduo faz a busca pela verdade em seu interior. O objetivo consiste, dentro de

um contexto especifico, permitir “dar a luz” à ideias complexas, a busca pelo

conhecimento. (ANDRADE, 2014)

A maiêutica tem por objetivo levar o indivíduo a analisar as respostas até

que ele consiga ver suas próprias opiniões livres de crenças limitantes e falsos

valores externos. Para Sócrates, todos carregam dentro de si o saber, sem saber. O

questionamento permite a reflexão e compreensão do que é real, trazendo a

consciência sobre contexto que está inserido. (ANDRADE, 2014)

3.4CRONOGRAMA

Quadro 4 - Cronograma do Curso

(Continuação)

Mód

ulo

01

Período Atividade Recursos Necessários

Primeira Semana,

01 encontro de 03

horas.

Definição do Modelo de

Competências pelos

Profissionais de Educação.

- Apresentação do projeto;

- Conceituação sobre

competências;

- Apresentação do grupo de 35

competências;

- Atividade em equipe para

escolha das 08 competências

do modelo alinhado ao

planejamento estratégico;

a) Tabuleiro das Competências

para aplicação da dinâmica da

escolha de competências;

b) Sala pedagógica tradicional;

c) Computador;

d) Multimídia com Projetor e

Caixas de Som. e) Material para anotação.

Segunda Semana,

01 encontro de 03

horas.

Definição do Modelo de

Competências pelos

Profissionais de Educação:

- Atividade em equipe para

escolha das 08 competências

do modelo alinhado ao

planejamento estratégico;

- Modificações necessárias do

texto das competências.

a) Tabuleiro das Competências

para aplicação da dinâmica da

escolha de competências;

b) Sala pedagógica tradicional;

c) Computador;

d) Multimídia com Projetor e

Caixas de Som. e) Material para anotação.

Mód

ulo

02 Período Atividade Recursos Necessários

02 Semanas na

modalidade EAD,

correspondente a

09 horas.

Desenvolvimento das

Competências:

- Atividades na modalidade

EAD para aprofundamento do

saber sobre competências;

a) Ferramenta Groups Google.

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30

- Na primeira semana

apresentação de um texto e

abertura de um fórum de

discussões; indicação de livros

e filmes;

- Na segunda semana

apresentação do segundo texto

e abertura do segundo fórum

para discussões; indicação de

livros e filmes.

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31

(Continuação)

du

lo 0

3

Período Atividade Recursos Necessários

Primeira Semana,

01 encontro de 03

horas.

Desenvolvimento de 02

Competências:

- Apresentação e conceituação

teórica sobre as duas

competências;

- Aplicação de atividades e

dinâmicas de simulação para

aprendizado;

- Desenvolvimento do Plano

de Ação Pessoal.

a) Sala pedagógica tradicional;

b) Computador;

c) Multimídia com Projetor e

Caixas de Som.

d) Material para anotação.

Segunda Semana,

01 encontro de 03

horas.

Desenvolvimento de 02

Competências:

- Apresentação e conceituação

teórica sobre as duas

competências;

- Aplicação de atividades e

dinâmicas de simulação para

aprendizado;

- Desenvolvimento do Plano

de Ação Pessoal.

a) Sala pedagógica tradicional;

b) Computador;

c) Multimídia com Projetor e

Caixas de Som.

d) Material para anotação.

Terceira Semana,

01 encontro de 03

horas.

Desenvolvimento de 02

Competências:

- Apresentação e conceituação

teórica sobre as duas

competências;

- Aplicação de atividades e

dinâmicas de simulação para

aprendizado;

- Desenvolvimento do Plano

de Ação Pessoal.

a) Sala pedagógica tradicional;

b) Computador;

c) Multimídia com Projetor e

Caixas de Som.

d) Material para anotação.

Quarta Semana, 01

encontro de 03

horas.

Desenvolvimento de 02

Competências:

- Apresentação e conceituação

teórica sobre as duas

competências;

- Aplicação de atividades e

dinâmicas de simulação para

aprendizado;

- Desenvolvimento do Plano

de Ação Pessoal.

a) Sala pedagógica tradicional;

b) Computador;

c) Multimídia com Projetor e

Caixas de Som.

d) Material para anotação.

du

lo 0

4

Período Atividade Recursos Necessários

01 Semana, 01

encontro de 03

horas.

Atividade Prática de

Conclusão:

- Conceituação sobre o

Planejamento Estratégico de

Desenvolvimento Pessoal;

- Desenvolvimento do

Planejamento estratégico de

Desenvolvimento Pessoal.

a) Sala pedagógica tradicional;

b) Computador;

c) Multimídia com Projetor e

Caixas de Som.

d) Material para anotação.

Fonte: Autor, 2017

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CAPÍTULO 4

4.1 CONCLUSÕES

Para que uma instituição tenha crescimento contínuo, é de suma

importância que os seu objetivos estratégicos e princípios norteadores estejam

claros e disseminados para todos os envolvidos nas atividades operacionais.

O profissional de ensino dentro do contexto do presente trabalho, tem

uma participação ativa no alcance das metas da Unidade de Toledo-PR. Além de

ser o transmissor, articulador e desenvolvedor do saber para com os alunos, é a

imagem personificada da instituição, ou seja, a satisfação dos alunos quanto ao

que está sendo desenvolvido em ambientes pedagógicos está fortemente ligada a

imagem do instrutor.

Ao desenvolver este profissional na sua dimensão comportamental,

através de competências alinhadas com o planejamento estratégico da Unidade,

torna-se possível obter resultados superiores à média histórica da instituição.

Assim torna-se possível o alcance da sustentabilidade econômica e social.

Concluímos, que além de desenvolver profissionais autônomos, criativos

e voltados para a inovação, ao final da formação podemos ter indivíduos imersos

em um processo contínuo de autodesenvolvimento e autoconhecimento por meio

da metodologia de coching. Isso garantirá a continuidade da proposta inicial da

formação, bem como a sua multiplicação no ambiente de trabalho.

4.2 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O cenário atual, sendo no contexto de ensino ou não, exige do indivíduo

um desenvolvimento contínuo, não apenas no âmbito técnico, mas principalmente

no que tange ao comportamento. Compreender que o profissional de educação,

além do papel como transmissor e articulador do saber, é corresponsável pelo

sucesso e crescimento da instituição de ensino, seja no cenário privado ou público,

é de suma importância.

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33

O desenvolvimento comportamental pautado em competências promove

um processo de autoconhecimento, permitindo ter claro que o fator determinante

para obter resultados depende exclusivamente de como o indivíduo se coloca

como protagonista na execução de suas atividades, e no processo de tomada de

decisões.

Silva (2012, p. 24) nos traz para a reflexão ao afirmar que “as

competências, quando associadas a saberes, permitem gerar uma infinidade de

comportamentos ou enunciados novos”, assim compreendemos que, para ser um

profissional de alta performance, o processo de busca pelo saber ou conhecimento

não deve em nenhum momento ser interrompido.

Frente a isso, uma entidade que queira profissionais com estas

características, deve ter a nítida certeza que somente através de capacitações,

formações que olhem para o profissional como um todo, é que irão garantir a sua

existência e sustentabilidade.

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34

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANDRADE, Alcione S. de. Introdução à Psicopedagogia. 1º ed., São Paulo: Baraúna,

2014.

BANDEIRA, Yonara M.; ZAMBRONI-DE-SOUZA, Paulo C., Mobilização de

competências na profissão docente: contribuições do modelo da competência, Psicol.

Esc. Educ. vol.18 no.2 Maringá May/Aug. 2014.

BERNARDO, Elisangela da Silva, Formação Docente: Que Tipo De Profissional

Formar?. Boletim Técnico do Senac, Rio de Janeiro, v.41, n.3, p. 90-109,

setembro/dezembro 2015.

CHIAVENATO, Idalberto, Gestão de Pessoas: o novo papel dos recursos humanos

nas organizações. 3ed, Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.

DELUIZ, Neise, O modelo das competências profissionais no mundo do trabalho e

na educação: implicações para o currículo. Boletim Técnico do Senac, Rio de Janeiro,

v.27, n.3, setembro/dezembro 2001.

LEITÃO, Sueli dos Santos, A importância do desenvolvimento de competências para

a mudança organizacional. Gestão Contemporânea, Porto Alegre, ano 7, n. 7, p. 245-

268, jan./jun. 2010.

LIMA, Claudia M. P.de; ZAMBRONI-DE-SOUZA, Paulo C.; ARAUJO, Anísio J. da S.,

A Gestão do Trabalho e os Desafios da Competência: uma Contribuição de Philippe

Zarifian, Psicol. cienc. prof. vol.35 no.4 Brasília Oct./Dec. 2015.

LIMA, Vinicius Cesca de; SOUZA, Régis de Toledo, Formação humana e

competências: o debate nas diretrizes curriculares de psicologia. Psicol. Soc. vol.26

no.3 Belo Horizonte sept./dez. 2014

MELO, Leonice Holanda; MATOS, Fátima R. N.; MACHADO, Diego Q.; MELO, Liana

H.; O coaching e o processo de desenvolvimento de competências e Habilidades na

aprendizagem gerencial. CAD. Vol. 9, n.1. Jan - Dez. 2015, p. 25-48

PERRENOUD, Philippe. Dez novas competências para ensinar. Trad. Patrícia Chittoni

Ramos. – Porto Alegre: Artmed, 2000. 192p.

SILVA, Antonio C. R.; Educação por Competências. 1º ed., Jundiaí, Paco Editorial:

2012.

WHITMORE, J. Coaching para performance: aprimorando pessoas, desempenhos e

resultados: competências pessoais para profissionais. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2006.

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35

ANEXO A – Quadro de Competências

Quadro 5 - Quadro de Competências

(Continuação)

Competência Descrição de Apresentação

GR

UP

O D

E C

OM

PET

ENC

IAS

CO

M C

AR

AC

TESR

ISTI

CA

PR

INC

IPA

L O

TR

AB

ALH

O (

EXEC

ÃO

) Aperfeiçoamento Contínuo

Busca de oportunidades para aperfeiçoamento dos atuais processos, sistemas e métodos para promover a credibilidade, qualidade e eficácia do trabalho.

Aprendizado Contínuo*

Esforça-se para expandir conhecimentos e refinar as habilidades através de formação e treinamento. Inspirar outros a desenvolver e refinar conhecimentos e habilidades importantes ao trabalho deles.

Atendimento ao Cliente

Reconhecer e compreender as necessidades dos clientes, e atende-las de forma que excedam as expectativas dos mesmos.

Flexibilidade Tratar, eficazmente, pressões e estresses relacionados ao trabalho de maneira profissional e positiva.

Foco na Qualidade Promover e manter padrões elevados de qualidade no trabalho.

Foco no Cliente Prever e projetar as necessidades dos clientes. Promover ou apoiar a entrega de produtos e serviços que excedam as expectativas dos clientes.

Integridade * Manter um alto padrão de justiça e ética nas palavras e ações do dia a dia.

Obtenção de Resultados

Manter um nível de comprometimento em conseguir, pessoalmente, alcançar realizações.

Orientação para Resultados

Desafiar e levar a organização e a si mesmo a conquistar resultados e ter excelência.

Planejamento e Organização

Organizar e planejar, de maneira eficaz, o trabalho de acordo com as necessidades organizacionais, através de definição de metas e previsão das necessidades e prioridades.

Políticas, Processos e Procedimentos

Seguir procedimentos e normas organizacionais para alcançar objetivos.

Segurança Entender a importância de práticas e técnicas de segurança. Aceitar e implementar essas práticas eficazmente e encorajar outros a procederem dessa maneira.

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PUC RIO

36

(Continuação)

GR

UP

O D

E C

OM

PET

ENC

IAS

CO

M C

AR

AC

TESR

ISTI

CA

PR

INC

IPA

L O

REL

AC

ION

AM

ENTO

Administração de Conflitos

Administração de conflitos entre as pessoas e a resolução eficaz de assuntos delicados.

Administração de Relacionamentos

Desenvolver e manter relacionamentos positivos com indivíduos fora de seu grupo de trabalho.

Comunicação Escrita*

Ter as habilidades de comunicar-se com outros na forma escrita.

Comunicação Interpessoal

Comunicação clara e eficaz com pessoas dentro e fora da organização.

Contribuição em Reuniões *

Ter habilidades para participar de forma eficaz de reuniões.

Gerenciando Outros Direcionar e liderar outros de forma a alcançar os objetivos e alvos organizacionais.

Habilidades de Apresentação*

Ter habilidade para comunicar-se de forma eficaz com um público num encontro formal.

Influência e Persuasão

Convencer outros a adotarem uma direção ou caminho.

Inteligência Organizacional

Reconhecer e compreender as políticas organizacionais e trabalhar dentro das dinâmicas da organização para alcançar objetivos.

Liderança de Equipe Direcionar e liderar outros para alcançar as metas e objetivos da equipe.

Liderança de Reuniões *

Ter habilidades para liderar ou gerenciar reuniões com fins produtivos de forma eficiente e eficaz.

Motivando Outros Inspirar os outros a terem bom desempenho, pela transmissão de entusiasmo e paixão por fazer um bom trabalho.

Negociação Identificar as necessidades e motivos de ambas as partes e empenhar-se por acordos mutuamente benéficos.

Persuasão de Compra

Convencer outros a comprar um produto ou serviço.

Respeito a Diversidade*

Entender, aceitar, e ser sensível às diferenças individuais. Tratar todas as pessoas igualmente, independentemente de gênero, raça, credo, status ou função.

Trabalho em Equipe e Colaboração

Trabalhar e colaborar, de forma eficaz, com outros em favor de um objetivo comum.

Treinando e Desenvolvendo Outros

Aconselhar, assessorar, ensinar e fornecer feedback a outros, para encorajar e inspirar o desenvolvimento das competências relacionadas ao trabalho e crescimento da carreira a longo prazo.

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PUC RIO

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(Continuação)

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Adaptável a Mudanças

Adaptação a situações mutáveis, reestruturação de tarefas e prioridades durante processos de mudanças nos negócios e na organização.

Analise de Problemas com Profundidade

Resolver problemas difíceis através de avaliação cautelosa e sistêmica das informações, possíveis alternativas e consequências.

Coragem nas Convicções *

Ter coragem para tratar de temas difíceis diante de uma oposição em potencial.

Defender Mudanças Agir para apoiar a implementação eficaz de iniciativas de mudanças.

Excelência Funcional Ter capacidades, conhecimentos e habilidades necessárias para ser eficaz dentro do conteúdo funcional especifico de uma função.

Inovação Gerar soluções novas e criativas para os problemas em busca de melhor resultado, desempenho, produtividade mais elevada, entre outras.

Julgamento Decisivo Tomar boas decisões de maneira oportuna e confiante.

Tino para Negócios * Compreensão geral de negócios e conceitos financeiros. Compreensão dos negócios da empresa e uso de ambos conhecimentos, gerais e específicos, para ser eficaz.

Visão Identificar metas a longo prazo e promover a implementação de ideias diferentes ou alternativas.

Fonte: Autor, 2017

Nota: * São competências que compreendemos que não é possível o seu desenvolvimento direto,

por meio de formações, porém são competências essenciais para uma gestão eficiente.