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www.formiga.mg.gov.br ORGÃO OFICIAL DE INFORMAÇÃO DO MUNICÍPIO DE FORMIGA-MG Edição nº 603 | Formiga-MG | 17 de Maio de 2011 IMPRESSO - CONTRATO P. M. Formiga 9912208745/ECT/DR/MG Correios Neste ano o tema é Museu e Memória, assunto que será tratado de diversas maneiras pelas instituições Formiga participa da Semana Nacional de Museus “Tombamento: um salvaguarda do patrimônio” Em entrevista à re- dação do Jornal, Lucas Mascarenhas fala sobre memória, museu , tom- bamento e patrimônio e sua importância para se preservar a cultura de um povo e explica a função do Conselho Municipal de Patrimô- nio Cultura de Formiga. De acordo com ele, preservar a memória de uma cidade é, antes de tudo, preservar o ser hu- mano do esquecimento. É preservar a memória coletiva, as formas de conhecimento, as for- mas arquitetônicas; os costumes, as relações e a vida. PÁG. 3 A importância do museu para preservar a história Gilberto Basílio, Dramaturgo, Funcio- nário do Museu, Pre- sidente da Academia Formiguense de Letras mostra de uma forma lúdica, a importância do museu para resgatar, preservar e disseminar a história, a memória e a cultura de um povo. Em seu texto, ele narra de uma forma criativa, a visita ao museu de uma criança de 8 anos com seu pai, na qual, a garota demonstra grande co- nhecimento e sabedoria adquiridos por meio de pesquisas e visitas junto com a turma da escola ao Museu Municipal. PÁG. 7 Museu Histórico: 29 anos preservando a história de Formiga A trajetória do Museu Francisco Fonseca teve início em 24 de feve- reiro 1982, com a lei de Criação nº 1443. Foi regulamentado através da Lei 3048, de 23 de março de 1999. Inau- gurado em 5 de junho, no prédio da antiga Es- tação Ferroviária, abriga centenas de objetos que remetem à história do município. Encontra-se em seu acervo peças re- lacionadas às atividades econômicas que se de- senvolveram na cidade ao longo do tempo, à vi- da profissional, cultural e religiosa dos habitan- tes de Formiga. PÁG. 2 PÁG. 6

Formiga participa da Semana Nacional de Museus

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ORGÃO OFICIAL DE INFORMAÇÃO DO MUNICÍPIO DE FORMIGA-MGE d i ç ã o n º 6 0 3 | F o r m i g a - M G | 1 7 d e M a i o d e 2 0 1 1

IMPRESSO - CONTRATOP. M. Formiga

9912208745/ECT/DR/MG

C o r r e i o s

Neste ano o tema é Museu e Memória, assunto que será tratado de diversas maneiras pelas instituições

Formiga participa da Semana Nacional de Museus

“Tombamento: um salvaguarda do patrimônio” Em entrevista à re-dação do Jornal, Lucas Mascarenhas fala sobre memória, museu , tom-bamento e patrimônio e sua importância para se preservar a cultura de um povo e explica a função do Conselho Municipal de Patrimô-nio Cultura de Formiga. De acordo com ele,

preservar a memória de uma cidade é, antes de tudo, preservar o ser hu-mano do esquecimento. É preservar a memória coletiva, as formas de conhecimento, as for-mas arquitetônicas; os costumes, as relações e a vida.

pág. 3

A importância do museu para preservar a história Gilberto Basílio, Dramaturgo, Funcio-nário do Museu, Pre-sidente da Academia Formiguense de Letras mostra de uma forma lúdica, a importância do museu para resgatar, preservar e disseminar a história, a memória e a cultura de um povo. Em seu texto, ele narra

de uma forma criativa, a visita ao museu de uma criança de 8 anos com seu pai, na qual, a garota demonstra grande co-nhecimento e sabedoria adquiridos por meio de pesquisas e visitas junto com a turma da escola ao Museu Municipal.

pág. 7

Museu Histórico: 29 anos preservando a história de FormigaA trajetória do Museu Francisco Fonseca teve início em 24 de feve-reiro 1982, com a lei de Criação nº 1443. Foi regulamentado através da Lei 3048, de 23 de março de 1999. Inau-gurado em 5 de junho, no prédio da antiga Es-tação Ferroviária, abriga centenas de objetos que

remetem à história do município. Encontra-se em seu acervo peças re-lacionadas às atividades econômicas que se de-senvolveram na cidade ao longo do tempo, à vi-da profissional, cultural e religiosa dos habitan-tes de Formiga.

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Edição 603 - Formiga - 17 de Maio de 20112 |

Rua Barão de Piumhy, 92 - 4º andar Centro - CEP 35.570-000

FoRmiga - mgTelefax - (37) 3329-7379, 3322-7995E-mail: [email protected]

Site: www.formiga. mg.gov.br Criado pela Lei municipal nº 1.171/78, modificada pela Lei Municipal 2.204-B/93 e regulamentada pelo Decreto nº 3.627/07. Registrado no Cartório de Registro de Pessoas Jurídicas sob o nº 354. Filiado ao Sindicato dos Proprietários de Jornais, Revistas e Similares do Estado de minas gerais - SiNDJoRi. Jornalista Responsável:Luciene Morais - Reg.11.193/MGProjeto Gráfico:Lume Comunicação LtdaDiagramação e artes:Tales Tagliaferri Menezes BelchiorRedação / fotos:Luciene MoraisShymenne SiqueiraJéssica Maria de Souza - (Estágio)impressão:Sempre Editora Ltda.Processo Licitatório:PRC 2665/2010Pregão:207/2010Tiragem da Edição:5.000 exemplaresCusto da Edição:R$ 1.250,00Preço unitário:R$ 0,25

ExpEdiEntE

Prefeito municipal: Aluísio Veloso da Cunha 37 3329-1813 [email protected]

Vice-prefeito municipal: Antônio Carlos Lamounier 37 3329-1812 [email protected]

SECRETaRiaS mUNiCiPaiSFazenda Elizaldo Frade 37 3329-1801 [email protected]ção Geraldo Reginaldo de Oliveira 37 3321-2203 [email protected] Humano Luis Carlos da Silva 37 33227506 [email protected] Simone Maria Arantes 37 3329-1830 [email protected] Sheldon Geraldo de Almeida 37 3329-1815 [email protected] Sandra M. de Castro Salviano 37 3322-8296 [email protected]ção e gestão de Pessoas Sudário José Macedo 37 3329-1828 [email protected] Econômico José Jamir Chaves 37 3322-3320 [email protected] e Trânsito Rodrigo Otávio Bahia 37 3322-5196 [email protected]úde Luiza Flora de Oliveira 37 3329-1142 [email protected]ção Túlio Braga Fonseca 37 3322-7995 [email protected] Maria R. de Andrada e O. Figueiredo 37 3322-5660 [email protected] Altair Ribeiro da Silva 37 3329-1812 [email protected]., Coord. e Regulação Urbana José Ivo da Silva 37 3322-5211 [email protected]ão ambiental Paulo Roberto Coelho da Rocha 37 3322-7015 [email protected]

aUTaRQUiaSPrevifor Valdeci Nascimento Cunha 37 3322-2491 [email protected] Paulo César Quintiliano 37 3322-1230 [email protected]

a prEFEitura

Interessados em receber, em casa, gratuitamente, o Jornal A Cidade devem fazer contato com a SECOM:• (37) 3322-7995 • [email protected]

distribuição

A T E N Ç Ã OTodo material a ser publicado no Jornal A Cidade deverá ser enviado ao email: [email protected] até as quartas feiras, às 14 ho-ras. As publicações recebidas após esta data estarão automaticamente na próxima edição.

publicaçõEs

A trajetória do Museu Histórico Mu-nicipal Francisco Fon-seca teve início em 24 de fevereiro de 1982, com a lei de Criação nº 1443. Foi regulamen-tado através do decreto de criação do Museu Histórico e Geográfico de Formiga através da

Lei nº 3048 de 23 de março de 1999. Inaugurado em 5 de junho de 2003, no prédio da antiga Esta-ção Ferroviária, abri-ga centenas de objetos que remetem à história do município. Encon-tram-se preservadas em seu acervo peças re-

PATRONO: Francisco Fonseca, nasceu em Formiga, em 29 de fevereiro de 1884, filho de José da Fonse-ca e Silva e Plascedina Leopoldina da Silva. Francisco Fonseca, intimamente conhecido como “Nhonhô Fonseca”, compôs dentre inúme-ras obras, o Hino Oficial de Formiga, cabendo ao seu genro, Ruy dos Anjos Peirão a autoria dos ver-sos. O reconhecimento do Hino pelo município se deu através da Lei Municipal nº. 836, de 27 de dezembro de 1971, quase um ano após sua morte. Francisco Fonse-ca morreu no dia 31 de julho de 1970, em sua re-sidência, no Quinzinho.

lacionadas às atividades econômicas que se de-senvolveram na cidade ao longo do tempo e objetos ligados à vida profissional, cultural e religiosa dos habitantes de Formiga. O Museu Muni-cipal é hoje referên-cia regional para os

municípios vizinhos que, preocupados em preservar a cultura lo-cal, estão criando seus Museus. Orientados pela Superintendên-cia Estadual, buscam com a coordenação do Museu formiguense, informações para que seus espaços estejam

dentro das normas téc-nicas. O Museu está lo-cado na rua Governa-dor Benedito Valadares, s/nº e está aberto para visitação de terça-feira à sexta-feira, de 08h00 às 17h00 e, aos sábados, domingos e feriados, de 9h00 às 13h00.

Em maio de 2010 foi inaugurado o Mu-seu Ferroviário, em um antigo vagão que foi completamente res-taurado. Nele estão expostas peças ligadas à ferrovia no municí-pio. Mais de 50 objetos já estão catalogados e expostos como por exemplo: sinos, telefo-nes, ferramentas, peda-ços de trilhos, relógios, bancos,cadeiras, etc. O Museu visa resgatar e preservar a história da ferrovia, uma vez que

as estações são mui-to importantes, tendo em vista que as cida-des cresceram em vol-ta das ferrovias. Todo o material ferroviário pertence ao IPHAN. O Museu Ferro-viário tem chamado a atenção e recebido muitas visitas de pes-soas de toda a região e até de outros esta-dos. Principalmente as crianças se encantam com a magia do local e querem registrar cada espaço do vagão.

Museu Ferroviário ATiviDADes Do Museu

MusEu

29 anos preservando a história de Formiga

Atual equipe do Museu Histórico Francisco Fonseca

Jéssica Souza

exposições iTinerAnTesRealizadas em parceria com a Secretaria de Estado da Cultura e Superin-tendência de Bibliotecas Publicas e com as Bibliotecas Públicas Municipais buscam divulgar e incentivar o hábito da leitura. Em 2010 serão 12 mostras.

visiTAs GuiADAsAgendadas para as escolas, as visitas promovem uma interação entre as crianças e a história da cidade através de teatros, hora do conto e palestras de acordo com o tema solicitado por cada instituição.

inTerAçãoAbre espaço à comunidade e colabora na organização de eventos para lan-çamentos de livros e exposição para divulgar artistas locais.

oFicinAsOferece espaço e ajuda a organizar oficinas temáticas relacionadas a arte e cultura. Além de promover os artistas as oficinas dão oportunidade a novos talentos.

DoAçõesO Museu recebe doações de objetos que passam por uma análise detalha-da para ver se encaixam no objetivo do Museu que é preservar e resgatar a história local.

coMoDAToTambém é oferecida a oportunidade para pessoas que se interessarem em deixar objetos no Museu por um determinado período. As peças também passam por análise.

Ações FuTurAsA expectativa é que até no final de 2011 seja concluído o projeto de moder-nização do Museu. O estabelecimento receberá mobília nova e será auto-matizado para poder oferecer pesquisas detalhadas sobre os objetos locais.

Foto: Arquivo

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www.formiga.mg.gov.brEdição 603 - Formiga - 17 de Maio de 2011 | 3

JAC - Como a memó-ria está relacionada a Museu?LCM - No museu, estabelece-se a rela-ção passado/presente, de forma organizada, apresentando as mais diferentes peças de um quebra-cabeça, que ao final remontarão cultu-ra e história, levando ao conhecimento e ao re-conhecimento daqueles que o visitam. Este es-paço físico retém a me-mória em fatos, fotos e artefatos.

JAC - Na sua opinião, como o cidadão formi-guense vê a questão da memória?LCM - O formiguen-se tem orgulho de suas memórias, de sua his-tória. Vemos constan-temente nos meios de comunicação os relatos daqueles que fizeram e ainda fazem história. É claro que temos discus-são entre preservação e desenvolvimento que permeiam discursos, porém, em geral, acre-dito e constato que o Formiguense preser-va sua identidade com muito carinho e com a importância que mere-ce.

JAC - Será que em Formiga as pessoas sa-bem relacionar a me-mória com o museu?LCM - Vejo o trabalho da Secretaria de Cul-tura e da gestora direta do Museu, Lúcia e sua equipe, que são incansá-veis em levar ao público o que de melhor temos em termos de preserva-ção de memória. Este trabalho tende a levar às pessoas o estabele-cimento desta relação. Vejo muito trabalho

com os escolares, tan-to particulares quanto governamentais, em visitas orientadas, que aceleram este relacio-namento, e como não poderiam deixar de serem, elementos mul-tiplicadores, levando para casa, no mínimo o entusiasmo dessa via-gem ao passado. Acre-dito que sim, o povo Formiguense sabe que tem um museu e que nele está preservada a memória viva de seus antepassados.

JAC - O que precisa ser feito, em Formiga, com relação a memó-ria?LCM - Pergunta um tanto ampla. Muito se tem a fazer e muito se fez e vem fazendo. Vejo o gestor muni-cipal muito sensível à questão. Poderia dizer: equipar melhor os cen-tros de divulgação de memória; melhoria na legislação, pois atual-mente temos uma lei municipal em discus-são quanto sua incons-titucionalidade, que estabelece limitação objetiva na ingerência do órgão de fiscaliza-ção e estudo de impac-tos em bens tombados, a uma metragem es-pecífica, o que, a meu ver, não favorece a pre-servação; maior divul-gação desses centros de memória, como mu-seus, bens tombados, fazeres (memória ima-terial). Dentre outras, estas me parecem mais relevantes, porém esta-mos caminhando, com discussões, polêmicas, mas sempre num de-bate aberto e franco, em verdadeiro conluio democrático.

JAC - Como Formiga ainda tem muito patri-mônio não tombado, o que é preciso fazer para que eles se tornem patrimônio?LCM - A legislação do Município prevê que o tombamento de bens particulares so-mente ocorra a pedido do interessado. Assim, é de se ver que a so-ciedade Formiguense se mantém reticente ao alcance do que seja tornar o seu bem um patrimônio. Apesar disso, os instrumentos de preservação e defe-sa ao patrimônio são vários, assim, mesmo um bem não tombado pode ser considerado patrimônio de interes-se histórico e cultural. Um destes instrumen-tos é o inventário, que é uma pesquisa minu-ciosa feita acerca de um bem, relacionando-o aos bens passíveis de restrições quanto à sua modificação na face do interesse a preservar. Acredito que os bens de interesse, sejam eles municipais ou estadu-ais, já foram tombados ou registrados. Como pode ver, o tomba-mento é apenas um dos instrumentos de salva-guarda do patrimônio de interesse cultural e histórico.

JAC - O que as pesso-as ganham por tombar seus patrimônios e o que a cidade ganha tendo patrimônios his-tóricos tombados?LCM - Veja, o termo patrimônio toma uma dimensão extra parti-cular, meta individual. Quando se elenca um bem em lista de patri-mônio de valor cultural

EntrEvista

"Tombamento é um instrumento de salvaguarda do patrimônio de um povo"

ou histórico, há muito deixou de ser da esfe-ra privada, apesar de manter a propriedade particular, passa a ser de toda a humanidade. O alcance do tomba-mento supera a esfera particular, ter um bem tombado é um prêmio pela participação na cultura e história que influencia a vida de toda uma coletividade. Este atributo em mui-to extrapola qualquer parâmetro econômico. Além disso, podem vir benefícios fiscais, ajuda em custo de manuten-

sAiBA MAis...O que é memória? Memória é a aptidão que todo homem tem de reter fatos e experiências passadas e retransmiti-las às novas gerações. Temos a memória individual e a coletiva, esta última preservada pelos monumentos, arquitetura, museus, manifestações coletivas, através de instrumental legislativo.

O que é patrimôniO? Patrimônio é o conjunto de bens, direitos e obrigações que uma pessoa física ou moral possui, e que possam ser avaliadas em moeda, em pecúnia. Patrimônio histórico e cultural é o conjunto de bens, materiais ou imateriais, de importância cultural e histórica, relativas a uma determinada comuni-dade, sociedade ou a toda humanidade, passível de proteção nos termos de ordenamento jurídico.

O que é tOmbamentO? Tombamento é um dos instrumentos de preservação do patrimônio de interesse cultural e histórico, relevante a uma determinada coletividade. È a inscrição do bem móvel ou imóvel, material, no livro do tombo. Se efetiva mediante ato administrativo, por intermédio de legislação específica. Gera restrições ao direito de propriedade, como também pode gerar benesses fiscais e em relação à conservação e manutenção do bem tombado.

Nascido em Belo Horizonte. Reside em Formiga desde 1995. Casado, pai de três filhos. Bacharel em Direito pela PUC/MG. Advogado. Especialista em Direito Público pela UCAM/RJ. Membro do Conselho Municipal do Patrimônio Cultural de Formiga/MG (2008 - Presidente desde 18/06/2009). Membro do Conselho Municipal de Assistência Social de Formiga/MG (2008 - Vice-Presidente desde 2009). Professor no UNIFOR/MG - curso de Direito. Diretor da Unidade LFG Cursos Formiga. Especializando em Direito Tributário e em Direito Constitucional. Coordenador da Comissão de Cidadania da OAB Subseção Formiga.

LuCAS ChAveS MASCAreNhAS

Mnemosine, Deusa Grega da preservação da memória. Protege os homens do letal esquecimento. Aqui devemos realmente tratar de “letal esquecimento”, que tal qual um dia escrevi, “povo sem história, povo sem memória, povo vazio”. O vazio representa a morte. O ser vazio de memória não tem o que contar. Bastam, para ilustrar, as situações nas quais vemos pessoas queridas padecendo de falhas de memória, o quão doloroso é para quem convive. Toda uma História perdida, escondida, sem acesso. Elevando tal raciocínio, preservar a memória de uma cidade é, antes de tudo, preservar o ser humano do esquecimento. É preservar a memória coletiva. É preservar as formas de conhecimento, as formas arquitetônicas; é preservar os costumes, as relações, enfim, a vida. É preservar a identidade da coletividade. Um ser humano só se identifica quando se lastreia a fatos alheios a si próprio. Eu somente me reconheço no outro, e assim o é no contexto no qual vivo. O Formiguense, orgulhoso de sê-lo, como diz seu Hino, é aquele que guarda um conjunto de saberes e viveres próprios, que o individualizam dos demais. A perda da memória relativa a seus atributos diferenciadores, o leva à mesmice, à repetição de um algo que não lhe é próprio. COULANGES, há muito já dizia, que o passado nunca morre totalmen-te para o homem, pois se mesmo distante dele, ao buscar em sua alma, encontrará e poderá identificar o que cada época lhe influenciou. (COU-LANGES, Fustel de. A cidade antiga. Edameris: São Paulo, 1961). Preservar a memória é crucial para qualquer povo que tem orgulho de seu lugar, de seu canto, e não menos importante é divulgar esta História aos “outros” e às gerações futuras, até porque é de direito (arts. 215/216 da Constituição da República Federativa do Brasil/1988). Através do museu, este importante contato se estabelece, de forma organizada, a contar a história e a preservar a cultura e a memória, a quem dela quer conhecer e, sem dúvida, adquirir saber.

soBre A MeMÓriA

Lucas Chaves Mascarenhas

ção do bem, créditos de construção, dentre outros que a munici-palidade, por lei, esta-belecer. A cidade ganha em ter uma história preservada, ganha em orçamento, e na qua-lidade de vida de seus habitantes.

JAC - Qual a função do Conselho Munici-pal de Cultura e qual sua importância?LCM - O Conselho é um órgão colegiado, formado por integrantes da sociedade civil e do governo de forma pari-

tária, com a função pre-cípua de garantir a pre-servação do patrimônio histórico e cultural do município, deliberando sobre tudo que afete a sua integridade. Somen-te em governos demo-cráticos é que temos tal ingerência da sociedade. A atuação do conselho garante à população que o patrimônio de inte-resse estará sempre em discussão, avaliando sua importância e adequan-do o desenvolvimento à sua observância e res-peito. Tudo isso atribu-ído por lei.

Arq

uivo

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Conheça os bens tombados do município de FormigapatriMônio

Prédio Tombado em março de 2008 Inaugurado no dia 24 de julho de 1918. Seu primeiro diretor o prof. Julio de Oliveira. Foi a primeira escola pública de Formiga. O Grupo mantinha ane-xos gabinetes médico e dentário. Possuía todas as associações regu-lamentares: Clube de Leitura, Ligas da Bon-dade; Associação das Mães de Família.

ESColA ESTAduAl RodolFo AlMEidA

Prédio Tombado em 2004 Fundada em 1924 e em 1928 formou a primeira turma de nor-malistas. Em maio de 1933 fez-se o assenta-mento da pedra funda-mental do prédio esco-lar. Sua construção, em 1935, foi autorizada pelo então presidente Olegário Maciel, a pe-dido do ilustre formi-guense Dr. Washing-ton Ferreira Pires.

ESColA ESTAduAl JAlCiRA SANToS VAlAdão

Construído na década de 1920 pela administração muni-cipal de Formiga para abrigar a companhia de Força e Luz, e também utilizado e apropriado ao longo do tempo de diversas formas. Funciona atual-mente como a sede da Escola Municipal de Música Eunézimo Lima. Em 2011, foi restaurado resgatando suas caracteristicas ori-ginais.

SEdE dA EMMEl

Construída na dé-cada de 1920 para ser a residência dos enge-nheiros responsáveis pela manutenção do ramal ferroviário. Está inserida nu-ma área que compre-ende o complexo fer-roviário: pátio de ma-nobras, linhas férreas, vagão de passageiros, estação rádio telegráfi-ca e a estação ferroviá-ria. Prédio tombado em 2004.

CASA do ENgENHEiRo Localizado na Avenida 1º de Maio. Construído na década de 1910 para o abati-mento de animais. A municipalidade bus-cava dificultar a cir-culação de animais pelo espaço urbano, a profusão de doenças e facilitar o controle dos animais abatidos. As novas instalações eram modernas. Atualmente fun-ciona o Centro de Convivência do Idoso.

ANTigo MATAdouRo MuNiCipAl

Em 1923 funcio-nava o internato do Colégio São José. pos-suía modernos labora-tórios de ciências na-turais e demais uten-sílios e ótimos campos esportivos. O Ginásio “Antônio Vieira”, man-tinha vários cursos e a tradicional escola en-cerrou as suas ativida-des em 1983. Em 1985 foi adquirido pela Pre-feitura. Hoje, abriga a secretaria municipal de Saúde.

EdiFíCio ANTôNio ViEiRA

Erguida por volta de 1765 e reconhecida em 1873, foi remode-lada entre 1919/1920. As decorações de seus altares é trabalho do artista veneziano, Ân-gelo Pagnaco. Durante sua história a Matriz passou por várias re-formas, sendo a maior iniciada em julho de 1988. Após quatro anos foi reinaugurada em missa solene no dia 26 de abril de 1992.

igREJA MATRiz São ViCENTE FéRRER

A Estação Ferro-viária, assim como o trecho ferroviário com uma extensão de 31,6 km, que liga Formiga a Arcos, foram inaugu-rados em 1908. Durante um perí-odo, passaram por ele viajantes e mercadorias que contribuíram para o crescimento econô-mico local e regional. O prédio foi a princi-pal porta de entrada e saída da cidade.

pRédio dA ESTAção FERRoViáRiA

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www.formiga.mg.gov.brEdição 603 - Formiga - 17 de Maio de 2011 | 5

Conheça os bens tombados do município de Formiga

Em 1945, o prédio foi doado à Corporação Musical “São Vicente Férrer”, formada por moradores lo-cais. Esse prédio já surgia, assim, vin-culado à história de uma agremiação

que a cerca de quase quatro décadas desempenhava um importante papel na vida social e cultural de Formiga. Atualmente funciona como sede do Núcleo Artístico Maestro Zezinho.

ANTigA SEdE dA BANdA

Projetado pelo engenheiro Os-car Niemeyer e inaugurado em 06 de junho de 1952. Fica situado na praça Ferreira Pires e marca uma época em que despontavam novos

padrões arquitetônicos em casas, estabelecimentos comerciais e pré-dios públicos. Seu prédio foi tombado no ano de 2004.

pRédio doS CoRREioS

Prédio tombado em 2008. Lo-calizado na praça São Vicente Fér-rer é uma das principais referências urbanas. Acredita-se que sua cons-trução date das primeiras décadas

do século XIX. A casa teria sido construída para ser a residência de João Caetano de Souza, o primei-ro presidente da Câmara Municipal em 1839.

CASARão doS ViCENTiNoS

Quando a Rede Ferroviária Fe-deral faliu, parte dos seus bens foi doado ou cedido em comodato para diversas cidades, dentre eles o Va-gão. Para resgatar parte da história

ele foi reformado e em 2002 passou a ser utilizado como Biblioteca. Em 2010, foi restaurado conforme o original e hoje abriga o Museu Fer-roviário. Tombado em 2004.

VAgão dE pASSAgEiRoS

Montado pelos alemães Carlos Moerlhes e Gustavo Walssenriedes em 1937, por intermédio do Pe. Remaclo Fóxius. Possui 952 flautas sonoras e 40 de fachada. É conside-

rado o 2º órgão do Brasil em potên-cia. Em uma de suas reformas per-deu um pouco de sua potência. Ele pode ser ouvido no 1º Domingo de cada mês, na missa das 7h00.

ÓRgão dE TuBoS

Localizada no bairro Sagrado Coração de Jesus foi fonte de sus-tento para muitas famílias através da lavação de roupa no local. Mas, sen-do ela salobra, sua utilização para

consumo era imprópria. Há aproxi-madamente quarenta anos (década de 1960), uma seca teria quase es-gotado a fonte, que foi completa-mente revitalizada em 2006.

MiNA do SApé

invenTário culTurAl A empresa “Memória Arquite-tura” fez o inventário sobre o acervo cultural do município de Formiga. O inventário serve de base para pon-tuação nos repasse de recursos do ICMS. Em 2010, Formiga alcançou 16,45 pontos no ICMS Patrimônio Cultural – Exercício 2011. Criada pelo Governo de Minas em 1996, a lei do ICMS Cultural é uma ação pioneira em todo o país e serve co-mo incentivo para que os municí-pios adotem ações para proteção e preservação do patrimônio cultural.

Estruturas Arquitetônicas - 58Bens Móveis Integrados - 25Patrimônio Natural - 03Fontes Arquivísticas - 02Patrimônio Imaterial - 05Acervo Eclesiástico - 01

Zona urbana

Estruturas Arquitetônicas - 19Bens Móveis Integrados - 11Patrimônio Imaterial - 01Sítios Naturais - 01

Zona rural

Fotos: Arquivo

Page 6: Formiga participa da Semana Nacional de Museus

www.formiga.mg.gov.br Edição 603 - Formiga - 17 de Maio de 20116 |

pela 3ª vez Formiga participa da programação nacional

sEMana dE MusEus

Começou na se-gunda-feira, 16, a 9ª Semana Nacional de Museus. Até dia 22 de maio, quase mil mu-seus e instituições cul-turais de 502 cidades de todos os estados do Brasil oferecerão pro-gramação especial ao público. Veja progra-mação de Formiga na página 8. O evento é pro-movido pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram/Ministério da Cultura) em parceria com os museus brasi-leiros para comemorar

Neste ano o tema é Museu e Memória, assunto que será tratado de diversas maneiras pelas instituições

o Dia Internacional de Museus (18 de maio). Em todo o país, 994 museus e instituições culturais integram a programação e fazem parte de um catálogo que projetam o nome da cidade nacional e internacionalmente. Museus de pequenas comunidades ou de grandes metrópoles, de porte e acervos diversi-ficados, fazem parte da Semana, traduzindo a pluralidade de culturas, histórias e povos que habitaram e habitam o Brasil.

De acordo com a coordenadora do Mu-seu Municipal de For-miga, é a 3ª vez que o município participa das comemorações. “Des-de que assumimos o Museu temos empe-nhado em colocá-lo na programação nacional. Isso nos dá visibilida-de. Através desta divul-gação já conseguimos aprovar o projeto de modernização e agora vamos tentar a parte fí-sica. As pessoas procu-ram muito. Já recebe-mos visitas nacionais e internacionais”, disse.

CEO oferece atendimento odontológico especializado gratuitamente

Escritora de 82 anos lançará livro durante a Semana de Museus

balhar e ajudar no orça-mento de casa. Mas isto não tirou seu gosto pelo aprendizado e nas horas de folgas, lia avidamen-te livros emprestados pela saudosa advogada Laura Guedes. Dona de um rico vocabulário, conta que uma de suas melhores aquisições foi um dicionário, o qual sempre consultava. Começou a escre-ver aos 28 anos de idade quando se casou e foi morar em uma fazen-da próxima a Formiga. “Nos momentos em

que me sentia só e an-gustiada, naquele lugar silencioso, pegava qual-quer pedaço de papel e escrevi a tudo que aden-trava em meu pensa-mento”, disse. Algumas de suas crônicas e poesias já fo-ram publicadas nos an-tigos jornais Agora, de Divinópolis e Gazeta e Correio Centro-Oeste, de Formiga.

A Fera daMata Bendita É um romance que trata a história de uma

personagem na época dos carros de bois, coro-néis, jagunços donzelas recatadas. A fera, não é um animal. É uma fera humana, que naquele tempo em que tudo era proibido às mulheres, fazia questão de escan-dalizar a todos, com uma sucessão de crimes, orgias, traições e misté-rios. O livro já foi lido por várias pessoas com experiência literária ou não e todos foram unâ-nimes em aprová-lo e elogiá-lo como uma óti-ma obra literária.

Na sexta-feira, 20, será lançado o Livro “A Fera da Mata Bendita”, da escritora Antônia Pe-reira da Luz, de 82 anos. O evento será no Mu-seu Municipal, a partir de 19h00. Pela primeira vez, D. Antônia irá publicar um de seus livros. Se-gundo ela, este foi escri-to há mais de 20 anos. Outros quatro ainda aguardam para ser pu-blicados. D. Antonia parou os estudos aos 10 anos de idade e não con-cluiu o 3º ano para tra-

litEratura

O Dia Internacional dos Museus foi criado em 1977, pelo Conselho Internacio-nal de Museus (ou Icom, na sigla em inglês) com o objetivo de divulgar a importância dos museus para a sociedade. Em 2010, o Dia Internacional de Museus foi comemorado por 95 países, que realizaram quase 30 mil eventos alusivos à data. O Brasil é o país que mais se mobiliza para comemorar a ocasião. Desde 2003, já foram realizados mais de 9 mil eventos durante as Semanas de Museus no país, e a 9ª edição, que bateu todos os recordes de participação, oferece mais 3.080 eventos. A Semana Nacional de Museus acontece desde 2003. Em maio de 2004, foi instituída por decreto do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

MoBiliZAção

Fac-simile da capa do livro e sua autora

Fotos: Arquivo

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www.formiga.mg.gov.brEdição 603 - Formiga - 17 de Maio de 2011 | 7

Clarisse e seu pai, em um domingo enso-larado, visitam o Mu-seu Histórico Francisco Fonseca. Menina es-perta de apenas 8 anos, cumprimentou a recep-cionista, o guia do mu-seu e a atendente da área de exposição itinerante. Depois, puxou a calça do pai e disse:

- Papai, é por aqui. Já estive aqui com a es-cola, mas não deu para ver tudo. Sabia que vovô fez uma doação para cá?

- Não, filha- Doou essa beleza

de travessa de louça.- Foi tão engraçado

quando seu avô levou essa travessa de presente para sua avó. Ela nunca tinha visto um objeto desta forma. Quando olhava para a travessa ria e dizia: eu estou fri-ta. Tenho de fazer muita macarronada para meu marido. Ele trouxe dessa grossura para não que-brar. Só ele mesmo!

- Papai, muitas pes-soas, não conhecem muitos objetos, por is-so vêm ao museu para conhecê-los e a sua his-tória.

- São histórias mui-to ricas, Clarisse.

- Põe riqueza nisto! Veja pai, esta travessa da vovó. Seu pai, meu avô, grande artesão, e tam-bém grande ferreiro da cidade, pegava aço e bi-tola de aço, colocava na forja com fogo, pegava o aço quente com a tor-quês, colocava em cima

da bigorna, batia com o martelo e produ-zia ferramentas como: faca ci-pó, foice, facão e até colheres de ferro! Olha a bigorna aqui! Es-te instrumento foi de grande valia. Daqui vovô tirava o sustento da família fabricando várias ferramentas.

Clarisse aponta pa-ra o pai as ferramentas penduradas no painel do museu.

- A única que não está aqui é a faca cipó, que era a mais vendida pela beleza da ferra-menta.

- Como assim?- Papai, vai dizer

que nunca viu uma faca cipó?

- Papai não deixava chegar perto quando ele produzia. Era muito perigoso.

- Sabia que o cabo era feito de chifre de gado? Ele pegava o cifre e colocava na forja para endireitar, colocava-o em uma tábua e cortava em rodelas para colo-car no cabo e endireitar redondamente, lixava, polia e ela ficava uma beleza. Quem tem es-ta faca possui uma re-líquia que vale muito. Ninguém faz mais este tipo de material.

- Clarisse, tem em-presa que faz?

- Não como o meu avô. Era manual e bem feito.

- Filha, estou im-

pressionado com seu conhecimento.

- Papai, depois que comecei a frequentar o museu, sempre estou aprendendo. Se eu não tivesse vindo com a es-cola eu não saberia a his-tória do meu avô.

- Como?- Na primeira vez,

olhei esta travessa e os nomes dos meus avós me chamaram a aten-ção. Além do nome, ela é grossa e hoje as traves-sas são finas. Então, che-guei em casa e perguntei à vovó, ela me contou a história que coincidiu com o que o guia do museu falou para toda a classe. Só que o guia não disse que o meu avô co-mia muito. Lógico! Só vovó podia saber. Agora, você entende a impor-tância de estarmos aqui. Você parece que não sa-be muita coisa?

- Não sou chega-do a museu. E o meu pai era muito ocupado trabalhando em suas ferramentas para nos sustentar. A riqueza dos detalhes que você fala é surpreendente.

- Então, olha es-te boneco de papelão.

Aposto que se perguntássemos ao guia do museu, nós saberíamos muita his-tória dele. Papai, tem muitas pessoas que não conhecem o museu e outras que nunca vie-ram até aqui.

- Eu sou um de-les. Agora que estou vindo com você. Se você não insistisse, eu não estaria aqui. Estou gostando, pois estou voltando à minha infância com estas recordações, além de lembrar das viagens de misto nesta estação.

- Que bom, Papai! Também estou gostan-do.

- Por que será que as outras pessoas não vêm até aqui Clarisse?

- Podemos ter base pelo senhor, que não tem interesse. A maio-ria das pessoas não vem ao museu por não sa-berem que na cidade tem, ou por pensarem que o museu é depó-sito de coisas velhas. Eles estão muito enga-nados. Aqui os objetos têm vida e nos levam a uma reflexão sobre as gerações através de sua

história . Eu por exemplo, fiquei sa-bendo que o meu avô, seu pai, era

pioneiro na cidade co-mo ferreiro, na arte de fabricar ferramentas agrícolas para trabalha-dores rurais. Hoje, além da modernidade facili-tar nossa vida, faz com que esqueçamos nossa sua origem. Agora você volta na história e pode ver que a modernidade tem tudo, um pouco do seu pai e do meu avô. Aqui, existem muitos objetos de cunho histó-rico, além da arquitetu-ra desde a fundação da nossa cidade.

- Clarisse! Estou impressionado com seu conhecimento.

- Papai, o museu é uma fonte de pesquisa. Aqui você se surpre-ende, é só perguntar para o guia João, ele dá toda a informação que precisamos. Assim vou construindo o meu co-nhecimento, além de ler muito. Em alguns casos eu busco na internet al-gumas informações e às vezes chego à conclusão de que tudo está no ob-jeto. É só você pensar e verá que é isso.

- Minha filha, para-béns por gostar de estu-dar e ter curiosidade. Só assim podemos cons-truir um país melhor. Obrigado pelo belo passeio de domingo no museu.

Instrumento usado como urna mortuária, de formato arredondado, em argila amarela e deta-lhes feitos a mão. O objeto era utilizado para rituais fúnebres, em tribos indígenas existentes em Formiga.

AlGuMAs peçAs Do Acervo Do Museu MunicipAl

Oi turminha!Visitar o museu é viajar no tempo e conhecer a história

e a cultura de um povo

Clarisse no MuseuUm passeio mostra a importância de preservar a história da nossa gente

trocando em miúdos Este texto, escrito por Gilberto Basílio, mostra de uma forma lúdica, a importância do museu para resgatar, preservar e disseminar a história, a memória e a cultura de um povo.

GILbERTO DE SOuSA bASíLIODramaturgo,

Funcionário do Museu,Presidente da Academia

Formiguense de Letras

Urna Indígena

Máquina de escrever, na cor preta, marca Remington Portable, Model 5T, teclas pretas com círculo prata e a letra branca, com suporte de madeira, fabricada nos USA. Doada pelo formiguense Marcos Fernandes.

Aparelho de comunicação utiliza-da entre as estações transmitindo men-sagens para outras estações anunciando a chegada e saída dos trens de ferro com passageiro e de car-ga. A linguagem é o código Morse.

Redondo com moldura de madeira, ponteiros de metal e números romanos. O relógio ficava na entrada da plata-forma de embarque da Estação Ferroviária de Formiga para avi-sar a hora do embar-que dos passageiros.

De madeira no formato de banco com 4 pés e uma ro-da do lado esquerdo. Era usada para fazer fio de linha. Objeto do sécu-lo XIX utilizado para fiar algodão proce-dente da Fazenda Ponte Alta.

Aparelho para projeção de filmes, model 20 Projector Serial nº 20577, gran-de, na cor bronze, de origem inglesa. Este objeto foi utilizado no Cine Tea-tro Glória de Formiga inaugurado na déca-da de 40.

MáqUIna de escrever roca de fIar relógIo grande Telégrafo ProjeTor

Fotos: Arquivo

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