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1 FÓSSEIS COMO EVIDÊNCIA DE EVOLUÇÃO Autoras: Junia Freguglia Marina Fonseca Tópico n.º 13 do CBC de Ciências Habilidade Básica recomendadas no CBC: Relacionar informações obtidas através do estudo dos fósseis a características da Terra no passado, seus habitantes e ambientes. Organização do texto: Informação História Atividades Projetos Menino examina fóssil de Arthopleura pustulatus, em comparação com uma barata atual. Imagem retirada da reportagem “Descoberto maior fóssil de barata conhecido Inseto de 9 centímetros viveu há 300 milhões de anos, muito antes dos dinossauros” de autoria de Caroline Vilas Bôas, publicada na revista Ciência Hoje On-line. http://cienciahoje.uol.com.br/controlPanel/materia/view/2610

Fosseis Como Evidencia Na Evolucao Final

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FÓSSEIS COMO EVIDÊNCIA DE

EVOLUÇÃO Autoras: Junia Freguglia

Marina Fonseca

Tópico n.º 13 do CBC de Ciências Habilidade Básica recomendadas no CBC:

• Relacionar informações obtidas através do estudo dos fósseis a características da

Terra no passado, seus habitantes e ambientes.

Organização do texto:

• Informação

• História

• Atividades

• Projetos

Menino examina fóssil de Arthopleura pustulatus, em comparação com uma barata atual. Imagem retirada da reportagem “Descoberto maior fóssil de barata conhecido

Inseto de 9 centímetros viveu há 300 milhões de anos, muito antes dos dinossauros” de autoria de Caroline Vilas Bôas, publicada na revista Ciência Hoje On-line.

http://cienciahoje.uol.com.br/controlPanel/materia/view/2610

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Trechos e imagens da reportagem de Caroline Vilas Bôas, publicada na Revista Ciência Hoje On-line

http://cienciahoje.uol.com.br/controlPanel/materia/view/2610

Introdução

Quando falamos em fósseis,

as imagens que normalmente

nos vem à cabeça são de

ossos gigantes, especialmente

dos dinossauros. De fato este

é um assunto que pode "dar

asas" à imaginação das

pessoas: pensar que já

existiram seres no planeta

muito diferentes dos que

existem hoje.

Mas não se tratam apenas de dinossauros, de preguiças gigantes e outros seres

que nos parecem exóticos e até mesmo "bizarros". Uma simples barata também tem

sua história evolutiva. Isso significa que já existiram outros seres com características

similares e que deram origem a barata, tal como a conhecemos hoje. No caso da

barata o similar também era uma barata “gigante” (nem tão gigante assim, mas com

o dobro do tamanho das baratas mais comuns dos dias de hoje).

Descoberto maior fóssil de barata conhecido

Inseto de 9 centímetros viveu há 300 milhões de anos, muito antes dos dinossauros

“O fóssil impressionou os

cientistas pela quantidade de

detalhes preservados. É possível

identificar, por exemplo, partes

da boca, patas e antenas,

nervuras e finas saliências que

cobriam a superfície das asas da

barata, que media 9 centímetros.

A semelhança do fóssil com

insetos que vivem atualmente

nos trópicos é grande. Apesar de

Barata atual de quase 4 cm, comparada com fóssil duas vezes maior encontrado nos EUA.

Jornalistas observam ossos de dinossauro gigante encontrado na China. http://oglobo.globo.com/ciencia/mat/2007/06/13/296152929.asp

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ele ser duas vezes maior que a maioria das baratas norte-americanas, algumas espécies modernas

dos trópicos são conhecidas por medir 10 centímetros ou mais”.

A barata foi encontrada junto com diversos outros fósseis de plantas e animais. Os

paleontólogos normalmente encontram fósseis de animais com ossos ou conchas,

porque a constituição mineral destes favorece sua preservação. Mas, no caso do

sítio arqueológico no qual a barata foi encontrada, algo incomum ocorreu, permitido

preservar também outros animais. Os fósseis encontrados em sítios arqueológicos

como este podem ajudar os paleontólogos a conhecer e a compreender a

diversidade da vida no planeta ao longo da sua história evolutiva.

O fato de que muitos seres encontrados no passado tinham dimensões maiores do

que eu seres encontrados hoje tem uma explicação. E esta explicação passa pelas

características encontradas por tais seres na Terra.

Houve um período em que as características da atmosfera do planeta favoreceram a

vida em abundância, seres vivos de dimensões maiores do que as que conhecemos

hoje. E houve também períodos em que a vida era apenas microscópica.

Os registros fósseis e o trabalho de paleontólogos

e outros cientistas ajudam a construir uma história

para o Planeta. Estes profissionais se empenham

para contar a história natural de um passado muito

longínquo, do qual apenas podem acessar algumas

pistas, para tentar compreendê-lo.

Fósseis são marcas deixadas por seres vivos que

já existiram no passado. Estas marcas podem ser

restos de seus corpos ou vestígios, tais como

pegadas ou seus excrementos, que ficaram

preservados. Esta preservação pode ser em gelo, em resinas, em sedimentos ou em

rochas. Os paleontólogos são os profissionais que se especializam em encontrar

estes registros e em interpretá-los. Assim, tentam compreender quais eram as

conformações anteriores da terra, que seres existiam e em que condições. A partir

http://cienciahoje.uol.com.br/60705

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Atividade adaptada e imagens da reportagem de Nelio Bizzo, publicada na Revista Ciência Hoje On-line http://cienciahoje.uol.com.br/128008

do conjunto destes trabalhos, baseados no estudo dos fósseis encontrados, os

pesquisadores vão tentando contar a história natural do planeta Terra.

Neste módulo vamos conhecer mais sobre os fósseis, sobre o que eles indicam a

respeito das espécies que já existiram, suas características e as relações destas

com as condições ambientais do planeta nas suas diferentes eras geológicas.

Atividade 1: Fóssil de mentira, descoberta de verdade

Não é possível ver as grandes mudanças da evolução acontecendo, porque elas

ocorrem muito lentamente. Entretanto, os fósseis nos fornecem pistas de como se

dá a evolução dos seres vivos. Isso porque os fósseis permitem que seres vivos do

passado sejam comparados com os seres vivos atuais. Os fósseis são vestígios

seres que já viveram na Terra. Podem ser dentes, ossos, pegadas e muitos outros

tipos de vestígios. Nesta prática você vai aprender a fazer um vestígio deste tipo, só

que de brincadeira.

Você vai precisar de:

- jornal;

- um pouco de cimento (para

fazer dois fósseis, meio quilo é

suficiente);

- água;

- luvas descartáveis;

- copos descartáveis (200

mililitros);

- um jardim;

- uma fonte confiável para identificação de plantas (pode ser um livro ou mesmo um

dos seus professores).

- uma tesoura ou uma faca (sem ponta!).

Cada grupo de alunos vai para um jardim escolher uma folha de planta que caiba

dentro de um copo descartável (sem que seja rasgada, dobrada ou amassada).

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Identifique a espécie de árvore à qual folha pertence. Mas não mostre a ninguém

nem conte de onde a folha foi recolhida.

Forre o chão ou uma mesa com

o jornal para evitar sujeira.

Coloque as luvas para proteger

as mãos. Coloque cimento em

um copo descartável até a

metade do copo. Acrescente

água até virar uma massa

molhada. Depois que tiver uma

massa homogênea preenchendo todo o copo, coloque a folha escolhida sobre a

massa. Depois coloque só um pouquinho de cimento misturado com água, apenas o

suficiente para cobrir levemente a folha. Use bem pouco cimento e cubra somente a

folha. Deixe secar por uma semana.

Após uma semana...

Retire o seu fóssil de mentira de dentro do copo de plástico. Quebre levemente a

camada de cimento que recobre a folha, usando uma tesoura ou faca sem ponta.

Tendo seu fóssil de mentira em mãos troque de fóssil com outro grupo.

Primeiro imaginem como deve ser a planta olhando apenas para o fóssil. Busquem

no fóssil, pistas sobre a disposição da folha no galho, sobre o tamanho da planta.

Façam um desenho de como vocês imaginam que seja a planta, a partir do fóssil

que tem em mãos.

Depois de feito o desenho, todos devem seguir para o local onde foram recolhidas

as folhas para identificar qual planta deu origem ao fóssil que receberam.

Depois de identificada a espécie de árvore à qual pertence o fóssil que você

recebeu, confirme com um grupo que fez aquele fóssil de mentira, para saber se

você acertou. Compare e discuta com

os colegas as suas previsões (feitas

apenas a partir do fóssil) e a planta

identificada.

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Existem muitos tipos de

fósseis e este dessa

prática os paleontólogos

chamariam de

preservação por

moldagem, se fosse de

verdade, é claro.

Fósseis deste tipo, de

verdade, se formam

através de vegetais e

animais que foram

soterrados por

sedimentos.

Tais sedimentos, tais como areias e lamas, endurecem e se transformam em rochas.

Desta forma os vestígios destes seres ficam preservados por milhões de anos. Mas

este é um processo raro de acontecer naturalmente. Isto porque a preservação por

moldagem exige que plantas e animais sejam soterrados rapidamente, de uma

forma que não ocorra a sua decomposição, processo que acontece normalmente

com os seres mortos, sob a ação dos decompositores.

Discuta com seu grupo as seguintes questões:

- Como foi possível identificar a planta que deu origem ao fóssil “de mentira”?

- Quais dificuldades foram encontradas pelo grupo para identificar a planta que deu

origem ao fóssil?

- Se fosse um pedaço de galho e não uma folha que tivesse sido preservado seria

possível identificar a planta de origem? Como?

- A partir das percepções sobre esta atividade, discutam sobre que dificuldades que

os paleontólogos devem encontrar em seu trabalho e como eles podem conseguir

superar tais dificuldades.

Fóssil por moldagem de vegetal, comparado ao similar atual. http://dias-com-arvores.blogspot.com/2005/07/um-murmrio-do-passado.html

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Tipos de Fósseis: Restos ou Vestígios

Os fósseis podem ser partes dos animais que ficaram preservadas, que são

chamadas restos. Os restos podem ser de partes duras dos organismos, tais como

conchas, ossos ou partes rígidas de uma planta (compostas por celulose); Ou

podem ser de partes moles, que ficaram congeladas ou preservadas em resinas.

Outro tipo de fósseis são os vestígios, tecnicamente chamados de icnofósseis ou

fósseis traço. Os vestígios são marcas deixadas pelos organismos, tais como

pegadas e excrementos.

Pegadas de ornitópode - um dinossauro grande que existiu durante o final do Período Triássico até o fim do Cretáceo. http://www.achetudoeregiao.com.br/noticias/noticias.gif/pegadas_sauropodes.jpg

Coprólitos são fósseis de fezes. Coprólitos de herbívoros (esq.) são reconhecidos pelo formato oval; os de carnívoros (dir.) têm padrão mais cilíndrico (fotos: P.R. Souto) http://cienciahoje.uol.com.br/controlPanel/materia/view/1437

Fóssil de Amanonite (molusco extinto) Período: Devoniano ao Cretáceo (408 a 65 milhões de anos) Foto: Cesar Rodrigues http://www2.igc.usp.br/museu/images/fosseis.jpg

Fóssil de peixe de 380 milhões de anos, descoberto

na Austrália. Este fóssil apresenta carcaterísticas

importantes dos futuros anfíbios e pode elucidar

mais sobre a evolução dos vertebrados terrestres. http://oglobo.globo.com/ciencia/mat/2006/10/19/286156493.asp

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Trechos e imagens da reportagem de Helena Aragão, publicada na Revista Ciência Hoje On-line

http://cienciahoje.uol.com.br/controlPanel/materia/view/1546

Atividade 2 – A seguir são apresentados pequenos trechos e imagens de oito

reportagens sobre fósseis que foram publicadas nos site de Ciência Hoje On-line.

Após a leitura cuidadosa dos trechos e observação das imagens você deverá

responder às questões relacionadas aos mesmos. Escreva as respostas com suas

palavras.

1. A causa da transição do cambriano

Cientistas tentam entender surgimento da vida pluricelular há 540 milhões de anos

“Há cerca de 540 milhões de anos, a

história da vida na Terra passou por uma

revolução única: após organismos

unicelulares reinarem no planeta por 3

bilhões de anos, diversos seres

pluricelulares surgiram no período

relativamente curto de 40 milhões de anos.

O evento, ocorrido na era paleozóica, é

conhecido como transição do período

cambriano. A aparição de seres

macroscópicos - plantas, animais

herbívoros e carnívoros - afetou

radicalmente todos os ecossistemas,

modificando, por exemplo, sua dinâmica e

seus fluxos de energia”

• Qual o tempo estimado para o surgimento da vida pluricelular no Planeta?

• Qual foi a mudança que ocorreu no Planeta no período Cambriano?

• Porque os cientistas escolheram a região de Cuatro Cienegas, no México,

para estudar o período Cambriano?

O estudo do ecossistema acima pode ajudar a entender a causa da transição do cambriano (foto: W.L. Minckley/Arizona

State University) A pesquisa vai estudar uma área desértica próxima a Cuatro Cienegas, no México. A região tem várias nascentes e piscinas naturais com condições

térmicas e químicas peculiares e seres vivos que evoluíram para sobreviver nesse meio. Segundo os cientistas, essas

condições extremas podem ajudar a entender as circunstâncias em que surgiram formas complexas de vida. Estudando o ecossistema aquático de Cuatro Cienegas, os cientistas pretendem formular um modelo para a dinâmica

da evolução da biosfera no início do cambriano.

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Trechos e imagens da reportagem de Renata Moehlecke, publicada na Revista Ciência Hoje On-line http://cienciahoje.uol.com.br/3244

Trechos e imagens da reportagem deThaís Fernandes, publicada na Revista Ciência Hoje On-line http://cienciahoje.uol.com.br/135791

2. A fera terrível de Minas Gerais

Crocodilo pré-histórico reforça hipótese de união da América e África há mais de 70

milhões de anos.

“O estudo do material, publicado na revista Gondwana

Research, elucidou questões sobre a evolução e

comportamento dos crocodilomorfos – grupo de animais

contemporâneos dos dinossauros e parentes distantes

dos crocodilos e jacarés atuais. A descoberta permitiu

ainda inferências sobre a configuração das massas

terrestres que compunham o antigo supercontinente

Gondwana na época em que o animal viveu”.

• Qual a relação entre o estudo dos

crocodilomorfos e o estudo sobre

conformação dos continentes do

planeta em outros períodos?

3. As mais antigas penas já registradas

Estruturas primitivas são identificadas em fósseis de dinossauro de 125 milhões de

anos na China

Situado no topo da cadeia alimentar, U.

terrificus foi um dos maiores predadores da era Mesozóica e se alimentava de diversos animais, inclusive pequenos dinossauros. (arte: Ariel Milani

Martine)

Penas no mais primitivo estágio de desenvolvimento (indicadas pelas setas

amarelas na imagem da esquerda) foram identificadas em fóssil de dinossauro

do gênero Beipiaosaurus com 125 milhões de anos. No detalhe da direita, veem-

se as penas primitivas no pescoço do animal (fotos: PNAS).

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Trechos e imagens da reportagem de Bárbara Marcoline, publicada na Revista Ciência Hoje On-line http://cienciahoje.uol.com.br/143445

“Pesquisadores chineses acabam de identificar penas em seu estágio de desenvolvimento mais

primitivo. As estruturas, semelhantes a alfinetes, foram detectadas no crânio, pescoço e membros

dianteiros de um fóssil de dinossauro de 125 milhões de anos encontrado na formação Yixian, na

China.

A análise do fóssil dá suporte à hipótese de que as penas evoluíram e se diversificaram inicialmente

em terópodes não avianos (grupo de dinossauros bípedes do qual descende a maioria das aves)

antes da origem dos pássaros e da evolução do vôo”.

• O que é a presença de penas em estágio primitivo nos dinossauros indica

sobre o parentesco entre aves e répteis e sobre a evolução dos vertebrados?

4. Da terra para o mar

Fóssil de 24 milhões de anos preenche lacuna na evolução da família de focas e leões-

marinhos

Focas e leões-marinhos têm de fato um ancestral

terrestre, conforme sugeriu Charles Darwin há 150

anos. A confirmação veio com a descoberta no

Canadá de grande parte do esqueleto de um

animal que viveu há cerca de 24 milhões de anos.

A espécie, batizada de Puijila darwini, representa

provavelmente uma transição dos mamíferos

terrestres para o mar. Embora o Puijila tivesse o

corpo mais parecido com o de uma lontra do que

com o das focas e leõs-marinhos modernos, sua

descoberta confirma a hipótese de que a família

desses animais (denominados pinípedes) teria um

ancestral que passou a maior parte da vida em

terra. Até hoje, o fóssil mais antigo da família dos

pinípedes conhecido era o Enaliarctos, que já

apresentava boa adaptação à vida marinha. Essa espécie viveu no início do Mioceno, entre 20 e 24

milhões de anos atrás.

• O que a descoberta do fóssil de Puijila darwini indica acerca da evolução dos

mamíferos marinhos?

Reconstituição artística do Puijila darwini, que marca uma transição dos mamíferos terrestres para ambientes aquáticos. Seus membros mais curtos e achatados facilitavam a busca de alimentos em rios

e lagos (arte: Mark A. Klingler / Museu Carnegie de História Natural).

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Trechos e imagens da reportagem de Liza Albuquerque publicada na Revista Ciência Hoje On-line http://cienciahoje.uol.com.br/1414

Trechos e imagens da reportagem de Cástor Castelli publicada na Revista Ciência Hoje On-line http://cienciahoje.uol.com.br/114418

5. Encontrado mais antigo osso de 'braço'

Fóssil esclarece transição das barbatanas dos peixes para os membros dos anfíbios

Um fóssil encontrado no estado da

Pensilvânia (EUA) pode ajudar a

determinar uma incógnita na história da

vida no planeta: a época exata em que

alguns animais deixaram a água para

viver na terra. Com mais de 365 milhões

de anos, o osso pertencia ao membro

anterior de um quadrúpede parecido com uma salamandra. Trata-se da evidência mais antiga da

transição que levaria aos primeiros

passos da vida terrestre dos vertebrados.

• O que a reportagem indica

sobre a evolução dos vertebrados em relação aos ambientes ocupados por

este grupo?

• Que conclusões podemos tirar a partir da leitura das reportagens 4 e 5 para

explicar a evolução dos mamíferos aquáticos e terrestres?

6. O dente adequado para cada um

Estudo da dentição de animais extintos ajuda a entender como diferentes grupos surgiram e

evoluíram

A dentição dos animais extintos ajuda os cientistas a

desvendar como os grupos diferentes surgiram e evoluíram

ao longo da história da vida na Terra, pois o tipo e as

características dos dentes fornecem informações preciosas.

Além disso, devido à sua constituição resistente, em muitos casos só os dentes de animais extintos

foram preservados até os dias atuais. O estudo da dentição

de vários mamíferos já extintos que viveram na América do

Sul mostra como esse grupo era diversificado e revela

aspectos surpreendentes dessa fauna.

As variações e adaptações nos dentes dos mamíferos, ao

longo da evolução, são numerosas e surpreendentes. É

O fóssil e seu equivalente em peixes e humanos. Há cerca de 365 milhões de anos, ele evoluiu para sustentar um membro em vez de uma barbatana

Porção de crânio e mandíbula da preguiça gigante Eremotherium

laurillardi, extinta há 10 mil anos, mostrando, à direita, que não há dentes na região correspondente ao focinho. O desgaste em forma de zigue-zague ocorria porque há dois tipos de dentina, e a mais dura, disposta em duas cristas, desgastava a mais mole (foto: C. Cartelle).

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Trechos e imagens da reportagem de Juliana Marques publicada na Revista Ciência Hoje On-line http://cienciahoje.uol.com.br/131098

como se a natureza lançasse mão de contínuas ‘invenções’ para facilitar e ampliar o que para todo

ser vivo é essencial: sua dieta. A conformação dos dentes indica o cardápio possível das espécies:

cascas de árvores, peixes, insetos, frutos, folhas, sementes, crustáceos, néctar, carne, grama e

assim por diante. Para cada prato, mesmo os mais sofisticados ou inusitados, existe um tipo de

dente. Alguns mamíferos até os ‘dispensaram’, em função de sua dieta bem diferente”.

• Que tipo de informações podem ser obtidas sobre animais extintos, através

de sua dentição?

7. O mistério da crista do lambeossauro

Estrutura do crânio era usada para comunicação entre indivíduos, indica tomografia

computadorizada

A função da crista na cabeça dos

lambeossauros, répteis herbívoros que

viveram há cerca de 75 milhões de

anos, sempre intrigou os

paleontólogos. Para que servia ela,

afinal? Agora, com a técnica de

tomografia computadorizada, cientistas

dos Estados Unidos e do Canadá

chegaram mais perto de uma resposta:

a estrutura tinha função de

comunicação entre indivíduos, sugere

o estudo.

A conclusão foi tirada a partir da

análise de um modelo digital tridimensional do crânio do lambeossauro. O modelo revelou aos

cientistas detalhes sobre como era o cérebro desse réptil pré-histórico. “Pela primeira vez a estrutura

cerebral e a cavidade interna do ouvido de um lambeossauro puderam ser visualizadas,” disse à CH

On-line o paleontólogo Larry Witmer.

• De que forma os avanços tecnológicos contribuem para a interpretação dos

dados que podem ser obtidos por registros fósseis?

Representação artística de um lambeossauro, réptil herbívoro que viveu na América do Norte há cerca de 75 milhões de anos. Ele tinha cerca de 15 metros de comprimento e pesava cerca de 25 toneladas, e chamava a atenção pela crista em seu crânio, que tinha provavelmente função comunicativa (arte: Michael Skrepnick).

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Trechos e imagens da reportagem de Thais Fernandes publicada na Revista Ciência Hoje On-line http://cienciahoje.uol.com.br/111579

8. O mais antigo morcego conhecido

Habilidade de voar desses animais é anterior à orientação por sonar, mostra fóssil

A nova espécie, batizada de Onychonycteris finneyi, é

provavelmente uma forma intermediária entre

morcegos e seus ancestrais mamíferos que não

voavam. O animal tinha asas completamente

desenvolvidas e um vôo poderoso, mas a morfologia

da região do ouvido sugere a ausência da capacidade

de ecolocalização. A forma das suas asas indica um

estilo de voar ondulante incomum, que alternava entre

bater asas e planar, e as características de seus

membros mostram que ele pode ter sido um ágil

escalador, que empregava locomoção quadrúpede e

se pendurava sob os galhos de árvores.

• O que o fóssil apresentado na reportagem 8 indica sobre o desenvolvimento

das estruturas para vôo e para ecolocalização (os sonares) dos morcegos?

Qual delas teria surgido primeiro?

• De que forma os fósseis, como os apresentados nas reportagens, podem

esclarecer sobre características do Planeta em diferentes períodos?

• Faça uma lista de Eras e Períodos geológicos que foram citados ao longo de

todas as reportagens.

O esqueleto quase completo do Onychonycteris

finneyi, o mais antigo morcego conhecido, foi

encontrado na formação de Green River, em

Wyoming, nos EUA (foto: Royal Ontario Museum).

Page 14: Fosseis Como Evidencia Na Evolucao Final

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Fósseis: evidências da evolução ao longo do tempo.

Atualmente a noção de que os seres vivos mudam ao longo do tempo está bastante

difundida na sociedade. Entretanto, há 200 anos as idéias sobre este tema eram

bastante diferentes. Predominava entre as pessoas a noção de que os seres vivos

foram criados tal como são por um poder divino. Esta era uma visão criacionista do

universo e da vida. E que, a partir da criação permaneceram tal como foram criados,

imutáveis. Este tipo de pensamento era chamado de Fixismo.

O Fixismo começou a ser questionado quando alguns naturalistas começaram a

encontrar fósseis. Estes fósseis apresentavam características muito diferentes

daquelas encontradas nos seres vivos atuais. Principalmente os fósseis de animais

gigantes apontavam para o fato de que existiram no planeta seres que foram

extintos. A partir desta observação surgiu a hipótese conhecida como Catastrofismo.

A hipótese catastrofista foi proposta para explicar como as espécies existentes em

outros períodos geológicos do planeta teriam sido extintas. Esta hipótese dizia que

uma sucessão de catástrofes geológicas teria destruído as espécies que eram

encontradas nos estudos fósseis, que não tinham correspondências com seres

encontrados vivos no planeta.

Desde os primeiros registros fósseis encontrados, a noção de que os seres vivos

sofrem mudanças ao longo do tempo foi ganhando força. Tal idéia se opunha à

noção criacionista para explicar a diversidade da vida no planeta.

Desde a formação do planeta, sua superfície já teve diferentes configurações. A

conformação dos oceanos, dos continentes, a temperatura e a distribuição de gases

na atmosfera já sofreu grandes variações ao longo do imenso tempo de existência

da Terra.

http://cienciahoje.uol.com.br/128004

Page 15: Fosseis Como Evidencia Na Evolucao Final

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Uma grande dificuldade para

entendermos as informações a

respeito do desenvolvimento do

Planeta é a questão do tempo.

Para nós é fácil pensar em dias,

anos, minutos. Mas quando

falamos em milhões de anos fica

difícil ter uma dimensão exata do

que se trata.

Por isso, muitas vezes são usadas

comparações para apresentar a

ocorrência dos processos

geológicos e da evolução da vida

ao longo das Eras, de modo que

possamos compreender tais

eventos através de uma escala de

tempo acessível para nós.

As Eras são períodos dentro da linha do tempo que vai do presente de volta à

formação da Terra. Tais eras são determinadas com base em grandes eventos que

ocorreram na história do Planeta. As Eras geológicas são subdivididas em Períodos,

para organizar as informações sobre quais eram as características dos continentes e

dos oceanos; quais eram as condições climáticas; e as características dos seres

vivos que estavam presentes em outras épocas.

Representação da evolução da vida desde a origem até o surgimento do homem na escala de 24h.

http://www.enem.coc.com.br/images/sim-enem0_B5.jpg

Page 16: Fosseis Como Evidencia Na Evolucao Final

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O Período em que vivemos é chamado de Holoceno. Os restos e vestígios de

organismos que datam de mais de 10 mil anos, são considerados fósseis. E o

estudo destes fósseis é importante para geólogos e biólogos.

http://www2.igc.usp.br/replicas/menu.htm

Page 17: Fosseis Como Evidencia Na Evolucao Final

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Os fósseis são importantes para os geólogos porque permitem identificar aspectos

referentes ao movimento dos continentes e ao clima da Terra. Além disso, podem

indicar também onde estão localizados hoje os combustíveis fósseis, que tem

grande valor econômico e importância para nossa sociedade. Já os biólogos vêem

nos fósseis evidências que lhes permitem compreender como surgiu e como se

modificou a vida na Terra

ao longo de milhões de

anos.

Um exemplo de fóssil

famoso e importante para a

compreensão da evolução

dos seres vivos é o fóssil

de animais conhecidos

como Archaeopteryx do

período Jurássico. Muitos

paleontólogos afirmam que

estes seres pertencem a

uma linhagem extinta de

dinossauros que possuíam

penas. Este fóssil indicou

que as aves descendem de

um grupo de dinossauros

que não se extinguiu. Por

isso, as aves foram

consideradas como

"representantes vivos" dos

dinossauros no planeta.

Mas a descoberta de outros

fósseis pode mudar a forma como esta história vem sendo contada. A paleontologia

é uma ciência muito dinâmica e instigante, porque a todo momento são descobertos

novos fósseis que reabrem o debate sobre a história natural no Planeta.

Fóssil e reconstrução do Archaeopteryx no Museu de História Natural de Genebra http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Archeopterix-img_0293.jpg

Page 18: Fosseis Como Evidencia Na Evolucao Final

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Se não fosse pela presença dos fósseis, que evidenciam a estrutura e as relações

dos organismos com ambiente, o passado da Terra seria totalmente misterioso para

o ser humano. A sucessão de fósseis nas camadas de sedimentos indica como se

deu a evolução dos seres vivos ao longo do tempo geológico. Por exemplo, nas

rochas pré-cambrianas não existem restos de conchas ou de carapaças. Já nas

rochas sedimentares dos primeiros períodos da era paleozóica é possível encontrar

restos de vestígios de todos os grupos de invertebrados. Os mamíferos só aparecem

como uma fauna comum e abundante um após o desaparecimento dos dinossauros,

o que significa que apesar da coexistência de mamíferos e dinossauros, os primeiros

só vieram a se tornar predominantes a partir da extinção dos dinossauros.

Algumas linhagens de seres vivos foram totalmente extintas. Este foi o caso do

Trilobites que eram artrópodes marinhos muito abundantes no Planeta. Pelos

registros fósseis encontrados é possível concluir que os trilobites formavam um

grupo de animais com hábitos de vida e estratégias de sobrevivência bastante

variadas.

Exemplares fósseis de Trilobites

http://hazen.ciw.edu/trilobites

Page 19: Fosseis Como Evidencia Na Evolucao Final

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Os fósseis são importantes não só para compreender a dinâmica da vida, como

também os fenômenos geológicos e as mudanças de clima que já ocorreram no

Planeta Terra. Por exemplo, o fato de que fósseis de determinado grupo de répteis

foram encontrados em rochas do período Premiano tanto no Brasil como na África,

aliado a constituição similar das rochas, indica que a América do Sul e África

formavam um único continente.

Os fósseis podem indicar as características da vida existente em determinado

território e com isto evidenciar qual era o clima neste território, ajudando a

compreender a dinâmica do movimento das placas tectônicas e dos continentes no

planeta.

Contar a história

da evolução da

vida na Terra

significa

compreender as

condições que os

seres vivos

encontravam, os

recursos que

tinham disponíveis

no ambiente para

sobreviver e se

reproduzir.

Estes recursos se

referem às

características da atmosfera, proporção dos gases, temperatura e etc. E também

aos recursos alimentares, ou seja, quais seres vivos existiam e que podiam servir de

alimento para outros. Trata-se de compreender como os seres conseguiram

sobreviver em determinadas condições climáticas e obter energia nessas mesmas

condições, seja através de alimentos que outros seres vivos produzem, seja

captando a energia do sol e produzido seu próprio alimento. Contar esta história

significa compreender as relações de parentesco entre os diversos grupos de

organismos que já habitaram o Planeta. Compreender quais características os

fizeram permanecer ou ser extintos em determinadas condições ambientais.

Exposições como a do Carnegie Museum of Natural History, apresentam ao grande público a História Natural, conforme contada pelos estudiosos.

http://www.pittsburghpanoramainc.net/images/natural_history_museum.jpg

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A história natural, revelada pelos fósseis, pode ser contada ao grande público,

através de livros e exposições, como as do Museu de Ciências Naturais da PUC

Minas, que estão retratadas nas quatro imagens apresentadas anteriormente.

Imagens das exposições do Museu de Ciências Naturais da PUC Minas http://www.pucminas.br/museu/index_padrao.php?pagina=216

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Atividade 3 – Pesquisa sobre os Períodos Geológicos.

A turma deve ser dividida em pequenos grupos, de três componentes. Cada grupo

irá pesquisar sobre um Período geológico:

Toda a Era Pré Cambriana.

Da Era Paleozóica: Cambriano; Ortoviciano; Siluriano; Devoniano; Carbonífero;

Permiano.

Da Era Mesozóica: Triássico; Jurássico; Cretáceo

Da Era Cenozóica: Terceário; Quaternário

Cada grupo e irá pesquisar sobre os seguintes aspectos referentes ao seu Período:

- Como era a conformação dos continentes. (Neste item o ideal é que os grupos

representem a conformação dos continentes sobre o mesmo suporte. Por exemplo,

usar o formato de um mapa-mundi único para toda a turma para que os alunos usem

o mesmo espaço e tenham uma idéia da movimentação das placas tectônicas ao

longo do tempo geológico, após a elaboração feita por todos os grupos).

- uma descrição do clima do período;

- uma descrição das formas de vida existentes,

- representação dos tipos de seres vivos mais abundantes.

Após a pesquisa, os alunos devem fazer uma representação das características do

período através de maquetes, desenhos ou outros recursos para a representação

(quadrinhos, tecnologias de comunicação ou teatro) para apresentar para toda turma

o resultado da sua pesquisa.

A ordem das apresentações deve seguir preferencialmente a do tempo geológico

(do surgimento da Terra aos dias atuais ou o contrário). Pode ser feita também uma

única linha do tempo geológico para toda a turma, em que os alunos marquem o

período ao qual estão se referindo.

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Sites indicados:

• Oficina de réplicas do Museu de Geociências da USP

http://www2.igc.usp.br/replicas/abertura.htm

• Revista Ciência Hoje das Crianças___ http://cienciahoje.uol.com.br/235

• Revista Ciência Hoje On Line ____http://cienciahoje.uol.com.br/view

• Sessão de Assistência ao Ensino do Museu Nacional

http://www.museunacional.ufrj.br/SAE.htm

• Setor de Paleovertebrados do Museu Nacional

http://acd.ufrj.br/mndgp/pv/