16
SADC HOJE VOL 21 NO. 5 AGOSTO 2019 África Austral Hoje POLÍTICA 3 SEGURANÇA ALIMENTAR 4-5 DESASTRES 6 INFRAESTRUTURAS 7 INTEGRAÇÃO 8-9 GÉNERO 10 PARLAMENTO 11 BIODIVERSIDADE 12 PAZ E SEGURANÇA 13 CONHECIMENTO 14 EVENTOS 15 HISTÓRIA HOJE 16 Fazendo um balanço da agenda de industrialização Um dos principais destaques será um relatório de progresso sobre a implementação da Estratégia e Roteiro de Industrialização da SADC 2015-2063, que foi adoptada em 2015 para desbloquear o potencial industrial da região. A industrialização é uma das principais prioridades para a África Austral e, desde 2014, todas as Cimeiras da SADC centraram-se na forma como a região pode alcançar o desenvolvimento industrial. A este respeito, a 39ª Cimeira da SADC receberá um relatório de progresso sobre como os Estados Membros estão a implementar as várias medidas para acelerar o crescimento económico através do desenvolvimento industrial. De acordo com o tema da 39ª Cimeira da SADC, os Estados Membros irão entre Agosto de 2019 e Agosto de 2020 centrar-se na criação de um ambiente propício para permitir que o sector privado e outros cidadãos da região participem activamente e beneficiem plenamente de medidas destinadas a promover a agenda de industrialização. Numa tentativa de aumentar o nível de desenvolvimento industrial, tanto a nível nacional como regional, e com vista a assegurar a consecução de objectivos unificados e coesão entre as políticas e estratégias de industrialização dos Estados Membros, a SADC está a desenvolver um Protocolo sobre a Indústria, que está concluído até agosto de 2019. O protocolo será um instrumento vinculativo que segurará e dará efeito legal à Estratégia e o Roteiro da Industrialização da SADC e assegurará a coordenação, monitoria e avaliação adequadas da implementação. Espera-se que o protocolo proposto reforce o nível de desenvolvimento industrial na região e facilite a harmonização de políticas e estratégias nos Estados Membros. Quando os Estados Membros já tiverem tais políticas e estratégias implementadas, estas devem ser revistas e alinhadas com a Estratégia e Roteiro de Industrialização da SADC. continua na página 2... LÍDERES DA África Austral vão se reunir na sua Cimeira Anual em Agosto para traçar a agenda de desenvolvimento da região. Com o tema “Um Ambiente Propício para o Desenvolvimento Industrial Inclusivo e Sustentável, Maior Comércio Intraregional e Criação de Emprego”, a Cimeira vai deliberar sobre uma ampla gama de questões, incluindo a revisão do progresso feito para alcançar a visão duradoura de uma Região Próspera, Unida e Integrada. Esta edição da revista África Austral Hoje analisa algumas das principais questões que deverão ser discutidas pela 39ª Cimeira da SADC, agendada para Dar es Salaam, na República Unida da Tanzânia, nos dias 17 e 18 de Agosto. 39ª Cimeira da SADC Rumo ao desenvolvimento industrial inclusivo e sustentável

África Austral Hoje - SARDC · Hoje. 3. coordenação, como acordos de políticas, procedimentos e requisitos para a emissão do visto de viajantes e turistas. Por exemplo, alguns

  • Upload
    others

  • View
    3

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: África Austral Hoje - SARDC · Hoje. 3. coordenação, como acordos de políticas, procedimentos e requisitos para a emissão do visto de viajantes e turistas. Por exemplo, alguns

SADC HOJE VOL 21 NO. 5 AGOSTO 2019

África Austral Hoje

POLÍTICA 3

SEGURANÇA ALIMENTAR 4-5

DESASTRES 6

INFRAESTRUTURAS 7

INTEGRAÇÃO 8-9

GÉNERO 10

PARLAMENTO 11

BIODIVERSIDADE 12

PAZ E SEGURANÇA 13

CONHECIMENTO 14

EVENTOS 15

HISTÓRIA HOJE 16

Fazendo um balanço da agenda de industrializaçãoUm dos principais destaques será um relatório deprogresso sobre a implementação da Estratégia eRoteiro de Industrialização da SADC 2015-2063, quefoi adoptada em 2015 para desbloquear o potencialindustrial da região.

A industrialização é uma das principaisprioridades para a África Austral e, desde 2014,todas as Cimeiras da SADC centraram-se na formacomo a região pode alcançar o desenvolvimentoindustrial.

A este respeito, a 39ª Cimeira da SADC receberáum relatório de progresso sobre como os EstadosMembros estão a implementar as várias medidaspara acelerar o crescimento económico através dodesenvolvimento industrial.

De acordo com o tema da 39ª Cimeira da SADC,os Estados Membros irão entre Agosto de 2019 eAgosto de 2020 centrar-se na criação de umambiente propício para permitir que o sectorprivado e outros cidadãos da região participemactivamente e beneficiem plenamente de medidas

destinadas a promover a agenda deindustrialização.

Numa tentativa de aumentar o nível dedesenvolvimento industrial, tanto a nível nacionalcomo regional, e com vista a assegurar a consecuçãode objectivos unificados e coesão entre as políticas eestratégias de industrialização dos Estados Membros,a SADC está a desenvolver um Protocolo sobre aIndústria, que está concluído até agosto de 2019.

O protocolo será um instrumento vinculativo quesegurará e dará efeito legal à Estratégia e o Roteiroda Industrialização da SADC e assegurará acoordenação, monitoria e avaliação adequadas daimplementação.

Espera-se que o protocolo proposto reforce onível de desenvolvimento industrial na região efacilite a harmonização de políticas e estratégias nosEstados Membros.

Quando os Estados Membros já tiverem taispolíticas e estratégias implementadas, estas devemser revistas e alinhadas com a Estratégia e Roteiro deIndustrialização da SADC.

continua na página 2...

LÍDERES DA África Austral vão se reunir na sua Cimeira Anual em Agosto para traçara agenda de desenvolvimento da região. Com o tema “Um Ambiente Propício para oDesenvolvimento Industrial Inclusivo e Sustentável, Maior Comércio Intraregional eCriação de Emprego”, a Cimeira vai deliberar sobre uma ampla gama de questões,incluindo a revisão do progresso feito para alcançar a visão duradoura de uma RegiãoPróspera, Unida e Integrada. Esta edição da revista África Austral Hoje analisa algumasdas principais questões que deverão ser discutidas pela 39ª Cimeira da SADC, agendadapara Dar es Salaam, na República Unida da Tanzânia, nos dias 17 e 18 de Agosto.

39ª Cimeira da SADCRumo ao desenvolvimento industrialinclusivo e sustentável

SADC Today 21 No.5 PORTUGUESE Final.qxp_Layout 1 23/8/2019 11:27 Page 1

Page 2: África Austral Hoje - SARDC · Hoje. 3. coordenação, como acordos de políticas, procedimentos e requisitos para a emissão do visto de viajantes e turistas. Por exemplo, alguns

2 ÁFRICA AUSTRAL Hoje, Agosto 2019

Situação de segurança alimentarEspera-se que a Cimeira aprove asmedidas para combater ainsegurança alimentar após umafraca época agrícola em 2018/2019.

A região da SADC tem umdéfice de cereais de mais de 5,4milhões de toneladas este ano,após chuvas moderadas durante aépoca que acabou de terminar, deacordo com um Relatório de Síntesesobre o estado da segurança alimentare nutricional e vulnerabilidade naÁfrica Austral.

O relatório indica que cerca de41,2 milhões de pessoas estão eminsegurança alimentar em 13Estados Membros da SADC esteano.

Espera-se que a Cimeiraaprove as estratégias para abordara segurança alimentar, inclusiveajudando as populações afectadascom suprimentos de alimentos,bem como fornecendo alimentossuplementares de emergênciapara salvar animais e importandocereais para complementar os seusreduzidos rendimentos.

Desenvolvimento deinfraestruturasOutra questão chave paradiscussão é o progresso naimplementação do Plano Directorde Desenvolvimento Regional deInfraestruturas da SADC(RIDMP).

Aprovado em 2012, o RIDMPé a estratégia para odesenvolvimento regionalintegrado de infraestruturas naÁfrica Austral a um custoestimado de mais de 500 biliõesde dólares norte-americanos paraatender à demanda projectada até2027.

A implementação do RIDMPestá a ser feita em três fases,abrangendo o Plano de Acção deCurto Prazo (STAP) 2012-2017, oPlano de Acção de Médio Prazoaté 2022 e o Plano de Acção deLongo Prazo a ser implementadoaté 2027.

As conclusões preliminares deum estudo encomendado peloSecretariado da SADC mostramque a implementação da maioriados projectos STAP está atrasada.

Agenda pós-2020 da SADCA SADC iniciou o processo deformulação de uma nova visão dedesenvolvimento para suceder oPlano Estratégico Indicativo deDesenvolvimento Regional

algumas bolsas de volatilidadena parte oriental da RepúblicaDemocrática do Congo, noReino do Lesotho e emMadagáscar.

Espera-se que a Cimeira façaum balanço das intervençõesrealizadas pela região parapromover a paz e a estabilidadenesses e em outros Estadosmembros.

Para garantir que exista umaforte ligação entre o aviso prévioe a acção antecipada, a SADCestabeleceu o Centro Regionalde Aviso Prévio e a regiãoimplementou com sucessomuitas equipas estratégicas quetiveram um impacto positivo.

A mais recente foi a MissãoPreventiva da SADC noLesotho, que foi destacada emNovembro de 2017 paraestabilizar a frágil e imprevisívelsituação política e de segurançano país, e completou comsucesso a sua missão emNovembro de 2018.

Isto apoiou o envio doComité de Supervisão da SADCpara o Reino do Lesotho e aequipa de apoio ao Facilitadorda SADC para ajudar no diálogonacional e no roteiro para asreformas.

Financiamento sustentável daintegração regionalOutra questão que continua notopo da agenda da Cimeira é anecessidade da SADCimplementar modelos definanciamento sustentáveis paraimpulsionar a sua agendaregional.

Estima-se que apenas cercade 10 por cento dos projectosregionais são financiados pelosEstados Membros da SADC,enquanto o restante provém deparceiros internacionais decooperação. Esta situaçãocomprometeu a sustentabilidadedos programas regionais.

O Secretariado foi instruídopela 38ª Cimeira da SADC parafinalizar o Quadro de

Mobilização de RecursosRegionais da SADC, quedetermina como o espaço fiscalpode ser criado para permitiraos Estados Membrosfinanciarem actividades,programas e projectos regionais.

Espera-se, por conseguinte,que um relatório de progressosobre a proposta da Estrutura deMobilização de RecursosRegionais da SADC sejaapresentada aos líderes paradiscussão.

Área Continental de ComércioLivre Espera-se que a Cimeira debatacomo os Estados Membrospodem se beneficiar plenamenteda Área Continental deComércio Livre Africano(AfCFTA) que entrou em vigorem Julho.

A AfCFTA é um mercadoampliado que reúne todos os 55estados membros da UA,cobrindo um mercado de maisde 1,2 bilhão de pessoas e umproduto interno bruto (PIB)combinado de mais de 3,4triliões de dólares norte-americanos.

A AfCFTA basear-se-á naexistência de outrs FTAs nocontinente, como o ACL daSADC e a “Grande” ACLpendente envolvendo oMercado Comum da ÁfricaOriental e Austral (COMESA), aComunidade da África Orientale a SADC.

O estabelecimento daAfCFTA é um dos projectosemblemáticos ou iniciativas noâmbito da Agenda 2063 - AÁfrica que Queremos, que éuma visão continental e umquadro estratégico adoptadopela UA em 2013 para optimizara utilização dos recursos docontinente em benefício detodos os africanos.r

Revisto (RISDP) que foiaprovado em 2015 e vai até 2020.

Espera-se que o processo derevisão conduza aodesenvolvimento de um quadropara a estratégia regional pós-2020 que tenha em conta osPrincípios da SADC e osPrincípios Comuns, bem comoos processos globais econtinentais como a Agenda2063 da União Africana e osObjectivos de DesenvolvimentoSustentável das Nações Unidas.

Faltando um ano para aCimeira da SADC 2020 (40),espera-se que a 39ª Cimeirareveja os progressos no sentidodo desenvolvimento da Agendapós-2020 da SADC.

A este respeito, um relatóriode progresso será apresentadoaos Chefes de Estado e Governopara deliberação.

Empoderamento do géneroA igualdade e o empoderamentodo género estão firmementeenraizados na Declaração e noTratado da SADC queestabeleceu a comunidadepartilhada da SADC.

Os Estados Membroscompreendem plenamente que aigualdade e o empoderamentode mulheres e homens sãocruciais para a consecução dodesenvolvimento sustentável.

Progresso significativo foifeito em direcção à igualdade degénero na região, mas ainda hámais por ser feito.

A esse respeito, espera-se quea Cimeira explore formas deintensificar os seus esforços parapromover a igualdade de géneroe garantir que mulheres ehomens desempenhem umpapel activo no avanço daintegração regional.

Reforço da paz e a segurançaNa frente política, espera-se queos líderes discutam a situação depaz e segurança na região.

A região, de uma forma geral,goza de estabilidade apesar de

C O N T I N U A Ç Ã O D A P Ã G I N A 1

SADC Today 21 No.5 PORTUGUESE Final.qxp_Layout 1 23/8/2019 11:27 Page 2

Page 3: África Austral Hoje - SARDC · Hoje. 3. coordenação, como acordos de políticas, procedimentos e requisitos para a emissão do visto de viajantes e turistas. Por exemplo, alguns

Instrumento legal para regular a implementação do Univisa

P O L Í T I C A

ÁFRICA AUSTRAL Hoje 3

coordenação, como acordosde políticas, procedimentos erequisitos para a emissão dovisto de viajantes e turistas.

Por exemplo, algunsEstados Membros da SADCargumentam que, se o sistemaUnivisa não for legal eadequadamente constituído, asua implementação poderácolocar sérios desafios emtermos de segurança eprotecção, tais como o influxode imigrantes ilegais emalguns países.

Além disso, os turistaspodem optar por visitar um oualguns destinos na SADC, daí anecessidade de criar umsistema justo e equitativo departilha de receitas entre todosos Estados Membros da SADC.

Por conseguinte, odesenvolvimento de uminstrumento legal que procureregular a implementaçãoharmoniosa de um único vistode turismo para a regiãoassegurará o sucesso daUnivisa de Turismo da SADC.

Enquanto a região seprepara para o Univisa deTurismo na SADC, um sistemapiloto conhecido como VisaKavango-Zambezi (KAZA),que cobre visitantes de outrasregiões da Zâmbia e doZimbabwe, foi lançado comsucesso em Novembro de 2014.

Implementação do VisaKAZA foi originalmentedefinida para seroperacionalizada em quatroetapas diferentes.

A fase piloto envolveu aZâmbia e o Zimbabwe,devendo o próximo passoabranger três outros países -Angola, Botswana e Namíbia,que juntos formam os cincomembros da Área deConservação da FronteiraTransfronteiriça de KAZA.

A TFCA KAZA cobre umaárea de aproximadamente444.000 quilómetrosquadrados e é formada por 36parques nacionais, reservas decaça, áreas de conservação dacomunidade e áreas de gestãode caça.

A área de conservação seorgulha de inúmeras atraçõesturísticas, como as CataratasVitória entre a Zâmbia e oZimbabwe, pinturas rupestresde San, no Botsuana, e apopulação de animaisselvagens na região.

Esta elevada concentraçãode atracções cria umavariedade totalmente nova deoportunidades de turismo naÁfrica Austral, apresentandonovas oportunidades para odesenvolvimento

socioeconómico na SADC,resultando numa integraçãomais profunda entre osEstados Membros.

Uma vez que todos ospaíses da KAZA façam parteda KAZA Univisa, espera-seque mais Estados Membros daSADC (Eswatini, Moçambiquee África do Sul) se juntem aosistema Univisa.

Posteriormente, a quarta eúltima etapa deverá ver todosos restantes países da SADC -República Democrática doCongo, Lesotho, Madagáscar,Malawi, Maurícias, Seychellese a República Unida daTanzânia - aderirem aosistema de vistos, adoptandoassim um Univisa na regiãoda SADC. r

A SADC deu início aoprocesso de desenvolvimentode um instrumento legal quevisa regulamentar aimplementação de um únicovisto de turismo para a região.

Vulgarmente conhecidocomo Univisa de Turismo daSADC, o sistema de visto únicopermitirá que turistas eviajantes para a região sedesloquem sem problemasatravés das fronteiras e entre osEstados Membros, bem comoencorajar os turistas a visitarmais do que um país na SADC.

Actualmente, os viajantespara a SADC devemcandidatar-se a um visto decada vez que pretendem visitarqualquer país da região, umasituação que a maioria dosviajantes considera dispendiosae uma barreira ao movimentodentro da região.

A este respeito, um sistemaúnico de visto para os viajantespara a região da SADC fazsentido económico, uma vezque poupa tempo, dinheiro,aborrecimentos burocráticos efacilita as viagens.

Para garantir o sucesso e aimplementação harmoniosa, oSindicato de Turismo daSADC e o Secretariado estão aelaborar um instrumento legalpara regulamentar aimplementação do Univisa eassegurar que todas asvulnerabilidades e ameaçasde segurança sejam abordadasem preparação para olançamento do Univisa.

De facto, um dos maioresdesafios que atrasou olançamento do Univisa deTurismo da SADC são asv u l n e r a b i l i d a d e s d esegurança e ameaçascolocadas por um únicosistema de vistos, incluindoquestões administrativas e de

OMO PARTE dos seus esforços para renovar o sector do turismona região, a SADC aprovou planos para deseliminar aOrganização Regional de Turismo da África Austral. Isto está de acordo com as disposições da Carta estabelecendoa RETOSA, e o Conselho da SADC desde então tem orientadoao Secretariado a desenvolver um mecanismo viável que garantaque os objectivos do programa regional de turismo sejamcumpridos e apresentar um relatório ao Conselho na reunião emAgosto, antes da 39ª Cimeira dos Chefes de Estado e de Governoda SADC marcada para Dar es Salaam, República Unida daTanzânia. Após a dissolução da RETOSA e do seu Conselho, o Comitéde Altos Funcionários da SADC responsável pelo Turismo foiencarregado de exercer os poderes do Conselho da RETOSA paraassegurar que seja capaz de encerrar todas as actividades,programas e projectos da RETOSA. Estabelecida em 1997 como uma subsidiária da SADC, aRETOSA foi incumbida de um mandato para encorajar e ajudarno desenvolvimento do turismo na região e no mercado daÁfrica Austral como um destino turístico único e multifacetado.No entanto, a maioria das metas não foi atingida devido a váriosdesafios, incluindo falta de capacidade e recursos limitados. r

SADC dissolve a RETOSA

SADC Today 21 No.5 PORTUGUESE Final.qxp_Layout 1 23/8/2019 11:27 Page 3

Page 4: África Austral Hoje - SARDC · Hoje. 3. coordenação, como acordos de políticas, procedimentos e requisitos para a emissão do visto de viajantes e turistas. Por exemplo, alguns

S E G U R A N Ç A A L I M E N T A R

4 ÁFRICA AUSTRAL Hoje, Agosto 2019

A Zâmbia, que durante osúltimos anos contribuiusignificativamente para aprodução regional de cereais,sofreu uma queda de 14,7% naprodução, de 2,6 milhões detoneladas em 2017/18 para 2,2milhões de toneladas em2018/19. A maior queda naprodução foi, no entanto, emBotswana, onde a produção decereais é estimada em 92%durante a época 2018/19,enquanto a Namíbia e Lesothoexperimentaram reduções de53% e 50%, respectivamente. Os países menos afectadosforam Angola e Tanzânia, queregistraram decréscimos de 1%e 4%, respectivamente. O milho representa 80% daprodução de cereais na ÁfricaAustral. Outros cereaisimportantes são trigo,mexoeira, mapira e arroz. De acordo com o relatórioregional de avaliação dasegurança alimentar, o declíniona produção de cereais indicaque “estima-se que 41,2milhões de pessoas em 13Estados Membros da SADCtêm insegurança alimentar esteano.” Os 13 países são Angola,Botswana, RDC, Eswatini,Lesotho, Madagáscar, Malawi,Moçambique, Namíbia, Áfricado Sul, Tanzânia, Zâmbia eZimbabwe. Os restantes três EstadosMembros da SADC -Maurícias, a União deComores e Seychelles - nãoforneceram dados sobre a suasegurança alimentar eavaliações de vulnerabilidade,o que significa que o númerode pessoas com insegurança

Março de 2019 e foiacompanhado por forteschuvas, ventos e tempestadesque destruíram grandeshectares de colheita nos trêspaíses. Outros factores quecontribuíram para piorar abaixa colheita na maioria dosEstados Membros da SADCincluem a infestação por lagartado funil do milho. A esterespeito, os países afectadosestão activamente monitorandoe respondendo ao surto depragas, bem como às doençasda pecuária e das lavouras. O Relatório de Síntesesobre o Estado da SegurançaAlimentar e Nutricional eVulnerabilidade insta osEstados Membros da SADC aavançar para a diversidade deculturas e dietas a médio elongo prazo, através docrescimento e consumo dedietas diversificadas, incluindoalimentos indígenas. Isto inclui a diversificaçãode espécies na produçãopecuária, especialmentepequenos ruminantes que sãoadaptados às duras condiçõesclimáticas. Também é necessáriomelhorar a irrigação, bemcomo a captação de água dachuva, para permitir que aregião trabalhe todo o ano enão dependa apenas dascondições climáticas. O potencial para irrigarterras na região da SADC évasto, uma vez que a região éimensamente dotada de cursosde água, como os rios Congo,Zambeze e Limpopo. No entanto, a região daSADC deve melhorar a sua redede transportes para que os

alimentar na região poderiaser maior. A região da SADC temuma população de mais de 327milhões. "Ao comparar os 11Estados-Membros queforneceram dados no anopassado e neste ano, ainsegurança alimentaraumentou 28%", diz parte dorelatório de síntese,acrescentando que o número é"7,4% maior do que durante aseca severa causada pelo ElNiño" na época 2016/2017. ” Para resolver a situação, osEstados Membros da SADCestão a implementar medidaspara apoiar a segurançaalimentar, tais como ajudar aspopulações afectadas comalimentos e providenciaralimentação suplementar deemergência para o gado. "A Namíbia estárespondendo à secadistribuindo ajuda alimentar einsumos agrícolas, bem comoa provisão de água para apopulação afectada", disseAnastácia Amunyela,Directora adjunta da Direcçãode Gestão do Riscos deDesastres da Namíbia, nareunião da RVAA da SADC. Malawi, Moçambique eZimbabwe estão importandocereais para suplementar osseus reduzidos rendimentos.

situação dos três países foiagravada pelo impacto dociclone Idai que atingiu aregião em Março. O ciclone Idai, que foiregistado como uma daspiores tempestades tropicais aafectar a África e o hemisfériosul, atingiu partes do Malawi,Moçambique e Zimbábue em

por Kizito Sikuka

UMA AVALIAÇÃO regionalda segurança alimentar indicaque a África Austral tem umdéfice de cereais de mais de5,4 milhões de toneladas esteano, após uma campanhaagrícola moderada em2018/2019. Com base nos 11 EstadosMembros da SADC queforneceram balanços decereais para a época2018/2019, a avaliação diz quea região produziu cerca de 37,5milhões de toneladas decereais em comparação com42,9 milhões de toneladas naépoca 2017/2018. Isto está de acordo com um“Relatório de Síntese sobre oestado da segurança evulnerabilidade alimentar enutricional na África Austral”aprovado pelo comité directordo programa da Avaliação eAnálise da VulnerabilidadeRegional da SADC (RVAA)que se reuniu a 5 de Julho emWindhoek, Namíbia. Os países que fornecerambalanços de cereais para aépoca 2018/2019 são Angola,Botswana, RepúblicaDemocrática do Congo,Eswatini, Lesotho, Malawi,Namíbia, África do Sul,República Unida da Tanzânia,Zâmbia e Zimbabwe. O relatório revelou que aprodução de cereais na Áfricado Sul, que normalmenterepresenta a maior proporçãoda produção regional,diminuiu 19 por cento, de 18,7milhões de toneladas durantea época 2017/18 para 15,1milhões de toneladas durantea época recém-terminada.

Avaliação da Situação da Segurança Alimentar na SADC durante aépoca 2018/2019

SADC Today 21 No.5 PORTUGUESE Final.qxp_Layout 1 23/8/2019 11:27 Page 4

Page 5: África Austral Hoje - SARDC · Hoje. 3. coordenação, como acordos de políticas, procedimentos e requisitos para a emissão do visto de viajantes e turistas. Por exemplo, alguns

SOUTHERN AFRICA Today 5

S E G U R A N Ç A A L I M E N T A R

ÁFRICA AUSTRAL Hoje 5

produtos agrícolas se possamser movimentados suavementede um local para outro. Também é necessárioinvestir em instalações dearmazenamento para permitirque os agricultores armazenemas suas colheitas para uso emestações pobres. De acordo com aOrganização das NaçõesUnidas para Agricultura eAlimentação, as perdas dealimentos pós-colheita naSADC são estimadas em até40%. Espera-se que o “Relatóriode Síntese sobre a Situação daSegurança Alimentar eNutricional e Vulnerabilidadena África Austral sejaapresentado ao Conselho deMinistros da SADC efinalmente à 39ª Cimeira dosChefes de Estado e de Governoda SADC, agendada para 17-18de Agosto em Dar es. Salaam,Tanzânia. O sector agrícola éconsiderado como um motorpara o desenvolvimentosocioeconómico na maioria dosEstados Membros da SADC,daí o impulso para umacooperação e colaboração maisprofundas para impulsionar aprodução e combater ainsegurança alimentar. O relatório de síntese queconsolidou os resultados dasavaliações de vulnerabilidadedos Estados Membros foiapresentado na reunião anualde divulgação do ProgramaRVAA, realizada emWindhoek, Namíbia, em Julho. O objectivo da reunião doprograma RVAA da SADC eradiscutir e consolidar osresultados das avaliações devulnerabilidade de 2019 eanálises feitas pelos EstadosMembros.

O Programa RVAA da SADCfoi estabelecido em 2005 parafortalecer a capacidade dosEstados Membros paraempreender e utilizar avaliaçõesde vulnerabilidade para informara formulação de políticas eintervenções de emergência quepodem levar a uma redução davulnerabilidade na região. A primeira fase doPrograma RVAA da SADC, quedecorreu entre 2005 e 2011,procurou informar abordagensmais abrangentes para combatera insegurança alimentar,incluindo redes de segurança eprotecção social. A segunda fase cobriu operíodo 2012-2016 e concentrou-se na expansão do escopo do

programa para incluir áreasurbanas e questões crónicas depobreza, como género, HIV eSIDA, e mudanças climáticas,bem como influenciar políticase programas. A actual fase do ProgramaRVAA da SADC, que abrange operíodo 2017-2021, procuraconsolidar os ganhos das fasesanteriores, ao mesmo tempo quealarga o programa para cobrir avulnerabilidade crónica,contribuindo para os meios desubsistência resilientes ao climae enfrentando os desafios dainstitucionalização e capacitaçãode comités nacionais. Desde a sua criação, oPrograma RVAA da SADC fezprogressos significativos no

fornecimento de informaçãooportuna e credível queinfluenciou a política, e os seusprodutos são agora um ponto dereferência vital para osresponsáveis pela tomada dedecisão na resolução deproblemas de segurançaalimentar e nutricional. Um dos principais objectivosdo Programa RVAA da SADC éo fornecimento atempado deinformação de vulnerabilidadecredível, ao mesmo tempo quedesenvolve capacidades parasatisfazer as crescentesnecessidades de informaçãodos governos e parceirospara a programação dedesenvolvimento e resposta deemergência. sardc.net

Balanco e produção de Cereais

Época 2019/20 Produção de CereaisBalanco de Cereis

Necessário Disponível Défice / 2018 2019 Excedente ‘000 ‘000 ‘000 ‘000 ‘000 % variação de toneladas toneladas toneladas toneladas toneladas 2018 para 2019 Angola 4,879 3,748 ­1,132 3,609 3,570 ­1.07Botswana 300 37.756 ­262 66 5.4 ­91.83DR Congo 3,200 Eswatini 167.88 96.77 ­71 112 95.3 ­14.99Lesotho 375.07 87.83 ­287 75 37.5 ­50.27Madagáscar Malawi 3,027 2,700 ­10.81Moçambique 3,174 Namíbia 351.2 200.5 ­151 153 71.5 ­53.24África do Sul 15,524 19,607 4,083 18,701 15,137 ­19.06Tanzânia 8,754 9,007 253 9,386 9,008 ­4.03Zâmbia 5,225 4,337 ­888 2,598 2,217 ­14.66Zimbabwe 2,204 1,443 ­761 1,994 1,443 ­27.64SADC 37,780 38,565 784 42,895 37,485

SADC Today 21 No.5 PORTUGUESE Final.qxp_Layout 1 23/8/2019 11:27 Page 5

Page 6: África Austral Hoje - SARDC · Hoje. 3. coordenação, como acordos de políticas, procedimentos e requisitos para a emissão do visto de viajantes e turistas. Por exemplo, alguns

6 ÁFRICA AUSTRAL Hoje, Agosto 2019

de Preparação e Resposta aDesastres da SADC estão emcurso", disse o Dr. Tax durantea 21ª Reunião do ComitéMinisterial do Órgão ( MCO)de Cooperação Política,Defesa e Segurança, realizadaem Lusaka, Zâmbia, a 19 deJulho. Ela disse que as medidaspropostas "incluem aoperacionalização do Fundode Prontidão e Resposta aosDesastres da SADC, que andade mãos dadas com umaestratégia de mobilização derecursos e um plano desustentabilidade". Espera-se que o propostoFundo de Prontidão eResposta aos Desastres daSADC crie um conjunto derecursos, a partir dos quais aregião pode rapidamentemobilizar fundos no caso deos Estados Membrosexperimentarem um desastrenatural ou uma situação deemergência. O fundo regional destina-se a complementar osorçamentos dos Estados-Membros para a preparação eresposta a desastres, uma vezque os governos nacionaiscontinuam a ser os primeirosa responder às situações locaisde emergência. Espera-se que o fundoesteja funcional até o final de2019; as modalidades do seufuncionamento ainda estãosendo desenvolvidas. Tomar as medidasadequadas para prevenir,reduzir e responder aoimpacto dos desastres tornou-se uma questão crucial para aÁfrica Austral na sequência deum aumento no número deperigos naturais que afectam aregião. Perigos naturais comosecas, cheias, ciclones eterremotos ocasionais ocorremna África Austral e osimpactos continuam aameaçar os meios de

perdas de desastres através daoperacionalização de umSistema Regional de Gestão deInformações do Risco deDesastres. Outras medidas incluem odesenvolvimento deProcedimentos OperacionaisPadronizados para operaçõesde alívio e recuperação; acriação de uma Lista Regionalde Emergência sob a qual osEstados Membroscontribuirão com recursoshumanos para os esforçoshumanitários regionais; e omapeamento de áreaspropensas a desastres erecursos disponíveis. “Estas ferramentas serãocomplementadas com aactivação do Plano deOperações de Contingência daSADC para aviso prévio e daForça de Prontidão da SADC,”disse a Dra. Tax. O Secretariado estámapeando toda a cadeia devalor da gestão de desastres,com vista a implementar ummecanismo de respostaabrangente e bemcoordenado, acrescentou. r

s u b s i s t ê n c i a e od e s e n v o l v i m e n t osocioeconómico. Para enfrentar a crescentevulnerabilidade, a regiãoaprovou a Estratégia deProntidão e Resposta aosDesastres da SADC 2016-2030. A estratégia foi adotadapelos ministros responsáveispela gestão do risco dedesastres em Novembro de2016 e visa fortalecer omecanismo de prontidão eresposta para o aviso prévio,bem como a recuperação dedesastres na região até 2030. Para reforçar oplaneamento de prontidão eresposta aos desastres, a Dra.Tax revelou que existemplanos para estabelecer oCentro de OperaçõesHumanitárias e deEmergência da SADC(SHOC). Espera-se que o SHOCcoordene a prontidão regionale as respostas aos desastres. Além disso, a SADCplaneia desenvolver eoperacionalizar um banco dedados regional para registar

por Kumbirai Nhongo

A SADC está acelerando oestabelecimento de ummecanismo regional parafortalecer a prontidão eresposta aos desastres apósdois ciclones tropicais quedeixaram rastos de destruiçãoe afectaram a subsistência empartes da região. O ciclone Idai atingiu ocentro e sul de Moçambique, osul do Malawi e o leste doZimbabwe em Março,causando graves inundações edestruindo infraestruturas egrandes extensões de terrasagrícolas nos três EstadosMembros. Estima-se que três

milhões de pessoas nos trêsEstados-Membros foramafectadas pelo ciclone Idai,que foi registado como umadas piores tempestadestropicais que alguma vezafectou a África e ohemisfério sul. O ciclone custou centenasde vidas e deixou um rasto dedestruição nos três países,incluindo infraestruturasimportantes como estradas,pontes, escolas e clínicas. Antes que a regiãopudesse se recuperar doimpacto da tempestadetropical, o norte deMoçambique e as Comoresforam atingidos pelo cicloneKenneth, que também deixouum rasto de destruição. De acordo com a SecretáriaExecutiva da SADC, Dra.Stergomena Lawrence Tax, osefeitos dos Ciclones Idai eKenneth “apontam para umanecessidade urgente dereforçar a nossa preparação eresposta coordenada eatempada.” "A este respeito, a regiãolevou a sério as liçõesaprendidas com os impactosdevastadores destes ciclones eas medidas paraoperacionalizar o Mecanismo

D E S A S T R E S

HOUVE UMA resposta esmagadora ao Apelo HumanitárioRegional lançado pela SADC em Abril, com a mobilização demais de 204 milhões de dólares norte-americanos até meados deJulho.

A SADC lançou um apelo internacional de 323 milhões dedólares para ajudar as vítimas a lidar com o impacto do cicloneIdai que afectou partes do Malawi, Moçambique e Zimbabweem Março.

A Secretária Executiva da SADC, Dra. Stergomena LawrenceTax, disse que através do apelo regional, “combinado com osRecursos Humanitários Nacionais, um montante de 204 milhõesde dólares norte-americanos foi angariado para os paísesafectados”.

“Permitam-me que agradeça aos governos e cidadãos daSADC na Diáspora, bem como às organizações e parceirosnacionais, regionais e internacionais que forneceram econtinuam a prestar apoio aos Estados Membros e comunidadesafectados”, afirmou a Dra. Tax durante a 21ª Reunião do ComitéMinisterial do Órgão de Cooperação Política, Defesa eSegurança, realizado em Lusaka, Zâmbia, a 19 de Julho. r

Resposta esmagadora para as vítimas do ciclone

Fortalecimento da Prontidão e Resposta aos Desastres

SADC Today 21 No.5 PORTUGUESE Final.qxp_Layout 1 23/8/2019 11:27 Page 6

Page 7: África Austral Hoje - SARDC · Hoje. 3. coordenação, como acordos de políticas, procedimentos e requisitos para a emissão do visto de viajantes e turistas. Por exemplo, alguns

70% dos projectos planeadospara a fase de curto prazo doplano regional de infraestruturasnão haviam garantido osrecursos financeiros necessários,principalmente devido à falta decapacidade para empacotarpropostas bancárias. Espera-se que a formação defuncionários dos Estados-Membros no desenvolvimentode fichas detalhadas deprojectos, conduzida pelo BAD,reforce a capacidade da regiãopara acelerar a implementaçãodos projectos do RIDMP. Prevê-se que à medida que opipeline de projectos financiáveisaumente, a região da SADCestará em melhor posição paraatrair financiamento para os seusprojectos prioritários deinfraestruturas. Ao desenvolver fichas deprojecto, os Estados Membrosforam aconselhados a priorizarprojectos de infraestruturas quegerassem os benefícioseconómicos e sociais desejadosda maneira mais eficiente,devido aos recursos limitadosdisponíveis. Um grande desafio destacadodurante o seminário foi umconflito de prioridades entre

projectos regionais e nacionais,com os Estados-Membros aoptar por aqueles que têm ummaior impacto interno emdetrimento dos que têm umcaráter transfronteiriço. No entanto, um canal deprojecto preferido deve abordaras prioridades estratégicasnacionais e regionais.Foi acordado que os EstadosMembros devem acelerar oalinhamento de projectosregionais com as prioridadesnacionais estratégicas. Mokoena disse que oSecretariado da SADC, emparceria com o BAD, priorizou62 projectos regionais paraimplementação na próxima fasedo plano regional deinfraestruturas. Espera-se que este númeroaumente à medida que umamassa crítica para a preparaçãode projectos bancáveis seja criadadentro da região. O seminário do RIDMPcontou com a presença defuncionários e especialistas dosEstados Membros da SADC, doBanco de Desenvolvimento daÁfrica Austral e representantesde vários parceirosinternacionais de cooperação. r

ÁFRICA AUSTRAL Hoje 7

I N F R A E S T R U T U R A S

por Kumbirai Nhongo

O SECRETARIADO da SADCestabeleceu uma parceria com oBanco Africano deDesenvolvimento para fortalecera capacidade dos EstadosMembros na preparação deprojectos para melhorar osesforços de mobilização derecursos para o desenvolvimentode infraestruturas regionais. Como parte dos esforços paraacelerar a implementação doPlano Director Regional deDesenvolvimento deInfraestruturas (RIDMP), oSecretariado e o BADorganizaram um seminário emJunho para capacitar osfuncionários dos 16 EstadosMembros da SADC adesenvolver fichas detalhadas deprojectos. Uma ficha de projecto é umdocumento que forneceinformações a possíveisfinanciadores, investidores eoutras partes interessadas sobreum determinado projecto,incluindo a localização, custoestimado, situação deimplementação, riscos potenciaise lacunas de financiamento. A Directora da Infraestruturasda SADC, Mapolao Mokoena,disse que a parceria com o BADé fundamental no apoio aoimpulso da região para acelerara implementação de projectos deinfraestruturas, dado o défice deinfraestruturas prevalecente naÁfrica Austral. Ela disse que as fichas deprojecto fornecidas pelos EstadosMembros ajudaram a informar odesenvolvimento de uma lista deprojetos prioritários queorientarão as iniciativasde desenvolvimento deinfraestruturas regionais emcurso. O RIDMP identifica váriosprojectos prioritários dentro deseis sectores - transportes,energia, água, tecnologia de

O PLANO Director Regional de Desenvolvimento deInfraestruturas da SADC (RIDMP) é a estratégia regionalacordada para o desenvolvimento integrado de infraestruturasregionais na África Austral, a um custo estimado de 500 milmilhões de dólares norte-americanos para satisfazer ademanda projectada até 2027.

A decisão histórica de aprovar o RIDMP em 2012, naCimeira da SADC realizada em Maputo, Moçambique, foiinformada pela perspectiva de que o desenvolvimento emanutenção de infraestruturas é um facilitador para umaintegração regional acelerada, desenvolvimento económico,industrialização e comércio.

No âmbito deste ambicioso plano, a SADC pretendedesenvolver infraestruturas transfronteiriças nas seis áreasprioritárias de energia, transportes, turismo, água, tecnologiade informação e comunicação e meteorologia.r

informação e comunicação,meteorologia e turismo. A implementação do RIDMPestá a ser feita em três fases,abrangendo o Plano de Acção deCurto Prazo (STAP) 2012-2017, oPlano de Acção de Médio Prazoaté 2022, e o Plano de Acção deLongo Prazo a ser implementadoaté 2027. As conclusões preliminaresde um estudo encomendadopelo Secretariado da SADC econduzido pelo Centro deDocumentação e Pesquisa para aÁfrica Austral (SARDC) sobre aimplementação do Plano deAcção de Curto Prazo mostramque a maioria dos projectos deinfraestruturas estão atrasados. O projecto de relatório daavaliação foi apresentado aosEstados-Membros e outraspartes interessadas paravalidação durante um semináriorealizado em Joanesburgo, Áfricado Sul, de 17 a 21 de Junho. A meta do Plano de Acção deCurto Prazo era implementar 98projectos regionais deinfraestrutura avaliados em 64,3biliões de dólares norte-americanos. No entanto, as conclusões dorelatório mostram que a regiãoestá atrasada, com apenas cincopor cento dos projectos visados sendo totalmenteimplementados. O estudo aponta para o ritmolento da implementação dosprojectos de infraestruturas daSADC, uma situação que tem oefeito adverso de alargar alacuna de infraestruturas naregião. A avaliação atribui estaestagnação, em parte, ao facto deos Estados Membros da SADCenfrentarem um desafio decompetências e capacidades napreparação de propostas deprojectos bancáveis que possamatrair financiamento paraprojectos de infraestruturas. Oestudo constatou que cerca de

SADC é parceiro do BAD no fortalecimento da capacidade de desenvolvimento de infraestruturas

SADC Today 21 No.5 PORTUGUESE Final.qxp_Layout 1 23/8/2019 11:27 Page 7

Page 8: África Austral Hoje - SARDC · Hoje. 3. coordenação, como acordos de políticas, procedimentos e requisitos para a emissão do visto de viajantes e turistas. Por exemplo, alguns

por Kizito Sikuka

A SADC fez progressos significativos no sentido de alcançara sua visão de uma região unida, próspera e integrada.

Isto foi dito pelo Presidente da SADC, Presidente HageGeingob, da Namíbia, quando apresentava um relatóriosobre a situação da integração regional na SADC durante aabertura da Reunião de Coordenação das ComunidadesEconómicas da União Africana (UA) - realizada nos dias 7-8de Julho em Niamey, Níger.

“A nossa análise da situação da integração na SADCrevela que a implementação progrediu bem, apesar de algunsdesafios”, afirmou o Presidente Geingob.Ele disse que alguns dos principais marcos registados pelaSADC incluem o lançamento de uma Área de Comércio Livre(ACL) em Agosto de 2008.

A ACL da SADC, que abrange 12 Estados Membros,permitiu um aumento do comércio Intraregional na SADCpara mais de 22 por cento do Produto Interno Bruto colectivo,em comparação com os cerca de 16 por cento do período pré-ACL.

Além disso, o lançamento do ACL da SADC permitiu aosconsumidores da região obter melhores produtos a preçosmais baixos devido ao aumento da produção, enquanto osprodutores se beneficiam do comércio isento de tarifas paratodos os produtos originários da região.

O principal objectivo do ACL da SADC é promover omovimento suave de bens e serviços através das fronteiras,bem como encorajar os Estados Membros a harmonizar aspolíticas comerciais para promover a concorrência igual e oaumento do comércio.

Outra conquista para a SADC é o estabelecimento de umsistema de pagamentos regional para liquidar as transaçõestransfronteiriças mais rapidamente sem ter que depender debancos intermediários de fora da região.Vulgarmente conhecido como Sistema de Liquidação Brutaem Tempo Real da SADC, o sistema foi estabelecido em Julhode 2013 e testado em quatro países - Eswatini, Lesotho,Namíbia e África do Sul.

O sistema está agora operacional em 14 Estados Membrosda SADC e apenas Madagáscar e a União das Comores nãoestão a participar.

"O Sistema de Liquidação transfronteiriça Bruta emTempo Real da SADC melhorou a eficiência e reduziu oscustos de transação", disse o Presidente Geingob.

Ele disse que o sistema “teve um desempenhoimpressionante com a participação de 81 bancos e mais de 1,2milhões de transações liquidadas até o final de 2018,representando 5,21 triliões de Rands (cerca de 373,5 biliõesde dólares norte-americanos) no comércio Intraregional daSADC”.

Na frente da energia, a criação do Grupo de Empresas deElectricidade da África Austral (SAPP) forneceu umaplataforma para as concessionárias de energia da regiãopartilharem a electricidade entre fronteiras, permitindo assimque os países façam a gestão dos seus excedentes e défices deenergia.

Todos os Estados Membros da SADC continental, comexcepção de Angola, Malawi e Tanzânia, estão interligados àrede regional através do SAPP, permitindo-lhes negociarelectricidade.

Os estados insulares de Comores, Madagáscar, Mauríciase Seychelles ainda não são membros do SAPP.

A região tem testemunhado um investimento significativoem fontes de energia renováveis e não renováveis, umdesenvolvimento que viu vários projectos de produção etransmissão de energia sendo implementados durante aúltima década.

Esse investimento levou ao aumento da capacidade deprodução na região, que enfrenta défices de energia desde2007.

No que diz respeito à paz e segurança, a regiãopermaneceu praticamente estável e continua a implementarmedidas para promover e reforçar a sua estabilidade.

Por exemplo, como parte dos Princípios da BoaGovernação e Democracia, os Estados Membros da SADCforam encorajados a aderir aos Princípios e DirectrizesRevistos da SADC que Governam Eleições Democráticas, quefornecem uma estrutura normativa de revisão de pares paramedir a adesão às melhores práticas universais padronizadasem relação a condução de eleições e, em última análise, a

prevenção de conflitos relacionados com as eleições.A este respeito, desde a adopção dos Princípios e

Orientações da SADC sobre as Eleições Democráticas,a região implementou com sucesso as Missões de

Agenda de integração regional da SADC em curso… m

8 ÁFRICA AUSTRAL Hoje, Agosto 2019

I N T E G R A Ç Ã O

SADC Today 21 No.5 PORTUGUESE Final.qxp_Layout 1 23/8/2019 11:27 Page 8

Page 9: África Austral Hoje - SARDC · Hoje. 3. coordenação, como acordos de políticas, procedimentos e requisitos para a emissão do visto de viajantes e turistas. Por exemplo, alguns

Observação Eleitoral da SADC (SEOM) para observar aseleições nos Estados Membros.

Só em 2018 e 2019, as SEOMs foram implantados até agorana República Democrática do Congo, no Reino de Eswatini,em Madagáscar, no Malawi, na África do Sul e no Zimbabwe.

A mobilização das SEOMs, apoiada pelo ConselhoConsultivo Eleitoral da SADC, contribuiu, de modo geral, paraa maior credibilidade dos processos eleitorais nos EstadosMembros e para o aprofundamento da democracia na região.

O Presidente Geingob, que entregará a presidência da SADCao seu homólogo, Presidente John Pombe Joseph Magufuli, daRepública Unida da Tanzânia, na 39ª Cimeira da SADC, nosdias 17-18 de Agosto em Dar es Salaam, disse que a Força deProntidão da SADC reforçou a capacidade de defesa coletiva eresposta rápida a ameaças da segurança na região e em África.

Criada em 2007, a Força de Prontidão da SADC assumiucom sucesso as funções de escala da Força de ProntidãoAfricana (ASF) de 1 de Janeiro de 2019 a 30 de Junho de 2019.

A assunção dos deveres da lista de prontidão da ASFimplicou que a Força de Prontidão da SADC tivesse aresponsabilidade primária de ser a primeira a respondedor asituações de conflito no continente, fornecendo umacapacidade de implementação rápida.

A ASF é uma ferramenta importante da arquiteturaafricana de paz e segurança para a prevenção, gestão eresolução de conflitos no continente.

A ASF tornou-se totalmente operacional em 2016 e baseia-se em arranjos de prontidão entre as cinco sub-regiões daÁfrica - Norte da África, África Oriental, África Central,África Ocidental e África Austral. As regiões concordaramem liderar o ASF numa base rotativa semestral.

Sobre a integração do género na paz e segurança, a SADCdesenvolveu um quadro regional que servirá como um guiasobre a integração do género nos sistemas e processosregionais de paz e segurança.

O Presidente Geingob disse que, apesar destas conquistas,vários desafios continuam a dificultar a capacidade da SADCde tornar os benefícios de pertencer a uma comunidadepartilhada na África Austral e agradável para todos os seuscidadãos.

“Alguns planos e compromissos são irrealistas ou não sãototalmente propriedade dos Estados-Membros. Isso afetanegativamente a implementação dos planos e a realizaçãofinal dos marcos definidos. Precisamos, portanto, deassegurar que os planos sejam realistas e que todos osEstados Membros sejam totalmente consultados e subscrevê-los ”, disse ele.

Outro desafio é a participação múltipla e sobreposta devárias CER pelos Estados Membros da SADC.

Vários Estados Membros da SADC pertencem a mais deuma CER, uma situação que levou a conflitos de lealdade econfusão de compromisso, impedindo assim o progresso daintegração em África.

as ainda há muito por fazer

Contudo, a questão da sobreposição de membros está aser resolvida pela operacionalização da Área de ComércioLivre do COMESA-EAC-SADC e com a criação da ÁreaContinental de Comércio Livre Africano, cuja faseoperacional foi oficialmente lançada a 7 de Julho.

Outro obstáculo a uma integração regional mais forte é aparticipação limitada em programas regionais por parte deactores não estatais, incluindo o sector privado, a sociedadecivil e a mídia.

"Precisamos efectivamente integrar o sector privadocomo um parceiro crítico para a integração regional", disseGeingob, acrescentando que "a falta de priorização eimplementação de planos e actividades que promovam aintegração regional" é outro desafio que deve serenfrentado se a SADC quiser alcançar uma integração maisprofunda.

Ele disse que, para enfrentar esses desafios, a regiãotambém “buscou uma abordagem desenvolvimentista paraa integração focada na cooperação sectorial”.

Esta abordagem de desenvolvimento tem como premissaquatro áreas prioritárias interdependentes, que estãoalinhadas com a Agenda 2063 da União Africana. Estas áreasprioritárias são:

Desenvolvimento Industrial e Integração do Mercado; •Desenvolvimento de Infraestruturas em Apoio à•Integração Regional;Cooperação para a Paz e Segurança; e•Programas Especiais de uma Dimensão Regional.•

A primeira Reunião de Coordenação das CER-UAprocurou capacitar as CERs na África para dar uma olhadacrítica no progresso feito na implementação e cumprimentodos objectivos das suas agendas de integração, bem comoproporcionar uma oportunidade para fazer um balanço dassinergias entre as actividades da CERs e a agenda eprogramas da UA.

A UA é composta por oito CERs. Estas são a União doMagrebe Árabe, Mercado Comum da África Oriental eAustral (COMESA), Comunidade dos Estados Sahel-Saharianos, Comunidade da África Oriental (EAC),Comunidade Económica dos Estados da África Central(CEEAC), Comunidade Económica dos Estados da ÁfricaOcidental (CEDEAO), Autoridade Intergovernamental parao Desenvolvimento (IGAD) e SADC.

As CERs são os alicerces essenciais da propostaComunidade Económica Africana (CEA) prevista para estarem vigor até 2028.

O objectivo geral da CEA é promover a cooperação e odesenvolvimento em todos os aspectos da actividadehumana, com vista a elevar o padrão de vida das pessoasem África, mantendo a estabilidade económica eestabelecendo uma relação próxima e pacífica entre osEstados Membros. sardc.net

ÁFRICA AUSTRAL Hoje 9

I N T E G R A Ç Ã O

SADC Today 21 No.5 PORTUGUESE Final.qxp_Layout 1 23/8/2019 11:27 Page 9

Page 10: África Austral Hoje - SARDC · Hoje. 3. coordenação, como acordos de políticas, procedimentos e requisitos para a emissão do visto de viajantes e turistas. Por exemplo, alguns

10 ÁFRICA AUSTRAL Hoje, Agosto 2019

por Nyarai Kampilipili

UM PROTOCOLO regionalsobre o tráfico de pessoas está aser desenvolvido peloSecretariado para reduzir o vícioque está a aumentar na SADC.

O Tráfico de Pessoas (TIP)está entre os crimes organizadosque mais crescem no mundo e aSADC está intensificandoesforços para responder a isso.

O TIP normalmente envolveo movimento ilegal de umindivíduo em um país para finsde exploração.

Os traficantes aproveitam asvulnerabilidades criadas porvários factores, incluindopobreza, instabilidades deconflito e pós-conflito,desigualdade de género,desemprego, instabilidadeeconómica e uma faltageneralizada de oportunidades.

As vítimas, na maioriamulheres e crianças, são muitasvezes induzidas a deixar as suascasas com falsas promessas deemprego, mas depois sãosubmetidas a exploração sexual,trabalho forçado, escravidão ouaté a remoção de órgãos docorpo.

O modus operando usadopelos sindicatos inclui anúnciosfalsos em jornais para empregosem cidades ou outros países.

Em outros casos, criançaspequenas são sequestradas evendidas para trabalhar emfábricas, plantações ou doces; osjovens são forçados a trabalharem mercados de trabalho, comoa agricultura e a indústria têxtil,por pouco ou nenhumpagamento; e bebês ou criançasmuito novas são roubadas oucompradas para adopção ilegal.

Para enfrentar estes desafios,os países da SADC estão areforçar os seus quadros legaispara combater o tráfico depessoas e garantir que oscidadãos não sejam vítimas detais actividades criminosas.

Como tal, o Secretariado daSADC está a desenvolver um

protocolo regional que lidaespecificamente com as questõesdo TIP.

O apelo para odesenvolvimento do protocoloTIP foi feito pelo ComitéMinisterial da SADC do Órgãode Cooperação Política, Defesa eSegurança na sua reuniãorealizada em Julho de 2017 emDar es Salaam, na RepúblicaUnida da Tanzânia.

O Secretariado disse emMaio durante a reunião dosAltos Funcionários da SADC eMinistros do Género realizadaem Windhoek, Namíbia, que oprocesso para elaborar umprotocolo regional sobre o TIPestá agora numa fase avançada.

O protocolo seráacompanhado por orientaçõessobre Monitoria e Relatório de

TIP, que serão usadas para medira implementação do protocolo.

Desde o início de umprograma de combate ao tráficode pessoas pela SADC em 2013,foram realizados vários feitos.

Os marcos incluem aassistência aos EstadosMembros da SADC paradesenvolver os seus planos deacção nacionais, bem como asdirectrizes de identificação dasvítimas, regulamentos deimplementação e mecanismosde referência de procedimentosoperacionais padronizados.

A capacidade de responder aoTIP também melhorou atravésdo treinamento de policiais, bemcomo dos profissionais da mídiae da justiça criminal.

Um total de 14 países daSADC tomaram medidas para

abordar a questão do tráfico depessoas e criaram estruturasanti-tráfico que ajudam noapoio às vítimas do tráfico.

Estes são Angola, Botswana,Eswatini, Lesotho, Madagáscar,M a l a w i , M a u r í c i a s ,Moçambique, Namíbia,Seicheles, África do Sul,Tanzânia, Zâmbia e Zimbabwe.

Uma publicação recente daSADC sobre Prevenção eCombate ao Tráfico de Pessoas:Lições da região da SADCdestaca esforços dos EstadosMembros no fortalecimento doapoio e protecção às vítimasatravés de assistência alimentar,vestuário, abrigo, alojamentoseguro, aconselhamento, apoiopsicológico e assistênciamédica e se necessário,hospitalização. r

O MONITOR de Género e Desenvolvimento da SADC 2018 - agora nasua sétima edição - será lançado à margem da 39ª Cimeira de Chefes deEstado e de Governo da SADC agendada para Agosto em Dar es Salaam,na República Unida da Tanzânia.

A publicação apresenta um relato do progresso feito no sentido daimplementação de compromissos regionais para alcançar igualdade eequidade de género, em linha com o Protocolo revisto da SADC sobre Géneroe Desenvolvimento, com enfoque no empoderamento económico e OrçamentoSensível ao Género.

De acordo com a publicação, os Estados Membros da SADC fizeramprogressos consideráveis na promulgação de leis e políticas nacionais para oavanço económico de mulheres e homens na região.

No entanto, existe uma discórdia geral que ainda há entre o direitoestatutário e consuetudinário, que é uma desvantagem para o progresso.

A publicação também mostra que as mulheres, em relação aos homens,estão amplamente engajadas no trabalho não remunerado de cuidados e osmúltiplos papéis que as mulheres desempenham não são amplamentereconhecidos pela lei, um fardo que deve ser partilhado.

Algumas das opções políticas oferecidas pela publicação incluem anecessidade dos Estados Membros da SADC considerarem a integraçãoefectiva do Orçamento Sensível ao Género em todas as actividades, programase projectos socioeconómicos.

O Monitor de Género e Desenvolvimento da SADC 2018 foi produzidopelo Centro de Documentação e Pesquisa para África Austral (SARDC) emnome do Secretariado da SADC através da informação fornecida pelosEstados Membros através do Mecanismo de Avaliação e Monitoria doGénero.

SADC lança publicação sobreempoderamento económico de mulheres

Protocolo Regional sobre o Tráfico de Pessoas

G É N E R O

SADC Today 21 No.5 PORTUGUESE Final.qxp_Layout 1 23/8/2019 11:28 Page 10

Page 11: África Austral Hoje - SARDC · Hoje. 3. coordenação, como acordos de políticas, procedimentos e requisitos para a emissão do visto de viajantes e turistas. Por exemplo, alguns

P A R L A M E N T O

governamental dop a r l a m e n t oregional propostoe apresentar assuas conclusõespara consideração

q u a n d o oConselho se reunir novamenteem Dar es. Salaam, RepúblicaUnida da Tanzânia, emAgosto, antes da 39ª Cimeirada SADC.

Com o tema “UmAmbiente Propício para oDesenvolvimento IndustrialInclusivo e Sustentável, MaiorComércio Intraregional eCriação de Emprego”, a 39ªCimeira da SADC irádeliberar sobre uma vastagama de assuntos, incluindo arevisão do progresso feitopara alcançar a visão de longoprazo de uma região unida,próspera e integrada.

A proposta de criação doParlamento Regional daSADC proporcionará umainstituição representativa paraos cidadãos da SADC,servindo assim como uminterlocutor válido para asnecessidades e desejos dopúblico em geral.

O Executivo já é o principalimpulsionador da integraçãoregional através dei n s t i t u i ç õ e s i n t e r -governamentais de altosfuncionários, ministeriais ouChefes de Estado e deGovernos.

O Judiciário foirepresentado através doTribunal da SADC, agorasuspenso, mas em brevereconstituído, cuja funçãoprincipal é garantir ocumprimento e resolução dedisputas relacionadas àinterpretação e aplicação doTratado da SADC ei n s t r u m e n t o s l e g a i ssubsidiários.

Um elo que faltava seria,portanto, o do Legislativo,cujo papel central serialiderar a domesticação dapolítica regional e dasobrigações legais delineadasno Tratado da SADC e váriosprotocolos sectoriais.

A transformação do FP daSADC num ParlamentoRegional está em cima damesa desde 2004, mas oprocesso e os planos nãoforam claramente definidosaté ao ano passado.

O fórum é uma instituiçãoautónoma da SADC criadaem 1997 como um órgãointerparlamentar regionalcomposto por 14 parlamentosnacionais, representandomais de 3.500 parlamentaresna África Austral.

Os parlamentos membrossão Angola, Botswana,República Democrática doCongo, Eswatini, Lesotho,M a l a w i , M a u r í c i a s ,Moçambique, Namíbia,Seychelles, África do Sul,Tanzânia, Zâmbia eZimbabwe.

Contudo, o fórum não foicapaz de contribuirplenamente para a formulaçãode políticas que é importantepara a integração regionalporque o seu papel formal nosassuntos da SADC não foitotalmente reconhecido, nemo seu trabalho alimentadirectamente a agenda doórgão intergovernamental.

Isto fez com que osparlamentos nacionaisiniciassem um processo aolongo dos anos para forjaruma relação de trabalho como Secretariado da SADC paracriar espaço para osparlamentares participaremmais formalmente nosprocessos de integraçãoregional.

por Thenjiwe Ngwenya

A NOMEAÇÃO deBoemo Sekgoma como aprimeira mulher a dirigiro Fórum Parlamentar daSADC assinala mais umpasso no sentido darepresentação igual demulheres e homens em cargospolíticos e outros cargos detomada de decisão na ÁfricaAustral.

Sekgoma foi nomeada comoSecretária-Geral do FórumParlamentar (FP) da SADC na45ª Sessão da AssembleiaPlenária realizada em Maputo,Moçambique, em Julho.

Antes da sua nomeação, elaera a Secretária-Geral Interinadesde Junho de 2018, após asaída de Esau Chiviya, quedirigia o Fórum desde Julhode 2009.

“Estou determinada acontinuar a servir os órgãosinstitucionais do Fórum”,disse ela, acrescentando que“estou empenhada em fazerda SADC um lugar melhoratravés do desenvolvimentoparlamentar”.

Uma das suas principaistarefas no comando do FP daSADC é supervisionar a suatransformação numparlamento regional.

Isto segue o apoio de altonível dos líderes na 38ªCimeira da SADC, realizadana Namíbia em Agosto de2018, para avançar noestabelecimento de umparlamento regional comouma instituição integral paraimpulsionar a agenda deintegração regional.

O Conselho de Ministrosda SADC, que se reuniu emMarço de 2019, criou umGrupo de Trabalho para fazeruma análise da estrutura,funções e estrutura legal

A este respeito, a suatransformação numparlamento regional ajudaráa colmatar o fosso entre oscidadãos da África Austral eos processos de integraçãoregional.

A Assembleia Plenária doFP da SADC é o mais altoórgão de decisão do Fórum,que compreende osPresidentes ou Chefes deBancadas e osParlamentares que foramdesignados pelas suasinstituições nacionais paraparticiparem ao nível doFórum.

A recém-eleita liderançado FP da SADC, reunidapara a sua 45ª Sessão daA s s e m b l e i a P l e n á r i arealizada em Maputo,Moçambique, em Julho,concordou que at r a n s f o r m a ç ã o n u mp a r l a m e n t o r e g i o n a lcontinua a ser uma dasprincipais prioridades dofórum.

A Presidente do FPSADC, Veronica MacamoDlhovo, que é a Presidenteda Assembleia República deMoçambique, disse que ofórum irá em breveconvocar uma reuniãourgente para discutir comotornar realidade a suatransformação numparlamento regional.

A 45ª Sessão daAssembleia Plenária, que foioficialmente aberta peloPresidente de Moçambique,Filipe Jacinto Nyusi,decorreu sob o tema“Mudanças Climáticas,Mitigação e Adaptação: OPapel dos Parlamentos,Rumo à Implementação daDeclaração de Paris e oRoteiro de Katowice”.sardc.net

Nova Chefe do Fórum Parlamentar da SADC pronta para avançar com a integração regional

ÁFRICA AUSTRAL Hoje 11

SADC Today 21 No.5 PORTUGUESE Final.qxp_Layout 1 23/8/2019 11:29 Page 11

Page 12: África Austral Hoje - SARDC · Hoje. 3. coordenação, como acordos de políticas, procedimentos e requisitos para a emissão do visto de viajantes e turistas. Por exemplo, alguns

B I O D I V E R S I D A D E

12 ÁFRICA AUSTRAL Hoje, Agosto 2019

AS CIMEIRAS sobreelenfantess, realizadas emBotswana e Zimbabwe nosúltimos meses, concordaram emprocurar a remoção da proibiçãodo comércio de marfim parapermitir que as comunidades sebeneficiem dos recursos. Este foi um dos resultados daCimeira da União Africana sobrea Fauna Bravia e Vida Selvagem,realizada em Victoria Falls,Zimbabwe, em Junho. Em Maio, a Cimeira deKasane sobre Elefantes fez umapelo semelhante de cincoEstados Membros da SADC -Angola, Botswana, Namíbia,Zâmbia e Zimbabwe. Apesar de vários apelos econsenso entre a maioria dospaíses da região para suspender aproibição do comércio de marfim,a Convenção sobre o ComércioInternacional de Espécies daFauna e Flora SelvagensAmeaçadas de Extinção (CITES)manteve as restrições. A CITES, que é um acordointernacional que visa garantirque o comércio internacional deespécimes de animais e plantasselvagens não ameace a suasobrevivência, argumenta que aproibição ainda é necessária paraproteger da extinção os elefantese outros animais selvagens,como os rinocerontes. Esta restrição é, no entanto,um revés para os EstadosMembros da SADC, uma vezque a proibição do comércio demarfim corroeu seriamente abase de receitas para aconservação da vida selvagem epode levar ao aumento de casos

Pressão para a remoção da proibição do comércio de marfimde caça furtiva, uma vez que ascomunidades não beneficiamdos rendimentos do comércio demarfim. Falando na Cimeira da UA-ONU sobre Economia da VidaSelvagem, o Presidente doZimbabwe, EmmersonMnangagwa, disse que enquantoa África Austral continuaorientada pelos princípios dautilização sustentável da vidaselvagem, a região continuapedindo o livre comércio deprodutos de caça para criar umequilíbrio entre conservação eutilização sustentável dosrecursos da vida selvagem pelascomunidades locais. “Estamos muito preocupadoscom a abordagem de tamanhoúnico, em que a proibição docomércio está se infiltrando nosprocessos de tomada de decisõesda CITES”, disse ele. Os países da África Australargumentam que a mudançapara manter e reforçar aproibição mundial do comérciode marfim resultou num boomda população de elefantes, queagora cresceu muito acima dacapacidade de suporte dasflorestas da região. Por exemplo, a população deelefantes no Zimbabwe está seaproximando a 100.000, o que équase três vezes superior a suacapacidade de sustentabilidade. Noutros Estados Membros daSADC, como a Namíbia e aÁfrica do Sul, a população deelefantes é superior a 22.500 ecerca de 20.000, respectivamente.Segundo a CITES, a ÁfricaAustral tem o maior número de

elefantes em África, cerca de350.000, o dobro da ÁfricaOriental, onde estima-se que166.500 elefantes, principalmentena República Unida da Tanzânia,também façam parte da SADC. Embora as populações deelefantes na África Austral estejamno Apêndice II, o que significa queo comércio comercial de espécies épermitido, os países da região nãose beneficiaram dos programas deconservação sustentáveis bem-sucedidos lançados durante asúltimas décadas. As populações de elefantes doBotswana, Namíbia e Zimbabweforam transferidas do Anexo Ipara o II em 1997, enquanto aspopulações da África do Sul foramtransferidas no ano 2000. O Apêndice I lista as espéciesque estão ameaçadas de extinção,enquanto aquelas no Apêndice IInão são necessariamenteameaçadas e o comércio comercialé permitido sob certas condições.Em 1989, a CITES proibiu ocomércio internacional de marfim,mas depois permitiu que oBotswana, Namíbia, África do Sule Zimbabwe vendessem algunsestoques do seu marfim para oJapão, totalizando mais de 150toneladas em 1997 e 2002. A decisão foi tomada emreconhecimento do facto de quealgumas populações de elefantesda África Austral são saudáveis ebem geridas. O utras vendas nessespaíses ocorreram em 1999 e 2008 erenderam cerca de 20 milhões dedólares norte-americanos paraprogramas de conservação deelefantes e desenvolvimento

comunitário dentro e ao redor dasáreas de distribuição de elefantes.No entanto, desde 2008, houveuma moratória de nove anos ouproibição temporária na venda demarfim, que deveria terminar em2017, mas nenhum estoque foivendido até agora. De acordo com uma declaraçãodivulgada após a Cimeira sobreEconomia da Vida Selvagem, ascomunidades locais são a “linhade frente da defesa na protecçãodos recursos naturais e nocombate ao comércio ilegal devida selvagem”, portanto, devemse beneficiar dos seus recursos. A Diretora Executiva Adjuntado Programa das Nações Unidaspara o Meio Ambiente, JoyceMsuya, disse que a participaçãodas comunidades locais na cimeiraé um passo positivo na mudançapara uma economia sustentável devida silvestre para a África. “Quando as comunidades quevivem mais perto da vida selvagemtêm um papel e uma participaçãoclara na gestão da natureza, elastêm um incentivo mais forte paraconservá-la”, disse ela. Espera-se que a África Australfaça novos apelos à remoção daproibição do comércio de marfimna próxima 18ª reunião daConferência das Partes da CITESagendada para Agosto emGenebra, Suíça. A Cimeira sobre a Economia daVida Selvagem, que foi realizadasob o tema “Comunidades paraConservação, Aproveitando oTurismo de Conservação eApoiando os Governos”, é aprimeira desse tipo no continenteafricano. r

SADC Today 21 No.5 PORTUGUESE Final.qxp_Layout 1 23/8/2019 11:29 Page 12

Page 13: África Austral Hoje - SARDC · Hoje. 3. coordenação, como acordos de políticas, procedimentos e requisitos para a emissão do visto de viajantes e turistas. Por exemplo, alguns

ÁFRICA AUSTRAL Hoje 13

P A Z E S E G U R A N Ç A

Interpol tem auxiliado nacoordenação das operações einvestigações conjuntas daSARPCCO, e outras actividadesvoltadas para a prevenção ecombate ao crime.

A SARPCCO é a forçaprimária na África Austral paraa prevenção e combate ao crimetransfronteiriço.

Ela foi formada em 1995 noZimbabwe e estabeleceu-se

firmemente como umareferência para a cooperaçãopolicial internacional e éapoiada pelo EscritórioRegional da Interpol emHarare, que coordena as suasactividades e programas.

Os crimes prioritários quesão tratados pela SARPCCOincluem o terrorismo; roubo dev e í c u l o s m o t o r i z a d o s ;medicamentos e produtos

A SADC e a OrganizaçãoInternacional de Políciafinalizaram um acordo revistopara fortalecer a cooperaçãoentre as duas organizações emáreas de aplicação da lei ejustiça criminal.

A Secretária Executiva daSADC, Dra. StergomenaLawrence Tax, disse que oacordo revisto está agora prontopara assinatura.

“O acordo ajudará na criaçãode uma plataforma ideal para acolaboração entre a SADC e aInterpol e o apoio à aplicação dalei no combate ao crimeorganizado transnacional”,disse ela.

Espera-se que o acordorevisto estabeleça uma estruturapara a cooperação policialoperacional entre a SADC e aInterpol, e determine as funçõesdo secretariado que podem serprestadas, em nome da SADC, àOrganização de Cooperação dosChefes das Polícias da ÁfricaAustral (SARPCCO) pelaInterpol através da sua regionalem Harare.

Nos termos do acordoexistente, que foi assinado em2011, o Escritório Regional da

farmacêuticos falsificados;crimes económicos e comerciais;armas de fogo e explosivos;tráfico de ouro, diamantes eoutras pedras e metaispreciosos; crimes contramulheres e crianças; imigrantesilegais e documentos de viagemroubados e perdidos; crime devida selvagem e espéciesameaçadas de extinção; e tráficode seres humanos.

Acordo entre a SADC e a Interpol pronto para assinatura

Combate ao terrorismo na SADCA SADC desenvolveu medidaspara enfrentar as ameaçasemergentes do terrorismo, queameaçam minar a paz e aestabilidade na região.

A Estratégia Regional contrao Terrorismo da SADC e umPlano de Acção foramapresentados ao 21º ComitéMinisterial do Órgão da SADCsobre a Cooperação Política,Defesa e Segurança, realizadoem Lusaka, Zâmbia, a 19 deJulho, para análise.

Espera-se que a estratégia e oplano de acção sejam enviadosao Conselho de Ministros daSADC e finalmente à 39ª

Cimeira dos Chefes de Estado ede Governo da SADC, agendadapara 17-18 de Agosto em Dar esSalaam, na Tanzânia, paraaprovação final.

A Secretária Executiva daSADC, Dra. StergomenaLawrence Tax, disse que oterrorismo é uma questão degrande preocupação na região daSADC, por isso requer esforçoconjunto para enfrentar o desafio.

“A gravidade do terrorismo, asofisticação e a naturezatransfronteiriça do crimeorganizado transnacional exigemesforços conjuntos e uma fortecolaboração entre os Estados

Membros e outros parceiros”,disse ela.

“É muito importante quecontinuemos a colaborar paralidar com essas ameaçasalarmantes.

É somente através de esforçosconjuntos e concertados que aregião será capaz de lidarefetivamente com essasameaças”.

O terrorismo geralmente serefere ao uso de violênciaintencionalmente indiscriminadacomo um meio de criar terrorentre massas de pessoas oumedo de alcançar um objectivoreligioso ou político.

Paz é fundamental para a segurança e integração regionalA ÁFRICA Austral deve nutrira paz que prevalece na maiorparte da região, porque semestabilidade não hádesenvolvimento económico eintegração.

O Presidente do ComitéMinisterial do Órgão da SADCsobre a Cooperação Política,Defesa e Segurança, JosephMalanji, disse isso na 21ª reuniãodo comité ministerial realizadaem Lusaka, Zâmbia, a 19 deJulho.

Malanji, que é o Ministro dosNegócios Estrangeiros daZâmbia, disse que a região deveser elogiada pelo

estabelecimento do Órgão deCooperação Política, Defesa eSegurança para promover a paze a segurança na SADC.

"Não preciso enfatizardemais a importância que todosatribuímos à paz e à segurançanos nossos respectivos países ena região", disse ele.

“São componentes essenciaisnecessários para criar umambiente propício para osE s t a d o s M e m b r o sdesenvolverem políticas eestratégias comuns parapromover o desenvolvimentoeconómico e social dentro daregião da SADC.”

A Secretária Executiva daSADC, Dra. StergomenaLawrence Tax, concordou,dizendo que durante o períodode 2018/19, o Órgão até agoraobservou eleições num total deseis Estados Membros da SADC.

Os seis Estados-Membros sãoa União das Comores, aRepública Democrática doCongo (RDC), o Reino deEswatini, o Madagáscar, oMalawi e a África do Sul.

“Para a RDC, a transferênciahistórica e pacífica do poder foicelebrada dentro e fora daregião, uma vez que marcouuma nova era para a

prosperidade económica, a paze a estabilidade política naRDC”, disse a Dra. Tax.

Ela disse que até Dezembrode 2019, outros quatro EstadosMembros da SADC - Botswana,Maurícias, Moçambique eNamíbia - deverão ir às urnas.

“Contamos com a boavontade dos Estados Membrosda SADC para enviarobservadores eleitorais deacordo com os princípiosorientadores da SADC, o quepermitirá à região permanecerna sua trajectória deconsolidação da democracia”,disse ela.

SADC Today 21 No.5 PORTUGUESE Final.qxp_Layout 1 23/8/2019 11:29 Page 13

Page 14: África Austral Hoje - SARDC · Hoje. 3. coordenação, como acordos de políticas, procedimentos e requisitos para a emissão do visto de viajantes e turistas. Por exemplo, alguns

MWALIMU JULIUS Kambarage Nyerere foi um ícone e inspiraçãopara a libertação da África Austral e um herói na região, quealcançou a independência com o seu apoio e do povo da RepúblicaUnida da Tanzânia.

Isto foi dito em Butiama a 29 de Junho de 2019 durante umacerimónia de homenagem ao Mwalimu Nyerere pelo Presidente doComité Directivo do Centro de Documentação e Pesquisa para aÁfrica Austral (SARDC) neste ano do 20º aniversário da sua morte.

O Presidente do Comité Directivo do SARDC, o Professor PeterH. Katjavivi, disse que Mwalimu inspirou e apoiou uma geraçãode líderes e combatentes da liberdade, e mobilizou apoio material,diplomático e moral para o movimento de independência na ÁfricaAustral.

Katjavivi, que é Presidente da Assembleia Nacional da Namíbia,e um alto funcionário do partido SWAPO, disse que a inspiração eo apoio de Mwalimu foram um factor fundamental no seu País eoutros na região que alcançaram a independência.

Katjavivi passou 27 anos no exílio durante a luta de libertação,começando com a sua chegada à Tanzânia, e mais tarde serviu comoRepresentante Adjunto da SWAPO na Tanzânia antes de se tornarseu representante na Europa.

A reunião do Comité Directivo do SARDC foi realizada noMwitongo Lodge, em Butiama, de 29 a 30 de Junho.

Membros do Comité Directivo efectuaram uma visita guiada aocomplexo pelo filho de Mwalimu, Madaraka Nyerere,que também é membro do ConselhoDirectivo doSARDC.

Os destaques da excursão incluíram a casa dafamília com a biblioteca pessoal de Mwalimu, o museue o mausoléu onde Mwalimu Nyerere foi enterradoem Outubro de 1999. Katjavivi colocou uma coroa deflores no túmulo em nome do Comité Directivo eplantou uma árvore no local.

O SARDC está sediado na Julius K. NyerereHouse em Harare, no Zimbabwe, e trabalha emtodos os 16 Estados Membros da SADC. Osmembros do Comité Directivo são provenientesde vários Países e disciplinas. r

O Director Executivo doSARDC, Munetsi Madakufamba,disse que "o SARDC procurarárespeitar os ideais e princípios deNyerere e levar adiante o seulegado".

O SARDC é uma instituiçãode pesquisa de desenvolvimentoamplamente respeitada quefornece apoio ao conhecimentopara iniciativas de políticasregionais, como infraestrutura,industrialização,desenvolvimento de energia,mudanças climática, recursoshídricos, género edesenvolvimento e relaçõesChina-África.

14 ÁFRICA AUSTRAL Hoje, Agosto 2019

nosso povo possa ser inspirado ase desenvolver e os nossosamigos possam nos ajudar nesseprocesso de desenvolvimento.

“E foi assim que opensamento e odesenvolvimento do SARDCforam concebidos”, disse Mkapa.

Ele prestou homenagem aosDirectores Fundadores doSARDC, incluindo o falecidoDavid Martin, como umjornalista amplamente respeitadopor sua integridade e reportagemfactual, e "um nacionalista alémdas fronteiras, um verdadeiroafricanista", que usou seu oarsenal de palavras como umcombatente da liberdade .

Mkapa exortou a SADC e osEstados Membros a dar apoioprático ao SARDC, uma vez queo centro está a desempenhar umpapel importante noacompanhamento do progresso ena sensibilização para asquestões, realizações e desafiosdo desenvolvimento regional.

“Espero que os EstadosMembros da SADC possamavançar para fortalecer acapacidade deste centro, mastambém para impulsionar osestados membros a trocaremmais informações sobre seusdesafios de desenvolvimento,sobre suas estratégias dedesenvolvimento, e sobre os seusparadigmas de desenvolvimentopara que possamos realmentemudar juntos em unidade parauma maior liberdade do nossopovo ”, disse ele.

O SARDC é um parceiro deconhecimento da SADC, e temum grande repositório deinformações regionaisestabelecido através de um MdEassinado pela primeira vez em1995, que foi revisto e ampliadoem 2005 e actualizado em 2015.

A atribuição do nome Julius KNyerere House às instalações doSARDC foi parte de umainiciativa do Conselho Directivodo SARDC para homenagear oPatrono Fundador, que incluiu apublicação de um livro intituladoJulius Nyerere, Asante Sana,Obrigado Mwalimu que é umacompilação das suas principaisdeclarações e perspectivas emquestões de desenvolvimento, eé bem ilustrado com fotografiashistóricas.

JULIUS NYERERE, que foicarinhosamente tratado comoMwalimu (Professor), reconheceuo papel fundamental doconhecimento como um recursoestratégico para a liberdade e odesenvolvimento.

Como Presidente dos Estadosda Linha de Frente, ele motivoua criação do Centro deDocumentação e Pesquisa para aÁfrica Austral (SARDC) etornou-se o Patrono Fundador.

O SARDC foi criado em 1985,ano em que se aposentou comoPresidente da República Unidada Tanzânia. O desafio a serabordado era recolha edisseminação de informaçõesatravés das fronteiras, e apoio aodesenvolvimento de políticasregionais, após a constituição daConferência de Coordenação doDesenvolvimento da ÁfricaAustral (SADCC), precursora daSADC, em 1980.

A história foi contada por SuaExcelência Benjamin Mkapa, ex-Presidente da República Unidada Tanzânia (1995-2005), que,como Ministro das RelaçõesExteriores de Mwalimu, foi umimportante assessor noe s t a b e l e c i m e n t o edesenvolvimento inicial doSARDC, que cresceu e se tornouum instituto de política regionale um centro de conhecimentoamplamente respeitado.

Falando na cerimónia deatribuição de nomes do edifíciodo SARDC em Harare, noZimbabwe, como Julius K.Nyerere House, Mkapa disse queé importante para o SADC e oresto do continente africanovalorizar e ser guiado pelosideais e princípios de Nyerere,que acreditavam que a unidade,integridade e conhecimento sãofundamentais para odesenvolvimentosocioeconómico.

“No final da década de 1970,quando ficou claro que vamosvencer, dissemos agora que odesafio não é apenas a questãoda liberdade, mas também o usodessa liberdade para fortalecer anossa capacidade dedesenvolvimento. Exigiria omesmo conhecimento, ou maisconhecimento agora, paradisseminá-lo mais amplamente emais profundamente, para que o

Mwalimu Nyerere homenageado numa cerimónia em Butiama

C O N H E C I M E N T O

O SARDC também administraum serviço de notícias regional, oSouthern African News Features,que fornece artigos informativossobre questões dedesenvolvimento regional eeventos na África Austral e nocontinente africano,acessíveisatraves dos Portais deInternet www.sardc.net ewww.sadc.int (da SADC).

O SARDC tem um rico arquivohistórico que está sendodigitalizado para acesso on-line, eestá trabalhando com a UNESCOpara produzir recursos materiaissobre as dimensões e ligaçõesregionais dos Movimentos deLibertação Nacional.

Ele ensinou-nos que "Conhecimento é Poder".

Nyerere –“Conhecimento é Poder”

SADC Today 21 No.5 PORTUGUESE Final.qxp_Layout 1 23/8/2019 11:29 Page 14

Page 15: África Austral Hoje - SARDC · Hoje. 3. coordenação, como acordos de políticas, procedimentos e requisitos para a emissão do visto de viajantes e turistas. Por exemplo, alguns

ÁFRICA AUSTRAL Hoje 15

Agosto – Outubro 2019

Agosto 5-9, Tanzânia Semana de Industrialização da SADC 2019

O evento visa popularizar a Estratégia e o Roteiro de Industrialização daSADC aprovada em 2015. Agora, no seu quarto ano, o evento anualcompreende uma conferência de alto nível para discutir formas de avançarna agenda de industrialização, bem como uma exposição para permitirque várias partes interessadas se envolvam e rede.

7-10, Zimbabwe, Reunião Geral Anual da Associação de Advogados da SADCOs advogados dos Estados Membros da SADC reunir-se-ão para discutiro papel da profissão jurídica na promoção da integração económicaregional e desenvolvimento de infraestruturas e na estruturação deParcerias Público-Privadas. Eles explorarão o tema da 39ª Cimeira daSADC e debaterão como o estado de direito e a boa governação podemser fortalecidos na região da SADC.

8-19, Tanzânia 39ª Cimeira dos Chefes de Estado e de Governo da SADCOs líderes da SADC reunir-se-ão para a sua Cimeira anual para discutirquestões destinadas a promover a integração e o desenvolvimento regional.A cimeira, marcada para 17 e 18 de Agosto, é precedida por reuniões dealtos funcionários e do Conselho de Ministros. O Tema da Cimeira é - UmAmbiente Propício para o Desenvolvimento Industrial Inclusivo eSustentável, Maior Comércio Intraregional e Criação de Emprego.

28-30, Angola Regional sobre a Previsão Climática da África AustralOs especialistas em clima dos Estados Membros da SADC reunir-se-ãopara rever as previsões climáticas regionais, usando indicadores deprecipitação sazonal para produzir uma previsão regional para a épocachuvosa de 2019/20.

26-30, RDC 53ª Reuniões do Comité de Gestão do SAPP O encontro reúne líderes de empresas de energia e representantes dogoverno dos 12 estados membros do Grupo de Empresas de Electricidadeda África Austral (SAPP) para discutir as principais questões de gestãorelacionadas à rede elétrica regional e ao fornecimento de energia regional.

Setembro 17-30, EUA 74ª Sessão da Assembleia Geral da ONU

A 74ª Sessão da Assembleia Geral da ONU acontece na sede da ONU emNova York. A agenda da Assembleia Geral inclui o debate geral, que é aocasião para os líderes mundiais discutirem questões globais. A AssembleiaGeral é o principal representante e órgão de elaboração de políticas dasNações Unidas.

24-25, EUA Cimeira sobre os Objectivos de Desenvolvimento SustentávelChefes de Estado e de Governo vão se reunir na sede das Nações Unidasem Nova York para analisar o progresso na implementação da Agenda2030 para o Desenvolvimento Sustentável e os 17 Objectivos deDesenvolvimento Sustentável.

Por indicar, Reunião do Grupo Temático de EnergiaBotswana O Grupo Temático sobre Energia (ETG) é uma reunião de coordenação

da SADC e das suas organizações subsidiárias com parceiros eespecialistas de cooperação para rever a situação energética na região.

Por indicar, Reunião do Grupo Temático de Água da SADCBotswana O Grupo de Referência Estratégica da Água da SADC (WSRG) irá reunir-se

em Gaborone, Botswana, para discutir questões pertinentes que fectam osector da água. O WSRG é um fórum para a colaboração das partesinteressadas no desenvolvimento e conservação do setor da água na ÁfricaAustral.

Outubro 15, Moçambique Eleições em Moçambique

Moçambique realizará eleições presidenciais, legislativas e provinciais a15 de Outubro de 2019. As últimas eleições presidenciais, parlamentarese provinciais foram realizadas em 2014.

Por indicar, Eleições no Botswana Botswana O Botswana irá às urnas em Outubro para escolher parlamentares e

representantes do governo local em eleições que devem ser bastantedisputadas. A data ainda será anunciada.

E V E N T O SÁFRICAAUSTRALHOJE

SADC HOJE VOL 21 NO 5 AGOSTO 2019

AFRICA AUSTRAL HOJEÉ produzido como uma fonte de referência

das actividades e oportunidades na Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral, e um guião para os

responsáveis pela elaboração de políticas a todos os níveis de desenvolvimento nacional e regional.

Comunidade para o Desenvolvimento da África AustralSecretariado da SADC, SADC House, Private Bag 0095,

Gaborone, BotswanaTel +267 395 1863 Fax +267 397 2848/318 1070E-mail [email protected] Website www.sadc.int

ÁFRICA AUSTRAL HOJE é publicado seis vezes por ano pelo Centro de Documentaçãoe Pesquisa para a África Austral (SARDC) para o Secretariado da SADC em Gaberone,

Botswana, como uma fonte credível de conhecimento sobre o desenvolvimentoregional. Os artigos podem ser reproduzidos livremente pelos órgãos de comunicação

social e outras entidades, citando devidamente a fonte.

EDITORMunetsi Madakufamba

TRADUTORBonifácio António

COMITÉ EDITORIALJoseph Ngwawi, Kizito Sikuka, Egline Tauya, Admire Ndhlovu,

Phyllis Johnson, Nyarai Kampilipili, Kumbirai Nhongo, Maidei Musimwa, Tariro Sasa, Tanaka Chitsa, Monica Mutero, Raymond Ndhlovu,

Pedzisayi Munyoro, Thenjiwe Ngwenya, Eunice Kadiki, Tonderayi Mpofu

ÁFRICA AUSTRAL HOJE conta com o apoio da Agência Austríaca para oDesenvolvimento, que assiste o Grupo Temático de Energia da SADC co-presidido

pela Áustria.

© SADC, SARDC, 2019

SÁFRICA AUSTRAL HOJE acolhe as contribuições individuais e de organizações dentroda região da SADC em forma de artigos, fotografias, artigos noticiosos e comentários, e

também artigos relevantes de fora da região. Os editores reservam-se o direito deseleccionar ou rejeitar artigos, e editar para se ajustar ao espaço disponível. O conteúdonão reflecte necessariamente o posicionamento oficial ou opiniões da SADC ou SARDC.

ÁFRICA AUSTRAL HOJE é publicado em Inglês, Português e Francês, e estádisponível num formato digital no Portal de Internet www.sardc.net Conhecimento

para o Desenvolvimento, ligado a www.sadc.int

COMPOSIÇÃO & MAQUETIZAÇÃOTonely Ngwenya, Anisha Madanhi

FOTOS E ILUSTRAÇÕESP1 videoblocks; P2 newtimes.co.rw; P4; P5 P Johnson;

P6 buildipedia, wp.com, meed.com, kayafm.co.za; P7 tanzaniatourism.go.tz, P8sadc.int;

P9 omicronenergy.com; P10 SADC Secretariat, msn.com, akamaized.net; P11 news24 com, msn com; P12 Cyril Ramaphosa Twitter Account, bp blogspot.com,

P13 enca.com, citizen.co.za, Aljazeera.com; P14 southerntimesafrica; P16 mozambiquehistory.net, aaihs.or

Subscreva Hoje

ÁFRICA AUSTRAL HOJE está disponível através de uma taxa de subscrição anual paraseis meses: 55 dólares para fora de África, incluindo o envio; 40 dólares nas restantes

partes de África; e 30 dólares na África Austral. A subscrição permite receber apublicação via aérea ou por e-mail. Para mais detalhes, contacte o Editor.

A correspondência para esta publicação deve ser dirigida ao [email protected]

Centro de Documentação e Pesquisa para África AustralJulius K. Nyerere House,15 Downie Avenue, Belgravia, Harare, Zimbabwe

Tel +263 242 791 141

www.sardc.net Conhecimento para o Desenvolmento

Este documento foi produzido no contexto de um projeto financiado pela AgênciaAustríaca de Desenvolvimento / o Desenvolvimento Austríaco Cooperação. Aresponsabilidade do conteúdo desta publicação reside inteiramente no autor; asinformações e opiniões expressas não refletem a opinião oficial da Agência austríaca dedesenvolvimento / Cooperação austríaca para o desenvolvimento.

sardc.net @sardc.net

SADC Today 21 No.5 PORTUGUESE Final.qxp_Layout 1 23/8/2019 11:29 Page 15

Page 16: África Austral Hoje - SARDC · Hoje. 3. coordenação, como acordos de políticas, procedimentos e requisitos para a emissão do visto de viajantes e turistas. Por exemplo, alguns

FERIADOS PÚBLICOS NA SADC Agosto - Outubro de 2019

Um futuro partilhado no seio da Comunidade Regional

H I S T Ó R I A H O J E

1 Agosto Dia dos Parentes RDC3 Agosto Dia dos Agricultores Zâmbia8 Agosto Dia dos Camponeses Nane Nane Tanzânia9 Agosto Dia da Mulher África do Sul12 Agosto Eid al Adha Comores, Tanzânia12 Agosto Dia dos Heróis Zimbabwe13 Agosto Dia das Forças de Defesa Zimbabwe15 Agosto Dia de Assunção Madagáscar, Seychelles17 Agosto Dia da SADC* Todos26 Agosto Dia dos Heróis Namíbia

2 Setembro Dia da Dança Umhlanga Reed Eswatini3 Setembro Ganesh Chaturthi Maurícias6 Setembro Dia da Independência / Dia de Somhlolo Eswatini7 Setembro Dia da Victória Moçambique 9 Setembro Feriado Público Papal Maurícias17 Setembro Dia dos Heróis Nacionais Angola24 Setembro Dia do Património África do Sul 25 Setembro Dia das Forças Armadas Moçambique 30 Setembro Dia de Botswana Botswana

4 Outubro Dia da Independência Lesotho 4 Outubro Dia da Paz e Reconciliação Nacional Moçambique14 Outubro Dia do Mwalimu Nyerere Tanzânia 15 Outubro Dia das Mães Malawi18 Outubro Dia Nacional da Oração Zâmbia24 Outubro Dia da Independência Zâmbia 27 Outubro Diwali Maurícias

*O Dia da SADC não é um feriado público, mas assinala o dia da assinatura do Tratado daSADC a 17 de Agosto de 1992

Lembrando a contribuição de Nyererepara a integração regional da SADC

Quando elaborou a constituição do seu partido políticode libertação, a União Nacional Africana de Tanganyika(TANU), ele incluiu essa declaração no primeiro artigo daconstituição do partido. Antes da independência, eledisse ao Conselho Legislativo,

“Nós, o povo de Tanganyika, queremos acender umavela e colocá-la no topo do Monte Kilimanjaro para

que brilhe para além das nossas fronteiras, dandoesperança onde há desespero, amor onde há ódio e

dignidade onde há humilhação.”

JULIUS KAMBARAGE Nyerere tem um lugar especial nos coraçõese mentes dos povos da África, e especialmente na África Austral,como um símbolo de liberdade.

Ele apoiou plenamente a libertação do continente do domíniocolonial, depois de ganhar a independência em 1961 no seu próprioPaís, então chamado Tanganica.

A prioridade da nação recém-independente e do seu entãoprimeiro-ministro era o desenvolvimento nacional, mas ele via issocomo inatingível sem a independência dos Estados vizinhos.

Julius Nyerere foi o pai da libertação da África Austral e um dosfundadores da Comunidade para o Desenvolvimento da ÁfricaAustral (SADC).

Mwalimu Nyerere perseguiu os ideais de libertação, democracia e humanidadecomum no resto do continente e, com os líderes dos outros poucos países africanosindependentes em 1963, criou a Organização da Unidade Africana (OUA), que maistarde se tornou União Africana.

O objectivo principal era a libertação política para o resto do continente. A suaferramenta para alcançar este objectivo, o Comité de Libertação da OUA, foiorganizada pela Tanzânia, e a maioria dos movimentos de libertação teve como baseali em algum momento.

Ele então começou a construir a Comunidade da África Oriental e, mais tarde, aSADC. Nenhum dos países que agora compõem a SADC estavam independentes nessaaltura, seguidamente o Malawi e a Zâmbia conquistaram independência em 1964.

Mwalimu significa Mestre em KiSwahili, e ele ensinou muitas coisas ao povo doseu país e ao continente, com ênfase para Liberdade e Unidade - Uhuru na Umoja.Ele buscou a união em casa facilitando a união da Tanganica e Zanzibar para setornar a República Unida da Tanzânia.

Ele acolheu o Comité de Libertação da OUA na Tanzânia para apoiar adescolonização remanescente do continente, notadamente apoiando os países quetiveram que pegar em armas para a libertação nas décadas de 1960, 1970 e 1980.

Quando ele morreu há 20 anos, foi dito no seu funeral que -"Ele carregou a tochaque libertou a África".

Ele foi o primeiro Presidente dos Estados da Linha da Frente que apoiou aresistência ao colonialismo no continente e o fim do apartheid na África do Sul.

Os líderes da Tanzânia, Zâmbia e Botswana formaram os Estados da Linha daFrente em 1974 para trabalhar juntos numa frente unida pela segurança comum epelo governo da maioria nos países vizinhos, sob a presidência de Nyerere, e estefoi um precursor do Órgão de Cooperação Politica, Defesa e Segurança da SADC.

As mudanças políticas na Namíbia e na África do Sul em 1990 e 1994 após oconfronto militar em Quito Quanavale, no sul de Angola, mudaram a face e o futurodo continente africano e completaram o trabalho do Comité de Libertação da OUA,mas o desenvolvimento socioeconómico continua a ser uma visão.

A contribuição da República Unida da Tanzânia para a libertação da ÁfricaAustral não é bem conhecida ou quantificada, em dinheiro, vidas humanas e atrasono desenvolvimento.

Embora tenha sido a liderança de Nyerere que mobilizou uma nação inteira portrás dessa visão, não foi a conquista de uma pessoa, já que os tanzanianos em áreasrurais e urbanas contribuíram com alguns xelins cada um no apoio de pessoas apessoas, embora não tivessem recursos para si mesmos.

Nascido em Butiama a 13 de Abril de 1922, no que era então a África OrientalAlemã, Mwalimu Julius Kambarage Nyerere morreu a 14 de Outubro de 1999,deixando uma região que é livre e independente. r

“Vamos todos, com as nossas diferentes capacidades,começar a trabalhar e trabalhar juntos, de maneira coerente,pela unidade da África, pela paz da África e pelo respeito daprópria África.

O trabalho não será fácil nem rapidamente terminado.Mas isto pode ser feito. Isso deve ser feito. É vosso dever fazerisso. Trabalhar, planear, influenciar e actuar para a UnidadeAfricana.”

E na noite de 09 de Dezembro de 1961, uma equipe de alpinistascolocou uma tocha e uma bandeira no cume do monte mais altoda África, o Monte Kilimanjaro, a montanha mais alta do mundo,enquanto em Dar es Salaam, as luzes se apagaram. No estádio àmeia-noite e no escuro, a bandeira britânica "union jack" foi ariadae a nova bandeira da independência foi içada. As luzes seacenderam e o estádio explodiu em aplausos de “Uhuru”…Liberdade… que ecoou pelo subcontinente nos 30 anos seguintes.

"Todos os seres humanos são iguais e a África é uma."Mwalimu Julius Kambarage Nyerere

SADC Today 21 No.5 PORTUGUESE Final.qxp_Layout 1 23/8/2019 11:29 Page 16