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Luís Nhachote Tráfico de Drogas em Moçambique O roteiro de uma longa historia “secretíssima” O semanario Zambeze traz na capa da sua edicao de amanha um trabalho investigativo sobre o roteiro da droga em Mocambique, que pela sua importancia trazemos aos leitores deste blog: Moçambique e Portugal na rota do narcotráfico “diplomático” Luís Nhachote e Brian Kubwalo (*) * Dois dos traficantes acusados por polícias da Swazilândia e África do Sul são cônsules honorários das Syschelles, um radicado em Moçambique e outro em Portugal * Fontes da PGR, asseguram que Augusto Raul Paulino vai fazer deste processo o tudo ou nada para resgatar a sua imagem manchada pelo processo-crime especial 12/2007-C Há cerca de dez anos que “um grande segredo”, relacionado com o narcotráfico de mandrax, está “adormecido” nas gavetas da Procuradoria-Geral da República de Moçambique. De tão quente que parece ser o dossier, por envolver figuras do statuo quo diplomático, o mesmo passou pelas equipas lideradas por Sinai Nhatitima, António Namburete e Joaquim Madeira. Mas não se moveu uma palha. O assunto tem características especiais. É muito sério. Por se tratar de um caso com contornos transnacionais, que envolveu as policias e procuradorias moçambicanas, swazis, sul-africanas e indianas, fontes de ambos países ligadas ao melindroso dossier, forneceram ao ZAMBEZE, elementos que

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Moçambique é o maior corredor de drogas da África Austral

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Luís Nhachote – Tráfico de Drogas em Moçambique

O roteiro de uma longa historia “secretíssima”

O semanario Zambeze traz na capa da sua edicao de amanha um trabalho investigativo sobre o roteiro da droga em Mocambique, que pela sua importancia trazemos aos leitores deste blog:

Moçambique e Portugal na rota do narcotráfico “diplomático”

Luís Nhachote e Brian Kubwalo (*)

* Dois dos traficantes acusados por polícias da Swazilândia e África do Sul são cônsules honorários das Syschelles, um radicado em Moçambique e outro em Portugal

* Fontes da PGR, asseguram que Augusto Raul Paulino vai fazer deste processo o tudo ou nada para resgatar a sua imagem manchada pelo processo-crime especial 12/2007-C

Há cerca de dez anos que “um grande segredo”, relacionado com o narcotráfico de mandrax, está “adormecido” nas gavetas da Procuradoria-Geral da República de Moçambique.De tão quente que parece ser o dossier, por envolver figuras do statuo quo diplomático, o mesmo passou pelas equipas lideradas por Sinai Nhatitima, António Namburete e Joaquim Madeira. Mas não se moveu uma palha. O assunto tem características especiais. É muito sério.Por se tratar de um caso com contornos transnacionais, que envolveu as policias e procuradorias moçambicanas, swazis, sul-africanas e indianas, fontes de ambos países ligadas ao melindroso dossier, forneceram ao ZAMBEZE, elementos que permitiram que a presente investigação viessem à luz do dia.

Miami Fashion House: Lembram-se?

No início da década de noventa, a capital moçambicana assistiu ao boom de duas lojas de vestuário que fizeram sucesso.As duas «Miami Fashion House», estavam localizadas, na altura, uma no Bairro do Alto Maé, e outra na Av. 25 de Setembro, em frente do Hotel Turismo, hoje IBIS, na baixa de Maputo.Havia ainda no grupo a «Miami Travel Agengy», situada na Rua da Mesquita.

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Hoje chama-se «Planet Travel Agengy». Perto do Mercado Central.As lojas notabilizaram-se com a venda de «jeans» da marca «Sorex» e camisas estampadas com desenho do dólar americano. Eram as primeiras casas do género em Moçambique quando por todo o lado a poeira não tinha nada a perturbar o seu reinado nas prateleiras do vasto parque comercial adormecido. A marca pairava por tudo o que eram estações de televisão e rádio, jornais, painéis publicitários de rua. Até os carrinhos de bagagem no aeroporto tinham estampada esta marca: «Miami Fashion House».A Rádio Moçambique (RM), de hora em hora, a anteceder os seus noticiários para o país, passava o spot publicitário da MFH.

Afinal quem era MFH?

Umar Abdul Sakoor Surathia, jovem na altura de 27 anos era o famoso dono deste empreendimento. Todo o jovem de então aspirava ter uma peça de vestuário da «Miami Fashion House». Para se sentir na moda…Nestes tempos falava-se das ligações dele com a elite politica moçambicana, elite do regime, entenda-se…Mas na altura questionava-se em surdina, a opulência de que Umar Surathia. Os jovens, com o seu desejo de estar em dia com a moda, justificavam a fortuna que ostentava. É só e apenas da venda de roupas, dizia-se.Um cronista renomado da praça, Machado da Graça, na época do boom deste grupo, chegou mesmo a acusar o mais histórico da Frelimo, Marcelino dos Santos de ser o protector deste cidadão.

Os factos do narcotráfico

Em 1994, a Procuradoria-Geral da República recebeu uma denúncia a partir da polícia do Reino da Swazilândia que estava a trabalhar em coordenação com a polícia sul-africana.Citamos uma parte da denúncia; “em 21 de Abril de 1994, a «Royal Police of Kingdom of Swaziland» interceptou um camião que transportava um contentor, e que neste havia vários tipos de mercadoria simulada de material eléctrico e entre este material havia cerca de 2 milhões de comprimidos de “mandrax”. Cada pacote tinha mil comprimidos e cada caixa tinha 9 pacotes.Esta mercadoria vinha registada no contedor como lâmpadas florescentes. Ficou provado que esta mercadoria era para contrabando. Na altura, as polícias da swazilândia e sul-africana fizeram uma aturada investigacao e descobriram que a mercadoria foi expedida, através do porto de Chennai, na India.O registo do despachante estava em nome de K.J.Export, 36 Seventh Street Shastri Nagar, Chennenai. O destino era a África do Sul, Joanesburgo, mas antes a mercadoria era descarregada em Moçambique como ponto de trânsito. Depois rumava, por terra, para a África do sul com passagem pela Swazilândia. Na África do Sul a mercadoria ia ser recebida em nome de «Dynamic Electronic Limited», South Africa (África do Sul). A policia sul-africana na altura deteve de imediato quarto indivíduos, nomeadamente (1. Arib K. Patel, 2. Y.V. Nagraj, 3. G.N. Venugopal, 4. M. Arumugam). Após a prisão destes indivíduos as duas policias fizeram uma investigacao e descobriram que o proprietário desta droga era Umar Surathia, na altura conhecido como Omar da «Miami Fashion

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House».Na altura foram as autoridades aeroportuárias da Swazilândia e da África do Sul» solicitadas a deterem imediatamente o cidadão Uma Surathia.Só que Umar não viajou nesta altura para estes países e ambas policias pediram apoio da PGR moçambicana, na altura lidera por Sinai Nhatitima. A Procuradoria fez na altura ouvidos de mercador.As policias da Swazi e da RSA também fizeram pedidos ao Ministro dos Negócios Estrangeiros de Moçambique uma vez que Umar Surathia já era cônsul honorário da Libéria radicado em Moçambique e possuía passaporte diplomático, o que quer dizer imunidade.As polícias sul-africana e swazi, vendo que do lado moçambicano predominava um estranho silêncio recorrem aos serviços da Interpol e o diplomata Umar veio a ser preso no Saahara Internacional Airoport, em Mombay, na Índia. Na ocasião Umar terá exibido passaporte diplomático de Cônsul Honorário da Libéria em Moçambique. Na altura a Libéria tinha como presidente Charlles Taylor que agora está a contas com o Tribunal Internacional de Haia.Como a Interpol estava no seu encalço as autoridades indianas já informadas não hesitaram e detiveram-no.Foi levado de imediato para a cadeia de Madrasse, cidade de Tamil Nadoo, onde estavam acomodados os maiores narcotraficantes de «madrax» pelas bandas da Ásia.Segundo fonte da Procuradoria sul-africana, a Interpor apresentou várias provas contra o diplomata honorário liberiano em Maputo, como contrabandista de drogas. Acusavam-no de ser o maior vendedor de drogas na Africa do Sul, de comprimidos de «madrax». Na acusação a Interpol acusava que a droga apreendida na swazi era avaliada em cerca de 16 milhões de randes, cada comprimido era vendido na África do Sul ao preço de 8 randes. Os investigadores, então, consideraram a droga de “top quality”.O Tribunal Supremo da Índia acabou por conceder a liberdade por termo de «termo de identidade e residência sob condição de não se ausentar da Índia onde nasceu, em Mumbra em 1967.Misteriosamente Umar regressa a Moçambique, e acaba com todas as empresas registadas em nome da Miami Fashion House. Deixa pouco tempo depois de ser cônsul da Libéria e é nomeado Cônsul Honorário da Syeshells.Leonardo Simão, então ministro dos Negócios Estrangeiros e hoje director executivo da Fundação Joaquim Chissano aceitou as cartas credenciais de Umar Sorathia como Cônsul Honorário do Estado das Syeschels dando boas referências do ex-comerciante da Miami Fashion House.

Denuncia dos “scorpions” a Moçambique

Em Agosto de 2006, a PGR moçambicana, recebe uma segunda denúncia da polícia sul/africana, da recentemente extinta brigada especial de combate ao crime “Scorpions”. Pedia a «Scorpions» para se fazer a investigação de dois indivíduos de origem indiana que estavam a fazer investimentos na área da indústria e hotelaria em Moçambique, investimentos esses de largos milhões de dólares, que alegavam serem de origem duvidosa.Foram citados nesta denúncia dois nomes. Umar Sorathia, Cônsul Honorário das Seysheles e Mohammed Salim Jussub.

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Mohamed Salim Jussub, é de nacionalidade portuguesa, empresário, e está acreditado como Cônsul Honorário das Seysheles radicado em Portugal . Os «scorpions» praticamente facultaram o trabalho concluído à PGR dizendo que Umar podia ser localizado na Rua da Mesquita n.º 213 e a sua residência estava na Avenida Melo e Castro n.º 20 , no Bairro da Polana com o telemóvel +25882 3261190, actualmente dono da fábrica de bolachas Mobisco e da agência de viagens: a Planet Travel Agency. Através da «Maputo Indústrias», a sua empresa de produção de biscoitos, é membro n.º 213 da Câmara de Comércio de Moçambique, segundo informação disponível em websites do Governo de Moçambique.Jussub estava a construir um hotel na baixa, ao lado do Maputo Shopping Center, próximo doGabinete do Primeiro-Ministro e junto e junto ao Porto de Pesca. O Zambeze foi informado de que o Hotel se irá chamar AFRIL Regente Hotel. Um outro do grupo é o Karibu Hotel cuja construção estava há anos paralizada e está agora a andar de novo, na margfinal, no Bairro do Triunfo, a caminho da Costa do Sol..Segundo agentes do extinto «scorpions» o domicílio de Mohammed Salim Jussub, é agora no edificio 6, na Avenida Miguel Torga, num prédio «Empreendimentos Jardins de Campolide», oitavo piso, Lisboa, Portugal e usa o nr. de telemóvel +351.937867771.

O passado do Cônsul honorário Mahomed Jussub

Esta denúncia, segundo a polícia, teve substância a partir de depoimentos de grandes vendedores de droga (dealers - distribuidores). Prestaram declarações à polícia sul-africana foram os próprios dealers que apontaram como os donos da droga. “Zangam-se as comadres descobrem-se as verdade”. Disseram que entravam na África do Sul e saiam sem que alguém lhes pudesse tocar. Ninguém lhes podia fazer algo pois eles alegavam que tinham o beneplácito das autoridades moçambicanas. Em suma tinham imunidade.Jussuf, considerado um grande empresário em Portugal, segundo a polícia sul-africana tem hotéis e residenciais naquele país europeu. Esteve preso na África do Sul quando dois contentores vindos de países asiáticos, foram desembarcados em Port Elizabeth a caminho de Joanesburgo. Neles vinha Mandrax. Até agora jamais foram apanhados na África do Sul e a droga desapareceu segundo os «scorpions».Jussub foi detido em 1999-2000 e ficou cerca de ano e meio. Foi solto mediante caução. Estava no posse de 10 milhões de comprimidos «mandrax», quando saia do porto na África do Sul. Nestas denúncias a PGR, desde os tempos de Nhatitima, Namburete e Joaquim Madeira, tem conhecimento disto. As polícias vizinhas acusam a PGR de nada ter feito e continuara nada fazer para colaborar com as suas congeneres swazi e sul-africana suspeitando estas de que os procuradores sofrem pressões políticas para não agirem dado que os PGR´s estão na dependência do Chefe de Estado.Uma fonte da PGR mais precisamente um adjunto de Augusto Raul Paulino assegura agora que o assunto vai ser levado até às ultimas consequências, dada a gravidade das preocupações das polícias da Swazilandia e da Africa do Sul.+No tempo em que a PGR está a ser acusada de não agir o presidente da República era Joaquim Chissano. Agora que foi Armando Guebuza que

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nomeou Augusto Raul Paulino as polícias aguardam para ver se o comportamento moçambicano se alterará ou manter-se-á.A fonte garante que Paulino quer reabilitar a sua imagem afectada pelo seu envolvimento no caso de desvio de fundos do Tribunal Judicial da Província de Maputo que deu origem ao processo 12/2007-C em que foi constituído arguido.Haverá detenções, esclarecimento da origem dos dinheiros em que se sustenta a ostentação que exibem e como conseguiram estar a gozar do estatuto de diplomatas e usufruírem de passaportes diplomáticos com passivo criminal, garante a fonte da PRG.

Mortes ligadas à droga

No documento da «scorpions» a que tivemos acesso, diz que durante 15 anos já morreram várias pessoas ligadas ao negócio da trafico da droga: Mohomed Akil, cidadão paquistanês que foi envenenado na zona da Costa de Sol, na decada 90. Faizal Adbdala, tido como contrabandista e que no mesmo documento diz-se que residia em Portugal, e foi encontrado morto na sua viatura, próximo da Casa Branca, na Matola. Isto em 1994-5. Issufo Aly foi crivado de balas por pessoas desconhecidas a entrar na sua residência sita no Bairro da Coop, isto em1995. Mohamed Fakir, antigo proprietário da pastelaria Scala, vítima de envenenamento. Mohamed Asslam, proprietário da Electro Mundo, que foi crivado de balas na zona da Malhangalene, em 1997. No mesmo documento da scorpions escreve-se que na África do Sul já foram assassinados mais de 20 cidadãos de origem asiática ligados ao tráfico de droga.Todas as tentativas de ouvir a versão do Cônsul honorário das Seysheles, redudaram em fracasso. Contudo o ZAMBEZE já enviou um e-mail ao ministérios dos Negócios Estrangeiros das Seysheles a pedir esclarecimentos dos factos atrás descritos, e ainda aguarda resposta. Voltaremos ao assunto (Z)

* Brian Kubwalo é um jornalista investigativo baseado em Joanesburgo Posted by MANUEL DE ARAÚJO at Wednesday, August 13, 2008

Moçambique é o maior corredor de drogas da África Austral

PRG e Ministério do Interior há muito que sabem disso…

Stevem Russel ex-agente da «Scorpions» e colaborador da «Scotland Yard» considera Moçambique como o maior grande corredor de drogas da África Austral. Russel fez parte da equipe que desmantelou a fábrica de comprimidos de «mandrax», no famoso caso «Plasmex»

Luís Nhachote, em Joanesburgo

Os contornos do narcotráfico "diplomático" em Moçambique, podem ter

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dimensões muito maiores do que alguma vez alguém tenha pensado. Considerável parte dos ascendentes impérios de certas figuras de comunidades de origem asiática em Moçambique, em estonteante superabundância, sobretudo nas cidades de Maputo e Nampula, podem ter como fonte o narcotráfico de «mandrax», também conhecido por «MX», segundo dados revelados ao ZAMBEZE, por ex-investigador dos «Scorpions» e hoje na «Scotland Yard», que falou a esta semanário esta segunda-feira, em Joanesburgo.Steven Russel, de seu nome, já esteve no nosso país, por três vezes, para desmistificar os contornos do tráfico de droga, segundo ele, “liderado por parte da comunidade asiática em Moçambique”. Russel fez parte da equipa que desmantelou a fábrica de «mandrax», no caso «Plasmex». Mas sem mais delongas, vamos directamente ao factos e às informações documentais da «Interpol» (Polícia Internacional) e da «Scotland Yard», serviços de inteligência britânica especializados na investigação de crimes de dimensões diversas – que de algum tempo a esta parte andam e continuam a investigar o trafico de drogas que circulam por Moçambique, tido por Stevem Russel, como “o maior corredor de drogas da África Austral”.

Stevem Russel, sem evasivas e receio, relata 1ª viagem a Moçambique

Encontrámo-lo, em Branfoontein, no Hotel «Parkitoniam», conforme o combinado. Eram 9 horas e 36 minutos quando ele chegou. Trajava umas «Jeans» pretas, camiseta branca e um jacket preto. Calçava umas texanas pretas. Foi Brian Kubwalo (NR: o jornalista investigativo e co-autor da peça da semana passada), quem nos introduziu, antes de partir para outra investigação jornalística em que está envolvido. Steven Russel começou por dizer ao ZAMBEZE que a primeira vez que esteve em Moçambique, ao serviço da polícia sul-africana e da Interpol, foi em 1993. Segundo ele, as unidades policiais referidas, preocupadas com as enormes quantidades de «mandrax» que estavam a circular nas “bocas de fumo” e nas “Colômbias” sul-africanas, após aturada investigação, concluíram que as mesmas estavam a vir de Moçambique. “Fomos a Nacala onde tinham acabado de ser exportadas 80 toneladas de «haxixe» com destino a Amesterdão, na Holanda. Quem estava envolvido nisto era um grande comercial do norte ligado a um empresário de Portugal conhecido pelo apelido de Jussub. A droga vinha do Paquistão com trânsito por Moçambique para empacotamento como se fosse chá.”

Manuel António foi informado

Segundo a fonte, ambos serviços envolvidos nesta investigação transnacional produziram um relatório e uma cópia foi entregue ao então ministro do Interior, Manuel António, presentemente a residir na Beira.“Não sabemos que tratamento ele deu às informações, mas ficámos de consciência tranquila porque fizemos o que devia ser feito” disse Russel ao ZAMBEZE.

Segunda viagem a Moçambique

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Após a primeira denúncia das polícias da Swazilândia e da África do Sul (ver edição da semana passada), a Procuradoria-Geral da República (PGR) de Moçambique – na altura o PGR era o Dr. Sinai Nhatitima – “a qual se remeteu a um estranho silêncio” sobre o intricado dossier, Stevem Russel e a sua equipe regressam a Moçambique entre 1999-2000. Estiveram quatro meses em Maputo, onde investigaram e concluíram que na capital Moçambicana já se estava a produzir «mandrax», o que quer dizer que já não era preciso esperar pelo que vinha da Índia. “Estamos a falar da fábrica «Plasmex»”. Foram as unidades policiais da polícia sul-africana e da Interpol, segundo Russel, com algum apoio da autoridades moçambicanas que a desmantelaram, o tal caso na época que alimentou páginas de jornais.Mas, segundo Russel conta, foi através de informações de vários narcotraficantes detidos - na África do Sul - que eles não tiveram dúvidas de que tal fabrica existia.“As quantidades de «mx» tinham aumentado, foi dai que a nossa policia desconfiou que alguma coisa em Moçambique estava a acontecer, detemos vários pessoas e foram estas que confessaram que em Moçambique havia uma fabrica de comprimidos «mandrax»". "Desloquei-me a Maputo com uma equipa de 16 elementos e conseguimos desmantelar a fábrica, apesar de alguma resistência de algumas pessoas das autoridades moçambicanas. Mas ate agora não sabemos o paradeiro daquela maquina, uns dizem que o vosso antigo ministro do Interior, Almerino Manheje é que poderá explicar o que foi feito dela. Em termos normais, logo após a apreensão da maquinaria tinha que ser destruída publicamente, mas as autoridades moçambicanas não o fizeram".

Terceira vez em Moçambique

A terceira vez que Steven Russel esteve em Moçambique, foi por parte da «Scotland Yard» envolvido numa investigação transnacional para perceberem como alguns empresários da comunidade asiática estavam a enriquecer por negócios de droga. Nesta viagem, em 2006, diz ter ficou três meses em Moçambique, hospedado nos hotéis Polana, Vip, 2001 e na residencial Kaya Kwanga. Neste trabalho ele tinha 4 nomes a investigar: 1.Umar Abdul Sakoor Surathia (para ver se este ainda continuava no narcotráfico de «mx»), 2.Rafik Abdul Satar, proprietário da casa de câmbios -Real Câmbios/, na Vladimir Lenine – ligado ao cônsul da Sycheles em Portugal; 3.Fakuk Ayoob, cunhado de Umar Surathia; e 4.Jassat Hamade, aparentemente ligado a um tal de Zamba Zamba, um narcotraficante alegadamente residente na Swazilândia.

Notas biográficas de Umar Surathia

O ZAMBEZE tentou perceber com Russel, o percurso de Umar Surathia. Ele disse que a Interpol fez um relatório, após uma aturada investigação sobre o passado e o presente de Umar Surathia. O Zambeze está na posse do relatório que aliás circula na internet desde 1995, e pode ser obtido na íntegra ao preço de 3 dólares americanos, via pagamento

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bancário (Ver http://www.manupatrainternational.in/supremecourt/1980-2000/sc1999/0526s990348.htm). O agente que estamos a citar disse a este semanário que em 1992, quando ainda trabalhava na policia sul-africana, eles receberam várias denuncias de que um jovem indiano de 25 anos era o mais rico em Moçambique. Disse-nos tratar-se de “Omar, da «Miami Fashion House» que exportava cerca de 2 milhões de comprimidos por semana” para a África do Sul. Mas na altura, as autoridades moçambicanas não estavam interessadas a investigar a vida do «Omar da MFH». No relatório a que tivemos acesso Lê-se: "Umar Abdul Shakoor Sorathia nasceu em Mumbra, Índia, em 1967. Ele é de uma família pobre e seu pai morreu quando Umar era muito novo. Ele não estudou propriamente e deixou a escola com a idade de 15 anos. Ele tem três irmãs e nenhum irmão. Duas das suas irmãs vivem em Maputo. Ambas são casadas. A sua terceira irmã vive na Swazilândia e o seu cunhado, sr. Anees opera a Phonenix Electronics”. O ZAMBEZE apurou que o seu cunhado e a irmã que viviam no reino da Swazilândia estão a viver, agora, em Londres, e a «Scotland Yard» que está a fazer as suas investigações no narcotráfico "diplomático" investigou a vida “deste cunhado” e “concluiu” que “leva uma vida pacata”. As duas irmãs de Umar Surathia em Moçambique são casadas com os senhores Faruk Abdul Carimo, pessoa modesta e de poucas posses e outra, esta casada com Faruk Ayoob, proprietário da «Ayoob Comercial» que se dedica à venda de brinquedos e está situada na avenida Albert Lithuli, na baixa da cidade. Em pouco tempo começou a prosperar de forma rápida e hoje já é dono de imóveis de fazer inveja a qualquer empresário. Recentemente terá adquirido os hotéis «Terminus», na Av. Armando Tivane, e «Monte Carlo», na Av. Patrice Lumumba, ambos até aí propriedade da British Michcoma, transaccionados por largos milhões de dólares americanos. O relatório da Interpol explica entretanto como o actual cônsul honorário das Syshelles em Moçambique começou a sua odisseia. “Depois de pedir emprestado dinheiro para uma passagem aérea, Umar imediatamente partiu para Maputo, Moçambique, com a idade de 15 anos, onde o seu cunhado, Faruk Carimo, operava uma pequena loja de têxteis, chamada «Armazéns Esperança». Ele trabalhou lá durante um curto período de tempo e então abandonou, concluindo que para se tornar rico rapidamente ele deveria tomar alguns grandes riscos na vida”.

A admiração de Umar Surathia

Refere ainda o relatório da Interpol que “Umar estava admirado com os enormes lucros que pessoas faziam na exportação de comprimidos de «mandrax» da Índia para a África do Sul. Com poucos regulamentos de segurança em muitos países de África, ele concluiu que esta era a sua oportunidade para fazer-se grande rapidamente”.“Em 1995”, refere o relatório que temos vindo a citar, “a sua fortuna estava avaliada em mais de 200 mil de corror-rupias ou seja 200 mil milhões de rupias. (NR: Um corror é um milhão de rupias. Um lack são cem mil rupias). 200 mil de corror-rupias eram 800 milhões de usd segundo o cambio da altura em que a

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Interpol fez o relatório…“equivalente a cerca de 800 milhões de dólares!!!.” “Ele tem propriedades bem conhecidas em Moçambique, Londres, Portugal, Bombay e Dubai e tem um poder de compra ilimitado no seu cartão Gold da «American Express». Esse cartão é só atribuído a multimilionários, segundo apurou o ZAMBEZE, uma conta bancária com o saldo mínimo de 1 milhão de dólares. Nesse relatório, que pode ser obtido por três dólares americanos ($US 3,00), está expresso taxativamente que “depois de largar o emprego no cunhado, começou a importar pequenas quantidades de «mandrax» por via aérea”.A “ambição de Umar Surathia foi crescendo” conforme refere o relatório da Interpol. “Ele começou neste caminho de enriquecimento através do arranjo de despacho seguro de pequenas quantidades de comprimidos de «mandrax» em Maputo, que lhe eram enviadas da Índia por avião. Por fazer isto, ao Umar foi permitido ficar com 20% do rendimento da venda dos comprimidos de mandrax que ele passava a compradores que vinham da África do Sul. Os outros 80% do rendimento do que colocava no mercado, tinha de pagar aos fornecedores”. “Mas Umar não estava feliz com isto; ele queria exportar da Índia e também, fazer o despacho e venda ele próprio na África do Sul para ganhar lucros maiores”.Assim, então, ele começou por comprar 50.000 comprimidos de «mandrax» por um lack (três mil usd). Os comprimidos de «mandrax» da Índia passaram a ser despachados por ele próprio em Maputo, refere a Interpol. Os despachos aduaneiros eram tratados por ele tanto quando as encomendas chegassem por mar como por via aérea. Umar tinha a infra-estrutura necessária para despachar os comprimidos de mandrax. O seu escritório e balcão no aeroporto eram uma boa capa para frequentemente visitar o Aeroporto Internacional e despachar as drogas com segurança, afirmam as policias que acrescentam que Umar também tinha uma licença para despachar bens e contentores na «Miami Sea-Port» e este é o canal principal que ele usaria para importar enormes quantidades de comprimidos de «mandrax para Moçambique e depois para a África do Sul".Nos anos noventa conforme refere o relatório policial, “Umar importava contentores com comprimidos de «mandrax» escondidos nestes e estes tem sido despachados pela sua própria companhia no porto de Maputo. Cada contentor em media tem 20 lakhs – dois milhões de comprimidos de mandrax. Estes são então levados para fora e armazenados nos seus três armazéns secretos usados para este fim. Com a ajuda de correios Umar organiza o envio de 50.000 comprimidos de mandrax em cada viagem para Cape Town, África do Sul escondendo-os em compartimentos secretos dos carros”. “A maior parte do comprimidos era exportada para swazilândia e os grandes dealers iam lá e pagavam”.“O preço conseguido é dez vezes mais que o preço original” refere e Interpol que, mais adiante, acrescenta que “acredita-se que nenhum outro homem tem a capacidade de exportar drogas da Índia, despachá-las em Maputo e entregá-las no seu destino final na África do Sul”.Acrescenta a polícia que “muitos compradores de Mandrax na África do Sul preferem receber os comprimidos e fazer pagamentos na Swazilândia porque isto elimina duas travessias extras de fronteira, para Moçambique e regresso. Umar tem um bom controle no Aeroporto Internacional da Swazilândia, o que torna fácil para ele levar dólares e rands de regresso a Maputo”.

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A construção do império da MFH

Refere a Interpol que na época da ascensão do seu império ele se tornou dono e PCA da «Miami» Grupo de empresas, “que inclui a Miami Stores, Miami Travel and Tours, Miami Exchange, Miami Bricks, Taj mahal Hotel, Miami Fashion House e muitas outras companhias em Moçambique e no exterior”.

O braço direito de Umar

O explosivo relatório da Interpol vai muito mais longe. Chega ao seu suposto braço direito, isto é o seu homem de confiança. Assim lê-se ainda no documento que “o homem que manejava as actividades portuárias, incluindo despacho, armazenamento, etc., é um moçambicano local chamado de sr. Valjy Tavabo. Ele é bem pago por Umar porque ele carrega com os riscos. O facto do governo de Moçambique ter dado uma licença de despacho a Umar torna o trabalho de Valjy mais fácil porque ele pode ir a qualquer lado no porto. Ele equipou a sua organização com os últimos conjuntos de rádios de comunicação sem fio, telefones via satélite, dispositivos contra escutas, etc., para tornar o despacho tão suave quanto possível”.

Lavagem de dinheiro

“Um dos problemas que os traficantes de droga enfrentam na África do Sul é actualmente converter os rands em dólares e levá-los para fora do país. Leva qualquer coisa como três meses a transferir dinheiro por Money laudring (lavagem de dinheiro) e alcançar Dubai a partir da África do Sul e a diferença entre o dinheiro lavado, e o cambio oficial é de cerca de 20%. Umar encontrou um meio para resolver este problema. Ele obteve uma licença para abrir a Miami Exchange em Maputo, onde estrangeiros podem cambiar os seus dólares, etc., pela moeda local. O que Umar faz é que ele obtém uma lista do aeroporto de todos os estrangeiros vindos para o país e uma mínima quantia sob cada um dos nomes é exibida, como se eles tivessem cambiado através dele – este dinheiro e então transferido para fora do país legalmente”, considera a Interpol.

Interceptado com 1 milhão de dólares "vivos"

De acordo com o documento de fazer bradar os céus, em 1994, “Umar foi detido na posse de 1 milhão de dólares, vivo e alguns rands sul-africanos também numa mala no aeroporto internacional de Joanesburgo”. Na altura o aeroporto chamava-se Jam Smuts. Hoje tem o nome de Oliver Thambo. “Ele foi deixado livre através do pagamento de uma multa porque ele mostrou recibos falsos da «Miami Exchange House Câmbios» – para justificar os USD 1.000.000,00”.

1 milhão de dólares para ser cônsul da Libéria

O relatório da Interpol diz também que Umar pagou na altura “cerca de USD 1000000,00 para ser nomeado «diplomata» e obter um passaporte diplomático

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para ser nomeado Cônsul Geral da Libéria em Maputo”. “Um consulado tinha sido aberto em Maputo e agora Umar viaja para a Índia somente com o passaporte diplomático liberiano. Umar não dá a ninguém o seu endereço verdadeiro em Bombay. Ele fica numa grande flat em Sagar Rsham, Bandra West, Bombay, que é avaliado em mais de 900 mil dólares, numa zona chique de Bombay”, diz a Interpol.Nessa zona vivem actores de cinema com estatuto de Amitha Badjane, Darmedra e Hemamali.

Os fabulosos lucros de mandrax

No relatório da Interpol, esta polícia diz que cada comprimido na Índia, custava menos de 1 rupia e que esse mesmo comprimido era vendido pelo equivalente a 60 rupias, na África do Sul. A policia da Índia na altura acreditava que 55% da droga era exportada para África. “O sr. Raymond E. Kendall, Secretario-geral da ICPO-Interpol na véspera da 13.ª Assembleia Geral da Interpol que teve lugar em Nova Deli disse que 80% do crime cometido em países consumidores estava ligado ao tráfico de drogas e na maioria dos países consumidores 50% do orçamento das agências policiais era usado no controle do tráfico de drogas. Ele disse mais: que o que realmente preocupa é a corrupção e a cumplicidade que os traficantes de droga trouxeram para instituições como a banca, administração pública e aos níveis políticos para verem o seu dinheiro ilegal ser canalizado. Lavagem de dinheiro através de instituições financeiras era notada frequentemente. Mais de USD 100 biliões dos USD 400 biliões do rendimento do tráfico de drogas estava circulando no sistema comercial internacional”, comenta a Interpol.

Força do dinheiro

“Esta força do dinheiro vai ultimamente ser usada para controlar o governo do dia, como temos visto em alguns países da América Latina e África resultando em subversão do tecido democrático da nossa sociedade. É tempo das agências policiais tomarem nota da magnitude do problema e iniciarem contra medidas para conter esta escória que ameaça a humanidade”, sugere a Interpol.De acordo com o operacional da «Scotland Yard», Steven Russel, cerca de 55% do mandrax estava em circulação na SADC, nos anos noventa. Vinha da Índia, e o principal destino era a África do Sul.

Umar protegido pelo governo moçambicano?

Na década 90, Umar Surathia, era bem visto no pais, como um empresário próspero. Segundo o agente da extinta «Scorpions», Umar Surathia, ou Omar da «Miami Fashion House» chegou a apoiar a campanha de Joaquim Chissano e do partido Frelimo, nas primeiras eleições gerais, em 1994. Russel não consegue quantificar quanto foi a doação, mas diz que “isso está documentado”. “Não me lembro exactamente com quanto ele – Umar – contribuiu”. Curiosamente, foi em Abril de 1994 que a mercadoria de cerca de 2 milhões de

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comprimidos mandrax foram apreendidos pela policia da swazilandia e esta mesma ía para SA, para a Dynamic Electronics, uma empresa ligada a Umar. As policias Sul-Africana e da Swazilandia, na altura reportaram ao Estado moçambicano que esse mercadoria pertencia a Umar, mas as autoridades nada fizeram para apoiar as suas congéneres. A Interpol ficou desapontada até que Umar veio a ser preso na índia.

Brigas entre compadres

Para a compreensão dos contornos transnacionais do narcotráfico, o ZAMBEZE – durante as oito semanas que este trabalho esteve sob investigação – contactou, o jornalista investigativo indiano Yanic Malic. A tentativa foi frutífera. Malic disse ao ZAMBEZE que Umar Surathia era um "king" em Bombay, mas circulava como um homem modesto e visitava constantemente templos religiosos, indo cinco vezes por dia à mesquita, na área onde residia, e era muito conhecido por actores de cinema uma vez que vivia na área deles. Malic apurou que “Umar Surathia teve grandes desavenças como seu sócio, Khalid Gaswala, um outro narcotraficante conhecido aqui na Índia. Foi ele que denunciou Umar à Interpol da índia. Ele sabia exactamente quando é que Umar vinha para Índia através de informações de Moçambique fornecidas por um dos cunhados de Umar com quem estava, de costas voltada”. Segundo o nosso colega, Yanic Malik “o caso foi reportado na imprensa local e foi dito que Khalid denunciou Umar porque este lhe tinha dado uma "cabeçada" em cerca de 20 milhões de comprimidos mandrax”. Ele terá alegado ao seu sócio que a policia tinha neutralizado esta droga, mas na verdade a policia tinha neutralizado cerca de 2 milhões. Khalid esteve preso em Dubai e mais tarde evadiu-se da cadeia. A policia indiana, segundo Malik, ter-se-á rendindo a Khalid, porque é um homem com muita influência nas hostes da polícia.

Da prisão de Umar à redução do narcotráfico na África do Sul

Na conversa com Steven Russel, ele enfatizou que depois da prisão de Umar Surathia na índia (ver edição passada), o contrabando de mandrax na África do Sul “diminuiu em cerca de 20%”. Segundo Russel, “a «Scorpions» estava a seguir o roteiro de “Omar da Miami Fashion House» 2000, e eles receberam informações que Umar Surathia já tinha saído da prisão e que estava em Moçambique levando uma vida simples”. Russel recordou que a policia sul africana enviou a Maputo 4 elementos afectos ao «Office of Series Econimic Ofenses Agengy, que mais tarde passou a chamar-se «Scorpions».“Ele apuraram que ele já havia vendido uma parte de bens e dedicava-se apenas à agencia de viagens, «Planet Travel Agency», antes chamada «Miami Travel and Tours»”. “Os nossos elementos seguiram todos passos de Umar, durante 20 dias, quase que dormiam fora da casa dele. Nesses dias nada evidenciou que ele estava no narcotráfico.”, conta o agente.

O casarão de Umar

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Russel disse que entre 2004/5 a «Scorpions» recebeu uma denuncia da policia do Reino da Swazilândia, segundo a qual um traficante conhecido pelo nome Zamba Zamba fazia parte do triângulo "narco", Moçambique, Swazilandia e África do Sul. “Dai aquela unidade começou a investigar a vida daquele e estabeleceu «links» entre este e Umar Surathia e Jassat Hamade, este último um comerciante que actualmente se dedica ao negócio de câmbios e proprietário da Express Câmbios”. “As informações que obtivemos nesta aturada investigação, indicam que Umar Surathia teria adquirido um casarão na avenida F Melo Castro, nr. 20, na zona da Sommerschield, próximo da sede do Comité Central da Frelimo, pelo preço de 500 mil usd. Esse dinheiro, terá sido pago, uma parte em cash e outra em comprimidos de «mandrax»”.A casa, segundo a nossa investigação terá sido construída pelos donos da fabrica «Plasmex», entre 1999-2000. Na mesma faltavam acabamentos e terá sido negociada pelo ilustre Zamba Zamba da Swazilandia. Quem terá tratado dos documentos e conclusão das obras, aparentemente foi Jassat Hamade. Foi este que fez a entrega da casa pronta a Umar, segundo revelações de Stevem Russel ao ZAMBEZE. Russel disse ainda que “Hamade é um jovem na casa dos 36-7, que enriqueceu de uma forma estranha. Hoje é dono de muitos investimentos em Moçambique. O seu passado está nos arquivos na «Scorpions» e diz que ele há dez doze anos atrás, vendia carros roubados na África do Sul para Moçambique e estava conectado com o senhor Mendes um grande traficante de drogas e viaturas roubadas que viveu muitos numa cadeia”. “Viveu no Soweto”.

«Scotland Yard» em Moçambique

Steven Russel, policial há cerca de 30 anos, e há cerca de 18 investigando o narcotráfico, disse a este jornal que convidado pela «Scotland Yard» para vir a Moçambique investigar algumas pessoas que tinham ligações direitas com o Cônsul Honorário da Sychelles (ele já dominava o dossier) e investigar algumas pessoas ligadas o Salim Jussub, Cônsul Honorário em Portugal. A união entre ambos é justificada pelo facto de serem representantes diplomáticos das Syechells em Moçambique e Portugal, respectivamente.As Syechelles acabam de ser readmitidas na SADC na cimeira acabada de realizar aqui em Joanesburgo.“Nas investigações que fizemos do trafico de droga em Moçambique, concluímos que até 2002 o trafico de drogas era controlada por cidadãos asiáticos e que a maioria da droga vinha da Índia e do Paquistão. Depois de 2002, com a entrada de muitos cidadãos, sobretudo nigerianos, somalis, abriu-se uma nova rota que parte do Brasil, só que a droga vinda do Brasil já na é mandrax, mas heroína e muitos dedicam-se à importação de mercadorias e a droga vem camuflada. Contratam seres humanos e esses transportam a droga dentro do organismo. Semanalmente são presos entre cinco a seis pessoas no aeroporto de Joanesburgo”.

Negócios de Salim Jussub

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Dados da «Scotland Yard» referem que os nomes Rafic Abdul Satar, Farook Ayoob, trabalham como capa de Salim Jussub, Cônsul Honorário da Syecheles em Portugal, ligados ao grupo AFRIN. E recordam que o actual Cônsul das Sychelles já esteve preso na África do Sul entre 1999/2000, devido ao narcotráfico”. Segundo Russel “Jussub estava a fazer grandes investimentos através destes individuos. Fui infeliz na investigação, porque a vossa PGR não me apoiou, mandou-me suspender o trabalho, não havia colaboração para poder-se descobrir a proveniência desses avultados investimentos que estavam a fazer em Moçambique. Fiz chegar o trabalho, mas estes não se pronunciaram. Fico com a sensação que as autoridades moçambicanas não tem interesse ou são coniventes com o narcotráfico. Isto foi em 2006”.

Apelo ignorado

Depois das denuncias à PGR (1994), o antigo ministro da justiça sul-africano, Dulllah Omar (Janeiro de 1996), disse que uma grande parte do mandrax que estava a ser contrabandeado para o seu país era por seus próprios nacionais com activa conivência de alguns indianos. Ele adiantou que “a Africa do Sul não é o único lugar onde o tráfico de droga pode ser muito lucrativo mas também uma rota de trânsito para outras regiões do mundo. Nós cedo compreendemos que o tráfico de droga, lavagem de dinheiro e comércio de armas para além de outros crimes organizados, constituem uma seria ameaça. Estes crimes são todos transnacionais e nenhum país pode com sucesso combater estes crimes por si só”.

Do boom imobiliário aos irmãos "Tiger"

Stevem Russel diz que a Scotland Yard tem acompanhado pela imprensa que a área imobiliária nos últimos 3 anos cresceu acima de 300 a 400%. Para eles esta subida tem a ver com o aumento de droga importada do Brasil. “Se reparares há anos atrás havia mais controle nos portos, que estavam sendo controlado pelos britânicos e hoje esta mais vulnerável”. “E acredita que esta subida tem a ver com lavagem de dinheiro de traficantes de droga”. Russel diz ainda que nos jornais moçambicanos aparecem moradias que custam cerca de um milhão de usd. “Hoje com um milhão de usd podes comprar duas moradias nos Estados Unidos da América”. A finalizar, a fonte disse que “a Scontland Yard, em 2006, estava a investigar o rápido crescimento económico dos irmãos Tiger, eles que tem um centro comercial localizado na avenida Ho Chi Min.” “A Scotland Yard trabalha com informação a partir da Policia Judiciãria de Portugal. A PJ, pediara à «Scotland Yard» para investigar o que teria levado a um crescimento tão rápido. Sabe-se ainda que os irmão Tiger, nomeadamdaente Mahomed Gulamo Rassel e Mehbub Gulamo Rassul já estiveram presos nos finais da década oitenta em Portugal, em casos ligados ao narcotráfico”. Dez anos depois os irmãos «Tiger» construíram um shopping e recentemente adquiriram a fábrica de óleo Fasol. “Não é possível de vídeo clube e venda de electrodomésticos obterem fortuna e este investimento" disse o agente Steven Russel.

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O novo edifício da Tiger foi inaugurado em 2003/4 por Joaquim Chissano, nos seus áureos anos de poder como presidente da República e do partido Frelimo. De lá para cá o Tiger Shopping tem decaído no competitivo mercado de Maputo a favor de outros empreendimentos.

Posted by MANUEL DE ARAÚJO at Wednesday, August 20, 2008

TRAFICO DE DROGAS EM MOCAMBIQUE

Traficantes de droga com estatuto diplomático (3)

Negligência das autoridades moçambicanas ou estado capturado?

Luís Nhachote

O narcotráfico “diplomático”, tem Moçambique no seu roteiro, com indícios de branqueamento de capitais. No curso das investigações jornalísticas que o ZAMBEZE está a levar a cabo, diante do ensurdecedor silêncio e indiferença das autoridades, a preocupação que sobreleva é que o nosso Estado tenha sido capturado. Carlos Cardoso, já há muito falava da gangsterização do Estado, e essa tese nunca rebatida, se ainda não se confirma totalmente, começa pelo menos a preocupar seriamente vários quadrantes e os indícios são fortes. Durante os dias em que estivemos com Steven Russul, em Joanesburgo, o ex-agente da «Scorpions» e colaborador da «Scotland Yard», disse acreditar que Moçambique seja o maior corredor de drogas da região austral, a seguir à Guiné-Bissau, país localizado na África central, e que em comum com o nosso país tem o idioma de Camões, por ambos terem sido colónias de Portugal. A Guiné-Bissau, de acordo com vários relatórios de organizações especializadas, é tida como um dos maiores trampolins de droga de África para a Europa. Hoje o ZAMBEZE trás à luz do dia, o retracto do “diplomata” Mohamed Salim Jussub e os seus interesses empresariais, revestidos no poderoso grupo AFRIN, representados pelos seus colaboradores.

Diplomata Salim Jussub preso na África do Sul em 2000

O actual cônsul honorário das Seicheles em Portugal, Mohamed Salim Jussub, foi detido em flagrante delito do dia 15 de Agosto de 2000, na cidade de Joanesburgo, África do Sul, na posse de 4,5 toneladas de «mandrax» a maior apreensão de drogas feita naquele país da SADC. Um outro relatório da Interpol, na posse deste semanário, conta-nos como foi esta apreensão. Tudo começou em 2000 quando a brigada especial e já extinta unidade sul-africana «Scorpions», mandara especialistas do departamento de drogas, à capital moçambicana para investigar a vida de Umar Surathia (ou Omar da «Miami Fashion House»), quando este acabava de regressar da prisão depois

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de ter estado muito tempo na Índia (NR: ver artigo na semana antepassada). Segundo declarações do agente da antiga «Scorpions», Steven Russel, aquela unidade preocupada com o narcotráfico transnacional – da tríade Moçambique, África do Sul e Swazilândia – não estava a conseguir elementos comprovativos de que Umar Surathia ainda continuava activo no narcotráfico de «mandrax». “Isto fazia sentido, ele acabava de sair da prisão e tinha que se manter discreto”, disse Russel ao ZAMBEZE. Porém, segundo Russel, a Interpol e a «Scorpions», já tinham estabelecido, numa investigação, as conexões entre Umar Surathia (NR: Ex cônsul honorário da Libéria em Maputo e actualmente cônsul das Sychelles) e Mohamed Salim Jussub (actualmente cônsul honorário das Syechells em Portugal) e as mesmas concluíram que ambos estavam em permanente contacto. Segundo se refere no documento em poder deste semanário e subscrito pelas duas polícias, Mohamed Jussub é que estava a tratar dos «bussiness» de Umar Surathia, quando este estava preso, na cadeia de Madras, na Índia. O explosivo relatório a que este semanário teve acesso, em Joanesburgo, detalha as ligações telefónicas entre Umar Surathia e Mohamed Jussub, estabelecidas no período compreendido entre Junho e Julho de 2000, isto é, dias antes de Salim Jussub, ser preso em flagrante delito, ou como sói dizer-se, “com a boca na botija”. Na referida investigação, se indica, de forma clara e transparente, que “Jussub andava em contactos permanentes com os seus comparsas de nacionalidade portuguesa, residentes na África do Sul e outro de nacionalidade sul-africana. Nesses contactos se indicava que um contentor de malas vindo da Indonésia iria desembarcar na África do Sul”, facto, segundo que segundo se descreve adiante, que veio a acontecer, confirmando-se as suspeitas que até aí pairavam. Os donos da droga, segundo o documento, eram Umar Surathia a Salim Jussub, nada mais, e nada menos que os actuais cônsules honorários das Syechelles em Moçambique e Portugal, respectivamente.

A apreensão de drogas

Os factos:

No dia 15 de Agosto de 2000, a policia sul-africana e a «Scorpions», detiveram seis indivíduos em flagrante delito, nomeadamente, Victor Foley (residente em Capetown park), Fernando Manuel Lima Rodrigues Branco e sua esposa Anabela Ferreira Branco (residentes em Edem Valey), Robb Ferreira (residente em Joanesburgo), Oosthius (Joanesburgo) e Mohamed Salim Jussub (com residência em Portugal), sendo este último tido como chefe do cartel. A droga tinha sido desembarcada em Port Elizabeth e após o desalfagadamento (diga-se controlado pela policia), ela foi transportada via terrestre e armazenada numa terminal de contentores em City Deep, um bairro localizado nos arredores de Joanesburgo. A droga apreendida, concluiu-se após a pesagem que tinha cerca de 4.500 quilos, ou melhor 4,5 toneladas. A mesma vinha da Indonésia. Mas de acordo com as fontes da polícia sul-africana tudo indicava que a mesma tinha sido fabricada no Afeganistão. O sexteto de indivíduos detidos, foi considerado “Gang Pappas”, devido à astúcia na movimentação do «Mandrax». A droga vinha embalada em 79 malas, disfarçadas entre outras 300 que se

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encontravam vazias no contentor. Cada mala pesava cerca de 63 quilos.

O preço da mercadoria

De acordo com as fontes das policiais e procuradorias sul-africanas e swazi, (desapontadas com as suas congéneres da PRM-Polícia da República de Moçambique e PGR-Procuradoria da República de Moçambique), a mercadoria apreendida estava avaliada na altura (no ano 2000), a preços por atacado, em 200 milhões de rands e, a retalho em 300 milhões de rands. Ao câmbio da altura isto equivalia a cerca 50 milhões de dólares americanos ($US 50.000.000,00).

16 de Agosto de 2000

Neste dia, o então ministro da justiça sul-africano, Penuel Maduna, convocou uma conferência de imprensa, onde em declarações considerou aquela apreensão como a maior “efectuada no nosso país”. Maduna, considerou que aquela apreensão entrava nos anais da história da África do Sul e que para eles constituía “um duro golpe nos barões da droga e em todos os tipos de marginais que matam as nossas crianças”. Adiantou ainda que “os detidos deviam ser torturados e enforcados em praça pública para outros terem medo de se meterem no narcotráfico. Estes cidadãos marginais que saem dos seus países e vem ao nosso pais para matarem as nossas crianças…”

17 de Agosto de 2000

Dos seis detidos, apenas cinco indivíduos relacionados com a apreensão das 4.500 quilos de «mandrax», foram presentes ao juiz de instrução. Salim Jussub não se fez presente neste dia. Apenas no dia seguinte dia em que finalmente viu legalizada a sua prisão. Do sexteto, apenas um não viu legalizada a sua prisão. No entender de Russel, Salim Jussub, não se fez presente nesta audiência, por uma questão estratégica. “Talvez Salim Jussub quisesse saber o que os seus comparsas teriam dito ao juiz de instrução”. No dia seguinte, o actual cônsul honorário de Portugal, e o seu advogado, Du Plessie, foram presentes ao juiz e a prisão foi legalizada, o advogado deste tentou a todo custo que o seu cliente fosse caucionado, mas o juiz de instrução indeferiu o pedido. Os arguidos recusaram a sua cumplicidade na transacção, mas os elementos disponíveis nas mãos do juiz de instrução, eram por demais suficientes para os mandar para o lugar aonde ficam geralmente indivíduos cujo comportamento social é punido.

Setembro de 2000

O Ministério Público sul-africano, acusou-os como traficantes de droga e Salim Jussub como chefe de cartel. Pesavam ainda sobre ele acusações de intimidações e suborno aos co-réus, e ainda tentativas de suborno aos agentes que o detiveram.O processo foi remetido ao tribunal da magistratura de Joanesburgo. O ZAMBEZE apurou que no interrogatório a Salim Jussub, foi-lhe perguntado que tipo de relações tinha, primeiro, com Osama Bin Ladem, segundo, que ligações

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tinha com Umar Surathia, terceiro, o que tinha a dizer sobre os atentados bombistas, em 1998, às embaixadas dos Estados Unidos da América, no Quénia e na Tanzânia; quarto, quanto dinheiro da droga tem financiado a Al-Quaeda; quinto, que relações tinha com Victor Folie, Fernando Branco, Isabel Ferreira Branco, co-arguidos no mesmo processo e atrás melhor identificados; sexto, que relações tem com o senhor Daude Ibraimo – um bombista procurado pela policia indiana; e, finalmente, o que tem a dizer sobre a droga apreendida.Salim Jussub refutou todas as acusações. O juiz então fez uma acareação entre Salim Jussb e os outros co-arguidos que já haviam prestado depoimentos. Fernando Branco e sua esposa confessaram que eles é que trataram da documentação e desalfagadamento do contentor em Port Elizabeth, até aos armazéns de City Deep. Diante de Salim Jussub, aquele casal, disse que este lhe teria prometido “um negócio e uma casa num país à sua escolha” caso ele não testemunhasse contra ele. Adiantou que Jussub lhe daria ainda 2 milhões de randes em «cash». Fernando Manuel Lima Rodrigues Branco disse na mesma acareação que Jussub lhe dissera que se “algo acontecesse ao contentor” ele iria matá-lo. Branco prestou, nessa acareação, um testemunho ajuramentado que serviu os propósitos da procuradoria sul-africana, então escandalizada com as enormes quantidades de «mandrax» apreendidas.

6 milhões de rands para comprar o silêncio

O casal Fernando Manuel Lima Rodrigues Branco e sua esposa Anabela Ferreira Branco (residentes em Edem Valey) disseram que após a prisão de Salim Jussub, este teria oferecido 6 milhões de rands para ser dividido por três pessoas “para nos mantermos calados”, pois alegaram, que se mantivessem o silêncio, o juiz de instrução lhe concederia - a Salim Jussub - , liberdade sob fiança

As desculpas de Salim Jussub

Depois da acareação entre aqueles, refere a fonte do ZAMBEZE, Jussub veio a confessar que estava à espera de um contentor vindo da Indonésia, mas que, alegou, não sabia que o mesmo vinha com drogas. O arguido Salim Jussub disse ainda que um amigo de Dubai lhe tinha pedido ajuda para desalfandegar um contentor e ele procurou Fernando Branco “por ser um especialista no sector” de desalfandegamento de mercadorias diversas.

Ligações com Al-Quaeda

Steven Russel disse que a polícia sul-africana estava convicta que Umar Surathia tinha ligações com a organização Al-Quaeda e que os ataques bombistas nas embaixadas da América na Tanzânia e no Quénia foram financiados por contrabandistas de drogas. Russel acrescentou ainda que em 2000, a policia sul-africana tinha informações de que as embaixadas dos Estados Unidos da América em Moçambique e na África do Sul, poderiam ser alvos de atentados, financiados pelo narcotráfico. Russel acredita que houve uma fuga de informação e a

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operação foi cancelada. “Mas infelizmente Salim Jussub não colaborou”, afirmou.

2 milhões de U$D para a libertação

Steven Russel disse ao ZAMBEZE que, 11 meses de ter estado detido, em Junho de 2001, ele voltou à liberdade mediante caução. Hoje é o actual cônsul honorário das Syschelles em Portugal,“A missão da polícia é prender as pessoas com provas e remeter os processos aos tribunais. Quem dará o destino aos réus, é o juiz”. Russel acredita que Salim Jussub tenha pago 2 milhões de dólares aos juízes para conseguir ser caucionado, o que veio acontecer 11 meses depois. Ele foi caucionado por 300 mil randes. Victor Folie por 200 mil, e outros seus comparsas foram caucionados por 100 mil. “Isto trouxe muita decepção ao seu seio da nossa equipa, porque nós prendemo-los em flagrante delito”. “Aqui na África”, desabafou Russel, “o dinheiro fala mais alto”.

Grupo AFRIN: Um império que emerge no grande Maputo

Nos últimos anos, emerge, na capital moçambicana, o grupo AFRIN. Até finais de 2006, Mohamed Salim Jussub e a sua esposa Mariano Abdul Habib fizeram vários investimentos na área de imobiliária em Moçambique e Portugal. Outros fizeram em Portugal concretamente nos lares de terceira idade. E em Moçambique, este casal é representado pelos seus sócios, nomeadamente Mohamed Rafic Satar, Mohamed Khalid Ayoob e Omar Faruk Ayoob, sendo estes últimos dois irmãos, conhecidos como proprietários da «Ayoob Comercial», loja que se dedica à venda de brinquedos, localizada na Albert Lithuli. De acordo com Steven Russel, estes três últimos indivíduos são as capas de Salim Jussub. O Zambeze apurou ainda de Steven Russel que este grupo adquiriu recentemente vários hotéis, nomeadamente o Hotel Karibu, próximo do Helena Park, zona do Bairro do Triunfo, presentemente em obras; o Hotel Monte Carlo, na Av. Patrica Lumumba; o Hotel Terminus, na Av. Francisco Orlando Magumbwe; e o Hotel Santa Cruz, no cruzamento da 24 de Julho com a Amílcar Cabral. Por último este grupo está a construir de raiz o Hotel AFRIN, avaliado em 4 milhões de USD.De acordo com Stevem Russel, este último hotel é representado por Jussub e sua esposa e os restantes hotéis estão sendo representados por Mohamed Rafic Satar e Mohamed Khalid Ayoob e Omar Faruk Ayoob. O ZAMBEZE está na posse das escrituras públicas e das respectivas publicitações em Boletim da República, dos investimentos deste grupo.De acordo com Steven o grupo AFRIN além da área de hotelaria e turismo também tem interesses na área de viaturas. Eles também têm um vasto parque de viaturas na avenida Filipe Samuel Magaia, chamado «Car Center».

Preso por trafico de drogas Vs a posse de um milhão de usd

De acordo com a fonte que estamos a citar, o cadastro da família «Ayoob Comercial» no tráfico de drogas, remonta aos anos noventa quando um dos

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seus irmãos, cunhado e colaborador, estiveram presos por tráfico de drogas em Portugal. Quisemos perceber os nomes deles e a fonte disse-nos tratar-se de Maqsud Ayoob, seu cunhado Mohamed Anif e Rafic Suleimane, seu colaborador activo. Informou-nos também que todos eles estiveram presos em Portugal. Também em 2002, já esteve preso um dos irmãos da «Ayoob Comercial» na posse de um milhão de dólares no Aeroporto Internacional de Mavalane, conforme relatórios da Interpol e da Scotland Yard.

Lavagem de dinheiro

Um especialista em análise de «Money laudring», baseado na África do Sul, disse ao ZAMBEZE que a lavagem de dinheiro em Moçambique, está-se a proceder nas áreas de hotelaria e turismo e compra de imóveis. “Todo o dinheiro que entra no banco é dinheiro limpo, e por via dos hotéis, com os respectivos justificativos, número de quartos e clientes, pelo não há banco que questione”. Para melhor compreensão deste fenómeno contactámos vários notários que nos disseram que diariamente são comprados por parte de impérios da comunidade asiática cerca de 20 casas por mês na cidade de Maputo. “Eles aparecem com bilhetes de identidade das esposas, irmãos e familiares” disse uma fonte que aceitou falar na condição de anonimato. Para Russel, isto “é lavagem de dinheiro, que tem como proveniência o tráfico de drogas”. “Não é possível um simples comerciante, proprietário de uma tabacaria possuir bens de milhares de dólares”, comenta Steven Russel.

Negócio do dinheiro

No relatório da «Scorpions», adormecido hã anos nas gavetas da Procuradoria Geral da República (PGR), em Moçambique, indica-se que cerca de 4 a 5 milhões de dólares americanos saiam de Moçambique para a África do Sul via terrestre, e no sentido oposto vinham cerca de 10 milhões de rands em «cash» com várias pessoas. “A nossa equipa já confiscou vário dinheiro vindo de Moçambique para Africa Do Sul. Muitas das pessoas que fazem esse transporte tem comissões de 2% de lucro e esse dinheiro é levado para Dubai, e de lá transferido para várias contas noutros países”. Steven Russel revelou ainda ao ZAMBEZE que “em 2001, o Federal Bureau of Investigation (FBI), mandou-nos uma lista de cerca de 40 moçambicanos de origem asiática que estavam envolvidos em lavagem de dinheiro”. “Em Novembro mandámos uma carta e estes não nos responderam. Estes nomes desses indivíduos apareceram fechados no FBI, após os atentados de 11de Setembro de 2001. ” Este semanário apurou entretanto, de fonte da embaixada americana em Maputo, que, de facto, o FBI mandou elementos para Dubai para investigar casas de câmbio e ali foram seladas certas casas. Da lista do FBI da comunidade asiática moçambicana constam quarenta (40) nomes e um dos cinco primeiros, isto é um dos “top five” é da família Ayoob Comercial.

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A apreensão de 1 milhao de usd

“Em 2002 houve uma apreensão de 1 milhão de dólares e investigámos as agências de viagem que trabalhavam com a Emirates e descobrimos que a família «Ayoob Comercial» é uma delas, que num período de três meses teria transportado cerca de 3 milhões de dólares via aérea a partir Maputo, Joanesburgo, para o Dubai. Fomos nós que fizemos chegar às autoridades moçambicanas a informação de que no tal voo vinha uma mala contendo dinheiro. Estávamos à espera que as autoridades locais não retivessem dinheiro, então nós reteríamos o dinheiro para de seguida detê-lo” disse Russel. Mas neste caso a policia moçambicana estacionada no Aeroporto de Mavalane, em Maputo, trabalhou em pleno “e a nossa suspeita estava clara que a pessoa detida era uma das 40 pessoas da lista do FBI”

De terço na mão a viagem à cidade santa

Steven Russel, que há duas décadas investiga o narcotráfico diz lamentar que alguns membros das comunidades de origem asiática em Moçambique e na África Sul, andem de terços na mão e fazerem várias viagens num ano às cidades santas na Arábia Saudita, onde visitam templos religiosos e visitam sepulturas dos profetas, quando a sua maior fonte de riqueza é o trafico de droga. “Lamento muito. A «Scorpions» tem fotos de Umar Surathia, tiradas em 2000, com o terço na mão e também ele a despedir-se de peregrinos que viajavam para a Arábia Saudita. Para este investigador, o tráfico de drogas é condenável em quase todas as religiões, menos aos ateus – pessoas que não acreditam em Deus”.

Dificuldades de ouvir o contraditório

O ZAMBEZE tentou contactar este terça-feira, um dos irmãos da «Ayoob Comercial». Um dos trabalhadores disse-nos que a pessoa certa para falar deste assunto podia ser localizada na «Car Center». A tentativa foi em vão. Mandaram-nos para a Niza, situada na rua dos Irmãos Roby, no Alto Mae e lá disseram que o Maqsud era a pessoa indicada para falar deste assunto, mas que de momento se encontrava na nova loja, próxima da Pandora. Lá disseram-nos que ele acabava de sair. Voltámos à R. Irmãos Roby e disseram que estava numa reunião e que não podia-nos entender. Também tentámos localizar Mohamad Rafik Satar, tido como braço direito de Salim Jussub, no Hotel Terminus. Lá disseram-nos que ele fica na «Prime Investiments», na Julius Nyerere. Aqui disseram-nos que ele estava ausente e que viajaria a qualquer momento para a Mecca, a Cidade Santa e só regressaria depois do IDE.O ZAMBEZE deixa em aberto a possibilidade destas pessoas supramencionadas nos contactarem para lhes podermos assegurar o seu direito ao contraditório. Importa referir que o ZAMBEZE está, à cerca de um mês à espera dos esclarecimentos do Ministério dos Negócios Estrangeiros

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das Sychelles, a quem solicitámos que nos informem como foram nomeados os seus cônsules honorários, cujo o passado tem as marcas que nos são descritas por Steven Russel e constam dos relatórios da Interpol e da Scotland Yard. Voltaremos logo que haja mais novidades.

Posted by MANUEL DE ARAÚJO at Wednesday, September 10, 2008

EDITORIAL DO ZAMBEZE

Atenção aos “BUFOS” e assessores de imagem armados em jornalistas!

Em jeito de bula-bula, como se tornou hábito, o semanário domingueiro resolveu presentear o nosso colega Luís Nhachote com um cínico “prémio de reportagem” sobre os “Contornos do Narcotráfico em Moçambique” e vai daí sugere que ao invés de publicar o que recolheu de várias fontes policiais e outras, muitas delas documentais, deveria o jornalista ter antes apoiado a polícia moçambicana na investigação do crime organizado e narcotráfico no seu próprio país. São opiniões que como é óbvio respeitamos, mas que não podemos deixar passar sem aqui deixarmos a posição do ZAMBEZE sobre esta matéria.No jornal ZAMBEZE partimos do princípio que os jornalistas não são polícias embora possam trabalhar com as polícias para poderem ter também a versão delas sobre as matérias em que seja necessário conhecer as suas sensibilidades. Se e quando for esse o caso…Acreditamos que ser jornalista não é ser simultaneamente assessor de imprensa ou de relações públicas de empresas, nem estar ao serviço de forças policiais.Em sentido figurado, acreditamos que devemos ter o direito de poder estar de manhã com George Bush e mais tarde com Bin Laden.Não temos de andar a ouvir pessoas ou municiarmo-nos de documentação disponível num lado sobre alguma matéria para depois a irmos fornecer à outra parte ou outras partes, sem publicarmos. Respeitamos demasiado as polícias pelo bem que possam proporcionar às comunidades que se destinam a servir, mas toda a colaboração que nos sentimos na obrigação de lhes prestar é pública e através das páginas dos jornais. A imprensa obriga-se a fazer o chamado depósito legal das suas edições na Procuradoria Geral da República e será exclusivamente a esta que caberá investigar e fazer as pontes que entender com as autoridades policiais. Assim o entendemos. É pública a nossa contribuição.Nós não somos polícias e recusamo-nos a ser “bufos”. Lamentamos é que haja indivíduos que se dizem colegas e afinal venham publicamente assumir-se como “bufos” em vez de defenderam a classe e o jornalismo.Como se não bastasse para ilustrar o ridículo a que se prestam certas figuras que até se atrevem a dar aulas de jornalismo em instituições de ensino

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superior, constatámos também na última edição do mesmo semanário domingueiro que este correu a dar espaço ao ex-ministro dos Transportes e Comunicações, António Munguambe, para responder a acusações que lhe foram feitas em denuncias dos trabalhadores da empresa pública de Aeroportos de Moçambique, publicadas na última edição do ZAMBEZE e a que este jornal, ao publicá-las, deixou escrito pretender dar seguimento, continuando a tratar das matérias em próximas edições em respeito pelo direito ao contraditório. Entranhámos tão servil atitude de antecipação dos afoitos colegas domingueiros mas cedo nos chegou a resposta. Jorge Matine, director do Semanário DOMINGO acumulou essas funções com a de assessor de Informação da Empresa de Aeroportos de Moçambique, recendo mensalmente honorários por isso. Esteve nessa dualidade de funções – director do DOMINGO e assessor da Aeroportos de Moçambique – até assumir cumulativamente as funções de administrador-delegado da Sociedade Notícias, SARL. Por isso não nos admira que este tipo de “jornalistas” corram a enganar o público com peças de lavagem de imagem. Por aqui nos ficamos à espera agora que o Domingo insista com os seus amigos da Polícia “com boca pequena”, mais prontidão combativa com os dados já adiantados e que há muito não eram desconhecidos dela, como nos contaram as autoridades citadas nos artigos por nós publicados da autoria de Luís Nhachote e pessoas de outras instituições nacionais com responsabilidades sobre a matéria tratada nos artigos. Que tudo faça quem pode para que de níveis de decisão não surjam impedimentos ao trabalho de muitos zelosos e esforçados agentes, tantas vezes mandados manterem-se quietos. (Z)

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Traficantes de droga com estatuto diplomático (4)

Máquina de produção de «Mandrax» apreendida em 2000 continua no activoEx-ministro Almerino Manheje e Inspector Jorge Miguel são as duas pessoas que podem explicar paradeiro da máquina que aparentemente se encontra na zona norte…Procuradoria-Geral da República e Polícia da República de Moçambique pretendem ir desmantelá-la de uma vez por todasEstado pode confiscar bens de traficantes de droga

Luis Nhachote

No seguimento da investigação jornalística que o Zambeze está a levar a cabo sobre o narcotráfico “diplomático” que tem o nosso país no seu roteiro, apurámos que a máquina de produção de «Mandrax», apreendida em 2000, pelas policias moçambicanas e sul-africanas no famoso caso «plasmex» pode estar no activo na zona norte do país. Mais concretamente na província de Nampula. Entre as cidades de Nampula e Nacala.

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Após a descoberta e neutralização, esperava-se que a máquina fosse destruída publicamente, o que estranhamente não aconteceu e até hoje não se conhece o destino a ela dado. Lideraram a investigação que culminou com o desmantelamento da fábrica «Plasmex», da parte moçambicana, o inspector Jorge Miguel e da parte sul-africana o antigo comissário nacional da polícia sul-africana Jackie Selebi.

Historial da «Plasmex»

A «Plasmex» - Indústria de Plásticos, Lda, era ex-parte da «Emplama». No quadro das privatizações que estiveram então na ordem do dia no nosso país, o Estado ficou com 20%, sendo o seu representante Alfredo Filipe Sitoe. O capital privado passou a ser detido em 30% por Jacinto Namunheque e os restantes 50% por André Timana. Presentemente, estes dois encontram-se detidos numa das cadeias do país, após terem sido julgados e condenados em primeira instância por alegadamente serem os donos máquina de fabricação de «Mandrax». Quem julgou o caso, foi o juiz Augusto Raul Paulino, hoje nas funções de Procurador-Geral da República.

Historial da detenção

No dia 4 de Fevereiro de 2000, pelas 9 horas, unidades conjuntas das polícias moçambicana e sul-africana, desmantelaram a fabrica «Plamex», após informações indicarem que a mesma estava a produzir «mandrax» na capital moçambicana. Nessa manha, o inspector Jorge Miguel e o ex-comissário nacional da policia sul-africana e ex-director da Interpol da SADC, após um rastreio à fabrica, detiveram imediatamente Jacinto Nhamunheque, segundo accionista maioritário da fabrica cuja vocação era a produção de plásticos. Na ocasião, as policiais apreenderam mais de 100 mil comprimidos de «Mandrax» e a respectiva matéria-prima.O sócio maioritário, André Timana, encontrava-se ausente. Outras sete pessoas, foram detidas.Timana viria a ser detido, em 2001, na África do Sul depois de ter sido classificado de foragido pela duas polícias, por Steven Russel, agente da extinta «Scorpions» e colaborador da «Scotland Yard».

O julgamento

O julgamento decorreu numa velocidade célere, segundo abundantes crónicas da época, devido, aparentemente, a pressão da imprensa, depois de vários casos relacionados com a droga ilegal terem ficado esquecidos, arquivados e impunes, tal como aconteceu noutro mediático caso que ficou conhecido como «Caso Trevo».Na décima secção do Tribunal Judicial da Cidade de Maputo o réu Jacinto Nhamunheque, disse ao tribunal que a máquina apreendida era de “gente grande” e que não podia revelar os nomes, por alegadamente, temer pela sua integridade física. O então juiz Augusto Paulino, solicitou à Policia de Investigação Criminal que trouxesse a máquina confiscada ao tribunal, facto que o inspector Jorge Miguel

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disse ser impossível devido à sua grande tonelagem. Nesse julgamento, o TJCM condenou a 20 anos de prisão maior a Jacinto Nhamunheque e a Jerry Dean, este último de nacionalidade tanzaniana. O tribunal decidiu nessa sessão que Dean, com residência em Londres, fosse imediatamente expulso do nosso país, para cumprir a pena no seu país de nascimento. Foi decidido nesse julgamento, o encerramento da fábrica por um período de três anos e as quotas dos accionistas privados reverterem a favor do Estado. Foram absolvidos no caso, o representante do Estado, Alfredo Filipe Sitoe e Justino Manjate, este último o serralheiro que montou a maquinaria para a produção de drogas, por não se ter provado os seus envolvimentos.

PRG na AR

O então Procurador-geral da República, Joaquim Madeira, no seu primeiro informe à nação falou do «Caso Plasmex», quando abordava outros casos “quentes”, tendo se referido na ocasião sobre o caso «Trevo», também de produção de «Mandrax», que remontava de 1995. Sobre o caso «Trevo» Madeira disse que o mesmo já tinha sido acusado e que tinha “arguidos ausentes”. Os “arguidos ausentes” eram 10 indivíduos de origem asiática que “sumiram” do país, e o desfecho deste caso nunca ficou claro.

A condenação André Timana

Steven Russel disse ao Zambeze que em Abril de 2001 “nós capturamos André Timana na África do sul”. Para Russel esse não é o principal cabecilha da produção de «Mandrax». “Existem mais pessoas ligadas a esta produção mas ate aqui nunca reveladas. Acredito que Alfredo Filipe Sitoe, a pessoa absolvida tem muito a dizer, não é possível André Timana arquitectar essa fábrica toda sozinho. Infelizmente os tribunais e a polícia moçambicanas não quiseram aprofundar o assunto. Primeiro o julgamento foi muito rápido. Esta rapidez foi para não aparecer a verdade”

O que é «Mandrax»?

O mandrax é uma substância que, quando ingerida, provoca, alterações no funcionamento do sistema nervoso central e é susceptível de provocar dependência no consumidor.

O preço de mandrax

O Zambeze apurou em Joanesburgo que nos anos 1990 o preço de «Mandrax» era vendido por atacado na África do sul ao preço unitário de 8 rands. Em 2000 o preço unitário subiu para 14 rands. Hoje, o mandrax é vendido na África do sul a cerca de 20 rands. Perto de 50 meticais por unidade (comprimido). A polícia sul-africana, aprende diariamente cerca de 2 a 3 mil comprimidos e esta droga vem de Moçambique, como se alega. Perguntámos a Steven Russel se a droga tinha alguma nome ou cor, ele disse-nos “a droga exportada por Umar Surathia, na década noventa tinha a marca de «MX» e era cor branca”.

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Jásobre que se vende actualmente disse-nos: “Agora os traficantes mudaram de cor e de marca. A droga passou a ser azul clara e tem a marca de «BOSS»”.

Maquinaria no norte do país

Fontes da Polícia da Republica de Moçambique, que começam a sentir-se mais seguras para fornecer elementos ao Zambeze, garantiram-nos que a máquina apreendida no caso «Plasmex» encontra-se nas cidades ou de Nampula ou Nacala. As fontes dizem que depois da apreensão da maquinaria do caso «Plasmex», a mesma desapareceu. As quantidades apreendidas e a matéria-prima para fabricação também desapareceram. Presume-se que esta maquinaria esteja a operar numa destas cidades onde é menos controlada e menos visível. Dizem as fontes policiais que a mercadoria sai via terrestre para a África do Sul com trânsito em Maputo. Outra parte é transportada para a cidade de Pemba e de lá via área para outros destinos de narcotráfico.

Capacidade da maquinaria

Segundo Stevem Russel a maquinaria do caso «Plasmex» é a mesma do caso «Trevo». Em 1994 a policia sul-africana fez chegar informações ao então procurador-geral da República, Sinai Nhantimima e Manuel António, ex-ministro do Interior, que em Moçambique estava-se a produzir «Mandrax» na zona da Machava, mas as autoridades moçambicanas fizeram ouvidos de mercador. “Seis meses depois, tivemos que fazer uma pressão às autoridades moçambicanas, que caso eles não desmantelassem a fabrica nós iríamos recorrer às Nações Unidas e as autoridades moçambicanas foram obrigadas a desmantelar. Foram presos dez indianos, alguns paquistaneses. Foram presos, mas o dono ficou impune. alguns meses depois esses dez indianos foram soltos e viajaram para os seus países, sem nenhum obstáculo, apesar de estarem proibidos de saírem do pais”. “Isto foi uma grande decepção para a polícia sul-africana. Trabalhamos em vão”. Na altura não havia em Moçambique que penalizasse este tipo de narcótico. A Assembleia da República aprovou pouco depois legislação que hoje já existe.

Salim Jussub na berlinda

Steven Russel disse que o actual cônsul honorário das Syecheles em Portugal, “tinha a ver com o caso «Trevo», pois, através de seus colaboradores é que contrataram o advogado Máximo Dias, para se constituir defensor dos dez indianos capturados em flagrante delito na fabricação de «Mandrax». O ex-ministro Manuel António, tinha na sua mesa o nome de Mohamed Salim Jussub, desde 1995, como presumível dono. Jussub estava ligado com outro cidadão paquistanês de nome Shaim. “As autoridades moçambicanas não quiseram investigar” disse Russel para acrescentar que “Ficamos a saber que este Shain, foi encontrado no interior de uma bagageira de uma viatura já morto, aqui em Joanesburgo, há poucos anos

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atrás”.

Hotéis e fabricas

Steven Russel diz também que Omar Surathia (NR: ex cônsul honorário da Libéria e actual cônsul das Sychelles em Moçambique», além de ter a fábrica de bolachas em Moçambique, a «Mobiscos» está a fazer investimentos na área da hotelaria, precisamente no centro do país. Ele está ligado a João Matsinhe, vulgo «Zamba Zamba», um narcotraficante baseado no reino da Suazilândia com um cadastro na Interpol. Eles estão ainda ligados a Amad Jassat, da «Expresso Câmbios», na construção de um hotel na cidade da Beira que vai custar cerca de 10 milhões de dólares americanos. Sabe-se que Jussub também tem parcerias numa fabrica de cimentos, chamada Sunera cimentos.

PGR e MF poderão confiscar bens

O Zambeze contactou com uma fonte da PRG e disse-nos que eles e o ministério das Finanças estão a trabalhar com os notários para descobrir quantos bens tem os colaboradores de Umar Surathia e Salim Jussub. “Depois de termos os bens arrolados vamos notificá-los para sabermos da proveniência do dinheiro. Caso eles não apresentam os respectivos justificativos, o Estado pode confiscar-lhes os bens. Temos que saber quantos impostos já pagaram ao Estado, para serem donos de tanta fortuna, cuja a origem é duvidosa. “Um hotel não custa cem mil dólares ”, disse a fonte da PGR. (Luís Nhachote)

Posted by MANUEL DE ARAÚJO at Wednesday, September 17, 2008

Sumiço do Zambeze nas ruas: terá sido este homem o responsável?

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Traficantes de droga têm estatuto diplomático (5)

Peças do «puzzle» do narcotráfico desaguam nos “diplomatas”

Luís Nhachote

Nestes cerca de dois meses que o semanário ZAMBEZE vem tentado perceber os contornos do narcotráfico “diplomático” em Moçambique e quem mais a ele possa estar ligado, as peças do intricado «puzzle» desaguam, por associação comercial, familiar ou simplesmente de amizade, nos “diplomatas” que representam os interesses comerciais da República das Sychelles em Portugal ou Moçambique.Em parte da proeminente comunidade asiática residente em Moçambique e a caminho da «riqueza absoluta», segundo apurou o ZAMBEZE de várias fontes, orais e documentais, há grupos com cadastro em Portugal, onde estiveram detidos devido ao narcotráfico de estupefacientes. E tudo isto já vem desde a década de 80. O Zambeze trás hoje, no seguimento das suas investigações jornalísticas, o retrato de Mohamed Macsud Ayoob, seu passado e presente e quiçá futuro. A Procuradoria-Geral da República começou esta semana a proceder, entre quem possa estar, no seio de grupos já aqui retratados e outros afins, com fortunas não convenientemente explicadas. A sua acção, como soube o ZAMBEZE na PGR de uma das suas «gargantas fundas», tem em vista encontrar precisamente a legalidade de algumas fortunas, que nasceram da noite para o dia. Mas vejamos mais algo da história de um segmento em que há matéria que suscita grandes interrogações.

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Heroína em terras lusas…

Nos anos oitenta, vários membros da comunidade de origem asiática hoje em Moçambique, já estiveram detidos em Portugal, devido ao tráfico de estupefacientes. Segundo soube o ZAMBEZE, de Steven Russel em Joanesburgo, essas drogas eram levadas de Moçambique, para Portugal e o seu principal comprador era um tal de Faizal Abdala. Este Faizal Adbala acabou sendo encontrado morto, em 1995, no interior da sua viatura, próximo da «Casa Branca», entre a Machava e a Matola.Reporta a Interpol que “Faizal Abdala, era um jovem indiano, que acabou indo para Portugal, muito jovem, na década oitenta, onde se casou com uma britânica de origem asiática e enriqueceu muito rapidamente com o tráfico de drogas”. Ele tinha contas em vários países da Europa e também adquiriu vários hotéis em Portugal, nomeadamente, o Hotel Europa, o Hotel África do Sul, o Hotel Kalomé do Areeiro e era proprietário da firma Vidrotel. Além de possuir muitos bens, Faizal Abdala tinha contas na Suiça e na Inglaterra. Steven Russel conta que Faizal “era muito inteligente. Usava sempre o nome do seu sogro nestas contas. E em 1986, quando este foi surpreendido com 3,5 quilogramas de heroína pura, tentou subornar agentes da Policia Judiciaria portuguesa, com 20 mil contos portugueses, na altura o equivalente a 400 mil dólares. Nunca chegou a ser condenado. Sempre que caiu nas malhas da polícia, voltava sempre à liberdade por insuficiência de provas, pois aparecia alguém a assumir o crime”. Ainda em 1986, quando este esteve detido com mais três moçambicanos, um dos seus sobrinhos, de nome Mohamed Riaz, assumiu o crime, e Faizal Abdala e seus parceiros, acabaram sendo absolvidos pelo tribunal da Boa Hora, em Portugal. A fonte do Zambeze tem a forte convicção que se Faizal estivesse vivo a Interpol já o teria prendido, porque o seu nome estava naquela altura na lista daquela Policia e em quase todos aeroportos da Europa. O ex-agente da «Scorpions», actualmente na «Scotland Yard» disse ao Zambeze que aquelas unidades policiais estavam informadas que quem teria mandado eliminar Faizal Abdala, foi um jovem que na altura era proprietário da «Electro Mundo», Mohamed Asslam. Mohamed Asslam viria a ser assassinado em Maputo, em Abril de1997, crivado de balas, defronte do prédio onde morava, na avenida Vladimir Lenine, na fronteira entre a Coop e a Malhangalene. “Isto é assim, todos os que entram no narcotráfico sabem disso”, comenta, entretanto, o agente.A inestimável fonte deste semanário disse que a desmedida ambição de Faizal é que lhe terá levado à morte, “por envenenamento”. Ajustes de conta estarão ligados ao seu envenenamento, que se supõe ter origem na recusa de pagamento. “Muita gente devia a ele e para se furtarem ao pagamento ele foi retirado do mundo dos vivos”. A fonte deste jornal refere que no 1 de Agosto de 1986, Faizal foi detido em Portugal, por ter recebido cerca de 3,5 quilogramas de heroína pura, com mais três indivíduos de origem asiática. “Dois deles se encontram em Moçambique e são donos de um grande shopping”.Russel disse também que Abdala tinha fortes ligações com um outro contrabandista, de nome Aziz Khan, que vivia no Paquistão. Este Khan tinha

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um seu familiar que estava a viver em Moçambique e acabou também sendo envenenado, também na década 90. Disse tratar-se de Mohamed Akil, que foi encontrado morto na zona da Costa do Sol. Este Mohamed Akil, segundo a fonte, é quem entregava a droga em Moçambique e os moçambicanos é que a levavam até Lisboa, a capital lusa. Quisemos saber de Russel a história da família da «Ayoob Comercial», sobretudo os que estiveram detidos.

A detenção Maqsud Ayoob em Portugal

Os factos: No dia 25 de Julho de 1990, uma quarta-feira, um empregado da família «Ayoob Comercial», chamado Rafik Juma Suleimane, fazendo-se transportar num voo das Linhas Aéreas de Moçambique, com destino a Lisboa,levava consigo uma mala contendo cerca de dois quilos de heroína. Rafik Suleimane, à sua chegada ao Aeroporto Internacional da Portela, às 07h30 da manhã de quinta-feira, foi imediatamente detido. Vendo-se em apuros, ele confessou que a droga vinha de Moçambique, alegando que a mesma tinha-lhe sido entregue por Omar Faruk Ayoob (NR: este é cunhado de Umar Surathia, antigo cônsul honorário da Libéria em Moçambique e actualmente nas mesmas funções mas agora em representação da República da Sychelles, e aqui várias vezes retratado).Rafik Suleimane, no acto da sua detenção em Lisboa, disse que a droga tinha que ser entregue a Mohamed Maqsud Ayoob, residente no Largo Mouzinho da Silveira, nº 13, 4.º andar Direito, Laranjeira, Almada.A confissão espontânea de Rafik Suleimane, não foi suficiente para convencer as autoridades portuguesas. A Policia Judiciaria (PJ), a partir daquele momento deixou-o sair do aeroporto, mas controlando todos os seus movimentos. À sua saída do aeroporto da Portela, ele foi ao encontro de Mohomed Maqsud Ayoob. A PJ, acto contínuo, deteve imediatamente estes dois indivíduos, por crime de tráfico de estupefacientes. O processo foi parar ao Tribunal Criminal de Lisboa, 4.º Juízo, 2.ª Secção. O número do processo é 4855/90 (559). Na época, Maqsud tinha apenas 19 anos e na altura usava passaporte paquistanês, onde a profissão constante era “gerente hoteleiro” e alegadamente exercia-a numa residencial pertença da sua família.

Do julgamento para ilibação

Maqsud Ayoob e Rafique Juma Suleimane, em Fevereiro de 1991, foram submetidos ao tribunal criminal de Lisboa, para serem julgados. No julgamento, Rafik muda de versão e diz que não sabia o que a mala continha e que a mesma tinha que ser entregue a um tal de Mohamed Anif, um dos cunhados de Omar Faruk Ayoob e Maqsud Ayoob. Nessa produção de prova, apurou o Zambeze de fontes na capital portuguesa que foram verificar os arquivos da época dos factos atrás descritos, Maqsud jurou a pés juntos que não sabia o que a mala continha. Disse também que quem teria enviado a mala era Mohamed Anif, seu cunhado. Para o investigador Steven Russel, isto era uma jogada para se verem absolvidos. O tribunal absolveu-os, apesar da opinião contrária do Ministério Público. Maqsud e Suleimane estiveram cerca de 210 dias nos calabouços. O Zambeze

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está na posse do registo criminal, que publica nesta edição.

Lavagem de dinheiro

Reincidente: No dia 26 de Março de 2002, Mohamed Maqsusd, foi surpreendido, no Aeroporto Internacional de Mavalane, com mais de um milhão de dólares em «Cash». A Policia da República de Moçambique (PRM) e as autoridades alfandegárias, na posse de informação fornecida pela sua congénere sul-africana e da Interpol, detiveram-no imediatamente. Após a abertura e contagem, foi apurado que o valor certo era 1.015.000 dólares americanos. Hoje o equivalente a cerca de 25 milhões de meticais.

O historial da apreensão

De acordo com a fonte, após os atentados do 11 de Setembro nos Estados Unidos da América, o Federal Bureau of Investigation (FBI), (NR: Ver artigo da semana antepassada) fez uma investigação minuciosa nos Emiratos Árabes Unidos, mais propriamente na sua capital Dubai, onde se acabou por mandar encerrar várias casas de câmbio ligadas a lavagem de dinheiro. Na lista do FBI, constavam nomes de cerca de 40 indianos residentes em Moçambique, nos quais nomes da família «Ayoob Comercial», estavam nos cinco do topo – “top five”. Esta lista do FBI foi partilhada com a Interpol. Esta lista foi entregue a Almerino Manheje, ex-ministro do Interior e também ao ex-Procurador Geral da República, Joaquim madeira. Nessa missiva as autoridades moçambicanas eram informadas que 40 cidadãos de origem asiática em Moçambique estavam a fazer lavagem de dinheiro, mas as autoridades moçambicanas não agiram. “No dia 15 de Janeiro de 2002, um agente do FBI, que estava a trabalhar em Dubai, fez-nos chegar um fax a informar que cerca de três milhões de dólares estavam a vir para Dubai, por semana. Esse dinheiro saía de Moçambique com trânsito na África do Sul”, refere a nossa fonte.A «Scorpions» então, na base dessa informação deslocou-se à agência da «Emirates», na África do Sul, onde descobriu que todas as semanas a família «Ayoob» viajava para Dubai. “Soubemos pelas passagens aéreas o que aquela família comprava semanalmente”.“No dia em que Maqsud foi preso, enviámos um fax, para as autoridades moçambicanas, a informar que à tarde, haveria de viajar um tal de Mohamed Salim Ayoob, na posse de muito dinheiro. O fax foi enviado às 9 horas da manhã. Até às 13h30 não tínhamos recebido nenhuma resposta de Moçambique. Tivemos que ligar para o director do SISE (NR: O falecido José Zumbire) e este tomou as devidas medidas. “Graças a ele é que foi neutralizado a pessoa e o montante”. “Surpreendentemente ficámos a saber que não era Mohamed Salim Ayoob, mas, sim, Maqsud Ayoob. Ele estava com o passaporte do irmão”.

As rotas do movimento do dinheiro que sai de Moçambique

O Zambeze apurou que a rota da lavagem do dinheiro, era feita de várias formas. Os narcotraficantes usavam as rotas nos voos da LAM, Maputo-

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Comores e depois Comores-Dubai. Só que esta rota não continuou mais e depois começaram a usar Maputo-Adis Abeba- Dubai, da companhia «Ethiopia Airlines». Também usaram e segundo apurámos, ainda se usa, a via Maputo-Pemba-Tanzania, e depois Tanzânia-Quénia e Quénia-Dubai. Outra rota frequente, mas dada como “bastante arriscada” é Maputo-Joanesburgo-Dubai.

A soltura e a contraversão cambial

O Zambeze apurou junto ao Banco de Moçambique que qualquer cidadão, não pode sair do país com moeda em valor superior a cinco mil dólares em «Cash».

“Nós confirmamos que houve um depósito no valor de 1.015.000 dólares em Março de 2002, esse dinheiro foi depositado nos nossos cofres pelas alfândegas, numa apreensão feita no aeroporto. Não conhecemos o desfecho deste caso” disse fonte do BM que preferiu o anonimato.Maqsud ao ser detido nesse dia, violou a lei cambial nos artigos 13, 15, 16, 17 alíneas a.), b.), c.), 2 e 3 da Lei do Banco de Moçambique. Alem disto, ele teria mentido ao juiz de instrução no dia da legalização da sua prisão, que o seu nome era Mohamed Salim Ayoob. Apurámos junto do Tribunal Judicial da Cidade de Maputo (TJCM) que ele foi restituído a liberdade no dia 25 de Julho de 2002 mediante uma caução de 800 milhões de meticais, cerca de 32 mil dólares. Portanto ele esteve detido cerca de 90 dias. As autoridades judiciais, até hoje, ainda não se pronunciaram sobre o desfecho deste caso. Não houve qualquer sentença que se conheça.

Um milhão de dólares é muito dinheiro

Economistas contactados pelo Zambeze disseram que um milhão de dólares em «Cash» é muito dinheiro para quem se dedica ao tipo de negócio que se lhe conhecia. Um dos economistas ouvido pelo Zambeze considera que a pessoa que foi encontrada com 1 milhão de dólares é um comerciante que se dedica na venda de celulares e brinquedos e como tal “sem justificativos, esse dinheiro, em qualquer parte do mundo, é de proveniência duvidosa e pode ser ilícita”. De recordar que Maqsud Ayoob teve como seu advogado nesse caso o advogado Máximo Dias que anos antes fora advogado de nove cidadãos indianos e um paquistanês, no famoso «Caso Trevo».

Modas Niza

Emerge entretanto, tal como outros grandes empreendimentos, na capital moçambicana, a «Modas Niza». Lá se pode encontrar Maqsud Ayoob. Aliás, há duas semanas, andámos por lá às voltas a tentar falar com ele. Sem sucesso, diga-se. Pretendíamos ouvi-lo para respeitarmos o princípio do direito ao contraditório. A escritura da «Modas Niza limitada», na posse do Zambeze, e as suas respectivas nuances publicitadas em Boletim da República, atiçaram a nossa curiosidade. Após alterações, esta sociedade passou a denominar-se «Niza Limitada». Aquando da sua constituição, lavrada no 2º Cartório Notarial, a 25 de Novembro de 1991, a «Modas Niza», era uma sociedade composta por três

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irmãos sócios, nomeadamente Mohamed Maqsud Ayoob, Mohamed Khalid Ayoob e Ibraimo Ayoob. Nessa escritura ficou determinado e acordado entre os sócios que a administração e gerência da sociedade e a sua representação em juízo e fora dela, activa e passivamente seria exercida, pelo sócio Maqsud Ayoob. Porém, Maqsud Ayoob, viria a ser surpreendido aos 26 de Março de 2002 com um milhão de dólares. No mês anterior, mais concretamente no dia 20 de Fevereiro de 2002, altera-se o pacto social e Maqsud aparta-se da sociedade, ficando apenas os seus irmãos. A alteração só foi publicitada em BR, em 2 de Outubro de 2002. E curiosamente a alteração não foi feita em Maputo mas sim na Conservatória dos Registos de Boane. Uma fonte da PGR disse ao ZAMBEZE que tiraram o nome de Macsud da sociedade mas fizeram-no depois de ele estar preso. Estes registos do notário de Boane, estão adulterados. A fonte adiantou que a PGR já mandou fazer um exame grafológico da assinatura de Macsud, para ver se a mesma confere. “Já solicitamos as cópias de Boane. Não se entende porque foram alterar o pacto social em Boane se a «Modas Niza esta baseada na cidade de Maputo. Aqui há algum mistério” disse a fonte. (Luís Nhachote)

Posted by MANUEL DE ARAÚJO at Monday, September 29, 2008

SEMANÁRIO ZAMBEZE: Tiragem inteira 'esgota misteriosamente'

Eleutério FenitaCorrespodente da BBC, em Maputo

O jornal independente considera que 'alguém se sente incomodado' com a reportagem. Uma reportagem sobre o narcotráfico e seus meandros em Moçambique, parece ter estado por detrás da compra à boca da gráfica da última edição do semanário independente Zambeze.O jornal acredita que se tratou de uma tentativa de impedir que o mesmo

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chegasse às mãos do público, à qual respondeu com uma nova edição posta na rua esta Sexta-feira.

A reportagem em causa terá já originado ameaças de morte ao seu autor.

Inédito

Não foi fácil chegar à fala com os normalmente afáveis ardinas, esta Sexta-feira entretanto pouco dados à conversa quando o assunto era o jornal Zambeze.

Não é afinal normal o que terá acontecido ao grosso, aparentemente dos 10 mil exemplares que fazem a tiragem do semanário.

”Alguém comprou na gráfica; não sei se foram deitar fora ou queimar’ disse um ardina e avançou como opinião “dizem que é por causa desta cena que saiu aqui”.

a tentativa da equipa de que faço parte é a explicação do crescimento dos impérios de lavagem de dinheiro em Moçambique

Luís Nhachote, sub-editor do jornal Zambeze

O jornal Zambeze suspeita que tudo esteja relacionado com uma reportagem sobre o narcotráfico, as suas ramificações e os seus labirintos em Moçambique e na região, e cuja quinta parte foi esta semana publicada.

Lavagem de dinheiro

O seu autor é o jornalista Luís Nhachote, sub-editor do semanário. “Pela primeira vez a tentativa da equipa de que faço parte é a explicação do crescimento dos impérios de lavagem de dinheiro em Moçambique”.

Segundo acrescentou “estamos a falar de riqueza não explicada, de proeminentes grupos que grupos que vêm exibindo a sua opulência em Moçambique e, em relação aos quais, as autoridades têm prerrogativa de proceder a investigações, o que até agora nunca aconteceu em Moçambique”.

Neste puzzle ainda faltam alguns elementos, pois não é possível que esses grupos surjam sem conivência do poder político”.

O jornal Zambeze considera que “a compra de 10 mil cópias nas circunstâncias em que teve lugar é um sinal de que alguém se sente incomodado”.

Nhachote disse á BBC que a decisão de repor a edição não tem motivações financeiras mas “é em respeito pelos leitores”.

Segundo ele recebeu ameaças anónimas relacionadas com os trabalhos que

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tem vindo a publicar sobre o narcotráfico em Moçambique.

Para mais detalhes, clique aqui

Posted by MANUEL DE ARAÚJO at Monday, September 29, 2008

Traficantes de droga têm estatuto diplomático 6

O passado e o presente da família «Ayoob Comercial»

Mohamad Khalid Ayoob (Momad Aiuba), irmão de Macsud Ayoob procurado em Portugal

Luís Nhachote, em Londres

Entramos no terceiro mês na estóica tentativa de perceber os contornos do narcotráfico com condimentos "diplomáticos" no nosso país.

A medida que o tempo se vai esboroando ante a um silêncio que começa a ser quebrado junto de quem pode e deve, como sua missão primordial, os elementos que nos vão chegando são bastante tenebrosos.

As provas documentais, relatórios de reputadas policias internacionais, que andam nas gavetas das nossas instituições, como a Procuradoria-geral da República (PGR) e o Ministério do Interior (MINT) desde o tempo da outra chancelaria, não podem deixar ninguém de mente sã e em perfeito equilíbrio sossegado.

Porem os sinais que nos sopram da PGR que parece ter saído da letargia, são, ligeiramente animadores.

Steven Russel, ex-agente da «Scorpions» e actualmente na «Scotland Yard» acredita que o novo PGR e o novo Ministro do Interior com os elementos aparentemente, e, propositadamente adormecidos, podem decifrar o «puzzle» do narcotráfico em Moçambique e deste modo se encontrar a explicação do

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boom económico nas mãos de um grupo identificado cujos passados são de meter medo a qualquel um. .

Nesta semana e na continuação do nosso contributo público, e da nossa humilde missão de mensageiros, trazemos os retratos de parte da numerosa a família «Ayoob Comercial» e seus colaboradores.

Família Ayoob comercial

Ayoob Ibraimo Latifo, é o patriarca desta família, composta por uma dúzia de descendentes, sendo 6 irmãos e seis irmãs. Todos eles nasceram no norte de Moçambique, oriundos de uma família de poucas posses. Nos princípios da década oitenta, Ayoob Ibraimo Latifo, pai, foi preso em Nampula por crime de "açambarcamento de mercadoria". Com o totalitarismo politico que caracterizou a nossa primeira república, personalizado na figura de Samora Machel (NR: este semana homenageado por ocasião do seu 75º aniversario natalício), referem fontes que viveram o momento, que o Marechal, chancelou a expulsão deste cidadão do país. Era assim naqueles tempos…

O patriarca da família Ayoob, foi então estabelecer-se em terras lusas. Com os adventos da nova republica, a segunda, isto nos primórdios dos anos 90, com Samora Machel já fora do cenário, regressa a Moçambique.

O seu primogénito, Mohamed Ikbal Ayoob, também esteve preso em Maputo entre 83/84, onde esteve preso na cadeia central da Machava, (NR nas próximas edições poderemos explicar as razoes e os factos que estiveram por detrás da sua detenção) durante algum tempo.

O seu segundo irmão, Omar Faruk Ayoob, já esteve preso nos finais da década oitenta, alegadamente por tráfico de drogas. Outro irmão Mohamed Khalid Ayoob, este mais conhecido por "Momad Aiuba", já esteve preso em terras lusas em 1987 pelo crime de tráfico de drogas, mais a frente narramos os factos.

O seu quarto filho Mohamed Macsud Ayoob, já esteve preso em Portugal em 1990, por tráfico de estupefacientes e também em 2002 em Moçambique por exportação ilegal de moeda. Sobre os seus quinto e o sexto filhos, nomeadamente Ibraimo Ayoob e Salim Ayoob, poucas referencias existem sobre actividades ilícitas.

Ate aqui esta o pequeno espelho dos "machos" da família «Ayoob Comercial».

Uma família com passado tenebroso

Conhecidos pela venda de brinquedos na capital moçambicana, o ficheiro desta família, consta de uma lista de 40 familias de origem asiática em Moçambique, as quais as autoridades moçambicanas foram solicitadas a investiga-las após os atentados de 11 de Setembro de 2001 nos Estados Unidos da América. Nessa lista a família Ayoob aparece entre as primeiras cinco famílias, isto do "top five". Na semana passada fizemos o retracto de

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Mohamed Macsud Ayoob, que esteve preso em Portugal. Hoje trazemos o retrato Khalid Ayoob e de Omar Faruk Ayoob, este ultimo casado com uma das três irmãs de Umar Surathia, este último actual cônsul honorário das Syechelles em Moçambique, isto depois de ter estado nas mesmas funções em representação da libéria.

Mohamed Khalid procurado em Portugal

Nascido em Nampula, no dia 20 de Agosto de 1966, Khalid Ayoob, também conhecido por "Momad Aiuba", já esteve preso em Portugal em 1987, quando tinha apenas 21 anos de idade. Steven Russel conta-nos a historia da sua prisão e fuga da cadeia. Tudo começou no dia 6 de Março de 1987 quando a Policia Judiciaria (PJ) de Portugal recebeu informações a partir de um indiano residente naquele país, que Mohamed Khalid, estava na posse de 10 quilos de heroína pura e que ele podia ser localizado na praça Olegário Mariano nº 4, 4 andar esquerdo. "A PJ interceptou este indivíduo na posse de 9 quilos e 800 gramas de heroína e deteve-o em flagrante delito" disse a nossa fonte. "Momad Aiuba" foi levado de imediato para a cadeia e lá terá permanecido durante dois anos até conseguir escapulir-se. Os comentários da época referem que ele teria viajado para Espanha, onde teria obtido um identidade falsa e com a mesma regressou a Moçambique, para nunca mais retornar as terras lusas.

Nesse caso (NR ver registo criminal nesta edição) o ministério Público daquele país acusou Mohamed Khalid Ayoob por crime de trafico de droga, onde nos artigos 23 nº 1 do decreto de lei 430/83 de 13/12 e a moldura penal poderia ir de 8 a 12 anos de prisão, sem atenuantes. Primeiro: foi apanhado em flagrantes delito, segundo; mostrou resistência; terceiro fugiu da prisão.

Dai o processo subiu ao tribunal criminal de Lisboa, onde foi enviado para a 1º secção criminal, terceiro juízo, onde levou o nr 83/90.

No dia 16 de Fevereiro de 1990, khalid ayoob foi pronunciado por crime de trafico de drogas.

Russel diz que este processo não foi a julgamento porque a policia portuguesa, esta a espera que se capture o fugitivo para ser remetido a julgamento.

Quissemos saber da fonte, passados já muitos anos se prescreveu. "Esse tipo de crimes nunca prescrevem. O trafico de droga é crime condenável".

Omar Faruk Ayoob

O irmão mais velho de "Momad Aiuba" e o cunhado de Umar Surathia já esteve preso na Índia. O Zambeze voltou a contactar o jornalista Yanic Malic, para subsidiar esta informação. Omar Faruk Ayoob, ele também conhecido por "Faruk Aiuba", foi preso nos finais da década oitenta em Bobaim, segundo apurou a nossa fonte cujos os detalhes espera despachar para este semanário na próxima semana. Apurado esta o facto de ele ter sido preso e durante a sua estadia em alguma das celas de uma cadeia em Bombain quem ia deixar a comida, e quem tratou dos pagamentos da sua caução foi a mãe de Umar

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Surathia. Depois "Faruk Aiuba" veio a casar com uma das irmãs de Umar Surathia.

Depois da fuga da prisão de Khalid

Steven Russek diz que "a ganância e os hábitos dos traficantes de droga é ilimitado". Russel explica-nos que Mohames Khalid Ayoob, após fugir da cadeia, quem vai estabelecer naquele país é o seu irmão mais novo.

Estamos a falar de Macsud Ayoob. Em Janeiro de 1990, este vai a terras lusas e tal como o mano foi detido com um colaborador daquele família, após recepção de drogas. no dia 26 de Julho de 1990.

Rafic Juma Momade Suleimane

Rafik Juma Momade Suleimane é empregado de confiança da família «Ayoob Comercial» e que ate ao presente momento continua a eles vinculado. Foi ele quem foi detido com Macsud a saída do aeroporto de portela (NR. Ver artigo da semana passada). Hoje ele é gerente geral da «Car Center 2», sita nos cruzamentos das avenidas 24 de Julho, e a Karl Marx. Antes funcionava ali a «Auto-car». Rafik Juma nasceu no dia 3 de Março de 1960, em Namapa, província de Nampula. Segundo o Zambeze apurou Juma teve a infância junto da família «Ayoob» e há muitos anos que trabalha com eles.

Alias, após ter saído da prisão em1991 regressou ao país e continuou a trabalhar com eles. Foi detido com Macsud. Russel. Informações da PJ actualizadas indicam que no dia 25 de Julho de 1990 Rafik Suleimane embarcou num voo das Linhas Aéreas de Moçambique com 7 quilos e 150 gramas. O ZAMBEZE esta na posse dos registos criminais de Rafik Suleimane e "Momad Aiuba", que boas fontes na capital portuguesa, e que reproduzimos nesta edição.

De heroína para mandrax

A «Scorpions» e a «Interpol» estabelecem, num documento a que tivemos acesso que a heroína passou a ser preterida e o «mandrax» tornou-se no el-dorado dos seus vendedores, sobretudo no mercado da África do Sul. A relação estabelecida é com relação as detenções daqueles em Portugal, pois apartir de uma determinada altura – Os riscos de transportar de avião com cotland, a família Ayoob deixou de exportar heroína para Portugal depois da prisão de Macsud. De la irmãs e cunhados, voltaram para residir em Moçambique. Adquiriram uma loja na Albert Lithuli, que passou a chamar-se Ayoob Comercial. Andaram discretos durante alguns anos e começaram a importar «mandrax, apartir da índia. E a mercadoria era vendida na africa do sul. Russel disse ainda que depois da prisão de Uma Surathia, cunhado de Faruk Ayoob, aquela família parou de fazer este negocio durante algum tempo.

Parcerias com Salim Jussub

Mohamad salim jussub, actual cônsul honorário das syechelles, foi preso em

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Setembro de 2000 na posse de 4,5 toneladas de madrax. A droga estava avaliada em 50milhoes de usd. Jussub é parceiro numero 1 da família Ayoob comercial e de Momad Rafique, este ultimo dono da real câmbios que agora funciona como prime investe. Russel explica que jussub já fez varias importações de droga apartir da indonésia e da índia. Depois de jussub ter saído da prisão em 2001, quem cuidou dos seus negócios foram foi faruk ayoob, momad aiuba e momad rafique. São estes que cuidam de todos os negócios de salim jussub, alias 50 por cento, desde o deselfagamente ate …...

Da real câmbios para prime investe

A scotland yard elaborou um relatório que o Zambeze teve acesso onde explica como é que era feita a lavagem de dinheiro e o trafico de drogas. Numa das passagens le-se que "o mandrax vinha da índia e indonésia era descarregado no porto de Maputo.vinham em contedores, camufldas em brinquedos, televisores, vídeos e dvds. A mercadoria, mandrax, ia para Africa do Sul. De la vinha em randes para Moçambique e de ca cambiavasee em usd na real câmbios. Russel acredita que entre 2000 a 2001, a real câmbios teria exportado para Dubai, cerca de 300 milhoes de usd. A sociedade real câmbios era composta pelos irmãos Ayoob viajavam para Dubai e faziam viagens de um dia, o relatório foi a pedido da Interpol e teve cortesia da Emirates airlines e momad Rafik. Em 2002, quando a policia alfedegaria, deteve macsud com um milhão de usd, a real câmbios retrai-se. Passado algum tempo fechou e com os mesmos sócios abriram a prime investe, localizada na julius nyerere. A scotland, apurou que Momad rafique, tem o genro na cidade de dubai – reside – que cuida dos seus negócios. A scorpion da africa do sul já investigou a prime e quaquer cidadão que queira dinheiro em qualquer parte do mundo e só entregar em cash na prime e estes metem na suas conta em 30 minutos, com uma comissão de 2%. No relatório da Interpol acredita-se que cerca de 3 milhoes de usd são exportados para emiratos árabes unidos, e a maioria desse dinheiro.

100 milhoes de usd investidos em Moçambique

A scorpion enviou um report a scotland, diz que ayoob, momad rafique, salim nos proximios três anos possam ter investimentos na ordem de 100 milhoes. O relatório diz que hotel afrin, quem começou a construir foram os irmãos da Ayoob. A construção só do edifício foi orçada em 4 milhoes de usd. Apos a construção foi entregue ao casal jussub que poderão aplicar mais 4 milhoes de usd, total. Os ayoob aduiriram o hotel santa cruz, monte carlo, terminus, karibo e neste último , só a reconstrução esta orçada em 10 milhoes de usd. Alem desses hotéis adquiriu recetemente a empresa auto car, por 1.300.000 usd, onde agora funciona a car centre 2. A scorpion apurou que esta família possuiu cerca de 44 estabelicimentos comerciais e na sua maioria estão alugados a terceiros. Alem destes investimentos tem varias residências nas sommer, e triunfo. Vivendas estas que custam 600 a 700 mil usd

Morte de Akil

Momad Akil um jovem paquistanês que foi envenenado na década noventa.

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Veio de paquistão a Moçambique em 1995. era ele quem entregava a droga a família ayoob para comercializar em Portugal. Deviam-lhe muito dinheiro, na altura alimentava-se a informação que eles estariam por detrás do pagamento.

Trafico de drogas é contra jurisprudência islâmica

O sheik Aminudin, aquando da detenção de Mohamed Macsud Ayoob, disse que o governo é que tolera abusos de traficantes de droga e dinheiro no país.

"o governo deve punir exemplarmente os traficante de droga".

A este tipo de gente o governo deve aplicar penas exemplares e ate penas capitais" este pronunciamento foi feito imediamente a apreensão de 1.015.000 de dólares no aeroporto de mavalane. De referir que o sheik aminudin é líder e também é membro do concelho do estado.

Alertas a pgr

Russel diz que em 2001, o pgr, madeira e manheje, sabiam todo informação, não sabemos se a força de dinheiro

Um pgr adjunto nos disse que já estão a investigar a trajectória dos bens da família. "não estamos a dormir. As pessoas, hotéis que terão sido comprados alegadamente com dinheiro ilícito também estão em Moçambique. Qualquer compra em valor astronómico tem que ter justificativa. Se eles não declararem a licitude, nos poderemos congelar os bens e acusa-lo de branqueamento de capitais. Pouco recentemente recebemos denuncias que Momed Khalid ter adquirido um residência na avenida do zimbabwe ao preço de 600 mil usd.faruk ayoob também adquiriu uma vivenda na polana por 1.3 milhoes de usd, a mesma pertencia a organização MH. A pgr já tem estas informoçoes.

ADD

EMPREENDIMENTOS COMERCIAIS

De um vasto e extenso Dossier de Escrituras e Boletins da República, em que são registados vários empreendimentos comerciais pertencentes a família Ayoob Comercial e o casal-sócios Mahomed Salimo Jussub/Mariam Abdul Habib, o Zambeze publica alguns desses empreendimentos.

S.T.TRIUNFO,LIMITADADA

A Sociedade do Turismo Triunfo, limitada (ex-Hotel Karibu), localizada na zona

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da Marginal em Maputo, segundo o BR de 23.01.2008, os sócios Momed Khalid Ayoob, Omar Faruk Ayoob e Mohamed Rafic, são os únicos donos e actuais sócios do empreendimento, cujas as quotas foram cedidas pelos sócios Mahomed Salimo Jussub e Mariam Abdul Habib, segundo a Escritura Notarial de 9 de Janeiro de 2008. Salienta-se que o casal Salimo Jussub e Mariam Habib adquiriram aquele empreendimento em 2004, segundo reza a escritura notarial de 15 de Julho de 2004.

AFRIN-IMOBILIÁRIA LIMITADA

Mahomed Salimo Jussub e Mariam Abdul Habib são os únicos donos desta sociedade que tem a sua sede na Rua Marquês de Pombal na baixa da cidade de Maputo, onde no mesmo local está a ser erguido Hotel Afrin cujas as quotas foram cedidas por anteriores sócios Omar Faruk Ayoob e Mahomed Rafic segundo a escritura notarial de 9 de Janeiro de 2008. Salienta-se que anteriormente o referido empreendimento pertencera aos sócios Omar Faruk Ayoob, Mohamed Rafic e Mahomed Salimo Jussub segundo a escritura notarial de 5.09.2003 e publicada no BR de 15.10.03. Salienta-se que AFRIN-LIMITADA fora constituída em 19 de Abril de 2002 pelos sócios Mahomed Salimo Jussub e Mariam Abdul Habib e que foi publicado no BR de 12.06.02. A constituição desta sociedade ocorreu dez meses depois de ser concedida liberdade ao Mahomed Salimo na RSA acusado como chefe do cartel de tráfico de 4,5 toneladas ( quatro mil e quinhentos quilos) de mandrax proveniente de Indonésia, e alegadamente fabricado no Afeganistão.

AFRIN INVESTMENTS LIMITADA

Mahomed Salimo Jussub e Mariam Abdul Habib, constituíram uma sociedade comercial segundo a escritura de 7 .12.2005 e publicada no BR de 21.12.2005.

PRIME INVEST,LIMITADA

Momed Khalid Ayoob, Omar Faruk Ayoob e Mohamed Rafic são sócios da PRIME INVEST,LDA de acordo com a escritura notarial de 18.02.2008 e publicada no BR de 26.02.2008.

REAL CÂMBIOS,LIMITADA

De acordo com a escritura de 27.04.2005, são sócios da referida casa de câmbios, Momed Khalid Ayoob, Omar Faruk Ayoob e Mohamed Rafic. Salienta-se que os dois irmãos Momed Khalid Ayoob e Omar Faruk Ayoob associaram-se com Mohamed Rafic na Real Câmbios,Lda em 21.09.2001 segundo reza a

Escritura e publicada no BR 03.10.2001.

CAR CENTER,LIMITADA

Momed Khalid Ayoob e Omar Faruk Ayoob são os únicos sócios da referida empresa, segundo reza a escritura notarial de 17.11.2005. A Car Center,Lda tem duas gigantes unidades localizadas uma na avenida Filipe Samuel

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Magaia/Josina Machel e a outra situa-se na esquina das Avenidas Karl Marx/24 de Julho, onde funcionara anteriormente a Auto Car,Lda.

NIZA,LIMITADA

De acordo com a escritura de 18 de Fevereiro de 2003 e publicada no BR de 12.03.2003, os únicos e actuais sócios da NIZA,LDA são Momed Khalid Ayoob e Ibraimo Ayoob. Nessa escritura foi alterada a denominação de Modas Niza,Lda para Niza,Lda. Salienta-se que Mohamed Macsud cedeu na totalidade a quota que detinha no estabelecimento aos seus irmãos segundo a escritura lavrada na Conservatória dos Registos de Boane em 20.02.2002. Salienta-se que a escritura lavrada em Boane em que Macsud retirou-se da sociedade Niza,Lda ocorreu estranhamente um mês antes da detenção do mesmo no Aeroporto de Mavalane na posse de um milhão de dólares cujo o destino era o Dubai. Macsud estrategicamente não é sócio da NIZA,LDA disse a fonte ao Zambeze.

Posted by MANUEL DE ARAÚJO at Wednesday, October 01, 2008

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