Fundação - Linhas de Transmissão - Economia

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    O crescente consumo de energia levou necessidadede implantao de potentes sistemas de transmisso,cada vez mais prximos dos centros urbanos.Identicamente, linhas de distribuio avanaram sobreos passeios pblicos e, a menos dos centros das

    metrpoles, os quais possuem distribuiosubterrnea, a malha atualmente implantada atingetodo o stio urbano.

    Desta forma, podemos dizer que, nas grandes cidades,inexistem pessoas que no estejam prximas a umarede eltrica, quer no local de trabalho, quer namoradia. No caso das residncias especificamente, ogrande nmero de equipamentos eltricos atualmenteutilizados para execuo das mais variadas funes,leva os moradores a uma exposio diversificada,sendo este aspecto desconhecido pela grande maioriadas pessoas, mesmo entre aquelas que manifestampreocupao quanto s linhas de transmisso.

    E so exatamente estes fenmenos, ou maisobjetivamente, a exposio a estes fenmenos quetem despertado o questionamento sobre eventuaisefeitos biolgicos associados aos camposeletromagnticos de baixa freqncia.

    Apesar de amplamente estudado no exterior, comcentenas de trabalhos publicados, envolvendoespecialistas das mais diferentes reas doconhecimento, o tema tem tido pouca repercusso emnosso pas, inclusive em grande parte dasconcessionrias de energia eltrica.

    2.0- HISTRICO DOS CEM

    At a dcada de 50, a menos de alguns estudosrussos, se desconhecia eventuais influncias doscampos eletromagnticos (CEM) de baixa freqnciasobre os seres vivos. A preocupao maior era com oscampos de alta freqncia, os quais tm o poder deprovocar ruptura no DNA, caso dos raios X e raiosgama, e com as microondas, responsveis porfenmenos trmicos nos sistemas biolgicos.

    Como dissemos anteriormente, os sentidos humanosno podem detectar, a no ser em intensidadeselevadas, os CEM de baixa freqncia. Em realidade,de todo o espectro eletromagntico, apenas a luz

    visvel pode ser detectada pelos sentidos.O primeiro trabalho a estabelecer uma relao entrecampos eletromagnticos e determinadas patologiasfoi desenvolvido por Wherteimer e Leeper (1).Constatou-se, a partir de estudos epidemiolgicos, queos moradores da cidade de Denver, que moravamprximos s linhas de transmisso, apresentavamtaxas de incidncia de cncer infantil duas vezessuperior ao restante da populao.

    Este trabalho provocou forte impacto na comunidade,tanto entre os pesquisadores quanto na sociedade emgeral pois, caso fossem confirmados os resultados dapesquisa, teramos um grave problema de sade

    pblica, em funo de que, em maior ou menor escala,

    todos praticamente se acham expostos aos CEM defreqncia industrial.

    Posteriormente, outros estudos foram implementadosno sentido de confirmar ou refutar as concluses deste

    trabalho. No trabalho de Ahlbom e Feychting (2) podemser encontradas referncias s principais pesquisasdesenvolvidas de 1979 a 2000.

    3.0- O FENMENO ELETROMAGNTICO

    3.1 Campos e Radiaes Eletromagnticas

    As radiaes eletromagnticas so caracterizadas peloseu comprimento de onda, freqncia e energiairradiada, sendo divididas em duas classes principais:Radiaes Ionizantes e Radiaes No Ionizantes.

    As radiaes ionizantes tem sido, h muito tempo, maisestudadas quanto aos seus efeitos, uma vez que somais perigosas para os seres vivos, em funo daquantidade de energia irradiada e da capacidade depenetrao. Seus efeitos dependem das caractersticasdo sistema irradiado e do tempo de exposio.

    Como exemplos, temos as radiaes alfa, beta e gamae os raios x. Como principais fontes destas radiaes,podemos citar :

    - radiaes csmicas e telricas- materiais de construo- radiografias- istopos mdicos- chuvas radioativas

    - artefatos luminescentes- pra-raios radioativos- pinturas de cermicas (xido de urnio)

    Os principais efeitos biolgicos associados exposioa estas radiaes dizem respeito a leucemias e outrostipos de cncer, cataratas, reduo da fertilidade eenvelhecimento precoce, entre outros. Segundopesquisas mais recentes, estas radiaes poderiamtambm potencializar os efeitos de contaminantesqumicos do ar. Alm de agir e alterar o equilbrio doindividuo, estas radiaes tambm atuam sobre adescendncia, afetando as geraes futuras, nosendo possvel, porm, identifica-la como causa

    primria.Quanto s radiaes no ionizantes, apesar deabundantes a nossa volta, seus riscos so menosconhecidos, os efeitos nocivos so mais lentos mas,segundo alguns estudos, um longo perodo deexposio acarreta efeitos similares. A parte doespectro eletromagntico relativa s radiaes noionizantes bastante extensa, abrangendo freqnciasentre 0 Hz (campo esttico) at 1014 Hz. Ascaractersticas de cada uma destas freqncias,podem ser resumidas em:

    Radiao Ultravioleta: O Sol o grande emissor.Outros emissores de radiao ultravioleta so as

    fotocopiadoras, lmpadas para bronzeamento, tubos

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    fluorescentes e germicidas. A camada de oznio responsvel por filtrar esta radiao, limitando aparcela da mesma que atinge a superfcie da Terra.

    O Ultravioleta responsvel pelo cncer de pele,

    aparecimento de carcinomas e melanomas, cataratas,conjuntivites, queratites e fotofobia.

    Radiao Infravermelha: Entre os principais emissores,podemos citar os corpos incandescentes e a Terra.Podem provocar leses na crnea, eritemas,queimaduras, cataratas ou leses nas terminaesnervosas e capilares.

    Radiofreqncias e Microondas: So utilizadas emradiodifuso (LF,MF e HF), em televiso (VHF e UHF),telegrafia, telefonia, sistema de deteco por radar,calor em terapias, preparao de alimentos. Asmicroondas podem ser concentradas, formandopotentes feixes direcionais.

    Os efeitos biolgicos desta radiao podem serdivididos em efeitos trmicos e no trmicos. Osprimeiros esto associados ao aparecimento dequeimaduras, hemorragias, necrose e leses locais.Para a Organizao Mundial da Sade, os efeitostrmicos j esto bem caracterizados, tanto no que serefere forma de atuao, quanto aos efeitos sobre asade. No que refere aos efeitos no trmicos,persistem algumas dvidas quanto efetivapossibilidade de ocorrncia de alguns dos sintomas.Tem sido citadas na bibliografia alteraes no sistemanervoso, transtornos neurofisiolgicos e modificaesna conduta, variaes na presso arterial e do ritmo

    cardaco, transtornos hormonais e no equilbrio inico,alteraes na resposta imunolgica, efeitos genticos ecelulares, entre outros.

    Freqncia Extremamente Baixa (ELF): Nestesegmento do espectro eletromagntico se encontra afreqncia do sistema eltrico, ou seja, 50 / 60 Hz ,tambm denominada freqncia industrial.

    3.2 Caractersticas dos Campos Eletromagnticos ELF

    Diferentemente das demais radiaes do espectroeletromagntico, nas quais os campos eltrico emagntico esto intimamente ligados, na freqncia

    industrial, os campos podem ser estudados de formaindependente. Temos ento que os campos ELFpodem ser decompostos em um campo eltrico e umcampo magntico, cada um com caractersticasparticulares.

    O campo eltrico dependente da tenso,decrescendo com a distncia da fonte e pode serblindado por qualquer anteparo colocado entre a fontee o ponto de medio.

    Em contrapartida, o campo magntico no pode serblindado por anteparos, a no ser com o uso de ligasespeciais. Sua magnitude depende da corrente emcirculao e, de maneira idntica, decresce com a

    distncia da fonte.

    3.3- Campos eletromagnticos e os Seres Vivos

    Todos os processos que se originam na Natureza(Terra e Cosmos) ocorrem sob a influncia de foraseletromagnticas. Qualquer forma de vida est

    relacionada com os fenmenos eltricos, sendo que,sem eles, a vida desapareceria. Por outro lado, a vidados seres vivos est tambm intimamente ligada svariaes do campo magntico terrestre. Em outraspalavras, os seres vivos geram camposeletromagnticos, bem como interagem com oscampos eltrico (CE) e magntico (CM) da Terra.

    Bssolas orgnicas (magnetita) existem em vriosorganismos vivos, tais como bactrias, insetos, aves,mamferos e primatas, sendo usadas para orientao edeslocamento no campo magntico terrestre.

    Modificaes no tempo e em intensidade nas radiaesnaturais, tm influncia sobre os seres vivos.Alteraes na atividade solar e lunar, ventos solares,tormentas magnticas e movimentaes no magmaterrestre tm sido associados a quadrospsicopatolgicos e reaes mais lentas por parte depessoas predispostas.

    Em realidade, em decorrncia destas interaes dosseres vivos com os campos eletromagnticos, algunscientistas afirmam que a sade seria equivalente oscilao equilibrada das clulas vivas e, na doena,teramos um desequilbrio oscilatrio das mesmas,sendo este desequilbrio causado por fatores externos,entre eles as variaes artificiais nos camposeletromagnticos.

    O ncleo da Terra produz campo como um magneto e,a energia do Sol, distorce este campo naquilo que chamado magnetosfera, a qual protege-nos da maiorparte da radiao ionizante provinda do Universo que prejudicial ao seres vivos. Ela no tem movimento derotao como a Terra, mas sempre tem o mesmo ladofaceando com o Sol o que significa que o campomagntico da Terra aumenta e diminui a cada dia,causando ritmos biolgicos em seres humanos,animais e plantas. O campo geomagntico da Terratem um valor entre 200 e 700 mG, variando com aposio. Superpondo-se a ele h uma variao diurnavariando at 10 mG, o qual tambm varia com os dias

    solares e lunares, bem como com outros intervaloscsmicos.

    Antes de 1900 o campo eletromagntico da Terraconsistia principalmente do campo pulsante descritoacima, luz visvel e campos devidos s descargasaleatrias de relmpagos. Em 1952 o fsico W. O.Schumann, props que nosso planeta e a ionosferapoderiam estar em ressonncia na mesma freqnciada ondas cerebrais humanas. Em 1962 foi confirmadoque estes sinais existem e, como tinha sido previsto,eram praticamente indistinguveis das ondas cerebraishumanas. Este fenmeno, chamado Ressonncia deSchulmann, tem um sinal pronunciado na faixa de 8Hz. Elas so causadas principalmente por descargas

    de relmpagos em torno da Terra causando ondas

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    eletromagnticas de freqncia extremamente baixa(ELF) principalmente na faixa de 1 a 40 Hz, a qual estem ressonncia entre a Terra e a Ionosfera.

    Atualmente fato bem conhecido que estas oscilaes

    variam ligeiramente na freqncia h cada 24 horas,mensalmente, em conjuno com a Lua, e em ciclosrelacionadas atividade das manchas solares. importante ressaltar que, atravs das eras, a vida naTerra desenvolveu-se apenas sob a ao destescampos.

    3.4- O ambiente eletromagntico atual

    A gerao de energia tem pouco mais de um sculo, oservio pblico de rdio cerca de 90 anos e os radaresforam utilizados pela primeira vez h cerca de 50 anos.Nos pases mais desenvolvidos, o uso domstico daeletricidade cresceu cerca de 300 vezes desde 1920mas, apesar disso, a partir do anos 50 quecomeamos a nos rodear com taxas significativas deenergia eletromagntica.

    Estima-se que, atualmente, somos bombardeados por200 milhes de vezes a radiao eletromagntica, aque nossos ancestrais foram expostos a apenas 100anos passados. Medidas realizadas por satlitesmostram que a radiao oriunda dos sistemas deenergia eltrica no mundo se extende a mais que 10km acima da superfcie da Terra.

    Apesar da existncia de uma srie de questes aindano respondidas sobre a forma de atuao e efeitossobre os seres vivos, sabe-se que nunca, em nenhum

    outro momento da vida humana sobre a Terra, oambiente esteve to perturbado pelos camposeletromagnticos das mais variadas freqncias eintensidades.

    Algumas das interferncias sobre os sistemasbiolgicos animais e vegetais, bem como os principaisefeitos desencadeados a partir da exposio, soconhecidas, mesmo sem um completo entendimentodos mecanismos de ao.

    Tal fato faz parte do longo caminho da cincia noestudo da Natureza que, com seus meandros esegredos, estabeleceu as condies bsicas para o

    florescimento da vida na Terra, municiou os seres comos recursos mnimos para superar as adversidades eforneceu-lhes os escudos requeridos para imuniza-locontra os agentes agressivos naturais que poderiamameaar sua maior criao, a Vida.

    Entretanto, quanto aos agentes deletrios artificiais,como os pesticidas, gases txicos, produtos qumicosde elevada toxicidade e duvidoso benefcio para asociedade, as montanhas de resduos oriundas daproduo de produtos criados visando atender a umasociedade de consumo vida por bens de questionvelnecessidade e tantos outros aspectos que atualmentevem minando as condies de vida do Planeta,somente o prprio homem tem condies de se

    precaver, seja criando mecanismos de defesa, sejaredirecionando os rumos da sociedade.Evidentemente, somente a busca por uma sociedadeestruturada sobre valores que tenham como base apreservao das condies ambientais do planeta

    poder assegurar a continuidade da vida humanasobre a Terra, deixando a nossos filhos um mundo pelomenos idntico quele que recebemos de nossos pais.

    4.0- EFEITOS BIOLGICOS DOS CEM ELF: SNTESE DAS PESQUISAS

    Neste item, so repassados rapidamente os principaistrabalhos, ou mais exatamente, as principaisconcluses dos trabalhos desenvolvidos a partir doestudo precursor de Wertheimer e Leeper, citadoanteriormente.

    Apesar de j ter decorrido mais de trinta anos, aindahoje persistem dvidas no que se refere aos eventuaisefeitos deletrios sobre os seres humanos decorrentesda exposio aos CEM de freqncia industrial.

    As pesquisas desenvolvidas focalizaramprioritariamente os campos magnticos, uma vez queos campos eltricos teriam menores efeitos sobre osseres vivos e, por no terem sido associados efeitos nasade, a menos de interferncias em alguns modelosde marca-passo, os quais podem vir a apresentarfuncionamento inadequado na presena de camposeltricos.

    As pesquisas sobre os campos eletromagnticos tmse desenvolvido em trs frentes principais, ou seja,

    pesquisas in vitro , pesquisas in vivo e estudosepidemiolgicos. Em nenhum dos estudos at agoradesenvolvidos se conseguiu explicar satisfatoriamentea plausibilidade biolgica entre exposio aos CEM eos efeitos observados nos seres vivos. Existe umasrie de conjecturas sobre os mecanismos de atuaodos CEM sobre os sistemas biolgicos mas, mesmosestas, necessitam ser melhor delineadas.

    Infelizmente, algumas das pesquisas at hojerealizadas procuraram previamente, ou caracterizar osCEM como danosos aos seres vivos ou, no outroextremo, isenta-los de qualquer responsabilidade nadeflagrao das doenas. Esta abordagem

    tendenciosa, em nada tem contribudo para oesclarecimento das dvidas pendentes sobre oassunto.

    Evidentemente o tema, dependendo dos resultados edas concluses das pesquisas, pode modificarsubstancialmente aspectos relacionados sadepblica e ocupacional, com severos reflexoseconmicos, principalmente entre as indstrias dosetor eltrico.

    4.1- Principais pesquisas desenvolvidas

    As principais pesquisas realizadas nos vrios pases,referem-se basicamente a estudos epidemiolgicos,

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    nos quais se procurou correlacionar a exposio aosCEM com o aparecimento de determinadas patologias.

    O cncer, pelas suas caractersticas agressivas e peloimpacto que causa na comunidade, tm sido a principal

    patologia pesquisada nos estudos.No Brasil, as pesquisas desenvolvidas concentram-sebasicamente na Fio-Cruz (3), sendo as conclusesdestas pesquisas bastante semelhantes, em algunsaspectos, quelas obtidas pelas pesquisasinternacionais.

    Os demais estudos brasileiros concentraram suaateno na medio de valores dos campos eltrico emagntico existentes nas linhas de transmisso esubestaes, comparando-se estes com aquelesestabelecidos como limites pelas entidadesreguladoras internacionais.

    4.2- Resultados obtidos nas pesquisas

    Alguns resultados positivos obtidos nos estudosepidemiolgicos dizem respeito ao aparecimento dequadros de leucemia, em crianas que moram pertodas linhas de transmisso, e em trabalhadores do setoreltrico e empregados de empresas que fazem usointenso de eletricidade, implicando em elevadaexposio. Mesmo nestes casos, as taxas de riscoobservadas tm sido pequenas.

    Em contrapartida, uma srie de outros estudosacusaram resultados negativos, no sendo observadaqualquer correlao entre CEM e doenas.

    Algumas vertentes asseguram que os CEM no seriamresponsveis pelo aparecimento de doenas empessoas mas, em alguns casos, poderiam atuar comopromotores ou co-promotores, deflagrando ouagravando quadros pr-existentes.

    Mesmo nos casos positivos, o que existe soassociaes estatsticas e no o claro estabelecimentode relaes causa x efeito.

    Dependendo do tamanho das amostras, caso econtrole, os estudos epidemiolgicos podemapresentar resultados confiveis. Neste sentido, as

    associaes positivas no podem ser refutadas semque haja um maior acervo de conhecimentos quepossam estabelecer certezas removendo o carterinconclusivo das pesquisas realizadas.

    4.3- Pesquisas Diversas

    Nos ltimos anos, alm dos estudos epidemiolgicos,foram realizados algumas descobertas importantes, asquais procuraram detectar possveis associaes dosCEM com outros fatores, implicando na potencializaodos efeitos sobre os seres vivos.Um dos principais trabalhos, conduzido pelo Prof.Denis Henshaw (4), concluu que os camposeletromagnticos potencializariam os efeitos dos

    poluentes existentes no ar contribuindo, desta forma,

    para o surgimento ou agravamento de estadospatolgicos, principalmente em crianas. O campoeltrico seria o fator responsvel, atuando sobre ospoluentes, ionizando e agregando partculaspotencialmente perigosas.

    5.0- POSIO DAS ENTIDADES INTERNACIONAIS

    At a divulgao do documento desenvolvido peloNIEHS National Institute of Environmental HealthSciences (5), praticamente todas as entidadesreguladoras e normativas internacionais mantinham emanifestavam uma atitude de incredulidade quanto possibilidade de associao dos CEM a doenas.

    Neste documento, os CEM de freqncia industrialforam classificados como possivelmentecarcinognicos, em funo dos mesmos semostrarem, a partir dos estudos epidemiolgicos,associados a quadros de leucemia infantil nosmoradores prximos s linhas de transmisso e emadultos que desenvolvem atividades de elevadaexposio, tais como os trabalhadores do setoreltrico.

    Estas associaes vm sendo observadas em algunsdos estudos desenvolvidos e, segundo algunspesquisadores, as evidncias no podem serinterpretadas como relaes casuais.

    A Organizao da Sade tem em desenvolvimento umtrabalho similar, o qual dever estar concludo at2005. A posio atual da OMS no reconhece qualquerassociao, entre campos eletromagnticos e

    eventuais danos sade.

    6.0- OS CEM VISTOS PELA SOCIEDADE

    Nos ltimos anos, uma srie de conflitos vmocorrendo ao redor do mundo, tendo como pontocrucial a exposio dos seres humanos aos CEMoriginados pelos sistemas de transmisso edistribuio de energia. Estes conflitos, muitos delescom longos embates jurdicos, aumentam apreocupao da opinio pblica, principalmente emfuno do carter alarmistas de algumas publicaes.Por outro lado, o carter contraditrio de algumaspesquisas, a atual impossibilidade cientfica de

    assegurar a inocuidade dos CEM, os conceitos deefeito biolgico e risco para a sade com as vriasinterpretaes possveis, o desconhecimento por parteda comunidade de que os eletrodomsticos podemgerar potentes campos magnticos, bem como adifuso da crena de que todo progresso tem umcusto, formam o cenrio no qual as concessionrias deenergia eltrica devem atuar, operando e expandindoseus sistemas de transmisso e distribuio.

    Evidentemente, as dificuldades devem se ampliar aolongo do tempo, principalmente tendo em vista o papelcatalisador desempenhado pela telefonia celular aqual, em funo da desordenada expanso da infra-estrutura em implantao, no que se refere s torres e

    antenas inseridas no ambiente urbano, tem sido objeto

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    de contestao por parte de alguns segmentos dasociedade. Alguns dos resultados obtidos naspesquisas com telefonia celular tambm tmapresentado resultados negativos para a sade,principalmente no que se refere aos efeitos trmicos.

    O fantstico acesso informao disponibilizado pelaInternet e a vital preocupao ambiental, mais evidentenestes ltimos anos, so fatores que nos fazem prevermaiores dificuldades na viabilizao dosempreendimentos requeridos para atender crescentedemanda por energia eltrica, principalmente nosgrandes centros urbanos.

    7.0- UMA POSTURA RENOVADA

    Conforme se depreende da abordagem estabelecidanos itens anteriores, de vital importncia que asentidades governamentais em geral, os centros depesquisa, universidades e concessionrias de energiaeltrica adotem uma atitude pr-ativa, visandoefetivamente contribuir para o esclarecimento dasdvidas ainda existentes e para o estabelecimento denormas reguladoras que reflitam o estgio atual doconhecimento.

    A soluo adotada at hoje pelas empresas do setoreltrico, quando da ocorrncia de questionamentospela sociedade, tem tido passagem obrigatria pelostribunais, nos quais tem prevalecido, at o momento, aposio das concessionrias.

    Em funo da crescente necessidade de ampliao doatual sistema de transmisso, de vital importncia o

    posicionamento das entidades reguladoras egovernamentais, principalmente das reas ligadas sade, informando e esclarecendo a sociedade. Destaforma, sero evitados conflitos entre comunidade econcessionrias, os quais tm acarretado prejuzos aosistema, perdas financeiras s empresas, alm deseveras implicaes no cumprimento de prazoscontratuais.

    Hoje, espantosa a velocidade das transformaes.Novos paradigmas substituem aqueles defasados darealidade. Antecipar-se, prever, passaram a seratributos imprescindveis na administrao dasempresas prestadoras de servios essenciais, pblicas

    ou privadas.No caso das concessionrias do setor eltrico, as quaisfazem uso obrigatrio do stio urbano, interferindofisicamente no meio ambiente de vital importnciaque estejam compartilhando interesses com apopulao e contribuindo para a melhoria dascondies ambientais ou, reduzindo os impactosdecorrentes da implantao dos empreendimentos.

    A discusso do meio ambiente, urbano ou rural, responsabilidade de todos aqueles que atuam sobre omesmo e, neste sentido, a discusso sobre eventuaisefeitos dos CEM originados pelas linhas detransmisso e distribuio deve, necessariamente,

    agregar as universidades, entidades governamentais,centros de pesquisa, comunidade e concessionrias.

    Cabe ressaltar que, apesar das concessionrias seremquestionadas publicamente sobre o tema CEM, dos

    rgos de pesquisa e das universidades que devememergir as respostas. Estes rgos devem,necessariamente, atender aos interesses da sociedadepois, no deve existir outro interesse maior ocupando aateno dos centros de saber.

    s concessionrias compete acatar as decises,concluses e recomendaes resultantes dos estudose pesquisas adequando, se necessrio, as premissasde projeto e operao dos sistemas eltricos. At omomento, em funo do carter contraditrio dealgumas concluses dos estudos realizados, no tmsido justificadas alteraes nestas premissas.

    Entretanto, vital o acompanhamento das pesquisas,mantendo seu corpo tcnico informado e, na medidado possvel, empreender esforos visando atenuar, acustos razoveis, os valores dos campos eltrico emagntico nos limites das faixas de transmisso.

    No caso das empresas detentoras da posse das faixas,as reas internas s mesmas seriam consideradaslocais controlados, sendo aceitos valores maiselevados de campo eltrico. Nos demais caos, faixa deservido, especial ateno dever ser dada na fixaodas intensidades mximas admissveis.

    Sugere-se, como postura pr-ativa, a elaborao dematerial informativo, a ser encaminhado sociedade,

    contendo a posio das entidades reguladoras. Talao, com certeza, propiciar melhor interao dasempresas com a comunidade.

    8.0- BIBLIOGRAFIA

    (1) Wertheimer, N., Leeper, E.-Electrical wiringconfigurations and childhood cancerAME N. 100

    (2) Ahlbom, A., Feychting, M. et all - A pooledanalysis of magnetic fields and childhoodleukaemia British Journal of Cancer, 2000

    (3) Mattos, I. E., Koifman S. Mortalidade por cncer

    em trabalhadores de companhia geradora deeletricidade no Estado de S.P.-Revista SadePblica 30 (6) 1996

    (4) Henshaw, D. - Possible link between power linesand childhood cancer University of Bristol UK

    (5) National Institute of Health - Health effects fromexposure to power-line frequency electric andmagnetic fields. NIH Publication N. 99-4493/1999

    (6) Bulcao, J.A., et all Importncia para o setoreltrico brasileiro dos estudos sobre os efeitosbiolgicos dos campos eletromagnticos de baixafreqncia. XIV SNPTEE Belm - 1977