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Fundada em 24 de fevereiro de 2007 Registro na ABIM 005-JV

Fundada em 24 de fevereiro de 2007 Registro na ABIM 005-JV · lamentavelmente, desconheço. A Coluna “Os Grandes Iniciados” abrilhanta esta edição com a Vida e Obra de Lao-Tsé,

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Fundada em 24 de fevereiro de 2007 Registro na ABIM 005-JV

EditorialEditorial____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Ao cumprir o teu dever, permaneça desapegado de qualquer espécie de resultado, conserva tua mente totalmente concentrada

e afasta de ti toda preocupação. Mediante esta renúncia atingirás a meta superior

que se galga através da Yoga do Conhecimento.

Professor Henrique José de Souza

hegamos ao segundo semestre, deixando metade do ano para trás. É impressionante como o tempo voa. Há pouco nos víamos preocupados com “Bug do Milênio”, com as profecias para o ano 2000 e outras previsões e crendices. A teoria da

Ressonância de Shumann, afirmando que o dia passou a ter 16, ao invés de 24 horas, de fato, confirma-se.C

É surpreendente a dinâmica dos acontecimentos. Basta observarmos o quanto o mundo se arrastou desde os primórdios até o ano de 1900, haja vista o impressionante progresso avassalador dos últimos cem anos.

Diante disso, entendemos que é importantíssimo aproveitarmos bem o pouco tempo, que, às vezes, sobra-nos a fim de realizarmos ações altruísticas. Precisamos estar participativos na resolução dos problemas da coletividade.

Ouvimos, certa vez, uma declaração de humilde senhor, de pouco estudo, mas de extrema sabedoria, que muito nos fez refletir e passamos a colocá-la em nossa vida diária. Disse ele:

“Se cada morador varresse sua calçada, não lhe sobraria tempo para reclamar da cidade suja!”

Em verdade, desperdiçamos o breve tempo, para criticarmos, para lamentarmos e não para sermos parte da solução. Temos que ter consciência do todo. Quando reclamamos do nosso país, devemos lembrar que somos parte dele; quando achamos que os políticos não são dignos de seus cargos, devemos lembrar que somos eleitores e temos o poder do voto. Isso, também, aplica-se no seio de nosso lar, em nosso ambiente de trabalho, no círculo de amizade, etc.

A Lei de Causas e Efeitos se aplica a tudo e a todos. Precisamos, mais do que nunca, ser parte da solução, para não fazermos parte do problema! O tempo urge!

Prova viva disso é a nossa Revista Arte Real, buscando, humildemente, ser parte da solução. Trazendo, a cada edição, matérias de excelente nível maçônico-cultural, elucidando nossos leitores em diversos assuntos e conscientizando-os de que, antes de reclamarmos de nossa Loja, de nossa Potência, de nossa Ordem, devemos lembrar que somos parte dela e temos o fiel compromisso de nos melhorarmos, para que ela possa, de fato, melhorar.

Dizia Mahatma Ghandi:

“Seja você a transformação que você quer no mundo!”.

Esta edição exalta, na Coluna “Informe Cultural”, corroborando com tudo que falamos acima, a altruística iniciativa do GOB com a criação do Programa Nacional de Integração e Valorização da Família. Em “Destaques”, apresentamos as matérias “O Jogo de Xadrez e o Tabuleiro da Vida”, uma abordagem esotérica muito interessante, e “O Mais Sublime dos Cargos”, matéria, cujo o autor, lamentavelmente, desconheço.

A Coluna “Os Grandes Iniciados” abrilhanta esta edição com a Vida e Obra de Lao-Tsé, autor do “Tao Te King”, o Livro mais traduzido de todos os tempos, depois da Bíblia.

Em “Reflexões”, de autoria de William Shakespeare, a matéria “O Tamanho das Pessoas” nos leva a reavaliar nossos conceitos.

Tenham todos uma boa leitura e, por favor, não deixem de apresentar suas considerações a respeito de nosso trabalho.

Participem! Suas opiniões são de fundamental importância nessa incessante busca pela excelência.

Até a próxima edição!

Nesta EdiçãoNesta Edição__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Capa – O Jogo de Xadrez e o Tabuleiro da Vida.................CapaEditorial.....................................................................................2Matéria da Capa - O Jogo de Xadrez e o Tabuleiro da Vida.3Informe Cultural – Família em Foco.................................4Destaque - O Mais Sublime dos Cargos................................. .5

Os Grandes Iniciados – Lao-Tsé................................................7

Ritos Maçônicos – O REAA – Parte I..................................9Trabalhos – O Sagrado Coração e os Fogos de Baco.............11

- Alguns Aspectos Históricos da Maçonaria.........12Reflexões – O Tamanho das Pessoas....................................14

Boas Dicas – Sites /Indicação de Livros / Edições Anteriores.............................................14

Matéria da CapaMatéria da Capa__________________________________________________________________________________________________________________________________________

O Jogo de Xadrez e o Tabuleiro da VidaO Jogo de Xadrez e o Tabuleiro da VidaFrancisco Feitosa

ssim como as cartas, usadas nos jogos de baralho, têm relação com o Tarot, oriundo do livro do

Mural, ligado à civilização atlante e recodificado por Hermés – o Trimegistro o xadrez é um jogo extremamente esotérico com aspectos ocultos interessantíssimos, ao olhar de um Iniciado nos verdadeiros Mistérios.

AA

Como jogo, em si, não é necessário ser um Garry Kasparov para compreendê-lo, basta, simplesmente, saber que o tabuleiro, onde se joga, está dividido em 64 casas iguais, alternadamente em brancas e pretas, e aprender os movimentos de suas peças. Mas não queremos, aqui, ensinar a manipulação de peças ou macetes para vencer uma partida, e, sim, trazer uma abordagem esotérica, baseada em compilações, em especial no texto de Samael Aun Weor, sobre o assunto.

O Xadrez representa, em si, o Jogo da Vida. A vida é um tabuleiro de xadrez, no qual cada um de nossos atos é uma jogada. Se nossas jogadas são boas, inteligentes e oportunas, o resultado será o êxito, saúde e longevidade. Caso contrário, se nossas jogadas são feitas de má fé, com egoísmo e inoportunamente, o resultado será o fracasso, a enfermidade e a morte. Se analisarmos, numericamente, a quantidade de casas num tabuleiro, encontraremos o número 64, que, para efeitos número-cabalísticos, nos dá um total de 10, o qual representa a Lei da Recorrência, a Repetição, a Retribuição, a Roda do Sanshara, a Roda da Vida, as forças evolutivas.

As 64 casas do tabuleiro do xadrez, poderemos relacioná-las aos 64 hexagramas do I Ching – O Livro das Mutações (Taoísmo). Esses hexagramas se dividem em dois grupos: Yin e Yang (no xadrez, 32 brancas e 32 pretas). O nº 64 é o mesmo que 8² ou 8 x 8. O nº 8 está ligado ao Arcano da Justiça, assim sendo, temos (8 x 8) a Justiça Divina e a justiça dos homens. Quando conseguirmos basear as ações da segunda na primeira, encontraremos o perfeito equilíbrio.

A quantidade de casas brancas é de 32. O nº 32 é igual a 5 (3 + 2 = 5), ligado à Lei do Dharma. O nº 32, também, está ligado aos 32 Portais da Sabedoria, que, no corpo humano, estão expressos pelos dentes. Os 32 dentes estão na boca, de onde sai o som, a vibração, ligado ao Chacra laríngeo, ao poder da criação do Verbo. Esse mesmo número, na Caballah, se relaciona às 10 Sephiroth da Árvore da Vida e seus 22 Caminhos da Sabedoria, os quais as interligam.

Em linguagem mística da luz, quando nos iniciamos no tabuleiro da existência, somos recebidos pelas forças brancas, ou seja, os peões com suas forças brancas. Eles nos dão as boas-vindas, indicando que começamos a evoluir. Como nada na Natureza está estático, poderá chegar o momento em que, por descuido, sejamos tomados pelas garras das forças involutivas. A quantidade de casas pretas, que,

também, é de 32 (3 + 2 = 5), está ligada à lei do Karma. Na linguagem mística das trevas, as casas pretas são a decadência, a disfunção e a morte, formando a polaridade.

Quando enfocamos o jogo nos aspectos militares, sobretudo nas cortes medievais, os peões simbolizam os soldados do Rei, que é a base dos planos para que avance. Seu movimento é, sempre, para frente e não pode recuar. Os oito peões são as oito Virtudes da Mãe Devi-Kundalini, que são: Compreensão, Vontade, Verbo, Reto pensar, Reto sentir, Reta maneira de ganhar a vida, que haja Paz e que haja Amor.

As Torres simbolizam o estado de Alerta, Percepção e de Alerta Novidade, o Corpo Astral e o Mundo Mental, as Colunas,

erguidas à entrada do Templo maçônico. Nos Grandes Mistérios, davam ao neófito o Cinzel e o Maço, para que a fosse polindo, a coluna Branca e a Negra. Os Cimentos da Torre, na época medieval, eram de pedra, e quase todas as Torres estavam feitas desse material, símbolo resplandecente da Energia Sexual.

Salvo os peões, que, são obrigados sempre a andar para frente, as outras Peças se encontram entre as Torres, ou seja, entre colunas.

O Cavalo é a única peça que dá saltos sobre as

outras. Representa a Ousadia e o valor, para eliminar o Medo; seus movimentos descrevem o esquadro, tão importante nos estudos maçônicos. Simbolizam a força que se vai adquirindo através do trabalho, com a energia sexual transmutada, sublimada. Simbolizam, também, a Inteligência, a amizade e o triunfo.

O Rei representa a Sabedoria, nosso Real Ser, o V∴M∴ Interno, a Estrela Interior, que sempre nos sorri.

Rei e Rainha simbolizam o homem e a mulher, trabalhando na Grande Obra, para atingir o androginismo.

Os Bispos são a Lança e a Gadanha, simbolizando, dessa maneira, a Mãe Divina, fabricando corpos e desintegrando defeitos. Alegorizavam as Lanças, a Urânia-Vênus dos Gregos.

O Tabuleiro é o jogo da Vida e não sabemos se estamos jogando a última partida. Os Quadrados Pretos e Brancos. Positivo e negativo. O equilíbrio em tudo. O Pavimento de Mosaico e a dualidade.

Todo o jogo do Xadrez consiste em colocar o Rei em uma situação tal, que não possa mover-se, quando se lhe dá a Morte, o Xeque-Mate. É sabido que, terminada uma partida de xadrez, se pode iniciar mais uma vez, segundo os acordos dos jogadores, porém o Rei segue sendo o Rei e este não muda; assim é nosso Real Ser. É o que foi, o que é e o que será.

Para os mesopotâmios, o Ano Novo representava uma grande crise. Devido à chegada do inverno, acreditavam que os monstros do caos se enfureciam e Marduk, o seu principal deus, precisava derrotá-los, para preservar a continuidade da vida na Terra. O festival de Ano Novo, que durava 12 dias, era realizado para ajudar Marduk em sua batalha. A tradição dizia que o rei devia morrer no fim do ano, para, ao lado de Marduk, ajudá-lo em sua luta.

Deve-se notar que alguns valores, que temos dado às peças, não são os clássicos, senão esotéricos.

A Rainha não poderia faltar no Tabuleiro da existência, e, no xadrez, é o elemento feminino, o princípio universal da vida, o qual resplandece em toda a Obra, o próprio Deus; o Rei, desdobrado em Mulher, o Eterno Amor, que flui e reflui em todo ser criado. Desde criança, pedimos suas ternuras, porque Ela é a outra metade de nosso Ser e vice-versa. Sem a Dama, a Rainha, em uma partida de xadrez, sentimo-nos sem o Poder Supremo, estamos perdidos. A liberdade de movimentos da Rainha, num tabuleiro de xadrez, é formidável.

Os valores fundamentais do xadrez são o Tempo, ou seja, a Rapidez, para realizarmos, os planos, o espaço, o domínio do maior número de defeitos. Se as jogadas no xadrez são bem feitas e com força suficiente, se o desenvolvimento e as circunstâncias foram maravilhosos, o resultado será a Vitória.

Na vida, o homem se depara com inúmeros problemas; cada pessoa necessita saber como resolver cada um desses problemas. Inteligentemente, todo xadrezista sabe que a solução está no próprio problema. É mister que haja

tranqüilidade e equilíbrio perfeitos entre a Mente, a Emoção e o Centro Motor, para encontrá-la.

No mundo, existe uma enorme quantidade de pessoas a quem se proporcionaram elementos para triunfar na vida, porém carecem de hábitos e de capacidade para raciocinar, logicamente. Podemos assegurar que todos os seres humanos são como pedras de xadrez no Tabuleiro da Vida. Cada um de nós está, em todo momento, repetindo ações, movimentos de partidas anteriores, de vidas passadas. O somatório dessas ações, boas ou más, é o que vale, para que, quando iniciarmos uma nova partida, estejamos, de fato, mais bem preparados para vitória.

Somos jogadores, até então, inconscientes, que não aprenderam a jogar inteligentemente. Os lances de nossas peças são nossas ações, que, ao final de cada jogo, ou de cada vida, serão pesadas, contadas e medidas, para que tenhamos,

ou não, a oportunidade de iniciarmos um novo jogo, muito bem alegorizada no Julgamento do Tribunal de Osíris, na Tradição egípcia.

A criatura humana sem um Ensinamento Superior é como uma partida de xadrez sem peões, curtas de inteligência e com muitas limitações, ignorando que, dentro de si, as terríveis possibilidades devidamente desenvolvidas a levariam à Vitória Final.

Os Excelsos Ensinamentos da Sabedoria Iniciática das Idades, nos

convidam, mediante o jogo-ciência, a vir a ser jogadores inteligentes e conscientes, fazendo-nos Homens Reais e Verdadeiros.

O objetivo é, ao longo de cada partida, transformar vida-energia em vida-consciência, requisito fundamental, para vencermos a Roda de Sanshara, a Roda da Vida. Com isso, passaremos a ser orientadores, e não mais jogadores inconscientes.

E, assim, segue a humanidade, tropeçando, caindo e levantando, até que desperte e tome consciência do seu Deus Interior (Iniciação), para, através de um Trabalho Interno, conseguir cruzar o Tabuleiro da Vida (Pavimento de Mosaico) e ter méritos, ascendendo ao Oriente, recebendo do Querubim a Espada Flamígera e fazendo Uno ao Pai.

A prudência nos convida a ficarmos por aqui!

Informe CulturalInforme Cultural__________________________________________________________________________________________________________________________________________

Francisco Feitosa

Família Em FocoFamília Em Foco Revista Arte Real foi idealizada para ser um veículo de divulgação da cultura maçônica e tem mantido essa postura austera, sem se desviar de

seu objetivo, desde sua criação. Nasceu com o propósito de divulgar, estimular, apoiar e exaltar os movimentos culturais, independente de Potência ou fronteiras, pois entende que, antes de tudo, somos uma Família – a Família Maçônica.

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Prova disso foi a criação da Coluna “Informe Cultural”, que visa à criação de parcerias de apoio cultural, divulgando Congressos, Convenções e Projetos, que atendam aos interesses de nossa Ordem.

Um belo exemplo de altruísmo é o Projeto “FAMÍLIA EM FOCO”, desenvolvido pela Secretaria Paramaçônica do GOB, coordenado pelo valoroso Irmão José Aparecido Montagnana. Uma brilhante iniciativa de reestruturação dos valores familiares. Projeto esse que tem o apoio cultural da Revista Arte Real e que merece o apoio maciço de cada Maçom, independentemente de estar ligado ou não às fileiras do GOB.

A célula mater de uma sociedade é a “Família”, e o atual descaso com essa “instituição”, que, por muitos, é dada como falida, tem desviado nações da senda do progresso, em favor do materialismo exacerbado. Nosso país, dentre tantos, lamentavelmente, é uma prova cabal disso.

Abaixo transcrevemos um breve resumo sobre as diretrizes do Projeto:

O Programa Nacional de Integração e Valorização da Família tem como escopo a integração de projetos em desenvolvimento, em status de planejamento e projetos futuros em todo o território nacional.

O objetivo macro é modernizar, agilizar e otimizar recursos e processos para a potencialização e universalização das obras sociais da Sublime Ordem no Brasil.

O Programa constitui-se de um leque de diretrizes e estratégias para facilitar e dar direcionamento ao desenvolvimento das ações sociais.

Serão implementadas, a partir da integração de Maçons, Lojas, Secretarias Paramaçônicas, Grandes Orientes Estaduais e do Distrito Federal, através da implantação de ações sociais, diretamente relacionadas com a vocação local de cada Loja e das necessidades de cada comunidade.

Sua execução poderá ser efetivada através de um corpo de voluntariado, constituído pela sociedade, preferencialmente, a partir das Fraternidades Femininas, das Paramaçônicas Juvenis, prioritariamente Lawtons e DeMolays e do comprometimento dos Irmãos Maçons de cada Loja.

O Grande Oriente do Brasil, conectando-se com a atualidade e tendo claro o seu papel de implementar diretrizes para execução de ações sociais da Sublime Ordem no Brasil,

estabelece diretrizes, que oportunizem que trabalhos sociais, executados por centenas de Lojas em todo o país, sejam unificados e ofereçam condições de universalização e multiplicação de modelos testados e aprovados em diversos espaços e territórios brasileiros.

Estudos, desenvolvidos por Ongs, associações, fundações e poder público, são constantes e diretos em apresentar a problemática, relacionada à crise maior da Família por que passa a sociedade brasileira. E não podemos entender sociedade sem pensar em família, considerada uma sociedade em miniatura, que nos oferece, em escala menor, o

reflexo do complexo social. Nesse cenário, estão

presentes os altos índices de mortalidade infantil, o trabalho desumano de crianças, os descaminhos da juventude, o preconceito e a falta de atenção à mulher e ao idoso, a infância que esmola nos faróis das médias e grandes cidades, famílias que moram embaixo de viadutos e/ou em áreas de escassez de água, comida e condições de subsistência.

Dessa forma, o GOB indica que todas as ações e projetos, desenvolvidos no

território nacional, sejam unificados em um programa, ora denominado "Programa de Integração e Valorização da Família". Esse programa tem, em seu escopo, a incumbência de oferecer diretrizes, métodos e apoio técnico na execução dos projetos, voltados para a realidade e a vocação de cada localidade e articulados para contribuir com o alcance dos objetivos do milênio, estabelecido pela ONU.

Saiba mais sobre o projeto visitando o blog http://www.familiainfoco.blogspot.com/ ou entrando em contato com seu Coordenador, através do e-mail: [email protected]

DestaquesDestaques____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

O Mais Sublime dos CargosO Mais Sublime dos CargosAutor desconhecido

endo a Maçonaria a síntese para aplicação da Sabedoria Universal, a semente aprimorada por anos e anos, séculos de inúmeras germinações, no cultivo dessas

sementes inúmeros povos, podemos depreender que sempre houve e haverá a necessidade de alguns plantadores extraordinários.

SSNo interior de nossas diversas oficinas, espalhadas pelo mundo, desde o mais

remoto dos tempos, mesmo ainda, quando não recebia o nome, que tem hoje, Maçonaria Especulativa, os mesmos ensinamentos, referentes à regência e à vivência do relacionamento do Universo, foram conhecidos e se fazem presentes, agregados a tantos outros.

O Homem, desde os primórdios dos seus tempos, ainda, engatinhando pelas cavernas, identificando sua fragilidade diante das coisas, notadamente dos fenômenos da

natureza, sempre precisou de uma liderança. Essa liderança, até no seio da lei natural das coisas, é notada. Vemos isto nos diversos sítios dos animais irracionais.

Observava o homem que, no universo do seu dia a dia, o relacionamento universal com a natureza não se modificava nunca, estava o mesmo sujeito às regras constantes, sem dúvida, fixadas por uma Natureza Maior. Daí a observação da grandeza, da eternidade e do poder dessa Vontade Superior.

Já imaginava (podemos supor pelo que somos e imaginamos hoje) até onde poderia exercer sua realidade com a Vontade Superior, que entendeu como eterna, única e soberana. Isso se demonstrava na força da natureza, no Sol, na Lua, nos rios, nas árvores frutíferas, que lhe davam alimentos.

Diante de busca e imaginação constante, o ser humano, por tendência e necessidade, formou grupos, nações e Estados Políticos.

Na sua eterna busca e imaginação, procurou conhecer as origens das coisas, recebendo, através dos tempos, dos séculos, os saberes dos Grandes Iniciados, interagidos com os ensinamentos próprios, para caminhar em busca do seu progresso e da realização de sua obra.

A natureza no geral e a natureza humana não deram saltos, e, tanto por isso, esses ensinamentos não puderam ser divulgados indiscriminadamente, mas somente dados a conhecer a criaturas que já possuíssem condições de entender a mecânica e a vivência do progresso pessoal, intelectual e espiritual do ser humano.

Esses conhecimentos, como sabemos, caminharam entre os povos, do Oriente para o Ocidente. Formaram-se, através dos tempos, inúmeras sociedades iniciáticas para o estudo e a vivência dos postulados que foram sendo postos.

Devemos, para isso aduzir que, mesmo tendo nomes e formas diferentes tais procedimentos esotéricos distintos, essas sociedades sempre objetivaram uma única coisa: "o Conhecimento, a Vivência da Lei Natural e sua Aplicação". Determinou o homem, através dos tempos, para essas doutrinas e esses conhecimentos a denominação de "Mistérios", pois não eram de domínio público.

A Maçonaria, sendo uma dessas sociedades, estabeleceu princípios para admissão de seus membros, que, necessariamente, deveriam passar pela Cerimônia da Iniciação.

A progressão gradual dentro da Maçonaria passou a exigir de seus membros tantas outras cerimônias de iniciações, para admissão nos graus, mas uma delas, que está acima da concessão de qualquer grau, é a mais sublime: a Cerimônia de Instalação.

É a Maçonaria uma sociedade eminentemente esotérica, e, para tal, tudo aquilo que ocorre em suas Oficinas, é praticado num ritualismo, que tem reflexos de ordem material, moral e espiritual.

Tem-se que entender que o Mestre Instalado é o Mestre dos Mestres.

Para ser Venerável Mestre de uma Loja, o Mestre Maçom é regularmente iniciado, elevado e exaltado, devendo:

1 - Ser possuidor de sinceridade, lealdade e verdade; 2 - Ser afável no trato; 3 - Ser intransigente em seus princípios e nos princípios da Maçonaria; 4- Ser amante da sabedoria; 5 - Ser versado na nobre ciência da Arte Real; 6 - Ser profundamente conhecedor de todos os cargos (nos exercícios destes e nos seus esoterismos); 7 - Ser legalmente eleito pelos Mestres Maçons de sua Loja.

São sete os requisitos, e mais diria, pois sete é o número misterioso que acompanha o verdadeiro Maçom.

Conhecidos os pré-requisitos, que deve possuir um Venerável Mestre, devem os Mestres Maçons, instalados ou não, procurarem, em suas Oficinas, Irmãos que atendam a essas condições, para que possam ser o pai, que ama o filho, sem perder sua autoridade; que possa ser aquele que harmoniza e pacifica; que possa ser aquele que vive e representa a vontade da maioria, sem impor a sua própria vontade.

Eleito Venerável Mestre de sua Loja, deverá o Irmão passar pela Cerimônia de Instalação, que será única, ainda que o Irmão venha, por mais de uma vez, exercer o Veneralato de qualquer Loja Maçônica.

O Mestre Maçom, na sua Instalação, recebe a sagração de um Guia da Fraternidade e, com ele, a sublime

incumbência de executar a lei do Grande Arquiteto do Universo, isto é, a Lei Natural.

Os Mestres Instalados, que participam da cerimônia de Instalação, rogam ao Grande Arquiteto que o Irmão, que está sendo instalado possa ter sabedoria para compreender, discernimento para julgar, força espiritual para ser verdadeiro e justo, e, através desse ato, convoca-se mais um Irmão, para ser o executor da Lei Imutável.

Sendo assim, todos os Veneráveis Mestres não podem esquecer que são responsáveis pela paz e pela harmonia de sua Oficina. Os “Past Master” (Mestres Instalados) não devem, também, perder de vista que são a sustentação de suas Lojas, não podendo declinar dessa autoridade, de que estão investidos, e não serem prepotentes, pois, nas suas posturas e lideranças está fixada a grandeza de uma Loja Maçônica.

Tem o Irmão, que for escolhido, ou indicado, de ter a certeza absoluta de possuir os pré-requisitos de um Venerável Mestre ou, ainda, as qualidades de um Mestre Instalado, não devendo aceitar o Primeiro Malhete de sua Oficina aqueles que sentirem dúvidas.

Esse Mestre, pelos seus atos, deve ser o exemplo da conduta moral e espiritual de uma comunidade maçônica, pois esse é o seu destino, assumido de livre e espontânea vontade.

Tal como está escrito no Salmo 133, versículos 1, 2 e 3: “Vejam quão bom e agradável é os Irmãos viverem unidos. É como óleo fino sobre a cabeça, descendo pela barba, a barba de Aarão; descendo sobre a orla de suas vestes. É como o orvalho do Hermon, descendo sobre os montes de Sião. Porque ali Deus manda a bênção e a vida para sempre”.

O Mestre Instalado é esse orvalho do Hermon, que deve fertilizar a Loja, dar vida, onde o Maçom colherá os frutos, que plantou. Devem ser os Irmãos as diversas Colunas, que sustentam o Veneralato, o qual deve saber receber a sustentação oferecida.

Se for, como de fato é, verdade que os Mestres Instalados são os Guias da Fraternidade, caberá reflexões sobre todos os nossos atos: Estamos seguindo e cumprindo a Lei Natural? Somos os instrumentos da Verdade? Somos os construtores de uma sociedade ideal? Conhecemos os limites de nossas forças e de nossas fraquezas? Seremos o espelho de nossas Oficinas ou nossas Oficinas é o nosso espelho? Compreendemos e vivemos os postulados maçônicos? Produzimos bons frutos em nossas Oficinas, na sociedade em que vivemos, para a Pátria e para a Humanidade? Qual o caminho a seguir individual ou coletivamente?

Essas questões devem “borbulhar” diuturnamente na mente dos Veneráveis Mestres Instalados, para que não se

esqueçam, jamais, de seus compromissos, de suas responsabilidades.

Entramos no início de um novo século, e pensando neste e na futura Maçonaria, devemos indagar-nos que novos caminhos se devem formular. A simples contemplação, a simples “ostentação”, a simples prática de algumas Artes, olvidando outras, tem deixado a Maçonaria manca.

Para concluir, diríamos que somente seremos fortes, individual e coletivamente, no dia em que conhecermos nossas fraquezas e nos dispusermos ao trabalho efetivo do Mestre Instalado. E, nessas verdades, está inerente aquela, que o verdadeiro Maçom não olvidou no passado, e, num lapso, esqueceu para seu futuro: o exercício da natureza política.

Os Grandes IniciadosOs Grandes Iniciados________________________________________________________________________________________________________________________

Lao-TséLao-TséFrancisco Feitosa

ais uma vez, encontramo-nos em nossa Coluna “Os Grandes Iniciados”, para presentear nossos

leitores com mais uma matéria, trazendo a Vida e Obra de outro Avatara, Mestre da Sabedoria, que, ciclicamente, em prol da evolução humana, manifesta-se na face da Terra a fim de auxiliar os humanos seres em sua caminhada de volta “à Casa do Pai”.

MM

Os dias são chegados, e, novamente, na história da humanidade, vivemos um momento em que Seres, ligados à Grande Fraternidade Branca, vêm, em sacrifício, melhor diríamos, em Sacro-Ofício, aferir os pratos da Balança Universal, a Balança da Lei de Dharma.

Todos Eles se manifestaram junto a nós, e a humanidade jamais Os reconheceu. Somente os que conseguiram cruzar o “Mar Vermelho de Tamas”, ou seja, lograram a iniciação simbólica em Iniciação Real, transformando-se, em verdadeiros Iniciados, puderam senti-LO em seus corações e ouvir Seu inaudível chamamento, para fazerem parte de sua Excelsa Corte.

Hoje, a história se repete: o Ocidente espera o Cristo Universal, enquanto o Oriente, o Buda Maitréia. Ambos são os mesmos, apenas, denominações diferentes para o mesmo Excelso Ser. Não se iludam em achar que poderão vê-LO descendo do céu entre as nuvens. Ele deverá ser sentido no sacrário de nossos corações, e a pureza de nossas ações,

emoções e pensamentos é que nos credenciará a percebê-LO.Nesta edição, apresentamos mais uma expressão da

Divindade, manifestada na face da Terra, o Excelso Mestre Lao-Tsé. Que sua Vida e Obra nos despertem para o hercúleo Trabalho desses Excelsos Seres em auxílio à humanidade!

Se Confúcio soube fundar uma filosofia de vida – o “Caminho do Meio” – norma de conduta para convivência harmoniosa dos homens; se foi o filósofo prático, o educador do povo chinês, orientando-o na maneira de viver em face aos defeitos humanos, de forma a atenuá-los, para que a sociedade se coordene, Lao-Tsé foi o metafísico, o profundo pensador místico, o especulador admirável, o mergulhador dos páramos do universo, o iluminado, que trouxe para os livros os símbolos universais. É como se fosse Confúcio o aplicador, em termos práticos e adequados, da Verdade trazida por Lao-Tsé.

Os Shiji, "registros dos historiadores", feitos pela dinastia chinesa Han, cerca de 400 anos depois da época de Lao-Tsé, trazem uma biografia

do pensador. De acordo com esse texto, ele nasceu em Chu, atual Luyi, na província de Henan. Algumas lendas dizem que sua mãe teve uma gestação de oito anos, e a criança nasceu de cabelos brancos. Daí viria seu título, que pode significar tanto "velho mestre" quanto "criança velha". Ele teria sido contemporâneo de Confúcio, considerado outro grande mestre da filosofia chinesa.

Os dois ter-se-iam encontrado quando Lao-Tsé trabalhava como arquivista na Biblioteca Imperial da dinastia Zhou. De acordo com essas histórias, eles discutiram durante meses, e Ele teria influenciado o pensamento confucionista.

Com a perda de poder da dinastia Zhou, Lao-Tsé largou o emprego e viajou para o Oeste em seu búfalo, atravessando a China, para depois desaparecer no deserto. Antes disso, um guarda da fronteira o convenceu a escrever seus ensinamentos, que, até então, eram divulgados, apenas, com a palavra falada.

O resultado foi o "Tao Te King", um dos mais significativos tratados da filosofia chinesa, que aborda espiritualidade individual, existencialismo, dinâmicas interpessoais e técnicas para governar. Tao, em chinês, significa "O caminho" e costuma ser definido como a natureza, o princípio natural, que regula a ordem do universo físico.

Lao-Tsé viveu há, aproximadamente, seis séculos antes de Cristo. Diz Blavatsky, em sua monumental “Doutrina Secreta – síntese da Ciência, da Religião e da Filosofia”, que Ele escreveu 930 livros sobre ética e religiões e 70 sobre magia. Sua grande Obra, contudo, o coração de sua doutrina, o “Tao Te King”, o Livro do Caminho Perfeito, ou Escritura Santa dos “Tao-sse”, composto de 81 aforismos, não contém, senão, cerca de 5000 palavras e, apenas, uma dúzia de páginas, contudo, desde tempos anteriores a Jesus, o Cristo, sábios comentadores têm escrito obras e obras de interpretação do “Tao Te King”, porque a doutrina metafísica só é perfeitamente inteligível pelos Iniciados.

Depois da Bíblia, o Tao Te King foi o livro mais traduzido de todos os tempos. Contém os princípios básicos do Taoísmo, a religião mais antiga da China.

O Taoísmo é uma mescla de religião e de filosofia de vida, e Lao-Tsé tornou-se uma das principais figuras cultuadas nela. Junto com o Budismo e o Confucionismo, o Taoísmo ou Daoísmo forma os três pilares do pensamento filosófico chinês.

Para os taoístas, as virtudes da água são preciosos ensinamentos de vida. A água não sobrepõe obstáculos, mas sempre encontra um jeito de contorná-los. Esse comportamento deve inspirar a conduta dos que buscam uma vida harmoniosa, livre de conflitos desnecessários.

Os Grandes Iniciados, sempre, pelo que disseram ou pelo que escreveram, formularam para o mundo a síntese dos conhecimentos contemporâneos e deram a tônica para o futuro. Por isso, podemos dizer que todos foram profetas.

O pensamento de Lao-Tsé baseia-se no conceito metafísico do Tao. Tao é o caminho, é a suprema inspiração. E a conquista da liberdade interior, a imortalidade, a beatitude, enfim, é conseguida por meio do Tao. É a Árvore da Vida; corresponde à Árvore Sephirotal da Tradição Oculta do Judaísmo.

Tao é o Logos humanizado em cada homem, como uma chispa dele mesmo, e, portanto, cada chispa com as

virtualidades de se tornar o próprio Foco Universal da Vida. É a Cruz onde se prende, sem cessar, o Divino.

Lao-Tsé, como todos os Grandes Iniciados, teve uma linguagem para seus discípulos e outra para o povo. Em seus livros, legou-nos ensinamentos sobre todas as esferas da vida. Para mostrarmos a atualidade de seus conceitos sábios, mencionamos abaixo algumas palavras suas, que, hoje, nos dias turbulentos e caóticos que atravessamos, continuam vivas

e crepitantes, como se Ele estivesse batalhando serenamente entre nós:

“O Sábio, para governar, mantém esvaziados de orgulho os corações, mas cheios os estômagos, desencorajando suas ambições, mas revigorando suas disposições.”

“Quando as populações têm fome, é porque seus governantes comem demais o imposto sobre o grão, portanto os desfreamentos das multidões famintas são devidos às ingerências de seus administradores.”

A profundidade e a influência do pensamento taoísta é tão grande, que, até hoje, constitui o cerne da civilização chinesa. A manifestação dessa Verdade, sempre ensinada por todos os Grandes Iniciados, enriquecida pelas experiências do ciclo, servirá de alavanca propulsora para a da posteridade: Lao-Tsé, expressão legítima da Sabedoria Chinesa, essa Sabedoria clássica, reconhecida universalmente!

O Taoísmo clássico inspirou um movimento intelectual, chamado Xuanxue (aprendendo com o misterioso), dominando a elite chinesa e a alta cultura dos séculos III a IV de nossa Era. Dessa forma, Ele influenciou não apenas o pensamento filosófico, mas também a literatura, a caligrafia, a pintura e a música chinesa. No século VII, o Imperador Xuanzong ordenou que cada soldado tivesse uma cópia do "Tao Te King" em casa e assinalou as passagens que deveriam ser estudadas pelos civis.

Mas a fama desse pensador real ou imaginário viajou muito além das fronteiras da China e de seu tempo. O

Taoísmo ou Daoísmo espalhou-se pela Ásia. As crenças foram assimiladas como uma tradição de vida e

contribuíram para a formação das culturas japonesa e coreana.

Durante os anos de 1900, uma tradução em latim do "Tao Te Ching" chegou à Inglaterra, e os ensinamentos de Lao-Tsé se difundiram no Ocidente moderno. Frases

memoráveis do filósofo, do tipo "governar um país grande é como cozinhar um peixe pequeno", passaram a fazer parte da linguagem da política ocidental.

Nos dias atuais, um número cada vez maior e mais heterogêneo de leitores é inundado com “best-sellers”

baseados nas idéias de Laozi: "O Tao da Física", "O livro da cozinha taoísta", e até livros de ecologia, jardinagem, sexo e auto-ajuda.

Para os estudiosos, tudo isso prova a importância de Lao-Tsé no pensamento e na literatura mundiais, 27 séculos após seu provável nascimento.

Ritos MaçônicosRitos Maçônicos__________________________________________________________________________________________________________________________________________

Rito Escocês Antigo e Aceito – Parte I Rito Escocês Antigo e Aceito – Parte I Kurt Prober

o contrário do que vulgarmente se acredita, o Rito Escocês nada tem a ver com o Estado da ESCÓCIA,

pois, na época do aparecimento desse rito, as Lojas de lá trabalhavam no Rito de YORK, como em toda a Grã-Bretanha.

AAAfirmam certos historiadores tradicionais, mas sem

jamais terem podido comprová-lo ou documentá-lo, que a criação de graus "inefáveis" desse rito se teria procedida logo depois da terminação da Primeira Cruzada (1099 d. C.), na Escócia, na França e na Prússia, simultaneamente. Mas tudo isso é pura fantasia, bastando dizer que a Prússia, então, como Estado, ainda nem existia. Houve sim, a criação de inúmeros "títulos" honoríficos de "Ordens de Cavalaria", mas essas nada tinham a ver com a Maçonaria.

É muita vontade de criar uma falsa antigüidade, hoje em dia, muito usual na Arte Real e muito similar à idéia de Anderson, ao publicar, depois de sua famosa Constituição De 1723, uma nebulosa "História Patriarcal da Maçonaria" (começando em 3785 a. C. e terminando na Inglaterra em 1714 d.C.). É a conhecida "Maçonaria Romanceada", que sistematicamente nos é apresentada pelos nossos editores "especialistas", em traduções de literatura estrangeira barata, por não estarem os historiadores patrícios dispostos a pesquisarem a história da Maçonaria Autêntica. Com isenção de ânimo, nem a nossa história querem analisar.

Mas o que a maioria desses escritores fez, foi escrever a história da Maçonaria "NA" Escócia, começando pelo famoso Edital da Cidade de Edinbourgh, de 1415, permitindo a constituição de uma "Corporação de Franco-Burgueses" e a Arte Real, que se foi desenvolvendo depois disso.

Fato é que o Rito Escocês surgiu na França, e isso depois de lá ter sido introduzida a Maçonaria Inglesa, naturalmente, do Rito de York.

A primeira Loja foi instalada em 1º de junho de 1726, na adega "Au Louis D'argent", na Rua dos Açougueiros (Rue de Bucherie), de propriedade do inglês "Hure", Loja esta que teria sido fundada por Lorde Derwentwater e Lorde Harnouester.

Em 17 de maio de 1729 foi instalada uma segunda Loja, fundada pelo filantropo francês André-François

Lebreton, numa outra adega da mesma rua. Só, em 1732, surge a Loge De Bussy, sob jurisdição inglesa, que recebeu o nº 90 e o nome de "King's Head At Paris" e foi provavelmente sucessora da "Louis D'Argent". E, até 1735, mais três Lojas foram ali fundadas sob a jurisdição da Grande Loja Inglesa.

Consta que, por volta de 1728, teria sido fundada a Grande Loja de França; pelo menos, é isso que ela mesma afirma em sua nova Constituição de 1967 (Ref. F-1967,936), mas o que se sabe é, apenas, que, entre 1728/30 uma "Ordre des Francs-Maçons dans le Royaume de France" organizou o seu "Regulamento Geral", dentro dos moldes da Organização Inglesa, elegendo para seu primeiro Grão-Mestre o Príncipe Philippe de Wharton, Ex-Grão-Mestre da Grande Loja de Londres, que, em 1728, tinha-se refugiado em Paris.

Foi ele sucedido por James-Hector Mac Leane, Cavaleiro "Baronnet D'Ecosse", em 27 de dezembro de 1735. E foi este que fixou todos esses fatos para a posteridade, num manuscrito recentemente encontrado na Biblioteca Nacional de Paris, já falando de Grande Loja, de modo que é mais do que provável ter esse título sido adotado um pouco antes pelo seu antecessor, digamos, entre 1730/35. Em seguida, o Supremo Malhete passou para as mãos de Charles Radclyffe, "4º Conde de Derwentwater", em 27 de dezembro de 1736, e, depois, para o Duque D'Austin, neto de Madame de Montespan, em 1738.

E tanto isso é verdade, que Anderson, em seu "New Book of Constitution", impresso em Londres, em 1738, à página 195, diz textualmente o seguinte:

"... Todas essas Lojas Estrangeiras (...acabara de relacionar as Lojas inglesas no estrangeiro...) estão

sob a proteção de nosso Grão-Mestre da Inglaterra; entretanto, a Loja antiga da cidade de Nova York e as Lojas da Escócia, da Irlanda, da França e da Itália, tendo declarado a sua Independência, têm "os seus próprios Grão-Mestres: muito embora tenham as mesmas constituições, Obrigações, Regulamentos, etc., de seus Irmãos da Inglaterra, estando, igualmente, zelando pelo estilo Augustiano e os segredos da antiga e honorável fraternidade...".

Logicamente, outras Lojas e, talvez, mesmo outras potências administrativas foram surgindo logo, e a índole latina foi, imediatamente, modificando e alterando a ritualística da Maçonaria tradicional inglesa, para o seu gosto por demais rígida, e sem dar o destaque às castas governantes e militares, que sentiram a necessidade de se projetarem sobre os maçons burgueses.

Se, na Inglaterra, aonde a Arte Real já vinha de longe, depois de três séculos de lutas religiosas e políticas, o povo já tinha encontrado o seu Modus Vivendi dentro da tolerância, a que prudentemente se tinha adaptado o clero aristocrático, os presbiterianos e os anglicanos, isso já não acontecia na França, onde a maçonaria era cousa nova.

Assim, por volta de 1730/35, surgiu na França o Rito Francês e o Rito ESCOCÊS nos graus simbólicos. Pouco tempo depois, foram inventados os Graus "Inefáveis", que paulatinamente foram sendo acrescentados ao "Maitre Ecossais".

Já em 1742, afirmam os historiadores contemporâneos, estava formada a "Maçonaria Escocesa", organizada pelo "Conseil des Empereurs d'Orient et d'Occident, Grande e Souveraine Loge Ecossaise Saint Jean de Jerusalem", uma subsidiária surgida no seio da Grande Loja de França, que organizou o Rito Escocês, também adotando o sufixo Antigo e Aceito, usado pela primeira vez por Anderson, em sua Nova Constituição de 1738.

Quando, finalmente, foi eleito para Grão-Mestre o Conde de Clermont, Louis de Bourbon, em 1743, havia, na França, uma verdadeira inflação de Lojas, mais de duzentas, como nos contam historiadores da época, mas sendo muitas delas "Ordens de Cavalaria".

No ano de 1758, fundou-se, em Paris, um novo Corpo Maçônico, que recebeu o nome de Capítulo, ou "Conselho de Imperadores do Oriente e do Ocidente", e nove Comissários desse Corpo elaboraram o que se tornaria conhecido como a constituição de Bordeaux, de 21 de setembro de 1762 (6º dia da 3ª Semana, 7ª Lua, Ano 5762), que introduzia um sistema de Rito Escocês de 25 Graus. Mas a pacificação, que se tinha pretendida, não foi duradoura, e, já em 1767 a Grande Loja de França adormecia.

Somente, em 22 de outubro de 1773, a Maçonaria francesa voltou a reunir-se em "Grande Loja Nacional", acabando por fundar o Grande Oriente de França, tendo como Grão-Mestre o Duque de Chartres.

A maioria dos diretórios escoceses se incorporaram ao Grande Oriente de França, enquanto alguns fundaram a Grande Loja de Clermont, de vida efêmera.

Deve ser mencionado, aqui, que muitos escritores do passado e ainda, alguns "copistas" dos nossos dias costumam citar o nome do Barão Andreas Michael Ramsay (nascido em 1686, iniciado na Horn Lodge, de Londres, em Março de 1730 (Ref. F-1973,937), e falecido em 6 de maio de 1743), como "inventor" do Rito Escocês dos "altos graus". Entretanto, basta a leitura de seus discursos como Grande Orador da Grande Loja de França e, especificamente, o pronunciado em 21 de março de 1737, para termos a prova da incongruência de tal afirmação, pois disse textualmente o seguinte:

“... A atividade da Maçonaria, resumida nos três graus (evidentemente os simbólicos), e só estes reconhecemos, pode ser considerada perfeitamente suficiente...".

Pronunciamento este, que bem prova a sua ojeriza aos Graus Inefáveis, já, então, existentes. Provavelmente, o simples fato de ter sido ele membro da "Ordem de São Lázaro de Jerusalém", da qual era Grão-Mestre, o Regente Felipe de Orleans, de cuja educação dos filhos esteve Ramsay encarregado entre 1715/24, Ordem, de que ele recebeu o título de "Cavaleiro Baronnet D'Ecosse", e, ainda, o fato de ter sido ele um grande estudioso e filósofo, por certo, bastou aos historiadores profanos para lhe atribuírem essa "paternidade.”. Para melhor se compreender a confusão, que existe, basta citar que se conhecem "quatro" versões dos Discursos de Ramsay: de 1738 (Haya), 1741 (Paris), 1742 (Frankfurt), 1743 (Londres).

Vá lá que Ramsay tenha colaborado na elaboração das bases para o rito Escocês nos três graus simbólicos, mas nem isso pôde, ainda, ser comprovado. E, de passagem, diga-se aqui, que a primeira Loja de Perfeição, de que se tem notícia,

foi criada em Bordeaux, em 1744, portanto um ano depois do passamento de Ramsay.

Lastimavelmente, a Revolução Francesa, ao contrário do que habitualmente·se afirma, dispersou os Franco-Maçons, que, só a partir de 1799, foram, paulatinamente, reagrupando-se no Grande Oriente de França, que, nesse ano, foi reerguido.

Em 12 de outubro de 1804, os grandes oficiais do Rito Escocês se reuniram e, em nova reunião, de 22 de outubro de 1804, de Grande Consistório, formaram uma Grande Loja Escocesa De França do Rito Antigo e Aceito, elegendo o Príncipe Luiz Napoleão para Grão-Mestre e, para seu Representante-Presidente, o Conde Alexandre-François-August de Grasse-Tilly, mas, já em dezembro do mesmo ano, este estabeleceu um acordo

com o Grande Oriente de França, delegando-lhe poderes para administrar, além dos 3 Graus Simbólicos, também os Graus "Inefáveis" de 4 até 18 (Rosa-Cruz).

Mas, quando, em julho de 1805, o Grande Oriente de França resolveu, também, administrar os restantes graus filosóficos, de 19 em diante, houve um rompimento entre as duas jurisdições, que só pôde ser sanado em 1821, quando o Rito Escocês Antigo e Aceito se reorganizou totalmente na França.

A atual Grande Loja de França, só em 7 de novembro de 1894, foi reconstituída, quando 60 (sessenta) Lojas do Supremo Conselho decidiram separar o Simbolismo do Sistema Filosófico dos Altos Graus. Portanto, na verdade, era "Potência Nova".

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O Sagrado Coração e os Fogos de BacoO Sagrado Coração e os Fogos de BacoAlberto Vieira*

s festas populares de São João nos dão um cenário adequado para conversarmos sobre o mito universal de um

monarca divino, que reuniria, numa mesma individualidade, o poder temporal e o poder espiritual. Bem no meio das fogueiras de São João, herdeiras dos “Fogos de Baco” da Antiguidade, sempre vem a reflexão da arbitrariedade do poder – representado por Herodes e corrompido por Salomé – face à espiritualidade do Profeta, o precursor do Messias.

AA

Todos os que estudam as Sagradas Escrituras sabem que, ao fim de algum tempo com seus discípulos, Jesus começou a revelar-se com mais profundidade, e se apresentou como um monarca. Porém, algo diferente dos demais: seu reino não era desse mundo, e sim, do de Deus, o dos céus, o do Pai. Ora, ninguém tinha ouvido falar em semelhante prodígio. Porém, no início, havia esse homem misterioso chamado João, batizando com água e impressionando a todos com sabedoria e com sua visão mística. Tinha numerosos discípulos e levava uma vida austera, longe dos príncipes e poderes desse mundo. O que não impediu de ser sacrificado por eles.

O outro João, o Evangelista, deixou escrito (1,6): “Houve um homem, enviado de Deus, cujo nome era João”. Segundo o discípulo amado, quando, na margem do Jordão, João viu a Jesus, disse: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira os pecados do mundo”. E continuou seu testemunho: “Vi o Espírito descer do céu como pomba, e repousar sobre ele”. Continua o Evangelista, dando voz ao Patrono da Maçonaria (1,33): “Eu não o conhecia; mas o que me enviou a batizar com água, esse me disse: Aquele sobre quem vires descer o Espírito e sobre ele permanecer, esse é o que batiza com o Espírito Santo”. Ora, o Espírito Santo traz consigo o símbolo sacrossanto da espiritualidade ocidental: a Taça do Santo Graal. A tradição iniciática, paralela desde sempre da religião popular, de uma busca pela taça na qual foi recolhido o sangue do Salvador, jorrado da ferida aberta em seu coração, desencadeou desde cedo manifestações míticas, literárias e lendárias na Europa, no século sexto, que atravessaram toda a Idade Média e, ainda hoje, continuam despertando paixões, como o tão célebre como polêmico “Código da Vinci”.

A questão em torno de um monarca divino, representante de um Centro Espiritual único e universal, foi descrita e estudada, entre outros, desde o século dezenove, por Ferdinand Ossendowski, Alexandra David-Neel, Saint-Yves d’Alveydre, Nicholas Roerich e René Guénon, alguns dos quais já falei, aqui e ali, nesta coluna. Todos eles, autores consagrados, cujas obras continuam sendo reeditadas, uma após a outra, na Europa, nas Américas e em outros lugares; e o Brasil não é exceção. Índia, Tibete, Israel e Egito são as principais fontes de onde emerge um Mistério com diversos nomes, personagens e faces, mais ou menos diferentes, mais ou menos próximas, mas falando de uma só verdade.

Durante mais de 4.000 anos, o Egito praticou uma forma de governo teocrático, na qual religião, poder e espiritualidade se confundiam, antes do advento dos últimos Ptolomeus e do cesarismo romano, que deu o golpe derradeiro no antiqüíssimo reino do Nilo, a “morada dos deuses”. Um fragmento dos “Textos das Pirâmides”, citado pelo egiptólogo e autor Christian Jacq, em

“Poder e Sabedoria no Antigo Egito”, coloca Nut, a deusa do Céu, falando do faraó: “O rei é como o meu filho mais velho / Que abre o meu ventre / Ele é aquele que eu amo / Eu estou em harmonia com ele”. Um papiro de Abydos, também, citado por Jacq, coloca o rei (faraó) como aquele que fala a linguagem dos deuses e a transmite aos seres humanos. O rei, ele mesmo, é a “Grande Morada” (Per-âa), onde o Ser divino, Um e múltiplo, reside em realeza: “Eu celebrarei os ritos em todos os lugares / … / enquanto os deuses estiverem sobre a terra”. Estamos falando de textos com cerca de 5.000 anos. Porém, a realeza egípcia, ainda que impregnada do Sagrado, não era mais do que o reflexo visível dos deuses ocultos, sobretudo de Osíris, que reinava sobre os Imortais nos reinos luminosos e subterrâneos do Amenti: eis porque ele era o julgador dos mortos. E o faraó é sempre Hórus, o filho de Osíris, que renasce e pontifica em nome de seu pai, sempre oculto. É de notar que esse “reino interior” nada tem a ver com o Inferno católico, lugar de dor e perdição, este radicado obscuramente em algumas tradições judaicas, através da crendice e da superstição.

Também, no Tibete e na Mongólia, o rei-pontífice, que, como Osíris no antigo Egito, rege os mortais e os Imortais a partir de um lugar interior e luminoso, é Rigden-Jyepo, senhor de

Shamballah, morada dos Deuses, cujo significado literal é, justamente, “monarca universal”, entre outras designações equivalentes, derivadas da tradição original hindu, tanto védica como budista, mais tarde: Padmapani Chenrazi, Avalokiteshvara, Sanat Kumara, embora esta última, apesar de muito difundida no Ocidente, se confunda com outra, e careça de alguma precisão.

Em Israel, a tradição de um “Santo dos Santos” passou discretamente ao Cristianismo e não lhe foi dada muita importância, porque não se sabia ao certo seu lugar no labirinto do dogma, arquitetado por simples mortais: trata-se de Melki-Tsedek ou Melquisedeque, “Sacerdote do Altíssimo” e “Rei de Salém”, personagem, que o mesmo René Guénon examina com extremo detalhe em sua obra “O Rei do Mundo”, publicada em 1927. Nas Escrituras

cristãs, encontram-se breves, mas significativas referências a esse misterioso quanto excelso personagem: no Gênesis (14,18), nos Salmos (110) e na Epístola aos Hebreus, de São Paulo (5, 6 e 7), que conhecia bem as Escrituras judaicas. Saint-Yves d’Alveydre, em suas pesquisas da mesma tradição universal na Índia, também, encontra o “Chefe Supremo da Agartha”, o esplendoroso e espiritual reino subterrâneo, com o nome de Chakravarti, ou Brahmatmâ, o supremo pontífice universal.

Como existe mais mundos…acredito que vale a pena aprofundar o assunto na próxima ocasião.

*Alberto Vieira - M∴I∴ - 15º- é membro da ARLS Ciência e Trabalho, nº 30, GOSC, Or. de Tubarão-SC. É membro da Sociedade Brasileira de Eubiose desde 1976, onde é instrutor e facilitador de uma rede em Educação, Ciência, Arte, Filosofia e Espiritualidade. É administrador universitário, autor, livre-docente e pesquisador. Mestrado em Educação e graduado em Administração, e currículo profissional na Europa, em África e no Brasil.

TrabalhosTrabalhos____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Alguns Aspectos Históricos da MaçonariaAlguns Aspectos Históricos da MaçonariaFernando Ariel Barbosa

presente despretensioso resumo tem o objetivo de difundir, um pouco mais, a Maçonaria e sua caminhada

através da história da humanidade. Apenas, um mínimo de aspectos foi aqui abordado, pois a história é vasta, e inúmeros autores, maçons ou não, têm se debruçado sobre o tema, podendo encontrar-se obras até mesmo em sebos e bancas de jornal e revistas, ao redor do mundo, à disposição de quem se interesse.

OO

Assim, espera o signatário, auxiliar na compreensão de como veio a Maçonaria até nossos dias e da sua busca do aperfeiçoamento do homem e, conseqüentemente, da sociedade na qual está inserida, uma sociedade mais fraterna e tolerante.

A Maçonaria, como é conhecida hoje, tem seu formato basicamente definido a partir do Séc. XVIII, quando é formada a Grande Loja Unida da Inglaterra, em Londres, em 1717.

Essa Grande Loja é constituída por quatro oficinas já bastante antigas. Os maçons, que integravam os quadros dessas lojas, se denominavam pedreiros livres, guardiões dos antigos segredos dos mestres construtores de templos (catedrais).

Assim se auto-intitulavam, pois buscavam, nas antigas “guildas” (ordens de construtores, também, conhecidas como maçonaria operativa), instituições, surgidas antes da Idade Média, a associação entre os construtores de templos, ofício, que demandava especializado conhecimento prático e esotérico, transmitido, apenas, de forma verbal. Dão testemunho disso a maioria das igrejas, espalhadas por toda a Europa e, mais tarde, pelo resto do mundo.

A Maçonaria sofre grande influência do Iluminismo.

À medida que essas organizações foram introduzindo pessoas (maçons aceitos), que tinham outros ofícios, que não o de pedreiro, e, normalmente, grande conhecimento em diversas áreas, acrescentou-se a denominação de “aceitos” aos chamados maçons antigos livres.

Um dos milhares de exemplos pode ser associado ao nome do genial compositor e músico Wolfgang Amadeu Mozart. No Séc. XX, em 1945, o Presidente dos EUA, o Maçom Harry S. Truman, encerrada a 2ª Guerra Mundial, resolveu nomear, para receber a capitulação do governo japonês, o General Maçom Douglas MacArthur.

Com o surgimento da 1ª Constituição (de Anderson) em 1723, associada aos antigos Landmarks e Old Charges – normas de comportamento ditas imutáveis, iniciou-se o processo de uniformização, mesmo com algumas pequenas diferenças ritualísticas, que variavam de país para país.

Em seguida, adotaram-se os chamados graus simbólicos, cada um com procedimento próprio e sempre com a intenção de propiciar ao maçom o seu próprio aperfeiçoamento, através da construção do seu Templo Interior, melhorando-se como pessoa, dia após dia.

Para instruir todo Iniciado em cada rito de passagem, que se segue, os maçons foram buscar as noções de Fraternidade, Igualdade e Liberdade, que levam à espiritualização, na simbologia antiga, desde os mistérios egípcios, passando pelos Vedas do Hinduísmo, Torá dos Judeus, Budismo, Antigo Testamento da Bíblia, os Rosa-Cruzes, entre outros.

Buscou-se, também, o conhecimento das diversas ciências, como Astronomia, Matemática (Geometria Euclidiana), Lógica, Arquitetura, Filosofia, Música, etc.

Uma das primeiras lições transmitidas traz a representação da Escada de Jacó, tal como menciona o Antigo Testamento da Bíblia, demonstrando que o trabalho de escalá-la é contínuo e permanente, pois o maçom busca a iluminação do espírito, através do estudo e do conhecimento, sendo-lhe lícito, como livre pensador, usar dos meios necessários e idôneos para tal.

A construção do Templo Interior, à semelhança do antigo Templo de Salomão, idealizado por Davi, Rei de Israel, visa apresentar ao neófito o mestre construtor, bem como os utensílios necessários, com os quais irá trabalhar. Assim, da mesma forma que se procedia à edificação de um templo físico, os maçons foram agregando mais conhecimentos, que lhes possibilitava, de forma simbólica, mas racional, paulatina e didática, a construção de um novo homem, sempre cada vez melhor.

A Maçonaria começa a ser divulgada com mais intensidade, nos moldes da Revolução Francesa, de 1789, através do trinômio Liberdade, Igualdade e Fraternidade.

Os movimentos, que propugnavam pela independência do Brasil do jugo de Portugal, assim como o fim da escravidão, têm diversos representantes, dentre os quais o mais conhecido é o da Conjuração Mineira. Joaquim José da Silva Xavier, bem como muitos outros integrantes da Conjuração Mineira eram maçons em plena atividade.

Mais tarde, surge a figura de José Bonifácio de Andrada e Silva, do Clã dos Andradas, tutor, amigo e conselheiro de Dom Pedro I. José Bonifácio, Grão-Mestre do Grande Oriente do Brasil, com forte ascendência sobre o Imperador Dom Pedro I, ministra-lhe, desde sua juventude e com o passar dos anos, os conceitos alardeados pela Revolução Francesa de Fraternidade, Igualdade e Liberdade.

Dom Pedro I, tendo sido Iniciado na Maçonaria, perfeitamente sintonizado com o espírito libertário e de justiça, que deve nortear o maçom, e estando contrariado em ver o Brasil-colônia ser, impiedosamente, saqueado de seus bens naturais, como minérios, pedras preciosas, madeiras de rara qualidade, açúcar, entre outros, sem que qualquer contrapartida ou retorno fosse oferecido, declara a Independência do Brasil em relação a Portugal.

No Séc. XIX, em 1835, a Revolução Farroupilha tenta a separação da Província de São Pedro do Brasil Imperial, constituindo a República Piratini, mais tarde acrescida por Santa Catarina.

Os líderes dessa Revolução, entre eles, Bento Gonçalves, Giuseppe Garibaldi, Neto e David Canabarro, eram maçons e empunharam armas, por entenderem que a Província era constantemente discriminada pelo Poder Central do Império, privilegiando os estados mais próximos do Poder, integrado por São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Bahia.

Os Farroupilhas desejavam igualdade de tratamento. Além da rica história, que nos foi deixada, marcas e símbolos como os da bandeira Gaúcha, as colunas do Templo de Salomão e os dizeres Liberdade, Igualdade e Humanidade,

balizando o comportamento de governantes e governados, também, são legados desse movimento.

É, também, de fundamental importância mencionar que, entre os soldados, que integravam o Exército Imperial, estavam maçons célebres.

A história do Brasil possui nomes como Manuel Luiz Osório (General Osório – Marquês do Herval), Luiz Alves de

Lima e Silva (Duque de Caxias), que assinou a Paz do Ponche Verde com os Farroupilhas.

A proclamação da República, também, teve a atuação e a influência de Maçons: Benjamin Constant e o Marechal Deodoro da Fonseca, este Iniciado na Loja Simbólica Rocha Negra nº1, na cidade de São Gabriel, quando ali estava servindo ao Exército.

Nos dias atuais, muitas pessoas, famosas ou não, da sociedade, têm sido maçons.

Além das mais diversas profissões, ainda, podemos destacar políticos, servidores públicos, filósofos, artistas, sociólogos e, no Rio Grande do Sul, os governadores Alceu Collares e Germano Rigotto.

Não existe mais uma maçonaria secreta. Alguns dos mistérios, que o maçom busca desvendar, são os do seu próprio inconsciente, esse grande desconhecido. A simbologia, que a Arte Real trouxe da antiguidade,

refletindo todo o conhecimento alcançado pela humanidade, nada mais é do que o ferramental, do qual o Iniciado se serve para a construção do seu Templo Interior.

A Maçonaria não recebe e nem tem homens perfeitos, ao contrário, são pessoas que, tendo consciência de si, procuram a LUZ que lhes possa mostrar o caminho (longo) até o Grande Criador.

ReflexõesReflexões__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

O Tamanho das PessoasO Tamanho das PessoasWillian Shakespeare

s tamanhos variam conforme o grau de envolvimento... Uma pessoa é enorme para ti, quando fala do que leu e

viveu, quando te trata com carinho e respeito, quando te olha nos olhos e sorri.

OOÉ pequena para ti, quando só pensa

em si mesma, quando se comporta de uma maneira pouco gentil, quando fracassa justamente no momento, em que teria que demonstrar o que há de mais importante entre duas pessoas: a amizade, o carinho, o respeito, o zelo e até mesmo o amor.

Uma pessoa é gigante para ti, quando se interessa por tua vida; quando procura alternativas para o teu crescimento; quando sonha junto contigo. E pequena, quando se desvia do assunto.

Uma pessoa é grande, quando perdoa, quando compreende, quando se coloca no lugar do outro, quando age não de acordo com o que esperam dela, mas de acordo com o que espera de si mesma.

Uma pessoa é pequena, quando se deixa reger por

comportamentos da moda.Uma mesma pessoa pode aparentar grandeza ou

miudeza dentro de um relacionamento, pode crescer ou decrescer num espaço de poucas semanas.

Uma decepção pode diminuir o tamanho de um amor, que parecia ser grande. Uma ausência pode aumentar o tamanho de um amor, que parecia ser ínfimo.

É difícil conviver com esta elasticidade: as pessoas se agigantam e se encolhem aos nossos olhos. O nosso julgamento é feito não através de centímetros e metros, mas de ações e reações, de expectativas e frustrações.

Uma pessoa é única ao estender a mão, e, ao recolhê-la inesperadamente, torna-se mais uma.

O egoísmo unifica os insignificantes.Não é a altura, nem o peso, nem os músculos que

tornam uma pessoa grande... É a sua sensibilidade, sem tamanho...

BoasDicasBoasDicas________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Sites Sites Conheça os sites: www.livrosmaconicos.com - Livros maçônicos e www.entreirmaos.net - o site da Família Maçônica.

LivrosLivros Indico o livro “Reflexões Maçônicas” de autoria do Irmão Jorge Tavares Vicente, editado pela editora Marques Saraiva.

Arte Real – Edições Anteriores Arte Real – Edições Anteriores Já se encontram disponíveis para download as edições anteriores do Arte Real no site www.entreirmaos.net

Obrigado por prestigiar nosso trabalho. Temos um encontro marcado na próxima edição!!!

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cultura maçônica, sendo distribuída, diretamente, via Internet, para cerca de 11.000 e-mails de Irmãos de todo o Brasil e, também, do exterior, além de uma vasta redistribuição em listas de discussões, sites maçônicos e listas particulares de nossos leitores.

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Revisão: João Geraldo de Freitas CamanhoColaboradores nesta edição: Alberto Vieira – Fernando Ariel Barbosa – KurtProber – William ShakespeareEmpresas Patrocinadoras: Arte Real Software – CH Dedetizadora – CONCIV Construções Civis - CFC Objetiva Auto Escola - Jorge Vicente – López yLópez Advogados - Maqtem- Maurílio Advocacia – Santana Pneus – Studio 3008Sul Minas Lab. Fotográfico. Contatos: [email protected] Skype – francisco.feitosa.da.fonseca - MSN – [email protected]ção gratuita via Internet.

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