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Capitulo sobre Gestão de Pessoas do Diagnóstico Organizacional - TCC
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4 GESTÃO DE PESSOAS
Há algumas décadas atrás o modelo de gestão utilizado em grande parte das
organizações funcionava de maneira em que os gestores delegavam funções para
serem executadas sem que houvesse espaço para que os funcionários
desenvolvessem o aprimoramento intelectual. Dessa forma, o foco estabelecido
prioritariamente era PRODUÇÃO, seja ela de serviço ou produto, seguida do
LUCRO. Assim a escala hierárquica de forma verticalizada restringia os gerentes às
responsabilidades relativas á apenas seus setores, ocasionando um
comprometimento significativo na integração.
Com uma história bem recente, a Administração ganhou seu espaço em
meados do século XX. Sofrendo forte influência de filósofos como Platão, Sócrates e
Aristóteles, foi criada diante da necessidade de melhorar a forma de como gerir.
Naquela época as organizações existiam em menor número e eram menores e em
maioria trabalhavam por conta própria, portanto não era necessário um modelo mais
complexo de administrar os negócios que geralmente prosperavam em família.
Contudo, os anos passaram e acompanhados de mudanças as necessidades
continuavam as mesmas, ou seja, fazer com que as os negócios expandissem e
gerassem lucro.
Com mudanças acontecendo á nível mundial, sejam elas de caráter
tecnológico, comportamental ou econômico, as organizações estão sendo
impactadas diretamente, e assim foi percebida a necessidade de renovar o modelo
de gestão utilizado. Uma das categorias que tem ganhado atenção especial é a
gestão de pessoas.
A partir dos anos 80, o ambiente dos negócios passa a exigir mais da
empresas. A competitividade aumenta e junto com ela para manter-se no mercado
torna-se necessário ser criativo e inovador. Diante desse contexto, os gestores
começaram a observar que para aumentar a produtividade, seus funcionários
deveriam estar mais envolvidos e não somente trabalhar para cumprir metas. “Vestir
a camisa” (expressão bastante utilizada no meio) deixou de ser apenas mais um
jargão da cultura administrativa e passou de fato a ser exercida de forma concisa,
porém eficaz.
A partir dessa concepção, os funcionários (antes também chamados de
empregados) passaram a ser vistos como colaboradores, visto que, suas idéias
ganham credibilidade. Tachizawa, Ferreira e Mello (2001, p. 11) afirmam que após
esses fatos, antes tidos apenas como concepções, agirão primeiramente nas
pessoas que estão á frentes de seus funcionários, de modo que “(...) sua
capacitação passou a incluir disciplinas voltadas para a área do comportamento,
condição fundamental para que pudessem se comunicar melhor com os
subordinados, compreendendo melhor seus problemas pessoais.”
Assim surge a Gestão de Pessoas que na visão de Vergara (1999, p. 09) “é
um tema de maior importância. Primeiro, porque é no interior das empresas que
passamos a maior parte de nossas vidas. Segundo, porque as empresas podem ser
tudo, mas nada serão se não houver pessoas a definir-lhes a visão e o propósito
(...)”.
Chiavenato (2002, p.73) mostra-se concordante afirmando que:
as organizações dependem de pessoas para proporcionar-lhes o necessário planejamento e organização, para dirigi-las e controla-las e para fazê-las operar e funcionar. Não há organizações sem pessoas. Toda organização é constituída de pessoas e delas depende para seu sucesso e continuidade.
Portanto, a gestão de pessoas tem como intuito estabelecer uma relação
estável e produtiva entre o capital e o trabalho levando em consideração como fator
primordial, a satisfação do funcionário.
5 ERA DA INFORMAÇÃO
No passado, a maioria das organizações possuía características como:
centralização do comando por meio da hierarquia; cargos definitivos; departamentos
funcionais com objetivos específicos, configurando um modelo estático no qual não
se previa mudança e flexibilidade. Neste modelo tradicional, era como se o mundo
permanecesse estático sem sofrer mudanças.
Mas os tempos mudaram e o mundo encontra-se na era da informação, em
que a interação entre os mercados acontece em tempo real e as transformações
políticas, tecnológicas, econômicas e sociais se apresentam como fatores capazes
de promover a seleção natural nas organizações. A tecnologia tem sido um dos
principais motivos para que as empresas passem por constantes mudanças, afinal,
novas tecnologias são aprimoradas e inventadas a cada dia. Porter (1992, p.154)
assegura que “a tecnologia está contida em toda atividade de valor em uma
empresa, e a transformação tecnológica pode afetar a concorrência por seu impacto
sobre quase todas as atividades”.
Cabe as organizações assimilarem novos conceitos e aprenderem por meio
das pessoas, valores e sistemas que lhes permitam mudar e buscar a melhoria de
seu desempenho. Criatividade e inovação são requisitos que o mercado exige para
que as organizações mantenham-se competitivas e em desenvolvimento continuo.
Chiavenato (2003, p. 16) diz que:
Com o uso das telecomunicações, do computador e do transporte, as organizações estão internacionalizando suas operações e atividades. A tecnologia proporciona eficiência maior, precisão maior e a liberação da atividade humana para tarefas mais complicadas que exijam planejamento e criatividade. A tecnologia introduzirá novos processos e instrumentos que causarão impactos sobre as organizações.
A gestão empresarial, ao longo dos anos vem naturalmente evoluindo, dessa
forma, por cada etapa que passou, tinha um objetivo diferente que correspondia ás
necessidades de mercado da época.
No caso da Produção em massa, como sugere o próprio nome, a ordem era
produzir em longa escala, preconizando a diminuição de gastos. Em torno de 1920 á
1949, as empresas não possuíam maiores interesses quanto ao cliente, a não ser,
tão somente proporcionar-lhes produtos para a compra.
A partir de 1950 até 1988, a preocupação em produzir ainda era presente, só
que percebeu-se a ausência de controle sobre o que se era produzido. Então surgiu
a importância de um controle administrativo que seria responsável por tarefas como
o planejamento e orçamento, além de outras tarefas. Essa é a chamada Era da
Eficiência.
Em meados de 1970 á 1989, o foco das organizações começaram a sofrer
mudanças significativas, uma vez que, antes a preocupação girava em torno apenas
do que se era oferecido os clientes, produtos e/ou serviços. Em vista desse novo
ponto de vista, o cliente passou a representar muito mais do que um comprador.
Além de seu poder de compra, entendeu-se que a satisfação dos clientes era tão
importante quanto adquirir o que era oferecido pelas empresas. Passamos agora a
Era da Qualidade.
Com a Era da Competitividade assumindo as “rédeas” do mercado a partir
dos anos 90, o maior esforço das empresas não se resumia a vender seu produto
aos clientes, mas encontrar seu diferencial para sobreviver no mercado agora muito
mais competitivo. A diferença para os anos anteriores tornava-se cada vez mais
perceptíveis. Um exemplo simples pode ser citado através dos supermercados, já
que em uma prateleira é comum encontrar um mesmo produto variando em
inúmeras marcas.
O mercado tornando-se cada vez mais competitivo, para continuarem ativas
em seus segmentos, as organizações entenderam que devem acompanhar as
mudanças impostas pelo mundo em que vivemos. Assim, a forma de gestão tem se
mostrado mais flexíveis e preocupadas com o bem-estar não somente com aqueles
que adquirem o seu produto, mas com aqueles que os produzem.
6 CLIENTES
6.1 Clientes externos
6.2 Clientes internos
6.3 A importância de um cliente
7 DESENVOLVIMENTO DE PESSOAS
Quanto ao desenvolvimento, funciona como uma espécie de aprimoramento
visando alcançar níveis superiores aos que se encontra, isto é, um sistema que onde
o crescimento profissional passa a ser o foco principal.
Revivendo o contexto de algumas décadas atrás deparamo-nos com uma
organização mecanísticas, ou seja, liderada por procedimentos burocráticos que
geravam uma rotina repetitiva, sem espaço para novas idéias desencadeando
deficiência na produtividade.
Facilmente identificada por fatores característicos, à organização mecanística
funciona com cargos ocupados por especialistas sustentando a idéia de possuir as
atribuições divididas especificamente. As informações são passadas obedecendo ao
nível hierárquico de baixo para cima, processo diferente este da tomada de decisões
que justamente acontece de modo inverso.
Percebendo que coordenando os funcionários desta forma a rentabilidade dos
mesmos estava sempre oscilando e comprometendo o desenvolvimento de algumas
funções assim afetando significativamente os lucros das empresas, em 1962 vários
autores perceberam a necessidade de desenvolverem um conjunto de idéias
buscando potencializar a relação do homem, ambiente e organização. O método
anteriormente utilizado para administrar os cargos objetivava a realização das
tarefas de acordo com as regras estabelecidas e fixadas nos limites de obedecer e
executar as ordens hierárquicas.
Apoiando-se na cultura organizacional, cada empresa procurou estabelecer
uma forma de gerir tendo como base conceitos e valores. Até aí nada de errado,
porém ao longo dos anos, percebeu-se a insatisfação dos funcionários,
conseqüência não específica da falta de estímulos, mas também da não valorização
quanto à qualificação dos mesmos.
Com o mundo sofrendo constantes mudanças tornou-se imprescindível a
implantação de outra forma organizacional. Diante disso, as organizações mudaram
a forma de estabelecer o poder. De escala hierárquica vertical, observou-se uma
estrutura de trabalho dividida horizontalmente. Assim, os cargos passaram a não ser
limitados á atividades específicas, mas sim a constantes ajustes e adaptações de
acordo com a demanda do setor requerente. Utilizando-se deste novo método,
fatores precursores para o sucesso desse novo modelo foram: a priorização da
comunicação, espaço para novas idéias (independente do cargo), incentivo e
valorização dos clientes internos. Com o mundo em constante desenvolvimento,
Chiavenato, (1999, p. 317) observou que “isto requer mudanças em produtos e
serviços, métodos e processos, equipamentos e tecnologia, estrutura organizacional
e cargos e, sobretudo, comportamento das pessoas”.
Desse modo, conseguiu-se uma minimização na escala hierárquica ajustando
antigos paradigmas estabelecidos para as necessidades do mercado atual.
Portanto, investir no desenvolvimento de pessoas na verdade trata-se de
realizar um investimento na qualidade de serviços oferecidos ao cliente, não
esquecendo que este benefício deve ser recebido como um todo, uma vez que os
resultados decorrem das atividades em coletividade.
6.1 Métodos de Desenvolvimento de Pessoas
Diante da observação realizada detectou-se a importância de investir no
quadro funcional das organizações valorizando e capacitando a mão-de-obra. Tendo
em vista este fato, técnicas visando desenvolver habilidades no cargo e fora do
cargo dispõem-se no quadro abaixo:
HABILIDADES PESSOAIS NO CARGO
Métodos O que é
Rotação de cargos
Consiste em manter a rotatividade dos
funcionários a fim de proporcionar maior
conhecimento sobre as operações realizadas
no interior da organização.
Posições de assessoria
Funciona como uma espécie de monitoria,
onde um funcionário realiza provisoriamente
algumas atividades supervisionadas por um
gerente.
Aprendizagem prática Desenvolvida através de cooperação deve-se
realizar uma análise e buscar a então
Fig.02 - As seis fases da mudança organizacional. Fonte (CHIAVENATO, 1999).
resolução do problema.
Atribuição de comissões
Vista como uma oportunidade permite ao
beneficiado a possibilidade de tomada de
decisões em comissões temporárias.
Participação de cursos e seminários externos
Uma prática ainda bastante utilizada expõe os
participantes às inúmeras experiências, sendo
que trazidas e aplicadas no meio profissional
virão a somar na rentabilidade do mesmo.
Exercícios de simulação
Como propriamente descrito pelo nome, trata-
se de uma técnica onde são estudados
situações reais (ou não) para que os
participantes possam criar um ambiente similar
e assim buscar resolver os problemas no caso
apresentado.
Treinamento (outdoor) fora da empresa
Método comumente utilizado por empresas de
T&D tem como foco principal determinar a
importância do trabalho em equipe e fazer com
que o mesmo seja incorporado nas tarefas
cotidianas.
Estudo de casos
Diferencia-se do exercício de simulação por
tratar-se de problemas reais da empresa em
qual trabalha.
Jogos de empresa
(management games ou business games)
Trabalha com o objetivo de realizar uma
competição saudável entre equipes internas
através da apresentação computadorizada de
situações simuladas ou reais.
Centros de desenvolvimento internos
(in-house development centers)
Funciona como uma espécie de ilha situada
dentro da própria empresa buscando
desenvolver e/ou melhorar habilidades
pessoais.
HABILIDADES PESSOAIS FORA DO CARGO
Métodos O que é
Tutoria Bastante visada por aqueles que desejam
ganhar promoções, devem desenvolver as
tarefas estipuladas pelo tutor aonde é
concedido ao tutor à tarefa de ser
coaching/mentoring onde significa ter um papel
de orientador e guia para o funcionário.
Aconselhamento de funcionários
Com procedimentos quase igualitários a tutoria,
o aconselhamento na verdade é possibilitar ao
funcionário ser assistido pelo gerente quanto
ao seu desempenho no cargo.
Referências Bibliográficas
VERGARA, Sylvia Constant. Gestão de Pessoas. São Paulo: Atlas, 1999.
GIL ...
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração: uma visão abrangente da moderna administração das organizações. 7 ed. ver. e atual. 4a reimpressão – Rio de Janeiro: Elsevier, 2003.
PORTER, Michael E. Vantagem competitiva : Criando e sustentando um desempenhosuperior. Tradução por Elizabeth M.P.Braga; revisão técnica de JorgeA.Garcia Gomes 4.ed. Rio de Janeiro : Campus, 1992.