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Fundo de Pensões Aberto Banif Previdência Empresas, fp Relatório e Contas Anual 2011

Fundo de Pensões Aberto Banif Previdência Empresas, fp ... · consumo público, por seu turno, ... anunciou a “operação twist”, que consiste na troca de dívida de curto prazo

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Fundo de Pensões Aberto

Banif Previdência Empresas, fp

Relatório e Contas Anual

2011

Fundo de Pensões Aberto Banif Previdência Empresas, fp – Relatório e Contas Anual 2011 2

Índice 1 Enquadramento Macroeconómico ................................................................................................ 3

1.1 Conjuntura Internacional .................................................................................................... 3 1.2 Desenvolvimento nas principais economias .......................................................................... 4 1.3 Conjuntura Nacional ........................................................................................................... 8

1.3.1 Procura e Oferta .............................................................................................................. 9 1.3.2 Evolução dos Preços ...................................................................................................... 14 1.3.3 Necessidades de Financiamento da Economia.................................................................. 14 1.3.4 Política Orçamental ........................................................................................................ 15

1.4 Sistema Financeiro ........................................................................................................... 17 1.4.1 Estabilidade Financeira................................................................................................... 17 1.4.2 Mercados Monetário e Cambial ....................................................................................... 19 1.4.3 Mercados de Obrigações ................................................................................................ 20 1.4.4 Mercado de Acções ........................................................................................................ 21

2 Relatório de Gestão .................................................................................................................. 23 2.1 Composição da carteira a 31/12/2011................................................................................ 23 2.2 Alterações com impacto na gestão do fundo de pensões..................................................... 24 2.3 Política de investimento: objectivos e princípios ................................................................. 31 2.4 Cumprimento dos princípios e regras prudenciais ............................................................... 33 2.5 Comparação dos limites de exposição e da alocação estratégica com a alocação actual ........ 34 2.6 Evolução da estrutura da carteira de investimentos ............................................................ 34 2.7 Rendibilidade e níveis de risco do fundo de pensões........................................................... 38 2.8 Benchmarks de performance e resultados.......................................................................... 40 2.9 Gestão dos riscos materiais a que o fundo se encontra exposto .......................................... 42 2.10 Utilização de produtos derivados ....................................................................................... 46 2.11 Valor actual das responsabilidades passadas obtidas pelo cenário de financiamento ............. 46 2.12 Nível de cobertura das responsabilidades passadas obtidas pelo cenário de financiamento ... 49

3 Demonstrações Financeiras....................................................................................................... 52 3.1 Demonstração da Posição Financeira ................................................................................. 52 3.2 Demonstração de Resultados ............................................................................................ 53 3.3 Demonstração de Fluxos de Caixa ..................................................................................... 54 3.4 Notas às Demonstrações Financeiras ................................................................................. 55

1 Identificação do fundo de pensões, planos de pensões, associado e entidade gestora ....... 55 2 Alterações aos planos de pensões ocorridas no exercício.................................................. 56 3 Bases de apresentação e principais políticas contabilísticas............................................... 56 4 Métodos de avaliação de terrenos e edifícios ................................................................... 59 5 Regime fiscal aplicável ao fundo de pensões ................................................................... 59 6 Riscos associados à carteira de investimentos ................................................................. 61 7 Inventário dos investimentos a 31/12/2011 com indicação do justo valor.......................... 61 8 Investimentos ............................................................................................................... 61 9 Devedores e Credores.................................................................................................... 62 10 Acréscimos e Diferimentos ............................................................................................. 62 11 Contribuições ................................................................................................................ 63 12 Benefícios pagos............................................................................................................ 65 13 Ganhos líquidos dos investimentos.................................................................................. 69 14 Rendimentos líquidos dos investimentos ......................................................................... 69 15 Outros rendimentos e ganhos......................................................................................... 70 16 Outras despesas ............................................................................................................ 70 17 Transacções envolvendo o fundo e o associado ou empresas com este relacionadas.......... 70 18 Garantias por parte da entidade gestora ......................................................................... 71

4 Certificação do Revisor Oficial de Contas do Fundo de Pensões ................................................... 72 5 Anexos .................................................................................................................................... 73

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1 Enquadramento Macroeconómico

1.1 Conjuntura Internacional

O ano de 2011 foi marcado pelo abrandamento do ritmo de expansão das principais economias mundiais,

após a recuperação económica verificada em 2010. De acordo com o FMI, a economia global terá

crescido 3,8% em 2011, face a um crescimento de 5,2% em 2010, tendo o crescimento sido mais

acentuado nos países emergentes e mais moderado na generalidade das economias avançadas.

Evolução do PIB Mundial

-4

-2

0

2

4

6

8

10

2006 2007 2008 2009 2010 2011

Economia Mundial

Economias Avançadas

Economias Emergentes e em Desevolvimento

Fonte: World Economic Outlook, FMI

Apesar da redução do ritmo de crescimento, a sustentabilidade do ciclo de expansão foi ainda

condicionada por um conjunto de factores temporários, de entre os quais: i) os efeitos do terramoto e

consequente tsunami no Japão; ii) a crise política em países do Norte de África e Médio Oriente, em

particular na Líbia, e os efeitos ao nível do preço do petróleo; e, iii) o agravamento crise de dívida

soberana ocorrida na Zona Euro, com o contágio para a economia portuguesa e, na segunda metade do

ano, para as economias espanhola e italiana.

A crise de dívida soberana que afecta os países da Zona Euro começou no final do ano de 2009 na Grécia

e propagou-se no início de 2011 para Portugal, depois de ter obrigado a Irlanda a um pedido de ajuda

externa no final de 2010. A desconfiança dos mercados financeiros relativamente à dívida de Portugal

conduziu ao aparecimento de dificuldades crescentes no financiamento dos agentes públicos e privados e

conduziu o governo a um pedido de assistência financeira à União Europeia, aos países membros da área

do euro e ao FMI no dia 7 de Abril de 2011. No âmbito deste pedido, foi elaborado um alargado

programa de ajustamento económico e financeiro para o período de 2011-14 e que contempla um

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financiamento total de 78 mil milhões de euros. O programa centra a sua intervenção em 3 grandes

áreas:

• Reformas estruturais para aumentar o crescimento potencial da economia; • Estabelecimento de uma estratégia de consolidação orçamental credível; • Desalavancagem ordenada do sector financeiro.

A crise na Zona Euro condicionou o acesso ao crédito por parte das famílias e das empresas, devido às

dificuldades de refinanciamento da banca, e pressionou os governos a anunciar políticas orçamentais

mais restritivas com vista a recolocar as finanças públicas em trajectória sustentável, caso da França, da

Grécia, de Espanha, de Itália e Portugal. Estas medidas contraccionistas condicionam de forma

significativa o processo de recuperação económica em curso. Paralelamente, os governos da Alemanha e

França insistiram na necessidade de envolver os investidores privados nos programas de resgate

financeiros dos países em dificuldade, o que veio agravar ainda mais o sentimento dos investidores.

O aumento da aversão ao risco sentido pelos investidores traduziu-se, em Agosto e Setembro de 2011,

num contágio global em que a elevada volatilidade de mercado afectou igualmente os mercados da Zona

Euro, demais mercados desenvolvidos e os mercados emergentes, com os fluxos de capital a caírem de

forma pronunciada e as divisas a depreciarem face à moeda de refúgio, o dólar norte-americano.

Neste contexto, as economias avançadas registaram em 2011 um forte abrandamento no crescimento

face ao registado em 2010, tendo passado, de acordo com o FMI, de um crescimento de 3,2% em 2010

para 1,6% em 2011. Neste bloco económico, a procura interna tem vindo a desacelerar, com o consumo

privado a ser afectado pelas negativas condições do mercado de trabalho nas principais economias ao

longo de 2011, com níveis de desemprego elevados e modesta criação de emprego. Paralelamente,

regista-se na maioria destes países um processo de desalavancagem das famílias e das empresas, o que

tem afectado tanto o comportamento do consumo privado como o do investimento residencial. O

consumo público, por seu turno, tem sido afectado pela necessidade geral de consolidação das finanças

públicas.

As economias emergentes e em desenvolvimento continuam a liderar o crescimento, apresentando uma

dinâmica mais forte que as desenvolvidas, o que tem contribuído para o aumento do seu peso relativo na

economia mundial. Esta dinâmica superior tem influenciado positivamente o preço de matérias-primas e

a inflação a nível global. Adicionalmente estas economias permanecem com amplo espaço de manobra

ao nível monetário e fiscal que permite compensar um abrandamento da actividade das economias

desenvolvidas que se reflicta negativamente sobre as exportações das economias emergentes.

1.2 Desenvolvimento nas principais economias

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A economia norte-americana perdeu dinâmica em 2011, com o crescimento a desacelerar de cerca de

3% em 2010 para 1,8% em 2011, tendo no entanto registado um desempenho distinto no primeiro e no

segundo semestre do ano. Nos meses finais do ano, beneficiou dos efeitos técnicos positivos que

resultaram da recuperação dos choques negativos sofridos na primeira metade de 2011, em particular

em resultado da subida do preço do petróleo e das quebras do abastecimento da cadeia de produção, na

sequência do terramoto do Japão. Esta recuperação permitiu alimentar um crescimento de cerca de 2,9%

no último trimestre do ano e uma redução da taxa de desemprego, que passou de 9,1% no 3º trimestre

para 8,7% no 4º trimestre. Ao longo do ano a confiança das empresas e das famílias deteriorou-se de

forma marcada, afectada pela elevada volatilidade dos mercados financeiros e pelo downgrade do risco

de crédito soberano.

A Reserva Federal Norte-Americana (FED) optou ao longo do ano pela manutenção das taxas de juro,

tendo sinalizado que estas se iriam manter a níveis reduzidos por um período prolongado. Paralelamente,

continuou com um processo de aquisição de dívida em mercado secundário (vulgarmente designado por

quantitative easing), que havia sido iniciado em Novembro de 2010 e que se prolongou até Junho de

2011, envolvendo um montante aproximado de 600 mil milhões de dólares. Em Setembro, a FED

anunciou a “operação twist”, que consiste na troca de dívida de curto prazo por dívida de médio longo

prazo, com a qual pretende estimular a economia através da redução das taxas de juro de longo prazo.

No final do ano, a Reserva Federal, numa alteração extremamente significativa, decidiu modificar a

política de comunicação, com o objectivo de influenciar a formação de expectativas por parte dos

agentes económicos, que assim poderão mais facilmente interpretar as próximas acções da FED e

contribuir para o sucesso das suas políticas. Entre as principais novidades estão: i) a explicitação e

publicação de um objectivo de médio prazo para a inflação, de 2%; ii) a publicação das projecções dos

membros do comité de política monetária para trajectória das taxas de juro, que aponta para a

manutenção das taxas próximo de zero até finais de 2014.

No continente asiático, a actividade económica permaneceu robusta, mas abrandou no primeiro semestre

na sequência das disrupções na cadeia de produção, sobretudo nos sectores automóvel e de

componentes electrónicos, causadas pelo terramoto e tsunami no Japão. Algumas economias registaram

um abrandamento no crescimento das exportações, tendo embora a procura doméstica continuado a ser

suportada pelo crescimento do crédito e da confiança empresarial e dos fortes mercados de trabalho.

Na economia japonesa, os dados mais recentes apontam para uma contracção do PIB em 2011 de -

0,9%, em virtude da quebra das linhas de abastecimento de matérias-primas e bens intermédios às

indústrias, após o terramoto de Março, e da queda das exportações. O abrandamento externo e a

apreciação do iene têm contribuído para a deterioração da balança comercial, que apresentou em

Dezembro o 9º défice consecutivo em termos ajustados de sazonalidade. No último trimestre o volume

de exportações aumentou para os EUA mas caiu fortemente para a EU e ligeiramente para a Ásia.

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O ambiente externo, em particular as tensões financeiras provocadas pela crise na zona euro, está a

afectar o sentimento empresarial japonês e as empresas estão a reportar o adiamento de decisões de

investimento. Os consumidores, por seu turno, continuam a sustentar a economia, suportados pelo novo

programa governamental para a aquisição de viaturas, assim como pelo aumento do poder de compra

em termos reais, dada a expectativa de continuação da deflação. Paralelamente, o esforço de

reconstrução das infra-estruturas pós-terramoto deverá sustentar a recuperação na primeira metade de

2012.

De acordo com o FMI, a China registou um abrandamento do crescimento em 2011, de 10,4% para

9,2%. Este abrandamento está relacionado com a envolvente externa, sobretudo uma menor procura por

parte da UE, que está a afectar o comportamento das exportações e a uma redução do excedente

comercial. Paralelamente, o investimento imobiliário começou a corrigir fortemente na segunda metade

de 2011. No entanto, com a inflação a cair de forma consistente desde o máximo de 6,5% atingido em

Julho, situando-se em 4,1% em Dezembro, a política monetária alterou-se, passando o foco do combate

à inflação para a estabilização do crescimento. Neste sentido, o Banco da China baixou o rácio de

reservas legais dos bancos e existe ampla margem de manobra para continuar a medidas de estímulo

monetário, assim como a política orçamental, que deverá ser igualmente acomodatícia, com cortes de

impostos e mais despesa na habitação social, segurança social e agricultura.

Os países da América Latina e Caraíbas registaram no seu conjunto um crescimento de 4,6% em 2011, o

que configura um abrandamento face ao crescimento de 6,1% registado em 2010. O crescimento na

região foi forte no primeiro semestre do ano, impulsionado pelas exportações de matérias-primas, mas

onde a procura interna, suportada por políticas acomodatícias e forte influxo de capitais, também

desempenhou papel relevante. Na segunda metade do ano, a dinâmica de crescimento, começou a

moderar-se, com a necessidade de reverter o sentido das políticas económicas e com os efeitos da crise

financeira na Zona Euro. O Brasil deverá ter crescido 2,9% em 2011, significativamente abaixo do

crescimento registado em 2010 (7,5%). Este abrandamento está relacionado com a visível queda da

economia no 2º semestre de 2011, em resultado do efeito desfasado do aumento dos juros na 1ª

metade do ano, da imposição medidas macro-prudenciais, da redução da oferta de crédito por parte do

BNDES e da contenção dos gastos públicos. Adicionalmente, o impacto do ambiente externo sobre a

confiança e da surpresa de inflação sobre o poder de compra real dos salários também tiveram efeito

negativo.

A Zona Euro registou um ano marcado por elevada volatilidade dos mercados financeiros e riscos

crescentes à estabilidade financeira. Os custos de financiamento dos Estados soberanos e dos bancos

aumentaram nos países periféricos e a instabilidade propagou-se, por contágio, a países que até então

tinham permanecido relativamente imunes, como Itália, Bélgica, Espanha, Áustria e até França.

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Após um primeiro trimestre relativamente forte, a actividade económica desacelerou de forma

significativa na segunda metade do ano, tendo a Zona Euro, no seu conjunto, registado um crescimento

de 1,6% em 2011, após um crescimento de 1,9% em 2010. Este abrandamento, que se prolonga para

2012, fica a dever-se a uma combinação de factores, dentre os quais a subida das yields de dívida

soberana, os efeitos sobre a economia real da desalavancagem bancária e os impactos da consolidação

orçamental adicional anunciada pelos vários governos. Estes factores, em conjunto, tiveram impacto

muito negativo sobre a confiança dos consumidores e dos empresários, que afectou também os países

centrais da Zona Euro. A divergência de crescimento entre os vários países europeus acentuou-se em

2011, com alguns países a operarem a níveis próximos dos registados antes da crise (Dinamarca,

Alemanha, Holanda, Polónia, Suécia, entre outros), e outros a níveis marcadamente inferiores, onde se

incluem a periferia da Zona Euro (Grécia, Irlanda, Portugal).

Na Alemanha, apesar de um forte crescimento registado para o conjunto do ano de 2011, de 3%, o PIB

já terá contraído no 4º trimestre do ano, apesar de a procura interna se manter relativamente resiliente e

o nível de emprego continuar a aumentar. Em França, por seu turno, o crescimento situou-se em 1,6%

em 2011, mas a economia finalizou o ano em clima recessivo, afectada pela crise da Zona Euro, pela

perda do rating de AAA e pela incerteza política resultante da realização de eleições presidenciais (cuja

primeira volta se realiza a 22 de Abril de 2012).

Indicadores de Confiança Empresarial na Alemanha

30

35

40

45

50

55

60

65

Mar-06 Jan-07 Nov-07 Set-08 Jul-09 Mai-10 Mar-11 Jan-12

ISM Manuf Alemanha ISM Serviços Alemanha

Fonte: Bloomberg

A Espanha deverá ter registado em 2011 um crescimento moderado, que o FMI estima em 0,7%. A

economia espanhola sofreu, após a cimeira europeia de 21 de Julho na qual se decidiu a participação do

sector privado no novo pacote de resgate à Grécia, um forte ataque por parte dos mercados financeiros,

que especularam sobre a sustentabilidade da trajectória das finanças públicas e sobre a necessidade de o

país ter de recorrer a um pacote de ajuda externa. Esta instabilidade conduziu a eleições antecipadas e à

mudança de Governo, tendo o novo governo anunciado, em Novembro, um novo pacote de medidas de

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austeridade com o objectivo de atingir um défice público de 4,4% do PIB em 2012, que incluem medidas

de corte de despesa e de aumento de impostos que, em conjunto, ascendem a 1,4% do PIB.

Neste contexto, o Banco Central Europeu (BCE) iniciou, durante o primeiro semestre de 2011, o processo

de normalização das condições monetárias após as medidas excepcionais tomadas na sequência da crise

financeira de 2008/09. Assim, o BCE procedeu à subida das taxas de juro directoras em Abril, de 1,00%

para 1,25%, tendo no início de Julho procedido a um novo aumento para 1,50%. Paralelamente, o BCE

continuou, nos primeiros 3 meses do semestre e no contexto da crise da dívida soberana, com o

programa de compra em mercado secundário de dívida de países da Zona Euro com dificuldades de

financiamento, através de operações esterilizadas.

No entanto, o agravamento das condições económicas e a instabilidade dos mercados financeiros durante

os meses de Verão conduziram o BCE a inverter as subidas anteriores, tendo procedido ao corte das

taxas de juro em 50 pontos base (25 pontos em Novembro e Dezembro), colocando-as no mesmo nível

do início do ano, e ao anúncio de novas medidas não convencionais, que incluíram cedências de liquidez

em quantidade ilimitada a taxa fixa pelo prazo de 3 anos (LTRO), a primeira das quais realizada em finais

de Dezembro de 2011 (que envolveu a cedência de cerca de 489 mil milhões de euros por cerca de 523

instituições na Zona Euro), e novas regras de aceitação de colateral nas operações de refinanciamento

dos bancos.

O abaixamento das notações de rating de um conjunto de países da Zona Euro por parte da agência

Standard & Poors, que conduziu à perda do rating de AAA por parte da França e da Áustria implicou a

perda por parte do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF) de cerca de 180 mil milhões de

euros de garantias AAA e a perda do seu próprio estatuto de AAA, o que pode dificultar ainda mais o

apoio aos países sem acesso ao financiamento de mercado. As autoridades estão por isso focadas em

aprovar as regras do Mecanismo de Estabilidade Europeu (MEE), que deverá entrar em funcionamento

em Julho de 2012 (inicialmente previsto para 2013), requerendo para tal alterações aos tratados da UE.

Em paralelo, continuam os avanços para o estabelecimento do chamado “fiscal compact”, que pretende

estabelecer as regras de uma arquitectura institucional estável para a ZE e que inclua, entre outros

aspectos, limites constitucionais (ou em leis de poder reforçado) aos défices e endividamento e o

envolvimento do Tribunal Europeu de Justiça para garantir o seu cumprimento; submissão prévia, para

validação, dos orçamentos nacionais a órgãos de supervisão multilaterais; sistema de sancionamento e

penalização automática para os não cumpridores.

1.3 Conjuntura Nacional

A economia nacional encontra-se condicionada e enquadrada pelo cumprimento das metas acordadas no

plano de financiamento com a UE, os países da zona euro e o FMI, e que pressupõe um processo de

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ajustamento que se deverá caracterizar, em traços gerais, pela conjugação dos processos de

consolidação orçamental e de desalavancagem do sector privado. A sua concretização será

particularmente exigente, não só porque decorre num enquadramento económico e financeiro

internacional adverso, mas também pela persistência de um conjunto de fragilidades estruturais que

contribuem para um baixo crescimento da produtividade tendencial em Portugal.

1.3.1 Procura e Oferta

A conjuntura nacional caracterizou-se, em 2011, pela continuação do agravamento das condições

económicas, que se verifica desde a segunda metade de 2010. Este agravamento é visível na evolução

do PIB, que terá registado uma queda de -1,5% em 2011. A redução da variação anual do produto

deveu-se a uma redução acentuada do investimento e das despesas de consumo final das famílias.

Associado à queda do consumo, verificou-se uma diminuição das importações de bens e serviços,

enquanto as exportações, por seu turno, mantiveram um ritmo elevado de crescimento, o que se

reflectiu num contributo positivo da procura externa líquida. A taxa de desemprego estimada para o

quarto trimestre situou-se em 14%, um nível historicamente elevado.

A forte quebra do consumo privado em 2011, que deverá apresentar pela primeira vez uma variação

inferior à do PIB (diminuindo portanto o seu peso nesse agregado), e o fraco desempenho do

investimento, reflectem o impacto das medidas de consolidação orçamental, a manutenção da situação

adversa no mercado de trabalho, as condições restritivas de financiamento e o abrandamento

significativo do ritmo de crescimento nos principais parceiros económicos.

O desempenho económico em Portugal acentuou o diferencial negativo para o crescimento da zona euro,

que se deverá intensificar nos próximos anos, no contexto do processo de correcção de desequilíbrios da

economia portuguesa. Nos últimos 10 anos, o PIB em Portugal registou taxas de crescimento bastante

reduzidas, que têm acentuado a divergência face à média dos países da Zona euro, sendo estas

acompanhadas por taxas de poupança historicamente baixas e por um aumento do nível de

endividamento da economia.

O consumo privado deverá ter contraído cerca de 3,8% em 2011. Esta evolução é consistente com a

evolução do rendimento disponível real e com a expectativa de redução do rendimento permanente por

parte das famílias. A redução muito acentuada do rendimento disponível real reflecte a redução das

remunerações por trabalhador no conjunto da economia, num contexto em que o nível de emprego

deverá voltar a apresentar uma queda, bem como o impacto das medidas de consolidação orçamental,

onde se destacam a redução de 5% em termos médios das remunerações dos funcionários públicos, o

agravamento dos impostos directos e indirectos e o aumento dos preços de bens e serviços sujeitos a

regulação. A correcção do consumo privado deverá continuar nos próximos anos e deverá traduzir-se

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num processo de reestruturação dos balanços das famílias, num contexto de condições restritivas de

financiamento. Os empréstimos bancários concedidos a particulares apresentam variações negativas

desde meados de 2011, afectados, do lado da procura, pela deterioração das expectativas dos

consumidores acerca da situação financeira futura e, do lado da oferta, pelas dificuldades de

financiamento dos bancos nos mercados financeiros internacionais, decorrente da crise da dívida

soberana e da necessidade de desalavancagem dos respectivos balanços.

Os principais indicadores do consumo apontam claramente a tendência, com a confiança dos

consumidores a atingir -56 em Dezembro e o índice do volume de negócios no comércio a retalho com

uma variação de -10,3% em termos homólogos, em Dezembro. Por componentes, a variação negativa do

consumo privado deverá ser explicada por reduções nos bens correntes e serviços e também, com

particular relevo, na componente de bens duradouros. O consumo de bens duradouros deverá ter

registado uma quebra de cerca de 20%, após um aumento de 10,6% em 2010, justificada pelas

restrições ao financiamento das famílias, pelas alterações das expectativas dos consumidores, pelo

impacto das medidas do programa de ajustamento económico e financeiro e, sobretudo, pela

antecipação de compra no final de 2010 de alguns bens duradouros, em particular veículos automóveis,

associada às alterações na tributação que entraram em vigor no início de 2011, bem como às alterações

no programa do incentivo ao abate a veículos em fim de vida. Em 2011 as vendas de veículos ligeiros

novos de passageiros caíram 60,1% e as importações de bens de consumo (excluindo material de

transporte) caíram 6%. O consumo de bens correntes e serviços, apesar de ter um comportamento

menos volátil, também deverá apresentar uma queda de cerca de 2%, após uma subida de 1,4% em

2010. O consumo público deverá ter registado uma queda em termos reais de 3,3% em 2011, em

consequência da diminuição em volume das despesas com pessoal, do consumo intermédio e das

prestações em espécie.

Confiança dos Consumidores em Portugal e na EU.

-70

-60

-50

-40

-30

-20

-10

0

Dez-01 Mar-03 Jun-04 Set-05 Jan-07 Abr-08 Jul-09 Out-10 Jan-12

Confiança Consumidores EU Confiança consumidores PT

Fonte: Bloomberg

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A formação bruta de capital fixo registou em 2011 uma redução muito acentuada, que no 3º trimestre do

ano se cifrava em 12,0%. Esta evolução está presente tanto na componente pública, em resultado do

processo de consolidação orçamental, como na componente privada, em resultado da deterioração das

expectativas quanto à evolução futura da procura, a elevada incerteza e as condições restritivas de

financiamento, num contexto em que as empresas apresentam um nível de endividamento muito elevado

em comparação com as empresas na zona euro.

Não obstante o forte crescimento do crédito e os baixos custos de financiamento de que Portugal

beneficiou desde o início da década anterior, a FBCF em Portugal registou uma queda acumulada de

31,9% entre 2001 e 2010. O desempenho da FBCF em 2011 prolonga esta tendência, que não estará

associada a factores de natureza cíclica, mas de natureza estrutural. Entre os factores que condicionam

as decisões de investimento por parte das empresas destaca-se o nível de qualificação da mão-de-obra, o

quadro institucional existente, em particular ao nível da flexibilidade dos mercados, e a previsibilidade do

sistema fiscal.

Nos próximos anos, não é de antecipar uma recuperação forte desta componente da procura, ao

contrário do que é típico nos períodos pós-recessivos, já que se encontra em curso o processo de

ajustamento dos balanços das empresas face ao seu elevado nível de endividamento. Paralelamente, a

deterioração das expectativas de crescimento da procura para os próximos anos também condicionam a

evolução da FBCF.

A queda da FBCF em 2011 é transversal a todas as suas componentes, mas assume particular destaque

na FBCF em construção. O indicador de confiança no sector da construção regista os valores mais baixos

desde que o inquérito foi iniciado (1989), as vendas de cimento caíram 19,1% em termos homólogos, em

Dezembro, e a taxa de variação dos empréstimos bancários a empresas dos sectores da construção e

actividades imobiliárias apresenta valores negativos desde o início de 2010. A FBCF em máquinas e

equipamento também registou uma forte queda, visível nas importações de máquinas e outros bens de

capital, que registaram uma queda homóloga de 23,6% em Dezembro, em linha com a evolução do

indicador de confiança na indústria transformadora e nos serviços. No que respeita à FBCF em material

de transporte, a evolução em 2011 reflecte a queda significativa de vendas de veículos comerciais ligeiros

e pesados, com quebras de -4,1% e -68,2%, respectivamente e, em menor grau, a diminuição

significativa de compras de automóveis pelas empresas de rent-a-car.

As exportações de bens e serviços apresentaram-se como a componente mais dinâmica da despesa total,

se bem que se verificou um marcado abrandamento das mesmas no segundo semestre, reflectindo a

evolução da procura externa. De acordo com a informação disponível, as exportações cresceram 6,5%

até ao 3º trimestre (Contas Nacionais do INE). Em termos nominais, as exportações de bens verificaram

uma desaceleração significativa em Dezembro, tendo passado de uma variação homóloga de 16,1% em

Novembro para 4,4% em Dezembro. As exportações de bens para a UE passaram de uma variação

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positiva de 9,8% em Novembro para -1,1% em Dezembro, enquanto as exportações de bens extra-UE

abrandaram de 36,8% para 19,2% no mesmo período, respectivamente. Também o índice de volume de

negócios da indústria para o mercado externo revelou um comportamento similar, tendo registado uma

subida homóloga de 4,4% em Dezembro. Em relação aos mercados de destino, destaca-se a

desaceleração das exportações para Espanha (que representam mais de ¼ das exportações nacionais), e

o forte crescimento das exportações para a Alemanha, Itália e França. Relativamente aos mercados

extra-comunitários, realça-se a recuperação da dinâmica das exportações para os PALOP, com destaque

para Angola (o principal mercado extra-comunitário das exportações portuguesas), após as quedas

registadas em 2009 e 2010.

No que respeita às exportações de serviços, estas apresentaram um dinamismo inferior às exportações

de bens, mas ainda assim registaram um crescimento de 9,5% nos primeiros 7 meses de 2011. Dentro

das exportações de serviços, destacam-se as receitas de turismo (que pesam cerca de 43% do total), e

que registaram um crescimento de 8,6% até Julho, beneficiando da recuperação da procura mundial. Em

particular, as receitas de turismo extra-comunitárias, em particular para o Brasil, revelaram um

dinamismo superior ao das provenientes do conjunto dos países da UE. Por outro lado, a instabilidade no

norte de África também poderá ter influenciado o crescimento das exportações de turismo para França

(+10,3% até Julho).

As importações de bens e serviços, por seu turno, apresentaram uma queda de 2,8% até ao final do 3º

trimestre e deverão ter registado uma queda superior para o final do ano, concomitante com a evolução

das componentes da procura com maior conteúdo importado, como o consumo de bens duradouros e a

FBCF em máquinas e material de transporte.

Na componente de bens, as importações caíram 16,9% em Dezembro, em termos homólogos, tendo a

evolução sido díspar, com uma queda no caso das importações da UE (-22,8%) e uma subida das

importações extra-UE (+6,2%). A queda das importações de bens foi particularmente evidente nos

produtos de média-alta tecnologia, com destaque para a forte queda das aquisições de veículos

automóveis e outro material de transporte. As importações de combustível mantiveram um elevado ritmo

de crescimento ao longo da primeira metade do ano, o que se traduz na evolução das importações

provenientes da Argélia e Nigéria, que registaram um forte crescimento.

Na componente de serviços, as importações registaram um crescimento em termos homólogos (5,7% até

Julho) que reflecte largamente o forte crescimento da componente de serviços financeiros, associada ao

pagamento de comissões e taxas de serviços na sequência do recebimento das tranches do programa de

assistência financeira a Portugal. Nas componentes de serviços mais relevantes na estrutura das

importações, a variação tem sido negativa, com destaque para o abrandamento das importações de

turismo (que pesam 27,2% do total), que cresceram 8,9% em 2010 e apenas 1,1% até Julho de 2011.

Fundo de Pensões Aberto Banif Previdência Empresas, fp – Relatório e Contas Anual 2011 13

Do lado da oferta, os dados do INE até ao 3º trimestre de 2011 mostram uma evolução heterogénea do

Valor Acrescentado Bruto (VAB) por sectores de actividade, com um crescimento do VAB da Agricultura,

Silvicultura e Pescas (1,5%), uma quase estagnação do VAB da indústria, energia, água e saneamento (-

0,1%), uma queda moderada dos serviços (-1,1%) e uma forte queda do VAB da construção (-11,6%).

Em termos acumulados, a redução do VAB no sector da construção é particularmente forte, ascendendo

a cerca de 20% desde 2008. Atendendo à evolução mais recente, observa-se no conjunto de sectores de

actividade alguma reorientação da actividade no sentido dos sectores mais transaccionáveis, o que

decorre do processo de ajustamento da economia portuguesa.

Os indicadores de confiança dos vários sectores de actividade mostram uma evolução descendente para

valores mínimos ao longo do ano, com o sector da construção a atingir níveis historicamente baixos. O

sector da indústria transformadora apresenta uma leitura de -25 em Dezembro de 2011 (-12 em 2010),

do comércio -25 (-5 em 2010), da construção -69 (-47 em 2010) e dos serviços -37 (-9 em 2010).

No que respeita ao mercado de trabalho, os dados do INE referentes ao 4º trimestre de 2011 situam a

taxa de desemprego em 14% (11,1% no 4º trimestre de 2010), situando-se o número de

desempregados em 771 mil, face a uma população empregada de 4.735,4 mil. Relativamente ao

desemprego registado nos centros de emprego, os dados do IEFP mostram uma variação de 11,7% em

2011 face ao ano anterior, afectando um total de 605 mil pessoas (542 mil no final de 2010). O processo

de correcção dos desequilíbrios macroeconómicos em curso na economia portuguesa e a restritividade

das condições de financiamento da economia levam a perspectivar que a evolução do emprego

continuará a ser desfavorável, com impactos negativos sobre a taxa de desemprego.

Evolução da Taxa de Desemprego

0

2

4

6

8

10

12

14

16

Jan-02 Fev-03 Mar-04 Abr-05 Mai-06 Jun-07 Jul-08 Ago-09 Set-10 Out-11

Taxa de Desemprego

Fonte: INE

Fundo de Pensões Aberto Banif Previdência Empresas, fp – Relatório e Contas Anual 2011 14

1.3.2 Evolução dos Preços

A evolução da inflação em Portugal, nos últimos anos, tem sido explicada, fundamentalmente, pela

evolução dos preços do petróleo e de outras matérias-primas nos mercados internacionais, em

detrimento do impacto dos fundamentais da economia. Assim, após uma taxa de inflação média anual

negativa em 2009 (facto inédito nas últimas 3 décadas em Portugal), a taxa de inflação voltou a

apresentar valores positivos a partir de 2010, mantendo-se acima de 3 % desde Janeiro de 2011.

Em Dezembro de 2011, a inflação homóloga situou-se em 3,6% e a variação média dos 12 meses

anteriores ascendeu a 3,7%. O índice harmonizado de preços no consumidor situou-se em 3,5%,

enquanto o IPC subjacente ascendeu a 2,3%.

Os transportes e a habitação, água e electricidade foram as categorias que mais contribuíram para o

aumento da inflação, dada a influência do preço dos produtos energéticos sobre estas. Adicionalmente, a

aceleração dos preços no consumidor foi largamente condicionada pela entrada em vigor de diversas

medidas associadas ao processo de consolidação orçamental, com destaque para o efeito do aumento

em 1 p.p. de todas as taxas do IVA a partir de Julho de 2010 e um aumento adicional de 2 p.p. da taxa

normal em Janeiro de 2011, bem como o preço de alguns bens e serviços sujeitos a regulação.

Evolução da Inflação em Portugal e na Zona Euro

-2

-1

0

1

2

3

4

5

Fev-02 Mai-03 Ago-04 Nov-05 Fev-07 Mai-08 Ago-09 Nov-10 Fev-12

IPC EU IPC Portugal

Fonte: Bloomberg

1.3.3 Necessidades de Financiamento da Economia

Desde o início da crise financeira que as necessidades de financiamento da economia portuguesa têm

vindo a diminuir, incluindo o primeiro semestre de 2011. De facto, depois do agravamento verificado em

2008, fortemente condicionado pelas sociedades não financeiras, a gradual desalavancagem que se tem

vindo a verificar desde então, especialmente no sector privado, conduziu à diminuição das necessidades

Fundo de Pensões Aberto Banif Previdência Empresas, fp – Relatório e Contas Anual 2011 15

de financiamento nos anos de 2009 e 2010. Porém, este comportamento não terá sido uniforme quando

analisado por sector institucional: à redução das necessidades de financiamento das sociedades não

financeiras e ao aumento da capacidade de financiamento das sociedades financeiras e famílias,

contrapôs-se um forte agravamento das necessidades de financiamento das Administrações Públicas.

O grau de dependência energética de Portugal face ao exterior, e o consequente elevado défice da

balança energética, tem contribuído para o agravamento das necessidades de financiamento da

economia, sendo que estas se reduzem de forma significativa quando se exclui esta componente.

As condições de financiamento da economia portuguesa deterioraram-se de forma significativa ao longo

de 2011, com a crescente diferenciação do risco soberano na área do euro. Esta diferenciação conduziu a

fortes tensões nos mercados financeiros internacionais e à restrição no acesso do sistema financeiro

português ao mercado de dívida por grosso. Esta situação traduziu-se na subida das taxas de

rendibilidade das obrigações do tesouro para níveis economicamente insustentáveis e em acrescidas

dificuldades no acesso ao financiamento por parte do sector público. Esta situação colocou pressão

adicional sobre os bancos domésticos, o que tornou ainda mais complexa a sua situação.

O financiamento das administrações públicas foi, assim, particularmente problemático, sobretudo no

primeiro trimestre de 2011, onde o fluxo de crédito líquido representou uma pequena fracção do total

das necessidades de financiamento do Estado para 2011. A assinatura do programa de assistência

financeira dominou o fluxo de crédito líquido nos trimestres subsequentes, tendo os desembolsos ao

abrigo do programa ascendido a 38.500 milhões de euros.

Neste contexto, o aumento dos depósitos de clientes e o recurso às operações de refinanciamento do

BCE, que permaneceram a um nível elevado, permitiram mitigar o impacto do encarecimento do

“funding” dos bancos sobre o preço e a quantidade do crédito. De facto, em 2011 o financiamento do

sector bancário dependeu em grande medida do aumento da captação de depósitos junto do sector não

monetário residente, que cresceu em termos homólogos 14,7%, enquanto os depósitos de não

residentes registaram uma redução de 13,9% no mesmo período. As responsabilidades representadas

por títulos mantiveram um contributo negativo, algo que é verificado desde o 4º trimestre de 2010. O

recurso às operações de cedência de liquidez do BCE permaneceu relativamente estável, se bem que a

nível elevado, representando cerca de 9% do financiamento do sistema.

O aumento dos depósitos bancários contrasta com a diminuição verificada na generalidade dos outros

instrumentos de poupança desde o início de 2010, nomeadamente a diminuição dos títulos de dívida de

instituições financeiras colocados junto de clientes, a diminuição das subscrições líquidas de unidades de

participação de fundos de investimento e o aumento dos resgates de certificados de aforro.

1.3.4 Política Orçamental

Fundo de Pensões Aberto Banif Previdência Empresas, fp – Relatório e Contas Anual 2011 16

A política orçamental foi condicionada em 2011 pela execução de um Orçamento do Estado virado para a

redução do défice orçamental e, posteriormente, pela trajectória de ajustamento das variáveis

orçamentais definida no Programa de Assistência Económica e Financeira, acordado em Maio com a

Comissão Europeia, o Banco Central Europeu e o FMI.

Como ponto de partida, os valores do défice para 2010 foram sucessivamente revistos em alta de um

valor inicialmente reportado de 7,3% do PIB, devido à inclusão na órbita das administrações públicas de

um conjunto de empresas do sector dos transportes. Adicionalmente, foi também incluído no défice

desse ano a assunção de imparidades do Banco Português de Negócios e a execução de uma garantia

concedida ao Banco Privado Português. Paralelamente, o Eurostat procedeu a uma alteração

metodológica sobre o tratamento de 3 contratos de construção e exploração de infra-estruturas

rodoviárias, até então classificadas como parcerias público-privadas com impactos nos défices e dívida

dos períodos de 2007 a 2010. Por último, os valores finais sofreram nova alteração, após a identificação

de um conjunto de dívidas contraídas desde 2004 pelas administrações e empresas públicas da Madeira e

não comunicadas antes às autoridades estatísticas nacionais. Os valores finais para o défice e dívida em

percentagem do PIB para o ano de 2010 estabilizaram finalmente em 9,8% e 93,3%, respectivamente.

O OE2011 definiu inicialmente os objectivos para o défice e dívida de, respectivamente, 4,6% e 86,6%.

Na sequência do pedido de assistência financeira, foram definidos novas metas que tiveram em

consideração as revisões acima referidas e ainda as perspectivas menos favoráveis de evolução do

cenário macroeconómico. Os objectivos foram então revistos em alta para 5,9% e 101,7%,

respectivamente para o défice e dívida pública. No entanto, a execução do OE2011 apresentou desvios

significativos que, de acordo com o Ministério das Finanças (MF), se cifravam em cerca de 2 pontos

percentuais do PIB (cerca de 3.400 milhões de euros). Estes desvios são explicados, do lado da despesa,

por uma redução menor que o esperado nas “remunerações certas e permanentes” (em cerca de 300

milhões de euros), por um acréscimo de 560 milhões de euros em consumos intermédios (dos quais 335

milhões em comissões pagas pelos empréstimos associados à ajuda internacional). Do lado da receita, o

MF estimou um desvio de cerca de 800 milhões de euros em outras receitas correntes, resultantes de

menores contribuições para a Segurança Social, receitas próprias do Ministério da Justiça e dividendos de

participações do Estado. Para além destes desvios, existiram custos associados com a recapitalização do

BPN, uma deterioração maior do que o esperado do sector empresarial do Estado e a não execução de

vendas previstas de participações e património. Em conjunto estes desvios ascenderam a 2.800 milhões

de euros, sendo o restante explicado por operações ligadas a responsabilidades do sector empresarial da

Região autónoma da Madeira.

O desvio apurado foi colmatado com o recurso a medidas transitórias, de entre as quais a sobretaxa de

IRS cobrada junto do subsídio de natal dos trabalhadores por conta de outrem com vínculo permanente,

Fundo de Pensões Aberto Banif Previdência Empresas, fp – Relatório e Contas Anual 2011 17

o aumento do IVA sobre os bens energéticos e a integração dos Fundos de Pensões da Banca na

Segurança Social.

Com o conjunto destas medidas o défice público para 2011 ter-se-á situado em 4% do PIB, se bem que o

défice subjacente, excluindo as medidas de carácter pontual, se teria situado próximo de 7% do PIB.

1.4 Sistema Financeiro

No quadro de crise no mercado de dívida soberana, as condições de financiamento do sector público e do

sector bancário nos mercados internacionais deterioraram-se significativamente desde o início 2010. As

medidas não convencionais de política monetária do BCE, com destaque para as operações de cedência

de liquidez, permitiram assegurar o financiamento do sistema bancário português, substituindo em parte

o financiamento de médio e longo prazo nos mercados internacionais de dívida por grosso. Em 2010 e

em 2011, o enquadramento do sistema bancário foi particularmente adverso e implicou um ajustamento

do balanço da maioria dos bancos, que incluiu reforços de capital, vendas de activos, e uma

intensificação da captação de recursos de clientes.

Este enquadramento tem naturalmente repercussões sobre o volume de crédito concedido pelo sector

bancário. Refira-se, a título de exemplo, o crédito destinado às empresas não financeiras em Portugal,

que após ter mantido um crescimento de 2 dígitos em 2008, iniciou uma trajectória de descida em 2009,

tendo atingido uma variação negativa de 0,4% em Julho de 2011. Para esta evolução contribuem não

apenas as condições mais restritivas aplicadas pelos bancos na concessão de empréstimos, como

também um efeito de procura por parte das empresas num contexto de clara desaceleração da actividade

económica.

Quanto à materialização do risco de crédito, é de salientar que o crédito à habitação continuou a

apresentar níveis de incumprimento baixos, para o qual tem contribuído o nível das taxas de juro, que

conduziu a reduções substanciais da prestação média nos contratos deste segmento. Pelo contrário, o

crédito de cobrança duvidosa respeitante aos empréstimos dirigidos ao consumo e às empresas

continuou a acelerar nos últimos meses, tendo assumido níveis historicamente elevados, para o primeiro

caso e valores relativamente altos, para o segundo.

A grande volatilidade e incerteza nos mercados financeiros repercutiu-se igualmente no mercado

accionista, tendo o índice PSI-20 registado desde finais de 2010 quebras significativas, à semelhança das

registadas nos índices bolsistas internacionais.

1.4.1 Estabilidade Financeira

Fundo de Pensões Aberto Banif Previdência Empresas, fp – Relatório e Contas Anual 2011 18

A preocupação com a estabilidade financeira num contexto de agudização da crise da dívida soberana foi

particularmente marcada, sendo uma parte fundamental do programa de assistência financeira. O

principal objectivo desta estratégia é o de obter uma desalavancagem gradual e ordeira do sistema

financeiro que não prejudique o financiamento dos sectores produtivos da economia.

Neste sentido, a estratégia anunciada baseia-se em 4 pilares fundamentais:

(i) O reforço da base de capital dos bancos;

(ii) A protecção da liquidez do sistema;

(iii) A melhoria da monitorização e supervisão do sistema bancário, e;

(iv) Melhoria do enquadramento regulamentar.

Relativamente ao primeiro aspecto, o Banco de Portugal introduziu desde o final de 2010 um conjunto de

medidas destinadas a melhorar a solvência do sistema, de entre as quais a recomendação, realizada em

Janeiro de 2011 para os bancos não distribuírem dividendos, de forma a melhorar os capitais de base; o

estabelecimento, em Abril de 2011, de um objectivo para o rácio de “core tier 1” de 8% para o final de

2011, objectivo esse que foi alterado em Maio, sob a égide do programa de assistência financeira, para

9%. No programa foi igualmente estabelecido um rácio mínimo de “core tier 1” de 10% para o final de

2012. Também no programa de assistência financeira ficou definida uma facilidade de suporte à

solvência dos bancos, de 12.000 milhões de euros, destinada a providenciar aos bancos uma fonte de

capital público na circunstância em que não for possível atingir os objectivos de capital através de fontes

de mercado.

A protecção da liquidez do sistema financeiro está relacionada com o processo de desalavancagem em

curso, que se pretende ordeiro. Nesse sentido, o BP recomendou aos bancos, em Setembro de 2010, a

desalavancagem através da venda de activos não-core ou não estratégicos, e começou a monitorar os

rácios de alavancagem mais activamente. Em particular, pretende-se reduzir a dependência elevada do

financiamento nos mercados grossistas, passando de um rácio de crédito sobre depósitos de cerca de

170% em Junho de 2010 para 120% até 2014 (no final do programa de ajustamento). Até ao final de

Setembro de 2011, o rácio de crédito sobre depósitos já tinha descido para 146%, uma queda de mais

de 20 pontos percentuais face ao máximo atingido em Junho do ano anterior. Esta queda foi obtida

através da combinação de aumento do volume de depósitos e de venda de activos, tanto domésticos

como externos.

A monitorização e supervisão do sistema bancário foram reforçadas através de um programa de

inspecções “on-site” sobre a qualidade dos activos dos bancos, compreendendo os 8 maiores grupos

financeiros e 83% dos activos do sector bancário. As correcções às imparidades reportadas pelos bancos

ascenderam a menos de 0,5% das exposições creditícias analisadas. Os impactos dessas revisões sobre

os rácios de capital, à data de 30 de Junho de 2011, foram pouco significativas, tendo o rácio de “core

tier 1” agregado passado de 9,1% para 8,8%, acima do mínimo de 8% exigível para aquela data.

Fundo de Pensões Aberto Banif Previdência Empresas, fp – Relatório e Contas Anual 2011 19

Paralelamente, os bancos passaram a reportar um novo rácio de crédito vencido, alinhado com as

práticas internacionais e publicado pelo BP a partir de Setembro de 2011.

No que respeita ao enquadramento regulamentar, merecem particular destaque os diplomas já

apresentados no início de 2012, que respeitam ao acesso dos bancos ao capital público (DL Nº4/2012 de

11 de Janeiro), e ao reforço de poderes do BP para intervenção preventiva, resolução e protecção de

depósitos, que está nas fases finais de aprovação.

1.4.2 Mercados Monetário e Cambial

Em 2011, os mercados cambiais voltaram a mostrar uma elevada volatilidade, com as moedas que

habitualmente são procuradas pelos investidores por motivo de refúgio a terem desempenhos muito

fortes, sobretudo face ao euro, na sequência da agudização da crise da dívida soberana, em Agosto e

Setembro. Assim, no início do ano e até finais de Abril, o euro apreciou-se face ao iene e face ao dólar

em, respectivamente 13% e 12%, na sequência da incorporação da expectativa de subida das taxas de

juro por parte do BCE, para depois encetar um processo de queda que proporcionou uma depreciação

anual de cerca de 8,8% e 4%, respectivamente. O Euro foi particularmente afectado pelas perspectivas

que se criaram em torno de eventual incumprimento por parte de um país da Zona Euro e da

inevitabilidade que essa situação criaria de abandono da zona euro por parte desse país. Também as

menores perspectivas de crescimento económico da Zona euro pesaram negativamente no sentimento

dos investidores, conduzindo em baixa o valor externo da moeda.

Evolução cambial do Euro/Dólar

1,25

1,30

1,35

1,40

1,45

1,50

EURO

Fonte: Bloomberg.

Ao longo de 2011, verificou-se um clima de aversão ao risco elevado que foi particularmente agudo

durante os meses de Verão. Nesse período, os mercados interbancários deixaram de funcionar, com

Fundo de Pensões Aberto Banif Previdência Empresas, fp – Relatório e Contas Anual 2011 20

consequências negativas nos fluxos de financiamento intra-comunitários. As taxas euribor subiram

durante os primeiros três trimestres, acompanhando o andamento da política monetária por parte do

BCE, para depois caírem no 4º trimestre, na sequência dos cortes de taxas de juro oficiais. Com efeito, a

autoridade monetária da Zona Euro continuou a praticar medidas extraordinárias de cedência de liquidez

e as taxas de juro oficiais fecharam o ano a níveis mínimos, se bem que na primeira metade do ano

houve um período de subida de taxas (entre Abril e Julho) que foi posteriormente revertido (em

Novembro e Dezembro).

Evolução das Taxas Euribor

1,1

1,2

1,3

1,4

1,5

1,6

1,7

1,8

1,9

2

2,1

2,2

3M 6M 9M 1Y

Q1(2011) Q2(2011) Q3(2011) Q4(2011)

Fonte: Bloomberg

1.4.3 Mercados de Obrigações

Os mercados obrigacionistas foram condicionados, ao longo de 2011, pelo agudizar da crise das dívidas

soberanas na Zona Euro, o que provocou variações muito diferenciadas no desempenho das dívidas dos

vários países. Neste contexto, a forte valorização da dívida alemã deveu-se ao aumento de procura por

activos de refúgio, enquanto a dívida de países sob planos de assistência financeira, como Grécia e

Portugal, apresentaram desvalorizações sem precedentes, de -61,8% e -24,2%, respectivamente. A

Irlanda registou o melhor desempenho no seio da Zona Euro (+11,2%), com o bom desempenho

económico e o sucesso na implementação do respectivo programa de assistência a impactar

positivamente no sentimento dos investidores. Nos restantes mercados, destaca-se a valorização da

dívida de Espanha (+7,0%) e a tendência inversa em Itália (-5,7%). No mercado de crédito, após um 1º

semestre positivo, o índice iBoxx € Corporate sofreu uma desvalorização no segundo semestre, tendo

encerrado o ano com um ganho modesto de 1,71%.

Evolução das Yields da Dívida a 10 anos

Fundo de Pensões Aberto Banif Previdência Empresas, fp – Relatório e Contas Anual 2011 21

0,00

5,00

10,00

15,00

20,00

25,00

30,00

35,00

40,00

5-Jan-07 5-Set-07 5-Mai-08 5-Jan-09 5-Set-09 5-Mai-10 5-Jan-11 5-Set-11

GE ES GR IR PT

Fonte: Bloomberg

1.4.4 Mercado de Acções

Os mercados de acções registaram comportamentos díspares ao longo do ano. O índice S&P (EUA)

terminou o ano inalterado, enquanto na Europa (índice MSCI Europe), no Japão (índice Nikkei) e nos

Emergentes (índice MSCI Emerging Markets) os mercados apresentaram fortes quedas, de -10,94%, -

17,05% e -20,41%, respectivamente.

No que respeita à Zona Euro, o índice DJ Euro Stoxx 50, representativo das maiores capitalizações desta

região, desvalorizou 17,05% em 2011, penalizado pelas questões em torno do agravamento da crise da

Zona Euro atrás referidas. Ao nível sectorial, observou-se uma divergência significativa de desempenhos.

Pela positiva, destacaram-se sectores mais defensivos, como farmacêuticas (+11,84%) e Alimentação e

Bebidas (+5,39%), que conjugam uma maior estabilidade nos resultados com uma exposição mais

elevada a mercados fora da Europa. Pela negativa, destacou-se o sector bancário (-32,48%), um dos

mais directamente afectados pela crise das dívidas soberanas, mas também sectores mais expostos ao

ciclo económico, como materiais básicos (-30,12%) e o sector automóvel (-24,08%) foram penalizados,

em parte devido a receios de um abrandamento económico mais forte na China.

Em Portugal, o índice PSI-20 encerrou o ano de 2011 nos 5.494,27 pontos, menos 27,6% do que no final

de 2010. A capitalização bolsista da Euronext Lisbon totalizou 170.551,6 milhões de euros em Dezembro,

11,7% inferior à do período homólogo de 2010.

O segmento de obrigações foi o que mais contribuiu para o aumento da capitalização bolsista do

mercado regulamentado da Euronext Lisbon no final do ano de 2011, ao subir 16,6% em relação ao

mesmo período de 2010. O segmento de acções acumulou uma queda de 23,6% no ano, encerrando

2011 com uma capitalização bolsista de 102.693,8 milhões de euros.

Fundo de Pensões Aberto Banif Previdência Empresas, fp – Relatório e Contas Anual 2011 22

A volatilidade do índice PSI-20 foi de 20,77% em Dezembro, acima dos 16,08% fixados no período

homólogo de 2010. A EDP (18,92%), a Jerónimo Martins (17,90%) e a Galp (16,27%) foram os

emitentes com maior representatividade no índice no final do ano.

O valor das transacções efectuadas no mercado secundário a contado totalizou 2.083,8 milhões de euros

em Dezembro, menos 1.796,2 milhões (46,3%) do que em igual período de 2010.

No mercado regulamentado Euronext Lisbon, o volume de transacções caiu em 2011 46,5% face ao

registado até Dezembro do ano anterior, para 2.054,9 milhões de euros. No mercado regulamentado de

dívida (MEDIP), o valor transaccionado recuou 77,6% em relação ao final de 2010, para 246 milhões.

Em Dezembro de 2011, o valor sob gestão dos organismos de investimento colectivo em valores

mobiliários (OICVM) totalizou 6.1017,9 milhões de euros, menos 2.741,5 milhões de euros face aos

8.759,4 milhões de euros registados no final de 2010 (o que corresponde a uma queda de 31%).

Recorde-se que, nesta indústria, os volumes sob gestão já haviam caído 25% em 2010 face a 2009. Nos

fundos especiais de investimento (FEI) o valor sob gestão caiu para 4.817,5 milhões de euros, menos

12% do que no ano anterior, cujo montante ascendeu a 5.477,7 milhões de euros.

Fundo de Pensões Aberto Banif Previdência Empresas, fp – Relatório e Contas Anual 2011 23

2 Relatório de Gestão

2.1 Composição da carteira a 31/12/2011

Valor Global do Fundo 48.645.481 €

Número de UP's 8.093.580

Valor UP 6,0104 €

Informação Geral

Yield Médio Spread Médio*

Imobiliário 2,07% 71

Obrigações 6,69% 534

Liquidez 3,00% 164

Fundo 4,59% 323

* Sobre Euribor a 3 meses (medido em pontos base)

Características da Carteira

Evolução Valor UP

5,4000

5,6000

5,8000

6,0000

6,2000

6,4000

6,6000

3 1- De z- 08

3 0- Ab r- 09

3 1- Ag o- 09

3 1- De z- 09

3 0- Ab r- 10

3 1- Ag o- 10

3 1- De z- 10

3 0- Ab r- 11

3 1- Ag o- 11

3 1- De z- 11

Asset Allocation

Acções

12%

Taxa Fixa

17%

Taxa Variável

31%Hedge Funds

0%

Imobiliário

26%

Outros

2%

Liquidez

12%

Fundo de Pensões Aberto Banif Previdência Empresas, fp – Relatório e Contas Anual 2011 24

2.2 Alterações com impacto na gestão do fundo de pensões

Janeiro

Os mercados financeiros arrancaram o ano num ambiente de optimismo, fruto de uma maior

coordenação política no seio da União Europeia e da aceleração do ritmo de crescimento económico nos

países desenvolvidos. No início do mês, os principais responsáveis europeus teceram declarações

demonstrando abertura para negociar novas medidas, com o objectivo de conter a crise de financiamento

dos países da periferia. Segundo os media, esteve em discussão o aumento do fundo Europeu de

Estabilização Financeira, a diminuição do custo de financiamento dos países que recorrerem ao mesmo e

a possibilidade de este vir a comprar divida pública no mercado secundário. Adicionalmente, destaque-se

os números económicos vigorosos divulgados, designadamente os indicadores qualitativos, nos EUA os

ISM e na Zona Euro os PMI, que atingiram valores acima dos 55. Destaque ainda para a subida da

inflação na Zona Euro (+2,2% homóloga), para valores acima do valor de referência do Banco Central

Europeu.

Neste contexto assistiu-se a uma valorização dos principais mercados desenvolvidos, nomeadamente os

EUA (S&P + 2,3%) e a Europa (EuroStoxx50 Europe + 5,8%), com especial destaque para os países do

Sul da Europa. Os Mercados Emergentes sofreram uma correcção de -2,8% (MSCI Emerging Markets)

devido ao intensificar das pressões inflacionistas na região. Finalmente, registe-se a subida das yields da

Alemanha e a queda do prémio de risco dos países periféricos.

Fevereiro

Em Fevereiro, a generalidade dos mercados de acções continuaram a trajectória ascendente,

impulsionados pelo crescimento económico robusto e sustentado a nível global, e, pela época de

resultados das empresas favorável: EUA + 3,20% (S&P), Europa + 2,32% (MSCI Europe), Japão +3,77%

(Nikkei). Os emergentes constituíram a excepção, com uma correcção de 1,01% (MSCI Emerging

Markets), devido ao desenvolvimento de políticas monetárias mais restritivas pelos bancos centrais da

região, com vista ao controle da inflação. No mercado de obrigações assistiu-se a um aumento das yields

da curva de rendimentos alemã, em particular nos prazos mais curtos, a incorporarem uma maior

probabilidade do Banco Central Europeu subir as taxas directoras O mercado de divida privada beneficiou

do estreitamento dos spreads, com destaque para o sector financeiro, devido à estabilização dos prémios

de risco da Espanha e da Itália. No mercado cambial verificou-se uma apreciação do euro contra o dólar

e o iene.

No plano económico, nos EUA e na Zona Euro os indicadores qualitativos da indústria e serviços, os ISM

e os PMI, registaram valores máximos deste ciclo, que correspondem historicamente a períodos de forte

expansão. Ao nível do mercado de trabalho, nos EUA registou-se uma queda relevante na taxa de

desemprego de 9,4% para 9%, enquanto na Zona Euro a melhoria foi marginal, de 10,1% para 10%.

Fundo de Pensões Aberto Banif Previdência Empresas, fp – Relatório e Contas Anual 2011 25

Finalmente, realce-se a subida da inflação homóloga na Zona Euro para os 2,3%, o que justificou uma

alteração de retórica do Presidente do BCE.

Março

Durante o mês de Março, os indicadores de actividade, tanto na Europa como nos Estados Unidos,

voltaram a registar valores máximos deste ciclo, que correspondem historicamente a períodos de forte

expansão. A taxa de desemprego nos Estados Unidos continua a recuperar lentamente, tendo caído para

8,8% em Março. Na Alemanha, o desemprego atingiu o mínimo dos últimos 30 anos (7,1%) e a taxa de

inflação continuou a aumentar: a inflação homóloga na Zona Euro subiu para 2,6%. Neste ambiente, o

Banco Central Europeu indicou na sua reunião mensal que deverá iniciar o ciclo de subidas de taxas já no

próximo mês de Abril.

Os mercados de acções corrigiram em Março, devido aos problemas no Médio Oriente e Norte de África e

ao desastre nuclear no Japão: o EuroStoxx50 caiu 3,4%. Contudo, estes eventos não estão a ter impacto

nos mercados de crédito, com os spreads de dívida de empresas a estreitarem novamente em Março,

nomeadamente no sector financeiro. Na Europa, assistiu-se à valorização do Euro e ao aumento das

yields da curva de rendimentos alemã. No que diz respeito aos spreads de países periféricos, realça-se o

facto dos spreads em Espanha terem estreitado, enquanto que os de Portugal continuaram a alargar – as

yields de dívida pública portuguesa atingiram os máximos dos últimos 15 anos (9,6% nas obrigações a 5

anos).

No sector financeiro, destacam-se três eventos: os resultados dos Stress Tests à Banca Irlandesa –

recapitalização sem recorrer a partilha de perdas com os obrigacionistas senior; o Conselho Europeu de

11 de Março, em que foi confirmado o aumento da capacidade do FEEF e a possibilidade de compra de

obrigações em mercado primário; e a intensificação da instabilidade em Portugal, com os downgrades à

República, aos bancos e às empresas.

Abril

O mês de Abril foi marcado pelo pedido de auxilio financeiro português, no seguimento de cortes

abruptos do rating dos principais bancos e da república portuguesa, tendo esta ficado uma nota acima do

segmento especulativo ou junk (BBB- de acordo com a agência Standard and Poors). Esta situação,

agravada pelos rumores veiculados na imprensa internacional de que a Grécia teria que inevitavelmente

reestruturar a sua dívida, despoletou uma forte correcção da dívida pública portuguesa, em particular na

parte média e longa da curva de rendimentos, onde se assistiu a uma subida das yields para valores

acima dos 10%. Finalmente, destaque-se a revisão em baixa do outlook da dívida americana por parte da

agência Standard and Poors para negativo, devido à inexistência de um acordo de consolidação

orçamental de médio e longo prazo.

Neste contexto, os mercados de acções corrigiram até meados do mês, tendo apresentado uma forte

recuperação a partir dessa data. Com efeito, os EUA (S&P), a Europa (MSCI Europe) e o Japão (Nikkei)

Fundo de Pensões Aberto Banif Previdência Empresas, fp – Relatório e Contas Anual 2011 26

registaram valorizações ao longo do mês de 1,98%, 1,20% e 1,73% respectivamente, enquanto os

Emergentes (MSCI Emerging) estiveram praticamente inalterados. O maior optimismo dos investidores

deveu-se aos dados económicos vigorosos apresentados, ao discurso da Reserva Federal Americana no

sentido da manutenção das taxas directoras a níveis reduzidos por um período prolongado e em

particular ao arranque de uma época de resultados promissora.

No mercado de obrigações, verificou-se uma queda ligeira nas yields de médio e longo prazo da curva de

rendimentos alemã, enquanto a parte curta esteve pressionada devido ao anúncio de subida da taxa

directora em 0,25% para os 1,25% por parte do Banco Central Europeu. No mercado cambial assistiu-se

a uma forte valorização do euro face ao dólar, devido ao aumento do diferencial de taxas de juro entre

as economias respectivas. Os mercados de crédito mantiveram a tendência positiva apresentada nos

últimos meses. O sector financeiro foi o mais beneficiado, suportado por anúncios de aumento de capital,

nomeadamente na banca italiana.

Maio

O mês de Maio ficou marcado pela divulgação de dados económicos mais fracos na Europa, na China e,

especialmente, nos Estados Unidos. Nesta região assistiu-se a uma queda nos indicadores qualitativos da

indústria e de serviços (ISMs) para 53,5 e 54,6 respectivamente, a uma depreciação do preço das casas

na ordem dos -3,6% e a uma deterioração da confiança dos consumidores. Na Europa, a incerteza em

relação à capacidade da Grécia conseguir honrar os seus compromissos de curto prazo dominou a

atenção dos investidores.

Neste contexto, assistimos à queda da yield curve na Alemanha: a curva de rendimentos caiu cerca de 25

pontos base, e a taxa a 10 anos fechou o mês perto dos 3%. No entanto, as taxas Euribor continuaram a

subir, assumindo que o Banco Central Europeu deverá subir as taxas directoras nos próximos meses. Os

mercados de crédito mativeram-se estáveis durante boa parte de Maio, mas acabaram por alargar um

pouco no final do mês, devido à instabilidade política vivida no Sul da Europa, tendo o sector financeiro

sido o mais penalizado. Finalmente, destaque-se a desvalorização dos mercados de acções: nos Estados

Unidos -1,35% (S&P500), na Europa -1,08% (MSCI Europe) e nos Mercados Emergentes -3% (MSCI

Emerging Markets).

Junho

Durante o mês de Junho continuou-se a assistir ao abrandamento das principais economias

desenvolvidas e emergentes, espelhado na queda dos diversos indicadores de actividade (PMIs). Nos

Estados Unidos, a Reserva Federal reviu em baixa as perspectivas de crescimento e o consumo manteve-

se limitado pela subida dos preços da energia e pela modesta criação de emprego. Na China,

permanecem as preocupações com a inflação e o Banco Central subiu novamente as taxas de reserva – o

que tem contribuído para o abrandamento da actividade económica. Na Europa, os acontecimentos na

Grécia voltaram a dominar as atenções: as agências de rating (Moody’s e S&P) baixaram a notação de

Fundo de Pensões Aberto Banif Previdência Empresas, fp – Relatório e Contas Anual 2011 27

crédito para CCC, o governo grego viu-se forçado a aprovar um novo pacote de austeridade

acompanhado por um plano de privatizações e está em discussão um novo plano de ajuda do FMI e da

União Europeia que deverá também ter a participação de credores privados. Apesar da instabilidade, o

Banco Central Europeu sinalizou uma nova subida nas taxas directoras já na reunião de Julho e, por isso,

as taxas Euribor continuaram a subir.

Neste ambiente, os activos de risco foram bastante penalizados: os mercados de acções caíram nos

Estados Unidos (S&P500 -1,8%), na Europa (EuroStoxx50 -0,5%) e nos Mercados Emergentes (MSCI

Emerging Markets -1,9%); os spreads dos países periféricos atingiram novos máximos; os spreads de

dívida de empresas também aumentaram, especialmente no sector financeiro.

Julho

O mês de Julho ficou marcado pela intensificação da crise dos soberanos na Zona euro e dos receios de

abrandamento económico no crescimento global, sobretudo nos EUA onde a questão orçamental esteve

igualmente no topo das agendas.

O downgrade da Moodys a Portugal no início do mês, e mais tarde à Irlanda, para junk conduziram a

uma nova onda de venda generalizada da dívida periférica. Contudo, desta feita, Espanha e Itália não

evitaram o contágio, e acabariam o mês com yields em novos máximos. A aprovação de um 2º pacote de

auxílio à Grécia e o aumento do âmbito do FEEF, embora visem melhorar a solvabilidade dos países já

intervencionados e denotem um compromisso político mais profundo, foram insuficientes para estancar

esse contágio.

Nos EUA, embora alguns indicadores tenham demonstrado alguma estabilização, o quadro geral é de um

crescimento económico anémico. O abrandamento já visível nos meses anteriores revelou-se mais

profundo que o antecipado pelo efeito temporário dos impactos da subida dos custos energéticos e dos

distúrbios causados pelo tsunami no Japão. A incerteza causada pela discussão sobre o aumento do

limite do endividamento pode também ter agravado esta tendência.

Neste ambiente, os activos de risco foram bastante penalizados: os mercados de acções caíram na

Europa (EuroStoxx50 -6,25%) nos Estados Unidos (S&P500 -2,15%), e nos Mercados Emergentes (MSCI

Emerging Markets -0,74%); os spreads dos países periféricos recuperaram mas em Espanha e Itália

atingiram novos máximos; os spreads de dívida de empresas também aumentaram, especialmente no

sector financeiro.

Agosto

Durante o mês de Agosto, o ambiente macroeconómico continuou a deteriorar-se e a aversão ao risco

voltou a aumentar devido ao downgrade do rating da dívida pública dos Estados Unidos efectuada pela

Standard&Poors (de AAA para AA+) e à crise das dívidas soberanas na Europa.

Fundo de Pensões Aberto Banif Previdência Empresas, fp – Relatório e Contas Anual 2011 28

Nos Estados Unidos, os indicadores de actividade abrandaram substancialmente nos últimos meses, a

criação de emprego continuou modesta e os mercados de construção e habitação permaneceram em

níveis anémicos. No início do mês, os partidos republicano e democrata chegaram finalmente a acordo

para aumentar o nível de dívida permitido na constituição, e que se encontrava no limiar de ser

ultrapassado, tendo em conta os elevados défices fiscais que se têm acumulado desde o início da crise.

No entanto, o compromisso atingido ficou aquém das expectativas, em termos de promessas de

consolidação orçamental para os próximos anos, e, por isso, a S&P cortou o rating. A deterioração

económica em curso, forçou a Reserva Federal a anunciar que irá manter as taxas directoras perto de

0% até meados de 2013, tendo criado expectativas em relação à adopção de mais medidas no próximo

mês.

Na Europa, o forte alargamento dos spreads das obrigações de países periféricos, nomeadamente de

Espanha e de Itália obrigou o Banco Central Europeu a intervir, comprando dívida pública destes países.

Os montantes adquiridos foram elevados, cerca de 55 mil milhões de Euros em Agosto. Em contrapartida,

foram anunciadas mais medidas de contracção fiscal em Espanha, Itália e França. Os dados

macroeconómicos têm também caído nos últimos meses, aumentando a possibilidade da economia

europeia voltar a estagnar.

Os mercados de acções foram condicionados durante este mês: na Europa o EuroStoxx50 caiu -13,8%,

nos Estados Unidos o S&P500 desceu -5,7%, e o índice de acções emergentes (MSCI Emerging Markets)

foi penalizado em -9,2%. Assistiu-se a um forte alargamento dos spreads de crédito, nomeadamente no

sector financeiro e em dívida High Yield. Os spreads dos países periféricos estabilizaram, mas apenas

devido à intervenção do BCE.

Setembro

Durante o mês de Setembro, a deterioração das perspectivas de crescimento global conduziu as

principais organizações internacionais a cortar de forma significativa as estimativas de crescimento. A

intensificação da crise soberana na zona euro e as incertezas decorrentes da instabilidade financeira têm

sido determinantes para esta deterioração, sobretudo pelo impacto nas decisões de consumo e de

investimento, não apenas no espaço europeu, mas também nos EUA. Em Setembro, os mercados

emergentes foram penalizados com a falência de um promotor imobiliário de média dimensão no

mercado chinês, a qual veio reforçar os receios relativamente ao crédito mal parado no sistema bancário

do país.

Na Europa, a interrupção das negociações entre a troika e o governo grego reanimaram os receios de um

default iminente. O atraso na implementação de reformas já decididas, a recessão mais profunda e os

desvios orçamentais recorrentes conduziram ao adiamento do desembolso da 6ª tranche do programa de

resgate grego, mesmo depois do governo ter imposto novas medidas de austeridade. As tentativas de

política económica para acalmar o sentimento de mercado acabariam por revelar-se incipientes. Em

Fundo de Pensões Aberto Banif Previdência Empresas, fp – Relatório e Contas Anual 2011 29

resposta às tensões no mercado interbancário, o BCE, em concertação com os maiores bancos centrais

mundiais, anunciou que irá ceder liquidez de forma ilimitada em dólares aos bancos da zona euro. Por

outro lado, os políticos europeus não conseguiram apresentar um plano credível para aumentar a

capacidade do FEEF, em resposta à crescente pressão de EUA e China.

Nos Estados Unidos, apesar dos indicadores terem estabilizado, mantêm-se em níveis muito baixos e

consistentes com um cenário de crescimento anémico. O Fed reconheceu que os riscos que ameaçam o

crescimento se tornaram “significativos” e anunciou novas medidas de estímulo monetário,

nomeadamente a chamada “operação Twist”, na qual a Reserva Federal vende títulos curtos do seu

balanço e compra títulos de durações mais longas.

Os mercados de acções foram condicionados durante este mês: na Europa o EuroStoxx50 caiu -5,3%,

nos Estados Unidos o S&P500 desceu -7,2%, e o índice de acções emergentes (MSCI Emerging Markets,

em USD) foi penalizado em -14,8%. Assistiu-se a um forte alargamento dos spreads de crédito,

nomeadamente no sector financeiro e em dívida High Yield. Os spreads dos países periféricos alargaram

devido ao abrandamento da intervenção do BCE e à expectativa de default iminente na Grécia.

Outubro

O mês de Outubro trouxe uma melhoria do sentimento dos investidores, suportada por indicadores

macroeconómicos acima do esperado nos Estados Unidos e na China e por expectativas de uma solução

alargada para a crise soberana na Zona Euro que permitisse limitar o efeito de contágio de um

incumprimento grego. Esta acalmia ocorreu num momento em que os investidores estariam já muito

posicionados para a venda de activos de risco, pelo que se registaram rápidas recuperações nesses

activos.

De uma forma geral, os indicadores económicos estabilizaram e não confirmaram os receios de recessão

nos EUA ou de um abrandamento forte na China. Enquanto o crescimento na China recuou apenas para

9,1% no 3º trimestre, nos EUA o crescimento do PIB de 2,5% confirmou que o consumo privado e o

investimento estão bastante saudáveis. Contudo, na zona Euro, os sinais de contracção da actividade

têm-se avolumado, com os índices de actividade, quer no sector industrial, quer no de serviços, a

descerem abaixo de 50.

Ao longo do mês, o processo de decisão dos políticos europeus foi-se arrastando, embora as expectativas

fossem elevadas. No final, a União Europeia acordou: i) o reforço do FEEF através de um esquema de

garantias para novas emissões e de um veículo que será financiado por países fora da Zona Euro; ii) A

recapitalização da banca, a qual pretende dotar os bancos de um rácio de capital de 9% até Junho de

2012; iii) um novo plano de envolvimento privado que inclua um haircut de 50% da dívida grega.

Faltaram, contudo, bastantes detalhes sobre a operacionalização destas decisões.

Fundo de Pensões Aberto Banif Previdência Empresas, fp – Relatório e Contas Anual 2011 30

Este contexto foi particularmente benéfico para o segmento accionista. Após 5 meses negativos, os

principais índices registaram fortes subidas: S&P500 +10,77%, Eurostoxx50 +9,43% e MSCI EM +

13,01% (em dólares). No caso do S&P, trata-se mesmo da maior subida mensal em quase 20 anos.

O mercado de dívida pública não partilhou o optimismo do segmento accionista, recebendo o acordo

europeu com algum cepticismo. Os yields a 10 anos na Alemanha corrigiram moderadamente a tendência

de descida subindo apenas 14pb. Em Outubro, o alargamento de spreads da dívida pública da Zona Euro

não se limitou apenas à periferia, alastrando-se a França e Bélgica. A falta de detalhes e de números

concretos relativamente às decisões da cimeira de 27 de Outubro, para além da expectativa de que o

corte de 50% na dívida grega não será suficiente para a levar para níveis sustentáveis, penalizaram a

dívida da Zona Euro. Os yields de Itália a 10 anos voltaram a ultrapassar os 6%.

O crédito beneficiou do melhor ambiente no segmento accionista. O sector financeiro, o mais penalizado

nos últimos meses, foi aquele que registou melhor desempenho, nomeadamente a dívida subordinada e

perpétua. O mês marcou ainda a reabertura do mercado primário para vários emitentes espanhóis e

italianos.

Novembro

O mês de Novembro ficou marcado pelo agravamento da crise de dívida soberana na Europa.

Logo no início do mês, a instabilidade política na Grécia, e depois em Itália, veio abanar os mercados

financeiros. Esta pressão resultou na demissão dos governos dos dois países, que foram rapidamente

substituídos por governos tecnocratas com bases de apoio mais alargadas nos respectivos parlamentos.

No entanto, a crise continuou-se a agudizar ao longo do mês, alastrando dos países da periferia para o

centro da Europa: os spreads da dívida da Espanha e da Itália alargaram substancialmente em

Novembro, e os dois países emitiram dívida a taxas extremamente elevadas; os spreads da Bélgica,

Áustria e França aumentaram para níveis máximos desde a criação do Euro; a confiança na Alemanha foi

também abalada, as yields da sua dívida subiram cerca de 25bp em Novembro, e um leilão de dívida teve

um nível de participação bastante baixo.

No final do mês, a pressão sobre os mercados financeiros começou a aliviar um pouco, com os

investidores a anteciparem novas medidas a serem anunciadas na Cimeira Europeia e na reunião do

Banco Central Europeu no início de Dezembro.

Os mercados de acções foram bastante penalizados durante a maior parte do mês e, apesar de uma

forte recuperação técnica nos últimos dias de Novembro, acabaram por ter comportamentos negativos no

mês: o S&P500 corrigiu 0,5%, o EuroStoxx50 caiu 2,3% e o MSCI Emerging Markets recuou 6,7%. No

crédito, a situação foi semelhante, com os spreads a alargarem, nomeadamente no sector financeiro.

No que diz respeito a indicadores macroeconómicos, estes confirmaram o abrandamento económico na

Europa e o ambiente recessivo nas economias da periferia. Tendo em conta esta deterioração, o BCE

Fundo de Pensões Aberto Banif Previdência Empresas, fp – Relatório e Contas Anual 2011 31

cortou a refi rate para 1,25% no início de Novembro, e espera-se que apresente em Dezembro novas

medidas de injecção de liquidez que suportem o sistema financeiro e atenuem as pressões que se fazem

sentir sobre o financiamento dos bancos. Na China, os indicadores de actividade têm também abrandado

e as autoridades deram os primeiros sinais de alívio da política monetária. Finalmente, nos Estados

Unidos, os indicadores económicos têm surpreendido pela positiva, mas apontam ainda para crescimento

económico moderado e criação modesta de emprego.

Dezembro

O mês de Dezembro ficou marcado pela operação de cedência de liquidez pelo Banco Central Europeu a

três anos, que acalmou as tensões no mercado monetário. A operação, a maior na história do BCE,

permitiu a 523 bancos acederem a mais de 489 mil milhões de euros e desta forma reduzir o problema

de refinanciamento do sector em 2012. Adicionalmente, o BCE cortou as taxas directoras em 25pb para

1,00% e alargou as regras de colateral.

Em termos de dados macroeconómicos, os índices ISM e PMI, a nível global, revelaram uma clara

tendência de estabilização. Nos EUA, a melhoria do mercado de trabalho e dos indicadores de actividade

foi particularmente encorajadora e sugere, pelo menos, um crescimento moderado.

Entretanto, a crise soberana conheceu novos desenvolvimentos. Na Cimeira Europeia de 8 e 9 de

Dezembro, embora se tenha dado um passo no sentido de uma maior coordenação e disciplina fiscais, as

elevadas expectativas criadas não foram correspondidas. Uma união fiscal estabelecida fora de um

Tratado europeu terá severas limitações práticas e legais, enquanto que a emissão conjunta de dívida

continua a ser rejeitada. Por outro lado, o esclarecimento do BCE de que não irá acelerar as compras de

dívida pública em mercado secundário e o processo de revisão do rating dos países da zona Euro pela

S&P e Moody’s, a ser decidido muito em breve, contribuíram para manter a incerteza elevada.

Este contexto revelou-se positivo para dívida pública alemã. A dívida periférica registou fortes ganhos nos

prazos mais curtos, beneficiando da abundância de liquidez oferecida pelo BCE. Contudo, essa liquidez

não se estendeu aos prazos mais longos, permanecendo as yields a 10 anos da Itália e Espanha em

níveis extremamente elevados.

Os mercados de acções não beneficiaram de forma significativa da melhoria do contexto

macroeconómico global. Enquanto o S&P subiu 0,85% no mês, o MSCI Emerging Markets caiu 1,3% (em

dólares) e o EuroStoxx50 desvalorizou 0,6%, não conseguindo suster os ganhos acumulados até à

Cimeira Europeia.

2.3 Política de investimento: objectivos e princípios

Na composição do património do Fundo, a Entidade Gestora teve em conta os objectivos e as finalidades

a atingir pelos Planos de Pensões dos diversos contratos de Adesão Colectiva que o integram, no que diz

Fundo de Pensões Aberto Banif Previdência Empresas, fp – Relatório e Contas Anual 2011 32

respeito aos níveis adequados de segurança, de qualidade, de rendibilidade e de liquidez das respectivas

aplicações financeiras, agindo no melhor interesse dos Participantes e Beneficiários e assegurando o

cumprimento das disposições legais e regulamentares aplicáveis, nomeadamente:

a) a adequada diversificação e dispersão de riscos, evitando a dependência excessiva de um determinado

activo ou emitente e a limitação do risco de liquidez especialmente no curto e médio prazos;

b) a selecção criteriosa das aplicações em função do seu risco intrínseco e do risco de mercado, tendo

em consideração as informações credíveis disponíveis, designadamente as notações de risco de crédito

atribuídas pelas agências de rating;

c) o cumprimento do Regulamento de Gestão e das disposições legais aplicáveis.

O património do Fundo só é constituído por valores mobiliários, participações em instituições de

investimento colectivo, instrumentos representativos de dívida de curto prazo, depósitos bancários,

outros activos de natureza monetária e terrenos e edifícios inscritos no registo predial como integrantes

do Fundo.

A Entidade Gestora recorreu à utilização de técnicas e instrumentos adequados à gestão do Fundo tais

como os instrumentos financeiros derivados e as operações de reporte e de empréstimo de valores, nas

condições e limites definidos por norma do Instituto de Seguros de Portugal. A utilização de instrumentos

derivados teve como objectivo exclusivo a cobertura de riscos.

As aplicações em caixa e em disponibilidades à vista representam um valor residual, salvo em situações

efectivas de força maior que conduzam, temporariamente, ao incumprimento deste princípio,

nomeadamente em casos de entrega de contribuições, de necessidades de tesouraria ou de elevada

instabilidade dos mercados financeiros.

À Entidade Gestora fica vedado:

a) Adquirir acções próprias para o Fundo;

b) Oferecer a terceiros os activos do Fundo para garantia, qualquer que seja a forma jurídica a assumir

por essa garantia, excepto no âmbito de contratos de reporte ou de empréstimo de valores ou outros

com o objectivo de uma gestão eficaz de carteira, nos termos da legislação aplicável;

c) Conceder crédito, por conta do Fundo, nomeadamente crédito hipotecário ou crédito aos Participantes.

Não podem ser adquiridos nem entregues como contribuição para o Fundo:

a) Valores mobiliários emitidos ou detidos pela Entidade Gestora;

b) Valores mobiliários emitidos ou detidos por sociedades que sejam membros dos órgãos de gestão da

Entidade Gestora, ou que com esta estejam em relação de domínio ou de grupo, ou que possuam,

directa ou indirectamente, mais do que 10% do capital social ou dos direitos de voto desta, salvo se os

títulos se encontrarem admitidos à negociação numa bolsa de valores ou em outro mercado

regulamentado de Estado membro da União Europeia ou em mercado análogo de país da OCDE;

Fundo de Pensões Aberto Banif Previdência Empresas, fp – Relatório e Contas Anual 2011 33

c) Valores mobiliários emitidos ou detidos pelo Associado do Fundo ou por sociedades que estejam em

relação de domínio ou de grupo com esse Associado, salvo se os títulos se encontrarem admitidos à

negociação numa bolsa de valores ou em outro mercado regulamentado de Estado membro da União

Europeia ou em mercado análogo de país da OCDE;

d) Valores mobiliários emitidos ou detidos por sociedades cujo capital social ou direitos de voto

pertençam, directa ou indirectamente, em mais do que 10% a um ou mais administradores da Entidade

Gestora, em nome próprio ou em representação de outrem, e aos seus cônjuges e parentes ou afins no

1.º grau;

e) Valores mobiliários emitidos ou detidos por sociedades de cujos órgãos de gestão ou de fiscalização

façam parte um ou mais administradores da Entidade Gestora, em nome próprio ou em representação de

outrem, seus cônjuges e parentes ou afins no 1.º grau, salvo se os títulos se encontrarem admitidos à

negociação numa bolsa de valores ou em outro mercado regulamentado de Estado membro da União

Europeia ou em mercado análogo de país da OCDE.

2.4 Cumprimento dos princípios e regras prudenciais

Não existem quaisquer situações de incumprimento dos limites regulamentares de diversificação e

dispersão prudenciais estipulados no Regulamento de Gestão, nomeadamente:

a) o investimento em valores mobiliários que não se encontrem admitidos à negociação num mercado

regulamentado não pode representar mais do que 15%;

b) o investimento em UP’s de organismos de investimento colectivo não harmonizados não pode

representar mais do que 10%;

c) o investimento em activos expressos em moedas distintas daquela em que estão expressas as

responsabilidades do fundo de pensões não pode representar mais do que 30%;

d) o valor de mercado dos activos cedidos em operações de empréstimo não pode exceder os 40%;

e) o investimento numa mesma sociedade não pode representar mais do que 10%, e 5% caso se tratem

de investimentos em associados do fundo de pensões ou em sociedades em relação de domínio ou de

grupo com esses associados;

f) o investimento relativamente a sociedades em relação de domínio ou de grupo entre si ou com a

entidade gestora não pode representar mais do que 20%, e 10% caso se tratem de investimentos

efectuados no conjunto dos associados do fundo de pensões e das sociedades que se encontrem em

relação de domínio ou de grupo com esses associados;

g) o investimento em UP’s de um único organismo de investimento colectivo não harmonizado não pode

representar mais do que 2%;

h) caso os organismos de investimento colectivo não harmonizado invistam em outros organismos de

investimento colectivo não harmonizado, é considerado o investimento em UP’s de cada um destes

outros organismos, o qual não pode representar mais do que 2%.

Fundo de Pensões Aberto Banif Previdência Empresas, fp – Relatório e Contas Anual 2011 34

2.5 Comparação dos limites de exposição e da alocação estratégica com a alocação actual

O Fundo de Pensões Aberto Banif Previdência Empresas, fp, contempla uma carteira de investimento,

com um perfil equilibrado, e cuja composição, sem prejuízo das regras estabelecidas na Política de

Investimento constante do Regulamento de Gestão, é a seguinte:

máximo de 30% de Activos do Tipo I, 20% a 90% de Activos do Tipo II, 10% a 35% de Activos do Tipo

III, máximo de 50% de Activos do Tipo IV, e o máximo de 10% de Activos do Tipo V.

Considera-se:

a) Activos do Tipo I, acções, obrigações convertíveis ou que confiram direito à subscrição de acções ou,

ainda, por quaisquer outros instrumentos que confiram o direito à sua subscrição ou que permitam uma

exposição aos mercados accionistas, designadamente warrants e participações em instituições de

investimento colectivo cuja política de investimento seja constituída maioritariamente por acções;

b) Activos do Tipo II, os activos financeiros que integram a categoria de obrigações e títulos

representativos de dívida similares não incluídas na alínea anterior, fundos mobiliários de obrigações ou

maioritariamente de obrigações, títulos representativos de dívida da mesma natureza e títulos de dívida

pública;

c) Activos do Tipo III, aplicações em terrenos e edifícios, acções de sociedades imobiliárias e unidades de

participação em fundos de investimento imobiliário;

d) Activos do Tipo IV, os activos financeiros que integram a categoria de dívida de curto prazo, depósitos

bancários e outros instrumentos monetários;

e) Activos do Tipo V, o investimento em unidades de participação de organismos de investimento

colectivo não harmonizados.

Alocação a 31/12/2011

BPE Activos Tipo I Activos Tipo II Activos Tipo III Activos Tipo IV Activos Tipo V

ISP 227 Limites Min - Max 0% - 30% 20% - 90% 10% - 35% 0% - 50% 0% - 10%Exp Ref.ª 15% 65% 20% - -

Exposição Directa 10,75% 48,24% 24,26% 16,40% 0,33%Líquida,Total 5,06% 48,24% 24,26% 16,40% 0,33%

Durante o exercício, a gestão financeira da Carteira de Investimento afecta aos Planos de Pensões

obedeceu aos limites de exposição e da alocação estratégica estabelecidos na política de investimento

definidos no Regulamento de Gestão do Fundo.

2.6 Evolução da estrutura da carteira de investimentos

Fundo de Pensões Aberto Banif Previdência Empresas, fp – Relatório e Contas Anual 2011 35

Jan

Jan

Jan

Jan

Jan

JanFev

Fev

Fev

Fev

Fev

Fev

Fev

Mar

Mar

Mar

Mar

Mar

Mar

Mar

Abr

Abr

Abr

Abr

Abr

Abr

Abr

Mai

Mai

Mai

Mai

Mai

Mai

Mai

Jun

Jun

Jun

Jun

Jun

Jun

Jun

Jul Jul

Jul

Jul

Jul

Jul

Jul

Ago

Ago

Ago

Ago

Ago

Ago

Ago

Set

Set

Set

Set

Set

Set

Set

Out

Out

Out

Out

Out

Out

Out

Nov

Nov

Nov

Nov

Nov

Nov

Nov

Dez

Dez

Dez

Dez

Dez

Dez

Dez

Jan

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

Acções Taxa Fixa Taxa Variável Hedge Funds Imobiliário Outros Liquidez

Janeiro

Durante o mês de Janeiro efectuaram-se diversas alterações à constituição da carteira do Fundo de

Pensões. Aumentou-se a exposição líquida a acções para 19%, através da aquisição do futuro sobre o

EuroStoxx50 (1,7%); trocou-se as posições em Deutsche Bank, Allianz e Nokia por Danone (0,5%) e

Aegon (0,5%) e um ETF do DAX (1%); e substituiu-se a exposição a acções emergentes, através do

futuro sobre o MSCI Emerging Markets (cerca de 2%) por uma exposição semelhante no futuro do Dax.

Na componente de obrigações, alienaram-se Obrigações do Tesouro Português (cerca de 2,5%), por

troca de emissões senior de bancos portugueses, com yields bastante mais elevadas (BCP, BES).

Comprou-se ainda cerca de 4% em Bilhetes do Tesouro Português com prazo de um ano e uma yield de

4,15%. Aumentou-se ainda a exposição a fundos de High Yield em 2,5%.

Na componente de imobiliário, reduziu-se a exposição ao fundo Imogest em cerca de 2,1%.

Fevereiro

Durante o mês de Fevereiro reduziu-se a exposição líquida em acções, para cerca de 11,3%. Alienou-se

Aegon (0,5%) e venderam-se futuros sobre o EuroStoxx50 (4%), sobre o Dax (2%) e sobre o S&P500

(1%). Trocou-se o fundo de acções americanas da DWS pelo da RCM (1,4%).

Na componente de obrigações, aumentou-se a duração média do fundo, através da aquisição de futuros

sobre o Bund (obrigações alemãs a 10 anos) em 11,4%. O fundo comprou ainda dívida garantida do BES

(0,7%), obrigações senior do BCP (0,2%), bilhetes do tesouro português a 1 ano 5%) e dívida pública

alemã (3,1%). Reduziu-se também o risco da carteira através da venda de fundos de obrigações

convertíveis (1,2%) e High Yield (0,5%).

Março

Fundo de Pensões Aberto Banif Previdência Empresas, fp – Relatório e Contas Anual 2011 36

Durante o mês de Março, aumentou-se a exposição líquida a acções de 11,3% para 13,1%: vendeu-se a

posição em Total (0,5%) e aumentou-se o peso em acções europeias em 4,5% e reduziu-se o peso em

acções americanas em 2%, recorrendo a contratos futuros.

Na componente de obrigações, reduziu-se a maturidade da dívida portuguesa: vendeu-se Obrigações do

Tesouro (3%) e dívida senior da CGD (1,5%) com maturidade em 2013 e comprou-se Bilhetes do

Tesouro (3,5%) e obrigações do Reino de Espanha a 5 anos (2,6%). Reduziu-se também a duração

média da componente de obrigações, através da venda de dívida pública alemã (3%). Alienou-se ainda

cerca de 1% em fundos High Yield.

Abril

Durante o mês de Abril fizeram-se alguns ajustes na carteira de acções: vendeu-se o fundo Pictet US

Equity Selection (1,9%), mas comprou-se o futuro sobre o S&P500 (3,2%); adquiriu-se 0,3% do fundo

no Banif Iberia. Como consequência, aumentou-se o peso líquido desta componente em cerca de 2%,

para 15,1%.

No segmento de obrigações, reforçou-se o peso em dívida pública portuguesa: adquiriu-se cerca de 4%

em OTs 5% Jun/2012.

Maio

Durante o mês de Maio, aumentou-se o investimento na componente de acções através da compra de

contratos futuros sobre os índices EuroStoxx50 (2,65%) e S&P500 (1,2%). Efectuaram-se também

algumas trocas em algumas classes de activos: substituíram-se acções da Danone (0,5%) por acções da

LVMH; trocou-se a posição no fundo DWS Invest Convertibles (1,1%) pelos fundos F&C Global

Convertibles Bond e Schroders Conrtible Bonds.

Reduziu-se ainda a exposição aos FEIs regionais Banif Ásia (0,8%) e Banif Brasil (1%) e aumentou-se o

peso em obrigações de mercados emergentes em 0,7% (Pictet Latin America) e em títulos de dívida do

reino de Espanha (1%).

Junho

Em Junho, reduziu-se a exposição aos mercados accionistas em cerca de 1,5%, através da venda de

futuros sobre o índice EuroStoxx50. Na componente de obrigações, alienou-se uma emissão subordinado

do Banif (0,2%), e adquiriu-se dívida senior do BCP (0,3%) e BES (0,5%).

Julho

Em Julho, reduziu-se a exposição a investimento directo em acções, em 0,6%, com a alienação de LVMH.

Agosto

No início de Agosto, reduziu-se a exposição líquida a acções para 15,1%, através da venda de contratos

futuros sobre o EuroStoxx50 (-1%). Na componente de obrigações alienou-se a posição no fundo F&C

Fundo de Pensões Aberto Banif Previdência Empresas, fp – Relatório e Contas Anual 2011 37

Global Convertible Bonds (-1,3%), aumentou-se a exposição aos fundos de High Yield da Pictet, DWS e

WestAM (num total de +1,2%) e adquiriu-se obrigações de empresas Investment Grade (France

Telecom, Daimler e Saint Gobain) em cerca de +1,5%.

Setembro

Durante o mês de Setembro, reduziu-se substancialmente a exposição líquida a acções, para cerca de

7,6%, através da alienação de ETFs sobre o EuroStoxx50 (-1%) e da venda de contratos futuros sobre o

S&P500 (-3,5%) e sobre o EuroStoxx50 (-3,5%). Na componente de obrigações destaca-se a aquisição

de fundos de High Yield expostos ao mercado americano (cerca de -1%) e a alienação do fundo Pictet

Latin America (cerca de -0,8%).

Outubro

Durante o mês de Outubro, reduziu-se novamente a exposição líquida a acções, para cerca de 5,5%,

através da venda de contratos futuros sobre o EuroStoxx50 (-2,5%). Na componente de obrigações

destaca-se a venda de cerca de 1,9% de dívida pública espanhola a 5 anos e a constituição de uma

posição sintética (através de contratos futuros) em dívida pública alemã de perto de 8% do fundo. No

que diz respeito a dívida de empresas, reduziu-se a posição no fundo Banif Euro Financeiras (-0.6%) e

trocaram-se obrigações da Daimler e da France Telecom por uma emissão da Telefónica (cerca de 1% do

fundo). Finalmente, alienaram-se emissões garantidas do BCP e do BES e Bilhetes do Tesouro (títulos

com maturidade de 3 meses) e adquiriu-se papel comercial da Zon (4,3%) com uma rentabilidade de

7%.

Novembro

Durante o mês de Novembro, reduziu-se novamente a exposição líquida a acções, para cerca de 1,0%,

através da venda de contratos futuros sobre o EuroStoxx50 (-1,2%) e sobre o MSCI Emerging Markets (-

3,1%). Na componente de obrigações destaca-se a alienação de cerca de 3,1% em fundos de obrigações

High Yield, a venda da posição sintética (através de contratos futuros) em dívida pública alemã (de perto

de 8%) e a compra de cerca de 1,2% em futuros sobre dívida pública italiana. Para além disto, trocaram-

se obrigações da Telefónica por emissões da British Gas e da Imperial Tobacco (cerca de 1% do fundo).

No segmento de imobiliário, adquiriu-se 1,2% no fundo Banif Imogest.

Dezembro

Durante o mês de Dezembro, aumentou-se a exposição líquida a acções, de 1,0% para 4,9%, através da

compra de contratos futuros sobre os índices EuroStoxx50 (+2%), S&P500 (+1%) e MSCI Emerging

Markets (+0,9%). Na componente de obrigações, reduziu-se a exposição a dívida pública periférica de

longo prazo, em Espanha (-1,35%) e Itália (-1%, através de contratos futuros). Após a intervenção do

BCE, adquiriu-se diversas obrigações seniores de bancos espanhóis e italianos (BBVA, Santander,

Unicrédito) com taxas de juro extramamente interessantes, num total de 2,4% da carteira do fundo.

Fundo de Pensões Aberto Banif Previdência Empresas, fp – Relatório e Contas Anual 2011 38

Destaca-se ainda a compra de dívida pública de curto prazo dos Estados Unidos, em dólares, em cerca de

2,2%.

2.7 Rendibilidade e níveis de risco do fundo de pensões

Rendibilidade

efectiva

Valores

Anualizados

Rendibilidade

mediana

Valores

Anualizados

YTD -3,08% - -0,90% -

1 Ano -3,08% - -0,90% -

2 Anos -1,92% -0,97% 0,70% 0,35%

3 Anos 2,97% 0,98% 3,20% 1,06%

5 anos -6,54% -1,34% 1,10% 0,22%

Medidas de Rendibilidade

Fundo Mercado*

* As rendibilidades de mercado foram estimadas com base nos dados fornecidos pela Mercer Investment Consulting

Análise de Risco a 31/12/2011

YTD 1 Ano

Desvio Padrão Anualizado 2,81% 2,81%

Annualised Downside Deviation 0,04% 0,04%Gain/Loss Ratio 0,83 0,83Índice de Sharpe Anualizado -1,80 -1,80

Medidas de Volatilidade e Risco

Risco Total (Desvio Padrão anualizado) 6,06%

C/Derivados S/Derivados

Value-At-Risk em Euros 1.647.227 1.933.865

Value-At-Risk(%) 3,44% 4,04%

Tabela Resumo

A análise do Fundo foi realizada à data de 31-Dez-2011. De entre as principais variáveis analisadas,

destaque-se o desvio padrão da carteira de 6,06%. É importante referir que o desvio-padrão da carteira

(aqui calculado) é diferente do desvio-padrão do fundo (no quadro mais acima), já que o desvio-padrão

do fundo mede apenas volatilidade da UP (ex-post), e o desvio-padrão da carteira tem em conta a

volatilidade “forward looking” de cada classe de activos. A diferença mais significativa prende-se com a

classe de imobiliário, na qual a volatilidade verificada (ex-post) é inferior ao risco percepcionado pelo

modelo de análise de risco, uma vez que o modelo de análise para o imobiliário está a equiparar o

investimento em imobiliário com o investimento em acções de empresas imobiliárias, o que explica o

risco (medido pelo desvio padrão) ser superior ao que se esperaria.

A análise do “Value-at-Risk” mostra que a perda máxima expectável com derivados é de € 1.647.227 o

que corresponde a 3,44% da carteira. Sem derivados o “Value-at-Risk” é de € 1.933.865 o que

corresponde a 4,04% da carteira. A análise do “Value-at-Risk” demonstra que a perda máxima

expectável é inferior quando incluídos os derivados na carteira, uma vez que a estratégia seguida é de

Fundo de Pensões Aberto Banif Previdência Empresas, fp – Relatório e Contas Anual 2011 39

cobertura do risco do mercado accionista europeu via o futuro do DJ EurStoxx50, do americano via o

futuro do S&P 500 e dos mercados emergentes através do futuro MSCI Emerging Market. Na tabela do

“Breakdown do risco do portfolio” verifica-se que o risco estimado do Fundo deriva principalmente da

escolha dos títulos em termos de Indústria, sendo menor o risco proveniente da Correlação e de Spread e

da Curva de Rendimentos. Existe ainda risco moeda, que leva em consideração a exposição directa à

moeda em que os activos estão denominados e a exposição implícita a outras moedas. Neste caso, a

correlação moeda/mercado é negativa, o que significa que pelo facto de o Fundo estar exposto a moedas

diferentes do Euro está a aumentar a diversificação do Fundo.

VaR % Risco Desvio Padrão

Risco de Mercado 1.694.124 105,78% 6,24%Indústria 1.606.429 95,11% 5,91%

Estilo 22.239 0,02% 0,08%

Curva de Rendimentos 101.328 0,38% 0,37%

Spread 160.653 0,95% 0,59%

Mercados Emergentes 0 0,00% 0,00%

Commodity 0 0,00% 0,00%

Hedge Fund 0 0,00% 0,00%

Correlação 9,18%

Risco Específico 61.082 0,14% 0,22%Risco Moeda 224.632 1,86% 0,83%

Correlação Moeda/Mercado -7,63%1.647.227 100% 6,06%

Breakdown do Risco do Portfolio

Breakdown do risco por região geográfica

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70%

Correlação

Portugal

E.U.A.

Euro

China

Alemanha

Reino Unido

Espanha

Itália

China International

França

Coreia

Breakdown do risco por moeda

Fundo de Pensões Aberto Banif Previdência Empresas, fp – Relatório e Contas Anual 2011 40

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

% em carteira % Risco Total

CNY EUR USD

Activos que mais contribuem para o Risco Total

Peso Efectivo Desvio padrão % Contribuição

EUR Portugal Real Estate 21,17% 23,28% 79,55%

DJ EurStoxx 50 Mar12 -2,65% 23,50% -8,24%

B.Euro Accoes 2,62% 23,16% 8,00%

E-mini MSCI Mar12 -2,00% 25,72% -5,92%

Schroder Emerg Mkt 1,79% 21,65% 4,33%

Peso Efectivo Desvio padrão % Contribuição

DJ EurStoxx 50 Mar12 -2,65% 23,50% -8,24%

E-mini MSCI Mar12 -2,00% 25,72% -5,92%

Schroder Emerg Mkt 1,79% 21,65% 4,33%

PICTET EMERGING MKTS 1,75% 20,31% 3,87%

DAX EX 0,92% 25,15% 2,91%

Peso Efectivo Desvio padrão % Contribuição

Banif Euro Financeiras 4,07% 7,36% 2,77%

B.Euro Corporates 9,12% 1,39% 1,23%

US Treasury 0.375 12 2,20% 11,77% -1,15%

Mille 1 1 0,48% 8,65% 0,33%

BTNS 3.75% 01/13 6,72% 0,85% -0,27%

Carteira

Acções

Obrigacções

2.8 Benchmarks de performance e resultados

O benchmark definido para a avaliação da performance das carteiras do Fundo é a EURIBOR a 12 meses

(base 360 dias) fixada a 1 de Janeiro de cada ano mais 2%. No exercício de 2011, o índice de referência

fixou-se nos 3,504%.

A rendibilidade apurada em 2011 foi de -3,08%.

Fundo de Pensões Aberto Banif Previdência Empresas, fp – Relatório e Contas Anual 2011 41

Peso Médio (1) TWR (2) Contribuição

Acções 12,69% -22,74% -3,49%

Inv. Directo 0,86% -49,37% -0,14%

Inv. Indirecto 11,84% -16,83% -2,44%

Futuros -0,91%

Obrigações 41,27% 0,33% -0,13%

Inv. Directo 22,12% 4,02% 0,94%

Taxa Fixa 16,94% 3,42% 0,66%

Taxa Variável 5,17% 4,85% 0,29%

Estruturas 0,01% 0,23% 0,00%

Inv. Indirecto 19,15% -1,16% -1,16%

Futuros 0,08%

Imobiliário 29,59% 2,25% 0,75%

Inv. Directo 12,54% 3,33% 0,46%

Inv. Indirecto 17,05% 1,44% 0,29%

Outros Fundos 3,69% -6,65% -0,36%

Instr Mercado Monetário 14,67% 4,46% 0,88%

Outros (3) -1,91% -0,74%

100% -3,08%Total (1)

- O Peso Médio é calculado usando o critério de média aritmética simples

(3) - A componente "Outros" refere-se a ganhos/perdas cambiais, comissões, impostos e ganho não atribuível

(2) - O método de cálculo da performance segundo a TWR é distinto do utilizado para o cálculo da rendibilidade do fundo YTD

que se encontra no n.º 2.5.7

A performance do Fundo até 31 de Dezembro, medida de acordo com a TWR, foi de -3,08%. Os

impactos positivos derivam da performance da classe de Imobiliário, com uma contribuição para a

performance total de 75 pb. Os impactos negativos derivam principalmente da performance da classe de

Acções, com uma contribuição para a performance total de -349 pb e de Outros Fundos, com uma

contribuição para a performance total de -36 pb. A categoria de Inv. Indirecto foi a que teve mais

preponderância para o desempenho negativo por parte das acções.

Bcp Finance 02/12 OBR 0,39% Banif Euro Financeir OBR -1,03%

Euro Bund Fut Dec11 OBR 0,24% B.Euro Accoes ACC -0,62%

Prax Iii IMO 0,23% Lyxor Etf St50 Lev2X ACC -0,59%

Easy Etf Ftse Epra ACC 0,18% Pictet Emerging Mkts ACC -0,54%

Portb 0 01/20/12 OBR 0,17% Schroder Emerg Mkt ACC -0,39%

Breakdown da Performance da Carteira

Activos com maior

contribuição positiva Contribuição

Activos com maior

contribuição negativaContribuição

Breakdown da Performance das Obrigações

No que respeita à análise do impacto da componente obrigacionista, verifica-se que a componente de

taxa fixa teve um impacto negativo na performance total da carteira, destacando-se o impacto da

categoria de Fundos, com uma contribuição para a performance total de -121 pb e da categoria de Dívida

Pública, com uma contribuição para a performance total de 40 pb. No que diz respeito às obrigações de

taxa variável verifica-se que a categoria de Asset Backed Securities foi a categoria com maior impacto

negativo, com uma contribuição para a performance total de -4 pb. Do lado positivo destaque-se a

Fundo de Pensões Aberto Banif Previdência Empresas, fp – Relatório e Contas Anual 2011 42

categoria de Dívida de Empresas Financeiras, com uma contribuição para a performance total de 32 pb e

a categoria de Fundos, com uma contribuição para a performance total de 6 pb.

BCP Finance 02/12 Banks Senior 0,39% Banif Euro Financeir Fundos -1,03%

PORTB 0 01/20/12 Governo 0,17% Mille 1 1 CBOs & CDOs -0,13%

SPGB 3.25 04/16 Governo 0,11% Banif Float 12/15 Banks LT2 -0,13%

CXGD 4.375% 13/05/13 Banks Senior 0,09% F&C GL CONVERT BOND Fundos -0,11%

US Treasury 0.375 12 Governo 0,08% OT 5.45% Set. 2013 Governo -0,11%

Breakdown da Performance das Obrigações

Activos com maior

contribuição positiva Contribuição

Activos com maior

contribuição negativaContribuição

2.9 Gestão dos riscos materiais a que o fundo se encontra exposto

A estratégia de gestão de riscos da entidade gestora contempla a identificação dos riscos a que os fundos

de pensões por si geridos se encontram expostos e respectivo enquadramento no âmbito das suas

principais orientações estratégicas e políticas de negócio globais assim como a definição de

procedimentos para a monitorização frequente e detalhada dos riscos identificados.

Todas as fragilidades identificadas no âmbito de controlos internos são classificadas por tipo e por grau

(elevado, médio e baixo) de risco e resumidas numa matriz de Risk Appetite Statement.

Riscos específicos do plano de pensões

Consistem nos riscos inerentes aos benefícios estabelecidos no plano de pensões, associados

nomeadamente à mortalidade ou longevidade das populações abrangidas, à ocorrência de situações de

invalidez, à rotação da população de participantes, à passagem às situações de reforma antecipada ou

pré-reforma e ao grau de dependência dos benefícios dos regimes de segurança social.

Estes riscos podem conduzir a perdas resultantes da insuficiência ou incumprimento de contribuições, de

subestimação do valor das responsabilidades subjacentes aos compromissos assumidos nos planos de

pensões, do seu deficiente desenho ou da falha na prestação de informação aos participantes,

beneficiários e associados.

No caso dos planos BD (Benefício Definido) e mistos, tais perdas podem derivar do processo de desenho

do plano de pensões e de falhas na prestação de informação, mas estão essencialmente ligadas aos

processos de cálculo das responsabilidades e de financiamento do plano de pensões (incluindo a

determinação das correspondentes contribuições a cargo dos associados), podendo ter origem numa

multiplicidade de factores, tais como:

• Fiabilidade dos dados utilizados para o cálculo das responsabilidades;

Fundo de Pensões Aberto Banif Previdência Empresas, fp – Relatório e Contas Anual 2011 43

• Desvios significativos entre a realidade e os pressupostos utilizados, não só ao nível demográfico

(mortalidade, morbilidade, acesso à situação de reforma antecipada ou pré-reforma e rotação da

população) como também financeiro (crescimento dos salários e das pensões);

• Subestimação dos valores das pensões a pagar nas situações de dependência dos benefícios dos

regimes de segurança social.

No que diz respeito aos planos CD (Contribuição Definida) e mistos, as perdas estão particularmente

ligadas ao processo de desenho do plano de pensões e de falhas na prestação de informação, podendo

no entanto estarem também ligadas ao incumprimento das contribuições previstas.

A entidade gestora faz uma gestão prudente e sólida dos riscos específicos do plano de pensões BD ou

mistos, realizando uma revisão actuarial contínua, assim como análises específicas aos riscos

materialmente mais relevantes, tomando em consideração os relatórios dos actuários responsáveis e

assegurando a monitorização do cumprimento das respectivas recomendações. Adicionalmente, são

realizados estudos de stress testing ou de análises de cenários pela Direcção de Risco e Reporting (DRR).

Os actuários responsáveis procedem regularmente à avaliação actuarial e financeira dos planos de

pensões, a partir de informação validada pela Direcção Técnica e Comercial (DTC) que revê o relatório e

controla e monitoriza o risco específico dos fundos pensões, garantindo o necessário financiamento das

responsabilidades e informando o associado da necessidade de fazer dotações, quando necessário.

Trimestralmente, são efectuadas análises de activos e passivos (estudos ALM), onde são determinadas as

responsabilidades e os custos decorrentes dos respectivos planos de pensões, e avaliadas as

composições das carteiras de activos financeiros que integram o património dos respectivos fundos de

pensões. As conclusões das referidas análises assentam no conceito de valor esperado, numa perspectiva

probabilística, sendo as mais prováveis nos cenários de evolução de carteira de activos estudados (base,

optimista e pessimista).

Com o objectivo de acompanhar a solvência dos planos a médio e longo prazo são analisadas e testadas

a adequação das carteiras de activos, tendo em conta o cumprimento das exigibilidades dos passivos dos

respectivos fundos.

Risco de mercado

Define-se como o risco de movimentos adversos no valor de activos do fundo de pensões, relacionados

com variações dos mercados de capitais e cambiais, nomeadamente flutuações em taxas de juro, taxas

de câmbio, cotações de acções, preços de mercadorias, e do valor do imobiliário, e ainda os riscos

associados ao uso de instrumentos financeiros derivados, ou de produtos substantivamente equiparáveis

Fundo de Pensões Aberto Banif Previdência Empresas, fp – Relatório e Contas Anual 2011 44

Nos Fundos de Pensões, o risco de mercado decorre essencialmente das exposições em títulos, incluindo

unidades de participação de fundos de investimento, derivados e imóveis detidos em carteira.

As metodologias e modelos utilizados pela entidade gestora na gestão de risco de mercado encontram-se

em linha com as boas práticas internacionais. As técnicas utilizadas para medir e controlar o risco de

mercado incluem o Value-at-Risk (VaR), Duration e PV01, stress testing e testes de cenários.

Considerando que o risco de incumprimento (ou de default) não é capturado pelo VaR, relativamente ao

risco de crédito intrínseco à carteira de negociação, são conduzidos casuisticamente análises de impactos

sobre variações sobre factores de risco específicos desta perspectiva, como sejam, sensibilidade a

variações de spread de crédito, jump-to-default, concentrações por nível de rating.

Risco de crédito

Consiste no risco de incumprimento ou de alteração na qualidade creditícia dos emitentes de valores

mobiliários aos quais o fundo de pensões está exposto, bem como dos devedores, prestatários,

mediadores, participantes, beneficiários e resseguradores que com ele se relacionam

A avaliação do risco de crédito dos fundos de pensões é realizada tendo por base o modelo de análise

utilizado pela DRR, assente na ferramenta BarraOne, permitindo a decomposição do risco dos activos por

diversos factores, nomeadamente o factor Spread – analisa a diferença entre a curva swap e a curva de

dívida pública, e eventos de crédito, calculando a respectiva alocação em termos de risco. Adicionalmente

é monitorizado o rating de cada instrumento e a sua evolução.

A DRR possui uma área especializada em risco de crédito, pelo que, sempre que se considere necessário,

são realizadas análises de risco de crédito específicas para devedores, participantes ou outros.

Risco de concentração

Define-se como o risco que resulta de uma elevada exposição do fundo a determinadas fontes de risco,

tais como categorias de activos ou tipos de benefícios, com potencial de perda suficientemente elevado

para afectar de forma material a situação financeira ou de solvência do fundo. Consiste na probabilidade

de ocorrência de perdas devido a uma concentração excessiva em termos de exposição a determinados

riscos, tais como categoria de activos ou tipos de benefícios, tendo como principais fontes:

• Área geográfica – através do sistema BarraOne é feita a desagregação do Risco Total e do VAR por

país, permitindo monitorizar a evolução do mesmo;

• Por moeda – através do sistema BarraOne é feita a desagregação do Risco Total e do VAR por

moeda, permitindo monitorizar a evolução do mesmo;

Fundo de Pensões Aberto Banif Previdência Empresas, fp – Relatório e Contas Anual 2011 45

• Sectores económicos – através do sistema BarraOne é feita a desagregação do Risco Total e do

VAR por sector económico, permitindo monitorizar a evolução do mesmo;

• Contrapartes – é analisado o risco de crédito por contraparte (repos e derivados), considerando

um nível de tolerância pré-definido e em linha com as disposições regulamentares.

Conforme referido, o sistema BarraOne permite analisar o risco das carteiras desagregado pelos vários

factores explicativos do risco, nomeadamente entre as componentes de risco específico e risco global (ou

de mercado), o qual por sua vez é desagregado em diversos constituintes. Esta característica permite

analisar a concentração por exemplo ao risco da curva de rendimento, ou aos spreads. Os relatórios

mensais incluem uma análise das cinco maiores exposições em termos de risco, quer em termos

absolutos, quer em termos de VaR, incluindo o diagrama de intersecção de risco.

Risco de Liquidez e de ALM

Consiste no risco que advém da possibilidade do fundo de pensões não deter activos com liquidez

suficiente para fazer face aos requisitos de fluxos monetários necessários ao cumprimento das

responsabilidades assumidas para com os beneficiários à medida que se vencem. O risco de liquidez

define-se como a probabilidade de ocorrência de perdas devido à incapacidade de uma instituição dispor

de fundos líquidos para cumprir com as suas obrigações, e se tal é efectuado em condições razoáveis. O

risco de liquidez está associado aos custos adicionais para obter liquidez ao alienar investimentos ou

outros activos de forma não programada em virtude dos fundos de pensões não deterem activos com

liquidez suficiente para fazer face às suas responsabilidades à medida que elas se vencem.

Nos fundos de pensões, a adequação dos recursos financeiros face às responsabilidades é analisada em

função dos montantes e prazos dos compromissos assumidos e dos recursos obtidos, em função da

identificação de gaps. A DRR acautela mensalmente as necessidades de liquidez, tendo em consideração

as responsabilidades assumidas pelos fundos e as condições actuais do mercado.

Em termos de avaliação do risco de taxa de juro dos fundos de pensões, na componente dos activos,

esta é feita com o recurso ao sistema BarraOne. O modelo de análise utilizado pela DRR procede à

decomposição do risco de mercado nas várias componentes, entre os quais, a componente de risco de

taxa de juro embutida na variação de preço (decomposição do VaR nas várias componentes, incluindo

risco de taxa de juro).

Mensalmente são produzidos mapas de controlo de exposições, onde são apuradas os activos e passivos

por prazos de maturidade em termos globais. É feita uma avaliação detalhada do risco de taxa de juro,

analisando a estrutura de activos por prazo para maturidade, duração, duração por país e dos prazos de

refixação de taxa dos activos e passivos.

Fundo de Pensões Aberto Banif Previdência Empresas, fp – Relatório e Contas Anual 2011 46

Em paralelo, a análise do risco cambial dos activos fundos de pensões é realizada tendo por base a

ferramenta BarraOne, que procede à decomposição das carteiras nas várias componentes, entre os

quais, a componente de risco de moeda e a sua correlação com os restantes factores de risco.

2.10 Utilização de produtos derivados

A utilização de derivados pela Banif Açor Pensões, em 2011, no âmbito da estratégia de investimento do

Fundos de Pensões Aberto Banif Previdência Empresas, fp, foi realizada no quadro da política de

investimento.

Durante o exercício de 2011, a Banif Açor Pensões utilizou, no âmbito da gestão eficaz da carteira,

instrumentos derivados, designadamente para a cobertura do risco cambial e do risco de variação de

preço dos instrumentos financeiros detidos pelas carteiras de investimento do Fundo.

A cobertura do risco cambial, à data de 31 de Dezembro de 2011, decorria da exposição a fundos cujos

activos subjacentes estavam denominados em moedas diferentes do Euro, designadamente em USD, e

foi realizada com recurso a forwards cambiais:

• The Fine Art Fund FP

• Schroder Emerg Mkt

• PICTET EMERGING MKTS

• BELM RX SPC FI SEP08

• BELM RX SPC FI DEC08

• FRANKLIN MUTUAL BEAC

• JPM Greater China

Na mesma data e no âmbito da cobertura do risco de variação de preço dos instrumentos financeiros

detidos, as posições em aberto relativas à utilização de futuros, compreendia:

• S&P500 EMINI MAR12

• DJ EURSTOXX 50 MAR12

• E-MINI MSCI MAR12

2.11 Valor actual das responsabilidades passadas obtidas pelo cenário de financiamento

CSA – Companhia de Seguros Açoreana, S.A (Adesão Colectiva nº 2);

Fundo de Pensões Aberto Banif Previdência Empresas, fp – Relatório e Contas Anual 2011 47

O método de cálculo utilizado nesta avaliação actuarial para o apuramento das responsabilidades foi o

“Projected Unit Credit”. Este método consiste em mensurar o valor das responsabilidades para cada

participante de acordo com o tempo de serviço prestado durante a sua vida activa. Por cada ano de

serviço prestado é-lhe atribuída uma unidade de crédito. Essa unidade de crédito é quantificada em cada

ano pelo custo normal do plano.

A responsabilidade total para cada participante consiste na determinação do valor actual dos benefícios

acumulados de reforma, reportado à data de avaliação. O método de cálculo utilizado nesta avaliação

actuarial para o apuramento das responsabilidades das pensões de velhice, de invalidez, pré-reforma e

de sobrevivência consistiu no cálculo do valor actual das pensões em pagamento.

31-12-2011 31-12-2010

14.794.510,00 7.093.222,00

Velhice 12.519.472,00 4.635.571,00

Invalidez 2.124.194,00 2.280.722,00

Pré-reforma 101.687,00 122.886,00

Sobrevivência 49.157,00 54.043,00

5.105.369,00 5.641.607,00

19.899.879,00 12.734.829,00

Responsabilidades

Valor Actual das Pensões em Pagamento

Valor Actual das Responsabilidades com Serviços Passados

Responsabilidades efectivas

31-12-2011 31-12-2010

10.194.190,00 7.093.222,00

Velhice 7.919.152,00 4.635.571,00

Invalidez 2.124.194,00 2.280.722,00

Pré-reforma 101.687,00 122.886,00

Sobrevivência 49.157,00 54.043,00

5.105.369,00 5.641.607,00

15.299.559,00 12.734.829,00

Responsabilidades - Plano I

Valor Actual das Pensões em Pagamento

Valor Actual das Responsabilidades com Serviços Passados

Responsabilidades efectivas

31-12-2011 31-12-2010

4.600.320,00 -

Velhice 4.600.320,00 -

Invalidez 0,00 -

Pré-reforma 0,00 -

Sobrevivência 0,00 -

0,00 -

4.600.320,00 -

Responsabilidades - Plano II

Valor Actual das Pensões em Pagamento

Valor Actual das Responsabilidades com Serviços Passados

Responsabilidades efectivas

O aumento do valor das responsabilidades deveu-se essencialmente à extinção do Fundo de Pensões do

Pessoal da Global por incorporação dos respectivos Participantes e Pensionistas na Adesão Colectiva n.º 2

ao Fundo de Pensões Banif Previdência Empresas, fp, em resultado da operação de fusão da GLOBAL -

Fundo de Pensões Aberto Banif Previdência Empresas, fp – Relatório e Contas Anual 2011 48

Companhia de Seguros, S.A. e a GLOBAL VIDA - Companhia de Seguros de Vida, S.A., na Companhia de

Seguros AÇOREANA, S.A. com data efeito de 1 de Janeiro de 2011.

SATA – Air Açores, S.A. (Adesão Colectiva nº 3);

O método de cálculo utilizado nesta avaliação actuarial para o apuramento das responsabilidades foi o

“Projected Unit Credit”. Este método consiste em mensurar o valor das responsabilidades para cada

participante de acordo com o tempo de serviço prestado durante a sua vida activa. Por cada ano de

serviço prestado é-lhe atribuída uma unidade de crédito. Essa unidade de crédito é quantificada em cada

ano pelo custo normal do plano.

A responsabilidade total para cada participante consiste na determinação do valor actual dos benefícios

acumulados de reforma, reportado à data de avaliação. O método de cálculo utilizado nesta avaliação

actuarial para o apuramento das responsabilidades das pensões de velhice e das pensões de invalidez,

consistiu no cálculo do valor actual das pensões em pagamento.

31-12-2011 31-12-2010

12.446.109,39 13.396.649,88

Velhice 1.358.842,53 1.406.326,55

Invalidez 11.087.266,86 11.990.323,33

1.257.375,50 5.356.616,25

13.703.484,89 18.753.266,13

Responsabilidades

Valor Actual das Pensões em Pagamento

Valor Actual das Responsabilidades com Serviços Passados

Responsabilidades efectivas

A redução no valor das Responsabilidades com Serviços Passados justifica-se pela passagem à reforma

de 24 activos, pelas alterações ao plano de pensões em 2011 e pela alteração de pressupostos.

CIMENTAÇOR – Cimentos dos Açores, Lda. (Adesão Colectiva nº 4);

O método de cálculo utilizado nesta avaliação actuarial para o apuramento das responsabilidades foi o

“Projected Unit Credit”. Este método consiste em mensurar o valor das responsabilidades para cada

participante de acordo com o tempo de serviço prestado durante a sua vida activa. Por cada ano de

serviço prestado é-lhe atribuída uma unidade de crédito. Essa unidade de crédito é quantificada em cada

ano pelo custo normal do plano.

A responsabilidade total para cada participante consiste na determinação do valor actual dos benefícios

acumulados de reforma, reportado à data de avaliação. O método de cálculo utilizado nesta avaliação

actuarial para o apuramento das responsabilidades das pensões de velhice, de invalidez, e de

sobrevivência consistiu no cálculo do valor actual das pensões em pagamento.

Fundo de Pensões Aberto Banif Previdência Empresas, fp – Relatório e Contas Anual 2011 49

31-12-2011 31-12-2010

998.859,84 1.111.492,02

Velhice 469.589,31 501.803,92

Invalidez 399.446,20 534.315,23

Sobrevivência 129.824,33 75.372,87

699.672,98 738.392,55

1.698.532,82 1.849.884,57

Responsabilidades

Valor Actual das Pensões em Pagamento

Valor Actual das Responsabilidades com Serviços Passados

Responsabilidades efectivas

Relativamente ao ano anterior verifica-se uma diminuição das responsabilidades resultante das alterações

nos pressupostos de avaliação, nomeadamente, aumento da taxa de rendimento do fundo e da taxa de

desconto.

LOTAÇOR – Serviços de Lotas dos Açores, S.A. (Adesão Colectiva nº 6);

O método de cálculo utilizado nesta avaliação actuarial para o apuramento das responsabilidades foi o

“Projected Unit Credit”. Este método consiste em mensurar o valor das responsabilidades para cada

participante de acordo com o tempo de serviço prestado durante a sua vida activa. Por cada ano de

serviço prestado é-lhe atribuída uma unidade de crédito. Essa unidade de crédito é quantificada em cada

ano pelo custo normal do plano.

A responsabilidade total para cada participante consiste na determinação do valor actual dos benefícios

acumulados de reforma, reportado à data de avaliação. O método de cálculo utilizado nesta avaliação

actuarial para o apuramento das responsabilidades das pensões de velhice e das pensões de invalidez,

consistiu no cálculo do valor actual das pensões em pagamento.

31-12-2011 31-12-2010

348.269,14 358.754,64

Velhice 82.725,54 86.996,35

Invalidez 265.543,60 271.758,29

519.906,33 464.862,47

868.175,47 823.617,11

Responsabilidades

Valor Actual das Pensões em Pagamento

Valor Actual das Responsabilidades com Serviços Passados

Responsabilidades efectivas

O aumento verificado no Valor Actual das Responsabilidades com Serviços Passados, resulta

fundamentalmente da diminuição da taxa de rendimento do fundo e da actualização das pensões em

pagamento inferior ao previsto.

2.12 Nível de cobertura das responsabilidades passadas obtidas pelo cenário de financiamento

Fundo de Pensões Aberto Banif Previdência Empresas, fp – Relatório e Contas Anual 2011 50

CSA – Companhia de Seguros Açoreana, S.A (Adesão Colectiva nº 2);

31-12-2011 31-12-2010

19.899.879,00 12.734.829,00

26.375.570,97 12.735.000,00

0,00 0,00

132,54% 100,00%Nível de Financiamento Global

Nível de Financiamento

Responsabilidades efectivas

Valor do Fundo

Responsabilidades não financiadas

31-12-2011 31-12-2010

15.299.559,00 12.734.829,00

21.017.674,62 12.735.000,00

0,00 0,00

137,37% 100,00%

Nível de Financiamento - Plano I

Responsabilidades efectivas

Valor do Fundo

Responsabilidades não financiadas

Nível de Financiamento Global

31-12-2011 31-12-2010

4.600.320,00 -

5.357.896,35 -

0,00 -

116,47% -

Nível de Financiamento - Plano II

Responsabilidades efectivas

Valor do Fundo

Responsabilidades não financiadas

Nível de Financiamento Global

A situação de solvência não se alterou significativamente desde o final do ano anterior. Apesar do

aumento das responsabilidades, as mesmas continuaram totalmente financiadas nos dois planos, no

exercício.

Os resultados da avaliação actuarial do plano de pensões a 31 de Dezembro de 2011 e respectivas

recomendações do Actuário Responsável, encontram-se pormenorizados no respectivo Relatório.

SATA – Air Açores, S.A. (Adesão Colectiva nº 3);

31-12-2011 31-12-2010

13.703.484,89 18.753.266,13

18.122.820,22 18.698.798,75

0,00 -54.467,38

132,25% 99,71%

Nível de Financiamento

Responsabilidades efectivas

Valor do Fundo

Responsabilidades não financiadas

Nível de Financiamento Global

A situação de solvência alterou-se desde o final do ano anterior. As responsabilidades diminuíram

26,93%, elevando o nível de financiamento para 132,25% no exercício.

Fundo de Pensões Aberto Banif Previdência Empresas, fp – Relatório e Contas Anual 2011 51

Os resultados da avaliação actuarial do plano de pensões a 31 de Dezembro de 2011 e respectivas

recomendações do Actuário Responsável, encontram-se pormenorizados no respectivo Relatório.

CIMENTAÇOR – Cimentos dos Açores, Lda. (Adesão Colectiva nº 4);

31-12-2011 31-12-2010

1.698.532,82 1.849.884,57

1.684.531,62 1.679.695,27

-14.001,20 -170.189,30

99,18% 90,80%

Nível de Financiamento

Responsabilidades efectivas

Valor do Fundo

Responsabilidades não financiadas

Nível de Financiamento Global

A situação de solvência alterou-se desde o final do ano anterior. As responsabilidades diminuíram 8,18%,

elevando o nível de financiamento para 99,18% no exercício.

Os resultados da avaliação actuarial do plano de pensões a 31 de Dezembro de 2011 e respectivas

recomendações do Actuário Responsável, encontram-se pormenorizados no respectivo Relatório.

LOTAÇOR – Serviços de Lotas dos Açores, S.A. (Adesão Colectiva nº 6);

31-12-2011 31-12-2010

868.175,47 823.617,11

660.788,31 596.829,20

-207.387,16 -226.787,91

76,11% 72,46%

Nível de Financiamento

Responsabilidades efectivas

Valor do Fundo

Responsabilidades não financiadas

Nível de Financiamento Global

Relativamente ao final do ano anterior, assinala-se um amento do nível de solvência do fundo, tendo

passado de 72,46%, no final de 2010, para 76,11% em 2011.

Os resultados da avaliação actuarial do plano de pensões a 31 de Dezembro de 2011 e respectivas

recomendações do Actuário Responsável, encontram-se pormenorizados no respectivo Relatório.

Fundo de Pensões Aberto Banif Previdência Empresas, fp – Relatório e Contas Anual 2011 52

3 Demonstrações Financeiras

3.1 Demonstração da Posição Financeira

(valores em euros)

NOTAS DEMONSTRAÇÃO DA POSIÇÃO FINANCEIRA 2011 2010

ACTIVO8 Investimentos4 Terrenos e Edifícios 4.434.918 4.439.971

Instrumentos de capital e unidades de participação 19.536.308 20.025.056

Títulos de dívida Pública 9.600.251 4.320.621

Outros títulos de dívida 6.839.892 2.175.773

Empréstimos concedidos

Numerário, depósitos em instituições de crédito e aplicações MMI 7.935.816 4.854.562

Outras aplicações

Outros activos9 Devedores

Entidade gestora

Estado e outros entes públicos 258 164

Depositários

Associados

Participantes e beneficiários

Outras entidades 127.707 63.837

10 Acréscimos e diferimentos 1.272.434 837.472

TOTAL ACTIVOS 49.747.584 36.717.457

PASSIVO9 Credores

Entidade gestora 22.338 22.359

Estado e outros entes públicos 518.286 245.950

Depositários 13.332 13.354

Associados

Participantes e Beneficiários

Outras entidades 444.792 731.202

10 Acréscimos e diferimentos 103.357 94.485

TOTAL PASSIVO 1.102.104 1.107.350

VALOR DO FUNDO 48.645.481 35.610.107

VALOR DA UNIDADE DE PARTICIPAÇÃO 6,0104 6,2014

DEMONSTRAÇÃO DA POSIÇÃO FINANCEIRA DO FUNDO DE PENSÕES BANIF PREVIDÊNCIA EMPRESAS

Fundo de Pensões Aberto Banif Previdência Empresas, fp – Relatório e Contas Anual 2011 53

3.2 Demonstração de Resultados

(valores em euros)

NOTAS DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS 2011 2010

11 Contribuições 15.987.792 1.678.527

12 Pensões, capitais e prémios únicos vencidos 1.903.627 1.874.279

13 Ganhos Líquidos dos investimentos -1.631.313 63.955

14 Rendimentos Liquidos dos investimentos 825.041 592.820

15 Outros rendimentos e ganhos 0 10.228

16 Outras despesas 242.519 252.350

Variação Líquida do Fundo do Exercício 13.035.374 218.902

DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS DO FUNDO DE PENSÕES BANIF PREVIDÊNCIA EMPRESAS

Fundo de Pensões Aberto Banif Previdência Empresas, fp – Relatório e Contas Anual 2011 54

3.3 Demonstração de Fluxos de Caixa

(valores em euros)

DEMONSTRAÇÃO DE FLUXOS DE CAIXA 2011 2010Fluxos de caixa das actividades operacionais

Contribuições

Contribuições dos associados 1.269.486 1.654.727

Contribuições dos participantes/beneficiários 6.300 23.800

Transferências 14.712.007

Pensões, capitais e prémios únicos vencidos

Pensões pagas -1.890.704 -1.869.242

Prémios únicos para aquisição de rendas vitalícias

Capitais vencidos (Remições / vencimentos) -11.910 -5.925

Transferências

Encargos inerentes ao pagamento das pensões e subsídios por morte -2.129 -2.129

Prémios de seguros de risco de invalidez ou morte

Indemnizações resultantes de seguros contratados pelo fundo

Participação nos resultados dos contratos de seguros emitidos em nome do fundo

Reembolso fora das situações legalmente previstas -47.647

Devolução por excesso de financiamento

Remunerações

Remunerações de gestão -88.787 -87.235

Remunerações de depósito e guarda de títulos -52.966 -52.457

Outros rendimentos e ganhos 11 24.265

Outras despesas -87.584 -84.691

Fluxo de caixa líquido das actividades operacionais 13.806.076 -398.887

Fluxos de caixa das actividades de investimento

Recebimentos

Alienação / reembolso dos investimentos 24.020.682 29.214.364

Rendimentos dos investimentos 889.270 511.372

Operações cambias 34.409.145 28.880.537

Operações de futuros 2.368.033 1.386.317

Pagamentos

Aquisição dos investimentos -34.625.667 -28.694.766

Operações cambias -34.405.183 -29.153.536

Operações de futuros -2.637.801 -1.534.289

Comissões de transacção e mediação -2.991 -2.484

Outros gastos com investimentos -741.114 -14.986

Fluxo de caixa líquido das actividades de investimento -10.725.626 592.529

Variação de caixa e seus equivalentes 3.080.450 193.642Efeitos de alterações da taxa de câmbio 804Caixa no ínicio do período de reporte 4.854.562 4.660.920Caixa no fim do período de reporte 7.935.816 4.854.562

DEMONSTRAÇÃO DE FLUXOS DE CAIXA DO FUNDO DE PENSÕES BANIF PREVIDÊNCIA EMPRESAS

Fundo de Pensões Aberto Banif Previdência Empresas, fp – Relatório e Contas Anual 2011 55

3.4 Notas às Demonstrações Financeiras

1 Identificação do fundo de pensões, planos de pensões, associado e entidade gestora

Fundo de Pensões

O Fundo de Pensões Aberto Banif Previdência Empresas, fp foi constituído em 29 de Junho de 1993. À

Banif Açor Pensões – Sociedade Gestora de Fundos de Pensões, S.A., como entidade gestora, compete-

lhe a sua administração e gestão nos termos do normativo em vigor e nas condições estabelecidas no

respectivo regulamento de gestão.

O Fundo de Pensões Aberto Banif Previdência Empresas, fp, é um fundo de pensões aberto de adesão

colectiva. Contempla uma carteira de investimento, com um perfil equilibrado.

Planos de Pensões

O Fundo possui, a 31 de Dezembro de 2011, na sua maioria, planos de benefício definido, 4 num total de

5, sendo os restantes de contribuição definida.

Associados

A CSA – Companhia de Seguros Açoreana, S.A (Adesão Colectiva nº 2);

A SATA – Air Açores, S.A. (Adesão Colectiva nº 3);

A CIMENTAÇOR – Cimentos dos Açores, Lda. (Adesão Colectiva nº 4);

A LOTAÇOR – Serviços de Lotas dos Açores, S.A. (Adesão Colectiva nº 6);

A Ordem dos Revisores Oficiais de Contas (Adesão Colectiva nº 7);

O Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol (Adesão Colectiva nº 8, extinta em 17/03/2011);

A ASFIC/PJ – Associação Sindical dos Funcionários de Investigação Criminal da Polícia Judiciária (Adesão

Colectiva nº9, extinta em 18/05/2011).

Todos os Associados são entidades promotoras e contribuintes.

Entidade Gestora

A Banif Açor Pensões – Sociedade Gestora de Fundos de Pensões, S.A.

Fundo de Pensões Aberto Banif Previdência Empresas, fp – Relatório e Contas Anual 2011 56

2 Alterações aos planos de pensões ocorridas no exercício

Durante o exercício de 2011, não ocorreu nenhuma alteração aos Planos de Pensões do Fundo. Os

activos, responsabilidades e/ou riscos do Fundo não foram afectados por quaisquer factos ou

reestruturações ocorridas nos Associados.

3 Bases de apresentação e principais políticas contabilísticas

As demonstrações financeiras anexas foram preparadas segundo a convenção dos custos históricos

(modificada pela adopção do justo valor na mensuração dos investimentos em terrenos, edifícios e

instrumentos financeiros) e na base da continuidade das operações, a partir dos registos contabilísticos

reconhecidos em contas extrapatrimoniais da entidade gestora, mantidos de acordo com as normas

emanadas pelo Instituto de Seguros de Portugal.

A estrutura conceptual e de relato financeiro definida na Norma regulamentar nº 7/2010 – R, de 4 de

Junho estabelece que a entidade gestora deve elaborar demonstrações financeiras anuais do Fundo que

reflictam de forma verdadeira e apropriada o activo, as responsabilidades e a situação financeira do

Fundo, não contemplando a avaliação actuarial do Fundo nessa data expressa no respectivo Relatório

Actuarial.

A norma anteriormente mencionada estabelece que devem ser adoptados os princípios de mensuração

aplicáveis aos activos que compõem o património do Fundo estabelecidos na Norma Regulamentar n.º

9/2007-R, de 28 de Junho e que, sempre que não expressamente nela regulados, adoptar-se-á, quando

aplicável, os princípios de reconhecimento e de mensuração previstos nas Normas Internacionais de

Contabilidade.

As principais políticas contabilísticas adoptadas na preparação das demonstrações financeiras anexas são

as seguintes:

(a) Especialização dos exercícios

O Fundo respeita, na preparação das suas contas, o princípio contabilístico da especialização das receitas

e das despesas. Assim, as receitas e as despesas são registadas no exercício a que dizem respeito,

independentemente da data do seu pagamento ou recebimento.

(b) Terrenos e Edifícios

Os terrenos e edifícios são inicialmente registados ao custo de aquisição acrescido das despesas

necessárias, sendo a quantia escriturada actualizada regularmente por avaliações realizadas por

entidades independentes, de acordo com o disposto na norma nº 9/2007, de 28 de Junho, do Instituto

de Seguros de Portugal.

Fundo de Pensões Aberto Banif Previdência Empresas, fp – Relatório e Contas Anual 2011 57

O ganho (ou a perda) resultante da avaliação e da alienação é determinado como a diferença entre o

montante da avaliação e da alienação e a quantia escriturada do activo e é reconhecido em resultados no

período em que ocorre a avaliação e a alienação.

A avaliação dos terrenos ou edifícios é efectuada anteriormente à sua entrada para o património do

Fundo e, pelo menos uma vez por ano para os fundos de pensões fechados, ou em cada três anos para

os fundos de pensões abertos, com referência à data de 31 de Dezembro ou sempre que se verifiquem

alterações substanciais nas condições do mercado imobiliário ou que se tenham modificado

significativamente os pressupostos que estiveram na base da anterior avaliação.

(c) Investimentos financeiros

Os investimentos financeiros em carteira à data da preparação das demonstrações financeiras

encontram-se valorizados ao justo valor, em conformidade com a norma n.º 9/2007, de 28 de Junho, do

Instituto de Seguros de Portugal, a qual estipula a adopção de políticas e procedimentos de avaliação

adequados e pressupostos de avaliação uniformes, devendo os activos que se encontrem admitidos à

negociação em mercados regulamentados ser avaliados tendo por base o respectivo preço de mercado, o

qual não deverá ser utilizado para efeito da determinação do seu justo valor sempre que esse preço não

tenha sido obtido através de transacções normais de mercado.

Estes activos e aqueles que não se encontrem admitidos à negociação em mercados regulamentados,

devem ser avaliados tendo por base o seu presumível valor de realização, devendo-se para este efeito

considerar-se toda a informação relevante disponível sobre o emitente, nomeadamente a sua situação

patrimonial, bem como as condições de mercado vigentes no momento de referência da avaliação.

Os activos que se encontrem admitidos à negociação em mercados regulamentados, cujo valor de

cotação raramente se encontre disponível ou cujas quantidades transaccionadas nesses mercados sejam

insignificantes face à quantidade de transacções efectuadas em sistemas de negociação especializados e

internacionalmente reconhecidos, são avaliados, em alternativa ao preço de mercado, com base nos

preços praticados nesses sistemas.

As mais e menos – valias potenciais ou realizadas, reconhecidas na rubrica de Ganhos líquidos dos

investimentos no período em que ocorre a avaliação ou a alienação, são determinadas com base na

diferença entre o montante da avaliação e da alienação e a quantia escriturada do activo, a qual

corresponde ao valor do balanço no inicio do ano dos investimentos que transitaram de anos anteriores

ou custo de aquisição dos investimentos adquiridos durante o exercício.

Os depósitos bancários e outros activos de natureza monetária que compõem o património do fundo são

registados ao seu valor nominal, tomando-se em consideração às respectivas características intrínsecas.

(d) Unidades de participação

Fundo de Pensões Aberto Banif Previdência Empresas, fp – Relatório e Contas Anual 2011 58

O valor patrimonial líquido do Fundo é dividido em unidades de participação inteiras ou fraccionadas até

à quarta casa decimal que conferem aos seus titulares o direito de propriedade.

O valor unitário corresponde ao quociente do valor patrimonial líquido da carteira à data do cálculo pelo

número das respectivas Unidades de Participação em circulação., o qual serve de base às subscrições e

aos resgates que são reconhecidos nas rubricas de Contribuições e Pensões, capitais e prémios únicos

vencidos.

(e) Contribuições e subscrições

As contribuições e subscrições do associado, participantes e dos beneficiários são registadas quando

efectivamente recebidas na rubrica de Contribuições.

(f) Pensões, capitais e prémios únicos vencidos

Os participantes e beneficiários poderão optar por qualquer modalidade de pagamento regulamentar

prevista, sendo os respectivos dispêndios reconhecidos no período a que dizem respeito.

(g) Ganhos e rendimentos

Os ganhos e rendimentos líquidos de investimento relacionados com activos financeiros e imobiliários

(rendas de imóveis) são registados no período a que respeitam, excepto os dividendos que são

contabilizados quando efectivamente recebidos.

(h) Comissões e outros encargos

As comissões registadas na demonstração dos resultados na rubrica de Outras despesas no período a

que dizem respeito compreendem (i) uma comissão anual fixa máxima de 2,00%, calculada diariamente,

que incide sobre o sobre o valor líquido do fundo, cobrada trimestralmente; acrescida de uma comissão

de performance de 20% sobre o excedente da rendibilidade líquida anual do Fundo acima do índice de

referência definido, apurada e cobrada no termo do exercício; (ii) uma comissão máxima de 2,00% sobre

o valor das pensões processadas aos pensionistas das adesões colectivas com planos de benefício

definido; (iii) comissões pelo exercício das funções de instituição depositária, calculada diariamente e

cobrada mensalmente, através da aplicação de uma comissão máxima de 0,15% sobre o valor

patrimonial médio do Fundo e (iv) comissões de mediação e outros encargos decorrentes da transacção

de valores imobiliários, taxas de supervisão e outros realizados no cumprimento das obrigações legais e

regulamentares.

(i) Transacções e saldos em moeda estrangeira

Os activos e passivos expressos em moeda diferente são convertidos para euros, com base nas taxas de

câmbio indicativas publicadas diariamente pelo Banco de Portugal ou das cotações fornecidas pelas

agências de informação internacionalmente reconhecidas. As variações positivas e negativas resultantes

da actualização cambial são registadas em ganhos e perdas cambiais.

Fundo de Pensões Aberto Banif Previdência Empresas, fp – Relatório e Contas Anual 2011 59

(j) Produtos derivados

São utilizados alguns instrumentos financeiros derivados com objectivo de redução de risco de

investimento ou de gestão eficaz da carteira. Os produtos derivados são avaliados ao justo valor ou,

sempre que não seja possível determinar, o preço tido como necessário para liquidar esses contratos,

tendo em conta quaisquer esquemas de compensação com a contraparte.

4 Métodos de avaliação de terrenos e edifícios

Durante o exercício de 2011, foram realizadas avaliações a imóveis que integram o património do Fundo

de Pensões Aberto Banif Previdência Empresas, por peritos avaliadores independentes, de acordo com as

exigências regulamentares do Instituto de Seguros de Portugal.

Nas avaliações efectuadas foram utilizados 3 métodos distintos:

• Método comparativo: avaliação imóvel por comparação, ou seja, em função de transacções e/ou

propostas efectivas de aquisição em relação a imóveis que possuam idênticas características físicas

e funcionais, e cuja localização se insira numa mesma área do mercado imobiliário;

• Método de substituição: determinação do valor do imóvel através da soma do valor de mercado do

terreno e de todos os custos necessários à construção de um imóvel de iguais características físicas

e funcionais;

• Método dos múltiplos de rendimento: apuramento do valor do imóvel mediante o quociente entre a

renda anual efectiva ou previsivelmente libertada, líquida de encargos de conservação e

manutenção, e uma taxa de remuneração adequada às suas características e ao nível de risco do

investimento, face às condições gerais do mercado imobiliário no momento da avaliação.

Em 31 de Dezembro de 2011 e 2010, a rubrica de terrenos e edifícios tinha a seguinte decomposição:

Data Valor de avaliação Data Valor de avaliação

R Eng Frederico Ulrich, Maia 109.005 27-12-2011 148.862 148.862 28-12-2010 139.215 139.215

R Eng Frederico Ulrich, Maia 77.014 27-12-2011 102.495 102.495 28-12-2010 101.400 101.400

R Eng Frederico Ulrich, Maia 109.005 27-12-2011 149.561 149.561 28-12-2010 139.215 139.215

R Eng Frederico Ulrich, Maia 77.014 27-12-2011 102.495 102.495 28-12-2010 101.400 101.400

R Eng Frederico Ulrich, Maia 106.043 27-12-2011 125.731 125.731 28-12-2010 135.090 135.090

R Eng Frederico Ulrich, Maia 80.569 27-12-2011 89.293 89.293 28-12-2010 106.980 106.980

R de S. Sebastião, Lt 11, Pav 1 e 2, Cabra Figa, Albarraque, Sintra 2.150.000 27-12-2011 2.600.000 2.600.000 28-12-2010 2.600.000 2.600.000

Pq Industrial Castelo Branco, Lt E1, E2, E3, E4 900.000 27-12-2011 1.116.482 1.116.482 28-12-2010 1.116.671 1.116.671

31 de Dezembro de 2011 31 de Dezembro de 2010

Imóvel Valor de AquisiçãoÚltima avaliação

Valor de balançoÚltima avaliação

Valor de balanço

5 Regime fiscal aplicável ao fundo de pensões

I – Fundo de Pensões

IRC

Fundo de Pensões Aberto Banif Previdência Empresas, fp – Relatório e Contas Anual 2011 60

Os rendimentos do Fundo de Pensões estão isentos de IRC nos termos do art.º 16º, n.º 1 do Estatuto

dos Benefícios Fiscais, excepto os dividendos das acções portuguesas não detidas por um período

superior a um ano.

IMI e IMT

O Fundo de Pensões está isento de pagamento de IMI e IMT nos termos dos art.º 16, n.º 2 e art.º 49,

n.º 1, ambos do EBF.

Imposto do Selo

O Fundo de Pensões está sujeito a Imposto do Selo nos termos gerais previstos na TGIS (Tabela Geral de

Imposto de Selo) designadamente, aquisição e arrendamento de imóveis, celebração de contratos de

seguros, constituição de garantias e operações financeiras.

A transmissão gratuita de valores aplicados em Fundos de Pensões, nos termos da alínea b do n.º 5 do

art.º 1 do Código de Imposto de Selo, está isenta de Imposto do Selo.

II – Contribuições, pensões e reembolsos

Planos de Pensões de Benefício Definido

O recebimento mensal do complemento de pensão é tributado em sede de IRS, categoria H, ao abrigo

dos artigos 11º e 53º do CIRS.

Planos de Pensões de Contribuição Definida

Contribuições

As contribuições facultativas efectuadas pelos Participantes têm enquadramento PPR nos termos dos

artigos 16º e 21º do EBF. São dedutíveis à colecta de IRS nos termos do artigo 78º do CIRS.

Benefícios

O recebimento das contribuições do Associado sob a forma de pensão/renda é tributado em sede de IRS,

categoria H, ao abrigo dos artigos 11º e 53º do CIRS. No caso das contribuições dos Participantes, a

pensão/renda é, ainda, tributada ao abrigo do artigo 54º do CIRS (dedução de capital).

O recebimento das contribuições do Associado sob a forma de capital é tributado em sede de IRS,

categoria A, ao abrigo do artigo 100º do CIRS, aplicando-se a isenção específica do nº 3 do artigo 18º do

EBF. Os rendimentos de capital são tributados em sede de IRS, categoria E, nos termos dos artigos 16º e

21º do EBF, tal como sucede no caso das contribuições dos Participantes.

Fundo de Pensões Aberto Banif Previdência Empresas, fp – Relatório e Contas Anual 2011 61

6 Riscos associados à carteira de investimentos

As carteiras dos Fundos de Pensões estão expostas aos diversos tipos de risco existentes,

nomeadamente:

• Riscos específicos do plano de pensões;

• Risco de mercado;

• Risco de crédito;

• Risco de concentração;

• Risco de Liquidez e ALM

A estratégia de gestão dos riscos associados à carteira de investimentos é detalhada no ponto 2.9 do

presente relatório.

A avaliação do risco de investimento tem sempre subjacente o grau de exposição do Fundo a cada classe

de activos face à sua exposição central de referência e à avaliação das condições de mercado realizada

regularmente em ‘comité de investimento’. É efectuada de forma sistemática através de diversos

instrumentos e métodos utilizados e aceites nos mercados financeiros, designadamente o controlo de

bandas de variação de preços, o grau de exposição a títulos, sectores, países e rating, bem como a

utilização de medidas estatísticas tais como o VAR (‘Value at Risk’), a Volatilidade e o ‘backtesting’, entre

outros.

A informação dos níveis de risco do fundo de pensões e os resultados das medidas de risco utilizadas

encontram-se detalhadas no ponto 2.7 do presente relatório.

7 Inventário dos investimentos a 31/12/2011 com indicação do justo valor

Ver Anexo 1

8 Investimentos

2011 2010

Investimentos

Terrenos e Edifícios 4.434.918 4.439.971

Instrumentos de capital e unidades de participação 19.536.308 20.025.056

Títulos de dívida Pública 9.600.251 4.320.621

Outros títulos de dívida 6.839.892 2.175.773

Empréstimos concedidos

Numerário, depósitos em instituições de crédito e aplicações MMI 7.935.816 4.854.562

Outras aplicações

48.347.185 35.815.984

Fundo de Pensões Aberto Banif Previdência Empresas, fp – Relatório e Contas Anual 2011 62

9 Devedores e Credores

2011 2010

Devedores

Estado e outros entes públicos 258 164

Outras entidades 127.707 63.837

127.965 64.001

O saldo de 127.707 euros na rubrica ‘Outras Entidades’, em 2011, inclui o montante de 63.869 euros

relativos a restituições de pensões a receber por parte de um Associado do Fundo de Pensões, e rendas

de imóveis vencidas que totalizavam o montante de 63.837 euros. Tendo em conta a difícil

recuperabilidade das rendas, foi constituída uma provisão para outros riscos no mesmo montante que

está registada em Acréscimos e Diferimentos (Nota 10).

2011 2010

Credores

Entidade gestora 22.338 22.359

Estado e outros entes públicos 518.286 245.950

Depositários 13.332 13.354

Outras entidades 444.792 731.202

998.747 1.012.865

Os saldos de 444.792 euros e 731.202 euros em 2011 e 2010, respectivamente, na rubrica ‘Outras

Entidades’, justificam-se pelo facto de, na data da operação de compra de títulos, existir a liquidação

física do título em carteira (o título é incorporado na carteira) por contrapartida da rubrica ‘Outras

entidades’ pois, a liquidação financeira da operação ocorre 2 ou 3 dias úteis após. Nessa data verifica-se

a anulação daquela rubrica por contrapartida da saída do valor da compra.

10 Acréscimos e Diferimentos

2011 2010

Activo

Juros a receber 1.272.434 803.057

Operações cambiais prazo/vista 34.415

1.272.434 837.472

2011 2010

Passivo

Imóveis 63.837 63.837

Roc 5.800 5.750

Actuários 21.960 13.794

Rendas antecipadas 10.000 11.104

Operações cambiais prazo/vista 1.760

103.357 94.485

Fundo de Pensões Aberto Banif Previdência Empresas, fp – Relatório e Contas Anual 2011 63

11 Contribuições

As contribuições efectuadas durante o exercício de 2011, resumem-se de acordo com o quadro abaixo:

2011 2010 ∆ %

dos associados 1.269.485,58 1.654.727,00 -23,28%dos participantes 6.300,00 23.800,00 -73,53%dos beneficiários 0,00 0,00 -

1.275.785,58 1.678.527,00 -23,99%

de fundos de pensões 14.712.006,59 0,00 -de seguros 0,00 0,00 -de fundos de investimento - PPR/E 0,00 0,00 -

14.712.006,59 0,00 -15.987.792,17 1.678.527,00 852,49%

Contribuições/subscrições

Transferências

Adesão Colectiva nº 2 – Plano de Pensões I

As contribuições efectuadas durante o exercício de 2011, resumem-se de acordo com o quadro abaixo:

2011 2010 ∆ %

dos associados 0,00 341.415,29 -100,00%dos participantes 0,00 0,00 -dos beneficiários 0,00 0,00 -

0,00 341.415,29 -100,00%

de fundos de pensões 9.338.231,59 0,00 -de seguros 0,00 0,00 -de fundos de investimento - PPR/E 0,00 0,00 -

9.338.231,59 0,00 -9.338.231,59 341.415,29 -

Contribuições/subscrições

Transferências

Adesão Colectiva nº 2 – Plano de Pensões II

As contribuições efectuadas durante o exercício de 2011, resumem-se de acordo com o quadro abaixo:

2011 2010 ∆ %

dos associados 0,00 0,00 -dos participantes 0,00 0,00 -dos beneficiários 0,00 0,00 -

0,00 0,00 -

de fundos de pensões 5.373.775,00 0,00 -de seguros 0,00 0,00 -de fundos de investimento - PPR/E 0,00 0,00 -

5.373.775,00 0,00 -5.373.775,00 0,00 -

Contribuições/subscrições

Transferências

Adesão Colectiva nº 3

As contribuições efectuadas durante o exercício de 2011, resumem-se de acordo com o quadro abaixo:

Fundo de Pensões Aberto Banif Previdência Empresas, fp – Relatório e Contas Anual 2011 64

2011 2010 ∆ %

dos associados 992.319,00 980.772,99 1,18%dos participantes 0,00 0,00 -dos beneficiários 0,00 0,00 -

992.319,00 980.772,99 1,18%

de fundos de pensões 0,00 0,00 -de seguros 0,00 0,00 -de fundos de investimento - PPR/E 0,00 0,00 -

0,00 0,00 -992.319,00 980.772,99 1,18%

Contribuições/subscrições

Transferências

Adesão Colectiva nº 4

As contribuições efectuadas durante o exercício de 2011, resumem-se de acordo com o quadro abaixo:

2011 2010 ∆ %

dos associados 138.001,75 56.000,00 146,43%dos participantes 0,00 0,00 -dos beneficiários 0,00 0,00 -

138.001,75 56.000,00 146,43%

de fundos de pensões 0,00 0,00 -de seguros 0,00 0,00 -de fundos de investimento - PPR/E 0,00 0,00 -

0,00 0,00 -138.001,75 56.000,00 146,43%

Transferências

Contribuições/subscrições

Adesão Colectiva nº 6

As contribuições efectuadas durante o exercício de 2011, resumem-se de acordo com o quadro abaixo:

2011 2010 ∆ %

dos associados 127.164,83 0,00 -dos participantes 0,00 0,00 -dos beneficiários 0,00 0,00 -

127.164,83 0,00 -

de fundos de pensões 0,00 0,00 -de seguros 0,00 0,00 -de fundos de investimento - PPR/E 0,00 0,00 -

0,00 0,00 -127.164,83 0,00 -

Contribuições/subscrições

Transferências

Adesão Colectiva nº 7

As contribuições efectuadas durante o exercício de 2011, resumem-se de acordo com o quadro abaixo:

Fundo de Pensões Aberto Banif Previdência Empresas, fp – Relatório e Contas Anual 2011 65

2011 2010 ∆ %

dos associados 12.000,00 276.538,72 -95,66%dos participantes 6.300,00 23.800,00 -73,53%dos beneficiários 0,00 0,00 -

18.300,00 300.338,72 -93,91%

de fundos de pensões 0,00 0,00 -de seguros 0,00 0,00 -de fundos de investimento - PPR/E 0,00 0,00 -

0,00 0,00 -18.300,00 300.338,72 -93,91%

Contribuições/subscrições

Transferências

Adesão Colectiva nº 8

Não foram efectuadas contribuições durante o exercício de 2011.

Adesão Colectiva nº9

Não foram efectuadas contribuições durante o exercício de 2011.

12 Benefícios pagos

Os benefícios pagos durante o exercício de 2011, resumem-se de acordo com o quadro abaixo:

2011 2010 ∆ %

Pensões, capitais e prémios únicos vencidosPensões

Pensões pagas 1.844.078,08 1.868.315,94 -1.844.078,08 1.868.315,94 -

CapitaisVencimentos 49.396,03 0,00 -Rendas (prémio único) 0,00 0,00 -Remições 10.153,38 5.963,15 -

59.549,41 5.963,15 -Transferências

para fundos de pensões 0,00 0,00 -para seguros 0,00 0,00 -para fundos de investimento - PPR/E 0,00 0,00 -

0,00 0,00 -1.903.627,49 1.874.279,09 -

Adesão Colectiva nº 2 – Plano de Pensões I

O pagamento de pensões, mensal, 14 vezes por ano, é efectuado directamente pelo Fundo. Os benefícios

pagos durante o exercício de 2011, resumem-se de acordo com o quadro abaixo:

Fundo de Pensões Aberto Banif Previdência Empresas, fp – Relatório e Contas Anual 2011 66

2011 2010 ∆ %

Pensões, capitais e prémios únicos vencidosPensões

Pensões pagas 702.125,87 765.061,64 -8,23%702.125,87 765.061,64 -8,23%

CapitaisVencimentos 0,00 0,00 -Rendas (prémio único) 0,00 0,00 -Remições 0,00 0,00 -

0,00 0,00 -Transferências

para fundos de pensões 0,00 0,00 -para seguros 0,00 0,00 -para fundos de investimento - PPR/E 0,00 0,00 -

0,00 0,00 -702.125,87 765.061,64 -8,23%

Adesão Colectiva nº 2 – Plano de Pensões II

O pagamento de pensões, mensal, 14 vezes por ano, é efectuado directamente pelo Fundo. Os benefícios

pagos durante o exercício de 2011, resumem-se de acordo com o quadro abaixo:

2011 2010 ∆ %

Pensões, capitais e prémios únicos vencidosPensões

Pensões pagas 31.994,77 0,00 -31.994,77 0,00 -

CapitaisVencimentos 0,00 0,00 -Rendas (prémio único) 0,00 0,00 -Remições 0,00 0,00 -

0,00 0,00 -Transferências

para fundos de pensões 0,00 0,00 -para seguros 0,00 0,00 -para fundos de investimento - PPR/E 0,00 0,00 -

0,00 0,00 -31.994,77 0,00 -

Adesão Colectiva nº 3

Os benefícios pagos durante o exercício de 2011, resumem-se de acordo com o quadro abaixo:

2011 2010 ∆ %

Pensões, capitais e prémios únicos vencidosPensões

Pensões pagas 992.319,00 980.772,99 1,18%992.319,00 980.772,99 1,18%

CapitaisVencimentos 0,00 0,00 -Rendas (prémio único) 0,00 0,00 -Remições 0,00 0,00 -

0,00 0,00 -Transferências

para fundos de pensões 0,00 0,00 -para seguros 0,00 0,00 -para fundos de investimento - PPR/E 0,00 0,00 -

0,00 0,00 -992.319,00 980.772,99 1,18%

Fundo de Pensões Aberto Banif Previdência Empresas, fp – Relatório e Contas Anual 2011 67

O pagamento de Pensões acima indicado é efectuado mensalmente e 14 vezes por ano, directamente

pelo Associado, sendo este reembolsado pelo Fundo.

Adesão Colectiva nº 4

O pagamento de pensões, mensal, 14 vezes por ano, é efectuado directamente pelo Fundo. Os benefícios

pagos durante o exercício de 2011, resumem-se de acordo com o quadro abaixo:

2011 2010 ∆ %

Pensões, capitais e prémios únicos vencidosPensões

Pensões pagas 77.398,10 80.634,40 -4,01%77.398,10 80.634,40 -4,01%

CapitaisVencimentos 0,00 0,00 -Rendas (prémio único) 0,00 0,00 -Remições 0,00 0,00 -

0,00 0,00 -Transferências

para fundos de pensões 0,00 0,00 -para seguros 0,00 0,00 -para fundos de investimento - PPR/E 0,00 0,00 -

0,00 0,00 -77.398,10 80.634,40 -4,01%

Adesão Colectiva nº 6

O pagamento de pensões, mensal, 14 vezes por ano, é efectuado directamente pelo Fundo. Os benefícios

pagos durante o exercício de 2011, resumem-se de acordo com o quadro abaixo:

2011 2010 ∆ %

Pensões, capitais e prémios únicos vencidosPensões

Pensões pagas 40.240,34 41.846,91 -3,84%40.240,34 41.846,91 -3,84%

CapitaisVencimentos 0,00 0,00 -Rendas (prémio único) 0,00 0,00 -Remições 0,00 0,00 -

0,00 0,00 -Transferências

para fundos de pensões 0,00 0,00 -para seguros 0,00 0,00 -para fundos de investimento - PPR/E 0,00 0,00 -

0,00 0,00 -40.240,34 41.846,91 -3,84%

Adesão Colectiva nº 7

Os benefícios pagos durante o exercício de 2011, resumem-se de acordo com o quadro abaixo:

Fundo de Pensões Aberto Banif Previdência Empresas, fp – Relatório e Contas Anual 2011 68

2011 2010 ∆ %

Pensões, capitais e prémios únicos vencidosPensões

Pensões pagas 0,00 0,00 -0,00 0,00 -

CapitaisVencimentos 1.748,88 0,00 -Rendas (prémio único) 0,00 0,00 -Remições 10.153,38 5.963,15 70,27%

11.902,26 5.963,15 99,60%Transferências

para fundos de pensões 0,00 0,00 -para seguros 0,00 0,00 -para fundos de investimento - PPR/E 0,00 0,00 -

0,00 0,00 -11.902,26 5.963,15 99,60%

Adesão Colectiva nº 8

Os benefícios pagos durante o exercício de 2011, resumem-se de acordo com o quadro abaixo:

2011 2010 ∆ %

Pensões, capitais e prémios únicos vencidosPensões

Pensões pagas 0,00 0,00 -0,00 0,00 -

CapitaisVencimentos 1.054,45 0,00 -Rendas (prémio único) 0,00 0,00 -Remições 0,00 0,00 -

1.054,45 0,00 -Transferências

para fundos de pensões 0,00 0,00 -para seguros 0,00 0,00 -para fundos de investimento - PPR/E 0,00 0,00 -

0,00 0,00 -1.054,45 0,00 -

Adesão Colectiva nº9

Os benefícios pagos durante o exercício de 2011, resumem-se de acordo com o quadro abaixo:

2011 2010 ∆ %

Pensões, capitais e prémios únicos vencidosPensões

Pensões pagas 0,00 0,00 -0,00 0,00 -

CapitaisVencimentos 46.592,70 0,00 -Rendas (prémio único) 0,00 0,00 -Remições 0,00 0,00 -

46.592,70 0,00 -Transferências

para fundos de pensões 0,00 0,00 -para seguros 0,00 0,00 -para fundos de investimento - PPR/E 0,00 0,00 -

0,00 0,00 -46.592,70 0,00 -

Fundo de Pensões Aberto Banif Previdência Empresas, fp – Relatório e Contas Anual 2011 69

13 Ganhos líquidos dos investimentos

Os ganhos resultantes da avaliação ou da alienação de investimentos em 31/12/2011 eram provenientes de:

2011 2010

Instrumentos de capital -47.078 7.214

Títulos de dívida do Estado ou de Outros Emissores Públicos -12.773 -98.561

Títulos de dívida de Emissores Privados 150.869 29.090

Papel Comercial 0 0

Produtos Estruturados com risco accionista 0 0

Produtos Estruturados com risco de taxa de juro -45.331 40.800

Produtos Estruturados com risco cambial 239 0

Produtos Estruturados com risco de crédito 0 0

Produtos Estruturados com outros riscos 0 0

Unidades de Participação em FII -13.186 122.293

Unidades de Participação em FIM (Harmonizados) maioritariamente de instrumentos de capital -820.912 332.566

Unidades de Participação em FIM (Harmonizados) maioritariamente de títulos de dívida -507.239 -168.488

Unidades de Participação em FIM (Harmonizados) - Outros 0 0

Unidades de Participação em FIM (Não Harmonizados) maioritariamente de instrumentos de capital 0 0

Unidades de Participação em FIM (Não Harmonizados) maioritariamente de títulos de dívida 0 0

Unidades de Participação em FIM (Não Harmonizados) - Outros -60.514 99.424

Unidades de Participação em Hedge Funds -62.323 -827

Instrumentos Financeiros Derivados -208.013 -299.186

Terrenos e edifícios -5.053 -368

Empréstimos Hipotecários 0 0

Outros Empréstimos 0 0

Numerário, Depósitos em Instituições de Crédito e Aplicações no MMI 0 0

Outras Aplicações 0 0

Total -1.631.313 63.955

14 Rendimentos líquidos dos investimentos

Os rendimentos líquidos de investimentos em 31/12/2011 resultam de: 2011 2010

Instrumentos de capital 5.091 43.263

Títulos de dívida do Estado ou de Outros Emissores Públicos 100.122 16.980

Títulos de dívida de Emissores Privados 70.327 19.558

Papel Comercial 18.533 12.545

Produtos Estruturados com risco accionista 0 0

Produtos Estruturados com risco de taxa de juro 5.836 7.184

Produtos Estruturados com risco cambial 0 0

Produtos Estruturados com risco de crédito 0 0

Produtos Estruturados com outros riscos 0 0

Unidades de Participação em FII 17.514 71.546

Unidades de Participação em FIM (Harmonizados) maioritariamente de instrumentos de capital 5.930 8.832

Unidades de Participação em FIM (Harmonizados) maioritariamente de títulos de dívida 147.729 91.327

Unidades de Participação em FIM (Harmonizados) - Outros 0 0

Unidades de Participação em FIM (Não Harmonizados) maioritariamente de instrumentos de capital 0 0

Unidades de Participação em FIM (Não Harmonizados) maioritariamente de títulos de dívida 246 0

Unidades de Participação em FIM (Não Harmonizados) - Outros 25.062 32.513

Unidades de Participação em Hedge Funds 57.349 0

Instrumentos Financeiros Derivados 0 0

Terrenos e edifícios 150.252 188.254

Empréstimos Hipotecários 0 0

Outros Empréstimos 0 0

Numerário, Depósitos em Instituições de Crédito e Aplicações no MMI 221.051 100.820

Outras Aplicações 0 0

Total 825.041 592.820

Fundo de Pensões Aberto Banif Previdência Empresas, fp – Relatório e Contas Anual 2011 70

15 Outros rendimentos e ganhos

2011 2010

Anulação Provisão Renda a Receber 5.375

Acerto Papel Comercial 3.745

Outros 1.109

Total 0 10.228

16 Outras despesas

2011 2010

Comissão Gestão Fixa 88.764 88.236

Comissão de Depósito 52.944 52.648

Despesas c/ imóveis 9.411 8.912

Actuários 74.919 64.008

Revisores Oficiais Contas 5.800 7.150

Juros Devedores de D.O. 1.454 26

Comissões de mediação 2.641 2.427

Taxa de Supervisão 874 1.300

Despesas bancárias 856 679

Imposto selo 3

Publicações Obrigatórias 1.808 2.330

Outros 2 6.118

Correcções exercícios anteriores-auditoria 50

imposto s/ dividendos 2.034 6.282

Honorários c/ advogados (contencioso) 960

Provisões para dívidas 12.235

Total 242.519 252.350

Detalhe das comissões cobradas

2011 2010

ComissõesComissão Gestão

Comissao gestão fixa 88.764 88.236Comissão de emissão 0 0Comissão de processamento 0 0

88.764 88.236Comissão Depósito

Comissão Depósito 52.944 52.648141.708 140.884

17 Transacções envolvendo o fundo e o associado ou empresas com este relacionadas

Durante o exercício de 2011 efectuaram-se as seguintes transacções envolvendo o fundo e o associado

ou empresas com este relacionados:

Data Trs Descrição título ISIN Qtd Preço Valor Juro

2011-06-30 Venda Banif Float 12/15 xs0239804445 115.000,00 65,00% 74.750,00 44,42

Fundo de Pensões Aberto Banif Previdência Empresas, fp – Relatório e Contas Anual 2011 71

18 Garantias por parte da entidade gestora

A Banif Açor Pensões não garante aos participantes do Fundo a preservação do capital investido nem

qualquer rendimento mínimo. Os riscos financeiros são os próprios dos activos que o compõem o Fundo,

quer individualmente, quer no conjunto da carteira de investimento que constituem.

Fundo de Pensões Aberto Banif Previdência Empresas, fp – Relatório e Contas Anual 2011 72

4 Certificação do Revisor Oficial de Contas do Fundo de Pensões

Ver Anexo 2

Fundo de Pensões Aberto Banif Previdência Empresas, fp – Relatório e Contas Anual 2011 73

5 Anexos

Anexo 1: Inventário dos investimentos a 31/12/2011 com indicação do justo valor

Anexo 2: Certificação do Revisor Oficial de Contas do Fundo de Pensões

ISP - Norma Regulamentar N.º 6/2003-R

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Entidade Gestora: Banif Açor Pensões

Sede: Largo da Matriz, nº45, 9500-118, PONTA DELGADA

Fundo: Banif Previdencia Empresas FPData: 2011-12-31

Designação Quantidade Cotação Cotação

(EUR)

Montante Juros

(EUR)

Montante Global

(EUR)

PARTE I - VALORES PATRIMONIAIS1. Valores Mobiliários Cotados

1.1. Mercado de Cot.Oficiais de Bolsa V.Port

1.1.1. Títulos de Dívida Pública

OT-5% 15 Junho/2012 197 900 000.00 0.01 0.01 53 800.68 1 943 488.41

PORTB 0 01/20/12 1 126 000.00 1.00 1.00 1 123 647.80

PORTB 0 03/23/12 2 300 000.00 0.99 0.99 2 274 515.32

5 341 651.53Sub-total:

1.1.3. Obrigações Diversas

BESPL Float 03/12 8.00 49 125.00 49 125.00 182.61 393 182.61

1.1.4. Acções

BANIF -No 198 156.00 0.34 0.34 67 373.04

1.1.6. Unidades Participação de fundos Inv.Fech

NEW ENERGY FUND 6.00 29 106.10 29 106.10 9 076.70 183 713.30

NORFIN FEI IBERIA 13 964.00 1.11 1.11 15 557.29

199 270.59Sub-total:

6 001 477.77Sub-total:

1.2. Mercado de Cot.Oficiais de Bolsa V.UE

1.2.1. Títulos de Dívida Pública

BTNS 3.75% 01/13 3 000 000.00 1.03 1.03 108 801.37 3 211 581.37

GGB Float 11/16 200.00 310.00 310.00 828.00 62 828.00

GGB Float 04/17 300.00 300.00 300.00 1 351.53 91 351.53

3 365 760.90Sub-total:

1.2.3. Obrigações Diversas

RDSALN 4.625% 05/17 2.00 56 569.00 56 569.00 2 817.96 115 955.96

BBVASM Float 01/13 5.00 48 385.00 48 385.00 946.33 242 871.33

SANTAN Float 01/13 4.00 48 250.00 48 250.00 809.60 193 809.60

SGOFP 4.75 04/11/17 167.00 1 041.11 1 041.11 5 721.80 179 587.17

IMTLN 5% 12/02/19 181.00 1 049.37 1 049.37 741.80 190 677.77

KION 2006-1 C 5.00 1 925.91 1 925.91 128.70 9 758.25

PROMISE XXS6-1 D 1.00 25 207.36 25 207.36 82.68 25 290.04

BGGRP 3% 11/16/18 181.00 1 000.05 1 000.05 667.62 181 676.67

FBAVP Float 12/17 2.00 42 683.00 42 683.00 347.22 85 713.22

LTR 6 C 1.00 34 130.00 34 130.00 90.80 34 220.80

UCGIM Float 07/12 4.50 98 841.00 98 841.00 2 612.20 447 396.70

RBS Var 11/13/14 10.00 10 207.41 10 207.41 102 074.10

1 809 031.61Sub-total:

1.2.4. Acções

DAX EX 8 163.00 53.99 53.99 440 720.37

1.2.6. Unidades Participação de fundos Inv.Fech

PRADERA EUR RETAIL 2 28 319.46 5.49 5.49 155 473.86

PRAX III 1 100.00 213.29 213.29 234 619.00

390 092.86Sub-total:

6 005 605.74Sub-total:

1.3. Mercado Cot.Oficiais de Bolsa V.Não UE

1.3.1. Títulos de Dívida Pública

US Treasury 0.375 12 13 660.00 100.18 77.42 1 334.24 1 058 954.25

1.3.3. Obrigações Diversas

BCP Finance 02/12 32.00 49 156.00 49 156.00 4 092.00 1 577 084.00

HSBC Finance 04/13 100.00 966.20 966.20 436.69 97 056.69

MS FLOAT 20/07/12 200.00 978.91 978.91 751.60 196 533.60

Mille 1 1 0.55 398 650.00 398 650.00 316.39 220 371.19

EATON 2007-10X A1 140.00 974.23 974.23 254.70 136 647.02

2 227 692.50Sub-total:

3 286 646.75Sub-total:

15 293 730.26Sub-total:

2. Valores Não Cotados

2.1. Valores Mobiliários Nacionais

2.1.3. Obrigações Diversas

CompªSeg Açore 17/12 154.00 1 001.10 1 001.10 147.17 154 316.60

2.1.6. Unidades Participação de fundos Inv.Fech

ISP - Norma Regulamentar N.º 6/2003-R

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Entidade Gestora: Banif Açor Pensões

Sede: Largo da Matriz, nº45, 9500-118, PONTA DELGADA

Fundo: Banif Previdencia Empresas FPData: 2011-12-31

Designação Quantidade Cotação Cotação

(EUR)

Montante Juros

(EUR)

Montante Global

(EUR)

Banif Imogest 116 940.00 37.53 37.53 317 749.37 4 706 542.65

4 860 859.25Sub-total:

2.2. Valores Mobiliários Estrangeiros

2.2.6. Unidades Participação de fundos Inv.Fech

The Fine Art Fund FP 1 290.52 86.97 67.22 86 742.91

PREFF-PAN EURO R EST 3 546.64 82.90 82.90 294 016.46

AVIVA CENT EUROP FUN 238 500.56 0.86 0.86 205 110.48

GREFF- EURO R EST C 2 873.52 74.06 74.06 212 819.84

JPM Greater China 33 301 028.00 0.01 0.01 276 865.14

1 075 554.83Sub-total:

2.3. Outros Instrumentos de Dívida

2.3.2. Papel Comercial

PC Zon.Mult 15ª Emis 162 743 062.00 0.01 0.01 5 968.56 1 633 399.18

PC Galp 37ª Emissão 13.00 49 952.78 49 952.78 351.07 649 737.21

2 283 136.39Sub-total:

8 219 550.47Sub-total:

3. Unidades Particip. Inst.Invest.Colectivo

3.1. Fundos Harmonizados

B.Euro Accoes 850 347.00 1.47 1.47 127 722.12 1 379 602.97

B.Euro Corporates 1 041 128.00 4.19 4.19 431 131.10 4 795 747.90

Banif Euro Crédito 133 034.00 5.04 5.04 12 092.79 683 169.50

Banif Euro Financeir 382 778.00 3.41 3.41 43 598.41 1 350 555.61

Banif Iberia 106 417.00 4.97 4.97 4 650.42 533 404.57

Easy ETF FTSE EPRA 500.00 138.76 138.76 69 380.00

ETF - Euro Stoxx 50 62.00 23.41 23.41 1 451.42

Schroder Emerg Mkt 108 718.37 10.16 7.85 853 681.61

PICTET EMERGING MKTS 2 444.87 445.84 344.57 842 432.03

FRANKLIN MUTUAL BEAC 18 674.98 23.45 18.12 338 456.03

Allianz RCM US Eq EU 6 818.86 102.92 102.92 701 796.76

11 549 678.40Sub-total:

3.2. Fundos Não Harmonizados

Banif Imopredial 124 646.00 7.48 7.48 58 533.76 991 010.49

Banif Ásia 82 449.00 4.17 4.17 11 056.41 354 481.23

Banif Brasil 80 629.00 4.25 4.25 12 957.08 355 815.78

Global Real Estate 2 435.00 112.92 112.92 274 953.63

OPUS Cred SP1 Nov08 33.97 161.64 161.64 5 491.54

OPUS Cred SP2 Dec08 216.67 68.54 68.54 14 849.87

OPUS SPV B1 Shares 246.54 67.92 67.92 16 744.28

BELM RX SPC FI SEP08 207.79 23.21 17.94 3 727.27

BELM RX SPC FI DEC08 536.84 80.82 62.46 33 532.55

DB GLOB MAST U 13-07 942.41 90.23 90.23 85 036.46

2 135 643.10Sub-total:

13 685 321.50Sub-total:

4. Imobiliário

4.1. Terrenos e Edifícios

Albarraque F"A" 1.00 2 600 000.00 2 600 000.00 2 600 000.00

Armazém CB 1.00 808 139.57 808 139.57 808 139.57

Armazém CB OP 1.00 308 342.00 308 342.00 308 342.00

R.ENGºFRED ULRICH X 1.00 148 861.55 148 861.55 148 861.55

R.ENGºFRED ULRICH Y 1.00 102 494.78 102 494.78 102 494.78

R.ENGºFRED ULRICH Z 1.00 149 561.43 149 561.43 149 561.43

R.ENGºFRED ULRICH AA 1.00 102 494.78 102 494.78 102 494.78

R.ENGºFRED ULRICH AB 1.00 125 730.65 125 730.65 125 730.65

R.ENGºFRED ULRICH AC 1.00 89 293.36 89 293.36 89 293.36

4 434 918.12Sub-total:

5. Liquidez

5.1. A Vista

5.1.2. Depósitos à Ordem

3 249 479.84Depositos a Ordem

3 249 479.84Sub-total:

ISP - Norma Regulamentar N.º 6/2003-R

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Entidade Gestora: Banif Açor Pensões

Sede: Largo da Matriz, nº45, 9500-118, PONTA DELGADA

Fundo: Banif Previdencia Empresas FPData: 2011-12-31

Designação Quantidade Cotação Cotação

(EUR)

Montante Juros

(EUR)

Montante Global

(EUR)

5.2. A Prazo

5.2.1. Depósitos e Outros Equipados

DP 6% 26/01/2012 15 680.00 995 680.00

DP 6.5% 24/02/2012 10 693.95 881 693.95

DP 5.80% 10/04/12 11 519.44 1 441 519.44

DP 6% 26/01/12 300.00 40 300.00

DP 6% 10/02/12 74.00 37 074.00

DP 6% 26/01/12 64.00 32 064.00

DP 6.5% 24/02/12 75.83 35 075.83

DP 6.75% 10/04/12 184.50 82 184.50

DP 6% 26/01/2012 300.00 203 200.00

DP 6% 26/01/2012 52.50 35 396.66

DP 5.80% 10/04/12 524.90 364 916.11

DP 6% 26/01/12 60.00 40 300.00

DP 6% 26/01/12 18.00 12 062.00

DP 5.5% 24/02/12 687.50 502 368.05

DP 5.80% 10/04/12 32.92 22 769.49

4 726 604.03Sub-total:

7 976 083.87Sub-total:

9. Outros Valores a Regularizar

9.1. Devedores e Credores

-964 123.53Outros

-964 123.53Sub-total:

PARTE II - VALORES EXTRA-PATRIMONIAIS7. Operações com produtos derivados

7.1. Em Mercado Regulamentado

7.1.1. Futuros

S&P500 EMINI Mar12 -11.00

DJ EurStoxx 50 Mar12 -55.00

E-mini MSCI Mar12 -27.00

48 645 480.69TOTAL DOS VALORES EM CARTEIRA

8 093 580.29

6.01

Unidades de Participação em circulação:

Valor Unitário de Unidades de Participação: