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Junho de 2012 • Edição nº6 Projeto Buscapé Concurso público Ponte interditada Pág. 5 Pág. 5 Págs. 14 e 15 Ponte que liga Baleia a Barra do Sahy so- fre nova interdição. Conclusão da reforma é adiada e irrita usuários que queriam es- trutura de concreto. Tribunal de Justiça de São Paulo mantém suspensão do concurso. Com a decisão, aprovados podem ser chamados somente no ano que vem. Cerca de 100 crianças participam de di- versas atividades do projeto social que com- pleta 5 anos de existência em Boiçucanga. Confira em reportagem especial. Hospital da Costa Sul Saiba como está o andamento da obra seis meses depois de lançada a pedra fundamental. 56.036 eleitores 37,5% estão na Costa Sul, onde teve o maior crescimento da cidade. Confira o número de eleitores em cada bairro. Terminal demolido Estrutura de meio milhão é demolida sem nunca entrar em operação; passageiros reclamam de ponto provisório Caminhão descarrega madeira em terreno onde está sendo construído o hospital Wagner e Ernane confirmam repetição de dobradinha para as eleições Pág. 4 Pág. 9 Pág. 3 Págs.6 e 8 Fotos: Helton Romano Prefeito avisa: “O bicho vai pegar” Uma reunião realizada em Boiçucanga pôs fim às especulações que apostavam no rompimento do prefeito Ernane Pri- mazzi com o vice Wagner Teixeira. O evento serviu para que o prefeito fizesse uma prestação de contas do mandato, destacando as ações de seu governo. Ernane avisou que está pronto para en- frentar os adversários numa eleição que promete ser das mais acirradas. Já o ex-prefeito Juan Garcia ganhou o apoio do presidente da Câ- mara, Artur Balut. Enquanto isso, os pré-candidatos Felpe Augusto e PH ensaiam uma aproximação, mas até o fe- chamento desta edição ainda não havia se confirmado. Às vésperas do início ofi- cial da campanha, a Gazeta da Costa traz um panorama geral da alianças.

Gazeta da Costa - edição nº 6

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Jornal da Costa Sul de São Sebastião.

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Junho de 2012 • Edição nº6

ProjetoBuscapé

Concursopúblico

Ponteinterditada

Pág. 5 Pág. 5 Págs. 14 e 15

Ponte que liga Baleia a Barra do Sahy so-fre nova interdição. Conclusão da reforma é adiada e irrita usuários que queriam es-trutura de concreto.

Tribunal de Justiça de São Paulo mantém suspensão do concurso. Com a decisão, aprovados podem ser chamados somente no ano que vem.

Cerca de 100 crianças participam de di-versas atividades do projeto social que com-pleta 5 anos de existência em Boiçucanga. Confira em reportagem especial.

Hospital da Costa SulSaiba como está o andamento da obra seis meses depois de lançada a pedra fundamental.

56.036 eleitores37,5% estão na Costa Sul, onde teve o maior crescimento da cidade. Confira o número de eleitores em cada bairro.

Terminal demolidoEstrutura de meio milhão é demolida sem nunca entrar em operação; passageiros reclamam de ponto provisório

Caminhão descarrega madeira em terreno onde está sendo construído o hospital

Wagner e Ernane confirmam repetição de dobradinha para as eleições

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Prefeito avisa:“O bicho vai pegar”

Uma reunião realizada em Boiçucanga pôs fim às especulações que apostavam no rompimento do prefeito Ernane Pri-mazzi com o vice Wagner Teixeira. O evento serviu para que o prefeito fizesse uma prestação de contas do mandato, destacando as ações de seu governo. Ernane avisou que está pronto para en-frentar os adversários numa eleição que promete ser das mais acirradas.

Já o ex-prefeito Juan Garcia ganhou o

apoio do presidente da Câ-mara, Artur Balut. Enquanto isso, os pré-candidatos Felpe Augusto e PH ensaiam uma aproximação, mas até o fe-chamento desta edição ainda não havia se confirmado.

Às vésperas do início ofi-cial da campanha, a Gazeta da Costa traz um panorama geral da alianças.

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Recebi um e-mail da leitora Elaine Nunes, 30 anos, do bairro de Cambury. Ela manifestou toda sua indignação com o estado das quadras esporti-vas da Costa Sul, tema de reportagem publicada na edição passada. Como a Gazeta da Costa tem o propósito de ser a porta-voz da comunidade, o es-paço do editorial deste mês foi cedido à leitora. A mensagem é longa, por isso fui obrigado a editar alguns trechos. Segue, abaixo:

“Bom dia Helton, sempre leio seu jornal e até o procuro no comércio para me atualizar sobre as notícias da região. Essa semana, ao ler sobre as quadras esportivas, resolvi escrever.

Vim de Curitiba e moro em Cambury há 2 anos. Sou graduada em Educação Física e ex-atleta de voleibol. Joguei em vários clubes do país durante 18 anos e, hoje, me forcei a parar porque aqui não tem equipe, o município não tem categorias de base decentes e nunca chegare-mos num patamar aceitável no esporte.

Hoje, o esporte é visto como um agregador na questão social, mas aqui as quadras são uns lixos, as crianças não sabem o mínimo. Ainda as-sim, algumas pessoas tentam, com seus próprios recursos, ensinar. Em Maresias, adolescentes jo-gam voleibol como podem, na escola do Sertão, com a quadra suja e péssima iluminação, além do material ridículo. Elas não sabem funda-

Desabafo de leitora indignadamento, não tem ideia de como é um jogo ofi cial e, quando joguei com elas, fi caram encantadas. Não porque sou muito boa, mas porque tive base, competi e sei o que é o esporte.

Em Boiçucanga, a mesma realidade. A quadra da escola estadual é péssima e o profes-sor de voleibol é o mesmo de todos os outros esportes. Não temos um professor especialis-ta, um técnico, alguém que saiba mais do que a faculdade ensina. E esse professor se esforça muito e faz o que pode pelos jovens.

Em Cambury, nem temos quadra. As crian-ças fi cam no Areião, aos 12 anos, fumando e procurando sexo fácil. Sei de casos de meninas com essa idade que já estão grávidas porque não tem um único lugar para prática esporti-va, musical ou integração social.

Vivemos em um lugar de opressão e isso tem que mudar. As pessoas aqui não têm acesso à educação, lazer, cultura e esporte porque assim é mais fácil de comprar o voto, de amedrontar.

Quem quer que seja o novo prefeito, pre-cisa respeitar os direitos que temos. Qual é o plano de governo desses candidatos? E dos vereadores? Será que entrar para a política nesse município não é certeza de enriqueci-mento, como vemos por aí gente que era po-bre hoje desfi la carrões, festas e ostenta suas

Memória Caiçara

Agenda

Datas Comemorativas

Credibilidade

12 - Dia dos Namorados

13 - Dia de Santo Antonio

21 - Início do Inverno

24 - Dia de São João

29 - Dia de São Pedro e São Paulo

21 a 1º de julho - Festa de São Pedro em Boiçucanga (novenas na Capela Imaculada Conceição, missa no marco dos pescadores e procissão marítima)

29, 30 e 1º de julho - Festa do Migrante na Vila Sahy / Festa Junina do Projeto Buscapé (barra de Boiçucanga)

Junho

Gazeta da Costa2

Helton Romanojornalista e editor responsável da

Gazeta da Costa

O Jornal Gazeta da Costa é uma publicação mensal de distribuição gratuita e abrangência em toda a Costa Sul de São Sebastião.

Caro Helton, acabo de ler mais uma edição da Gazeta da Costa. Apesar das difi culdades, não desanime. A Gazeta faz um belo e sério tra-balho jornalistico e tem credibilidade por ser isento de paixões partidárias que tanto preju-dicam nosso país. Parabéns pela iniciativa, a Costa Sul agradece. Continue provocando re-fl exões em seus leitores. Um abraço.

Este é o espaço para você publicar sua opinião, crítica ou sugestão. Envie sua mensagem para a próxima edição: [email protected]. Informe o nome completo e bairro onde mora.

Jornalista responsável: Helton Romano - MTB 48.099Contato publicitário: 8200-0217

E-mail: [email protected]

Facebook: /jornalgazetadacostaCNPJ: 14.460.181/0001-43

Tiragem: 3 mil exemplares

Passarela que dá acesso à capela de Barra do Sahy, no início dos anos 90 (foto cedida por Kaio Santos).

Luiz Tourinho

casas de frente para o mar.Com o dinheiro que recebemos, devería-

mos ter 100% mais de investimentos, mas o que acontece é os políticos cada dia mais preocupados em ganhar mais e fazer menos, porque fazendo menos a população jamais questionará e se manterá “burra”.

Não aceito e não quero isso. Quero mudan-ças, prosperidade e democracia de verdade, nem que para isso seja preciso denunciar no Ministério Público e na imprensa nacional.

Lugar lindo, mas parece que vivemos num faroeste, onde o xerife e seus com-parsas são superiores e calam a boca de quem fala.”

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Gazeta da Costa 3

Arnaldo Klajn/PMSSSe existisse um ranking nacional do mau

uso do dinheiro público nos municípios, cer-tamente São Sebastião estaria entre os primei-ros colocados. O terminal de ônibus do Centro é apenas mais um exemplo das barbaridades que fazem com o nosso dinheiro.

Inaugurada no final de 2008, a obra custou cerca de R$ 570 mil, fora os gastos posteriores de manutenção. Na época, o então prefeito

3 anos e meio depois de inaugurado, terminal de ônibus é demolido sem nunca entrar em operação

Juan discursa durante inauguração do terminal em 2008

Juan Garcia disse que pretendia “alterar o per-fil do transporte coletivo na cidade”, adotando um sistema de integração.

A proposta, porém, não vingou. Ao assumir a Administração, o prefeito Ernane Primazzi questionou a utilidade da obra. “Você vai fazer interligação do que ali? Interligação é em ci-dade grande que tem metrô, diversas linhas de ônibus... E ainda não protege de chuva porque

Ponto provisório não agradou A construção de um novo terminal

rodoviário provocou mudanças no local de embarque. No mês passado, a Prefeitura im-provisou um ponto de ônibus, em frente à obra, para atender os passageiros da Ecobus com destino à Costa Sul.

Terminal demolido

Mas a medida parece não ter agradado. A Gaze-ta da Costa recebeu mensagens de insatisfação e decidiu ir ao local conferir de perto a opinião dos usuários. “Está uma porcaria porque não protege da chuva”, declarou a estudante Camila Praxedes da Silva, 23 anos, de Juquehy. “Ficamos sem

banheiro e com poucos lugares para sentar. Espero que essa obra não demore muito”, reforçou a autônoma Josilene Clementina, 45 anos, de Boiçucanga.

A aposentada Maria Apare-cida Lomba, 66 anos, de Ma-resias, manifestou seu descon-tentamento lançando um desafio ao prefeito: “Ele tinha

Máquina realiza demolição da estrutura que custou cerca de R$ 570 mil

é alto e aberto”, disse Ernane ao completar 100 dias de governo.

Segundo ele, a obra foi mal projetada, pois não haveria sequer espaço para manobra dos ônibus. Para piorar, o piso não suportava veícu-los pesados e acabava afundando. Provisoria-mente, o local virou ponto de táxi e circuito para aulas de moto-escola. Durante o Carnaval, serviu como uma espécie de galpão para que as escolas de samba acomodassem seus carros alegóricos. Nos últimos meses, o terminal es-tava abandonado, com pichações e entulho por toda parte, e ocupado por moradores de rua.

Três anos e meio depois, a estrutura de mais de meio milhão é demolida sem nunca ter sido utilizada. A promessa é de que, no espaço, seja construída uma nova rodoviária. Desta vez, serão gastos mais de R$ 5 milhões. “Tomara que agora seja pra valer e não dinheiro jogado fora”, espera o corretor Alexandre Medeiros, 32 anos, de Juquehy.

que vir aqui esperar ônibus”.Dentre os oito entrevistados, a reportagem

conseguiu achar um que se mostrou indife-rente ao novo ponto de embarque. “Nenhum problema. Sendo provisório, tá bom, dá para aguentar”, disse a desempregada Ivanilda Ra-mos de Jesus, de Boiçucanga. A previsão é que a obra se estenda até o final do ano.

Usuários da Ecobus aguardam ônibus no novo ponto de em-barque para a Costa Sul

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Construção de hospital em Boiçucanga ainda está em fase de fundação; erro em avaliação do solo atrasa cronograma

Ao completar seis meses do lançamento da pedra fundamental, a Prefeitura divulgou um relatório sobre o andamento da construção do hospital em Boiçucanga. Basicamente, foram listados os serviços executados e os materiais (aço, concreto, blocos e estacas) utilizados até o momento.

Mas a Gazeta da Costa não se deu por satis-feita e passou alguns dias buscando mais infor-mações sobre a obra. A reportagem descobriu que, uma avaliação errada do solo atrasou em pelo menos 40 dias o cronograma. Isto porque, parte das estacas de concreto, indicadas no pro-jeto, não conseguiam penetrar na profundidade desejada. Elas tiveram que ser substituídas por estacas metálicas, mais resistentes.

6 meses depois...

Operários trabalham na fundação da obra

O estudo do solo deste terreno foi realizado no final de 2010 por uma empresa especializa-da que recebeu R$ 112 mil da Prefeitura. O ser-viço é essencial para identificar as camadas do solo e saber qual a fundação mais indicada. De acordo com o relatório, a resistência do solo no local é de média à baixa. Sendo assim, os pro-jetistas da Prefeitura optaram pelas estacas de concreto, que acabaram se quebrando.

Apesar do atraso, a CDG Construtora – em-presa que executa a obra – garante que o prazo final está mantido para janeiro do próximo ano.

Em reunião comunitária realizada no dia 28 de maio, o prefeito Ernane Primazzi ignorou o erro e valorizou a obra. “Está sendo feita uma tremenda fundação”, comentou. Ele voltou a culpar a oposição pelo atraso do início da construção. “Se não fosse meia dúzia de gatos pingados, o hospital já teria sido inaugurado”, justificou o prefeito.

Ao seu lado, o ex-secretário de Saúde, Aldo Conelian, que costuma ser mais comedido nos discursos, desta vez não mediu as palavras e disparou: “Espero que esses imbecis não im-peçam a obra”. Aldo também criticou quem está “metendo a boca na saúde”, garantindo que São Sebastião tem os melhores índices do Brasil nesta área.

Mão-de-obraO início da construção do hospital veio

acompanhado da promessa de geração de em-pregos. A expectativa é de que fossem criadas em torno de 100 vagas nas funções de pedreiro, carpinteiro, eletricista, ajudante, dentre outras. Segundo divulgado pela Prefeitura, seria dada prioridade aos operários locais.

O engenheiro Aylton Assumpção não soube precisar o número atual, mas estima de 40 a 50 funcionários, ao todo. Segundo ele, a mão-de-obra local responde entre 60% a 70% do total. Mas a Gazeta da Costa apurou que, atualmente, existem cerca de 30 homens trabalhando na obra, sendo que apenas 10 são da cidade. O engenheiro aponta a dificul-dade na qualificação profissional.

A reportagem também presenciou o momento em que era descarregado um caminhão trazendo madeiras de São Paulo. Esperava-se que os materiais de construção pudessem ser adquiridos junto aos estabeleci-mentos locais.

Terreno onde está sendo construído o hospital em Boiçucanga

Fotos: Helton Romano

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Ponte que liga Baleia a Barra do Sahy sofre nova inter-dição; conclusão da reforma é adiada e irrita usuários

O transtorno dos usuários da ponte sobre o Rio Sahy parece não ter fim. Depois de a Gaze-ta da Costa ter publicado uma matéria especial sobre as condições precárias da estrutura, a Prefeitura decidiu reformá-la. Os trabalhos começaram no dia 22 de maio e a previsão é de que fossem concluídos em torno de 10 dias. Mas até o fechamento desta edição (8/06), a ponte continuava interditada e sem prazo para liberação.

Enquanto isso, pedestres, bicicletas e motos dividem uma estreita passarela com tábuas desniveladas e corrimãos soltos. Qualquer desequilíbrio ou tropeço pode causar um grave acidente.

Já para os motoristas, o jeito é dar a volta pela rodovia, passando por Cambury. A re-portagem flagrou diversos carros na Baleia fazendo o retorno a poucos metros da ponte. “Pensei que já estava pronta”, disse o zelador Arildo Oliveira, 57 anos.

Reforma não atende pedidos para construção de ponte de concreto

Voluntários da Vila

Fotos: Helton Romano

Interditada outra vez

O prejuízo é ai-nda maior para o comerciante Gil-berto Vieira dos Santos, 53 anos, da Vila Sahy. Todos os dias ele entrega mar-mita a operários de uma obra na Baleia. Com a ponte interditada, o comerciante precisa per-correr cinco quilômetros a mais. “Aumentou minha despesa com gasolina, mas se eu mexer no preço da marmita perco a freguesia”, de-clara Bigode, como é conhecido.

A reforma também não atende a reivindica-ção dos usuários que queriam a construção de uma ponte mais resistente. “O certo era fazer de concreto. Senão, a cada quatro meses tem que reformar e acaba gastando mais”, comen-ta o caseiro Edmilson Félix Pereira, 44 anos.

A presidente da Associação dos Moradores da Vila Sahy confirma a frustração. “Fizemos um abaixo-assinado pedindo uma nova ponte de concreto. O pior é que essas vigas que serão colocadas já estão rachadas”, diz Aparecida Regina Raimundo.

O assunto foi levado à reunião do Conselho de Segurança da Costa Sul, dia 1º de junho, em Boiçucanga. Pressionado, o secretário-adjunto das Regionais, Carlos Roberto Favery, infor-mou que a estrutura metálica, que sustenta a ponte, estava condenada e ainda aguardava a

chegada de uma nova.Quanto às vigas utilizadas na reforma, ele

declarou: “Desconheço a qualidade do materi-al. Foi comprado pela Solange, eu nem sabia”. A vereadora Solange Ramos, que comandava as Regionais até o final de março, se defende: “Apenas assinei a nota, mas não fui à ma-deireira escolher”.

Vai passar ônibus?Em pouco mais de dois anos, esta é a segunda vez que a ponte fica interditada para veículos. No final de 2009, os motoristas precisaram de paciência para esperar 45 dias pela liberação. Desde então, o tráfego de caminhões e ônibus está impedido.Agora, o que os usuários querem saber é se, pelo menos, os ônibus voltarão a passar pela ponte após a reforma. “Estamos sem transporte esco-lar para levar nossos filhos à escola de Barra do Sahy. Quando chove, tem que ir na chuva ou per-dem aula”, reclama a caseira Jeronice Nogueira, 35 anos, da Baleia.Um estudo seria feito para avaliar a possibilidade dos ônibus serem liberadores. Até o fechamento desta edição (6/05), isso ainda não havia acontecido.

Cansados de esperar pela Prefeitura, um grupo de moradores da Vila Sahy decidiu realizar mutirões de manutenção das ruas e da praça. Todo domingo, eles se juntam para capinar, recolher entulho, limpar valas, dentre outros serviços públicos.

Mais de 30 voluntários já participam dos mutirões. “O grupo está crescendo e a comu-nidade abraçou a iniciativa”, destaca o caseiro Antonio Carlos Soares, 35 anos, conhecido como Daniel.

Para o ambulante Adilson Reis, 36 anos, o objetivo também é conscientizar os moradores para a necessidade de ajudar o município. “Não

adianta só reclamar da Prefeitura, nós também somos culpados”, comenta.

O movimento já ganhou o nome de “Voluntários da Vila”. Às quintas-fei-ras, eles se reúnem para definir o local e os serviços que vão realizar na semana. “Quem quiser colaborar é só chegar. No nosso grupo não tem politicagem”, acres-centa o ambulante.

O capoeirista Valdemir Santos Cruz, o popular Val, 35 anos, lembra ainda que os próprios moradores estão completando a pavimentação das ruas. “A comunidade da Vila Sahy sempre foi muito ativa. Já que

os órgãos públicos não fazem, nós fazemos”, afirma Val.

Moradores da Vila Sahy assumem serviços públicos

Motos, bicicletas e pedestres dividem passarela

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“Não fez nada”

O vice-prefeito Wagner Teixeira pôs fim às es-peculações em torno de seu nome. Havia grande expectativa em relação ao palanque que Wagner estará nas eleições deste ano. Para anunciar a de-cisão, o vice organizou uma reunião na antiga danceteria Tribus, em Boiçucanga. Cerca de 600 pessoas compareceram ao evento.

A hipótese de rompimento foi afastada an-tes mesmo de a reunião começar. Os veículos que chegavam ao local eram abordados por cabos eleitorais que colavam adesivos do PSC – partido do prefeito Ernane Primazzi.

Aliás, a presença do próprio prefeito na re-união pegou muitos de surpresa. O evento foi divulgado como “Reunião Política do Wagner Teixeira”. Os convites publicados na internet não faziam qualquer referência à participação de Ernane. Se a surpresa foi uma estratégia para atrair um número maior de pessoas, deu certo.

A reunião teve início com a exibição de um vídeo destacando ações do governo. Era o sinal de que o evento tinha caráter de prestação de contas da Administração Ernane Primazzi. E essa foi a tônica dos discursos que se sucederam. “Quem fala que a gente não fez nada, está desin-formado”, garantiu o prefeito, após citar uma série de obras. Ele pediu aos presentes que o ajudassem a divulgar as realizações de seu governo. Ernane aproveitou ainda para fazer novas promessas, como o calçamento da via principal da Tropicanga, já no mês de junho.

Não faltaram também as habituais cutucadas

Corajosa, ousada, audaciosa ou, simples-mente, cidadã. Uma moradora da Baleia Verde não se intimidou com a presença maciça de sim-patizantes e cabos eleitorais do prefeito. Pouco antes do encerramento da reunião, ela usou o microfone para cobrar Ernane. “O senhor não fez nada na Baleia Verde”, disse ela, que recla-mou dos frequentes alagamentos e da suspen-são do concurso público.

Dois dias depois, a Gazeta da Costa foi à Baleia Verde e localizou a moradora em sua residência. Trata-se da aposentada Francisca Alves, 54 anos. “Apenas me senti no direito de questionar. Acho que todas as pessoas deve-riam ter essa consciência”, ensina Francisca.

A aposentada diz que foi à reunião por gos-tar do Wagner, mas revela que sua vontade era

Fim do mistério: Wagner confirma pré-candidatura a vice de Ernane

Dobradinha confirmada

Wagner Teixeira discursa ao lado do prefeito Ernane Primazzi em Boiçucanga

no ex-prefeito Juan Garcia. Ao citar irregulari-dades que teriam sido cometidas na gestão ante-rior, Ernane não escondeu a ansiedade pelo início da campanha. “Tou doidinho para começar o de-bate eleitoral porque o bicho vai pegar”, avisou.

Sem pressaAo garantir apoio à reeleição de Ernane,

Wagner antecipou os planos para 2016. “Várias pessoas queriam que eu me candida-tasse a prefeito, mas sei que minha hora vai chegar, posso esperar mais quatro anos”, de-clarou o vice.

Por fim, ele valorizou o público que con-seguiu reunir naquela noite de segunda-feira. “Tem muita gente que não consegue juntar meia dúzia para carregar o caixão”, concluiu.

de fazer mais perguntas ao prefeito. “Fiquei quieta porque senão ia ser crucificada”, co-menta Francisca.

Embora visivelmente desconcertado com a manifestação inesperada da moradora, Ernane respondeu, com tranquilidade, aos questionamentos.

Entrada da Baleia Verde

Fotos: Helton Romano

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Aliados se rebelamVereadores da base aliada ao prefeito Ernane abrem fogo contra Regional Costa Sul

Depois de a vereadora Solange Ramos ter trocado farpas, publicamente, com ocupantes de cargos de confiança do governo, foi a vez dos vereadores Marcos Jorge e José Reis engros-sarem a lista dos descontentes com os respon-sáveis pelos serviços urbanos na Costa Sul.

Para Reis, “o prefeito colocou pessoas que afrontam a Administração”. “O diretor da Re-gional Costa Sul diz que faz e acontece, está usando a máquina (estrutura) pública e nem cita o nome do prefeito”, apontou o vereador,

O diretor Giovani dos Santos, apelidado de Pixoxó, admite ser pré-candidato a vereador, mas nega que faça uso político do cargo que ocupa na Regional Costa Sul. Ele garante tam-bém que procura atender a todos os pedidos enviados pelos vereadores. “Nem sempre conseguimos executar, depende do material disponível”, ressalta Pixoxó. “O Marcos Jorge não foi feliz nas palavras”, completa.

referindo-se a Giovani dos San-tos, conhecido como Pixoxó.

Na tribuna da Câmara, Reis ainda denunciou gambiar-ras na instalação de refletores no Areião. “Nunca fiz política usando o cargo que ocupei”, in-sinuou Reis, que foi diretor de Esportes na gestão anterior.

O vereador Marcos Jorge se disse “engasgado” com quem chamou de “cargo de confiança que engaveta pedidos”. “Na Regional Costa Sul fica aquele cidadão sentado na cadeira, sem fazer nada. Pra mim é um mané”, disparou o vereador. Ele avaliou que “a cidade está um canteiro de obras, mas os

serviços básicos deixam a desejar”. “Sei que causa estranheza por eu ser da base governi-sta. Mas tenho que cobrar porque sou cobrado nas ruas”, declarou.

Por fim, Marcos Jorge afirmou que “o prefeito sabe quem é esse cidadão” e mandou um reca-do: “Faça o trabalho. É para isso que está sendo pago. Não me interessa se é pré-candidato”.

Apesar do desabafo, duas semanas depois, Marcos Jorge pareceu ter mudado de ideia

na presença do prefeito e dos funcionári-os da Regional. “Tudo o que a gente pediu para a comunidade foi atendido”, declarou o vereador, durante a reunião do vice Wagner Teixeira, em Boiçucanga.

Já a vereadora Solange foi à sessão com um exemplar da Gazeta da Costa em mãos. Ela não perdeu a chance de alfinetar seus desafetos. “Quando abri a página quatro, me deparei com o gato e o rato”, provocou Solange, referindo-se à foto, publicada na edição de maio, em que aparece o chefe da Regional Maresias, Marceli-no Moreira, abraçado ao assessor da Secretaria de Obras, Luiz Laurentino, o Sombra.

Passageiros lotam novo ponto de embarque para a Costa Sul

Diretor desmente

Há nove meses no cargo, o diretor acredita ter a confiança do prefeito e da população. “É pura mentira dizer que não cito o nome do prefeito. Somos do mesmo partido, não teria sentido”, afirma.

Em relação aos chamados “gatos” nos refle-tores instalados no Areião, ele preferiu chamar de “medida paliativa”. “Assim que vier a ilumi-nação oficial, será substituída”, declara Pixoxó.

Pixoxó rebate acusações de vereadores

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Disputa por partidosPré-candidatos a prefeito brigam para seduzir partidos e reforçar grupo nas eleições

A campanha, oficialmente, só começa no dia 6 de julho. É quando os candidatos es-tarão liberados para fixar banners, distribuir santinhos e desfilar com carro de som tocan-do aquelas musiquinhas – divertidas para alguns; irritantes para outros. Mas nos basti-dores políticos o clima já ferve com as uniões e traições. É o momento em que os partidos definem o palanque que vão estar, qual can-didato apoiar.

O prefeito Ernane tenta uma inédita reeleição repetindo a dobradinha com Wagner Teixeira (veja matéria na página 6). Já o ex-prefeito Juan Garcia aposta mais uma vez numa mulher para vice. Trata-se da servidora pública Raquel Buzi, secretária de Esportes no governo anterior.

“Foi escolhida pela sua história como ser-vidora e secretária, sempre demonstrando fi-delidade ao grupo e, em especial, por ser uma mulher”, disse Juan, à reportagem. Ele ganhou o apoio do vereador Artur Balut, presidente da Câmara. “A decisão foi colocada em vota-ção e a maioria dos membros do nosso partido (PR) optaram em apoiar o PMDB (partido de Juan)”, confirmou Artur, abrindo mão de sua pré-candidatura a prefeito.

Já o pré-candidato Felipe Augusto ainda não havia definido o vice até o fechamento de-sta edição (8/06). “É uma discussão complexa e delicada porque não podemos nos precipi-tar”, entende Felipe.

Nos bastidores, comenta-se sobre a possi-bilidade de união com o vereador Paulo Hen-rique, o PH, além do ex-prefeito Luizinho. “Existem conversas, mas nada fechado”, disse PH, que mantém sua pré-candidatura a prefeito. “A única coisa certa é que nossa convenção acontece no dia 23 de junho”, in-formou o vereador.

O pré-candidato Fernando Puga ainda não revelou o nome do vice. Ele acredita que vai para as eleições em igualdade de condições com os adversários. “Não somos coadjuvantes. Vamos disputar para ganhar”, declarou Puga, que recentemente inaugurou um diretório em

Boiçucanga. “O PT quer fazer mudança na ci-dade. Decidimos em se fixar na Costa Sul por ser uma região que concentra a maior parte dos problemas sociais do município”, avaliou o pré-candidato.

Sem partidos coligados, João Amorim apre-senta a assistente social Rita de Cássia como vice na sua chapa. “Nossa aliança é com o povo sebastianense”, destaca Amorim.

Felipe Augusto durante reunião em Maresias

Ex-prefeito Juan Garcia ao lado de Raquel Buzi

Vereador PH reunido com moradores de Boiçucanga

Inauguração do diretório do PT em Boiçucanga

PSB vai com quem?Mesmo tendo participado das reuniões que

o pré-candidato Juan Garcia vem promovendo ao longo da cidade, o destino do PSB ainda era incerto até o fechamento desta edição (8/06).

O vereador Amilton Pacheco, fiel escudeiro de Juan na Câmara, é quem ocupa a presidên-cia do partido em São Sebastião. Segundo ele, quase todos os filiados querem apoiar o ex-prefeito. Mas a aliança estaria dependendo da aceitação do vereador José Reis. “Ele tem que entender que foi eleito no grupo do Juan. Acredito que o Reis vai estar junto conosco”, declarou Amilton.

O vereador admite o assédio do PSDB, de Fe-lipe Augusto, mas avisa: “Se o nosso candidato não for o Juan, todos saem do partido”. Amilton garante que não ficou chateado por não ser es-colhido para vice. “O Juan nunca me prometeu a vaga de vice. Prefiro a reeleição como vereador.

Eu ia ficar apagado como vice”, considera Amilton.

A Gazeta da Costa entrou em contato, no dia 8 de junho, com o vereador Reis, que não quis muito papo. “Não tem nada definido”, limi-tou-se a dizer. “O presidente do partido (Amil-ton) é quem pode falar”, finalizou Reis.

Vereador Amilton Pacheco

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Cresce força eleitoral da Costa SulRegião concentra 37,5% dos eleitores de São Sebastião

O número de eleitores em São Sebastião cresceu em 11,6% nos últimos quatro anos. Nas eleições municipais de 2008 exis-tiam 50.172 eleitores cadastrados, enquanto que, neste ano, 56.036 eleitores estão aptos a votar. Os dados fornecidos pelo cartório eleitoral informam que serão disponibilizadas 164 seções (ur-nas) distribuídas em 35 locais de votação no dia 7 de outubro.

A Costa Sul (Boracéia a Toque Toque Grande) abriga 21.010 eleitores, sendo a região de maior crescimento. Em 2008, a Costa Sul respondia por 35,5% do eleitorado de toda a cidade. Agora, esse percentual chega a 37,5%. Já na área central houve uma queda de 50,2% para 47,9%, enquanto que na Costa Norte subiu, timidamente, de 14,2% para 14,6%.

Na divisão por bairros, a Topolândia apa-rece como maior colégio eleitoral, seguido por Enseada e Boiçucanga (veja tabela ao lado).

Destaque também para Maresias que já ocupa o 4º lugar no ranking, ultrapassando o bair-ro do São Francisco em número de eleitores. Vale ressaltar que alguns bairros, como Paúba e Baleia, não possuem local de votação. Seus eleitores votam em bairros vizinhos.

Parte desse crescimento na Costa Sul pode ser atribuída à instalação de um posto eleito-ral em Boiçucanga, inaugurado em 2010. Foi lá que o recepcionista Waldyr Ma�os, 31 anos, transferiu o título da cidade de Mauá, na Grande São Paulo. “Faz dois anos que moro

em Boiçucanga e não teria como acompanhar as propostas dos candidatos de Mauá”, declara Ma�os. “Prefiro votar onde eu possa conhecer melhor os candidatos”, ensina.

* divisão de eleitores por região da cidade

Comércio varejistaCerca de 20 empresários da Estrada do Cas-

calho estão sendo auxiliados pelo Sebrae no Programa Comércio Varejista de São Sebastião. Uma palestra foi realizada na Escola Luiz An-tonio Monteiro, em Boiçucanga, dia 25 de maio, quando os empresários receberam uma capaci-tação sobre “As Tendências de Marketing para o Varejo e o Visual Merchandising” com a uti-lização de um novo produto, chamado Álbum Inova Loja.

O produto serve como um guia para que o empresário fotografe seu negócio de acordo com as instruções recebidas. As fotos serão apresentadas nas consultorias individuais agendadas para os dias 12 e 28 de junho. Cada participante receberá orientações sobre diver-sos itens de Visual Merchandising, tais como fachada e comunicação visual externa, layout da loja, apresentação dos produtos, vitrines, comunicação visual interna, entre outros.

Na segunda etapa, será aplicado ao público um workshop que permitirá uma auto-avalia-ção sobre os controles realizados pela empresa para elaboração de ferramentas como Fluxo de Caixa, Formação de Preço e Apuração e De-monstrativos de Resultados.

O programa também prevê consultorias indi-viduais customizadas, com cerca de duas horas para cada empresário. A duração será de três meses, com média de 11 horas de atendimento para cada empresa.

Vale destacar que a iniciativa é uma ação integrada da Prefeitura com o apoio da Asso-ciação Comercial e Empresarial, do Sinhores Litoral Norte, da OAB, CRC-SP e da Associa-ção de Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos. Para mais informações, os interessados podem entrar em contato com o Posto Sebrae pelo e-mail: [email protected] ou pelo telefone 3892-1549 (com Genilze ou Indiara).

Programa capacita empresários de Boiçucanga

DivulgaçãoCobra capturada

pela Defesa Civil em Cambury. Com aproximadamente 1,5m de comprimen-to, a cobra é da espé-cie Jararaca do Brejo. O animal foi encon-trado no teto da casa de um morador do bairro que logo acionou a equipe. Segundo informou a Defesa Civil, essa foi a sexta serpente cap-turada somente em maio na Costa Sul.

Pegaram a cobra

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GCM em Maresias

Se liga, prefeitoO leitor Ademir Henrique é proprietário de uma casa na Travessa Itaberaba (foto abaixo), em Boiçucanga. Ele reclama do encarregado pela manutenção e diz que os moradores estão sendo prejudicados por “picuinha”. O leitor pede co-locação de bica corrida no local. “Não adianta jogar areia, pois a água leva”, alega Henrique.No Areião, a Prefeitura colocou manilhas na vala da Rua Nossa Senhora da Aparecida, conforme solicitado na edição de fevereiro. Porém, as caixas de visita fi caram abertas (foto ao lado). Segundo contam moradores, estaria faltando cimento para fazer as tampas.Colabore com a seção “Se liga, prefeito”. Envie fotos dos problemas do seu bairro para o e-mail: [email protected]. Relate a situação e informe seu nome completo. As fotos poderão ser publicadas na próxima edição.

Helton Romano

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Corrida contra o tempoConcurso público segue empacado na Justiça;

aprovados podem ser chamados somente no ano que vem

A Prefeitura amargou mais uma derrota no processo envolvendo o concurso público, sob sus-peita de irregularidades. Em decisão publicada no dia 24 de maio, o Tribunal de Justiça (TJ) de São Paulo negou o pedido da Prefeitura e manteve suspenso o concurso. Para o presidente do TJ, a

alegação da Prefei-tura foi “bastante genérica” ao apon-tar que a suspen-são do concurso causa “prejuízos incalculáveis”.

O concurso está suspenso desde

o dia 23 de abril quando o juiz Antonio Carlos Martins atendeu ao pedido do Ministério Públi-co, autor das denúncias. As irregularidades teri-am acontecido durante a aplicação das provas,

no dia 11 de março. O prefeito Ernane Primazzi acusa a oposição, chamada por ele de “turma do barulho”, de estar por trás das denúncias.

Milhares de aprovados aguardam, afl itos, o desfecho dessa história. Caso o resultado do concurso não seja homologado (validado) até o fi nal de junho, os aprovados só poderão ser chamados a partir de janeiro do próximo ano.

Isto porque, a lei eleitoral proíbe nomea-ções nos três meses anteriores e posteriores às eleições. A possibilidade de anulação do concurso também deve ser considerada, o que provocaria um transtorno ainda maior.

O tempo é curto, e os advogados da Ad-ministração correm para que o prefeito não sofra mais esse desgaste. Para a oposição é um prato cheio, e um assunto que certamente será explorado nos palanques.

A comunidade de Maresias agora conta com uma base fi xa da Guarda Civil Municipal (GCM), instalada na Praça do Surf. A corpo-ração irá trabalhar 24 horas com uma equipe composta por oito guardas, que irão se reve-zar em turnos de 12 horas e terão o apoio de uma viatura para o patrulhamento.

De acordo com o secretário de Segurança, Evandro Góes, o objetivo da base fi xa é fazer um trabalho de prevenção. “Esse é o primeiro passo de um grande projeto”, declarou o se-cretário durante a cerimônia de inauguração realizada no dia 2 de junho. Segundo o inspe-tor da GCM, André Marque, as rondas serão priorizadas nas áreas próximas às escolas e estabelecimentos comerciais.

Em caso de emergência, o morador pode entrar em contato pelos telefones 153 ou 199, cujas ligações serão atendidas pela central e repassadas à base. Quem quiser também pode ligar diretamente para a base no 3865-6843.

Inauguração da base da Guarda Civil na Praça do Surf

Começa, no dia 16 de junho, a 1ª Fase da Campanha Nacional de Vacinação contra a Paralisia Infantil. A Prefeitura informa que irá disponibilizar 36 postos. Em 16 deles, a popu-lação receberá a multivacinação. Já nos demais, as equipes aplicarão somente a vacina contra a pólio, via oral. Vale lembrar que a vacinação contra a pólio é direcionada às crianças meno-res de cinco anos de idade.

A Secretaria de Saúde promete mobilizar 242 profi ssionais para cumprir a meta de vacinar 5.858 crianças. A orientação é para que os pais levem as carteiras de vacinação dos fi lhos. Se for constatado atraso de alguma outra vacina, a criança será encaminhada para a atualização das doses.

Paralisia

Mais de 9 mil fizeram a prova

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O posto de saúde de Barra do Sahy é o úni-co da Costa Sul que não recebeu qualquer tipo de melhoria. A pintura desgastada ainda é a mesma da Administração anterior. Parte do muro está desabando e é sustentada por um cavalete. O telhado apresenta vazamentos e precisa de reparos.

O que chama a atenção, de quem passa pela unidade, é a quantidade de blocos, areia, pe-dras e tijolos depositados em frente ao posto. Segundo relatam os usuários, todo esse mate-rial está abandonado desde o início do ano. “A chuva já carregou quase toda a areia para o córrego que tem perto e os blocos estão se quebrando. É uma vergonha esse desperdí-

À espera da reforma

cio”, comenta o mestre de obras José Ernesto Santana, 66 anos.

De acordo com as informações obti-das pela Gazeta da Costa, o material ser-viria para elevação da caixa d’água e reforma do anexo ao lado da unidade, onde seria instalado um consultório dentário. Porém, parte do material foi remanejada para outro local.

O agente comunitário de saúde Tiago Marques, 28 anos, diz que não entende o motivo de ainda não ter sido executada a reforma. “Geral-mente dão a desculpa que não tem

material, mas nesse caso o material está lá, abandonado. Precisa dar melhores condições não só aos usuários, mas também aos fun-cionários do postinho”, opina Marques.

Posto de saúde de Barra do Sahy vive expectativa de reformacom material abandonado em frente à unidade

Blocos deixados na entrada da unidade

Parte do muro cedeu com o peso das pedras

A Prefeitura recomenda aos moradores para que façam o cadastro do cartão SUS (Sistema Único de Saúde). Uma determinação do Minis-tério da Saúde prevê que, até junho de 2013, to-dos os brasileiros já deverão estar cadastrados nesse sistema. O documento será obrigatório em consulta médica ou rea l ização de exames, i n c l u s i v e em casos de convênio e particular. Um dos ob-jetivos do G o v e r n o , com esta ação, é conhecer o perfil da popula-ção em geral.

De acordo com a Prefeitura, todos os pos-tos de saúde estão autorizados a receber a solicitação para o cadastro do cartão SUS. Os moradores ainda não registrados devem levar cópia do RG, CPF e comprovante de endereço até o posto de saúde mais próximo da residência.

Apesar de oferecer os serviços de urgência e emergência a todos os pacientes, mesmo sem portarem o cartão SUS, alguns atendimentos, principalmente os de especialidades, exigem que o paciente tenha tal documento. Atual-mente, em torno de 75% da população da ci-dade já possuiu o documento.

Cartão SUS

Cartão pode ser pedido nos postos

A Prefeitura promete entregar, em breve, mais um posto de saúde em Juquehy. O objeti-vo é atender uma demanda cada vez maior no bairro. De acordo com a Secretaria de Saúde, há 1.802 famílias cadastradas, totalizando

Novo posto em Juquehy5.646 habitantes.

Em 2011 foram realizados 3.535 consultas médicas no posto de Juquehy. Este ano, so-mente nos três primeiros meses, a unidade atendeu 1.539 pessoas. Os serviços oferecidos

são: odontológico, ginecológico, pediátri-co, atendimento médico, enfermagem e serviço social.

Atualmente, oito agentes comunitários de saúde atendem uma proporção de 160 a 220 famílias, cada um. Eles atuam nas microáreas próximas à praia, rodovia e Sertãozinho. Já no entorno da Vila Queiroz Galvão (Morro do Esquimó), perto da uni-dade a ser inaugurada, cada agente possui entre 280 a 360 famílias.

Conforme o projeto, a estrutura física da nova unidade terá recepção, sala de Obra foi apresentada em reunião com associação do bairro

vacina, quatro consultórios, farmácia, sala de procedimento, consultório odontológi-co, acolhimento, sala de esterilização e sete banheiros. O local contará, ainda, com uma base para o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), que hoje está instalado na Regional Juquehy.

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Com a proximidade das eleições, prefeito intensifica obras de pavimentação na Costa Sul

O prefeito Ernane Primazzi aposta na pavi-mentação de ruas para conquistar o eleitorado. Vias importantes começaram a ser pavimen-tadas nesse último ano de governo. Boa parte com dinheiro do Governo Federal como na Estrada da Maquininha, em Boiçucanga, cuja obra vai custar R$ 400 mil, prevista para ser concluída em julho.

O serviço também está sendo executado na Rua Tijucas, que dá acesso ao Sertão de Cam-bury. O calçamento será realizado até a Escola Maria Conceição de Deus Santos, num trecho de aproximadamente três quilômetros.

Em Juquehy, o prefeito entregou 10 ruas pavimentadas e anunciou a realização do ser-viço em mais 39 vias públicas do bairro. A Pre-feitura também está trocando a pavimentação

nas avenidas Benedito Izidoro de Moraes e Benedito Carlos de Almeida, além de parte da Rua Maurício Benedito Faus-tino.

Recentemente, a obra foi paralisada. Os motivos ale-gados pela Prefeitura foram as chuvas, feriados e vários problemas no solo, como dre-nos de piscinas e tubos de águas pluviais lançadas na rede de esgoto. “Já está com-provada a drenagem perfeita no bairro. Não há mais alaga-mentos conforme relatam os comerciantes”, afirmou o en-genheiro responsável, Emílio Iarussi. “Ninguém faz omelete sem quebras ovos”, compara.

Em Barra do Una, está sendo pavimen-tada a Estrada da Fazenda, localizada entre a rodovia e a Avenida Magno dos Passos Bi�en-court. Com aproximadamente dois quilômet-ros de extensão, a estrada é muito utilizada por caminhões e ônibus que são proibidos de trafegar na ponte de madeira existente no inte-rior do bairro. O serviço, realizado em parceria com a empresa Chemin Construtora, começou no final de fevereiro e tinha previsão para ser concluído em junho.

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Pavimentação para salvar reeleição

Guias sendo colocadas na Estrada da Maquininha

Calçamento na entrada do Sertão de Cambury

Palestra de trânsito na Vila SahyA comunidade da Vila Sahy participou

de uma palestra promovida pela Divisão de Tráfego no Instituto Verdescola. O grupo, composto por 45 pessoas ouviu atentamente o palestrante do dia, engenheiro Adilson Nicolau, que abordou a postura e compor-tamento do pedestre, ciclista, motociclista e motorista.

Conhecimento sobre sinalização viária e legislação foi transmitido ao público que ai-nda recebeu folders sobre educação no trân-sito. “Falamos, entre outros assuntos, a res-

peito da insistência, de alguns moradores, em trafegar em algumas ruas de sentido único pelo bairro. Chamamos a atenção para que a sinalização seja respeitada por todos”, co-mentou o engenheiro.

De acordo com ele, o objetivo é orientar a população no sentido de amenizar os problemas provocados pelo trânsito no município. Para tanto, além das palestras, a Secretaria de Se-gurança ainda aborda o tema com banners, folders sobre educação no trânsito e faixas de alerta aos motoristas e pedestres. Evento realizado no Instituto Verdescola

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Máquina trabalhando em avenida de Juquehy

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Confi ra mais uma das delícias sugeridas por Eudes Assis, o “Chef Caiçara”. Aproveite e bom apetite!

Arroz lambe-lambe de mariscosRendimento: 4 porçõesIngrediente200g de maris-cos frescos, co-zidos e limpos na meia casca;30g de manteiga;30g de cebola ralada;30g de alho poró picado;Sal e pimenta-do-reino a gosto;50ml de vinho branco;100g de arroz agulhinha;200ml de caldo de peixe;4 colheres (sopa) de tomate, cortado em cubos (sem pele e sem semente);1 colher (chá) de salsinha picada Sal e pimenta a gosto.

Modo de preparo1. Refogue na manteiga a cebola, o alho poró. 2. Coloque os mariscos, o sal e a pimenta. 3.Acres-cente o vinho branco e o arroz. 4. Adicione o caldo de peixe até o arroz fi car al dente. 5. Deixe cozinhar. 6. Coloque os tomates. 7. Finalize com salsinha picada.

Passeata pelo Meio Ambiente

Receita do mês

No dia Mundial do Meio Ambiente (5/06), cerca de 250 estudantes da Escola Guiomar Aparecida da Conceição Souza realizaram uma passeata em Boiçucanga.

O evento ocorreu no período da manhã e, segundo a diretora Ketley Cardoso, o objetivo foi sensibilizar a comunidade so-bre a importância de preservar o meio ambiente.

“Sem a natureza, a gente não sobrevive. É ela que nos dá o oxigênio para respirar”, ensina a

A Escola de Cambury iniciou as atividades do programa “Mais Educação”. A aula inau-gural foi de hip-hop e teve a participação de 35 alunos.

De acordo com a coordenadora Jaqueline Balbueno, o objetivo é desenvolver ativi-dades educativas e culturais, em tempo in-tegral, reunindo diferentes ações, espaços educativos, pessoas da comunidade e conhe-cimentos. Em Cambury, além do hip-hop, os alunos terão aulas de pintura, futebol, nata-ção, inglês e alfabetização para aqueles que estão com difi culdade.

“Mais Educação”O “Mais Educação” é um

programa do Governo Federal, desenvolvido em parceria com a Prefeitura. As atividades aconte-cem de segunda à quinta-feira, no contraturno do horário esco-lar. Inicialmente, apenas a Es-cola de Cambury e a Guiomar Aparecida da Conceição Souza, em Boiçucanga, participam do programa. Todos os alunos têm direito à camiseta, alimentação e transporte.

EJAA Secretaria da Educação está com inscrições

abertas para os interessados em concluir o en-sino fundamental na EJA (Educação de Jovens, Adultos e Idosos). As inscrições para o 2º se-mestre podem ser feitas até o dia 30 de junho nas escolas municipais.

São exigidos os seguintes documentos: cer-tidão de nascimento, RG, comprovante de es-colaridade (se tiver) e comprovante de residên-cia. Atualmente, a EJA funciona nas escolas da Topolândia, Antonio Luiz Monteiro (Boiçu-canga), Nair Ribeiro (Juquehy), de Cambury e Joana Alves dos Reis (Canto do Mar).

Crianças exibem cartazes durante manifestação em Boiçucanga

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estudante Cecília da Silva, 10 anos. “O meio ambiente é o lugar onde vivemos e nós pre-cisamos respeitar as árvores, não jogar lixo nas ruas e cuidar dos animais. Hoje o homem está degradando muito a natureza”, acrescenta Mayra Gabriele da Silva, 10 anos.

A caminhada saiu da escola e percorreu aproximadamente 3 quilômetros (ida e volta) pela Estrada do Cascalho. Quem pôde conferir, aprovou a iniciativa. “É uma ação muito ba-cana e linda”, disse a representante comercial Vanessa de Carvalho, 31 anos.

Na parte da tarde, mais 250 estudantes tam-bém realizariam outra passeata, mas o mau tempo atrapalhou os planos.

Alunos de Boiçucanga e Cambury ganham novas atividades

Aula de hip-hop para alunos da Escola de Cambury

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Investimento rejeitado

Cerca de 100 crianças e adolescentes partici-pam do Projeto Buscapé que, em julho, com-pleta cinco anos de existência em Boiçucanga. Realizado pela Polícia Militar, o Buscapé ofe-rece, gratuitamente, diversas atividades que vão desde a suavidade da flauta até a discip-lina da educação cívica.

Para a maioria das crianças atendidas, o projeto é a chance de revelar talentos, melho-rar o comportamento, repensar as atitudes ou, simplesmente, fazer novas amizades. “Apre-ndi a ter mais contato com as pessoas. Eu era muito tímida e o projeto ajudou a me soltar”, diz a aluna Natacha Araújo, 13 anos de idade e há quatro no Buscapé. “É a minha segunda família. Vou sentir falta quando tiver que sair”, acrescenta.

Conflitos familiares também são abordados em reuniões com pais e alunos chamadas de “terapia comunitária”. Os casos mais prob-lemáticos são encaminhados a um psicólogo. “Lidamos com situações das mais delicadas que procuramos dar a orientação necessária”, afirma o soldado Willian de Freitas, coordena-dor do Buscapé.

A Gazeta da Costa conheceu de perto o drama de uma dona de casa, mãe de dois alunos, que traz no rosto os sinais da violência doméstica. Depois da última agressão, ela decidiu denun-ciar o marido que está preso. “As crianças viam o pai chegar bêbado e me bater. Pelo menos, no Buscapé, elas ficam com a cabeça ocupada,

Projeto Buscapé desenvolve trabalho social com brincadeiras e disciplina

aprendem o que é certo”, acredita A.S. (opta-mos em preservar sua identidade).

A dona de casa tenta evitar que aconteça com os dois caçulas o mesmo que a fez ir bus-car o filho mais velho, por duas vezes, na del-egacia. “Se eu tivesse colocado o de 16 anos no projeto, talvez, hoje não me desse tantos prob-lemas”, conta.

O aluno André Gustavo Passos, 14 anos, é ex-emplo disso. “Aprendi a ter disciplina, respeitar as pessoas, dar o lugar para um idoso sentar...”, valoriza o menino, que frequenta o Buscapé desde que foi implantado em Boiçucanga.

VoluntáriosA evolução do Buscapé se deve, especial-

mente, à dedicação de profissionais que doam parte de seu tempo e conhecimento ao trab-alho voluntário. É o caso de Rafaela Perez, 31 anos, monitora da oficina de tecido acrobático. “Eu sentia necessidade de fazer algo pela so-ciedade e, quando conheci o projeto, achei que podia colaborar”, declara Rafaela.

O mesmo sentimento é compartilhado pelo professor de jiu-jitsu, Alessandro Cerejo. “Sempre tive vontade de fazer um trabalho so-cial”, comenta Cerejo, que cedeu 20 vagas na sua academia para alunos do Buscapé.

O sucesso do Buscapé continua atraindo pais que desejam inscrever seus filhos no pro-jeto. Porém, a estrutura acanhada impede que novas crianças sejam beneficiadas. “A falta de espaço é o nosso grande problema. A gente gostaria de ampliar o atendimento, mas já te-mos dificuldades em trabalhar com o grupo atual”, conta Celestino Jorge Monteiro, presi-dente do Conselho de Segurança da Costa Sul e um dos abnegados do projeto.

A ampliação da sede da PM, onde acontece parte das oficinas, é a solução apontada pelos responsáveis que sonham ainda com a insta-lação de uma biblioteca e videoteca. “A ideia é oferecer um acervo de livros e multimídia numa sala que poderia ser utilizada também para palestras”, diz o soldado Freitas.

No final do ano passado, o vereador Pau-lo Henrique, o PH, tentou destinar R$ 200 mil do orçamento do município para a obra

Decolando para o futuro

no Bucapé. Mas somente o vereador Amilton Pa-checo, além do próprio PH, foi favorável. “Não dá para entender o porquê de um projeto social, que traz tantos benefícios à comun-idade, não possa receber o mínimo de investimento”, reclama Monteiro.

O repasse serviria também para comprar uni-formes e custear as inscrições em competições esportivas. “Não temos uniforme para todos, nem agasalho para o frio que está chegando. Dependemos de doações”, diz Monteiro, que frequentemente tira dinheiro do próprio bolso para pagar despesas do projeto. “Não sou can-didato a nada. Tenho apenas a felicidade de, aos 72 anos, me sentir útil, saber que estou fazendo algo importante na vida”, conclui, emocionado.

Menina participa da aula de tecido acrobático

Alunos perfilados em frente ao pelotão da PM

Fotos: Helton Romano

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Chefes mirinsCrianças botam a mão na massa com renomados chefes de cozinha

Todas as quartas-feiras, os alunos do Projeto Buscapé vestem avental e chapéu de cozinhei-ro para aprender deliciosas receitas com al-guns dos mais conceituados chefes de cozinha do país. A ofi cina de gastronomia começou há 1 ano e logo se tornou modelo para profi s-sionais de outros municípios. “Fui procurado por uma colega de Paraty (RJ) que quer saber como funciona o projeto para que ela possa implantar algo semelhante em sua cidade”, conta o chefe Eudes Assis que, ao lado da ho-teleira Cláudia Jardim e da consultora de gas-

tronomia Adriana Stanziani, coordena a ofi cina.

A iniciativa desenvolvida em Boiçucanga despertou o interesse da mídia. As aulas no Buscapé já foram exibidas em emissoras de televisão e publicadas em revistas espe-cializadas. “Virou sonho de grandes chefes que se dis-põem a vir participar da ofi -cina”, destaca Eudes.

Para Cláudia Jardim, ide-alizadora da oficina, toda

essa repercussão é fruto da dedicação. “Tudo o que faço é pelo projeto. Segui minha intuição quando convidei o Eudes para ajudar nesse trabalho e deu certo”, comemora Cláudia. “O próximo objetivo é construir uma cozinha e ampliar a estrutu-ra para oferecer algo melhor para as crian-ças”, acrescenta.

A cada semana, um novo chefe ensina uma especialidade diferente às turmas dos períodos da manhã e da tarde. A Gazeta da Costa acom-

Vestidos a caráter, alunos ouvem atentamente a chefe da semana

panhou a aula de brigadeiros, comandada por Taciana Kalili, dona de uma empresa que pro-duz 10 mil brigadeiros por mês em São Paulo.

Taciana mostrou a variedade de sabores que podem ter num dos doces mais populares do Brasil. Atentos ao aprendizado, os alunos en-rolaram os brigadeiros e montaram as própri-as caixinhas que levaram para casa. “Vou dar para a minha mãe”, disse Maíra Gabrieli da

Silva, 10 anos.Empolgado com

as aulas de gas-tronomia, o aluno Luis Manoel San-tos, 10 anos, já pensa em ser chefe de cozinha. “Em casa, já fi z torta de chocolate e pão de queij o que aprendi no Buscapé”, conta o menino.

Aluna enrola bri-gadeiros na oficina de gastronomia do

Projeto Buscapé

Outras atividadesO Projeto Buscapé realiza diversas atividades que, além do caráter social, desenvolvem atributos como a coordenação motora, criatividade e confi ança. Atuam como voluntários do projeto os monitores Gildevau Alves Pinto e Patricia Maria (atletismo); Rubens Roberto Maneiro Junior (nata-ção); Rafaela Perez (tecido acrobático); Alessandro Cerejo (jiu-jitsu); Cláudia Jardim e Eudes Assis (gastronomia). Par-ticipam também monitores cedidos pela Prefeitura para as ofi cinas de judô, circo, desenho/pintura e violão/fl auta.

Fotos: Helton Romano

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Maratona Bertioga-MaresiasAtletas de Boiçucanga e Maresias sobem ao pódio após 75 quilômetros de corrida

Mais de 2 mil atletas encararam a tradicio-nal Maratona de Revezamento Bertioga-Mare-sias, na manhã ensolarada do dia 2 de junho. Com largada no Forte São João, em Bertioga, e chegada na praia de Maresias, o percurso mes-clou areia, trilhas, mato, terra, lama e alfalto. Trechos de serra com subidas e descidas foram uma verdadeira prova de resistência.

Ao final dos 75 quilômetros, competidoras da Costa Sul brilharam no pódio. Entre elas, Maria de Fátima Miranda, de Boiçucanga, que conquistou a medalha de prata no Solo Femi-nino com o tempo de 7h15min25seg.

Aos 38 anos de idade, esta é a quinta vez que Maria de Fátima disputa a prova. Ela se mostrou satisfeita por ter baixado seu tempo em relação ao ano passado, quando também ficou na segunda posição. “Foi emocionante completar essa prova, pois percorremos os mesmos trechos onde treinamos, moramos e vivemos. É o lugar que amamos e sentir o

Ivani, Adriana e Maíra exibem medalhas de bronze (acima); Maria de Fátima festeja 2º lugar (ao lado)

Cristiane Castro/PMSSapoio dos moradores é um combustível renova-dor, melhor do que qualquer suplemento”, comemorou a atleta.

Já a equipe Drika Aca-demia, de Maresias, ficou com a terceira colocação na cateroria Trio Femi-nino. Adriana Rouston, Ivani Perro�i e Maíra de Azevedo completaram a prova em 7h05min36seg e ficaram surpresas com o ótimo desempenho. “Apesar de termos nos preparado para a com-petição, não tínhamos muita perspectiva e fi-camos felizes e satisfeitas com o resultado”, analisou Adriana.

Para Maíra, que precisou superar câim-bras no trecho da serra Boiçucanga/Mare-sias, a experiência foi “positiva e um desafio

pessoal conquistado”.São Sebastião também foi representada

no pódio por Giulianno Lúcio dos Santos, do bairro Pontal da Cruz, que faturou a medalha de bronze no Solo Masculino ao marcar 7h45min10seg. Todos os resulta-dos podem ser conferidos no site www.ciadeevento.com.br.

Festa solidária em Barra do UnaAjudar as pessoas carentes que passam frio

no município. Este é o principal objetivo de um grupo de moradores de Barra do Una, que organiza uma festa beneficente no dia 23 de junho para arrecadar agasalhos. Com o nome de “Party Time”, a festividade também visa oferecer uma opção de entretenimento aos moradores da região.

De acordo com um dos organizadores, tudo o que for arrecadado será repassado ao Fundo Social de Solidariedade. “Essa é primeira vez que idealizamos algo assim”, disse Pedro Ro-drigues. “Quem comparecer, além de se diver-tir, vai contribuir para melhorar a situação das

pessoas que não têm condições de comprar um agasalho”, completou.

A expectativa da equipe é receber muitos donativos durante a festa, os quais podem ser roupas, cobertores, calçados, entre outros produtos que estejam em bom estado de con-servação.

Recentemente, a Pew Eventos ar-recadou, aproxi-madamente, 250 quilos de alimen-tos com a realiza-

ção de outro evento beneficente no bairro. Os produtos renderam 25 cestas básicas, que foram doadas para famílias carentes do Sertão de Cambury, Sítio Velho e Abras do Una.

A “Party Time” é promovida pela equipe Pew Eventos e contará com apoio da Prefei-tura, associação de moradores e do Barra do Una Futebol Clube. O evento está previsto para começar às 23h, no campo de futebol. Interes-sados em apenas colaborar devem entregar as doações até o dia 23 na sede da associação, situada ao lado da base da Polícia Militar, ou na sede do clube. Alimentos arrecadados

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