40
www.gazetarural.com Director: José Luís Araújo | N.º 241 | 15 de Fevereiro de 2015 | Preço 2,00 Euros “Urge repensar o ciclo de produção dos ovinos Serra da Estrela” diz técnico da Ancose Tel. 232 430 450 | Avenida da Bélgica - Viseu Vendas & Peças & Oficina & Assistência Técnica www Feiras promovem queijo Serra da Estrela Feira do Queijo do Alentejo tem lotação esgotada Festa de Saberes e Sabores em S. João da Pesqueira Municípios articulam festejos das Amendoeiras em Flor

Gazeta Rural nº 241

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Uma declaração de Rui Dinis, técnico da ANCOSE, sobre a necessidade de “repensar o ciclo de produção dos ovinos Serra da Estrela” por via das alterações climáticas está em destaque na edição nº 241 da Gazeta Rural, de 15 de Fevereiro. Destaque ainda para Feiras na região que promovem o queijo Serra da Estrela; a Feira do Queijo do Alentejo, em Serpa; a Festa de Saberes e Sabores em S. João da Pesqueira, a XXXII Ovibeja; a Expo Estrela, que vai mudar de figurino, o Festival da Lampreia, em Penacova, e os Municípios do Douro Superior que articulam festejos das Amendoeiras em Flor. Referência especial para o sector do vinho se se abre a novos viticultores a partir de 2016 ou o alerta de Sílvia Lemos, técnica da AGIM, para a necessidade dos produtores de pequenos frutos “se organizar e serem profissionais”, para além de outros temas que marcam a actualidade. Tudo para ler na edição Online ou na versão PDF em: www.gazetarural.com Boa leitura

Citation preview

Page 1: Gazeta Rural nº 241

w w w. g a z e t a r u r a l . c o mDirector: José Luís Araújo | N.º 241 | 15 de Fevereiro de 2015 | Preço 2,00 Euros

“Urge repensar o ciclo de produção dos

ovinos Serra da Estrela” diz técnico da Ancose

Tel. 232 430 450 | Avenida da Bélgica - ViseuVendas & Peças & O�cina & Assistência Técnica

www

Feiras promovem queijo Serra da EstrelaFeira do Queijo do Alentejo tem lotação esgotadaFesta de Saberes e Sabores em S. João da PesqueiraMunicípios articulam festejos das Amendoeiras em Flor

Page 2: Gazeta Rural nº 241

Sum

ário

04 Municípios articulam festejos das Amendoeiras em Flor

05 Oliveira do Hospital vai produzir o maior requeijão do mundo

06 Macedo de Cavaleiros recebe V Feira do Mel

08 Feiras promovem queijo produzido na região da Serra da Estrela

09 Feira do Queijo do Alentejo tem lotação esgotada

10 “Temos que repensar o ciclo de produção dos ovinos Serra da Estrela”, diz técnico da ANCOSE

13 Festa de Saberes e Sabores do Douro anima S. João da Pesqueira

15 Quinzena gastronómica homenageia produtores de azeite de Marvão

16 XXXII Ovibeja reforça “Terra Fértil” e potencia agronegócios

17 Expo Estrela vai mudar de figurino

FUMEIROXII FEIRA DO

TRANCOSO- 2015

DOS SABORES E DO ARTESANATO DO NORDESTE DA BEIRA

PAVILHÃO MULTIUSOS27, 28 FEVEREIRO e 1 MARÇO - 7 E 8 MARÇO

Fumeiro

Queijos

Vinho

Azeite

Pão e Doces Regionais

Artesanato

Gastronomia Regional

Música e Folclore da Região

18 Sector do vinho abre-se a novos viticultores a partir de 2016

20 Amares aposta na criação de um vinho Loureiro

22 “Os produtores têm que se organizar e serem profissionais”, diz técnica da AGIM

25 Açores apresentam marca baseada na natureza

27 Câmara de Viseu promove programa destinado ao sector agrícola

28 Congresso do Milho reuniu em Lisboa cerca de 600 participantes

29 Agricultores que façam seguros terão prioridades nos fundos comunitários

30 Autarca de Almeida defende aposta na transformação dos produtos

33 Acções da estratégia da floresta dependentes de fundos disponíveis

38 Milhares de pessoas esperadas no Festival da Lampreia em Penacova

Page 3: Gazeta Rural nº 241

Todo o tipo de soluçôes de frioC

M

Y

CM

MY

CY

CMY

K

3 Articold.pdf 1 12-02-2015 17:20:05

Page 4: Gazeta Rural nº 241

4 www.gazetarural.com

Três municípios de Bragança (Mogadouro, Freixo de Espada à Cinta e Moncorvo) e um da Guarda (Foz Côa) estão a articular preparativos das suas festividades das “Amendoeiras em Flor”, indicou a Associação de Municípios do Douro Superior (AMDS).

As festividades distribuem-se pela segunda metade de Fe-vereiro e por todo o mês de Março e a estratégia definida é que “nenhum município que integra a AMDS faça actividades, tidas como principais, num fim-de-semana pertencente a outros municípios vizinhos”, especificou o presidente da AMDS, Nuno Gonçalves.

Neste contexto, a AMDS está a preparar um cartaz festivo para as “Amendoeiras em Flor” em que cada uma das autarquias ajuda a promover as actividades dos restantes. “De meados de Fevereiro até final de Março, haverá quatro fins-de-semana, em que cada concelho vai apostar forte na programação das festi-vidades da Amendoeira em Flor”, frisou.

Assim, os quatro municípios que integram a AMDS elabo-raram fins-de-semana temáticos, para que cada um promova as suas actividades, onde cada município no decurso das suas festividades faz promoção ao concelho vizinho que se segue no cartaz.

Música, gastronomia, desporto, e diversos certames de pro-dutos tradicionais são os ingredientes para a segunda quinzena

Cada autarquia ajuda a promover as actividades dos restantes

Municípios do Douro Superior articulam festejos das Amendoeiras em Flor

de Fevereiro e todo o mês Março nos quatro concelhos do Dou-ro Superior.

Em Vila Nova de Foz Côa, a Festa da Amendoeira em Flor e dos Patrimónios Mundiais decorre de 20 de Fevereiro a 08 de Março, prevendo-se espectáculos com músicos como Rita Guerra (21 de Fevereiro) e Mickael Carreira (08 de Março).

Por Freixo de Espada à Cinta, a Feira Transfronteiriça Arribas do Douro e Águeda tem o seu ponto alto no fim-de-semana de 28 de Fevereiro e 01 de Março e é também dedicada a Espanha.

No fim-de-semana de 19 a 22 de Março, em Torre de Mon-corvo é organizada uma Feira Medieval que decorre em conjun-to com a feira de artesanato e produtos da terra e tasquinhas.

Mogadouro tem de 21 e 22 de Março o seu fim-de-semana dedicado ao certame e que conta com a prova de atletismo a contar para o Campeonato Nacional de Montanha “ Trilhos de Mogadouro”, entre outras iniciativas. “Cada município terá igualmente o seu próprio cartaz de festas, de forma mais mini-malista”, concluiu.

Page 5: Gazeta Rural nº 241

5www.gazetarural.com

O largo Ribeiro do Amaral, a zona mais emblemática de Oliveira do Hospi-tal, recebe a XXIV Festa do Queijo Serra da Estrela e outros Produtos Locais de Qualidade, nos dias 21 e 22 de Fevereiro, que este ano tem como atractivo suple-mentar o fabrico do maior requeijão do mundo.

O evento, que contará com a partici-pação de mais de 200 expositores, vem atraindo anualmente milhares de visitan-tes e é hoje a maior festa do Queijo Serra da Estrela do país.

À Gazeta Rural, José Carlos Alexan-drino, presidente da Câmara de Oliveira do Hospital destaca “o poder de atracção de visitantes” do certame.

Gazeta Rural (GR): Há novidades na edição deste ano?

José Carlos Alexandrino (JCA): A Festa do Queijo Serra da Estrela é, hoje, um evento de referência nacional com um grande poder de atracção de visitan-tes. Na edição deste ano, mantém-se o conceito do ano passado, que se traduziu num enorme sucesso e que importa, ago-ra, potencializar cada vez mais.

Conscientes da importância da visi-bilidade desta feira a nível nacional e da projecção da marca Oliveira do Hospital, este ano também vamos fazer – e com um orçamento inferior ao de 2014 – a feira mais mediática de sempre. A TVI as-segura seis horas de emissão em directo com o programa “Somos Portugal” que vai ser transmitido do recinto da Festa do Queijo e a TSF, por exemplo, transmite também o programa “Terra-a-Terra” di-rectamente de Oliveira do Hospital.

GR: O que mais destaca no progra-ma da edição este ano?

JCA: Este ano vamos fabricar ao vivo o maior requeijão do mundo, que é um produto de grande excelência. Portanto, estamos convictos que existem todo um conjunto de atractivos para que possa-mos ter a melhor e maior Feira do Queijo Serra da Estrela de sempre, contribuindo activamente para alavancar a economia local.

Desde 2010, a Câmara tem-se con-centrado muito na organização deste evento, introduzindo-lhe sempre uma componente de inovação, porque na ver-dade é um dos nossos principais cartazes

Festa do Queijo Serra da Estrela, decorre a 21 e 22 de Fevereiro

Oliveira do Hospital vai produzir o maior requeijão do mundo

turísticos e detém um elevado potencial económico.

Quando falamos do impacto econó-mico deste evento, que durante dois dias atrai a Oliveira do Hospital muitos milha-res de pessoas, deixe-me que lhe diga que, neste momento, a capacidade hote-leira do concelho e até da própria região, já está completamente esgotada naquele fim-de-semana. O sector da restauração não tem mãos a medir e é nesta altura do ano – na chamada época baixa – que, curiosamente, regista um dos seus maio-res picos de facturação.

GR: Como sente os produtores de queijo do concelho?

JCA: Sem desprimor para nenhum dos municípios que integram a Região Demarcada do Queijo Serra da Estrela, parece-nos hoje óbvio que é em Oliveira do Hospital que se organiza a maior Festa do Queijo Serra da Estrela de Portugal e temos sido, sem dúvida, um grande em-baixador da nossa sétima maravilha da gastronomia portuguesa e, consequen-temente, dos produtores desta iguaria serrana.

A somar a tudo isto, temos as vendas resultantes dos dois dias de feira, em que são transaccionados muitos milhares de euros e não sobra um único Queijo Serra da Estrela. Portanto, o evento é um con-tributo muito importante para alavancar

a economia local e promover o escoa-mento de todo um conjunto de produtos locais de qualidade.

Portanto, os nossos produtores de queijo sabem que o Município de Olivei-ra do Hospital tem vindo a dar um valioso contributo para alavancar o sector, con-tribuindo inequivocamente para aumen-tar a produção e o escoamento deste queijo de grande excelência.

GR: A Feira do Queijo tem assumi-do um papel importante no sector agrí-cola do concelho, sendo, também, uma montra de outros produtos. Como olha para o sector?

JCA: Este evento tem a particularida-de de promover não só o afamado Queijo Serra da Estrela, mas também todo um conjunto de produtos de excelência do nosso território, como o Vinho do Dão, os enchidos, o mel e o pão, por exemplo.

Nesse sentido, a programação deste evento inclui – em simultâneo com ou-tros eventos que vamos promovendo e apoiando ao longo do ano –, um conjun-to de iniciativas destinadas a promover o nosso Vinho do Dão e toda uma panóplia de produtos locais de qualidade, que de ano para ano têm vindo a registar um au-mento não só ao nível da produção como também da sua qualidade.

Page 6: Gazeta Rural nº 241

6 www.gazetarural.com

Fornos de Algodres volta a realizar a Feira do Queijo Serra da Estrela, nos dias 14 e 15 de Março, certame que é uma ima-gem de marca do município e da região. Este evento pretende promover a identidade e ruralidade do concelho, onde os pas-tores, as queijarias tradicionais, os produtores de queijo DOP serão, mais uma vez, as principais figuras de cartaz.

Estarão igualmente presentes os produtos regionais de va-lor como o nosso azeite, os enchidos, o mel, o Vinho do Dão, os doces regionais, e claro os nossos produtos com urtiga. Desta-que ainda para os artesãos, música, I Festival de Folclore, cão serra da Estrela, e para o elemento mais diferenciador, a ovelha Serra da Estrela.

A Feira do Queijo de Fornos de Algodres pretende mostrar e manter viva a autenticidade e a genuinidade da produção do queijo Serra da Estrela, a Sétima Maravilha da Gastronomia Nacional. Este evento insere-se na estratégia do município de fomentar e valorizar os produtos endógenos, os recursos, a cul-tura e as tradições locais.

Macedo de Cavaleiros recebe nos dias 22 e 23 de Fevereiro a V Apiocasião – Feira do Mel, evento organizado pelo Proje-to Laços e pela Macmel. Ao longo de dois dias, reúnem-se em Macedo de Cavaleiros os agentes da fileira apícola ibérica, num evento essencial na mostra de produtos e contacto entre pro-dutores.

O programa congrega diversas actividades lúdicas, bem como uma componente formativa de boas práticas e a explo-ração das potencialidades apícolas.

O III Encontro Transmontano de Confrarias, workshops so-bre diversos temas e o IX seminário de apicultura são alguns dos destaques do certame, que conta com um programa de animação, que tem como cabeça-de-cartaz os Broa de Mel.

No âmbito da Feira, terá lugar a I Semana Gastronómica do Mel, que decorre de 18 e 22 de Fevereiro, em 16 restauran-te aderentes, que apresentarão menus em que o mel é um dos ingredientes.

Nos dias 14 e 15 de Março

Fornos de Algodres volta a realizar a Feira do Queijo Serra da Estrela

Nos dias 22 e 23 de Fevereiro

Macedo de Cavaleiros recebe V Feira do MelConcurso Nacional de Mel

No âmbito do certame, terá lugar a 21 de Fevereiro a se-gunda edição do Concurso Nacional de Mel, bem como um concurso de mel cujo júri é o público em geral, onde qualquer tipo de mel pode concorrer, pois o único pré-requisito é ser mel, independentemente da floração cor ou paladar. Esta é uma ini-ciativa da Confraria do Mel em colaboração com o LabApisutad, por ocasião do seu IV Capítulo.

O objectivo principal do concurso é premiar méis de qua-lidade e saber qual o que o público mais aprecia, contribuindo para a sua promoção e divulgação junto dos consumidores.

Este Concurso enquadra-se no âmbito de um conjunto de iniciativas promovidas pela Confraria do Mel em parceria com a Universidade de Trás os Montes e Alto Douro.

Page 7: Gazeta Rural nº 241

7www.gazetarural.com

PROVAS DE QUEIJO E ENCHIDO

TOSQUIAS E FABRICO DE QUEIJO AO VIVO

FEIRA DE ARTESANATO E COLECIONISMO

CONCURSO DE GASTRONOMIA

PROVAS DE VINHOS DO DÃO

EXPOSIÇÃO ANIMAL

CICLO DO QUEIJO

SHOW COOKING

21 E 22FEVEREIRO

2015

22 FEVEREIRO | DOMINGOEm direto de Oliveira do Hospital

Apoio

Page 8: Gazeta Rural nº 241

8 www.gazetarural.com

O queijo de ovelha da Serra da Estrela vai ser promovido no fim-de-semana do Carnaval nos concelhos de Seia, Gouveia, Celorico da Beira e Manteigas, em certames organizados pelas câmaras municipais.

Os quatro municípios do distrito da Guarda aproveitam uma época do ano em que muitos turistas acorrem à região para divulgar um dos produtos mais emblemáticos e homenagear os pastores e as queijeiras.

Em Celorico da Beira, vila que possui o epíteto de “Capital do Queijo Serra da Estrela”, as actividades integradas na feira do queijo vão decorrer de 13 a 21 de Fevereiro. O concelho tem mais de 60 produtores, reconhecendo o presidente da câma-ra, José Monteiro, tratar-se de um sector “que emprega muita gente, na ordem das 400 pessoas, o que equivale à presença de uma [empresa] multinacional”.

O programa do certame inclui a venda de queijo da Serra da Estrela, feito com leite de ovelha, certificado e não certificado, produtos regionais e artesanato, animação, espectáculos mu-sicais e um desfile de carnaval, entre outras actividades.

No vizinho concelho de Gouveia, o queijo é divulgado du-rante a ExpoSerra – Feira de Actividades Económicas da Serra da Estrela, a realizar de 13 a 17 de Fevereiro. O certame, que in-clui feira do queijo, artesanato, gastronomia, o evento “Carna-val na Serra” e animação, tem como objectivo “vender e expor marcas e produtos” da região e “oferecer aos gouveenses e turistas uma mais alargada oferta cultural, envolvendo-os nas

Em quatro concelhos da região

Feiras promovem queijo produzido na região da Serra da Estrela

acções promovidas pelo município”.A autarquia de Seia vai realizar dias 14 e 15, um sábado e um

domingo, mais uma edição da Feira do Queijo Serra da Estrela, no edifício do Mercado Municipal e na zona envolvente.

Segundo a organização, para o evento anual foram convi-dados “todos os produtores de queijo e de produtos regionais de reconhecido valor”, como o pão, o vinho do Dão, os enchi-dos, a lã e o mel. A Associação Nacional de Criadores de Ovinos da Serra da Estrela, a Liga dos Criadores e Amigos do Cão da Serra e a Confraria do Cão Serra da Estrela farão, durante a fei-ra, a recriação de uma quinta do pastor.

A câmara de Manteigas também promove de 14 a 17 de Fe-vereiro, no recinto do Mercado Municipal, a XXII Expo Estrela – Mostra de Actividades e Feira de Artesanato, para divulgar as potencialidades locais, incluindo o queijo de ovelha tradicional, junto dos visitantes da Serra da Estrela. O evento contará com expositores de artesanato, comércio, indústria, serviços, asso-ciativismo, gastronomia, animação, um desfile de Carnaval e animação.

Para mais tarde ficam as feiras do queijo de Fornos de Al-godres (14 e 15 de Março) e de Aguiar da Beira (01 de Março).

A região demarcada de produção do queijo Serra da Estrela abrange os concelhos de Guarda, Fornos de Algodres, Celorico da Beira, Gouveia, Manteigas, Seia, Oliveira do Hospital, Penal-va do Castelo, Mangualde e Covilhã, entre outros.

Page 9: Gazeta Rural nº 241

9www.gazetarural.com

A Feira do Queijo do Alentejo realiza-se de 27 de Feverei-ro a 1 de Março, no Parque de Feiras e Exposições de Serpa, e é organizada pela Câmara de Serpa em parceria com diversas entidades. Esta feira, consolidada tanto a nível regional como nacional, enquadra-se na estratégia definida pelo município, que passa pela valorização e dinamização da economia local. O evento tem como objectivo principal a promoção do queijo de Serpa, um dos ex-libris da região.

O Pavilhão de Feiras e Exposições tem, mais uma vez, lota-ção esgotada, com mais de cem expositores, cerca de meta-de dedicados ao queijo. Estarão presentes este ano queijos de Serpa, Azeitão, Nisa, Évora, Queijos da Beira Baixa, (Amarelo, Picante), Terrincho, Serra da Estrela e Espanha (queijo artesanal de cabra). Nos produtos locais destacam-se os vinhos, azeite, enchidos, mel, artesanato, doçaria, queijadas de Serpa, cestaria e barro alentejanos.

Outros produtores nacionais estarão na feira com algumas das melhores produções artesanais de qualidade, nomeada-mente medronho, ginginha de Óbidos, licores variados, frutos secos, doçaria de Viseu e do Algarve, chocalhos, cutelaria, brin-quedos em madeira, jóias em filigrana, trabalhos em cortiça, pe-les e também equipamento para a produção de queijo.

Um dos pontos fortes da feira é a presença dos grupos co-rais do concelho, numa manifestação da importância do cante alentejano, que desde Novembro de 2014 é Património da Hu-manidade. Actuarão o Grupo Coral Juvenil de Vila Nova de S. Bento, Grupo Coral Infantil – Juvenil “Rouxinóis de Pias”, Grupo Coral e Etnográfico da Casa do Povo de Brinches, Grupo Coral Feminino “Madrigal”, Grupo Coral da Academia de Serpa, Ran-cho Coral “Os Ceifeiros” de Serpa, Grupo Coral Feminino “As Papoilas do Enxoé”, Grupo Coral e Etnográfico de Vila Nova de S. Bento, Grupo Coral e Etnográfico da Casa do Povo de Serpa, Rancho de Cantadores de Aldeia Nova de S. Bento, Grupo Coral “Os Camponeses” de Pias, Grupo Coral “Os Mainantes”, Grupo Coral “As Ceifeiras de Pias”, Grupo Coral de A-do-Pinto, Grupo Coral Feminino “As Flores do Chança” e Grupo Coral “Os Arraia-nos de Vila Verde de Ficalho”.

Este ano, no âmbito da feira, realiza-se pela primeira vez o Campeonato Nacional de Pastoreio (open inter-raças), or-ganizado pela APUCAP Sheep Dogs de Portugal – Associação Portuguesa dos Utilizadores de Cães Pastores, no Monte das Carolinas, em Vila Nova de S. Bento. Temos também o primeiro Concurso Regional do Cão Serra de Aires, organizado pela Asso-ciação do Cão da Serra de Aires (ACSA)

No âmbito da produção de queijo há demonstrações de tos-quia e ordenha, a cargo da Associação de Criadores de Ovinos do Sul (ACOS), e ateliês de fabrico de queijo, promovidos pela Escola Profissional de Desenvolvimento Rural de Serpa (EPDRS). Em simultâneo, decorre o concurso “Melhor Queijo da Feira do Queijo do Alentejo 2015”, cujos resultados serão divulgados no domingo, dia 1 de Março.

Durante a feira, vão realizar-se show-cookings, no espaço multiusos, onde os visitantes poderão acompanhar a confecção de pratos usando queijo Serpa, elaborados pelo chef José Ben-galó, numa parceria com a Friserpa. Na mesma temática, reali-zou-se uma Semana Gastronómica do Queijo, uma forma para promover a feira e o queijo, em colaboração com a restauração local, que começou a 6 e termina a 17 de Fevereiro e contou com a participação de 16 restaurantes que deram a conhecer a ri-quíssima e diversificada gastronomia local com queijo, enquanto ingrediente principal na confecção dos pratos.

Certame decorre de 27 de Fevereiro a 1 de Março com mais de cem expositores

Feira do Queijo do Alentejo tem lotação esgotada

Anteriormente, o El Corte Inglês, em Lisboa recebeu uma mostra dos produtos tradicionais de qualidade, de 23 de Janeiro a 1 de Fevereiro, para promover o queijo de Serpa e outros pro-dutos regionais, oferecendo aos clientes uma antevisão da Feira do Queijo.

As tasquinhas presentes no recinto vão oferecer aos visi-tantes o melhor da gastronomia típica e durante os três dias da Feira, há um diversificado programa de animação, com destaque para a infantil e musical.

Page 10: Gazeta Rural nº 241

10 www.gazetarural.com

Num ano em que há uma quebra na quantidade de produção de leite, por via dos efeitos climatéricos nas pastagens, levanta-se a questão de como ultrapas-sar a situação para que os prejuízos se-jam minimizados.

À Gazeta Rural, Rui Dinis, técnico da Associação Nacional de Ovinos Serra da Estrela (ANCOSE) alerta para a necessi-dade de “repensar o ciclo de produção dos ovinos Serra da Estrela”. Nesta con-versa, o técnico diz que os produtores “não podem continuar a exploração dos ovinos” na região “como há 20 ou 30 anos”.

Alerta Rui Dinis, técnico da ANCOSE

“Temos que repensar o ciclo de produção dos ovinos Serra da Estrela”

Gazeta Rural (GR): Alguns produ-tores dizem que 2015 é um dos piores anos na produção do leite?

Rui Dinis (RD): Não é, certamente, um ano famoso, mas também não é dos piores. Agora temos que pensar que, com as alterações climáticas a que estamos a ser sujeitos, teremos que repensar algu-mas atuações ao nível da exploração dos ovinos Serra da Estrela. A razão é sim-ples: Há 20/30 anos chovia durante três meses, o que hoje não acontece. Isso faz com que os ciclos vegetativos das forra-gens e pastagens e os próprios animais também sejam penalizados.

Teremos que repensar, e já o estamos a fazer, no que diz respeito ao ciclo de produção dos animais. A disponibilidade forrageira pode condicionar todo o ma-neio alimentar. Sendo a disponibilidade forrageira penalizada pelas alterações climáticas, esta será menor e consequen-temente pode influenciar negativamente a produção leiteira dos animais. Além da menor disponibilidade forrageira também temos de considerar os próprios animais, que também sofrem com as alterações climatéricas a que estão a ser sujeitos, com amplitudes térmicas extremamente complicadas para a exploração animal.

Page 11: Gazeta Rural nº 241

11www.gazetarural.com

GR: Isso reflecte-se na qualidade do leite?

RD: Não. Reflecte-se essencialmente na produção quantitativa de leite. Por-tanto, se os animais têm menos dispo-nibilidade forrageira, poderá haver um diferencial negativo de produção de leite.

GR: Que implicações podem ter para os produtores?

RD: É claro que havendo uma menor produção leite, há menos queijo, mas a qualidade não está em causa e é bom que isto fique claro.

Estamos a fazer algum trabalho de casa sobre o modo de exploração dos ovinos Serra da Estrela, que face à situa-ção actual, vai ter que ser alterado. Não podemos continuar a fazer exploração dos animais como há 20 ou 30 anos.

Cabe à Ancose trabalhar nesse senti-

do, mas é também uma questão geracio-nal e de mentalidades que é sempre mais difícil de acontecer e de dar os seus fru-tos. Por isso, este é um trabalho que não se faz de um dia para o outro.

GR: Quais as soluções, se é que há, para ultrapassar esta situação?

RD: A questão, em parte, passa por os criadores conseguirem ter na sua ex-ploração a disponibilidade forrageira para situações mais adversas, o que ainda não acontece, pois ainda se pratica um ma-neio alimentar como há 10 anos em mui-tas das explorações. Contudo já existem criadores de ovinos Serra da Estrela que já estão a ter uma visão diferente e estão a adaptar as explorações às condições climatéricas a que estamos sujeitos.

É verdade que já se melhorou mui-to em termos das explorações de ovi-nos Serra da Estrela comparativamente aos anos anteriores, mas temos que ser pragmáticos e todos os anos temos que trabalhar para melhorar ainda mais o rendimento das nossas ovelhas e, conse-quentemente, das explorações.

GR: Como está o efectivo na Região Demarcada?

RD: Esta estável. Estimamos ter cer-ca de 70 mil ovelhas Serra da Estrela em termos de população total. Porém, as que são consideradas para as avaliações in-ternacionais são as que fazem parte do

programa de melhoramento e estão ins-critas no livro genealógico, que são cerca de 15 mil. Estes números não são estáti-cos sendo dinâmicos na sua avaliação.

GR: Na área da genética o que se tem sido feito?

RD: Há uma evolução significativa em termos de produção, mas queremos mais. Depois de um interregno, estamos a apostar numa nova fase em termos de inseminação artificial e, assim, difundir o ganho genético através desta técnica, com a difusão de um património genético melhorador em vários rebanhos que fa-zem parte do núcleo de selecção.

Estamos a apostar num trabalho de avaliação genética, passando para um patamar superior na selecção dos futu-ros reprodutores. Ao deixar a selecção que era feita há uns anos pela aparência das ovelhas e a adopção das ferramentas em termos de melhoramento e genéti-ca que hoje temos à nossa disposição, torna-se ainda mais evidente o aumento da produção média das explorações que acompanhamos. Estamos a implementar a avaliação genética, como sendo uma ferramenta de trabalho no desenvolvi-mento e no melhoramento da raça Serra da Estrela.

Page 12: Gazeta Rural nº 241

12 www.gazetarural.com

Page 13: Gazeta Rural nº 241

13www.gazetarural.com

A Confraria Gastronómica de Sever do Vouga vai organizar a XV Festa da Lampreia e da Vitela, contando com a colaboração da Câmara local e da Entidade Regional da Turismo Centro de Portu-gal para a sua promoção. É por esta via que se faz justiça às tradi-ções gastronómicas do concelho e à sua história, pois já nos tem-pos da Idade Média, a lampreia prestava-se como iguaria e como forma de pagamento de impostos aos senhores feudais.

Com data agendada para o período de 14 a 22 de Março, conta com a participação de alguns restaurantes, designada-mente, “Santiago”, “Quinta do Barco”, “ O Cortiço” e “O Vitorino ” integrando assim, a “Rota da Lampreia e da Vitela”.

Este evento, assim como tantos outros realizados no Mu-nicípio, visa promover e divulgar o território concelhio, con-tribuindo para o seu desenvolvimento económico, através da concertação de sinergias entre os agentes locais, na valoriza-ção de produtos locais, tais como a - lampreia e a vitela e o património natural e cultural - e que já são um forte motivo de visita e de promoção do concelho e da região de Aveiro.

É neste ambiente de festa que Sever do Vouga convida os visitantes a saborear a sua gastronomia local, nomeadamen-te o “Arroz de Lampreia”, a “Lampreia à Bordalesa” e a Vitela Assada com Arroz do Forno, associando a estes prazeres gas-tronómicos outras experiências como partir em descoberta da natureza e do património histórico do território.

São segredos de um povo que do saber e do imaginar tem-peram estes sabores fortes e requintados.

O concelho de S. João da Pesqueira, em pleno coração do Douro Vinhateiro, vai acolher ao longo de três fins-de-semana (21, 22 e 28 de Fevereiro e 1, 7 e 8 de Março, no Salão de Expo-sições e Anfiteatro Municipal, um dos eventos promocionais de referência na região: a Festa de Saberes e Sabores do Douro, promovida pelo Município em parceria com a Escola Profissio-nal do Alto Douro.

Promover a região do Douro no âmbito da Rota das Amen-doeiras em Flor, nomeadamente, através da divulgação da gas-tronomia típica e regional, bem como das artes e ofícios”, con-tinua a ser o objectivo da Festa de Saberes e Sabores do Douro. Pretende-se com este certame, impulsionar a economia local e promover os recursos mais emblemáticos do concelho e da re-gião, desde os produtos agrícolas, passando pela gastronomia regional, até ao artesanato típico do Douro. Tudo num ambiente rural, proporcionando assim aos visitantes a oportunidade de conhecerem e adquirirem produtos locais, autênticos e genuí-nos, com qualidade e distinção.

A confirmar o sucesso da iniciativa, que cumpre este ano a oitava edição, estão os 20 mil visitantes registados o ano pas-sado. Um número que o Município de S. João da Pesqueira es-pera ver ultrapassado na edição de 2015, com a transmissão em directo do evento no programa da SIC, ‘Portugal em Festa’, no primeiro Domingo do evento.

Nesta edição continuarão a pontificar, para além da anima-ção cultural, as tradicionais tasquinhas, o delicioso pão caseiro, os enchidos (moiro, alheira, chouriça e a tabafeira), o azeite, vi-nho, mel, amêndoas e figos secos.

De 14 a 22 de Março, em quatro restaurantes aderentes

Festa da Lampreia e da Vitela em Sever do Vouga

Ao longo de três fins-de-semana

Festa de Saberes e Sabores do Douro anima S. João da

Pesqueira

Page 14: Gazeta Rural nº 241

14 www.gazetarural.com

O presidente da Câmara da Lousã, Luís Antunes realçou o impacto da gastronomia na economia local, na apresentação do IV Festival da Chanfana, que vai reunir 18 restaurantes de 20 de Fevereiro a 01 de Março.

“Estes festivais cumprem os objectivos”, disse Luís Antunes, frisando que, “apesar da crise, tem havido uma procura muito in-teressante” dos três festivais gastronómicos do concelho, que decorrem ao longo do ano sob o signo da chanfana, do cabrito e dos sabores do outono.

Na sua opinião, tais realizações de valorização da identidade cultural da Lousã, no distrito de Coimbra, “têm contribuído para o engrandecimento” da marca “Lousã”.

A autarquia tem vindo a apostar na promoção dos eventos associados à gastronomia “com o objectivo de reforçar a atrac-tividade do concelho”, que anualmente recebe milhares de vi-sitantes que vão em busca dos pratos e sobremesas ligados a produtos endógenos como a castanha, o mel e o gado caprino, entre outros.

A chanfana, preferencialmente confeccionada com carne de cabra velha, é um prato característico dos povos serranos de alguns municípios do interior dos distritos de Coimbra e Leiria, onde a criação destes ruminantes foi durante séculos a base da economia familiar.

Assada em vinho tinto, em caçoilos de barro negro que vão várias horas no forno de cozer a broa de milho, a carne de cabra é temperada ainda com alhos, azeite, sal, salsa, colorau e cravi-

IV Festival da Chanfana decorre de 20 de Fevereiro a 01 de Março

Câmara da Lousã realça impacto da gastronomia na economia local

A câmara de Gondomar quer certificar a lampreia do rio Dou-ro para garantir a “tradição e sustentabilidade” quer da espécie quer da actividade piscatória. A ideia passa, na prática, por criar uma marca registada ligada à lampreia e ao rio Douro e foi abor-dada numa reunião que de câmara descentralizada que decor-reu na Junta de Freguesia do Covelo.

Para garantir a “tradição e sustentabilidade” da espécie e da actividade piscatória

Câmara de Gondomar quer certificar lampreia do Douro De forma a dar os primeiros passos neste projecto, na se-

quência de pedidos de pescadores do concelho, foi instalado na zona de Ribeira de Abade, freguesia de Valbom, um posto de controlo e registo de pescado e disponibilizados armazéns para arrumação de apetrechos de pesca. Sobre o posto de registo, o vereador do Turismo e do Património de Gondomar, Carlos Brás, explicou que os pescadores de lampreia do rio Douro para te-rem a sua actividade legalizada precisam de ter registos anuais de capturas. Até agora tinham de o fazer deslocando-se ou à Docapesca de Leixões, em Matosinhos, ou ao posto da Afurada, em Vila Nova de Gaia, mas as condições não eram as melho-res devido à distância que implicava custos e punha em causa a qualidade do pescado.

Quanto aos armazéns, Carlos Brás explicou que “era com-promisso” da autarquia arranjar espaços para os pescadores, uma vez que equipamentos anteriores localizados na margem do Douro foram demolidos. “Esperamos que pelo menos estes pes-cadores, e as suas famílias, possam desta forma ter a garantia de que a actividade continuará nos próximos anos”, resumiu o ve-reador, enquanto o presidente da câmara de Gondomar, Marco Martins, lembrou que este concelho tem um “plano estratégico virado para o Douro”.

nho, podendo, no entanto, haver variações na receita, mais ao gosto de cada terra ou de cada casa.

Promovido pela Câmara Municipal, em colaboração com os restaurantes locais, o programa do IV Festival Gastronómico da Chanfana inclui várias iniciativas de índole cívica e cultural. O festival é ainda apoiado pela Turismo Centro de Portugal, por empresas e outras instituições do concelho.

Page 15: Gazeta Rural nº 241

15www.gazetarural.com

Treze restaurantes do concelho de Marvão, no Alto Alen-tejo, participam numa quinzena gastronómica dedicada aos comeres de azeite, sob a chancela da marca ‘Marvão Bom Gosto’.

Com a décima edição das “Comidas d´Azeite”, que decor-re até a 22 de Fevereiro, a autarquia pretende “homenagear” os produtores de azeite do concelho e, sobretudo, “dinamizar a economia local, aliando o turismo à gastronomia”.

A Câmara de Marvão, no distrito de Portalegre, que pro-move a iniciativa, quer também mostrar o impacto que o azei-te tem na gastronomia da zona e atrair turistas, sobretudo da vizinha Espanha. “Marvão continua a ser uma região onde a actividade primária é dominante e a castanha, a maçã, o azei-te, o cabrito e o borrego são produtos muito importantes para a nossa economia e daí a sua promoção ao longo do ano”, afirmou o presidente do município, Vítor Frutuoso.

Para o autarca, é “importante” interligar a gastronomia da zona e a componente turística, porque, nos tempos que correm, os consumidores “dão muita importância” à verten-te da “singularidade” dos produtos, sendo o azeite “um bom exemplo” deste conceito.

Durante a quinzena gastronómica, na qual “o azeite é rei e senhor”, as ementas de 13 restaurantes aderentes apresen-tam pratos tradicionais confeccionados com azeite.

As ementas incluem pratos como açorda à alentejana com alho, coentros e azeite, lombo de bacalhau em azeite e alho, espargos selvagens e miolo de camarão, bacalhau com todos, regado com azeite do lagar, galinha do campo tostada em azeite, migas de pão ou batata com carne de montado frita em azeite ou tiborna com azeite e laranja.

No arranque das ‘Comidas d’ Azeite’, que decorreu no Lagar António Picado Nunes, foi apresentado o projecto do futuro Museu/Lagar Melara Picado Nunes. Na abertura do evento, foram entregues aos alunos do Agrupamento de Es-colas de Marvão os diplomas e prémios de participação no desafio ‘Cria o teu rótulo de azeite Castelo de Marvão”’ pro-movido pela Casa Agrícola António Picado Nunes.

No próximo dia 15 de Março, o Parque Urbano da fregue-sia de Touro acolhe a quarta edição da Feira do Fumeiro do Demo, numa iniciativa promovida pelo Município de Vila Nova de Paiva, em parceria com a Junta de Freguesia local.

As tradições gastronómicas e os sabores e saberes ge-nuínos das Terras do Demo, promovem a qualidade e o “saber fazer” dos nossos produtos típicos, dos quais se destaca o fumeiro tradicional.

A Feira tem funcionado como um meio de divulgação do concelho e das suas gentes, incentivando a economia local, dando a conhecer a gastronomia local e promovendo os pro-dutos de qualidade que reúnem as potencialidades e a rique-za do nosso meio rural.

Neste certame, o fumeiro tradicional é o nosso cartão--de-visita, aliado à venda de artesanato, aos restaurantes e tasquinhas gastronómicas que farão parte da feira, à prova de fumeiro, ao porco no espeto, sem esquecer a animação musi-cal e etnográfica com as Concertinas Só Saúde de Lamego e o Rancho Folclórico do Alto Paiva.

Quim Barreiros é o artista que este ano, completa o cartaz do certame, deixando antever um grande espectáculo.

XX ‘Comidas d´Azeite’ decorrem até 22 de Fevereiro

Quinzena gastronómica homenageia

produtores de azeite de Marvão

A 15 de Março no Parque Urbano de Touro

Vila Nova de Paiva promove IV Feira

do Fumeiro do Demo

Page 16: Gazeta Rural nº 241

16 www.gazetarural.com

Num constante processo de inovação e de criação de si-nergias, a Ovibeja criou o conceito “Terra Fértil”. Uma mostra de inovação agrícola e de agronegócios que potencia a partilha de experiências e revela as mais-valias dos investimentos na agri-cultura alentejana.

A diversificação de culturas agrícolas, a sua transformação, a produtividade e a eficiência são alguns dos temas que com-põem “Terra Fértil”, um conceito em desenvolvimento que este ano vai ser reforçado como um dos temas principais da XXXII Ovibeja.

E “Terra Fértil” porquê? A água, o sol e o solo são factores predominantes que catapultaram o Alentejo no mundo como região de grande potencial agrícola. Uma realidade que a Ovibe-ja apelidou de “Terra Fértil” e que vai mostrar aos seus visitantes numa Exposição Temática sobre Inovação Agrícola e Agrone-gócios. O conceito vai também estar presente na programação de Colóquios e noutros espaços do certame, como ‘O Campo da Feira – um Campo Agrícola Experimental’ e noutras iniciativas que revelam que o regadio de Alqueva e os investimentos dos agricultores alentejanos estão a gerar colheitas recorde a nível mundial.

Como fazer mais e melhor, tanto a partir do regadio, como do sequeiro, na produção, na transformação e na investigação e inovação tecnológica é o que a Ovibeja pretende mostrar e divulgar tanto a nível nacional, como internacional.

Criar fileiras e vender excelência são alguns dos pontos--chave da Ovibeja que vai criar espaços de reuniões e de negó-cios para os seus expositores e visitantes profissionais, de entre os quais se contam delegações empresariais e embaixadores de vários países.

De 29 de Abril a 3 de Maio todos os caminhos vão dar à Ovi-beja, uma organização da ACOS - Associação de Agricultores do Sul.

De 29 de Abril a 3 de Maio, em Beja

XXXII Ovibeja reforça Terra Fértil” e potencia agronegócios

ACOS abre inscrições para várias acções de formação certificada

A ACOS tem abertas inscrições para várias acções de for-mação profissional agendadas para o 1º semestre deste ano. Mecanização Básica e Condução de Veículos Agrícolas é uma das acções programadas para este semestre, a qual confere cartão de aplicador de produtos fitofarmacêuticos e licença de condução de veículos agrícolas de categoria II ou III.

Outros cursos para os quais estão abertas as inscrições são: Aplicação de Produtos Fitofarmacêuticos; Protecção de Rumi-nantes e Equinos e também Protecção de Suínos em Transporte de Curta Duração; Segurança e Saúde no Trabalho Agrícola e ainda Distribuição e Comercialização de Produtos Fitofarma-cêuticos, o qual confere cartão de operador de venda.

No que diz respeito à formação especializada, A ACOS tem abertas inscrições para Jovem Agricultor, Aperfeiçoamento em Máquinas e Equipamentos de Tratamento e Protecção de Plantas; Técnico Superior de Segurança no Trabalho, nível VI; PRODI Olivei-ra e ainda Distribuição, Comercialização e Aplicação de Produtos Fitofarmacêuticos que confere habilitação de técnico responsável.

A Formação Profissional Certificada ministrada pela ACOS contempla ainda para os primeiros seis meses do ano cursos de Formação Pedagógica Inicial de Formadores; Formação de Coordenadores de Acções de Formação; Gestão da Formação; Técnicas de Comunicação na Organização, Gestão de Stress na Organização; Primeiros Socorros; Combate a Incêndios e Segu-rança e Higiene no Trabalho.

Os interessados, particulares ou empresas, deverão inscre-ver-se na ACOS – Associação de Agricultores do Sul ou pedir mais informações para o email [email protected]. A ACOS é entidade formadora certificada pela Direcção-Geral do Empre-go e das Relações de Trabalho.

Page 17: Gazeta Rural nº 241

17www.gazetarural.com

A edição deste ano da Expo Estrela - Feira de Artesanato e Mostra de Actividades de Manteigas, que se realiza em Man-teigas, deverá ser a última no actual figurino. A autarquia está a ponderar “alterar a data da sua realização e promover mais eventos em vez de um anual”, adiantou o vice-presidente da Câmara de Manteigas.

José Manuel Cardoso afirmou que é intenção da autarquia e da organização “fazer feiras temáticas sobre energias reno-váveis, produtos endógenos e de outro tipo, porque já sabemos que no Carnaval temos os alojamentos esgotados com alguma antecedência e, se calhar, a única coisa que podemos ofere-cer complementarmente é animação”. Acrescentou ainda que “equacionamos a possibilidade de transferir as feiras para datas em que, normalmente, temos menos gente a visitar-nos, sobre-tudo nos meses de Maio, Junho, Outubro e Novembro”, admitiu o vice-presidente da Câmara. José Manuel Cardoso disse ainda que, para o efeito, “a Fábrica do Rio vai ficar preparada para acolher feiras desta natureza, com cerca de 40 a 45 exposito-res, o que é razoável para a nossa dimensão”.

Quanto à edição deste ano, segundo o presidente da Câma-ra de Manteigas, “não haverá novidades”. José Manuel Biscaia diz que “o nível de expositores e a sua qualificação são os mes-mos, mas evoluíram com o tempo” e deu como exemplo a pro-dução de burel no concelho, “um produto tradicional do século XX, que neste momento está espalhado pelo mundo”.

Voltando à Expo Estrela, o autarca de Manteigas destacou o facto de se verificar “uma evolução na qualidade dos produtos

Em Manteigas até 17 de Fevereiro

Expo Estrela vai mudar de figurinoexpostos”, pois “pretendemos é dá-los a conhecer e a promo-ve-los, porque a inovação na tradição é indispensável”.

José Manuel Biscaia reiterou o que seu vice-presidente ha-via dito acerca do “figurino” e da “época do ano não serem os mais adequados” para a realização do evento, pois “há feiras locais em todo o lado”, defendendo “um fio de circulação” para ligar toda a região em torno da Serra da Estrela.

Mónica Ferraz é a cabeça de cartaz

No plano da animação, Mónica Ferraz é a cabeça de car-taz da XXII edição da Expo Estrela, que decorre de 14 a 17 de Fevereiro, quando a região da Serra da Estrela recebe milhares de visitantes. O certame visa dinamizar o tecido socioeconó-mico de Manteigas e divulgar os produtos locais. Neste âmbi-to, a organização decidiu privilegiar a prata da casa. Para além do espectáculo de Mónica Ferraz haverá actuações das duas Bandas Filarmónicas da vila e do grupo de música popular “Os Narcisos”. “Temos qualidade musical e é isso que queremos transmitir”, afirmou José Manuel Biscaia.

A Expo Estrela junta cerca de 60 expositores de artesana-to, comércio, indústria, serviços, associativismo e gastronomia, para além de um genuíno desfile de Carnaval.

Page 18: Gazeta Rural nº 241

18 www.gazetarural.com

Diz o presidente do Instituto do Vinho e da Vinha

Sector do vinho “abre-se a novos viticultores”

a partir de 2016

Para produzir vinho actual-mente é preciso ter vinha ou com-prar o direito de plantar, barreiras que têm fim anunciado para 2016, abrindo caminho à entrada de novos produtores no mercado. A partir de 01 de Janeiro do próximo ano, o actual sistema de direitos de plantação será substituído por um sistema de autorizações, sen-do disponibilizados anualmente 2.400 hectares a quem queira entrar no negócio do vinho, disse o presidente do Instituto do Vinho e da Vinha (IVV).

Por definir estão ainda os cri-térios de elegibilidade e de priori-dade que irão ser determinantes para a selecção dos candidatos, bem como um eventual limite por viticultor. “Estamos neste mo-mento a trabalhar nas regras de elegibilidade e de prioridade para a distribuição das novas autori-zações, mas não haverá um custo associado”, adiantou Frederico Falcão.

O regime de vinha vigente actualmente em Portugal e em toda a União Europeia baseia-se em quotas de plantação, o que significa que para alguém iniciar a actividade vitivinícola é preci-so que outro agricultor arranque a vinha. “Há uma quota estática, se alguém quer plantar, tem que alguém arrancar e vender essa quota”, explicou o responsável do IVV.

Este regime tinha fim previsto para finais de 2015, mas os riscos de uma liberalização total dos direitos de plantação de vinha para a estabilidade de mercado levaram a negociar um sistema de autorizações que prevê um cres-cimento sustentável da vinha.

Uma das alterações prende--se com as quotas, que deixam

Page 19: Gazeta Rural nº 241

19www.gazetarural.com

de ser estáticas. “Portugal tem uma quota de cerca de 240 mil hectares de vinha, passamos a poder crescer anualmente cerca de 1%, ou seja, aproximadamente 2.400 hectares por ano”, afir-mou Frederico Falcão.

Outra diferença é o facto de as transmissões passarem a estar vedadas: se hoje em dia um viticultor pode arrancar uma vinha e vender os seus direitos, no futuro já não o poderá fazer. “Se arrancar a vinha, terá uma autorização válida por um pe-ríodo de três anos, se não aplicar a autorização e plantar vinha esse direito extingue-se. Não o pode ceder, não pode vender a ninguém”, acrescentou o presidente do IVV.

O crescimento do sector passará assim a ser feito, não pela compra de direitos a outros viticultores, mas sim concorrendo às quotas que há para distribuir anualmente e que serão ge-ridas pelo IVV através de concursos. O que significa que não existe, segundo Frederico Falcão, uma abertura total: “A planta-ção livre traria algum risco de plantações maciças de vinha, de produções muito grandes de vinho”, reflectindo-se na desvalo-rização do próprio vinho “por haver, de repente, uma oferta su-perior à procura”, justificou. Para Frederico Falcão, este acordo que prevê um crescimento de 24 mil hectares em dez anos é “razoável” e permite “crescer de forma sustentável para manter algum equilíbrio de mercado e de preços”.

Os 2.400 hectares atribuídos anualmente serão válidos por um período de três anos, devendo os primeiros concursos ser abertos em Março ou Abril de 2016. As autorizações serão dis-

tribuídas pelo IVV até ao dia 1 de agosto.Portugal, que tem a segunda produtividade de vinha por

hectare mais baixa na União Europeia, tem recorrido a apoios comunitários para substitui vinhas velhas ao abrigo do progra-ma Vitis, com bons resultados. “As vinhas que têm sido rees-truturadas têm sido bastante mais produtivas: produzem mais em qualidade e em quantidade”, comentou o dirigente do IVV, sublinhando que os fundos estão garantidos até 2018.

No entanto, as novas autorizações não serão elegíveis para este apoio e está ainda por definir se os novos viticultores po-derão recorrer a outro tipo de ajudas.

O mesmo acontece com a dimensão das futuras planta-ções. “Neste momento não está pensado nenhum limite mas é algo sobre o qual o sector terá de se pronunciar. É possível que venha a ser estabelecido um limite”, admitiu Frederico Falcão.

O presidente do IVV adiantou que os direitos de plantação atribuídos através da reserva (direitos que não foram vendidos nem usados para plantação e que caducaram) têm sido limita-dos a 20 hectares por viticultor.

Page 20: Gazeta Rural nº 241

20 www.gazetarural.com

A criação de uma casta Loureiro “de excelência” em Amares, através da fabricação de uma levedura própria para os vinhos verdes do concelho, é o principal objectivo de um protocolo de cooperação assinado entre a Câmara de Amares e a Yeastwine, uma empresa orientada para serviços de I&D (Inves-tigação e Desenvolvimento), análise e diagnóstico, sustentada em duas áreas principais: a biotecnologia de levedu-ras e a enologia.

“A ideia chave deste projecto é permitir que o vinho que tem um deter-minado valor possa adquirir um valor acrescentado, reflectido num produto com mais competências, único, exclu-sivo e diferenciador”, salientou o presi-dente da câmara, Manuel Moreira.

Os primeiros passos já começaram a ser dados na última vindima, em 2014, com a recolha de várias amostras que

Câmara e a empresa Yeastwine assinaram protocolo para este efeito

Amares aposta a criação de um vinho Loureiro “de excelência”

estão já em levedura. Posteriormente, terá lugar a fase de identificação, com a finalidade de encontrar a levedura que conduzirá à criação de um vinho Loureiro de ”excelência”.

“O território de Amares tem uma casta Loureiro diferente da que existe em outros territórios da região e fará todo o sentido estudar o ‘terroir’ Ama-res, nomeadamente para a casta Lou-reiro, que tem dado provas de exce-lente qualidade na região”, sublinhou Isabel Araújo, coordenadora do pro-jecto, que deverá dar os primeiros fru-tos dentro um ano e meio a dois anos. “Nessa altura, poderá ser pensado um plano de marketing eficaz para pro-mover este e outros produtos estraté-gicos da região de Amares”, apontou Manuel Moreira.

Page 21: Gazeta Rural nº 241

21www.gazetarural.com

Penacova recebe de 27 de Fevereiro a 01 de Março mais uma edição do Festi-val da Lampreia, evento que atrai ao con-celho alguns milhares de pessoas para degustar um dos ícones da gastronomia portuguesa. A época oficial da lampreia 2015 começou a 15 de Janeiro, nos nove restaurantes do concelho que aderiram ao Festival.

A vereadora da Cultura da Câmara de Penacova tem “óptimas expectativas” para o evento, que, apesar dos tempos

De 27 de Fevereiro a 01 de Março

Milhares de pessoas são esperadas no Festival da

Lampreia em Penacovadifíceis, “a quantidade de pessoas que, nesta época, vêm a Penacova comer lampreia é muito positiva”. Fernanda Vei-ga considera “difícil” contabilizar, desde Janeiro a meados de Abril, período em que a lampreia é mais rica e saborosa, a quantidade de pessoas que vão aos di-versos restaurantes do concelho comer lampreia, mas “o feedback que temos é que o número de pessoas cresce de ano para ano”.

A razão é simples. “A lampreia de Pe-nacova é diferente, é ‘rainha’ em Portugal por essa diferenciação”, sublinha Fernan-da Veiga. É que, acrescenta, “os restau-rantes e as pessoas mais antigas conhe-cem muito bem a confeção da lampreia e o seu sabor. A diferença do sabor da lam-preia é que, antes de haver os obstáculos, a lampreia subia naturalmente para fazer a sua desova e libertava alguma gordura e toxinas durante esse período”.

Com a criação dos obstáculos, a lam-

preia deixou de subir com tanta facilida-de. Para suprir a situação, diz a vereadora da Câmara de Penacova, “os restauran-tes têm um tanque onde a lampreia fica depois de ser pescada e onde permanece viva durante uma semana com água cor-rente onde faz o que fazia na subida do rio”. Daí, frisa Fernanda Veiga, a lampreia voltar às suas características originais”.

Page 22: Gazeta Rural nº 241

22 www.gazetarural.com

Está à porta mais uma campanha dos pequenos frutos, nomeadamente do mir-tilo. Depois de um ano complicado, com alguns produtores a venderem o fruto a preços bastante baixos, o início de 2015 “está ser marcado por alguma descon-fiança dos produtores”. A afirmação é de Sílvia Lemos, técnica da AGIM, que em entrevista à Gazeta Rural alerta os produ-tores para a necessidade imperiosa “de se organizarem e serem profissionais na produção”.

A técnica da AGIM diz ainda que não há excesso de produção, mas sim “falta de organização, para haver volume para a fruta chegar aos mercados internacio-nais”. Todavia, alerta, “o que deixou de existir foi a janela de oportunidade es-pecífica para Portugal”, o que mostra a necessidade de organização do sector e da produção.

Gazeta Rural (GR): Como sente os produtores de mirtilo neste início de 2015?

Sílvia Lemos (SL): Os produtores, por causa do preço baixo do fruto da

Um conselho de Sílvia Lemos, técnica da AGIM

“Os produtores têm que se organizar e serem profissionais”

campanha anterior, estão um pouco reni-tentes e a ver como tudo se vai organizar. Está toda a gente muito espectável e a ver para que lado se vai virar.

Este início de ano está ser marcado por alguma desconfiança dos produtores, por-que muitos venderam menos bem a fruta e consideram que a culpa foi das entidades com quem trabalharam. Porém, acredito, que abrindo o novo quadro comunitário, com o apoio às organizações de produtores e começando a haver algum controlo, tudo

se vai recompor e melhorar. GR: A falta de união dos produtores

é uma das causas? Estes têm dificulda-des em se agrupar?

SL: É um problema típico português. Não é por acaso que a palavra “desen-rascar” só existe no nosso dicionário. Os portugueses, e neste caso particular: os produtores, acham que se desenrascam sozinhos, porque até têm um primo ou um familiar que trabalha numa grande super-fície. Na realidade, quando as pessoas se deparam com a produção e com a ques-tão da comercialização, as coisas não são assim tão simples. Efectivamente, o pro-dutor tem que se preocupar em produzir bem, com qualidade, e deixar o trabalho da comercialização para quem o sabe fazer e para quem trabalha os mercados. O produtor não se pode preocupar em produzir e comercializar. Quando assim é alguma coisa vai falhar.

GR: Os produtores começam a es-tar mais abertos a essa questão?

SL: Sim. Acho que maior parte dos agricultores de hoje, em particularmente

Page 23: Gazeta Rural nº 241

23www.gazetarural.com

nos pequenos frutos, são pessoas que tem um nível de escolaridade superior, muitas vezes licenciados sem coloca-ção, e que se preocupam em produzir bem, com qualidade, mas sabendo já onde vão colocar o produto.

Comparando com a geração an-terior, falta-lhes a experiência das práticas agrícolas, das práticas bá-sicas, mas a seu tempo chegarão lá! Os novos jovens agricultores são pessoas consciencializadas, preocu-padas com as questões ambientais e para os problemas da qualidade e da falta dela.

GR: Na campanha anterior, o atraso na produção foi determinan-te para o preço final do fruto. Tem alguma perspectiva do que pode acontecer este ano?

SL: É difícil perspectivar, porque as plantas ainda estão em repouso vegetativo e, por isso, os gomos ainda não estão a abrolhar e não se sabe que tempo isso vai demorar a acon-tecer.

A agricultura, na maior parte dos casos, é uma actividade a céu aberto e é difícil fazermos previsões a longo prazo, especialmente quando depen-demos do tempo. Temos que esperar para perceber como se vai desenvol-ver a planta, até porque nos faltam registos dos anos anteriores para conseguir estimar mais corretamen-te a data de produção. É um trabalho que a AGIM se encontra a fazer.

GR: Que conselho daria aos produtores ou a quem vai entrar na actividade?

SL: Acho que as pessoas têm que pensar em se organizar, em colaborar, e não pensar que vão conseguir me-lhor preço que o vizinho.

Não existem problemas de ex-cesso de produção. O problema que existe é falta de organização, para haver volume para a fruta chegar aos mercados internacionais. Não existe saturação do mercado, pois se mais houvesse mais se vendia. Todavia, o que deixou de existir foi a janela de oportunidade específica para Portu-gal. Por isso, os produtores têm que se organizar e serem profissionais na produção. Há que pensar que es-tamos a competir com os grandes produtores mundiais e temos que os igualar. Por sermos mais pequenos, não quer dizer que não tenhamos capacidade de os combater.

Page 24: Gazeta Rural nº 241

24 www.gazetarural.com

A americana Driscoll’s, líder mundial da produção de frutos vermelhos, anunciou um investimento de até três milhões de euros no aumento da área de produção em Portugal, e admite vir a liderar os mercados da Europa, Médio Oriente e África.

A empresa, que está há sete anos em Portugal, onde de-tém uma participação na Lusomorango, tem “perspectivas de aumento da área de produção na ordem dos 50 a 60 hectares para os próximos anos”, afirmou Arnoldo Heeren, director da empresa em Portugal, durante a maior feira de frutas e legu-mes, que decorreu em Berlim, Alemanha.

O investimento estimado, que segundo a empresa pode situar-se entre 1,5 e 3 milhões de euros, vai permitir duplicar a área de cultivo dos mirtilos, tornando Portugal no maior pro-dutor para os mercados da Europa, Médio Oriente e África. Nas framboesas, Portugal é já hoje o maior produtor da Europa.

Através da Lusomorango, em Odemira, a gigante america-na tem em Portugal 400 hectares de produção, repartidos por várias quintas de 44 produtores, sobretudo no Alentejo, zona centro e Algarve. Nos últimos dez anos, investiu cerca de 17 mi-lhões de euros no país.

“A Driscool’s, que é uma empresa da Califórnia que vai na quinta geração de gestão familiar, sempre procurou o clima

Perspectiva aumento da área de produção na ordem dos 50 a 60 ha

Gigante de frutos vermelhos investe até 3 milhões de euros em Portugal

ideal para produzir fora da Europa e sempre foi esta busca do clima ideal que norteou as expansões. No final dos anos 90, encontrou na Zambujeira do Mar e na costa alentejana o clima mais parecido do mundo com o da Califórnia, o clima ideal para produzir frutos vermelhos”, explicou Nuno Simões, director da empresa para a Península Ibérica e Marrocos.

A primeira produção de frutos vermelhos em Portugal aconteceu em 2007, ano em que facturou dois a três milhões de euros, e passados sete anos, em 2014, atingiu os 35 milhões, contribuindo para a criação de 4500 postos de trabalho. “Es-tamos num mercado que tem tido um potencial de crescimento muito grande, porque os frutos vermelhos estão na moda e têm benefícios elevados para a saúde. Costumamos dizer que so-mos a guloseima saudável e as pessoas estão a aceitar muito bem”, justificou.

A Driscool’s é o maior produtor mundial de morangos, fram-boesas, amoras e mirtilos, com um volume de negócios de três mil milhões de euros.

Page 25: Gazeta Rural nº 241

25www.gazetarural.com

O Governo dos Açores lançou uma marca da região, basea-da na natureza, que poderá ser utilizada por entidades públicas e privadas para certificação e promoção dos seus produtos.

“Trata-se de dar particular visibilidade à confirmação de um conjunto de características que diferenciam positivamente os Açores e que quando incorporadas em produtos e serviços da nossa economia podem e devem ser valorizadoras do mesmo”, frisou o presidente do Governo Regional.

Vasco Cordeiro falava na apresentação da Marca Açores, que decorreu no Algar do Carvão, uma chaminé vulcânica visi-tável no concelho de Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, no dia em que foi publicada uma resolução do Conselho do Governo sobre a estratégia de operacionalização e imagem da marca.

Para o presidente do executivo, a Marca Açores é “um passo decisivo” para o aumento da competitividade da região, tendo em conta que a globalização obriga a uma estratégia de valori-zação daquilo que nos Açores é “distintivo”, “especial“ e “único”.

Vasco Cordeiro salientou, no entanto, que a marca constitui uma oportunidade para as empresas e uma “importante alavan-ca” de diferenciação, mas também uma “exigência” para que ela corresponda efectivamente àquilo que significa e transmite.

Com o slogan ‘Açores: certificado pela natureza’, a marca destina-se a produtos tradicionais, incluindo o turismo, que se diferenciem “por serem originários de uma região com uma pe-gada ecológica de elevado valor ambiental”.

Nova imagem estará na próxima Bolsa de Turismo de Lisboa

Açores apresentam marca baseada na natureza

O acesso à marca destina-se a “empresas, cooperativas e entidades privadas que desenvolvam actividade nas áreas preponderantes para o desenvolvimento económico regional e fomento da base económica de exportação”, em áreas como “promoção do território, artesanato, agrícola, pecuária, agro--alimentar, piscícola, vitivinícola, de transformação da madeira, de turismo e de serviços e transportes”.

Na resolução é destacado ainda como objectivo da Marca Açores a “intensificação de candidaturas de produtos regionais à certificação de Denominação de Origem Protegida (DOP), In-dicação Geográfica Protegida (IGP), Especialidade Tradicional Garantida (ETG), assim como o incremento do seu consumo”.

As empresas que adiram à marca ‘Açores’ poderão utilizar a imagem, disponível em português, inglês e alemão, em rótulos e material promocional nos seus produtos e serviços, ter acesso a majorações nos apoios do sistema de incentivos “Competir +” e beneficiar de campanhas e comunicação e marketing.

Segundo Vasco Cordeiro, a próxima Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), que se realiza entre o final de Fevereiro e o início de Março, será o “primeiro grande momento de visibilidade e de promoção da Marca Açores”.

Page 26: Gazeta Rural nº 241

26 www.gazetarural.com

Atendendo à importância de dar continuidade aos processos de desenvolvimento em curso, as Associações de Desenvolvi-mento Local (ADL) estão a preparar a assinatura de acordos de parceria entre elas, organizando-se regionalmente na defesa de um modelo de intervenção que tem dados excelentes resulta-dos.

Esta iniciativa surge por as ADL constatarem que o proces-so de transição para o novo período de programação de fundos comunitários está a colocar em risco o trabalho de desenvolvi-mento rural que têm realizado com sucesso, e que só no último período de programação resultou na criação de 7300 empre-gos, mobilizando o investimento de 820 milhões de euros nas zonas rurais.

A presidente da Federação MINHA TERRA, explicou que o facto de o Desenvolvimento Local de Base Comunitária, até aqui financiado pelo programa LEADER, gerido pelo Ministério da Agricultura, ter passado a depender de várias entidades, in-cluindo as Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Re-gional (CCDR), “adensou o processo negocial”, por estarem em jogo “muitas sensibilidades” e “desconhecimento”, provocando atrasos que podem comprometer as dinâmicas criadas nos ter-ritórios.

Regina Lopes receia que a desarticulação entre os vários responsáveis pelos fundos deixe áreas “a descoberto”, nomea-damente ao nível do apoio ao associativismo, únicas estruturas que se ocupam nos territórios rurais do lazer, da cultura e do desporto. Também a dimensão do envelope financeiro previs-to oferece preocupação, uma vez que os fundos previstos “são manifestamente insuficientes para o que é historicamente a in-tervenção” realizada nos territórios rurais, por exemplo, no que respeita ao apoio às empresas, adiantou.

Os acordos de parceria das ADL da Região Centro e da Re-gião Norte serão formalizados nos próximos dias, estando as

Com a assinatura de acordos de parceria

ADL juntam-se para evitar dificuldades na implementação dos novos fundos comunitários

ADL das restantes regiões a ultimar a preparação das suas ac-ções concertadas.

Primeira Assembleia das Redes Rurais Europeias

A Federação Minha Terra participou em representação dos Grupos de Acção Local de Portugal na primeira reunião da As-sembleia das Redes Rurais Europeias, que decorreu em Bruxelas.

Os trabalhos iniciaram com a apresentação desta nova es-trutura definida pela DG AGRI (Direcção Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural) da Comissão Europeia, para apoiar as actividades globais da Rede Europeia de Desenvolvimento Rural (REDR) e da Rede da Parceria Europeia de Inovação (RPEI), e o modelo de funcionamento desta Assembleia, através de grupos e subgrupos, permanentes e não permanentes, sobre temas re-lacionados com os objectivos e as tarefas da REDR e da RPEI, compostos por representantes (delegados) indicados pelas en-tidades dos Estados-membros que compõem a Assembleia.

A Assembleia das Redes Rurais Europeias, presidida por um representante da Comissão Europeia, é composta por 200 en-tidades, entre redes rurais nacionais, autoridades de gestão, organismos pagadores, organizações não-governamentais, organizações de nível europeu que representem as autoridades regionais e/ou locais activas no domínio do desenvolvimento ru-ral, grupos de acção local LEADER, serviços de aconselhamento agrícola e instituições de investigação agrícola.

Page 27: Gazeta Rural nº 241

27www.gazetarural.com

A Câmara de Viseu vai executar um programa destinado ao sector agrícola que assenta nas parcerias, de forma a valorizar os produtos da terra e a melhorar a vida nas aldeias, anunciou o presidente, Almeida Henriques.

O programa Viseu Rural esteve a ser discutido na reunião do Conselho Estratégico de Viseu e será levado à próxima As-sembleia Municipal, no final do mês. “É um programa criado e desenvolvido com a totalidade dos agentes no terreno, desde a Estação Agrária até à Comissão Vitivinícola Regional do Dão, en-volvendo inúmeras personalidades ligadas ao sector agrícola, no sentido de conseguirmos criar uma plataforma, uma rede, uma parceria para as questões rurais”, explicou o autarca viseense.

Segundo Almeida Henriques, com este programa, “Viseu, sendo um concelho eminentemente urbano, assume aqui tam-bém a sua ruralidade”, ficando “bem preparado para este ciclo de fundos comunitários que agora começa”. “Não pretendemos substituir-nos nem às entidades, nem ao Governo. Mas a verda-de é que hoje não há estruturas de proximidade que nos dêem garantias de um bom andamento do sector agrícola, porque a própria forma como o Estado se organiza tem vindo a esvaziar um bocado os territórios”, considerou o autarca.

Segundo Almeida Henriques, têm de ser aproveitadas as parcerias, nomeadamente com a Comissão Vitivinícola do Dão, a Estação Agrária e a Escola Superior Agrária em Viseu, ou seja,

Para valorizar os produtos da terra e a melhorar a vida nas aldeias

Câmara de Viseu promove programa destinado ao sector agrícola

“um conjunto de instrumentos que, se forem bem potenciados”, podem “puxar pela agricultura” e aliciar jovens a fixarem-se na região com projectos agrícolas.

Aproveitar alguns edifícios que existem na área rural para promover a incubação de empresas, colocar nalguns desses espaços “alfaias agrícolas para ajudar jovens agricultores a fixarem-se” e facilitar o financiamento são algumas medidas de-fendidas com vista à “criação de uma dinâmica económica nas freguesias rurais”.

Almeida Henriques explicou que “o município assume um compromisso de criar um fundo de microcrédito que vai ter duas linhas”, uma virada para a agricultura e outra para a dinamiza-ção do centro histórico, à qual serão alocados cem mil euros de capital da autarquia.

O mercado municipal tem também um papel importante nesta estratégia, “para fazer a aproximação entre os produto-res e os consumidores”, referiu. “Equacionamos a possibilidade de uma parte do mercado vir a ter uma mini-incubadora para podermos acolher projectos que visem esta aproximação entre quem produz e quem consome”, acrescentou.

Page 28: Gazeta Rural nº 241

28 www.gazetarural.com

Os produtores de milho estão preo-cupados com a volatilidade das cotações no mercado internacional, que penalizou “seriamente” o rendimento dos agricul-tores, e temem o impacto das futuras decisões nacionais no âmbito da Política Agrícola Comum.

No X Congresso do Milho, que reuniu em Lisboa cerca de 600 produtores e es-pecialistas, o presidente da Associação Nacional dos Produtores de Milho e Sor-go (ANPROMIS), salientou que a crescen-te volatilidade dos mercados de cereais implicou uma quebra de cerca de 25 por cento nos preços do milho em apenas três campanhas agrícolas.

“O rendimento dos produtores nacio-nais foi seriamente penalizado, passando de um preço médio de 225 euros por to-nelada, em 2012, para 170 euros por to-nelada em 2014”, destacou Luís Vascon-cellos e Souza.

O presidente da ANPROMIS mostrou--se igualmente apreensivo face às de-cisões do Ministério da Agricultura que passam pelo apoio a determinadas fileiras no âmbito do 1.º pilar da Política Agrícola Comum (PAC) em detrimento da do milho. Uma opção que, segundo Luís Vascon-cellos e Souza, “coloca em causa a tão reconhecida competitividade técnica dos produtores nacionais de milho e suas or-ganizações”.

Também as decisões nacionais re-

Congresso do Milho reuniu em Lisboa cerca de 600 participantes

Produtores de milho preocupados com volatilidade das cotações e queda de preços

lativas ao ‘greening’, um pagamento que obriga os agricultores a cumprirem uma série de regras ambientais “constitui um factor de grande preocupação para a APROMIS, pois inviabiliza o cultivo do mi-lho em certas regiões do país, muitas delas onde a agricultura é mais competitiva”.

A área de milho em Portugal decresceu sete por cento entre 2013 e 2014, pela pri-meira vez desde 2010, passando de 146.719 para 136.644 hectares, segundo os dados recolhidos pela ANPROMIS. A produção de milho teve uma redução menos acentuada, segundo estimativas da associação, pas-sando de 932 mil toneladas em 2013 para 914 mil toneladas no ano passado.

O milho é o cereal mais cultivado em Portugal, preenchendo quase o dobro dos hectares ocupados pelo trigo, de 77.557 hectares em 2014. No entanto, a pro-dução nacional abastece apenas 29 por cento da procura. O resto é importado, maioritariamente da Ucrânia.

O X Congresso Nacional do Milho contou com a presença do Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva na sessão de abertura e o ex-Ministro das Finanças, Luís Campos e Cunha, num debate sobre “o futuro de Portugal e o sistema político”.

A ministra da Agricultura e do Mar Assunção Cristas encerrou o congresso, onde abordou as futuras decisões nacio-nais no âmbito da nova PAC.

Cavaco Silva diz que milho é estratégico e que sector deve

aumentar produção

O Presidente da República disse que o milho é um sector estratégico da eco-nomia portuguesa, defendendo que o aumento da produção é o maior desafio que enfrenta. “O milho apresenta-se hoje, mais do que nunca, como um sector agrí-cola estratégico da economia portugue-sa, num momento em que o desenvolvi-mento da nossa agricultura e o equilíbrio da balança externa são objectivos nacio-nais claramente assumidos”, afirmou o chefe de Estado, Aníbal Cavaco Silva, na sessão de abertura do X Congresso Na-cional do Milho.

Lembrando que o milho represen-ta 80 por cento da produção de cereais em Portugal, Cavaco Silva defendeu que a sua importância surge ainda reforçada pelo facto do país ser tradicionalmente deficitário nesta cultura. Por isso, frisou, impõe-se “um olhar mais atento sobre o investimento ao nível da produção”, sen-do o aumento para produção o maior de-safio que o sector do milho enfrenta.

Page 29: Gazeta Rural nº 241

29www.gazetarural.com

Os agricultores que façam seguros de colheitas te-rão prioridade e majorações nos apoios ao investimen-to do Programa de Desenvolvimento Rural 2020 (PDR 2020), segundo o Ministério da Agricultura.

A portaria que possibilita o financiamento do novo seguro com fundos comunitários foi publicada no Diá-rio da República e prevê apoios que variam entre 65 por cento do prémio para seguros colectivos, beneficiários que tenham aderido a um seguro agrícola no ano ante-rior e seguros de jovens agricultores e 62 por cento do prémio para segurados que não tenham aderido a um seguro agrícola no ano anterior.

De acordo com um comunicado da Secretaria de Estado da Agricultura, “os agricultores que façam se-guros terão prioridade e majorações nos apoios às medidas de investimento do PDR 2020”. O seguro é composto “por uma apólice horizontal que abrange to-das as culturas no território continental e por apólices específicas mais adaptadas às culturas e regiões”.

O seguro de colheitas está aberto a pessoas singu-lares ou colectivas, incluindo agrupamentos de produ-tores, cooperativas agrícolas, sociedades comerciais que efectuem a transformação ou comercialização da produção segura e associações de agricultores.

Segundo uma portaria do Ministério da Agricultura

Agricultores que façam seguros terão prioridades nos fundos comunitários

Rua Eng. Avelino Amaro da Costa 3º dir

3400-110 Oliveira do HospitalTel.: 238 606 358

[email protected]

Page 30: Gazeta Rural nº 241

30 www.gazetarural.com

O município de Almeida promoveu mais uma Feira da Caça e Desenvol-vimento Rural, que decorreu em Vilar Formoso. A sétima edição mostrou a evolução do certame, que este ano foi o maior de sempre, com mais expositores e visitantes.

O presidente da Câmara de Almeida mostrou-se satisfeito com o evento, mas quer mais. António Baptista Ribeiro mos-tra-se apostado a atrair gente a “um terri-tório de baixa densidade e despovoado”, defendendo a aposta na transformação da ‘matéria-prima’ produzida no concelho.

Gazeta Rural (gr): A evolução que a feira tem tido é a que autarquia tinha previsto?

António Baptista Ribeiro (ABR): Pretendemos sempre mais, mas temos que estar conscientes da nossa escala. Esta feira vai na sétima edição e, é um facto, tem vindo a crescer na procura dos espaços, dos expositores e no público que nos visita. Todavia, estamos conscientes que vivemos num território de baixa den-sidade, despovoado, e, portanto, só con-tamos com as pessoas que aqui vivem, que não são em grande número. Por isso, temos que contar com os que vêem de fora e essa tem sido a nossa aposta.

GR: A aposta no sector da caça, no concelho, é um investimento?

ABR: A caça tem sido um dos recur-sos. A caça menor tem vindo a diminuir, aliás um problema que tem que ser resol-vido. A grande ocupação dos caçadores, nesta região, era a caça menor, nomea-damente as perdizes, os coelhos e os tor-dos. Estas espécies, pelo menos o coelho, estão quase em extinção. Por isso, temos que fazer outro tipo de apostas, nomea-damente na caça maior, como o javali e o veado.

Temos que ter cuidado na preserva-ção destas espécies, para que as mon-tarias sejam um sucesso. A população destas espécies vê-se pelo número de abates em cada montaria, que rondam os 20 exemplares. Em Nave de Haver tem--se ultrapassado esses números.

GR: Esse é um dos atractivos para quem gosta da caça?

ABR: Quem caça normalmente fá--lo por gosto, mas também quer atingir determinados valores e troféus. Há dois

António Baptista Ribeiro diz que “é uma mais-valia”

Autarca de Almeida defende aposta na transformação dos produtos

anos em Nave de Haver conseguiu-se um javali que foi medalha de prata e isso é um incentivo. Havia pessoas que pagavam mil euros para terem uma porta onde sou-bessem que matavam um javali.

Nós, além de termos um efectivo sig-nificativo, temos também javalis solitários, que são medalha de prata e, quem sabe, medalha de ouro.

GR: No âmbito da Feira, decorreu um seminário sobre o novo PDR 20-20. Que balanço faz do mesmo?

ABR: Em parte o que foi dito já é conhecido. Vamos ter um novo quadro comunitário, em que grande parte do in-vestimento é para a inovação, para com-petitividade e para a criação de emprego. Ora, nós temos que fixar pessoas. O gran-de objectivo e as metas a atingir passam por fixar pessoas e criar emprego. Vamos ver se alcançamos esses objectivos.

O que é um facto é que os incentivos da PAC estão direccionados para a agri-cultura. Ora agricultura e floresta são os grandes recursos do nosso território, bem como o turismo. Como não temos mar nem praia, temos que aproveitar os re-cursos que o concelho nos dá, como os nossos produtos endógenos de qualida-de. É nisso que temos que apostar, sempre direccionado para os jovens agricultores, uma aposta que temos feito.

No ano passado apoiamos mais de 70

projetos de agricultores e, portanto, no-ta-se que há um pulsar diferente do que havia. Os campos, que estavam abando-nados, voltam a estar cultivados e a ter animais. Aliás, a Acrialmeida - Associação de Criadores de Ruminantes do Concelho de Almeida tem o maior número de asso-ciados para cá da Gardunha, com agricul-tores dos concelhos de Almeida, Figueira de Castelo Rodrigo e, também, de Pinhel.

GR: Quais as áreas em que se tem apostado?

ABR: É pena que seja muita na cria-ção de gado. Eu tenho feito desafios, aos jovens agricultores e não só, para que haja investimentos na transformação. Produzirmos com qualidade, mas não transformamos os produtos. Essa é uma mais-valia e o município está disponível para apoiar essas iniciativas e os jovens agricultores que queiram enveredar por esse caminho.

Page 31: Gazeta Rural nº 241

31www.gazetarural.com

A origem da carne em alimentos transformados, como a utilizada nas lasanhas, deve ser obrigatoriamente indicada no rótulo desses produtos para informar melhor os consumidores e assegurar uma maior transparência em toda a cadeia alimen-tar, defende o Parlamento Europeu. Os eurodeputados instam a Comissão a apresentar propostas legislativas nesse sentido, evitando contudo encargos financeiros e administrativos exces-sivos.

Estima-se em 30 a 50%, conforme o país da UE em causa, o volume total da carne transformada em ingredientes à base de carne para géneros alimentícios, principalmente em carne pica-da, preparados de carne e produtos à base de carne.

Os recentes escândalos alimentares, como a substituição fraudulenta da carne de bovino por carne de cavalo, mostraram que os consumidores europeus querem disposições mais rigo-rosas sobre rastreabilidade e informação ao consumidor. Mais de 90% dos consumidores consideram importante que o rótulo indique a origem dos produtos à base de carne transformados, segundo um inquérito realizado em 2013.

“A indicação da origem da carne utilizada como ingredien-te em alimentos transformados ajudará a garantir uma melhor rastreabilidade ao longo da cadeia de abastecimento alimentar, relações mais estáveis entre os fornecedores e os transforma-dores de carne e uma maior diligência por parte dos operadores

Nos alimentos à base de carne

Parlamento Europeu quer obrigatoriedade de indicação da origem da carne

A trigésima quinta edição da Feira do Fumeiro de Vinhais não deixou os seus ‘créditos por mãos alheias’. O certame recebeu mais de 50 mil visitantes e foram vendidos mais de 70 tonela-das do melhor fumeiro. A mais antiga feira do país dedicada ao enchido não só resistiu à crise como se tornou num negócio de milhões.

O certame tornou-se numa das apostas turísticas de Vinhais e, ao longo de 35 anos, cresceu de forma sustentada, apostan-do em produtos de excelência. “Há um controlo muito rigoroso para podermos ter produtos de elevada qualidade”, referiu Carla Alves, responsável pela organização do certame, onde os 70 ex-positores “fizeram bastante negócio”.

O fumeiro de Vinhais tem Indicação Geográfica Protegida (IGP) e todo o processo é controlado, obedecendo a especifi-cidades que garantem a genuinidade do produto, desde logo a carne de porco Bísaro, uma raça autóctone que estava, há 20 anos, em vias de extensão e que se encontra em expansão ac-tualmente.

Durante quatro dias foi uma romaria até esta vila do nor-deste transmontano, com milhares de pessoas a deslocarem-se para degustar melhor fumeiro de porco bísaro, mas também ou-tros produtos regionais. “É a maior festa do concelho de Vinhais, com os emigrantes a aproveitarem esta época do ano para nos visitarem”, referiu Carla Alves.

Mais de 50 mil visitantes passaram pelo evento

Feira do Fumeiro de Vinhais não deixou ‘créditos por mãos alheias’

do sector alimentar na escolha dos respectivos fornecedores e produtos”, afirma o Parlamento Europeu numa resolução hoje aprovada por 460 votos a favor, 204 contra e 33 abstenções.

Page 32: Gazeta Rural nº 241

32 www.gazetarural.com

O Governo quer criar um estatuto fiscal e financeiro adequa-do ao investimento e gestão florestal, com benefícios fiscais e instrumentos financeiros, que deve estar definido este ano, para entrar em vigor em 2016 e 2017. Este é um dos objectivos estra-tégicos da revisão da Estratégia Nacional para as Florestas, que entrou em vigor, de acordo com uma resolução do Conselho de Ministros publicada no Diário da República.

O documento prevê uma série de apoios públicos através do Programa de Desenvolvimento Rural (PDR) 2020 e outros ins-trumentos comunitários, mas também medidas fiscais e instru-mentos financeiros baseados em operações de garantia mútua, capital de risco e fundos de investimento.

Com a criação do Estatuto Fiscal e Financeiro no Investi-mento e na Gestão Florestal (EFFIGF), pretende-se que o IMI (Imposto Municipal sobre Imóveis) e o IMT (Imposto Municipal sobre as Transmissões de Imóveis) sejam “instrumentos poten-ciadores da gestão florestal, penalizando o abandono dos espa-ços silvestres e premiando a gestão florestal”.

O Governo quer rever o IMT até 2017 para “agilizar o merca-do fundiário e promover a gestão florestal efectiva”, propondo uma discriminação positiva deste imposto, bem como do im-posto de selo, quando a transacção dos terrenos se destine a aumentar a área florestal dos produtores e nos casos em que os terrenos estão inseridos em Zonas de Intervenção Florestal (ZIF).

Pretende-se também rever o IMI de forma a penalizar o abandono e beneficiar quem gere ou disponibiliza terrenos na Bolsa de Terras, medidas que o Governo quer definir este ano, para entrarem em vigor em 2016/2017.

O documento salienta que “actualmente, os montantes cobrados de IMI são extremamente reduzidos” e considera de “elevada relevância” a actualização das matrizes e a avaliação dos terrenos em função do seu potencial produtivo.

Quanto aos apoios públicos visam estimular “eficiências de escala na gestão, majorando os apoios aos investimentos em áreas agrupadas”, nomeadamente ZIF. “Será igualmente impor-tante que o movimento associativo existente possa evoluir no sentido da concentração da oferta e do aumento do valor dos produtos dos associados, à semelhança do que aconteceu no sector agrícola, com importantes reflexos no rendimento dos produtores e por isso motivador de uma gestão mais profissio-nal dos espaços florestais, estando previsto no PDR 2020 os apoios necessários”, destaca-se no diploma.

Outro dos objectivos é responder às exigências do mercado e preparar as indústrias do sector florestal para fornecer pro-dutos certificados, o que passará pelo apoio à implementação de sistemas de gestão florestal sustentável que possibilitem a certificação, também previsto no PDR 2020.

Para entrar em vigor em 2016 e 2017

Governo quer criar ainda este ano estatuto fiscal próprio para a floresta

Page 33: Gazeta Rural nº 241

33www.gazetarural.com

A revisão da Estratégia Nacional para as Florestas, que entrou em vigor no passado dia 6 de Fevereiro, integra novas preocupações, como as alterações climáticas ou a gestão sus-tentável, mas adverte que a execução das medidas depende da disponibilidade de verbas.

A resolução do Conselho de Ministros, publicada em Diário da República, refere que o documento reflecte “as alterações de contexto”, nomeadamente aquelas que respeitam à situação económica e financeira do país, à organização dos diferentes agentes do sector florestal, às questões fitossanitárias, às con-sequências das alterações climáticas ou aos desafios da Eco-nomia verde.

No entanto, o Governo determina que “a assunção de com-promissos para a execução das medidas previstas na Estratégia Nacional para as Florestas [ENF] depende da existência de fun-dos disponíveis por parte das entidades públicas competentes”.

Os problemas que têm afectado a floresta portuguesa, como “o agudizar de pragas e a extensão e recorrência de in-cêndios”, têm efeitos na sustentabilidade da gestão florestal e a actualização da ENF “pretende identificar as acções necessá-rias à equilibrada gestão dos recursos florestais” nas dimensões económica, social e ambiental, explica o diploma.

No âmbito da Economia Verde, que o ministro do Ambiente, Jorge Moreira da Silva, tem vindo a apresentar, esta estratégia “poderá incentivar a criação de valor associado ao binómio economia e ambiente”, através de acções baseadas numa utili-zação “criteriosa, responsável e eficiente dos recursos”.

O diploma salienta a boa aplicação das regras de ordena-mento para minimizar a exposição aos riscos de cheias, erosão ou incêndios florestais. Os riscos e as oportunidades das mu-danças registadas nos últimos anos, das alterações climáticas à globalização ou ao despovoamento do interior, merecem uma

Resolução do Conselho de Ministros entrou em vigor a 6 de Fevereiro

Acções da estratégia da floresta dependentes de fundos disponíveis

reflexão na ENF.É destacado o contributo das florestas enquanto sumidouro

de carbono, que deve ser “potenciado através de medidas de combate à desflorestação e de apoio à gestão sustentável”, onde é incluída a prevenção dos incêndios, que os especialis-tas prevêem poder aumentar, em Portugal, devido às alterações climáticas.

A ENF mantém o horizonte de 2030, mas salvaguarda o enquadramento dos instrumentos financeiros para o período 2014-2020, “fundamentais para alavancar as acções identifi-cadas”, e alerta que, “embora a administração concorra para a concretização” das medidas, vão ser sobretudo os agentes do sector os destinatários da sua execução.

Além da consulta pública do documento, foram realizados mais de 1.500 contactos directos com entidades de várias áreas relacionadas com as florestas, da investigação às associações, e os diversos contributos permitiram integrar a apreciação da sociedade civil na ENF, segundo a resolução.

A ENF inclui contributos da informação obtida através de documentos, como os Inventários Florestais Nacionais, a Es-tratégia Nacional de Adaptação às Alterações Climáticas ou o Programa de Acção Nacional de Combate à Desertificação, mas também a Estratégia da União Europeia para a Biodiver-sidade 2020. Em Julho, o secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural, Francisco Gomes da Silva, disse no parlamento que o Governo iria afectar 540 milhões de euros à ENF até 2020.

Page 34: Gazeta Rural nº 241

34 www.gazetarural.com

Page 35: Gazeta Rural nº 241

35www.gazetarural.com

OPINIÃO

O início de 2015 fica marcado pela publicação em Diário da República da nova Estratégia Nacional para as Florestas. Trata--se de um documento essencial para a afirmação do potencial da floresta e do sector florestal no nosso País e que merece uma leitura atenta.

A nova Estratégia Nacional para as Florestas procede a uma actualização do documento em vigor desde 2006, mantendo--se as seis linhas estratégicas então definidas e a arquitectu-ra programática. Todavia, importa sinalizar que no documento agora aprovado em Conselho de Ministro é promovida uma nova visão que enfatiza a sustentabilidade da gestão florestal. E, de facto, essa deve ser a visão política de suporte ao desen-volvimento da fileira florestal em Portugal.

A floresta portuguesa ocupa cerca de 35 por cento do ter-ritório e é maioritariamente privada, com problemas estruturais profundos. Problemas há muito diagnosticados e que o actual Governo pouco fez para os solucionar na presente legislatura, refira-se. O cadastro florestal continua por avançar, o nemáto-do da madeira do pinheiro contínua a avançar, a prevenção dos incêndios florestais que não chega ao terreno, as associações florestais continuam sem apoios específicos e os pequenos proprietários florestais marginalizados, sem que as ZIF sejam efectivamente operacionalizadas.

Não obstante, como foi amplamente veiculado na comuni-cação escrita, com a adopção da nova Estratégia Nacional para as Florestas o Governo quis dar um sinal político, tendo a cria-ção do Estatuto Fiscal e Financeiro no Investimento e na Ges-tão Florestal (EFFIGF) como a grande bandeira para relançar o sector florestal.

“Governo vai usar fisco como instrumento de política flores-tal” escrevia em letras gordas o Jornal de Negócios. Efectiva-mente, pretende o Governo que o IMI (Imposto Municipal sobre Imóveis) e o IMT (Imposto Municipal sobre as Transmissões de Imóveis) sejam “instrumentos potenciadores da gestão flores-tal, penalizando o abandono dos espaços silvestres e premian-do a gestão florestal”, lê-se. De facto, são boas as intenções do Governo. Depois do estímulo ao investimento na gestão flores-tal por via da redução da taxa do IVA em 2006, a “reforma da fiscalidade florestal” era o passo que se exigia para consolidar esse desiderato.

A proposta do Governo para rever o IMT até 2017 para “agi-lizar o mercado fundiário e promover a gestão florestal efecti-va”, propondo uma discriminação positiva deste imposto, bem como do imposto de selo, quando a transacção dos terrenos visa aumentar a área florestal dos produtores e nos casos em que os terrenos estão inseridos em Zonas de Intervenção Flo-

2015, o início de uma nova etapa na floresta portuguesa?

restal (ZIF), também é uma boa notícia e um reconhecimento do papel activo que as ZIF podem desempenhar no terreno, na dinamização da gestão dos recursos florestais.

O Governo pretende ainda rever o IMI com o objectivo de penalizar o abandono (uma ideia antiga) e beneficiar quem gere ou disponibiliza terrenos na Bolsa de Terras, uma medida que está associada a uma actualização do valor matricial dos prédios rústicos e a avaliação dos terrenos em função do seu potencial produtivo.

Feitas as contas, o Governo apresentou um conjunto de medidas de política fiscal ambiciosas e relevantes, que pretende definir ainda este ano para entrarem em vigor em 2016/2017. Na minha perspectiva, e sem colocar em causa a bondade (e perti-nência) das medidas apresentadas, será interessante acompa-nhar a evolução destas propostas no quadro parlamentar, pois trata-se de uma iniciativa legislativa governamental que deve merecer uma discussão ampla no sector e um consenso alar-gado na Assembleia da República.

Outro dos objectivos inscritos na nova Estratégia Nacional para as Florestas que merece uma referência especial prende--se com a afirmação das indústrias de base florestal no merca-do global, o que passará por uma melhoria da competitividade do sector e pelo aprofundamento da fileira florestal. Como afir-mou o economista João Ferreira do Amaral em 2011, no âma-go da crise económica, “o sector florestal é dos que mais pode contribuir para o futuro do País”. Esta visão do presidente da Associação das Industrias da Fileira Florestal expressa, de forma inequívoca, a atenção que a acção governativa deve centrar na dinamização do sector florestal produtivo e no segmento da transformação e comercialização, para que Portugal possa au-mentar a sua capacidade exportadora e de geração de riqueza.

Termino esta breve análise com outra citação do presidente da AIFF, que espelha bem a oportunidade que encerra a nova Estratégia Nacional para as Florestas: “tem havido uma enorme dificuldade, nas últimas décadas, em definir uma política para o sector florestal”. Por isso, à questão se vamos assistir ao início da uma nova etapa na floresta portuguesa, a minha resposta é afirmativa. Espero que a adopção desta visão actualizada da Estratégia Nacional para as Florestas e das medidas que nela estão inscritas possam constituir um marco no desenvolvimen-to sustentável da floresta portuguesa.

Miguel Galante Eng.º Florestal

Page 36: Gazeta Rural nº 241

36 www.gazetarural.comF I C H A T É C N I C A

Ano X - N.º 241Director José Luís Araújo (CP n.º 7515), [email protected] | Editor Classe Média C. S. Unipessoal, Lda.Redacção Luís Pacheco | Departamento Comercial Filipe Figueiredo, Fernando Ferreira e José MartinsOpinião Miguel Galante | Apoio Administrativo Jorge Araújo Redacção Praça D. João I Lt 363 Fracção AT - Lj 11 - 3510-076 Viseu | Telefones 232436400 / 968044320E-mail: [email protected] | Web: www.gazetarural.comICS - Inscrição nº 124546Propriedade Classe Média - Comunicação e Serviços, Unipessoal, Limitada | Administração José Luís AraújoSede Lourosa de Cima - 3500-891 ViseuCapital Social 5000 Euros | CRC Viseu Registo nº 5471 | NIF 507021339 | Dep. Legal N.º 215914/04Execução Gráfica Sá Pinto Encadernadores | Telf. 232 422 364 | E-mail: [email protected] | Zona Industrial de Coimbrões, Lote 44 - 3500-618 ViseuTiragem média Mensal Versão Digital: 80000 exemplares | Versão Impressa: 2500 exemplaresNota: Os textos de opinião publicados são da responsabilidade dos seus autores

O Projecto Endògenos, iniciativa que promove experiência gastronómicas com o objectivo de preservar, dignificar e valo-rizar os produtos autóctones alimentares portugueses, prove-nientes da terra e mar, e suas regiões de origem, tem na mira a sua internacionalização em 2015.

Depois de oito edições em 2014, que cimentam a sua pre-sença no panorama gastronómico nacional, para o corrente ano, o Endògenos conta realizar dois jantares degustação em Madrid, um em cada semestre, em dois restaurantes de topo da capital espanhola que irão valorizar produtos portugueses.

Em paralelo, a Escola Le Cordon Bleu de Madrid já se mos-trou receptiva a realizar localmente jantares e iniciativas com sabores lusos, numa parceria que permitirá a vinda a Portugal daquele estabelecimento de ensino para integrar alguns pro-jectos em parceria com a consultora Nuno Nobre + Associados.

Para 2015, a Nuno Nobre + Associados, com o apoio da Pressinform, conta organizar novos eventos Endògenos para valorizar produtos como o Carolo de Milho, Berbigão, Túberas,

O Município de Sernancelhe vai promover, de 20 a 22 de Feve-reiro, no Expo Salão, o II Festival das Sopas e Encontro de Ranchos. Aliando a vertente gastronómica à etnografia, a autarquia dá assim continuidade a um evento que conheceu, em 2014, um impacto muito positivo, tendo mobilizado mais de uma dezena de associa-ções concelhias e recebido a visita de mais de três mil pessoas.

Tendo como objectivos projectar Sernancelhe em termos gastronómicos e culturais, o Festival pretende também que as sopas renasçam e reentrem na ementa das casas do concelho e do país, servindo o evento para enaltecer os sabores e os chei-ros dos “caldos” confeccionados com os produtos da terra.

Inventariar as receitas tradicionais para garantir a sua perpe-tuação, associar a representação cénica e musical dos ranchos folclóricos à gastronomia e exibir a cultura popular como marca desta Terra da Castanha são outros objectivos da organização.

Durante três dias, o Festival das Sopas, que terá entrada livre e catorze sopas em prova, contará com uma exposição etno-gráfica das artes e dos ofícios de antigamente, onde não fal-tarão as antigas cozinhas da aldeia, as tabernas e os espaços agrícolas típicos dos meios rurais.

Espargo, Figo-da-índia, Muxama, Raia-seca, Batata-doce de Aljezur, Camarinha, Morango, Percebes, Alcachofra e Pepino--do-mar, entre outros.

Entre os novos chefes aderentes, o projecto conta já com Alexis Gregório (próxima edição dia 23 Fevereiro dedicada ao Carolo de Milho, na Casa de Fado-Restaurante Adega Machado, Lisboa), Ivan Fernandes (décima edição no dia 25 Março dedi-cada ao Berbigão, no Restaurante Clube dos Jornalistas, Lisboa), Rogério Calhau, Luís Rodrigues, Pedro Mendes e Patrícia Borges, entre outros.

A par das suas próprias iniciativas, o Endògenos vai estar envolvido também no mês das migas em Mora, degustações às quartas na Oficina do Vinho, em Lisboa, Mostra Gastronómica de Caça “Sabores da Tapada”, em Mafra, II Festival internacional do Pão, Festival da Batata-doce de Aljezur e Wine in Azores. Desta-que para o envolvimento do Endògenos no I Festival internacio-nal do Ouriço-do-mar a realizar na Ericeira.

Com oito edições em 2014, arranca em breve com a nona iniciativa

Projecto Endògenos a caminho da internacionalização

De 20 a 22 de Fevereiro, no Expo Salão

Sernancelhe recebe Festival das Sopas e Encontro de Ranchos

Page 37: Gazeta Rural nº 241

37www.gazetarural.com

BREVES“Bordado de Tibaldinho-Alcafache” a caminho da certificação

Foi assinado um protocolo de cooperação entre a Câmara de Mangualde e a Junta de Freguesia de Alcafache para a cer-tificação da marca “Bordado de Tibaldinho-Alcafache”. Para a celebração do protocolo estiveram presentes o presidente da autarquia de Mangualde, João Azevedo, e o presidente da Junta de Freguesia de Alcafache, Nelson Almeida.

O protocolo confere à Junta de Freguesia a exclusiva ti-tularidade do direito de propriedade e do exclusivo da mar-ca “Bordado de Tibaldinho-Alcafache”, devidamente regis-tada no Instituto Nacional da Propriedade Industrial, mas autoriza e confere especiais poderes à Câmara de Man-gualde para a representar junto dos organismos oficiais competentes, com a faculdade de substabelecer, podendo requerer tudo o que necessário for sobre a marca “Borda-do de Tibaldinho”, para efeitos de certificação e registo de indicação geográfica da mesma.

Emídio Sousa reconduzido na liderança da ADRITEM

O presidente da Associação de Desenvolvimento Ru-ral Integrado das Terras de Santa Maria (ADRITEM), Emídio Sousa, foi eleito para um novo mandato (2015-2020) à frente da entidade.

Os associados da ADRITEM reuniram-se em Assembleia Geral - presidida por Hermínio Loureiro, também recondu-zido neste órgão - numa altura em que a estrutura, criada em 2007, pretende expandir o seu território de intervenção aos concelhos de S. João da Madeira, Espinho e Gaia.

“A ADRITEM tem cumprido de forma exemplar a sua mis-são e, neste momento, concelhos vizinhos têm mostrado in-teresse em aderir, fruto do bom trabalho feito”, disse Emídio Sousa, salientando que 2005 consistirá “num ano de reforço do empenho da parceria responsável pela Estratégia Terras de Santa Maria 2020”, cujo processo está em curso.

Migas em Fevereiro na iniciativa “12 meses de boa gastronomia” em Alandroal

O mês de Fevereiro está a ser dedicado às migas em Alandroal, no âmbito da primeira edição da iniciativa “12 meses de boa gastronomia”, que está a decorrer no con-celho, informou o município.

A iniciativa decorre em quinze restaurantes e numa pastelaria daquele concelho do distrito de Évora para va-lorizar a cozinha tradicional e dinamizar a restauração e a produção locais.

Nos restaurantes aderentes, podem ser saboreadas, entre outras, migas à alentejana, migas de espargos, migas de tomate, migas com carne de porco, migas de batata, mi-gas de couve-flor com peixe frito, migas de miolada, migas de coentros e migas de ovas.

O evento, promovido pela Câmara de Alandroal, de-corre ao longo de todo o ano e abrange diversos produtos regionais, desde o porco do montado ao peixe do rio, pas-sando pelas sopas e ervas aromáticas.

Adega do Cartaxo distinguida com Estatuto PME Excelência

2014 pelo IAPMEIA Adega do Cartaxo foi reconhecida pelo 2º ano conse-

cutivo como PME excelência, pelo IAPMEI. Foi uma das onze empresas distinguidas na categoria de “produção de vinhos comuns e licorosos”, sendo a única na região do Tejo.

A qualidade dos vinhos e uma atitude de gestão orien-tada para o mercado, com forte estratégia de internacio-nalização, contribuíram para a renovação do estatuto, em-presa de excelência.

Montaria ao javali em ArmamarVai ter lugar no próximo dia 22 de Fevereiro uma mon-

taria ao javali organizada pela Zona de Caça Municipal de Armamar. Os interessados podem inscrever-se presencial-mente nos serviços da Câmara Municipal ou por correio electrónico para [email protected].

IV Jornadas Técnicas da BatataNa continuação das III Jornadas Técnicas da Batata, O

COTHN, a ESAS, a Agromais, a Agrotejo, a FNOP, a APH e o Consórcio Batata Primor de Portugal vão realizar no dia 25 de Março de 2015, no cinema teatro Joaquim d´Almeida do Montijo, as IV Jornadas Técnicas da Batata, com o objectivo de promover um espaço de divulgação científica e tecno-lógica e de debate.

Dia de Campo de Fruticultura - Melhoramento de Fruteiras

Irá ter lugar no próximo dia 19 de Fevereiro, o primeiro dia de campo de fruticultura do COTHN de 2015. Este dia será dedicado ao melhoramento de fruteiras e terá lugar na recém-criada associação InProPlant em Coimbra. As ins-crições podem ser enviadas para [email protected], até ao dia 18 de Fevereiro.

Em Fevereiro, Março, Abril e MaioCNEMA vai promover vários

Concursos Nacionais

Nos meses de Fevereiro, Março, Abril e Maio de 2015 decorrerá no Centro Nacional de Exposições, em Santarém, um conjunto de Concursos Nacionais de produtos agroali-mentares, realizado em prova cega.

A avaliação é efectuada por um júri diversificado, composto por técnicos dos vários sectores, órgãos comunicação social, re-presentantes de superfícies comerciais e consumidores.

A organização destes Concursos conta com a colabo-ração técnica do Centro de Estudos e Promoção do Azeite do Alentejo, Federação Nacional dos Apicultores de Portu-gal e Qualifica.

Page 38: Gazeta Rural nº 241

38 www.gazetarural.com

O município de Aguiar da Beira promove a 1 de Março a II Festa do Pastor e do Queijo, que terá lugar na localidade de Mosteiro em Penaverde. O evento tem como principal atractivo uma exposição e um Concurso Pecuário de Ovinos.

Aos interessados, as inscrições estão abertas até dia 25 de Fevereiro e podem ser realizadas na Câmara Municipal ou nos dias do Mercado de Mosteiro – Pe-naverde.

O Hotel do Vale, uma unidade hoteleira aberta há quatro anos, está situado num local de passagem de quem se desloca do sul ou da Beira Interior para o Douro ou vice-versa.

Situado em Ponte do Abade, no concelho de Aguiar da Beira, o hotel é propriedade de Jorge Fer-reira, que possui também a Quinta de Santo Estevão, situada a menos de um quilómetro.

O hotel dispõe de piscina, mesa de snooker, ser-viço de bar e restaurante, - com destaque para a ex-celente gastronomia da região, - num ambiente aco-lhedor, decoração com glamour e num sítio ideal para relaxar.

Para além de promover eventos quinzenais, Jorge Ferreira diz que “há uma clara movimentação de pes-soas que procuram a região”, tendo, por isso, o Hotel “uma maior procura de estadias” quando as Câmaras em redor promovem alguns eventos. Para o empresá-rio, para atrair mais visitantes, faltam na região “mais actividades desportivas ou ao ar livre”, dado que a mesma tem excelentes condições para este tipo de actividades.

A 1 de Março em Mosteiro em Penaverde

Aguiar da Beira promove II Festa do Pastor e do Queijo

Situado na Ponte do Abade, em Aguiar da Beira

Hotel do Vale oferece boa

gastronomia e um sítio para relaxar

Page 39: Gazeta Rural nº 241

39www.gazetarural.com

Page 40: Gazeta Rural nº 241

40 www.gazetarural.com