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Gênero de texto
CONTO
O que é um conto?
O conto é a forma narrativa, em prosa, de menor extensão (no sentido estrito de tamanho).
Que características tem um conto?
Entre suas principais características, estão a concisão, a precisão, a densidade, a unidade de efeito ou impressão total – o conto precisa causar um efeito singular no leitor; muita excitação e emotividade.
Ao escritor de contos dá-se o nome de contista.
Desde quanto existem contos?
De “O livro do mágico” (cerca de 4000 a.C.), escrito pelos egípcios, até a Bíblia encontram-se textos com estrutura de contos. No entanto, a autoria deles foi perdida.
O primeiro grande contista da História é tido como Luciano de Samosata (125-192). São da mesma época Lucius Apuleius (125-180) e Caio Petrônio.
Principais contistas brasileiros
Machado de Assis e Aluízio Azevedo destacam-se no panorama brasileiro do conto, abrindo espaço para contistas como Clarice Lispector, O Tarzan Verde , Lima Barreto, Otto Lara Resende e Lygia Fagundes Telles.
Estrutura de um conto
No geral o conto "se apresenta" com "uma ordem". O conflito traz uma "desordem" e a solução desse conflito (favorável ou não) faz retornar à "ordem" – agora com ganhos e perdas, portanto essa ordem difere da primeira.
Tipos de discurso
Os diálogos são de suma importância; sem eles não há discórdia, conflito, fundamentais ao gênero.
Direto: (discurso direto) as personagens conversam entre si; usam-se os travessões. Além de ser o mais conhecido é, também, predominante no conto.
- Talvez esteja aborrecida, pensei eu. E logo alto: - D. Conceição, creio que vão sendo horas, e eu... - Não, não, ainda é cedo. Vi agora mesmo o relógio; são onze e meia. Tem
tempo. Você, perdendo a noite, é capaz de não dormir de dia? - Já tenho feito isso. - Eu, não; perdendo uma noite, no outro dia estou que não posso, e, meia
hora que seja, hei de passar pelo sono. Mas também estou ficando velha. - Que velha o quê, D. Conceição? (Missa do Galo – Machado de Assis)
Discurso direto
Indireto: (discurso indireto) quando o escritor resume a fala da personagem em forma narrativa, sem destacá-la. Vamos dizer que a personagem conta como aconteceu o diálogo, quase que reproduzindo-o. Essas duas primeiras formas podem ser observadas no conto "A Missa do Galo", Machado de Assis.
Comecei a dizer-lhe os nomes de alguns. Conceição ouvia-me com a cabeça reclinada no espaldar, enfiando os olhos por entre as pálpebras meio-cerradas, sem os tirar de mim. De vez em quando passava a língua pelos beiços, para umedecê-los. Quando acabei de falar, não me disse nada; ficamos assim alguns segundos. Em seguida, vi-a endireitar a cabeça, cruzar os dedos e sobre eles pousar o queixo, tendo os cotovelos nos braços da cadeira, tudo sem desviar de mim os grandes olhos espertos. (Missa do Galo – Machado de Assis)
Discurso indireto
Indireto livre (discurso indireto livre) é a fusão entre autor e personagem (primeira e terceira pessoa da narrativa); o narrador narra, mas no meio da narrativa surgem diálogos indiretos da personagem como que complementando o que disse o narrador.
Como nas noites precedentes, uma fila de agricultores se formou na porta de uma padaria e o padeiro saiu a informar que não havia pão. Por quê? Onde estava o pão? O padeiro respondeu que não havia farinha. Onde então estava ela? Os agricultores invadiram a padaria invadiram a padaria e levaram o estoque de roscas e biscoitos, a manteiga e o chocolate. (Garcia de Paiva. Os agricultores arrancam paralelepípedos.
Discurso indireto livre
Monólogo interior (ou fluxo de consciência) é o que se passa "dentro" do mundo psíquico da personagem; "falando" consigo mesma;
Narrativa em 1ª ou 3ª pessoa??
Primeira pessoa: Personagem principal conta sua história; este narrador limita-se ao saber de si próprio, fala de sua própria vivência.
Terceira pessoa: O texto é narrado em 3ª pessoa e neste caso podemos ter:
A) Narrador observador: o narrador limita-se a descrever o que está acontecendo, "falando" do exterior, não nos colocando dentro da cabeça da personagem; assim não sabemos suas emoções, idéias, pensamentos. O narrador apenas descreve o que vê, no mais, especula.
B) Narrador onisciente conta a história; o narrador tudo sabe sobre a vida das personagens, sobre seus destinos, idéias, pensamentos. Como se narrasse de dentro da cabeça delas.